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30/07/2009
FALÊNCIA
Quebra da empresa X falência
Quebra da empresa e falência genericamente são sinônimos, entretanto, não se confundem.
Diz-se ocorrer a quebra de empresa quando o empresário extingue o estabelecimento
comercial por iniciativa própria, entrando em acordo com seus credores por meios
extrajudiciais (fechou a empresa, mas não foi decretada a falência). A falência, por sua vez,
somente ocorrerá mediante decretação judicial (ou seja, pelo Juiz), requerida por um único
credor, por vários, ou até mesmo pelo próprio empresário proprietário, ressalvadas as
exceções de credores que não podem requerer falência e empresas que não poderão falir (o
processo é instaurado no juízo de falência).
Toda falência é uma quebra, mas nem toda a quebra é uma falência.
Conceito de falência – É a execução CONCURSAL do devedor empresário. Diz-se concursal
posto que, quando da decretação de falência, levantada a massa falida, em havendo
múltiplos credores, estes receberão cada qual sua quota. Sendo insuficiente os valores
levantados após a decretação de falência, observar-se-á a ordem de preferência. (não existe
falência de pessoa física, e sim de empresário).
PRINCÍPIOS DA LEI DE FALÊNCIA (Lei. 11 101/05)
• Princípio da preservação da empresa – art. 47 e 75 – Da empresa mesmo falida
continua trabalhando por um período, para os empregados conseguirem tempo para
procurar outro emprego, a empresa funcionando gera dinheiro. O juiz tentará preservar
a empresa o máximo possível;
• Princípio do rigor na punição dos crimes falimentares – existe crime que quem
vai ser punido vão ser os próprios sócios que vão responder, e tem crime que outra
pessoa irá responder como o gerente, diretor da loja;
• Princípio da eficiência e celeridade processual – no art. 4º da Lei, que foi vetado,
temos um avanço enquanto a tempo do processo e sua eficiência, pois, agora, o MP só
irá trabalhar onde a lei determinar, antes trabalhava na falência como um todo, por
eles acharem que falência é de assunto público.
• Princípio da função social da empresa
REVISÃO SOCIEDADES EMPRESARIAIS
Empresas:
• Empresário Individual
- Não precisa de contrato social, mas também é registrado na junta comercial. Mas ele
não é pessoa jurídica, mas tem CNPJ.
- irá responder como pessoa física (não na hora de executar, pois podem ser
executados seus bens particulares – eles respondem pela dívida). Não há como pedir a
desconsideração da personalidade jurídica.
• Sociedades empresariais com personalidade jurídica
- Comandita simples (responsabilidade solidária e ilimitadamente)
- Nome coletivo (responsabilidade solidária e ilimitadamente)
- LTDA (responsabilidade solidária e limitada se o capital estiver totalmente
integralizado)
- SA (as ações são limitadas. Os gestores podem ser presos por crimes falimentares)
- Comandita por ações – os sócios direitos possuem responsabilidade ilimitada e os
sócios acionistas respondem limitamente.
- Sociedades simples (registrada no cartório civil da pessoa jurídica), como, por
exemplo, a UVV, Igrejas, as ONGS de um modo geral (pessoa jurídica, CNPJ, mas é sem
fins lucrativos). Exceção: Cooperativas (elas possuem fins lucrativos, e registrada em
junta comercial, como ela tem lei própria ela não é uma empresa).
- Comandita simples:
Comanditado = ilimitado
ELABORADA POR SUELEN CRISTINA MEDEIROS MENDES – suelencmm@hotmail.com
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Comanditário = limitado (esses sócios eles só podem perder suas ações, porque
eles não trabalham de fato na empresa)
- Nome coletivo
- Sociedade empresarial que não são registradas e não são pessoas jurídicas
• Em conta de participação – é uma sociedade esquisita, porque na verdade isso é um
contrato de investimento, (isso na prática) – são aquelas sociedades ocultas, elas
funcionam com dois tipos de sócios, onde vai ter um contrato onde outra pessoa vai
dar um dinheiro em troca de participação nos lucros, esse contrato vai ser oculto. Se a
empresa quebrar, essa terceira pessoa, vai perder o dinheiro que ela investiu, mas
pode pedir o dinheiro de volta ao dono dessa empresa. Só quem tem responsabilidade
em dívidas e para com terceiros será a pessoa que de fato está registrado.
• Sociedade comum ou de fato – ela existe, mas elas não são jurídicas, são sociedades
não registradas, irregulares, seria uma empresa irregular (não são registradas, não
paga imposto, taxas entre outras coisas, proibidos pelo ordenamento jurídico).
07/08/09
Devedor X Credor
A garantia de um credor é o patrimônio do devedor.
• Princípio da patrimonialidade – Havendo inadimplência por parte do devedor,
poderá o credor, através do judiciário, promover a execução.
Quando o patrimônio do devedor não é suficiente para adimplir o que deve, (quando
ele deve mais do que possui), essa regra da individualidade da execução torna-se
injusta. Isto porque não da aos credores as mesmas chances. Quem executar primeiro,
será pago, não sobrando créditos para quem vier depois.
Execução concursal – Em casos onde o devedor deve mais do que tem. Esta execução
abrangerá a totalidade dos credores e a totalidade dos bens do devedor. Dessa forma ocorre
o direito falimentar, através do princípio, “CREDICIO CREDITORUM”, basilar ao direito
falimentar.
OBS: Falência é uma execução concursal.
Quem está sujeito a nova lei de falência? DEC. Lei nº 7661/45 – Este antigo decreto
aplicava-se aos comerciantes. Quem sem relevante razão, não paga na data correta suas
obrigações líquidas, objeto de títulos executivos estava sujeito ao antigo decreto. Por basear-
se na teoria dos “atos de comércio”, tal decreto tinha atuação restrita ao comerciante, não
contemplando os prestadores de serviço, agronegócio, seguro, atividade bancária, mercado
de ações etc...
O benefício da concordata também não era aplicado a estas atividades econômicas (hoje já
não existe mais).
Só a partir do novo código Civil 2002 é que as outras atividades econômicas foram
contempladas legalmente pela falência em função da criação da fase do direito das
empresas.
Nova Lei de Falência (11. 101/05)
Art. 1º – As regras referentes á recuperação judicial, recuperação extrajudicial e falência
aplicam-se ao empresário individual e a sociedade empresária
OBS: O empresário individual não é pessoa jurídica, ele vai responder com todos seus bens.
(responde ilimitadamente), seguindo o beneficio de ordem, primeiramente com bens
empresariais e depois com bens pessoais.
OBS²: As cooperativas, pessoas jurídicas não empresariais, não estão sujeitas a falência (pois
mesmo sendo registrada na junta comercial ela não é empresa, pois existe uma legislação
específica). Todas as empresas registradas na junta comercial estão sujeitos a falência.
OBS³: Não estão sujeitas a falência: o autônomo, profissional liberal, o artista, o empresário
não registrado na junta comercial, o agronegócio (ex.: atividade de agricultura, extrativismo
animal, vegetal ou mineral) não registrado na junta comercial.
Empresários não sujeitos a falência
• Excluídos totalmente:
a) empresas públicas, pois se são contratados pela união, com dinheiro público, deve
ser analisado de outra forma, com uma função social importante.
b) sociedade de economia mista. Art. 2º da lei de falência tem dinheiro público e de
20/08/2009 – quinta-feira
Antigamente a pessoa do devedor pagava a dívida, pois a pessoa era morta se estivesse
devendo, hoje em dia a dívida é paga com os bens do devedor.
Legitimidade Ativa
I) O próprio devedor (é a chamada autofalência – ocorre normalmente quando a empresa
vê que suas dívidas estão quase maiores do que os seus bens, então o próprio
empresário pede a falência, paga as dívidas e não permanece na “bola de neve”,
impedindo que fique ainda mais endividado);
II) O cônjuge sobrevivente (tem que ser analisado o regime de casamento), herdeiros do
devedor ou inventariante;
III) Cotista ou acionista do devedor (ex.: João é dono de uma padaria em sociedade com
Maria. Maria acha que a empresa não está dando certo, e está cheia de dívidas.
Mas, João tem esperança de que vai dar certo, e vai se envolvendo cada vez mais
em dívidas. Assim, Maria pode pedir a falência da empresa);
IV) Qualquer credor; Tem exceções (são observações importantes e mais cobradas):
a. A execução fiscal em casos de decretação de falência será suspensa (os
credores trabalhistas, com relação a tributos e etc. não vão participar do
processo de falência, pois são juízos específicos. Depois de ser decidido o valor
da indenização no juízo específico, vai pro juízo de falência para ele pagar);
b. Quem requer a falência de alguém dolosamente e o pedido é julgado
improcedente poderá ser condenado pela mesma sentença de improcedência a
indenizar o devedor.
c. A falência será ajuizada no local do estabelecimento, porém, se existirem filiais o
estabelecimento responsável deverá ser aquele centro das atividades financeiras
e econômicas do devedor (NÃO PRECISAR/NÃO É NECESSÁRIO AJUIZAR A AÇÃO
NA MATRIZ. Filial sempre é da mesma empresa, mas tem casos em que as
pessoas confundem e acham que são filiais, mas na realidade são empresas
distintas, pois tem CNPJ diferentes, denominação ou razão social diferentes,
entre outras coisas).
Art. 97, Lei 11.101/05 – LF – Podem requerer a falência do devedor:
I – o próprio devedor, na forma do disposto nos arts. 105 a 107 desta Lei;
II – o cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o inventariante;
III – o cotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do ato constitutivo da sociedade;
IV – qualquer credor.
§ 1º O credor empresário apresentará certidão do Registro Público de Empresas que
comprove a regularidade de suas atividades.
§ 2º O credor que não tiver domicílio no Brasil deverá prestar caução relativa às custas e ao
pagamento da indenização de que trata o art. 101 desta Lei.
PROCESSO DE FALÊNCIA
O processo falimentar se divide em 3 fases distintas:
1ª Fase – Pré-Falimentar – Vai desde a postulação, até a sentença (uns dizem que é
interlocutória). Esta fase utiliza-se do processo de conhecimento. Nesta fase não existe
falência, mas existe processo de falência, e a falência pode não vir a existir (depende do que
o Juiz vai decretar). Vai ter direito de defesa do devedor (se pedir a recuperação judicial este
21/08/09 – sexta-feira
27/08/2009 - quinta-feira
04/09/09 - sexta-feira
EXERCÍCIO VALENDO 1 PONTO (QUEM NÃO FEZ EM SALA PEGAR NO BLOG E ENTREGAR PARA
O PROFESSOR CORRIGIR – GUARDAR POR QUE 1 AULA ANTES DA PROVA É PARA ENTREGAR
PARA O PROF PARA ELE LANÇAR A NOTA).
10/09/09 - quinta-feira
17/09/09 – quinta-feira
18/09/09 - sexta-feira
Revisão:
Prova com pegadinhas.
Diferença entre falência e execução cível: A falência foi criada em função de a execução ser
mais justa, visto que tem vários credores e todos devem receber. É uma execução unificada
concursal/juízo UNO, e tem uma lei específica (11.101/05).
Quem tem condições de falir no Brasil? O empresário e a sociedade. A pessoa física, em
regra, não pode no Brasil.
Os princípios mais importantes são:
• Função social da empresa – a empresa é importante pro Estado, para pagar impostos,
gerar empregos;
• Celeridade processual – é muito mais ágil do que a Lei antiga;
Tipos de sociedade (são 5 registradas): só a S.A. e a LTDA permitem a responsabilidade
limitada dos sócios.
Existem mais que não são registradas: em conta de participação (sócio oculto que não
responde). Sociedade de fato (oculta) não é legal. A lei não permite, pois a empresas devem
ser registradas.
Cooperativa não pode falir.
Quais as empresas que não têm direito de falir pela nova Lei? Empresas públicas e sociedade
de economia mista, e sociedade de compensação. As excluídas parcialmente (todas que
fazem o papel do banco/atividades bancárias), empresas que trabalhem com seguridade,
empresas de plano de saúde privado, seguro.
Insolvência falimentar (art. 94 - TODO) x insolvência civil.
A fraude nos livros da empresa enseja falência.
Quais são os pressupostos para falência?
• Art. 94 (insolvência);
• Legitimidade ativa e passiva;
• Ser empresário individual ou empresa;
Quem pode pedir falência? Próprio devedor, cônjuge sobrevivente, herdeiros, cotista ou
acionista e qualquer credor.
Fases do processo de falência.
1ª fase – processo de conhecimento (respostas do réu; como é o procedimento da
recuperação judicial). Se a pessoa que pedir a falência mora fora do Brasil pode pedir a
falência de qualquer maneira/normalmente? Não. Tem que prestar caução. Pois se estiver
pedindo de má-fé, tem que pagar a indenização para o suposto devedor.
Pode fazer o depósito depois da sentença que ao transitou em julgado de falência? Resposta
de acordo com a Lei (pode – função social da empresa).
2ª fase – vai ser criada uma assembléia geral de credores.
• 1º ato que a assembléia de credores vai fazer é votar no administrador judicial (que
pode ser: o maior credor, advogado, contador, administrador, economista, pode ser
uma empresa desde que seja representado por uma pessoa física...);
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• E depois buscar os bens. Massa falida é principalmente os bens incorpóreos (os
clientes, as marcas, a localidade, o nome empresarial, as patentes...).
• Formado o comitê de credores que é FACULTATIVO. Cada classe de credores vai votar
em 5 representantes (3 efetivos e 2 suplentes) vai trabalhar em favor dos credores.
Quem substituiu o síndico foi o comitê de credores. Não recebe nada pelo trabalho. O
administrador vai ganhar (responder quanto ele ganha, e quando ganha), pois trabalha
para o juízo (na falência é 5% do ativo).
• Rol de credores vai ser formado. Os títulos vencidos entram pra falência, e os que não
venceram também entram.
• Art. 83 – classes que vão receber. (quem são credores quirografários?).
• Assembléia geral de credores. (qual o quórum?)
• Vis at tractiva – o juízo de falência é como se fosse um imã. Todas as causas serão
atraídas para ele, salvo as exceções da lei.
__________________________________________2º
BIMESTRE__________________________________________
E o juiz decretou a falência, como advogado do devedor pode recorrer da decisão em função
do principio do contraditório e da ampla defesa. (*PROVA*) da decisão que decretar a
falência caberá AGRAVO. Da sentença que julgar a improcedência da falência caberá
APELAÇÃO.
OBS.: quem por dolo pedir falência de outrem será condenado na sentença de improcedência
a indenizar o devedor em perdas e danos.
OBS.²: se houver mais de um autor pedindo a falência a responsabilidade será solidária.
DOS DIREITOS E DEVERES DO FALIDO
O falido preso vai ter alguns direitos, vai ser privado “apenas” da liberdade, mas possui os
outros direitos normalmente.
Todos os bens do empresário ou da empresa serão suscetíveis de penhora da massa falida?
Não. Os bens que são proibidos de serem penhorados, bens de família e etc. não podem ser
penhorados nem mesmo no caso de falência.
08/10/2009 - quinta-feira
22/10/2009 - quinta-feira
Se uma pessoa possui a propriedade de um bem, e outra pessoa possui o usufruto, esse bem
pode ser penhorado por dívida do proprietário?
Se fosse penhora do usufruto haveria problemas, pois o direito do usufrutuário é
personalíssimo e inalienável. O seu exercício e a percepção dos frutos (aluguel, plantações
etc...) pode ser penhorado.
Se levado a hasta pública, será vendida judicialmente ou adjudicada pelo credor a nua-
propriedade do imóvel que equivalente, por orientação doutrinária, a 2/3 partes do imóvel.
Quem ficar com a nua-propriedade poderá comprar a parte do usufrutuário e extinguir o
usufruto ou poderá esperar a morte do mesmo, que é outra forma da extinção do usufruto.
Se não houver outros bens a penhorar, ficaria com a nua propriedade mesmo, mas tomaria o
cuidado de ver com o usufrutuário o seu interesse em manter-se com esse direito.
Se o imóvel não estiver alugado e não for a posse direta do usufrutuário, pode-se até alugar o
imóvel ou até vendê-lo mais barato (ressarcida a dívida, pelo menos) passando ao comprador
da nua propriedade o direito de esperar a morte do usufrutuário para ser pleno proprietário
ou comprar-lhe este direito (ressalvando que vale, no máximo, 1/3 parte do valor venal do
imóvel)
05/11/2009 - quinta-feira
Pegar quadro feito na aula passada (29/10/09) entre a antiga concordata (em que o credor
não opinava) e a nova recuperação de empresas (em que o credor pode opinar e faz parte
através do comitê de credores).
Art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise
econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do
emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação
da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica.
12/11/2009 - quinta-feira
Exercício para fazer em sala, pegar o visto do professor e entregar junto com o trabalho na
sexta. Algumas questões vão cair na prova.