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DIREITO COMERCIAL III – DANIEL DONADELLO

SÓ VAI COBRAR NA PROVA O QUE DEU EM SALA DE AULA.

30/07/2009

FALÊNCIA
Quebra da empresa X falência
Quebra da empresa e falência genericamente são sinônimos, entretanto, não se confundem.
Diz-se ocorrer a quebra de empresa quando o empresário extingue o estabelecimento
comercial por iniciativa própria, entrando em acordo com seus credores por meios
extrajudiciais (fechou a empresa, mas não foi decretada a falência). A falência, por sua vez,
somente ocorrerá mediante decretação judicial (ou seja, pelo Juiz), requerida por um único
credor, por vários, ou até mesmo pelo próprio empresário proprietário, ressalvadas as
exceções de credores que não podem requerer falência e empresas que não poderão falir (o
processo é instaurado no juízo de falência).
Toda falência é uma quebra, mas nem toda a quebra é uma falência.
Conceito de falência – É a execução CONCURSAL do devedor empresário. Diz-se concursal
posto que, quando da decretação de falência, levantada a massa falida, em havendo
múltiplos credores, estes receberão cada qual sua quota. Sendo insuficiente os valores
levantados após a decretação de falência, observar-se-á a ordem de preferência. (não existe
falência de pessoa física, e sim de empresário).
PRINCÍPIOS DA LEI DE FALÊNCIA (Lei. 11 101/05)
• Princípio da preservação da empresa – art. 47 e 75 – Da empresa mesmo falida
continua trabalhando por um período, para os empregados conseguirem tempo para
procurar outro emprego, a empresa funcionando gera dinheiro. O juiz tentará preservar
a empresa o máximo possível;
• Princípio do rigor na punição dos crimes falimentares – existe crime que quem
vai ser punido vão ser os próprios sócios que vão responder, e tem crime que outra
pessoa irá responder como o gerente, diretor da loja;
• Princípio da eficiência e celeridade processual – no art. 4º da Lei, que foi vetado,
temos um avanço enquanto a tempo do processo e sua eficiência, pois, agora, o MP só
irá trabalhar onde a lei determinar, antes trabalhava na falência como um todo, por
eles acharem que falência é de assunto público.
• Princípio da função social da empresa
REVISÃO SOCIEDADES EMPRESARIAIS
Empresas:
• Empresário Individual
- Não precisa de contrato social, mas também é registrado na junta comercial. Mas ele
não é pessoa jurídica, mas tem CNPJ.
- irá responder como pessoa física (não na hora de executar, pois podem ser
executados seus bens particulares – eles respondem pela dívida). Não há como pedir a
desconsideração da personalidade jurídica.
• Sociedades empresariais com personalidade jurídica
- Comandita simples (responsabilidade solidária e ilimitadamente)
- Nome coletivo (responsabilidade solidária e ilimitadamente)
- LTDA (responsabilidade solidária e limitada se o capital estiver totalmente
integralizado)
- SA (as ações são limitadas. Os gestores podem ser presos por crimes falimentares)
- Comandita por ações – os sócios direitos possuem responsabilidade ilimitada e os
sócios acionistas respondem limitamente.
- Sociedades simples (registrada no cartório civil da pessoa jurídica), como, por
exemplo, a UVV, Igrejas, as ONGS de um modo geral (pessoa jurídica, CNPJ, mas é sem
fins lucrativos). Exceção: Cooperativas (elas possuem fins lucrativos, e registrada em
junta comercial, como ela tem lei própria ela não é uma empresa).
- Comandita simples:
Comanditado = ilimitado
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Comanditário = limitado (esses sócios eles só podem perder suas ações, porque
eles não trabalham de fato na empresa)
- Nome coletivo
- Sociedade empresarial que não são registradas e não são pessoas jurídicas
• Em conta de participação – é uma sociedade esquisita, porque na verdade isso é um
contrato de investimento, (isso na prática) – são aquelas sociedades ocultas, elas
funcionam com dois tipos de sócios, onde vai ter um contrato onde outra pessoa vai
dar um dinheiro em troca de participação nos lucros, esse contrato vai ser oculto. Se a
empresa quebrar, essa terceira pessoa, vai perder o dinheiro que ela investiu, mas
pode pedir o dinheiro de volta ao dono dessa empresa. Só quem tem responsabilidade
em dívidas e para com terceiros será a pessoa que de fato está registrado.
• Sociedade comum ou de fato – ela existe, mas elas não são jurídicas, são sociedades
não registradas, irregulares, seria uma empresa irregular (não são registradas, não
paga imposto, taxas entre outras coisas, proibidos pelo ordenamento jurídico).

07/08/09
Devedor X Credor
A garantia de um credor é o patrimônio do devedor.
• Princípio da patrimonialidade – Havendo inadimplência por parte do devedor,
poderá o credor, através do judiciário, promover a execução.
Quando o patrimônio do devedor não é suficiente para adimplir o que deve, (quando
ele deve mais do que possui), essa regra da individualidade da execução torna-se
injusta. Isto porque não da aos credores as mesmas chances. Quem executar primeiro,
será pago, não sobrando créditos para quem vier depois.
Execução concursal – Em casos onde o devedor deve mais do que tem. Esta execução
abrangerá a totalidade dos credores e a totalidade dos bens do devedor. Dessa forma ocorre
o direito falimentar, através do princípio, “CREDICIO CREDITORUM”, basilar ao direito
falimentar.
OBS: Falência é uma execução concursal.
Quem está sujeito a nova lei de falência? DEC. Lei nº 7661/45 – Este antigo decreto
aplicava-se aos comerciantes. Quem sem relevante razão, não paga na data correta suas
obrigações líquidas, objeto de títulos executivos estava sujeito ao antigo decreto. Por basear-
se na teoria dos “atos de comércio”, tal decreto tinha atuação restrita ao comerciante, não
contemplando os prestadores de serviço, agronegócio, seguro, atividade bancária, mercado
de ações etc...
O benefício da concordata também não era aplicado a estas atividades econômicas (hoje já
não existe mais).
Só a partir do novo código Civil 2002 é que as outras atividades econômicas foram
contempladas legalmente pela falência em função da criação da fase do direito das
empresas.
Nova Lei de Falência (11. 101/05)
Art. 1º – As regras referentes á recuperação judicial, recuperação extrajudicial e falência
aplicam-se ao empresário individual e a sociedade empresária
OBS: O empresário individual não é pessoa jurídica, ele vai responder com todos seus bens.
(responde ilimitadamente), seguindo o beneficio de ordem, primeiramente com bens
empresariais e depois com bens pessoais.
OBS²: As cooperativas, pessoas jurídicas não empresariais, não estão sujeitas a falência (pois
mesmo sendo registrada na junta comercial ela não é empresa, pois existe uma legislação
específica). Todas as empresas registradas na junta comercial estão sujeitos a falência.
OBS³: Não estão sujeitas a falência: o autônomo, profissional liberal, o artista, o empresário
não registrado na junta comercial, o agronegócio (ex.: atividade de agricultura, extrativismo
animal, vegetal ou mineral) não registrado na junta comercial.
Empresários não sujeitos a falência
• Excluídos totalmente:
a) empresas públicas, pois se são contratados pela união, com dinheiro público, deve
ser analisado de outra forma, com uma função social importante.
b) sociedade de economia mista. Art. 2º da lei de falência tem dinheiro público e de

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particulares também (a uma grande crítica com doutrinadores, pois privilegia
particulares que investem nessa empresa, mas o tribunal concorda e respeita a lei).
c) câmaras ou prestadores de serviço de compensação e de liquidação financeira
(estão sujeitas a ordem do banco central, elas vão responder pelo que o BACEN
determinar).
• Excluídos parcialmente: é quando tem uma agência reguladora que vai resolver em
parceria com a lei de falência.
a) Instituições financeiras: O processo de liquidação será extrajudicial seguindo a lei
6024/74; é de responsabilidade do banco central, regulada pelo banco central (os
bancos serão liquidados pelo BACEN). Não podem falir a pedido do credor, mas tão-
somente a pedido do liquidante extrajudicial, de acordo com a Lei 6.024/74.
b) sociedade arrendadoras mercantis ou de leasing: elas estão sujeitas ao mesmo tipo
de falência dos bancos de acordo com a resolução nº 2.309/96. Feito pelo Bacen.
c) A sociedade que se dediquem a administração de consórcio, fundos, mútuos e
semelhantes. Irão falir da mesma forma que os bancos, com a mesma lei 6024/74.
d) Companhia de seguro que devem ter a falência requerida pela SUSEP
(superintendência de seguros privados).
e) A entidades abertas de previdência complementar e capitalização – serão resolvidos
de acordo com a superintendência de seguros privadas em caso de insolvência. Se
houver insolvência dos fundos de previdência provada, esta também será resolvida
pela SUSEP.
f) As operadoras de planos privados de assistência a saúde (Unimed, Golden Cross,
etc..), lei 9656/98, submetem-se ao regime de liquidação, extrajudicial da ANS (agência
nacional de saúde).
OBS.: Todos os empresários parcialmente excluídos do regime falimentar poderão ter a
falência decretada de acordo com legislação especifica (pelo governo ou pelas agências
reguladoras).
OBS.²: Quanto às empresas públicas e sociedade de economia mista o STF afirma ser
constitucional o privilégio conferido por Lei a elas. Parte da doutrina entende que as
sociedades de economia mista não deveriam possuir tal privilegio, pois exerce atividade
lucrativa de natureza privada .
Insolvência Civil
Conceito – quando o devedor possuir ativo inferior ao passivo, então insolvência tem haver
com o estado patrimonial do empresário devedor que possuir menos do que deve.
Insolvência como pressuposto para a falência
Na falência é indiferente provar que o ativo do devedor é inferior que o passivo, não é
necessário demonstrar em juízo o estado patrimonial do devedor para começar o processo de
falência. A falência é presumida.
O empresário devedor que provar ter maior ativo que passivo também não se livra da
falência, o estado patrimonial do empresário devedor não caracteriza a insolvência
falimentar.
Segundo o Art. 94 da L.F., que trata da insolvência falimentar:
I – impontualidade injustificada – para serem insolventes tem que haver título(s) protestados
e esse título sozinho ou a soma de todos ultrapassem 40 salários mínimos. Dependendo da
situação o juiz deve analisar se é aconselhável decretar a falência em função do princípio da
função social da empresa.
II – execução frustrada – se o empresário não conseguir honrar a dívida/execução (qualquer
valor) não precisa ter títulos protestados e também não precisa ter 40 salários mínimos.
III – atos de falência (são taxativos) – se a empresa praticar alguns desses atos já deve ser
decretada a falência.
• Liquidação precipitada – liquidar a empresa de maneira rápida/abrupta, precipitada.
Ex.: pegar empréstimos com juros muito altos, vender maquinário indispensável para o
funcionamento da empresa.
• Negócio simulado – Ex.: fraudar credores através de retardamento de pagamento,
alienar parcialmente ou totalmente o estabelecimento empresarial (conjunto de bens
empresariais).

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• Simulação de transferência de estabelecimento (empresário que muda o local de
estabelecimento com objetivo de fugir da fiscalização e dos credores).
• Garantia real – dar ou reforçar garantia a algum credor por dívida contraída antes da
falência sem ficar com bens livres para saldar o passivo.
• Abandono de estabelecimento comercial – quando o empresário fecha as portas do
estabelecimento e não está nem aí para as suas dívidas (passivo).
• Descumprimento da recuperação judicial – se o empresário não honra com o que foi
combinado a recuperação judicial, ou com alguns requisitos da recuperação judicial,
pode ser decretada a falência.
Obs.: esses são os “requisitos” da falência.

20/08/2009 – quinta-feira

Antigamente a pessoa do devedor pagava a dívida, pois a pessoa era morta se estivesse
devendo, hoje em dia a dívida é paga com os bens do devedor.
Legitimidade Ativa
I) O próprio devedor (é a chamada autofalência – ocorre normalmente quando a empresa
vê que suas dívidas estão quase maiores do que os seus bens, então o próprio
empresário pede a falência, paga as dívidas e não permanece na “bola de neve”,
impedindo que fique ainda mais endividado);
II) O cônjuge sobrevivente (tem que ser analisado o regime de casamento), herdeiros do
devedor ou inventariante;
III) Cotista ou acionista do devedor (ex.: João é dono de uma padaria em sociedade com
Maria. Maria acha que a empresa não está dando certo, e está cheia de dívidas.
Mas, João tem esperança de que vai dar certo, e vai se envolvendo cada vez mais
em dívidas. Assim, Maria pode pedir a falência da empresa);
IV) Qualquer credor; Tem exceções (são observações importantes e mais cobradas):
a. A execução fiscal em casos de decretação de falência será suspensa (os
credores trabalhistas, com relação a tributos e etc. não vão participar do
processo de falência, pois são juízos específicos. Depois de ser decidido o valor
da indenização no juízo específico, vai pro juízo de falência para ele pagar);
b. Quem requer a falência de alguém dolosamente e o pedido é julgado
improcedente poderá ser condenado pela mesma sentença de improcedência a
indenizar o devedor.
c. A falência será ajuizada no local do estabelecimento, porém, se existirem filiais o
estabelecimento responsável deverá ser aquele centro das atividades financeiras
e econômicas do devedor (NÃO PRECISAR/NÃO É NECESSÁRIO AJUIZAR A AÇÃO
NA MATRIZ. Filial sempre é da mesma empresa, mas tem casos em que as
pessoas confundem e acham que são filiais, mas na realidade são empresas
distintas, pois tem CNPJ diferentes, denominação ou razão social diferentes,
entre outras coisas).
Art. 97, Lei 11.101/05 – LF – Podem requerer a falência do devedor:
I – o próprio devedor, na forma do disposto nos arts. 105 a 107 desta Lei;
II – o cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o inventariante;
III – o cotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do ato constitutivo da sociedade;
IV – qualquer credor.
§ 1º O credor empresário apresentará certidão do Registro Público de Empresas que
comprove a regularidade de suas atividades.
§ 2º O credor que não tiver domicílio no Brasil deverá prestar caução relativa às custas e ao
pagamento da indenização de que trata o art. 101 desta Lei.
PROCESSO DE FALÊNCIA
O processo falimentar se divide em 3 fases distintas:
1ª Fase – Pré-Falimentar – Vai desde a postulação, até a sentença (uns dizem que é
interlocutória). Esta fase utiliza-se do processo de conhecimento. Nesta fase não existe
falência, mas existe processo de falência, e a falência pode não vir a existir (depende do que
o Juiz vai decretar). Vai ter direito de defesa do devedor (se pedir a recuperação judicial este

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processo é paralisado). Esta fase caracteriza-se pela única finalidade de verificar se estão
presentes os pressupostos da falência, que são:
• A prova da legitimidade passiva (Réu) que deverá ser empresário individual (não é
pessoa jurídica) ou sociedade empresária; não existe falência de pessoa física no Brasil.
• A insolvência prevista no artigo 64 da LF;
2ª Fase – Investigatória/Investigativa – é como se fosse a Execução do Processo Civil. O
Juiz vai decretar quem é o administrador Judicial (ele trabalha para o Juízo falimentar). Nessa
fase:
• É formada a massa falida;
• Classificação de credores; (depois disso que vai saber quanto tem de massa falida e
quanto tem de dívidas);
• Arrecadação de bens empresariais.
3ª Fase – Satisfação – é onde o credor recebe e vai ter a sentença final. Vem após a
classificação dos credores e a venda dos bens empresariais, o objetivo dessa fase é o
pagamento dos credores com o dinheiro arrecadado. Os credores podem ficar satisfeitos, mas
pode ocorrer da massa falida ser menor do que as dívidas, ou seja, os credores receberem
menos do que têm direito, e ficarem insatisfeitos.
Existem 2 possibilidades de pagamento:
• Pagamento total da dívida, neste caso encerra-se o processo falimentar – o nome dessa
sentença é sentença desconstitutiva do estado falimentar (na prática é difícil
acontecer);
• Se o valor arrecadado com a venda da massa falida for inferior à dívida a sentença
declaratória que encerrar a falência será acompanhada de uma observação de que a
falência fora encerrada, porém o empresário Réu continuará devedor.

21/08/09 – sexta-feira

(***PROVA***) A decretação da falência de uma empresa dissolverá a sociedade


empresária? Em regra geral não, mas possui ressalva. A sentença falimentar dissolverá o
patrimônio da empresa devedora, porém a sociedade empresária só será dissolvida mediante
rompimento do contrato social por ordem judicial ou por vontade das partes na junta
comercial.
Uma empresa tem uma razão social ou denominação e um título de estabelecimento. A
falência é do patrimônio e não do empresário. Não dissolve a sociedade, pois o que fali é o
patrimônio. O patrimônio vai ser dilapidado e os sócios continuam sócios.
(*) O juiz que decreta a falência do patrimônio empresarial poderá dissolver a sociedade
empresária? Ou jamais poderá? Regra geral na falência o juiz não dissolve a sociedade, ele
dissolve o patrimônio. Porém, existem situações, por exemplo, no caso de crime falimentar,
ele também pode se quiser na mesma sentença dissolver a sociedade.
Ritos quanto ao pedido de falência
Os ritos (procedimentos), no processo de falência são diferentes em função do autor:
• Autofalência – art. 105 e 106 LF; o pedido deve vir com balanço patrimonial (está na
junta comercial no Livro Diário = Livro de balanço, se for microempresa pode modificar
ao invés de usar o livro diário, que é muito complexo, pode ter o livro caixa e um livro
de registro de inventário), relação de credores e contrato social.
Art. 105. O devedor em crise econômico-financeira que julgue não atender aos requisitos
para pleitear sua recuperação judicial deverá requerer ao juízo sua falência, expondo as
razões da impossibilidade de prosseguimento da atividade empresarial, acompanhadas dos
seguintes documentos:
I – demonstrações contábeis referentes aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as levantadas
especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da legislação
societária aplicável e compostas obrigatoriamente de:
a) balanço patrimonial;
b) demonstração de resultados acumulados;
c) demonstração do resultado desde o último exercício social;
d) relatório do fluxo de caixa;
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(se a empresa frauda o fisco, ou não tem os relatórios corretos, a empresa não tem o
benefício da falência).
II – relação nominal dos credores, indicando endereço, importância (quanto vale cada um),
natureza e classificação dos respectivos créditos (qual o título. Ex.: cheque, duplicata...).
(Para compor o rol de credores);
III – relação dos bens e direitos que compõem o ativo, com a respectiva estimativa de valor e
documentos comprobatórios de propriedade; (para compor a massa falida)
IV – prova da condição de empresário, contrato social ou estatuto em vigor ou, se não
houver, a indicação de todos os sócios, seus endereços e a relação de seus bens pessoais;
(comprovar o registro)
V – os livros obrigatórios e documentos contábeis que lhe forem exigidos por lei; (É cobrado
em provas de concurso quais os livros obrigatórios, que são: Livro Diário, Livro de registro de
inventário, livro das S.As – para as S.As, e mais 2 livros que foram inventados pelo novo C.C.,
e ainda não foram utilizados: Livro do Conselho Fiscal da LTDA, e Livros Tributários da LTDA –
a maioria são facultativos. O livro caixa não é obrigatório).
VI – relação de seus administradores nos últimos 5 (cinco) anos, com os respectivos
endereços, suas funções e participação societária.
OBS.: Os diretores, administradores ou gerentes da empresa devedora poderão ser
responsabilizados em função de gestão fraudulenta no processo de falência.
Art. 106. Não estando o pedido regularmente instruído, o juiz determinará que seja
emendado. (se estiver faltando alguma coisa na inicial o juiz não vai extinguir, vai determinar
a emenda em 10 dias).
• Outros casos – art. 98 LF; o empresário devedor neste caso deverá ser citado em 10
dias para responder através de contestação. OBS.: não existe possibilidade de
reconvenção na Lei de Falência. Só existe a contestação.
Art. 98. Citado, o devedor poderá apresentar contestação no prazo de 10 (dez) dias.
Parágrafo único. Nos pedidos baseados nos incisos I e II do caput do art. 94 desta Lei, o
devedor poderá, no prazo da contestação, depositar o valor correspondente ao total do
crédito, acrescido de correção monetária, juros e honorários advocatícios, hipótese em que a
falência não será decretada e, caso julgado procedente o pedido de falência, o juiz ordenará o
levantamento do valor pelo autor.
Art. 94. Será decretada a falência do devedor que:
I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida
materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o
equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência;
(impontualidade do pagamento)
II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à
penhora bens suficientes dentro do prazo legal; (execução frustrada).
No inc. III mesmo se depositar o valor, o juiz poderá decretar a falência (pois é caso de
fraude).
Existem 4 alternativas para o devedor se defender após sua citação:
• Só contestar – se o Juiz acatar a sua contestação indefere o pedido de falência através
de sentença denegatória. O requerente será condenado a pagar as sucumbências e as
perdas e danos. Se o juiz não acatar a contestação, declarará a falência através de
sentença declaratória.
• Contestar e depositar – o juiz vai analisar a contestação e se acolhê-la profere a
sentença denegatória, condenando o Requerente às perdas e danos, e quem levanta o
depósito é o Requerido. Se o juiz não acolher a defesa também profere sentença
denegatória (não decreta a falência, pois tem depósito), neste caso quem paga as
custas é o Requerido e o depósito fica para o Requerente. Obs.: sempre que houver
depósito o juiz não decreta a falência, salvo se o motivo for o inc. III do art. 94 (atos
fraudulentos).
• Só depositar – ocorre na sentença denegatória da falência onde o Requerido paga as
custas e o depósito fica com o Requerente (por não haver contestação entende-se que
o Requerido assume sua dívida/ser devedor).
• Finda o prazo o prazo de defesa sem depósito ou contestação – será proferida a
sentença declaratória de falência e começará a execução concursal. OBS.: A sentença

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declaratória que decreta a falência também será considerada constitutiva do estado
falimentar.

27/08/2009 - quinta-feira

1º Fase: Pré Falimentar


Art. 95, LF – Pode ser Pedida também recuperação Judicial nos 10 dias de defesa, depois da
Insolvência pode contestar, depositar e pedir recuperação judicial.
Art. 96, LF –
OBS: O Art. 96 de Incisos determina algumas possibilidades para contestar no prazo de
defesa, falência proposta em função do Art. 94 I (Impontualidade injustificada).
Requerida com base no inciso I do Art. 94, para não ser decretada a Falência:
I – falsidade de titulo
II – prescrição
III – nulidade de obrigação (... vide LEF)
QUESTÃO DE PROVA – Pegadinha – O Art. 96 VII determina ser possível o pedido de
recuperação judicial somente no prazo de Contestação (10 dias), porem a Doutrina
entende/prevê a possibilidade da extensão deste prazo até antes da Sentença que Declarar a
Falência.
Formas de defesa (Contestação; Depósito e Pedido de Recuperação) os dois últimos
segundo a Doutrina pode ser feito até a Sentença.
OBS: Os Advogados da Empresa demandada pede recuperação judicial, fica o processo de
Falência Interrompido, não havendo recuperação, o Processo de Falência volta a 1º Fase ao
prazo de 10 dias de defesa
Prazo de defesa
A contestação deve ser feita nos 10 dias do prazo da defesa, mas o depósito e a recuperação
da empresa pode se estender até antes da sentença.
Se o processo de recuperação não der certo volta para o processo de falência nos 10 dias
para que apresente nova defesa. Não existe recuperação judicial e falência correndo ao
mesmo tempo, quando há recuperação judicial o processo de falência é interrompido (com
isso a empresa ganha tempo).
Juízo UNO de falência – 2ª fase do processo
“Falência é um mar onde deságuam todos os rios”, por ser um juízo UNO. As exceções são
MUITO cobradas (créditos trabalhistas, pois tem preferência/juízo específico; fiscais e ações
em que o falido figurar como autor ou litisconsorte, que não forem regulados pela Lei de
Falência).
A falência é uma execução concursal.
Art. 76, LF. O juízo da falência é indivisível e competente para conhecer todas as ações
sobre bens, interesses e negócios do falido, ressalvadas as causas trabalhistas, fiscais e
aquelas não reguladas nesta Lei em que o falido figurar como autor ou litisconsorte ativo.
Parágrafo único. Todas as ações, inclusive as excetuadas no caput deste artigo, terão
prosseguimento com o administrador judicial, que deverá ser intimado para representar a
massa falida, sob pena de nulidade do processo.
OBS’s:
1) As ações propostas contra o devedor deverão ser informadas ao Juízo falimentar a
informação será feita pelo Juiz que receber ou pelo próprio devedor quando citado. Isto
se chama “vist at trativa” (atração do juízo falimentar – todas as ações são atraídas
pelo juízo de falência);
2) Juízo universal de falência – após decretada a falência o juízo falimentar será
competente para julgar os litígios que envolvam o devedor exceto os foros de
competência absoluta (trabalhista, fiscal e foro onde o devedor seja autor ou
litisconsorte ativo).
3) O processo trabalhista em função de determinação constitucional deverá ser julgado
pela justiça do trabalho. A partir do momento em que esta causa for julgada
procedente gerando créditos trabalhistas esta será habilitada no juízo de falência para
ser paga (pode acontecer a mesma coisa com as causas fiscais também).
É a fase falimentar verdadeira.
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Obs.: o art. 4º da LF foi vetado pelo Presidente da República em função do princípio da
celeridade do processo falimentar, pois determinava que o MP atuasse em todos os
procedimentos da falência e da recuperação judicial. O MP atuará apenas quando
determinado. Ex.: arts. 8; 19; 22, §4º; 30, §2º; 52, V; 59, §2º; 99, XIII; 132; 142, §7º... Porém
parte da doutrina se manifesta contra (pois o MP é o fiscal da Lei e deve participar de todo o
processo).
Uma parte da doutrina entende que o MP realmente não deva participar de todos os
procedimentos do processo de falência, respeitando, assim, o princípio da celeridade
processual.
Outra parte da doutrina utiliza-se do art. 82, CPC para afirmar que o MP deve atuar em todos
os processos que objetivem o interesse público.
Não tem doutrina majoritária, mas na prática, o MP ainda trabalha em todos os
procedimentos do processo, por entendem que é matéria de sua competência.
Art. 77, LF. A decretação da falência determina o vencimento antecipado das dívidas do
devedor e dos sócios ilimitada e solidariamente responsáveis, com o abatimento proporcional
dos juros, e converte todos os créditos em moeda estrangeira para a moeda do País, pelo
câmbio do dia da decisão judicial, para todos os efeitos desta Lei.
Art. 79, LF. Os processos de falência e os seus incidentes preferem a todos os outros na
ordem dos feitos, em qualquer instância.
Administrador Judicial
Depois da primeira fase, há a falência e como o processo é mais célere existem pessoas para
ajudar o juízo de falência. Antigamente tinha um síndico quer era um dos credores eleito
pelos próprios credores, que trabalhava para os credores, mas foi substituído pelo
administrador. Pode ser um advogado, administrador, economista, contador... O
administrador vai trabalhar para o juízo e vai receber por isso para administrar o processo.
Ele pega todo o patrimônio do empresário e formar uma massa falida, e depois buscar quem
são os legítimos credores, ele terá que pedir ao juízo de falência para trabalhar com ele, se o
juiz entender que sim, vai configurar algumas pessoas para trabalhar com ele, e essas
pessoas vão receber (todavia o poder público que vai pagar essas pessoas).

03/09/09 - quinta-feira – Pegar matéria com Isabela.

ADMINISTRADOR JUDICIAL (Continuação)


Na Lei anterior existia o Sindico que possuía interesse ligados aos credores. O Administrador
Judicial substituiu o Sindico e tem com função exclusiva de auxiliar o Juízo.
De preferência, o administrador vai ser um advogado, contador, economista ou
administrador. Se for pessoa jurídica deverá ser representado por uma pessoa física.
Função do administrador
1- Organizar o Rol de credores
2- Administrar a arrecadação de bens. (Tem que ser uma das primeiras coisas a se fazer).
3- Representar a Massa Falida
Remuneração
• Até 5% do ativo em caso falência
• Até 5% do passivo em caso de Recuperação Judicial
Patrimônio de uma empresa (ou estabelecimento comercial)
1- Bens Corpóreos: A) Imóvel
B) Maquinário
C)Balcão
D) Instalações
E) Veículos (Viaturas)
2- Bens Incorpóreos: A) Ponto comercial (é onde está situado, é sinônimo de direito de
localização empresária)
B) Nome (Razão Social e Denominação)
C) Titulo de Estabelecimento
D) Marca
E) Know How
F) Créditos
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G) Contratos
O sindico trabalhava para os credores, diferente dos administradores judiciais que trabalhão
para o juízo, sendo imparcial.
OBS1: Em função da busca da idoneidade por parte do administrador em todos os atos a que
lhe são conferidos ele receberá 40% do valor total destinado a ele, apenas no final do
processo.
OBS2: O Art. 84 da LEF, determina que o administrador poderá contratar auxiliares, porem os
créditos pagos a ele, devem ser autorizados pelo magistrado e serão considerados apenas
extraconcursais (fora da massa falida), o juízo de falência PE que paga.
Comitê de credores
Poderá ser criado com o intuito de fiscalizar tanto o administrador judicial, quanto o próprio
andar do processo falimentar. É facultativo, mais importante, hora o administrador,
diferentemente do antigo sindico, não possui como função representar os credores.

04/09/09 - sexta-feira

EXERCÍCIO VALENDO 1 PONTO (QUEM NÃO FEZ EM SALA PEGAR NO BLOG E ENTREGAR PARA
O PROFESSOR CORRIGIR – GUARDAR POR QUE 1 AULA ANTES DA PROVA É PARA ENTREGAR
PARA O PROF PARA ELE LANÇAR A NOTA).

10/09/09 - quinta-feira

Eleição do comitê de credores – será na assembléia geral de credores. Cada categoria de


credores elegerá seus representantes e será formado por 3 membros de cada classe de
credores e terá 2 suplentes cada um (o comitê terá 5 representantes). Mesmo que uma classe
não indique um representante o comitê será formado, não há necessidade de participação de
todas as classes. O comitê de credores é facultativo, e não recebe nada.
Classes:
• Classe de trabalhadores – é a classe que recebe primeiro. Formam uma classe e vão
votar em 5 representantes (2 destes são suplentes).
• Classe com garantias especiais (fisco) – são os tributos devidos.
• Classe com garantia real – a dívida e provada através, por exemplo, de uma
hipoteca ou qualquer garantia real (vão receber até o limite da garantia que possuem).
• Classe de credores comuns – são os clientes, fornecedores e etc. todos os que
sobraram (podem ser chamados de quirografários).
O próprio devedor empresário tem direito a receber alguma coisa (se, por exemplo, tinha um
sócio, e emprestou dinheiro para a empresa). Mas é por último, se sobrar dinheiro.
O comitê não possui remuneração por trabalhar em causa própria.
Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem:
I – os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 (cento e cinqüenta)
salários-mínimos por credor, e os decorrentes de acidentes de trabalho; (***PROVA*** - o
juiz que determina quantos salários mínimos e o máximo é 150. Quem recebe são
os trabalhadores e os acidentados em função do trabalho).
II - créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado; (não quer dizer que
vá receber tudo de vez, o máximo é o valor do bem, isso quer dizer que pode receber menos,
e não mais. Quem decide é o juiz, para sobrar para pagar as outras pessoas).
III – créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo de constituição,
excetuadas as multas tributárias; (tributo: “é coisa boa”; é feito para arrecadação ≠ multa: “é
coisa ruim”; tem o objetivo de punição. Na falência o fisco vai receber o valor dos tributos, e o
da multa somente no final, caso sobre dinheiro)
IV – créditos com privilégio especial, a saber:
a) os previstos no art. 964 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002;
b) os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo disposição contrária desta
Lei;

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c) aqueles a cujos titulares a lei confira o direito de retenção sobre a coisa dada em
garantia;
V – créditos com privilégio geral, a saber:
a) os previstos no art. 965 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002;
b) os previstos no parágrafo único do art. 67 desta Lei;
c) os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo disposição contrária desta
Lei;
VI – créditos quirografários, a saber: (créditos comuns)
a) aqueles não previstos nos demais incisos deste artigo;
b) os saldos dos créditos não cobertos pelo produto da alienação dos bens vinculados ao
seu pagamento;
c) os saldos dos créditos derivados da legislação do trabalho que excederem o limite
estabelecido no inciso I do caput deste artigo;
VII – as multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis penais ou
administrativas, inclusive as multas tributárias;
VIII – créditos subordinados, a saber:
a) os assim previstos em lei ou em contrato;
b) os créditos dos sócios e dos administradores sem vínculo empregatício.
§ 1o Para os fins do inciso II do caput deste artigo, será considerado como valor do bem
objeto de garantia real a importância efetivamente arrecadada com sua venda, ou, no caso
de alienação em bloco, o valor de avaliação do bem individualmente considerado. (o próprio
devedor empresário pode receber como créditos comuns quirografários, ou seja, por último).
§ 2o Não são oponíveis à massa os valores decorrentes de direito de sócio ao
recebimento de sua parcela do capital social na liquidação da sociedade.
§ 3o As cláusulas penais dos contratos unilaterais não serão atendidas se as obrigações
neles estipuladas se vencerem em virtude da falência.
§ 4o Os créditos trabalhistas cedidos a terceiros serão considerados quirografários.
Assembléia Geral de Credores
Art. 35, LF – A assembléia-geral de credores terá por atribuições deliberar sobre:
I – na recuperação judicial:
a) aprovação, rejeição ou modificação do plano de recuperação judicial apresentado pelo
devedor;
b) a constituição do Comitê de Credores, a escolha de seus membros e sua substituição;
c) (VETADO)
d) o pedido de desistência do devedor, nos termos do § 4o do art. 52 desta Lei;
e) o nome do gestor judicial, quando do afastamento do devedor;
f) qualquer outra matéria que possa afetar os interesses dos credores;
II – na falência:
a) (VETADO)
b) a constituição do Comitê de Credores, a escolha de seus membros e sua substituição;
c) a adoção de outras modalidades de realização do ativo, na forma do art. 145 desta
Lei;
d) qualquer outra matéria que possa afetar os interesses dos credores.
Pode ser feita de maneira judicial (quando o juiz decreta a falência e o juiz elabora essa
assembléia) ou extrajudicial (os próprios credores se organizam).
O quórum, na primeira chamada, deverá haver credores que reúnam pelo menos a metade do
valor dos créditos de cada classe presente. E na segunda chamada obedecerá qualquer
quórum.
Coisas que a assembléia costuma fazer (de acordo com a nova Lei):
• Retirou muitos poderes do juiz e passou para os credores, e é na assembléia geral que
os credores têm o poder de se manifestar;
• Cada credor tem voto proporcional ao valor dos seus créditos;
• Na recuperação judicial, para que ela seja aprovada, cada credor trabalhista ou
acidentado poderá votar 1 vez sendo este voto o cabeça; já as outras classes para
aprovar o plano de recuperação votarão em 2 turnos, sendo o primeiro proporcional
aos créditos de cada um, e o segundo por cabeça.

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• (*Importante* - *PROVA*) O presidente da assembléia geral será o administrador
judicial ou o maior credor.

PARA COMPLETAR A NOTA FALTA 1 EXERCÍCIO E 1 TRABALHO. NA AULA QUE VEM O


PROFESSOR VAI DEIXAR TRABALHO NO BLOG E NÓS VAMOS ENTREGAR E FAZER
OUTRO EXERCÍCIO. PODE SER DIGITADO OU MANUSCRITO.

17/09/09 – quinta-feira

Exercício e trabalho valendo nota.

18/09/09 - sexta-feira

Entrega dos exercícios e do trabalho.

Revisão:
Prova com pegadinhas.
Diferença entre falência e execução cível: A falência foi criada em função de a execução ser
mais justa, visto que tem vários credores e todos devem receber. É uma execução unificada
concursal/juízo UNO, e tem uma lei específica (11.101/05).
Quem tem condições de falir no Brasil? O empresário e a sociedade. A pessoa física, em
regra, não pode no Brasil.
Os princípios mais importantes são:
• Função social da empresa – a empresa é importante pro Estado, para pagar impostos,
gerar empregos;
• Celeridade processual – é muito mais ágil do que a Lei antiga;
Tipos de sociedade (são 5 registradas): só a S.A. e a LTDA permitem a responsabilidade
limitada dos sócios.
Existem mais que não são registradas: em conta de participação (sócio oculto que não
responde). Sociedade de fato (oculta) não é legal. A lei não permite, pois a empresas devem
ser registradas.
Cooperativa não pode falir.
Quais as empresas que não têm direito de falir pela nova Lei? Empresas públicas e sociedade
de economia mista, e sociedade de compensação. As excluídas parcialmente (todas que
fazem o papel do banco/atividades bancárias), empresas que trabalhem com seguridade,
empresas de plano de saúde privado, seguro.
Insolvência falimentar (art. 94 - TODO) x insolvência civil.
A fraude nos livros da empresa enseja falência.
Quais são os pressupostos para falência?
• Art. 94 (insolvência);
• Legitimidade ativa e passiva;
• Ser empresário individual ou empresa;
Quem pode pedir falência? Próprio devedor, cônjuge sobrevivente, herdeiros, cotista ou
acionista e qualquer credor.
Fases do processo de falência.
1ª fase – processo de conhecimento (respostas do réu; como é o procedimento da
recuperação judicial). Se a pessoa que pedir a falência mora fora do Brasil pode pedir a
falência de qualquer maneira/normalmente? Não. Tem que prestar caução. Pois se estiver
pedindo de má-fé, tem que pagar a indenização para o suposto devedor.
Pode fazer o depósito depois da sentença que ao transitou em julgado de falência? Resposta
de acordo com a Lei (pode – função social da empresa).
2ª fase – vai ser criada uma assembléia geral de credores.
• 1º ato que a assembléia de credores vai fazer é votar no administrador judicial (que
pode ser: o maior credor, advogado, contador, administrador, economista, pode ser
uma empresa desde que seja representado por uma pessoa física...);
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• E depois buscar os bens. Massa falida é principalmente os bens incorpóreos (os
clientes, as marcas, a localidade, o nome empresarial, as patentes...).
• Formado o comitê de credores que é FACULTATIVO. Cada classe de credores vai votar
em 5 representantes (3 efetivos e 2 suplentes) vai trabalhar em favor dos credores.
Quem substituiu o síndico foi o comitê de credores. Não recebe nada pelo trabalho. O
administrador vai ganhar (responder quanto ele ganha, e quando ganha), pois trabalha
para o juízo (na falência é 5% do ativo).
• Rol de credores vai ser formado. Os títulos vencidos entram pra falência, e os que não
venceram também entram.
• Art. 83 – classes que vão receber. (quem são credores quirografários?).
• Assembléia geral de credores. (qual o quórum?)
• Vis at tractiva – o juízo de falência é como se fosse um imã. Todas as causas serão
atraídas para ele, salvo as exceções da lei.

01/09/09 - quinta-feira (amanhã correção e entrega das provas)

__________________________________________2º
BIMESTRE__________________________________________

SENTENÇA DECLARATÓRIA DE FALÊNCIA


A sentença (alguns processualistas chamam de decisão interlocutória) que decretar a falência
deverá conter:
• A síntese/resumo do pedido, a identificação do falido e os nomes dos administradores
(quem vai “pagar o pato” nem sempre é só o falido, mas também os administradores
podem ser apenados);
• Ordenará ao falido que apresente em 5 dias relação nominal dos credores (se esta
ainda não estiver nos autos, o que geralmente está). A pena é a de desobediência (o
devedor indica ao juízo de falência quem são os credores, para facilitar o trabalho do
administrador judicial);
• Ordenará o prazo para habilitação dos créditos (o credor terá o prazo de 15 dias após a
publicação do edital de falência para apresentar ao administrador judicial suas
habilitações ou divergências em função do crédito relacionado);
• Ordenará a suspensão de todas as ações ou execuções contra o falido (as ações
trabalhistas e fiscais continuam. E as que ele for credor e não devedor também não. As
ações ilíquidas não vão ser suspensas, ela vai ser julgada no juízo comum e quando se
tornar um título executivo vai para o juízo de falência para o pagamento, assim como
as trabalhistas e fiscais. Mas não precisa ser de foro especial);
• O juiz poderá pedir a prisão preventiva do falido e administradores, se for comprovada
a prática de crimes previstos na Lei de Falência (LF);
• A sentença ordenará a junta comercial (registro das empresas mercantis) que proceda
a anotação da falência no registro do devedor, isso para que ele se torne desabilitado
durante todo o processo de falência, não podendo exercer atividades empresariais;
• A sentença declaratória nomeará o administrador judicial (não pode faltar o
administrador judicial, se for o mesmo o juiz deve dizer na sentença);
• A sentença determinará expedição de ofício para repartições públicas tomarem
conhecimento da falência e informarem sobre bens e direitos do falido;
• Falará a respeito da continuação provisória das atividades do falido com o
administrador judicial, ou da lacração do estabelecimento. A falência continuada é a
continuação provisória da empresa, mas deve ser decretada de ofício pelo Juiz (mas
normalmente o juiz lacra a empresa. Quem vai administrar é o administrador judicial);
o objetivo da continuação provisória é vender a empresa mais facilmente;
• Determinará a convocação da assembléia geral de credores para eleger o comitê de
credores;
• Notificará/intimará o MP, a fazenda pública, estados e municípios onde a empresa falida
tenha sede;
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13
• O juiz determinará a publicação do edital contendo na íntegra a decisão e a relação de
credores;

E o juiz decretou a falência, como advogado do devedor pode recorrer da decisão em função
do principio do contraditório e da ampla defesa. (*PROVA*) da decisão que decretar a
falência caberá AGRAVO. Da sentença que julgar a improcedência da falência caberá
APELAÇÃO.
OBS.: quem por dolo pedir falência de outrem será condenado na sentença de improcedência
a indenizar o devedor em perdas e danos.
OBS.²: se houver mais de um autor pedindo a falência a responsabilidade será solidária.
DOS DIREITOS E DEVERES DO FALIDO
O falido preso vai ter alguns direitos, vai ser privado “apenas” da liberdade, mas possui os
outros direitos normalmente.
Todos os bens do empresário ou da empresa serão suscetíveis de penhora da massa falida?
Não. Os bens que são proibidos de serem penhorados, bens de família e etc. não podem ser
penhorados nem mesmo no caso de falência.

08/10/2009 - quinta-feira

ARRECADAÇÃO E CUSTÓDIA DE BENS


Art. 103, LF – Desde a decretação da falência ou do seqüestro, o devedor perde o direito de
administrar os seus bens ou deles dispor.
- Com a decretação da falência o devedor perde o direito de administrar seus bens e dispor
deles. Em regra, os bens ficam com seus antigos proprietários. Os bens vão ser levados à
massa falida e depois devem ser vendidos para não depreciar (vai acontecer com menos
burocracia).
É o ato em que o administrador judicial ao representar a massa falida se apossa de todos os
bens da empresa. Incluindo os livros comerciais (livro diário, que nas microempresas podem
ser substituídos pelo livro caixa e registro de inventário que são menos formais), fiscais e
documentos importantes (o objetivo é ver se houve alguma espécie de fraude).
Obs.: todos os bens devem ficar sob a guarda do administrador judicial para que possam ser
avaliados e depois vendidos.
Obs.²: a guarda dos livros e documentos tem como objetivo a avaliação da situação que se
encontra a empresa e serve também para provar possíveis crimes falimentares.
Responsabilidade
Do sócio devedor/falido – depende:
• Se for uma empresa individual – responsabilidade ilimitada (responde com os bens
pessoais e os da empresa. Primeiro respondem os bens da empresa. Pode ser
penhorado algum bem pessoal primeiro, e o devedor que deve alegar);
• Se for sociedade empresarial, que pode ser:
o Limitada (só respondem com os bens empresariais)
 S.A.
 LTDA
o Ilimitada (respondem com os bens pessoais e empresarias)
 Comandita – os sócios que são gestores respondem ilimitadamente;
 Nome coletivo – todos os sócios respondem ilimitadamente;
Art. 108. Ato contínuo (imediatamente) à assinatura do termo de compromisso, o
administrador judicial efetuará a arrecadação dos bens e documentos e a avaliação dos bens,
separadamente ou em bloco, no local em que se encontrem, requerendo ao juiz, para esses
fins, as medidas necessárias.
O administrador judicial que faz a avaliação.
Se não for possível a avaliação imediata o administrador requererá o juiz um prazo para a
apresentação do laudo de avaliação, o prazo será de no máximo 30 dias, contados da
apresentação do ato de arrecadação. Os bens em garantia real serão avaliados
separadamente.

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Obs.: poderão ser contratados profissionais especialistas na avaliação de determinados bens,
se autorizado pelo juiz.
Obs.¹: os bens do devedor que estiverem penhorados em função de execução judicial comum
também serão arrecadados pelo administrador.
Obs.²: se o administrador encontrar resistência para fazer a arrecadação de bens poderá
requerer o auxílio da polícia.
Obs.³: O MP não precisa participar da arrecadação de bens na nova Lei de falência (visto que
ele só deve atuar quando expresso em Lei).
Realização do ativo falimentar
É a venda da massa falida após sua avaliação.
A nova Lei determina que a realização do ativo ocorra logo após a arrecadação dos bens para
evitar custos com armazenamento dos bens, e visando a celeridade processual. Poderá
ocorrer a venda dos bens até mesmo antes da formação do quadro geral de credores/rol de
credores.
Alienação de bens
Após ouvir o administrador judicial e o comitê de credores será feira a alienação, mas quem
decide é o juiz da maneira dele:
• Leilão – lances/propostas orais, é o mesmo leilão do CPC.
• Propostas fechadas – é através de cartas fechadas/lacradas entregues no Cartório para
que o juiz possa ao lê-las escolher a melhor proposta.
• Pregão – uni o Leilão e a proposta fechada, ou seja, tem lances orais e cartas lacradas
(só que é quem dá menos).
Quem substituiu o síndico é o comitê de credores e não o administrador.
Extinção das obrigações do devedor na falência
Art. 158, LF. Extingue as obrigações do falido:
I – o pagamento de todos os créditos;
II – o pagamento, depois de realizado todo o ativo, de mais de 50% (cinqüenta por cento) dos
créditos quirografários, sendo facultado ao falido o depósito da quantia necessária para
atingir essa porcentagem se para tanto não bastou a integral liquidação do ativo;
III – o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contado do encerramento da falência, se o falido
não tiver sido condenado por prática de crime previsto nesta Lei;
IV – o decurso do prazo de 10 (dez) anos, contado do encerramento da falência, se o falido
tiver sido condenado por prática de crime previsto nesta Lei.

22/10/2009 - quinta-feira

Efeitos da sentença de falência:


Quanto à pessoa do falido:
O falido é o Empresário individual ou a sociedade empresária.
1) O falido fica proibido de exercer a empresa (quem exerce a empresa é o administrador
judicial – e sua equipe);
2) O falido perderá a administração de seus bens;
3) O falido perderá o direito de locomoção/ir e vir e permanecer, e isso se estende aos
administradores da sociedade falida (ficam proibidos de se ausentar com ânimo
definitivo ou não).
Quanto aos bens:
O administrador judicial deve arrecadar todos os bens que estejam na posse direta do falido e
também bens que não estejam na posse do mesmo. O bem que não puder avaliar o
desconhecimento técnico do administrador deverá pedir autorização ao Juiz para nomear
especialista (perito) no prazo de 30 dias contados do início da arrecadação. Se a empresa
possuir ações (S.A. e comandita por ações) o juiz vai oficiar ao banco central, à CVM
(comissão de valores mobiliários), à Bovespa (bolsa de valores do Brasil). Se a empresa não
tem ações (não é S.A. nem comandita por ações), é uma LTDA, que possui cotas registradas
no contrato social, que é registrado na junta comercial, por isso o Juiz oficia à Junta Comercial.
Bens que não podem ser arrecadados na falência:
• Bens absolutamente impenhoráveis (art. 649, CPC);

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• Bens legalmente impenhoráveis;
• Bens inalienáveis por ato de vontade;
Pedido de restituição
Vai depender da defesa de cada um, ou seja, tem que alegar na defesa/no pedido de
restituição que o bem é impenhorável, isso quando os bens forem penhorados.
É a apresentação por terceiros prejudicados na arrecadação de bens da falência de provas
que garantam a estes a propriedade dos mesmos. Em hipótese nenhuma deve se começar a
fase de satisfação (pagamento dos credores) antes de acabar a restituição, pois vão pagar
aos credores com bens que não pertenciam ao falido.
Art. 85, LF. O proprietário de bem arrecadado no processo de falência ou que se encontre
em poder do devedor na data da decretação da falência poderá pedir sua restituição.
Parágrafo único. Também pode ser pedida a restituição de coisa vendida a crédito e
entregue ao devedor nos 15 (quinze) dias anteriores ao requerimento de sua falência, se
ainda não alienada. (não cai na prova).
Súm. 417, STF – Pode ser objeto de restituição, na falência, dinheiro em poder do falido,
recebido em nome de outrem, ou do qual, por lei ou contrato não tivesse ele a
disponibilidade.
Ex.: (***VAI CAIR NA PROVA***) INSS – no caso da empresa retirar o INSS do empregado e
não repassar pro INSS, na fase do pedido de restituição o INSS vai poder receber essas
parcelas que não foram pagas antes dos trabalhadores, e de qualquer outra pessoa. Eles vão
receber na fase do pedido de restituição, por que entende o legislador falimentar que o
dinheiro que estava na empresa que é fruto da não contribuição do INSS não é do
empregador é do INSS. Isso é o que os Tribunais têm entendido.

Se uma pessoa possui a propriedade de um bem, e outra pessoa possui o usufruto, esse bem
pode ser penhorado por dívida do proprietário?
Se fosse penhora do usufruto haveria problemas, pois o direito do usufrutuário é
personalíssimo e inalienável. O seu exercício e a percepção dos frutos (aluguel, plantações
etc...) pode ser penhorado.
Se levado a hasta pública, será vendida judicialmente ou adjudicada pelo credor a nua-
propriedade do imóvel que equivalente, por orientação doutrinária, a 2/3 partes do imóvel.
Quem ficar com a nua-propriedade poderá comprar a parte do usufrutuário e extinguir o
usufruto ou poderá esperar a morte do mesmo, que é outra forma da extinção do usufruto.
Se não houver outros bens a penhorar, ficaria com a nua propriedade mesmo, mas tomaria o
cuidado de ver com o usufrutuário o seu interesse em manter-se com esse direito.
Se o imóvel não estiver alugado e não for a posse direta do usufrutuário, pode-se até alugar o
imóvel ou até vendê-lo mais barato (ressarcida a dívida, pelo menos) passando ao comprador
da nua propriedade o direito de esperar a morte do usufrutuário para ser pleno proprietário
ou comprar-lhe este direito (ressalvando que vale, no máximo, 1/3 parte do valor venal do
imóvel)

29/10/09 – Quinta Feira

RECUPERAÇÃO JUDICIAL DE EMPRESAS


Por intermédio da nova lei o estado propõe a execução de planos que viabilizem a superação
e a recuperação da empresa em crise. É um avanço da lei 11.101/05.
Qual a diferença da recuperação de empresas e a extinta concordata?
A concordata era o parcelamento da dívida por parte do devedor, bom para o devedor e ruim
para o credor. Na recuperação de empresas fica muito melhor para o credor do que para o
devedor.
Na recuperação pode ocorrer o parcelamento, porque serão definidos planos de como irá
ocorrer a recuperação da empresa, inicialmente o falido irá criar planos para recuperação,
para posterior apresentação ao juiz junto com os credores, podendo ou não ser aprovado
pelos credores.

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Art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise
econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do
emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação
da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica.
A recuperação empresarial trata também na pratica da função social da empresa.
Concordata (Lei 7.661/45) X Recuperação (Lei 11.101/05)
Era restrita, pois apenas *Através de atuação financeira e
renegociavam dividas e dilatava econômica há proposta de planos
prazos de pagamento destas. Os para total reestruturação da
credores apenas assistiam. empresa devedora.
*Os credores participam aprovando
ou rejeitando o plano, fiscalizam
também.
EXPLICAÇÃO NA AULA
Ex: a empresa tem a divida de um Ex: Tipos de plano, o credor pode
milhão e juros de um milhão, então entrar como sócio da empresa, ou
o devedor junto ao juiz verifica uma entre como administrador da
forma de parcelamento da divida, e empresa, pode ocorrer à fusão da
renegociação da divida, tentando empresa credora com a devedora.
diminuir os juros. Os credos não Os planos podem ser criados ou os
participavam, apenas assistia a acordos podem ser feitos fora do
decisão do juiz com o devedor. juízo de falência, homologar o
acordo e levar para o juiz de
falência.
Os credores fiscalizam todo o
processo de recuperação de
falência.

05/11/2009 - quinta-feira

Pegar quadro feito na aula passada (29/10/09) entre a antiga concordata (em que o credor
não opinava) e a nova recuperação de empresas (em que o credor pode opinar e faz parte
através do comitê de credores).
Art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise
econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do
emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação
da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica.

Legitimidade ativa (da recuperação de empresas)


É o empresário individual, a sociedade empresária, o cônjuge sobrevivente, herdeiros,
inventariante e o mais interessante, que é o sócio remanescente.
Obs.: o pedido de recuperação poderá ser feito diretamente ao juízo de falência ou também
no prazo de defesa da falência (art. 95 – prazo de 10 dias).
Requisitos para a recuperação judicial
Art. 48, LF. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido,
exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos (1º requisito – tem que provar
que exerce a atividade pelo registro, contrato social ou do estatuto social) e que atenda aos
seguintes requisitos, cumulativamente:
I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado,
as responsabilidades daí decorrentes; (2º requisito)
II – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial; (3º
requisito)
III – não ter, há menos de 8 (oito) anos, obtido concessão de recuperação judicial com base
no plano especial (arts. 70 a 72 – microempresas ou empresas de pequeno porte) de que
trata a Seção V deste Capítulo; (4º requisito)
IV – não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa
condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei. (5º requisito)
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Parágrafo único. A recuperação judicial também poderá ser requerida pelo cônjuge
sobrevivente, herdeiros do devedor, inventariante ou sócio remanescente.
Créditos da recuperação judicial
Todos os créditos que existam na data do pedido, que ainda não tenham sido vencidos.
Obs.¹: os credores que obtiverem seus créditos apenas no dia seguinte ao pedido de
recuperação não possuirão seus créditos amparados pelo plano de recuperação dessa
empresa, porém, se a recuperação não vingar e for transformada em falência tais créditos
passarão a fazer parte do novo instituto.
Ex.: Falência (petição inicial) Contestação em 10 dias  contesta e pede a recuperação
judicial (o dia 05/11/2009)  recuperação vai ser analisada (fase de pré recuperação)  os
créditos após o dia 05/11/2009 não serão contemplados pela recuperação. Se voltar para o
processo de falência esses créditos poderão ser contemplados.
Obs.²: os credores da empresa em recuperação poderão receber a dívida dos coobrigados,
fiadores, avalistas da dívida, se isso ocorrer, tais garantidores assumirão o lugar dos credores.
Art. 49. Estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data do pedido,
ainda que não vencidos.
§ 1o Os credores do devedor em recuperação judicial conservam seus direitos e privilégios
contra os coobrigados, fiadores e obrigados de regresso.
§ 2o As obrigações anteriores à recuperação judicial observarão as condições originalmente
contratadas ou definidas em lei, inclusive no que diz respeito aos encargos, salvo se de modo
diverso ficar estabelecido no plano de recuperação judicial.
§ 3o Tratando-se de credor titular da posição de proprietário fiduciário de bens móveis ou
imóveis, de arrendador mercantil, de proprietário ou promitente vendedor de imóvel cujos
respectivos contratos contenham cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade, inclusive
em incorporações imobiliárias, ou de proprietário em contrato de venda com reserva de
domínio, seu crédito não se submeterá aos efeitos da recuperação judicial e prevalecerão os
direitos de propriedade sobre a coisa e as condições contratuais, observada a legislação
respectiva, não se permitindo, contudo, durante o prazo de suspensão a que se refere o § 4o
do art. 6o desta Lei, a venda ou a retirada do estabelecimento do devedor dos bens de capital
essenciais a sua atividade empresarial.
§ 4o Não se sujeitará aos efeitos da recuperação judicial a importância a que se refere o
inciso II do art. 86 desta Lei.
§ 5o Tratando-se de crédito garantido por penhor sobre títulos de crédito, direitos creditórios,
aplicações financeiras ou valores mobiliários, poderão ser substituídas ou renovadas as
garantias liquidadas ou vencidas durante a recuperação judicial e, enquanto não renovadas
ou substituídas, o valor eventualmente recebido em pagamento das garantias permanecerá
em conta vinculada durante o período de suspensão de que trata o § 4o do art. 6o desta Lei.
Os meios de recuperação judicial
Este artigo (art. 50) não é taxativo, é exemplificativo.
Art. 50. Constituem meios de recuperação judicial, observada a legislação pertinente a cada
caso, dentre outros:
I – concessão de prazos e condições especiais para pagamento das obrigações vencidas ou
vincendas; (é o antigo instituto da concordata)
II – cisão, incorporação, fusão ou transformação de sociedade, constituição de subsidiária
integral, ou cessão de cotas ou ações, respeitados os direitos dos sócios, nos termos da
legislação vigente;
III – alteração do controle societário; (alguns credores entram como sócios ou venda para
sócios)
IV – substituição total ou parcial dos administradores do devedor ou modificação de seus
órgãos administrativos;
V – concessão aos credores de direito de eleição em separado de administradores e de poder
de veto em relação às matérias que o plano especificar;
VI – aumento de capital social;
VII – trespasse ou arrendamento de estabelecimento, inclusive à sociedade constituída pelos
próprios empregados;
VIII – redução salarial, compensação de horários e redução da jornada, mediante acordo ou
convenção coletiva;

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IX – dação em pagamento ou novação de dívidas do passivo, com ou sem constituição de
garantia própria ou de terceiro;
X – constituição de sociedade de credores;
XI – venda parcial dos bens;
XII – equalização de encargos financeiros relativos a débitos de qualquer natureza, tendo
como termo inicial a data da distribuição do pedido de recuperação judicial, aplicando-se
inclusive aos contratos de crédito rural, sem prejuízo do disposto em legislação específica;
XIII – usufruto da empresa;
XIV – administração compartilhada;
XV – emissão de valores mobiliários;
XVI – constituição de sociedade de propósito específico para adjudicar, em pagamento dos
créditos, os ativos do devedor.
§ 1o Na alienação de bem objeto de garantia real, a supressão da garantia ou sua
substituição somente serão admitidas mediante aprovação expressa do credor titular da
respectiva garantia.
§ 2o Nos créditos em moeda estrangeira, a variação cambial será conservada como
parâmetro de indexação da correspondente obrigação e só poderá ser afastada se o credor
titular do respectivo crédito aprovar expressamente previsão diversa no plano de
recuperação judicial.
Petição inicial (LER – VAI CAIR NA PROVA)
Art. 51. A petição inicial de recuperação judicial será instruída com:
I – a exposição das causas concretas da situação patrimonial do devedor e das razões da
crise econômico-financeira;
II – as demonstrações contábeis relativas aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as
levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da
legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de:
a) balanço patrimonial;
b) demonstração de resultados acumulados;
c) demonstração do resultado desde o último exercício social;
d) relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua projeção;
III – a relação nominal completa dos credores, inclusive aqueles por obrigação de fazer ou de
dar, com a indicação do endereço de cada um, a natureza, a classificação e o valor atualizado
do crédito, discriminando sua origem, o regime dos respectivos vencimentos e a indicação
dos registros contábeis de cada transação pendente;
IV – a relação integral dos empregados, em que constem as respectivas funções, salários,
indenizações e outras parcelas a que têm direito, com o correspondente mês de competência,
e a discriminação dos valores pendentes de pagamento;
V – certidão de regularidade do devedor no Registro Público de Empresas, o ato constitutivo
atualizado e as atas de nomeação dos atuais administradores;
VI – a relação dos bens particulares dos sócios controladores e dos administradores do
devedor;
VII – os extratos atualizados das contas bancárias do devedor e de suas eventuais aplicações
financeiras de qualquer modalidade, inclusive em fundos de investimento ou em bolsas de
valores, emitidos pelas respectivas instituições financeiras;
VIII – certidões dos cartórios de protestos situados na comarca do domicílio ou sede do
devedor e naquelas onde possui filial;
IX – a relação, subscrita pelo devedor, de todas as ações judiciais em que este figure como
parte, inclusive as de natureza trabalhista, com a estimativa dos respectivos valores
demandados.
§ 1o Os documentos de escrituração contábil e demais relatórios auxiliares, na forma e no
suporte previstos em lei, permanecerão à disposição do juízo, do administrador judicial e,
mediante autorização judicial, de qualquer interessado.
§ 2o Com relação à exigência prevista no inciso II do caput deste artigo, as microempresas e
empresas de pequeno porte poderão apresentar livros e escrituração contábil simplificados
nos termos da legislação específica.
§ 3o O juiz poderá determinar o depósito em cartório dos documentos a que se referem os §§
1o e 2o deste artigo ou de cópia destes.
Despacho (LER – VAI CAIR NA PROVA)
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Serve para determinar o processamento da recuperação judicial, não é a decisão de que fora
aprovada a recuperação, pois isto só ocorrerá com o consentimento os credores na
Assembléia Geral.
Art. 52. Estando em termos a documentação exigida no art. 51 desta Lei, o juiz deferirá o
processamento da recuperação judicial e, no mesmo ato:
I – nomeará o administrador judicial, observado o disposto no art. 21 desta Lei;
II – determinará a dispensa da apresentação de certidões negativas para que o devedor
exerça suas atividades, exceto para contratação com o Poder Público ou para recebimento de
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, observando o disposto no art. 69 desta Lei;
III – ordenará a suspensão de todas as ações ou execuções contra o devedor, na forma do art.
6o desta Lei, permanecendo os respectivos autos no juízo onde se processam, ressalvadas as
ações previstas nos §§ 1o, 2o e 7o do art. 6o desta Lei e as relativas a créditos excetuados na
forma dos §§ 3o e 4o do art. 49 desta Lei;
IV – determinará ao devedor a apresentação de contas demonstrativas mensais enquanto
perdurar a recuperação judicial, sob pena de destituição de seus administradores;
V – ordenará a intimação do Ministério Público e a comunicação por carta às Fazendas
Públicas Federal e de todos os Estados e Municípios em que o devedor tiver estabelecimento.
§ 1o O juiz ordenará a expedição de edital, para publicação no órgão oficial, que conterá:
I – o resumo do pedido do devedor e da decisão que defere o processamento da
recuperação judicial;
II – a relação nominal de credores, em que se discrimine o valor atualizado e a
classificação de cada crédito;
III – a advertência acerca dos prazos para habilitação dos créditos, na forma do art. 7o, §
1o, desta Lei, e para que os credores apresentem objeção ao plano de recuperação judicial
apresentado pelo devedor nos termos do art. 55 desta Lei.
§ 2o Deferido o processamento da recuperação judicial, os credores poderão, a qualquer
tempo, requerer a convocação de assembléia-geral para a constituição do Comitê de
Credores ou substituição de seus membros, observado o disposto no § 2o do art. 36 desta Lei.
§ 3o No caso do inciso III do caput deste artigo, caberá ao devedor comunicar a suspensão
aos juízos competentes.
§ 4o O devedor não poderá desistir do pedido de recuperação judicial após o deferimento de
seu processamento, salvo se obtiver aprovação da desistência na assembléia-geral de
credores.
Plano de recuperação
Deverá ser apresentado ao Juiz no prazo de 60 dias a partir da publicação do despacho de
processamento sob pena de convolação em falência.
Art. 53. O plano de recuperação será apresentado pelo devedor em juízo no prazo
improrrogável de 60 (sessenta) dias da publicação da decisão que deferir o processamento da
recuperação judicial, sob pena de convolação em falência, e deverá conter:
I – discriminação pormenorizada dos meios de recuperação a ser empregados, conforme o
art. 50 desta Lei, e seu resumo;
II – demonstração de sua viabilidade econômica; e
III – laudo econômico-financeiro e de avaliação dos bens e ativos do devedor, subscrito por
profissional legalmente habilitado ou empresa especializada.
Parágrafo único. O juiz ordenará a publicação de edital contendo aviso aos credores sobre o
recebimento do plano de recuperação e fixando o prazo para a manifestação de eventuais
objeções, observado o art. 55 desta Lei.
Durante a recuperação que administra a empresa? O devedor e os gestores da
empresa fiscalizados pelo Comitê de Credores e pelo Administrador Judicial, salvo
se ocorrer o previsto no art. 64.
Art. 64. Durante o procedimento de recuperação judicial, o devedor ou seus administradores
serão mantidos na condução da atividade empresarial, sob fiscalização do Comitê, se houver,
e do administrador judicial, salvo se qualquer deles:
I – houver sido condenado em sentença penal transitada em julgado por crime cometido em
recuperação judicial ou falência anteriores ou por crime contra o patrimônio, a economia
popular ou a ordem econômica previstos na legislação vigente;
II – houver indícios veementes de ter cometido crime previsto nesta Lei;
III – houver agido com dolo, simulação ou fraude contra os interesses de seus credores;
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IV – houver praticado qualquer das seguintes condutas:
a) efetuar gastos pessoais manifestamente excessivos em relação a sua situação
patrimonial;
b) efetuar despesas injustificáveis por sua natureza ou vulto, em relação ao capital ou
gênero do negócio, ao movimento das operações e a outras circunstâncias análogas;
c) descapitalizar injustificadamente a empresa ou realizar operações prejudiciais ao seu
funcionamento regular;
d) simular ou omitir créditos ao apresentar a relação de que trata o inciso III do caput do
art. 51 desta Lei, sem relevante razão de direito ou amparo de decisão judicial;
V – negar-se a prestar informações solicitadas pelo administrador judicial ou pelos demais
membros do Comitê;
VI – tiver seu afastamento previsto no plano de recuperação judicial.
Parágrafo único. Verificada qualquer das hipóteses do caput deste artigo, o juiz destituirá o
administrador, que será substituído na forma prevista nos atos constitutivos do devedor ou do
plano de recuperação judicial.
Votação da Assembléia Geral de Credores
Art. 45. Nas deliberações sobre o plano de recuperação judicial, todas as classes de credores
referidas no art. 41 desta Lei deverão aprovar a proposta.
§ 1o Em cada uma das classes referidas nos incisos II e III do art. 41 desta Lei, a proposta
deverá ser aprovada por credores que representem mais da metade do valor total dos
créditos presentes à assembléia e, cumulativamente, pela maioria simples dos credores
presentes.
§ 2o Na classe prevista no inciso I do art. 41 desta Lei, a proposta deverá ser aprovada pela
maioria simples dos credores presentes, independentemente do valor de seu crédito.
§ 3o O credor não terá direito a voto e não será considerado para fins de verificação de
quorum de deliberação se o plano de recuperação judicial não alterar o valor ou as condições
originais de pagamento de seu crédito.
Prazo de recuperação judicial
As obrigações do plano deverão ser cumpridas nos 02 anos seguintes à medida, se durante o
período de recuperação houver descumprimento das obrigações essa poderá ser
transformada em falência
Art. 61. Proferida a decisão prevista no art. 58 desta Lei, o devedor permanecerá em
recuperação judicial até que se cumpram todas as obrigações previstas no plano que se
vencerem até 2 (dois) anos depois da concessão da recuperação judicial.
§ 1o Durante o período estabelecido no caput deste artigo, o descumprimento de qualquer
obrigação prevista no plano acarretará a convolação da recuperação em falência, nos termos
do art. 73 desta Lei.
Recuperação das microempresas
Art. 70. As pessoas de que trata o art. 1o desta Lei e que se incluam nos conceitos de
microempresa ou empresa de pequeno porte, nos termos da legislação vigente, sujeitam-se
às normas deste Capítulo.
§ 1o As microempresas e as empresas de pequeno porte, conforme definidas em lei, poderão
apresentar plano especial de recuperação judicial, desde que afirmem sua intenção de fazê-lo
na petição inicial de que trata o art. 51 desta Lei.
§ 2o Os credores não atingidos pelo plano especial não terão seus créditos habilitados na
recuperação judicial.

12/11/2009 - quinta-feira

Exercício para fazer em sala, pegar o visto do professor e entregar junto com o trabalho na
sexta. Algumas questões vão cair na prova.

TRABALHO SOBRE CRIMES FALIMENTARES


2º BIMESTRE – 2 PONTOS – individual ou em grupo (até 3) – utilizar no mínimo 3
bibliografias – para o dia 13/11/09 (sexta-feira).
Tema:
• Sujeito ativo dos crimes falimentares (quem pode ser?)
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• Condições objetivas de punibilidade
• Efeitos da condenação por crime falimentar (quais efeitos se a pessoa for
condenada)
• Como se dá a aplicação subsidiária do CPP?
Espécies de crimes:
• Fraude a/contra credores
• Violação de sigilo empresarial
• Divulgação de informação falsa
• Indução a erro
• Favorecimento de credores
• Desvio e apropriação de bens
• Exercício ilegal de atividade
• Habilitação ilegal de crédito
• Aquisição, uso ou recebimento ilegal de bens
• Omissão de documentos contábeis obrigatórios
(trazer o Conceito; tipificação legal – dentro da Lei de Falência; pena e exemplos de
cada um desses crimes)

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