Documentos de Académico
Documentos de Profesional
Documentos de Cultura
Capítulo 2
Quando um raio de luz solar é emitido de um arco íris ou de um prisma, a luz branca
é separada em seus constituintes coloridos ou espectro. O espectro de luz visível é uma
pequena parte do Espectro Eletromagnético.
A luz visível é uma forma de energia, que pode ser descrita por duas teorias: a teoria
ondulatória e a teoria corpuscular. Nenhuma das duas teorias pode sozinha, descrever
completamente todas as propriedades da luz: Algumas propriedades são mais bem
explicadas pela teoria ondulatória, e outras propriedades são mais bem explicadas pela
teoria corpuscular.
Pode-se representar a onda luminosa que atravessa o espaço por uma onda
senoidal representada pela figura 2. Neste diagrama λ é o comprimento de onda da luz; luz
de cores diferentes tem diferentes valores de comprimento de onda
Observe na figura 2 que ao agitar uma corda você transfere energia para ela e esta
energia se propaga formando ondas ao longo da mesma. Se você observar com cuidado
verá que as ondas que se formam possuem uma geometria que se repete em ciclos de
mesmo comprimento ao longo da corda. Esse comprimento de onda depende da
freqüência com que você agita a corda e também da velocidade com que as ondas podem
se propagar através dela (numa corda fina as ondas se propagam mais rapidamente que
numa grossa).
Desta forma, uma propagação ondulatória de energia pode ser caracterizada pelo
comprimento ou freqüência das ondas que se formam. Para produzir ondas curtas você
precisa agitar a corda com freqüência mais alta, isto é, transferir mais rapidamente energia
para a corda; por isso, as ondas de comprimento de onda curto transportam mais energia
por segundo.
Diferente dos outros tipos de energia que dependem de um meio material (como a
corda) para se propagar de um lugar para outro, a energia radiante pode se deslocar através
do vácuo; neste caso, os físicos dizem que a radiação se propaga através de um meio
denominado campo eletromagnético e, por isso, é também denominada radiação
eletromagnética (REM).
A velocidade com que a luz no vácuo é dada por: c = 2,998 x 108 m.s-1, é
considerada a constante universal, constante de Plank. Toda luz, não importa a freqüência,
ou o comprimento de onda, se propaga a esta velocidade no vácuo, A luz se propaga a
diferentes velocidades em diferentes meios (ar, água etc), mas como os gases são muito
dispersos, a velocidade da luz no ar é usualmente tratada da mesma forma, que no vácuo.
Essa premissa não é válida para água, nem para o vidro ou qualquer outro meio
transparente.
A teoria quântica da luz fornece uma relação entre a energia da luz e sua freqüência.
A luz em uma dada freqüência υ vem em feixes de energia que chamamos de fótons, em
uma quantidade específica, dada pela fórmula:
E = hν (equação 2.2)
Pode-se então calcular o número de onda por segundo que é a freqüência da luz.
1
comprimento de onda ≡ υ =
λ
Visível 7000 - 4000 7 x 10-5 - 4 x 10-5 4.3 x 1014 - 7.5 x 1014 2-3
Raios Gama < 0.1 < 10-9 > 3 x 1019 > 105
Ex. 2 – A água absorve radiação infravermelha, que tem uma freqüência de 1595 cm-1.
Converta esse número de onda para o comprimento de onda em mícron.
Resp.-
1 1
υ= Rearranjando tem-se: λ =
λ υ
1
λ= = 0,0006269cm = 6,269mícrons ou 6,269 μ
1595cm −1
O espectro visível pode ser subdividido de acordo com a cor, com vermelho nos
Espectro Visível
Uma propriedade importante das cores é que estas podem ser misturadas para gerar
novas cores. Escolhendo três cores básicas (ou primárias) como o azul, o verde e o
vermelho, a sua mistura em proporções adequadas pode gerar a maioria das cores
encontradas no espectro visível. Como você pode ver na figura 4, os matizes formados
podem ser agrupados em amarelo (Y), ciano (C) e magenta (M), estes últimos não
encontrados no espectro visível. A mistura das três cores primárias forma o branco (W).
Quando a radiação interage com um objeto, pode ser refletida, absorvida ou mesmo
transmitida (no caso de objetos transparentes). Em geral a parte absorvida é transformada
em calor ou em algum outro tipo de energia e a parte refletida se espalha pelo espaço.
Podemos medir a refletância de um objeto para cada tipo de radiação que compõe o
espectro eletromagnético e então perceber, através dessa experiência, que a refletância de
um mesmo objeto pode ser diferente para cada tipo de radiação que o atinge.
A curva a da figura 7 mostra como uma folha verde tem valores diferentes de
refletância para cada comprimento de onda, desde o azul até o infravermelho próximo. Esse
tipo de curva, que mostra como varia a refletância de um objeto para cada comprimento de
onda, é denominada assinatura espectral e depende das propriedades do objeto.
Veja ainda nessa figura, a curva c que mostra a assinatura espectral de uma amostra
de solo; no caso do exemplo trata-se de um tipo de solo contendo ferro e pouca matéria
orgânica.
Na figura 8, que mostra a estrutura do olho humano, você pode perceber como as
imagens dos objetos observados são formadas. Cada ponto do objeto reflete luz em todas
as direções e parte dessa luz refletida atinge o olho sendo focalizado pelo cristalino (uma
lente orgânica) sobre o fundo do olho numa região chamada retina. Desta forma, o conjunto
de todos os pontos projetados sobre a retina formam uma imagem do objeto. Na retina,
milhões de células sensíveis à luz são estimuladas pela imagem e transmitem sinais
nervosos para o cérebro, através do nervo óptico. No cérebro esses sinais são
interpretados como sensações de forma, brilho e cor em função de nossa experiência visual.
Você certamente já ouviu falar que “à noite todos os gatos são pardos” tente justificar isso!”.
Não é difícil perceber que uma câmara digital cujo chip CCD tem poucos detectores
sensíveis produz imagens pouco detalhadas como a da figura 10b; por outro lado, se o chip
tem uma grande quantidade de detectores a imagem exibirá detalhes que antes não podiam
ser percebidos, como mostra a figura 10a.
Veja no arranjo da figura 12 que a luz proveniente da cena é separada por uns
dispositivos ópticos, formados por prismas e filtros, em três componentes. Escolhendo filtros
adequados para as cores primárias azul, verde e vermelho, uma imagem da cena, em cada
uma dessas três bandas, é projetada sobre o chip CCD correspondente.
A leitura dos chips pelo sistema eletrônico gera três imagens monocromáticas
(relativas a uma cor) da cena que são gravadas em um arquivo de computador.
Para entender como essas três imagens podem ser compostas para sintetizar uma
única imagem colorida no computador observe a figura 12.
A tela do monitor é composta de milhares de pequenas células coloridas (azul, verde
e vermelho) dispostas em trincas como em D.
Se você olhar para a tela do monitor com uma lente de aumento poderá observar
essas trincas, entretanto sem a lente, cada uma delas funciona como se fosse um único
pixel já que o seu sistema visual não tem resolução suficiente para percebê-las.
Com compostos orgânicos, por exemplo o benzeno, absorve luz no λ = 255 nm, que
corresponde a energia de absorção de 470 kJ.mol-1.
ΔE = hν (equação 2.5)
COMPRIMENTO DE ONDA = λ
FREQUÊNCIA = ν = MHz
A teoria quântica mostra que, em geral a energia da molécula pode ser quantizada
em certos valores, e quando a molécula muda sua energia de um valor permitido para outro,
ela deve emitir ou absorver a diferença de energia de acordo com a relação:
Estas duas quantidades não correspondem à mesma coisa, mas estão relacionadas
entre si. A Intensidade de radiação, I, é definida como a razão entre a potência radiante e o
ângulo sólido de incidência.
Ângulo sólido (q) é definido como a divisão entre o comprimento do arco de uma
circunferência (l) pelo raio (r) da mesma: q = l/r. (equação 2.8)
Um ângulo sólido (W) é definido como a divisão entre uma área na superfície de uma
esfera (A) pelo raio ao quadrado da mesma: W = A/r2 (equação 2.9)
Quando um feixe monocromático de radiação, com intensidade Io, incide sobre uma
cubeta contendo uma solução, vários fenômenos podem ocorrer. O efeito mais significativo
ocorre quando parte da radiação é absorvida pelo meio que está sendo analisado.
Entretanto, este não é o único efeito que pode ser observado. Parte da radiação incidente
pode ainda ser refletida, em função do absorvedor ou das diferenças entre o índice de
refração do meio onde a radiação se propaga e do meio que está sendo analisado (inclusive
pelas paredes da cubeta), enquanto que outra parte poderá ser simplesmente espalhada,
caso o meio não seja transparente e homogêneo.
Io = Ir + Ie + Ia + It (equação 2.10)
Boa parte dos procedimentos envolvendo absorção de luz são realizados com
soluções homogêneas e transparentes de modo que a intensidade de radiação espalhada
pode ser considerada desprezível.
Desta forma, trabalhando-se com soluções homogêneas, a intensidade da radiação
incidente pode ser considerada como sendo utilizada em dois processos, descritos pela
equação abaixo:
Io = Ia + It (equação 2.11)
Figura 17 - Solução de CuSO4 em meio amoniacal, contida em um fraco volumétrico. Notar que a
solução parece ser mais clara na região de ajuste do menisco, porque o diâmetro do tubo (espessura
do absorvedor) é bem menor que na parte inferior do frasco.
(equação 2.13)
(equação 2.14)
(equação 2.15)
(equação 2.16)
onde, c é a concentração e é a absortividade (constante independente da concentração).
(equação 2.17)
(equação 2.18)
(equação 2.19)
(equação 2.20)
Percebe-se pela equação 14 que a relação entre T e c não é linear, o que tende a
dificultar a comparação entre diferentes transmitâncias e as concentrações a elas
associadas. No entanto, aplicando logaritmos à equação 13 ( ou 14), obtém-se:
(equação 2.21)
A relação log10 (Io / It) é chamada de absorbância por muitos autores de língua
portuguesa, mas diversos outros preferem a derivação do inglês, absorbância. Por questões
de uso, este texto utilizará esta última alternativa. Assim, a Lei de Beer pode ser
representada como na Figura 18 e enunciada simplesmente como:
Figura 18 - Representação gráfica da Lei de Beer, para soluções de KMnO4 em λ = 545 nm
e um caminho óptico de 1 cm.
A= bc (equação 2.23)
Isto é feito para se definir qual o comprimento de onda da radiação incidente que
causará o máximo de absorção pela espécie a ser determinada e assim obter-se a melhor
sensibilidade na sua quantificação.
Teoricamente, isto pode ser realizado desde que não ocorra nenhuma interação
entre as espécies e que o espectro de absorção observado pela mistura seja a soma dos
espectros individuais que seriam obtidos caso cada uma das espécies estivesse presente
sozinha na solução e sob as mesmas condições experimentais.
Na prática, estas condições ideais não ocorrem mas, mesmo assim, ainda é possível
a determinação de espécies químicas em uma mistura. Neste caso, para cada comprimento
de onda, a absorbância total devido às espécies presentes na solução pode ser expressa
como a soma das absorbâncias de cada uma delas,
(equação 2.24)
(equação 2.25)
onde Aλ e Aλ2 são os valores de absorbância medidas em dois comprimentos de onda
diferentes, λ e λ2, e os índices 1 e 2 representam as duas substâncias diferentes.
EXERCÍCIOS