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INSS
TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL
LÍNGUA PORTUGUESA
RACIOCÍNIO LÓGICO
INFORMÁTICA
MATEMÁTICA
ATUALIDADES
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
REGIME JURÍDICO ÚNICO
PREVIDÊNCIA - CONJUNTURA E ESTRUTURA
CONHECIMENTOS COMPLEMENTARES

RIO DE JANEIRO
ALCÂNTARA: Rua Manoel João Gonçalves , 414 / 2º andar * (21) 2603-8480
CINELÂNDIA: Praça Mahatma Gandhi, 2 / 2º andar * (21) 2279-8257
CENTRO: Rua da Alfândega, 80 / 2º andar * (21) 3970-1015
COPACABANA: Av. N. Sra. Copacabana, 807 / 2º andar * (21) 3816-1142
DUQUE DE CAXIAS: Av. Pres. Kennedy, 1203 / 3º andar * (21) 3659-1523
MADUREIRA: Shopping Tem-Tudo / Sobreloja 18 * (21) 3390-8887
MÉIER: Rua Manuela Barbosa , 23 / 2º andar * (21) 3296-8857
NITERÓI: Rua São Pedro, 151 / Sobreloja * (21) 3604-6234
TAQUARA: Av. Nelson Cardoso, 1141 / 3º andar * (21) 2435-2611
SÃO PAULO
ALPHAVILLE: Calçada das Rosas, 74 * (11) 4197-5000
GUARULHOS: Av. Dr. Timóteo Pentado, 714 - Vila Progresso * (11) 2447-8800
SÃO PAULO: Rua Barão de Itapetininga, 163 / 6º andar * (11) 3017-8800
SANTO ANDRÉ: Av. José Cabalero, 257 * (11) 4437-8800
SANTO AMARO: Av. Santo Amaro, 5860 * (11) 5189-8800
OSASCO: Av. Deputado Emílio Carlos, 1132 * (11) 3685-2123

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INSS
TÉCNICO DO
SEGURO SOCIAL

EDITORA EXECUTIVA
Andréa Martins

GERENTE DE EDITORAÇÃO
Rodrigo Nascimento

SUPERVISÃO DIDÁTICA E PEDAGÓGICA


Claudio Roberto Bastos
Marceli Lopes
Rosangela Cardoso

DIAGRAMAÇÃO
Marcella Prata
Mariana Gomes

CAPA
Marcelo Fraga
Igor Marraschi

E-MAIL
apostilas@degraucultural.com.br

Proibida a reprodução no todo ou em partes, por qualquer meio ou processo, sem


autorização expressa. A violação dos direitos autorais é punida como crime: Có-
digo Penal, Art nº 184 e seus parágrafos e Art nº 186 e seus incisos. (Ambos atualizados
pela Lei nº 10.695/2003) e Lei nº 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais.

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Prezado(a) candidato(a),
A equipe pedagógica da Degrau Cultural elaborou esta apostila preparatória
com o objetivo de auxiliar a todos aqueles que pretendem prestar concurso
para o cargo de Técnico do Seguro Social do INSS.

Neste material, você encontrará noções de Língua Portuguesa, Raciocínio Ló-


gico, Informática, Matemática, Atualidades, Ética no Serviço Público, Regime
Jurídico Único, Previdência - Conjuntura e Estrutura e Conhecimentos Com-
plementares, de acordo com o edital do último concurso.

Esperamos que nosso material possa ser útil na conquista da tão sonhada
vaga e, desde já, lhe desejamos sucesso nesta empreitada.

Aproveitamos o ensejo para solicitar-lhe a gentileza de, ao término de seus


estudos, preencher a carta-resposta que se encontra na última folha da apos-
tila e entregar em qualquer agência dos Correios, pois sua opinião é funda-
mental para que possamos trabalhar de modo a atender, cada vez mais, às
suas expectativas.

Atenciosamente,
Os Editores

Sumário
005 Língua Portuguesa
073 Raciocínio Lógico
087 Informática
193 Matemática
233 Atualidades
263 Ética no Serviço Público
271 Regime Jurídico Único (Lei 8.112/90)
295 Previdência - Conjuntura e Estrutura
317 Conhecimentos Complementares
337 Exercícios

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Língua Portuguesa

Língua
Portuguesa
07 Interpretação de textos e Tipologia textual
18 Fonética, ortografia e acentuação gráfica
24 Emprego das classes de palavras
34 Crase
35 Sintaxe da oração e do período
39 Pontuação
42 Concordância verbal e nominal
46 Regência verbal e nominal
48 Significação das palavras
51 Redação de correspondência oficial
65 Novo Acordo Ortográfico

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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
TIPOLOGIA TEXTUAL
I. Tipologia Textual

Obs.: Às vezes, um fragmento pode apresentar características que o assemelham a uma descrição e também a uma
narração. Nesse caso, é interessante observar que em um fragmento narrativo a relação entre os fatos
relacionados é de anterioridade e posterioridade, ou seja, existe o fato que ocorre antes e aquele que ocorre
depois. Em uma narração ocorre a progressão temporal. Já na descrição a relação entre os fatos é de
simultaneidade, ou seja, os fatos relacionados são concomitantes, não ocorrendo progressão temporal.

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Classifique os trechos abaixo. Marque: Texto para a questão 07.


(A) Narração
(B) Descrição 1 (...) em volta das bicas era um zunzum cres-
(C) Dissertação cente; uma aglomeração tumultuosa de machos e
fêmeas. Uns após outros, lavavam a cara, incomo-
01. Ocorreu um pequeno incêndio na noite de ontem,
damente, debaixo do fio de água que escorria da
em um apartamento de propriedade do Sr. Marcos
5 altura de uns cinco palmos. O chão inundava-se. As
da Fonseca. No local habitavam o proprietário, sua
esposa e seus dois filhos. O fogo despontou em mulheres precisavam já prender as saias entre as
um dos quartos que, por sorte, ficava na frente do coxas para não as molhar, via-se-lhes a tostada
prédio. nudez dos braços e do pescoço que elas despiam
suspendendo o cabelo todo para o alto do casco;
02. O mundo moderno caminha atualmente para sua 10 os homens, esses não se preocupavam em não
própria destruição, pois tem havido inúmeros con- molhar o pêlo, ao contrário metiam a cabeça bem
flitos internacionais, o meio ambiente encontra-se debaixo da água e esfregavam com força as ventas
ameaçado por sério desequilíbrio ecológico e, e as barbas, fossando e fungando contra as pal-
além do mais, permanece o perigo de uma catás- mas das mãos. As portas das latrinas não descan-
trofe nuclear. 15 savam, era um abrir e fechar de cada instante, um
entrar e sair sem tréguas. Não se demoravam lá
03. Qualquer pessoa que o visse, quer pessoalmente
dentro e vinham ainda amarrando as calças ou sai-
ou através dos meios de comunicação, era logo
levada a sentir que dele emanava uma serenida- as; as crianças não se davam ao trabalho de lá ir,
de e autoconfiança próprias daqueles que vivem despachavam-se ali mesmo, no capinzal dos fun-
com sabedoria e dignidade. 20 dos, por detrás da estalagem ou no recanto das
hortas. (Aluísio Azevedo, O Cortiço)
04. De baixa estatura, magro, calvo, tinha a idade de
um pai que cada pessoa gostaria de ter e de quem 07. O fragmento acima pode ser considerado:
a nação tanto precisava naquele momento de de- a) narrativo, pois ocorre entre seus enunciados uma
samparo. progressão temporal de modo que um pode ser
considerado anterior ao outro.
05. Em virtude dos fatos mencionados, somos leva- b) um típico fragmento dissertativo em que se obser-
dos a acreditar na possibilidade de estarmos a vam muitos argumentos.
caminho do nosso próprio extermínio. É desejo de c) descritivo, pois não ocorre entre os enunciados
todos nós que algo possa ser feito no sentido de uma progressão temporal: um enunciado não pode
conter essas diversas forças destrutivas, para po- ser considerado anterior ao outro.
dermos sobreviver às adversidades e construir um d) descritivo, pois os argumentos apresentados são
mundo que, por ser pacífico, será mais facilmente objetivos e subjetivos.
habitado pelas gerações vindouras.
08. Filosofia dos Epitáfios
06. O homem, dono da barraca de tomates, tentava,
em vão, acalmar a nervosa senhora. Não sei por 1 Saí, afastando-me dos grupos e fingindo ler
que brigavam, mas sei o que vi: a mulher imensa- os epitáfios. E, aliás, gosto dos epitáfios; eles são,
mente gorda, mais do que gorda, monstruosa, er- entre a gente civilizada, uma expressão daquele
guia os enormes braços e, com os punhos cerra- pio e secreto egoísmo que induz o homem a ar-
dos, gritava contra o feirante. Comecei a me as- 5 rancar à morte um farrapo ao menos da sombra
sustar, com medo de que ela destruísse a barraca que passou. Daí vem, talvez, a tristeza inconsolá-
— e talvez o próprio homem — devido à sua fúria vel dos que sabem os seus mortos na vala co-
incontrolável. Ela ia gritando e se empolgando com mum; parece-lhes que a podridão anônima os al-
sua raiva crescente e ficando cada vez mais ver- cança a eles mesmos.
melha, assim como os tomates, ou até mais. (Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas)

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Do ponto de vista da composição, é correto afir- miniatura, a visão prefigurada do paraíso que san-
mar que o capítulo “Filosofia dos Epitáfios” tos e poetas imaginaram. Isso foi o que procurei e,
embora pudesse parecer bom demais para a vida
a) é predominantemente dissertativo, servindo os 20 humana, foi o que encontrei.
dados do enredo do ambiente como fundo para a Com igual paixão busquei o conhecimento.
digressão. Desejei compreender os corações dos homens.
b) é predominantemente descritivo, com a suspen- Desejei saber por que as estrelas brilham. E ten-
são do curso da história dando lugar à construção tei apreender a força pitagórica pela qual o núme-
do cenário. 25 ro se mantém acima do fluxo. Um pouco disso,
c) equilibra em harmonia narração e descrição, à não muito, encontrei.
medida que faz avançar a história e cria o cenário Amor e conhecimento, até onde foram possí-
de sua ambientação. veis, conduziram-me aos caminhos do paraíso.
d) é predominantemente narrativo, visto que o narrador Mas a compaixão sempre me trouxe de volta à Ter-
evoca os acontecimentos que marcaram sua saída. 30 ra. Ecos de gritos de dor reverberam em meu co-
ração. Crianças famintas, vítimas torturadas por
II. ROTEIRO PARA LEITURA DE TEXTOS opressores, velhos desprotegidos – odiosa carga
para seus filhos – e o mundo inteiro de solidão,
• ler atentamente o texto, tendo noção do conjunto pobreza e dor transformaram em arremedo o que
• compreender as relações entre as partes do texto 35 a vida humana poderia ser. Anseio ardentemente
• sublinhar momentos mais significativos aliviar o mal, mas não posso, e também sofro.
• fazer anotações à margem Isso foi a minha vida. Achei-a digna de ser vivi-
da e vivê-la-ia de novo com a maior alegria se a
III. ENTENDIMENTO DO TEXTO oportunidade me fosse oferecida.

O que deve ser observado para chegar à melhor (RUSSEL, Bertrand, Revista Mensal de Cultura,
compreensão do texto? Enciclopédia Bloch, n. 53, set.1971, p.83)

1. PALAVRAS-CHAVE O texto é constituído de cinco parágrafos que se


encadeiam de forma coerente, a partir das pala-
Palavras mais importantes de cada parágrafo, vras-chave vida e paixões do primeiro parágrafo:
em torno das quais outras se organizam, criando
uma ligação para produzirem sentido. As palavras- palavras-chave
chave aparecem, muitas vezes, ao longo do texto • 1º parágrafo – vida / paixões
de diversas formas: repetidas, modificadas ou re- • 2º parágrafo - amor
tomadas por sinônimos. As palavras-chave formam • 3º parágrafo - conhecimento
o alicerce do texto, são a base de sua sustentação, • 4º parágrafo - compaixão
levam o leitor ao entendimento da totalidade do tex- • 5º parágrafo – vida
to, dando condições para reconstruí-lo.
As palavras-chave vida e paixões prolongam-se em:
• atenção especial para verbos e substantivos; amor, conhecimento e compaixão. Cada parágrafo irá
• o título é uma boa dica de palavra-chave. ater-se a cada uma dessas paixões.

Observe o texto de Bertrand Russel, “Minha Vida”, Leia o texto abaixo para responder às questões 9 e 10.
a fim de compreender a forma como ele está cons-
truído: 1 É universalmente aceito o fato de que sai mais
cara a reparação das perdas por acidentes de tra-
1 Três paixões, simples mas irresistivelmente balho que o investimento em sua prevenção. Mas,
fortes, governaram minha vida: o desejo imenso então, por que eles ocorrem com tanta freqüência?
do amor, a procura do conhecimento e a insupor- 5 Falta, evidentemente, fiscalização. Constatar tal
tável compaixão pelo sofrimento da humanidade. fato exige apenas o trabalho de observar obras de
5 Essas paixões, como os fortes ventos, levaram- engenharia civil, ao longo de qualquer trajeto por
me de um lado para outro, em caminhos capricho- ônibus ou por carro na cidade. E quem poderia
sos, para além de um profundo oceano de angús- suprir as deficiências da fiscalização oficial – os
tias, chegando à beira do verdadeiro desespero. 10 sindicatos patronais ou de empregados – não o
Primeiro busquei o amor, que traz o êxtase – faz; se não for por um conformismo cruel, a tomar
10 êxtase tão grande que sacrificaria o resto de mi- por fatalidade o que é perfeitamente possível de
nha vida por umas poucas horas dessa alegria. prevenir, terá sido por nosso baixo nível de organi-
Procurei-o, também, porque abranda a solidão – zação e escasso interesse pela filiação a entida-
aquela terrível solidão em que uma consciência 15 des de classe, ou por desvio dessas de seus inte-
horrorizada observa, da margem do mundo, o in- resses primordiais.
15 sondável e frio abismo sem vida. Procurei-o, final- Falta também a educação básica, prévia a
mente, porque na união do amor vi, em mística qualquer treinamento: com a baixíssima escola-
ridade do trabalhador brasileiro, não há compre-

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20 ensão suficiente da necessidade e benefício dos porte torna precários os programas governa-
equipamentos de segurança, assim como da mentais para atendimento à demanda por saú-
mais simples mensagem ou de um manual de de, educação, habitação, assistência previden-
instruções. ciária e segurança pública.
E há, enfim, o fenômeno recente da terceiriza- Quanto aos trabalhadores sem anotação em
ção, que pode estar funcionando às avessas, ao carteira, formam um colossal conjunto de excluí-
25
propiciar o surgimento e a multiplicação de em- dos. Estão à margem dos benefícios sociais ga-
presas fantasmas de serviços, que contratam a rantidos pelos direitos de cidadania, entre os
primeira mão-de-obra disponível, em vez de sele- quais vale citar o acesso à aposentadoria, ao
cionar e de oferecer mão-de-obra especializada. seguro-desemprego e às indenizações repara-
(O Estado de S.Paulo – 22 de fevereiro de 1998 – doras pela despedida sem justa causa. De outro
adaptado) lado, não recolhem a contribuição previdenciária,
mas exercem fortes pressões sobre os serviços
09. Assinale a opção que apresenta as palavras-cha- públicos de assistência médico-hospitalar.
ve do texto. A reforma tributária poderá converter a expres-
a) aceitação universal – constatação – benefício – sões toleráveis a economia informal. A redução
escolaridade. fiscal incidente sobre as micro e pequenas em-
b) investimento em prevenção – deficiências – enti- presas provocará, com certeza, a regularização
dades – equipamentos. de grande parte das unidades produtivas em ação
c) falta de fiscalização – organização – benefício – clandestina. E a adoção de uma política consis-
mão-de-obra. tente para permitir o aumento do emprego e da
d) prevenção de acidentes – fiscalização – educa- renda trará de volta ao mercado formal os milhões
ção – terceirização. de empregados sem carteira assinada. É preci-
e) crescimento – conformismo – treinamento – em- so entender que o esforço em favor da inserção
presas. da economia no sistema mundial não pode pa-
gar tributo ao desemprego e à marginalização
10. Assinale a opção INCORRETA em relação aos ele- social de milhões de pessoas.
mentos do texto. (Correio Braziliense – 13.7.97)
a) O pronome “eles” (l.4) refere-se a “acidentes de
trabalho” (l.2 e 3). 1º parágrafo:
b) A expressão “tal fato” (l.5-6) retoma a idéia antece-
palavras-chave: economia informal e trabalha-
dente de “falta de fiscalização” (l.5).
dores admitidos sem carteira assinada
c) Para compreender corretamente a expressão “não
o último período do primeiro parágrafo apresenta
o faz” (l.10 e 11), é necessário retomar a idéia de
uma informação que vai nortear todo o texto: “Am-
“suprir as deficiências da fiscalização oficial” (l.9).
bas são portadoras de efeitos econômicos e soci-
d) A palavra “primordiais” vincula-se à idéia de “bási-
ais catastróficos.”
cos, principais”. (l.17)
e) “dessas” refere-se a “deficiências da fiscalização Idéia-chave: Economia informal e trabalhadores
oficial” (l.9). admitidos sem carteira assinada trazem prejuí-
zos econômicos e sociais.
2. IDÉIAS-CHAVE
2° parágrafo:
Se houver dificuldade para chegar à síntese do palavra-chave: economia informal
texto só pelas palavras-chave, deve-se buscar a efeitos econômicos - perda de receitas tributárias
idéia-chave, que deve refletir o assunto principal efeitos sociais - precariedade dos programas
de cada parágrafo, de forma sintetizada. sociais do governo
• A partir da síntese de cada parágrafo, chega-se à Idéia-chave: A perda de receitas tributárias cau-
idéia central do texto. sada pela economia informal prejudica os pro-
gramas sociais do governo.
Observe o texto:
3° parágrafo:
Existem duas formas de operação marginal: a palavra-chave: trabalhadores admitidos sem car-
que toma a classificação genérica de economia teira assinada
informal, correspondente a mais de 50% do Pro- efeitos econômicos - não recolhem contribuição
duto Interno Bruto (PIB), e a representada pelos previdenciária
trabalhadores admitidos sem carteira assinada. efeitos sociais – não têm garantia de direitos
Ambas são portadoras de efeitos econômicos e sociais
sociais catastróficos.
A atividade econômica exercida ao largo dos Idéia-chave: Trabalhadores admitidos sem car-
registros oficiais frustra a arrecadação de re- teira assinada causam prejuízos econômicos por
ceitas tributárias nunca inferiores a R$ 50 bi- não recolherem contribuição previdenciária e so-
lhões ao ano. A perda de receita fiscal de tal frem os efeitos sociais, por não terem seus direi-
tos assegurados.

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4º parágrafo: ( ) A culminação desse processo evolutivo encontra-


há uma proposta de solução para cada um dos se no conceito de risco social e na idéia correlata
problemas apresentados no texto: de responsabilidade social.
para a economia informal: reforma tributária – ( ) Daí as restrições da jornada normal e ao trabalho
redução fiscal para micro e pequenas empresas noturno.
para os trabalhadores sem carteira assinada: ( ) A necessidade de trabalhar não deve prejudicar o
política consistente para aumento do emprego e normal desenvolvimento de seu organismo.
da renda ( ) Enquanto esta é inerente a determinados ramos
Idéia-chave: A reforma tributária poderá minimi- de atividade, os primeiros são aqueles que ocor-
zar os efeitos da economia informal e uma política rem pelo exercício do trabalho, provocando lesão
consistente para aumento do emprego e da renda corporal.
pode provocar a formalização de contratos legais ( ) Constitui aquela o conjunto de princípios e regras
para milhões de empregados. destinados a preservar a saúde do trabalhador.
Idéia-central do texto:
A seqüência numérica correta é:
A economia informal tem efeitos econômicos e so-
a) 1, 3, 4, 5, 2.
ciais prejudiciais ao indivíduo e ao sistema, mas
b) 3, 2, 1, 5, 4.
ações políticas, como a reforma tributária, pode-
c) 2, 5, 3, 1, 4.
rão estimular a regularização de empresas, bene-
d) 5, 1, 4, 3, 2.
ficiado, também, os trabalhadores.
e) 2, 4, 5, 3, 1.
3. COERÊNCIA
12. As propostas abaixo dão seguimento coerente e ló-
Coerência é perfeita relação de sentido entre as
gico ao trecho citado, EXCETO uma delas. Aponte-a:
diversas palavras e/ou partes do texto. Haverá co-
“Provavelmente devido à proximidade com os
erência se for mantido um elo conceitual entre os
perigos e a morte, os marinheiros dos séculos XV
diversos segmentos do texto.
e XVI eram muito religiosos. Praticavam um tipo
de religião popular em que os conhecimentos teo-
4. COESÃO
lógicos eram mínimos e as superstições muitas.”
Quando lemos com atenção um texto bem cons-
(Janaína Amado, com cortes e adaptações)
truído, percebemos que existe uma ligação entre
os diversos segmentos que o constituem. Cada
a) Entre essas, figuravam o medo de zarpar numa
frase enunciada deve manter um vínculo com a
sexta-feira e o de olhar fixamente para o mar à
anterior ou anteriores para não perder o fio do pen-
meia-noite.
samento. Cada enunciado do texto deve estabele-
b) Cristóvão Colombo, talvez o mais religioso entre
cer relações estreitas com os outros a fim de tor-
todos os navegantes, costumava antepor a cada
nar sólida sua estrutura. A essa conexão interna
coisa que faria os dizeres: “Em nome da Santíssi-
entre os vários enunciados presentes no texto dá-
ma Trindade farei isto”.
se o nome de coesão. Diz-se, pois, que um texto
c) Apesar disso, os instrumentos náuticos represen-
tem coesão quando seus vários enunciados es-
taram progressos para a navegação oceânica, fa-
tão organicamente articulados entre si, quando há
cilitando a tarefa de pilotos e aumentando a segu-
concatenação entre eles.
rança e confiabilidade das rotas e viagens.
d) Nos navios, que não raro transportavam padres,
11. Numere o conjunto de sentenças de acordo com o
promoviam-se rezas coletivas várias vezes ao
primeiro, de modo que cada par forme uma se-
dia e, nos fins de semana, serviços religiosos
qüência coesa e lógica. Identifique, em seguida, a
especiais.
letra da seqüência numérica correta (Baseado em
e) Constituíam expressão de religiosidade dos ma-
Délio Maranhão).
rinheiros constantes promessas aos santos, indi-
viduais ou coletivas.
(1) Cumpre, inicialmente, distinguir a higiene do tra-
balho da segurança do trabalho.
Leia o texto para solucionar as questões 13 e 14.
(2) Na evolução por que passou a teoria do risco pro-
fissional, abandonou-se o trabalho profissional
1 Cientistas de diversos países decidiram abra-
como ponto de referência para colocar-se, em seu
çar, em 1990, um projeto ambicioso: identificar todo
lugar, a atividade empresarial.
o código genético contido nas células humanas
(3) Há que se fazer a distinção entre acidentes do tra-
(cerca de três bilhões de caracteres). O objetivo
balho e doença do trabalho.
5 principal de tal iniciativa é compreender melhor o
(4) O Direito do Trabalho reconhece a importância da
funcionamento da vida, e, conseqüentemente, a
função da mulher no lar.
forma mais eficaz de curar as doenças que nos
(5) Motivos de ordem biológica, moral, social e eco-
ameaçam. Como é esse código que define como
nômica encontram-se na base da regulamenta-
somos, desde a cor dos cabelos até o tamanho
ção legal do trabalho do menor.
10 dos pés, o trabalho com amostras genéticas co-
lhidas em várias partes do mundo está ajudando

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também a entender as diferenças entre as etnias d) As amostras para a pesquisa do Projeto Genoma
humanas. Chamado de Projeto Genoma Huma- Humano estão sendo colhidas em diversas par-
no, desde o seu início ele não parou de produzir tes do mundo.
15 novidades científicas. A mais importante delas é a e) O racismo não tem fundamento científico; é um
confirmação de que o homem surgiu realmente fenômeno que se forma apoiado em estruturas
sociais e culturais.
na África e se espalhou pelo resto do planeta. A
pesquisa contribuiu também para derrubar velhas
15. Indique a ordem em que as questões devem se
teorias sobre a superioridade racial e está provan- organizar no texto, de modo a preservar-lhe a coe-
20 do que o racismo não tem nenhuma base científi- são e coerência (Baseado no texto de José Onofre).
ca. É mais uma construção social e cultural. O que
( ) O País não é um velho senhor desencantado com
percebemos como diferenças raciais são apenas a vida que trata de acomodar-se.
adaptações biológicas às condições geográficas. ( ) O Brasil tem memória curta.
Originalmente o ser humano é um só. ( ) É mais como um desses milhões de jovens mal
(ISTO É – 15.1.97) nascidos cujo único dote é um ego dominante e
predador, que o impele para a frente e para cima,
13. Assinale o item em que não há correspondência impedindo que a miséria onde nasceu e cresceu
entre os dois elementos. lhe sirva de freio.
a) “tal iniciativa” (l.5) refere-se a “projeto ambicioso”. ( ) “Não lembro”, responde, “faz muito tempo”.
b) “ele” (l.14) refere-se a “Projeto Genoma Humano”. ( ) Lembra o personagem de Humphrey Bogart em
c) “delas” (l.15) refere-se a “novidades científicas”. Casablanca, quando lhe perguntaram o que fizera
d) “A pesquisa” (l.18) refere-se a “Projeto Genoma na noite anterior.
Humano”. ( ) Mas esta memória curta, de que políticos e jornalis-
e) “É mais” (l.21) refere-se a “Pesquisa”. tas reclamam tanto, não é, como no caso de Bo-
gart, uma tentativa de esquecer os lances mais
14. Marque o item que NÃO está de acordo com as penosos de seu passado, um conjunto de desilu-
idéias do texto. sões e perdas que leva ao cinismo e à indiferença.
a) O Projeto Genoma Humano tem como objetivo pri-
mordial reconhecer as diferenças entre as várias a) 1, 2, 6, 5, 4, 3.
raças do mundo. b) 2, 5, 4, 6, 3, 1.
b) O ser humano tem uma estrutura única independen- c) 2, 6, 1, 3, 5, 4.
te de etnia e as diferenças raciais provêm da neces- d) 1, 5, 4, 6, 3, 2.
sidade de adaptação às condições geográficas. e) 2, 5, 4, 1, 6, 3.
c) O código genético determina as características de
cada ser humano, e conhecer esse código levará
os cientistas a controlarem doenças.

5. CONEXÕES

Os conectivos também são elementos de coesão. Uma leitura eficiente do texto pressupõe, entre outros cuida-
dos, o de depreender as conexões estabelecidas pelos conectivos.
5.1. PRINCIPAIS CONECTIVOS

CONJUNÇÕES COORDENATIVAS

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CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS

PRONOMES RELATIVOS

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16. A alternativa que substitui, correta e respectiva- c) Mesmo que os deputados que deponham na CPI
ente, as conjunções ou locuções grifadas nos e ajudem a elucidar os episódios obscuros do caso
períodos abaixo é: dos precatórios, a confiança na instituição não foi
I. Visto que pretende deixar-nos, preparamos uma abalada.
festa de despedida. d) O ministro reafirmou que é preciso manter a todo
II. Terá sucesso, contanto que tenha amigos influ- custo o plano de estabilização econômica, sob
entes. pena de termos a volta da inflação.
III. Casaram-se e viveram felizes, tudo como estava e) Antes de fazer ilações irresponsáveis acerca das
escrito nas estrelas. medidas econômicas, deve-se procurar conhecer
IV. Foi transferido, portanto não nos veremos com as razões que, por isso as motivaram.
muita freqüência.
a) porque, mesmo que, segundo, ainda que. As questões 20 e 21 referem-se ao texto que segue.
b) como, desde que, conforme, logo.
c) quando, caso, segundo, tão logo. Imposto
d) salvo se, a menos que, conforme, pois.
e) pois, mesmo que, segundo, entretanto. A insistência das secretarias estaduais de
Fazenda em cobrar 25% de ICMS dos provedores
17. Assinale a alternativa em que o pronome relativo de acesso à Internet deve acabar na Justiça. A paz
“onde” obedece aos princípios da língua culta atual entre os dois lados é apenas para celebrar o
escrita. fim do ano. Os provedores argumentam que não
a) Os fonemas de uma língua costumam ser repre- têm de pagar o imposto porque não são, por lei,
sentados por uma série de sinais gráficos deno- considerados empresas de telecomunicação, mas
minados letras, onde o conjunto delas forma a apenas prestadores de serviços. Com o caixa que-
palavra. brado, os Estados permanecem irredutíveis. O Mi-
b) Todos ficam aflitos no momento da apuração, onde nistério da Ciência e Tecnologia alertou formal-
será conhecida a escola campeã. mente ao ministro da Fazenda, Pedro Malan, que
c) Foi discutida a pequena carga horária de aulas de a imposição da cobrança será repassada para o
Cálculo e Física, onde todos concordaram e dese- consumidor e pode prejudicar o avanço da Inter-
jam mais aulas. net no Brasil. Hoje, pagam-se em média 40 reais
d) Não se pode ferir um direito constitucional onde visa para se ligar à rede.
a garantir a educação pública e gratuita para todos. (Veja – 8/1/97, p. 17)
e) Não se descobriu o esconderijo onde os seqües-
tradores o deixaram durante esses meses todos. 20. Infere-se do texto que
a) as empresas caracterizadas como prestadoras de
18. Nos períodos abaixo, as orações sublinhadas es- serviço estão isentas do ICMS.
tabelecem relações sintáticas e de sentido com b) todas as pessoas que desejam ligar-se à Internet
outras orações. devem pagar 40 reais de ICMS.
I. Eles compunham uma grande coleção, que foi se c) os provedores de acesso à Internet estão proces-
dispersando à medida que seus filhos se casa- sando os consumidores que não pagam o ICMS.
vam, levando cada qual um lote de herança. (PRO- d) os Estados precisam cobrar mais impostos dos
PORCIONALIDADE) provedores para não serem punidos pelo Ministé-
II. Mal se sentou na cadeira presidencial, Itamar Fran- rio da Ciência e Tecnologia.
co passou a ver conspirações. (MODO) a) o desenvolvimento da Internet no Brasil está sen-
III. Nunca foi professor da UnB, mas por ela se apo- do prejudicado pela cobrança do ICMS.
sentou. (CONTRARIEDADE)
IV. Mesmo que tenham sido só esses dois, (...) já não 21. A conjunção mas no texto estabelece uma relação de
se configuraria a roubalheira (...) ? (CONCESSÃO) a) tempo.
A classificação dessas relações está correta so- b) adição.
mente nos períodos c) conseqüência.
a) I, II e III. d) causa.
b) II e IV. e) oposição.
c) I e III.
d) II, III e IV. 22. Assinale a única conjunção incorreta para com-
e) I, III e IV. pletar a lacuna do texto.
A partir do ofício enviado pelo fisco, começou-se a
19. Os princípios da coerência e da coesão não foram levantar informações sobre a sonegação de im-
violados em: posto de renda no mundo do esporte no Brasil. “O
a) O Santos foi o time que fez a melhor campanha do futebol já é o quarto maior mercado de capitais do
campeonato. Teria, no entanto, que ser o campeão mundo”, diz Ives Gandra Martins, advogado tribu-
este ano. tarista e conselheiro do São Paulo Futebol Clube,
b) Apesar da Sabesp estar tratando a água da Re- ______________ só agora a Receita começa a
presa de Guarapiranga, portanto o gosto da água prestar atenção nos jogadores.
nas regiões sul e oeste da cidade melhorou.

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Em outros países não é assim. Nos Estados Os professores sardenhos sabem que os adultos tam-
Unidos, ano passado, a contribuição fiscal do bém apresentam sintomas semelhantes e que, na re-
astro do basquete Michael Jordan chegou a 20,8 alidade, alguns chegam a morrer após urinarem uma
milhões de dólares. grande quantidade de sangue. Por vezes, aproximada-
(Exame – 27 de agosto de 1997) mente 35% dos habitantes da ilha chegam a ser aco-
a) todavia. metidos por este mal.
b) conquanto. O Dr. Marcelo Siniscalco, do Centro de Cancerologia
c) entretanto. Sloan-Kedttering, em Nova Iorque, e o Dr. Arno G. Motul-
d) não obstante. sky, da Universidade de Washington, depararam pela
e) no entanto. primeira vez com a doença em 1959, enquanto desen-
volviam um estudo sobre padrões de hereditariedade e
IV. PARÁFRASE determinaram que os sardenhos eram vítimas de ane-
Paráfrase é a reprodução explicativa de um texto ou de mia hemolítica, uma doença hereditária que faz com
que os glóbulos vermelhos do sangue se desintegrem
unidade de um texto, por meio de uma linguagem mais
no interior dos veios sangüíneos. Os pacientes urina-
longa. Na paráfrase sempre se conservam basicamen- vam sangue porque os rins filtram e expelem a hemo-
te as idéias do texto original. O que se inclui são comen- globina não aproveitada. Se o volume de destruição for
tários, idéias e impressões de quem faz a paráfrase. Na mínimo, o resultado será a letargia; se for aguda, a
escola, quando o professor, ao comentar um texto, inclui doença poderá acarretar a morte do paciente.
outras idéias, alongando-se em função do propósito de A anemia hemolítica pode ter diversas origens. Mas na
ser mais didático, faz uma paráfrase. Sardenha, as experiências indicam que praticamente
Parafrasear consiste em transcrever, com novas pala- todas as pessoas acometidas por este mal têm defici-
vras, as idéias centrais de um texto. O leitor deverá ência de uma única enzima, chamada deidrogenase
fazer uma leitura cuidadosa e atenta e, a partir daí, rea- fosfo-glucosada-6 (ou G-6-PD), que forma um elo de
firmar e/ou esclarecer o tema central do texto apresen- suma importância na corrente de produção de energia
tado, acrescentando aspectos relevantes de uma opi- para as células vermelhas do sangue.
nião pessoal ou acercando-se de críticas bem funda- Mas os sardenhos ficam doentes apenas durante a
primavera, o que indica que a falta de G-6-PD da vítima
mentadas. Portanto, a paráfrase repousa sobre o tex-
não aciona por si só a doença - que há algo no meio
to-base, condensando-o de maneira direta e imperati- ambiente que tira proveito da deficiência. A deficiência
va. Consiste em um excelente exercício de redação, genética pode ser a arma, mas um fator ambiental é
uma vez que desenvolve o poder de síntese, clareza e quem a dispara.
precisão vocabular. Acrescenta-se o fato de possibilitar Entre as plantas que desabrocham durante a primave-
um diálogo intertextual, recurso muito utilizado para efei- ra na Sardenha encontra-se a fava ou feijão italiano -
to estético na literatura moderna. observou o Dr. Siniscalco. Esta planta não tem uma
Como ler um texto boa reputação desde ao ano 500 a.C. , quando o filóso-
Recomendam-se duas leituras. A primeira chamaremos fo grego e reformador político Pitágoras proibiu que seus
de leitura vertical e a segunda, de leitura horizontal. seguidores a comessem, ou mesmo andassem por
Leitura horizontal é a leitura rápida que tem como finalida- entre os campos onde floresciam. Agora, o motivo de
de o contato inicial com o assunto do texto. De posse desta tal proibição tornou-se claro; apenas aquelas pessoas
que carregam o gene defeituoso e comiam favas cruas
visão geral, podemos passar para o próximo passo.
ou parcialmente cozidas (ou inspiravam o pólen de uma
Leitura vertical consiste em uma leitura mais atenta; é planta em flor) apresentavam problemas. todos os de-
o levantamento dos referenciais do texto-base para a mais eram imunes.
perfeita compreensão. É importante grifar, em cada Em dois anos, o Dr. Motusky desenvolveu um teste de
parágrafo lido, as idéias principais. Após escrever à sangue simples para medir a presença ou ausência de
parte as idéias recolhidas nos grifos, procurando dar G-6-PD. Atualmente, os cientistas têm um modo de de-
uma redação própria, independente das palavras utili- terminar com exatidão quem está predisposto à doença
zadas pelo autor do texto. A esta etapa, chamaremos e quem não está; a enzima hemolítica, os geneticistas
de levantamento textual dos referenciais. A redação fi- começaram a fazer a triagem da população da ilha. Lo-
nal é a união destes referenciais, tendo o redator o calizaram aqueles em perigo e advertiram-lhes para evi-
cuidado especial de unir idéias afins, de acordo com a tar favas de feijão durante a estação de floração. Como
identidade e evolução do texto-base. resultado, a incidência de anemia hemolítica e de estu-
dantes apáticos começou a declinar. O uso de marcado-
res genéticos como instrumento de previsão da reação
Exemplo de paráfrase
dos sardenhos à fava de feijão há 20 anos foi uma das
primeiras vezes em que os marcadores genéticos eram
Profecias de uma Revolução na Medicina empregados deste modo; foi um avanço que poderá
Há séculos, os professores de segundo grau da Sar- mudar o aspecto da medicina moderna. Os marcadores
denha vêm testemunhando um fenômenos curioso. genéticos podem prever agora a possível eclosão de
Com a chegada da primavera, em fevereiro, alguns de outras doenças e, tal como a anemia hemolítica, podem
seus alunos tornam-se apáticos. Nos três meses sub- auxiliar os médicos a prevenirem totalmente os ataques
seqüentes, sofrem uma baixa em seu rendimento es- em diversos casos. (Zsolt Harsanyi e Richard Hutton,
colar, sentem-se tontos e nauseados, e adormecem publicado no jornal O Globo).
na sala de aula. Depois, repentinamente, suas energi-
as retornam. E ficam ativos e saudáveis até o próximo
mês de fevereiro.

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23. Assinale a opção que mantém o mesmo sentido c) Os interesses capitalistas que buscavam ampliar
do trecho sublinhado a seguir: o mercado para seus produtos industriais tiveram
peso considerável na formulação da política anti-
Uma das grandes dificuldades operacionais en- negreira inglesa, mas teve-o também a consciên-
contradas em planos de estabilização é o conflito cia liberal antiescravista.
entre perdedores e ganhadores. Às vezes reais, d) Teve peso considerável na política antinegreira
outras fictícios, estes conflitos geram confrontos e britânica, o abolicionismo. Mas as forças de mer-
polêmicas que, com freqüência, podem pressio- cado tiveram também peso, pois precisavam dis-
nar os formuladores da política de estabilização a por de consumidores para seus produtos.
tomar decisões erradas e, com isto, comprometer e) Ocorreu uma combinação de idealismo e interes-
o sucesso das estratégias antiinflacionárias. ses materiais, na primeira metade do século XIX,
(Folha de S.Paulo, 7/5/94) na formulação da política britânica de oposição à
escravidão negreira.
a) Estes conflitos, reais ou fictícios, geram confron-
tos e polêmicas que, freqüentemente, podem pres- V. Perífrase
sionar os formuladores da política de estabiliza-
ção a tomar decisões erradas, sem, com isso, Observe:
comprometer o sucesso das estratégias antiinfla- O povo lusitano foi bastante satirizado por Gil Vicente.
cionárias.
b) O sucesso das estratégias antiinflacionárias pode Utilizou-se a expressão “povo lusitano” para substituir
ficar comprometido se, pressionados por confli- “os portugueses”. Esse rodeio de palavras que substi-
tos, reais ou fictícios, os formuladores da política tuiu um nome comum ou próprio chama-se perífrase.
de estabilização tomarem decisões erradas. Perífrase é a substituição de um nome comum ou pró-
c) Os conflitos, às vezes reais, outras fictícios, que prio por um expressão que a caracterize. Nada mais é
podem pressionar os formuladores da política de do que um circunlóquio, isto é, um rodeio de palavras.
estabilização a confrontos e polêmicas, compro-
metem o sucesso das antiinflacionárias. Outros exemplos:
d) O sucesso das estratégias antiinflacionárias pode astro rei (Sol) | última flor do Lácio (língua portuguesa)
ficar comprometido se os formuladores da política Cidade-Luz (Paris)
de estabilização, pressionados por confrontos e Rainha da Borborema (Campina Grande) | Cidade Ma-
polêmicas decorrentes de conflitos, tomarem de- ravilhosa (Rio de Janeiro)
cisões erradas.
e) Os formuladores da política de estabilização po- Observação: existe também um tipo especial de perí-
dem tomar decisões erradas se os conflitos, ge- frase que se refere somente a pessoas. Tal figura de
rados por confrontos e polêmicas os pressiona- estilo é chamada de antonomásia e baseia-se nas
rem; o sucesso das estratégias antiinflacionárias qualidades ou ações notórias do indivíduo ou da enti-
fica, com isto comprometido. dade a que a expressão se refere.
Exemplos:
24. Marque a opção que não constitui paráfrase do A rainha do mar (Iemanjá)
segmento abaixo: O poeta dos escravos (Castro Alves)
O criador do teatro português (Gil Vicente)
“O abolicionismo, que logrou pôr fim à escravidão
nas Antilhas Britânicas, teve peso ponderável na VI. SÍNTESE
política antinegreira dos governos britânicos du- A síntese de texto é um tipo especial de composição
rante a primeira metade do século passado. Mas que consiste em reproduzir, em poucas palavras, o que
tiveram peso também os interesses capitalistas, o autor expressou amplamente. Desse modo, só de-
comerciais e industriais, que desejavam expandir vem ser aproveitadas as idéias essenciais, dispensan-
o mercado ultramarino, de produtos industriais e do-se tudo o que for secundário.
viam na inevitável miséria do trabalhador escravo
um obstáculo para este desiderato.” Procedimentos:
(P. Singer, A formação da classe operária, São Paulo, 1. Leia atentamente o texto, a fim de conhecer o assun-
Atual, 1988, p.44) to e assimilar as idéias principais;
2. Leia novamente o texto, sublinhando as partes mais
a) Na primeira metade do século passado, a despeito importantes, ou anotando à parte os pontos que devem
da forte pressão do mercado ultramarino em criar ser conservados;
consumidores potenciais para seus produtos in- 3. Resuma cada parágrafo separadamente, mantendo
dustriais, foi o movimento abolicionista o motor que a seqüência de idéias do texto original;
pôs cobro à miséria do trabalhador escravo. 4. Agora, faça seu próprio resumo, unindo os parágrafos,
b) A política antinegreira da Grã-Bretanha na primei- ou fazendo quaisquer adaptações conforme desejar;
ra metade do século passado foi fortemente influ- 5. Evite copiar partes do texto original. Procure exercitar
enciada não só pelo ideário abolicionista como seu vocabulário. Mantenha, porém, o nível de lingua-
também pela pressão das necessidades comer- gem do autor;
ciais e industriais emergentes.

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6. Não se envolva nem participe do texto. Limite-se a MODELO


sintetizá-lo. Arranchados sob um juazeiro, em meio àquela desola-
ção, um bando de retirantes tentava aproveitar uma vaca
Sem copiar frases, RESUMIR, o texto abaixo: já em estado de putrefação, para combater-lhe a fome
de dois dias. Quando Chico Bento, com o seu bando,
O QUINZE aproxima-se também em busca de abrigo e, compade-
Debaixo de um juazeiro grande, todo um bando de reti- cendo-se daquela situação, divide com os miseráveis
rantes se arranchara: uma velha, dois homens, uma o resto de alimento que trazia, deixando o animal para
mulher nova, algumas crianças. os urubus.
O sol, no céu, marcava onze horas. Quando Chico Ben-
to, com seu grupo, apontou na estrada, os homens VII. COMO RESUMIR UM TEXTO
esfolavam uma rês e as mulheres faziam ferver uma Ler não é apenas passar os olhos no texto. É preciso
lata de querosene cheia de água, abanando o fogo com saber tirar dele o que é mais importante, facilitando o
um chapéu de palha muito sujo e remendado. trabalho da memória. Saber resumir as idéias expres-
Em toda a extensão da vista, nenhuma outra árvore sas em um texto não é difícil. Resumir um texto é repro-
surgia. Só aquele juazeiro, devastado e espinhento, duzir com poucas palavras aquilo que o autor disse.
verdejava a copa hospitaleira na desolação cor de cin-
za da paisagem. Para se realizar um bom resumo, são necessárias al-
Cordulina ofegava de cansaço. A Limpa-Trilho gania e gumas recomendações:
parava, lambendo os pés queimados. 1. Ler todo o texto para descobrir do que se trata.
Os meninos choramingavam, pedindo de comer. 2. Reler uma ou mais vezes, sublinhando frases ou
E Chico Bento pensava: palavras importantes. Isto ajuda a identificar.
– Por que, em menino, a inquietação, o calor, o cansa- 3. Distinguir os exemplos ou detalhes das idéias prin-
ço, sempre aparecem com o nome de fome? cipais.
– Mãe, eu queria comer... me dá um taquinho de rapa- 4. Observar as palavras que fazem a ligação entre as
dura! diferentes idéias do texto, também chamadas de co-
– Ai, pedra do diabo! Topada desgraçada! Papai, vamos nectivos: “por causa de”, “assim sendo”, “além do mais”,
comer mais aquele povo, debaixo desse pé de pau? “pois”, “em decorrência de”, “por outro lado”, “da mes-
O juazeiro era um só. O vaqueiro também se achou no ma forma”.
direito de tomar seu quinhão de abrigo e de frescura. 5. Fazer o resumo de cada parágrafo, porque cada um
E depois de arriar as trouxas e aliviar a burra, reparou encerra uma idéia diferente.
nos vizinhos. A rês estava quase esfolada. A cabeça 6. Ler os parágrafos resumidos e observar se há uma
inchada não tinha chifres. Só dois ocos podres, mal estrutura coerente, isto é, se todas as partes estão bem
cheirosos, donde escorria uma água purulenta. encadeadas e se formam um todo.
Encostando-se ao tronco, Chico Bento se dirigiu aos 7. Num resumo, não se devem comentar as idéias do
esfoladores: autor. Deve-se registrar apenas o que ele escreveu, sem
– De que morreu essa novilha, se não é da minha usar expressões como “segundo o autor”, “o autor afir-
conta? mou que”.
Um dos homens levantou-se, com a faca escorrendo 8. O tamanho do resumo pode variar conforme o tipo de
sangue, as mãos tintas de vermelho, um fartum san- assunto abordado. É recomendável que nunca ultra-
grento envolvendo-o todo: passe vinte por cento da extensão do texto original.
– De mal-dos-chifres. Nós já achamos ela doente. E 9. Nos resumos de livros, não devem aparecer diálo-
vamos aproveitar, mode não dar para os urubus. gos, descrições detalhadas, cenas ou personagens
Chico Bento cuspiu longe, enojado: secundárias. Somente as personagens, os ambientes
– E vosmecês têm coragem de comer isso? Me ripuna e as ações mais importantes devem ser registrados.
só de olhar...
O outro explicou calmamente:
– Faz dois dias que a gente não bota um de-comer de
panela na boca...
Chico Bento alargou os braços, num grande gesto de
fraternidade:
– Por isso não! Aí nas cargas eu tenho um resto de
criação salgada que dá para nós. Rebolem essa por-
queira pros urubus, que já é deles! Eu vou lá deixar um
cristão comer bicho podre de mal, tenho um bocado no
meu surrão!
Realmente a vaca já fedia, por causa da doença. GABARITO
Toda descarnada, formando um grande bloco sangren-
to, era uma festa para os urubus vê-la, lá de cima, lá da 01. A 02. C 03. B 04. B 05. C
frieza mesquinha das nuvens. E para comemorar o 06. A 07. C 08. A 09. D 10. E
achado executavam no ar grandes rondas festivas, ne- 11. E 12. C 13. E 14. A 15. B
grejando as asas pretas em espirais descendentes. 16. B 17. E 18. E 19. D 20. A
Rachel de Queiroz 21. E 22. B 23. D 24. A

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FONÉTICA, ORTOGRAFIA E ACENTUAÇÃO GRÁFICA

É a parte da lingüística que estuda os sons da fala Ditongo: é a junção de uma vogal + uma semivogal
(fones). (ditongo decrescente), ou vice-versa (ditongo cres-
cente), na mesma sílaba.
Fonemas Ex.: noite (ditongo decrescente), quase (ditongo cres-
São as entidades capazes de estabelecer distinção cente).
entre as palavras.
Exemplos: casa/capa, muro/mudo, dia/tia Tritongo: é a junção de semivogal + vogal + semivogal,
formando uma só sílaba.
A troca de um único fonema determina o surgimen- Ex.: Paraguai, argüiu.
to de outra palavra ou um som sem sentido. O fonema
se manifesta no som produzido e é registrado pela le- Hiato: é junção de duas vogais pronunciadas separa-
tra, é representado graficamente por ela. O fonema /z/, damente formando sílabas distintas.
por exemplo, pode ser representado por várias letras: z Ex.: saída, coelho
(fazenda), x (exagerado), s (mesa).
Atenção: Não se esqueça que só as vogais /i/ e
Atenção: Os fonemas são representados entre /u/ podem funcionar como semivogais. Quando
barras. Exemplos: /m/, /o/. semivogais, serão representadas por /y/ e /w/
respectivamente.
Classificação dos fonemas
Os fonemas da língua portuguesa classificam-se Dígrafos
em vogais, semivogais e consoantes. É a união de duas letras representando um só fone-
ma. Observe que no caso dos dígrafos não há corres-
Vogais: são fonemas pronunciados sem obstáculo à pondência direta entre o número de letras e o número
passagem de ar, chegando livremente ao exterior. Exem- de fonemas.
plos: pato, bota Dígrafos que desempenham a função de consoan-
tes: ch (chuva), lh (molho), nh (unha), rr (carro) e outros.
Semivogais: são os fonemas que se juntam a uma vo- Dígrafos que desempenham a função de vogais na-
gal, formando com esta uma só sílaba. Exemplos: cou- sais: am (campo), en (bento), om (tombo) e outros.
ro, baile. Observe que só os fonemas /i/ e /u/ átonos
funcionam como semivogais. Para que não sejam con- Encontros consonantais
fundidos com as vogais i e u serão representados por Quando existe uma seqüência de duas ou mais con-
[y] e [w] e chamados respectivamente de iode e vau. soantes em uma mesma palavra, denominamos essa
seqüência de encontro consonantal.
Consoantes: são fonemas produzidos mediante a re- O encontro pode acorrer:
sistência que os órgãos bucais (língua, dentes, lábi- – na mesma sílaba: cla-ri-da-de, fri-tu-ra, am-plo.
os) opõem à passagem de ar. Exemplos: caderno, – em sílabas diferentes: af-ta, com-pul-só-rio
lâmpada.
Atenção: Nos encontros consonantais somos
Dica: Em nossa língua, a vogal é o elemento capazes de perceber o som de todas as conso-
básico, suficiente e indispensável para a forma- antes.
ção da sílaba. Você encontrará sílabas constitu-
ídas só de vogais, mas nunca formadas somen- Sílaba
te com consoantes. Exemplos: viúva, abelha. É a unidade ou grupo de fonemas emitidos num só
impulso da voz.
Classificação das vogais
1- Quanto à intensidade Classificação das palavras quanto ao número de
A intensidade está relacionada com a tonicidade da sílabas
vogal. Monossílabas - aquelas que possuem uma só sílaba:
a- tônicas: café, cama dó, mão, cruz, etc.
b- átonas: massa, bote Dissílabas - aquelas que possuem duas sílabas: sa/
pé, fo/lha, te/la, etc.
2- Quanto ao timbre Trissílabas - aquelas que possuem três sílabas: fun/
O timbre está relacionado com a abertura da boca da/ção, mé/di/co, etc.
a- abertas: (sapo), (neve), (bola) Polissílabas - aquelas que possuem mais de três síla-
b- fechadas: ê (mesa), ô (domador), i (bico), u (útero) e bas: ve/te/ra/no, na/tu/re/za, pa/la/ci/a/no, etc.
todas as nasais
Divisão silábica
Encontros vocálicos A fala é o primeiro e mais importante recurso usado
Há três tipos de encontros vocálicos: ditongo, hiato para a divisão silábica na escrita.
e tritongo.

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02_Fonetica, Ortografia e Acent.pmd 18 30/9/2010, 09:45


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Regra geral:
Atenção: Não confunda acento tônico com acento
Toda sílaba, obrigatoriamente, possui uma vogal.
gráfico. O acento tônico está relacionado com
intensidade de som e existe em todas as pala-
Regras práticas:
vras com duas ou mais sílabas. O acento gráfico
Não se separam ditongos e tritongos. Exemplos:
existirá em apenas algumas palavras e será
mau, averigüei
usado de acordo com regras de acentuação.
Separam-se as letras que representam os hiatos.
Exemplos: sa-í-da, vô-o...
Classificação das palavras quanto ao acento tônico
Separam-se somente os dígrafos rr, ss, sc, sç, xc.
As palavras com mais de uma sílaba, conforme a
Exemplos: pas-se-a-ta, car-ro, ex-ce-to...
tonicidade, classificam-se em:
Separam-se os encontros consonantais pronunci-
ados separadamente. Exemplo: car-ta
Oxítonas: quando a sílaba tônica é a última - coração,
Os elementos mórficos das palavras (prefixos, radi-
São Tomé, etc.
cais, sufixos), quando incorporados à palavra, obede-
cem às regras gerais. Exemplos: de-sa-ten-to, bi-sa-
Paroxítonas: quando a sílaba tônica é a penúltima -
vô, tran-sa-tlân-ti-co...
cadeira, linha, régua, etc.
Consoante não seguida de vogal permanece na sí-
laba anterior. Quando isso ocorrer em início de palavra,
Proparoxítonas: quando a sílaba tônica é a antepenúl-
a consoante se anexa à sílaba seguinte. Exemplos: ad-
tima - ibérica, América, etc.
je-ti-vo, tungs-tê-nio, psi-có-lo-go, gno-mo...
Os monossílabos podem ser tônicos ou átonos:
Acento tônico / gráfico
Tônicos: são autônomos, emitidos fortemente, como
1 - Sílaba tônica - A sílaba proferida com mais intensi-
se fossem sílabas tônicas. Exemplos: ré, teu, lá, etc.
dade que as outras é a sílaba tônica. Esta possui o
Átonos: apóiam-se em outras palavras, pois não são
acento tônico, também chamado acento de intensi-
autônomos, são emitidos fracamente, como se fos-
dade ou prosódico:
sem sílabas átonas.São palavras sem sentido quando
Exemplos: cajá, caderno, lâmpada
estão isoladas: artigos, pronomes oblíquos, preposi-
2 - Sílaba subtônica - Algumas palavras geralmente
ções, junções de preposições e artigos, conjunções,
derivadas e polissílabas, além do acento tônico,
pronome relativo que. Exemplos: o, lhe, nem, etc.
possuem um acento secundário. A sílaba com acento
secundário é chamada de subtônica.
Acentuação gráfica
Exemplos: terrinha, sozinho
As palavras em Língua Portuguesa são acentuadas
3 - Sílaba átona - As sílabas que não são tônicas nem
de acordo com regras. Para que você saiba aplicá-las é
subtônicas chamam-se átonas.
preciso que tenha claros alguns conceitos como tonici-
Podem ser pretônicas (antes da tônica) ou postôni-
dade, encontros consonantais e vocálicos...
cas (depois da tônica),
Exemplos: barata (átona pretônica, tônica, átona
postônica); máquina (tônica, átona postônica, áto-
na postônica).

Para você acentuar uma palavra:

1º Divida-a em sílabas;
2º Classifique-a quanto à tonicidade (oxítona, paroxítona...);
3º De acordo com sua terminação, encaixe-a nos quadros abaixo.

Você deve acentuar as vogais tônicas das:

Atenção: não se acentuam as paroxítonas terminadas em -ens. Exemplo: itens, nuvens...

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Acentuam-se:

Grupos gu, qu antes de e/i Atenção: O verbo TER, VIR e seus derivados não
Quando o u é proferido e tônico, receberá acento possuem dois EE na 3ª pessoa do plural no pre-
agudo: averigúe, apazigúe, argúis, etc. sente do indicativo: ele tem, eles têm; ele vem,
Quando o referido u é proferido e átono, receberá eles vêm; ele contém, eles contêm...
trema: freqüente, tranqüilo, etc.
Quando o u não for pronunciado, formará com q e g Sinais Gráficos
dígrafos, ou seja, duas letras representando um único Sinais gráficos ou diacríticos são certos sinais que
fonema /k/ e /g /. Não apresenta nenhum tipo de acento. se juntam às letras, geralmente para lhes dar um valor
fonético especial e permitir a correta pronúncia das
Acento diferencial palavras.
O acento diferencial (que pode ser circunflexo ou
agudo) é usado como sinal distintivo de vocábulos ho- 1. Til
mógrafos (palavras que apresentam a mesma escri- Indica nasalidade.
ta). Alguns exemplos: Exemplos: maçã, Irã, órgão...
• ás (carta de baralho, piloto exímio) - as (artigo femini- 2. Trema
no plural) Indica que o u dos grupos gue, gui, que, qui é profe-
• côa, côas (verbo coar) - coa, coas (contrações com + rido e átono.
a, com + as) Exemplos: lingüiça, tranqüilo...
• pára (verbo) - para (preposição) 3. Apóstrofo
• péla, pélas (substantivo e verbo) - pela, pelas (contra- Indica a supressão de uma vogal. Pode existir em
ções de per + a, per + as) palavras compostas, expressões e poesias.
• pêlo (substantivo) - pelo (per + o) Exemplos: caixa-d’água, pau-d’água etc.
• pólo, pólos (extremidade, jogo) - pôlo, pôlos (falcão) 4. Hífen
• pêra (fruta) - péra ou péra-fita (grande pedra antiga, Emprega-se o hífen nos seguintes casos:
fincada no chão) – em palavras compostas. Exemplos: beija-flor,
• pôr (verbo) - por (preposição) amor-perfeito...
• porquê (substantivo) - porque (conjunção) – para ligar pronomes átonos às formas verbais.
• quê (substantivo, pronome em fim de frase) - que (con- Exemplos: dar-lhe, amar-te-ia...
junção) – para separar palavras em fim de linha.
– para ligar algumas palavras precedidas de prefi-
xos. Exemplos: auto-educação, pré-escolar...

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Observação: o uso do hífen é regulamentado pelo Pequeno Vocabulário Ortográfico da Língua Portugue-
sa. Por se tratar de um item extremamente complexo, com regras confusas e extensas, os autores são
contraditórios quando tratam do assunto. Procuramos sintetizar em um quadro o uso do hífen com os
prefixos mais comuns.

5. Acento agudo Emprego de letras


Indica vogal tônica aberta: pó, ré;
6. Acento circunflexo Letra H
Indica vogal tônica fechada: astrônomo, três; Por que usar a letra H se ela não representa nenhum
7. Acento grave som? Realmente ela não possui valor fonético, mas
Sinal indicador de crase: à, àquele; continua sendo usada em nossa língua por força da
8. Cedilha etimologia e da tradição escrita.
Indica que o c tem som de ss: pança, muçulmano,
moço... Etimologia: estudo da origem e da evolução das pala-
vras; disciplina que trata da descrição de uma palavra
Atenção: O cedilha só é acompanhado pelas em diferentes estados de língua anteriores por que
vogais a, o, u. passou, até remontar ao étimo; origem de um termo,
quer na forma mais antiga conhecida, quer em alguma
Ortografia etapa de sua evolução; étimo.
Palavra constituída das partes: Ex: fidalgo é a locução filho de algo (Dicionário Houaiss)
orto (correta) +grafia (escrita).
A ortografia é a parte da gramática que trata da correta Emprega-se o H:
escrita das palavras. – Inicial, quando etimológico: horizonte, hulha, etc.
– Medial, como integrante dos dígrafos ch, lh, nh: cha-
Nosso alfabeto é composto de 23 letras: mada, molha, sonho, etc.
a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, l, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, x, z – Em algumas interjeições: oh!, hum!, etc.
– Em palavras compostas unidos por hífen, se algum
Observação: Você deve estar se perguntando elemento começa com H: hispano-americano, super-
pelas letras W, Y e K.Elas não pertencem mais homem, etc.
ao nosso alfabeto.São usadas apenas em ca- – Palavras compostas ligadas sem hífen não são es-
sos especiais: critas com H. Exemplo: reaver
Nomes próprios estrangeiros – No substantivo próprio Bahia (Estado do Brasil), por
(Wellington,Willian...), tradição. As palavras derivadas dessa são escritas sem
Abreviaturas e símbolos de uso internacional H. Exemplo: baiano...
(K- potássio,Y-ítrio...),
Palavras estrangeiras (show, play...) Atenção: Algumas palavras anteriormente es-
critas com H “perderam” essa letra ao longo
do tempo. Exemplos: herba-erva, hibernum-in-
verno, etc.

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Letras E / I

Letras G / J

Letras S / Z

Atenção: O verbo catequizar é derivado da palavra catequese deveria ser escrito com “s”, mas, como é deriva-
do do grego, já veio formado para nosso vernáculo (língua do país).
MAIZENA é um substantivo próprio, marca registrada.

Letras X / CH

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Letras SS / Ç

Uso dos porquês

Porque
• Em frases afirmativas ou negativas, quando pode
ser substituído por pois. Ex: Venha porque precisamos
de você.
• Para introduzir justificativas ou causas em frases
declarativas, no início ou no meio de respostas. Ex: Ela
não veio porque não quis.

Porquê
• Em qualquer tipo de frase, desde que antecedido
de artigo ou pronome. Ex: Não me interessa o porquê
de sua ausência.

Por que
• Quando equivale a pelo qual (e suas flexões). Ex:
Essa é a rua por que passamos.
• Quando equivale a “por que razão”. Ex: Eis por que
não te amo mais.
• No início de perguntas. Ex: Por que ela não veio?

Por quê
• No final de frases interrogativas. Ex: Ela não veio por
quê?
• Quando a expressão estiver isolada. Ex: Nunca mais
volto aqui. Por quê?

Uso do Onde e do Aonde

Onde é o lugar em que se está. Usados com verbos


que não indicam movimento.
Observe: Onde você estava no sábado? Onde eu pode-
ria estar, estava na casa de vovó.

Aonde é o lugar a que se vai. Usado com verbos que


indicam movimento.
Observe: Aonde você vai esta noite? Eu vou ao restau-
rante mexicano, jantar com meu marido.

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EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS


Estudo da constituição das palavras e dos proces- Tema
sos pelos quais elas são construídas a partir de suas Tema = radical + vogal temática
partes componentes, os morfemas; parte da gramática Exemplo: cantar = cant + a, mala = mal + a, rosa = ros + a
que estuda as classes de palavras, seus paradigmas
de flexões com suas exceções. Afixos
São partículas que se anexam ao radical para for-
Estrutura das palavras mar outras palavras. Existem dois tipos de afixos:
– Prefixos: colocados antes do radical.
As palavras são constituídas de morfemas. São eles: Exemplo: desleal, ilegal.
– Sufixos: colocados depois do radical.
Radical Exemplo: folhagem, legalmente.
É o elemento comum de palavras cognatas também
chamadas de palavras da mesma família. É responsá- Desinências
vel pelo significado básico da palavra. São morfemas colocados no final das palavras para
Exemplo: terra, terreno, terreiro, terrinha, enterrar, ter- indicar flexões verbais ou nominais.
restre...
Podem ser:
Atenção: Nominais: indicam gênero e número de nomes (subs-
Às vezes, ele sofre pequenas alterações. tantivos, adjetivos, pronomes, numerais).
Ex.: dormir, durmo; querer, quis Exemplo: casa - casas, gato - gata
As palavras que possuem mais de um radical
são chamadas de compostas. Verbais: indicam número, pessoa, tempo e modo dos
Ex.: passatempo verbos. Existem dois tipos de desinências verbais: de-
sinências modo-temporal (DMT) e desinências núme-
Vogal Temática ro-pessoal (DNP).
Vogal Temática (VT) se junta ao radical para receber Exemplo: Nós corremos, se eles corressem (DNP); se
outros elementos. Fica entre dois morfemas. Existe nós corrêssemos, tu correras (DMT)
vogal temática em verbos e nomes.
Exemplo: beber, rosa, sala Atenção: A divisão verbal em morfemas será melhor
explicada em: classes de palavras/ verbos. Algumas
Nos verbos, a VT indica a conjugação a que pertencem formas verbais não têm desinências como: trouxe,
(1ª, 2ª ou 3ª ). Exemplo: partir- verbo de 3ª conjugação bebe...

Há formas verbais e nomes sem VT. Verbo-nominais: indicam as formas nominais dos ver-
Exemplo: rapaz, mato(verbo) bos (infinitivo, gerúndio e particípio).
Exemplo: beber, correndo, partido

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Processos de formação de palavras Exemplo: fidalgo (filho + de + algo), aguardente (água +


ardente)
Maneira como os morfemas se organizam para formar
as palavras. NEOLOGISMO
Beijo pouco, falo menos ainda.
DERIVAÇÃO Mas invento palavras
• Prefixal: A derivação prefixal é um processo de for- Que traduzem a ternura mais funda
mar palavras no qual um prefixo ou mais são acres- E mais cotidiana.
centados à palavra primitiva. Inventei, por exemplo, a verbo teadorar.
Exemplo: re/com/por (dois prefixos), desfazer, impa- Intransitivo:
ciente. Teadoro, Teodora.
• Sufixal: A derivação sufixal é um processo de formar (BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira.
palavras no qual um sufixo ou mais são acrescen- Rio de Janeiro: José Olympio, 1970)
tados à palavra primitiva.
Exemplo: realmente, folhagem. HIBRIDISMO
• Prefixal e Sufixal: A derivação prefixal e sufixal exis- Consiste na formação de palavras pela junção de radi-
te quando um prefixo e um sufixo são acrescenta- cais de línguas diferentes.
dos à palavra primitiva de forma independente, ou Exemplo: auto/móvel (grego + latim); bio/dança (grego
seja, sem a presença de um dos afixos a palavra + português)
continua tendo significado.
Exemplo: deslealmente (des- prefixo e -mente sufixo). ONOMATOPÉIA
Você pode observar que os dois afixos são indepen- Consiste na formação de palavras pela imitação de
dentes: existem as palavras desleal e lealmente. sons e ruídos.
• Parassintética: A derivação parassintética ocorre Exemplo: triiim, chuá, bué, pingue-pongue, miau, tique-
quando um prefixo e um sufixo são acrescentados taque, zunzum
à palavra primitiva de forma dependente, ou seja,
os dois afixos não podem se separar, devem ser SIGLA
usados ao mesmo tempo, pois sem um deles a Consiste na redução de nomes ou expressões empre-
palavra não se reveste de nenhum significado. gando a primeira letra ou sílaba de cada palavra.
Exemplo: anoitecer ( a- prefixo e -ecer sufixo), neste Exemplo: UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais,
caso, não existem as palavras anoite e noitecer, pois IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
os afixos não podem se separar.
• Regressiva: A derivação regressiva existe quando ABREVIAÇÃO
morfemas da palavra primitiva desaparecem. Consiste na redução de parte de palavras com objetivo
Exemplo: mengo (flamengo), dança (dançar), portu- de simplificação.
ga (português). Exemplo: moto (motocicleta), gel (gelatina), cine (cinema).
• Imprópria: A derivação imprópria, mudança de clas-
se ou conversão ocorre quando palavra comumen- CLASSIFICAÇÃO DAS PALAVRAS
te usada como pertencente a uma classe é usada As palavras costumam ser agrupadas em classes, de
como fazendo parte de outra. acordo com suas funções e formas.
Exemplo: coelho (substantivo comum) usado como
substantivo próprio em Daniel Coelho da Silva; ver-
de geralmente como adjetivo (Comprei uma cami-
sa verde.) usado como substantivo (O verde do par-
que comoveu a todos.)

COMPOSIÇÃO
Processo de formação de palavras através do qual
novas palavras são formadas pela junção de duas ou
mais palavras já existentes.
Existem duas formas de composição:
• Justaposição
• Aglutinação

A justaposição ocorre quando duas ou mais pala-


vras se unem sem que ocorra alteração de suas for-
mas ou acentuação primitivas.
Exemplo: guarda-chuva, segunda-feira, passatempo.

A aglutinação ocorre quando duas ou mais pala-


vras se unem para formar uma nova palavra ocorrendo
alteração na forma ou na acentuação.

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Língua Portuguesa

Substantivo b) DIMINUTIVO:
É a palavra que dá nome aos seres, coisas e senti- ANALÍTICO: corpo minúsculo
mentos. Classificam-se em: SINTÉTICO – usando sufixos. Ex.: corpúsculo

Adjetivo
VILA VELHA

“Do lado oposto às verdes colinas que se perdem


no horizonte, gigantescas rochas formam paredões e
desenham uma paisagem árida e silenciosa, num ce-
nário de terra vermelha e vegetação rasteira. Os índi-
os chegaram, olharam, batizaram de Itacueretaba – “ci-
dade extinta de pedras” – e trataram de se mandar
para paragens mais animadas. Até hoje, os únicos ha-
bitantes destes vastos campos são lobos-guarás, ja-
guatiricas, perdizes e tamanduás-bandeiras.
A principal atração do Parque Estadual de Vila Velha
são 22 enormes blocos areníticos esculpidos pela
chuva, pelo vento e movimentos de terra, ao longo de
350 milhões de anos.
Neles, o tempo imitou a arte nas figuras de um ca-
melo, um leão, uma bota, um rinoceronte, a proa de um
navio, a cabeça de um índio, uma taça, cogumelos.”
(Guia Turístico da Folha de S. Paulo)

O texto acima é descritivo. O autor tem como objetivo


fundamental caracterizar Vila Velha, um dos pontos tu-
rísticos do Brasil. Para isso, citou alguns seres que com-
põem a paisagem, identificou características de alguns
deles e atribuiu características a outros. As característi-
cas foram expressas pelos então chamados adjetivos.

Adjetivo é uma palavra variável que modifica substanti-


vos, atribuindo uma característica aos seres nomea-
Os substantivos flexionam-se para indicar gênero, dos por eles: Paisagem silenciosa.
número e grau.
LOCUÇÃO ADJETIVA
I – Gênero: É o grupo formado de preposição mais substantivo,
É a categoria gramatical que, no português, distribui os com valor e emprego de adjetivo: A água da chuva.
nomes masculinos e femininos, não existindo corres- Os adjetivos se classificam quanto:
pondência nenhuma entre gênero masculino e sexo
masculino, ou gênero feminino e sexo feminino. I – À FORMA
a) BIFORMES – MASCULINOS, FEMININOS – regula- • PRIMITIVO → não provém de outra palavra da lín-
res (menino e menina, gato e gata) e irregulares (bode gua: bonito, feio, alto, loiro etc.
e cabra, pai e mãe). • DERIVADO → provém de outra palavra da língua:
b) UNIFORMES – EPICENOS (não aceitam a flexão do bondoso, amoroso, maldoso etc.
determinante, referem-se somente a animais, vegetais, • SIMPLES → possui apenas um radical: povo japo-
aves e insetos – macho e fêmea), SOBRECOMUNS (não nês, preocupações políticas, árvore nova etc.
aceitam nem a flexão do elemento determinante – a • COMPOSTO → possui mais de um radical: estudos
testemunha, o cônjuge), COMUM DE DOIS GÊNEROS luso-ítalo-brasileiros, temas políticos-sociais, in-
(caracterizam-se pela flexão do elemento determinante divíduo rubro-negro.
– o/a jovem, o/a poeta).
II – AO GÊNERO
• Uniformes → apresentam forma única para ambos
II – Número
os gêneros: homem interessante, vinho quente.
a) SINGULAR – indica um só ser. Ex.: menino
• Biformes → apresentam duas formas, uma para o
b) PLURAL – indica mais de um ser ou mais de um
masculino, outra para o feminino: ator famoso/atriz
conjunto de seres. Ex.: meninos
famosa.
III – Grau III – AO NÚMERO
a) AUMENTATIVO: Os adjetivos simples fazem o plural seguindo as mes-
SINTÉTICO – usando sufixos. Ex.: poetastro mas regras dos substantivos simples: livros utéis, car-
ANALÍTICO: poeta grande tões iguais.

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Os adjetivos compostos fazem o plural com flexão


Importante:
do último elemento: castanho-escuros.
• Embora o artigo sempre anteceda a um subs-
Se o último elemento for um substantivo, não have-
tantivo, não é necessário que ele esteja ime-
rá flexão, ou seja, ficará invariável: tapetes verde-es-
diatamente antes deste. Às vezes, aparece
meralda.
outra palavra, pertencente a outra classe gra-
matical, entre ambos: O novo carro.
IV – AO GRAU
• Os artigos podem combinar-se com prepo-
Comparativo → pelo qual se indica se o ser é superior,
sições: de + o = do, em + o = no, etc.
inferior ou igual na qualificação.
• Superior: Pedro é mais inteligente que Paulo.
Numeral
• Inferior: Paulo é menos inteligente que Pedro.
É a palavra que exprime quantidade, ordem, fração e
• Igualdade: Pedro é tão inteligente quanto Paulo.
multiplicação.
Superlativo → pelo qual uma qualidade é levada ao
CLASSIFICAÇÃO
mais alto grau de intensidade.
• CARDINAIS: quantidade – um, dois, três...
• Analítico: Pedro é muito inteligente.
• ORDINAIS: ordem – primeiro, segundo...
• Sintético: Pedro é inteligentíssimo.
• FRACIONÁRIOS: fração – meio, terço...
• MULTIPLICATIVOS: multiplicação – duplo, triplo...
Exercício
Lembre-se: a grafia correta do numeral 50 é cin-
01. Retire, do texto abaixo, os substantivos e os adjetivos:
qüenta.
“A infância é generosa e tem sentimentos de digni-
Pronome
dade que os interesses da vida adulta muitas vezes
“Nicolau Fagundes Varela entregou-se a todos os te-
obscurecem. A infância aprende por símbolos. Colom-
mas e aos versos de todas as medidas. Não é fácil,
bo não era só um grande navegador, mas um símbolo.
portanto, classificá-lo- nesta ou naquela modalidade
Não aprendemos com ele a arte de navegar: mas a de
poética. Qualquer rótulo para marcá-lo seria sempre
cumprir um desatino grandioso e amargo. E isso ainda
incompleto. Sertanista, bucólico, lírico, paisagista, mís-
é maior que descobrir a América.” (Cecília Meireles)
tico, épico, descritivo, patriótico, de tudo ele foi, um pou-
co de cada vez.
______________________________________________________________________________________________________________________________________
(CAVALHEIRA, E. Fagundes Varela. Ed. Rio de Janeiro, Agir,
______________________________________________________________________________________________________________________________________ 1975. P. 6 [Nossos Clássicos]).
______________________________________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________________ Observe as palavras em destaque no texto: todos,
______________________________________________________________________________________________________________________________________ todas, lo, esta, aquela, qualquer, ele, cada. As palavras
______________________________________________________________________________________________________________________________________ lo e ele substituem o substantivo Fagundes Varela; as
demais acompanham o nome. Todas essas palavras
Gabarito: são pronomes.
Substantivos: infância, sentimentos, dignidade, interes-
ses, vida, vezes, símbolos, Colombo, navegador, arte, Os nomes são palavras com conteúdo significativo,
desatino e América. que simbolizam seres que temos em mente. Os prono-
Adjetivos ou locuções adjetivas: generosa, de dignida- mes têm pouco conteúdo significativo, exercendo no
de, adulta, grande, de navegar, grandioso, amargo e texto as seguintes funções:
maior. • Representar as pessoas do discurso:
No texto acima, o jornalista se refere a Fagundes Vare-
Artigo la, emprega o pronome ele, que alude à 3a pessoa do
É a palavra variável que antecede o substantivo, indi- discurso, aquela de quem se fala.
cando seu gênero e número, além de defini-lo ou não. • Remeter a termos já enunciados no texto:
• DEFINIDO: que se trata de um ser já conhecido do “Qualquer rótulo para marcá-lo”, este pronome lo está
leitor ou do ouvinte, seja por ter sido mencionado substituindo o nome de Fagundes Varela para não tor-
antes, seja por ser objeto de um conhecimento de nar o texto repetitivo.
experiência. São eles: O, A, OS, AS.
O rapaz saiu de casa cedo. Pronome é a palavra que substitui o substantivo (pro-
A mulher queria muito ter filhos. nome substantivo) ou acompanha o substantivo (pro-
• INDEFINIDO: que se trata de um simples represen- nome adjetivo). Quando acompanha o substantivo, de-
tante de uma dada espécie ao qual não se fez men- termina-o no espaço ou no contexto.
ção anteriormente. São eles: UM, UMA, UNS, UMAS.
Um cachorro atravessou na frente do carro.
Uma mulher libertou-se do algoz.

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Os pronomes classificam-se em:

1. PESSOAIS

OBSERVAÇÕES Os pronomes possessivos indicam aquilo que perten-


• o pronome você, embora seja pronome de trata- ce ou cabe a cada uma das pessoas gramaticais.
mento, tem substituído o pronome tu no português
do Brasil.
• na norma culta, os pronomes pessoais retos funci-
onam como sujeito.
• os pronomes oblíquos podem ser:
a) átonos – empregados sem preposição – objeto di-
reto ou objeto indireto, sendo que, o, a, os, as serão
sempre objetos diretos e, lhe, lhes sempre serão
objetos indiretos;
Emprego ambíguo do possessivo de 3a pessoa
b) tônicos – sempre precedidos de preposição;
As formas seu, sua, seus, suas aplicam-se indiferen-
• os pronomes oblíquos o, a, os, as podem assumir
temente ao possuidor da 3a pessoa do singular ou da
as seguintes formas:
3a pessoa do plural, seja este possuidor masculino ou
a) lo, la, los, las → depois de verbos terminados em r, s,
feminino. O fato de concordar o possessivo unicamen-
z; quando vierem posposto ao designativo eis ou aos
te provoca dúvida a respeito do possuidor.
pronomes nos e vos: Vou recebê-lo como amigo.
b) no, na, nos, nas → depois de verbos terminados
Para evitar qualquer ambigüidade, o português nos ofe-
em ditongo nasal (am, em, ão, õe): O lápis caiu.
rece o recurso de precisar a pessoa do possuidor com
Peguem-no.
a substituição de seu (s), sua (s), pelas formas dele
(s), dela (s), de você, do senhor, da senhora e outras
Pronomes Pessoais de Tratamento
expressões de tratamento.
São palavras ou expressões utilizadas para as pesso-
as com quem se fala. São, portanto, pronomes de 2a
Substantivação dos possessivos
pessoa, embora sejam empregados com verbo na 3a
No singular, o que pertence a uma pessoa: A moça não
pessoa.
tinha um minuto de seu.
Esses pronomes, que aparecem apenas na linguagem
formal, expressam uma atitude cerimoniosa do emissor
No plural, os parentes de alguém, seus companhei-
em relação ao interlocutor ou à pessoa de quem se fala.
ros, compatriotas ou correligionários: Saudades a to-
Ex.: Sua Santidade volta ao Brasil 17 anos mais velho
dos os teus.
desde que esteve aqui pela primeira vez...(O Estado de
S Paulo)
Emprego do possessivo pelo pronome oblíquo tônico
Em certas locuções prepositivas, o pronome oblíquo
Lembre-se que referindo-se à 2ª pessoa são
tônico, que deve seguir a preposição e com ela formar
acompanhados pela forma VOSSA, referindo-se
um complemento nominal do substantivo anterior, é
à 3ª pessoa são acompanhados pela forma SUA
normalmente substituído pelo pronome possessivo
correspondente. Assim:
São eles: você, Vossa Alteza, Vossa Eminên-
cia, Vossa Excelência, Vossa Magnificência,
Em frente de ti = em tua frente
Vossa Majestade, Vossa Meritíssima, Vossa
Ao lado de mim = ao meu lado
Reverendíssima, Vossa Senhoria e Vossa San-
Em favor de nós = em nosso favor
tidade.
Por causa de você = por sua causa
2. PRONOMES POSSESSIVOS
3. PRONOMES DEMONSTRATIVOS
Estreitamente relacionados com os pronomes pesso-
São palavras que situam a pessoa ou a coisa designa-
ais estão os pronomes possessivos e os demonstrati-
da relativamente às pessoas gramaticais. Podem si-
vos. Os pronomes pessoais, como já vimos, denotam
tuá-los no espaço ou no tempo.
as pessoas gramaticais; os outros indicam algo deter-
Ex.: Lia coisas incríveis para aquele lugar e aquele tempo.
minados por elas.

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Mas os demonstrativos empregam-se também para


lembrar ao ouvinte ou ao leitor o que já foi mencionado
ou o que vai mencionar.
Ex.: A ternura não embarga a discrição nem esta dimi-
nui aquela.

5. PRONOMES INTERROGATIVOS
As palavras que, quem, qual e quanto empregadas
na formulação de perguntas são chamadas de prono-
As formas variáveis podem funcionar como pronomes mes interrogativos.
adjetivos e como pronomes substantivos: Este (PA) li- Ex.: Quem seria ele?
vro é meu. Meu livro é este (PS).

O que distingue os interrogativos dos demais prono-


mes é sua função básica: a de inquirir algum interlocu-
Valores Gerais: tor. O interrogativo aponta para a pessoa ou coisa a que
• este, esta, isto indicam o que está perto da pessoa se refere mediante uma pergunta, direta ou indireta.
que fala e o tempo presente em relação à pessoa Sua significação, assim como nos indefinidos é in-
que fala; determinada. Por isso, após seu uso o interlocutor es-
• esse, essa, isso designam o que está perto da pes- pera uma resposta que esclareça o que se perguntou.
soa a quem se fala e o tempo passado ou futuro
com relação à época em que se coloca a pessoa 6. PRONOMES INDEFINIDOS
que fala; É aquele que se refere à 3a pessoa gramatical, tornan-
• aquele, aquela, aquilo denotam o que está afasta- do-a vaga, indefinida, imprecisa.
do tanto da pessoa que fala como da pessoa a quem
se fala, e ainda um afastamento no tempo de modo
vago, ou uma época remota. Veja:

LOCUÇÕES PRONOMINAIS
4. PRONOMES RELATIVOS São grupo de palavras cujo sentido equivale ao dos
É aquele que se refere a termos já expressos e, ao pronomes indefinidos: cada um, cada qual, quem quer
mesmo tempo, introduz uma oração dependente. que, todo aquele, seja quem for, seja qual for, um ou
Ex.: Esta carta que recebi. outro, tal qual, tal e qual, etc.

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Verbo falado (forma composta)


• Futuro do pretérito → expressa um fato posterior
“A Antigüidade greco-romana conheceu o amor quase com relação a outro fato já passado; freqüentemen-
sempre como uma paixão dolorosa e, apesar disso, te, o outro fato já passado é dependente do primeiro
digna de ser vivida e em si mesma desejável. Esta e inclui uma condição: eu falaria (forma simples) eu
verdade, legada pelos poetas de Alexandria e Roma, teria/haveria falado (forma composta)
não perdeu nem um pouco de sua vigência: o amor é
desejo de completude e assim responde a uma ne- Do Subjuntivo:
cessidade profunda dos homens.” • Presente → traduz um fato subordinado a outro e
(PAZ, O. A dupla chama: amor e erotismo. que se desenvolve no momento atual; expressa dú-
São Paulo, Siciliano, 1994. p. 69.) vida, possibilidade, suposição; pode ainda formar
orações optativas: que eu fale
As palavras em destaque em destaque no texto expri- • Pretérito perfeito → refere-se ao fato passado su-
mem fatos, situando-os no tempo. postamente concluído: que eu tenha/ haja falado (for-
• Verbo é a palavra que exprime ação, estado, mu- ma composta)
dança de estado, fenômeno natural e outros pro- • Pretérito mais-que-perfeito → indica uma ação
cessos, flexionando-se em pessoa, número, modo, anterior a outra, dentro do sentido eventual típico do
tempo e voz. subjuntivo: se eu tivesse/houvesse falado (forma
• Flexão é o acidente gramatical que muda a forma composta)
do verbo para que este expresse mudança de voz, • Pretérito imperfeito → refere-se a um fato passa-
modo, tempo, número e pessoa. do, mas posterior e dependente de outro fato pas-
sado: se eu falasse (forma simples)
• Futuro → expressa fato vindouro – condicional, tem-
poral ou conformativo – dependente de outro fato
também futuro: quando eu falar (forma simples)
quando eu tiver/houver falado (forma composta)

Do Imperativo:
Só aparece no discurso direto.

Tempos primitivos e derivados


Tempos priitivos são os que dão origem a outros tem-
TEMPOS VERBAIS pos, chamados derivados. Existem dois tempos e uma
O tempo verbal indica o momento em que se dá o fato forma nominal que dão origem a todos os tempos e
expresso pelo verbo. formas nominais, inclusive a um modo, o imperativo.
Os três tempos básicos são o presente, o passado e o Tomemos por exemplo o verbo caber.
futuro.

Do Indicativo:
• Presente → enuncia um fato como atual: eu falo
• Pretérito imperfeito → apresenta o fato como ante-
rior ao momento atual, mas ainda não concluído no
momento passado a que nos referimos: eu falava
• Pretérito perfeito → refere-se a um fato já concluí-
do em época passada: eu falei (forma simples) eu
tenho/hei falado (forma composta)
• Pretérito mais-que-perfeito → expressa um fato
anterior a outro fato que também é passado: eu fa-
lara (forma simples) eu tinha/havia falado (forma
composta)
• Futuro do presente → enuncia um fato que deve
realizar-se num tem vindouro em relação ao pre-
sente: eu falarei (forma simples) eu terei/haverei

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A voz passiva pode ser analítica (formada com os ver-


bos SER, ESTAR e FICAR, seguidos de particípio) ou
sintética, também chamada pronominal (formada com
um verbo transitivo direto acompanhado do pronome
SE, que se diz pronome apassivador).
Ex.: Um livro foi comprado por Pedro. (analítica)
Comprou-se um livro. (sintética)

Tanto na transformação da ativa para a passiva, como


vice-versa, os termos indicado abaixo se correspondem.
Suj. passiva = OD ativa
Suj. ativa = Ag. pass.

Quando o verbo ativo vem precedido de um verbo auxi-


liar, este não sofre transformação na passagem para a
voz passiva (exceto a exigida pela concordância):
a) coloca-se o último verbo (o principal) no particípio;
b) conjuga-se o verbo ser na forma em que estava o
verbo principal;
c) repete-se o auxiliar, procedendo a concordância.

V. A.: Os técnicos estão procurando uma solução.

V. P.: Uma solução está sendo procurada pelos técnicos.

Formas nominais do verbo


• Infinitivo Impessoal → terminado em r para qual-
quer pessoa, é o nome do verbo: falar, vender, partir
• Infinitivo Pessoal → além da desinência r, vem
marcado com desinência de pessoa e número:
Falar - ∅
Falar - es
Falar - ∅
Falar - mos
Falar – des
Falar – em
As desinências de pessoa e número são um recur-
so para indicar, sem ambigüidade, ou para enfatizar, o
sujeito do processo expresso pelo infinitivo.
• Gerúndio → funciona como adjetivo ou como advér-
bio: Vi a menina chorando.
• Particípio → é empregado na formação dos tem-
pos compostos. Fora disso, é um verdadeiro adjeti-
vo (chamado adjetivo adverbial), devendo ser flexio-
nado, como adjetivo, em gênero, número e grau:
Tínhamos estudado a lição.

Lembre-se:
a) Verbo auxiliar + particípio do verbo principal = forma
composta
Vozes verbais Verbo auxiliar + gerúndio ou infinitivo = locução ver-
As vozes verbais indicam o relacionamento do su- bal os particípios regulares são empregados com
jeito com o processo verbal. São elas: os verbos auxiliares TER e HAVER: O rapaz tinha
• ATIVA → quando o sujeito é agente da ação: Ber- entregado a pizza.
nardo feriu o colega. b) os particípios irregulares são empregados com os
• PASSIVA → quando o sujeito é o paciente da ação verbos auxiliares SER e ESTAR: A pizza foi entregue
verbal: O colega foi ferido por Bernardo. pelo rapaz.
• REFLEXIVA → quando o sujeito é agente e paciente c) GANHAR, GASTAR e PAGAR são abundantes: ga-
da ação verbal: Bernardo feriu-se. nhado e ganho.
d) Obs: as formas irregulares podem ser usadas com
Formação da voz passiva os verbos SER, ESTAR, TER e HAVER.
Vimos que na voz passiva o verbo indica a ação recebida CHEGAR apresenta apenas a forma regular: CHE-
pelo sujeito, sendo este denominado, então, paciente. GADO (chego NÃO existe).

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Advérbio

“Os homens do cortiço quase sempre trabalham


fora (serventes, carregadores, funcionários públicos hu-
mildes), salvo os adolescentes malandros e os doen-
tes. E, durante o dia, o cortiço é das crianças, inúmeras,
que povoam o pátrio comum, e das mulheres, sempre
às voltas com as tinas de roupas.”
Classificação dos verbos (A capital federal no início do século. Nosso século...
São Paulo, Abril Cultural, 1980. V. 1.)
• REGULAR: é aquele cujo o radical não se altera e
cujas terminações seguem o modelo da conjuga- Observe as palavras em destaque no texto, todas
ção a que pertence. Cantar, vender, partir. elas são advérbios.
• IRREGULAR: é aquele cujo radical se altera ou cujas Estes são palavras que modificam um verbo, um
terminações não seguem o modelo da conjugação adjetivo, outro advérbio ou uma oração inteira.
a que pertence. Estar, ouvir. Advérbio modifica um verbo, quando ao verbo é
• ANÔMALO: é aquele que cuja conjugação inclui mais acrescentado uma circunstância: Pedro constrói um
de um radical. Apresenta transformações profundas muro ali.
no radical: ser e ir. Advérbio modifica um adjetivo, quando o advérbio
• DEFECTIVO: é aquele que não é conjugado em to- está intensificando o significado do adjetivo: Estradas
das as formas; tem, pois, conjugação incompleta: muito ruins.
abolir, falir. Advérbio modifica outro advérbio, quando o advér-
• AUXILIAR: é aquele que, desprovido total ou parcial- bio está intensificando outro advérbio: As meninas vão
mente de sentido próprio, junta-se a outro verbo, muito bem.
formando uma unidade de significado e constituin- Advérbio modifica uma oração inteira, quando este
do a chamada locução verbal: ser, estar, ter, haver. indica uma circunstância para todos os elementos da
oração: Lamentavelmente eu não te amo mais.

Locução adverbial
É um conjunto de palavras podendo exercer a fun-
ção de advérbio.
Ex.: Nesse final de tarde todos saímos para passear.

Classificação do advérbio

Preposição CONFORME, SALVO, TIRANTE, CONSOANTE, MEDI-


ANTE, EXCETO.
“Invejo o ourives quando escrevo:
Imito o amor Obs.: QUE é preposição quando der para substituir por
Com que ele, em ouro, o alto-relevo DE. Ex.: tenho que passar./ tenho de passar.
Faz de uma flor.”
(Olavo Bilac) LOCUÇÕES PREPOSITIVAS
São expressões que equivalem a verdadeiras preposi-
Preposição é a palavra invariável que relaciona dois ções: abaixo de, acerca de, através de, em cima de, fora
termos. Nessa relação, um termo completa ou explica de, juntamente com, etc.
o sentido do outro.
São essenciais as preposições propriamente ditas: Conjunção
A, ANTE, ATÉ, APÓS COM, CONTRA, DE, DESDE,
EM ENTRE, PARA, PER, PERANTE, POR, SEM, SOB, “Sagitário – A lua volta você para as coisas práticas,
SOBRE E TRÁS. mas evite desatenções para que tudo se resolva.
Dica: restrinja seus gastos e perceba que despesas
São acidentais as preposições que provierem de desnecessárias só servem para aquecer o consumo.”
outras classes:

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Conjunção é a palavra invariável que estabelece relação entre duas orações ou entre dois termos que exercem a
mesma função sintática.

Classificação

• Coordenativas – são classificadas de acordo com as relações que estabelecem entre termos ou orações.
• Subordinativas – ligam orações dependentes, isto é, subordinam uma oração à outra.

Interjeição

É a palavra que expressa estados emotivos. Como tem


sentido completo, trata-se de uma palavra-frase. Cum-
prem, basicamente, duas funções:
• sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria,
tristeza, dor, animação, etc.
Ex.: Oh! Onde estou?
• sintetizar uma frase apelativa.
Ex.: Cuidado, Senhor Augusto!

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CRASE
É fusão da preposição a com o artigo a ou com o a
inicial dos pronomes demonstrativos aquele, aquela, preposição e artigo, existirá crase.
aquilo...etc. Exemplo: Voltei da Espanha./ Fui à Espanha.
Na escrita é indicada por meio do acento grave (`). Para Voltei de Tiradentes./ Fui a Tiradentes.
que ela ocorra, é necessário que haja:
a) um termo regente que exija a preposição a; b) Se o nome da cidade estiver determinado, a
b) um termo regido que seja modificado pelo artigo a crase será obrigatória.
ou por um dos pronomes demonstrativos de 3ª pessoa Exemplo: Fui à histórica Tiradentes.
mencionados acima.
c) Em expressões formadas por palavras re-
REGRA GERAL petidas (uma a uma, frente a frente, etc.)
A crase ocorrerá sempre que o termo anterior exigir a Exemplo: Olhamo-nos cara a cara.
preposição a e o termo posterior admitir o artigo a ou as.
5) Quando o a estiver no singular diante de uma pala-
Vou a a praia.= Vou à praia. vra no plural.
Exemplo: Como posso resistir a pessoas tão en-
Dicas: Para se certificar, substitua o termo femi- cantadoras?
nino por um masculino, se a contração ao for
necessária, a crase será necessária. 6) Diante do artigo indefinido uma.
Exemplo: Vou à praia./ Vou ao clube. Exemplo: Isto me levou a uma decisão drástica.

EMPREGO OBRIGATÓRIO DA CRASE 7) Diante de Nossa Senhora e de nomes de santos.


Sempre ocorrerá crase: Exemplo: Entregarei a Nossa Senhora da Concei-
1) Nos casos em que a regra geral puder ser aplicada. ção minha oferenda.
Exemplo: Dirigiu-se à professora.
8) Diante da palavra terra, quando esta significar ter-
2) Nas locuções conjuntivas, adverbiais e prepositi- ra firme, tomada em oposição a mar ou ar.
vas (formadas por a + palavra feminina). Exemplo: Os pilotos já voltaram a terra.
Exemplo: À medida que passa tempo a violência
aumenta. 9) Diante da palavra casa (no sentido de lar, moradia)
O povo brasileiro vive à mercê de políticos muitas quando esta não estiver determinada por adjunto
das vezes corruptos. adnominal.
Gosto muito de sair à noite. Exemplo: Não voltarei a casa esta semana.

3) Na indicação do número de horas, quando ao tro- Dica: Caso a palavra casa venha determinada
car o número de horas pela palavra meio-dia, obti- por adjunto adnominal, ocorrerá a crase.
vermos a expressão ao meio-dia. Exemplo: Não voltarei à casa de meus pais esta
Exemplo: Retornou às oito horas em ponto./ (Retor- semana.
nou ao meio-dia em ponto.)
10)Diante de pronomes que não admitem artigo: rela-
4) Nas expressões à moda de, à maneira de mesmo tivos, indefinidos, pessoais, tratamento e demons-
quando essas estiverem implícitas. trativos.
Exemplo: Farei para o jantar uma bacalhoada (à Exemplo: Dei a ela oportunidade de se redimir./ So-
moda de Portugal) à portuguesa. licito a V.Sª. a confirmação do pedido./ Convidei a
várias pessoas para a reunião.
Emprego facultativo da crase
1) Diante de pronomes possessivos femininos. 11) Diante de numerais cardinais quando estes se refe-
Vou a sua casa./ Vou à sua casa. rem a substantivos não determinados pelo artigo.
2) Diante de nomes próprios femininos. Exemplo: Daqui a duas semanas retornarei ao tra-
Não me referia a Eliana./ Não me referia à Eliana. balho.
3) Depois da preposição até.
Foi até a porta./ Foi até à porta. CRASE DA PREPOSIÇÃO A COM OS PRONOMES DE-
MONSTRATIVOS
Casos em que nunca ocorre a crase Preposição a + pronomes = à, àquilo, àquele(s),
1) Diante de palavras masculinas. àquela (s)
Exemplo: Saiu a cavalo e sofreu uma queda. Exemplo: Assistimos àquela peça teatral.
2) Diante de verbos.
Exemplo: Ele está apto a concorrer ao cargo.
3) Diante de nome de cidade (topônimo) que re- Dicas: A crase da preposição a com o pronome
pudie o artigo. demonstrativo a ocorrerá sempre antes do prono-
Exemplo: Turistas vão freqüentemente a Tiradentes. me relativo que (à que) ou da preposição de (à de).
Exemplo: Esta não é a pessoa à que me referia.
Dicas:
a) Descubra se o nome da cidade aceita artigo:
use o verbo VOLTAR . Se houver contração de

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SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO


Parte da gramática que estuda as palavras enquan- Sujeito Composto
to elementos de uma frase, as suas relações de con- Aquele que possui mais de um núcleo.
cordância, de subordinação e de ordem; componente Exemplo: Jogadores e torcedores reclamaram da arbi-
do sistema lingüístico que determina as relações for- tragem.
mais que interligam os constituintes da sentença, atri- núcleos: jogadores, torcedores
buindo-lhe uma estrutura.
Sujeito oculto, elíptico ou desinencial
Em uma análise sintática podemos ter: Aquele que não vem expresso na oração, mas pode
ser facilmente identificado pela desinência do verbo.
1- Frase Exemplo: “Onde estou, o que quero da vida?”
É a reunião de palavras que expressam uma idéia Apesar do sujeito não estar expresso, pode ser identifi-
completa, constitui o elemento fundamental da lingua- cado nas duas orações: eu.
gem, não precisa necessariamente conter verbos.
Exemplo:”Hum! Que delícia esse bolo”. Sujeito indeterminado
Aquele que não se quer ou não se pode identificar.
2- Oração Exemplo: Vive-se melhor em Paris do que em Londres.
É idéia que se organiza em torno de um verbo. Roubaram o carro.
Exemplo: “Todos estavam a sua espera para o jantar.”
Atenção: O sujeito pode ser indeterminado em
Dica: O verbo pode estar elíptico (não aparece, duas situações:
mas existe) • verbo na terceira pessoa do plural sem su-
Exemplo: “Ana Carolina faz tanto sucesso quanto jeito expresso: Telefonaram por engano para
(faz) Ivete Sangalo.” casa de vovó.
• verbo na terceira pessoa do singular acompa-
3- Período nhado do pronome SE (índice de indetermina-
É o conjunto de orações. Ele pode ser constituído ção do sujeito): Precisa-se de secretária.
por uma ou mais orações.
O período pode ser: Sujeito inexistente ou oração sem sujeito
• simples - constituído por apenas uma oração. A informação contida no predicado não se refere a
Exemplo: “Machado de Assis é um dos maiores es- sujeito algum. Ocorre oração sem sujeito quando temos
critores da literatura brasileira”. um verbo impessoal. O verbo é impessoal quando:
• composto - constituído por mais de uma oração. • Indica fenômenos da natureza (chover, nevar, ama-
Exemplo: “Não podemos esquecer que todos esta- nhecer, etc.). Exemplo: Chovia muito naquela noite
vam aguardando a vaga”. do acidente. Choveu muito em São Paulo este mês.
• Fazer, ser, estar indicarem tempo cronológico. Exem-
SUJEITO plo: Faz anos que ela não aparece. Já é uma hora
Elemento da oração a respeito do qual damos algu- da tarde. Está quente em Minas Gerais.
ma informação. Seu núcleo (palavra mais importante) • Haver tiver sentido de existir.
pode ser um substantivo, pronome ou palavra substan- Exemplo: Havia soldados por toda parte.
tivada.
Exemplo: “Ana Carolina faz tanto sucesso quanto (faz) Atenção: Os verbos impessoais sempre ficarão
Ivete Sangalo”. na 3ª pessoa do singular (havia, faz...)
Sujeito da 1ª oração: Ana Carolina
Núcleo do sujeito: Ana Carolina (substantivo) Termos ligados ao nome
Existem alguns termos que se ligam aos nomes.
Tipos de sujeito: São eles:
• Simples • Adjunto adnominal
• Composto • Complemento nominal
• Oculto, elíptico ou desinencial • Predicativo
• Indeterminado • Aposto
• Inexistente ou oração sem sujeito
ADJUNTO ADNOMINAL
Sujeito Simples É o termo que se liga a um nome ou palavra subs-
Aquele que possui apenas um núcleo. tantivada para qualificá-lo ou determiná-lo. É expresso
Exemplo: “Autores consagrados ganham as pratelei- geralmente por um adjetivo, locução adjetiva, artigo,
ras dos supermercados.” pronome ou numeral.
núcleo: autores Exemplo: “Neste ano, estimule a inteligência de seus
alunos”.

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ADJUNTO ADVERBIAL Predicação verbal


Toda palavra (ou expressão) pertencente à classe gra-
matical dos advérbios tem, na oração, a função sintáti- A - Que é verbo transitivo?
ca de adjunto adverbial. É o verbo de sentido incompleto que pede algum obje-
to, ao qual passa a ação.
Exemplo:
Há dois tipos:
1) Transitivo direto - pede objeto direto.
As impressões foram feitas rapidamente.
classe gramatical: adv de modo Os meninos da classe compraram pipocas.
rapidamente 2) Transitivo indireto - pede objeto indireto
função sintática: adj. adv. de modo As meninas gostam de paçoca.

Os adjuntos adverbiais podem ser classificados em: Observações:


1. Há verbos transitivos que pedem dois objetos: um
• Afirmação: Estamos realmente felizes. direto e outro, indireto.
• Assunto: Discutiram sobre religião. Exemplos: Dar, mostrar, pedir, devolver, entregar, oferecer.
• Causa: As crianças morrem de fome. O namorado deu a Célia (indireto) um buquê (direto).
• Companhia: Fui ao teatro com meu irmão. 2. Pode haver objetos diretos preposicionados. Reflita-
• Concessão: Voltamos apesar do escuro. se para distinguir.
• Condição: Não dirija sem minha permissão.
Exemplos: Deus ama aos homens. Aos homens é ob-
• Direção: Apontou para todos.
• Dúvida: Talvez ele me deixe ir. jeto direto porque indica os seres a quem se dirige o
• Efeito: Sua atitude redundou em prejuízos. sentimento do amor de Deus.
• Exclusão: Todos saíram, menos Maria.
• Finalidade: Saí à caça. B - Que é verbo intransitivo?
• Instrumento: Cortou-se com o alicate. É intransitivo o verbo que não pede objeto.
• Intensidade: Dançou muito. A ação que ele exprime, não passa necessariamente a
• Lugar: Estive na casa de Paulo. outro elemento.
• Matéria: Bolo se faz com trigo. Exemplo: A criança dorme.
• Meio: Passei a tentar levar o barco pelo leme. O verbo intransitivo poderá vir acompanhado de adjun-
• Modo: Correu incansavelmente. tos adverbiais, mas continua sendo intransitivo.
• Negação: Não vá à escola. Exemplos: A criança dorme bem. (bem: adjunto adver-
• Oposição: Voltou contra o próprio partido.
bial de modo)
• Ordem: Classificou-se em primeiro lugar.
A criança dorme em sua caminha. (em sua caminha:
• Preço: Comprei tudo por cem reais.
• Tempo: Você chegou ontem? adjunto adverbial de lugar)

COMPLEMENTO NOMINAL C - Que é verbo de ligação?


É o termo da oração exigido como complementação São os verbos que servem somente para ligar o sujeito
de alguns nomes (substantivos, adjetivos ou advérbi- ao seu predicativo. Não apresentam significação.
os). Geralmente é regido de preposição. São eles: ser, estar, parecer, permanecer, continuar, tor-
Exemplo: “A criança tinha necessidade de mais leitura”. nar-se e ficar.
Os turistas tinham disposição para os passeios. Exemplos: Ficamos emocionados. Permanecerá sol-
teira. Todos estavam tristes com a notícia.
PREDICATIVO
É o termo da oração que qualifica, classifica ou ex- PREDICADO
pressa um estado do núcleo do sujeito ou do núcleo do É tudo aquilo que se informa sobre o sujeito e é
objeto. estruturado em torno de um verbo. Ele sempre concor-
Exemplo: Os torcedores saíram alegres. (predicativo da em número e pessoa com o sujeito.
do sujeito) Quando é um caso de oração sem sujeito, o verbo
Os torcedores consideraram o jogo fraco. (predicativo do predicado fica na forma impessoal, 3ª pessoa do
do objeto) singular. O núcleo do predicado pode ser um verbo sig-
nificativo, um nome ou ambos.
APOSTO Exemplo: “Seu trabalho tem uma ligação muito forte com
É o termo da oração que resume, explica ou especi- a psicanálise”.
(Revista Nova Escola, 11/00)
fica um nome.
Exemplo: “Maria Alice, filha de João e Maria, era uma
Tipos de predicado:
moça muito recatada e bonita.”
• Verbal
• Nominal
Dicas: O aposto geralmente vem marcado por
• Verbo-nominal
algum tipo de pontuação: vírgula, travessão, pa-
rênteses ou dois-pontos.
PREDICADO VERBAL
Exemplo: Algumas frutas - maçã, pêra e melan-
Aquele que tem como núcleo (palavra mais impor-
cia - foram escolhidas para a exposição.
tante) um verbo significativo.

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Exemplo: Ministro anuncia reajuste de impostos. As orações coordenadas de subdividem em:


Núcleo: anuncia (verbo significativo) • Assindéticas- Não são introduzidas por conjunção.
Exemplo: Trabalhou, sempre irá trabalhar.
Dica: O verbo significativo pode ser: transitivo di- • Sindéticas - São introduzidas por conjunção. Esse
reto (VTD), transitivo indireto (VTI), transitivo dire- tipo de oração se subdivide em:
to e indireto (VTDI) ou intransitivo (VI).
Exemplo: O técnico comprou várias bolas. VTD 1 - Aditiva: idéia de adição, acréscimo. Principais con-
O técnico gosta de bolas novas. VTI junções usadas: e, nem, (não somente) ... como
O técnico prefere melhores condições de traba- também.
lho a aumento de salário. VTDI Exemplo: O professor não somente elaborou exer-
O técnico viajou. VI cícios como também uma extensa prova.
2 - Adversativa: idéia de contraste, oposição. Princi-
Que é objeto direto? pais conjunções usadas: mas, contudo, entretanto,
Consiste em fazer ao verbo uma das perguntas: - QUEM? porém...
ou O QUÊ? A resposta será objeto direto. Exemplo: O professor elaborou um exercício sim-
Exemplo: João pegou a chave. (Pergunta-se: João pe- ples, mas a prova foi bastante complexa.
gou o quê? Resposta - a chave. Objeto direto: a chave.) 3 - Alternativa: idéia de alternativa, exclusão. Principais
O cão pegou o menino. (Pergunta-se: - O cão pegou conjunções usadas: quer...quer, ora...ora, ou...ou.
quem? Resposta: - o menino. Objeto direto: o menino.) Exemplo: Ou o professor elabora o exercício ou de-
siste de aplicar a prova.
Que é objeto indireto? 4 - Conclusiva: idéia de dedução, conclusão. Principais
Acha-se o objeto indireto, fazendo ao verbo, uma das conjunções usadas: portanto, pois, logo...
seguintes perguntas: Exemplo: O professor não elaborou a prova, logo
A QUÊ? DE QUÊ? PARA QUÊ? não poderá aplicá-la na data planejada.
A QUEM? DE QUEM? PARA QUEM? 5 - Explicativa: idéia de explicação, motivo. Principais
Exemplo: André obedece aos pais. Obedece a quem? - conjunções usadas: pois, porque.
aos pais. Este é o objeto indireto, está indiretamente Exemplo: O professor não elaborou a prova, porque
ligado ao verbo, isto é, por meio de uma preposição. ficou doente.

PREDICADO NOMINAL Dica: A conjunção pois pode introduzir orações


Aquele cujo núcleo é um nome (predicativo). Nesse tipo conclusivas ou explicativas.Quando tiver dúvidas,
de predicado, o verbo não é significativo e sim de procure substituí-la por outras conjunções.
ligação.Serve de elo entre o sujeito e o predicativo.
Exemplo: Todos estavam apressados. Período composto por subordinação
Núcleo: apressados (predicativo) No período subordinado, existem pelo menos uma ora-
ção principal e uma subordinada. A oração principal é
PREDICADO VERBO-NOMINAL sempre incompleta, ou seja, alguma função sintática
Aquele que possui dois núcleos: um verbo significativo está faltando. As orações subordinadas desempenham
e um predicativo do sujeito ou do objeto. a função sintática que falta na principal: objeto direto,
Exemplo: O juiz julgou o réu culpado. indireto, sujeito, predicativo, complemento nominal...
Núcleos: Exemplo: O rapaz gostava / de que todos olhassem
julgou - verbo significativo para ele.
culpado - predicativo do objeto (o réu)
Oração principal: O rapaz gostava
VOCATIVO Oração subordinada: de que todos olhassem para ele.
É o único termo isolado dentro da oração, pois não se A oração principal está incompleta, falta objeto indireto
liga ao verbo nem ao nome. Não faz parte do sujeito para o verbo gostar, o oração subordinada desempe-
nem do predicado. A função do vocativo é chamar ou nha a função de objeto indireto da principal.
interpelar o elemento a que se está dirigindo. É marca- As orações subordinadas se subdividem em:
do por sinal de pontuação e admite anteposição de
interjeição de chamamento. Substantivas
Exemplo: Pai, perdoai nossos pecados. As orações subordinadas substantivas exercem fun-
Querida, obrigado pela surpresa. ções específicas do substantivo: sujeito, objeto, predi-
cativo...
PERÍODO COMPOSTO
Conjunto de orações constituído por mais de uma Dicas: As orações subordinadas substantivas
oração. desenvolvidas são introduzidas pelas conjun-
ções integrantes se ou que e possuem verbos
Período composto por coordenação conjugados. As orações subordinadas substan-
No período composto por coordenação, as orações tivas reduzidas não são introduzidas por conjun-
se ligam pelo sentido, mas não existe dependência ções e possuem verbos na formas nominais
sintática entre elas. (particípio, gerúndio ou infinitivo).

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Adverbiais
Exemplo: É possível que eu fracasse. (oração
desenvolvida)
Orações subordinadas adverbiais:
É possível fracassar. (oração reduzida de infinitivo)
1 - Causais
Expressam a causa da conseqüência expressa na
As orações subordinadas substantivas podem ser:
oração principal.
1 - Orações subordinadas substantivas objetivas di-
Principais conjunções: porque, pois, como (= por-
retas
que), porquanto, já que, uma vez que, visto que etc.
Exercem a função de objeto direto do verbo da ora-
Exemplo: Chegou atrasado ao encontro, porque es-
ção principal.
tava em uma reunião.
Exemplo: “O professor observava que os alunos
2 - Consecutivas
eram muito dedicados.
Expressam a conseqüência, o resultado da causa
2 - Orações subordinadas substantivas objetivas in-
expressa na oração principal.
diretas
Principais conjunções: que (precedido de tal, tanto,
Exercem a função de objeto indireto do verbo da ora-
tão ou tamanho), de modo que, de forma que, de
ção principal.
sorte que etc.
Exemplo: A nova máquina necessitava de que os
Exemplo: A reunião atrasou tanto que ele se atrasou
funcionários supervisionassem mais o trabalho.
para o encontro.
3 - Orações subordinadas substantivas predicativas
3 - Proporcionais
Exercem a função de predicativo do sujeito da ora-
Expressam proporção.
ção principal.
Principais conjunções: à medida que, à proporção
Exemplo: Meu consolo era que o trabalho estava
que, ao passo que, quanto mais... mais, quanto
no fim.
mais... menos etc.
4 - Orações subordinadas substantivas subjetivas
Exemplo: À medida que a reunião avançava, ele se
Exercem a função de sujeito da oração principal.
atrasava para o encontro.
Exemplo: É difícil que ele venha.
4 - Temporais
Expressam tempo.
Dicas: O verbo da oração principal sempre esta-
Principais conjunções: quando, mal, apenas, logo
rá na 3ª pessoa do singular quando a oração
que, assim que, antes que, depois que, até que,
subordinada for subjetiva.
desde que, cada vez que, sempre que etc.
Exemplo: Logo que ele chegou, arrumou os trabalhos.
5 - Orações subordinadas substantivas completivas
5 - Finais
nominais
Expressam finalidade, objetivo.
Exercem a função de complemento nominal da ora-
Principais conjunções: porque (= para que), que (=
ção principal.
para que), para que, a fim de que etc.
Exemplo: Sua falha trágica é a dificuldade de ser
Exemplo: Professores, tenham mais argumentos
maleável em relação à realidade.
para pedir aumento salarial.
6 - Orações subordinadas substantivas apositivas
6 - Condicionais
Exercem a função de aposto de algum nome da ora-
Expressam condição, obstáculo.
ção principal.
Principais conjunções: se, caso, contanto que, desde
Exemplo: Há nas escolas uma norma: que os alu-
que, salvo se, a menos que, dado que, a não ser
nos são respeitados.
que, sem que etc.
Exemplo: Se ele partir, o projeto será cancelado.
Dicas: A oração apositiva sempre estará pontua-
7 - Comparativas
da, ou entre vírgulas ou depois de dois pontos.
Expressam comparação.
Principais conjunções: como, qual, que, do que, que
Adjetivas
(depois de mais, menos, maior, melhor, pior), bem
Podem ser:
como, assim como, que nem etc.
1 - Restritivas
Exemplo: Sua família é tão importante quanto seu
Exercem a função de adjunto adnominal da oração
trabalho.
principal, restringem o nome ao qual se referem,
8 - Concessivas
não são separadas por vírgulas.
Expressam uma concessão.
Exemplo: O trabalho que realizei ontem foi produtivo.
Principais conjunções: embora, conquanto, ainda
2 - Explicativas
que, mesmo que, posto que, se bem que, por mais
Exercem a função de aposto da oração principal,
que, apesar de que etc.
explicam o nome ao qual se referem, são sempre
Exemplo: Mesmo que trabalhe muito, não será re-
separadas por vírgulas.
compensada.
Exemplo: O computador, que é um meio rápido de
9 - Conformativas
comunicação, está conquistando todas as famílias.
Expressa um acordo, uma conformidade.
Principais conjunções: conforme, como (= confor-
Dicas: As orações subordinadas adjetivas sem-
me), segundo, consoante etc.
pre serão introduzidas por pronomes relativos.
Exemplo: Segundo havíamos combinado, a viagem
será cancelada.

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PONTUAÇÃO
Os sinais de pontuação são sinais gráficos empre- 5 - PONTO DE EXCLAMAÇÃO ( ! )
gados na língua escrita para tentar recuperar recursos a) Após vocativo
específicos da língua falada, tais como: entonação, jogo Exemplo: “Parte, Heliel! “ ( As violetas de Nossa Sra.
de silêncio, pausas, etc... - Humberto de Campos)
Divisão e emprego dos sinais de pontuação: b) Após imperativo
Exemplo: Cale-se!
1 - PONTO ( . ) c) Após interjeição
a) indicar o final de uma frase declarativa. Exemplo: Ufa! Ai!
Exemplo: Lembro-me muito bem dele. d) Após palavras ou frases que denotem caráter emo-
b) separar períodos entre si. cional
Exemplo: Fica comigo. Não vá embora. Exemplo: Que pena!
c) nas abreviaturas
Exemplo: Av.; V. Ex.ª 6 - PONTO DE INTERROGAÇÃO ( ? )
a) Em perguntas diretas
2 - DOIS-PONTOS ( : ) Exemplo: Como você se chama?
a) iniciar a fala dos personagens: b) Às vezes, juntamente com o ponto de exclamação
Exemplo: Então o padre respondeu: Exemplo: - Quem ganhou na loteria?
- Parta agora. - Você.
b) antes de apostos ou orações apositivas, enumera- - Eu?!
ções ou seqüência de palavras que explicam, resu-
mem idéias anteriores. 7 - VÍRGULA ( , )
Exemplo: Meus amigos são poucos: Fátima, Rodri- É usada para marcar uma pausa do enunciado com a
go e Gilberto. finalidade de nos indicar que os termos por ela separa-
c) antes de citação dos, apesar de participarem da mesma frase ou ora-
Exemplo: Como já dizia Vinícius de Morais: “Que o ção, não formam uma unidade sintática.
amor não seja eterno posto que é chama, mas que Exemplo: Lúcia, esposa de João, foi a ganhadora única
seja infinito enquanto dure.” da Sena.

3 - RETICÊNCIAS ( ... ) Dica: Podemos concluir que, quando há uma re-


a) indicar dúvidas ou hesitação do falante. lação sintática entre termos da oração, não se
Exemplo: Sabe...eu queria te dizer que...esquece. pode separá-los por meio de vírgula.
b) interrupção de uma frase deixada gramaticalmente
incompleta Não se separam por vírgula:
Exemplo: - Alô! João está? a) predicado de sujeito;
- Agora não se encontra. Quem sabe se ligar mais b) objeto de verbo;
tarde... c) adjunto adnominal de nome;
c) ao fim de uma frase gramaticalmente completa com d) complemento nominal de nome;
a intenção de sugerir prolongamento de idéia. e) predicativo do objeto do objeto;
Exemplo: “Sua tez, alva e pura como um foco de f) oração principal da subordinada substantiva
algodão, tingia-se nas faces duns longes cor-de- (desde que esta não seja apositiva nem apare-
rosa...” (Cecília- José de Alencar) ça na ordem inversa)
d) indicar supressão de palavra (s) numa frase trans-
crita. A vírgula no interior da oração
Exemplo: “Quando penso em você (...) menos a feli- É utilizada nas seguintes situações:
cidade.” (Canteiros- Raimundo Fagner) a) separar o vocativo.
Exemplo: Maria, traga-me uma xícara de café.
4 - PARÊNTESES (()) A educação, meus amigos, é fundamental para o
a) isolar palavras, frases intercaladas de caráter expli- progresso do país.
cativo e datas. b) separar alguns apostos.
Exemplo: Na 2ª Guerra Mundial (1939-1945), ocorreu Exemplo: Valdete, minha antiga empregada, esteve
inúmeras perdas humanas. aqui ontem.
“Uma manhã lá no Cajapió (Joca lembrava-se como se c) separar o adjunto adverbial antecipado ou intercalado.
fora na véspera), acordara depois duma grande tormenta Exemplo: Chegando de viagem, procurarei por você.
no fim do verão. “ (O milagre das chuvas no nordeste - As pessoas, muitas vezes, são falsas.
Graça Aranha) d) separar elementos de uma enumeração.
Exemplo: Precisa-se de pedreiros, serventes, mes-
Dica: Os parênteses também podem substituir tre-de-obras.
a vírgula ou o travessão. e) isolar expressões de caráter explicativo ou corretivo.
Exemplo: Amanhã, ou melhor, depois de amanhã
podemos nos encontrar para acertar a viagem.

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f) separar conjunções intercaladas.


Exemplo: Não havia, porém, motivo para tanta raiva. Dica: Essas orações poderão ter suas vírgulas
g) separar o complemento pleonástico antecipado. substituídas por duplo travessão.
Exemplo: A mim, nada me importa. Exemplo: “Senhor - disse o velho - tenho gran-
h) isolar o nome de lugar na indicação de datas. des contentamentos em a estar plantando...”
Exemplo: Belo Horizonte, 26 de janeiro de 2001.
i) separar termos coordenados assindéticos. e) separar as orações substantivas antepostas à
Exemplo: “Lua, lua, lua, lua, por um momento meu principal.
canto contigo compactua...” (Caetano Veloso) Exemplo:Quanto custa viver, realmente não sei
j) marcar a omissão de um termo (normalmente o
verbo). O poder da vírgula
Exemplo: Ela prefere ler jornais e eu, revistas. Na Inglaterra, certa vez, um oficial foi condenado à
(omissão do verbo preferir) morte. Seu pedido de perdão recebeu a seguinte sen-
tença do rei:
Dica: Termos coordenados ligados pelas conjun- Perdoar impossível, mandar para a forca!
ções e, ou, nem dispensam o uso da vírgula. Antes de a mensagem ser enviada ao verdugo, pas-
Exemplo: Conversaram sobre futebol, religião e sou pelas mãos da generosa rainha, que, compadeci-
política. da da sorte do oficial, tomou de uma caneta e alterando
Não se falavam nem se olhavam./ Ainda não me a posição da vírgula, simplesmente mudou o significa-
decidi se viajarei para Bahia ou Ceará. do da mensagem:
Entretanto, se essas conjunções aparecerem re- Perdoar, impossível mandar para forca!
petidas, com a finalidade de dar ênfase, o uso Na antigüidade, um imperador estava indignado com
da vírgula passa a ser obrigatório. a população de uma cidade, sem dúvida, por motivos
Exemplo: Não fui nem ao velório, nem ao enter- políticos. O governador, então, passa-lhe um telegrama:
ro, nem à missa de sétimo dia. Devo fazer fogo ou poupar a cidade?
A resposta do monarca foi:
A vírgula entre orações Fogo, não poupe a cidade!
É utilizada nas seguintes situações: O telegrafista, por questões humanitárias ou por-
a) separar as orações subordinadas adjetivas expli- que qualquer outro motivo, trocou a posição da vírgula.
cativas. E a resposta ficou assim:
Exemplo: Meu pai, de quem guardo amargas lem- Fogo não, poupe a cidade!
branças, mora no Rio de Janeiro. (Autor desconhecido)
b) separar as orações coordenadas sindéticas e as-
sindéticas (exceto as iniciadas pela conjunção e ). 8 - PONTO-E-VÍRGULA ( ; )
Exemplo: Acordei, tomei meu banho, comi algo e a) separar os itens de uma lei, de um decreto, de uma
saí para o trabalho. Estudou muito, mas não foi apro- petição, de uma seqüência, etc.
vado no exame. Exemplo: Art. 127 – São penalidades disciplinares:
I - advertência;
Atenção: Há três casos em que se usa a vírgula II - suspensão;
antes da conjunção e: III - demissão;
1) quando as orações coordenadas tiverem su- IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
jeitos diferentes. V - destituição de cargo em comissão;
Exemplo: Os ricos estão cada vez mais ricos, e VI - destituição de função comissionada. (cap. V das
os pobres, cada vez mais pobres. penalidades Direito Administrativo)
2) quando a conjunção e vier repetida com a fi- b) separar orações coordenadas muito extensas ou
nalidade de dar ênfase (polissíndeto). orações coordenadas nas quais já tenham tido uti-
Exemplo: E chora, e ri, e grita, e pula de alegria. lizado a vírgula.
3) quando a conjunção e assumir valores distin- Exemplo: “O rosto de tez amarelenta e feições inex-
tos que não seja da adição (adversidade, con- pressivas, numa quietude apática, era pronunciada-
seqüência, por exemplo) mente vultuoso, o que mais se acentuava no fim da
Exemplo: Coitada! Estudou muito, e ainda assim vida, quando a bronquite crônica de que sofria desde
não foi aprovada. moço se foi transformando em opressora asma car-
díaca; os lábios grossos, o inferior um tanto tenso (...)
c) separar orações subordinadas adverbiais (desen- “ (O visconde de Inhomerim - Visconde de Taunay)
volvidas ou reduzidas), principalmente se estiverem
antepostas à oração principal. 9- TRAVESSÃO ( - )
Exemplo: “No momento em que o tigre se lançava, a) dar início à fala de um personagem
curvou-se ainda mais; e fugindo com o corpo apre- Exemplo: O filho perguntou:
sentou o gancho.”(O selvagem - José de Alencar) – Pai, quando começarão as aulas?
d) separar as orações intercaladas. b) indicar mudança do interlocutor nos diálogos
Exemplo: “-Senhor, disse o velho, tenho grandes con- – Doutor, o que tenho é grave?
tentamentos em a estar plantando...” – Não se preocupe, é uma simples infecção. É só
tomar um antibiótico e estará bom.

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c) unir grupos de palavras que indicam itinerário


Exemplo: A rodovia Belém-Brasília está em péssimo
estado.

Dica: Também pode ser usado em substituição


à virgula em expressões ou frases explicativas
Exemplo: Xuxa – a rainha dos baixinhos – será
mãe.

10- ASPAS ( “” )
a) isolar palavras ou expressões que fogem à norma
culta, como gírias, estrangeirismos, palavrões, ne-
ologismos, arcaísmos e expressões populares.
Exemplo: Maria ganhou um apaixonado “ósculo” do
seu admirador.
A festa na casa de Lúcio estava “chocante”.
Conversando com meu superior, dei a ele um “fee-
dback” do serviço a mim requerido.
b) indicar uma citação textual
Exemplo: “Ia viajar! Viajei. Trinta e quatro vezes, às
pressas, bufando, com todo o sangue na face, desfiz
e refiz a mala”. (O prazer de viajar - Eça de Queirós)

Dica: Se, dentro de um trecho já destacado por


aspas, se fizer necessário a utilização de novas
aspas, estas serão simples. ( ‘ )

Perceba através do texto abaixo, como se faz impor-


tante o uso da pontuação adequada.

Um homem rico estava muito mal.


Pediu papel e pena.
Escreveu assim:
Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho
jamais será paga a conta do padeiro nada dou aos
pobres.
Morreu antes de fazer a pontuação. A quem deixava ele
a fortuna? Eram quatro concorrentes:

1) O sobrinho fez a seguinte pontuação: “Deixo meus


bens à minha irmã?
Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do
padeiro. Nada dou aos pobres.”
2) A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o escrito:
“Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobri-
nho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada
dou aos pobres.”
3) O padeiro pediu cópia do original. Puxou a brasa
pra sardinha dele:
“Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho?
Jamais! Será paga a conta do padeiro. Nada dou
aos pobres.”
4) Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um de-
les, sabido, fez esta interpretação:
“Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobri-
nho? Jamais! Será paga a conta do padeiro?
Nada! Dou aos pobres.”

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CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL


É o mecanismo pelo qual as palavras alteram sua
Atenção: Se o coletivo vier especificado, o verbo
terminação para se adequarem harmonicamente na
pode ficar no singular ou ir para o plural.
frase.
Exemplo: A multidão de fãs gritou. / A multidão de
A concordância pode ser feita de três formas:
fãs gritaram.
1 - Lógica ou gramatical – é a mais comum no portu-
b) Coletivos partitivos (metade, a maior parte, maioria,
guês e consiste em adequar o determinante (acom-
etc.) – o verbo fica no singular ou vai para o plural.
panhante) à forma gramatical do determinado (acom-
Exemplo: A maioria dos alunos foi à excursão./ A mai-
panhado) a que se refere.
oria dos alunos foram à excursão.
Exemplo: A maioria dos professores faltou.
c) O sujeito é um pronome de tratamento – o verbo
O verbo (faltou) concordou com o núcleo do sujeito
fica sempre na 3ª pessoa (do singular ou do plural).
(maioria)
Exemplo: Vossa Alteza pediu silêncio./ Vossas Alte-
Exemplo: Escolheram a hora adequada.
zas pediram silêncio.
O adjetivo (adequada) e o artigo (a) concordaram com o
d) O sujeito é o pronome relativo que – o verbo con-
substantivo (hora).
corda com o antecedente do pronome.
Exemplo: Fui eu que derramei o café./ Fomos nós
2 - Atrativa – é a adequação do determinante:
que derramamos o café.
a) a apenas um dos vários elementos determinados,
e) O sujeito é o pronome relativo quem – o verbo pode
escolhendo-se aquele que está mais próximo:
ficar na 3ª pessoa do singular ou concordar com o
Escolheram a hora e o local adequado.
antecedente do pronome.
O adjetivo (adequado) está concordando com o subs-
Exemplo: Fui eu quem derramou o café./ Fui eu quem
tantivo mais próximo (local)
derramei o café.
b) a uma parte do termo determinado que não consti-
f) O sujeito é formado pelas expressões – alguns
tui gramaticalmente seu núcleo:
de nós, poucos de vós, quais de ..., quantos de ...,
A maioria dos professores faltaram.
etc.- o verbo poderá concordar com o pronome in-
O verbo (faltaram) concordou com o substantivo (pro-
terrogativo ou indefinido ou com o pronome pesso-
fessores) que não é o núcleo do sujeito.
al (nós ou vós).
c) a outro termo da oração que não é o determinado:
Exemplo: Quais de vós me punirão?/ Quais de vós
Tudo são flores.
me punireis?
O verbo (são) concorda com o predicativo do sujeito
(flores).
Dicas: Com os pronomes interrogativos ou in-
definidos no singular o verbo concorda com eles
3 - Ideológica ou silepse – consiste em adequar o vo-
em pessoa e número.
cábulo determinante ao sentido do vocábulo determi-
Ex.: Qual de vós me punirá.
nado e não à forma como se apresenta:
O povo, extasiado com sua fala, aplaudiram.
g) O sujeito é formado de nomes que só aparecem
O verbo (aplaudiram) concorda com a idéia da palavra
no plural – se o sujeito não vier precedido de artigo,
povo (plural) e não com sua forma (singular).
o verbo ficará no singular. Caso venha antecipado
Existem dois tipos de concordância:
de artigo, o verbo concordará com o artigo.
Ocorre quando o verbo se flexiona para concordar com
Exemplo: Estados Unidos é uma nação poderosa./
o seu sujeito.
Os Estados Unidos são a maior potência mundial.
Exemplo: Ele gostava daquele seu jeito carinhoso de
h) O sujeito é formado pelas expressões mais de um,
ser./ Eles gostavam daquele seu jeito carinhoso de ser.
menos de dois, cerca de..., etc. – o verbo concorda
com o numeral.
Casos de concordância verbal:
Exemplo: Mais de um aluno não compareceu à aula./
Mais de cinco alunos não compareceram à aula.
1) SUJEITO SIMPLES
i) O sujeito é constituído pelas expressões a maio-
Regra geral: o verbo concorda com o núcleo do sujeito
ria, a maior parte, grande parte, etc. – o verbo po-
em número e pessoa.
derá ser usado no singular ( concordância lógica)
Exemplo: Nós vamos ao cinema.
ou no plural (concordância atrativa).
O verbo (vamos) está na primeira pessoa do plural para
Exemplo: A maioria dos candidatos desistiu./ A mai-
concordar com o sujeito (nós).
oria dos candidatos desistiram.
j) O sujeito tiver por núcleo a palavra gente (sentido
Casos especiais:
coletivo) – o verbo poderá ser usado no singular ou
plural se este vier afastado do substantivo.
a) O sujeito é um coletivo-o verbo fica no singular.
Exemplo: A gente da cidade, temendo a violência da
Exemplo: A multidão gritou pelo rádio.
rua, permanece em casa./ A gente da cidade, temen-
do a violência da rua, permanecem em casa.

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2) SUJEITO COMPOSTO A poluição sonora ou a poluição do ar são nocivas


Regra geral: o verbo vai para o plural. ao homem. (adição, inclusão)
Exemplo: João e Maria foram passear no bosque. h) Quando os sujeitos estiverem ligados pelas séri-
es correlativas (tanto...como/ assim...como/ não
Casos especiais: só...mas também, etc.) – o mais comum é o verbo ir
para o plural, embora o singular seja aceitável se
a) Os núcleos do sujeito são constituídos de pessoas os núcleos estiverem no singular.
gramaticais diferentes – o verbo ficará no plural se- Exemplo: Tanto Erundina quanto Collor perderam
guindo-se a ordem de prioridade: 1ª, 2ª e 3ª pessoa. as eleições municipais em São Paulo./ Tanto Erun-
Exemplo: Eu (1ª pessoa) e ele (3ª pessoa) nos tor- dina quanto Collor perdeu as eleições municipais
naremos (1ª pessoa plural) amigos. em São Paulo.
O verbo ficou na 1ª pessoa porque esta tem priori-
dade sob a 3ª. Outros casos:
Exemplo: Tu (2ª pessoa) e ele (3ª pessoa) vos tor-
nareis ( 2ª pessoa do plural) amigos. 1) Partícula SE:
O verbo ficou na 2ª pessoa porque esta tem priori- a) Partícula apassivadora: o verbo (transitivo direto)
dade sob a 3ª. concordará com o sujeito passivo.
Exemplo: Vende-se carro./ Vendem-se carros.
Atenção: No caso acima, também é comum a b) Índice de indeterminação do sujeito: o verbo (transi-
concordância do verbo com a terceira pessoa. tivo indireto) ficará obrigatoriamente no singular.
Exemplo: Tu e ele se tornarão amigos. (3ª pes- Exemplo: Precisa-se de secretárias.
soa do plural) Confia-se em pessoas honestas.
Se o sujeito estiver posposto, permite-se tam-
bém a concordância por atração com o núcleo 2) Verbos impessoais
mais próximo do verbo. São aqueles que não possuem sujeito, ficarão sem-
Exemplo: Irei eu e minhas amigas. pre na 3ª pessoa do singular.
Exemplo: Havia sérios problemas na cidade.
b) Os núcleos do sujeito estão coordenados assin- Fazia quinze anos que ele havia parado de estudar.
deticamente ou ligados por e – o verbo concordará Deve haver sérios problemas na cidade.
com os dois núcleos. Vai fazer quinze anos que ele parou de estudar.
Exemplo: A jovem e a sua amiga seguiram a pé.
Dicas: Os verbos auxiliares (deve, vai) acompa-
Atenção: Se o sujeito estiver posposto, permite- nham os verbos principais.
se a concordância por atração com o núcleo mais O verbo existir não é impessoal. Veja:
próximo do verbo. Existem sérios problemas na cidade.
Exemplo: Seguiria a pé a jovem e a sua amiga. Devem existir sérios problemas na cidade

c) Os núcleos do sujeito são sinônimos (ou quase) e 3) Verbos dar, bater e soar
estão no singular – o verbo poderá ficar no plural Quando usados na indicação de horas, têm sujeito
(concordância lógica) ou no singular (concordância (relógio, hora, horas, badaladas...) e com ele de-
atrativa). vem concordar.
Exemplo: A angústia e ansiedade não o ajudavam a Exemplo: O relógio deu duas horas.
se concentrar./ A angústia e ansiedade não o ajuda- Deram duas horas no relógio da estação.
va a se concentrar. Deu uma hora no relógio da estação.
d) Quando há gradação entre os núcleos – o verbo O sino da igreja bateu cinco badaladas.
pode concordar com todos os núcleos (lógica) ou Bateram cinco badaladas no sino da igreja.
apenas com o núcleo mais próximo. Soaram dez badaladas no relógio da escola.
Exemplo: Uma palavra, um gesto, um olhar basta-
vam./ Uma palavra, um gesto, um olhar bastava. 4) Sujeito oracional
e) Quando os sujeitos forem resumidos por nada, Quando o sujeito é uma oração subordinada, o ver-
tudo, ninguém... – o verbo concorda com o aposto bo da oração principal fica na 3ª pessoa do singular.
resumidor. Exemplo: Ainda falta/ dar os últimos retoques na
Exemplo: Os pedidos, as súplicas, o desespero, pintura.
nada o comoveu.
f) Quando o sujeito for constituído pelas expressões 5) Concordância com o infinitivo
um e outro, nem um nem outro... – o verbo poderá a) Infinitivo pessoal e sujeito expresso na oração:
ficar no singular ou no plural. • Não se flexiona o infinitivo se o sujeito for represen-
Exemplo: Um e outro já veio./ Um e outro já vieram. tado por pronome pessoal oblíquo átono.
g) Quando os núcleos do sujeito estiverem ligados Exemplo: Esperei-as chegar.
por ou – o verbo irá para o singular quando a idéia • É facultativa a flexão do infinitivo se o sujeito não for
for de exclusão e plural quando for de inclusão. representado por pronome átono e se o verbo da
Exemplo: Pedro ou Antônio ganhará o amor de oração determinada pelo infinitivo for causativo
Maria. (exclusão)

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(mandar, deixar, fazer) ou sensitivo (ver, ouvir, sentir


Dicas: Em indicações de datas, são aceitas
e sinônimos).
as duas concordâncias pois se subentende a
Exemplo: Mandei sair os alunos./Mandei saírem os
palavra dia.
alunos.
Exemplo: Hoje são 24 de outubro./ Hoje é (dia)
• Flexiona-se obrigatoriamente o infinitivo se o sujei-
24 de outubro.
to for diferente de pronome átono e determinante de
verbo não causativo nem sensitivo.
d) Quando o sujeito ou predicativo da oração for pro-
Exemplo: Esperei saírem todos.
nome pessoal, a concordância se dará com o pro-
nome.
b) Infinitivo pessoal e sujeito oculto
Exemplo: Aqui o presidente sou eu.
• Não se flexiona o infinitivo precedido de preposição
com valor de gerúndio.
Dicas: Se os dois termos (sujeito e predicativo)
Exemplo: Passamos horas a comentar o filme. (co-
forem pronomes, a concordância será com o
mentando)
que aparece primeiro, considerando o sujeito
• É facultativa a flexão do infinitivo quando seu sujeito
da oração.
for idêntico ao da oração principal.
Exemplo: Eu não sou tu
Exemplo: Antes de (tu)responder, (tu) lerás o texto./
Antes de (tu)responderes, (tu) lerás o texto.
e) Se o sujeito for pessoa, a concordância nunca se
• É facultativa a flexão do infinitivo que tem seu sujeito
fará com o predicativo.
diferente do sujeito da oração principal e está indi-
Exemplo: O menino era as esperanças da família.
cado por algum termo do contexto.
f) Nas locuções é pouco, é muito, é mais de, é menos
Exemplo: Ele nos deu o direito de contestar./Ele nos
de junto a especificações de preço, peso, quantida-
deu o direito de contestarmos.
de, distância e etc, o verbo fica sempre no singular.
• É obrigatória a flexão do infinitivo que tem seu sujei-
Exemplo: Cento e cinqüenta é pouco./ Cem metros
to diferente do sujeito da oração principal e não está
é muito.
indicado por nenhum termo no contexto.
g) Nas expressões do tipo ser preciso, ser necessá-
Exemplo: Não sei como saiu sem notarem o fato.
rio, ser bom o verbo e o adjetivo podem ficar invari-
áveis, (verbo na 3ª pessoa do singular e adjetivo
c) Quando o infinitivo pessoal está em uma locução
no masculino singular) ou concordar com o sujeito
verbal
posposto.
• Não se flexiona o infinitivo sendo este o verbo princi-
Exemplo: É necessário aqueles materiais./ São ne-
pal da locução verbal quando devida à ordem dos
cessários aqueles materiais.
termos da oração sua ligação com o verbo auxiliar
h) Na expressão é que, usada como expletivo, se o
for nítida.
sujeito da oração não aparecer entre o verbo ser e o
Exemplo: Acabamos de fazer os exercícios.
que, ficará invariável.Se aparecer, o verbo concorda-
• É facultativa a flexão do infinitivo sendo este o verbo
rá com o sujeito.
principal da locução verbal, quando o verbo auxiliar
Exemplo: Eles é que sempre chegam atrasados./
estiver afastado ou oculto.
São eles que sempre chegam atrasados.
Exemplo: Não devemos, depois de tantas provas
de honestidade, duvidar e reclamar dela./
Concordância nominal
• Não devemos, depois de tantas provas de honesti-
dade, duvidarmos e reclamarmos dela.
Regra geral: o artigo, o numeral, o adjetivo e o pronome
adjetivo concordam com o substantivo a que se refe-
6) Concordância com o verbo ser:
rem em gênero e número.
a) Quando, em predicados nominais, o sujeito for re-
Exemplo: Dois pequenos goles de vinho e um calçado
presentado por um dos pronomes TUDO, NADA,
certo deixam qualquer mulher irresistivelmente alta.
ISTO, ISSO, AQUILO: o verbo ser ou parecer concor-
darão com o predicativo.
Concordâncias especiais:
Exemplo: Tudo são flores./Aquilo parecem ilusões.
Ocorrem quando algumas palavras variam sua classe
gramatical, ora se comportando como um adjetivo (va-
Dicas: Poderá ser feita a concordância com o
riável) ora como um advérbio (invariável).
sujeito quando se quer enfatizá-lo.
Exemplo: Aquilo é sonhos vãos.
Mais de um vocábulo determinado
1. Pode ser feita a concordância gramatical ou a
b) O verbo ser concordará com o predicativo quando o
atrativa.
sujeito for os pronomes interrogativos QUE ou QUEM.
Exemplo: Comprei um sapato e um vestido pretos.
Exemplo: Que são gametas?/ Quem foram os esco-
(gramatical, o adjetivo concorda com os dois subs-
lhidos?
tantivos)
c) Em indicações de horas, datas, tempo, distância: a
Comprei um sapato e um vestido preto. (atrativa, ape-
concordância será com a expressão numérica
sar do adjetivo se referir aos dois substantivos ele
Exemplo: São nove horas./ É uma hora.
concordará apenas com o núcleo mais próximo)

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Um só vocábulo determinado O aluno ficou alerta./ Os alunos ficaram alerta.


1 - Um substantivo acompanhado (determinado) por Era um pseudomédico./ Era uma pseudomédica.
mais de um adjetivo: os adjetivos concordam com o
substantivo 7 - Só, sós
Exemplo: Seus lábios eram doces e macios. Quando adjetivos, serão variáveis, quando advérbi-
2 - Bastante, bastantes os serão invariáveis.
Quando adjetivo, será variável e quando advérbio, Exemplo: A criança ficou só./ As crianças ficaram sós.
será invariável (adjetivo)
Exemplo: Há bastantes motivos para sua ausência. Depois da briga, só restaram copos e garrafas que-
(bastantes será adjetivo de motivos) brados. (advérbio)
Os alunos falam bastante. (bastante será advérbio
de intensidade referindo-se ao verbo) Dicas: Alocução adverbial a sós é invariável.
Exemplo: Preciso falar a sós com ele.
3 - Anexo, incluso, obrigado, mesmo, próprio
São adjetivos que devem concordar com o substan- 8 - Concordância dos particípios
tivo a que se referem. Os particípios concordarão com o substantivo a que
Exemplo: A fotografia vai anexa ao curriculum. se referem.
Os documentos irão anexos ao relatório. Exemplo: Os livros foram comprados a prazo./ As
mercadorias foram compradas a prazo.
Dica: Quando precedido da preposição em, fica
invariável. Dicas: Se o particípio pertencer a um tempo com-
posto será invariável.
Exemplo: A fotografia vai em anexo.
Envio-lhes, inclusas, as certidões./ Incluso segue o Exemplo: O juiz tinha iniciado o jogo de vôlei./ A juíza
documento. tinha iniciado o jogo de vôlei.
A professora disse: muito obrigada./ O professor dis-
se: muito obrigado.
Ele mesmo fará o trabalho./ Ela mesma fará o
trabalho.

Dica: Mesmo pode ser advérbio quando signifi-


ca realmente, de fato. Será portanto invariável.
Exemplo: Maria viajará mesmo para os EUA.
Ele próprio fará o pedido ao diretor./ Ela própria
fará o pedido ao diretor.

4 - Muito, pouco, caro, barato, longe, meio, sério, alto


São palavras que variam seu comportamento funci-
onando ora como advérbios (sendo assim invariá-
veis) ora como adjetivos (variáveis).
Exemplo: Os homens eram altos./ Os homens fala-
vam alto.
Poucas pessoas acreditavam nele./ Eu ganho pou-
co pelo meu trabalho.
Os sapatos custam caro./ Os sapatos estão caros.
A água é barata./ A água custa barato.
Viajaram por longes terras./ Eles vivem longe.
Eles são homens sérios./ Eles falavam sério.
Muitos homens morreram na guerra./ João fala muito.
Ele não usa meias palavras./ Estou meio gorda.

5 - É bom, é necessário, é proibido


Só variam se o sujeito vier precedido de artigo ou
outro determinante.
Exemplo: É proibido entrada de estranhos./ É proi-
bida a entrada de estranhos.
É necessário chegar cedo./ É necessária sua chegada.

6 - Menos, alerta, pseudo


São sempre invariáveis.
Exemplo: Havia menos professores na reunião./
Havia menos professoras na reunião.

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REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL


Regência verbal d) no sentido de morar, residir: é intransitivo e exige a
É a parte da Gramática Normativa que estuda a re- preposição em.
lação entre dois termos, verificando se um termo serve Exemplo: Assistiu em Maceió por muito tempo.
de complemento a outro. A palavra ou oração que go- 3 - Esquecer/lembrar
verna ou rege as outras se chama regente ou subordi- a) Quando não forem pronominais: são usados sem
nante; os termos ou oração que dela dependem são os preposição.
regidos ou subordinados. Exemplo: Esqueci o nome dela.
Exemplo: Aspiro o perfume da flor. (cheirar)/ Aspiro a b) Quando forem pronominais: são regidos pela pre-
uma vida melhor. (desejar) posição de.
Exemplo: Lembrei-me do nome de todos.
1 - Chegar/ ir – deve ser introduzido pela preposição a 4 - Visar
e não pela preposição em. a) no sentido de mirar: usa-se sem preposição.
Exemplo: Vou ao dentista./ Cheguei a Belo Horizonte. Exemplo: Disparou o tiro visando o alvo.
2 - Morar/ residir – normalmente vêm introduzidos pela b) no sentido de dar visto: usa-se sem preposição.
preposição em. Exemplo: Visaram os documentos.
Exemplo: Ele mora em São Paulo./ Maria reside em c) no sentido de ter em vista, objetivar: é regido pela
Santa Catarina. preposição a.
3 - Namorar – não se usa com preposição. Exemplo: Viso a uma situação melhor.
Exemplo: Joana namora Antônio. 5 - Querer
4 - Obedecer/desobedecer – exigem a preposição a. a) no sentido de desejar: usa-se sem preposição.
Exemplo: As crianças obedecem aos pais./ O aluno Exemplo: Quero viajar hoje.
desobedeceu ao professor. b) no sentido de estimar, ter afeto: usa-se com a pre-
5 - Simpatizar/ antipatizar – exigem a preposição com. posição a.
Exemplo: Simpatizo com Lúcio./ Antipatizo com meu Exemplo: Quero muito aos meus amigos.
professor de História. 6 - Proceder
a) no sentido de ter fundamento: usa-se sem prepo-
Dicas: Estes verbos não são pronominais, por- sição.
tanto, são considerados construções erradas Exemplo: Suas queixas não procedem.
quando aparecem acompanhados de pronome b) no sentido de originar-se, vir de algum lugar: exige a
oblíquo: Simpatizo-me com Lúcio./ Antipatizo-me preposição de.
com meu professor de História. Exemplo: Muitos males da humanidade procedem
da falta de respeito ao próximo.
6 - Preferir – este verbo exige dois complementos sen- c) no sentido de dar início, executar: usa-se a prepo-
do que um usa-se sem preposição e o outro com a sição a.
preposição a. Exemplo: Os detetives procederam a uma investi-
Exemplo: Prefiro dançar a fazer ginástica. gação criteriosa.
7 - Pagar/ perdoar
Dicas: Segundo a linguagem formal, é errado a) se tem por complemento palavra que denote coisa:
usar este verbo reforçado pelas expressões ou não exigem preposição.
palavras: antes, mais, muito mais, mil vezes Exemplo: Ela pagou a conta do restaurante.
mais, etc. b) se tem por complemento palavra que denote pes-
Ex.: Prefiro mil vezes dançar a fazer ginástica. soa: são regidos pela preposição a.
Exemplo: Perdoou a todos.
8 - Informar
Verbos que apresentam mais de uma regência No sentido de comunicar, avisar, dar informação:
admite duas construções:
1 - Aspirar 1) objeto direto de pessoa e indireto de coisa (regido
a) no sentido de cheirar, sorver: usa-se sem preposição. pelas preposições de ou sobre).
Exemplo: Aspirou o ar puro da manhã. Exemplo: Informou todos do ocorrido.
b) no sentido de almejar, pretender: exige a prepo- 2) objeto indireto de pessoa (regido pela preposição
sição a. a) e direto de coisa.
Exemplo: Esta era a vida a que aspirava. Exemplo: Informou a todos o ocorrido.
2 - Assistir 9 - Implicar
a) no sentido de prestar assistência, ajudar, socorrer: a) no sentido de causar, acarretar: usa-se sem prepo-
usa-se sem preposição. sição.
Exemplo: O técnico assistia os jogadores novatos. Exemplo: Esta decisão implicará sérias conse-
b) no sentido de ver, presenciar: exige a preposição a. qüências.
Exemplo: Não assistimos ao show. b) no sentido de envolver, comprometer: usa-se com
c) no sentido de caber, pertencer: exige a preposição a. dois complementos, um direto e um indireto com a
Exemplo: Assiste ao homem tal direito. preposição em.

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Exemplo: Implicou o negociante no crime. b) no sentido de acarretar, exigir, obter por meio de:
c) no sentido de antipatizar: é regido pela preposição usa-se sem preposição.
com. Exemplo: O carro custou-me todas as economias.
Exemplo: Implica com ela todo o tempo. c) no sentido de ter valor de, ter o preço: usa-se sem
10 - Custar preposição.
a) no sentido de ser custoso, ser difícil: é regido pela Exemplo: Imóveis custam caro.
preposição a.
Exemplo: Custou ao aluno entender o problema.

Regência nominal

Alguns nomes também exigem complementos preposicionados. Conheça alguns:

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SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS


Ramo da lingüística que se ocupa do estudo da sig- Da felicidade
nificação como parte dos sistemas das línguas natu- Que você me deu.
rais; num sistema lingüístico, o componente do senti- Índia, a sua imagem,
do das palavras e da interpretação das sentenças e Sempre comigo vai;
dos enunciados. (Dicionário Houaiss) Dentro do meu coração,
flor do meu Paraguai!
Vocabulário (J. A. Flores, M. O. Guerrero e J. Fortuna. Sucessos
Uma das estratégias importantes para compreen- inesquecíveis de Cascatinha e Inhana. Phonodisc, 1987.)
der bem um texto está ligada ao conhecimento e reco-
nhecimento do vocabulário. Sem conhecer o significa- TEXTO II
do das palavras, fica difícil entender o que está sendo
dito. Todo leitor deve preocupar-se em melhorar cons- Além, muito além daquela serra, que ainda azula no
tantemente sua capacidade de identificar palavras-cha- horizonte, nasceu Iracema.
ves e palavras-incidentais. As palavras-chaves podem Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os
impedir a compreensão do sentido geral do texto, com- cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais
prometendo a interpretação. Já as palavras-incidentais longos que seu talhe de palmeira.
são as de complementação periférica do texto, tornam O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem
a percepção mais aguda e profunda, mas não chegam a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfu-
a comprometer o resultado geral da leitura. Nos dois mado.
casos, é necessário atentar para as pistas contextuais. Mais rápida que a ema selvagem, a morena virgem
corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua
Paráfrase guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e
É a reescritura de um texto sem alteração de senti- nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que
do. É uma reafirmação em palavras diferentes da idéia vestia a terra com as primeiras águas.
central de uma passagem. Na paráfrase, recontamos Um dia, ao pino do sol, ela repousava em um claro
o texto com as próprias palavras. Em geral, a paráfrase da floresta. [...]
se aproxima do original em extensão. Rumor suspeito quebra a harmonia da sesta. Er-
O autor da paráfrase deve demonstrar que entendeu gue a virgem os olhos, que o sol não deslumbra; sua
claramente a idéia do texto. Além disso, são exigências vista perturba-se.
de uma boa paráfrase: Diante dela e todo a contemplá-la, está um guerreiro
• Utilizar a mesma ordem de idéias que aparece no estranho, se é guerreiro e não algum mau espírito da
texto original. floresta. Tem nas faces o branco das areias que bordam
• Não omitir nenhuma informação essencial. o mar; nos olhos o azul triste das águas profundas. Igno-
• Não fazer qualquer comentário acerca do que se diz tas armas e tecidos ignotos cobrem-lhe o corpo.
no texto original. (Alencar. J. Iracema. São Paulo: Moderna, 1984. p. 11-2.)
· Utilizar construções que não sejam uma simples
repetição daquelas que estão no original e, sempre O texto 1 (Índia) é uma paráfrase do texto 2, de José
que possível, um vocabulário também diferente. de Alencar, produzido anteriormente àquele (no século
XIX), uma vez que repete a história de amor de uma
Exemplo: índia meiga, bela e pura, comparando suas caracterís-
ticas físicas aos elementos da natureza. A diferença está
TEXTO I na linguagem empregada — menos elaborada, na can-
ção — e no foco narrativo (1ª e 3ª pessoas, respectiva-
Índia mente). Mantém-se, além da veneração pela mulher
Índia, seus cabelos nos ombros caídos, indígena, o amor poético daquele que vem de fora e lhe
Negros como a noite que não tem luar; rouba o coração, partindo em seguida.
Seus lábios de rosa para mim sorrindo http://www.portrasdasletras.com.br
E a doce meiguice desse seu olhar
Índia da pele morena, Alguns recursos utilizados na paráfrase
Sua boca pequena
Eu quero beijar. ⇒ Substituição de locuções por palavras e vice-versa
Índia, sangue tupi, Exemplo: Os animais não entendem o comportamento
Tem o cheiro da flor do homem.
Vem, que eu quero lhe dar Os animais não entendem o comportamento humano.
Todo meu grande amor.
Quando eu for embora para bem distante, ⇒ Substituição de discurso
E chegar a hora de dizer-lhe adeus, Exemplo: Os alunos disseram ao professor: - Seja bem
Fica nos meus braços só mais um instante, vindo! (discurso direto)
Deixa os meus lábios se unirem aos seus. Os alunos disseram ao professor que fosse bem vin-
Índia, levarei saudade do. (discurso indireto)

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⇒ Substituição de termo verbal por termo nominal, e Observe outros exemplos:


vice-versa ⇒ revista, jornal, biblioteca, livro
Exemplo: É preciso que você volte. ⇒ casaco, paletó, roupa, blusa, camisa, jaqueta
É preciso a sua volta. ⇒ serra, rio, montanha, lago, ilha, riacho, planalto
⇒ telefonista, motorista, costureira, escriturário, pro-
⇒ Emprego de sinônimos fessor
Exemplo: Todos confiavam no professor.
Todos confiavam no educador. O seu lar é muito bonito.
A sua moradia está muito bem localizada.
⇒ Utilização de termos anafóricos
Exemplo: O Brasil e os EUA sofrem muito com a imi- IV) Antônimos
gração. É o emprego de palavras de sentidos contrários,
Este mais do que aquele. opostos.
Exemplos:
⇒ Mudança de voz verbal ⇒ É um rapaz corajoso.
Exemplo: O presidente resolveu o problema econômi- ⇒ É um rapaz medroso.
co do Brasil.
O problema econômico do Brasil foi resolvido pelo pre- VI) Homônimos
sidente. São quando duas ou mais palavras possuem a
mesma escrita, ou a mesma pronúncia, ou a mesma
⇒ Mudança de ordem dos termos do período escrita e mesma pronúncia ao mesmo tempo.
Exemplo: Ela estudava muito ontem.
Ontem ela estudava muito. As homônimas podem ser:
• Homógrafas heterofônicas (ou homógrafas) - são
⇒ Troca de palavras por expressões perifrásicas e vice- as palavras iguais na escrita e diferentes na pro-
versa núncia.
Exemplo: Estive no zoológico e vi o rei dos animais. Exemplos:
Rei dos animais = leão ⇒ gosto (substantivo) - gosto (1ª pess.sing. pres. ind.
- verbo gostar)
⇒ conserto (substantivo) - conserto (1ª pess.sing. pres.
A seguir, veremos situações importantes sobre a ind. - verbo consertar)
significação de palavras e expressões, que podem in-
fluenciar, direta ou indiretamente, na interpretação de • Homófonas heterográficas (ou homófonas) - são as
um texto. As palavras podem associar-se de várias palavras iguais na pronúncia e diferentes na escrita.
maneiras. Exemplos:
⇒ cela (substantivo) - sela (verbo)
I) Associação de significados ⇒ cessão (substantivo) - sessão (substantivo)
Palavras que se relacionam pelo mesmo sentido, ⇒ cerrar (verbo) - serrar (verbo)
aproximam seu sentido numa dada situação.
Exemplos: • Homófonas homográficas (ou homônimos perfeitos)
⇒ perna, braço, cabeça, nariz – membros do corpo; - são as palavras iguais na pronúncia e na escrita.
⇒ Azul, verde, amarelo, preto, branco – cores; Exemplos:
⇒ Martelo, prego, alicate, enxada – ferramentas; ⇒ cura (verbo) - cura (substantivo)
⇒ Batata, cebola, abóbora, aipim – vegetais. ⇒ verão (verbo) - verão (substantivo)
⇒ cedo (verbo) - cedo (advérbio)
II) Mesmo significado (Polissemia)
É a capacidade que as palavras têm de assumir Palavras homógrafas: mesma grafia, mas com signifi-
significados variados de acordo com o contexto. cações diferentes.
Exemplos: Ela anda muito. Maria anda doente. Aquele
senhor só anda de avião. Meu relógio não anda mais. A relação abaixo mostra palavras escritas de forma
idêntica, mas possuem a sílaba tônica em posição di-
III) Sinônimos ferente (proparoxítonas e paroxítonas):
São aqueles em que duas ou mais palavras têm o
mesmo significado em determinado contexto. crédito (substantivo)- credito (verbo)
Exemplos: crítica (substantivo) - critica (verbo)
⇒ casa, moradia, lar, abrigo cópia (substantivo) - copia (verbo)
⇒ residência, sobrado, apartamento, cabana filósofo (substantivo) - filosofo (verbo)

Todas essas palavras representam a mesma idéia: VII)Parônimos


lugar onde se mora. Logo, trata-se de uma família de É a relação que se estabelece entre duas ou mais
idéias. palavras que possuem significados diferentes, mas
são muito parecidas na pronúncia e na escrita.

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Exemplos:
⇒ descrição (ato de descrever), discrição (ser discreto);
⇒ docente (professor), discente (aluno).

Algumas palavras homônimas e


parônimas mais usadas:

Polissemia
É a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar vários significados.
Exemplos:
⇒ Ele ocupa um alto posto na empresa.
⇒ Abasteci meu carro no posto da esquina.
⇒ Os convites eram de graça.
⇒ Os fiéis agradecem a graça recebida.

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REDAÇÃO OFICIAL
Correspondência • requisição
• termo
Correspondência é qualquer forma de comunica-
ção escrita entre duas pessoas ou entidades. Isso inclui O que é o
um simples bilhete informal, despreocupado e íntimo, Manual de Redação da Presidência da República
até o ofício com suas formalidades e seu tom grave.
Em 1991, criou-se uma comissão para simplifi-
São inúmeros os tipos de correspondência, mas car, uniformizar e atualizar as normas da redação dos
podemos citar três como os mais importantes: oficial, atos e comunicações oficiais, pois eram utilizados os
comercial e particular. mesmos critérios desde de 1937. A obra, denominada
Manual de Redação da Presidência da República, divi-
Nos concursos públicos, temos questões referen- diu-se em duas partes: a primeira trata das comunica-
tes à correspondência oficial. Por isso trataremos dela ções oficiais, a segunda cuida dos atos normativos no
nesta apostila. âmbito Executivo. Os responsáveis pelas duas partes
foram, respectivamente, o diplomata Nestor Forster Jr.
Correspondência Oficial e o, então, Ministro Gilmar Mendes.

Muito freqüente entre órgãos públicos e entre pes- Em 2002, uma revisão adequou o manual aos avan-
soas ou empresas e órgãos públicos, a correspondên- ços da informática.
cia oficial tem um aspecto para o qual poucos atentam:
ela inclui textos que têm caráter documental e jurídico Esta apostila é uma síntese dos fatos mais im-
mesmo que tramitem apenas entre pessoas. É o caso portantes desse manual. É nessa obra revista que se
da declaração, da ata, do atestado, do parecer etc. baseiam os comentários aqui feitos.

Existem as mais variadas divisões sobre os tipos Caso o leitor se interesse pelo texto na íntegra,
de correspondência oficial, que podem ser vistas em deve acessar o site www.presidenciadarepublica.gov.br.
vários livros que tratam do assunto. A divisão mais didá-
tica e completa foi dada pelo Prof. Cauby de Souza em Redação Oficial
Normas sobre Correspondência, Comunicação e
Atos Oficiais (MEC-1972): Impessoalidade, uso de padrão culto da linguagem,
clareza, concisão, formalidade e uniformidade, essas são
• abaixo-assinado as características de toda redação oficial. Elas estão no
• acórdão Artigo 37 da Constituição “A administração pública direta,
• alvará indireta, ou fundacional, de qualquer dos Poderes da
• ato União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
• auto obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalida-
• boletim de, moralidade, publicidade e eficiência (...)”.
• certificado
• citação É inconcebível que uma comunicação oficial não
• comunicação: apostila, ata, aviso, certidão, circu- possa ser entendida por qualquer cidadão, assim sen-
lar, contrato, convênio, curriculum-vitae, declaração, do a publicidade citada na Constituição implica neces-
decreto, edital, ementa, exposição de motivos, informa- sariamente clareza e concisão.
ção, instrução, lei, memorando, mensagem, ofício, or-
dem de serviço ou instrução, parecer, petição, portaria, Outro aspecto importante é a interpretação do tex-
regulamento, relatório, requerimento, resolução, tele- to oficial. Ela deve ser sempre impessoal e uniforme,
grama, telex, voto. para que possa ser única; isso pressupõe o uso de
• consulta certo nível de linguagem: o padrão culto.
• convenção
• decisão A uniformidade da redação oficial é imprescindí-
• diploma vel, pois há sempre um único emissor (o Serviço Públi-
• ementa co) e dois possíveis receptores (o próprio Serviço Pú-
• estatuto blico ou os cidadãos).
• fórmula
• guia Isso não quer dizer que a redação oficial deva ser
• indicação árida e infensa à evolução da língua. A sua finalidade
• manifesto básica – comunicar com impessoalidade e máxima
• memorial clareza – impõe certos parâmetros ao uso que se faz
• moção da língua, de maneira diversa daquele da literatura, do
• norma texto jornalístico, da correspondência particular etc.
• notificação
• procuração Características da Redação Oficial
• proposição
• protocolo Impessoalidade
• provisão
• recomendação A comunicação se efetiva pela presença de três
• registro pessoas:

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a) alguém que comunique – emissor; Ressalte-se ainda que o jargão burocrático, como
b) algo a ser comunicado – mensagem; todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre sua com-
c) alguém que receba essa comunicação – receptor. preensão limitada.

Na redação oficial, o emissor é sempre o Serviço Formalidade e Padronização


Público (este ou aquele Ministério, Secretaria, Departa-
mento, Divisão, Serviço, Seção). As comunicações oficiais devem ser sempre for-
mais: são necessárias certas formalidades de trata-
A mensagem é sempre algum assunto relativo às mento. Isso diz respeito:
atribuições do órgão que comunica.
a) ao correto emprego do pronome de tratamento
O receptor dessa comunicação ou é o público, o para uma autoridade de certo nível;
conjunto dos cidadãos, ou outro órgão público, do Exe- b) à polidez;
cutivo, do Legislativo ou do Judiciário. c) à civilidade no próprio enfoque dado ao assunto
do qual cuida a comunicação.
A impessoalidade que deve ser característica da
redação oficial decorre: A formalidade de tratamento vincula-se à idéia de
a administração federal ser una, portanto as comunica-
a) da ausência de impressões individuais de quem ções devem seguir um determinado padrão.
comunica: obtém-se, assim, uma desejável padroniza-
ção, que permite que comunicações elaboradas em A clareza datilográfica, o uso de papéis uniformes
diferentes setores da Administração guardem entre si para o texto definitivo e a correta diagramação do texto
certa uniformidade; são indispensáveis para a padronização.
b) da impessoalidade de quem recebe a comuni-
cação: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre con- Concisão e Clareza
cebido como público, ou a outro órgão público – em um
e outro casos temos um destinatário concebido de for- Uma das qualidades de um texto é a concisão.
ma homogênea e impessoal; Conciso é o texto que consegue transmitir um máximo
c) do caráter impessoal do próprio assunto trata- de informações com um mínimo de palavras.
do: o tema das comunicações oficiais se restringe a
questões que dizem respeito ao interesse público. Existe um princípio de economia lingüística, e a
concisão atende a esse princípio. Não se deve de for-
Na redação oficial não há lugar para impressões ma alguma entendê-la como economia de pensamen-
pessoais, ela deve ser isenta da interferência da indivi- to. Trata-se exclusivamente de cortar palavras inúteis,
dualidade de quem a elabora. redundâncias, passagens que nada acrescentem ao
que já foi dito.
Linguagem das Comunicações Oficiais
A clareza deve ser a qualidade básica de todo tex-
Deve empregar linguagem padrão nos expedientes to oficial. Pode-se definir como claro aquele texto que
oficiais, cuja finalidade primeira é a de informar com cla- possibilita imediata compreensão pelo leitor. Ela de-
reza e objetividade. Os atos oficiais ou estabelecem re- pende estritamente das demais características da re-
gras para a conduta dos cidadãos ou regulam o funciona- dação oficial.
mento dos órgãos públicos, o que só é alcançado se em
sua elaboração for empregada a linguagem adequada. Para que haja clareza é necessário:

As gírias, os regionalismos vocabulares, os jar- a) a impessoalidade;


gões técnicos, ou qualquer outro tipo de linguagem de b) o uso do padrão culto de linguagem;
um grupo específico são proibidos, pois as comunica- c) a formalidade e a padronização;
ções que partem dos órgãos públicos devem ser com- d) a concisão.
preendidas por todo e qualquer cidadão brasileiro. Não
há dúvida de que qualquer texto que apresente tais lin- As Comunicações Oficiais
guagens terá sua compreensão dificultada.
Além de seguir os preceitos de impessoalidade,
A língua escrita compreende diferentes níveis, de formalidade, padronização, clareza, concisão e uso do
acordo com o uso que dela se faça. Não podemos nos padrão culto de linguagem, a Redação Oficial tem ca-
esquecer de que o texto oficial deve ser claro e objetivo racterísticas específicas para cada tipo de expediente.
e por seu caráter impessoal, por sua finalidade de in- Outros aspectos comuns a quase todas as modalida-
formar com o máximo de clareza e concisão, ele requer des de comunicação oficial são o emprego dos prono-
o uso do padrão culto da língua. mes de tratamento, a forma dos fechos e a identifica-
ção do signatário.
O padrão culto é aquele em que:
Pronomes de Tratamento
a) se observam as regras da gramática formal;
b) se emprega um vocabulário comum ao conjunto O uso de pronomes de tratamento é a forma res-
dos usuários do idioma. peitosa de nos dirigirmos às autoridades civis, milita-
res e eclesiásticas.

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Concordância com os Pronomes de Tratamento Senhor Senador;


Senhor Juiz;
Os pronomes de tratamento apresentam certas Senhor Ministro;
peculiaridades quanto à concordância verbal, nominal Senhor Governador.
e pronominal: No envelope, o endereçamento das comunicações
dirigidas às autoridades tratadas por Vossa Excelên-
a) referem-se à segunda pessoa gramatical (à cia, obedecerá à seguinte forma:
pessoa com quem se fala, ou a quem se dirige a co-
municação); A Sua Excelência o Senhor
b) concordam com a terceira pessoa (aquele de Fulano de Tal
quem se fala). Ministro de Estado da Justiça
70.064-900 – Brasília. DF
Assim sendo, os pronomes possessivos referi-
dos a pronomes de tratamento são sempre os da ter- A Sua Excelência o Senhor
ceira pessoa: “Vossa Senhoria levará seu secretário” Senador Fulano de Tal
(e não “vosso”). Senado Federal
70.165-900 – Brasília. DF
Os adjetivos que se referem a esses pronomes
concordam com o sexo da pessoa a quem se dirigem, A Sua Excelência o Senhor
e não com o substantivo que compõe a locução. Assim, Fulano de Tal
se nosso interlocutor for homem, o correto é “Vossa Juiz de Direito da 10a Vara Cível
Excelência está preocupado”, “Vossa Senhoria será elei- Rua ABC, no 123
01.010-000 – São Paulo. SP
to”; se for mulher, “Vossa Excelência está preocupada”,
“Vossa Senhoria será eleita”.
Fica abolido o uso do tratamento digníssimo (DD)
às autoridades arroladas acima. A dignidade é pressu-
Emprego dos Pronomes de Tratamento posto para que se ocupe qualquer cargo público, sen-
do desnecessária sua repetida evocação.
Vossa Excelência, em comunicações dirigidas
às seguintes autoridades: Vossa Senhoria é empregado para as demais
autoridades e para particulares. O vocativo adequado é
a) do Poder Executivo: Senhor seguido do cargo do destinatário:
Presidente da República;
Vice-Presidente da República; Senhor Chefe da Divisão de Serviços Gerais.
Ministros de Estado;
Governadores (e Vice) de Estado e do Distrito Federal; No envelope, deve constar do endereçamento:
Oficiais-Generais das Forças Armadas;
Embaixadores; Ao Senhor
Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupan- Childerico Namor
tes de cargos de natureza especial; Rua Embaixador Cavalcante Lacerda, no 386
Secretários de Estado dos Governos Estaduais; 05591-010 – São Paulo – SP
Prefeitos Municipais.
Como se depreende do exemplo acima, fica dis-
b) do Poder Legislativo: pensado o emprego do superlativo ilustríssimo para as
Deputados Federais e Senadores; autoridades que recebem o tratamento de Vossa Se-
Ministro do Tribunal de Contas da União; nhoria e para particulares. É suficiente o uso do prono-
Deputados Estaduais e Distritais; me de tratamento Senhor.
Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais;
Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais. Acrescente-se que doutor não é forma de trata-
mento, e sim título acadêmico. Evite usá-lo indiscrimi-
c) do Poder Judiciário: nadamente. Seu emprego deve ser restrito apenas a
Ministros dos Tribunais Superiores; comunicações dirigidas a pessoas que tenham tal grau
Membros de Tribunais; por terem concluído curso universitário de doutorado.
Juízes; Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a de-
Auditores da Justiça Militar. sejada formalidade às comunicações.

Mencionemos ainda a forma Vossa Magnificên-


O vocativo a ser empregado em comunicações di-
cia, empregada, por força da tradição, em comunica-
rigidas aos Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor,
ções dirigidas a reitores de universidade. Correspon-
seguido do cargo respectivo: de-lhe o vocativo:
Excelentíssimo Senhor Presidente da República; Magnífico Reitor,
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso
Nacional; Para a hierarquia eclesiástica, os pronomes de
Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribu- tratamento são:
nal Federal.
Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao
As demais autoridades serão tratadas com o Papa. O vocativo correspondente é:
vocativo Senhor, seguido do cargo respectivo:
Santíssimo Padre,

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Língua Portuguesa

Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reveren- República busca-se racionalizar e padronizar a reda-
díssima, em comunicações aos Cardeais. Correspon- ção das comunicações oficiais, pela atualização da lin-
de-lhe o vocativo: guagem nela empregada e uniformização das diver-
sas modalidades de expedientes; e tendo em vista que
Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou é meta do Governo Federal modernizar a Administra-
Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal, ção, permitindo acelerar o andamento de comunica-
ções e processos e reduzir despesas.
Vossa Excelência Reverendíssima é usado em
comunicações dirigidas a Arcebispos e Bispos; Vossa RESOLVE:
Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reverendíssima
para Monsenhores, Cônegos e superiores religiosos. baixar esta Instrução Normativa com a finalidade
Vossa Reverência é empregado para sacerdotes, clé- de consolidar as regras constantes no Manual de Re-
rigos e demais religiosos. dação da Presidência da República, tornando obrigató-
ria sua observação para todas aquelas modalidades
Fechos para Comunicações de comunicação oficial comuns que compõem a Admi-
nistração Federal.
O fecho das comunicações oficiais possui, além
da finalidade óbvia de arrematar o texto, a de saudar o Padrão Ofício
destinatário. Os modelos para fecho que vinham sendo
utilizados foram regulados pela Portaria no 1 do Ministé- Há três tipos de expedientes que se diferenciam
rio da Justiça, de 1937, que estabelecia quinze padrões. antes pela finalidade do que pela forma: o ofício, o avi-
Com o fito de simplificá-los e uniformizá-los, a Instrução so e o memorando. Com o fito de uniformizá-los, pode-
Normativa nº 4, de 6 de março de 1992, estabelece o se adotar uma diagramação única, que siga o que cha-
emprego de somente dois fechos diferentes para todas mamos de padrão ofício. As peculiaridades de cada
as modalidades de comunicação oficial: um serão tratadas adiante; por ora busquemos as suas
semelhanças.
a) para autoridades superiores, inclusive o Presi-
dente da República: Partes do documento no Padrão Ofício

Respeitosamente, O aviso, o ofício e o memorando devem conter as


seguintes partes:
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de
hierarquia inferior: a) tipo e número do expediente, seguido da sigla
do órgão que o expede:
Atenciosamente,
Exemplos:
Identificação do Signatário
Mem. 123/MF
Excluídas as comunicações assinadas pelo Pre- Aviso 123/SG
sidente da República, todas as demais comunicações Of. 123/DP
oficiais devem trazer o nome e o cargo da autoridade
que as expede, abaixo do local de sua assinatura. A b) local e data em que foi assinado, por extenso,
forma da identificação deve ser a seguinte: com alinhamento à direita:

(espaço para assinatura) Exemplo:


AUSTRAGÉSILO DE OLIVEIRA Brasília, 15 de março de 1991.
Ministro da Fazenda
c) assunto: resumo do teor do documento
Instrução Normativa 4/92 Exemplos:

O Diário Oficial da União publicou, em 9 de março Assunto: Produtividade do órgão em 2002.


de 1992, Decreto nº 486, de 6 de março de 1992, em Assunto: Necessidade de aquisição de novos
que o Presidente estabeleceu regras para a redação computadores.
de atos normativos do Poder Executivo. No mesmo dia,
a Secretaria de Administração Federal baixou a Instru- d) destinatário: o nome e o cargo da pessoa a
ção Normativa nº 4, tornando obrigatória, nos órgãos quem é dirigida a comunicação. No caso do ofício deve
da administração federal, a observação das modalida- ser incluído também o endereço.
des de comunicação oficial, constantes no Manual de
Redação da Presidência da República. Eis a instrução e) texto: nos casos em que não for de mero enca-
Normativa. minhamento de documentos, o expediente deve conter
a seguinte estrutura:
Instrução Normativa nº 4, de 6 de março de 1992.
– introdução, que se confunde com o parágrafo de
O SECRETÁRIO DA ADMINSITRAÇÃO FEDERAL no abertura, na qual é apresentado o assunto que motiva
uso da atribuição (que lhe confere o art. 10 da Lei nº a comunicação. Evite o uso das formas: “Tenho a honra
8.057, de 29 de junho de 1990), e considerando que de”, “Tenho o prazer de”, “Cumpre-me informar que”,
com a edição do Manual de Redação da Presidência da empregue a forma direta;

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Língua Portuguesa

– desenvolvimento, no qual o assunto é detalha- Exemplos:


do; se o texto contiver mais de uma idéia sobre o as-
sunto, elas devem ser tratadas em parágrafos distin- Excelentíssimo Senhor Presidente da República
tos, o que confere maior clareza à exposição; Senhora Ministra
– conclusão, em que é reafirmada ou simples- Senhor Chefe de Gabinete
mente reapresentada a posição recomendada sobre
o assunto. Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofí-
cio as seguintes informações do remetente:
Os parágrafos do texto devem ser numerados,
exceto nos casos em que estes estejam organizados – nome do órgão ou setor;
em itens ou títulos e subtítulos. – endereço postal;
– telefone e endereço de correio eletrônico.
Já quando se tratar de mero encaminhamento de
documentos a estrutura é a seguinte: Memorando

– introdução: deve iniciar com referência ao expe- O memorando é a modalidade de comunicação


diente que solicitou o encaminhamento. Se a remessa entre unidades administrativas de um mesmo órgão,
do documento não tiver sido solicitada, deve iniciar com que podem estar hierarquicamente em mesmo nível
a informação do motivo da comunicação, que é enca- ou em nível diferente. Trata-se, portanto, de uma forma
minhar, indicando a seguir os dados completos do do- de comunicação eminentemente interna.
cumento encaminhado (tipo, data, origem ou signatá-
rio, e assunto de que trata), e a razão pela qual está Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser
sendo encaminhado, segundo a seguinte fórmula: empregado para a exposição de projetos, idéias, dire-
trizes, etc. a serem adotados por determinado setor do
“Em resposta ao Aviso nº 12, de 1º de fevereiro de 1991, serviço público.
encaminho, anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril
de 1990, do Departamento Geral de Administração, que Sua característica principal é a agilidade. A trami-
trata da requisição do servidor Fulano de Tal.” tação do memorando em qualquer órgão deve pautar-
se pela rapidez e pela simplicidade de procedimentos
ou burocráticos. Para evitar desnecessário aumento do
número de comunicações, os despachos ao memo-
“Encaminho, para exame e pronunciamento, a anexa rando devem ser dados no próprio documento e, no
cópia do telegrama no 12, de 1o de fevereiro de 1991, caso de falta de espaço, em folha de continuação. Esse
do Presidente da Confederação Nacional de Agricul- procedimento permite formar uma espécie de proces-
tura, a respeito de projeto de modernização de so simplificado, assegurando maior transparência à
técnicas agrícolas na região Nordeste.”
tomada de decisões, e permitindo que se historie o
andamento da matéria tratada no memorando.
– desenvolvimento: se o autor da comunicação
desejar fazer algum comentário a respeito do documento
que encaminha, poderá acrescentar parágrafos de de- Quanto a sua forma, o memorando segue o mode-
senvolvimento; em caso contrário, não há parágrafos lo do padrão ofício, com a diferença de que o seu desti-
de desenvolvimento em aviso ou ofício de mero enca- natário deve ser mencionado pelo cargo que ocupa.
minhamento.
Exemplos:
f) fecho (ver pág. 54);
Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos
g) assinatura do autor da comunicação; e
Exposição de Motivos
h) identificação do signatário (ver pág. 54).
Exposição de motivos é o expediente dirigido ao
Aviso e Ofício Presidente da República ou ao Vice-Presidente para:

Aviso e ofício são modalidades de comunicação a) informá-lo de determinado assunto;


oficial praticamente idênticas. A única diferença entre
eles é que o aviso é expedido exclusivamente por Mi- b) propor alguma medida; ou
nistros de Estado, Secretário-Geral da Presidência da
República, Consultor-Geral da República, Chefe do c) submeter a sua consideração projeto de ato
Estado-Maior das Forças Armadas, Chefe do Gabinete normativo.
Militar da Presidência da República e pelos Secretários
da Presidência da República, para autoridades de Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao
mesma hierarquia, ao passo que o ofício é expedido Presidente da República por um Ministro de Estado ou
para e pelas demais autoridades. Ambos têm como Secretário da Presidência da República. Nos casos em
finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos ór- que o assunto tratado envolva mais de um Ministério, a
gãos da Administração Pública entre si e, no caso do exposição de motivos deverá ser assinada por todos
ofício, também com particulares. os Ministros envolvidos, sendo, por essa razão, cha-
mada de interministerial ou conjunta.
Quanto à sua forma, aviso e ofício seguem o mo-
delo do padrão ofício, com acréscimo do vocativo, que Formalmente, a exposição de motivos tem a apre-
invoca o destinatário, seguido de vírgula. sentação do padrão ofício. O anexo que acompanha a

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Língua Portuguesa

exposição de motivos que proponha alguma medida 5. Razões que justificam a urgência (a ser preenchido
ou apresente projeto de ato normativo, segue o modelo somente se o ato proposto for medida provisória ou
descrito adiante. projeto de lei que deva tramitar em regime de urgência)

A exposição de motivos, de acordo com sua finali- Mencionar:


dade, apresenta duas formas básicas de estrutura: uma
para aquela que tenha caráter exclusivamente informa- • se o problema configura calamidade pública;
tivo e outra para a que proponha alguma medida ou • por que é indispensável a vigência imediata;
submeta projeto de ato normativo. • se se trata de problema cuja causa ou agrava-
mento não tenham sido previstos;
No primeiro caso, o da exposição de motivos que • se se trata de desenvolvimento extraordinário de
simplesmente leva algum assunto ao conhecimento situação já prevista.
do Presidente da República, sua estrutura segue o
modelo antes referido para o padrão ofício. 6. Impacto sobre o meio ambiente (sempre que o ato
ou medida proposta possa vir a tê-lo)
Já a exposição de motivos que submeta à consi-
deração do Presidente da República a sugestão de al- 7. Alterações propostas
guma medida a ser adotada ou a que lhe apresente
projeto de ato normativo – embora sigam também a Texto atual Texto proposto
estrutura do padrão ofício –, além de outros comentári-
os julgados pertinentes por seu autor, devem, obrigato- 8. Síntese do parecer do órgão jurídico
riamente, apontar:
A falta ou insuficiência das informações prestadas
a) na introdução: o problema que está a reclamar pode acarretar, a critério da Subchefia para Assuntos
a adoção da medida ou do ato normativo proposto; Jurídicos da Casa Civil, a devolução do projeto de ato
normativo para que se complete o exame ou se refor-
b) no desenvolvimento: o porquê de ser aquela mule a proposta.
medida ou aquele ato normativo o ideal para se soluci-
onar o problema, e eventuais alternativas existentes para O preenchimento obrigatório do anexo para as ex-
equacioná-lo; posições de motivos que proponham a adoção de al-
guma medida ou a edição de ato normativo tem como
c) na conclusão, novamente, qual medida deve ser finalidade:
tomada, ou qual ato normativo deve ser editado para
solucionar o problema. a) permitir a adequada reflexão sobre o problema
que se busca resolver;
Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à b) ensejar mais profunda avaliação das diversas
exposição de motivos, devidamente preenchido, de causas do problema e dos efeitos que pode ter a ado-
acordo com o seguinte modelo previsto no Anexo II do ção da medida ou a edição do ato, em consonância
Decreto no 4.176, de 28 de março de 2002. com as questões que devem ser analisadas na elabo-
ração de proposições normativas no âmbito do Poder
Anexo à Exposição de Motivos do (indicar nome do Executivo.
Ministério ou órgão equivalente) no , de de de 200. c) conferir perfeita transparência aos atos propostos.

1. Síntese do problema ou da situação que reclama Dessa forma, ao atender às questões que devem
providências ser analisadas na elaboração de atos normativos no
âmbito do Poder Executivo, o texto da exposição de
2. Soluções e providências contidas no ato normativo motivos e seu anexo complementam-se e formam um
ou na medida proposta
todo coeso: no anexo, encontramos uma avaliação pro-
3. Alternativas existentes às medidas propostas funda e direta de toda a situação que está a reclamar a
adoção de certa providência ou a edição de um ato nor-
Mencionar: mativo; o problema a ser enfrentado e suas causas; a
solução que se propõe, seus efeitos e seus custos; e
• se há outro projeto do Executivo sobre a matéria; as alternativas existentes. O texto da exposição de mo-
• se há projetos sobre a matéria no Legislativo; tivos fica, assim, reservado à demonstração da neces-
• outras possibilidades de resolução do problema. sidade da providência proposta: por que deve ser ado-
tada e como resolverá o problema.
4. Custos
Nos casos em que o ato proposto for questão de
Mencionar:· pessoal (nomeação, promoção, ascensão, transferên-
cia, readaptação, reversão, aproveitamento, reintegra-
• se a despesa decorrente da medida está prevista na ção, recondução, remoção, exoneração, demissão, dis-
lei orçamentária anual; se não, quais as alternativas pensa, disponibilidade, aposentadoria), não é neces-
para custeá-la; sário o encaminhamento do formulário de anexo à ex-
• se é o caso de solicitar-se abertura de crédito extra- posição de motivos.
ordinário, especial ou suplementar;
• valor a ser despendido em moeda corrente; Ressalte-se que:

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Língua Portuguesa

– o anexo à exposição de motivos deve ter todas conjunta, mais precisamente, “na forma do regimento
as páginas rubricadas pelo(s) Ministro(s) da(s) Pasta(s) comum”. E à frente da Mesa do Congresso Nacional
proponente(s); está o Presidente do Senado Federal (Constituição, art.
– a síntese do parecer do órgão de assessora- 57, § 5o), que comanda as sessões conjuntas.
mento jurídico não dispensa o encaminhamento do
parecer completo; As mensagens aqui tratadas coroam o processo
– o tamanho dos campos do anexo à exposição desenvolvido no âmbito do Poder Executivo, que abran-
de motivos pode ser alterado de acordo com a mai- ge minucioso exame técnico, jurídico e econômico-fi-
or ou menor extensão dos comentários a serem ali nanceiro das matérias objeto das proposições por elas
incluídos. encaminhadas.

Ao elaborar uma exposição de motivos, tenha pre- Tais exames materializam-se em pareceres dos
sente que a atenção aos requisitos básicos da reda- diversos órgãos interessados no assunto das proposi-
ção oficial (clareza, concisão, impessoalidade, formali- ções, entre eles o da Advocacia-Geral da União. Mas,
dade, padronização e uso do padrão culto de lingua- na origem das propostas, as análises necessárias
gem) deve ser redobrada. A exposição de motivos é a constam da exposição de motivos do órgão onde se
principal modalidade de comunicação dirigida ao Pre- geraram – exposição que acompanhará, por cópia, a
sidente da República pelos Ministros. Além disso, pode, mensagem de encaminhamento ao Congresso.
em certos casos, ser encaminhada cópia ao Congres-
so Nacional ou ao Poder Judiciário ou, ainda, ser publi- b) encaminhamento de medida provisória.
cada no Diário Oficial da União, no todo ou em parte.
Para dar cumprimento ao disposto no art. 62 da
Mensagem Constituição, o Presidente da República encaminha
mensagem ao Congresso, dirigida a seus membros,
É o instrumento de comunicação oficial entre os com aviso para o Primeiro Secretário do Senado Fede-
Chefes dos Poderes Públicos, notadamente as men- ral, juntando cópia da medida provisória, autenticada
sagens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao pela Coordenação de Documentação da Presidência
Poder Legislativo para informar sobre fato da Adminis- da República.
tração Pública; expor o plano de governo por ocasião
da abertura de sessão legislativa; submeter ao Con- c) indicação de autoridades.
gresso Nacional matérias que dependem de delibera-
ção de suas Casas; apresentar veto; enfim, fazer e agra- As mensagens que submetem ao Senado Fede-
decer comunicações de tudo quanto seja de interesse ral a indicação de pessoas para ocuparem determina-
dos poderes públicos e da Nação. dos cargos (magistrados dos Tribunais Superiores,
Ministros do TCU, Presidentes e Diretores do Banco
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pe- Central, Procurador-Geral da República, Chefes de Mis-
los Ministérios à Presidência da República, a cujas são Diplomática etc.) têm em vista que a Constituição,
assessorias caberá a redação final. no seu art. 52, incisos III e IV, atribui àquela Casa do
Congresso Nacional competência privativa para apro-
As mensagens mais usuais do Poder Executivo var a indicação.
ao Congresso Nacional têm as seguintes finalidades:
O curriculum vitae do indicado, devidamente assi-
a) encaminhamento de projeto de lei ordinária, nado, acompanha a mensagem.
complementar ou financeira.
d) pedido de autorização para o Presidente ou o
Vice-Presidente da República se ausentarem do País
Os projetos de lei ordinária ou complementar são
por mais de 15 dias.
enviados em regime normal (Constituição, art. 61) ou
de urgência (Constituição, art. 64, §§ 1o a 4o). Cabe lem-
Trata-se de exigência constitucional (Constituição,
brar que o projeto pode ser encaminhado sob o regime
art. 49, III, e 83), e a autorização é da competência priva-
normal e mais tarde ser objeto de nova mensagem, tiva do Congresso Nacional.
com solicitação de urgência.
O Presidente da República, tradicionalmente, por
Em ambos os casos, a mensagem se dirige aos cortesia, quando a ausência é por prazo inferior a 15
Membros do Congresso Nacional, mas é encaminha- dias, faz uma comunicação a cada Casa do Congres-
da com aviso do Chefe da Casa Civil da Presidência da so, enviando-lhes mensagens idênticas.
República ao Primeiro Secretário da Câmara dos De-
putados, para que tenha início sua tramitação (Consti- e) encaminhamento de atos de concessão e reno-
tuição, art. 64, caput). vação de concessão de emissoras de rádio e TV.
Quanto aos projetos de lei financeira (que com- A obrigação de submeter tais atos à apreciação do
preendem plano plurianual, diretrizes orçamentárias, Congresso Nacional consta no inciso XII do artigo 49
orçamentos anuais e créditos adicionais), as mensa- da Constituição. Somente produzirão efeitos legais a
gens de encaminhamento dirigem-se aos Membros do outorga ou renovação da concessão após deliberação
Congresso Nacional, e os respectivos avisos são en- do Congresso Nacional (Constituição, art. 223, § 3o).
dereçados ao Primeiro Secretário do Senado Federal. A Descabe pedir na mensagem a urgência prevista no
razão é que o art. 166 da Constituição impõe a delibera- art. 64 da Constituição, porquanto o § 1o do art. 223 já
ção congressual sobre as leis financeiras em sessão define o prazo da tramitação.

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Língua Portuguesa

Além do ato de outorga ou renovação, acompanha a – pedido de autorização para declarar guerra e
mensagem o correspondente processo administrativo. decretar mobilização nacional (Constituição, art. 84, XIX);
– pedido de autorização ou referendo para cele-
f) encaminhamento das contas referentes ao exer- brar a paz (Constituição, art. 84, XX);
cício anterior. – justificativa para decretação do estado de defesa
ou de sua prorrogação (Constituição, art. 136, § 4o);
O Presidente da República tem o prazo de ses- – pedido de autorização para decretar o estado de
senta dias após a abertura da sessão legislativa para sítio (Constituição, art. 137);
enviar ao Congresso Nacional as contas referentes ao – relato das medidas praticadas na vigência do
exercício anterior (Constituição, art. 84, XXIV), para exa- estado de sítio ou de defesa (Constituição, art. 141,
me e parecer da Comissão Mista permanente (Consti- parágrafo único);
tuição, art. 166, § 1o), sob pena de a Câmara dos Depu- – proposta de modificação de projetos de leis fi-
tados realizar a tomada de contas (Constituição, art. 51, nanceiras (Constituição, art. 166, § 5o);
II), em procedimento disciplinado no art. 215 do seu – pedido de autorização para utilizar recursos que
Regimento Interno. ficarem sem despesas correspondentes, em decorrên-
cia de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orça-
g) mensagem de abertura da sessão legislativa. mentária anual (Constituição, art. 166, § 8o);
– pedido de autorização para alienar ou conceder
Ela deve conter o plano de governo, exposição terras públicas com área superior a 2.500 ha (Consti-
sobre a situação do País e solicitação de providências tuição, art. 188, § 1o); etc.
que julgar necessárias (Constituição, art. 84, XI).
As mensagens contêm:
O portador da mensagem é o Chefe da Casa Civil
da Presidência da República. Esta mensagem difere a) a indicação do tipo de expediente e de seu núme-
das demais porque vai encadernada e é distribuída a ro, horizontalmente, no início da margem esquerda:
todos os Congressistas em forma de livro.
Mensagem no
h) comunicação de sanção (com restituição de
autógrafos). b) vocativo, de acordo com o pronome de trata-
mento e o cargo do destinatário, horizontalmente, no
Esta mensagem é dirigida aos Membros do Con- início da margem esquerda;
gresso Nacional, encaminhada por Aviso ao Primeiro
Secretário da Casa onde se originaram os autógrafos. Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado
Nela se informa o número que tomou a lei e se restitu- Federal,
em dois exemplares dos três autógrafos recebidos, nos
quais o Presidente da República terá aposto o despa- c) o texto, iniciando a 2 cm do vocativo;
cho de sanção.
d) o local e a data, verticalmente a 2 cm do final do
i) comunicação de veto. texto, e horizontalmente fazendo coincidir seu final com
a margem direita.
Dirigida ao Presidente do Senado Federal (Cons-
tituição, art. 66, § 1o), a mensagem informa sobre a A mensagem, como os demais atos assinados
decisão de vetar, se o veto é parcial, quais as disposi- pelo Presidente da República, não traz identificação de
ções vetadas e as razões do veto. Seu texto vai publica- seu signatário.
do na íntegra no Diário Oficial da União, ao contrário
das demais mensagens, cuja publicação se restringe Fax
à notícia do seu envio ao Poder Legislativo.
O fax (forma abreviada já consagrada de fac-simi-
j) outras mensagens. le) é uma forma de comunicação que está sendo me-
nos usada devido ao desenvolvimento da Internet. É
Também são remetidas ao Legislativo com regu- utilizado para a transmissão de mensagens urgentes
lar freqüência mensagens com: e para o envio antecipado de documentos, de cujo co-
– encaminhamento de atos internacionais que nhecimento há premência, quando não há condições
acarretam encargos ou compromissos gravosos de envio do documento por meio eletrônico. Quando
(Constituição, art. 49, I); necessário o original, ele segue posteriormente pela
– pedido de estabelecimento de alíquotas aplicá- via e na forma de praxe.
veis às operações e prestações interestaduais e de
exportação (Constituição, art. 155, § 2o, IV); Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-lo
– proposta de fixação de limites globais para o mon- com cópia xerox do fax e não com o próprio fax, cujo
tante da dívida consolidada (Constituição, art. 52, VI); papel, em certos modelos, se deteriora rapidamente.
– pedido de autorização para operações financei-
ras externas (Constituição, art. 52, V); e outros. Os documentos enviados por fax mantêm a forma
e a estrutura que lhes são inerentes.
Entre as mensagens menos comuns estão as de:
É conveniente o envio, juntamente com o docu-
– convocação extraordinária do Congresso Nacio- mento principal, de folha de rosto, isto é, de pequeno
nal (Constituição, art. 57, § 6o); formulário com os dados de identificação da mensa-
– pedido de autorização para exonerar o Procura- gem a ser enviada, conforme exemplo a seguir:
dor-Geral da República (art. 52, XI, e 128, § 2o);

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Língua Portuguesa

Telegrama Ata

Com o fito de uniformizar a terminologia e sim- Documento de valor jurídico, em que se re-
plificar os procedimentos burocráticos, passa a rece- gistram ocorrências, resoluções e decisões de um
ber o título de telegrama toda comunicação oficial ex- assembléia, sessão ou reunião.
pedida por meio de telegrafia, telex, etc.
Sua estrutura se compõe de:
Por tratar-se de forma de comunicação dispen-
diosa aos cofres públicos e tecnologicamente supera- a) título;
b) data (por extenso) e local da reunião;
da, deve restringir-se o uso do telegrama apenas àque-
c) finalidade da reunião;
las situações que não seja possível o uso de correio d) dirigentes: presidente e secretário;
eletrônico ou fax e que a urgência justifique sua utiliza- e) texto: narração cronológica dos assuntos trata-
ção e, também em razão de seu custo elevado, esta dos e suas decisões. A escrita é seguida, sem
forma de comunicação deve pautar-se pela concisão. rasuras, emendas ou entrelinhas. As abreviatu-
ras devem ser evitadas e os números são escri-
Não há padrão rígido, devendo-se seguir a tos por extenso;
forma e a estrutura dos formulários disponíveis nas f) encerramento e assinaturas.
agências dos Correios e em seu sítio na Internet.
Atestado
Correio Eletrônico
Documento assinado por uma ou mais pesso-
O correio eletrônico (e-mail), por seu baixo custo as a favor de outra, declarando a veracidade de um fato
e celeridade, transformou-se na principal forma de co- do qual tenha conhecimento ou quando requerido. Este
municação para transmissão de documentos. fato pode afirmar a existência ou inexistência de uma
situação de direito.
Um dos atrativos de comunicação por correio
eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interessa de- Sua estrutura se compõe de:
finir forma rígida para sua estrutura. Entretanto, deve-
a) título: Atestado (ou Atestado de ...);
se evitar o uso de linguagem incompatível com uma
b) texto: identificação do emissor – essa identifica-
comunicação oficial. ção pode ser dispensada no texto se for feita na
assinatura –, finalidade, o fato que se atesta e a
O campo assunto do formulário de correio ele- respeito de quem, e algumas vezes o período de
trônico mensagem deve ser preenchido de modo a fa- validade;
cilitar a organização documental tanto do destinatário c) local e data;
quanto do remetente. d) assinatura (e identificação do signatário).

Para os arquivos anexados à mensagem deve Circular


ser utilizado, preferencialmente, o formato Rich Text. A
mensagem que encaminha algum arquivo deve trazer Circular é um meio de correspondência oficial,
informações mínimas sobre seu conteúdo. através do qual uma autoridade dirige-se a várias pes-
soas ou a departamentos ou a um órgão, simultanea-
Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso mente. Normalmente, as circulares são de caráter ge-
de confirmação de leitura. Caso não seja disponível, ral, contendo instruções emitidas por superiores hie-
deve constar da mensagem pedido de confirmação de rárquicos na instituição, e destinadas a pessoal su-
recebimento. bordinado. Por caráter geral, subentende-se que as

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THATYML
Língua Portuguesa

circulares têm objetivos básicos de emissão de al- O texto do requerimento é sempre escrito em 3a
gum esclarecimento sobre um assunto ou tópico (por pessoa.
exemplo, uma lei), divulgação de matéria de interesse
geral, recomendações, informações e esclarecimen- Relatório
tos sobre atos e fatos administrativos.
É a modalidade de comunicação pela qual se
A circular pode, pelo assunto e pela forma, apre- faz a narração ou descrição, ordenada e mais ou me-
sentar o caráter de aviso, de ofício, ou de comunicação nos minuciosa, daquilo que se viu, ouviu ou observou.
interna, não se fazendo, assim, muita distinção quanto
à estrutura entre estas correspondências, em geral uni- Sua estrutura se compõe de:
direcionais, e as circulares (multidirecionais).
a) local e data;
Portanto, as circulares visam à emissão de or- b) vocativo;
dens de serviço e são uma correspondência multidireci- c) introdução – apresentação do observador e do
onal – são redigidas a vários destinatários. Podem ser fato observado;
impressas, datilografadas, mimeografadas ou digitadas d) texto – exposição cronológica do fato observado;
e transmitidas através de telegramas ou e-mail. e) fecho;
f) assinatura (e identificação do signatário).
A circular é composta pelas seguintes partes:
Parecer
a) numeração: número do Ato e data de expedição.
b) ementa: assunto da circular. Não é obrigatória. É a forma de comunicação pela qual um especi-
c) vocativo: destinatários da circular, geralmente con- alista emite uma opinião fundamentada sobre determi-
tendo o tratamento e o cargo dos mesmos. Não é nado assunto.
parte obrigatória.
d) texto: é o conteúdo da circular, propriamente dito. Sua estrutura se compõe de:
O texto, se composto por mais de um parágrafo,
deve ser numerado com algarismos arábicos no a) vocativo;
início de cada parágrafo, exceto no primeiro. O b) identificação do especialista;
segundo parágrafo tem sua numeração valendo c) introdução – apresentação do assunto;
dois, o terceiro valendo três, e assim por diante. d) texto – exposição de opinião e seu fundamento;
e) fecho: fechamento do texto na forma de uma corte- e) local e data;
sia. Por exemplo, “Atenciosamente,”. f) assinatura (e identificação do signatário).
f) assinatura: é o nome de quem emite a circular
(normalmente uma autoridade), seguido pelo car-
go ocupado e pela função exercida.

Declaração

Muito semelhante ao atestado, a declaração di-


fere dele apenas quanto ao objeto: enquanto aquele é
expedido em relação a alguém, esta é sempre feita em
relação a alguém quanto a um fato ou direito; pode ser
um depoimento, explicação em que se manifeste opi-
nião, conceito, resolução ou observação.

Sua estrutura se compõe de:

a) título: DECLARAÇÃO;
b) texto: nome do declarante – identificação pesso-
al ou profissional (ou ambas), residência, domi-
cílio, finalidade e exposição do assunto;
c) local e data;
d) assinatura (e identificação do signatário).

Requerimento

Petição escrita, feita por pessoa física ou jurídi-


ca, na qual se solicita a uma autoridade um direito de
concessão de algo sob o amparo da lei.

Sua estrutura se compõe de:

a) vocativo: cargo da autoridade a que se dirige (omi-


te-se o seu nome);
b) texto: preâmbulo (identificação do requerente),
teor (solicitação em si e disposição legal em que
se baseia o pedido);
c) fecho: “Nestes termos, pede deferimento.” ou
“Termos em que pede deferimento.”;
d) local e data;
e) assinatura.
60 Degrau Cultural

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THATYML
Língua Portuguesa

MODELOS Modelo de Aviso

Modelo de Ofício
Aviso no 35/SSP-PR
[remetente: nome do órgão ou setor, endereço postal, Brasília, 17 de fevereiro de 2000.
telefone e endereço de
correio eletrônico]
A Sua Excelência o Senhor
[Nome e cargo]
Ofício no 435/2000 - SG-PR
Brasília, 30 de abril de 2000.
Assunto: Seminário sobre uso de energia no setor
público.
A Sua Excelência o Senhor
Deputado [Nome] Senhor Ministro,
Câmara dos Deputados
70.160-900 – Brasília – DF Convido Vossa Excelência a participar da sessão de
abertura do Primeiro Seminário Regional sobre o Uso
Eficiente de Energia no Setor Público, a ser realizado em
Assunto: Demarcação de terras indígenas 5 de março próximo, às 9 horas, no auditório da Escola
Nacional de Administração Pública – ENAP, localizada no
Senhor Deputado, Setor de Áreas Isoladas Sul, nesta capital.

1. Em complemento às observações transmitidas pelo O Seminário mencionado inclui-se nas atividades do


telegrama no 154, de 24 de abril último, informo Vossa Programa Nacional das Comissões Internas de Conser-
Excelência de que as medidas mencionadas em sua carta vação de Energia em Órgão Públicos, instituído pelo De-
no 6708, dirigida ao Senhor Presidente da República, estão creto no 99.656, de 26 de outubro de 1990.
amparadas pelo procedimento administrativo de demarca-
ção de terras indígenas instituído pelo Decreto no 22, de 4
de fevereiro de 1991 (cópia anexa). Atenciosamente,

2. Em sua comunicação, Vossa Excelência ressalva a


necessidade de que – na definição e demarcação das
terras indígenas – fossem levadas em consideração as [nome do signatário]
características sócio-econômicas regionais. [cargo do signatário]

3. Nos termos do Decreto no 22, a demarcação de ter-


ras indígenas deverá ser precedida de estudos e levanta- Modelo de Memorando
mentos técnicos que atendam ao disposto no art. 231, §
1o, da Constituição Federal. Os estudos deverão incluir os Mem. 119/DJ Em 21 de maio de 2000.
aspectos etno-históricos, sociológicos, cartográficos e
fundiários. O exame deste último aspecto deverá ser feito Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração
conjuntamente com o órgão federal ou estadual compe-
tente. Assunto: Administração. Instalação de microcom-
putadores
4. Os órgãos públicos federais, estaduais e municipais
deverão encaminhar as informações que julgarem perti- 1. Nos termos do Plano Geral de informatização, solici-
nentes sobre a área em estudo. É igualmente assegurada to a Vossa Senhoria verificar a possibilidade de que sejam
a manifestação de entidades representativas da socieda- instalados três microcomputadores neste Departamento.
de civil.
2 Sem descer a maiores detalhes técnicos, acrescen-
5. Como Vossa Excelência pode verificar, o procedi- to, apenas, que o ideal seria que o equipamento fosse do-
mento estabelecido assegura que a decisão a ser baixa- tado de disco rígido e de monitor padrão VGA. Quanto a
da pelo Ministro de Estado da Justiça sobre os limites e a programas, haveria necessidade de dois tipos: um proces-
demarcação de terras indígenas seja informada de todos sador de textos, e outro gerenciador de banco de dados.
os elementos necessários, inclusive daqueles assinala-
dos em sua carta, com a necessária transparência e agi- 3. O treinamento de pessoal para operação dos micros
lidade. poderia ficar a cargo da Seção de Treinamento do Depar-
tamento de Modernização, cuja chefia já manifestou seu
Atenciosamente, acordo a respeito.

[Nome] 4. Devo mencionar, por fim, que a informatização dos


[cargo] trabalhos deste Departamento ensejará racional distribui-
ção de tarefas entre os servidores e, sobretudo, uma
melhoria na qualidade dos serviços prestados.

Atenciosamente,

[nome do signatário]
[cargo do signatário]

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Língua Portuguesa

Modelo de Exposição de Motivos de Modelo de Ata


caráter informativo

Paredex – Indústria Têxtil S.A.


EM no 23495/2000-MIP Brasília, 30 de maio de 2000. CGC-MF nº 51.000.009/0001-51 – Companhia Aberta
Ata da Reunião Extraordinária do Conselho
de Administração.

Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Aos cinco de junho de dois mil e três, às nove horas, na
sede social da empresa na Rua das Flores nº 328, Jardim
das Rosas, em São Paulo – Capital, com a presença da
O Presidente George Bush anunciou, no último dia totalidade dos membros do Conselho Administrativo da
13, significativa mudança da posição norte-americana nas Sociedade, regularmente convocados na forma do pará-
negociações que se realizam – na Conferência do Desar- grafo 1o do Art. 19 do Estatuto Social, presidida por Sr.
mamento, em Genebra – de uma convenção multilateral de Fernando Jorge Bento Pires, secretário: Carlos Alberto
proscrição total das armas químicas. Ao renunciar à ma- Libertti, de acordo com a ordem do dia, apreciou-se o
nutenção de cerca de dois por cento de seu arsenal quí- pedido de renúncia de membro do conselho, solicitado
mico até a adesão à convenção de todos os países em pelo Sr. António Neves e designou-se seu substituto, nos
condições de produzir armas químicas, os Estados Uni- termos do parágrafo 4o do Estatuto Social, o Sr. Paulo
dos reaproximaram sua postura da maioria dos quarenta Peres. Nada mais havendo a tratar, foi encerrada a ses-
países participantes do processo negociador, inclusive o são com a lavratura da presente ATA que, após lida e
Brasil, abrindo possibilidades concretas de que o tratado achada de acordo, segue assinada pelos presentes.
venha a ser concluído e assinado em prazo de cerca de
um ano. (...) Fernando Jorge Bento Pires Carlos Alberto Libertti
António Neves Paulo Peres
Fernando Lima Sobrinho Derci Sousa
Respeitosamente,

[Nome] Modelo de Atestado


[cargo]

ATESTADO
Modelo de Mensagem

Atesto, para fins de prova junto ao Fórum da cidade


Mensagem no 298 de Cabreúva-PR, que o Sr. Armando Montes, ocupante do
cargo de diretor de comunicação do Sindicato dos Profes-
sores de Cabreúva-PR, para o qual foi nomeado por De-
creto nº 10 de 1o de abril de 2004, não reponde a proces-
Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal, so administrativo.

Comunico a Vossa Excelência o recebimento das Men-


sagens SM no 106 a 110, de 1991, nas quais informo a
promulgação dos Decretos Legislativos nos 93 a 97, de
1991, relativos à exploração de serviços de radiodifusão.
Crabreúva, 30 de maio de 2004.

______________________________
Brasília, 1o de abril de 2000. António Guedes
Presidente do Sindicato dos Professores
Cabreúva-PR

62 Degrau Cultural

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Língua Portuguesa

Modelo de Circular - 1 Modelo de Requerimento

CIRCULAR NÚMERO 55, DE 29 DE JUNHO DE 1973 Magnífico Reitor da Universidade de São Paulo

Prorroga o prazo para recolhimento, sem multa, da Taxa


de Cooperação incidente sobre bovinos. Dolores Matos, brasileira, solteira, estudante de enge-
nharia, matrícula nº 098.765-4, residente na Rua das Flo-
O DIRETOR-GERAL DO TESOURO DO ESTADO, no uso res nº 386, Jardim das Rosas, São Paulo, solicita a Vossa
de suas atribuições, comunica aos Senhores Cobradores Magnificência atestado de que freqüenta o 3o ano do Cur-
de Impostos e Contribuições que, de conformidade com o so de Engenharia Civil, para fim de pedido de Bolsa-Uni-
Decreto número 22.500, de 29 de junho de 1973, publica- versidade, como previsto pela Portaria 1002, de 13 de
do no Diário Oficial da mesma data, fica prorrogado, até 30 julho de 1966, do Ministério da Educação.
de setembro do corrente exercício, o prazo fixado na Lei
número 4.948, de 28 de maio de 1965, para o recolhimen- Nestes termos,
to, sem a multa moratória prevista no artigo 71 da Lei Pede deferimento
número 6.537, de 27 de fevereiro de 1973, da Taxa de
Cooperação incidente sobre bovinos. São Paulo, 30 de maio de 2004.

Lotário L. Skolaude,
Diretor-Geral. —————————————

Modelo de Circular - 2 Modelo de Relatório

CIRCULAR NÚMERO 4, DE 21 DE MAIO DE 1968 São Paulo, 13 de abril de 2004.

De ordem do Excelentíssimo Senhor Presidente da Re- Senhor Professor,


pública, recomendo aos Senhores Ministros de Estado
que determinem providências no sentido de serem presta- Na qualidade de aluno do curso preparatório para o
das, rigorosamente dentro do prazo estabelecido, as in- concurso de Auditor-Fiscal do INSS, fui designado para a
formações solicitadas para defesa da União em manda- escritura do relatório da 1a aula de Redação Oficial, minis-
dos de segurança impetrados contra ato presidencial. trada em 1o de abril de 2004, período noturno, na Central
de Concursos – unidade Barão de Itapetininga SP, sala D.
2. Recomenda-se, outrossim, que a coleta das infor-
mações seja coordenada pelo Gabinete do Ministro em Regida pelo Professor Diógenes de Ataíde, a aula co-
Brasília, que se responsabilizará pela observância do meçou às 19h00. O professor apresentou-se ao grupo e
prazo legal. em seguida fez uma explanação a respeito do que será a
prova de Redação Oficial. Distribuiu material impresso aos
3. O texto original das informações, nas quais cons- alunos. Falou do estilo de questão e esclareceu que não
tará, sempre que possível, pronunciamento do órgão se- se escreverá um texto, os candidatos apenas haverão de
torial de assessoria jurídica, deverá ser imediatamente reconhecer modalidades de comunicação oficial em lín-
transmitido à Presidência da República para o devido en- gua portuguesa.
caminhamento ao Excelentíssimo Senhor Presidente do
Supremo Tribunal Federal. Na seqüência, o mestre apresentou aos alunos as qua-
lidades das comunicações oficiais (impessoalidade, cor-
Rondon Pacheco, reção gramatical, clareza e concisão), mostrou vários
Ministro Extraordinário para os Assuntos do Gabinete exemplos, solicitando a participação de todos em afirma-
Civil. rem se as frases na lousa estavam certas ou erradas,
corrigiu-as e chamou-nos à atenção para o fato de que
isso aparece sempre nas provas.
Modelo de Declaração
Houve um intervalo para café.

DECLARAÇÃO Após o intervalo de 15 minutos, a aula prosseguiu com


a apresentação dos pronomes de tratamento e seus usos
na correspondência oficial. Os alunos participaram com
Eu, Agamenom Soares, CPF nº 098.765.432-10, brasi- perguntas.
leiro, solteiro, professor, residente e domiciliado na Rua
das Flores nº 386, Jardim das Rosas – São Paulo, declaro, Como último assunto do dia, o professor apresentou
sob as penas da lei, ter entregado à Secretaria da Receita cinco comunicações oficiais: ofício, aviso, memorando,
Federal em 20 de maio de 2004 os documentos compraba- mensagem e exposição de motivos. Falou-se das particu-
tórios de rendimentos tributáveis na fonte, conforme soli- laridades de cada uma e qual a sua finalidade.
citação 328-2004 expedida pelo Ministério da Fazenda em
1o de abril de 2004. Encerrou-se a aula às 21h57, com recomendações para
estudos em casa.

São Paulo, 30 de maio de 2004.


Respeitosamente,
_______________________
Agamenom Soares ——————————————

Degrau Cultural 63

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THATYML
Língua Portuguesa

Modelo de Parecer

Senhor diretor do CESPE – UnB

Austregésilo de Hollanda,
professor de Língua Portuguesa,
registrado no MEC sob nº 13.209

O Sr. Aldo Baccarat, candidato à vaga de Auditor-Fis-


cal da Previdência Social, inscrito no concurso realizado
em 1o de abril de 2004, sob nº 098.765, afirma que a ques-
tão doze da prova azul apresenta problema no gabarito
(opção A, oficialmente).

Na opção D, há a seguinte frase: “Os atletas america-


nos tem se saído melhor que brasileiros, nos Jogos Olím-
picos.” (sic), que está errada. Vejam-se a seguir os pro-
blemas do período em questão.

• têm – esse verbo se refere ao sujeito “os atletas ame-


ricanos”, assim sendo deveria estar no plural – com acen-
to circunflexo, como recomendam as regras de acentua-
ção gráfica para os diferenciais dos verbo TER e VIR (ele
tem – eles têm, ele vem – eles vêm).
• melhor – essa palavra, na frase acima, representa um
advérbio, pois liga-se ao termo saído (particípio do verbo
sair); e, como recomenda a norma culta, advérbio é inva-
riável.
• que os brasileiros – na frase percebe-se a ausência
do pronome demonstrativo OS, que representa na segun-
da oração do período o termo ATLETAS, sem o qual a
frase torna-se ambígua.

Visto que a frase está realmente com problemas, solicita-


se a revisão da nota do candidato.

São Paulo, 26 de abril e 2004.

————————————

64 Degrau Cultural

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Língua Portuguesa
NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO
ACORDO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva
assinou em sessão solene na Academia Bra-
Lisboa, 14, 15 e 16 de Dezembro de 1990
sileira de Letras, o decreto que estabelece o
cronograma para a vigência do Acordo Or-
tográfico entre os países de Língua Portu- Considerando que o projecto de texto de ortografia
guesa e orienta a sua adoção. unificada de língua portuguesa aprovado em Lisboa,
em 12 de outubro de 1990, pela Academia das Ciênci-
O acordo entrará em vigor a partir de
janeiro de 2009, mas a norma atual e a pre- as de Lisboa, Academia Brasileira de Letras e delega-
vista poderão ser usadas e aceitas oficial- ções de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambi-
mente até dezembro de 2012. que e São Tomé e Príncipe, com a adesão da delega-
ção de observadores da Galiza, constitui um passo
A reforma ortográfica foi aprovada em
importante para a defesa da unidade essencial da lín-
dezembro de 1990 por representantes de
sete países que falam Português – Brasil, gua portuguesa e para o seu prestígio internacional,
Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde,
Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe. Em Considerando que o texto do acordo que ora se
2004, o Timor-Leste aderiu ao projeto dois aprova resulta de um aprofundado debate nos Países
anos após obter sua independência da Indo- signatários,
nésia.
Para entrar em vigor, o acordo precisava a República Popular de Angola,
da ratificação de no mínimo três países, o que a República Federativa do Brasil,
foi conseguido em 2006 com Brasil, Cabo Ver- a República de Cabo Verde,
de e São Tomé e Príncipe, enquanto o Parla-
mento de Portugal aprovou em maio deste ano. a República da Guiné-Bissau,
a República de Moçambique,
Segundo o Ministério da Educação, o
acordo ampliará a cooperação internacio- a República Portuguesa,
nal entre os oito países ao estabelecer uma a República Democrática de São Tomé e Príncipe,
grafia oficial única do idioma. A medida tam- acordam no seguinte:
bém deve facilitar o processo de intercâm-
bio cultural e científico entre as nações e a Artigo 1º - É aprovado o Acordo Ortográfico da língua
divulgação mais abrangente da língua e da
portuguesa, que consta como anexo I ao presente ins-
literatura.
trumento de aprovação, sob a designação de Acordo
Ortográfico da língua portuguesa (1990) e vai acompa-
Texto integral do Acordo nhado da respectiva, nota explicativa, que consta como
anexo II ao mesmo instrumento de aprovação, sob a
CONGRESSO NACIONAL designação de Nota Explicativa do Acordo Ortográfico
da língua portuguesa (1990).
Faço saber que o Congresso Nacional aprovou, e
eu, José Sarney, Presidente do Senado Federal, nos
termos do art.48, item 28, do Regime Interno, promulgo Artigo 2º - Os Estados signatários tomarão, através
o seguinte das instituições e órgãos competentes, as providênci-
as necessárias com vista à elaboração, até 1º de ja-
DECRETO LEGISLATIVO Nº 54, DE 1995 neiro de 1993, de um vocabulário ortográfico comum
da língua portuguesa, tão completo quanto desejável
Aprova o texto do Acordo Ortográfico da língua Por- e tão normalizador quanto possível, no que se refere
tuguesa, assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de às terminologias científicas e técnicas.
1990.

O Congresso Nacional decreta: Artigo 3º - O Acordo Ortográfico da língua portuguesa


entrará em vigor em 1º de janeiro de 1994, após depo-
Art. 1º. É aprovado o texto do Acordo Ortográfico da Lín- sitados os instrumentos de ratificação de todos os Es-
gua Portuguesa, assinado em Lisboa, em 16 de de- tados junto do Governo da República Portuguesa.
zembro de 1990.
Parágrafo único. São sujeitos à apreciação do Con- Artigo 4º - Os Estados signatários adoptarão as medi-
gresso Nacional quaisquer atos que impliquem revi- das que entenderem adequadas ao efectivo respeito
são do referido Acordo, bem como quaisquer atos que, da data da entrada em vigor estabelecida no artigo 3º.
nos termos do art. 49, I, da Constituição Federal, acar-
retem encargos ou compromissos gravosos ao patri-
mônio nacional. Em fé do que, os abaixo-assinados, devidamente
Art. 2º. Este Decreto Legislativo entra em vigor na data credenciados para o efeito, aprovam o presente acor-
de sua publicação. do, redigido em língua portuguesa, em sete exempla-
res, todos igualmente autênticos.
Senado Federal, 18 de abril de 1995
Senador José Sarney, Presidente.

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Língua Portuguesa

Assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atri-


buições que lhe confere o art. 84, incisos II, VII e VIII, da
PELA REPÚBLICA POPULAR DE ANGOLA, Constituição, e em observância ao Decreto Legislativo
José Mateus de Adelino Peixoto, nº 54, de 18 de abril de 1995 e ao Decreto de Promulga-
Secretário de Estado da Cultura ção nº....,

PELA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, DECRETA:


Carlos Alberto Gomes Chiarelli, Art. 1º - O Acordo Ortográfico da Língua Portugue-
Ministro da Educação sa, assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990,
ratificado pelo Decreto Legislativo nº 54, de 18 de abril
de 1995, e promulgado pelo Decreto nº........ , entrará
PELA REPÚBLICA DE CABO VERDE,
em vigor no Brasil a partir de 1º de janeiro de 2009.
David Hopffer Almada,
Parágrafo único - No período de transição entre
Ministro da Informação Cultura e Desportos
1º de janeiro de 2009 e 31 de dezembro de 2012 haverá
a convivência da norma ortográfica atualmente em vi-
PELA REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU, gor com a nova norma estabelecida pelo Acordo, e
Alexandre Brito Ribeiro Furtado, ambas serão aceitas como corretas nos exames esco-
Secretário de Estado da Cultura lares, provas de vestibulares e concursos públicos, bem
como nos meios escritos em geral.
PELA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Art. 2º - O Ministério da Educação, o Ministério da
Luis Bernardo Honwana, Cultura e o Ministério das Relações Exteriores, em aten-
Ministro da Cultura dimento ao artigo 2º do Acordo Ortográfico da Língua
Portuguesa, com a colaboração da Academia Brasilei-
PELA REPÚBLICA PORTUGUESA, ra de Letras e entidades afins dos países signatários
Pedro Miguel de Santana Lopes, do Acordo, tomarão as providências necessárias com
Secretário de Estado da Cultura vistas à elaboração de um vocabulário ortográfico co-
mum da língua portuguesa.
PELA REPÜBLICA DEMOCRATICA DE SÃO TOMÉ E Art. 3º - Os livros escolares distribuídos pelo Mi-
PRÍNCIPE, nistério da Educação à rede pública de ensino de todo
Lígia Silva Graça do Espírito Santo Costa, o país serão autorizados a circular, em 2009, tanto na
atual quanto na nova ortografia, e deverão ser editados,
Ministra da Educação e Cultura
a partir de 2010, somente na nova ortografia, excetua-
das as reposições e complementações de programas
em curso, conforme especificação definida e regula-
MINUTA DE DECRETO mentada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação – FNDE.
Estabelece cronograma para a vigência do Acor- Art. 4º - Este Decreto entra em vigor na data de
do Ortográfico da Língua Portuguesa e orienta a sua sua publicação.
implementação.
Brasília,____de_________de 2008; 187º
da Independência e 120º da República.

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Língua Portuguesa

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Língua Portuguesa

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Língua Portuguesa

Observações Importantes → São mantidos os acentos das palavras oxítonas ter-


minadas em a, e, o seguidas ou não de S.
→ As letras K, W e Y serão usadas nos seguintes casos
especiais: → São mantidos os acentos das paroxítonas termina-
das em ditongo crescente.
a) EM antropônimos, antropônimos originários de
outras línguas e seus derivados. → São mantidos os acentos das paroxítonas termina-
Ex.: Franklin, frankliniano, Taylor, taylorista; das em LNRX, UM,UNS, PS, ÂO, Ã, US, I(+S)
b) Em topônimos, topônimos originários de ou-
tras línguas e seus derivados. → mantido o hífen em palavras cujos prefixos são de
Ex.: Kuanza, Kuwait. valor tipi-guarani.
c) Em siglas, símbolos e mesmo em palavras Ex.: Ceará-Mirim.
adotadas como unidade de medida de curso internaci-
onal. → Mantêm-se os acentos nas formas da 3ª pessoa do
Ex.: K – potássio (de kalium); W – oeste (West); kg
plural dos verbos ter, manter, reter etc., que conservam
– quilograma; km (quilômetro); kW – kilowatt; yd – jarda
(yard) o acento:
EX.: (eles) têm, mantêm, retêm etc.
MANTIDO
→ Estão mantidos os acentos graves indicativos de
→ Fica mantido o acento agudo nas vogais tônicas I e U crase.
das palavras oxítonas e paroxítonas que constituem o
2º elemento de um hiato e não seguidas de l,m,n,nh,r,z. MUDANÇAS
Ex.: país, saúde, balaústre. Nessa mesma regra
estão incluídas as formas verbais atraí-las, possuí- → Os verbos como aguar (ou derivados), delinquir
lo-ás.
possuem dupla grafia: com o u tônico em formas ri-
→ São mantidos os acentos em todas as proparoxíto- zotônicas sem acento gráfico: averiguo, águe; e com
nas. Toda paroxítona terminada em ditongo é também a a ou o i dos radicais tônicos acentuados grafica-
uma proparoxítona eventual. mente: averiguo, ágüe.

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THATYML
Língua Portuguesa

→ As palavras proparoxítonas cuja vogal tônica admite → Não se emprega o acento circunflexo nas 3ª pesso-
variantes (ê, é, ô, ó) admitem dupla grafia. as do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo
Ex.: cômodo ou cómodo dos verbos crer, dar, ler, ver e seus derivados: creem,
deem, leem, veem, releem.
→ Oscilação do acento gráfico em fêmur, femur, onix
ou ônix. → Não se emprega o acento circunflexo nas paroxí-
tonas terminadas em oo (hiato): enjoo, voo (subs-
→ Não são acentuadas as palavras paroxítonas cujas tantivo e verbo).
vogais tônicas i e u são precedidas de ditongo crescente.
Ex.: baiuca, feiura → Emprega-se o hífen quando o primeiro elemento da
palavra composta for bem ou mal e o segundo elemen-
→ Emprega-se o hífen nos seguintes topônimos: to começar por vogal ou h: bem-apanhado, bem-humo-
a) iniciados por grã e grão. Ex.: Grão-Pará; rado, mal-habituado, mal-estar.
b) iniciados por verbos: Ex.: Passa-Quatro;
c) cujos elementos estejam ligados por artigo: → Na translineação, ato de passar de uma linha para
outra, na escrita ou na impressão, ficando parte da pa-
Ex.: Bahia de Todos-os-Santos;
lavra na linha superior e o resto na de baixo, se a parti-
ção coincide com o fim de um dos elementos, deve-se
repetir o hífen na linha seguinte. Ex.: vice- -almirante.
Observação: Os demais topônimos compos-
tos são escritos separados e sem hífen: Ex.: → Os nomes próprios hebraicos de tradição bíblica
Cabo Verde - Exceção Guiné-Bissau podem conservar os finais ch, ph e th ou simplificá-
los: Loth ou Lot.

→ prefixos terminados em vogal e segundo elemento → Se o dígrafo for mudo, deverá ser eliminado: Joseph,
iniciado por r ou s, a consoante será duplicada. José; se, pelo uso, permitir adaptação, adiciona-se uma
vogal: Judith, Judite.
Ex.: cosseno, contrarregra.
→ Em antropônimos e topônimos de tradição bíblica,
→ prefixo terminado em vogal e segundo elemento ini- podem conservar-se ou não ser mantidas as consoan-
ciado por vogal diferente daquela em que termina o tes finais b, c, d, g e t, consagradas pelo uso, quer se-
primeiro elemento. jam pronunciadas, quer não: David, Davi.
Ex.: antiaéreo, hidroelétrico.
No mesmo caso, incluem-se: Madrid, Calecut ou Cali-
→ Facultativamente em dêmos (1ª pessoa do plural cut. Com grafia única, destaca-se a palavra Cid, em
do presente do subjuntivo), para se distinguir de de- que o d sempre é pronunciado.
mos (1ª pessoa do plural do pretérito perfeito do indi-
cativo) e em fôrma (substantivo) para se distinguir de → Sempre que possível, devem-se substituir os topôni-
forma (substantivo ou verbo no presente do indicativo mos de línguas estrangeiras por formas próprias da lín-
ou no imperativo). gua nacional (formas vernáculas), quando estas sejam
antigas e ainda vivas em português: Zurique por Zürich.

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THATYML
Língua Portuguesa

Para fixar melhor observe o quadro demonstrativo


na prática do uso do hífen.

Bibliografia
Instituto Antonio Houaiss – Escrevendo pela nova ortografia – Como usar as regras do novo acordo ortográfico da língua Portuguesa
Ed. PubliFolha – Houaiss – 1ª edição/ 2008

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Língua Portuguesa

72 Degrau Cultural

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THATYML
Raciocínio Lógico

Raciocínio
Lógico

75 Conjuntos
76 Proposição simples ou proposição atômica
77 Conectivos
78 Número de linhas de uma tabela-verdade
79 Tautologias
86 Sentenças Abertas
86 Cálculos com porcentagem

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THATYML
Raciocínio Lógico

74 Degrau Cultural

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THATYML
Raciocínio Lógico
RACIOCÍNIO LÓGICO
1. CONJUNTOS 1.7 - Conjunto unitário
É o conjunto formado por um só elemento.
1.1 - Introdução Ex: Conjunto dos números primos pares e positivos:
A noção de conjuntos é intuitiva. Primitivamente, enten- A={2}
de-se por conjunto todo agrupamento bem determina-
do de coisas, objetos, pessoas etc. 1.8 - Conjunto Vazio
Ex: Conjunto das vogais. É o conjunto que não possui elementos.
Ex: Conjunto dos números inteiros entre 5 e 6.
1.2 - Elementos
B = { } ou B = ∅
São os objetos que formam o conjunto.
Ex: Nos conjuntos das vogais, os elementos são: a, e,
1.9 - Conjunto Universo
i, o, u.
É o conjunto que admitimos existir para o desenvolvi-
mento de certo assunto em matemática. É representa-
1.3 - Representação
do por U.
Podemos representar um conjunto de dois modos: en-
Ex: {Segunda-feira, Sexta-feira, sábado} é o conjunto
tre chaves ou através de uma linha poligonal fechada.
dos dias da semana que começam com a letra “s” .Nes-
Ex: Conjunto das vogais:
te caso o conjunto universo é: U ={x / x é dia da semana}.
V = {a, e, i, o, u }
1.10 - Subconjunto
O conjunto A é subconjunto de um conjunto B se, e so-
mente se, todo elemento de A pertence a B.
Ex: A = {1, 2, 3 } e B = {1, 2, 3, 4, 5}
A é subconjunto de B.

No diagrama:

1.4 - Caracterização
Podemos caracterizar um conjunto por:

a) Extensão: através da designação de todos os ele-


mentos que compõe o conjunto.
Ex: A = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9}

b) Compreensão: através da indicação de uma propri-


edade de comum a todos os elementos.
Para relacionar subconjuntos, conjuntos, usaremos
Ex: {x / x é algarismo indo-arábico}
os símbolos:
⊂ (está contido)
Obs: / (lê-se assim: tal que).
⊄ (não está contido)
1.5 - Relação de Pertinência ⊃ (contém)
Para indicar que um elemento x pertence ou não a um (não contém)
conjunto A qualquer, escrevemos simbolicamente:
x ∈ A (x pertence ao conjunto A) Se A é subconjunto de B, então: A ⊂ B; B ⊃ A
x ∉ A (x não pertence ao conjunto A)
Ex: Dado o conjunto A = { 0, 1, 2, 3, 4, 5,}, podemos dizer Obs:
que: 1) A ordem dos elementos não altera o conjunto.
3∈A Ex: A = {3, 7, 8} é o mesmo que A = {7, 8, 3}
1∈A 2) Os elementos dos conjuntos não devem ser repetidos.
7∉A Ex: B = {1, 4, 4, 5, 4, 9} é o mesmo que B = {1, 4, 5, 9}

1.6 - Tipos de conjuntos 3) Representamos os conjuntos por letras maiúsculas:


a) Finito: quando possui um número limitado de ele- A, B, C, ...
mentos:
Ex: {a, e, i, o, u } 4) Os elementos são indicados por letras minúsculas:
{0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9} a, b, c, ...

b) Infinito: quando possui um número ilimitado de ele- 1.11 - Igualdade de conjuntos


mentos. Dois conjuntos A e B são iguais, se e somente se, simul-
Ex: {1, 3, 5,... } → {x ∈ IN / x é ímpar} taneamente A é subconjunto de B é subconjunto de A.
{0, 1, 2, 3,... } → {x / x é natural }

Degrau Cultural 75

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THATYML
Raciocínio Lógico

Ou seja, dois conjuntos são iguais quando possuem C) Diferença


os mesmos elementos.
Ex: A = {3, 2, 1} e B = {1, 2, 3} Dados dois conjuntos A e B, chama-se diferença entre A
A=B e B e indica-se por A - B, ao conjunto formado pelos que
pertencem a A e não pertencem a B.
1.12 - Conjuntos Numéricos
a) IN = {0, 1, 2, 3, 4,...} é o conjunto dos números Ex: A – B = {x / x ∈ A e x ∉ B}
naturais. Se: A = {1, 2, 3} e B = { 3, 4} então:
b) Z = {..., -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, ...} é conjunto dos números A – B = {1,2} B – A = {4}
inteiros. Obs: A – B ≠ B - A
c) Q = {x / x = , a ∈ z, b ∈ z, b ≠ 0} é o conjunto dos
No diagrama temos:
números racionais.
d) I = {x / x não é quociente de dois números inteiros}
e) IR é o conjunto formado pelos conjuntos dos núme-
ros racionais mais irracionais, chamados de reais.

Em diagramas temos:

No diagrama temos:

D) Complementar
Então: IN ⊂ Z ⊂ Q ⊂ IR
Dados dois conjuntos A e B tais que A é subconjunto de
B, chama-se complementar de A em relação a B e indi-
1.13 - União (U)
Dados dois conjuntos A e B, chama-se união de A com ca-se por , ao conjunto dos elementos que perten-
B, o conjunto formado pelos elementos que pertencem cem a B e não pertencem a A.
a A ou a B.
A U B = {x / x ∈ A ou x ∈ B} =B –A
Ex: A = {1, 2, 3} , B = {3, 4, 5} Ex: A = { 1, 2, 3 } e B = { 1, 2, 3, 4, 5 }
A U B = {1, 2, 3, 4, 5}
= B – A = { 4, 5 }
No diagrama temos:
Estruturas Lógicas e Diagramas
Proposição é todo o conjunto de palavras, símbolos
que representam um pensamento completo.

Princípios
A lógica matemática se fundamenta em dois princípi-
os básicos:

B) Intersecção ( ) I) Princípio da não contradição:


Uma proposição não poderá ser ao mesmo tempo fal-
Dados dois conjuntos A e B, chama-se intersecção de sa e verdadeira.
A com B o conjunto formado pelos elementos que II) Princípio do terceiro excluído:
pertencem a A e a B. Toda proposição ou é verdadeira ou é falsa, não existe
A B = {x / x ∈ A e x ∈ B} um terceiro caso.
Ex: A = {1, 2, 3} e B = {3, 4,}
A B = {3} Valor lógico de uma proposição
Uma proposição poderá ter valor lógico verdade ou
No diagrama temos: falsidade.
Toda proposição tem um e, um só dos valores V ou F.

Proposição simples ou proposição atômica


É aquela que não tem nenhuma outra proposição como
parte integrante.
Representaremos pelas letras latinas minúsculas p, q,
r, s...
p: Antonio é alto.
q: 2 é um número ímpar.

76 Degrau Cultural

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Raciocínio Lógico

Proposição composta ou proposição molecular. d) Disjunção Exclusiva ( )


É aquela formada pela combinação de duas ou mais Representa a disjunção de duas proposições ligadas
proposições. através do conectivo ou...ou.. (p q). Seus valores lógi-
Representaremos pelas letras latinas maiúsculas P, cos são:
Q, R, S...
P: Antonio é alto ou 2 é um número ímpar.

Conectivos
São palavras usadas para ligar proposições, assim
criando novas proposições.
Os Conetivos são:
p q: lê-se ou p ou q, mas não ambos
ou Carlos é engenheiro ou 5 é primo.

e) Condicional ( )
Representa a conjunção de duas proposições ligadas
através do conectivo se... então (p q). Seus valores
lógicos são:

TABELA-VERDADE
Dispositivo prático na qual figuram todos os possíveis
valores lógicos da proposição composta corresponden-
tes das proposições simples.

p q: lê-se: se p então q; q se p; p somente se q.


Poderemos também, interpretar da seguinte forma:
(a) p é condição suficiente para q
(b) q é condição necessária para p
Se Carlos é engenheiro, então 5 é primo.
Operações Lógicas sobre proposições
Quando analisamos proposições realizamos uma sé- f) Bicondicional (↔)
rie de operações, vamos conhecê-las e também as suas Representa a conjunção de duas proposições ligadas
tabelas-verdade. através do conectivo se...então (p↔q). Seus valores ló-
gicos são:
a) Negação (~)
Representa a negação de uma proposição. Seus valo-
res lógicos são:

p ↔ q: lê-se: p se, e somente se, q; p é equivalente a q.


~p , lê-se: não p; não é verdade que p; não sucede p Poderemos também, interpretar da seguinte forma:
p: Antonio é professor p é condição necessária e suficiente para q
~p: Antonio não é professor. Carlos é engenheiro se e somente se 5 é primo.
b) Conjunção (∧∧) ER1. (FT_98) De três irmãos – José, Adriano e Caio –,
Representa a conjunção de duas proposições ligadas sabe-se que ou José é o mais velho, ou Adriano é o
através do conectivo e (p ∧q) . Seus valores lógicos são: mais moço. Sabe-se, também, que ou Adriano é o mais
velho, ou Caio é o mais velho. Então, o mais velho e o
mais moço dos três irmãos são, respectivamente:
a) Caio e José
b) Caio e Adriano
c) Adriano e Caio
d) Adriano e José
p ∧ q: lê-se: p e q; p mais q. e) José e Adriano
Carlos é engenheiro e 5 é primo.

c) Disjunção (∨) Resolução:


Representa a disjunção de duas proposições ligadas Temos as seguintes proposições:
através do conectivo ou (p ∨ q). Seus valores lógicos são: Ou José é o mais velho, ou Adriano é o mais moço. (I)
Ou Adriano é o mais velho, ou Caio é o mais velho. (II)
Considerando a proposição:
Ou Adriano é o mais velho, ou Caio é o mais velho.
Essa proposição será verdadeira se somente uma das
proposições for verdadeira.
Considerando que Caio é o mais velho, então Adriano
p ∨ q: lê-se: p ou q. não é o mais velho.
Carlos é engenheiro ou 5 é primo. Considerando a proposição:
Ou José é o mais velho, ou Adriano é o mais moço.

Degrau Cultural 77

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THATYML
Raciocínio Lógico

Essa proposição será verdadeira se pelo menos uma Para a primeira proposição simples (p):
das proposições for verdadeira. Para valores Vs (verdadeiros), temos: p = 2n – 1,
José é o mais velho é falso pela (II), então Adriano é o como n = 2, fica: 22 – 1 = 21 = 2 (significa que na primeira
mais moço. coluna, teremos dois valores Vs).
Usando o mesmo raciocínio, para valores Fs (fal-
Alternativa: B sos), concluímos que, teremos, também, dois valores
Fs (falsos), na primeira coluna.
ER2. (FT_98) A negação da afirmação condicional “se Nota: os valores Vs (verdadeiros) e Fs (falsos)
estiver chovendo, eu levo o guarda-chuva” é: vão se alternando de dois em dois, pois o resultado
a) se não estiver chovendo, eu levo o guarda-chuva
de 2n – 1 foi 2.
b) não está chovendo e eu levo o guarda-chuva
c) não está chovendo e eu não levo o guarda-chuva Façamos, agora, para a segunda proposição (q):
d) se estiver chovendo, eu não levo o guarda-chuva Para valores Vs (verdadeiros), temos: q = 2n – 2,
e) está chovendo e eu não levo o guarda-chuva como n = 2, fica: 22 – 2 = 20 = 1 (significa que na segunda
coluna, teremos um valor V).
Resolução: Pela mesma linha de raciocínio, para valores Fs
A negação da de uma proposição do tipo (falsos), concluímos que teremos, também, um valor F.
“Se A então B” (A → B), Nota: os valores V (verdadeiro) e F (falso) vão se
é a afirmação da primeira e negação da segunda. alternando de um em um, pois o resultado de 2n – 2 foi 1.
~ (A → B) ⇔ A ∧ → B O candidato pode perguntar por que em relação
Logo, a negação de: à primeira premissa a potência foi n – 1 e em relação à
“Se estiver chovendo, (então) eu levo o guarda-chuva”. segunda premissa a potência foi n – 2.
“Está chovendo, eu não levo o guarda-chuva”. A resposta é: fundamenta-se na fórmula 2n / 2k =
2n - k onde n são os valores lógicos e k são as premissas.
Alternativa: E Então, no nosso caso, ficamos assim:
Para a primeira premissa: 22 / 21 = 22 - 1, o 2 (po-
ER3. (FT_98_ESAF) Dizer que “Pedro não é pedreiro ou tência) é porque os valores lógicos são V e F e o 1
Paulo é paulista” é, do ponto de vista lógico, o mesmo (potência), porque é em relação à 1ª premissa.
que dizer que: Para a segunda premissa: 22 / 22 = 22 – 2, o primei-
a) se Pedro é pedreiro, então Paulo é paulista ro 2 (potência) é porque os valores lógicos são V e F e o
b) se Paulo é paulista, então Pedro é pedreiro segundo 2 (potência) é porque a premissa é a segunda.
c) se Pedro não é pedreiro, então Paulo é paulista Agora, vamos montar a tabela-verdade:
d) se Pedro é pedreiro, então Paulo não é paulista
e) se Pedro não é pedreiro, então Paulo não é paulista

Resolução:
Do ponto de vista da lógica, a negação da primeira ou
afirmação da segunda (~A ∨ B), é equivalente a dizer
que a afirmação da primeira implica na afirmação da
segunda (A →B). Pela tabela-verdade, vemos que na primeira coluna
~A ∨ B ⇔ A → B
existem dois Vs e dois Fs, enquanto na segunda
Logo: existe um V e um F, alternando-se, como foi compro-
“Pedro não é pedreiro ou Paulo é paulista” ⇔ vado no cálculo acima.
“se Pedro é pedreiro, então Paulo é paulista”

Alternativa: A 2º) Exemplo:


Vamos aproveitar este exemplo para mostrar a
validade de um argumento.
Número de linhas de uma tabela-verdade

O número de linhas da tabela-verdade de uma Testar a validade do seguinte argumento:


proposição composta depende do número de proposi- Se trabalho, não posso estudar
ções simples que a integram, sendo dado pelo seguin-
te teorema: Trabalho ou serei aprovado em Matemática
“A tabela-verdade de uma proposição compos- Tabalhei______________________________
ta com n proposições simples componentes contém Logo, fui reprovado em Matemática
2n linhas”.
Vamos primeiro ver um exemplo construindo a tabe- Inicialmente, vamos separar as proposições:
la-verdade por uma proposição, depois, um exemplo cons- P = “Trabalho”
truindo a tabela-verdade através de argumento. Q = “Posso estudar”
R = “Serei aprovado em Matemática”
1º) Exemplo:
Dada a proposição P(p,q) = ~ (p ^ ~ q)
Primeiramente, calculamos o nº de linhas por Padronizando, sendo:
2n: 22 = 4 (o 2 da potência é porque só temos duas P→~Q
variáveis, ou seja, p e q). PvR
Após sabermos o número de linhas que terá a
tabela-verdade, vamos, agora, construí-la, através dos P______
valores lógicos V e F. \~ R

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THATYML
Raciocínio Lógico

Fazendo o mesmo tipo de cálculo para o pri- Lógica de Argumentação


meiro exemplo, temos: 2n = 23 = 8 linhas. (lembre-se, Chama-se de argumento toda afirmação de que uma
dada seqüência finita de proposições tem como con-
agora, k vale 1, depois, 2, depois, 3, porque são 3 seqüência uma proposição final.
premissas). Então, nas colunas, teremos: As proposições iniciais são as premissas do argumen-
1ª coluna = da premissa P = 4 Vs e 4 Fs; to, e a proposição final é a conclusão do argumento.
2ª coluna = da premissa Q = 2 Vs e 2 Fs, alternada- Poderemos usar os termos hipótese no lugar de pre-
mente; missa e tese no lugar de conclusão.
P1: Todos os diplomatas são gordos.
3ª coluna = da premissa R = 1 V e 1 F, alternada- P2: Nenhum gordo sabe nadar.
mente.
C: Logo, os diplomatas não sabem nadar.
A montagem da tabela, fica:
Um argumento que consiste em duas premissas e uma
conclusão chama-se silogismo.

Validade de um argumento
Um argumento P1, P2,...,Pn |----- C diz-se válido, se e
somente se a conclusão C é verdadeira todas as vezes
que premissas P1, P2,...,Pn são verdadeiras.
Um argumento não-válido recebe o nome de sofisma.

Critério de validade de um argumento


Um argumento P1, P2,...,Pn |------ C é válido, se e somen-
te se a condicional:
(P1 ∧ P2, ∧....∧Pn) ⇒ C é tautológica.

ER5. (ICMS_SP_02)
Todos os diplomatas são gordos.
p = premissas Nenhum gordo sabe nadar.
c = conclusão Segue-se que:
A explicação para a validade de um argumento é: a) Algum diplomata não é gordo
após a construção da tabela-verdade, verifica-se na b) Algum diplomata sabe nadar
coluna das premissas as linhas em que os valores c) Nenhum diplomata sabe nadar
lógicos são todos V. Se em todas essas linhas o valor d) Nenhum diplomata é gordo
lógico relativo à coluna da conclusão for, também, V, o e) Algum gordo sabe nadar
argumento é válido. Se ao menos em uma das linhas
em que os valores lógicos das premissas são Vs, se Resolução:
nessa mesma linha o valor lógico relativo à coluna da Poderemos usar a teoria dos conjuntos para a resolu-
ção do exercício.
conclusão for F, então, o argumento é não-válido.
Vamos representar cada frase por diagramas de con-
No nosso 2º exemplo, temos nas 3ª e 4ª linhas
juntos
as premissas verdadeiras, mas na terceira linha a con-
clusão é falsa, logo o argumento é não-válido.

TAUTOLOGIAS

Sentenças moleculares que são sempre verdadeiras,


independentemente do valor lógico das proposições
que a constituem, são chamadas tautologias.

ER4. (FT_98) Chama-se tautologia a toda proposição


que é sempre verdadeira, independentemente da ver-
dade dos termos que a compõem. Um exemplo de tau-
tologia é:
a) se João é alto, então João é alto ou Guilherme é
gordo
b) se João é alto, então João é alto e Guilherme é
gordo
c) se João é alto ou Guilherme é gordo, então Gui- Como não há intersecção entre o conjunto dos Gordos
lherme é gordo e o dos Nadadores, então não existe a possibilidade
d) se João é alto ou Guilherme é gordo, então João é de algum diplomata saber nadar, logo nenhum diplo-
alto e Guilherme é gordo mata sabe nadar.
e) se João é alto ou não é alto, então Guilherme é
gordo Alternativa: C
Resolução: REGRAS DE INFERÊNCIA
Analisando a proposição se João é alto, então João é
alto ou Guilherme é gordo As tabelas que se seguem contém alguns dos argu-
Logo, essa proposição representa uma tautologia. mentos válidos mais importantes da lógica. O conheci-
Alternativa: A mento da validade destes dez argumentos permite-nos
Degrau Cultural 79

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Raciocínio Lógico

inferir a validade de muitos outros argumentos. Por esse deiro que:


motivo eles são chamados de a) algum A não é G d) algum G é A
b) algum A é G e) nenhum G é A
Regras de Inferência. c) nenhum A é G

02. (TTN) Considere dois conjuntos, A e B, tais que A =


{4, 8, x, 9, 6} e B = {1 , 3, x, 1 0, y, 6}. Sabendo que a
interseção dos conjuntos A e B é dada pelo con-
junto {2, 9, 6}, o valor da expressão y - (3x + 3) é
igual a
a) -28 d) 6
b) -19 e) 0
c) 32

03. (Fiscal do Trabalho/98) De um grupo de 200 estu-


dantes, 80 estão matriculados em francês, 110 em
inglês e 40 não estão matriculados nem em in-
glês, nem em francês. Seleciona-se, ao acaso, um
dos 200 estudantes. A probabilidade de que o es-
tudante selecionado esteja matriculado, em pelo
menos uma dessas disciplinas (isto e, em inglês
ou em francês) é igual a:
a) d)

b) e)

c)

04. (AFC/96) Se Beto briga com Glória, então Glória vai


ao cinema. Se Glória vai ao cinema, então Carla
fica em casa. Se Carla fica em casa, então Raul
briga com Carla. Ora, Raul não briga com Carla.
Logo,
a) Carla não fica em casa e Beto não briga com Gló-
ria.
b) Carla fica em casa e Glória vai ao cinema.
c) Carla não fica em casa e Glória vai ao cinema.
Exemplo: d) Glória vai ao cinema e Beto briga com Glória.
1) Vamos usar a regra modus ponens para verificar a e) Glória não vai ao cinema e Beto briga com Glória.
validade do argumento:
Se Maria é francesa, então Guilherme é italiano. 05. (AFC/96) Três irmãs – Ana, Maria e Cláudia – fo-
Se Guilherme é italiano, então Orlando é chinês. ram a uma festa com vestidos de cores diferentes.
Mas Maria é francesa. Uma vestiu azul, a outra branco, e a terceira preto.
------------------------------------------------------------------------- Chegando à festa, o anfitrião perguntou quem era
Logo Orlando é chinês. cada uma delas. A de azul respondeu: “Ana é a que
está de branco”. A de branco falou: “Eu sou Maria”.
Representando simbolicamente as proposições por A: E a de preto disse: “Cláudia é quem está de bran-
Maria é francesa, B: Guilherme é italiano e C: Orlando é co”. Como o anfitrião sabia que Ana sempre diz a
chinês, o argumento dado é da forma: verdade, que Maria às vezes diz a verdade, e que
(1) Se A, então B Cláudia nunca diz a verdade, ele foi capaz de iden-
(2) Se B, então C tificar corretamente quem era cada pessoa. As
(3) A cores dos vestidos de Ana, Maria e Cláudia eram,
------------------------ respectivamente,
(4) C a) Preto, branco, azul.
b) Preto, azul, branco.
onde (1), (2) e (3) são as premissas e (4) é a conclusão; c) Azul, preto, branco.
das premissas (1) e (3) podemos concluir, via “modus d) Azul, branco, preto
ponens”, que a proposição B é verdadeira e assim, no e) Branco, azul, preto.
nosso argumento, podemos usar a proposição
proposição B como uma nova premissa. Temos então 06. (AFC/96) Se Carlos é mais velho do que Pedro,
verdadeira as seguintes proposições (1), (2), (3) e (4), então Maria e Júlia têm a mesma idade. Se Maria
mostrando que o argumento é válido. e Júlia têm a mesma idade, então João é mais
moço do que Pedro. Se João é mais moço do que
EXERCÍCIOS Pedro, então Carlos é mais velho do que Maria.
Ora, Carlos não é mais velho do que Maria. Então,
01. (TTN) Se é verdade que “Alguns A são R” e que a) Carlos não é mais velho do que Júlia, e João é
“Nenhum G é R”, então é necessariamente verda- mais moço do que Pedro.

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Raciocínio Lógico

b) Carlos é mais velho do que Pedro, e Maria e Júlia ocínio por meio de proposições que são avalia-
têm a mesma idade. das (valoradas) como verdadeiras (V) ou falsas
c) Carlos e João são mais moços do que Pedro. (F), mas nunca ambos, esses operadores estão
d) Carlos é mais velho do que Pedro, e João é mais definidos, para cada valoração atribuída às letras
moço do que Pedro. proposicionais, na tabela abaixo.
e) Carlos não é mais velho do que Pedro, e Maria e
Júlia não têm a mesma idade.

07. (AFC/96) Os dois círculos abaixo representam, res-


pectivamente, o conjunto S dos amigos de Sara e
o conjunto P dos amigos de Paula.

11. Suponha que P represente a proposição Hoje cho-


veu, Q represente a proposição José foi à praia e
R represente a proposição Maria foi ao comércio.
Com base nessas informações e no texto, julgue
os itens seguintes.
a) A sentença Hoje não choveu então Maria não foi
Sabendo que a parte sombreada do diagrama não ao comércio e José não foi à praia pode ser corre-
possui elemento algum, então:
tamente representada por ¬ P→ (¬ R ^¬ Q).
a) Todo amigo de Paula é também amigo de Sara.
b) Todo amigo de Sara é também amigo de Paula. b) A sentença Hoje choveu e José não foi à praia pode
c) Algum amigo de Paula não é amigo de Sara. ser corretamente representada por P ^ ¬ Q.
d) Nenhum amigo de Sara é amigo de Paula. c) Se a proposição Hoje não choveu for valorada como
e) Nenhum amigo de Paula é amigo de Sara. F e a proposição José foi à praia for valorada como V,
então a sentença representada por ¬ P → Q é falsa.
08. (AFC/96) Com relação a dois conjuntos quaisquer,
Z e P, é correto afirmar que: d) O número de valorações possíveis para (Q ^ ¬ R) → P
a) Se (Z ∩ P) = P, então P ⊂ Z é inferior a 9.
b) Se (Z ∪ P) = Z, então Z⊂ P
c) Se (Z ∩ P) = φ , então (Z ∪ P) = φ 12.
d) Se (Z ∩ P) = φ, então Z = ou P = φ
e) Se (Z ∪ P) = P, então Z = φ

09. (ICMS_2002) Indique a alternativa em que as pro-


posições formam um conjunto inconsistente.
a) Se o avião tem problema de motor, então pousa
em Campinas. Se o avião tem problema de motor, As letras P, Q e R representam proposições, e os
então pousa em Bauru. O avião não pousa em esquemas acima representam quatro formas de de-
Campinas. dução, nas quais, a partir das duas premissas (pro-
b) Se o avião tem problema de motor, então pousa posições acima da linha tracejada), deduz-se a con-
em Campinas. Se o avião não tem problema de clusão (proposição abaixo da linha tracejada). Os sím-
motor, então pousa em Bauru. O avião não pousa bolos ¬ e → são operadores lógicos que significam,
em Bauru. respectivamente, não e então, e a definição de V é
c) Se o avião tem problema de motor, então não pou- dada na seguinte tabela verdade.
sa em Campinas. Se o avião não tem problema de
motor, então pousa em Bauru. O avião não pousa
em Campinas.
d) Se o avião tem problema de motor, então pousa
em Campinas. Se o avião não tem problema de
motor, então pousa em Bauru. O avião não pousa
em Campinas nem em Bauru.
e) Se o avião tem problema de motor, então não pou- Considerando as informações acima e as do texto,
sa em Campinas. Se o avião não tem problema de julgue os itens que se seguem, quanto à forma de
motor, então não pousa em Bauru. O avião pousa dedução.
em Campinas. a) Considere a seguinte argumentação. Se juízes fos-
sem deuses, então juízes não cometeriam erros.
10. De quantas maneiras cinco pessoas: A, B, C, D e Juízes cometem erros. Portanto, juízes não são
E, podem ser dispostas em fila indiana começan- deuses. Essa é uma dedução da forma IV.
do por A ou B? b) Considere a seguinte dedução. De acordo com a
a) 120. d) 60. acusação, o réu roubou um carro ou roubou uma
b) 24. e) 42. motocicleta. O réu roubou um carro. Portanto, o
c) 48. réu não roubou uma motocicleta. Essa é uma de-
dução da forma II.
Texto para os itens de 11 e 12 (TCU/2004) c) Dadas as premissas P → Q;¬ Q; R → P, é possível
Considere que as letras P, Q e R representam pro- fazer uma dedução de ¬ R usando-se a forma de
posições e os símbolos , e são operado- dedução IV.
res lógicos que constroem novas proposições e d) Na forma de dedução I, tem-se que a conclusão
significam não, e e então, respectivamente. Na ló- será verdadeira sempre que as duas premissas
gica proposicional que trata da expressão do raci- forem verdadeiras.

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Raciocínio Lógico

13. (TCU/2004) A seguinte forma de argumentação é C) se Helena não é uma boa amiga, Patrícia é uma
considerada válida. Para cada x, se P(x) é verdade, boa amiga.
então Q(x) é verdade e, para x = c, se P(c) é verda-
de, então conclui-se que Q(c) é verdade. Com base A análise do encadeamento lógico dessas três afir-
nessas informações, julgue os itens a seguir. mações permite concluir que elas:
a) Considere o argumento seguinte. a) são equivalentes a dizer que Patrícia é uma boa
Toda prestação de contas submetida ao TCU que amiga.
expresse, de forma clara e objetiva, a exatidão dos b) implicam necessariamente que Patrícia é uma boa
demonstrativos contábeis, a legalidade, a legiti- amiga.
midade e a economicidade dos atos de gestão do s) implicam necessariamente que Vítor diz a verda-
responsável é julgada regular. A prestação de con- de e que Helena não é uma boa amiga.
tas da Presidência da República expressou, de d) são consistentes entre si, quer Patrícia seja uma
forma clara e objetiva, a exatidão dos demonstrati- boa amiga, quer Patrícia não seja uma boa
vos contábeis, a legalidade, a legitimidade e a eco- amiga.
nomicidade dos atos de gestão do responsável. e) são inconsistentes entre si.
Conclui-se que a prestação de contas da Presi-
dência da República foi julgada regular. 17. (MPOG/2002) M = 2x + 3y, então M = 4p + 3r. Se M
Nesse caso, o argumento não é válido. = 4p + 3r, então M = 2w - 3r. Por outro lado, M = 2x
b) Considere o seguinte argumento. + 3y, ou M = 0. Se M = 0, então M + H = 1. Ora, M +
Cada prestação de contas submetida ao TCU que H 1. Logo,
apresentar ato antieconômico é considerada irre- a) 2w -3r = 0 d) 2x + 3y 2w - 3r
gular. A prestação de contas da prefeitura de uma b) 4p + 3r 2w - 3r e) M = 2w - 3r
cidade foi considerada irregular. Conclui-se que a c) M2x + 3y
prestação de contas da prefeitura dessa cidade
apresentou ato antieconômico. 18. (MPOG/2002) Em um grupo de amigas, todas as
Nessa situação, esse argumento é válido. meninas loiras são, também, altas e magras, mas
nenhuma menina alta e magra tem olhos azuis. To-
das as meninas alegres possuem cabelos crespos,
14. (TCU/2004) Em geral, empresas públicas ou pri-
e algumas meninas de cabelos crespos têm tam-
vadas utilizam códigos para protocolar a entrada e
bém olhos azuis. Como nenhuma menina de cabe-
a saída de documentos e processos. Considere los crespos é alta e magra, e como neste grupo de
que se deseja gerar códigos cujos caracteres per- amigas não existe nenhuma menina que tenha ca-
tencem ao conjunto das 26 letras de um alfabeto, belos crespos, olhos azuis e seja alegre, então:
que possui apenas 5 vogais. Com base nessas a) pelo menos uma menina alegre tem olhos azuis.
informações, julgue os itens que se seguem. b) pelo menos uma menina loira tem olhos azuis.
a) Se os protocolos de uma empresa devem conter 4 c) todas as meninas que possuem cabelos crespos
letras, sendo permitida a repetição de caracteres, são loiras.
então podem ser gerados menos de 400.000 pro- d) todas as meninas de cabelos crespos são alegres.
tocolos distintos. e) nenhuma menina alegre é loira.
b) Se uma empresa decide não usar as 5 vogais em
seus códigos, que poderão ter 1, 2 ou 3 letras, 19. (MPOG/2002) Na formatura de Hélcio, todos os que
sendo permitida a repetição de caracteres, então foram à solenidade de colação de grau estiveram,
é possível obter mais de 11.000 códigos distintos. antes, no casamento de Hélio.- Como nem todos
c) O número total de códigos diferentes formados por os amigos de Hélcio estiveram no casamento de
3 letras distintas é superior a 15.000.
Hélio, conclui-se que, dos amigos de Hélcio:
a) todos foram à solenidade de colação de grau de
15. (TCU/2004) 20. Um baralho comum contém 52
cartas de 4 tipos (naipes) diferentes: paus (♣), Hélcio e alguns não foram ao casamento de Hélio.
espadas (♠), copas (♥) e ouros (♦). Em cada nai- b) pelo menos um não foi à solenidade de colação
pe, que consiste de 13 cartas, 3 dessas cartas de grau de Hélcio.
contêm as figuras do rei, da dama e do valete, res- c) alguns foram à solenidade de colação de grau de
pectivamente. Com base nessas informações, jul- Hélcio, mas não foram ao casamento de Hélio.
gue os itens subseqüentes. d) alguns foram à solenidade de colação de grau de
a) A probabilidade de se extrair aleatoriamente uma Hélcio e nenhum foi ao casamento de Hélio.
carta de um baralho e ela conter uma das figuras e) todos foram à solenidade de colação de grau de
Hélcio e nenhum foi ao casamento de Hélio.
citadas no texto é igual a .
20. (MPOG/2002) Um juiz de futebol possui três car-
b) Sabendo que há 4 ases em um baralho comum, tões no bolso. Um é todo amarelo, o outro é todo
sendo um de cada naipe, conclui-se que a proba- vermelho e o terceiro é vermelho de um lado e
bilidade de se extrair uma carta e ela não ser um amarelo do outro. Num determinado jogo, o juiz
retira, ao acaso, um cartão do bolso e mostra, tam-
ás de ouros é igual a . bém ao acaso, uma face do cartão a um jogador.
c) A probabilidade de se extrair uma carta e ela conter Assim, a probabilidade de a face que o juiz vê ser
vermelha e de a outra face, mostrada ao jogador,
uma figura ou ser uma carta de paus é igual a . ser amarela é igual a:
a) 1/6. d) 4/5.
b) 1/3. e) 5/6.
16. (AFTN/98) Considere as afirmações: c) 2/3.
A) se Patrícia é uma boa amiga, Vítor diz a verdade;
B) se Vítor diz a verdade, Helena não é uma boa amiga;

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21. (MPOG/2002) Cinco amigas, Ana, Bia, Cati, Dida e 27. Se é verdade que “Alguns escritores são poetas” e
Elisa, são tias ou irmãs de Zilda. As tias de Zilda que “Nenhum Músico é poeta’’, então, também e
sempre contam a verdade e as irmãs de Zilda sem- necessariamente ver que:
pre mentem. Ana diz que Bia é tia de Zilda. Bia diz a) nenhum músico é escritar.
que Cati é irmã de Zilda. Cati diz que Dida é irmã b) algum escritor é músico.
de Zilda. Dida diz que Bia e Elisa têm diferentes c) algum músico é escritor.
graus de parentesco com Zilda, isto é: se uma é d) algum escritor não é músico.
tia a outra é irmã. Elisa diz que Ana é tia de Zilda. e) nenhum escritor é músico.
Assim, o número de irmãs de Zilda neste conjunto
de cinco amigas é dado por: 28. Se Beraldo briga com Beatriz, então Beatriz briga
a) 1. d) 4. com Bia. Se Beatriz briga com Bia, então Bia vai ao
b) 2. e) 5. bar. Se Bia vai ao bar, então Beto briga com Bia.
c) 3. Ora. Beto não briga com Bia. Logo,
a) Bia não vai ao bar e Beatriz briga com Bia.
22. Seis pessoas - A, B, C, D, E, F - devem sentar-se b) Boa vai ao bar e Beatriz ouga com Bia.
em tomo de uma mesa redonda para discutir um c) Beatriz não briga com Bia e Beraldo não briga com
contrato. Há exatamente seis cadeiras em tomo Beatriz.
da mesa, e cada pessoa senta-se de frente para o d) Beatriz briga com Bia e Beraldo briga com Beatriz.
centro da mesa e numa posição diametralmente e) Beatriz não briga com Bia e Beraldo briga com Beatriz.
oposta à pessoa que está do outro lado da mesa.
A disposição das pessoas à mesa deve satisfazer 29. Se Flávia é filha de Fernanda, então Ana não é filha
às seguintes restrições: de Alice. Ou Ana é filha de Alice, ou Ênia é filha de
F não pode sentar-se ao lado de C Elisa. Se Paula não é filha de Paulete, então Flávia
E não pode sentar-se ao lado de A é filha de Fernanda. Ora, nem Ênia é filha de Elisa
D deve sentar-se ao lado de A nem Inês é filha de Isa.
Então uma distribuição aceitável das pessoas em a) Paula é filha de Paulete e Flávia é filha de Fernanda.
tomo da mesa é: b) Paula é filha de Paulete e Ana é filha de Alice.
a) F, B, C, E, A, D. d) F, D, A, C, E, B. c) Paula não é fllna de Paulete e Ana é filha de Alice.
b) A, E, D, F, C, B. e) F, E, D, A, B, C. d) Ênia é filha de Elisa ou Flávia é filha de Fernanda.
c) A, E, F, C, D, E. e) Se Ana é filha de Alice, Flávia é filha de Fernanda.

23. Ou Celso compra um carro, ou Ana vai à Africa, ou 30. A partir das seguintes premissas:
Rui vai a Roma. Se Ana vai à África, então, Luís Premissa 1: “X é A e B, ou X é C”
compra um Livro. Se Luís compra um livro, então Premissa 2: “Se Y não é C, então X não é C”
Rui vai a Roma. Ora, Rui não vai a Roma, logo: Premissa 3: “Y não é C”
a) Celso compra um carro e Ana não vai à África. Conclui-se corretamente que X é:
b) Celso não compra um carro e Luís não compra o a) A e B.
livro. b) não A ou não C.
c) Ana não vai à África e Luís compra um livro. c) A ou B.
d) Ana vai à África ou Luís compra um livro. d) A e não B.
e) Ana vai à África e Rui não vai a Roma. e) não A e não B.

24. Dizer que é verdade que para todo x, se x é uma rã 31. Maria é magra ou Bemardo é barrigudo. Se Lúcia
e se x é verde, então x está saltando é logicamente é linda, então César não é careca. Se Bernardo é
equivalente a dizer que não é verdade que: barrigudo, então César é careca. Ora, Lúcia é lin-
a) “algumas rãs que não são verdes estão saltando”. da. Logo:
b) “algumas rãs verdes estão saltando”. a) Maria é magra e Bernardo não é barrigudo.
c) “nennuma rã verde não esta saltando”. b) Bernardo é barrigudo ou César é careca.
d) “existe uma rã verde que não está saltando”. c) César é careca e Maria é magra.
e) “algo que não seja uma rã verde está saltando”. d) Maria não é magra e Bernardo é barrigudo.
e) Lúcia é linda e César é careca.
25. Dizer que “André é artista ou Bemardo não é enge-
nheiro” é logicamente eqüivalente a dizer que: 32. As seguintes afirmações, todas elas verdadeiras,
a) André é artista se e somente se Bernardo não é foram feitas sobre a ordem de chegada dos convi-
engenheiro. dados a uma festa:
b) Se André é artista, então Bemardo não é enge- A) Gustavo chegou antes de Alberto e depois de Danilo.
nheiro. B) Gustavo chegou antes de Beto e Beto chegou an-
c) Se André não é artista, então Bernardo é engenheiro tes de Alberto se e somente se Alberto chegou
d) Se Bemardo é engenheiro, então André é artista. depois de Danilo.
e) André não é artista e Bemardo é engenheiro. C) Carlos não chegou junto com Beto se e so-mente
se Alberto chegou junto com Gustavo. Logo.
26. Em uma comunidade, todo trabalhador é respon- a) Carlos chegou antes de Alberto e depois de Danilo.
sável. Todo artista, se não for filósofo, ou é traba- b) Gustavo chegou junto com Carlos.
lhador ou é poeta. Ora, não há filósofo e não há c) Alberto chegou junto com Carlos e depois de Beto.
poeta que não seja responsável. Portanto, tem-se d) Alberto chegou depois de Beto e junto com Gustavo.
que, necessariamente, e) Beto chegou antes de Alberto e junto com Danilo.
a) todo responsável é artista.
b) tudo responsável é filósofo ou poeta. 33. Se Vera viajou, nem Camite nem Carla foram ao
c) todo artista é responsável. casamento. Se Carla não foi ao casamento, Van-
d) algum filósofo é poeta. derléia viajou. Se Vandertéia viajou, o navio afun-
e) algum trabalhador é filósofo. dou. Ora, o navio não afundou. Logo.

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Raciocínio Lógico

a) Vera não viajou e Carla não foi ao casamento. 39. Num país há apenas dois tipos de habitantes: os
b) Camile e Carla não foram ao casamento. verds; que sempre dizem a verdade e os falcs, que
c) Carla não foi ao casamento e Vanderléia não viajou. sempre mentem. Um professor de Lógica, recém
d) Carla não foi ao casamento ou Vanderléia viajou. chegado a este país, é informado por um nativo
e) Vera e Vanderléia não viajaram. que glup e plug, na língua local, significam sim e
não mas o professor não sabe se o nativo que o
34. Em uma pequena comunidade, sabe-se que “ne- informou é verd ou falc. Então ele se aproxima de
nhum filósofo é rico” e que “alguns professores três outros nativos que estavam conversando jun-
são ricos”. Assim, pode-se afirmar, corretamente, tos e faz cada um deles duas perguntas:
que nesta comunidade: 1º Os outros dois são verds?
a) alguns filósofos são professores. 2º Os outros dois são falcs?
b) alguns professores são filósofos. A primeira pergunta é respondida com glup pelos
c) nenhum filósofo é professor. três mas à segunda pergunta os dois primeiros
d) alguns professores não são filósofos. responderam glup e o terceiro respondeu plug.
e) nenhum professor é filósofo.
Assim, o professor pode concluir que:
a) todos são verds.
35. Uma escola de arte oferece aulas de canto, dan-
ça, teatro, violão e piano. Todos os professores de b) todos são falcs.
canto são, também, professores de dança, mas c) somente um dos três últimos é falc e glup, signifi-
nenhum professor de dança é professor de teatro. ca não.
Todos os professores de violão são, também, pro- d) somente um dos três últimos é verd e glup signifi-
fessores de piano e alguns professores de piano ca sim.
são, também, professores de teatro. Sabe-se que e) há dois verds e glup significa sim.
nenhum professor de piano é professor de dança
e como as aulas de piano, violão e teatro não têm 40. (Adaptação do texto da revista seleções) Cada um
nenhum professor em comum então: dos membros dessa família tem um carro de cor
a) nennum professor de violão é professor de canto. diferente. As pessoas são Adão, Ângela, George,
b) pelo menos um professor de violão é professor de Júlia, Mila, Ronaldo e Stela. As cores dos carros
teatro. são (não necessariamente nessa ordem): preto,
c) pelo menos um professor de canto é professor de azul, marrom, verde, cinza, rosa e vermelho. Quem
teatro. é quem na árvore genealógica e qual a cor do car-
d) todos os professores de piano são professores ro de cada um?
de canto.
e) todos os professores de piano são professores
de violão.

36. Ou Anais será professora, ou Anelise será canto-ra,


ou Anamélia será pianista. Se Ana for atleta, então
Anamélia será pianista. Se Anelise for cantora,
então Ana será atleta. Ora, Anamélia não será pia-
nista. Então:
a) Anais será professora e Anelise não será cantora.
b) Anais não será professora e Ana não será atleta.
c) Anelise não será cantora e Ana será atleta.
d) Anelise será cantora ou Ana será atleta.
e) Anelise será cantora e Anamélia não será pianista. a) A irmã de Ronaldo tem um carro azul.
b) Ângela tem um carro cinza, e seu pai, um carro
37. Se é verdade que “Nenhum artista é atleta”, então preto.
também será verdade que:
c) A filha de Mila tem um carro rosa. O marido de Mila
a) todos não-artistas são não-atletas.
(cujo carro não é marrom) não é George.
b) nenhum atleta é não-artista.
c) nenhum artista é não-atleta. d) Júlia às vezes pede emprestado o carro de sua
d) pelo menos um não-atleta é artista prima, quando o dela está no conserto.
e) nenhum não-atleta é artista. e) Stela não é da mesma geração (de pais ou de
filhos) que Adão (cujo carro não é nem marrom
38. Em uma cidade há dois irmãos gêmeos, Pedro e nem vermelho).
Paulo. Pedro sempre mente e Paulo sempre diz a Com base nas afirmações acima (todas verdadei-
verdade. Uma pessoa fez duas perguntas a eles; ras), julgue os itens que se seguem:
um dos irmãos respondeu à primeira, e o outro, à I– A pessoa A é Ronaldo e tem o carro azul.
segunda. As perguntas foram: II – A pessoa B é Mila e tem o carro marrom se, e so-
I) seu nome é Pedro? mente se, a pessoa C for George e tiver o carro
II) como seu irmão responderia à primeira pergun- cinza.
ta? Pode-se afirmar que: III – A pessoa D é Júlia e tem o carro rosa.
a) As respostas obtidas foram sim e sim. IV – Se a pessoa F é Adão e tem o carro verde, então a
b) As respostas obtidas foram sim e não. pessoa G é Ângela e tem o carro cinza.
c) Se a segunda resposta for sim, o interpelado é V– A pessoa E é Mila e a pessoa D é Stela.
Pedro.
d) As respostas obtidas foram não e não.
e) As respostas obtidas foram não e sim.

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Raciocínio Lógico

(Papiloscopista/2004) Texto para os itens 41 e 44. b) Considere que, em um pequeno grupo de pesso-
as — G — envolvidas em um acidente, haja ape-
Sejam P e Q variáveis proposicionais que podem nas dois tipos de indivíduos: aqueles que sempre
ter valorações, ou serem julgadas verdadeiras falam a verdade e os que sempre mentem. Se, do
(V) ou falsas (F). A partir dessas variáveis, podem conjunto G, o indivíduo P afirmar que o indivíduo Q
ser obtidas novas proposições, tais como: a pro- fala a verdade, e Q afirmar que P e ele são tipos
posição condicional, denotada por P  Q, que será opostos de indivíduos, então, nesse caso, é corre-
F quando P for V e Q for F, ou V, nos outros casos; to concluir que P e Q mentem.
a disjunção de P e Q, denotada por P ∨ Q, que será
F somente quando P e Q forem F, ou V nas outras 43. Considere as quatro sentenças enumeradas a
situações; a conjunção de P e Q, denotada por P∧ ∧ seguir.
Q, que será V somente quando P e Q forem V, e, I - Para cada y, existe algum x, tal que x < y.
em outros casos, será F; e a negação de P, deno- II - Para cada x e para cada y, se x < y então existe
tada por ¬P, que será F se P for V e será V se P for algum z, tal que x < z e z < y.
F. Uma tabela de valorações para uma dada pro- III - Para cada x, se 0 < x, então existe algum y tal que x
posição é um conjunto de possibilidades V ou F = y × y.
associadas a essa proposição. IV - Existe algum x tal que, para cada y, x < y.
Suponha que, nessas sentenças, x, y e z sejam
41. A partir das informações do texto acima, julgue os variáveis que podem assumir valores no conjunto
itens subseqüentes. dos números naturais (IN), no dos números intei-
a) As tabelas de valorações das proposições P ∨ Q e ros (Z), no dos números racionais (Q) ou no con-
Q  ¬ P são iguais. junto dos números reais (IR).
b) As proposições (P v Q) S e (PS) (QS) pos- Em cada linha da tabela a seguir, são atribuídas
suem tabelas de valorações iguais. valorações V e F, para cada uma das quatro senten-
c) O número de tabelas de valorações distintas que ças enumeradas acima, de acordo com o conjunto
podem ser obtidas para proposições com exata- no qual as variáveis x, y e z assumem valores.
mente duas variáveis proposicionais é igual a 24.

42. Denomina-se contradição uma proposição que é


sempre falsa. Uma forma de argumentação lógica
considerada válida é embasada na regra da con-
tradição, ou seja, no caso de uma proposição ¬R
verdadeira (ou R verdadeira), caso se obtenha uma
contradição, então conclui-se que R é verdadeira Julgue os itens subseqüentes, a respeito dessas
(ou ¬R é verdadeira). Considerando essas infor- sentenças.
mações e o texto de referência, e sabendo que a) As avaliações dadas para as sentenças I e III es-
duas proposições são equivalentes quando pos- tão corretas.
suem as mesmas valorações, julgue os itens que b) As avaliações dadas para as sentenças II e IV es-
se seguem. tão corretas.
a) De acordo com a regra da contradição, PQ é
verdadeira quando ao supor P ∧ ¬ Q verdadeira,
obtém-se uma contradição.

44. Dadas as proposições: p: Pedro é pedreiro; q: Paulo é paulista. E as tabelas verdades:

Julgue os itens a seguir:


I– “Se Pedro é pedreiro então Paulo é paulista” é equivalente a dizer “Se Paulo não é paulista então Pedro não é
pedreiro”.
II – p ⇔ ~p é uma contradição.
III – (p q) → (p q) é tautologia.
IV – p q é equivalente a p ^ q.
V– Pedro não é pedreiro ou Paulo é paulista tem como negação Pedro é pedreiro e Paulo não é paulista.

GABARITO

01. A 02. E 03. B 04. A 05. B 06. E 07. A 08. A 09. D 10. C
11. C, C, E, C 12. C, E, C, C 13. E, E 14. E, E, C 15. C, E, C
16. D 17. E 18. E 19. B 20. A 21. D 22. D 23. A 24. D 25. D
26. C 27. D 28. C 29. B 30. A 31. A 32. A 33. E 34. D 35. A
36. A 37. D 38. C 39. C 40. E, E, E, C, E 41. E, E, C 42. C, C
43. E, E 44. C, C, C, E, C

Degrau Cultural 85

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THATYML
Raciocínio Lógico

SENTENÇAS ABERTAS CÁLCULOS COM PORCENTAGEM

Em lógica e em Matemática, são chamadas pro- Exercícios Incluindo Porcentagem


(padrão CESPE / UnB)
posições somente as sentenças declarativas, às
quais se pode associar um e, somente um, dos valo- 01. Num exame de seleção, ao qual se apresentam
res lógicos, V ou F. 2.500 candidatos, se 20% são reprovados, é correto
afirmar que esse número é superior a 400 candidatos.
Então, vamos tomar como exemplo x + 4 = 9. O
número procurado x pode assumir valores em um con- 02. Numa cidade “A”, de 45.000 habitantes, sabe-se
junto numérico, como, por exemplo, o conjunto dos nú- que 8% são analfabetos. Sendo assim, podemos
meros naturais que representamos por N. Dizemos que afirmar que o número de analfabetos desta cidade é
inferior a 3.600 pessoas.
x é uma variável em N.
03. Admitindo que a quota de previdência social no
A sentença x + 4 = 9, onde x é uma variável em N, País, que incide sobre os juros ganhos, é de 4% e
é uma sentença aberta. tendo o depositante João ganho R$ 1.245,00 de juros,
podemos afirmar que a sua quota devida é um valor
Dependendo do valor associado a x, a sentença abaixo de R$ 50,00.
aberta pode se tornar uma proposição verdadeira ou
04. Se um comerciante deu, por conta de uma duplicata,
uma proposição falsa.
3/7 de seu valor e, posteriormente, liquidou-a com o
desconto de 3% sobre o saldo, ou seja, com o desconto
De um modo geral, uma sentença envolvendo de R$ 316,80, então, o valor nominal dessa duplicata é
uma variável x é uma sentença aberta. Portanto, p(x): x exatamente R$ 18.480,00.
+ 4 = 9 é uma sentença aberta.
05. Se para 210 candidatos inscritos em um concurso,
Definição: p(x) é uma sentença aberta em um registraram-se 120 ausências às provas e 27
dado conjunto se, e somente se, p(x) torna-se uma pro- reprovações, então a porcentagem das aprovações
sobre o número de candidatos e sobre o número de
posição (verdadeira ou falsa) sempre que se substitui a participantes foram valores acima de 25% e 60%,
variável x por um elemento do dado conjunto. respectivamente.

Uma sentença aberta pode conter uma ou mais 06. Se num concurso feito por certo número de
variáveis. A saber: candidatos, houve 18% de aproveitamento, ou seja, 117
aproveitados e noutro, feito por 350 candidatos, houve
1º) Com uma variável: é o conjunto de todos os 22% de aproveitamento, então, o número de candidatos
que se submeteram ao primeiro concurso e o número
elementos tais que tornem a proposição verdadeira.
de aprovados no segundo foram superiores a 600 e a
70, respectivamente.
Exemplo: Seja a sentença aberta “x + 1 > 8” em
N (conjunto dos números naturais). Então, o conjunto 07. Se a um estabelecimento bancário foram dados
verdade para esta sentença é: recursos para efetuar empréstimos iguais a 15
V = {x | x ∈ N ^ x + 1 > 8} = {8, 9, 10, ...} ⊂ N. solicitantes e se a lista sofreu um acréscimo de 5
elementos, então é correto afirmar que em razão deste
2º) Com duas variáveis: dados dois conjuntos A acréscimo o auxílio sofreu uma redução de uma
porcentagem acima de 20%.
e B, chama-se sentença aberta com duas variáveis
em A x B ou apenas sentença aberta em A x B, uma 08. Admitindo-se que João pagou na caixa do Banco “X”
expressão p(x, y) tal que p(a, b) é falsa (F) ou verdadeira R$ 8.018,80 por uma ordem de pagamento a ser
(V) para todo o par ordenado (a, b) Î A x B. expedida por telegrama para a cidade “A” e que a
Exemplo: Sejam os conjuntos A = {1, 2, 3, 4} e B = {1, 3, 5}. comissão do Banco, é de 1/8%, os selos são de R$
O conjunto-verdade da sentença aberta “x <y” em A x B é: 1,80 e o custo do telegrama é de R$ 7,00, então,
V = {(x, y) ⎢x ∈ A ^ y ∈ B ^ x < y} ={(1, 3), (1, 5), (2, 3), (2, 5), podemos concluir que o valor da ordem de pagamento
é superior a R$ 7.500,00.
(3, 5), (4, 5)}⊂ A x B.
09. Se um cobrador de um clube arrecada R$ 4.800,00
Temos, ainda, sentenças abertas com N variá- e entrega à diretoria do mesmo apenas R$ 4.560,00,
veis, mas que dificilmente são cobradas em concur- então a sua taxa de comissão é superior a 5%.
sos, devido ao grau de dificuldade.
10. Se certo comerciante recebeu R$ 3.515,00 por
mercadorias vendidas com desconto de R$ 185,00,
então a taxa do referido desconto foi acima de 4,5%.

GABARITO
01. certo. 02. errado. 03. certo.
04. certo. 05. certo. 06. errado.
07. certo. 08. certo. 09. errado.
10. certo.

86 Degrau Cultural

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THATYML

Informática

089 Internet e Intranet


108 Hardware e Software
119 Processador de Texto
119 Writer
124 Word 0
132 Planilha Eletrônica
132 Calc
137 Excel
145 Power Point
159 Windows XP
187 Linux

Degrau Cultural 87

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THATYML

88 Degrau Cultural

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THATYML
Informática

INTERNET
A INTERNET E O CORREIO ELETRÔNICO Tal tipo de conexão alcança baixas velocidades
devido às restrições impostas pela linha telefônica con-
A Internet é a expressão daquilo que retrata a in- vencional. Assim, esta conexão caracteriza um acesso
serção da informática na vida das pessoas, constituin- via banda estreita. Cabe ressaltar que a medida de
do hoje um fenômeno de informação e de quantidade velocidade de transmissão de dados em redes é dada
de computadores interligados. A expressão “aldeia glo- em bits por segundo (bps). Uma conexão via linha dis-
bal” resume todo o cabedal de conhecimentos dispo- cada normalmente atinge taxas da ordem de até 56
níveis através da grande rede. kbps. Importa ressaltar que a conexão via linha discada
se utiliza da Rede Dial-up, acessório do Windows des-
Um computador que trabalhe desconectado da
tinado a permitir o estabelecimento de conexão à Inter-
Internet está fadado a se comportar como mera máqui-
net pela linha telefônica convencional.
na de escrever aprimorada, pois estará distante das
informações mais ricas e atualizadas do mundo em
que vivemos. Banda larga

Através da Internet podemos pesquisar toda sorte O acesso à Internet por meio de conexão de banda
de assuntos, bem como acessarmos as últimas notíci- larga tem como grande vantagem as elevadas taxas de
as, realizarmos compras “on-line”, dentre um universo transmissão de dados, bem acima das taxas obtidas
de outras possibilidades. As salas de “chat” (bate-papo) com a linha discada. Velocidades da ordem de 256 Kbps
estão sempre repletas de pessoas das mais variadas (kilobits por segundo) a até mais de 2Mbps (Megabites
faixas etárias e níveis de conhecimento. Muitos profis- por segundo) vêm sendo disponibilizadas para o mer-
sionais se utilizam da Internet para divulgar e vender cado domiciliar. Apresenta, ainda, como diferencial o fato
seus produtos, as probabilidades de uso são infindas. de o usuário permanecer conectado por longos perío-
dos sem a preocupação com as tarifas telefônicas.
Como tudo começou
tudo começou As conexões por banda larga, usualmente empre-
Em 1969, com o nome de ARPANET, o governo gadas em ambientes domésticos e de pequenos es-
norte-americano experimentou a possibilidade de se critórios, envolvem a utilização de “cable modem” para
construir uma rede de computadores que teriam como as conexões por meio de cabos das TV por assinatura,
meta principal a demonstração da potencialidade de “modems ADSL” para as conexões de alta velocidade
se estabelecer comunicação entre computadores que
utilizando-se a linha telefônica e, ainda, conexões por
estariam espaçados fisicamente entre si numa larga
meio de ondas de rádio.
área geográfica. A experiência foi bem sucedida e em
1973, cerca de 50 universidades e instituições mili-
tares possuíam conexões através daquela novidade Acesso sem fio – conexões “wireless”
tecnológica.
O acesso à Internet sem fio não é mais um projeto
Nos dias atuais a Internet ganhou terreno através do futuro. Ao contrário, a cada dia a chamada computa-
da mola de estímulo comercial e espargiu-se pelo ção móvel chega mais perto do ambiente doméstico.
mundo em tamanha grandeza que não se pode preci- Existem diversas tecnologias que utilizam as ondas de
sar a quantidade de computadores que lhe estão liga- rádio para acesso à Internet. Umas com pequeno al-
dos. É uma organização sem proprietários mantida por cance; outras com alcances bem maiores.
alguns grupos autônomos. E, como resultante da tec-
nologia da Internet, passamos a contar com o desen-  Bluetooth - é uma tecnologia de transmissão de
volvimento e amplo uso das Intranets. Estas, são re- dados via sinais de rádio de alta freqüência, entre
des que em tudo se assemelham à Internet. De varia- dispositivos eletrônicos próximos (PC e seus pe-
dos tamanhos, diferem da Internet basicamente por riféricos por exemplo). A distância ideal é de no
serem organizações privadas e não públicas. Bancos, máximo 10 metros e a distância máxima é de 100
órgãos governamentais, etc., dispõe de suas Intranets. metros.
s dá a conexão
Como se dá a conexão  Wi-Fi - é a abreviatura de “Wireless Fidelity” (fideli-
dade sem fios) e é utilizado para descrever produ-
Linha Discada tos que respeitam o conjunto de normas 802.11 cri-
ado pelo Institute of Electrical and Electronic Engi-
Através de uma linha telefônica e um dispositivo neers (IEEE). As mais conhecidas são as 802.11b
conhecido como modem, qualquer pessoa que pos- por utilizarem banda de 2,4 Ghz (próxima da freqüên-
sua um computador pode se interligar à Internet usan- cia usada por um microondas ou por um telefone
do para isso um provedor de acesso. Este provedor, sem fios) e porque podem transferir dados a uma
geralmente de caráter comercial, estabelece uma liga- velocidade de 11 megabits por segundo (mbps). O
ção semelhante à companhia telefônica e nos faculta o novo standard 802.11a trabalha na banda de 5 Ghz
acesso. Este tipo de conexão também é conhecido como e consegue transferir dados a até 54 Mbps. A tecno-
conexão por meio de linha discada, numa alusão aos logia Wi-FI também tem restrições de alcance e di-
aparelhos telefônicos antigos que se utilizavam de um ficuldades de transmissão devido a obstáculos in-
disco para efetuar a chamada. terpostos entre as antenas.

Degrau Cultural 89

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THATYML
Informática

Um conjunto de equipamentos adequadamente  POP (Post Office Protocol): controla o recebimento


instalado passa a constituir o hotspot, que é um ponto de mensagens de e-mail.
de acesso sem fios onde os utilizadores podem se
ligar à rede ou à Internet. Os hotspots podem existir em  SMTP (Simple Mail Transfer Protocol): controla o
vários locais públicos. Gratuitos ou não, eles permitem envio de mensagens de e-mail.
o acesso à Internet de banda larga a utilizadores de
aparelhos (laptops ou PDAs) que possuem o chipset INTRANETS
Wi-Fi. Muitos hotéis e aeroportos já têm hotspots. E até
mesmo cidades inteiras já permitem o acesso à Inter- Uma Intranet é uma rede de computadores que
net por meio desta tecnologia.
se utiliza das mesmas tecnologias da Internet, porém é
caracterizada por ser uma rede privada, ao passo que a
A evolução desta tecnologia, que permitirá alcan-
Internet é uma rede pública e mundial.
ces bem superiores, já está em desenvolvimento e até
está sendo testada no Brasil. É denominada “pré-Wi-
Max” , ou apenas Wi-Max. Além do alcance, terá como Uma Intranet atende aos interesses de uma insti-
uma das vantagens a inexistência das restrições de tuição ou empresa tendo seu tamanho definido pelas
visibilidade entre as antenas. suas necessidades. Assim, ela utiliza os protocolos da
Internet, permite troca de e-mails entre seus integran-
O que é preciso para se conectar tes, videoconferência, mensagens instantâneas e tudo
mais que encontramos na WEB.
Teoricamente qualquer computador que possua
uma placa de fax-modem ou uma placa de rede Ether- Recursos de uma Intranet
net pode se conectar à Internet, mas é evidente que
quanto mais recursos de hardware dispusermos, me-  Programas de e-mail: os atuais browsers (navega-
lhor será a performance. dores) incluem programas de e-mail em suas ver-
sões básicas. Entre esses destacam-se o Internet
Além dos dispositivos de hardware, precisaremos Explorer, Mozzila Firefox, Netscape e Opera.
de pelo menos dois softwares: um navegador (brow-
ser) e um gerenciador de mensagens eletrônicas (Ou-  Transferência de Arquivos: os programas de FTP
tlook Express, por exemplo). O primeiro permite “nave- como WS-FTP e Get right são muito utilizados e
gar” pelos sites e o segundo, enviar e receber e-mails permitem transferência de arquivos com maior ve-
(correio eletrônico) de forma rápida e eficiente. Porém,
locidade do que com o protocolo http.
se usuário não dispuser de um gerenciador de correio
eletrônico, ainda poderá se valer do recurso do Web-
 Reuniões Virtuais: o Netmeeting, IRCs, ICQ, Lotus
mail, que se constitui numa facilidade disponibilizada
pelos provedores para que o usuário visualize, respon- e outros permitem desde simples bate-papo, até
da e gerencie seus e-mails. Ex.: YahooMail, Gmail, etc. vídeo conferência e trabalho conjunto on line. Pro-
gramas que permitem conversação via telefônica
Protocolos utilizando-se os protocolos da Internet. Interessan-
te para empresas que possuem atuação Nacional
Um protocolo é um código criado para que os com- ou Internacional.
putadores “conversem” entre si. Assim como pessoas
precisam de um idioma único para se comunicarem,  Contato Remoto com a Rede: estes transformam a
um protocolo permite que as informações trafeguem relação de trabalho, possibilitando que qualquer
pela Internet ou Intranet até à máquina de destino. O funcionário devidamente autorizado, possa entrar
protocolo da Internet é o TCP/IP (Transfer Control Proto- na rede interna a partir de qualquer lugar onde haja
col/Internet Protocol). um computador.

Na realidade são dois tipos de protocolo que tra-  Listas de Discussão: permite a troca de opiniões
balham em conjunto. O TCP divide a informação em e conhecimentos através de um fórum público de
pacotes e os reúne quando chegam ao destino. O IP é discussão. Esta modalidade de comunicação in-
responsável pelo endereçamento dessas informações. tensifica o padrão cognitivo de seus participan-
tes, sendo cada vez mais adotado pelas empre-
Outros protocolos importantes sas preocupadas com o desenvolvimento de seus
recursos humanos.
 FTP (File Transfer Protocol): protocolo utilizado para
transferência de arquivos. (Download e Upload) Principais vantagens na utilização
de redes internas Intranet
 HTTP (Hyper Text Transfer Protocol): protocolo para
transferência de hipertextos.  Compartilhar, de maneira mais eficiente, os dados
entre diversos computadores de uma mesma em-
 WAP (Wireless Application Protocol): protocolo para presa ou até na casa do usuário.
aplicações sem fio.

90 Degrau Cultural

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THATYML
Informática

 Otimizar recursos, diminuindo a quantidade de har- Intranet com conexão à Internet


dware necessário (menos impressoras, fax, CD-
rom, HDs, modems) uma vez que há a possibilida- Redes Intranet viabilizam uma grande variedade
de de serem compartilhados recursos. de aplicações de Acesso Remoto, entre elas o caso de
vendedores externos que utilizam notebooks para visi-
 Otimizar recursos humanos - Os setores de supor- tar seus clientes. Em muitos casos estes vendedores
te, assistência técnica, especificação, compras, não retornam à suas empresas. Conectam-se remota-
transporte, inspeção, armazenamento, acompanha- mente às suas empresas a partir de suas residências
mento de fabricação, acompanhamento de projetos e acessam o banco de dados de suas corporações.
ou obras, gerência de contratos, jurídico, pessoal, Normalmente atualizam informações de estoque, po-
normas, comunicação social, auditoria, financeiro, sição de vendas e troca de mensagens (e-mails). Este
contas a pagar, contas a receber, tesouraria, ven- tipo de tecnologia é também conhecida como SOHO
das, gerência e diretoria são os principais benefici- (Small Office Home Office).
ados pela rapidez e facilidade de consulta e res-
posta ao cliente. Todos os setores da empresa se
beneficiam com estas novas ferramentas e devem
saber utilizá-las.

 Redução do tempo de busca de uma informação - A


utilização de sites internos de cada setor da empre-
sa, na Intranet, possibilita a resposta instantânea
as perguntas efetuadas pelo gerentes, diretores e
clientes. A atualização das mesmas “par e passo”
passa a ser fundamental para a correta utilização
desta ferramenta.

 As FAQ (Perguntas mais freqüentes) fazem com que


o conhecimento da empresa cresça e com ele o
nível de atendimento. Uma dúvida esclarecida pas-
sa a ser de conhecimento de todos e com isto ga-
nha-se tempo.

 As ferramentas que possibilitam ao administrador


saber onde o documento está e qual ação está sen-
do executada neste instante transforma a cobrança
de soluções. Passa-se a saber com muito maior
precisão o tempo que cada setor ou funcionário exe-
cuta a tarefa que lhe foi designada.

 A possibilidade de comunicação remota à rede in-


terna, além de descentralizar o trabalho faz com que
algumas tarefas sejam extremamente agilizadas.
Neste caso estão os seguros e vistorias de veícu-
los, as reportagens, a transmissão de pedidos, os
relatórios de visita e viagem, as inspeções.

Por que usar a Intranet?

Sua integração com a Internet permite o acesso


de dados internos ou externos com a mesma presteza
de resultados. Uma empresa não precisa mais enviar
correspondências específicas, tais como catálogos de
produtos, listas de preços, etc; pois todas as informa-
ções estarão em apenas um único lugar, disponível
para acesso por qualquer utilizador.

A interface com o usuário é agradável, fácil de usar.


Se você já usou a internet, não achará difícil navegar
por uma intranet.

A tecnologia empregada é estável.

Degrau Cultural 91

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THATYML
Informática

FERRAMENTAS DE NAVEGAÇÃO

Microsoft Internet Explorer (6)

Este browser (ou navegador) é fornecido pela Microsoft e integra-se naturalmente ao Windows, mais utilizado
sistema operacional da atualidade. Além das identificações usuais das janelas, como barra de títulos, de ferramen-
tas e menus, ele apresenta uma caixa de diálogo de endereços, a partir da qual deveremos digitar diretamente a
localização dos sites desejados. A navegação é intuitiva e realizada totalmente com o uso do mouse.

A Barra de Endereços do Microsoft Internet Explorer

Um endereço completo digitado na caixa de diálogo, conduzirá o navegador para aquela página. Convém obser-
var que a parte iniciada por http:// pode ser omitida na digitação, pois o Explorer já a subentende; neste caso, por
exemplo, bastaria digitarmos www.degraucultural.com.br. Um endereço é também designado pela sigla URL, que
significa Uniform Resource Locator - Localizador Uniforme de Recursos. Quando a URL apresenta a letra “s” e a barra
de status do IE apresenta um cadeado estamos navegando em um site seguro. Observe nas figuras a seguir:

A barra de endereços e a barra de status do IE navegando em um site seguro.

92 Degrau Cultural

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THATYML
Informática

Depois de aberta a página o usuário poderá navegar através da barra de ferramentas do IE usando algumas
funções que podem ser úteis, no momento em que se estiver visitando determinado endereço, como pode ser
observado abaixo:

A BARRA DE FERRAMENTAS DO MICROSOFT INTERNET EXPLORER 6

- Voltar – Volta à página anterior que você visitou. Enviar página - abre a caixa de envio de mensagens do
Outlook Express, com a página que está na tela do
2 - Avançar – Somente após voltar, você poderá avançar Internet Explorer, para que você possa enviar esta pági-
na por e-mail.
3 - Parar – Pára o carregamento da página.
10 - Imprimir – O botão Imprimir permite imprimir pági-
4 - Atualizar – Atualiza (dá um Refresh) na tela. Recar- nas da Web. Ele imprimirá todo o conteúdo da pági-
rega a página. na. Para imprimir somente uma parte da página,
uma imagem ou uma parte do texto, selecione o
5 - Página Inicial – Carrega a página que foi configura- que você quer imprimir e clique no Menu Arquivo /
da como inicial no Internet Explorer Imprimir, clique na opção Seleção. Clique ok.

6 - Pesquisar – permite pesquisar assuntos na Internet. 11 - Editar – permite editar a página que está sendo
visualizada com um programa qualquer. A seta ao
7 - Favoritos - Abre do lado esquerdo da tela uma lista lado do botão indica que desce um menu com ou-
dos sites que foram escolhidos pelo usuário como tras opções de programas. Este ícone está indican-
favoritos. do o programa Word, mas poderia estar indicando
por exemplo o bloco de notas. Permitirá fazer altera-
8 - Histórico – Lista os locais que o usuário visitou. ções no arquivo da página Web e criar uma nova
página com base na que você editou.
9 - Correio – abre a caixa de mensagem do Outlook
Express diretamente no navegador Internet Explo- 12 - Discussão – permite configurar um grupo de
rer. Permite enviar uma página da Internet. discussão.

Ferramentas – Opções da Internet


No Menu Ferramentas encontra-se a opção Op-
ções da Internet. Na tela de opções é possível contro-
lar as configurações de Segurança, controle de conteú-
do das páginas visitadas dentre outras.

Aqui se destacam três itens:


 Página inicial - é a página que o usuário deseja
que seja a primeira que se apresenta quando o
navegador – Internet Explorer – é aberto.
Ler email - abre a caixa de entrada do Outlook Express
para que você possa ler suas mensagens.  Arquivos de Internet temporários – sempre que
Nova mensagem - permite abrir a caixa de envio de visitamos uma página esta é armazenada de forma
mensagens do Outlook Express. temporária no HD, o que permite que, em um próxi-
Enviar link - abre a caixa de envio de mensagens do mo acesso, tenhamos maior velocidade. A quanti-
dade destes arquivos temporários é definida pelo
Outlook Express, já com o link da página que está na
usuário no botão Configurações. Desejando-se ex-
tela do Internet Explorer, para que você possa enviar cluir todos os arquivos temporários, clica-se em Ex-
este link por e-mail. cluir arquivos.

Degrau Cultural 93

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THATYML
Informática

 Histórico - Esta pasta armazena apenas os links A guia Privacidade - permite bloquear cookies e
para as páginas visitadas recentemente. O número pop-up´s.
de dias de armazenamento também é configurado
pelo usuário no item Número de dias das páginas
no Histórico. E, para Limpar o Histórico, é suficiente
clicar no botão Limpar Histórico.

Cookies são tipos de temporários da Internet que


são gravados na máquina do usuário em uma pasta
Além da guia Geral do quadro Opções da Internet, específica. Esses cookies armazenam informações
também temos as seguintes guias: pessoais do usuário, geralmente formulários preen-
chidos para compra de algum produto na Internet. Por
A guia Segurança - permite configurar opções de essa razão são considerados invasão de privacidade.
segurança para o Internet Explorer em várias de suas
zonas (Internet, Intranet local, Sites confiáveis e Sites
restritos). Há vários níveis (Baixo, Médio, Alto, Persona- Pop-up´s são janelas indesejadas que aparecem
lizado, etc.). na tela do Internet Explorer quando você está navegan-
do. Geralmente seu conteúdo é propaganda. Ao ativar o
bloqueador de pop-up´s, o ícone aparecerá na barra de
status do Internet Explorer. É possível, clicando com o
botão direito do mouse sobre o ícone que aparece na
barra de status, desbloquear as pop-up´s temporaria-
mente para qualquer site ou marcar a opção sempre
permitir pop-up´s nesta página.

A guia Conteúdo - Supervisor de conteúdo - permi-


te configurar opções de conteúdo seguro principalmente
para crianças não acessarem sites proibidos. Ao ativar
um conteúdo de segurança será pedida uma senha.
Certificados - Você pode controlar o uso de sua própria
identidade tendo uma chave particular que só você co-
nhece no computador. Quando usados com programas
de email, os certificados de segurança com chaves
particulares também são conhecidos como “identifica-
ções digitais”. Um “certificado de site da Web” informa
que um determinado site da Web é seguro e legítimo.
Ele garante que nenhum outro site pode assumir a iden-
tidade do site seguro original. Um certificado de segu-
rança, associa uma identidade a uma “chave pública”.

94 Degrau Cultural

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THATYML
Informática

Apenas o proprietário do certificado conhece a “chave


particular” correspondente. A “chave particular” permite
que o proprietário faça uma “assinatura digital” ou des-
criptografe informações criptografadas com a “chave
pública” correspondente. Ao enviar o seu certificado para
outra pessoa, você está dando a essa pessoa a sua
chave pública para que ela possa lhe enviar informa-
ções criptografadas que só você pode descriptografar
e ler com a sua chave particular. O componente assi-
natura digital de um certificado de segurança é sua iden-
tidade eletrônica que diz que as informações vieram
realmente de você. Antes de começar a enviar informa-
ções criptografadas ou assinadas digitalmente, você
precisa obter um certificado e configurar o Internet Ex-
plorer para usá-lo. Quando você visita um site da Web
seguro (cujo endereço comece com “https”), ele lhe
envia automaticamente o certificado dele. Os certifica-
dos de segurança são emitidos por autoridades de
certificação independentes. Informações pessoais -
use o recurso Autocompletar, caso queira armazenar
entradas de dados pessoais. O computador, assim
que você começar a digitar seu nome, por exemplo,
completa as informações para você, sem a necessi-
dade de digitar o nome todo.

Degrau Cultural 95

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THATYML
Informática

MICROSOFT OUTLOOK EXPRESS

Correio Eletrônico via Internet

O serviço de correio eletrônico talvez seja a mais poderosa ferramenta utilizada pelos usuários da Internet, no
que diz respeito à comunicação à distância. O Outlook Express é o mais utilizado gerenciador de e-mails por estar
incorporado ao Windows. Entretanto existem outros mecanismos de igual eficiência, como o Netscape, o Eudora, o
Mozzila e outros; mas tudo acaba sendo uma questão de gosto pessoal pois, em essência, todos permitem o tráfego
de mensagens eletrônicas com igual teor de velocidade e precisão.

OBSERVE UMA TELA DO OUTLOOK EXPRESS

O ambiente de navegação é intuitivo e fácil de ser compreendido. À esquerda encontramos uma lista de pastas,
algumas já existentes por padrão e outras criadas pelo próprio usuário. Estas pastas funcionam de maneira seme-
lhante ao Windows Explorer, onde na tela da direita teremos os seus conteúdos mostrados de forma organizada.
Para escrevermos uma nova mensagem basta clicar no item correspondente na barra de ferramentas ou diretamente
no link apresentado na página de boas-vindas (acima). É conveniente ressaltar que os procedimentos com o Outlook
independem do usuário estar conectado à Internet. Diferentemente da utilização dos Webmails, disponibilizados
pela maioria dos provedores, o Out-look permite que os e-mails sejam lidos e terem suas respostas preparadas no
modo “off-line”.

96 Degrau Cultural

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THATYML
Informática

Explorando a caixa de entrada

Na barra de ferramentas encontramos os botões:

 Criar email - escreve uma nova mensagem.

 Responder - responde com um email para o remetente.

 Responder a todos - responde ao remetente e a todos os destinatários da mensagem original.

 Encaminhar - encaminha a mensagem para outro(s) destinatário(s).

 Excluir - exclui a mensagem selecionada. Ela irá para a pasta Itens Excluídos.

 Enviar e receber - envia e recebe automaticamente emails. Se houver mais de uma conta cadastrada para a atual
identidade, pode-se selecionar a conta que se deseja baixar os emails.

 Endereços - abre o Catálogo de endereços, onde o usuário atual armazena os dados de seus contatos.

 Localizar - permite localizar, por diversos critérios, uma mensagem nas pastas do Outlook ou localiza um contato
armazenado no catálogo de endereços.

Na pasta Pastas Locais encontramos as pastas:

 Caixa de entrada - local onde são armazenadas as mensagens recebidas. O número à direita indica as mensa-
gens ainda não lidas. A mesma informação pode ser obtida na Barra de status (abaixo da janela)

 Caixa de saída - armazena as mensagens até seu efetivo envio pelo Outlook.

 Itens enviados - armazenam cópias destes itens.

 Itens e excluídos - é a lixeira do Outlook Express.

 Rascunhos - armazena cópias de mensagens a serem enviadas posteriormente.

Convém ressaltar que o usuário poderá criar novas pastas de modo a facilitar o gerenciamento de mensagens
armazenadas.

Degrau Cultural 97

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Informática

Redigindo uma nova mensagem

Os endereços eletrônicos No nosso exemplo, o endereço da Degrau Cultu-


ral, denota o seu caráter comercial pela extensão .com.
O endereço eletrônico é uma espécie de CEP utilizado
na Internet para guiar com precisão o internauta atra- Note que as partes do endereço identificam vários de
vés da grande teia mundial, além de propiciar a correta seus caracteres, tais como protocolo, país de origem,
entrega de correspondência ao destinatário. O endere- etc. Estas informações garantem a individualidade da-
ço de um site tem a seguinte forma:
quele site na grande rede.

É importante ressaltar que a partir de 2005, um


endereço no Brasil já pode contar com acentos e “ç” da
língua portuguesa. Assim, a partir de agora, não se as-
suste quando encontrar um endereço do tipo:
www.sambacanção.com.br

98 Degrau Cultural

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Informática

http:// (HyperText Transfer Protocol) Protocolo de trans-  edu: indica que o Website é de uma organização
ferência de Hipertexto. O protocolo é uma espécie de educacional
linguagem utilizada pelo computador para estabelecer
comunicação com outras máquinas através da rede.  gov: indica que o Website é de uma organização
Na maioria das vezes que navegamos, estamos nos governamental.
utilizando deste protocolo. Basta observar que todos
os endereços da Internet o mostram no início.  com: indica que o Website é de uma organização
comercial.
 www: A parte gráfica da Internet, ou seja, onde navega-
mos através de imagens e cliques do mouse. A www  mil: indica que o Website é de uma organização mi-
hoje propicia inúmeros recursos multimídia a seus litar.
usuários, tais como sons imagens e animações que
interagem com o visitante daquele site.  br: indica que o Website está hospedado em um
provedor no Brasil, assim como na França é “.fr” e
 org: indica que o Website é de uma organização EUA “.us”, ou simplesmente “.com”, sem termina-
não governamental. ção de país.

Endereços de E-mail

Os endereços de e-mail também seguem um padrão que assegura a sua unidade dentro da internet. Devido a
esta estrutura, jamais existirão dois endereços iguais em todo o mundo.

Microsoft Outllok 2000


Sua janela Outlook hoje disponibiliza uma visão
O Outlook é um recurso do MS Office que se destina a consolidada do dia de hoje, com os compromissos do
inúmeras tarefas, individuais e em grupos de trabalho. Calendário, Tarefas e Mensagens.

Dentre outras tarefas permite: O atalho para Calendário permite gerenciar as ativida-
des assinaladas como compromissos do usuário.
 Enviar e ler mensagens do usuário de diversas con-
tas ou provedores. O atalho para Tarefas permite agendar e gerenciar
tarefas individuais ou em grupo no ambiente de uma
 Gerenciar os contatos do usuário. Intranet de uma empresa.
 Organizar e agendar tarefas com o Calendário dis-
ponível. O atalho para Mensagens permite o acesso às
mensagens na Caixa de Entrada.
 Agendar reuniões on-line no ambiente da rede
interna.

Difere do Outlook Express pelo acréscimo de inúme-


ras funções apresentadas em sua Barra de Atalhos (à
esquerda da janela).

Degrau Cultural 99

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Informática

O atalho para Contatos na barra de atalhos do Outlook gerencia os contatos do usuário.

Endereços de E-mail

Os endereços de e-mail também seguem um padrão que assegura a sua unidade dentro da internet. Devido
a esta estrutura, jamais existirão dois endereços iguais em todo o mundo.

Contatos do usuário: lista os contatos do usuário, com seus dados cadastrados.

100 Degrau Cultural

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Informática

Anotações: assemelha-se a um bloco de lembre- Este último é também um software que previne a
tes para o usuário. invasão de um cracker e, ainda, impede que um “es-
pião” plantado na máquina possa acessar a Internet
sem conhecimento e permissão do usuário. Em am-
bos os casos, é essencial a periódica atualização dos
softwares e, no caso do anti-vírus, varreduras periódi-
cas dos drives de armazenamento.

AS AMEAÇAS NA INTERNET

As ameaças ao mundo dos computadores não


são uma novidade dos dias atuais. Ao contrário, pode-
mos considerar como algo de longa data. Quem não
se lembra de vírus famosos como “Michelangelo”,
“Chernobyl” , “Ping-Pong” e tantos outros?

A expansão da Internet, no entanto, propiciou uma


 Spam - é o grande problema da atualidade na Inter-
maior velocidade (e quantidade) na disseminação das
net. São mensagens indesejadas, normalmente de
“pragas” da Grande Rede.
propaganda de organizações comerciais. O imen-
so tráfego gerado na WEB por essa prática pode
VIRUS e WORMS
comprometer seriamente a atividade da Internet.
Embora para o usuário não faça diferença, já que
 Cookies - são pequenos arquivos (1KB) coloca-
qualquer “praga” é maléfica, há uma diferença entre
dos pelos sites que são visitados no computador
Vírus e Worms. Um vírus, por definição, não funciona
visitante. Servem para identificar o visitante em uma
por si só. Deve infectar um arquivo executável ou arqui-
próxima visita àquele site. Não são vírus. São con-
vos que utilizam macros, ou seja , em geral fica escon-
siderados Invasão de Privacidade, por isso é pos-
dido dentro da série de comandos de um programa
sível controlar suas entradas, através de configu-
maior. Já os worms são entidades autônomas, não
rações no browser.
necessitando se anexar a um programa ou arquivo “hos-
pedeiro”, ao contrário dos vírus. Um Trojan ou Cavalo
GLOSSÁRIO
de Tróia é um verme que normalmente se disfarça de
um programa inofensivo permanecendo dentro da má-
A seguir, uma série de termos usados na informática
quina indefinidamente ou até cumprir sua tarefa. A pre- da atualidade.
venção contra tais pragas compreende a utilização de
softwares anti-vírus e “Firewall”.  Acesso dedicado
O acesso dedicado é normalmente usado por em-
O Firewall pode ser definido como uma barreira presas que vendem o acesso aos usuários finais.O
de proteção, que controla o tráfego de dados entre seu acesso dedicado faz com que o computador fique
computador e a Internet (ou entre a rede onde seu com- conectado permanentemente com a rede.
putador está instalado e a Internet). Seu objetivo é per-
mitir somente a transmissão e a recepção de dados  ADSL
autorizados. Existem firewalls baseados na combina- Sigla para Assimetrical Digital Subscriber Line.
ção de hardware e software e firewalls baseados so- ADSL é uma forma de conexão à Internet que re-
mente em software. Este último é o tipo recomendado serva um espaço da linha telefônica para o tráfego
ao uso doméstico e também é o mais comum. Em ou- de informações e outro para a voz. Com essa mo-
tras palavras, o firewall é um mecanismo que atua como dalidade de conexão banda larga o usuário pode
“defesa” de um computador ou de uma rede, controlan- permanecer 24 horas online.
do o acesso ao sistema por meio de regras e a filtra-
gem de dados. A vantagem do uso de firewalls em re-  Backbone
des, é que somente um computador pode atuar como A tradução literal é “espinha dorsal”. O backbone é a
fração da rede que suporta o maior tráfego de da-
firewall, não sendo necessário instalá-lo em cada má-
dos. A função do backbone é conectar várias redes
quina conectada.
locais.

Degrau Cultural 101

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Informática

 Baud rate  HTTP


O baud rate é normalmente usado como um sinônimo Significa “HyperText Transfer Protocol”. Protocolo
de bps (bits por segundo). utilizado pelo serviço WWW que significa World Wide
Web. É um sistema baseado em hipertextos que
 Bit permite a procura e a utilização dos recursos dispo-
Binary digit (dígito binário), é a menor entre as uni- níveis na INTERNET.
dades de informação. Um agrupamento de 8 bits
forma um byte. Este protocolo de comunicação conecta usuários a
sites. A sigla HTTP antecede os endereços de pági-
 Bluetooth nas Web. Ela informa ao servidor de que forma deve
A tecnologia Bluetooh é, basicamente, um padrão ser atendido o pedido do cliente.
para comunicação sem-fio de baixo custo e de curto
alcance. Através dele permite-se a comunicação  Intranet
sem fio entre aparelhos eletrônicos que podem ser É uma rede privada e interna, normalmente usada
telefones celulares, Palmtops, computadores, scan- por empresas.
ners, impressoras, equipamentos de escritório,
enfim, qualquer aparelho que possua um chip Blu-  IP
etooth. Esta comunicação realiza-se através de on- Endereço numérico que identifica de forma única
das de rádio na freqüência de 2.4 GHz, que não ne- um computador na rede INTERNET. Quando seu
cessita licença e está disponível em quase todo o PC entra na WEB recebe um endereço IP. O formato
mundo. do IP é 255.255.255.255. (4 grupos de números que
atingem o máximo de 255)
 bps Um endereço IP pode ser fixo ou dinâmico. Quando
bps (bits por segundo) é uma medida da velocida- é fixo ele nunca muda; quando é dinâmico ele pode
de de transmissão de dados. se alterar (e normalmente se altera) a cada cone-
xão sua à Internet.
 Browser
É o software utilizado para a navegação na Internet.  ISDN (RDSI)
A sigla significa Integrated Services Digital Network.
 Cookie (Rede Digital de Serviços Integrados) ISDN é uma
São informações que as páginas da Internet guar- rede digital que fornece serviços de voz, imagens,
dam no seu computador. Os cookies servem para dados, etc.
ativar páginas customizadas na web, ou para infor-
mar aos servidores quantas vezes você passou por  Java
determinado site. Java é uma linguagem de programação. Ela foi ori-
ginalmente desenvolvida pela Sun Microsystems
 Dial-Up para ser utilizada na web.
É uma outra denominação para acesso discado. O
Acessório de comunicações do Windows que pos-  Kbps – kilobits por segundo
sibilita a conexão entre computadores através de Medida de velocidade de transmissão de dados.
uma linha telefônica comum. Sua equivalência é de mil bits por segundo.

 Ethernet  LAN (Rede Local)


Um padrão de redes de computadores desenvolvi- A sigla significa Local Area Network. Lan é uma rede
do pela Xerox, DEC e Intel em meados de 1972, geralmente limitada a um prédio ou instituição.
com uma largura de banda de 2,94 Mbps, sendo
posteriormente padronizado a 10 Mbps pelo IEEE  Largura de Banda - Banda larga
(Institute of Electrical and Electronic Engineers). As É a capacidade de enviar informação por um de-
evoluções do padrão Ethernet são o Fast Ethernet terminado canal ( um fio de cobre, um radioes-
com taxas de 100 Mbps, já utilizando a fibra ótica e o pectro, ou uma fibra ótica), ou seja, o número de
Gigabit Ethernet com taxas de 1Gbps. bits por segundo que se pode transmitir através
de um canal qualquer.
 Host
É um computador que está sempre ligado à rede. A banda larga é sempre mais rápida que uma trans-
Ele armazena arquivos e permite o acesso de missão via linha discada, independente do proces-
usuários. sador ou da memória da máquina

 Hotspot  Linha dedicada


Um hotspot é um ponto de acesso sem fios onde Ligação permanente entre dois computadores.
os utilizadores se podem ligar à rede ou à Internet. (sempre conectados)
Os hotspots podem existir em vários locais públi-
cos. Gratuitos ou não, eles permitem o acesso à  Megahertz (MHz)
Internet de banda larga a utilizadores de aparelhos O hertz (Hz) e o Megahertz (MHz) são unidades que
(laptops ou PDAs) que possuem o chipset de Wi-Fi. medem freqüência. Na informática são usadas para
Muitos hotéis e aeroportos já têm hotspots. indicar a velocidade dos processadores.

102 Degrau Cultural

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Informática

 Modem  Plug-in
É o equipamento que conecta o computador à Inter- Um “Plug-in” é um pequeno programa que você car-
net. Ele transforma sinais digitas em sinais sonoros rega e instala para adicionar uma característica es-
e vice-versa. pecífica ao seu navegador. Essas características
podem incluir capacidade multimídia como vídeo e
 Net som. Ou seja, certos sites para se apresentarem
A tradução literal do inglês é “rede”. Na informática o adequadamente solicitam que você autorize a ins-
termo é usado como sinônimo de Internet. talação de um plug-in.

 PPP  Upload
A sigla significa Point-to-Point Protocol. É Um dos Fazer um upload é transmitir um arquivo do seu micro
protocolos usados para fazer a conexão IP por via para a rede. A operação inversa é o download.
de uma linha telefônica. O PPP é muito útil para
navegadores gráficos.
 USB
USB é a sigla para Universal Serial Bus, barramen-
 Programa-cliente
O funcionamento da Internet se baseia em relações to com um tipo único de combinação porta/conector,
cliente/servidor. Os programas clientes são os na- usado para ligar ao computador sem nenhum gran-
vegadores e os servidores verificam autorizações e de esforço várias categorias de dispositivos como
armazenam dados. teclados, mouses, acessórios para games, moni-
tores, scanner, câmeras e outros. O USB obedece
 Protocolo ao padrão Plug and Play e visa diminuir drastica-
Um padrão de comunicação a ser usado na Inter- mente o transtorno na instalação e configuração dos
net, o mais básico é o TCP/IP. mais diversos periféricos ao computador. Além da
facilidade de uso proporcionada pelo padrão Plug
 Roteador and Play, o USB é “hot swappable”, ou seja, é possí-
Um roteador distribui pacotes de informação dentro vel conectar ou desconectar um novo dispositivo no
de uma rede ou entre várias redes. computador com ele ligado e usá-lo imediatamen-
te. O USB também permite a conexão de periféricos
 RFID (Identificação por radiofreqüência) em cascata. Por exemplo: o Internet Keyboard Pro,
Tecnologia de Identificação que utiliza a radiofre- teclado da Microsoft, vem com duas entradas USB
qüência para capturar os dados e não a luz como é extras e se o teclado estiver ligado ao computador
utilizado na leitura de códigos de barra. São utiliza- pelo USB, essas duas portas podem ser usadas
dos, basicamente, dois componentes: o transpon- para conectar um mouse e um game pad.
der ou RF Tag (ou simplesmente Tag) e um leitor
com antena. Quando aproximamos um Tag do lei-
 WAP
tor, o campo do leitor alimenta o Tag e este transmi-
te dados da sua memória para o leitor. Pense no Wireless Application Protocol ou, em português, pro-
pedágio quando você passa pela via expressa. Seu tocolo para aplicações sem fio. É um protocolo (lin-
carro tem um TAG. É aquela caixinha de PVC fixada guagem comum) mundial que torna possível o aces-
no vidro. so à Internet por meio de dispositivos móveis sem
fio - como micros de mão e celulares. Com WAP, é
 Shareware / Freeware possível acessar páginas no padrão WML (Wireless
Shareware é um software disponível em muitos lo- Markup Language, uma espécie de linguagem
cais da INTERNET. Inicialmente, o software é grátis, HTML) criadas para a tela do celular ou de um com-
mas os autores esperam que o pagamento seja putador de mão. Essas páginas trazem links que
enviado depois de um período inicial de testes. Nor- levam a outras, igualzinho aos sites da Internet, só
malmente, os preços são baixos. É uma espécie de que com menos recursos, devido às limitações das
“teste antes e pague depois”. Já o Freeware é grátis telas dos aparelhos.
mesmo.
 Wi-Fi e Wi-Max
 Servidor É a abreviatura de “Wireless Fidelity” (fidelidade sem
É o programa que atende ao cliente e provê a ele os fios) e é utilizado para descrever produtos que res-
serviços solicitados. O servidor oferece vários recur- peitam o conjunto de normas 802.11 criado pelo Ins-
sos, entre eles: armazenamento de dados, acesso à titute of Electrical and Electronic Engineers (IEEE).
Internet, etc.
As mais conhecidas são as 802.11b por utilizarem
banda de 2,4 Ghz (próxima da freqüência usada por
 TCP/IP
Transmission Control Protocol/Internet Protocol. Con- um microondas ou por um telefone sem fios) e por-
junto de protocolos utilizado pela INTERNET a fim de que podem transferir dados a uma velocidade de 11
permitir que os computadores se comuniquem. megabits por segundo (mbps). O novo standard
802.11a trabalha na banda de 5 Ghz e consegue
 URL transferir dados a até 54 Mbps. A tecnologia Wi-Fi
Uniform Resource Locator. É o sistema de endereça- apresenta um curto alcance. No entanto já temos a
mento utilizado pelo WWW e um padrão de endere- tecnologia WiMax em desenvolvimento. Esta alcan-
çamento proposto para toda a INTERNET. Trocando çará distâncias bem maiores que a Wi-Fi.
em miúdos: aquele endereço que você digita na bar-
ra de endereços do tipo www.qualquercoisa.com.br

Degrau Cultural 103

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Informática

O INTERNET EXPLORER 7

NOVIDADES DO INTERNET EXPLORER 7 O item Segurança possui novos recursos de segu-


rança que auxiliam na proteção contra softwares mali-
O IE-7 vem com nova interface, buscando a simpli- ciosos, e protegem contra websites fraudulentos, atra-
cidade. A interface foi redesenhada para conter itens vés de um filtro de phishing.
úteis e eliminar o que só ocupava espaço.

O recurso de Guias ou Abas (Tabs) permite abrir BOTÕES DA BARRA DE FERRAMENTAS


vários websites em apenas uma janela usando a nave-
gação por abas.

Além disso, a Impressão no Internet Explorer 7 per-


mite que o conteúdo caiba sem problemas na página Permite voltar / avançar nas páginas visitadas.
final impressa. As opções de impressão ainda incluem
o ajuste de margens, remoção de cabeçalhos e roda-
pés, além da alteração do espaço de impressão.

Há a opção de se manter atualizado sobre as últi-


mas novidades, diretamente dos seus sites favoritos Permite carregar novamente o conteúdo das páginas.
através dos Feeds RSS: O termo Feed vem do verbo em
inglês “alimentar”. Na internet, os “RSS feeds” são lis-
tas de atualização de conteúdo dos sites. A tecnologia
RSS (Rich Site Summary) permite aos usuários da in-
ternet se inscreverem em sites que fornecem “feeds”
(fontes) RSS. Estes sites mudam ou atualizam o seu Pára o carregamento da página.
conteúdo regularmente. Os Feeds RSS recebem estas
atualizações, e, desta maneira o usuário pode perma-
necer informado de diversas atualizações em diversos
sites sem precisar visitá-los um a um. Os feeds RSS OPÇÕES DE PESQUISA
oferecem conteúdo Web ou resumos de conteúdo jun-
tamente com os links para as versões completas deste
conteúdo. Esta informação é entregue como um arqui-
vo XML chamado “RSS feed”.

O item Pesquisar também foi atualizado, permitin-


do que você faça buscas dentro do navegador usando
seus mecanismos de procura favoritos.

104 Degrau Cultural

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THATYML
Informática

Permite fazer buscas, localizar na página, alterar pa- HOME (PÁGINA INICIAL) - permite adicionar páginas para
drões de pesquisa, etc. que sejam as iniciais do Browser.

FEEDS - permite visualizar atualizações do conteúdo


dos sites.

IMPRIMIR - permite imprimir a página ou escolher op-


çoes de impressão.

CENTRAL DE FAVORITOS E ADICIONAR A FAVORITOS

O botão da estrela é o Favoritos e permite exibir os


Favoritos, Feeds e Histórico.
O botão Adicionar a favoritos possui um menu com vá-
rias opções.
PÁGINA - abre um menu com várias opções.

GUIAS - mostra a lista de guias

NOVA GUIA - permite adicionar guias

Degrau Cultural 105

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Informática

FERRAMENTAS - o botão ferramentas contém opções do menu Ferramentas do IE-7.

FERRAMENTAS / OPÇÕES DA INTERNET / GERAL

Configurações de Página Inicial, Histórico, permite alterar padrões de pesquisa, configurações de guias e Aparência.

106 Degrau Cultural

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Informática

FERRAMENTAS / OPÇÕES DA INTERNET FERRAMENTAS / OPÇÕES DA INTERNET


PRIVACIDADE PROGRAMAS

Configurações de Cookies e Bloqueador de Pop-up´s. Permite gerenciar os complementos do navegador


(plug-in) e fazer configurações de programas usados
nos serviços de Internet.

FERRAMENTAS / OPÇÕES DA INTERNET


CONTEÚDO

Supervisor de Conteúdo, Certificados, Preenchimento


Automático e Feeds.

Degrau Cultural 107

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Informática

HARDWARE E SOFTWARE
1. Origem do Computador¹ Os melhoramentos significativos alcançados na progra-
mação facilitaram a utilização do computador e o tornou
Tudo se inicia com a criação das máquinas de cartões mais acessível às necessidades específicas.
perfurados que foram desenvolvidas originalmente por Her- Em 1973, a unidade de disco IBM 3340, apresentou a
man Hollerith e que foram inicialmente usadas no recense- indústria uma avançada tecnologia de discos conheci-
amento dos Estados Unidos em 1980 e mais tarde utiliza- da como Winchester, nome do projeto interno da IBM.
das em diferentes outros setores no mundo dos negócios.
Estes cartões eram o meio de armaze-namento de dados. 2. Conceituando Hardware e Software
O surgimento das impressoras rotativas é decorrente da
crescente necessidade do fornecimento destes cartões. Hardware: É um termo coletivo e não inclui apenas o
computador propriamente dito, mas também cabos, co-
Em resposta às necessidades da indústria radiofôni- nectores, unidades de força e periféricos como o tecla-
ca surgem as válvulas e nasce o computador. do, mouse, auto-falantes e impressoras. Este termo pode
referir-se aos aspectos físicos da infra-estrutura de rede
O invento do transistor nos laboratórios Bell em 1947 de telefonia e telecomunicações.
iniciaria uma nova geração de tecnologia de computado-
res. Substituindo a válvula, o pequeno transistor reduziu o Software: É a parte lógica do computador que é cons-
tempo que era necessário para que um impulso elétrico tituída por programas, linguagens, sistemas, ou seja,
fechasse um circuito. Gerava menos calor, era de maior são as instruções entendidas pelo hardware.
confiabilidade e diminuía os custos de produção. A fun-
ção básica do transistor num computador é a de um inter- 3. Tipos de Arquiteturas de Construção
ruptor eletrônico para executar operações lógicas.
Arquitetura CISC (Complex Instruction Set Computer) -
O armazenamento magnético surge como uma evo- Computador com Conjunto de Instrução Complexa.
lução para arquivar grandes volumes de dados. Com o
disco magnético o acesso poderia ser obtido em me- Refere-se a computadores projetados com um con-
nos de um segundo. junto completo de instruções computacionais com a fi-
nalidade de prover capacidades necessárias da forma
Em 1957 surge o primeiro computador com sistema mais eficiente. Posteriormente descobriu-se que redu-
de armazenamento em disco, o IBM 305 RAMAC. Com zindo o conjunto completo a apenas as instruções mais
um braço de acesso aleatório ele era capaz de acessar freqüentemente usadas, o computador realizaria mais
em menos de um segundo dados armazenados em trabalho em um tempo menor para a maioria das aplica-
qualquer um de seus 50 discos. A mesma IBM lança em ções. Com isso foi chamado de conjunto reduzido de
1962 a primeira unidade de armazenamento equipada instruções (RISC); havia agora a necessidade de algo
com disco removível. Agora, facilmente, os usuários po- pelo qual chamar computadores com conjunto comple-
diam trocar informações para diferentes finalidades. to de instruções – daí o termo CISC. Usada nos mode-
los de chip da empresa Intel e garantem um ótimo de-
Os programadores IBM foram os primeiros a criar, para sempenho na resolução de problemas complicados,
fornecer aos usuários, programas previamente elabora- apesar de reduzirem a velocidade de execução.
dos. Estes Softwares incluíam instruções para separar e
intercalar dados, o controle das operações de entrada e Arquitetura RISC (Reduced Instruction Set Computer) -
saída de dados e a facilidade de criação de listagens. Computador com Conjunto Reduzido de Instruções.
Durante os anos 60, o poder de armazenamento dos É um microprocessador planejado para realizar um me-
computadores aumentou em capacidade e velocidade. As nor número de tipos de instruções para o computador, de
atenções incidiram principalmente sobre os sistemas de modo que ele possa operar em uma velocidade maior
software. Ainda em busca de melhores soluções, foi intro- (realizar mais instruções por segundo ou milhões de ins-
duzido o uso intensivo da tecnologia de circuitos integra- truções por segundo). Uma vez que cada tipo de instru-
dos monolíticos nos anos 70. Esta tecnologia condensa ção que um computador precisa realizar requer transisto-
muitos circuitos em pequeníssimos chips de silício. res adicionais e circuitos, uma grande lista ou grupo de
instruções para o computador, tende a deixar o micropro-
A utilização de uma tecnologia com grande integração cessador mais complicado e lento na operação. Inventa-
e densidade de memória e de lógica melhorou conside- da na década de 70 pelo pesquisador da IBM John Coke,
ravelmente a sua velocidade, capacidade e eficiência. O esta arquitetura provê o chip com uma “inteligência” bem
primeiro disco magnético flexível, ou disquete, da in- mais limitada, porém com uma rapidez sem preceden-
dústria, foi apresentado pela IBM em 1971. Estes discos tes. Enquanto o chip CISC leva vários ciclos de máquina2
flexíveis (floppy disk) melhoravam consideravelmente o para executar uma única instrução, o chip RISC faz várias
manuseamento dos dados. delas em apenas um ciclo (conceito de chip superesca-
lar - que executa mais do que uma instrução por ciclo).
Memórias de silício e circuitos lógicos foram cada vez
mais miniaturizados em todos os tipos de computadores.
2
Ciclo de máquina: tempo gasto pelo computador para pro-
cessar cada instrução; é medido por um circuito chamado clock
¹ Origem do Computador: Os concursos, em geral, não têm (relógio), que emite pulsos a uma freqüência constante. Se o
mais se ocupado com questões relativas à história da informática, clock “pulsa” 58 milhões de vezes por segundo, por exemplo, a
entretanto, convém ir às provas lembrando-se pelo menos do freqüência de processamento dessa máquina é de 58 Mhz
ENIAC, pois ele já se figurou em algumas delas como represen- (MegaHertz). É o espaço de tempo entre um pulso e outro, ou
tante legítimo daquele que seria o primeiro computador da histó- seja, o ciclo de máquina.

108 Degrau Cultural

02_Hardware.pmd 108 30/9/2010, 09:45


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Informática

4. Componentes de um Computador Pessoal Alguns componentes adicionais podem ser acresci-


dos à placa-mãe por meio de seus slots de expansão. A
A anatomia do computador se compõe de dispositi- interface eletrônica entre a placa-mãe e as placas nos
vos externos para captar e emitir informações (teclado, slots de expansão são chamadas de barramento4 (Bus).
monitor etc.); e internos para calcular, comparar e con- Muitas placas-mãe possuem a capacidade de atualiza-
trolar (processador, memórias etc.) A seguir, veremos, ção (Upgrade), muitas vezes trocando-se apenas o pro-
especificamente, os componentes que constituem um cessador e a memória nela acoplados.
computador pessoal. Na placa-mãe são “encaixados”, além de cabos de dis-
positivos externos, outros componentes como placa de
Gabinete vídeo, som, modem etc.

É a caixa que abriga toda a es- Existem as placas-mãe Onboard, também chamadas de
trutura física interna de um com- superintegradas, que agregam em seus circuitos, além das
putador. É normalmente dividido interfaces já tradicionalmente incorporadas, outros recur-
em baias onde serão instalados sos como áudio, vídeo, modem e rede – quando não as
os dispositivos. Exige boas con- memórias e até o processador. E, as placas-mãe Offboard
dições de ventilação interna con- que vêm “peladas” ou seja, fica a cargo de quem se propõe
siderando que muitos dos com- a montar o computador decidir quais funções irá implemen-
ponentes que serão ali instalados tar, a marca e o modelo dos dispositivos que as proverão.
trabalham em elevadas freqüên-
cias e por isso geram grande quantidade de calor. Processador

Existem os modelos desktop ou torre, como são res- Nas provas, os examinadores, po-
pectivamente conhecidos os gabinetes horizontais e ver- dem referir-se ao processador como
ticais. É possível que o examinador refira-se ao compu- o microprocessador ou como unida-
tador apenas como máquina ou PC. de central de processamento (CPU –
Nota: É comum chamarmos o gabinete de CPU, porém Central Processing Unit) e até como
o gabinete, como já vimos, é apenas um “armário” onde processor.
são guardados o HD, as placas, a memória, os drives e
outros componentes. Como o próprio nome sugere, é a parte do computa-
dor que controla o processamento de dados, desde a
Fonte de Alimentação sua entrada até a saída. Quando um processamento
começa, é a CPU que busca a instrução no disco; faz a
A fonte de alimentação se encon- decodificação desta instrução; associa a instrução de-
tra, normalmente, na traseira do codificada ao dado que será processado e, por fim, exe-
gabinete e serve para fornecer as cuta cada instrução do programa. Ele também controla
tensões para alimentar os diver- os periféricos de entrada e saída, faz os cálculos e mo-
sos circuitos e componentes do vimentações exigidas pelo programa e gerencia todas
PC. Todas as fontes de alimenta- as unidades para que trabalhem em harmonia. Eles são
ção partem do princípio básico de montados em um único chip ou circuito integrado.
transformar a tensão alternada elétrica (110V ou 220V)
em tensões contínuas (5V ou 12V). A CPU é a única responsável pela interpretação dos
O ventilador interno (cooler) da fonte serve para esfriar a programas, tomando decisões lógicas, fazendo contas
própria fonte e também retirar o ar de dentro do gabinete. e encaminhando ordens, tudo isso muito rapidamente.
Para se ter uma idéia, um processador como um Pen-
Placa-mãe tium 4 ou Athlon é capaz de fazer mais de um bilhão de
multiplicações por segundo.
A Motherboard (placa-mãe)
é um arranjo físico que con- A velocidade de processamento é fruto da criatividade
e experiência dos engenheiros que projetam as Unida-
tém os circuitos e compo-
des de Execução. Devemos mencionar 4 importantes
nentes básicos de um com-
unidades: A lógica e aritmética (ULA), a de ponto flutuan-
putador. Em uma placa-mãe
te (FPU), a de instruções (SIMD – Single Instruction Mul-
comum, os circuitos são im-
tiple Data – Instrução única, múltiplos dados) e uma uti-
pressos ou afixados a uma
lizada somente para fazer cálculos de endereços de
superfície plana firme e nor-
memória. Cada unidade é especializada em determina-
malmente produzida em um
dos tipos de operações lógicas e matemáticas.
único passo. O planejamento mais comum de placas-
mãe em computadores desktop de hoje em dia é o AT,
O performance das aplicações está diretamente ligado
baseado nas placas mãe AT da IBM. Uma especificação com o das unidades de execução. Por exemplo, editores
mais recente de placa-mãe ATX melhora o estilo AT. Tan- de texto usam mais a ULA do que qualquer das outras,
to nos modos AT, como no ATX, os componentes no com-
putador incluídos na placa-mãe são os seguintes: 3
Slot: Nome que se dá às “tomadas” ou soquetes que, no com-
putador, permitem a conexão dos periféricos. Os slots de ex-
• Microprocessador (CPU);
pansão estão preparados para receber as placas de expansão
• Memória;
de memória ou de disco rígido.
• Sistema básico de Input/output (BIOS); 4
Barramento: O barramento é a via de informação entre a CPU e
• Slot3 de Expansão; demais dispositivos de I/O; é como se fossem estradas com várias
• Circuitos de interconexão. pistas, quanto mais pistas, maior o fluxo de automóveis.

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enquanto que jogos e decodificadores de DVD-video mos- agrega diversos circuitos destinados a dar funcionabili-
tram dependência muito maior da FPU e das unidades SIMD. dade ao PC e determina, entre outras coisas:
• Quais processadores poderão ser utilizados;
Qual seria o critério para classificar uma CPU como • O tipo e a quantidade máxima de memória que poderá
sendo de 32 ou 64 bits? O tamanho dos registradores5 e ser instalada;
consequentemente o tamanho dos dutos de entrada das • As freqüências de barramento suportadas;
unidades de execução são cruciais para determinar se • A quantidade de slots de expansão disponíveis, de HD’s;
uma CPU é de 32, 64 ou 128 bits. Quanto maior o tama- de periféricos, como leitora e gravadores de CD e a taxa
nho dos registradores, mais viável é o aumento da preci- máxima de transferência de dados entre eles e as contro-
são de operações matemáticas (principalmente finan- ladoras IDE.7
ceiras e científicas), maior o módulo dos números que
podem ser armazenados e maior a quantidade de com- O chipset é ultraintegrado quando constituído por única
binações lógicas que podem ser avaliadas. peça, mas normalmente é dividido em duas, fisicamente
distintas, conquanto interdependentes: Ponte Norte (Nor-
As instruções em linguagem de máquina são muito pri- thbridge) e Ponte Sul (Southbridge).
mitivas. Por exemplo: Ler (copiar) conteúdo de um endereço
de memória no registrador do processador central; compa- Cabe a Ponte Norte gerenciar a comunicação entre os
rar duas informações; adicionar, subtrair dois números; es- mais diversos elementos, especialmente conectar o pro-
crever palavra na memória ou dispositivo de saída. Estas cessador ao barramento de memória e de vídeo.
etapas compõem o que se denomina Cabe a Ponte Sul responsabilidades pelas atividades
ciclo de instrução. Este ciclo se repete menos nobres como comandar a controladora de dis-
indefinidamente até que o sistema cos, interfaces de entrada e saída (portas seriais, parale-
seja desligado, ou ocorra algum tipo las e USB), além da comunicação com outras interfaces
de erro, ou seja, encontrada uma ins- como som, rede etc.
trução de parada.
Compete ao chipset definir o Clock8 – freqüência de
Antes de finalizar este tópico, con- barramento – sinal responsável pela transmissão dos
vém chamar a atenção para um per- dados entre os periféricos. Dependendo de sua freqüên-
sonagem muitas vezes negligenciado pelo aluno, porém cia, um certo processador poderá ou não ser suportado
de grande relevância, a refrigeração do processador. Essa por uma determinada placa.
refrigeração é um papel desempenhado pelo Cooler6
Memórias

Chipset Memória é o lugar eletrônico no qual ficam armazena-


das instruções e os dados para que o processador pos-
Costuma-se dizer que, se o sa acessá-los. As memórias podem ser divididas em
processador é o cérebro, a pla- dois grupos diferentes:
ca-mãe é o corpo de um com-
putador, o chipset, por sua vez, • Voláteis
é o coração da placa-mãe. • Não Voláteis

Para explicar de uma forma As memórias são classificadas como voláteis, quando
simples, o chipset é o conjunto os dados que estão armazenando internamente são per-
de componentes que estabele- didos devido à interrupção do fornecimento de energia
cem a interface entre o processador (mais propriamente para a memória. Toda vez que o computador é desligado,
o seu barramento local) e os barramentos/componentes, os dados armazenados na memória principal são perdi-
desde as memórias aos controladores de periféricos. dos. Já as memórias do tipo não volátil não perdem os
Como se pode concluir, a função do chipset é bastante seus dados, mesmo quando a alimentação de energia é
importante no desempenho do sistema, portanto é acon- interrompida.
selhável conhecer alguns dos detalhes associados à
definição da respectiva arquitetura. Para comparar: se os
7
grandes componentes como o processador, a memória, Integrated Drive Eletronics: É uma interface eletrônica padrão
e os controladores de I/O fossem representados por edi- utilizada entre os caminhos de dados ou barramentos de uma placa-
fícios, o chipset representaria toda a infra-estrutura rodo- mãe e os dispositivos de armazenagem em disco de um computador.
8
viária necessária para interligar aqueles edifícios. Ele O clock tem como finalidade gerar “pulsos de clock”. É um
dispositivo gerador de pulsos cuja duração é chamada de ciclo. A
quantidade de vezes em que este pulso básico se repete em um
5
Registradores: Nome dado a alguns conjuntos de bits de alta segundo define a unidade de medida do relógio, denominada fre-
velocidade que existem dentro da CPU. A função primordial dos qüência, a qual também usamos para definir velocidade na CPU. A
registradores é o endereçamento de memória, ou seja, é nos regis- unidade de medida usual para a freqüência dos relógios de CPU é
tradores que fica armazenado o endereço fornecido que está o Hertz (Hz), que significa 1 ciclo por segundo. Como se tratam de
sendo tratado na memória naquele momento. O resultado de uma freqüências elevadas abreviam-se os valores usando-se milhões
operação aritmética ou lógica realizada na ULA deve ser armaze- de Hertz, ou de ciclos por segundo (MegaHertz ou simplesmente,
nado temporariamente, de modo que possa ser utilizado mais adi- MHz). Assim, por exemplo, se um determinado processador fun-
ante ou apenas para ser, em seguida, transferido para a memória. ciona como seu relógio oscilando 25 milhões de vezes por segun-
6
Cooler: Popularmente conhecida por ventoinha. Responsável do, sua freqüência de operação é de 25 MHz. E como a duração
pelo zumbido característico do computador. É um pequeno venti- de um ciclo, seu período, é o inverso da freqüência, então cada
lador que, embutido no gabinete ou diretamente no processador ciclo, neste exemplo, será igual ao inverso de 25.000.000 ou 1/
tem a função de resfriá-lo. 25.000.000 = 0,00000004 ou 40 nanossegundos.

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armazena dados em uma superfície magnética como


uma espécie de registro “fotográfico”.
A capacidade desta memória aumenta em múltiplos
de 8 megabytes. A maioria dos computadores são pla-
nejados de modo que você possa adicionar módulos de
RAM até certos limites (por exemplo 128 ou 256 mega-
bytes). Ter mais RAM no computador reduz o número de
vezes que o processador tem que ler dados por meio do
disco rígido, uma operação que leva muito mais tempo
do que ler dados por meio da RAM.

RAM (Random Access Memory – Memória de Acesso O acesso é randômico porque qualquer local de ar-
Aleatório) – Memória Principal/ Primária mazenamento pode ser acessado diretamente. Talvez
ela devesse ser chamada de memória não seqüencial,
É o local onde o sistema operacional, os programas pois o acesso à RAM é altamente randômico. RAM é
aplicativos e os dados em uso são colocados, de modo organizada e controlada de um modo que permite que
que possam ser rapidamente acessados pelo proces- os dados sejam armazenados e atualizados diretamen-
sador. Porém, os dados da RAM ficam lá somente en- te em locais específicos. Outras formas de armazena-
quanto o computador está funcionando. Quando se des- mento como o disco rígido e o CD-ROM também são
liga o computador perde-se todo conteúdo. Deste modo, acessados diretamente (ou randomicamente), mas o
quando se liga novamente o computador, o sistema ope- termo acesso randômico não pode ser aplicado a es-
racional e outros arquivos mais uma vez terão que ser sas formas de armazenamento.
carregados pela RAM, o que é feito normalmente a partir
do Disco Rígido. Tipos de Memória RAM

A RAM pode ser comparada à memória de curto prazo DRAM (Dinamic RAM): Memória dinâmica de acesso
de uma pessoa, e o disco rígido à memória de longo aleatório. É o tipo mais comum de memória de acesso
prazo. A memória de curto prazo dá destaque ao trabalho aleatório (RAM). É dinâmica no sentido que precisa ter
das mãos, mas pode recorrer a fatos da memória de suas células de armazenamento renovadas ou recebe-
longo prazo. Um computador, também funciona deste rem uma nova carga eletrônica a cada poucos milisse-
modo. Se a RAM ficar cheia, o computador precisará ir gundos. Formada por circuitos que armazenam os bits
continuamente ao disco rígido para cobrir velhos dados de informações através de pequenos capacitores. Quan-
da RAM com novos. Isso diminui a velocidade do compu- do tem algum dado representa “1” e, quando não, repre-
tador. A não ser que o disco rígido fique completamente senta “0”. Não se trata de uma memória rápida. O gran-
cheio de dados de modo que ele não possa aceitar ne- de problema desta memória é que ela perde sua carga,
nhum mais, a RAM transbordará da memória. Ela conti- por isso precisa continuamente da renovação de carga
nua funcionando, mas muito mais lentamente. O que (refresh). Características:
ocorre é que o processador transfere o conteúdo atual da • barata;
memória RAM para um arquivo do disco rígido, chamado • fácil integração;
arquivo de troca, liberando espaço na memória RAM. O • baixo consumo;
conteúdo do arquivo de troca é colocado de volta na me- • lenta (em função do refresh).
mória RAM quando for solicitado algum dado que lá este-
ja armazenado. Este processo é conhecido como Memó- SRAM (Static RAM): Memória estática de acesso alea-
ria Virtual. Quanto mais memória RAM o micro tiver, me- tório. Bem mais rápida e em vez de capacitores, utilizam
nor a probabilidade de a me- circuitos digitais chamados de flip-flop para armazena-
mória RAM acabar e, com mento de cada “0” ou “1”, ou seja, este tipo de circuito
isso, menos trocas com o não necessita do círculo de refresh. Tem como caracte-
arquivo de troca do disco rí- rística principal o sincronismo com o processador nos
gido serão necessárias. acessos de leitura e gravação. Sua velocidade trabalha
Toda vez que uma troca é na ordem de 20 nanossegundos (20 x 10-9 segundos).
feita o usuário percebe a Normalmente, este tipo de chip de memória é aplicado
lentidão no micro, pois o nas memórias do tipo cache. Características:
acesso ao disco rígido é bem mais lento do que o acesso • cara;
direto à memória RAM, por ser um sistema mecânico e • difícil integração (pouca capacidade em muito espaço);
não eletrônico. • alto consumo;
• rápida.
A RAM é pequena, tanto no espaço físico (ela é arma-
zenada em microchips) quanto na quantidade de dados ROM (Read Only Memory – Memória Somente para
que ela pode armazenar. Ela é muito menor do que o Leitura)
disco rígido. Um computador típico costuma vir com 128
milhões de bytes em RAM e com disco rígido que pode Trata-se de um termo genérico utilizado para desig-
armazenar 40 bilhões de bytes. RAM vem na forma de nar os circuitos de memória ROM. Só permitem a leitu-
microchips discretos (no sentido de separados) e tam- ra, mas em compensação, não perdem o conteúdo
bém na forma de módulos e ligam-se em buracos na quando são desligados. São mais lentas que a memó-
placa-mãe do computador. Estes buracos se conectam ria RAM.
ao processador por meio de um barramento ou grupo
de condutores elétricos. O disco rígido, por outro lado,

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Para o processador, não há passa o controle para o BIOS. Ele determina se todos os
diferença entre acessar uma anexos estão instalados e operantes; em seguida, carre-
memória RAM ou ROM – a não ga o sistema operacional na memória de acesso aleató-
ser a velocidade. Quando o mi- rio (RAM) a partir do disco rígido ou unidade de disquete.
cro é ligado, um programa gra- Com o BIOS o sistema operacional e aplicações são li-
vado na memória ROM da pla- berados de terem que compreender detalhes exatos
ca-mãe, chamado POST en- (como endereços de hardware) sobre os dispositivos
tra em ação inicializando os circuitos da placa-mãe, o ví- anexos de entrada/saída. Quando detalhes do dispositi-
deo e executando testes, como o teste de memória. O vo mudam, apenas o programa BIOS precisa ser altera-
último passo do POST é carregar o sistema operacional do. Às vezes, essa mudança pode ser feita durante a con-
de algum disco para a memória RAM. figuração do sistema. Embora o BIOS seja, teoricamente,
sempre o intermediário entre o processador e as infor-
Estes tipos de circuito podem ser construídos utilizan- mações de controle do dispositivo de entrada/saída e o
do uma das seguintes tecnologias básicas: fluxo de dados, em alguns casos, o BIOS pode dar um
jeito para que os dados fluam diretamente para a memó-
Mask-ROM: Gravado na fábrica do circuito integrado e ria a partir de dispositivos que exigem um fluxo de dados
não há como apagar ou regravar o seu conteúdo, ou mais rápido para serem eficazes.
seja, fabricado com o conteúdo predefinido.
2. POST (Power On-Self Test – Auto Teste ao Ligar):
PROM (Programable ROM): É uma memória que pode Teste de diagnóstico que o Sistema Básico de Entrada e
ser modificada uma vez pelo usuário. Essa memória é Saída (BIOS) roda para determinar se o teclado, Memó-
vendida virgem e o fabricante do dispositivo que utilizará ria RAM, discos e outros itens de hardware estão funcio-
este circuito se encarrega de fazer a gravação de seu con- nando corretamente. Se tudo é encontrado e está funci-
teúdo. No entanto, uma vez gravada, não há como apagar onando corretamente, o computador começa o boot.9
ou reprogramar o seu conteúdo. A diferença entre este cir- Se o hardware não for encontrado ou estiver com proble-
cuito e o Mask-ROM é o local da gravação. Enquanto a mas, o BIOS mostra uma mensagem de erro que pode
Mask-ROM é fabricada já com um conteúdo predefinido, a ser um texto na tela ou uma série de bipes, dependen-
PROM é gravada pelo fabricante do periférico que utilizará do da natureza do problema. Como o POST roda antes
o circuito. da ativação da placa de vídeo, não é possível ver o pro-
gresso na tela. Um erro encontrado no POST é geral-
EPROM (Erasable Programable ROM): Trata-se de uma mente fatal (isto é, causa o travamento do programa
memória exclusiva de leitura que pode ser apagada e que está rodando) e vai parar o processo de boot, pois
reaproveitada. Da mesma forma que a PROM, a EPROM o hardware checado é essencial para as funções do
é vendida virgem e deve ser gravada pelo fabricante do computador. Executa as seguintes rotinas sempre que
dispositivo que a utilizará. Ao contrário dos outros dois o micro é ligado:
tipos, o seu conteúdo pode ser apagado, o que é feito
colocando-se o circuito integrado exposto à luz ultraviole- • Identifica a configuração instalada
ta (ele tem uma janela transparente para que o apaga- • Inicializa todos os circuitos periféricos de apoio (chip-
mento possa ser feito). Deste modo o circuito pode ser set) da placa-mãe
regravado. • Inicializa o vídeo
• Testa a memória
EEPROM (Electric Erasable Programable ROM): O apa- • Testa o teclado
gamento não é feito através de luz, mas sim através de • Carrega o sistema operacional para a memória (RAM)
impulsos elétricos. Os chips de EEPROM, ao contrário • Entrega o controle do processador ao sistema ope-
do que ocorre com os chips EPROM, não precisam ser racional
removidos do computador para serem modificados.
3. SETUP (Configuração): Programa de configuração
Flash-ROM: É uma EEPROM que utiliza baixas ten- de hardware do computador; normalmente chamamos
sões de apagamento e este é feito em um tempo bem esse programa apertando um conjunto de teclas duran-
menor. Hoje em dia, a memória ROM da maioria das te o POST (geralmente basta pressionar a tecla DEL
placas-mãe é formada por um circuito de Flash-ROM, durante a contagem da memória; esse procedimento,
permitindo a reprogramação do seu conteúdo via sof- contudo, pode variar de acordo com o fabricante da pla-
tware. Diferença entre uma EEPROM e uma Flash-ROM? ca-mãe – Esc, Ctrl-Esc, Ctrl-Alt-Esc ou F1)
O apagamento da Flash-ROM é extremamente rápido e
não é possível reprogramar um único endereço, isto é, Estes três programas são completamente diferentes,
quando a memória é apagada, todos os seus endere- embora fisicamente armazenados dentro do mesmo cir-
ços são zerados. Às vezes chamado de RAM-Flash. cuito integrado. Muita gente confunde estes conceitos, cha-
mando o SETUP de BIOS. Alguns técnicos, sem o devido
Programas Contidos na ROM: conhecimento, dizem que alteram o conteúdo do BIOS ou

A placa-mãe de um computador tem um único circuito 9


Boot é um programa que, após a conclusão do POST, procura
de memória ROM, contendo os seguintes programas: numa determinada posição de um disquete ou de um disco um
bloco de “informação” com um determinado formato, que se pres-
1. BIOS (Basic Input/Output System – Sistema Básico supõe conter o programa de inicialização de um sistema
de Entrada/Saída): Gerencia o fluxo de dados entre o operacional.
sistema operacional e dispositivos anexados como o 10
CMOS (Complementary Metal-Oxide Semicondutor) Tem os
disco rígido, adaptador de vídeo, teclado, mouse e im- dados de tipo de disco rígido, número e tipos de drives, data e
pressora. Quando o computador é ligado o processador hora, configurações gerais, velocidade de memória etc. Estes

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configuram o BIOS quando, na verdade, entram no SETUP uma cópia dos dados mais recentemente acessados e
da Placa-mãe. Como o BIOS está em uma memória do prováveis de serem acessados que ficam ali armazena-
tipo ROM, seu conteúdo não pode ser alterado ( a não ser dos para acesso rápido.
que fosse um circuito do tipo FLASH-ROM.
O cache de disco é um mecanismo para melhorar o
Quando se entra no SETUP, as alterações são arma- tempo de leitura ou gravação no disco rígido. Hoje em
zenadas na memória de configuração da placa-mãe, tam- dia o cache de disco é normalmente incluído como parte
bém chamada de CMOS10. A memória de configuração é do disco rígido ou pode também ser uma porção espe-
uma memória do tipo RAM e, por isso, seu conteúdo é cífica da memória de acesso aleatório (RAM). O cache
apagado quando sua alimentação é cortada. Para que de disco guarda dados lidos recentemente e, em al-
isso não ocorra as placas-mãe têm uma bateria que guns casos, áreas adjacentes de dados prováveis de
alimenta essa memória, para que as informações não serem acessadas em seguida.
sejam perdidas quando o computador é desligado.
Assim, quando é pressionada a tecla DEL durante a Memória de Massa - (Memória Secundária)
contagem de memória (ou seja, durante a execução do
POST), acessamos o SETUP (e não a BIOS). As altera- Na memória RAM temos um conteúdo que se perde
ções efetuadas no SETUP são armazenadas na memó- quando desligamos o computador. A ROM mantém o
ria de configuração (CMOS). O conteúdo da memória de conteúdo mesmo na falta de energia porém, é uma
configuração é usado pelo BIOS para saber qual é a con- memória somente para leitura e não permite guardar
figuração da máquina e, durante o POST, para programar nossos dados e/ou programas. Esses dados e progra-
os circuitos da placa-mãe. Atualmente a memória de con- mas devem ser armazenados em outro meio que não o
figuração está embutida no chipset da placa-mãe, mais elétrico. Neste caso o que normalmente se usa é um
especificamente em um circuito chamado Ponte Sul. meio magnético: disquetes e discos rígidos. Uma outra
alternativa seria a mídia óptica disponível em CD-R, CD-
Cache RW ou DVD-R... Nestas condições o meio utilizado é
não volátil o que permite acessar a informação quando
Podemos entender memória cache como um lugar for necessário.
para armazenar alguma coisa mais ou menos tempora-
riamente. Páginas web solicitadas, por exemplo, são Disquete (disco flexível ou floppy disk)
armazenadas no diretório cache do navegador no disco
rígido. Assim quando retornamos a uma página exami- O disquete é um meio removível de arma-
nada recentemente, o browser pode obtê-la a partir do zenamento de dados de acesso aleatório que
cache em vez de a partir do servidor original, poupando pode ser utilizado em computadores pesso-
tempo e a rede do trabalho de tráfego adicional. ais. O termo disquete normalmente refere-se
a um meio magnético acondicionado em um
A memória cache é memória de acesso aleatório que cartucho de plástico rígido medindo 3,5 polegadas de
pode ser mais rapidamente acessada pelo processa- diâmetro e 2 milímetros de espessura que pode armaze-
dor do que a RAM normal. À medida que o processador nar até 1,44 MB de dados. Embora, hoje em dia, a maioria
processa dados, ele primeira- dos computadores pessoais venha com uma unidade de
mente verifica a memória cache disquete11 (drive) de 3,5 polegadas pré-instalada, alguns
e, se encontrar os dados ali (de computadores não as fornecem mais. Eles são conveni-
uma leitura de dados anterior), entes para armazenamento individual de arquivos e pro-
não precisará mais fazer uma ou- gramas pequenos. Quem lê e grava as informações no
tra leitura de dados consumidora disquete é a cabeça da unidade de disquete. Essa cabe-
de tempo na memória. ça12 é formada por duas bobinas e as informações são
lidas, escritas e apagadas como em uma fita cassete
Memória cache é às vezes es- dentro de um toca-fitas, através de magnetização e des-
crita em níveis de proximidade e de acessibilidade ao magnetização da camada magnética do disco. São gra-
processador. Um cache L1 está no mesmo chip do pro- vadas magneticamente, ou seja, se o bit 0 é representa-
cessador. ( Por exemplo, o processador PowerPC 601 do pela magnetização positiva, o bit 1 será a negativa, e
possui um cache de nível 1 de 32KB embutido em seu vice-versa.
chip) L2 é geralmente um chip de RAM estático (SRAM)
separado. O RAM principal é geralmente um chip de RAM Na formatação, o disco magnético é dividido em tri-
dinâmico (DRAM). lhas e setores. As trilhas são regiões circulares concên-
tricas e os setores são regiões do disco delimitadas por
Além da memória cache, pode-se pensar na própria raios. Em um disquete de 31/2”, por exemplo, existem
RAM como um cache de memória para armazenamento 80 trilhas de cada lado, divididas em nove setores cada.
em disco rígido, pois todo o conteúdo da RAM vem inici-
almente do disco rígido ao ligarmos o computador e Uma pequena janela em um dos cantos superiores
carregarmos o sistema operacional e, mais tarde, ao pode ser aberta ou fechada. Quando aberta não é per-
iniciarmos novas aplicações e acessarmos novos da- mitida a gravação.
dos. A RAM também pode conter uma área especial de-
nominada disk cache que possui todos os dados mais
11
recentemente lidos a partir do disco rígido. A unidade de disquete: é o elemento responsável pela
leitura/gravação em um disquete. Como existem diversos tipos
de disquete com capacidades de formatação diferentes, haverá
O Disk Cache (cache de disco), ou uma área reserva- unidades de disquetes diferentes para cada tipo.
da do RAM ou um cache especial de disco rígido, tem 12
Algo como um braço do “pré-histórico” toca-discos de vinil,
porém em posição relativamente fixa.

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Zip Disk Tipos de DVDs

São disquetes especiais que necessitam, portanto, DVD-R: É equivalente ao CD-R. Sua
de drives compatíveis. Estes disquetes possu- capacidade depende da mídia em
em a capacidade de armazena- uso. As primeiras mídias de uma face
mento para 100MB, cerca de 70 armazenavam até 3,68 GB, as mídi-
vezes mais dados que os seus ir- as atuais já possuem 4,7 GB. As de
mãos de 1.44MB. Existem outros dupla antiga armazenavam 7,38 GB,
modelos de ZIP-DRIVE que traba- e as atuais, 9,4 GB.
lham com disquetes de 250MB e DVD-RW ou DVD-ER (DVD enable):
750MB. criado pela Pionner, tem capacidade de 4,7 GB. Pode
ser lido em praticamente qualquer unidade de DVD.
Disco Rígido DVD+W: é concorrente do anterior, desenvolvido pela Phi-
lips, Sony, HP e outros. Por causa de sua taxa de refle-
O disco rígido faz parte de uma unidade, normalmente xão, este disco não pode ser lido por todas unidades de
chamada de disk drive, hard drive ou hard disk drive, que DVDs. Armazena de 2,8 GB a 4,7 GB.
armazena e oferece acesso relativamente rápido a gran- DVD-RAM: Este tipo de mídia é encontrado em quatro
de quantidade de dados em uma superfície carregada capacidades: 2,6 GB, 4,7 GB, 5,2 GB e 9,4 GB. Esta mí-
eletromagneticamente ou em um conjunto de superfícies dia é regravável, isto é, funciona de maneira similar a
e tudo isso vem acondicionado um CD-RW. Estima-se que o DVD-RAM pode ser regra-
dentro de uma caixa blindada. vado 100.000 vezes, enquanto estima-se que o DVD-
Nas provas podem referir-se a RW só pode ser regravado 1.000 vezes.O disco DVD-
ele como Hard Disk, Winches- RAM necessita de um gravador de DVD-RAM tanto para
ter ou simplesmente HD. Os ser gravado quanto para ser lido. O disco DVD-RAM nor-
computadores atuais vêm malmente está acondicionado dentro de uma caixa cha-
acompanhados, normalmente mada caddy. Esta mídia não é compatível com unidades
de disco rígido com capacida- de DVD-ROM nem com DVD players comerciais.
de de armazenamento na or-
dem dos GB. Barramentos
Ele pode ser composto de conjunto de discos empi- Um barramento (bus) é uma rota de transmissão na
lhados, apresentando cada um em círculos concêntri- qual os sinais são emitidos ou captados em cada dis-
cos ou faixas de disco. Uma cabeça grava ou lê as infor- positivo anexado à linha. Apenas os dispositivos que
mações nas faixas. Para cada leitura ou gravação é ne- forem dirigidos pelos sinais prestam atenção a eles; os
cessário que os dados sejam localizados, que é uma outros desconsideram os sinais. O termo deriva-se de
operação chamada de busca. sua semelhança com um ônibus que pára em toda qua-
dra para deixar e pegar passageiros. Trata-se da rota
Convém mencionarmos os thin clients, que oferecem dos dados no computador que interconecta o processa-
aos usuários uma solução de estação de trabalho, que dor com os anexos à placa-mãe em slots de expansão,
reduz os custos operacionais, de manutenção e de atu- como unidades de disco rígido, unidades de CD-ROM e
alização tecnológica, em comparação com os ambien- adaptadores gráficos.
tes tradicionais com PC’s “fat” client. Os thin clients são
pequenos dispositivos de computação que não contam Genericamente falando é um caminho para a troca de
com disco rígido, nem necessitam de gerenciamento
dados entre dois ou mais circuitos. Em geral podem ser
complexo. Essa característica permite que os equipa-
divididos em três grupos:
mentos sejam implantados rapidamente - responden-
do por baixíssimos gastos com Tecnologia da Informa-
ção - com mais confiabilidade e segurança do que os • Dados (Data Bus) – Todos os dados, tais como instru-
PCs convencionais. ções e dados, que serão manipulados internamente pelo
processador, utilizam o barramento de dados para se-
CD e DVD rem transferidos dos periféricos do sistema para o pro-
cessador. Quando as informações já foram processa-
CD-ROM (Compact-Disk - das e os resultados estão disponíveis, eles retornam
Read - Only Memory): apenas para os periféricos do sistema, utilizando-se do mesmo
leitura. barramento de dados que foi utilizado para a entrada
CD-R: permite a gravação ape- das informações. Em um determinado instante estas
nas uma vez. vias são usadas como barramento de entrada e em ou-
CD-RW: é regravável, ou seja, tro instante opera como saída de dados e assim suces-
permite a gravação mais de sivamente.
uma vez. Isto é feito por causa
da tintura especial índio antimônio e telúrio. Quando o Fisicamente é formado por vias, ou seja, um conjunto
feixe laser eleva temperatura de 500º C a 700º C sua de vias forma o barramento de dados. Cada via transmi-
superfície perde sua reflexão que em seguida será en- te um bit, portanto um barramento de 16 vias possui 16
tendido como informação pelos leitores. Quando o mes- bits de largura. Essa largura varia de acordo com o pro-
mo ponto for utilizado por outro feixe de laser com uma cessador utilizado no sistema.
temperatura mais baixa a tintura recupera sua caracte-
rística reflexiva que poderá ser gravada novamente. • Endereços (Address Bus) – É utilizado pelo processa-
dor para fazer o endereçamento de todos os periféricos
do sistema, tais como: Memória RAM, controladores de
vídeo, disco, rede, entre outros.

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Informática

Esse barramento é do tipo unidirecional, pois o processa- Detalhadamente podemos citar alguns movimentos bá-
dor utiliza-o para apontar um determinado endereço em sicos deste periférico de entrada:
um determinado instante. No próximo instante, esse bar-
ramento será utilizado, novamente, para apontar um ende- • Apontar – Mover o ponteiro do mouse para que seja
reço e assim sucessivamente. Portanto, o tráfego de bits posicionado sobre alguma parte específica da tela. Exem-
no barramento de endereços será sempre do processa- plo: Caso o examinador afirme: “aponte para o botão inici-
dor para os periféricos do sistema, ou seja, unidirecional. ar”, isso significa que o ponteiro do mouse deve ser mo-
vido sobre o botão iniciar da barra de tarefas no Windows.
Todos os dados e instruções que entram ou saem • Clicar – Pressionar e imediatamente liberar o botão
do processador utilizam o barramento de dados. Po- esquerdo do mouse para iniciar algum tipo de ação.
rém, é por meio do barramento de endereços que o Nas provas, normalmente, estará especificado que o
processador fornece endereços em que os dados e as mouse usado estará com a configuração padrão, ou
instruções, que serão utilizados para o processamen- seja, o botão esquerdo é o responsável por iniciar uma
to, estão armazenados. Este procedimento é conheci- ação. Este botão também pode ser chamado de botão
do como leitura, ou seja, o processador determina por principal.
meio do barramento de endereços quais endereços • Clique Duplo – Pressionar e liberar o botão principal
devem ser lidos para que os dados e as instruções do mouse duas vezes, um pressionamento após o ou-
possam ser transferidos para o processador, por meio tro (deve haver pouco espaço de tempo entre cada pres-
do barramento de dados. sionamento). Vamos perceber que algumas coisas exi-
Após o processamento das informações, o resultado gem um simples clique para iniciar algum tipo de ação e
deverá ser armazenado em alguma posição de memó- outras exigem um duplo clique.
ria ou transferido para algum dispositivo de I/O (entrada • Clique Triplo – Pressionar e liberar o botão principal
ou saída), portanto o processador fornece, por meio do do mouse três vezes (deve haver pouco espaço de tem-
barramento de endereços, o endereço da memória ou po entre cada pressionamento). Com este tipo de ação
dispositivo de I/O, em que o resultado será armazenado. pode-se selecionar todo um parágrafo no Word, quando
Este procedimento é conhecido como escrita. clicamos sobre ele, ou todo o arquivo, quando clicamos
à margem do texto.
Assim como o barramento de dados, o barramento de • Clicar com o Botão Direito – Pressionar e imediata-
endereços também é composto por vias. Um barramen- mente soltar o botão direito do mouse é usado para
to com 16 vias é o mesmo que dizer que a largura do exibir o menu de atalhos ou , em algumas provas, menu
barramento de endereços é de 16 bits. Essa largura de contexto. Este menu vai variar de acordo com a posi-
depende exclusivamente do processador. ção na qual estiver posicionado o ponteiro do mouse.
• Arrastar – Apontar para algum objeto, pressionar e
• Controle (Control Bus) – Por meio do barramento de manter pressionado o botão principal do mouse, mover
controle o processador recebe ou envia sinais de con- o que se pretende e então soltar o botão.
trole para todos os dispositivos do sistema. Como nes- • Paginar – Girar a pequena roda (Roda de Scroll)13 que
te barramento trafegam sinais de controle nos dois sen- fica entre o botão principal e o direito do mouse, nos
tidos, ele é do tipo bidirecional. Entretanto, existem vias programas que suportam a rolagem permite mover para
desse barramento que só enviam sinais, como, por cima e para baixo um documento. A roda é uma inovação
exemplo, a via de R/W (Leitura/Escrita), e outras vias que relativamente recente.
só recebem, por exemplo, a via CLK (clock – relógio). O ponteiro do mouse fica, na maior parte do tempo,
Mas como o conceito se refere ao conjunto de vias, ou com a aparência de uma seta. Porém, ele pode mudar
seja, ao barramento, este é considerado bidirecional. de forma dependendo de sua posição na tela ou aplica-
tivo no qual estiver sendo utilizado. Ele também pode
Ao contrário dos barramentos de dados e endereços mudar a partir de certos comandos a sua escolha. Cada
que executam apenas um tipo de evento, a transferência um dos formatos indica o que o Windows está proces-
de dados ou de endereços, o barramento de controle sando naquele momento; neste caso o chamamos de
possui vários eventos distintos de controle. apontador de mouse. O padrão básico para os aponta-
dores de mouse é o seguinte:
Mouse

O mouse consiste de uma capa de metal Seleção Normal – Indica um objeto na tela.
ou plástico, uma esfera de borracha na par-
te de baixo da capa e que rola deslizando Ajuda – Seleção de ajuda.
em uma superfície (mouse pad), um ou mais
bastões na parte de cima da capa e um cabo que conecta Ampulheta – Ocupado (processando).
o mouse ao computador. Como a bola desliza em qual-
quer direção, um sensor envia impulsos ao computador Processamento – Trabalhando em segundo plano.
que faz com que o programa de resposta do mouse repo-
sicione um indicador visível (cursor) na tela. O posiciona- Seleção Gráfica – Precisão.
mento é relativo ao local inicial. Visualizando a posição
presente do cursor, o usuário pode reajustar a posição Viga – Seleção de texto.
movendo o ponteiro do mouse.
Proibido – Indica impossibilidade de realizar operação.
O Mouse Óptico não requer o uso da esfera de borra-
cha, pois ele utiliza um sensor óptico (que é muito mais 13
Alguns mouses possuem uma pequena roda entre os dois
preciso) em seu lugar. Esse tipo de mouse tem vanta- botões principais que é usada para deslizar para cima ou para
gens de maior precisão e agilidade no seu manuseio. baixo em documentos ou páginas na web muito longos.

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É abastecida por uma fita semelhante à fita de uma


Seta Dupla Vertical – Usado para redimensionamen- máquina de escrever.
to na vertical. Jato de tinta
Seta Dupla Horizontal – Usado para redimensiona- São impressoras comuns
cuja impressão é realizada
mento na horizontal. através de diversos jatos mi-
croscópicos da tinta. Apresen-
Seta Dupla Diagonal Esquerda – Usado para redi- tam uma boa qualidade de im-
pressão e são usadas em
mensionamento diagonal. editoração gráfica.

Seta Dupla Diagonal Direita – Usado para redimen- A tecnologia de jato de tinta
tem evoluído continuamente. Cada novo modelo que che-
sionamento diagonal. ga ao mercado produz imagens um pouco mais próximo
da qualidade fotográfica e com rapidez cada vez maior. E
Seta em Cruz – Move objeto selecionado. o melhor é que não se paga mais por isso – o preço
dessas máquinas até se reduziu ao longo desses anos.
Seta para Cima – Seleção alternativa. Ao mesmo tempo, a cor, que era um item opcional ou
inexistente em muitos modelos, tornou-se uma caracte-
Seleção de Link - Informa que uma ligação pode rística básica dessas impressoras.
ser clicada. Velocidade de impressora se mede em PPM (páginas
por minuto) e CPS (caracteres por segundos).
Resolução (qualidade) se mede em DPI (pontos por
Modems polegadas).

O modem é um periférico, um acessório do computa- Laser


dor que serve para a conexão
do computador à linha telefô- Trabalham com um “toner” especial, a exemplo das
nica para transmissão de da- máquinas copiadoras. Sua qualidade de impressão é
dos. Como periféricos, os mo- insuperável.
dems são instalados nas por-
tas de expansão dos compu- Cera
tadores. O acesso a essas Impressora térmica, com alta resolução, podendo atin-
portas de expansão pode ser interno (uma placa é en- gir 16.000 DPI (pontos por polegada), trabalha com car-
caixada no interior do computador) ou externo (o modem tuchos individuais sua impressão tem qualidade de uma
é ligado ao computador através de um cabo). Portanto, capa de revista.
os modems podem ser internos ou externos. Essa ca- Este tipo de impressora geralmente é utilizado em
racterística não influi no desempenho do computador impressões que dependam de uma excelente definição
ou do acesso à Internet. (gráficas, revistas e outros).

O que determina a velocidade de Impressoras de Rede


acesso é a taxa de transmissão. Os
modems podem ter taxas de 14.440 As impressoras de rede podem ser conectadas dire-
bps, 28.800 bps, 33.600 bps ou 54 tamente a uma rede de computadores e atendem aos
kbps. Quanto maior esse número mais rápido a trans- pedidos de impressão enviados pelo usuário ligado (co-
missão de dados. nectado) à rede, dispensando o computador que atua
como servidor de impressão, o que normalmente é ne-
Impressoras cessário. Os trabalhos de impressão são enviados via
rede para o servidor de impressão, que repassa para a
Principais tipos de impressoras impressora a ele ligada.
As impressoras de rede dispõem de hardware e sof-
Matriciais
twares capazes de receber e atender diretamente aos
pedidos de impressão enviados via rede, reduzindo o
São aquelas em que o componente responsável pela
custo e aumentando a velocidade e a eficiência dos tra-
impressão propriamente dita é uma cabeça de agulhas.
balhos de impressão.
Quanto mais agulhas possuir a cabeça, maior a quali-
dade final. Atualmente encontramos impressoras de 9,
Scanners
18 ou 24 agulhas. Prestam-se para impressões de rela-
tórios extensos onde a preocupação com estética perde
Funcionamento do Scanner
terreno para o conteúdo dos dados, listagens nominais,
relatórios de material em estoque, cupons fiscais etc.
1. Uma fonte de luz ilumina o pedaço de papel colocado
com a face voltada para a janela de vidro situada acima
Esta impressora monta os caracteres a partir de uma
do mecanismo de varredura. Os espaços vazios ou bran-
série de pequenos pontos que são impressos muito
cos refletem mais luz que as partes que possuem letras
próximos uns dos outros.
ou imagens, coloridas ou não.

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Informática

2. Um motor move a cabe- Telas de Cristal Líquido (Liquid Crystal Display - LCD):
ça de varredura situada Mais finos e leves, os LCDs gastam cerca de quatro
abaixo da página. O movi- vezes menos energia do que o monitor de tubo, não
mento permite que a ca- cintilam, não geram radiações perigosas. Mas, tudo isso
beça de varredura capture tem um preço, e ainda muito alto. Aplicados em situa-
a luz que rebate de áreas ções onde a disponibilidade de espaço seja limitada,
da página com cerca de proporciona maior contraste e têm visível a área efetiva-
milhares de polegadas mente declarada em polegadas.
quadradas de cada uma. Pixel: É uma unidade básica de programação de cor
3. A luz proveniente da página é refletida através de um em uma imagem. É uma unidade lógica e não física,
sistema de espelhos constantemente ajustados para depende da resolução da tela. Para a resolução máxi-
que os feixes de luz fiquem alinhados com lentes. ma, o tamanho físico do pixel é igual ao tamanho do
4. As lentes focalizam os feixes de luz diodos fotossen- dot-pitch do monitor. A cor específica de um pixel des-
síveis que convertem as intensidades da luz em cor- creve a mistura dos três componentes do espectro de
rente. Quanto maior for a luz refletida, maior a tensão cores (RGB). A definição da imagem na tela é às vezes
da corrente. expressada por pontos por polegada (Dots per inch –
5. Um conversor analógico digital (A-D) armazena cada dpi). Uma imagem vai ter menos definição em um mo-
leitura analógica da tensão com um pixel digital, repre- nitor maior, pois a mesma quantidade de dados é mos-
sentado por uma área preta ou branca numa linha que trada em uma área física maior. Em uma tela do mes-
contém cerca de 300 pixeis por polegadas. Se os Scan- mo tamanho, uma imagem vai ter menor resolução se
ners trabalharem com imagens coloridas, a cabeça de a definição é configurada para baixo, por exemplo de
varredura passa três vezes pela imagem, em cada pas- 800X600 para 640X480 pixels.
sagem a luz é direcionada para um filtro vermelho, verde
e azul, antes de atingir a imagem original. Monitores de vídeo Touch Screen são tipos de monito-
6. A informação digital é enviada ao programa instalado res que têm um gerador de campo eletromagnético que
no computador, no qual os dados são armazenados num são sensíveis ao toque sobre tela. Normalmente, são
formato compatível com o programa gráfico ou progra- utilizados nos caixas eletrônicos de alguns bancos ou
ma de reconhecimento óptico de caractere (ORC ou ICR). terminais dos shoppings.

Monitores Teclado

Os monitores convencionais utili- Existem os teclados comuns e os ergonômicos que


zam a tecnologia CRT – Tubos de rai- foram concebidos com o propósito de proporcionar con-
os de catódicos (Cathode Ray Tube) forto para o usuário. As placas de CPU padrão AT utili-
que é basicamente a mesma dos zam conectores DIN para o
aparelhos de televisão. A medida em teclado, e as placas de CPU
polegada é a medida diagonal des- padrão ATX, o padrão PS/2.
tas telas. Este tipo de monitor gera Portanto, encontramos tecla-
campos magnéticos, radiações peri- dos à venda com conectores
gosas e são vorazes consumidores DIN e com conectores PS/2.
de energia. Eles não geram imagens
apenas as exibem. A qualidade da • O teclado pode, funcionalmente, ser dividido em:
imagem é determinada pelo conjunto da qualidade do • teclado Alfanumérico, que contém as letras, os nú-
monitor e da placa de vídeo. Estes dispositivos trabalham meros e a maioria dos símbolos, além de algumas te-
de modo interdependente. Uma excelente placa acelera- clas especiais;
dora de vídeo somente alcança bons resultados se em • teclado Numérico, que traz os operadores matemáti-
contrapartida você tiver um bom monitor.
cos; a resposta que será obtida ao pressioná-las de-
Efeito Flicker: Também conhecido como cintilação é penderá da tecla
um efeito visual de percepção subjetiva que costuma Num Lock estar
manifestar-se quando a tela (redesenhada por canhões ativada ou não.
de elétrons, linha por linha, várias vezes por segundo) é
recomposta menos de 70/75 a cada segundo. Em ou- Teclas:
tras palavras quando o refresh rate é inferior a 70/75 Hz.
Os bons monitores trabalham com taxas de 85Hz (Isso Enter: Utilizada
depende da resolução escolhida pelo usuário). para dar entrada nos comandos desejados. Aparece tan-
Dot-Pitch: Representa a distância em milímetros entre to no teclado numérico quanto alfanumérico.
dois pontos da mesma cor em tríades RGB14 adjacen-
Backspace: Retorna à posição anterior (depende do
tes. Influencia diretamente na resolução máxima supor-
tada pelo monitor. Quanto menor o dot-pitch, maior a aplicativo em que é utilizada: no Word remove o caracte-
resolução e melhor a qualidade da imagem. re que antecede o cursor e no Internet Explorer retorna à
página anterior.)
Del ou Delete: Também aparece no teclado numérico e
no alfanumérico. É utilizada para apagar. Em editores de
14
O padrão RGB: é formado de 3 cores: vermelho, azul e verde. textos serve para apagar o que foi selecionado.

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Setas do Cursor: Usadas para deslocar o cursor para NoBreak


cima, para baixo, para a direita e para a esquerda.
CapsLock ou fixa: Fixa em caixa alta. Permite escrever A principal função do NoBreak é
com letras maiúsculas. fornecer energia ininterrupta aos
Shift: É uma das teclas modificadoras e serve, por exem- equipamentos, mesmo na ausên-
plo, para habilitar a segunda função da tecla. É uma cia total de energia proveniente da
tecla que quando utilizada isoladamente não tem fun- rede elétrica. Isto é possível gra-
ção específica, como é o caso das teclas Ctrl e Alt. ças à utilização de baterias, que
Teclas de Função (F1, F2....F12): Estas funções de- podem gerar até várias horas de
pendem do aplicativo que estiver sendo utilizado. Nor- autonomia, dependendo da confi-
malmente a tecla F1 é utilizada para acessar o pro- guração do nobreak. Existem No-
Break de baixa, média e alta po-
grama de ajuda.
tência. Os NoBreaks de baixa potência, por exemplo,
Ins ou Insert: Sobrescreve. fornecem autonomia de aproximadamente 15 minutos,
Esc ou Escape: Utilizada para cancelar a necessidade suficiente para permitir ao usuário fechar todos os ar-
de optar por algo em caixas de diálogo. quivos com segurança.
Tab ou tabulador: Normalmente, utilizada em editores
de texto, onde poderemos avançar o cursor em uma Qual a diferença entre estabilizador e nobreak?
marca na tabulação. Se acionada, concomitantemente
com a tecla Shift, retrocede uma tabulação. Ambos os equipamentos têm a função de estabilizar a
Print Screen: No ambiente Windows, captura a imagem tensão da rede, ou seja, manter a amplitude dentro dos
no monitor e a envia para a área de transferência. valores aceitáveis pelos equipamentos, porém, a diferen-
Num Lock: Permite que o teclado numérico seja utiliza- ça primordial é que o nobreak possui uma ou mais bate-
do para se digitar números e sinais matemáticos (quan- rias que fornecem energia, mesmo durante o período em
do estiver LIGADA) ou apenas funcione como setas e que a rede elétrica não está presente, o estabilizador não.
direcionadores (se DESLIGADA). Assim, o nobreak não deixa parar o equipamento que
Scroll Lock: Causa o travamento do teclado permitindo está ligado a ele quando houver a falha da rede.
ao usuário mover todo o conteúdo da tela, em bloco,
com as setas direcionadoras. Sua utilização no ambien-
te Windows é praticamente nula, ficando mais restrita a
algumas ações dentro do Excel. Era usada apenas por
alguns antigos softwares gráficos do ambiente DOS (Ven-
tura for DOS e versões simplificadas de software de de-
senho técnico). Só funciona se algum software específi-
co, caso contrário, fica inoperante, não importando o seu
estado de ligada ou desligada.
Pause/Break: Pode gerar uma interrupção na listagem
rolada pela tela (DOS) como por exemplo, quando se
digita o comando DIR em um diretório que contém mui-
tos arquivos; neste caso, basta pressionar a tecla pau-
se/break para que a listagem pare sua rolagem, sendo
reassumida através do pressionamento de qualquer
outra tecla. A mesma tecla funciona para substituir o co-
mando de teclado Ctrl C, utilizado para interromper a
execução de alguns programas. Note, que nem todos
os programas executáveis podem ser interrompidos,
mas aqueles que puderem, bastará digitar a combina-
ção acima ou apenas a tecla pause/break.
Sobre o teclado, ainda podemos falar sobre opções de
acessibilidade, item que é encontrado na opção painel
de controle no Windows:
Teclas de aderência: Utilizadas quando desejamos usar
as teclas Shift, Ctrl, Alt ou a tecla de logotipo do Windo-
ws pressionando uma tecla de cada vez.
Teclas de Filtragem: Utilizada para que o Windows igno-
re teclas pressionadas rápida ou repetidamente ou para
que ele diminua a taxa de repetição.
Teclas de Alternância: Utilizada para se ouvir sons quan-
do se pressiona as teclas Caps Lock, Num Lock e Scroll
Lock.

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PROCESSADOR DE TEXTO

Os primeiros programas que surgiram para ela- - Writer - Procesador de texto


boração de textos e que permitiam a inserção e altera- - Calc - Planilha eletrônica
ção dos mesmos, eram chamados de Editores de Tex- - Impress - Apresentações multimídia
tos. Com a evolução da linguagem de programação e, - Draw - Editor vetorial
conseqüentemente, o surgimento de recursos capa- - Math - Editor de fórmulas matemáticas
zes de modificar a forma e o design dos textos, surgi- - Base - Gerenciador de Bancos de dados
ram os Processadores de Textos.
Neste capítulo serão abordadas as características - Conceitos básicos
e funções dos principais editores de texto. A começar O Writer é um processador de textos moderno e
pelo BrOffice Writer. completo, incluindo até mesmo recursos típicos de
programas de editoração eletrônica. Simples o bas-
BrOffice Writer tante para se digitar um pequeno texto e, ao mesmo
tempo, poderoso o suficiente para se criar livros intei-
O Open Office 1.0 foi o primeiro produto a trazer ros, incluindo diagramas, tabelas, índices, referênci-
os benefícios do software de código aberto, distribuído as cruzadas, esquemas complexos de numeração de
de forma completamente gratuita. Disponibilizando a parágrafos e páginas, etc.
todos, um suíte de aplicativos para escritório, essencial Uma das grandes vantagens de utilizar o BrOffice,
para o dia-a-dia. Traduzido em mais de 30 idiomas, e é a compatibilidade com o pacote Microsoft Office.
compatível com os principais sistemas operacionais. Assim você poderá abrir e editar documentos criados
(Microsoft Windows, Mac OS X X11, GNU/Linux, Solaris). no MSOffice.
Após o grande sucesso do Open Office 1.0, o Quando iniciamos o WRITER, é apresentada a ja-
software evoluiu muito, e foi criado o BrOffice 2.0, que nela abaixo contendo um novo documento em branco,
atualmente está na versão 2.3.1. Seu suíte de e os elementos a seguir:
aplicativos inclui:

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– Barra de Títulos: contem o nome do arquivo que - Salvar/Salvar Como


está sendo editado, o nome do aplicativo e sua
versão
– Botões de Controle de Janela: botões para mini-
mizar, maximizar/restaurar e encerrar o aplicativo;
– Barra de Menus: contem os nomes dos menus
para acesso às listas de comandos e funções do
BrOffice.Org
– Barra de Ferramentas Padrão: Apresenta os bo-
tões para acessar os comandos básicos do
BrOffice.Org, [abrir, salvar, cortar, copiar, colar, etc];
– Barra de Ferramenta Formatação: contem os bo-
tões para acesso rápido aos comandos de edição
de texto, [tipo e tamanho de letras, estilos de pará-
grafos, etc];
– Barra de Status: Apresenta informações para ori-
entação do usuário tais como o número da pági-
na, zoom, tipo de texto etc;
– Régua: facilidade utilizada para efetuar medições Um processo semelhante é aplicado quando se
e configurar tabulações e recuos;
salva um documento. Também nos dirigimos ao menu
– Barras de Rolagem: utilizadas para mover e visu-
alizar trechos do seu texto. Arquivo, só que na opção Salvar (Ctrl + S), onde é salvo
as alterações do arquivo previamente salvo e a Salva
- Novo documento Como (Ctrl + Shift + S) se o arquivo é totalmente novo,
Para criar um novo documento utiliza-se o menu Arqui- nessa opção abrirá uma janela onde deverá se definir
vo, na opção Novo. Esta opção permite a criação de um nome e extensão do arquivo:
novo documento, cujo tipo (texto, planilha, apresentação,
desenho, base de dados) deverá ser selecionado a partir
de um sub-menu. Como é ilustrado na imagem abaixo:

O Writer nos permite salvar documentos com as princi-


pais extensões, possibilitando compatibilidade com
outros editores de textos:

Como desejamos trabalhar com textos abriremos a op-


ção “Documento de Texto”.
Outra forma de se criar uma arquivo novo é através da a

tecla de atalho Ctrl + N ou pelo ícone na Barra


de Ferramentas Padrão.
Salvar Tudo onde é permitido salvar todos os docu-
mentos em edição no momento.

120 Degrau Cultural

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Informática

Pode-se ser impresso também pelo ícone na Bar-


Exportando seu documento como PDF : Esta
ra de Ferramentas Padrão, por este caminho ele impri-
opção permite que o arquivo em edição seja salvo no me com a ultima formatação escolhida pelo usuário.
formato .PDF, padronizado pela ADOBE e largamente
utilizado por Empresas, Universidades e profissionais - Digitação – Editando o texto
de uma maneira em geral para distribuição de cartas, A personalização do texto é facilmente feita pelos íco-
memorandos, documentos internos, relatórios e ou- nes dispostos na Barra de Ferramentas Formatação
tros documentos já que ele possui uma melhor segu-
discriminada abaixo:
rança contra alteração desses documentos que aquela
apresentada por outros Editores de Texto comercial-
mente disponíveis.

- Abrir documentos (Ctrl + O)


Permite recortar (Ctrl + X), copiar (Ctrl + C), colar (Ctrl +
Para abrir documentos é necessário abrir o Menu arqui-
V) e copiar formatação do trecho selecionado.

vo selecionando a opção novo ou pelo ícone na

Barra de Ferramentas Padrão. Quando ser selecionada


abrirá a Caixa de Diálogo abaixo pra a seleção do arqui- Desfazer (Ctrl + Z) e restaurar (Ctrl + Y) ultimas ações.
vo a ser aberto:

Estilo de Formatação: habilita a janela de estilos e ao


lado o exibe o estilo que esta aplicado ao documento
selecionado.

Altera Fonte, tamanho e/ou coloca em negrito (Ctrl +


B), itálico (Ctrl +I) ou sublinhado (Ctrl + U) os itens
selecionados.

Alinha o texto a esquerda, centralizado, direita ou justifi-


cado.
- Imprimir Documento (Ctrl + P)
Esta opção permite a impressão do documento que
está sendo editado, em qualquer impressora associa-
da ao micro. Como na maioria dos Editores de Texto, Ativa ou desativa numeração ou marcadores e diminui
pode-se selecionar a quantidade de páginas que será ou aumenta recuo do texto selecionado.
impressa, a impressora onde será feita a impressão, a
quantidade de cópias, etc. Quando ser selecionada abri-
rá a Caixa de Diálogo para sua configuração:
Altera cor da fonte, realce (estilo caneta marca texto) e
cor do plano de fundo.

A formatação do arquivo também pode ser feita através


do Menu Formatar e suas opções:

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4 - Orientação: a folha pode estar em formato retrato


[vertical] ou paisagem [horizontal];
5 - Margens: altera margens esquerda, direita, superior
e inferior;

- Corretor ortográfico (F7)


No Menu Ferramentas está a opção permite que o usu-
ário verifique se há erros de grafia no documento ou em
parte do documento que está selecionado. Ao ser feita
a verificação, a começar do ponto onde se encontra o
cursor no momento, serão incluídos os cabeçalhos,
rodapés, entradas de índice e notas de rodapé. Pode

ser acessado também pelos ícones na

No menu Menu Caractere - Altera o tipo de Fonte (negri- Barra de Ferramentas Padrão.
to e itálico), tamanho da letra, Efeitos de fonte (subli-
nhado - estilo e cor, tachado, tachado duplo, cor da - Tabelas e tabulação
fonte, piscante, sombra, contorno, relevo - alto e baixo Neste Menu foram reunidas todas as opções que per-
relevo, maiúsculas, minúsculas, título, Caixa alta (VER- mitirão ao usuário trabalhar com Tabelas inseridas no
SALETE), texto oculto (o texto desaparece), permite alte- documento.
rar a Posição do texto (sobrescrito sobrescrito), rotação (per- Para criar uma tabela nova utiliza-se o Menu Tabela /Inse-
mite rotacionar o texto), espaçamento, criar Hiperlink rir / tabela. Desta forma é habilitada a caixa de diálogo
no texto, Plano de fundo; “inserir tabela” como exemplificado na imagem a seguir:

No Menu Parágrafo, alinha e recua os parágrafos, con-


trola o espaçamento entre linhas e parágrafos, evita
quebra de página dentro e entre os parágrafos, impe-
de que uma linha de texto seja exibida isoladamente
na parte superior ou inferior da página (controle de
linha órfãs e viúvas);

- Configurar página
Em Página pode-se alterar o nome e estilo do arquivo;
Formato do papel e margens; Cor do plano de fundo;
Criar e editar cabeçalhos e Rodapés; Bordas e Colunas.

Ao selecionar a tabela é habilitada a janela de formata-


ção de tabela:

- Cabeçalho e rodapé
Esta opção permite que seja definido o cabeçalho que será
adicionado a todas as páginas do documento que está sen-
do editado. A partir da versão 2.0 o BrOffice.Org permite que
sejam definidos diferentes tipos de cabeçalhos:

1 - Tipo de Papel: Carta, A4, Ofício, etc; – Padrão: Tipo de Cabeçalho que será incluído em TO-
2 - Largura: aplicado quando o tamanho do papel é DAS AS PÁGINAS do documento.
personalizado; – Primeira Página: Tipo de Cabeçalho que será incluí-
3 - Altura: aplicado quando o tamanho do papel é perso- do apenas na PRIMEIRA página do documento possi-
nalizado; bilitando que seja definida uma melhor formatação e
apresentação para esse documentos

122 Degrau Cultural

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– Página Inicial: Utilizado em conjunto com a opção de


Cabeçalho Padrão permite que o Cabeçalho definido
seja ou não incluído na página inicial do documento.
Para excluir um Cabeçalho que foi inserido no do-
cumento basta retirar a seleção efetuada (desmarcar a
seleção de Cabeçalho Padrão, por exemplo). O
BrOffice.Org ainda perguntará se o usuário deseja real-
mente excluir o Cabeçalho.

- Assistente de Mala direta


Esta opção permite que seja iniciado um Assistente
para a confecção de cartas ou e-mails padronizados a
serem enviados para uma grande quantidade de pes-
soas ou Empresas. Ao ser selecionada esta opção será
apresentada uma Caixa de Diálogo com as escolhas
iniciais que deverão ser feitas. Pressionando o botão
Continuar o Assistente apresentará as sucessivas op-
ções e aguardará as escolhas efetuadas pelo usuário,
até a geração final das cartas ou e-mails.
Normalmente cria-se um documento contendo o texto
básico para a Mala Direta que contenha os campos a
serem preenchidos de forma automática pelo
BrOffice.Org para geração da Mala Direta, retirados de
um Banco de Dados contendo as informações neces-
sárias, ou inseridos manualmente pelo usuário.

Degrau Cultural 123

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Word 2002/XP e 2003 Permissão: permite configurar restrições atribuídas ao


documento [menu arquivo]
- Conceitos básicos Salvar com o formato XML: Linguagem desenvolvi-
da para superar as limitações do HTML, que é o pa-
O Microsoft Word 2002, também conhecido como drão das páginas web
Word XP e o Microsoft Word 2003 são processadores Comparar Documento lado a lado: Permite que se
de textos integrantes do pacote de aplicativos para es- veja dois documentos lado a lado [menu janela / com-
critório Microsoft Office, que permite a criação, edição e parar lado a lado com]
manipulação de diversos tipos de textos. Modo de exibição de Layout de Leitura: Ocultar as bar-
ras de ferramentas desnecessárias, dimensionar au-
Estas versões são, em geral, muito semelhantes, por tomaticamente o conteúdo do documento a páginas que
isso, serão abordadas juntas. Dentro dos aperfeiçoa- se ajustam na tela. [menu exibir / layout de leitura]
mentos que o Word 2003 recebeu podemos destacar Tradução: Dicionário para tradução desejada [menu fer-
os recursos de acesso à Internet e os novos assisten- ramentas / idioma]
tes de tarefas, além de manter os recursos existentes
das versões anteriores. Quando iniciamos o Word, é apresentada a janela
abaixo contendo um novo documento em branco, e os
As principais diferenças são: elementos a seguir:

Barra de
ferramentas
desenho

124 Degrau Cultural

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THATYML
Informática

– Barra de Títulos - Exibe Microsoft Word e o nome Também é possível salvar todos os documentos
do documento ativo abertos ao mesmo tempo. E, ainda, salvar uma cópia
– Botões de Controle da Janela: Minimizar, Maximi- do documento ativo com um nome diferente ou em um
zar, Restaurar e Fechar; local diferente.
– Barra de Menus de Comando - Também conhecido Se desejar reutilizar um texto ou formatação em
como Barra de Menu. É onde iremos solicitar ações outros documentos criados, você poderá salvar um do-
tais como: imprimir, gravar, copiar, visualizar etc. cumento como um modelo do Word.
– Barra de Ferramentas Padrão: Apresenta os bo-
tões para acessar os comandos básicos do Word, Para acelerar o salvamento de um arquivo:
[abrir, salvar, cortar, copiar, colar, etc]; 1. No menu Ferramentas, clique em Opções e, em se-
– Barra de Ferramenta Formatação: contem os bo- guida, clique na guia Salvar.
tões para acesso rápido aos comandos de edição 2. Para salvar apenas as alterações em um arquivo,
de texto, [tipo e tamanho de letras, estilos de pará- marque a caixa de seleção Permitir salvamentos rápi-
grafos, etc]; dos e continue a salvar enquanto trabalha no arquivo.
– Barra de Status: Apresenta informações para ori- 3. Para salvar um arquivo completo, desmarque a caixa
entação do usuário tais como o número da pági- de seleção Permitir salvamentos rápidos quando ter-
na, zoom, tipo de texto etc; minar de trabalhar em um arquivo e depois salve-o uma
– Botões de Visualização de Documento: Apresen- última vez. Ocorre um salvamento total quando esta caixa
ta as formas que o documento pode ser exibido de seleção não está marcada.
[layout da web, layout de impressão,rascunho e
estrutura de tópicos] - Abrir (Ctrl + A)
– Régua: facilidade utilizada para efetuar medições Tanto clicando no comando Abrir... , como no bo-
e configurar tabulações e recuos;
tão na barra de ferramentas , permite localizar e
– Barras de Rolagem: utilizadas para mover e visu-
alizar trechos do seu texto. abrir um arquivo. Determina onde se quer examinar um
possível arquivo para ser aberto, clique sobre ele e pres-
– Novo documento (Ctrl + N) sione o botão abrir. Com um duplo clique sobre o arqui-
Para obter um novo documento vá até o Menu Ar- vo iremos obter o mesmo resultado.
quivo ao clicar sobre a opção Novo abrirá um painel de
tarefas que permite abrir um novo modelos ou um novo
documentos.
O ícone barra de ferramentas, abre um novo
documento em branco.

Tanto o Word XP como o 2003 abrem e salvam nas


principais extensões como .doc, .html, txt, rtf entre outros.

- Salvar (Ctrl + B)
Há diversas maneiras de salvar documentos no
Word. Você pode salvar o documento ativo no qual está
trabalhando, seja ele novo ou não.
Para o documento novo utiliza-se a opção salvar
Mostra o que estava sendo visualizado anterior-
como ou o ícone na barra de ferramentas. Neste mente.
caso ele abrirá a caixa de diálogo para que seja espe-
Mostra um nível acima do que está sendo visua-
cificado nome local que será salvo e tipo e extensão:
lizado.

Possibilita a pesquisa na Web.

Exclui o que for selecionado.

Cria uma nova pasta.


Modos de visualização do que está sendo acessado.

Degrau Cultural 125

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THATYML
Informática

- Impressão (Ctrl + P)
A opção de impressão de arquivo localiza-se no menu
arquivo, onde abre a caixa de diálogo para altera-
ções como número de cópias, papel, como na figura
a seguir:

Caso não precise mudar nenhuma configuração na cai-


xa de diálogo imprimir, é possível ganhar tempo clican-
do no botão na barra de ferramentas.

- Digitação – Editando o texto


A diagramação do documento pode ser feita facilmente
operada pelo Barra de Ferramentas Padão com os íco-
nes relacionados abaixo:

- Corretor ortográfico (F7)


No Menu Ferramentas está a opção permite que o usu-
ário verifique se há erros de ortografia e de gram’atica
do documento ou em parte do documento que está
selecionado. Pode ser acessado também pelo ícone
na Barra de Ferramentas Padrão.

Verificação Ortográfica Automática - Identifica a exis-


tência de erros de ortografia à medida que o texto é digi-
tado, destacando a palavra do restante do texto;
Auto-Correção - Um complemento à Verificação Ortográ-
fica Automática, este recurso permite a correção automá-
tica de palavras à medida que são digitadas;
Auto-Formatação - Formata o texto automaticamente à
medida que você digita;

- Menu Tabelas
Oferece recursos para operações com tabelas:
E também pelos ícones da Barra de Ferrameta Formatar:

126 Degrau Cultural

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THATYML
Informática

Classificar - Organiza as informações nas linhas, lis-


tas ou seqüências de parágrafos selecionados em or-
dem alfabética, numérica ou pela data;
Fórmula - permite criar fórmulas nas tabelas do Word,
sem a necessidade de utilizar o Excel, pa realização de
alguns cálculos com os dados da tabela. As funções do
Word são todas em inglês. Então, a fórmula
=SUM(ABOVE) significa somar acima, isto é, serão so-
madas as células numéricas acima. Também pode ser
abaixo (BELOW), à esquerda (LEFT), à direita (RIGHT).

Seus principais comandos são:


Desenhar Tabela – Abre a Barra de Ferramentas Ta-
belas e Bordas permitindo a criação e configuração
de tabelas; Linhas de Grade - Visualiza ou oculta as linhas de grade;
Inserir – Permite inserir uma tabela com quantidade de
colunas e linhas definidas no documento e, na tabela, - Cabeçalho e rodapé
permite inserir colunas, linhas ou células;
Para inserir ou altera texto de cabeçalho e rodapé de
uma seção ou página, selecione a opção tabela no
Menu Inserir; habilitando assim as marcas para serem
digitados o cabeçalho e rodapé.

- Configurar página
Altera as margens, a origem e o tamanho do papel, além
Excluir – Permite excluir células, linhas ou colunas se-
da orientação da página para o documento inteiro ou para
lecionadas ou a própria tabela;
as seções selecionadas;
Mesclar Células - Juntar células adjacentes em uma
única célula; - Mala direta
Auto Formatação da Tabela – Permite formatar a tabe- Produz cartas modelos, etiquetas de endereçamento,
la, através de uma caixa de diálogo com formatos pré- envelopes, catálogos e outros tipos de documentos
definidos; mesclados. Um documento de mala direta é compos-
Auto Ajuste – Permite ajustar a tabela conforme o con- to pela mesclagem de dois arquivos (um modelo a se-
teúdo, a largura da janela, determina uma largura fixa guir e um banco de dados).
da coluna e distribui linhas e colunas uniformemente; A Mala Direta é o recurso do Word que permite a
Converter - Transforma um texto em uma tabela ou composição de cartas modelo, etiquetas, envelopes ou
uma tabela em texto; e-mails para diversos destinatários. O Documento Prin-
cipal é o documento propriamente dito.

Degrau Cultural 127

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Informática

Uma carta, por exemplo, endereçada a inúmeros clien- É ali que vamos inserir um campo para receber os
tes de uma empresa. A Origem de dados é o arquivo nomes dos destinatários. (atenção: a cor cinza é ape-
que contém os diversos destinatários. Pode ser uma nas uma ilustração. Ela não aparece durante esta
relação digitada no próprio Word, uma planilha do MS operação)
Excel , uma tabela em um Banco de dados e, até mes-
mo um arquivo texto.

Mala direta – 1ª etapa

Abra um documento novo no Word, vá ao Menu Ferra-


mentas e selecione Mala Direta.

Clique na opção Campo do Menu Inserir. Na tela a


seguir Selecione Mala Direta em Categorias e Merge
Field em Nomes de Campos.

Selecione Criar - Cartas Modelo. Surgirá a janela abaixo.

Selecione Novo doc. principal


(Se você estiver com um documento já aberto - uma
carta já pronta, por exemplo - selecione Janela Ativa)

Digite um nome para o campo à frente da palavra Mer-


gefield. No exemplo, utilizamos Cliente.
Veja o resultado à frente da palavra Para:
Para: <<cliente>> é o campo que vai se transformar
nos vários nomes das pessoas.

Selecione Editar O Documento Principal está pronto.


Clique em Carta Modelo Salve-o como Carta para Clientes.doc

O Word se apresentará com a tela em branco. Nes- Mala direta – 2ª etapa


ta fase você vai criar o Documento Principal. Faça um Criação ou utilização da Origem dos Dados
documento semelhante ao da próxima figura.
No Documento principal vamos reservar um lugar A origem dos dados normalmente já está pronta
onde desejamos que o nome do destinatário apareça. quando pensamos em uma mala direta. E, como já
Esse lugar chama-se Campo. Observe, na figura a se- vimos, há mais de uma possibilidade de trabalharmos
guir, a área ressaltada em cinza. com Origem de dados. As principais são:

128 Degrau Cultural

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Informática

Uma tabela no Word Normalmente ela já está pronta quando iniciamos


Uma planilha no Excel o trabalho.

Criação usando uma tabela no Word como Origem No nosso estudo vamos criá-la agora. Quando
dos dados pronta, salve-a como Origem.doc. Observe que nossa
Cria uma tabela no Word semelhante a esta. tabela tem cabeçalho, ou seja, Cliente e Endereço. Você
se lembra que, quando inserimos o campo, demos a
ele o nome de Cliente? Foi por causa disso. O nome do
campo corresponde ao nome do cabeçalho na origem
dos dados.

Mala direta – 3ª etapa


Mesclar os dados da Origem dos dados
com o Documento Principal.
- Diferenças do Word XP em Relação ao Word 2003

Visualizando e Identificando a Janela do Word XP

Barra de Ferramentas Padrão

Obs.: A barra de ferramentas padrão do Word XP, não consta a opção como no Word 2003.

Degrau Cultural 129

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Informática

Menu Arquivo - O menu Arquivo do Word XP, não consta a opção “Permissão”.

Menu Exibir - O menu Exibir do Word XP não consta as opções “Layout de Leitura” e “Miniaturas” do Word 2003

130 Degrau Cultural

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Informática

Menu Formatar - O menu Formatar do Word XP, se dife- Menu Ferramentas - O Word XP, no menu Ferramen-
rencia pelas opções “Direção do texto...”, “Molduras” e tas, as opções “Pesquisar”, “Espaço de Trabalho Com-
“Figura...”. partilhado...” e “ Ferramentas personalizar adicionar ata-
lho menu Alt + Ctrl + =” estão ausentes em relação ao
Word 2003.

Menu Ajuda - O Menu Ajuda do Word XP é mais simpli-


ficado em relação ao Word 2003.

Degrau Cultural 131

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Informática

PLANILHA ELETRÔNICA
Planilha eletrônica, ou folha de cálculo, é um tipo de programa que utiliza tabelas para realização de cálculos
ou apresentação de dados de forma organizada. Cada tabela é formada por uma grade composta de linhas e
colunas.
As planilhas são utilizadas principalmente para aplicações financeiras e pequenos bancos de dados.
Neste capítulo iremos evidenciar os principais aplicativos de planilha eletrônica, iniciando com o BrOffice Calç.

BrOffice Calc
O Calc é um editor de planilhas eletrônicas, com um visual claro que possibilita ao usuário criar cálculos
simples e complexos, e apresentar seus dados de maneira simplificada em tabelas e gráficos.
Quando iniciamos o Calc, é apresentada a janela abaixo contendo uma nova Pasta de Trabalho com uma de
suas planilhas aberta para edição, como podemos observar abaixo:

A planilha eletrônica é um conjunto de células organizadas em linhas e colunas. Atualmente o Calc 2.3.1
disponibiliza ao usuário um total de 256 colunas identificadas por letras, e 65.536 linhas identificadas por números.

Sua unidade básica, a Célula, é identificada pela junção de sua coluna e linha.

132 Degrau Cultural

04A_Planilha Eletronica.pmd 132 30/9/2010, 09:46


THATYML
Informática

- Nova Planilha
Para criar uma nova planilha utiliza-se o menu Ar-
quivo, na opção Novo. Está opção permite a criação de
um novo documento, cujo tipo (texto, planilha, apresen-
tação, desenho, base de dados) deverá ser seleciona-
do a partir de um sub-menu. Como é ilustrado na ima-
gem abaixo:

No nosso caso iremos salvar como planilha ele-


trônica do BrOffice, escolhendo a opção Planilha do
OpenDocument (*.odt). Depois de salvarmos a plani-
lha pela primeira vez, poderemos continuar a edição
da planilha. Quando escolher a opção Salvar o Calc
irá guardar as novas informações adicionadas. Outra
forma de salvar a planilha, é através da tecla de atalho

Ctrl + S, ou pelo ícone na Barra de Ferramentas


Padrão.

O Calc nos permite salvar planilhas com as princi-


pais extensões, possibilitando compatibilidade com
outros editores de planilhas eletronicas:

Como desejamos criar uma planilha eletrônica,


devemos escolher a opção Planilha.
Outra forma de se criar uma nova planilha, é atra-

vés da a tecla de atalho Ctrl + N, ou pelo ícone


na Barra de Ferramentas Padrão.
Salvar Tudo - Onde é permitido salvar todos os docu-
mentos em edição no momento.
- Salvar / Salvar Como
Para salvar uma planilha, utilizaremos o menu ar-
Exportando seu documento como PDF - No menu ar-
quivo, e escolheremos a opção Salvar. Se for a primei-
quivo, na opção exportar, nos permite que a planilha em
ra vez que escolhemos está opção, ele abrirá a caixa de
edição seja salva no formato .PDF, padronizado pela
diálogo Salvar como onde deveremos escolher a pas-
ADOBE e largamente utilizado por Empresas, Universi-
ta onde gostaríamos de salvar a planilha, seu nome e
dades e profissionais de uma maneira em geral para
escolher a extensão desejada.
distribuição de cartas, memorandos, documentos in-
A opção Salvar Como, encontra-se no menu arquivo, e
ternos, relatórios e outros documentos já que ele pos-
nos possibilita também salvar a planilha, alterando seu
sui uma melhor segurança contra alteração desses
nome, pasta ou extensão sem alterar a planilha origi-
documentos que aquela apresentada por outros edito-
nal. Outra forma é pela tecla de atalho Ctrl+Shift+S.
res de planilhas comercialmente disponíveis.

- Abrir
Para abrir planilhas eletrônicas, utilizaremos o
menu arquivo, e escolheremos a opção Abrir. Quando
selecionada ira abrir uma caixa de diálogo onde deve-
remos localizar o caminho onde o arquivo se encontra.
Tambem podemos utilizar a tecla de atalho Ctrl+O ou
pelo ícone na Barra de Ferramentas Padrão.

Degrau Cultural 133

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Informática

Altera o estilo da Fonte, tamanho e/ou coloca em


negrito (Ctrl+B), itálico (ctrl+I) ou sublinhado (Ctlr+U)
das células selecionadas.

Alinha o texto ou número na célula da seguinte


maneira:

1 - à esquerda (Ctrl+L): Alinha o texto ou o número à


esquerda da(s) célula(s) selecionada(s).
2 - centralizado (Ctrl+E): Alinha o texto ou o número de
forma centralizada na célula(s) selecionada(s).
3 - à direita (Ctrl+R): Alinha o texto ou o número à direita
da(s) célula(s) selecionada(s).
O diferencial do Calc é a possibilidade de abrir 4 - justificado (Ctrl+J): Alinha o texto ou número da(s)
planilhas de outros editores, como Microsoft Excel e célula(s) às bordas esquerda e direita.
OpenOffice. 5 - mescla as células - Mesclar células permite unir em
uma única célula, varias células selecionadas pelo
Imprimir Planilha (Ctrl + P) usuário, conforme imagem abaixo:
Esta opção permite a impressão da planilha que
está sendo editada, em qualquer impressora associa-
da ao micro. Como na maioria dos Editores de plani-
lha, pode-se selecionar a quantidade de páginas que
será impressa, a impressora onde será feita a impres-
são, a quantidade de cópias, etc. Quando ser selecio-
nada abrirá a caixa de diálogo para sua configuração:

- Formatando Números
Formata o número na célula da seguinte forma:

1 - Moeda: Converte o(s) número(s) da(s) célula(s)


selecionada(s) no padrão monetário brasileiro. Ex: (R$
1.525,30)
2 - Porcentagem: Aplica o formato de porcentagem a(s)
célula(s) selecionada(s). Ex: (65%)
3 - Padrão: Aplica o formato numérico padrão à(s)
Pode-se ser impresso também pelo ícone na Bar- célula(s) selecionada(s). Ex: Se o número estiver for-
ra de Ferramentas Padrão, por este caminho ele impri- matado das maneiras citadas anteriormente, ele volta-
me com a ultima formatação escolhida pelo usuário. rá a sua forma original.
4 - Adicionar Casa decimal: Adiciona uma casa decimal
- Digitação – Editando o conteúdo da célula ao número selecionado após a virgula. Ex: 12,0000
Na planilha eletrônica digitamos textos ou núme- 5 - Excluir Casa Adicional:Exclui uma casa decimal ao
ros nas células. A personalização da célula é facilmen- número selecionado. Ex: 12,000
te feita pelos ícones dispostos na Barra de Ferramen- 6 - Diminuir recuo: Diminui o recuo para à esquerda do
tas Formatação discriminada abaixo: conteúdo da célula.

Estilos e Formatação - permite selecionar estilos


e formatação para as células ou para toda a planilha.

7 - Aumentar recuo: Aumenta o recuo para à direita do


conteúdo das células selecionadas.

134 Degrau Cultural

04A_Planilha Eletronica.pmd 134 30/9/2010, 09:46


THATYML
Informática

Bordas: Inclui ou exclui bordas as células da seguinte


forma

Cor do plano de fundo: Altera a cor do plano de fundo


da(s) célula(s) selecionada(s). Podendo escolher en-
tre várias opções de cores oferecidas pelo Calc.
Cor da Fonte: Altera a cor da fonte da(s) células(s) 1 - Recortar (Ctrl+X): Recorta a o conteúdo da célula,
selecionada(s). Podendo escolher entre várias opções retirando por completo seus valores e colocá-lo na área
de cores oferecidas pelo Calc. de transferência.
2 - Copiar (Ctrl+C): Copia o conteúdo da célula e colo-
Outra maneira de alterar a formatação da célula com cá-lo na área de transferência.
todas as funcionalidades citadas anteriormente, é clicar 3 - Colar (Ctrl+V): Cola o conteúdo da área de transfe-
com o botão direito do mouse sobre a célula e escolher rência na célula selecionada.
a opção formatar células. Ou com a tecla de atalho Ctrl+1, 4 - Pincel de estilo: Copia a formatação de uma célula e
ou acessando o menu Formatar, e escolher a opção aplicá-la a outra célula.
Células... que abrirá a seguinte tela de diálogo. Recurso encontrado no menu editar.

- Barra de Fórmulas

A barra de fórmulas, é utilizada para visualizar, edi-


tar ou inserir fórmulas ou funções. Para exibir ou ocultar
a barra de fórmulas, ir no menu Exibir opção barra de
fórmulas.

Mostra a localização da célula selecionada, onde


a letra corresponde a coluna e o número a linha. Para ir
até uma célula específica, basta digitar sua localização
seguido de enter. Ex: Z562
Ou até mesmo selecionar um conjunto de células
digitando seu intervalo. Ex: C3:G5

Categoria: Lista todas as diferentes categorias de fun-


Assistente de funções: Ao clicar neste botão, o ções existentes. Ex: Banco de dados, Data e hora, mate-
mático, lógico, financeiro, matriz, estatístico, planilha e texto.
Calc abrirá uma caixa de diálogo contento todas as fun-
No campo Funções é listada todas as funções re-
ções existe no pacote, que nos auxiliarão na constru-
lacionadas à categoria escolhida. Clique duas vezes
ção de uma fórmula.
sobre a função desejada, e ao lado aparecerá a funcio-
nalidade da função e o campo para digitar o valor a ser
aplicado na fórmula.

Degrau Cultural 135

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Informática

Soma: Insere a soma de um intervalo de células na célula atual, ou insere valores somados nas células
selecionadas. Clique numa célula, clique neste ícone e opcionalmente ajuste o intervalo de células. Ou selecione
algumas células nas quais os valores somados serão inseridos, e clique no ícone. Ex: =SOMA(B2:B5), a célula com
está fórmula irá mostrar a soma das células B2+B3+B4+B5.
Função: Permite ao usuário, a criar sua própria fórmula sem a ajuda de um assistente, conforme visto anterior-
mente na opção Assistente de funções.

- Gráfico
Para inserir um gáfico basta selecionar as células com dados, acessar o menu Inserir e escolher a opção Gráficos,
ou utilizar o ícone na barra de ferramentas. Ira abrir a caixa de diálogo do assistente de gráfico

Tipo de Gráfico: Lista vários modelos de gráficos. Pos- Ao encontrar uma palavra escrita errada ou não
sibilitando ainda a opção de aparência 3D. identificada, o corretor ortográfico irá sugerir a correção
Intervalo de dados: Valores selecionados para elabo- adequada, cabendo ao usuário alterar ou ignorar.
ração do gráfico.
Série de Dados: Lista de todas as séries de dados
no gráfico atual. Podendo adicionar ou excluir célu-
las da serie.
Elementos do Gráfico: Permite inserir titulo ao gráfico,
nomear o eixo X e Y, e a opção de exibir ou não a legen-
da do gráfico.

- Corretor ortográfico
No Menu Ferramentas está opção permite que o
usuário verifique se há erros de grafia na planilha ou
em parte das células selecionadas. A verificação é feita
a partir da célula selecionada. Pode ser acessado tam-

bém pelos ícones na Barra de Ferramentas


Padrão, ou pelo atalho F7.

136 Degrau Cultural

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Informática

Excel 2002/XP e 2003


O Excel integra as funções de Planilha Eletrônica, Gráficos e Banco de Dados, por isso é o aplicativo mais
utilizado na área de negócios. Suas planilhas são indispensáveis nas atividades de Administração de Empresas que
se referem a Planejamento Financeiro, Fluxo de Caixa, Orçamento, Estatística, Compras, Custos, Planejamento e
Análise de Vendas, Folha de Pagamento etc.

No momento que o Excel é carregado, é exibida a sua janela contendo uma Pasta de Trabalho com uma de suas
planilhas aberta para edição.

COMPONENTES DA JANELA DO EXCEL


As versões 2002 / XP e 2003 possuem os seguintes componentes em sua janela:

Barra de Títulos - Contém o nome do Aplicativo e do documento ativo, ícone de Controle e botões de Controle da
Janela do Excel.
Barra de Menus de Comando - Localizada abaixo da Barra de Título, contém as opções de menu de controle do
documento ativo. Cada menu contém uma série de comandos que também podem ser acionados através dos botões
nas Barras de Ferramentas, teclas de atalho e com o botão direito do mouse.
Barra de Status - Exibe informações sobre comandos selecionados ou procedimentos.
A barra de status, que é uma área horizontal na parte inferior da janela da pasta no Microsoft Excel, fornece infor-
mações sobre o estado atual do que está sendo exibido na janela e quaisquer outras informações contextuais.
Guia de Planilhas - Cada pasta contém uma guia de planilhas que deve ser clicada quando se pretende mover-se de
uma planilha para outra. Atalho: Ctrl + Page + Up ou Ctrl + Page + Down. Pode-se renomear as planilhas para lembrar
mais facilmente o que cada uma delas contém, clicando com o botão direito do mouse e escolhendo a opção
renomear.
Caixa de Nome/Barra de Fórmula - O endereço da célula selecionada no momento (ou ativa) aparece na caixa de
nome da célula. Cada célula tem um endereço único determinado pela letra da coluna e pelo número da linha. Por
exemplo, a célula B2 é a interseção da coluna B com a linha 2. Poderíamos selecionar a caixa de nome, clicando
sobre ela e adotarmos outro nome para a célula ou uma região (área retangular na planilha). Esse nome não poderia
ser maior que 256 caracteres ou iniciar com um número e ainda, sem espaço entre palavras.

Degrau Cultural 137

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THATYML
Informática

- Abrir (Ctrl + A)
Tanto clicando no comando Abrir... , como no

botão na barra de ferramentas , permite localizar e


abrir um arquivo. Determina onde se quer examinar um
possível arquivo para ser aberto, clique sobre ele e pres-
sione o botão abrir. Com um duplo clique sobre o arqui-
vo iremos obter o mesmo resultado.

Métodos para Inserir e Editar dados

Inserir números e texto


Clique na célula onde você deseja inserir os da-
dos. Digite os dados e pressione Enter ou Tab.

- Insira dados em uma célula na primeira coluna e


pressione Tab para mover-se para a próxima célula.
- No final da linha, pressione Enter para mover para
o início da próxima linha.
- Se a célula no início da linha seguinte não ficar
ativa, clique em Opções no menu Ferramentas e, em
seguida, clique na guia Editar. Em Configurações, mar- Mostra o que estava sendo visualizado anterior-
que a caixa de seleção Mover seleção após Enter e mente.
clique em Para baixo na caixa Direção.
Mostra um nível acima do que está sendo visuali-
Dica: Para inserir data use o atalho: (Ctrl;) e para inserir zado.
horas (Ctrl Shift:)
Possibilita a pesquisa na Web.
Editando o conteúdo de uma célula
1. Clique duas vezes na célula contendo os dados que Exclui o que for selecionado.
você deseja editar.
2. Edite o conteúdo da célula Cria uma nova pasta.
3. Para inserir ou cancelar suas alterações, pressione
Enter ou Esc. Modos de visualização do que está sendo acessado.

Para ativar ou desativar a edição diretamente nas


Fechar – Fecha a planilha (Ctrl + F4)
células, clique em Opções no menu Ferramentas, cli-
que na guia Editar e marque ou desmarque a caixa de
- Salvar Documento (Ctrl + B)
seleção Editar diretamente na célula. Você pode editar
Salva (grava) as alterações feitas em uma pasta de tra-
na barra de fórmulas quando a caixa de seleção Editar
balho. Esse comando executado pela primeira vez em
diretamente na célula está desmarcada. Para mover o
uma pasta, abre a caixa de diálogo Salvar Como
cursor para o final do conteúdo da célula, selecione a
célula e pressione F2.

- Novo documento (Ctrl + O)


Pelo Menu Arquivo podesse acessar habilitar uma nova
Pasta de Trabalho.

Abre um painel de tarefas que permite algumas opções


de novas pastas a serem utilizadas. Na barra de ferra-

mentas o ícone abre um nova pasta em branco.


Observe que trata-se de uma pasta e não de uma nova Salvar como – Salva uma pasta pela primeira vez, ou sal-
planilha. va uma pasta já existente com outro nome, em outro lugar.
Salvar como página da Web – Cria uma página da
Web a partir de dados da planilha ou de um gráfico.

138 Degrau Cultural

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THATYML
Informática

Salvar área de trabalho – Um arquivo do espaço de Formatar, na opção formatar célula como exposto na
trabalho salva a exibição de informações sobre pastas caixa de diálogo abaixo:
de trabalho abertas, para que posteriormente você pos-
sa retomar o trabalho com os mesmos tamanhos de
janela, áreas de impressão, ampliação de tela e confi-
gurações de exibição. O arquivo de espaço de trabalho
não contém as pastas de trabalho propriamente ditas.

Na barra de ferramentas o ícone salva o arquivo.

- Digitação – Editando
Algumas das principais ferramentas de edição es-
tão na Barra de Ferramentas Formatação:

Altera Fonte do texto e o tamanho

Coloca em negrito (Ctrl + B), itálico (Ctrl +I) ou subli-


nhado (Ctrl + U) os itens selecionados. AutoFormatação - Aplica uma combinação pré-defini-
das de formatos a um intervalo de células seleciona-
do ou a uma tabela dinâmica.

Alinha o texto a esquerda, centralizado, direita e/ou Agru-


pa células selecionadas.

Converte o número da celula selecionada no padão


monetário brasileiro, aplica o formato de porcenta-
gem, separador de milhar e aumenta casas deci-
mais ou diminui.

Diminuir ou aumentar recuo

Insere ou retira linhas de borda das células, altera cor


do plano de fundo e da fonte.
Formatação Condicional - Aplica formatos a células
selecionadas que atendem a critérios específicos ba-
seados em valores ou fórmulas que você especificar.
Permite recortar (Ctrl + X), copiar (Ctrl + C), colar (Ctrl +
V) e copiar formatação do trecho selecionado.

Desfazer(Ctrl + Z) e restaurar(Ctrl + Y) ultimas ações.

Comandos podem ser acessados também pelo Menu

Degrau Cultural 139

04B_Planilha Eletronica.pmd 139 30/9/2010, 09:46


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Informática

Estilo - Define ou aplica na seleção uma combinação Ignorar em branco - Evita substituir valores na sua área
de formatos. de colagem quando houver células em branco na área
de cópia.
Transpor - Altera colunas de dados copiados para li-
nhas e vice-versa.
Colar Vínculo - Vincula os dados colados à planilha ativa.

Alterando Dados Digitados - A alteração dos dados di-


gitados pode ser feita de duas maneiras:
Por sobreposição - Onde selecionamos a célula que
será alterada e digitamos os novos dados e depois
confirmamos a alteração através do botão confirmar na
Barra de Fórmulas ou através da tecla Enter.
Por Correção parcial - Onde selecionamos a célula a
ser corrigida posicionando o cursor dentro da célula
Colar Especial - Você pode usar a caixa de diálogo Colar
com um duplo clique ou usando a tecla F2.
Especial para copiar itens complexos de uma planilha
do Excel e colá-los na mesma planilha do Excel ou em
Excluindo Dados Digitados - A exclusão de dados digi-
outra.
tados é feita através da seleção da célula ou do interva-
lo de células que terá seu conteúdo excluído e:
Através do Menu Editar, comando Limpar;
Através do botão direito do mouse;
Através da tecla Del ou Delete no Teclado.

Verificar Ortografia – Verifica a ortografia do texto em


planilhas e gráficos selecionados, bem como, o texto
em caixas de texto, botões, cabeçalhos e rodapés, no-
tas de células e na barra de fórmulas. (F7)

Auto-Correção – Define as opções usadas para corrigir o


texto automaticamente à medida que for sendo digitado.

EDITANDO UMA PLANILHA NO EXCEL XP E EXCEL 2003


A edição de uma planilha consiste em inserir copi-
ar, excluir e alterar dados nas células que servirão para
Colar - Clique no atributo dos dados copiados que você
a apresentação de resultados.
deseja colar.
Tudo - Cola todo o conteúdo e a formatação das células.
Tipos de Dados
Fórmulas - Cola somente as fórmulas conforme inseri-
Uma célula pode conter:
das na barra de fórmulas.
Texto - Toda e qualquer letra, palavra inserida na
Valores - Cola somente os valores conforme exibidos
célula, como nomes de pessoas, títulos de colunas,
nas células.
descrição de itens etc.
Formatos - Cola somente a formatação das células.
Número - Todo e qualquer tipo de número, poden-
Comentários - Cola somente os comentários anexa-
do ter o valor negativo ou positivo.
dos à célula.
Fórmula - É uma expressão aritmética envolvendo
Validação - Cola regras de validação de dados das cé-
números, operadores, funções e endereços de células.
lulas copiadas para a área de colagem.
Para iniciar uma fórmula no Excel, deve-se colocar
Tudo, exceto bordas - Cola todo o conteúdo e a forma-
primeiramente o sinal de =. Uma fórmula também pode
tação das células aplicados à célula copiada, exceto
iniciar com os sinais de + ou -
bordas.
Ex.: =A4+C5 +A4+C5 -F12+B1
Larguras da coluna - Cola a largura de uma coluna ou
intervalo de colunas em outra coluna ou intervalo de
Inserindo Dados
colunas.
Toda informação digitada deve ser depositada
Fórmulas e formatos de número - Cola somente fór-
dentro de uma célula. Quando o conteúdo de uma cé-
mulas e todas as opções de formatação de número
lula for numérico e não for possível mostrá-lo total-
das células selecionadas.
mente, serão mostrados os símbolos #### na célula
Valores e formatos de número - Cola somente valores
ou o número será apresentado em notação científica;
e todas as opções de formatação de número das célu-
porém o conteúdo da célula ainda será aquele que foi
las selecionadas.
digitado. Basta aumentar a largura da célula para vi-
Operação - Especifica qual operação matemática, se
sualizar o número todo.
houver, você deseja aplicar aos dados copiados.
Quando o conteúdo de uma célula for texto e não
couber em sua largura aparente, o texto invadirá o espa-
ço da célula ou células adjacentes, porém, continuará

140 Degrau Cultural

04B_Planilha Eletronica.pmd 140 30/9/2010, 09:46


THATYML
Informática

pertencendo à célula em que foi digitado. Caso a célula = Igual


ou células adjacentes possuam algum conteúdo, o texto <> Diferente
será mostrado somente na sua célula de origem. >= Maior Igual
Quando selecionamos uma célula, esta fica dis- <= Menor Igual
ponível para receber os dados que serão digitados. À
medida que os dados vão sendo inseridos, eles são Operadores de Referência
mostrados na Barra de Fórmulas. : Intervalo
Para apagar o conteúdo da célula, selecione a cé- ; União
lula e pressione a tecla Backspace. (espaço) Interseção
Para confirmação dos dados digitados usa-se a
tecla Enter, as setas de direção ç, è, é, ê ou o botão Inserindo Funções
São procedimentos de cálculos previamente defini-
Confirmar da Barra de Fórmulas.
dos, determinando um resultado com significado único.
Para cancelar a digitação dos dados, Tecle Esc ou
Normalmente são seguidas de um ou mais parâmetros
o botão Cancelar da Barra de Fórmulas. dependo da função.

- Formulas e funções Categorias das Funções


No Excel XP/2002 e no Excel 2003, a barra de fór- Financeira
mulas contém o indicador da célula ativa, o botão de Data e Hora
confirmação e o botão de cancelamento de inserção Matemática e Trigonométrica
de dados, além de exibir o conteúdo da célula. Estatística
Procura e Referência
Banco de Dados
Texto
Lógica
Informação

Tipos de funções mais utilizadas


ARRED - Arredondamento
CONT.NUM - Calcula quantos números estão na lista
de argumentos
Inserindo Fórmulas ESCOLHER - Escolhe um valor a partir de uma lista de
As fórmulas são o meio mais prático de obtenção valores
e manutenção de dados nas planilhas, pois são atuali- MÁXIMO - Retorna o valor máximo de uma lista de ar-
zadas a cada nova alteração de dados. gumentos
MÉDIA - Calcula a média dos argumentos
Para que as fórmulas funcionem no Excel, deve- MÍNIMO - Retorna o valor mínimo de uma lista de argu-
mos seguir as seguintes regras básicas: mentos
Iniciar a digitação de uma fórmula com: + - = PROCV - Procura a partir da primeira coluna e linha de
Devemos usar o endereço das células para que o uma matriz para retornar o valor de uma célula
resultado da fórmula seja atualizado a cada alteração SOMA - Retorna a soma de todos os números na lista
nas células envolvidas na fórmula. Os endereços das de argumentos.
células podem ser digitados ou apontados com a tecla MOD - Retorna o resto da divisão.
Shift mais setas de direção ou com o mouse, clicando
e arrastando a seleção. Funções Lógicas
Se iniciarmos a fórmula com parênteses deve-se Executam um teste lógico para retornar um resultado
fechar os parênteses no final. O uso dos parênteses é Falso ou verdadeiro.
importante para as fórmulas que envolvam vários cál- E - Retorna VERDADEIRO se todos os argumentos fo-
culos ou procedimentos. rem verdadeiros; retorna FALSO se um ou mais argu-
mentos forem falsos
Operadores usados para a definição das fórmulas FALSO - Retorna valor lógico FALSO
NÃO - Inverte a lógica do argumento
Operadores Matemáticos: OU - Retorna VERDADEIRO se qualquer argumento for
+ Adição VERDADEIRO
- Subtração SE - Especifica um teste lógico a ser executado
* Multiplicação VERDADEIRO - Retorna o valor lógico VERDADEIRO
/ Divisão - Gráficos
^ Exponenciação Para inserir um gráfico devemos, selecionar as fai-
% Porcentagem xas de dados que serão representadas graficamente.
Através do menu Inserir, comando Gráfico, ou do
Operadores de Relacionamentos botão Assistente de gráfico da Barra de ferramentas,
> Maior abrimos a caixa de diálogo Assistente de Gráfico con-
< Menor tendo 4 etapas:

Degrau Cultural 141

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Informática

1ª Etapa - Tipo de Gráfico 2ª etapa - Dados de origem do Gráfico.

Observe que no campo intervalo de dados aparece


os intervalos de dados selecionados. As opções de
Esta etapa contém 2 Guias: seqüência em Linha / Colunas, modificam a visuali-
zação do gráfico de acordo com a distribuição dos
- Tipos Padrão - Contém vários tipos de gráficos pa- dados escolhida. O Excel já faz uma escolha ade-
drão para seleção. quada mas podemos alterar manualmente clicando
- Tipos Personalizados - Permite personalizar um tipo na opção desejada.
de gráfico.

142 Degrau Cultural

04B_Planilha Eletronica.pmd 142 30/9/2010, 09:46


THATYML
Informática

3ª etapa - Opções de Gráfico - Configuração de página


Página - Permite alterar a orientação do papel Retrato
ou Paisagem; Dimensionar o ajuste da planilha para
caber dentro de uma única folha e/ou alterar o tamanho
do papel utilizado pela impressora.

4ª etapa - Local do gráfico

Margens - Permite configurar as margens da planilha


para melhor ajuste ou mesmo centralizar a planilha na
página.

A configuração de página é importante para uma


boa impressão. Para configurar uma página, acesse
o Menu Arquivo - Configurar Página e será aberta a
caixa de diálogo Configurar Página contendo 4 guias
de opção:

Degrau Cultural 143

04B_Planilha Eletronica.pmd 143 30/9/2010, 09:46


THATYML
Informática

Cabeçalho e rodapé - Permite configurar e editar o ca-


beçalho e o rodapé da planilha.

Pode-se ser impresso também pelo ícone na Bar-


ra de Ferramentas Padrão, por este caminho ele impri-
me com a ultima formatação escolhida pelo usuário.

Planilha - Configurar a área de impressão, imprimir títulos


da planilha em todas as páginas, alterar a ordem da pági-
nas etc.

- Impressão
A impressão é o modo de dar saída ao nosso traba-
lho com o computador. O processo de impressão é sim-
ples e eficiente.
O Excel permite tratar a impressão com toda a sua
versatilidade característica, colocando-nos opções fá-
ceis e simples de serem executadas.
Ao acessar o menu arquivo, comando imprimir, abre
a caixa de diálogo Imprimir.

144 Degrau Cultural

04B_Planilha Eletronica.pmd 144 30/9/2010, 09:46


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Informática

POWER POINT
A TELA DO POWER POINT 2003

Quando iniciamos o PowerPoint, é apresentada a janela abaixo contendo um novo documento em branco, e os
elementos a seguir:

O Microsoft PowerPoint possui três modos de de Tópicos (você vê o texto dos slides) e a guia Slides
exibição: normal, classificação de slides e apresenta- (os slides são exibidos como miniaturas); ao centro, o
ção de slides, representados por ícones de atalho na painel de slides exibe a apresentação e é onde você
tela acima. São eles: trabalha a apresentação (permite adicionar texto, inse-
rir imagens, tabelas, gráficos, objetos de desenho, au-
toformas, caixas de texto, filmes, sons, criar e inserir
hiperlinks no texto e animações, etc.); e na parte inferi-
or, o painel de anotações (onde você pode fazer anota-
ções relativas ao conteúdo de cada slide e imprimir
Na seqüência: normal, classificação de slides para usar como referência durante a apresentação, ou
e apresentação de slides. para distribuir ao público na forma impressa, como re-
ferência à sua apresentação).À direita temos o Painel
Modo de exibição normal de Tarefas.

O modo de exibição normal é o que está sendo


apresentado na tela acima. É o modo principal de edi-
ção, que você usa para criar apresentações. O modo
de exibição normal apresenta os seguintes elementos:
à esquerda, guias que alternam entre a guia Estrutura

Degrau Cultural 145

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Informática

Modo de exibição classificação de slides

Apresenta os slides em forma de miniaturas. Permite uma visão geral da apresentação, facilitando a visualização
dos efeitos de transição e animação.

Analisando os detalhes deste modo de exibição na figura abaixo, você observa que foram criados intervalos
para a transição dos slides, assim como a numeração dos slides (como se fosse numeração de página no Word), e
que há um slide marcado como oculto (slide 2 - com um risco sobre o número).

146 Degrau Cultural

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Informática

Slides Ocultos Criando uma apresentação

Pode ser que quando você for fazer a exibição de Você pode começar a criar a partir de uma apre-
sua apresentação, você perceba que o tempo disponí- sentação pré-definida, ou pode criar a partir de uma
vel não é suficiente para apresentar todos os slides. apresentação em branco. A figura mostra também que
Assim, você tem a opção de ocultar alguns slides, já você pode criar uma apresentação com base em
que passá-los na tela rapidamente em uma palestra, Modelos.
por exemplo, sem explicá-los pode não ser muito agra-
dável, nem para quem está assistindo, nem pra você.

• Como ocultar slides

No modo de apresentação Normal, estando com


o slide que você deseja ocultar sendo apresentado na
tela, ou no modo de exibição classificação de slides,
estando com o slide selecionado, clique no Menu Apre-
sentações e clique em Ocultar Slide. Automaticamen-
te ele apresentará a marcação de oculto.

Modo de exibição apresentação de slides

A apresentação de slides ocupa a tela inteira do


computador, onde é possível ver a sua apresentação
toda. Nesse modo, você poderá verificar os intervalos
de tempo que os textos dos slides levam para serem
apresentados, e também o intervalo de tempo de um
slide para outro; verifica os sons inseridos, disposi-
ção das imagens, enfim, é um teste para ver se está
tudo OK.
As maneiras de se iniciar a criação de uma Nova
Atalho: tecla F5. apresentação no Power Point são:

Apresentação em branco - Você criará sua apresenta-


ção livremente.

Ao clicar nesta opção, o Painel de Tarefas mostra


a guia Layout do Slide, para que você possa escolher o
formato para os slides.

São diversos formatos (Layouts de texto, com tí-


tulo, título e caixa de texto com marcadores, título e duas
caixas de textos com marcadores, etc.), (Layouts de
conteúdo, com título e conteúdo, que pode ser ima-
gem, gráfico, vídeo, etc.) e Layout de texto e conteúdo,
além de outros formatos.

Degrau Cultural 147

05_Power_Point_2003.pmd 147 30/9/2010, 09:46


THATYML
Informática

Modelos de design Esquemas de cores

Com base no modelo de design

Apresenta uma lista de modelos, onde você esco- Esquemas de animação


lhe um. A partir dele, seus slides seguirão a mesma
estrutura.

Ao escolher esta forma de iniciar a criação de sua


apresentação, o Painel de tarefas apresentará a guia
Design do slide, para que você possa escolher Mode-
los de design (onde você pode escolher um modelo
pré-existente para iniciar a sua apresentação), Esque-
mas de cores (permite escolher esquemas de cores
para seus slides), Esquemas de animação (esquemas
pré-definidos, que você pode escolher e aplicar).

148 Degrau Cultural

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THATYML
Informática

Apresentamos um exemplo de efeito aplicado (Efeito


Rotação):

Agora, coloque um título e um rodapé, data e nú-


mero do slide se desejar e clique em Avançar.
Com base no assistente de AutoConteúdo

Ajuda você a familiarizar-se com o programa, ofe-


recendo sugesstões para criar sua apresentação pas-
so a passo.

Aparecerá a seguinte tela do assistente.

Na próxima tela, clique em Concluir.

Clique em Avançar. Na tela seguinte, selecione o


tipo de apresentação desejado (Genérico, Treinamen-
to, etc). Clique em Avançar.
Aparecerá então na tela a apresentação com
conteúdo pré-definido, escolhido no Assistente de
Autoconteúdo.

Agora, você vai escolher o tipo de material que


deseja usar (Apresentação em tela, Apresentação
na Web, Transparências em preto-e-branco, Trans-
parências coloridas ou slides de 35mm). Clique em
Avançar.

Degrau Cultural 149

05_Power_Point_2003.pmd 149 30/9/2010, 09:46


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Informática

Com base em apresentação existente

Permite criar outra apresentação a partir de uma apresentação existente.

AS BARRAS DE FERRAMENTAS DO POWER POINT 2003

BARRA DE FERRAMENTAS PADRÃO

Na barra de ferramentas padrão, encontramos os se- O modo expandido do botão Expandir Tudo
guintes botões exclusivos do Power Point:

1 - Expandir Tudo - Expande todo o conteúdo dos sli-


des, na estrutura de tópicos no modo normal. Clicando
novamente no botão, passará a exibir somente os títu-
los dos slides.

2 - Mostrar a Formatação - Mostra o conteúdo dos sli-


des, na estrutura de tópicos no modo normal, com a
sua formatação original. O ideal é visualizar com a fonte
padrão, pois fica mais fácil a leitura.

3 - Mostrar / Ocultar Grades - Exibe e oculta as grades


que servem para fazer marcações no slide. Essas gra-
des não são impressas, mesmo quando estão sendo
viaualizadas.

4 - Cor / Escala de cinza - Abre um menu com as op-


ções Cor, Escala de Cinza e Preto e Branco Puro.

150 Degrau Cultural

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Informática

BARRA DE FERRAMENTAS FORMATAÇÃO

BOTÕES EXCLUSIVOS DA BARRA DE FERRAMENTAS FORMATAÇÃO DO POWER POINT:

Comandos do Menu Arquivo


Aumentar / Diminuir Fonte
 Novo - Cria uma nova apresentação ou um novo
modelo;
Design do Slide - Mostra esta guia no
 Abrir - Abre uma apresentação já existente;
Painel de Tarefas.

 Fechar - Fecha a apresentação;

Novo Slide - Insere novo slide na


 Salvar - Salva as alterações em uma apresentação
apresentação. já existente. Este comando, quando executado em
MENUS DE COMANDO um novo arquivo, abre “Salvar Como”;

Menu Arquivo  Salvar Como - Salva uma apresentação pela pri-


meira vez, ou uma apresentação já existente em outro
local com outro nome;

 Salvar Como Página da Web - Salva o arquivo con-


vertendo as formatações para HTML;

 Pesquisar Arquivo - Permite pesquisar por pala-


vras dentro dos arquivos.

 Permissão - permite configurar permissões de


acesso aos arquivo.

 Pacote para CD - Permite salvar a apresentação


com um visualizador de apresentações do Power
Point (o PowerPoint Viewer) no mesmo CD, para
execução de sua apresentação em outro computa-
dor que possua ou não o PowerPoint instalado. Tam-
bém chamado de Assistente para viagens;

 Visualização de Página da Web – Exibe a apresen-


tação como se fosse uma página da Web;

Degrau Cultural 151

05_Power_Point_2003.pmd 151 30/9/2010, 09:46


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Informática

 Configurar Página - Permite configurar a largura, al-


Comandos do Menu Editar
tura, orientação da página, além de numerar slides;
 Desfazer - Desfaz uma ação efetuada;
 Visualizar Impressão - Mostra como o arquivo será
impresso;
 Refazer - Refaz uma operação desfeita;

 Imprimir - Ao contrário do botão imprimir da barra


 Repetir - Repete a última ação;
de ferramentas padrão, esta opção do menu abre
um quadro para você escolher opções de impres-
 Recortar - Remove uma palavra ou um texto seleci-
são antes de imprimir;
onado, colocando-o na área de transferência, para
ser colado em outro local;
 Enviar Para – Permite enviar o arquivo diretamente
para destinatário da mensagem, do fax, participan-
 Copiar - Copia uma palavra ou um texto seleciona-
te da reunião, para Word, etc;
do para a área de transferência para ser colado em
outro local;
 Propriedades - Exibe informações sobre a apresen-
tação ativa para que você possa rever ou editar as
 Área de Transferência do Office - Abre o conteúdo
informações;
da área de transferência no Painel de Tarefas do
Power Point, permitindo colar seu conteúdo. A Área
 Lista dos Últimos Arquivos Utilizados - Permite abrir
de Transferência do Office 2003 permite armazenar
um arquivo existente na lista, através de um único
até 24 itens.
clique do mouse.
 Colar - Cola o conteúdo da área de transferência na
 Sair - Fecha o Power Point;
posição onde se encontra o cursor;
MENU EDITAR
 Colar Especial - Cola ou incorpora o conteúdo da
Neste menu encontramos recursos para edição. área de transferência em um documento do Power
Point com um formato específico, ou cria um vínculo
às informações que podem ser atualizadas em ou-
tro aplicativo. Cola o texto com ou sem a formata-
ção, assumindo então a formatação do seu arquivo
(muito útil para aqueles textos copiados da Internet
e que vêm com formatação html. Permite também
colar o texto como uma imatgem, formando um blo-
co fechado.

 Colar como Hyperlink – Cola o conteúdo da área de


transferência como hyperlink para a área copiada. É
necessário que os documentos de origem e desti-
no estejam salvos;

 Limpar - Apaga o texto selecionado;

 Selecionar Tudo - Seleciona todo o texto do slide;

 Duplicar - Permite duplicar o slide fazendo uma có-


pia;

 Excluir slide - Apaga o slide selecionado;

 Localizar - Procura por texto, formatação, notas de


rodapé, notas de fim ou marcas de anotações es-
pecificadas no documento ativo;

 Substituir - Localiza e substitui texto, formatação,


notas de rodapé, notas de fim ou marcas de anota-
ções especificadas no documento ativo;

152 Degrau Cultural

05_Power_Point_2003.pmd 152 30/9/2010, 09:46


THATYML
Informática

 Ir Para propriedade - Permite ir para as proprieda-  Classificação de Slides – Exibe os slides em minia-
des do arquivo; turas na tela, permitindo uma visão geral da apre-
sentação;
 Vínculos - Exibe e modifica os vínculos em um do-
 Apresentação de Slides - Permite executar a apre-
cumento do Power Point;
sentação na tela, slide por slide; Atalho: F5;
 Objeto - Abre o aplicativo no qual o objeto incorpora-  Anotações - Permite fazer anotações dos slides.
do ou vinculado selecionado foi criado e exibe o ob-
jeto para que seja possível editá-lo no Power Point.  Mestre - Permite exibir o Slide Mestre, Folheto Mes-
Menu Exibir tre ou Anotações Mestras. Os slides aplicados ao
MENU EXIBIR slide mestre serão seguidos por todos os slides da
apresentação;
Além de habilitar ou desabilitar a exibição das
barras de ferramentas, este menu oferece os seguin-  Cor / escala de cinza - Abre um menu com as
tes recursos: opções de exibição dos slides em Cor, Escala de
Cinza e Preto e Branco Puro;

 Painel de Tarefas - O painel de tarefas é uma área que


fica disponibilizada do lado direito da tela do Power
Point, permitindo acesso rápido a várias opções.

 Barra de Ferramentas - Visualiza, oculta, persona-


liza ou cria barras de ferramentas;

 Régua - Exibe ou oculta as réguas horizontal e


vertical;

 Grades e guias – Mostra / Oculta as grades e guias


de páginas que são linhas para fazer marcações nos
slides. Essas linhas não são impressas;

 Cabeçalho e Rodapé - Para inserir cabeçalho e ro-


dapé na apresentação;

 Marcação - Exibe / Oculta as marcações de comen-


tários e alterações controladas do texto;

 Zoom - Controla as dimensões de visualização dos


Comandos do Menu Exibir Slides.
Menu Inserir
 Normal - Modo de Exibição normal, onde é possí-
vel ver as Guias (Estrutura do Tópico ou Slide), o
Painel de Slides, o Painel de Anotações e o Painel
de Tarefas.

Degrau Cultural 153

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THATYML
Informática

MENU INSERIR  Comentário - Insere as marcas de um comentário


(que contém as iniciais do revisor e o número de
Permite inserções. referência) no documento e abre o painel de co-
mentários, no qual se pode digitar a anotação. A
marca de anotação é exibida no documento em
formato de texto oculto; Pode ser mostrada através
da opção Exibir / Marcação.

 Slides de Arquivos - permite criar slides, a partir de


arquivos salvos, como por exemplo, se você tem
um arquivo de texto do Word, pode importá-lo para o
Power Point e serão criados slides com este arqui-
vo do Word;

 Slides da Estrutura de tópicos - permite criar slides


a partir de estruturas de tópicos criadas em edito-
res de textos;

 Imagem - Insere desenhos (Clip-art) já prontos que


acompanham o Office 2003, como também, os de-
senhos de um arquivo externo (Do arquivo), do scan-
ner ou câmera, WordArt, gráficos, AutoFormas, Or-
ganogramas, etc;

 Diagrama - Para criar diagramas no slide (Organogra-


ma, Diagrama de ciclo, Diagrama de Venn, etc);

 Caixa de Texto - Insere um retângulo para começar


a digitar um texto;

 Filmes e sons - Permite inserir arquivos de vídeo e


sons nos slides;

 Gráfico - Permite inserir gráficos nos slides;

 Tabela - Permite inserir tabelas nos slides;

 Objeto - Insere um objeto (arquivo, alheio ao docu-


mento, em qualquer formato) no slide como: clipe
Comandos do Menu Inserir de mídia, imagens, planilhas do Excel etc;

 Novo Slide - Permite inserir um novo slide à apre-  Hyperlink - Como em um documento HTML na web,
sentação. O painel de tarefas se apresenta com a um hyperlink no Power Point localiza e transporta a
guia Layout do Slide; tela para um indicador no próprio documento, para
outro documento do Word, do Excel, ou um arquivo,
 Duplicar Slide - Permite fazer uma cópia do slide para um endereço de e-mail, ou para uma página
selecionado; de Web na Internet, desde que haja uma conexão à
Internet disponível.
 Número do Slide - Permite inserir números de sli-
des, como se fossem números de páginas no Word.

 Data e Hora - Insere data e hora do sistema.

 Símbolo - Insere símbolos especiais que podem ser


impressos, mesmo que não se encontrem no tecla-
do. É como o mapa de caracteres.

154 Degrau Cultural

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THATYML
Informática

MENU FORMATAR  Espaçamento entre linhas - permite configurar o


Menu Formatar espaço entre as linhas do texto selecionado;
Este recurso define o formato do documento.
 Maiúsculas e Minúsculas - Altera os caracteres se-
lecionados para a combinação de letras maiúscu-
las/minúsculas; Atalho: SHIFT + F3;

 Substituir fonte - Permite substituir a fonte do texto


do espaço reservado;

 Design do slide - abre esta guia no Painel de


tarefas;

 Layout do slide - abre esta guia no Painel de


tarefas;

 Plano de fundo - Conjunto de elementos de design


usados como imagens de plano de fundo. Permite
escolher e aplicar um plano de fundo ao slide ativo;

 Espaço reservado - permite configurar os espaços


onde os textos dos slides são digitados. Esses es-
paços são caixas de textos, e é possível, por exem-
plo, atribuir cor de fundo.
Comandos do Menu Formatar
MENU FERRAMENTAS
 Fonte - Altera o tipo de fonte (letra), estilo (negrito e U FERRAMENTAS
itálico), tamanho da letra, cor. Permite criar efeitos Apresenta as seguintes ferramentas:
no texto, como: sublinhado, sobrescrito sobrescrito ,
subscrito subscrito, sombra e em relevo.

 Marcadores e Numeração - Cria uma lista com


marcadores ou numeração a partir de uma seqüên-
cia de itens no texto ou de uma seqüência de célu-
las em uma tabela;

 Alinhamento - Abre um menu que permite escolher


alinhamentos dos textos dos slides (à esquerda,
centralizar, à direita e justificar);

Degrau Cultural 155

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THATYML
Informática

 Opções - Modifica as configurações do PowerPoint


Comandos do Menu Ferramentas
que controlam a aparência da tela, impressão, edi-
ção, ortografia, segurança, e outras opções. Segu-
 Verificar Ortografia - Verifica a ortografia e gramáti-
rança - (através desta guia pode-se criar senha de
ca do texto;
proteção e/ou de gravação para o documento. A se-
 Pesquisar - permite pesquisar palavras no dicioná- nha de proteção não deixa abrir o documento. A se-
rio de sinônimos, em português, inglês e espanhol. nha de gravação deixa abrir, digitar, mas não permi-
Permite também traduzir nessas línguas. te gravar. Pode-se ainda marcar Somente Leitura);

 Dicionário de Sinônimos - permite pesquisar por MENU APRESENTAÇÕES


sinônimos das palavras em português, inclusive em
espanhol e inglês. Permite configurar as apresentações.

 Idioma - permite escolher o idioma para verificação


ortográfica do texto.

 Espaço de Trabalho Compartilhado - permite com-


partilhar o documento em um ambiente de rede.

 Comparar e Mesclar apresentações - Compara e


mescla uma apresentação com a apresentação atual;

 Colaboração on-line - Permite reuniões on-line atra-


vés do NetMeeting (opção Reunir Agora), agendar uma
discussão ou acessar um grupo de discussão;

 Macro - Grava ou cria uma macro, executa qualquer


macro ou comando padrão do Power Point ou abre
uma macro para edição. Macro é uma seqüência de
ações nomeadas e armazenadas. Quando você
executa uma macro, executa todas as ações atribu-
ídas em seqüência;
As macros podem ser criadas através do Menu Fer-
rametas / Macro / Macros (onde aparece a lista das  Exibir apresentação - Exibe a apresentação em tela
macros já criadas). Menu Ferrametas / Macro / Gra- inteira. É o modo de Apresentação de Slides;
var nova macro permite iniciar a gravação de tudo
que você executa no documento, criando uma se-  Configurar apresentação - Abre uma janela com
qüência de ações. opções de configuração da apresentação;
Se você sabe programar em Visual Basic (lingua-
gem de programação usada para criar macros nos  Testar intervalos - permite testar intervalos do tem-
programas), também pode-se criar macros através po de transição entre os slides;
do Editor de Visual Basic, que pode ser aberto pelo
menu Ferramentas / Macro / Editor de Visual Basic  Gravar narração - permite gravar uma narração para
(Atalho: Alt + F11); ser apresentada junto à apresentação;

 Suplementos - abre uma caixa de diálogo com a  Botões de ação - permite inserir botões nos slides e
lista de suplementos disponíveis para acrescentar configurar uma ação para eles, criando links;
à apresentação;
 Configuraração - permite configurar ação para os
 Opções de Autocorreção - Abre um quadro com botões;
opções de Autocorreção, Autoformatação ao Digitar
e Marcas Inteligentes, etc.  Esquemas de animação - permite criar animações
para os slides. Abre a guia Design do slide no Pai-
 Personalizar - Personaliza os botões da Barra de nel de Tarefas;
Ferramentas, Comando de menu e as atribuições
de teclas de atalho;

156 Degrau Cultural

05_Power_Point_2003.pmd 156 30/9/2010, 09:46


THATYML
Informática

 Personalizar animação – permite personalizar a ani-


mação adiciionando efeitos.

MENU EXIBIR

 Ocultar slide – permite ocultar slides para que não


sejam mostrados na apresentação;

 Transição de slides – abre uma guia no Painel de  Personalizar apresentações – para criar apresenta-
Tarefas que permite criar efeitos de transição entre ções personalizadas.
os slides, permite alterar a velocidade da transição,
MENU JANELA
escolher um som para a transição. Permite tam-
bém que a transição seja manual ou automática, Permite controlar a exibição das apresentações no
definindo-se um tempo para transição automática monitor:
de um slide para outro;
Comandos do Menu Janela

 Nova Janela – Abre uma nova janela com o mesmo


conteúdo da janela ativa;

 Organizar Todas – Exibe todas as janelas das apre-


sentações abertas lado a lado;

Degrau Cultural 157

05_Power_Point_2003.pmd 157 30/9/2010, 09:46


THATYML
Informática

 Em Cascata
MENU INSERIR
– Exibe as janelas das apresentações
em formato de cascata;

 Lista das Apresentações Abertas – Exibe uma lista


de todos os arquivos que estão abertos;

Este menu exibe itens de ajuda do Microsoft Po-


wer Point.

Comandos do Menu Ajuda

 Ajuda do Microsoft Power Point – Abre a Ajuda do


Power Point, exibindo Conteúdo e Índice;

 Mostrar Assistente do Office – Abre o Assistente


de Ajuda, que auxilia o usuário a encontrar o item
desejado, através de perguntas completas;

 Microsoft Office Online – Conecta-se à página do


Office no site da Microsoft permitindo fazer atualiza-
ções, baixar modelos e recursos adicionais;

 Fale Conosco – permite enviar email para a Micro-


soft;

 Verificar se há atualizações – para fazer update


(atualizar) o programa;

 Detectar e Reparar – Detecta e corrige erros na ins-


talação do Power Point;

 Ativar Produto – para ativar o software para uso;

 Sobre o Microsoft Power Point – Exibe informa-


ções legais e identifica o programa.

158 Degrau Cultural

05_Power_Point_2003.pmd 158 30/9/2010, 09:46


THATYML
Informática

WINDOWS
SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS
Meu Computador
Sistema Operacional (SO) é um software que ge-
Acessado com um duplo clique em seu ícone, per-
rencia os recursos da máquina, seu hardware e todos
mite que se navegue pelos drives (A:, C:, etc.). Por ele um
os programas instalados, através de comandos espe-
drive, uma pasta um programa ou arquivo (documento)
cíficos. A função principal de um Sistema Operacional é
podem ser abertos, clicando-se duas vezes sobre eles.
servir de interface entre o usuário e a máquina.
Lixeira
Dentre as várias versões do Sistema Operacional
Windows, temos: Windows 98, Me (Millenium), 2000, NT, Armazena arquivos excluídos, dando a chance de
XP e Vista. Falaremos aqui sobre o Windows 2000 e XP. recuperar um arquivo que foi excluído por engano. Esta
operação é denominada Restaurar.
O Windows (que significa janelas, em inglês) em
suas várias versões, possui características como a A capacidade padrão da Lixeira é de 10% do HD,
Multitarefa, que permite abrir várias janelas de aplica- mas você pode alterá-la, clicando-se na área da janela
tivos e intercalar entre o uso deles, através do comando da Lixeira com o botão direito do mouse e clicando-se
de teclado Alt + Tab, por exemplo; e a função Plug-and- em Propriedades.
Play, que permite ao Sistema Operacional reconhecer
automaticamente e instalar um novo hardware conec- Ícones
tado à máquina. Isso é possível porque o S.O. possui
uma lista de drivers (programa específico que faz com São atalhos para abrir programas, pastas e arqui-
que o hardware possa funcionar). Caso o S.O. tenha o vos. Se o ícone já se apresenta automaticamente na
driver para o hardware conectado, ele será instalado Desktop após a instalação do Windows, dizemos que
automaticamente. ele é um ícone nativo (Ex.: ícone da Lixeira, Meus Docu-
mentos, Meus Locais de Rede, Internet Explorer, etc.).
Se o ícone é colocado na Desktop pelo usuário para
ATENÇÃO: Não confunda facilitar o seu acesso ao programa, dizemos que este é
DRIVER com DRIVE. um ícone de atalho. Estes ícones geralmente apresen-
tam uma setinha.

DRIVER é Software. Programa que reconhece e faz fun-


Barra de Tarefas
cionar um hardware. Sem a instalação do driver de um
determinado modelo de impressora, por exemplo, ela Localizada na parte inferior da Área de Trabalho,
não funcionará. Este software possui todas as instru- contém o botão Iniciar, e os ícones dos aplicativos aber-
ções de funcionamento do hardware). tos, que estão sendo executados, bem como o relógio,
com a hora do sistema. Para alternar entre os aplicati-
DRIVE como já vimos anteriormente, é hardware, como vos abertos clicamos sobre o botão do aplicativo dese-
por exemplo, drive de disquete, drive de CD-RW, etc. jado ou usamos a combinação de teclas Alt+Tab, ou
Alt + Esc.
Os vários elementos utilizados nas janelas do
Windows, costumam ser padrões, como por exemplo,
ícones, barra de título, barra de rolagem, barra de me- Botão Iniciar
nus, barra de status, caixas de diálogos (janelas com
perguntas que o Sistema faz a você para executar de- Localizado na Barra de Tarefas, abre o menu inici-
terminada tarefa), etc. ar. O botão Iniciar é a porta de entrada para a utilização
dos programas e aplicativos no Windows.
A ÁREA DE TRABALHO OU DESKTOP

Quando ligamos o computador o Windows é trans-


ferido do disco rígido para a memória RAM. Surge, en-
tão, a tela inicial do Windows chamada de Área de Tra-
balho ou Desktop.

A princípio a Área de Trabalho apresenta alguns


objetos gráficos como: Meu computador, Meus Docu-
mentos, Lixeira, Internet Explorer; mas podemos per-
sonalizá-la, inserindo itens (ícones de Atalhos) para pro-
gramas, pastas e arquivos. Podemos também alterar
as propriedades da Área de Trabalho personalizando
sua configuração.
Componentes da Área de Trabalho

Degrau Cultural 159

06A_windows 2000 e XP.pmd 159 30/9/2010, 09:46


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Informática

ÁREA DE TRABALHO OU DESKTOP

160 Degrau Cultural

06A_windows 2000 e XP.pmd 160 30/9/2010, 09:46


THATYML
Informática

Menu iniciar

É através do Menu iniciar que abrimos os progra-


mas que iremos trabalhar, bem como abrimos o Painel
de controle, o gerenciador de impressão e obtemos
ajuda do Windows. Apresentaremos o Menu Iniciar do
Windows 2000. Esta é a chamada visualização clássi-
ca, também exibida pelo XP.

Ao Clicar no botão Iniciar, abre-se


uma lista de opções do Menu ini-
ciar. Também podemos ter aces-
so ao Menu Iniciar pressionando
a combinação de teclas Ctrl+Esc.

 Configurações − Permite alterar configurações dos


recursos de hardware e software no Painel de Con-
trole, Impressoras, Barra de Tarefas e Conexões
Dial-up e de rede.

 Pesquisar − Permite a pesquisa de arquivos ou pas-


tas armazenados, pesquisa de páginas na Internet,
e até mesmo a localização de pessoas no Catálogo
de endereços. Tecla de Atalho: F3.

 Ajuda − Acessa ajuda do Windows. Tecla de Atalho:


F1.

 Executar − Abre uma janela que possui uma linha


de comando, onde o usuário digita o nome de um
programa, arquivo ou comando para executá-lo.

 Desligar − Apresenta as opções através de uma


caixa de diálogo (no XP apresenta-se diferente,
como veremos mais adiante).

1ª. Efetuar logoff de Administrador – Para sair do am-


biente do usuário atual.
2ª. Desligar – Desliga o computador
Observe que algumas opções contém setas. Isso signi-
3ª. Reiniciar - Finaliza o Windows e reinicia o computa-
fica que esta opção abre outra lista de opções.
dor. Desliga e liga automaticamente, efetuando o que
Outras contém (...), e abrem uma caixa de diálogo.
chamamos em Informática de “boot quente”. Funciona
como o botão Reset do computador. O “boot frio” é quan-
 Programas − Mostra os grupos de programas exis-
do liga a máquina.
tentes no computador (gravados no HD). Quando ins-
talamos um novo programa, este é adicionado à lista 4ª. Colocar o computador em modo de espera –
de programas. É através da lista de programas que O computador permanece disponível para uso imedia-
acessamos os programas que iremos trabalhar. to, com menor consumo de energia.

 Documentos − Lista os 15 últimos documentos Podemos também sair do Win-


acessados. Desta forma podemos abrir diretamen- dows através do teclado, usan-
te um documento listado sem a necessidade de do a combinação das teclas
abrir previamente o aplicativo ao qual ele está as- ALT+F4.
sociado.

Degrau Cultural 161

06A_windows 2000 e XP.pmd 161 30/9/2010, 09:46


THATYML
Informática

Selecionando itens na Área de Trabalho  Sempre Visível - Faz com que a Barra de Tarefas
seja mostrada na frente das outras janelas
Para selecionar um item na Área de Trabalho exe-
cutamos um clique sobre seu ícone.  Ocultar automaticamente - Faz com que a Barra de
Tarefas se transforme numa linha fina na base da
Organizando a Área de Trabalho tela. Quando você passar o cursor sobre ela, a Bar-
ra de Tarefas ficará visível.
A Área de Trabalho ocupa toda a tela, e é nela que
trabalhamos todo o tempo. Quando abrimos um apli-  Usar menus personalizados – Faz com que os me-
cativo, sua janela pode ocupar toda a área de trabalho nus dos aplicativos apresentem apenas os itens
(Maximizar), ou ficar sobre a área de trabalho, deixan- mais período de tempo ou clicando-se na seta du-
do-a visível (Restaurar). pla na parte inferior do menu, este se apresentará
de forma completa
Mudando a Posição dos Itens
Como Fechar um Programa
e da Barra de Tarefas
Há várias maneiras de fechar um programa.
Podemos levar um ícone de Atalho ou a Barra de
Tarefas de um local para outro qualquer dentro da Área 1ª. Através do botão fechar da janela.
de Trabalho. 2ª. Através do comando do teclado Alt + F4.
Para isso devemos clicar no ícone ou na Barra de
Tarefas e arrastá-lo para outro local.

Não esquecer que o mouse deve


permanecer pressionado duran-
te o arrasto.

Configurando a Barra de Tarefas

Há duas maneiras de configurar a Barra de Tarefas:


1ª. Através do Menu Iniciar Configurações / Barra
de Tarefas...,
2ª. Usando o botão direito do mouse sobre a Barra
de Tarefas, abrirá um menu, clique em Propriedades,
isso abrirá a Janela Propriedades da Barra de Tarefas.

A caixa Propriedades da Barra de Tarefas contém


duas Guias – Geral e Avançado (Windows 2000)

162 Degrau Cultural

06A_windows 2000 e XP.pmd 162 30/9/2010, 09:46


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Informática

Alterando a Aparência das Janelas e Áreas de Trabalho (Windows 2000)

PRINCIPAIS OPÇÕES DO
Configurações do monitor de vídeo (no 2000) ITEM FERRAMENTAS DE SISTEMA

O Windows nos oferece diversos acessórios para


A Guia Configurações altera a configuração do mo- sua utilização e manutenção dos dados armazenados.
nitor de vídeo e o tipo de monitor.
1ª opção - Por meio do Menu Iniciar - Programas –
Esta opção altera a configuração do seu monitor. Acessórios – Ferramentas de Sistema.
Caso você coloque uma configuração que não corres-
ponde ao tipo de monitor que você possui, poderá ha- 2ª opção - Em Meu Computador ou Windows Ex-
ver conflito e a imagem não aparecer no Windows. Para plorer, clicar com o botão da direita sobre o drive dese-
alterar as configurações do monitor você deve conhe- jado, selecionar Propriedades e, na caixa de diálogo,
cer o tipo de monitor utilizado. selecionar Ferramentas.

Configuração Configuração
das cores da área de tela

Degrau Cultural 163

06A_windows 2000 e XP.pmd 163 30/9/2010, 09:46


THATYML
Informática

Desfragmentador de Disco

Quando se utiliza um disco rígido ou um disquete


pela primeira vez, os arquivos gravados vão ocupando
setores contínuos, um após o outro. O uso continuado
desses discos, ou o ato de apagar e regravar do dia-a-
dia faz com que os novos arquivos gravados fiquem
fragmentados, ou seja, venham ocupar setores não ad-
jacentes do disco. Esta fragmentação faz com que a
recuperação desses arquivos se torne mais lenta, pois
esses têm que ser recuperados de diferentes endere-
ços do disco. O desfragmentador de disco verifica os
arquivos quebrados e grava-os em setores contínuos
tornando o acesso a disco mais rápido e eficiente. No
antigo Windows 98 tínhamos a opção de desfragmen- Backup
tar todos os discos rígidos. No Windows 2000 e XP,
realizamos a operação disco por disco. A realização do backup nos permite realizar cópias
de segurança dos arquivos armazenados. No entanto,
não se trata de uma cópia comum, onde os arquivos
Se não houver necessidade de originais são apenas duplicados na cópia. Um backup
desfragmentar o disco, o Windo- reúne diversos arquivos em um único arquivo que pode
ws avisará na caixa de diálogo que ser compactado.
será mostrada.
A criação pode ser também protegida por senha.
Esse arquivo é, então, armazenado em uma outra mí-
dia que pode ser uma unidade de fita ou discos
(CD,DVD, HD). No Windows 98 o aplicativo de Backup
produz arquivos com a extensão .qic ; no Windows 2000
e XP a extensão do arquivo é .bkf. Outra importante ca-
racterística é que o backup é o resultado da seleção de
todo o computador, de pastas completas ou arquivos
ou de dados do estado do sistema.

Os trabalhos de backup se iniciam clicando-se


com o botão da direita do mouse sobre o drive deseja-
do. A seguir, seleciona-se a opção Propriedades no
menu resultante dessa operação. Na tela que se abre,
seleciona-se a aba Ferramentas e, finalmente a opção
Backup agora. O Assistente de backup será acionado
mas pode-se optar por fazer o backup sem a sua aju-
da, clicando-se na aba Backup. Teremos, assim a tela
a seguir.

A Verificação de erros (nas versões 98 e ME do


Windows, chamava-se Scandisk)

A Verificação de erros (Windows 2000 e XP), deno-


minada Scandisk no Windows 98 é um aplicativo volta-
do para verificação e correção de erros em discos rígi-
dos e flexíveis. Quando executado, “varre” a unidade de
disco à procura de falhas. Quando corrige um erro, a
Verificação de erros tenta recuperar os dados armaze-
nados na área danificada movendo-os para uma área
livre e não danificada.

 Criando um backup
O primeiro passo é selecionar os arquivos ou pas-
tas que se deseja criar como backup, clicando-se
nas caixas de seleção correspondentes (ao lado do
drive ou pasta). Selecionando-se Meu computador
todos os dados serão armazenados.

164 Degrau Cultural

06A_windows 2000 e XP.pmd 164 30/9/2010, 09:46


THATYML
Informática

O campo Destino do backup só fica disponível se a O backup dos dados que utiliza uma combinação
máquina dispuser de uma unidade de armazena- de backups normal e incremental exige menos es-
mento tipo fita. Nesse caso os dados podem ser paço de armazenamento e é o método mais rápido.
salvos na unidade de fita. No entanto, a recuperação de arquivos pode ser di-
fícil e lenta, porque o conjunto de backup pode ser
A seguir, no campo Mídia de backup ou nome do armazenado em vários discos ou fitas.
arquivo, digitamos o nome que atribuiremos ao ar-
quivo de backup. O backup dos dados que utiliza uma combinação
dos backups normal e diferencial é mais longo, prin-
Pode-se, ainda, selecionar o tipo de backup dese-
jado. Para isto selecionamos, no Menu Ferramen- cipalmente se os dados forem alterados com fre-
tas, Opções, na aba Tipo de Backup uma das op- qüência, mas facilita a restauração de dados, por-
ções a seguir: que o conjunto de backup geralmente é armazena-
do apenas em alguns discos ou fitas.
 Tipos de Backup Finalmente, clicamos no botão Iniciar Backup. O apli-
O utilitário de backup oferece suporte a cinco méto- cativo solicitará um nome para esta operação e ofe-
dos para backup de dados no computador ou na recerá as opções de Acrescentar ou Substituir os
rede. dados de backup existentes. É possível, ainda, Agen-
dar a tarefa para outro horário ou torná-la periódica
 Backup de cópia (diariamente, semanalmente, mensalmente, na ini-
Um backup de cópia copia todos os arquivos sele- cialização ou quando a máquina estiver ociosa).
cionados, mas não os marca como arquivos que
passaram por backup (o atributo de arquivo não é
 Restaurando um backup
desmarcado). A cópia é útil caso você queira fazer
A opção de Restauração equivale a abrir o arquivo
backup de arquivos entre os backups normal e in-
único criado como backup nos diversos arquivos
cremental, pois ela não afeta essas outras opera-
que lhe deram origem.
ções de backup.
Na janela do utilitário de backup, seleciona-se a aba
 Backup diário
Restaurar.
Um backup diário copia todos os arquivos selecio-
A seguir localiza-se a pasta ou a mídia onde o arqui-
nados que foram alterados no dia de execução do
vo de Backup foi armazenado.
backup diário. Os arquivos não são marcados como
arquivos que passaram por backup (o atributo de
Finalmente, marca-se os itens que se deseja res-
arquivo não é desmarcado).
taurar, caso não se queira restaurar tudo, e clica-se
sobre o botão Iniciar restauração.
 Backup diferencial
Um backup diferencial copia arquivos criados ou al-
Informações sobre o sistema
terados desde o último backup normal ou incremen-
tal. Não marca os arquivos como arquivos que pas-
Essa opção apresenta as configurações do com-
saram por backup (o atributo de arquivo não é des-
putador, dentre elas, o Sistema Operacional usado, o
marcado). Se você estiver executando uma combi-
tipo do processador e o tamanho da memória RAM dis-
nação dos backups normal e diferencial, a restau-
ponível.
ração de arquivos e pastas exigirá o último backup
normal e o último backup diferencial.

 Backup incremental
Um backup incremental copia somente os arquivos
criados ou alterados desde o último backup normal
ou incremental e os marca como arquivos que pas-
saram por backup (o atributo de arquivo é desmar-
cado). Se você utilizar uma combinação dos ba-
ckups normal e incremental, precisará do último
conjunto de backup normal e de todos os conjuntos
de backups incrementais para restaurar os dados.

 Backup normal
Um backup normal copia todos os arquivos seleci-
onados e os marca como arquivos que passaram
por backup (o atributo de arquivo é desmarcado).
Com backups normais, você só precisa da cópia
mais recente do arquivo ou da fita de backup para Mapa de caracteres
restaurar todos os arquivos. Geralmente, o backup
A finalidade do mapa de caracteres é permitir a
normal é executado quando você cria um conjunto
utilização de símbolos gráficos não disponíveis no te-
de backup pela primeira vez. clado.

Degrau Cultural 165

06A_windows 2000 e XP.pmd 165 30/9/2010, 09:46


THATYML
Informática

Para usar um ou mais caractere especial, deve-


mos selecionar o mesmo no botão selecionar e depois
copiar usando o botão copiar, que irá levar o caractere
para a Área de Transferência.

Para colocar o caractere no arquivo desejado, de-


vemos posicionar o cursor no local onde queremos que
ele seja inserido e no Menu Editar clicar em Colar.

Limpeza de disco

A Limpeza de disco ajuda a liberar espaço na sua


unidade de disco rígido (HD). Esta ferramenta pesqui-
sa a sua unidade e mostra arquivos temporários, ar-
quivos em cache de Internet e arquivos de programa
desnecessários que você pode excluir com segurança.
É possível fazer com que a Limpeza de disco exclua
alguns ou todos esses arquivos.

166 Degrau Cultural

06A_windows 2000 e XP.pmd 166 30/9/2010, 09:46


THATYML
Informática

O GERENCIADOR DE ARQUIVOS WINDOWS EXPLORER

O Windows Explorer é uma ferramenta para gerenciar e organizar arquivos e pastas, basicamente. Através do
Explorer podemos navegar e acessar, as unidades de disco, pastas e arquivos, assim como navegar na Internet,
através de sua barra de Endereços, desde que conectado. Copiar, colar, criar um atalho, mover, excluir, alterar
propriedades, renomear e abrir pastas e arquivos, são tarefas fáceis de serem executadas dentro do Windows
Explorer.

Para compreender melhor o Windows Explorer, de-


vemos entender seus componentes, assim como os Unidade de CD e DVD (I: e J: ) – Acessa o drive
conceitos de arquivo, pasta, e unidade de disco. CD e DVD, onde são colocados os CD’s e DVD’s para
leitura e/ou gravação.
Drive (C: ) - Acesso ao HD (Disco Rígido) e
todos os programas e documentos gravados em seu
disco. É no Drive (C: ) que está gravado o Windows. Unidade de rede – Quando o computador está
Podemos ter mais de um HD fisicamente instalado na conectado a uma rede, os drives de outras máquinas
mesma máquina. E ainda podemos dividir um HD em que a ele estejam conectados aparecerão no Windows
partes, chamadas Partições. O particionamento cria di- Explorer com o símbolo de um cabo de rede.
visões “virtuais”, representadas por letras, na seqüên-
cia, E:, F:, etc., embora o HD seja, fisicamente, um só.

Unidade de rede compartilhada – Uma unida-


Disquete de 3 ½ (A:) – Acesso à unidade de de compartilhada apresenta o símbolo da “mãozinha”.
O compartilhamento permite que uma unidade seja
disquete. acessada por diversos usuários.

Degrau Cultural 167

06A_windows 2000 e XP.pmd 167 30/9/2010, 09:47


THATYML
Informática

Para selecionar uma pasta e ver seu conteúdo cli-


Pastas ou Diretórios - Existem para armazenar camos sobre ela.
e organizar os arquivos. São como compartimentos que
contém arquivos, ou mesmo outras pastas (Subpas-
Arquivos – São elementos que compõem os pro-
tas ou Subdiretórios).
gramas, e que também são gerados por eles. Ex.: O
As regras dos arquivos também se aplicam para Word (processador de textos da Microsoft) é um progra-
as pastas. A organização das pastas se parece com ma e, para que ele exista, são necessários vários ar-
uma árvore, representando níveis em suas ramifica- quivos em sua composição (arquivos de imagens, de
ções. Assim, temos diversos níveis que se inicia no ajuda, bibliotecas de informações, etc.). Assim também,
topo da árvore, ou seja, na Área de Trabalho (Observe a quando você salva um arquivo digitado no Word, dando
figura abaixo). Quando desejamos percorrer os vários
níveis, partindo dos mais inferiores, sem a utilização do um nome a ele, você está criando um arquivo. O Word
dará ao seu arquivo o seu sobrenome, ou seja, a sua
mouse, podemos clicar sucessivamente no botão ,
extensão, que é um código no arquivo, usado pela CPU
denominado Acima, que se encontra na Barra de ferra- para reconhecer a em que programa ele foi gerado, a
mentas do Explorer. Este botão, ao ser clicado, sobe
níveis de pastas. fim de abrir o programa e o arquivo do usuário.
Os arquivos, portanto, possuem um nome e uma
extensão, separados por um ponto. No exemplo te-
mos um ícone de um arquivo do Word, Prova.doc, sen-
do Prova, o nome e .doc, a extensão. Cada arquivo é
associado ao aplicativo que o gerou. Assim, pelo ícone
ou pela extensão, a CPU e nós podemos saber qual o
aplicativo que deu origem àquele arquivo.
Existem inúmeras extensões de arquivos. Algu-
mas delas são mais propensas ao risco de serem con-
taminadas por um vírus ou por um verme “worm”. As
extensões com maior facilidade de infecção são as de
arquivos executáveis e de arquivos de sistema, como
por exemplo: .exe, .com (extensão do arquivo de siste-
ma command.com, responsável pela execução de co-
mandos), .bat (extensão do arquivo de sistema
autoexec.bat, responsável pela execução de scripts do
sistema operacional). Os arquivos do Word, Excel e
PowerPoint também estão propensos à infecções, de-
vido às macros.
As extensões com menor probabilidade de infec-
ção são os arquivos de imagens, como por exemplo:
.jpg, .gif, .tif, etc., de música: .mp3, .mid, etc e de vídeo:
.mpeg, .avi, etc.

O símbolo significa que no drive ou pasta exis-


tem mais pastas. Clicando-se uma vez com o botão
esquerdo do mouse sobre ele, as pastas existentes
serão desdobradas no painel da esquerda.
O símbolo se transformará, então, em . É im-
portante observar que o ato de clicar nos símbolos
e , não altera a exploração, ou seja, o conteúdo do
painel da direita da janela do Explorer não será altera-
do, somente serão exibidas as pastas.

168 Degrau Cultural

06A_windows 2000 e XP.pmd 168 30/9/2010, 09:47


THATYML
Informática

 Recortar - Permite mover pastas, arquivos ou ata-


PRINCIPAIS TIPOS DE ARQUIVOS lhos de um local ou de uma unidade de disco para
outra. Teclas de atalho: Ctrl+X.

 Copiar - Permite criar cópias de arquivos, pastas ou


atalhos. Teclas de atalho: Ctrl+C.

 Colar - Coloca os arquivos, pastas recortados ou


copiados no novo local. Teclas de atalho: Ctrl+V.

 Colar Atalho - Cola um atalho de um item seleciona-


do em novo local.

 Selecionar tudo - Seleciona todos os documentos


contidos em uma pasta selecionada. Teclas de ata-
lho: Ctrl+A.

 Inverter seleção – Inverte a seleção feita com a op-


ção Selecionar tudo.

Menu Exibir

 Barra de Ferramentas - Exibe ou não a Barra de


Ferramentas, localizada abaixo da Barra de Menus.

 Barra de Status - Exibe ou não a Barra de Status.

 Barra do Explorer - Exibe ou não as Barras do Inter-


net Explorer.

 Ícones Grandes - Aumenta o tamanho dos ícones na


janela do Explorer.

 Ícones Pequenos - Diminui o tamanho dos ícones


na janela do Explorer.

 Lista - Mostra apenas os ícones e o nome dos ar-


quivos.

 Detalhes - Mostra os ícones, o nome e todos os


detalhes dos arquivos.
A BARRA DE MENUS DO WINDOWS EXPLORES
 Organizar Ícones - Organiza os ícones classifican-
Menu Arquivo
do-os por nome, data ou tipo, dependendo da visu-
alização escolhida.
 Novo - Cria uma nova pasta ou atalho.

 Criar Atalho - Cria atalho para itens selecionados  Miniaturas – Apresenta os arquivos sob a forma de
miniaturas.
 Excluir - Exclui pastas arquivos ou atalhos selecio-
nados  Escolher colunas – Seleciona quais os tipos de co-
lunas serão apresentados no painel esquerdo.
 Renomear - Muda os nomes das pastas arquivos
ou atalhos selecionados. Pode-se utilizar a tecla F2  Personalizar esta pasta – Configura as formas de
para isso. apresentação das pastas.

 Propriedades - Mostra as características dos arqui-  Ir Para... – Abre a pasta desejada.


vos ou pastas (tamanho, data e hora da criação e
modificação, e última vez que foi acessado). Permite  Atualizar – Atualiza o conteúdo da pasta atual.
mudar os atributos dos arquivos ou pastas (Somen-
te leitura, arquivo, oculto e sistema). Menu Ferramentas

 Fechar - Sai do Windows Explorer.  Mapear unidade de rede – Conecta seu computa-
dor a uma pasta ou drive da rede atribuindo-lhe uma
Menu Editar nova letra.

 Desfazer - Desfaz a última ação realizada pelo usu-  Desconectar unidade de rede – Desconecta a uni-
ário. Teclas de atalho: Ctrl+Z. dade que tenha sido mapeada.

Degrau Cultural 169

06A_windows 2000 e XP.pmd 169 30/9/2010, 09:47


THATYML
Informática

 Sincronizar – Em um ambiente de rede, arquivos Mover para / Copiar para


de máquinas diferentes podem ser sincronizados
de forma a mantê-los sempre atualizados. Move ou cpia pastas ou arquivos para endereços
escolhidos. Respectivamente, têm como teclas de ata-
 Opções de pasta – Altera as configurações de como lho: Ctrl+X, seguido de Ctrl+V e Ctrl+C seguido de Ctrl+V
o Desktop e as pastas serão apresentadas, tipos
de cliques de mouse a serem utilizados, formas de
exibição dos arquivos e pastas e outras opções avan-
çadas.

A janela do Explorer exibe uma Barra de Ferramen-


tas com atalhos para determinadas opções dos Excluir
Menus.
O mesmo que “deletar” . O arquivo vai para a Lixeira
BARRA DE FERRAMENTAS

Endereços

Desfazer
Voltar e Avançar
Desfaz uma a uma as últimas ações realizadas
Volta ou Avança a um local anteriormente explorado.

Modos de exibição
Um nível acima
Define a forma de apresentação dos ícones
Sobe um nível de pasta a cada clique.

Pesquisar
Pesquisa arquivos ou pastas no computador,
pessoas, computadores, palavras e endereços na In-
ternet.

Pastas
Apresenta o painel da esquerda com os drives e Podemos também usar o mouse para acessar
pastas. menus referentes aos arquivos e pastas selecionadas.

Para isso é só clicar com o botão direito do mouse


sobre o arquivo ou pasta desejada que abrirá uma lista
de Atalho de menus da Barra de Menus.

Criando Uma Nova Pasta


Histórico
Lista os locais visitados recentemente  Selecionar o local onde será criada a nova pasta.
 No menu Arquivo escolher Novo - Pasta.
 Uma pasta nova será inserida no final da lista do
segundo painel, onde você deverá digitar um nome
para ela.

170 Degrau Cultural

06A_windows 2000 e XP.pmd 170 30/9/2010, 09:47


THATYML
Informática

 Com um clique no mouse você confirma o novo


nome. A pasta está criada. Alterar Atributos de um Arquivo ou Pasta

Renomear Uma Pasta ou Documento

 Selecionar a pasta ou documento a ser renomeado


 No menu arquivo escolher Renomear, ou use o Menu
Rápido com o botão da direita do mouse ou, ainda,
tecle F2.
 Digitar o novo nome da pasta ou documento.

Criando Atalho no Explorer

 Selecione o arquivo que terá o atalho.


 No Menu Arquivo escolha a opção Novo / Atalho ou
utilize o botão da direita do mouse para abertura do
menu rápido.

Copiar e Colar Documentos e Pastas

 Selecionar o documento ou pasta a ser copiado


 No menu Editar escolher Copiar.
 Selecionar o novo local onde será colada a cópia
 No menu Editar escolher Colar.

Você pode copiar um documento  Selecionar o arquivo ou pasta.


ou pasta simplesmente arrastan-  No menu Arquivo selecionar Propriedades.
do o item selecionado para o novo
 Na janela Propriedades do Arquivo - Atributos, mar-
local, mas deverá manter a tecla
car o atributo desejado.
Ctrl apertada durante o arrasto.
Tipos de Atributos

Movendo Arquivos ou Pastas  Somente Leitura - Não permite alterar o arquivo.


Este fica disponível somente para leitura e impres-
 Selecionar o documento ou pasta a ser movido são.
 No menu editar escolher Mover.
 Oculto - Torna o arquivo oculto, ou seja não fica visí-
 Selecionar o novo local onde será colado vel no Explorer.
 No menu editar escolher Colar.
A Guia Compartilhamento se apresenta pois esta-
mos alterando as propriedades de uma pasta.
O mesmo processo pode ser fei-
to simplesmente arrastando o do-
cumento selecionado para o novo A LIXEIRA DO WINDOWS
local, só que desta vez pressio-
nando a tecla SHIFT.

Excluindo Pastas e Documentos

• Selecionar a pasta ou documento a ser excluído.


• No menu Arquivo escolher Excluir ou pressionar a
tecla Delete.

A Lixeira do Windows na realidade é mais uma


pasta do Sistema que é instalada juntamente com o
programa. Sua principal finalidade é armazenar os ar-
quivos excluídos, que por qualquer razão ainda pos-
sam vir a ser necessários.

Degrau Cultural 171

06A_windows 2000 e XP.pmd 171 30/9/2010, 09:47


THATYML
Informática

Quando excluímos um arquivo ou pasta pressio-


nando a tecla Delete, o arquivo, nas configurações pa- Adicionar ou remover programas
drão do Windows, será armazenado na Lixeira.
Permite adicionar recursos do Windows que não
sejam instalados durante a instalação padrão. Per-
mite, ainda, remover programas instalados do com-
putador.

Atualizações automáticas

Permite que as atualizações mais recentes do


Windows sejam enviadas diretamente para o seu com-
putador.

Conexões dial-up e de rede

Desejando-se Restaurar o arquivo ou pasta, cli- Apresenta o status das conexões da rede em que
camos com o botão da direita sobre o ícone da Lixeira, o computador esteja integrado e das conexões por meio
selecionamos Abrir, e na tela que se apresenta, seleci- de linha discada (banda estreita). Aqui também se cri-
onamos o arquivo desejado. A seguir, no menu Arquivo, am novas conexões.
selecionamos Restaurar. Isso fará com que o arquivo
volte ao seu local de origem. Fontes
É importante saber que ao selecionarmos um ar-
Lista as fontes instaladas e permite a instalação e
quivo e pressionarmos a combinação de teclas
Shift+Delete o arquivo não irá para a Lixeira e, portanto, remoção de fontes no seu computador.
não poderá ser restaurado. E qualquer arquivo excluído
de um disquete não vai para a Lixeira. Impressoras

O PAINEL DE CONTROLE Lista as impressoras instaladas e permite insta-


lar, remover, definir impressora padrão e compartilhar
com a rede.

Mouse

Configura as propriedades do mouse.

Opões da Internet

Permite controlar as configurações de Seguran-


ça, controle de conteúdo das páginas visitadas dentre
outras.

Aqui se destacam três itens:

 Opções regionais - Configura propriedades como


Hora, Data, Números, Unidade monetária e Idioma.

 Sistema – Apresenta as configurações de sua má-


quina, tais como a Versão do Windows, tipo de pro-
cessador e quantidade de memória RAM. Na sua
O Painel de controle do Windows reúne várias fun- guia interna, denominada Hardware, encontramos
ções de configuração do Sistema Operacional.
a opção Gerenciador de dispositivos. Esta opção
permite visualizar os dispositivos instalados e seu
PRINCIPAIS FUNÇÕES funcionamento. Situações de conflito de hardware
DO PAINEL DE CONTROLE ou mau funcionamento são identificadas aqui. E tam-
bém podemos ativar ou desativar um determinado
IS LE tipo de hardware.
Adicionar ou remover hardware
 Teclado - Configura as propriedades do teclado.
Permite a instalação de novo hardware quando o
mesmo não tem sua instalação automaticamente exe- No Brasil, utilizamos os teclados ABNT ou ABNT2
cutada pelo Windows (função plug-and-play). (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Os te-
clados ABNT apresentam a cedilha (“ç”).

172 Degrau Cultural

06A_windows 2000 e XP.pmd 172 30/9/2010, 09:47


THATYML
Informática

Usuários  Copiar somente janela ativa para a área de trans-


ferência – ALT + PRINT SCREEN
Define os níveis de acesso dos usuários do com-
putador.  Selecionar todos os arquivos de uma pasta no Win-
dows Explorer – Ctrl+A

 Renomear um arquivo selecionado – F2

Basicamente temos três tipos de usuários:

 Administradores: possuem controle total sobre a


máquina.

 Usuários: com controle limitado.

 Convidados: possuem controle ainda mais restrito


que os usuários.

TECLAS DE ATALHO DO WINDOWS

PRINCIPAIS

 Copiar – CTRL+C

 Recortar – CTRL+X

 Colar – CTRL+V

 Excluir – DELETE

 Exibir o menu Iniciar – CTRL+ESC

 Alternar para outra janela – ALT+TAB ou ALT + ESC

 Desfazer – CTRL+Z

 Executar o comando de menu – ALT+ letra sublinha-


da no menu

 Fechar a janela atual ou encerrar um programa –


ALT+F4

 Ativar a barra de menu nos programas – F10

 Exibir ‘Ajuda’ no item da caixa de diálogo selecio-


nado – F1

 Copiar toda a tela para a área de transferência –


TECLA PRINT SCREEN

Degrau Cultural 173

06A_windows 2000 e XP.pmd 173 30/9/2010, 09:47


THATYML
Informática

WINDOWS XP

BOTÃO INICIAR BARRA DE TAREFAS

O Windows XP veio com um layout novo, mas a Administrador


estrutura do sistema é basicamente a mesma, se com-
parada à versão anterior, o Windows 2000. A Microsoft Instala programas e hardware, faz alterações no
apresenta três versões do sistema operacional do Win- sistema, cria, altera e exclui contas e senhas.
dows XP:
Limitada
Windows XP Home Edition
Instala determinados programas em sua área, al-
Ideal para a maioria dos usuários caseiros. tera sua senha e imagem.

Windows XP Professional Convidado

Apresenta mais recursos, níveis mais altos de A conta Convidado é usada por pessoas que não
performance, produtividade e segurança. É a melhor possuem uma. Um usuário cuja conta está desabilita-
escolha para usuários empresariais e para usuários da (mas não excluída) também pode usar a conta Convi-
caseiros que exigem o máximo de seu sistema. dado. Não é necessário ter senha para essa conta. O
Administrador pode definir direitos e permissões para a
Windows XP 64-Bits Edition conta Convidado, exatamente como para qualquer conta
de usuário. A conta Convidado é desabilitada por padrão
Desenvolvido para usuários de estações de tra- e é recomendável que permaneça desabilitada.
balho e técnicos.
Recurso da troca rápida de usuário
PRINCIPAIS RECURSOS DO WINDOWS XP
Quando um mesmo computador é dividido por mais
Contas de usuário de um usuário, é possível cada um acessar sua conta
sem fechar os aplicativos dos outros usuários e nem
São três tipos de contas de usuário no XP. Essas mesmo reinicializar o computador. Esta opção deve ser
devem ser configuradas no Painel de Controle, no íco- ativada pelo Administrador no Painel de Controle – Con-
ne Contas de Usuário. tas de Usuário – Alterar a maneira como os usuários
fazem logon ou logoff.

174 Degrau Cultural

06B_windows 2000 e xp.pmd 174 30/9/2010, 09:47


THATYML
Informática

Restauração do Sistema

Se ocorrer algo de errado com seu computador, é


possível reverter o estado anterior de funcionamento
do sistema.

O Windows periodicamente cria Pontos de res-


tauração. Mas você mesmo pode criá-los, quando de-
sejável. Uma restauração não implica em perder tra-
balhos recentes ou salvos, e-mails, listas de histórico
e favoritos.

Para acessar a Restauração do sistema acione a


opção Desempenho e manutenção no Painel de Con-
trole e, a seguir, clique na opção Restauração de Siste-
ma (no alto da janela, à esquerda). Serão apresenta-
das janelas que orientam o usuário na criação ou res-
tauração.

CONFIGURAÇÕES DO AMBIENTE DE TRABALHO

O Windows XP permite que o Menu Iniciar e o Painel de


Controle assumam uma aparência semelhante à do
Windows 98 ou 2000.

Alterando o Menu Iniciar para o padrão 98/2000

Clique com o botão da direita do mouse na barra


de título do Menu Iniciar e, então, clique no item Propri-
edades que surgirá. Na tela que se seguirá selecione a
opção Menu Iniciar Clássico.

Para retornar ao modo de exibição do Windows


Conexões de rede e de Internet XP, clique em Configurações, Barra de tarefas e Menu
Iniciar e, na aba Menu Iniciar, selecione Menu Iniciar,
O Windows XP oferece Assistentes para configu- clicando, a seguir, no botão OK.
ração de Redes Locais no ambiente de uma empresa,
de redes domésticas e, é claro, com a Internet. Para Alterando o Painel de Controle
acessar esse recurso, selecione Conexões de rede e para o padrão 98/2000
de Internet no Painel de Controle.

Degrau Cultural 175

06B_windows 2000 e xp.pmd 175 30/9/2010, 09:47


THATYML
Informática

No alto da janela, à esquerda, no menu Painel de Meus Documentos - pasta nativa do Windows que su-
Controle, selecione Alternar para o modo de exibição gere ao usuário que ele deve gravar seus documentos
clássico. nela.

Documentos recentes - Lista os 15 arquivos recente-


mente acessados.

Minhas imagens - pasta nativa do Windows que sugere


ao usuário que ele deve gravar seus arquivos de ima-
gens nela.

Minhas músicas - pasta nativa do Windows que sugere


ao usuário que ele deve gravar seus arquivos de som
nela.

Meu Computador - Exibe as unidades de disco do com-


putador e permite navegar nas pastas e arquivos.
Para retornar ao modo de exibição por categorias
do Windows XP, clique, na mesma posição em Alternar Painel de Controle - Permite controlar as configurações
para o modo de exibição por categoria. de todo o hardware e todo o software instalado na má-
quina.

Opções do Menu Iniciar

176 Degrau Cultural

06B_windows 2000 e xp.pmd 176 30/9/2010, 09:47


THATYML
Informática

Adicionar hardware - permite instalar placas ou perifé- Fontes – arquivos de fontes do Windows, permite re-
ricos novos conectados ao computador. mover ou incluir fontes, através do menu Arquivo / Insta-
lar nova fonte.
Adicionar ou remover programas - através do ícone
“Adicionar ou Remover Programas” Vê-se quais aplica- Impressoras e aparelhos de Fax – propriedades do
tivos foram instalados, podendo-se instalar outros ou fax, folha de rosto, informações do usuário. Mostra im-
removê-los. pressoras instaladas, permite instalação, desinstala-
ção, configuração de impressoras.
Atualizações automáticas - permite atualizar o Windo-
Mouse – permite configurar o mouse, botões (destro/
ws através do site da Microsoft.
canhoto, velocidade do duplo clique), ponteiros, movi-
mentação, etc.
Conexões de rede - configurações, identificação e con-
trole de acesso. Opções da Internet – Permite configurar a Página Inici-
al, Arquivos Temporários, Histórico, Segurança (de da-
Contas de usuário – permite criar logon e personalizar dos); Conteúdo (Supervisor de Conteúdo e Certificação),
o sistema para vários usuários. Conexão e Programas (Correio, News e Meeting), etc.

Controladores de Jogo – para configurar Joystick que é Opções de Acessibilidade – configuração do teclado
um periférico usado para jogar no computador. para pessoas com alguma deficiência, como por exem-
plo, controle motor. As teclas de filtragem fazem com que
Correio – configura perfis para o correio eletrônico no o Windows ignore teclas pressionadas repetidamente.
programa Outlook Express. Avisos visuais quando o sistema emite um som. Con-
Data e Hora – configura data e hora do sistema. traste maior para facilitar a leitura na tela, etc. Teclas de
alternância (emitem som quando as teclas Caps Lock e
Fala – permite digitar um texto e o computador o repro- Num Lock são pressionadas).
duz em voz. Utilizado para fazer um teste de áudio.
Opções de Energia – recursos para economizar ener-
Ferramentas Administrativas – define configurações de gia. Existem esquemas de energia que podem ser es-
administração do computador (segurança, serviços, etc). colhidos. A opção Em espera desliga o monitor e o HD
para economia de energia. Essas configurações de-
pendem do padrão de hardware dos periféricos, como
placa mãe, HD, Monitor etc.

Degrau Cultural 177

06B_windows 2000 e xp.pmd 177 30/9/2010, 09:47


THATYML
Informática

Opções de Pasta – personaliza as opções de exibição Tarefas Agendadas – agenda tarefas no computador
das pastas no Windows Explorer. para execução automática. Você configura um progra-
ma para que ele abra em determinada data e hora agen-
Opções de Telefone e de Modem – configura as propri- dadas.
edades de discagem e do modem.
Teclado – permite alterar configurações como veloci-
Opções Regionais e de Idioma – Configurações para o
País, Número, Moeda, Hora e Data e Idioma (este influ- dade da taxa de repetição do cursor e dos caracteres
enciará na configuração do teclado, que se possuir o ç digitados. Mostra o perfil do hardware.
deverá ser configurado como Português ABNT-2.).
Vídeo – Temas (plano de fundo, grupos de sons, íco-
Scanners e Câmeras – para instalação de scanners e nes e outros elementos), Área de Trabalho para definir
câmeras. o plano de fundo ou papel de parede da Desktop

Sistema – informações gerais, gerenciador de dispo- Proteção de tela (animação que roda quando seu com-
sitivos, perfil de hardware, tais como quantidade de putador está ocioso), Aparência (esquema de cores
memória e desempenho.
das janelas do Windows – cor da barra de título, do
Sons e Dispositivos de Audio – áudio e vídeo. Esque- fundo, etc.), Configurações (exibe o padrão de vídeo
mas de sons associados à eventos do Windows (abrir instalado, número de cores, resolução de tela, placa de
e fechar janela, executar programas, parada crítica, etc.). vídeo e monitor).
Controle dos dispositivos de multimídia instalados.

O Grupo Acessórios

Ao clicar no Menu Iniciar, clicar em Programas e em Acessórios, aparecerá uma lista com vários programas que
vêm com o Windows em sua instalação. São os listados a seguir:

178 Degrau Cultural

06B_windows 2000 e xp.pmd 178 30/9/2010, 09:47


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Informática

Bloco de Notas - Editor de textos simples. Permite a Paint - Programa para desenhar e trabalhar com
edição de texto puro. Não possui recursos de imagens. Extensão padrão é .bmp.
formatação. Sua extensão padrão é .txt. Usado também
para criar páginas da internet, pois permite salvar em
.html.

WordPad - Processador de textos com recursos de


formatação, porém, não tem a opção de justificar o texto,
como o Word. Isso torna este programa restrito, tendo o
usuário muitas vezes que optar pelo Word que é um
programa muito mais completo.

Windows Explorer - Gerenciador de Arquivos e Pastas do Windows. Com ele é possível selecionar arquivos e
pastas, apagar, mover, copiar, renomear, etc. A janela abaixo mostra a tela do Windows Explorer XP. Do lado esquerdo
da tela é possível visualizar pastas, subpastas, drives (A:, C:, D:, E:, etc.) e ícones da Desktop. Do lado direito são
visualizadas pastas, subpastas e arquivos. Assim como no Windows 2000, as funções do Windows Explorer no
Windows XP são as mesmas. O que muda é o desenho dos botões, alguma disposição nos menus e os modos de
exibição.

Degrau Cultural 179

06B_windows 2000 e xp.pmd 179 30/9/2010, 09:47


THATYML
Informática

Assim como já visto nesta apostila, na versão


Windows 2000, o sinal de + ao lado da pasta indica que
esta possui subpastas. A definição de arquivos e pas-
tas também é a mesma para o Windows XP.
Pesquisar
Para complementar a lista de extensões de no-
mes de arquivos vejamos também:
Pastas Mostra uma estrutura de pastas
do lado esquerdo da tela do Windows
.com , .bat- Essas extensões vêm sendo exploradas Explorer.
em provas de concursos. Vale saber que elas se refe-
rem ao sistema operacional, assim como também a .sys.
Aquelas, referem-se respectivamente aos arquivos
Modos de Exibição (Mudou, em relação à versão 2000).
command.com, que executa comandos do Sistema Ope-
No XP, temos a opção Miniaturas, que permite visuali-
racional e autoexec.bat, que executa scripts do Sistema
zar o arquivo, antes dele ser aber-
Operacional, sendo portanto executáveis e têm maior
to, muito útil para imagens de câ-
probabilidade de infecção por vírus.
meras digitais, por exemplo, que
gravam o nome dos arquivos em
.hlp - Arquivos de ajuda (HELP).
números e fica difícil encontrar a
foto desejada. Lado a lado mos-
.eml - Arquivos de e-mail. Mensagens de e-mail do Ou-
tra o ícone em tamanho grande
tlook Express.
com a descrição do lado. Ícones
mostra o ícone em tamanho me-
.swf - (Shock Wave File) Extensão gerada pelo programa
nor, com o nome do arquivo em-
FLASH. É um plug-in do FLASH, que é um programa para
baixo. Lista mostra somente a
criar animações nas páginas da Internet. Geralmente os
coluna do nome, e o ícone. Deta-
sites de cantores, como Gal Costa, Ivete Sangalo, por
lhes é a exibição mostrada na tela do Windows Explo-
exemplo, são construídos em FLASH.
rer da página anterior, onde você vê o ícone, o Nome
do arquivo, o tamanho, o tipo, e a data e hora da última
Um plug-in é um complemento modificação do arquivo.
para outros programas maiores.
Você não precisa ter o programa,
basta ter o seu plug-in. Existem Recortar (permite mover arquivos de um
vários plug-in´s que complemen- lugar, drive ou pasta, para outro). Depois
tam funções de outros progra- de recortar, pode-se Colar.
mas no browser Internet Explo-
rer. Ex.: A barra de procura do
Google, que fica sempre ativa no Copiar (permite copiar arquivos de um
browser. lugar, drive ou pasta, para outro). Depois
de copiar, pode-se Colar.

Os Botões da Barra de Ferramentas do Windows Explo-


rer XP (A função de cada um deles já foi descrita anterior-
mente, com o Windows 2000, o que mudou foi o estilo do Colar (permite colar o que foi recortado
desenho). ou copiado).

Excluir (o mesmo que deletar) Apaga en-


viando para a Lixeira (configuração padrão
Voltar do Windows).

Histórico - Lista os locais visitados, que


podem ser pastas ou sites da Internet.
Avançar

Desfazer - desfaz as ações executadas.

Acima Opções de Pastas - permite configurar


modos de exibição das pastas e tipos
de arquivos.

180 Degrau Cultural

06B_windows 2000 e xp.pmd 180 30/9/2010, 09:47


THATYML
Informática

 Novo - permite criar uma


Propriedades - dá as propriedades do nova pasta ou atalho.
elemento selecionado.
 Criar Atalho - Cria ata-
lho para itens seleciona-
dos
Mover Para
 Excluir - Exclui pastas
arquivos ou atalhos sele-
e cionados

 Renomear - Muda os no-


Copiar Para (idem ao que está descrito
mes das pastas arquivos
para o Windows 2000).
ou atalhos selecionados.
Pode-se utilizar a tecla F2
para isso.
ATENÇÃO! O Windows Explorer  Propriedades - Mostra as
possui interação total com o brow- características dos arqui-
ser Internet Explorer. Portanto, é vos ou pastas (tamanho,
possível navegar na Internet estan- data e hora da criação e mo-
do na tela do Windows Explorer, dificação, e última vez que
desde que conectado. Por essa foi acessado). Permite mu-
razão, os mesmos botões da bar- dar os atributos dos arqui-
vos ou pastas (Somente
ra de ferramentas do Internet Ex-
leitura, arquivo, oculto e sis-
plorer são vistos ou podem ser in-
tema).
cluídos na barra de ferramentas do
Windows Explorer, como o Página  Fechar - Sai do Windo-
Inicial, Histórico, Atualizar, Parar, ws Explorer.
etc. Para incluir ou remover botões
da barra de Ferramentas, clique no
menu Exibir / Barra de Ferramen- Menu Editar
tas / Personalizar.
 Desfazer - Desfaz ações realizadas pelo usuário.
Teclas de atalho: Ctrl+Z.
MENUS DO WINDOWS EXPLORER XP
 Recortar - Permite mover pastas, arquivos ou ata-
lhos de um local ou de uma unidade de disco para
Menu Arquivo outra. Teclas de atalho: Ctrl+X.
 Copiar - Permite criar cópias de arquivos, pastas ou
atalhos. Teclas de atalho: Ctrl+C.
Abrir - aparece quando tem uma pasta ou um arquivo  Colar - Coloca os arquivos, pastas recortados ou
selecionado, permitindo abrí-lo. copiados no novo local. Teclas de atalho: Ctrl+V.
 Colar Atalho - Cola um atalho de um item seleciona-
 Editar - aparece quando tem um arquivo seleciona-
do, permitindo editá-lo. do em novo local.
 Selecionar tudo
- Seleciona to-
 Novo - abre o arquivo como uma cópia do original
dos os docu-
(um novo).
mentos contidos
em uma pasta
 Imprimir - permite imprimir o arquivo. selecionada. Te-
clas de atalho:
 Abrir com - permite escolher o programa para abrir o Ctrl+A.
arquivo, devendo ser logicamente compatível.  Inverter sele-
ção – Inverte a
 Enviar para - permite enviar o arquivo para a área de seleção feita
trabalho, para outro drive, etc.. com a opção Se-
lecionar tudo.

Degrau Cultural 181

06B_windows 2000 e xp.pmd 181 30/9/2010, 09:47


THATYML
Informática

Menu Exibir Menu Ferramentas

 Barra de Ferra-  Mapear unida-


mentas - Exibe ou de de rede - per-
não a Barra de Fer- mite criar unida-
ramentas, localiza- des de rede.
da abaixo da Barra  Sincronizar -
de Menus. para atualizar o
 Barra de Status - conteúdo das
Exibe ou não a Bar- páginas adicio-
ra de Status. nadas à favori-
 Barra do Explorer tos e tornadas disponíveis off line. A Sincronização
- Exibe ou não as pode ser feita manualmente, escolhendo esta op-
Barras do Internet ção quando conectado, ou pode ser agendada para
Explorer. ser feita automaticamente.
 Miniaturas, Lado a  Opções de pasta - permite configurar modos de
lado, Ícones, Lista, exibição das pastas e tipos de arquivos.
Detalhes - modos
de exibição (veja as Renomeando Pastas e Arquivos no Windows Explo-
funções no botão rer
modo de exibição
apresentado anteriormente. Para Renomear, basta clicar 1 vez e clicar novamen-
te, desde que com uma pausa. O nome será editado e
 Organizar Ícones por - Nome, tamanho, tipo, modi-
você poderá modificá-lo.
ficado em.
Os nomes de arquivos, por padrão no Windows,
 Escolher Detalhes - Se você quiser que além do aparecem sem as extensões, para evitar que o usuário
Nome, tamanho, tipo, modificado em, o Windows as exclua ou modifique. Caso você exclua a extensão
Explorer exiba mais detalhes. de um nome de arquivo, o sistema operacional não
 Ir para - Apresenta as opções Voltar, Avançar, Um poderá abrí-lo, porque ele perderá a associação com o
nível acima e página inicial, além de pastas aces- aplicativo com o qual foi gerado. É pela extensão que o
sadas. Sistema Operacional reconhece qual é o programa que
 Atualizar - para atualizar a exibição da janela. Atalho ele terá que abrir para poder abrir o arquivo escolhido.
tecla F5. Da mesma forma, se o usuário modificar a extensão,
por exemplo, de .doc para .jpg, o arquivo perderá as
Menu Favoritos suas codificações originais, e não poderá ser aberto.
Um nome de arquivo no Windows pode conter até
 Adicionar a Favoritos - permite adicionar um site à 255 caracteres e as extensões possuem geralmente
lista de sites favoritos do usuário. de 2 a 4 caracteres.
Quase todos os caracteres podem ser usados em
 Organizar Favoritos - para organizá-los em pas-
nomes de arquivos, inclusive espaços, com exceção
tas.
desses nove:

\/ :*?“<>|

Caracteres Curingas

O * (asterisco) e o ? (ponto de interrogação) podem


ser utilizados substituindo outros caracteres em uma
pesquisa.
Se você não sabe o nome todo do arquivo, pode
substituir a parte que desconhece por esses caracte-
res.
Ex.: Um arquivo com o nome carta123.doc, onde o
123 pode ser substituído por um asterisco, ficando
carta*.doc. O sistema irá procurar por qualquer arquivo
que possua a palavra carta e mais alguma coisa em

182 Degrau Cultural

06B_windows 2000 e xp.pmd 182 30/9/2010, 09:47


THATYML
Informática

seu nome. Note que isto o Windows já faz automatica-


mente, sem a necessidade de se usar o asterisco. Se Para copiar arquivos e/ou pastas:
você escrever apenas carta, ele procurará por qualquer
Você pode arrastar com o mouse a seleção para
arquivo que possua esta palavra.
um outro drive, que uma cópia dos arquivos será feita
Já o ponto de interrogação substitui apenas 1 ca- automaticamente. Por tratar-se de outra unidade de dis-
ractere por vez. Isto significa que para eu procurar por co, o sistema “entende” tratar-se de um backup (cópia
carta123.doc, teria que escrever carta???.doc. de segurança). Ex.: do C: para o A:, do A: para o D:, etc.
Questões com o ponto de interrogação já aparece- MACETE: Se você arrastar com a tecla Shift pressiona-
ram em provas de concursos. da, irá mover.
Para copiar, também, utilize os atalhos de teclado
COMPARTILHAMENTO ou os botões da barra de ferramentas. Clicando com o
botão direito do mouse na seleção, também haverá
O compartilhamento pode ser feito em rede ou en- opção para copiar.
tre usuários de um mesmo computador. O atributo de
Para mover arquivos e/ou pastas:
compartilhamento é um ícone em forma de “mãozinha
segurando a pasta ou a unidade de disco”. Pode-se
Se você arrastar a seleção para uma outra pasta den-
compartilhar o disco todo ou somente algumas pastas. tro do mesmo disco. Ex.: da pasta C:\Minhas imagens
Observe nas figuras. para a pasta C:\Meus Documentos irá mover, para não
ocupar espaço desnecessário em disco.

MACETE: Para forçar uma cópia em outra pasta no


mesmo disco, arraste com o mouse pressionando a
tecla Ctrl.

Para mover, também, utilize os atalhos de teclado


ou os botões da barra de ferramentas. Clicando com o
botão direito do mouse na seleção, também haverá op-
ção para recortar.

ATENÇÃO!
Ao copiar ou mover arquivos para disquetes, esteja
atento para a capacidade de armazenamento do disco.
Ocorre que a capacidade total do disquete é de 1.44
MB, mas, como já foi dito no capítulo de Hardware, o
usuário só pode gravar aproximadamente 1.38 MB.
Caso o arquivo que você esteja tentando copiar te-
nha, por exemplo, 3.6 MB, o sistema lhe dará a seguin-
te mensagem:
“O arquivo que você está tentando copiar é maior do
que a capacidade do disco. Insira um disco de maior
capacidade”.
Caso você esteja tentando copiar vários arquivos,
sendo que cada um deles tem, por exemplo, 800 KB,
950 KB e 720 KB o sistema iniciará a cópia, mas não
cabem todos em um disquete, então ele copiará o pri-
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES SOBRE SELECIONAR,
meiro arquivo e lhe dará a seguinte mensagem:
COPIAR E MOVER ARQUIVOS E PASTAS “O disco está cheio. Insira outro disco para continuar”.
Para selecionar vários arquivos e/ou pastas:
A Lixeira do Windows XP
1 - Em seqüência:
1.1 - Clique no primeiro arquivo ou pasta que
deseja selecionar.
1.2 - Pressione a tecla SHIFT e, mantendo-a pres-
sionada, clique no último arquivo que deseja selecio-
nar. Solte o Shift. Os arquivos serão selecionados em
seqüência.

2 - Alternadamente:
1.1 - Clique no primeiro arquivo ou pasta que
deseja selecionar.
1.2 - Pressione a tecla Ctrl e, mantendo-a pres-
sionada, vá clicando nos outros arquivos que deseja
selecionar, alternadamente. Solte o Ctrl.

Degrau Cultural 183

06B_windows 2000 e xp.pmd 183 30/9/2010, 09:47


THATYML
Informática

Idem ao item Lixeira do Windows, já visto nesta aposti- PRINCIPAIS ITENS DO GRUPO
la, na versão do Windows 2000. Vale acrescentar que a FERRAMENTAS DE SISTEMA
capacidade padrão da Lixeira é ocupar 10% do HD.
Esta configuração pode ser alterada clicando-se com o Menu Iniciar / Programas / Acessórios / Ferramentas
botão direito do mouse sobre o ícone da Lixeira na de Sistema
Desktop e, clicando-se em Propriedades. Na guia Glo-
bal, mova o controle deslizante.

Central de Segurança - É possível configurar e monito-


rar as opções de segurança, como Firewall, Atualiza-
ções Automáticas e Proteção contra vírus.

Os itens Desfragmentador de Discos, Backup, Limpe-


za de Disco, Informações do sistema, Tarefas Agen-
dadas e Mapa de Caracteres já foram explorados an-
teriormente. Veremos aqui a apresentação de algumas
dessas telas no Windows XP:

Desfragmentador de Discos

184 Degrau Cultural

06B_windows 2000 e xp.pmd 184 30/9/2010, 09:47


THATYML
Informática

Limpeza de Disco Tarefas Agendadas


Ao clicar em Tarefas Agendadas, aparece o seguinte
assistente:

Clique em Avançar.

Mapa de Caracteres

Escolha o programa que deseja agendar e clique em


Avançar.

Degrau Cultural 185

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THATYML
Informática

Digite um nome para a tarefa, marque se quiser, por


exemplo, executá-la diariamente. Na tela seguinte
agende a tarefa no horário desejado.

Ao final, clique em Concluir.

Menu Iniciar / Desligar

Fazer Logoff - Fecha os programas e desliga do ambi-


ente do usuário atual e permite fazer logon em outro
usuário. Há também a opção Trocar usuário, que per-
mite que outro usuário faça logon, estando outro usuá-
rio com o ambiente aberto, sem fechar os programas e
arquivos de quem estava usa ndo o computador.

Desligar - Desliga o computador.

Reiniciar - Desliga e liga o computador automaticamen-


te. Dá um boot (inicialização).

Em espera - permite economia de energia desligando


o monitor e o HD. Pressionando qualquer tecla, retorna
à sessão do Windows.

Hibernar - desliga, porém armazena em HD o conteú-


do da memória RAM.

186 Degrau Cultural

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THATYML
Informática

LINUX
Conceitos de Utilização Algumas distribuições incluem ferramentas de configu-
O Linux é um sistema operacional derivado do Unix feito ração que facilitam a vida do administrador do sistema.
para rodar em computadores pessoais. Faz tudo o que
se pode esperar de um Unix moderno e completo. Su- Visão geral do sistema operacional Linux
porta multitarefa real, memória virtual, bibliotecas dinâ- O sistema operacional Linux é composto por três partes:
micas, redes TCP/IP, nomes de arquivos com até 255 · Kernel.
caracteres e proteção entre processos (crash protecti- · Aplicações de Sistema.
on), além de muitas outras funcionalidades. · Aplicações de Usuário.
Um grande atrativo que o Linux oferece é o fato de poder
trabalhar tanto como servidor de aplicações quanto como O kernel do Linux
estação de trabalho sem que haja necessidade de gran- Embora o kernel seja uma parte importante do Linux, ele
des modificações no seu sistema. sozinho não constitui o sistema GNU/Linux. O kernel é o
“núcleo” do sistema e é responsável pelas funções de mais
Como surgiu o Linux? baixo nível, como o gerenciamento de memória, gerencia-
O Linux foi originalmente desenvolvido por Linus Torvalds. mento de processos e da CPU. O kernel também é o res-
Ele queria um sistema operacional que fosse semelhante ponsável pelo suporte aos sistemas de arquivos, dispositi-
a um Unix, com todas as suas funcionalidades e que pu- vos e periféricos conectados ao computador, como placas
desse ser utilizado num PC. A partir dessa idéia, Linus SCSI, placas de rede, de som, portas seriais, etc. Chama-
começou o desenvolvimento do que seria o futuro kernel se Linux o conjunto do kernel e demais programas, como
(núcleo) do sistema operacional que hoje é chamado de shells, compiladores, bibliotecas de funções, etc. Sua in-
Linux. Isso tudo aconteceu em meados de 1991, quando terface básica é de texto, seu prompt de comando (#) é
Linus cursava a faculdade de Computação na Finlândia. semelhante ao prompt de comando (c:\>) do MS-DOS.
Em 5 de outubro de 1991 a seguinte mensagem circulou Alguns cuidados devem ser tomados ao se verificar qual
na usenet: versão de Linux está sendo utilizada, porque o kernel pos-
“...Como eu mencionei há um mês, estou trabalhando sui um número de versão e a sua distribuição pode pos-
em uma versão free de um sistema semelhante ao Minix suir outro. O número que identifica a versão da distribui-
para computadores AT-386. Ele já alcançou o estágio de ção é decidido pela empresa responsável pela versão, de
ser usável (embora possa não ser, dependendo do que acordo com padrões próprios. Já o kernel possui um nú-
você quer fazer), e pretendo distribuir o código fonte. É mero de versão composto por 3 partes: um número maior,
apenas a versão 0.02... mas já consegui rodar nele o um número menor e um número de release, e este núme-
bash, gcc, gnu-make, gnu-sed, compress, etc.” ro é dado pelo grupo de programadores que cuidam do
desenvolvimento do kernel. O número de série do seu
Esta mensagem era assinada por Linus Torvalds, e nin- kernel pode ser facilmente identificado digitando-se no
guém adivinharia que ela estaria marcando o início de prompt o comando uname -r, como no exemplo abaixo:
um movimento que, menos de dez anos depois, já tem
mais de trinta milhões de seguidores.
Assim surgiu o que seria o primeiro kernel utilizável do
Linux. O kernel é o núcleo do sistema operacional, é a O exemplo diz que este kernel pertence a quarta release
parte que controla diretamente o hardware da máquina. da série 2.6. Em alguns casos é adicionado também um
Assemelha-se ao antigo DOS, com prompt de comando número que identifica uma compilação feita por uma de-
e interface para comandos de texto. Quando se fala de terminada distribuição (52200cl no exemplo, ou seja
Linux, refere-se somente ao kernel do sistema. Tudo que 48932ª compilação da distribuição Conectiva Linux). O
existe ao redor do kernel são aplicativos que compõem número menor é particularmente importante, pois núme-
uma distribuição do Linux. ros pares identificam versões de kernel testadas e con-
Como o Linux é um software de livre distribuição, muitas sideradas estáveis, enquanto que números ímpares iden-
pessoas, e até mesmo empresas, se empenham em or- tificam versões de desenvolvimento, onde novos recur-
ganizar o kernel e mais uma série de aplicativos e ma- sos estão sendo testados.
nuais para que o sistema fique cada vez mais amigável. O kernel do Linux pode ser compilado para se adequar
A esse conjunto de aplicativos, mais o kernel, dá-se o melhor ao tipo de máquina e ao tipo de tarefa que essa
nome de distribuição Linux. Algumas distribuições Linux máquina vai executar. Por exemplo, se o servidor preci-
são maiores que outras, dependendo da quantidade de sa se comunicar com outras máquinas usando o proto-
aplicativos e a finalidade a que se propõem. Existem colo IPX, o administrador poderá compilar o kernel com
desde distribuições que cabem num disquete de 1.44 suporte a esse protocolo, ou, se não houver necessida-
MB até distribuições que ocupam vários CDs. de de usar um determinado tipo de placa de rede, é pos-
Cada uma delas tem seu público alvo e finalidades es- sível compilar o kernel sem suporte a essa placa, resul-
pecíficas. As mini-distribuições têm como objetivo des- tando assim em um kernel de menor tamanho.
de a recuperação de um sistema danificado até o moni- O kernel do Conectiva Linux foi compilado para atender
toramento de uma rede de computadores. os mais diversos tipos de necessidades e de máquinas,
Entre as “grandes” distribuições podemos citar: Conecti- além do mais, é possível incluir novos recursos sem a
va, SuSE, Debian e Red Hat. O que diferencia uma dis- necessidade de compilar novamente o kernel, através
tribuição de outra é a maneira como são organizados e do uso de módulos. O processo de compilação de um
pré-configurados os aplicativos que cada uma contém. kernel não é muito simples e é recomendado apenas a
Um exemplo: o Conectiva Linux tem quase a totalidade administradores de sistemas mais experientes.
de seus aplicativos traduzidos para o português, espa- Aplicações do Sistema
nhol e inglês, tendo o português como sua base, facili- O kernel faz muito pouco sozinho, uma vez que ele só
tando a integração com o usuário brasileiro. O que não provê os recursos que são necessários para que outros
quer dizer que esses aplicativos não estejam disponí- programas sejam executados. Assim, é preciso utilizar
veis em inglês também. outros programas para implementar os vários serviços
necessários ao sistema operacional.

Degrau Cultural 187

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THATYML
Informática

Do “ponto de vista” do kernel, as aplicações do sistema, diferente. Para que um software seja livre, ele deve pos-
bem como qualquer outro programa, rodam no que é suir os seguintes itens:
chamado “modo usuário”, logo, a diferença entre aplica- 1. Liberdade para executar o software, seja qual for a
ções de sistema e aplicações do usuário se dá pelo pro- sua finalidade.
pósito de cada aplicação. Aplicações do sistema são 2. Liberdade para acessar o código-fonte do programa e
necessárias para fazer o sistema funcionar, enquanto as modificá-lo conforme sua necessidade.
aplicações do usuário são todos os programas utiliza- 3. Liberdade para fazer cópias e distribuí-las para quem
dos pelo usuário para realizar uma determinada tarefa desejar.
(como um processador de texto, por exemplo). 4. Liberdade para melhorar o programa e distribuir suas
Entre as aplicações de sistema pode-se citar o init, o melhorias ao público, de modo que elas fiquem disponí-
getty e o syslog. veis para a comunidade.
O init é o primeiro processo lançado após o carregamento Com isso é definido qual o principal objetivo da Funda-
do kernel na memória, e é ele o responsável por continu- ção do Software Livre (Free Software Foundation): pro-
ar o processo de boot lançando os outros programas. É o mover a disseminação do software livre no mundo da
init o responsável, também, por garantir que o getty esteja Informática, eliminar restrições de cópias e distribuição
sendo executado (para que os usuários possam entrar no de programas, entre outros pontos.
sistema) e por adotar processos órfãos (processos filhos As licenças de software livre podem ser divididas, de
no qual o pai morreu), pois no Linux todos os processos modo geral, em dois grupos: licenças de documentação
devem estar em uma mesma árvore, e possuírem um pai e licenças de software. A licença GNU GPL é uma das
(excluindo o processo init, que não tem pai). mais conhecidas, e talvez uma das mais utilizadas como
O getty provê o serviço responsável pelo login dos usu- licença de software. A licença GPL foi criada para garan-
ários em terminais textos (virtuais ou não). É ele que lê o tir que cópias de softwares livres possam ser distribuí-
nome do usuário e a senha e chama o programa login das, alteradas ou utilizadas (na sua totalidade ou em
para validá-los. Caso estejam corretos é lançado um parte) por novos programas. Um outro exemplo de licen-
shell, caso contrário o processo todo é reiniciado. ça é a GNU FDL, que segue a mesma linha da GPL, mas
O syslog é responsável por capturar as mensagens de utilizada para a documentação. Existem muitas outras
erro geradas pelo kernel ou por outras aplicações de sis- licenças, e o escopo destas pode variar muito.
tema, e por mostrá-las posteriormente quando o admi-
nistrador do sistema solicitá-las. Comandos Básicos
ls = Lista os arquivos, igual ao comando dir do MS-DOS
Aplicações do usuário Atributos comuns: -a = mostra arquivos ocultos
As aplicações do usuário são todas aquelas utilizadas -l = mostra bytes, permissões, diretório, etc.
pelo usuário para executar uma determinada tarefa. Edi- Obs: no ls os nomes de arquivos nos sistemas *X (Unix,
tores de texto, editores de imagens, navegadores e lei- Linux, etc) não precisam ter só 8 letras. Portanto, se você
tores de e-mail se encaixam nessa categoria. quiser listar os arquivos começados com u, por exem-
plo, peca ls u* e veja o resultado.
O ambiente gráfico * substitui qualquer conjunto de caracteres
No Linux, a responsabilidade pelo ambiente gráfico não ? substitui caracteres isolados
é do kernel e sim de um programa especial, o XFree86. —————
No entanto, este programa provê apenas as funções de rm = remove arquivos, no formato: rm (arquivo1) (arqui-
desenho de elementos gráficos e interação com a placa vo2) (arquivo3)
de vídeo. A interação final do usuário com a interface Exemplo: rm eu.doc / rm leiame.txt manual.html
gráfica se dá através de programas gerenciadores de win95.w95
janelas, como o KDE, o WindowMaker e o GNOME, e —————
são eles os responsáveis pela “aparência” do seu Linux. cp = copia arquivos, no formato: cp (arquivo1) (diretorio)
A separação do ambiente gráfico do resto do sistema apre- Exemplo: cp manual.txt /home/manual
senta muitas vantagens. Como o ambiente gráfico conso- —————
me recursos do sistema, é possível desativá-lo, principal- cat = mostra o conteúdo do arquivo, mesmo que o ‘type’
mente em servidores, resultando assim em um melhor de- no DOS
sempenho de outras aplicações, uma vez que a quantida- —————
de de processamento da CPU que seria utilizado para o more = exibe o conteúdo de um arquivo pagina a pagina,
XFree86, poderá ser utilizado para essas aplicações. Além mesmo q no DOS
do mais, o desenvolvimento do ambiente gráfico pode Exemplo: ls|more
ocorrer de maneira independente ao do kernel. —————
O Linux também pode funcionar em modo texto. Nesse pwd = exibe o diretório atual (o que vc esta)
caso a interação com o usuário se dá por meio de um —————
shell, como o Bash, que é capaz de interpretar e execu- rmdir = apaga diretório
tar comandos digitados pelo usuário. Exemplo: rmdir /diretório
se o diretório estiver cheio, use o rm com o atributo -r
As Licenças no Mundo Linux —————
Antes de se definir em quais licenças e condições o Co- mkdir = cria diretório
nectiva Linux se encaixa, serão vistas as principais licen- Exemplo: mkdir /diretório
ças utilizadas atualmente para os softwares em geral. —————
As licenças no mundo da Informática podem ser dividi- clear = limpa a tela, mesmo que ‘cls’ no DOS
das, de um modo geral, em licenças de software propri- —————
etário e licenças de software livre. As licenças em sof- who = mostra quem está na máquina no momento
twares proprietários são geralmente comerciais e não —————
permitem a cópia, modificação ou distribuição do sof- whoami = mostra quem você é - útil quando você esque-
tware em questão. ce com qual login entrou... ;)
O software livre é utilizado de um modo completamente —————

188 Degrau Cultural

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THATYML
Informática

finger = mostra o usuário associado a certa chave —————


————— find - Localiza os arquivos c/ características especificas.
df = mostra o espaço usado, livre e a capacidade das —————
partições do HD format - Inicializa um floppy disk.
————— —————
free = exibe a memória livre, a usada, e o buffers da grep - Procura um modelo a partir de um arquivo. (veja
memória RAM awk)
————— —————
exit e logout = sai da sessão atual. help - :/ (ajuda)
————— —————
tar (tape archive) programa de geração de backup. kill - Termina um processo.
tar -c gera backup. —————
tar -x restaura backup. ln - Usado para unir arquivos.
tar -v lista cada arquivo processado. —————
tar -t lista o conteúdo de um backup. lpr - Copia um arquivo para a linha de impressora.
————— —————
Nota: Para descompactar arquivos “tagged”(.tar.gz, .tgz, ls - Exibe informações sobre um ou mais arquivos.
etc) —————
tar zxpvf (nome_do_arquivo)
mail - Usado para receber ou enviar e-mail.
Se o arquivo for “gziped”(.gz): —————
gunzip -d (nome_do_arquivo) nroff - Usado para formatar textos.
————— —————
chmod - muda as permissões do arquivo/diretório ps - Exibe um status dos processos.
chown - muda as permissões do arquivo/diretório —————
————— sleep - Causa um processo para tornar-se inativo por
awk - Procura por um modelo a partir de um arquivo. uma duração de tempo especifica.
Inclui uma linguagem de programação embutida. —————
————— sort - Escolher e unir um ou mais arquivos.
bdiff - Compara dois arquivos grandes. —————
————— spell - Procurar erros de ortografia num arquivo.
bfs - Procura um arquivo grande. —————
————— split - Dividir um arquivo.
cal - Exibe um calendário. —————
————— stty - Exibir ou escolher parâmetros do terminal.
cat - Encadeia e imprimi arquivos. —————
————— tail - Exibir o fim de um arquivo.
cc - Compilador C. —————
————— tset - Escolher o tipo de terminal.
cd - Muda diretório. —————
————— umask - Permite que o usuário especifique uma nova
chgrp - Muda o titulo de um grupo de arquivos. criação de camuflagem.
————— —————
cmp - Compara dois arquivos; mostra a localização (li- uniq - Compara dois arquivos. Procura e exibe em linhas
nha e byte) da primeira diferença entre eles. o que e incomparável em um arquivo.
————— —————
comm - Compara dois arquivos para determinar quais uucp - Execução UNIX-para-UNIX
linhas são comuns entre eles. —————
————— vi - Editor de tela cheia.
cu - Chamar outro sistema UNIX. —————
————— wc - Exibe detalhes no tamanho do arquivo.
date - Retorna a data e a hora. —————
————— who - Informações de quem esta on-line.
diff - Exibe as diferenças entre dois arquivos ou diretórios. —————
————— write - Usado para mandar mensagens para outro usuário.
diff3 - Exibe as diferenças entre três arquivos ou dire-
tórios. Manual Linux
————— Se houver alguma dúvida sobre algum comando, digite
du - Relatório no uso do sistema de arquivos. simplesmente “man” (comando).
————— Se o manual existir, ele será mostrado. Para sair dos
echo - Exibe seus argumentos. manuais, aperte a tecla Q.
————— Geralmente, os manuais esclarecem a maioria das dúvidas.
ed - Editor de texto.
————— LILO
ex - Editor de texto. O LILO (Linux Loader) é um utilitário do Linux que geren-
————— cia as partições.
expr - Avalia seus argumentos quando geralmente e uma Ele é usado pela maioria como um “boot manager” que
fórmula matemática. divide cada boot para cada tipo de sistema. Nos compu-
————— tadores caseiros, geralmente há outros sistemas opera-
f77 - Compilador FORTRAN. cionais. O LILO permite escolher qual o sistema a ser
utilizado.

Degrau Cultural 189

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THATYML
Informática

O LILO tem seu arquivo de configuração em /etc/lilo.conf. Personal Firewall


Aí ficam armazenadas as informações necessárias para tcpdump, nessus, ethereal, ippl, ipchains, iptables.
que ele faça a “divisão” das partições.
Banco de Dados
Aplicativos Linux MySQL, MSQL PostgreSQL, Sybase, Interbase, Oracle
Pacotes Office (os dois últimos não estão no kit SuSE).
KOffice - pacote office completo (gratuito), desenvolvi-
do para o KDE2, extremamente rápido e eficiente. Desktops
OpenOffice - pacote office completo (gratuito), desen- KDE3, GNOME.
volvido pela Sun, excelente compatibilidade com forma- Gerenciadores de Janela
tos (.doc, .ppt, .xls). fvwm/fvwm95, WindowMaker, enlightenment, icewm, bla-
Applixware - pacote office completo, mas é necessário ckbox, CDEsim, twm, ...
licença de uso
StarOffice® 5.2 - pacote office desenvolvido pela Sun (gra- Emuladores
tuito), é um aplicativo que consome bastante memória, mas Wine - “emulador” do ambiente MS-Windows®, permite
tem boa compatibilidade com outros editores de texto. você rodar no Linux aplicações desenvolvidas para o
Acrobat® Reader - famoso leitor de arquivos PDF. ambiente Windows, ainda não possui a implementação
Maxwell - editor de documentos parecido com MS-Word. de todas as API’s do Windows.
Klyx - editor de documentos TeX. iBCS - módulo de compatibilidade com aplicativos para
Browsers SCO Unix
Konqueror, Netscape 4.76 e 6, Opera, Arena, lynx. dosemu - “emulador” de uma máquina para executar o
MS-DOS
Ferramentas de Desenvolvimento pose - emulador do Palm OS
Kdevelop - ambiente de desenvolvimento em linguagem e outros emuladores como: SuperNintendo, Atari800,
C/C++ em ambiente gráfico Commodore Amiga, ...
Kylix - linguagem Pascal (Delphi) para desenvolvimento
de aplicações gráficas (disponível no kit SuSE 8.0). Computação Gráfica
IBMJava - ambiente de desenvolvimento na linguagem Gimp, ImageMagick, Moonlight 3D, kpaint, kview, ...
Java da IBM.
Java2 SDK - ambiente de desenvolvimento na lingua- Som
gem Java padrão. ALSA, CD-Player, MOD-Player, MP3-Player, MDI-Se-
Phoenix - compilador para linguagem MS Visual Basic. quencer, ...
Perl, Python, PHP.
Editores de texto
Ferramentas de Segurança Emacs, XEmacs, vi, kwrite, kedit, joe, ...
AMaVIS - é um scanner de virus para servidores de e-
mail, compatível com sendmail, qmail e outros. Games
SuSE Firewall - é um poderoso script de filtros de paco- Racer, Tuxracer, FlightGear 3D. Veja as imagens no site
tes que contempla vários cenários. da SuSE
Nmap - é um dos mais famosos portscan.
Snort - é um poderoso sniffer e possui também função
de IDS (Intrusion Detection System).

Algumas imagens das telas da interface gráfica KDE. Reparem a semelhança com a interface do Windows.

190 Degrau Cultural

07_Linux.pmd 190 30/9/2010, 09:47


THATYML
Informática

Degrau Cultural 191

07_Linux.pmd 191 30/9/2010, 09:47


THATYML
Informática

192 Degrau Cultural

07_Linux.pmd 192 30/9/2010, 09:47


THATYML
Matemática

Matemática

195 Números Inteiros, racionais e reais


202 Sistema legal de medidas
204 Razões e proporções
206 Regra de três
207 Porcentagem
210 Equações do 1º grau
212 Equações do 2º grau
215 Funções e gráficos
222 Seqüências numéricas
222 Progressões Aritméticas e geométricas
224 Juros simples
226 Juros compostos

Degrau Cultural 193

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THATYML
Matemática

194 Degrau Cultural

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THATYML
Matemática

NÚMEROS INTEIROS RELATIVOS (Z)


Ao conjunto formado pelos números positivos, o zero É um número que tem para valor absoluto a diferença
e os números negativos, chamamos conjunto dos nú- entre os valores absolutos das parcelas. O sinal do
meros inteiros relativos. resultado é igual ao sinal da parcela de maior valor
Ex.: -3, -1, 0, +2, +4, etc. absoluto.
Ex.: (+5) + (-2) = +3; (-5) + (+2) = -3; (+7) + (-3) = +4
Módulo (Valor Absoluto)
A todo número relativo, faz-se corresponder um nú- b) Multiplicação
mero positivo ou nulo, denominado valor absoluto ou Quando os sinais são iguais, o resultado é positivo, e,
módulo. Usam-se duas barras para indicá-lo. quando os sinais são diferentes, o resultado é negativo.
Ex.: |+3| = 3; |+7| = 7; |0| = 0; |-5| = 5; |-9| = 9 Ex.: (+3) . (+2) = +6; (-7) . (-5) = +35; (-8) . (+3) = -24;
(+3) . (-7) = -21
Simétrico
Dois números relativos são simétricos quando têm o c) Divisão
mesmo valor absoluto e sinais contrários. Para se dividir dois números relativos, divide-se o va-
Ex.: +7 e -7; -1 e +1 lor absoluto do dividendo pelo valor absoluto do divi-
Obs.: O oposto de zero é ele mesmo. sor, e dá-se, ao resultado, o sinal positivo, quando
esses números tiverem o mesmo sinal, e o sinal ne-
Representação gativo, quando os sinais forem diferentes.
A cada número, associamos um ponto de uma reta, Ex.: (+18) : (+6) = +3; (-21) : (-7) = +3; (-12) : (+4) = -3
chamada reta numerada. Sobre esta reta, marque-
mos um ponto 0 (zero) origem, a partir do qual medi- d) Subtração
mos, à sua direita, os inteiros positivos, e, à sua es- Para subtrair dois números relativos, somamos ao
querda, os inteiros negativos, assim: primeiro o simétrico do segundo.
Ex.: (-4) - (-6) = -4 + (+6) = +2;
(+3) - (+8) = (+3) + (-8) = -5;
(-1) - (+7) = (-1) + (-7) = -8

e) Potenciação
Comparação Potenciação é um produto de fatores iguais à base,
⇒ ( > ) Maior que; ( < ) Menor que sendo tomados tantos fatores quanto for o expoente.
a) O zero é o menor de qualquer número positivo e o expoente
maior que qualquer número negativo. 2 . 2 . 2 . 2 . 2 = 25 = 32 potência
Ex.: 0 < +4; 0 < +1; 0 > -2; 0 > -5. base
b) Todo número negativo é menor que qualquer nú- 5 fatores
mero positivo. Ex.: 3 . 3 . 3 = 33 = 27; 5 . 5 = 52 = 25
Ex.: -7 < +1; -5 < +5; -3 < +2.
c) Todo número positivo é maior que qualquer núme- Obs.:
ro negativo. a) quando a base é positiva, a potência é positiva.
Ex.: +1 > -1; +4 > -5; +10 > -20. b) quando a base é negativa, o sinal da potência de-
d) Entre números positivos, o menor é aquele que pende do expoente:
possui menor valor absoluto. - base negativa e expoente par - potência positiva
Ex.: +2 < +4; +5 < +6; +9 < +11. Ex.: (-5)2 = (-5) x (-5) = +25
e) Entre números negativos, o menor é aquele que - base negativa e expoente ímpar - potência negativa
possui maior valor absoluto. Ex.: (-5)3 = (-5) x (-5) x (-5) = (+25) x (-5) = -125
Ex.: -5 < -3; -10 < -2; -3 < -1.
PROPRIEDADES DA POTENCIAÇÃO
OPERAÇÕES I - Para multiplicar-se potências de mesma base, con-
a) Adição serva-se a base, e somam-se os expoentes.
1º caso: adição de números positivos: am . an = am+n
É um número positivo, cujo valor absoluto é igual à Ex.: (-2)2 . (-2)3 = (-2)5 = -32
soma dos valores absolutos das parcelas. II - Para dividir potências de mesma base, conserva-
Ex.: (+4) + (+6) = +10; (+3) + (+5) = +8 se a base, e subtraem-se os expoentes.
am : an = am-n
2º caso: adição de números negativos: Ex.: (5)5 : (5)3 = (5)2 = 25
É um número negativo, cujo valor absoluto é igual à III - Para elevar-se uma potência a um novo expoente,
soma dos valores absolutos das parcelas. conserva-se a base, e multiplicam-se os expoentes.
Ex.: (-3) + (-2) = -5; (-5) + (-2) = -7 (am)n = am.n
3º caso adição de números relativos de sinais Ex.: [(+3)4]2 = (+3)4.2 = (+3)8
contrários:

Degrau Cultural 195

01_numeros inteiros_relativos.pmd 195 30/9/2010, 09:47


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Matemática

IV - Potência de um produto: eleva-se cada fator ao As operações seguem a seguinte prioridade


expoente do produto. 1) radiciação e potenciação
(a . b . c)m = am . bm . cm 2) multiplicação e divisão
Ex.: [(-2) . (+1) . (-3)]2 = (-2)2 . (+1)2 . (-3)2 = 4 . 1 . 9 = 36 3) adição e subtração
As operações são realizadas da esquerda para a di-
V - Para se elevar uma fração a um dado expoente, reita na ordem que aparecerem, seguindo-se sempre
eleva-se cada termo da fração a esse expoente. a prioridade.

EXERCÍCIOS

01. O produto de (-5) . (-8) é:


a) - 13 c) + 40
b) + 3 d) + 13
Obs.:
1) Todo número diferente de zero elevado ao 02. O número que somado a 4 dá como resultado
expoente zero é igual a 1. - 8 é:
a0 = 1 a) - 12 c) - 16
Ex.: 1.0000 = 1; 50 = 1 b) - 4 d) + 12
2) Todo número elevado ao expoente 1 é igual ao 03. O quociente de (- 45) : (+ 9) é:
próprio número. a) -36 c) 54
a1 = a b) -5 d) impossível
Ex.: 1.0001 = 1.000; 51 = 5
04. O módulo de (- 12) é:
VI - Toda a potência cujo expoente inteiro é negativo a) 0 c) 12
é igual a uma fração de numerador igual a 1 e de b) -12 d) 10
denominador igual à mesma potência, mas com ex-
poente positivo. 05. O módulo da soma de (- 12) + (- 4) + (-8) é:
a) -24 c) -16
b) 0 d) +24

06. O simétrico da soma de (- 9) + (- 2) é:


a) +11 c) -11
b) -7 d) +7

07. O valor de (+ 20) - (+ 10) é:


a) 30 c) - 30
b) 10 d) - 10

POTÊNCIAS DE BASE 10 08. O número que eu devo subtrair de 7 para se ob-


ter -11 é:
Toda potência de base 10 é igual a 1, seguido de tan- a) 18 c) - 4
tos zeros quantos forem as unidades do expoente. b) 4 d) - 18
Ex.: 102 = 100; 105 = 100.000
09. O valor de [(-2)3]2 é:
Quando o expoente é negativo, colocam-se os zeros a) - 8 c) - 12
à esquerda do 1. b) - 64 d) 64
Ex.: 10-2 = 0,01; 10-5 = 0,00001
10. Resolvendo , tem-se:
Obs.: 10-2 = = 0,01

Então, qualquer número decimal pode ser escrito a) c) 1


como produto de um número natural por uma potên-
cia de 10 com expoente negativo. b) 0 d) _
Ex.: 0,008 = 8 . 0,001 = 8 x 10-3

EXPRESSÕES
Efetua-se, primeiramente, as operações entre parên-
teses ( ) , a seguir as que estão entre colchetes [ ]
e finalmente as que estão dentro das chaves { }

196 Degrau Cultural

01_numeros inteiros_relativos.pmd 196 30/9/2010, 09:47


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Matemática

11. 2 -1 corresponde a: 19. Dados os números


a = (-1)3 + 2 + (-2)2 ,
a) 2x1 b = (-2)3 + 22 + 2 e
c = (-1)3 + (-3)2 + (-2)2 , pode-se afirmar que :
b) a) a < b < c b) a < c < b
c) b < a < c d) b < c < a
c)
20. Se a = (-1)2 + (-1)3 e b = (-1)2 - (-1)3 então qual
d) -2 é o valor de a – b?
a) 0 c) 4
12. O quociente de (-2)8 : (-2)4 é: b) 2 d) - 2
a) 16
b) -12 21. O valor da expressão abaixo é:
c) 64 13 [ - 5 + 11 ( - 6 + 4) – 3 ( 2 – 4) ]
d) -16 a) - 429 c) 143
b) - 273 d) 299
13. Transformando 600 em potência de 10, temos:
a) 6 x 10- 1 22. (-256) : (-16) + (+11) x (-10) =
b) 6 a) 126 c) - 94
c) 6 x 101 b) 94 d) - 126
d) 6 x 102
23. 28 : (-4) + 9 x (-1) – 3 x ( 5 – 16)
14. O valor de 22 . 3 é: a) - 49
a) 62 b) 17
b) 12 c) 35
c) 18 d) 49
d) 9
24. -3 . [ 4 – 15 : 3 : 5 ] =
15. corresponde a: a) -9
b) -3
a) 0,1 c) 3
b) 0,01 d) 9
c) 1 x 101
d) 10 x 10 25. (5 – 7) . 3 + (11 – 9) . 3 =
a) 0
16. Resolvendo (+1)3 . (+1)3, temos: b) 8
a) 3 c) 12
b) 9 d) 16
c) 13
d) 1

17. (4.021)1 x (1.000)0 é igual a:


a) 4.021.000
b) 0
c) 4.021
d) 1.000 GABARITO

18. Se 14x = 1, então o valor de x é:


01. C 02. A 03. B 04. C 05. D
a) 1
b) 0 06. A 07. B 08. A 09. D 10. C
c) 14 11. B 12. A 13. D 14. B 15. A
d) não existe
16. D 17. C 18. B 19. C 20. D
21. B 22. C 23. B 24. A 25. A

Degrau Cultural 197

01_numeros inteiros_relativos.pmd 197 30/9/2010, 09:47


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Matemática

NÚMEROS RACIONAIS (Q)


Números racionais são os números que podem ser Módulo ou valor absoluto:
escritos sob a forma , com a e b inteiros e b ≠ 0.

O quociente da divisão de um número natural a por


Oposto ou simétrico:
outro natural b, com b ≠ 0, é um número racional que
Para qualquer número racional a existe o oposto ou
pode ser representado por uma fração.
simétrico representado por -a.
· Quando a é múltiplo de b, o quociente é um núme-
ro racional inteiro.

Comparação de números racionais


Quando os dois números racionais são representa-
As regras de sinais para este tipo de quociente são
dos por frações:
as válidas para os números inteiros relativos.
a) reduzimos as duas frações a um mesmo denomi-
Ex.: (+6) : (+2) = +3 = 3 ; (-6) : (+2) = - 3
nador positivo;
(+6) : (-2) = -3 ; (-6) : (-2) = +3 = 3
b) comparamos os denominadores obtidos entre si.
· Quando a não é múltiplo de b, o quociente é um Ex. 1) e
número racional fracionário. Ex. 14 : 6 =
Reduzindo ao mesmo denominador temos: e .
Neste caso, se a e b têm o mesmo sinal, o quocien-
te é um número racional positivo que obtemos divi-
dindo o valor absoluto de a pelo de b.

Ex. 2)

Reduzindo ao mesmo denominador temos: e .


Se a e b têm sinais contrários, o quociente é um
número racional negativo, representado por uma fra- Como -55 < -48, temos e então:
ção, cujo numerador é |a| e o denominador é |b| pre-
cedida pelo sinal -.
.
Ex.: (-14) : (+6) = Observações:
• Todos os racionais negativos são menores que zero;
(+14) : (-6) = • Zero é menor que todos os racionais positivos;
• Todo racional negativo é menor que qualquer racio-
Observações importantes: nal positivo.
a) O mesmo número racional pode ser representado
por diferentes frações, todas equivalentes entre si. OPERAÇÕES
a) Adição
Pode ser realizada da seguinte forma:
1) reduzimos as duas frações ao mesmo denomina-
b) Um número racional pode ser representado por dor positivo;
um número decimal (exato ou periódico). 2) somamos os numeradores (que são números in-
teiros)
Exemplos:

198 Degrau Cultural

02_NUMEROS_RACIONAIS.pmd 198 30/9/2010, 09:47


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Matemática

b) Subtração 4) Potências com expoente negativo: seu valor é


A diferença entre dois números a e b pode ser calcu- igual ao da potência cuja base é o inverso da base
lada somando-se a com o oposto ou simétrico de b. dada e cujo expoente é o oposto do expoente dado.
Exemplos:

PROPRIEDADES
1) Para multiplicarmos potências de mesma base,
conservamos a base e somamos os expoentes.

Soma algébrica
É a indicação de uma soma sem o sinal de opera-
ção.

c) Multiplicação
A operação de multiplicação entre dois números ra-
cionais pode ser realizada da seguinte forma: 2) Para dividirmos potências de mesma base, nós
a) damos ao produto o sinal + se os fatores tiverem conservamos a base e subtraímos os expoentes.
sinais iguais ou damos ao produto o sinal – se os
fatores tiverem sinais contrários.
b) multiplicamos os numeradores das frações da-
das, obtendo o numerador do produto.
c) multiplicamos os denominadores das frações da-
das, obtendo o denominador do produto.
Ex.:

3) Para elevarmos uma potência a certo expoente,


conservamos a base e multiplicamos os expoentes.
d) Divisão
Calcula-se a divisão de a por b, multiplicando-se a Ex.:
pelo inverso de b.
Ex.:

4) Um produto elevado a um dado expoente é igual


e) Potenciação ao produto das potências que são obtidas elevando-
1) Potências com expoente zero: seu valor é 1, qual- se cada fator ao expoente dado.
quer que seja a base.
2) Potências com expoente um: seu valor é igual a
base.
3) Potências com expoente maior que um: seu valor 5) Um quociente elevado a um dado expoente é igual
é obtido calculando-se o produto de tantos fatores ao quociente das potências que são obtidas elevan-
iguais à base quanto seja o expoente. do-se dividendo e divisor ao expoente dado.

Ex.:

Degrau Cultural 199

02_NUMEROS_RACIONAIS.pmd 199 30/9/2010, 09:47


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Matemática

EXERCÍCIOS
06. Assinale a afirmação verdadeira:
01. O numeral decimal 0,0725 pode ser escrito na
forma de fração como: a)

a)
b)

b)
c)

c)
d)
d)

07. O maior entre os números ,


02. Dados os números racionais

podemos afirmar que: e é:

a)

b) a)

c) b)

d)
c)

03. Efetuando-se , obtém-se d)

um número racional cujo valor absoluto é:

a) c)

b) d)

04. O valor da expressão é

um número racional, cujo oposto é:

a) c)

b) d)

05. O valor da expressão é um

número racional:
a) menor que -8 GABARITO
b) maior que -8 e menor que -5
c) maior que -5 e menor que -2 01. B 02. A 03. B 04. C
d) maior que -2 05. C 06. D 07. C

200 Degrau Cultural

02_NUMEROS_RACIONAIS.pmd 200 30/9/2010, 09:47


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Matemática

NÚMEROS REAIS (R)


O conjunto formado pelos números racionais e pelos
números irracionais é chamado conjunto dos núme-
ros reais e é representado por R.
Números irracionais têm representação decimal infi-
nita não periódica. (dízimas não periódicas)
Qualquer número que tenha representação decimal
(finita, infinita periódica ou infinita não periódica) é
um número real.

OPERAÇÕES EM R:
As propriedades das operações de adição, subtra-
ção, multiplicação, divisão, potenciação e radiciação
com os números reais são semelhantes às opera-
ções com os números racionais.

EXERCÍCIOS

01. O valor da expressão é:

a) d) 2
b) 6 e) 3
c) 1

02. O valor da expressão é:

03. O valor da expressão é:


a) 1 d) 16
b) 9 e) 8
c) 7

04. A escrita decimal do número é:


a) 0,010101... d) 0,01
b) 0,111... e) 0,001
c) 0,1
05. Considere as afirmações:

I- é um número real ( )
II - é um número real ( )
III - é um número real( )
Associando V ou F às afirmações, temos:
a) V, V, V d) V, F, V
b) F, F, F e) F, F, V
c) V, F, F

GABARITO
01. B 02. A 03. E 04. A 05. D

Degrau Cultural 201

03_NUMEROS_REAIS.pmd 201 30/9/2010, 09:47


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Matemática

SISTEMA LEGAL DE MEDIDAS


Medir uma grandeza é compará-la com outra de mes- Centímetro quadrado = cm2 = 0,0001 m2
ma espécie chamada de UNIDADE-PADRÃO. Milímetro quadrado = mm2 = 0,000001 m2
Obs.: Cada unidade de superfície é 100 vezes maior
UNIDADES DE COMPRIMENTO que a unidade imediatamente inferior, e 100 vezes me-
No século passado, foi criada uma unidade-padrão in- nor que a unidade imediatamente superior.
ternacional para medir comprimentos: o METRO, cujo
símbolo é m. Conversão das unidades de área :
Nota: Para efetuarmos as operações com unidades de É feita deslocando-se a vírgula o dobro do número de
medidas diferentes, devemos, antes, convertê-las para casas, e no mesmo sentido que corresponder à mu-
uma mesma unidade de medida. dança.
Ex.:
Múltiplos e submúltiplos do metro: a) 132 dam2 = _____ m2
Quilômetro = 1 km = 1000 m 132 dam2 = 13.200 m2
Hectômetro = 1 hm = 100 m A vírgula desloca-se duas casas para a direita.
Decâmetro = 1 dam = 10 m b) 32 m2 = _____ dm2
Metro = m = 1 m 32 m2 = 3.200 dm2
Decímetro = 1 dm = 0,1 m A vírgula desloca-se duas casas para a direita.
Centímetro = 1 cm = 0,01 m c) 3.204 cm2 = _____ m2
Milímetro = 1 mm = 0,001 m 3.204 cm2 = 0,3204 m2
Obs.: Cada unidade é dez vezes maior que a unidade A vírgula desloca-se quatro casas para a esquerda.
imediatamente inferior.
Ex.: 1 km = 10 hm; 1 hm = 10 dam, etc. UNIDADES AGRÁRIAS
Na agricultura, usam-se outras unidades de área. Nes-
Conversão das unidades de comprimento: sas unidades, a unidade-padrão é o are. Um are equi-
É feita deslocando-se a vírgula o mesmo número de vale a 1 dam2. Seu símbolo é a.
casas, e no mesmo sentido que corresponde à mu- 1 a = 1 dam2 = 100 m2
dança. O múltiplo do are é o hectare, que vale 100 ares. Seu
Ex.: Transformar: símbolo é ha.
1 ha = 100 a
1 ha = 1 hm2 = 10.000 m2
O submúltiplo do are é o centiare, que vale 0,01 are.
Seu símbolo é ca.
1 ca = 0,01 a
1 ca = 1 m2

Ex.: Transformar:
a) 3a em ca
3a = 300 ca
A vírgula desloca-se duas casas à direita.
b) 32,8 a em ha
32,8 a = 0,328 ha
A vírgula desloca-se duas casas à esquerda.

UNIDADES DE VOLUME
Chamamos de volume a medida do espaço ocupado
por um sólido, em certa unidade.
Unidade-padrão: metro cúbico - m3
Obs.: O metro cúbico é o espaço ocupado por um cubo
UNIDADES DE SUPERFÍCIE (área) de 1 m de aresta.
Área é a medida de uma superfície, em uma certa uni-
dade.
Múltiplos e submúltiplos:
Unidade-padrão: metro quadrado - m2
Quilômetro cúbico = km3
Metro quadrado é a área de um quadrado de 1 m de
Hectômetro cúbico = hm3
lado.
Decâmetro cúbico = dam3
Metro cúbico = m3
Múltiplos e submúltiplos do metro quadrado:
Decímetro cúbico = dm3
Quilômetro quadrado = km2 = 1.000.000 m2
Centímetro cúbico = cm3
Hectômetro quadrado = hm2 = 10.000 m2
Milímetro cúbico = mm3
Decâmetro quadrado = dam2 = 100 m2
Obs.: Uma unidade de volume é 1.000 vezes maior que
METRO quadrado = m2 = 1 m2
a unidade imediatamente inferior, e 1.000 vezes menor
Decímetro quadrado = dm2 = 0,01 m2

202 Degrau Cultural

04_UNIDADES_DE_MEDIDAS.pmd 202 30/9/2010, 09:47


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Matemática

que a unidade imediatamente superior. Conversão das unidades de capacidade:


1 km3 = 1.000 hm3; 1 hm3 = 1.000 dam3; etc. É feita deslocando-se a vírgula o mesmo número de
casas, e no sentido que corresponder à mudança.
Conversão das unidades de volume: Ex.:
É feita deslocando-se a vírgula o triplo do número de a) 15 = _______ dal
casas, e no mesmo sentido que corresponder à mu- 15 = 1, 5 dal
dança. A vírgula desloca-se uma casa para a esquerda.
b) 4,105 = _______ cl
Ex.:
4,105 = 410,5 cl
a) 3,01 m3 = ______ dm3
A vírgula desloca-se duas casas para a direita.
3,01 m3 = 3.010 dm3
A vírgula desloca-se três casas decimais para a
RELAÇÃO ENTRE AS UNIDADES
direita.
Relação entre as unidades de volume e unidades de
capacidade:
b) 7.683 dm3 = _____ m3 1 m3 = 1.000 dm3 = 1.000l
7.683 dm3 = 7,683 m3 1 m3 = 1kl
A vírgula desloca-se três casas decimais para a es- 1 dm3 = 1l
querda. 1 cm3 =1ml

VOLUME DE UM SÓLIDO UNIDADES DE MASSA


Para medir um sólido, basta compará-lo com outro Quilograma = kg
sólido, tomado como unidade. Hectograma = hg
Decagrama = dag
Volume de um Bloco Retangular Grama = g
Um bloco retangular é um sólido de três dimensões Decigrama = dg
(comprimento, largura e espessura). Centigrama = cg
São blocos retangulares: caixas, livros, tijolos, salas Miligrama = mg
etc... Obs.: Cada unidade de massa é 10 vezes maior que a
Para determinar o volume, multiplicam-se as três di- unidade imediatamente inferior e 10 vezes menor que
mensões. a unidade imediatamente superior.
Ex.: Determinar o volume de um bloco medindo 4 cm, - 1 tonelada (t) = 1.000 kg
5 cm e 10 cm.
Conversão das unidades de massa:
V=axbxc
É feita deslocando-se a vírgula o mesmo número de
V = 4 x 5 x 10 = 200 cm3 casas, e no mesmo sentido que corresponder à mu-
dança.
Ex.:
a) 6 kg ______ g
6 kg = 6.000 g
A vírgula desloca-se três casas para a direita.
b) 512 mg ______ g
Volume do Cubo 512 mg = 0,512 g
A vírgula desloca-se três casas para a esquerda.
Nota: Antes de efetuarmos as operações, devemos
converter para uma mesma unidade de medida.

VCUBO = a x a x a = a3
Ex.: Calcule o volume do cubo cujas arestas medem:
a) 1 cm V = 1 cm x 1 cm x 1 cm = 1 cm3
b) 3 cm V = 3 x 3 x 3 = 27 cm3
UNIDADE DE CAPACIDADE
Unidade-padrão: litro - l
Múltiplos e submúltiplos
Quilolitro = kl
Hectolitro = hl
Decalitro = dal
Litro = l
Decilitro = dl
Centilitro = cl
Mililitro = ml
Cada unidade de capacidade é 10 vezes maior que a
unidade imediatamente inferior e 10 vezes menor que
a unidade imediatamente superior.

Degrau Cultural 203

04_UNIDADES_DE_MEDIDAS.pmd 203 30/9/2010, 09:47


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Matemática

RAZÕES E PROPORÇÕES
RAZÃO 05. Qual é a razão entre 2 dias e uma semana?
Dados dois números a e b, sendo b ≠ 0, chama-se
1 semana = 7 dias → Razão =
razão de a para b o quociente ou a : b.
Na razão a : b, a é o primeiro termo, ou antecedente, e 06. Qual a razão entre 1,5 hl e 9 hl?
b é o segundo termo, ou conseqüente. 1,5 hl = 15 hl → Razão:
Na razão ou a : b, lemos a está para b.
07. Qual é a razão entre 1,2 e 2 ?
Obs.: Uma razão é representada por uma fração.
Portanto, todas as propriedades das frações valem
para as razões.

A razão inversa de , com a ≠ 0 e b ≠0. Razão: seis para onze.


Ex.: Se a razão entre os números a e b, nesta ordem, é
0,75, então a razão entre os números a + b e b é: PROPORÇÃO
Resolução: Chama-se proporção a igualdade entre duas razões.
Indicamos por: ou a : b = c : d
E lemos: a está para b, assim como c está para d.
a - 1º termo c - 3º termo
b - 2º termo d - 4º termo
a e d - são os extremos da proporção
b e c - são os meios da proporção
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS:
Propriedade Fundamental:
01. Na minha classe há 40 alunos, dos quais 25 são O produto dos meios é igual ao produto dos extremos.
meninas. Qual é a razão do número de meninas para
o de alunos da classe? = (b ≠ 0 e d ≠ 0) ⇒ a . d = b . c
nº de meninas = 25
nº de alunos = 40
Numa proporção, podemos:
razão 25 : 40 ou - Alternar - é permutar meios ou extremos:

02. Qual é a razão igual a , cujo antecedente igual a 6?

Como 6 : 3 = 2, temos - Inverter - é inverter as razões:

Logo, é a razão igual a com antecedente igual a 6.

- Transpor - é trocar a posição das razões:


03. A razão entre 10 minutos e 1 hora é:

EXERCÍCIO RESOLVIDO:
04. Em uma classe mista o nº de rapazes é 20 e o de
moças é 16. Calcule a razão do nº de rapazes para nº
de moças: Dada a proporção: . Calcular o valor de x,
aplicando a propriedade fundamental:
Quociente: , isto é, 5 para 4 ou 5 está para 4.
Podemos também expressar a razão do seguinte modo 2 (2x + 1) = 3 × 6
→ 20:16 ou 5:4. 4x + 2 = 18
De um modo geral a razão entre dois nºs a e b se 4x = 16 ∴ x = 4
indica por a : b ou de a para b” ou “razão entre a e b”
Resp.: x é igual a 4.
ou indica, por “a está para b”.

Na razão → é o antecedente, b é o conseqüente

204 Degrau Cultural

05_razao e proporcao.pmd 204 30/9/2010, 09:47


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Matemática

Propriedades das proporções: Chamemos os dois nOS de a e b


Em toda proporção, a soma (ou diferença) dos
antecedentes está para a soma (ou diferença) dos
conseqüentes, assim como cada antecedente está temos:
para seu o conseqüente.
Vamos usar, aqui, a propriedade da soma dos termos

de uma proporção, isto é: (poderíamos,

também, ter: (usemos a propr.


Propriedade da soma e da diferença dos termos em
fundamental)
uma proporção

Resposta: a = 15

Substituindo a = 15 na proporção, temos:

Resposta: os nºs são 15 e 35

ESCALA
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS Na vida prática, utiliza-se a ESCALA, porque nem
sempre é possível desenhar os objetos em tamanho
natural.
01. Exemplo : Escala é a relação que existe entre as dimensões dos
objetos reais e as de sua representação.
Os nºs 6, 8, 9 e 12 são chamados termos da proporção; A escala natural: o desenho tem as mesmas
o 6 e o 12 são chamados extremos; o 8 e o 9 são dimensões do objeto real. 1 : 1 (1 para 1)
chamados meios. 1 cm normal do desenho é igual a 1 cm do objeto.
Escala de redução: a representação gráfica é menor
Assim na proporção: ⇒ 3 e 4 são os extremos que a dimensão do objeto. 1 : 2 (1 para 2)
1 cm normal do desenho equivale a 2 cm do objeto.
e 2 e 6 são os meios Escala de aumento: a representação gráfica de uma
dimensão é maior que a do objeto. 2 : 1 (2 para 1)
02. Calcular o valor do termo desconhecido nas 2 cm do desenho equivalem a 1 cm do objeto.
proporções. ESCALA ⇒ 1 : n

a) ⇒ Usaremos, aqui, a Propriedade Funda-


mental das Proporções:
“Em toda proporção, o produto dos extremos é igual
ao produto dos meios”. Ex.: A planta de uma casa está na escala 1 : 50. Um
comprimento de 8 cm na planta corresponde a quan-
tos metros na realidade?

Resposta: x = 8

b) 5 : 10 = 7 : x
extremos: 5 e x
meios: 10 e 7

Resposta: x = 14

03. A soma de dois números é 50, e a razão entre eles

é . Determine esses números.

Degrau Cultural 205

05_razao e proporcao.pmd 205 30/9/2010, 09:47


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Matemática

REGRA DE TRÊS
SIMPLES - quando envolve, apenas, duas grande- 01. Em 6 dias, aprontar-se-iam 720 uniformes esco-
zas lares, em 16 máquinas de costura. Em quantos dias
poderiam ficar prontos 2.160 uniformes iguais, se fo-
a) Direta - quando as grandezas variam no mesmo ram utilizadas só 12 máquinas?
sentido (diretamente proporcionais)
- Grandezas diretamente proporcionais: duas grande-
6 dias 720 unif. 16 máquinas
zas são diretamente proporcionais se, ao aumentarmos
os valores de uma delas, os valores correspondentes x 2.160 unif. 12 máquinas
da outra aumentarem na mesma razão.
Ex.: Para estabelecer o sentido das setas, consideram-se
1) Número de pessoas e quantidade de alimentos ne- as grandezas número de uniformes e número de má-
cessária para alimentá-las; quinas, cada uma em separado, com o número de dias.
2) Quantidade de tecido e quantidade de tinta usada
para tingi-lo.  dias uniformes 
 dias máquinas 
b) Inversa - quando as grandezas variam em sentidos
opostos (inversamente proporcionais)
Colocam-se, a seguir, todas as setas no mesmo senti-
- Grandezas inversamente proporcionais: duas gran-
do; para isso, invertem-se os valores correspondentes
dezas são inversamente proporcionais se, ao aumen-
da terceira grandeza:
tarmos os valores de uma delas, os valores correspon-
dentes da outra diminuem na mesma razão.
Ex.: 6 720 12
1) Número de operários e número de dias em que se x 2.160 16
faz um certo trabalho;
2) Número de torneiras que enchem um reservatório e
tempo gasto para enchê-lo.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS:

01. Comprei 6 bolas de borracha por R$ 840,00. Quan-


to pagaria por 10 bolas? Resposta: Serão necessários 24 dias.

AUMENTOU  06 bolas 840 AUMENTA 02. Para alimentar 15 cavalos, durante 11 dias, são
10 bolas x  TAMBÉM necessários 2.200 kg de alfafa. Perdendo-se 7 cava-
los, em quanto tempo serão consumidos 1.280 kg de
alfafa?
Como são grandezas diretamente proporcionais,

15 cavalos 11 dias 2.200 kg


8 cavalos x dias 1.280 kg
Resp.: Por 10 bolas de borracha, pagaria R$ 1.400,00.

02. Se 8 máquinas gastam 6 dias de trabalho para fa-


zer um aterro, quanto tempo gastariam 12 máquinas
Resposta: 12 dias
iguais àquelas, para realizarem o mesmo aterro?

AUMENTOU  08 máq 6 dias TEMPO


12 máq x  DIMINUI

Como são grandezas inversamente proporcionais,

.
Resp.: 12 máquinas realizarão o aterro em 4 dias.
COMPOSTA
Obs.: Se uma grandeza é diretamente proporcional a
várias outras, então os valores que exprimem sua me-
dida são diretamente proporcionais aos produtos dos
valores correspondentes das outras.
No caso do problema envolver três ou mais grandezas,
então é a da regra de três composta.
Veja os exemplos:

206 Degrau Cultural

06_REGRA_DE_TRES.pmd 206 30/9/2010, 09:47


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PORCENTAGEM
Porcentagem ou percentagem é qualquer razão cujo 05. Certa mercadoria foi vendida por um comerciante
conseqüente é 100, ou uma fração decimal cujo deno- por R$ 3.000,00 obtendo assim um lucro de 25%
minador é 100. Símbolo - % sobre o preço de custo. Calcular o custo da mer-
cadoria para o comerciante.
O custo (C) é igual ao preço de venda (3.000) me-
nos o lucro (L):
C = 3000 - L (equação 1)
Fração centesimal – chamamos de fração centesimal O lucro (L) é igual 25% sobre o preço de custo:
a fração cujo denominador é igual a 100. L = 0,25 . C (equação 2)
Substituindo o L da equação 1 pelo membro direi-
Exemplos: to da equação 2, obtemos o seguinte:
C = 3 000 - 0,25 . C
Toda fração centesimal pode ser representada por um Passando - 0,25C para o primeiro membro,
número decimal.
C + 0,25C = 3000
Por exemplo, as frações anteriores podem ser assim
representadas: 0,09; 0,23; 0,40; 1,21.
Entretanto, existe uma outra forma de representar as 1,25C = 3000 →
frações centesimais que é a seguinte:
Resposta: o preço de custo será igual a R$ 2400,00

06. Um exame de seleção, ao qual se apresentam


Os valores 9%, 23% etc. são chamados de TAXAS POR- 2.500 candidatos, 20% são reprovados. Qual é o
CENTUAIS.
número destes?
Para calcularmos a taxa percentual de um valor, basta
multiplicarmos a taxa pelo valor.
Candidatos Reprovados
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS: 100 20
2.500 x
01. Em minha classe, dos alunos são meninos.
Qual a percentagem de meninos? x= = 500

07. Em certo minério, há 16% de metal puro. Em 45,8


Logo, a percentagem de meninos é 60%. kg desse minério quanto há de impureza?
Em cada 100 kg de minério há 100 -16 = 84 kg de
02. Se 25% de uma certa quantia são R$ 150,00, qual impurezas (84%)
é o valor dessa quantia?
Minério Impureza
100 84
Resp.: A quantia é de R$ 600,00. 45,8 x

03. Obtive uma economia de R$ 4.800,00, quando me


deram 12% de desconto sobre algumas compras.
Qual o valor da mercadoria?
12% 4.800
100% x 08. Na falência de certo comerciante, a massa foi de
40% do passivo, que atingia a R$ 2.500.000. As
despesas judiciais e outras somaram a R$ 50.000.
Quanto locará a um credor de R$ 500.000?
Resp.: O valor da mercadoria é de R$ 40.000,00. Sendo a massa 40% do passivo a R$ 2.500.000,
que diminuídas das despesas de R$ 50.000, pro-
04. Na compra de um sapato no valor de R$ 40,00, duziu o líquido de R$ 950.000,00.
obtive um desconto de 5%. Quanto economizei?
Vamos chamar de D o desconto obtido na compra
do sapato. Sendo assim D será determinado da
seguinte maneira: que diminuídas das despesas de R$ 50,000,pro-
D = 5% . 40 = 0,05 . 40 = 2
Portanto, economizei R$ 2,00. duziu o líquido de R$ 950.000,000:

Credores Líquido
2.5000.000 950.000
500.000 x

Degrau Cultural 207

07_porcentagem.pmd 207 30/9/2010, 09:47


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09. Na liquidação de uma falência os credores rece-

beram % de seus créditos. Havendo um dos


credores recebido R$ 36.250, deseja-se saber qual E deveria ser vendida por:
era o valor de seu crédito e de quantos por cento
foi o prejuízo dos credores nessa falência. (Conc. Custo Venda
B. Brasil - Salvador) 100 100 + 15 = 115
236.000 x

04. Vendi uma chácara por R$ 262.500,00 recebendo


5% de lucro sobre o custo. Quanto ame custará a
chácara?

Venda Custo
105 100
262.500 x

OPERAÇÕES SOBRE MERCADORIAS


EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
05. Maria vendeu por R$ 152.500,00 um terreno ue
01. Adquirindo um terreno por R$ 800.000,00 e ven- comprara por R$ 125.000,00. De quantos por cen-
dendo-o com 12% de lucro, quanto ganho? to sobre o custo representa o lucro obtido?
SOLUÇÃO:
Custo Lucro O custo foi = 152.500 - 125.000 = 27.500
100 12
800.000 x Custo Lucro
125.000 27.5000
100 x

02. Determinar por quanto se deve vender certa mer-


cadoria, comprada por R$ 35.000,00 para se obter
o lucro 6,7% sobre o preço de custo. (Conc. B. Bra-
sil - Franca) 06. Vendi uma lambreta usada, que me havia custado
R$ 50.00 com 20% de prejuízo sobre o custo. Qual
Custo Venda foi o prejuízo?
100 100 + 6,7 = 106,7 SOLUÇÃO
35.000 x
Custo Prejuízo
100 20
50.00 x

03. Certa mercadoria foi vendida por R$ 206.028,00


com o prejuízo de 12,7% sobre o preço de compra.
Por quanto deveria ser vendida para dar o lucro de
15% sobre o custo? 07. Um carro é vendido por 85.000 dá o lucro de 20%
sobre o preço da venda. Qual é o lucro?
SOLUÇÃO
A mercadoria custou: Venda Lucro
100 20
85.000 x

208 Degrau Cultural

07_porcentagem.pmd 208 30/9/2010, 09:47


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08. Um relógio, vendido por R$ 14.000,00 deu prejuí-


zo de 20% sobre a venda. Qual foi o prejuízo?
SOLUÇÃO

Venda Prejuízo
100 20
14.000 x

Degrau Cultural 209

07_porcentagem.pmd 209 30/9/2010, 09:47


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EQUAÇÕES DO 1º GRAU

Equações ⇒ sentenças matemáticas abertas, expres- Nota: A equação do 1º grau admite uma única solução.
sas por uma igualdade.
EQUAÇÕES EQUIVALENTES

São aquelas que, sobre o mesmo conjunto universo,


têm a mesma solução (mesmo conjunto verdade).
Ex.:

Quando a sentença matemática é fechada, podemos


afirmar quando é falsa ou verdadeira.
Ex.: 5 - 8 = 4 (F) 16 + 5 = 21 (V)

EQUAÇÃO DO 1º GRAU
É a igualdade entre duas expressões numéricas, com
o expoente da variável igual a um.
Ex.: x + 4 = 3x + 8; y - 1 = 5

As variáveis são chamadas, também, de incógnitas. PROBLEMAS DO 1º GRAU


As expressões numéricas separadas pelo sinal de
igualdade (=) chamam-se membros, e cada membro é Existem problemas que, traduzidos para a linguagem
composto de termos. Num termo, o fator numérico que matemática, resultam numa equação do 1º grau. As-
acompanha a variável é chamado de coeficiente. sim sendo, veja alguns exemplos:

RESOLUÇÃO DAS EQUAÇÕES DO 1º GRAU


a) Eliminamos os sinais auxiliares, se houver.
b) Eliminamos os denominadores, se houver.
c) Conservamos, no 1º membro, os termos com in-
cógnitas, e, no 2º membro, os termos sem incóg-
nita.
d) Quando um termo trocar de membro, ele muda o
sinal da operação. Para se resolver um problema do 1º grau, são neces-
e) Quando o coeficiente da incógnita for negativo, sárias 3 fases:
multiplicamos toda a equação por (-1).
f) O coeficiente da incógnita passa para o outro mem-
1ª) traduzir o problema em linguagem matemática.
bro dividindo.
g) Denominamos de conjunto verdade ao conjunto 2ª) resolver a equação.
que tem como elemento(s) a(s) raiz (raízes) da 3ª) verificar a solução.
equação
Ex.: Ex.: O dobro de um número mais 5 unidades é 27. Qual
1) 5x - 4 = 3x + 6 é o número?
5x - 3x = 6 + 4
2x = 10 x = x=5

2) 4x + 5 = 6x + 15
4x - 6x = 15 - 5
-2x = 10 x (-1)
2x = -10 x = x = -5
3) 7x - 3 (4x - 1) = 9 - 2 (3 - 3x)
7x - 12x + 3 = 9 - 6 + 6x
INEQUAÇÃO DO 1º GRAU
7x - 12x - 6x = 9 - 6 - 3
-11x = 0 x (-1) Inequação é uma sentença aberta que exprime a de-
sigualdade entre duas expressões numéricas.
11x = 0 x= x=0 O sinal de desigualdade, que pode ser: < (menor que);
≤ (menor ou igual); > (maior que); ≥ (maior ou igual),
4) divide a desigualdade em duas partes chamadas
membros.
Ex.: x < 3 (x é menor que três);

210 Degrau Cultural

08_EQUACAO 1 GRAU.pmd 210 30/9/2010, 09:47


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x ≤ 10 (x é menor ou igual a dez); Resolve-se, separadamente, cada uma das inequa-


x > 7 (x é maior que sete); ções.
x > 4 (x é maior ou igual a quatro).
Obs.: Para resolver uma inequação do 1º grau, deve-
se proceder do mesmo modo que na equação do 1º
grau, tendo-se o cuidado de inverter o sinal de desi-
gualdade, se for preciso multiplicá-la por (-1).
Ex.: 1) 4x - 3 > 2x +7
4x - 2x > 7 + 3

2x > 10 x > ⇒x>5

V={x R/3<x<5}
aberto em 5 (não é igual a 5)

Interpretação gráfica

2) 3x - 8 ≤ 5x - 4
3x - 5x ≤ -4 + 8
-2x ≤ 4 x (-1)

2x ≥ -4 ⇒ x = ⇒ x ≥ -2

fechado em -2 (é igual a -2)

SISTEMA DE INEQUAÇÕES DO 1º GRAU

O conjunto-solução (conjunto verdade) de um sistema


de inequação é a intersecção dos conjuntos verdades
das inequações que formam o sistema.
Ex.: x ≥ 3 e x ≤ 10

V = { x ∈ R ⏐ 3 ≤ x ≤ 10 } = tal que
V = conjunto dos valores de x que pertencem ao conjun-
to do reais, tal que x seja maior ou igual a 3 e menor ou
igual a 10. (x pertence aos reais, tal que x é maior ou
igual a 3 e x é menor ou igual a 10)
Nota: Nas inequações, temos várias soluções; admi-
tem vários valores para a incógnita.
Sistema de inequações do 1º grau é qualquer conjunto
de inequações. A solução do sistema é a solução co-
mum a todas as inequações do sistema.

Degrau Cultural 211

08_EQUACAO 1 GRAU.pmd 211 30/9/2010, 09:47


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EQUAÇÕES DO 2º GRAU
As equações do 2º grau dividem-se em: INCOMPLETAS Ex.: x2 - 8x + 12 = 0, onde a = 1, b = -8, c = 12
E COMPLETAS. ∆ = b2 - 4ac
Equações do 2º grau são todas as equações da forma ∆ = (-8)2 - 4 (1) (12)
ax2 + bx + c = 0, onde a ≠ 0, b e c são números quais- ∆ = 64 - 48 = 16
quer, e x é a incógnita ou variável.
Os valores de x que satisfazem a equação
ax2 + bx + c = 0, são chamados de raízes.
a ⇒ coeficiente de x2, ou do termo do 2º grau.
b ⇒ coeficiente de x, ou do termo do 1º grau.
c ⇒ coeficiente do termo do grau zero, ou do termo
independente de x.
Ex.: 3x2 + 4x + 6 = 0, onde a = 3; b = 4; c = 6

RESOLUÇÃO DAS EQUAÇÕES INCOMPLETAS


1º caso ⇒ b = 0

ax2 + c = 0 ⇒ ax2 = -c ∴ x2 = ou x =

Observe que a equação só terá solução no conjunto


dos números reais, quando a e c tiverem sinais con-
trários. RAÍZES DA EQUAÇÃO x’ = 6 e x’’ = 2

Obs.: Raiz de uma equação é o valor da incógnita que


torna a equação igual a zero.
x= = 1 PROPRIEDADES DAS RAÍZES
Chamaremos as raízes da equação por x1 e x2 ou x’ e x’’.
2º caso ⇒ c = 0 a) Soma das raízes: Pela fórmula geral, temos:
ax2 + bx = 0
Coloca-se x em evidência: x (ax + b) = 0
Para que o produto seja nulo, um dos fatores deve ser
zero.

Observe que, quando (c = 0), a equação admite uma, e


somente uma, raiz nula.
Logo, expressamos a soma das raízes por:
3º caso ⇒ b = 0 e c = 0

b) Produto das raízes:

Observe que, quando (b = c = 0), a equação admite


duas raízes nulas.

RESOLUÇÃO DA EQUAÇÃO COMPLETA


Por ser uma equação do 2º grau, terá como solução 2 Temos o produto da soma pela diferença (produtos no-
raízes. táveis)
ax2 + bx + c = 0 ⇒ a, b, c são os coeficientes

Na fórmula geral, o radicando b2 - 4ac é chamado de


discriminante, e representado pela letra grega ∆ (delta).

212 Degrau Cultural

09_equação 2 grau.pmd 212 30/9/2010, 09:47


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∆ = 0 ⇒ a equação admite 2 raízes reais e iguais


c) 4x2 - 2x + 1 = 0, onde a = 4, b = -2, c = 1
∆ = (-2) 2 - 4 (4) (1)
∆ = 4 - 16 = -12
∆ < 0 ⇒ a equação não tem raízes reais
Então o produto das raízes será: TRINÔMIO DO 2º GRAU
É toda expressão da forma ax2 + bx + c, onde a ≠ 0, b e c
P = x1 . x 2 = ou P = são números quaisquer, e x é a incógnita ou variável.
Ex.: Calcule a soma e o produto das raízes das equa- Chamando o trinômio de y, teremos:
y = ax2 + bx + c
ções, sem resolvê-las:
As raízes ou zeros do trinômio ax2 + bx + c são as mes-
mas raízes que as da equação:
ax2 + bx + c = 0.

Obs.: No trinômio, não podemos simplificar os coeficien-


tes, e não podemos multiplicar por (-1).

DECOMPOSIÇÃO OU FATORAÇÃO DO TRINÔMIO DO 2º


GRAU
Seja o trinômio y = ax2 + bx + c.
Fórmula: y = a (x - x’) (x - x’’)
COMPOSIÇÃO DA EQUAÇÃO DO 2º GRAU onde a é o coeficiente de x2 ;
A partir das raízes, podemos compor a equação do 2º x’ e x’’ as raízes do trinômio
grau. Considerando o trinômio do 2º grau ax2 + bx + c, com a
Fórmula: x2 - Sx + P = 0, onde S é a soma das raízes e ≠ 0, e colocando a em evidência:
P é o produto das raízes.
Ex.: Sejam 4 e 6 raízes de uma equação do 2º grau. Dê
a equação.
Resolução:
S = 4 + 6 = 10
P = 4 x 6 = 24 Se a equação ax2 + bx + c = 0 tem ∆ ≥ 0, então x1 e x2 são
Pela fórmula, temos x2 -Sx + P = 0 reais e diferentes entre si.
x2 - 10x + 24 = 0

DISCUSSÃO DAS RAÍZES DA EQUAÇÃO DO 2º GRAU


Seja a equação ax2 + bx + c = 0. Para acharmos as suas
raízes, usamos a fórmula:

O radicando dessa fórmula, ou seja, b2 - 4ac, é chama-


do de discriminante da equação do 2º grau. Represen-
taremos o discriminante pela letra grega ∆.
Logo: ∆ = b2 - 4ac
Conforme o valor de ∆, três casos podem ocorrer:
1º caso: ∆ > 0, duas raízes reais e desiguais, “se a equação ax2 + bx + c = 0 tem as raízes x1 e x2 (iguais
S = { x1, x2 } ou diferentes entre si), então ela pode ser escrita na
forma: a (x - x1) (x - x2) = 0, que é a forma fatorada da
2º caso: ∆ = 0, duas raízes reais e iguais, equação do 2º grau.”
S = { x1 ou x2 } Ex.: Fatorar o trinômio x2 - 9x + 20
resolução: a = 1, b = -9, c = 20
3º caso: ∆ < 0, não admite raiz real, S = ∅
∆ = 92 - 4.1.20 = 1 então
Ex.: Analisar as raízes das equações, através do dis-
criminante.

a) 4x2 - 8x + 3 = 0, onde a = 4, b = -8, c = 3 x 2 - 9x + 20 = a (x - x 1) (x - x 2) = 1 (x - 4) (x - 5) = (x - 4)


∆ = (-8) 2 - 4 (4) (3) (x - 5) forma fatorada
∆ = 64 - 48 = 16
∆ > 0 ⇒ a equação admite 2 raízes reais e desiguais EQUAÇÕES NÃO PREPARADAS DO 2º GRAU
São aquelas que, embora sendo do 2º grau, não se
b) x2 + 12x + 36 = 0, onde a = 1, b = 12, c = 36 apresentam sob a forma ax2 + bx + c =0.
∆ = (12) 2 - 4 (1) (36)
∆ = 144 - 144 = 0

Degrau Cultural 213

09_equação 2 grau.pmd 213 30/9/2010, 09:47


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Antes de resolvermos, devemos reduzi-las à forma


ax2 + bx + c = 0.
Ex.:
1) (x - 3) (2x - 1) + (x + 2) (2x + 1) = 17
Efetuando os produtos:
2x2 - x - 6x + 3 + 2x2 + x + 4x + 2 = 17
Reduzindo os termos semelhantes:
4x2 - 2X - 12 = 0 (:2)
2x2 - 6 = 0, onde, a = 2, b = -1, c = -6

m.m.c. (x + 1, x - 1) = x2 - 1
(x - 2) (x - 1) + (x - 3) (x + 1) = x2 - 1
x2 - x - 2x + 2 + x2 + x - 3x - 3 - x2 + 1 = 0
x2 - 5x = 0
x (x - 5) = 0
x=0
x-5=0⇒x=5
V = { 0, 5 }

214 Degrau Cultural

09_equação 2 grau.pmd 214 30/9/2010, 09:47


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FUNÇÕES E GRÁFICOS

1. Noções de Função Gráfico


Considere os diagramas abaixo:  O gráfico de uma função polinomial do 1º
grau, y = ax + b, com a ≠ 0, é uma reta oblíqua
aos eixos Ox e Oy.

Exemplo:
Vamos construir o gráfico da função y = 3x - 1:

Solução:
Como o gráfico é uma reta, basta obter dois de seus
pontos e ligá-los com o auxílio de uma régua:
a) Para x = 0, temos y = 3 . 0 - 1 = -1; portanto, um
ponto é (0, -1).

b) Para y = 0, temos 0 = 3x - 1; portanto, x = ,eo

outro ponto é ( , 0).

Marcamos os pontos (0, -1) e ( , 0) no plano carte-

Condições de existência: siano e ligamos os dois com uma reta.


(1) Todos os elementos
de x têm um correpondente
em y.
(2) Cada elemento de x
tem um e somente um
correspondente em y.

Analisando os diagramas acima:


O diagrama 1 não satisfaz a condição (1); o diagra-
ma 5 não satisfaz a condição (2).
Logo, somente os diagramas 2, 3 e 4 representam
uma função.

2. Função do 1º Grau
Já vimos que o gráfico da função afim y = ax + b é
Definição
uma reta.
 O coeficiente de x, a, é chamado coeficiente an-
Chama-se função do 1º grau, ou função afim,
gular da reta e está ligado à inclinação da reta em
qualquer função dada por uma lei da forma:
relação ao eixo Ox.
 O termo constante, b, é chamado coeficiente li-
 f (x) = ax + b
near da reta. Para x = 0, temos y = a . 0 + b = b.
 Assim, o coeficiente linear é a ordenada do ponto
onde a e b são números reais dados e a ≠ 0.
em que a reta corta o eixo Oy.
Na função f (x) = ax + b, o número a é chamado de
coeficiente de x e o número b é chamado termo
Raiz de uma Função do 1º grau
constante.
Veja alguns exemplos de funções polinomiais do 1º grau: Chama-se zero ou raiz da função do 1º grau f (x) = ax
f (x) = 5x - 3, onde a = 5 e b = - 3 + b, a ≠ 0, o número real x tal que f (x) = 0.
f (x) = -2x - 7, onde a = -2 e b = - 7
f (x) = 11x, onde a = 11 e b = 0

Degrau Cultural 215

10_funcoes e inequacoes_1_2_grau.pmd 215 30/9/2010, 09:47


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Temos: EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

f (x) = 0 ⇒ ax + b = 0 ⇒ x = 1) Construa o gráfico da função determinada por


Vejamos alguns exemplos: f (x) = x + 1:
1) Obtenção do zero da função f (x) = 2x - 5:
Solução: Atribuindo valores reais para x, obtemos
f (x) = 0 ⇒ 2x - 5 = 0 ⇒ x = seus valores correspondentes para y.

2) Cálculo da raiz da função g (x) = 3x + 6:


g (x) = 0 ⇒ 3x + 6 = 0 ⇒ x = -2

3) Cálculo da abscissa do ponto em que o gráfico de


h (x) = - 2x + 10 corta o eixo das abscissas:

 O ponto em que o gráfico corta o eixo dos x é


aquele em que h (x) = 0; então: O conjunto dos pares ordenados determinados é
h (x) = 0 ⇒ -2x + 10 = 0 ⇒ x = 5 f = {(-2,-1),(-1,0),(0,1),(1,2),(2,3)}

Função Crescente e Decrescente O gráfico fica:

Consideremos a função do 1º grau y = 3x - 1. Vamos


atribuir valores cada vez maiores a x e observar o que
ocorre com y:
x aumenta

y aumenta
Notemos que, quando aumentamos os valores de x, os
correspondentes valores de y também aumentam. Di-
zemos, então, que a função y = 3x - 1 é crescente.

Vamos considerar agora a função do 1º grau definida


por: f (x) = -x + 1
 Repare que a = 1 > 0, portanto função crescente.
Atribuindo valores reais para x, obtemos seus valo-
res correspondentes para y. 2) Construa o gráfico da função determinada por
f (x) = - x + 1.

Solução: Atribuindo valores reais para x, obtemos


seus valores correspondentes para y.

Observe, que quando os valores de x aumentam, os


valores correspondentes de y diminuem. Dizemos,
então, que a função y = f (x) = - x + 1 é decrescente.

Regra geral:
 a função do 1º grau f (x) = ax + b é crescente O conjunto dos pares ordenados determinados é
quando o coeficiente de x é positivo (a > 0); f = {(-2,3),(-1,2),(0,1),(1,0),(2,-1)}

 a função do 1º grau f (x) = ax + b é decrescente


quando o coeficiente de x é negativo (a < 0).

216 Degrau Cultural

10_funcoes e inequacoes_1_2_grau.pmd 216 30/9/2010, 09:47


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Matemática

O gráfico fica:  Note que o gráfico da função y = x +1, interceptará


(cortará) o eixo x em -1, que é a raiz da função.

5) Determine a raiz da função y = -x +1 e esboce o


gráfico.
Solução: Fazendo y = 0, temos:
0 = -x+1 ⇒ x = 1
Gráfico:

 Repare que a = - 1 < 0, portanto função decres-


cente.

3) Determine a função f (x) = ax + b, sabendo-se que:


f (2) = 5 e f (3) = -10.

Solução:
Podemos escrever:  Note que o gráfico da função y = -x + 1, interceptará
f (2) = 5 ⇒ 5 = 2 . a + b (I) (cortará) o eixo x em 1, que é a raiz da função.
f (3) = - 10 ⇒ - 10 = 3.a + b (II)
3. Inequações do Primeiro Grau
Subtraindo membro a membro as duas equações,
tem-se: Chama-se de inequação do primeiro grau, na incóg-
5 - (- 10) = 2 . a + b - (3 . a + b) nita x, qualquer sentença que pode ser expressa
5 + 15 = 2a + b - 3a - b ⇒ 15 = - a ⇒ a = -15. numa das seguintes formas:
ax + b > 0
Substituindo o valor de a na equação (I) (poderia ser ax + b ≥ 0
na (II), fica:
ax + b < 0
5 = 2 . (- 15) + b ⇒ b = 35.
ax + b ≤ 0
Logo, a função procurada é: y = - 15x + 35. onde a e b são constantes reais, com a ≠ 0.

4) Considere a função dada pela equação y = x +1, Para resolver uma inequação do primeiro grau, deve-
determine a raiz desta função. mos lembrar de duas propriedades:

Solução: Basta determinar o valor de x para termos a) Quando multiplicamos todos os termos de uma
y=0 inequação por um número positivo, devemos man-
ter o sentido da desigualdade.
Então, x +1= 0 ⇒ x = -1
Exemplo:
Dizemos que -1 é a raiz ou zero da função.
- 3x > 15

Multiplicando todos os termos, por exemplo, por 5:


- 15x > 75. Mantemos o sentido da desigualdade.

b) Quando multiplicamos todos os termos de uma


inequação por um número negativo, devemos
inverter o sentido da desigualdade.
Exemplo:
-2x < 16
Multiplicando todos os termos, por exemplo, por - 3:
6x > - 48. Invertemos o sentido da desigualdade.

Degrau Cultural 217

10_funcoes e inequacoes_1_2_grau.pmd 217 30/9/2010, 09:47


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Exemplos Resolvidos O ponto V representa o vértice da parábola e é a partir


a) 3x - 5 > 13 dele que determinamos todos os outros pontos.
Temos: 3x > 13 + 5
3x > 18 Coordenadas do Vértice
A coordenada x do vértice da parábola pode ser de-
x> , logo x > 6
terminada por:
S = {x ∈ R | x > 6}

b) - 3x - 5 > 13  A coordenada y do vértice é obtida por:


Temos: -3x > 13 + 5
- 3x > 18
multiplicando os termos por -1, temos:
 Exemplo: Determine as coordenadas do vértice da
3x < -18 (invertemos o sentido!)
parábola y = x² - 4x + 3:
x< , logo x < -6
Solução:
S = {x ∈ R | x - 6} Temos: a = 1, b = - 4 e c = 3

4. Função do Segundo Grau

A função do 2º grau, também denominada função


quadrática, é definida pela expressão do tipo:

y = f (x) = ax² + bx + c, onde a, b e c são constantes


reais e a ≠ 0.
Resposta: As coordenadas do vértice são (2, -1).
Exemplos:
a) y = x² + 3x + 2 (a = 1; b = 3; c = 2) Raízes (ou zeros) da Função do 2º grau
b) y = x² (a = 1; b = 0; c = 0) Denominam-se raízes da função do 2º grau os valo-
c) y = x² - 4 (a = 1; b = 0; c = -4) res de x para os quais ela se anula, isto é:
 y = f (x) = 0
Gráfico de uma Função do 2º grau:
 Então, para acharmos as raízes da função do 2º
grau, basta resolvermos a equação: ax2 + bx + c = 0
O gráfico de uma função quadrática é uma parábola.
utilizando a fórmula de Bháskara.
Exemplo:  As raízes da função do 2º grau são os valores de x
Construa o gráfico da função y = x²: onde a parábola “corta” o eixo x.
Exemplo: na função y = x² - 4x + 3, que acima aca-
Solução: Como na função do 1º grau, basta atribuir bamos de determinar as coordenadas de seus vérti-
valores reais para x, obtendo seus valores corres- ces, as raízes da função serão x1 = 1 e x2 = 3.
pondentes para y. Vejamos o gráfico:

 Note que quando x = 1 e x = 3, a parábola inter-


cepta (“corta”) o eixo x.

218 Degrau Cultural

10_funcoes e inequacoes_1_2_grau.pmd 218 30/9/2010, 09:47


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Concavidade da Parábola Notas:


 Quando a concavidade está voltada para cima (a > 0),
a) quando a > 0, a concavidade da parábola está o vértice representa o valor mínimo da função.
 Quando a concavidade está voltada para baixo
voltada para cima (boca para cima) e
(a < 0), o vértice representa o valor máximo da
b) quando a < 0, a parábola está voltada para baixo função.
(boca para baixo).
Esboço Gráfico Conforme o Valor do Discriminante
Exemplos:
Vamos analisar os três casos:
1º) Quando o discriminante é igual a zero
Quando o valor de ∆ = b2 – 4.a.c = 0, o vértice da
parábola encontra-se no eixo x. A coordenada y será
igual a zero.
Exemplo: y = f (x) = x² + 2x + 1
x² + 2x + 1 = 0
∆ = b2 – 4.a.c ⇒ ∆ = (2)2 – 4.1.1 ⇒ ∆ = 0
Logo, x1 = x2 = -1

As coordenadas do vértice serão V = (-1,0).

Gráfico:

2º) Quando o discriminante é maior que zero


Quando o valor de ∆ = b2 – 4.a.c > 0, a parábola
intercepta o eixo x em dois pontos. (São as raízes
ou zeros da função vistos anteriormente).
Exemplo: y = f (x) = x² - 4x + 3
x² - 4x + 3 = 0
∆ = b2 - 4.a.c ⇒ ∆ = (-4)2 - 4 .1 . 3
∆ = 16 - 16 = 4 > 0
As raízes são: x1 = 1 e x2 = 3

Gráfico:

Degrau Cultural 219

10_funcoes e inequacoes_1_2_grau.pmd 219 30/9/2010, 09:47


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3°) Quando o discriminante é menor que zero


Quando o valor de ∆ = b2 - 4.a.c < 0 , a parábola não
intercepta o eixo x. Não há raízes ou zeros da função.
Exemplo: y = f (x) = x² -x + 2
x² - x + 2 = 0
∆ = b2 - 4 . a . c ⇒ ∆ = (-1) 2 - 4 . 1 . 2
⇒∆=1-8=-7<0
Gráfico:

Resumindo:

220 Degrau Cultural

10_funcoes e inequacoes_1_2_grau.pmd 220 30/9/2010, 09:47


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5. Inequações do Segundo Grau 3) Resolver a inequação x² - 4x + 3 > 0


Inequações do segundo grau são aquelas que po-
dem ser expressas na forma f (x) > 0, f (x) < 0, Solução: Esboçando o gráfico de f(x) = x² - 4x + 3
f (x) ≥ 0 e f(x) ≤ 0, onde f(x) é uma expressão do temos:
segundo grau na variável x.

 Resolver uma inequação é obter todos os valores


de x que satisfazem a inequação.
 Para resolver uma inequação do segundo grau, basta
fazer o esboço gráfico da função correspondente.

Vejamos os seguintes exemplos:

1) Resolver a inequação: x² -x + 2 > 0

Solução: Esboçando o gráfico de f (x) = x² - x + 2,


temos:

Observando esse gráfico, concluímos que f (x) > 0


para x > 3 ou para x < 1
S = { x ∈ R / x > 3 ou x < 1 }

4) Resolver a inequação x² - 4x + 3 < 0


Solução: Pelo mesmo gráfico do exemplo anterior,
concluímos que f(x) < 0 para 1 < x < 3
S={x∈R/1<x<3}

É fácil observar pelo gráfico que f (x) > 0 para qual-


quer valor de x
S - { x ∈ R}

2) Resolver a inequação: x² - x + 2 < 0

Solução: pelo mesmo gráfico do exemplo anterior,


concluímos que f(x) = x² - x + 2 nunca assume valo-
res negativo, portanto, S = Ø

Degrau Cultural 221

10_funcoes e inequacoes_1_2_grau.pmd 221 30/9/2010, 09:47


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SEQÜÊNCIAS NUMÉRICAS E PROGRESSÕES


ARITMÉTICAS E GEOMÉTRICAS
SUCESSÕES OU SEQÜÊNCIAS

01. Definição
É um conjunto ordenado de elementos.
3 + 15 = 5 + 13 = 7 + 11
Exemplos:
1. (janeiro, fevereiro, ..., dezembro)
Termo Geral da P.A.
2. (3, 7, 11, ...)
Seja a P.A. ( a1 , a2 , a3 , ... , an-1 , an )
Obs.: A seqüência do exemplo 2 é uma seqüência nu-
Sabemos que:
mérica.
a2 = a1 + r
a3 = a2 + r = a1 + r + r = a1 + 2r
02. Termos de uma Sucessão
a4 = a3 + r = a1 + 2r + r = a1 + 3r
Abreviadamente, numa sucessão, representamos:
............................................................
a1 → o 1º termo (a índice 1)
an = a1 + ( n - 1) r
a2 → o 2º termo (a índice 2)
an → o enésimo termo (a índice n), para indicar a posi-
ção do termo na sucessão. Exemplo:
Calcular o 14º termo da P.A. ( 5 , 2 , -1 , ... )
03. Lei de Formação de uma Seqüência Solução:
As seqüências matemáticas que obedecem a uma lei a1 = 5 ; n = 14 ; r = 2 - 5 = -3
de formação são muito importantes. Podemos, por meio an = a1 + (n - 1) r
dela, encontrar qualquer um de seus termos. a14 = 5 + (14 - 1) . (-3) = 5 + 13 (-3) = 5 - 39 = -34
Exemplos: Escrever a seqüência sabendo-se que an =
2n+1
Soma dos termos da P.A.
Solução:
Seja a P.A. ( a1 , a2 , a3 , ... , an-1 , an )
n = 1→ a1 = 2 . 1 + 1 = 3
Já vimos que a2 + an-1 = a1 + an
n = 2→ a2 = 2 . 2 + 1 = 5
n = 3→ a3 = 2 . 3 + 1 = 7 a3 + an-2 = a1 + an
(3 , 5 , 7 , ... , 2n + 1) Então:
1 - sn = a1 + a2 + a3 + ... + an-2 + an-1 + an
OU
04. PROGRESSÃO ARITMÉTICA 2 - sn = an + an-1 + an-2 + ..., + an-3 + a2 + a1
Definição: Uma seqüência é uma P.A. se, e somente
se, cada termo (a partir do segundo) for igual ao anteri- Somando 1 e 2, obtemos:
or somando com uma constante chamada razão (r). 2sn = (a1 + an) + (a2 + an-1) + (a3 + an-2) + ... + (an-2 + a3) +
Exemplos: (an-1 + a2) + (an + a1)
01. ( 3 , 5 , 7 , ... ) a1 = 3 2sn = ( a1 + an ) + ( a1 + an )+ ... +( a1 + an ) = ( a1 + an ) n
r = 5 – 3 = 2 P.A. crescente
Sn =

02. ( 7 , 4 , 1 , ... ) a1 = 7
05. PROGRESSÃO GEOMÉTRICA
r = 4 - 7 = -3 P.A. decrescente
Definição: Uma seqüência de números não nulos é
Obs.: uma P.G. se, e somente se, cada termo (a partir do se-
I. r > 0 → a P.A. é crescente gundo) for igual ao anterior multiplicado pela razão (q).
r < 0 → a P.A. é decrescente Exemplos:
II. r = a2 - a1 = a3 - a2 = an - an-1
01. (8, 16, 32, 64, ...) → a1 = 8 → q = =2
03. Tomando-se três termos consecutivos, o do meio é
a média aritmética dos outros dois. 02. (64, 32, 16, 8, ...) → q = 64 → q =
( 3 , 5 , 7 , 9 , ... )

Obs.:
04. A soma dos extremos de P.A. finita, é igual à soma I. a1 > 0 e q > 1 ou a1 < 0 e 0 < q < 1 a P.G. é crescente
de dois termos eqüidistantes dos extremos. a1 < 0 e 0 < q < 1 ou a1 > 0 e q > 1 a P.G. é decrescente

222 Degrau Cultural

11_progressao aritmetica.pmd 222 30/9/2010, 09:47


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q < 0 → a P.G. é alternante

II. q =

III. Tomando-se três termos consecutivos, o do meio é


a média geométrica dos outros dois.
( 8 , 16 , 32 , 64 , ... )
16 =

IV. O produto dos extremos de uma P.G. finita, é igual ao


produto de dois termos equidistantes dos extremos.

16 x 64 = 32 x 32 = 8 x 128

Termo Geral da P.G.


Seja a P.G. ( a1 , a2 , a3 , ... , an-1 , an )
Sabemos que:
a2 = a 1 q
a3 = a2q = a1 q.q = a1q2
a4 = a3q = a1 q2.q = a1q3
................................................................
an = a1 qn-1

Exemplo:
Calcular o sexto termo da P.G. ( 3, -6 , 12 , -24 , ... )

Solução:

a1 = 3 ; n = 6 ; q = = -2 ; an = a1qn-1
a6 = 3 (-2)6-1 = 3 (-2)5 = 3 (-32) = -96

SOMA DOS TERMOS DA P.G. FINITA


Seja a P.G. (a1, a2, a3, ... , an-1, an)
Já vimos que
a2 = a 1 q
a3 = a1q2
an = a1qn-1
Então:
Sn = a1 + a2 + a3 + ... + an-2 + an-1 + an
ou
Sn = a1 + a1q + a1q2 + ... + a1qn-3 + a1qn-2 + a1qn-1

qSn = a1q + a1q2 +a1q3 + ... +a1qn-2 + a1qn-1 + a1an


qSn - Sn = a1qn – a1

Sn ( q-1) = a1 ( qn –1) → Sn =

Obs.: A soma dos termos de uma P.G. infinita é dada

por: S =
Exemplo: Determinar a soma dos termos da P.G.

Degrau Cultural 223

11_progressao aritmetica.pmd 223 30/9/2010, 09:47


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JUROS SIMPLES

Cálculo de Juros Simples A título de curiosidade, podemos adiantar que também


Para chegarmos à fórmula de juros simples, vamos existe o fator de acumulação de capital para juros com-
partir de um exemplo concreto. Suponha que você te- postos, com uma estrutura parecida com a do fator dos
nha aplicado o capital inicial 600 (vamos ignorar a uni- juros simples: (1 + i)n. A diferença, no caso, é que o n é
dade monetária para simplificar), à taxa de juros 5% um expoente. Mas para calcular o montante a juros com-
a.m., durante o prazo de 1 ano. Quanto receberá de juro postos procedemos da mesma maneira: multiplicamos
no resgate da aplicação? o capital pelo respectivo fator de acumulação. Assim,
É fácil: se a taxa de juros é de 5% a.m. e o regime de no caso de juros compostos, a fórmula do montante é
capitalização é de juros simples, significa que por mês M = C (1+i)n.
você receberá 5% do capital inicial a título de juros (lem- É comum colocarmos um índice “n” nos juros e no mon-
bre-se: o que caracteriza o regime de juros simples é tante para indicarmos que aqueles juros e aquele mon-
fato de o juro ser sempre calculado sobre o capital ini- tante estão sendo calculados até o enésimo período.
cial). Logo, em cada mês você receberá 5% de 600, Assim, podemos indicar as fórmulas anteriormente
apresentadas com a seguinte notação:
que é igual a vezes 600, que é igual a , que,
por sua vez, é igual a 30. Jn = C.i.n
Mn = C (1 + in)
Se em um mês você ganha 30 de juro, quanto ganhará
em um ano? Gostaríamos de chamar sua atenção para outro ponto
Como um ano tem doze meses, você ganhará dozes importante: você percebeu que na hora em que calcu-
vezes mais, ou seja: 12 x 30 = 360. No resgate da apli- larmos o juro total que a aplicação rendeu precisamos
cação, você ficará com um montante de 960 (600 de converter o prazo de 1 ano em doze meses?
capital inicial mais 360 de juro). Fizemos isto porque a periodicidade da taxa era mensal e
Vamos fazer uma retrospectiva dos cálculos realizados. o prazo era anual. Sempre que o prazo de aplicação for
Como é que você fez para calcular os juros? fornecido numa unidade de medida de tempo diferente
Inicialmente você pegou a taxa de juros (i) e multiplicou da periodicidade da taxa de juros, você terá que convertê-
pelo capital (C); em seguida, multiplicou esse resulta- lo para a mesma unidade, pois a letra n, nas fórmulas
do pelo número de períodos mensais contidos no pra- acima, representa o prazo de aplicação quando medido
zo anual (n). Ora: essa é a fórmula de juros simples – com a mesma unidade de medida de tempo da taxa de
para calcular juros simples basta multiplicar a taxa de juros. Em outras palavras, n é o número de períodos da
juros i pelo capital C e pelo número de períodos n con- taxa de juros contidos no prazo de aplicação.
tidos no prazo de aplicação. Em linguagem algébrica, Mais uma observação importante: no regime de capita-
escrevemos que: lização a juros simples, os juros são incorporados ao
capital somente no final do prazo de aplicação e não no
final de cada período.
J=C.i.n
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
Esta fórmula é importantíssima. Trate de memorizá-la.
Vejamos agora como é que calculamos o montante: pe- 01. Calcular o montante produzido por um capital de
gamos o capital inicial e somamos com o juro, isto é: 6.000, aplicado a uma taxa de juros de 8% a.a.,
pelo prazo de 2 anos.
M=C+J
SOLUÇÃO:
Temos que:
Uma vez que J = C.i.n, podemos escrever que M=?
C = 6.000
M = C + C.i.n i = 8% a.a. = 0,08 a.a.
t (prazo) = 2 anos
Observe que no lado direito do sinal de igual há um No exemplo apresentado, a unidade de tempo ado-
fator comum, a variável C, que pode ser colocada em tada para medir a periodicidade da taxa de juros já
evidência, ficando a fórmula com o seguinte aspecto: é igual à do prazo t. Então podemos escrever dire-
tamente que n = 2.
J=Cin
M = C (1 + in) J = 6.000 . 0,08 . 2
J = 960
Eis outra fórmula importante que você terá que memo- M = C + J = 6.000 + 960 = 6.960
rizar: ela ensina a calcular diretamente o montante no
Poderíamos calcular o montante diretamente utili-
regime de juros simples.
zando a fórmula: M = C (1 + in). O resultado é o
O fator (1 + in) é chamado de FATOR DE ACUMULAÇÃO
mesmo:
DE CAPITAL para juros simples (também guarde isto).
Para calcular o montante a juros simples, basta mul- M = 6.000 ( 1 + 0,08 . 2)
tiplicar o capital C pelo fator de acumulação de capi- M = 6.000 . 1,16
tal (1 + in). M = 6.960

224 Degrau Cultural

12_juros simples.pmd 224 30/9/2010, 09:47


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02. Calcular o montante produzido por um capital


igual a 10.000 durante 3 anos, considerando o
regime de juros simples a um taxa de 5% a.t.

SOLUÇÃO:
Verifique que o prazo é anual e a taxa é trimestral.
Para que possamos calcular os juros é necessá-
rio que adotemos a mesma unidade de tempo
para a taxa de juros e para o prazo. Iremos con-
verter o prazo, portanto, em trimestres.
M=?
C = 10.000
t = 3 anos = 12 trimestres (pois cada ano tem 4
trimestres) ⇒ n = 12
i = 5% a.t. = 0,05 a.t.
M = C (1 + in)
M = 10.000 (1 + 0,05 . 12) = 10.000 (1 + 0,6)
M = 16.000
Existe uma outra possibilidade: poderíamos, tam-
bém, converter a taxa trimestral em anual, e man-
teríamos o prazo em anos. Neste caso, n ficaria
sendo igual a 3 e a taxa i seria dada por: i = 5% a.t.
= 20% a.a. (se em um trimestre a aplicação rende
5%, em um ano, que são quatro trimestres, ren-
derá 4 vezes mais, ou seja: 20%). Poderíamos,
então, escrever:
M = C (1 + in) = 10 000 (1 + 0,20 . 3) = 10 000 (1,6)
= 16 000

03. A taxa de juros simples anual que faz com que um


capital aumente em 50% no fim de 5 anos é igual a:
a) 30% d) 5%
b) 25% e) 10%
c) 15%

SOLUÇÃO:
O prazo é de 5 anos. Como o problema pergunta
sobre a taxa anual, não precisamos fazer nenhu-
ma transformação e n = 5. Se o capital aumentou
de 50% (metade), então o montante é uma vez e
meia o capital inicial: M = 1,5 C
O montante, entretanto, é dado pela fórmula:
M = C (1 + in) ou C (1 + in) = M
Considerando-se que M = 1,5 C, decorre que
C (1 + in) = 1,5 C
Simplificando C dos dois lados, vem
1 + in = 1,5 → in = 1,5 - 1
in = 0,5
Como n = 5, i.5 = 0,5
i = 0,1 = 0,10 = 10% ao ano (claro! se o capital
aumentou 50% em 5 anos, então em cada ano
ele aumentou 10%, ou seja, a taxa anual é 10%)

Degrau Cultural 225

12_juros simples.pmd 225 30/9/2010, 09:47


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JUROS COMPOSTOS
Conceito M3 = 1 061,21
Antes de começarmos a estudar juros compostos, a Verifique que o montante do primeiro período foi utilizado
título de comparação faremos uma pequena revisão do para o cálculo do juro do segundo período e assim
regime de capitalização simples. Nos capítulos anteri- sucessivamente.
ores, vimos que os juros simples apresentam as se-
guintes características: Fórmula do Montante a Juros Compostos
Vamos supor a aplicação de um capital C, durante n
1. são calculados sobre o capital inicial; períodos, a uma taxa de juros compostos i ao período.

2. são diretamente proporcionais ao prazo (ou número Calculemos o montante M n no final dos n períodos
de períodos), ao capital aplicado e à taxa de juros da utilizando o mesmo processo do exemplo anterior, ou
aplicação; seja, período a período.

3. são adicionados ao capital inicial no final do prazo,


formando o montante.

Em suma,
Js = C.i.n
Ms = C (1+in)

No regime de juros compostos os juros são capitaliza-


dos não no final do prazo e sim no final de cada período,
ou seja, o juro do primeiro período é adicionado ao capi- M1 = C (1 + i)
tal inicial e sobre esse montante é calculado o juro do M2 = M1 (1 + i) = C (1 + i) . (1 + i) = C (1 + i)2
segundo período que por sua vez será adicionado ao M3 = M2 (1 + i) = C (1 + i)2. (1 + i) = C (1 + i)3
montante anterior para que se calcule o juro do período
seguinte, e assim sucessivamente. Veja que, para o montante do primeiro período, a
expressão fica:
Vamos a um exemplo: M1 = C (1 + i)
Você aplicou 1.000,00 em uma instituição financeira a
uma taxa de juros de 2% a.m., capitalizados mensal- Para o montante do segundo período, encontramos:
mente, durante 3 meses. Vamos calcular o montante M2 = C (1 + i)2
M3 no final desse prazo.
Para o montante do terceiro período, M3 = C (1 + i)3

É fácil concluir que a fórmula do montante do enésimo


período será:

Mn = C (1 + i)n

O fator (1 + i)n é chamado de FATOR DE ACUMULAÇÃO DO


CAPITAL para juros compostos, ou ainda, FATOR DE CAPI-
TALIZAÇÃO COMPOSTA, sendo freqüentemente indicado
pela letra an. Como vimos anteriormente, ele guarda algu-
ma semelhança com o fator de acumulação de capital para
Temos que: juros simples, dado pela expressão (1 + in). Tanto no regi-
C = 1 000 me de juros simples como no regime de juros compostos,
i = 2% a.m. = 0,02 a.m. o montante é dado pelo produto do capital pelo respectivo
n = 3 (capitalização mensal) fator de acumulação.

Então, o montante M1 no final do primeiro período será A fórmula dos juros compostos acumulados ao final do
dado por: prazo é obtida a partir da fórmula geral de juros, confor-
M1 = 1 000 (1 + 0,02) me segue:
M1 = 1 000 . 1,02 J=M-C
M1 = 1 020
O montante M2 no final do segundo período será dado por: J = C (1 + i )n - C

M2 = 1 020 (1 + 0,02) Colocando C em evidência, obtemos:


M2 = 1 040,40
Jn = C [( 1 + i )n - 1]
O montante M3 no final do terceiro período será dado por:

M3 = 1 040,40 (1 + 0,02) Como saber se um problema é de juros simples ou de


juros compostos?

226 Degrau Cultural

13_juros compostos.pmd 226 30/9/2010, 09:47


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Matemática

Essa dúvida é freqüente quando iniciamos o estudo da facilmente encontrado no cruzamento da coluna i =
matemática financeira. 5% com a linha n = 11:
Existem determinadas expressões que indicam o regi- TABELA DE JUROS COMPOSTOS
me de capitalização composta, tais como:
• juros compostos
valores de an = (1 + i)n
• capitalização composta
• montante composto
• taxa composta de X% a.a. (indica juros compostos
com capitalização anual)
• taxa de X% a.m. capitalizados bimestralmente (indica
juros compostos com capitalização a cada bimestre)

A principal diferença entre o regime simples e o com-


posto, entretanto, é que, em juros compostos, é neces-
sário que saibamos, através do enunciado do proble-
ma, o período das capitalizações. Em juros simples
podíamos escolher o período de capitalização que nos
conviesse, por exemplo: se a taxa fosse de 24% a.a. e o
prazo de 18 meses, poderíamos transformar a taxa para
mensal (2% a.m.) e usar o prazo em meses, ou trans-
formar o prazo em anos (1,5 anos) e utilizar a taxa anu-
al. Em juros compostos não podemos fazer isso, pois
o problema dirá como devemos CAPITALIZAR A TAXA,
ou seja, se os períodos serão mensais, anuais etc.
Normalmente, do lado da taxa deve vir a indicação de
como ela deve ser CAPITALIZADA ou COMPOSTA. No final deste capítulo fornecemos uma tabela
financeira mais completa.
Se o período das capitalizações não coincidir com
Voltando ao cálculo do montante:
o da taxa, devemos calcular a taxa para o período M = 10 000 . 1,710339 (você deve utilizar todas as casas
dado pela capitalização, utilizando o conceito de decimais fornecidas para o fator)
TAXAS PROPORCIONAIS.  M = 17 103,39
Exemplos: 02. Calcular o montante de um capital de R$ 100,00 apli-
• Dada uma taxa de 48% ao ano CAPITALIZADA MEN- cado a juros compostos de 60% a.a., capitaliza-
SALMENTE, devemos transformá-la em uma taxa igual dos mensalmente, durante um ano.
a 4% ao mês. Resolução:
Temos que:
• Dada a taxa de 48% ao ano CAPITALIZADA C = 100
SEMESTRALMENTE, devemos transformá-la em uma i = 60% a.a. capitalizados mensalmente
taxa de 24% ao semestre. prazo de aplicação (t) = 1 ano = 12 meses

Se não houver nenhuma indicação de como a taxa deva Este exemplo traz uma novidade importantíssima. Como
ser capitalizada ou nenhuma referência a regime já dissemos anteriormente, em juros compostos é fun-
composto, presumimos que o regime de capitalização damental que se diga qual o período de capitalização
dos juros. Vimos, também, que nem sempre ele coinci-
seja simples. de com a periodicidade da taxa. Neste exercício, por
exemplo, a taxa é anual mas a capitalização é mensal.
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS Precisamos determinar, a partir da taxa dada, uma ou-
tra taxa que tenha periodicidade idêntica ao período da
01. Uma pessoa faz uma aplicação no valor de 10 000 capitalização, e fazemos isto, como já foi dito, utilizando
durante 11 meses, a uma taxa de juros de 5% a.m. o conceito de TAXAS PROPORCIONAIS.
capitalizados mensalmente. Calcular o montante
no final do prazo. Exemplo: se o examinador der uma taxa nominal de
RESOLUÇÃO: 36% a.a. e disser que deve ser capitalizada mensal-
C = 10.000 mente, devemos determinar a taxa mensal proporcional
prazo (t) = 11 meses; como a capitalização é à taxa de 36% a.a., ou seja, 3% a.m. – é este valor que
mensal, n = 11 utilizaremos na fórmula do montante composto. Se ele
i = 5% a.m. = 0,05 a.m. der a mesma taxa nominal de 36% a.a., mas disser
que deve ser capitalizada semestralmente, deveremos
agora calcular a taxa semestral proporcional à taxa de
M = C (1 + i)n 36% a.a., isto é, 18% a.s.
M = 10 000 (1 + 0,05)11
No nosso exemplo, a taxa é de 60% a.a. , com capitaliza-
O problema está em calcular o fator de acumulação ção mensal; logo, considerando que um ano tem doze
do capital. Não se desespere, esse valor é dado meses, a taxa proporcional mensal será um doze avos da
pelo examinador: taxa nominal, ou seja: i = 60% a.a. = 5% a.m. = 0,05 a.m.
a) no início da prova; exemplo: (1,05)11 = 1,7103; ou
b) por meio de uma tabela financeira, semelhante ao Neste caso, dizemos que a taxa de juros de 60% a.a.
modelo a seguir; nessa tabela, o valor do fator de fornecida é uma TAXA NOMINAL.
acumulação de capital que procuramos pode ser

Degrau Cultural 227

13_juros compostos.pmd 227 30/9/2010, 09:47


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Matemática

TAXA NOMINAL b) Veja que, apesar de a taxa nominal ser igual a 60%
a.a., o capital, em um ano, aumentou de 79,59%, pois
A taxa nominal tem a desvantagem de não poder ser in- passou de 100,00 para 179,59. Daí se conclui que a
troduzida diretamente na fórmula do montante composto taxa nominal (60% a.a.) é apenas uma taxa de referên-
pois possui período diferente do da capitalização. cia. Deve ser capitalizada de acordo com o período de-
terminado pelo problema.
Outro cuidado que você deve tomar é com o prazo. Da
mesma forma que a periodicidade da taxa, o prazo de A taxa produzida na capitalização da taxa nominal é cha-
aplicação também deve estar expresso na mesma uni- mada de TAXA EFETIVA DE JUROS. Portanto uma taxa
dade de medida de tempo do período de capitalização. nominal de 60% a.a., capitalizada mensalmente, pro-
Assim, se a capitalização é mensal, o prazo tem que ser duz uma taxa efetiva anual de 79,59%.
expresso em meses, se a capitalização é trimestral, o
prazo tem que ser expresso em trimestres etc. c) Outra coisa importante é que, para uma mesma taxa
nominal, se mudarmos o período de capitalização, a
No prazo de um ano fornecido no enunciado do exercí- taxa efetiva também mudará.
cio, temos 12 períodos mensais, logo n = 12.
Imagine que, no nosso exemplo, a taxa continue a ser
Aparadas todas estas arestas, podemos agora calcu- de 60% a.a., mas com capitalização trimestral. Neste
lar o montante: caso, considerando-se que em um ano temos quatro
M = C (1 + i)n trimestres, escreveremos que:
M = 100 (1 + 0,05)12 i = 15% a.t. = 0,15 a.t.
Devemos ir à tabela fornecida anteriormente, onde ire- n=4
mos verificar que, para i = 5% e n = 12,
(1 + 0,05)12 = 1,795856 O montante composto será dado por:
Logo, M = C (1 + i)n
M = 100 . 1,795856 M = 100 (1 + 0,15)4
M = R$ 179,59 M = 100 x 1,749006
M = R$ 174,90
Após ter certeza de que compreendeu os exemplos ante-
riores, leia as observações abaixo e reflita sobre elas. O montante foi menor porque diminuímos o número de
a) Se em vez de juros compostos, o problema anterior capitalizações (antes elas estavam sendo feitas a cada
fosse de juros simples, de quanto seria o montante? mês; agora, de três em três meses). A taxa efetiva nes-
Resposta: seria de R$ 160,00. se caso será igual a 74,90% a.a.

Por quê? EXERCÍCIOS RESOLVIDOS


Porque o montante de um capital igual a R$ 100,00,
aplicado a juros simples de 60% a.a. durante um ano é 03. Calcular o montante de um capital de R$ 8 000,00
dado por: aplicado a uma taxa de 16% a.a., com capitaliza-
M = C (1 + in) ção semestral, durante 20 anos e 6 meses.
M = 100 (1 + 0,60.1) = 160,00 Resolução:
Como a capitalização é semestral, é necessário
Por que o montante a juros compostos é maior? transformar a taxa anual em semestral e expres-
Porque a cada mês o juro é adicionado ao capital, pro- sar o prazo em semestres
duzindo um montante que será utilizado para calcular o
C = 8 000
juro do período seguinte. Portanto, calculamos juros
sobre juros. i = 16% a.a. (taxa nominal) ⇒ i = 8% a.s.
Para deixarmos ainda mais clara a diferença entre o t = 20 anos e seis meses = 41 semestres ⇒ n = 41
regime simples e o composto, montamos a tabela abai- M = C (1 + i)n
xo, mostrando como ficam os montantes intermediári- M = 8 000 (1 + 0,08)41
os, em cada mês, de R$ 100,00 aplicados a 5% a.m.,
nos dois regimes: Vamos na tabela no final deste capítulo e ... não
tem n = 41. Na tabela dada, n só vai até 30. O que
fazer?

Simples, utilize o seu conhecimento sobre potên-


cias de mesma base:
(1 + 0,008)41 = (1 + 0,008)30 . (1 + 0,008)11
(1 + 0,008)41 = 10,06266 . 2,331639 = 23,462490
M = 8 000 . 23,462490
M = 187 699,92

TAXA REAL

A taxa real expurga o efeito da inflação. Um aspecto


interessante sobre as taxas reais de juros é que, elas
podem ser inclusive, negativas!

228 Degrau Cultural

13_juros compostos.pmd 228 30/9/2010, 09:47


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Matemática

Vamos encontrar uma relação entre as taxas de juros “As taxas reais diferenciam-se das taxas aparentes pela
nominal e real. Para isto, suponha que um determina- depuração destas dos efeitos da alta geral de preços.”
do capital P é aplicado por um período de tempo unitá-
rio, a uma certa taxa nominal in. O montante S1 ao final “A taxa real é o rendimento ou custo de uma operação,
do período será dado por S1 = P(1 + in). seja de aplicação ou captação, calculado após serem
expurgados os efeitos inflacionais.”
Consideremos agora que durante o mesmo período, a
taxa de inflação (desvalorização da moeda) foi igual a j. “As taxas aparente e real relacionam-se da seguinte
O capital corrigido por esta taxa acarretaria um montante forma: (1 + i) = (1 + ir) x (1+ I)
S2 = P (1 + j).
Onde: i = taxa aparente ; ir = taxa real, I = taxa de inflação.”
A taxa real de juros, indicada por r, será aquela que
aplicada ao montante S2 , produzirá o montante S1. Po- O fator (1 + i)n é chamado fator de valor futuro ou fator de
deremos então escrever: S1 = S2 (1 + r) capitalização, sendo encontrado em tabelas financeiras.
Substituindo S1 e S2 , vem:
TÁBUA I
FATOR un ou (1 + i)n
P(1 + in) = (1+r). P (1 + j)
Então: (1 + in) = (1+r). (1 + j), onde: A taxa de juros deve ser sempre referida à mesma uni-
in = taxa de juros nominal dade de tempo do período financeiro.
j = taxa de inflação no período O ato de se juntar o juro produzido ao capital que o
produziu chama-se CAPITALIZAÇÃO.
r = taxa real de juros
Observe que se a taxa de inflação for nula no período, CÁLCULO DO MONTANTE
isto é, j = 0, teremos que as taxas nominal e real são CÁLCULO DO MONTANTE PARA n INTEIRO
coincidentes.
A tabela financeira, de dupla entrada, fornece os valo-
Veja o exemplo a seguir: res do fator de capitalização, de acordo com os valores
de i e n, prevendo 4 casos possíveis:
Numa operação financeira com taxas pré-fixadas, um
banco empresta $120.000,00 para ser pago em um ano 01. i e n encontramos na tabela:
com $150.000,00. Sendo a inflação durante o período Seja calcular o montante de R$ 10.000, aplicado a ju-
do empréstimo igual a 10%, pede-se calcular as taxas ros compostos a 5% a.m., durante 1 ano e 5 meses,
nominal e real deste empréstimo. com capitalização mensal.
C = 10.000
Teremos que a taxa nominal será igual a: r = 5% a.m.
i = 0,05
in = (150.000 – 120.000)/120.000 = 30.000/120.000 = n = 17 meses
0,25 = 25% Cn = C (1 + i) n
Portanto in = 25% Cn = 10.000 ( 1 + 0,05)17
Cn = 10.000 x 2,292018
Como a taxa de inflação no período é igual a j = 10% =
Cn = 22.920,18
0,10, substituindo na fórmula anterior, vem:
(1 + in) = (1+r). (1 + j) 02. i encontrado na tabela e n acima do limite de
(1 + 0,25) = (1 + r).(1 + 0,10) tábua:
1,25 = (1 + r).1,10 Nesse caso é sempre possível desdobrar n numa soma
de parcelas, todas inferiores ao limite da tabela.
1 + r = 1,25/1,10 = 1,1364 Seja, por exemplo, calcular o montante de R$ 8.000 a
Portanto, r = 1,1364 – 1 = 0,1364 = 13,64% juros compostos de 4% ao trimestre, durante 20 anos e
6 meses, sendo a capitalização semestral.
C = 8.000
EXERCÍCIO: r = 4% a t = 8% a. s.
i = 0,08
$100.000,00 foi emprestado para ser quitado por n = 20a e 6m
$150.000,00 ao final de um ano. Se a inflação no perío- n = 41 semestres
do foi de 20%, qual a taxa real do empréstimo? É fundamental, sempre a adaptação do tempo e taxa
RESPOSTA : 25% ao período de capitalização.
Cn = 8.000 (1 + 0,08) 41
TAXA APARENTE Como o limite da tabela é 24 períodos:
Cn = 8.000 (1 + 0,08) 24 + 17
Segundo Carlos Patrício Samanez1, “a taxa aparente Cn = 8.000 (1 + 0,08) 24 x (1 + 0,08) 17
(chamada nominal nas transações financeiras e co- Cn = 8.000 x 6,341180 x 3,700018
merciais) é aquela que vigora nas operações corren- Cn = 187.669,84
tes. Usaremos a expressão taxa aparente para diferen-
ciá-la da taxa nominal (taxa com mais de uma capitali- 03. n encontrado na tabela e i, fracionário, não encon-
zação por período referencial).” trado:
1
Nesse caso o fator de capitalização é calculado por
Carlos Patrício Samanez – Matemática Financeira – Makron
Books - página 189-190 interpolação linear, na própria tabela financeira.

Degrau Cultural 229

13_juros compostos.pmd 229 30/9/2010, 09:47


THATYML
Matemática

Seja, por exemplo, calcular o montante de R$ 200.000,00


à taxa de ao trimestre, no fim de 1 ano, com capita-
lização trimestral.
C = 200.000

r = 6,4 % a. t.
i = 0,0064
n = 1 ano
4 trimestres
Cn = 200.000 (1 + 0,064)4

Tabela Financeira para 4 períodos


O cálculo do capital, taxa e tempo não oferece dificulda-
de, como será visto nas aplicações abaixo:

01. Cálculo de C:
Dados:
Cn = 12.000;
r = 8% a. m;
n = 5m;
x = 0,019192 C = ? (cap. mensal)
0,019192 Cn = C (1 + i)n
1,262476 + 12.000 = C (1 + 0,08)5
1,281668 → (1 + 0,064)4
Cc = 200.000 x 1,281668 C=
Cn = 256.333,60

04. i e n encontramos na tabela: C = 8,166,99


Esse caso é resolvido pela fusão do 2º e 3º casos.
Seja calcular o montante de R$ 2.000,000 à taxa de 02. Cálculo de i :
Dados:
a. s., no fim de 16 anos, capitalizando semestral- Cn = 12.000;
C = 8.166,99;
mente. n = 5m;
C = 2.000 r = ? (cap. mensal)
Cn = C (1 + i)n
12.000 = 8.166,99 (1 + i)5

(1 + i)5 =
(1 + i)5 = 1,469330
Consultando a T.F.I. na linha correspondente a 5 perío-
dos, encontra-se o fator 1,469.329, cuja taxa é 8%. En-
tão: r = 8% a. m.

03. Cálculo de n:
Dados:
Cn = 12.000;
C = 8.166,99;
r = 8% a. m.;
n = ? (cap. mensal)
Cn = C (1 + i)n ( 1 + 0,08)n =
(1 + 0,08)n = 1,469330
Consultando a T.F.I. na coluna correspondente a 8%,
encontra-se o fator 1,469329, cujo número de períodos
é 5. Então n = 5 meses.

230 Degrau Cultural

13_juros compostos.pmd 230 30/9/2010, 09:47


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Matemática

CÁLCULO DO MONTANTE n FRACIONÁRIO


São duas as convenções adotadas para o cálculo do
montante nesses casos: CONVENÇÃO LINEAR e CON-
VENÇÃO EXPONENCIAL.
Pela CONVENÇÃO LINEAR, em capital C, aplicado à
taxa i rende juros compostos durante a parte inteira de
períodos, produzindo esse montante, juros simples
durante fração de períodos.

Ex.: Seja calcular o montante composto do capital R$


15.000,00, a taxa de 2% a.m., durante 4 anos e 2 me-
ses, com capitalização trimestral.

Cn = 39.629,48

Pela CONVENÇÃO EXPONENCIAL, um capital C aplica-


do a taxa i rende juros compostos durante a parte inteira
de períodos, rendendo o montante obtido, também juros
compostos, a taxa equivalente a taxa i, relativa a cada
fração do período durante os períodos menores.

Ex: calcular o montante composto do capital R$ 15.000,00


à taxa 2% a. m. durante 4 meses e 2 meses, com capitali-
zação trimestral.

C = 15.000, r = 2% a.m. ∴ r = 6% a. t., n = 16 +


Cn = 15.000 x 2,540352 x (1 + 0,06) 2/3
Cn = 15.000 x 2,540352 x (1 + 0,06) 2/3
Cn = 15.000 x 2,540352 x 1,039610
Cn = 39.614,63

Degrau Cultural 231

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Matemática

232 Degrau Cultural

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Atualidades

Atualidades

235 Atualidades

Degrau Cultural 233

00_Sumário Atualidades.pmd 233 30/9/2010, 09:47


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Atualidades

234 Degrau Cultural

00_Sumário Atualidades.pmd 234 30/9/2010, 09:47


THATYML
Atualidades

ATUALIDADES
Internacional tante do Partido Democrata, Obama teve como concor-
rente John Maccain, do Partido Republicano. Seu vice foi
Globalização John ou Joe Biden, seu opositor teve como vice Sarah
Palin, a polêmica e hoje muito popular ex-governadora do
A partir do final da Segunda Guerra Mundial (1945), o desen- estado do Alasca. Assim que tomou posse, Obama con-
volvimento capitalista acelerou-se progressivamente. O ge- seguiu a aprovação de um plano de intervenção econô-
ógrafo Milton Santos chamou este processo de aceleração mica para amenizar a grave crise financeira que atinge os
contemporânea. Outros identificam neste momento uma EUA. Em relação à política externa e interna, eis os princi-
Terceira Revolução Industrial com a espantosa expansão pais feitos:
dos setores de alta tecnologia, onde a ciência e a informa- - retirada dos soldados americanos no Iraque com pra-
ção são fundamentais para a reprodução do capital. zo até 2011;
Especialmente a partir da década de 1990, o processo - envio de mais 30 mil soldados para ao Afeganistão para
de globalização ficou cada vez mais em evidência. A glo- combater a guerrilha fundamentalista sunita Taleban;
balização constitui uma nova fase de expansão do capita- - desativar futuramente a prisão da base militar de
lismo financeiro e monopolista no espaço geográfico Guantánamo, onde prisioneiros acusados de terroris-
mundial. mo são mantidos sem julgamento adequado, consti-
Os principais agentes da globalização são as empresas tuindo desrespeito aos direitos humanos;
transnacionais, os grandes bancos internacionais, os - desistência de um Escudo Antimísseis que seria insta-
governos dos principais países desenvolvidos e emer- lado no Leste Europeu (Polônia e República Checa), o
gentes, as instituições internacionais (FMI, Banco Mundi- argumento de Bush era que o escudo era necessário
al, OMC, OCDE, entre outras) e os blocos econômicos para proteger a Europa da ameaça nuclear iraniana;
(União Europeia, NAFTA, APEC, Mercosul, entre outros). - melhora das relações com a Rússia devido ao can-
celamento do escudo antimísseis e proposta de um
Crise Financeira Internacional (2007-2010) novo plano de desarmamento nuclear a partir do
término do Start.
A crise econômica nos Estados Unidos, que atingiu o mun- - recebimento do prêmio Nobel da Paz em Oslo (Noruega);
do como um todo, teve início em 2007. A origem foi a inadim- - envio para o Congresso de plano para aumentar a
plência no setor imobiliário. Em 2001, o Federal Reserve regulação no sistema financeiro para prevenir novas
(FED: banco central dos EUA) reduziu a taxa de juros, vi- crises, proposta para limitar ganhos de executivos dos
sando baratear os empréstimos. Em 2003, o setor imobi- bancos e proposta de imposto sobre responsabilida-
liário norte-americano passou a se aproveitar dessa situa- de da crise financeira;
ção de juros baixos: a procura por imóveis e por emprésti- - envio para o Congresso de reforma na saúde com
mos para financiá-los cresceu aceleradamente. Principal- plano público mais barato para atender quase 50 mi-
mente a partir de 2007, essa realidade começou a mudar: lhões de americanos que não tem plano privado.
a alta na taxa de juros encareceu os empréstimos, afastou
investidores, elevou o número de inadimplentes, fez a oferta Estados Unidos: tentativa de atentado terrorista (2009)
superar a procura, desvalorizou os imóveis acarretando
uma forte crise no setor imobiliário. No dia 25 de dezembro de 2009, Umar Farouk Abdulmu-
tallab, de nacionalidade nigeriana, tentou detonar explo-
Muitos bancos e financeiras do país, envolvidos com finan- sivos durante um voo da Northwest Airlines entre Amster-
ciamentos da casa própria e com venda e compra de títu- dã (Holanda) e Detroit (EUA). A tragédia só não ocorreu
los do setor amargaram prejuízos, obrigando o governo, porque houve falha no momento da detonação da bomba
primeiro Bush, e agora Obama a tentar a aprovação de e o terrorista acabou sendo contido pelos passageiros.
pacotes econômicos, com ênfase na liberação de dinhei- Diante dessa nova tentativa de atentado, a segurança em
ro, para ser injetado no mercado. Essa ajuda financeira vários aeroportos, principalmente nos EUA, foi reforçada.
visa salvar bancos, financeiras, empresas e também a O episódio revelou a ineficiência dos EUA quanto aos
geração de empregos. Grandes grupos financeiros pedi- organismos de segurança e espionagem. Osama Bin
ram concordata, o banco Lehman Brothers, até então um Laden, em “suposta” mensagem para a mídia, assumiu
dos mais respeitados do país, foi a falência. A Fannie Mae a tentativa de atentado. O jovem nigeriano recebeu treina-
e Freddie Mac foram salvas pelo governo. A Merrill Lynch foi mento pelo grupo terrorista da Al Qaeda na Península
comprada pelo Bank of América e o Wachovia pelo Citi- Arábica, no Iêmen.
group. Em 2009, os EUA entraram em recessão econômi-
ca e a taxa de desemprego superou os 10% da PEA. Al- Conselho de Segurança da ONU: Brasil é membro rota-
guns setores tiveram modesta recuperação em 2010. tivo (2009/2010)

Estados Unidos: o governo de Barack Obama (2008/2009/ O Brasil foi eleito pela décima vez, membro rotativo do
2010) Conselho de Segurança da ONU. Esse conselho é
composto de 15 países, sendo 5 permanentes (Rús-
No dia 4 de novembro de 2008 foi eleito presidente dos sia, China, França, Reino Unido e EUA), com poder de
Estados Unidos, Barack Hussein Obama. Obama tem 47 veto e voto.
anos, sendo o primeiro presidente negro e o 44º presi- Além desses, estão os 10 rotativos, com poder apenas
dente dos EUA. de voto, sendo que cada membro permanece por apenas
Filho de um queniano, também chamado de Barack Oba- 2 anos, sendo substituído por um novo membro. O Brasil
ma e de uma norte-americana (branca), Ann Dunham, o recebeu 182 votos, de um total de 190 membros que
atual presidente dos EUA nasceu em 1961. Represen- participaram da votação. O cargo passou a ser ocupado

Degrau Cultural 235

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Atualidades

pelo Brasil em janeiro de 2010, substituindo a Costa Rica. - grande extensão territorial com expressiva quantidade
Vale ressaltar que o Conselho de Segurança tem por fi- e diversidade de recursos naturais;
nalidades a segurança mundial e autorizar intervenções - nações populosas e com mercados consumidores
militares como o envio de tropas de paz para países em emergentes (forte crescimento das classes médias e
conflito. Já há algum tempo, o G4 (Brasil, Alemanha, Índia redução da pobreza);
e Japão) almejam uma cadeira permanente no Conse- - grandes PIBs e economias diversificadas;
lho de Segurança da ONU. - graves problemas sociais e regionais internos;
- problemas políticos como altos níveis de corrupção e,
G8 no caso chinês, autoritarismo político.
A previsão é que em 2040, a soma do PIBs dos BRICs
O G8 (Grupo dos Oito) constitui um fórum que reúne os vão superar a soma dos PIBs das 6 maiores economias
sete países capitalistas desenvolvidos com maior PIB do desenvolvidas (EUA, Japão, Alemanha, Reino Unido, Fran-
planeta, somados a um país emergente, a Rússia. O gru- ça e Itália). O sucesso da sigla na comunidade internaci-
po foi criado em 1975. O grupo realiza uma reunião anual onal fez com que os quadro países se aproximassem
dos presidentes e primeiros ministros para debater os dando origem a um fórum de cooperação diplomática e
rumos da economia mundial e questões geopolíticas. econômica BRIC, cuja primeira reunião de cúpula acon-
O grupo é integrado por Estados Unidos, Japão, Alema- teceu em Ecatenimburgo (Rússia) em 2009. Em 2010, a
nha, França, Reino Unido, Itália, Canadá e Rússia. A Rús- sede é Brasília.
sia foi convidada a participar na década de 1990 em vista
de seu poderio geopolítico e militar. Nos últimos anos,
países emergentes são convidados a participar da reu-
nião. Estes países integram o G5, integrado por China,
Índia, Brasil, México e África do Sul. Em 2009, a reunião
de cúpula aconteceu em L’Áquila, Itália.

G20 (Grandes Economias)

Em decorrência das crises financeiras ocorridas em 1994


(México), 1997 (países asiáticos como Coreia do Sul, Tai-
lândia e Indonésia) e em 1998 (Rússia e Brasil), foi cria-
do o Grupo dos Vinte (G20 Grandes Economias ou Finan-
ças) em 1999. A finalidade do grupo é discutir o sistema
financeiro e tomar medidas para garantir a estabilidade
do sistema financeiro e previnir crises. Geralmente, se
reunem os presidentes dos bancos centrais e ministros
das fazenda.
O grupo é formado pelos dezenove países com grandes
PIBs, somados a União Europeia enquanto bloco econô-
mico. Os participantes são: EUA, Japão, Alemanha, Fran-
ça, Reino Unido, Itália, Canadá, China, Brasil, Índia, Rús-
sia, Austrália, África do Sul, Turquia, Arábia Saudita, Ar-
China: a nova potência global
gentina, México, Coreia do Sul, Indonésia e União Euro-
peia. Em 2009, foram realizadas duas cúpulas: Londres
(Reino Unido) e Pittsburgh (EUA) que discutiram medi-
das contra a crise financeira internacional.

BRIC Centro financeiro Pudong em Xangai, maior região


metropolitana da China.
Entre os países emergentes, o grupo que se sobressai é
identificado pela sigla “BRIC” que representa Brasil, Rús- A China é a potência emergente com maior sucesso
sia, Índia e China. A sigla BRIC foi criada em 2001 pelo econômico e financeiro nas últimas décadas. O “dragão”
economista Jim O’Neill no banco Goldman Sachs, uma simboliza bem o desempenho chinês, poder,
das principais instituições financeiras dos EUA. A sigla superioridade e agressividade. Após a crise financeira, o
tinha a função de orientar os investidores em relação aos país consolida-se de vez como potência global. A China
países emergentes com maior potencial de crescimento começou a exercer importante influência econômica e
e cujos investimentos produtivos e especulativos trariam geopolítica no leste e sudeste asiáticos, gerando
maior rentabilidade. Os BRICs são potências regionais e desconfiança nos grandes vizinhos, a Índia e o Japão.
no caso da China, uma potência global. Eis as suas ca- Necessitando consumir commodities minerais, energéticos
racterísticas: e agrícolas em grande volume para suprir a demanda de
sua acelerada economia, a China avançou em negociações

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Atualidades

comerciais e diplomáticas em diversas frentes: Ásia Central, O G20 reivindica a maior abertura dos mercados dos pa-
América Latina e África. No continente africano, fechou íses desenvolvidos para a entrada de produtos do agro-
acordos comerciais com a maioria dos países. negócio provenientes dos países subdesenvolvidos e
Apesar de ter sido afetada pela crise mundial, em 2009, a emergentes. Os países desenvolvidos relutam em abrir
economia cresceu 8,7%, mesmo com a queda nas seus mercados, fazendo ofertas pouco expressivas. O
exportações, um resultado surpreendente. Assim, a G20 é contrário ao protecionismo e subsídios que bene-
China, que já é a 2ª maior economia do mundo (PIB-PPC- ficiam os agricultores dos países ricos.
paridade de poder de compra), em 2010 torna-se também Por sua vez, os Estados Unidos e países da União Euro-
a 2ª economia do mundo com PIB em dólares. Um fator peia reivindicam que os países emergentes e periféricos
que muito contribuiu para que a China superasse os abram mais seus mercados para produtos industrializa-
efeitos da crise mundial foi o pacote elaborado pelo dos e serviços vindos os países desenvolvidos. O resul-
governo, estimulando investimentos de infraestrutura e tado tem sido o impasse nas negociações, visto que
de crescimento do mercado interno. Apesar da ambos os lados cedem pouco.
prosperidade econômica que o país vem apresentando,
há mais de uma década, o governo reconhece que o país OMC autoriza Brasil a retaliar os EUA devido a produção
ainda enfrenta dificuldades a serem superadas, como de algodão (2010)
por exemplo, o aumento da desigualdade social e a forte
degradação do meio ambiente. A Organização Mundial do Comércio (OMC) autorizou o
O país é potência econômica, financeira e com fortes Brasil a impor retaliações sobre o governo americano em
investimentos no campo aeroespacial, militar e nuclear. resposta aos subsídios ilegais que a Casa Branca distribui
No campo aeroespacial, os chineses já detém tecnologia aos produtos de algodão. Mas o órgão frustra o Brasil no
de satélites de sensoriamento remoto (CBERS em valor da retaliação contra os Estados Unidos. Dados
parceria com o Brasil), já enviaram uma missão tripulada preliminares da decisão da entidade apontam que o Brasil
ao espaço e tem planos para aportar na Lua. teria o direito de retaliar os EUA em cerca de US$ 300
milhões, valor muito inferior aos US$ 2,5 bilhões pleiteados
Uma das principais críticas à China é o regime autoritário pelo Brasil. O valor variaria, dependendo do ano, e estaria
e de partido único. O país reprime opositores e censura ligado ao volume de subsídios que os Estados Unidos
os meios de comunicação. A Internet é o alvo nos últimos
dariam ao algodão em cada ano. Pelos cálculos
anos, uma vez que a China tornou-se o país com maior
preliminares o valor da retaliação não chegaria nem US$ 1
número de usuários de internet do mundo. Em 2010, o
bilhão em nenhum dos anos. Os americanos indicaram
Google sofreu um ataque de hackers chineses,
que somente aceitariam ser retaliados em 1,5% do valor
desagradando os EUA. A empresa ameaçou cancelar
suas atividades no país. A China também tem reprimido pedido para o Brasil. Mesmo assim, a retaliação autorizada
suas minorias étnicas. Em 2008, houve repressão contra pela OMC é a segunda maior já dada pela entidade a um
manifestações de monges do Tibete e a China considera país. A maior retaliação também havia sido contra os EUA.
o Dalai Lama, um “líder separatista”. Em 2009, A OMC atende parcialmente o pedido brasileiro e autorizou
aconteceram graves conflitos étnicos entre chineses han que, em certas circunstâncias, retaliações fossem
e os uigures (muçulmanos) em Urumqi, capital da aplicadas sobre patentes de produtos americanos. Essa
província de Xinjiang. A China também classifica os é a primeira vez que a OMC autoriza tais medidas para o
líderes da minoria uigur, a exemplo de Rediya Kadeer (no Brasil. Mas para que a retaliação em patentes entre em
exílio), como “terroristas e separatistas”. vigor, um determinado nível de retaliação precisa ser
atingido. Se o valor da sanção em um ano for acima de um
OMC, Rodada de Doha e G20 (subdesenvolvidos e certo montante, o Brasil então teria o direito de suspender
emergentes) patentes. A disputa entre Brasil e Estados Unidos já dura
sete anos e apesar de várias condenações, o governo
Na década de 2000, a OMC (sede em Genebra, Suíça) americano jamais cumpriu a determinação da OMC de
organizou diversas cúpulas de países no intuito de retirar os subsídios ilegais ao algodão. O governo brasileiro
destravar o comércio mundial. Porém, prevaleceram as ameaçou aumentar a tarifa de importação de vários
divergências. Alguns países não aceitam abrir mais os produtos provenientes dos EUA e espera uma negociação
seus mercados internos para mercadorias importadas, com os norte-americanos para resolver o impasse.
ou seja, praticam o protecionismo com a finalidade de
proteger os produtores nacionais. Mercosul
A maior negociação comercial em curso na OMC é a
Rodada Doha, iniciada em 2001 em Doha, capital do Catar,
país do Golfo Pérsico. Ao longo das negociações
formaram-se dois grupos de países. De um lado, os
Estados Unidos e a União Europeia. Do outro, o G20, um
grupo de países subdesenvolvidos, incluindo os
principais emergentes.
O G20 é um grupo de países subdesenvolvidos, incluindo
os principais emergentes, fundado no ano de 2003 numa
reunião da Rodada de Doha, em Cancún, no México. O
G20 é formado por 24 países e cuja liderança cabe à
Índia e ao Brasil. Os demais países membros são: Com a democratização da maioria dos países da Améri-
Filipinas, China, Indonésia, Paquistão, Tailândia, África ca Latina, as possibilidades de integração renasceram
do Sul, Egito, Tanzânia, Zimbábue, Nigéria, Turquia, na década de 1990. Na América do Sul, foi criado o Mer-
República Checa, Hungria, Argentina, Bolívia, Chile, cosul (Mercado Comum do Sul) através da assinatura
Paraguai, Uruguai, Venezuela, México, Guatemala e Cuba. do Tratado de Assunção em 1991.

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Atualidades

O bloco é integrado por quatro membros plenos: Brasil, medidas para aprofundar sua interdependência no cam-
Argentina, Uruguai e Paraguai. O Chile, Bolívia, Peru, po econômico e financeiro. Com a assinatura do Tratado
Venezuela, Equador e Colômbia são membros associa- de Maastricht (1992), os países sócios comprometeram-
dos, isto é, fizeram acordos comerciais com o Mercosul, se a padronizar seus indicadores econômicos internos
no entanto, não apresentam o mesmo grau de integra- com a finalidade de viabilizar uma futura unificação mo-
ção atingido pelos membros plenos. A Venezuela é can- netária. O ajuste econômico foi rigoroso e visava reduzir
didata a membro pleno, mas precisa da aprovação dos as taxas de inflação, as taxas de juros, controlar as flutu-
parlamentos dos 4 atuais membros plenos. A câmara e ações cambiais e os déficits públicos. O bloco também
o senado brasileiros aprovaram a entrada da Venezuela passou a denominar-se UE (União Europeia). Em 1995, o
em 2009, assim como o Uruguai e a Argentina. Portanto, bloco contou com a adesão da Áustria, Suécia e Finlân-
resta apenas o Paraguai. dia. A unificação monetária avançou com a criação de um
A criação do Mercosul intensificou as relações comerci- Banco Central para a União Europeia em Frankfurt, Ale-
ais entre os países sócios a partir da década de 1990. Na manha, em 1998.
atualidade, a maior parte das mercadorias circula sem Em 2004, aconteceu a primeira grande expansão da
tarifas de importação. O Mercosul pode ser considerado União Europeia em direção ao Leste Europeu e ao Medi-
uma união aduaneira parcial, seu mecanismo é a TEC terrâneo. Entraram dez novos integrantes: Estônia, Letô-
(Tarifa Externa Comum) adotada pelos membros plenos. nia, Lituânia, Polônia, República Checa, Eslováquia, Hun-
Os principais problemas do Mercosul são: gria, Eslovênia, Malta e Chipre. Em 2007, ingressaram a
- as divergências comerciais entre os membros, a exem- Bulgária e a Romênia. Alguns analistas afirmam que o
plo dos frequentes conflitos comerciais entre o Brasil ingresso dos países do Leste Europeu poderia facilitar
e a Argentina; ainda mais a entrada de trabalhadores do leste nos paí-
- a assimetria econômica entre os membros, uma vez ses da Europa Ocidental. Haveria um aumento da con-
que o Brasil apresenta um PIB muito maior em rela- corrência com a mão-de-obra local e um eventual rebai-
ção aos outros sócios; xamento dos salários nos países mais avançados. O
- as eventuais crises financeiras e políticas nos países deslocamento de empresas rumo ao leste em busca de
sócios. mão-de-obra barata e incentivos fiscais, poderia elevar o
desemprego em países como a França e Alemanha.
A integração econômica também requer investimentos
em infraestrutura que integrem os países. Ao longo de Entre os atuais candidatos a ingressar na União Euro-
décadas, pouco foi feito para integrar o Brasil com os peia estão a Macedônia, Croácia, Montenegro e Turquia.
países andinos e platinos. Desse modo, a construção de No entanto, existe grande resistência à entrada da Tur-
rodovias, pontes e ferrovias é fundamental. Um dos prin- quia no bloco. Os principais motivos são:
cipais exemplos é a construção da rodovia Transoceâni- - problemas econômicos e financeiros do país, a exem-
ca entre o Brasil (a partir do AC) e o Peru passando por plo da alta taxa de juros;
trechos da Amazônia, Andes e atingindo o litoral do Pací- - preconceito contra um país cuja maioria da população
fico. A obra vai permitir que produtos brasileiros cheguem é muçulmana, apesar do país ter um governo laico;
até portos peruanos no Pacífico de modo a facilitar o co- - temor da facilitação da entrada de grupos fundamen-
mércio com os países andinos e com os países da Oce- talistas e terroristas islâmicos no bloco através do ter-
ania e Ásia. Por sua vez, aumentará o fluxo de mercadori- ritório turco;
as peruanas para o mercado brasileiro. - as relações tensas da Turquia com o Chipre, país que
aderiu à União Europeia, e que internamente é dividi-
União Europeia do entre duas etnias rivais, grega e turca;
- o desrespeito aos direitos humanos (repressão políti-
Dado o término da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), ca, problemas no sistema prisional e repressão à mi-
os países da Europa Ocidental, muitos arruinados pelo noria curda).
conflito, começaram a se organizar para minimizar a de- A moeda única, o euro, foi implantada de modo gradual a
pendência econômica perante os EUA. Na Europa, a partir de 1999, convivendo com as moedas de cerca de
primeira experiência de cooperação econômica foi o BE- onze países inicialmente. A partir de 2002, as moedas
NELUX em 1948, integrando Bélgica, Holanda e Luxem- locais de cada país foram eliminadas e o euro tornou-se
burgo. Com a assinatura do Tratado de Paris em 1951, a moeda única.
foi criada a CECA (Comunidade Europeia do Carvão e do Os países da União Europeia onde o euro substituiu as
Aço), instituição que estimulou a livre circulação de maté- moedas locais integram a zona do euro: Alemanha, Fran-
rias-primas e mercadorias vinculadas à indústria side- ça, Itália, Países Baixos, Bélgica, Luxemburgo, Espanha,
rúrgica, tais como carvão mineral, minério de ferro e aço. Portugal, Grécia, Áustria, Finlândia, Irlanda, Eslovênia,
A CECA era integrada por Bélgica, Países Baixos, Luxem- Chipre e Malta.
burgo, Alemanha Ocidental, França e Itália.
Países desenvolvidos como Reino Unido, Dinamarca e
Com o sucesso da CECA, a iniciativa seguinte foi de es- Suécia não aderiram ao euro. A resistência à moeda úni-
tender a cooperação para outros setores. Nesse intuito, ca em alguns países dá-se por motivação econômica e
foi assinado o Tratado de Roma (1957) que fundou a CEE até por nacionalismo, uma vez que a moeda é um impor-
(Comunidade Econômica Europeia). No início, eram seis tante símbolo da únidade nacional.
países: Alemanha Ocidental, França, Itália, Bélgica, Ho-
landa e Luxemburgo. Cabe salientar que o processo de adesão de um país à
União Europeia ou a adoção do euro é democrático. Isto
Em 1973, a CEE foi ampliada, com a adesão de três é, passa por plebiscito popular e aprovação dos parla-
novos sócios: Reino Unido, Irlanda e Dinamarca. mentos de cada país. Alguns países ricos da Europa Oci-
Na década de 1980, entraram a Grécia (1981), Espanha dental rejeitaram até a adesão à União Europeia, é o
e Portugal (1986). Na década de 1990, o bloco dá início a caso da Islândia, Suíça e Noruega.

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Atualidades

A sede executiva da União Europeia está localizada em Entretanto, é necessário ser portador de um documento
Bruxelas, capital da Bélgica. O funcionamento da União legal como, por exemplo, o bilhete de identidade. Al-
Europeia depende de várias instituições e tratados: guns países do bloco e outros europeus aguardam
- Parlamento Europeu. Assembleia parlamentar eleita implementação: Bulgária, Romênia, Chipre, Islândia,
pelo voto direto pelos cidadãos da União Europeia com Noruega, Suíça e Liechenstein.
sede em Estrasburgo, França. - Tratado de Nice. Foi acertado em 2000 e entrou em
- Conselho da União Europeia. Principal órgão legislati- vigor em 2003. Seu objetivo foi definir as regras de
vo e de tomada de decisão na União Europeia. Repre- adaptação das instituições europeias para a inclusão
senta os governos dos estados-membros. dos novos membros a partir de 2004.
- Comissão Europeia. Instituição que representa e de- - Tratado de Lisboa. Foi firmado em 2007 e também é
fende os interesses da União como um todo através denominado de “tratado reformador da constituição
de propostas de legislação, ações e é responsável europeia”. O bloco passa a ter um alto representante
pela execução das decisões do parlamento europeu. para a política exterior, um presidente e haverá um for-
É o órgão com poder executivo. talecimento dos parlamentos. Em 2009, a Irlanda che-
- Acordo de Schengen. Firmado em 1985. O objetivo gou a rejeitar o tratado por plebiscito, mas o problema
foi criar o “espaço Schengen” que permite a livre cir- foi superado. O Tratado de Lisboa entrou em vigor em
culação de pessoas dentro dos países signatários, 2010 com a aprovação dos parlamentos dos países-
sem a necessidade de apresentação de passaporte membros.
nas fronteiras.

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Atualidades

PIIGS (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha) não cas. Com déficit fiscal elevado, de 11,4%, o país tem sal-
estão no mesmo atoleiro, mas Grécia dita rumo do gru- do negativo em conta corrente menos intenso, de 6,1%, e
po (2010) a dívida pública está hoje em 55% do PIB, bem abaixo do
que na Grécia (113%).
Os Piigs não estão todos no mesmo atoleiro, mas o des- Quem surpreendeu positivamente os analistas foi a Itá-
fecho do caso da Grécia deve ditar a extensão do contágio lia. “O país está se comportando relativamente bem na
no grupo. Analistas na Europa diferenciam a situação eco- crise, com maior eficiência do setor público e é um dos
nômica de cada integrante, já que Grécia e Portugal en- poucos da zona do euro com superávit primário”, afirmou
frentam problemas mais delicados do que Irlanda, Itália e Ana, do Itaú Europa. Para Annunziata, do UniCredit, o acrô-
Espanha. Fica, no entanto, o alerta de que uma possível nimo deveria se resumir a Pigs e excluir a Itália, hoje em
contaminação da turbulência traria novo freio para a ain- posição mais forte pela combinação de poupança inter-
da frágil recuperação europeia. na e administração fiscal mais prudente.
No olho do furacão, a Grécia passa atualmente pela mai- A recente turbulência em membros da zona do euro já traz
or dificuldade do bloco. Há ceticismo sobre a implanta- questionamentos sobre o desempenho econômico da
ção do plano de contenção aprovado nesta semana pela região, que ainda engatinha após a forte crise financeira.
União Europeia.
“Agora que os mercados estão ditando a velocidade do
Os especialistas reclamam da falta de detalhes da pro- aperto fiscal, há um grande risco de que os ajustes em-
posta do governo grego, que se comprometeu a reduzir o purrem os países de volta à recessão”, avalia Annunzia-
déficit dos atuais 12,7% para 3% em 2012. Conforme cál- ta. Para o Goldman Sachs, se o contágio da Grécia se
culos do Goldman Sachs, a necessidade de financiamen- infiltrar em outros países, entre 20% e 30% do PIB da
to da Grécia neste ano é de 55 bilhões de euros, sendo a região estará sob forte estresse.
metade até maio, incluindo 17 bilhões de euros de amor-
tização de dívidas de longo prazo. IDH
Prevalece a avaliação de que o país acabará precisando
de ajuda externa para resolver seus problemas. Para o O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) foi criado
economista-chefe para a Europa do Goldman Sachs, Erik em 1990 pelo economista paquistanês Mahbub ul Haq.
Nielsen, a maior probabilidade é de que o suporte venha Desde 1993, o PNUD (Programa das Nações Unidas
de empréstimos bilaterais de outros membros da zona para o Desenvolvimento) utiliza o IDH como principal in-
do euro. “O envolvimento do Fundo Monetário Internacio- dicador comparativo de qualidade de vida entre os paí-
nal (FMI) não pode ser descartado, mas as chances dis- ses. O índice também pode ser utilizado em outras esca-
so acontecer continuam baixas.” las geográficas, a exemplo de estados e municípios. Eis
O fato é que do destino da Grécia depende o sentimento os indicadores componentes do IDH:
para o restante do grupo, formado por países que obtive- - Renda per capita (PIB-PPC pela população absoluta);
ram crescimento econômico forte nos últimos anos, esti- - Expectativa de vida ou longevidade (em anos);
mulados pelo crédito farto e barato na União Europeia. - Alfabetização (população alfabetizada acima de 15
Aliás, o acrônimo Piigs pegou e já não há mais constran- anos de idade) e Taxa de matrícula (taxa de matrícula
gimento em usá-lo. O economista-chefe do UniCredit, bruta nos três níveis de ensino — relação entre a popu-
Marco Annunziata, acredita que, quanto mais a solução lação em idade escolar e o número de pessoas matri-
se parecer com um resgate, menos provável fica o contá- culadas no ensino fundamental, médio e superior).
gio na região. “Quanto mais a Grécia tiver de sair da crise O índice varia entre 0 e 1, quanto mais próximo de 1,
com as suas próprias pernas, mas os investidores se melhor o nível de desenvolvimento humano. Observe a
perguntarão quem conseguirá superar a crise sozinho. seguir, a classificação do IDH:
Todos os Piigs acumulam déficits fiscais e de conta cor- IDH muito elevado (índice de 0,900 até 1). Neste grupo se
rente. No entanto, Grécia e Portugal registram as piores encontram todos os países desenvolvidos, a exemplo da
combinações. O buraco fiscal grego é o mais elevado do Islândia, França, Canadá, Austrália, Japão e EUA. Tam-
grupo, de 12,7% do PIB, com déficit em conta corrente de bém entram alguns países emergentes como Coreia do
11,9%. Em Portugal, os números são de 9,3% e 10,1%, Sul, Cingapura, República Checa e alguns exportadores
respectivamente, conforme levantamento do Goldman Sa- de petróleo como os Emirados Árabes Unidos. No IDH
chs. “A dívida interna é mais fácil de financiar, mas esses 2009, a Noruega ficou na 1ª posição com nota 0,971.
países têm problemas também no lado externo”, disse a
chefe de pesquisas do Itaú Europa, Ana Esteves. Portugal IDH elevado (entre 0,8 e 0,899). Neste grupo, encontra-
já apresentou um orçamento, que prevê inclusive a taxa- se a maioria dos países subdesenvolvidos emergentes
ção dos bônus de executivos em 50%, como fez o Reino e alguns exportadores de commodities. São exemplos:
Unido. Mas analistas acreditam que novas iniciativas para Colômbia, Rússia, Malásia e Turquia. Nos anos 2000, o
conter gastos e elevar receitas serão necessárias. Brasil melhorou sua classificação de IDH médio para
IDH elevado, entretanto, no ranquing está atrás de na-
A Irlanda possui um rombo orçamentário de 11,6%, mas ções mais pobres do ponto de vista econômico, a exem-
o déficit em transações correntes é bem menor, de 3%. plo de países latino-americanos e caribenhos como: Ar-
Além disso, o país anunciou um ajuste bastante dolorido, gentina, Chile, Uruguai, Venezuela, Cuba, Costa Rica e
inclusive com corte na folha de pagamento do funciona- México. O Brasil ficou na 75ª posição com nota 0,813.
lismo público, que convenceu os investidores. O próprio
presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Tri- IDH médio (entre 0,500 e 0,799). Entre os países com IDH
chet, vem elogiando publicamente a Irlanda pelas medi- médio estão países subdesenvolvidos, alguns deles emer-
das tomadas. Apesar das dificuldades, também existe gentes: China, Índia, África do Sul, Angola, Bolívia, Indoné-
maior confiança nos planos da Espanha, que apresentou sia, Irã e Territórios Palestinos (Gaza e Cisjordânia).
recentemente proposta para melhorar as finanças públi-

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Atualidades

IDH baixo (entre 0,100 e 0,499) é formado por subde-


senvolvidos exportadores de commodities e os periféri-
cos: Afeganistão, Timor Leste, Níger, Serra Leoa, Guiné
e Moçambique.

Israel X Palestinos (2009-2010)

Os palestinos continuam a lutar por um Estado inde-


pendente, mais a sua concretização é complexa. As
pressões do governo Obama para acontecerem nego-
ciações de paz não surtiram efeito. O início de 2009 foi
marcado por combates entre israelenses e palestinos
integrantes do Hamas (Partido político, grupo funda-
mentalista islâmico sunita e com atividade terrorista).
Israel atacou a Faixa de Gaza, resultando na morte de
cerca de 1.400 palestinos. No lado israelense houve
14 perdas.
O Fatah, partido político palestino moderado, do presi-
dente palestino Mamoud Abbas, controla a Cisjordânia.
Em 2009, o partido de direita Likud venceu as eleições
em Israel com a ascensão ao poder do primeiro ministro
Benjamim Netanyahu.
As principais divergências que dificultam um tratado de
paz definitivo entre Israel e palestinos e precisam ser
resolvidas são:
Iraque: atentados terroristas no Iraque (2009-2010)
- o controle das atividades dos grupos extremistas
palestinos e judeus; Em 2009, atentados no Iraque deixaram 155 mortos e
- as divergências políticas internas entre as lideranças 500 feridos. Os atentados foram contra o Ministério da
e militantes palestinos do Fatah e do Hamas; Justiça e o Conselho Provincial de Bagdá, capital do país.
- a partilha dos recursos hídricos existentes na Cisjor- Segundo autoridades, os atentados foram praticados pelo
dânia. Em 2009, a Anistia Internacional divulgou que grupo Estado Islâmico do Iraque, ligado à Al Qaeda. Os
os israelenses controlam a maior parte da água no xiitas são o principal grupo étnico no Iraque. Assim, são
território, deixando os palestinos com pouca água; comuns os conflitos entre sunitas e xiitas. Em 2010, acon-
- a situação política de Jerusalém, ocupada e conside- teceram atentados de sunitas contra xiitas em Najaf, por
rada por Israel como sua capital. Os palestinos tam- ocasião de celebrações religiosas. O norte do país é ocu-
bém reivindicam Jerusalém oriental como futura capi- pado pelos curdos, grupo com tradição separatista, que
tal para um Estado palestino independente; também se distribui pela Turquia e Irã. Desde a invasão
- a permanência de assentamentos judaicos na Cisjor- do Iraque por tropas dos EUA e Reino Unido, aproxima-
damente 102 mil pessoas morreram. O atual primeiro
dânia, uma vez que os palestinos reivindicam a remoção
ministro do Iraque é Nuri Al Maliqui.
destas colônias da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental,
inclusive para viabilizar seu Estado independente; Afeganistão (2009-2010)
- o muro construído por Israel para isolar a Cisjordânia.
Os israelenses alegam que o muro foi construído para O Afeganistão é um país montanhoso (cadeia Hindo
interromper a entrada de terroristas em Israel. A co- Kush), sem saída para o mar, com baixo IDH e onde pre-
munidade internacional condenou o muro, visto que valecem muçulmanos sunitas. Desde a década de 1990,
seu traçado acabou por anexar mais terras palestinas cultiva a papoula e é o maior produtor de heroína e ópio
para o lado israelense. Em 2010, Israel também anun- do mundo. O país apresenta grande diversidade étnica.
ciou a construção futura de um muro de segurança O principal grupo étnico é o patane (ou pasthu) que ocupa
na fronteira com o Egito, o objetivo seria evitar a en- o centro sul do país, da qual originou o Taleban. Os gru-
trada de armas do território egípcio para os palesti- pos minoritários são: uzbeques, tadjiques, hazarás, tur-
nos, além de conter a entrada de imigrantes ilegais e comenos, quirguizes, baluchis e ismaelitas.
extremistas islâmicos. Em 2001, os EUA fizeram uma intervenção militar no Afe-
ganistão, cujo governo, dominado pelo grupo fundamen-
talista islâmico sunita Taleban, foi acusado de colaborar
com a Al Qaeda e de dar proteção a Osama Bin Laden.
Nesta ação, os EUA contaram com o apoio da OTAN. Os
norte-americanos se associaram aos grupos de oposi-
ção ao Taleban, em especial a Aliança do Norte. No final
das contas, o governo Taleban foi derrubado. Após a rea-
lização de eleições, o novo governo afegão, liderado pelo
presidente Hamid Karzai, passou a ser alinhado com os
interesses dos EUA.

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Atualidades

Ainda assim, a situação continua tensa no Afeganistão. A O Irã também investe no setor aeroespacial com o lança-
milícia Talebam, ligada à Al Qaeda, promove atentados mento de foguetes e satélites. Em 2010, houve o lança-
contra a OTAN e o atual governo afegão. Em 2010, chega- mento de um modelo avançado de seu foguete Kavosh-
ram a atacar a capital, Cabul. O presidente afegão é Hamid gar (Explorador), equipado com uma cápsula especial na
Karzai, reeleito após a desistência do candidato de oposi- qual viajam seres vivos.
ção, Abdulah Abdulah no segundo turno das eleições pre-
sidenciais. Abdulah tinha denunciado fraudes eleitorais. Coreia do Norte: o novo teste nuclear (2009)

Paquistão (2009-2010) A Coreia do Norte anunciou ter realizado “com sucesso”


um novo teste nuclear subterrâneo e ameaçou executar
No Paquistão, país cuja maioria da população é muçul- novas ações, em um desafio aberto à comunidade inter-
mana sunita, houve um crescimento do fundamentalis- nacional. O regime ditatorial de Pyongyang, liderado pelo
mo islâmico com a atuação do Taleban paquistanês, li- presidente Kim Jong Il, desconsiderou, assim, as pres-
gado à Al Qaeda, combatido pelas forças armadas do sões internacionais que tentam obrigar o país a renunci-
país com auxílio eventual dos EUA. Os confrontos aconte- ar às ambições atômicas. A Coreia do Norte também
cem no Vale do Swat e no Waziristão, áreas montanho- lançou três outros mísseis de curto alcance.
sas, tribais e próximas ao território do Afeganistão. O país Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e União Eu-
atravessa uma onda de atentados terroristas feitos por ropeia manifestaram “grande preocupação”, assim como
extremistas desde 2009. O temor dos EUA é que o Pa- Coreia do Sul e Japão. A China, principal aliada da Coreia do
quistão mergulhe numa guerra civil e que os terroristas Norte e com poder de veto no Conselho da ONU, ainda não
tenham acesso às armas nucleares do país. O Paquis- se pronunciou. Segundo comunicado da Coreia do Norte, a
tão também tem uma relação de tensão com a Índia devi- nova bomba é mais potente que a utilizada no teste anterior,
do à disputa pela região da Caxemira, de maioria muçul- em outubro de 2006, que levou o país a sofrer sanções do
mana e compartilhada pelos dois países. Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações
Unidas). A Coreia do Norte ameaçou ainda realizar mais
Irã: vitória de Ahmadinejad provoca protestos de oposi- testes, caso os Estados Unidos prossigam com o que cha-
tores (2009/2010) mou de “política de intimidação”, afirmou um funcionário da
embaixada norte-coreana em Moscou.
Simpatizantes do candidato da oposição Mir Hussein
Moussavi iniciaram uma onda de protestos no Irã, ale-
gando que a vitória do ultraconservador, Mahmoud Ahma-
dinejad, reeleito presidente do país com 62,6%, ocorreu
de forma fraudulenta, pois pesquisas realizadas antes
da eleição davam margem de votos para Moussavi. Ah-
madinejad contou com o apoio do aiatolá Ali Khamenei,
líder religioso xiita supremo do país que exerce muito
poder, pois apresenta influência no judiciário, na polícia,
nas redes de TV e nas forças armadas.
A confirmação da reeleição de Ahmadinejad deu início à
uma onda de protestos pelo país, resultando em prisões,
agressões e até na morte de uma jovem, Neda, que tor-
nou-se um mártir pela liberdade de expressão no país,
pois sua morte foi filmada por uma câmara de celular e a
imagem foi parar na Internet e em sites de relacionamen-
to como o Twitter.
Um atentado terrorista, ocorrido em 2009, na região de Charge chama a atenção para a preocupação de vários
Sistão e Baluchistão, na fronteira do Irã com o Afeganis- paises com os testes nucleares da Coréia do Norte
tão e Paquistão, deixou 42 mortos, sendo 15 deles, inte-
grantes da Guarda Revolucionária iraniana, e, dois deles Índia: atentados terroristas (2008)
altos comandantes. O governo iraniano chegou a res-
Vários atentados terroristas foram realizados em novem-
ponsabilizar os EUA e o Reino Unido pelos atentados,
bro de 2008, em localidades nobres de Mumbai, capital da
além de acusar o Paquistão de dar refúgio a terroristas.
Índia. As ações terroristas foram praticadas nos hotéis Taj
O grupo extremista sunita Jundulah (exército de Alá), as-
Mahal Palace e Oberoi Trident, na estação de trem Chha-
sumiu a autoria do atentado.
trapati Shivaji e no café Leopold, locais fortemente frequen-
O Irã, signatário do TNP, desenvolve um polêmico progra- tados por turistas ocidentais. As ações terroristas foram
ma nuclear. Anunciou sua segunda usina de enriqueci- assumidas pelo Mujahedim de Deccan que tinha a partici-
mento de urânio, sendo capaz de enriquecer até em 20%. pação de terroristas islâmicos paquistaneses. Os atenta-
Ahmadinejad chegou a afirmar que poderia elevar o enri- dos de Mumbai deixaram 179 mortos e 300 feridos.
quecimento até 80%. O Irã afirma que seu programa nu-
clear é para fins pacíficos, especialmente a geração de Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribe-
energia, mas os EUA e países europeus afirmam que o nhos (2010)
país teria ambições de desenvolver armas nucleares. Na
ONU, a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) é Os países de América Latina e Caribe aprovaram nesta
responsável por fiscalizar os programas nucleares dos terça-feira, em cúpula regional no México, a criação de um
países. Em 2009, em visita ao Brasil, o presidente Lula novo bloco regional, sem os Estados Unidos e o Canadá.
afirmou que o Irã teria direito a um programa nuclear para Os estatutos da Comunidade de Estados Latino-ameri-
fins pacíficos. canos e Caribenhos serão definidos apenas em 2011,

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Atualidades

em reunião em Caracas (Venezuela), anunciou o presi- um fortalecimento do Partido Socialista Unido da Vene-
dente do México, Felipe Calderón. zuela (PSUV), fundado por Chavez. Em 2010, vão aconte-
cer eleições parlamentares em meio a uma queda de
O grupo, considerado uma versão B da OEA (Organização
popularidade do presidente devido a crise econômica e
dos Estados Americanos), “deverá, prioritariamente, im-
política em curso.
pulsionar a integração regional com o objetivo de promo-
ver nosso desenvolvimento sustentável, de impulsionar a Entre 2009 e 2010, a Venezuela tem atravessado várias
agenda regional em fóruns globais, e de ter um posiciona- crises, cujas causas são:
mento melhor frente aos acontecimentos relevantes mun- - crise no abastecimento de água e energia. A seca no país
diais”, disse Calderón ao ler parte da declaração final. reduziu a capacidade das hidrelétricas, principalmente a
Calderón inclui ainda na lista de tarefas do novo grupo de Guri, que responde por 70% da energia, a oposição
defender os direitos humanos e a democracia e ampliar a acusa Chavez de não ter investido em termelétricas que
cooperação entre a América Latina e os países do Caribe. poderiam utilizar petróleo e gás natural;
A criação do novo bloco “é de transcendência histórica”, - aumento da inflação;
completou o presidente cubano, Raúl Castro, durante a - Congresso também aprovou uma polêmica lei de dou-
sua participação na Calc (Cúpula da Unidade da América trinação socialista nas escolas, gerando resistências
Latina e Caribe). “Cuba considera que estão dadas as entre lideranças estudantis e muitos professores;
condições para se avançar com rapidez na constituição - tensão com os meios de comunicação. O governo não
de uma organização regional puramente latino-america- renovou a concessão de várias emissoras de rádio e
na e caribenha”. O grupo foi criado para que a região de televisão. Um dos alvos é a RCTV (Rádio Caracas
tenha uma voz uníssona nos fóruns multilaterais. O mai- Televisão), banida a TV aberta em 2007 e ameaçada
or apoio à iniciativa vem dos presidentes de esquerda da na TV a cabo);
região, como o venezuelano Hugo Chávez e o boliviano - crescente tensão com a Colômbia, país governado
pelo presidente de direita Álvaro Uribe, que fez um acor-
Evo Morales, que defendem o novo organismo como uma
do na qual os EUA poderão utilizar 6 bases militares
opção ao “imperialismo” dos Estados Unidos.
colombianas. Nas reuniões da UNASUL (União das
A ideia é que o novo organismo reúna o Grupo do Rio e a Nações Sul Americanas), várias países sul america-
Comunidade do Caribe (Caricom), funcionando paralela- nos criticaram o acordo. Em 2009, garimpeiros colom-
mente à OEA, criticada no seu papel de guardiã da demo- bianos e brasileiros foram presos pelo governo vene-
cracia regional depois dos seus infrutíferos esforços para zuelano na região de fronteira com a Colômbia.
reverter o golpe de Estado de junho de 2009 em Honduras.
Aos olhos dos especialistas, a OEA não conseguiu por com- Bolívia: nova Constituição e reeleição de Morales (2009)
pleto integrar uma região dividida entre esquerda e direita.
Cuba se nega a reintegrar o organismo, depois de uma Em 2009, a nova Carta Constitucional boliviana é compos-
suspensão de quase meio século por pressões dos EUA. ta por 411 artigos, dos quais mais de 80 tratam das ques-
tões indígenas. O país conta com 36 povos originários,
Um total de 25 chefes de Estado e de governo participam
isto é, aqueles que já se encontravam no território, antes
da cúpula, com sete chanceleres. Honduras, que estava
da chegada dos espanhóis. As comunidades indígenas
na lista de 33 países que deveriam participar do encon- passam a ter, cada uma, seu próprio tribunal, com juízes
tro, foi excluído por estar suspenso da OEA (Organização eleitos pelos moradores; esse artigo estabelece a equiva-
dos Estados Americanos) desde o golpe de Estado de lência entre a justiça tradicional indígena. Também ficou
junho de 2009 que tirou Manuel Zelaya do poder. determinado, em outro artigo, que os povos indígenas pas-
Segundo o presidente mexicano, o nome Comunidade de sarão a ter direito de propriedade exclusiva sobre os recur-
Estados Latino-americanos e Caribenhos ainda não é sos florestais, hídricos e da terra em suas comunidades.
definitivo e deve ser definido ao longo do processo de cons- No que diz respeito à política, a nova Constituição estabe-
tituição que começou nesta terça-feira e deve culminar com lece o direito de reeleição presidencial. Em 2009, Evo
as reuniões na Venezuela, em 2011, e no Chile, em 2012. Morales foi reeleito presidente. Quanto aos recursos na-
“Me parece que, como disse Raúl Castro, que o nome não turais passaram a ser propriedade dos bolivianos, e sua
tem que ser o primordial”, disse Calderón, ao afirmar que exploração administrada pelo Estado, levando-se em
nos próximos encontros da Calc e do Grupo do Rio talvez conta o interesse público. O gás natural e os recursos
surja uma opção definitiva. Calderón explicou ainda que, hídricos não podem ser privatizados, estes só podem ser
enquanto os trâmites para a criação não sejam concluí- explorados pelo Estado.
dos, a Calc e o Grupo do Rio manterão suas agendas,
métodos de trabalho, práticas e procedimentos “a fim de Argentina: Cristina Kirchner e a crise política (2009-2010)
assegurar o cumprimento de seus mandatos”.
A presidente Cristina Kirchner foi derrotada nas eleições
Venezuela: governo Chavez, crise econômica e política legislativas, ocorridas em junho de 2009. O partido gover-
(2009-2010) nista liderado por Nestor Kirchner sofreu dura derrota, o
que poderá deixá-lo fora da corrida presidencial de 2011.
O referendo realizado na Venezuela, em fevereiro de A crise econômica que assola o país e o desgaste de
2009 deu a vitória ao “sim”, que recebeu 54,36% dos Cristina, no confronto recente com agricultores na tentati-
votos, contra os 45,63% dados ao “não”. Com isso, foi va de aumentar impostos (2008) foram decisivos para a
aprovada a emenda constitucional que elimina a limi- derrota do partido peronista.
tação de uma só reeleição para cargos eletivos, entre Em 2009, a Receita Federal invadiu o grupo de mídia O
eles o de presidente. Clarín, de tinha divulgado informações sobre o
Assim, Hugo Chavez poderá participar das eleições pre- enriquecimento do casal Kirchner. O episódio foi considerado
sidenciais de 2012. Nas eleições regionais realizadas uma medida de intimidação dos meios de comunicação.
em 2008, os candidatos pró-Chavez venceram 17 das 22
disputas de governos estaduais. Naquele período, houve

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Atualidades

Em 2010, houve outra crise devido a tentativa de demis- Localizado na zona de convergência entre as placas tec-
são do presidente do Banco Central, Martín Redrado, que tônicas de Nazca e da América do Sul, o Chile, foi abalado
não desejava usar recursos das reservas do país para o por um violento de terremoto de 8,8º na escala Richter em
pagamento de dívidas. O presidente do BC argentino foi área recoberta pelo mar. O tremor causou graves danos à
reintegrado ao cargo pela justiça. Pressionado, Redrado infraestrutura e fez centenas de mortos. Um tsunami atin-
renunciou, sendo substituído por Mercedes Marcó del giu o litoral do país, fez muitas vítimas, e depois propa-
Pont. A nova presidente do Banco Central argentino, afir- gou-se pelo Oceano Pacífico.
mou que levará adiante políticas monetárias razoáveis e A porção central do país foi a mais atingida. Um prédio de
estabilizadoras, e também colaborará com um aprofun- 15 andares desmoronou e deixou mais de 100 pessoas
damento do modelo econômico do governo. sob os escombros em Concepción, a maior cidade mais
próxima do epicentro do tremor e que possui cerca de
Argentina X Reino Unido: Malvinas (2010) 670 mil habitantes. Carros foram virados e soterrados
por uma ponte que caiu na capital Santiago. Linhas de
As ilhas Malvinas foram colonizadas pelos britânicos em telefonia e de energia caíram, tornando difícil identificar o
1833, que as chamam de Falklands. Desde então, a Argen- tamanho do estrago e das perdas de vidas causados
tina reivindica as ilhas. Em 1982, a ditadura militar argentina pelo terremoto.
tentou reaver as ilhas, mas foi derrotada militarmente pelo
A capital Santiago, a cerca de 320 quilômetros do epicen-
Reino Unido, no episódio da “Guerra das Malvinas”.
tro, foi atingida duramente pelo sismo. O aeroporto inter-
A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, acusou a nacional ficou fechado por pelo menos 24 horas uma vez
petrolífera inglesa Desire Petroleum de violar resoluções que o terremoto destruiu calçadas e quebrou vidros de
da Organização das Nações Unidas (ONU) durante dis- portas e janelas. O metrô da capital foi fechado e os trans-
curso na cúpula dos presidentes dos países da América portes ficaram limitados por causa das centenas de ôni-
Latina e Caribe, em Cancún (México). A presidente reite- bus que ficaram presos devido a uma ponte que foi dani-
rou que a Argentina vai insistir em sua reivindicação pela ficada pelo tremor. Em várias cidades aconteceram sa-
soberania sobre as Ilhas Malvinas. ques. O país recebeu ajuda principalmente dos países
latino-americanos. O presidente Lula e a secretária de
Segundo o jornal Clarín, diferentemente de declarações
Estado dos EUA, Hilary Clinton, visitaram o país.
anteriores, o texto vai especificar que a disputa sobre a
soberania, envolvendo, além das Malvinas, duas outras
Uruguai: ex-guerrilheiro José Mujica é eleito presidente
ilhas governadas pelo Reino Unido, Geórgia do Sul e San-
(2010)
dwich, inclui “os espaços marítimos circundantes”. Para a
diplomacia argentina, esse detalhe é fundamental porque
O ex-guerrilheiro e ex-ministro de Agropecuária José
se refere à área que começou a ser explorada pela Desire
“Pepe” Mujica, de 74 anos, foi eleito presidente do Uru-
Petroleum. Outro gesto importante, segundo a chancelaria
guai. No discurso da vitória, em Montevidéu, Mujica de-
argentina, é que os países do Caribe, que já foram colôni-
fendeu a “unidade” do país. Ele agradeceu ao atual presi-
as britânicas, também estariam dispostos a assinar o
dente Tabaré Vázquez, do qual foi ministro, e que registra
documento de protesto contra o avanço do Reino Unido na
altos índices de apoio popular. “Obrigado, Tabaré, porque
exploração de petróleo nas águas das Malvinas.
ganhamos pela honra deste governo”.
Pouco antes do discurso de Mujica, o candidato da oposi-
Chile: o novo presidente (2010)
ção, Lacalle, reconheceu a derrota e pediu a seus apoia-
dores “respeito” aos resultados. “Queremos parabenizar o
Depois de manter a hegemonia política de 20 anos, a
senhor Mujica.” “Temos que festejar esta demonstração
coalizão de centro-esquerda Concertación foi derrota-
de respeito e tolerância que vivemos aqui no Uruguai”.
da nas eleições presidenciais de 17/01/2010, apesar
Mujica é o primeiro ex-guerrilheiro de esquerda a chegar à
da popularidade da presidente Michelle Bachellet. O
presidência do Uruguai. Ele foi do grupo guerrilheiro MNL-
empresário e candidato de direita, Miguel Juan Se-
Tupamaros e ficou preso durante 14 anos, antes e durante
bastián Piñera, venceu as eleições presidenciais chi-
o regime militar no país (1973-1985). Ele vai liderar o se-
lenas com 51,61% dos votos. A vitória de Piñera re-
gundo governo da Frente Ampla, que chegou ao poder em
presentou o retorno da direita ao poder, via democrá-
2004, na eleição de Tabaré Vázquez, após 167 anos de
tica, após 52 anos. Piñera venceu o candidato gover-
alternância entre os Partidos Blanco e Colorado. Mujica e
nista Eduardo Frei, que conquistou 48,38% dos votos.
Astori. A posse é em março de 2010.
Chile: terremoto (2010)
Suriname: garimpeiros brasileiros são atacados (2009)

O Suriname é uma ex-colônia holandesa, país com diver-


sidade étnica (negros, marrons, indianos, javaneses, chi-
neses, brancos e indígenas) e exportador de bauxita (alu-
mínio), ouro e petróleo. No final de 2009, brasileiros foram
severamente espancados, mulheres foram estupradas e
existem suspeitas de mortes. O ataque aos brasileiros
começou depois que um brasileiro matou um marron (ne-
gro remanescente de comunidade quilombola). Os brasi-
leiros atacados pelos marrons vivem periodicamente em
Albina e trabalham no garimpo de ouro, região de divisa
com a Guiana Francesa. Muitos brasileiros retornaram para
o país com auxílio do governo brasileiro.
Destruição causada pelo terremoto

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Atualidades

Honduras: presidente Manuel Zelaya é deposto (2009) Preso desde março de 2003, realizou uma prolongada
greve de fome, em protesto pelas condições carcerári-
Manuel Zelaya foi deposto da presidência de Honduras as, que deterioraram sua saúde, afirmava.
por um golpe envolvendo o Judiciário, o Congresso Naci- Segundo a CCDHRN ele é o primeiro preso político cuba-
onal e executado por um grupo de militares. Os golpistas no a morrer na prisão desde a década de 70. Zapata, um
expulsaram Zelaya para a Costa Rica e, em seu lugar dos 65 cubanos considerados presos de consciência
assumiu o presidente interino Roberto Micheletti, presi- pela Anistia Internacional, havia sido inicialmente seten-
dente do Parlamento e pertencente ao mesmo partido ciado a três anos de prisão, mas sucessivas condena-
que Zelaya, o Partido Liberal (PL). ções, por outros motivos, elevaram a pena a mais de 25
O motivo alegado para o golpe foi a proposta de Zelaya de anos, disseram fontes da dissidência. O Governo cuba-
uma consulta popular sobre uma reforma constitucional, no não reconhece a existência de presos políticos no
permitindo a reeleição presidencial, declarada ilegal e país - uns 200, segundo a dissidência - pois os conside-
inconstitucional pelo Parlamento e pela Suprema Corte. A ra “mercenários” a serviço dos Estados Unidos. O presi-
elite hondurenha enveredou pelo golpe para conter o pro- dente Lula, que visitou Cuba no período da morte de Za-
cesso de “esquerdização” do país, que tinha se aproxi- pata, foi criticado por se manifestar de maneira “tímida”
mado da Venezuela e entrado na ALBA (Alternativa Boliva- em relação a violação de direitos humanos em Cuba.
riana para as Américas).
O golpe contra Zelaya foi fortemente criticado pelos Angola: atentado da FLEC atinge seleção de futebol do
go-ver-nan-tes de países americanos, pela OEA (Organi- Togo (2010)
zação dos Estados Americanos) e pela ONU. Mesmo as-
sim, não se conseguiu reverter a situação. Zelaya retor- O ônibus que transportava a seleção do Togo, que partici-
nou para Honduras e recebeu abrigo na embaixada do paria da Copa Africana de Nações foi atacado na fronteira
Brasil. Porém, o Congresso hondurenho impediu seu do Congo com Angola. O primeiro a assumir a autoria do
retorno ao poder. Em novembro de 2009, ocorreram elei- atentado foi Rodrigues Mingas, líder das Forças de Liber-
ções e Porfírio Lobo (de direita) foi eleito o novo presiden- tação do Estado de Cabina - Posição Militar (Flec-PM). No
te de Honduras. dia 12/01/10, outro grupo separatista, a Frente de Liber-
tação do Enclave de Cabina – Forças Armadas de Cabi-
na (Flec-Fac), assumiu a autoria do atentado, dizendo
Haiti: terremoto causa tragédia (2010) que o objetivo era atingir policiais angolanos que escolta-
vam o comboio da seleção de futebol do Togo. No atenta-
Um terremoto de grande intensidade (7º na escala Ri- do foram mortos o motorista, um assessor de imprensa
chter) destruiu cerca de 80% das habitações em Porto e um membro da Comissão Técnica de Togo. A seleção
Príncipe, capital do Haiti, além de várias localidades no de Togo retornou ao seu país, abandonando a copa Afri-
interior do país. O Haiti fica numa região geológica instá- cana de Nações.
vel, na microplaca tectônica Gonave, pressionada pelas
placas da América do Norte e do Caribe. O impacto do Somália
terremoto foi equivalente à explosão de 30 bombas atô-
micas, atingindo 30% da população, que é de 10 milhões Na Somália (ex-colônia italiana) existe apenas um grupo
de pessoas, sendo que 2 milhões vivem na capital. Entre étnico, os somalis. Porém, devido à delimitação arbitrária
os mortos no Haiti, muitos brasileiros, militares e civis, das fronteiras no período colonial, parte da etnia somali
entre eles, a médica e fundadora da Pastoral da Criança, ficou distribuída pelos países vizinhos como o Dijibuti,
Zilda Arns. O total de mortes no Haiti chega a 230 mil e o Quênia e Etiópia.
país vai precisar de auxílio financeiro e humanitário inter-
nacional (países, organizações internacionais e ONGs) Após a queda do ditador Mohamed Said Barre (apoiado
para a reconstrução. pelos EUA durante a Guerra Fria), prevaleceu a guerra
civil entre vários clãs ligados a grupos guerrilheiros. A
O Haiti é o país com menor IDH da América, onde a ex- intervenção militar norte-americana no início da década
pectativa de vida é de 60 anos, 47% da população é anal- de 1990 surtiu poucos resultados positivos e a situação
fabeta, 8 em cada 10 habitantes vivem abaixo da linha da do país continua conturbada.
pobreza e a economia é baseada na agricultura. Desde
2004, soldados brasileiros atuam no Haiti liderando tro- Nos anos 2000, a Somália mantém-se em situação
pas de paz da ONU (Minustah), cujo objetivo consiste em política caótica, pois o atual governo não detém o con-
pacificar o país após a derrubada do presidente Jean trole sobre o território do país. Ao norte, opositores che-
Bertrand Aristide, acusado de atos de corrupção. O atual garam a declarar a “independência da Somalilândia”.
presidente haitiano é René Preval. Também cresceu a atividade de grupos fundamenta-
listas islâmicos.
Na costa somali, atuam piratas que atacam navios es-
Cuba: direitos humanos e a morte de Orlando Zapata trangeiros no Oceano Índico (importante rota de navega-
(2010) ção, inclusive com o trânsito de petroleiros), costumam
sequestrar as cargas e suas tribulações em troca de di-
O preso político cubano Orlando Zapata Tamayo mor- nheiro e armamentos.
reu no hospital Hermanos Ameijeiras, da capital, onde
estava internado, informou uma funcionária do centro África do Sul
médico. Zapata, de 42 anos, havia sido trasladado na
noite de segunda-feira do hospital do presídio Combi- A África do Sul é a principal potência econômica e militar
nado del Este, de Havana, ao Hermanos Ameijeiras, do continente africano. É o país mais industrializado da
devido a seu estado de saúde “muito grave”, segundo África e riquíssimo em commodities minerais. O país é
a Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconci- grande exportador de ferro, manganês, ouro, diamantes,
liação Nacional (CCDHRN). carvão mineral e urânio.

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Atualidades

O país foi ocupado por holandeses (boeres) a partir do - alto índice de desemprego atinge principalmente a
século XVII e pelos britânicos no século XIX. Os colonos população negra;
europeus organizaram um sistema de dominação políti- - altos índices de criminalidade, principalmente nas áre-
ca e econômica sobre a maioria da população do país, as urbanas.
composta por negros, mestiços e asiáticos. O poder da
minoria branca na África do Sul era mantido por meio do Nigéria
controle dos meios de repressão, isto é, a polícia e as
forças armadas. Em 1948, o Partido Nacional, comanda- Em meio a uma grave crise política que já afeta a explora-
do pelos mais conservadores da minoria branca, assu- ção de suas ricas reservas de petróleo, a Nigéria foi palco
miu o poder e começou a institucionalizar nas leis do em março de 2010, de um massacre de cristãos de aldei-
país a desigualdade social e racial através do apartheid. as próximas à cidade de Jos, no centro do país. A violência,
atribuída pelo governo a muçulmanos, tem origem numa
Os principais líderes negros que lutavam contra o regime profunda divisão étnica e religiosa: a população nigeriana
foram brutalmente perseguidos. Nelson Mandela, princi- é formada 50% por muçulmanos (localizados mais ao
pal líder negro do CNA (Congresso Nacional Africano), foi norte) e 40% por cristãos (predominantes no sul do país).
preso, ficando na cadeia entre 1962 e 1990. Na década Jos está localizada numa região conhecida como “cintu-
de 1980, as pressões internacionais e a luta das organi- rão do meio”, repleta de minas e outros recursos naturais,
zações de oposição internas, lideradas pelo CNA (Con- quedas d’água, assim como vida selvagem, sendo o prin-
gresso Nacional Africano), começaram a abalar o regime cipal polo turístico da Nigéria. No entanto, ali também de-
do apartheid. zenas de grupos étnicos seguidores das duas religiões
A África do Sul sofreu severas sanções econômicas e foi disputam essa riqueza.
banida até de competições esportivas. Os conflitos entre Os muçulmanos da corrente fulani, predominantes na
as forças de repressão e a maioria negra se intensifica- área, reclamam do governo dominado pelos cristãos no
ram. No final da década de 1980, ascendeu ao poder, o estado de Plateau, cuja capital é Jos, que, segundo eles,
líder Frederik de Klerk, do Partido Nacional. A minoria bran- não lhes dá as mesmas oportunidades de trabalho. Se-
ca, pressionada, foi obrigada a dar início ao desmantela- gundo balanço informado pelo porta-voz do governo do
mento do apartheid. Nelson Mandela foi libertado em 1990, Estado de Plateau, Gregory Yenlong, a situação em Jos e
após quase três décadas de cativeiro, e negociou com a arredores é de caos: com medo da violência, milhares de
minoria branca a pacificação do país e a implantação da cristãos abandonaram suas casas. Armados com revól-
democracia pluripartidária. veres, metralhadoras e machados, pastores fulani inva-
diram casas e mataram todos que encontraram pela fren-
Em 1994, aconteceram as primeiras eleições livres na te. Em apenas três horas, muitas pessoas, entre elas
África do Sul. Nelson Mandela, do CNA, foi eleito presi- muitas mulheres, crianças e até bebês, foram mortas e
dente. Entre 1994 e 1999, Mandela promoveu um gover- queimadas, segundo testemunhas, que descrevem ce-
no de conciliação nacional e obteve grande êxito. A nova nas de horror.
administração investiu no combate à pobreza entre a
Segundo as autoridades e agências de ajuda humanitá-
maioria negra e mestiça, intensificando as ações na área
ria, os novos ataques representam uma retaliação à vio-
de saúde, educação e reforma agrária.
lência imprimida por cristãos contra muçulmanos em ja-
No entanto, Mandela herdou um país com profunda desi- neiro de 2009, que deixou mais de 300 pessoas mortas
gualdade étnica e social. A minoria branca apresenta um na mesma região nigeriana.
padrão de vida mais elevado e controla boa parte das O governo de Plateau anunciou um funeral coletivo para
atividades econômicas. Mandela deixou o poder em 1999. as vítimas, enterradas em valas comuns. O presidente
Novas eleições levaram Thabo Mkebi, o vice de Mandela interino da Nigéria, Goodluck Jonathan, afirmou que os
ao poder. Em 2009, o CNA vence novamente as eleições soldados estão em alerta vermelho e tropas extras foram
e Jacob Zuma, da etnia zulu, é eleito presidente. O CNA enviadas à região. Umar Yar’Adua, eleito presidente em
praticamente domina a política do país e os partidos de 2007, está afastado do poder desde 23 novembro passa-
oposição, embora tenham avançado, ainda apresentam do, quando foi levado a um hospital na Arábia Saudita
um desempenho eleitoral modesto. Em 2009, trabalha- para se tratar de uma doença no coração. Ele teria retor-
dores da construção civil e transportes fizeram greves por nado à sua casa, em Lagos, no fim de fevereiro mas
melhores salários. Em 2010, o país comemora os 20 desde então, alegando saúde frágil, não aparece em pú-
anos de libertação de Nelson Mandela e também será a blico. O vácuo de poder só piora uma outra crise que vive
sede da Copa do Mundo de Futebol. a Nigéria pelo controle de suas ricas reservas de petró-
Na atualidade, a África do Sul enfrenta grandes desafios. leo, a maioria localizada no delta do rio Níger. Nesta re-
Uma das principais transformações foi a formação de gião atua um movimento separatista radical, o Movimen-
uma classe média negra. Porém, ainda grande partes to de Emancipação do Delta do Níger (MEND) que che-
gou a atacar as instalações petrolíferas.
dos negros encontra-se em situação de pobreza. Outros
problemas são:
- a disseminação da epidemia de HIV-Aids. Cerca de 4
milhões de sul africanos estão infectados pelo vírus,
uma vez que o governo foi muito ineficiente nas políti-
cas de prevenção e distribuição de medicamentos.

246 Degrau Cultural

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THATYML
Atualidades

Brasil Brasil - distribuição da PEA por setores

Indicadores sociais do Brasil

Nos anos 2000, houve uma melhoria dos indicadores so-


ciais do Brasil. As principais foram a queda do porcentual
de pobres e uma pequena melhoria na distribuição de
renda. As causas foram: crescimento moderado do PIB,
queda do desemprego, aumento do valor real do salário Emigrantes Brasileiros
mínimo, controle da inflação e programas de transferência
condicionada de renda como o Bolsa Família. A seguir, os
principais indicadores do país.

Brasil - distribuição de renda (famílias)

Brasil - conforto e posse de bens de consumo por


domicílios

(PNAD - Pesquisa Nacional de Amostras de Domicílios)

Desenvolvimento urbano brasileiro

No Brasil, as causas principais foram: a industrialização


e o êxodo rural (em decorrência da modernização do cam-
po e da insuficiência de reforma agrária). Em 1920, 16%
da população era urbana. O porcentual aumentou para
83% em 2010.
As metrópoles são cidades populosas, que exercem
influência (polarização) em relação às cidades vizinhas
e territórios mais amplos. As metrópoles comandam a
vida econômica, social e cultural em seus respectivos
países. As metrópoles com mais de 10 milhões de
Brasil - Composição étnica habitantes são denominadas de megacidades. Princi-
(porcentual em relação a população total) palmente a partir do final do século XIX, dá-se um pro-
cesso de metropolização, isto é, a concentração urba-
na em grandes cidades. Até meados do século XX, a
maioria das metrópoles localizava-se nos países mais
desenvolvidos, a exemplo de Londres, no Reino Unido.
Após a Segunda Guerra Mundial, ocorreu um cresci-
mento acelerado das metrópoles dos países subde-
senvolvidos.

Degrau Cultural 247

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Atualidades

Na atualidade, existe uma rede de metrópoles globais Guarulhos, Barueri, Santo André, Osasco, Cotia, entre
ou cidades mundiais, que exercem influência internaci- outras, formando a Grande São Paulo. No Brasil, as regi-
onal ou que são pontos privilegiados de conexão com o ões metropolitanas foram oficializadas por leis em 1974
mundo, a exemplo de São Paulo. A intensa urbanização e 1975. A administração e o planejamento governamental
faz com que as cidades tenham um crescimento hori- devem, a partir daí, considerar a área metropolitana como
zontal, espalhando-se por imensas áreas. Esse cresci- um todo. Ou seja, problemas comuns deveriam apresen-
mento leva à conurbação, isto é, à formação de gran- tar soluções integradas, visto que medidas tomadas em
des manchas urbanas integradas por cidades de muni- um município podem atingir os municípios vizinhos. Na
cípios diferentes. Dessa maneira, formam-se aglome- tabela a seguir, as 10 mais populosas regiões metropo-
rados urbanos integrados e interdependentes, que com- litanas do país.
partilham infraestrutura e serviços públicos e privados.
A conurbação leva à formação de regiões metropolitanas.
Uma região metropolitana é polarizada por uma metró-
pole, mais importante do ponto de vista demográfico e
econômico-cultural, e que polariza as cidades vizinhas.
Por exemplo, São Paulo polariza as cidades vizinhas:

Brasil – maiores regiões metropolitanas

As demais regiões metropolitanas são: Santos/Baixada O Brasil apresenta uma rede e hierarquia urbana. As
Santista (SP), Vitória (ES), Ipatinga/Vale do Aço (MG), Lon- pequenas cidades são subordinadas às de porte médio,
drina (PR), Maringá (PR), Belém (PA), Manaus (AM), Ma- que por sua vez são polarizadas pelas metrópoles. A hie-
capá (AP), São Luís (MA), Maceió (AL), Aracaju (SE), Na- rarquização é definida pelos equipamentos e serviços
tal (RN), Terezina (PI/MA), Petrolina/Juazeiro (PE/BA) e oferecidos pela cidade: saúde, sistema financeiro, co-
Goiânia (GO). mércio e atividades culturais. No Brasil, temos a seguinte
As megalópoles são formadas por duas ou mais regiões hierarquia urbana:
metropolitanas, constituindo um imenso espaço com pro- - Metrópoles globais. O Brasil apresenta duas, São
funda interação socioeconômica. Essas regiões concen- Paulo e Rio de Janeiro. São Paulo é a principal, uma
tram grande parte da população, além das atividades in- vez que é mais populosa e cosmopolita (diversas etni-
dustriais e financeiras, em uma pequena parcela de terri- as, religiões e imigrantes). Constitui o centro financei-
tório de um país. A megalópole pode apresentar amplos ro do Brasil, uma vez que apresenta os principais ban-
espaços conurbados, mas também ocorrem áreas su- cos e a bolsa de valores. Também oferece serviços e
burbanas com características rurais, algumas delas são comércio diversificados e infraestrutura moderna de
unidades de conservação ambiental, outras são utiliza- telecomunicações, transportes (aeroporto internacio-
das para a produção de gêneros agrícolas como os hor- nal) e informática, sendo a principal conexão do Brasil
tifrutigranjeiros. A megalópole brasileira é formada pelas com o mundo.
regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, São Paulo, - Metrópoles nacionais. São metrópoles que apresen-
Campinas e Baixada Santista, incluindo o Vale do Paraí- tam importante influência sobre o território brasileiro:
ba do Sul e Sorocaba. Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Brasília, Fortale-
za, Recife e Salvador.

248 Degrau Cultural

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Atualidades

- Metrópoles regionais. São metrópoles que apresen- - Condomínios fechados. Aconteceu a proliferação de
tam influência sobretudo nas suas regiões: Campi- condomínios fechados de alto padrão na periferia das
nas, Vitória, Manaus, Belém e Goiânia. regiões metropolitanas, a exemplo de Alphaville, loca-
- Centros regionais. São cidades relevantes do ponto lizado entre os municípios de Barueri e Santana do
de vista econômico, porém com influência em seus Parnaíba em São Paulo. À medida que os problemas
estados: Ribeirão Preto, Santos, São José dos Cam- urbanos foram se agravando (violência, pobreza, tra-
pos, Porto Velho, Rio Branco, Florianópolis, Campo balho informal etc), parte das populações de alta ren-
Grande, Cuiabá, Natal, São Luís, João Pessoa, Terezi- da se deslocou para condomínios que passaram a
na, Aracaju e Maceió. oferecer segurança privada e um ambiente social mais
No Brasil, a urbanização foi acelerada, desordenada, care- homogêneo.
ceu de planejamento adequado e gerou numerosos pro- - Cortiços. Os cortiços ocorrem em parcelas dos bair-
blemas socioambientais. A especulação imobiliária aten- ros antigos históricos das cidades que sofreram uma
deu aos interesses de grandes proprietários, empreitei- desvalorização ao longo do tempo. Os imóveis são
ras e incorporadoras imobiliárias. Induzem a ocupação prédios e casarões deteriorados ocupados por mui-
das regiões periféricas das cidades. Por vezes, o tamanho tas famílias, havendo condições sanitárias e de infra-
da cidade é bem maior do que deveria, uma vez que mui- estrutura precárias. Esses bairros também são áreas
tas empresas forçaram a expansão de loteamentos na de concentração de prostituição e narcotráfico.
periferia. Entre os loteamentos foram deixados imensos - Favelas. Constituem a moradia das camadas sociais
espaços vazios que foram apropriados pelas empresas. mais pobres que, em sua maioria, não têm condições
Os lotes periféricos costumam ser ocupados por popula- de acesso às moradias populares. Porém, devido aos
ções de baixa renda. O Estado é responsável por levar a parcos investimentos em moradia, parte da classe
infraestrutura básica (pavimentação, água, rede de esgo- média baixa no Brasil é moradora de favelas. As fave-
to, energia elétrica, iluminação pública, escolas e creches) las são formadas por habitações precárias construí-
até essas áreas. Portanto, com a chegada da infraestrutu- das com materiais alternativos, como madeira, ferro-
ra, os espaços vazios são valorizados, aumentando os velho e plásticos. Na atualidade, muitas delas são de
lucros dos proprietários. alvenaria como é o caso da Rocinha no Rio de Janeiro
e Paraisópolis em São Paulo. As favelas brasileiras
A expansão periférica desordenada, sem planejamento e são encontradas nos mais diferentes sítios urbanos
dominada pelos interesses econômicos, dificultou a vida (tipos de relevo), muitas vezes em áreas de risco como
dos moradores da periferia e causa diversos problemas. várzeas e encostas.
Por outro lado, enormes espaços ficaram subutilizados
no centro das cidades. O processo de difusão da infraes- Nas metrópoles brasileiras, grande parte da população
trutura e dos serviços é lento e o enorme tamanho das vive em favelas. Em São Paulo, calcula-se que 10% da
cidades faz com que as distâncias entre a periferia e o população é favelada. Para uma população de 11 mi-
centro sejam imensas, aumentando o desperdício de lhões de habitantes, cerca de 1,1 milhão de habitantes. O
tempo do fluxo dos trabalhadores por meio dos movi- porcentual aumenta nas metrópoles das regiões mais
mentos pendulares. pobres como o Nordeste. As cidades com maior número
O Brasil vive um grave déficit habitacional, isto é, faltam de favelas são: São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, Gua-
moradias para a população de baixa renda, principalmen- rulhos e Curitiba. O processo de ocupação dos terrenos
te nos centros urbanos. Em 2009, o governo federal lan- é marcado pela ilegalidade, ocorrendo principalmente em
çou o programa Minha Casa Minha Vida no intuito de terrenos públicos e em sítios desprezados pelas lotea-
estimular a construção de moradias populares para a doras. De modo geral, as condições sanitárias, de aces-
população mais pobre, com renda familiar até R$ 4.650. so à infraestrutura e serviços públicos é precária. Embo-
O programa conta com financiamento de bancos como a ra as favelas se concentrem nos bairros mais pobres,
Caixa Econômica Federal. O objetivo inicial do programa algumas delas situam-se também nas proximidades dos
é construir 1 milhão de moradias, com um investimento locais de trabalho dos moradores, sendo limítrofes a bair-
de R$ 34 bilhões. A família poderá utilizar recursos do ros ricos.
FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) para o
financiamento de casas e apartamentos. No Brasil, a
questão urbana na escala federal é responsabilidade do
Ministério das Cidades comandado pelo ministro Márcio
Fortes de Almeida (PP-RJ).

Limite entre favela e bairro de luxo em São Paulo,


a maior metrópole de um dos países socialmente mais
desiguais do mundo.

A seguir, tipos de moradia que marcam os contrastes


sociais no Brasil:

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Atualidades

Em muitas das grandes metrópoles dos países subde- Aconteceram grandes enchentes na região metropolita-
senvolvidos, o trânsito é caótico. No Brasil, o investimento na de São Paulo, São Luiz do Paraitinga (município do
do Estado em transporte coletivo (ônibus, trens e metrô) foi Vale do Paraíba, com destruição do patrimônio histórico e
insuficiente. A mobilidade espacial na metrópole é dificul- arquitetônico), Baixada Fluminense e interior do Rio Gran-
tada para o conjunto da população e, em especial, para os de do Sul (inclusive com a destruição de uma ponte so-
mais pobres. Por vezes, o poder público, ao invés de inves- bre o rio Jacuí na região de Agudo).
tir em transportes coletivos, atém-se a grandes obras viá- Também aconteceram deslizamentos de terra catastró-
rias, como avenidas, viadutos, pontes e túneis, que bene- ficos em Angra dos Reis (RJ), tanto na área urbana quan-
ficiam o transporte particular, utilizado pelas camadas mais to na ilha Grande (deslizamento natural que atingiu pou-
ricas da população. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, as sadas no sopé da encosta) e na região metropolitana de
cidades mais populosas do país, o metrô apresenta pou- São Paulo, a exemplo dos ocorridos no bairro do Grajaú,
cas linhas e não atende a cidade como um todo. Em São na capital, e em Carapicuíba. As escarpas de falha da
Paulo, o governo do estado acelerou as obras nas linhas Serra do Mar e o domínio dos mares de morros apresen-
verde, amarela e lilás do metro como parte do programa tam propensão natural para os deslizamentos devido a
Expansão SP. alta declividade e elevados índices de chuva, inclusive
orográfica na zona serrana. A ocupação urbana irregular
torna as áreas ainda mais frágeis.

Expansão SP. Programa de expansão do metro e da


CPTM em São Paulo. Na foto, a estação Sacomã (linha
verde), a primeira a ter portas de plataforma e bloque-
ios com porta de vidro, no lugar das catracas. Deslizamento natural na Ilha Grande (RJ) em 2009

Nas cidades dos países subdesenvolvidos, inclusive as Violência


brasileiras, grande parte da população ainda não tem
acesso ao saneamento básico adequado, isto é, acesso A violência no Brasil não é um fenômeno recente, pois
a água potável, rede coletora de esgotos e coleta de lixo. existe desde o início do processo de colonização. As cau-
Os índices são alarmantes e variam de acordo com a sas estruturais são a profunda desigualdade social exis-
região. De modo geral, são mais graves no Norte e Nor- tente no país, a ineficiência da segurança pública, do po-
deste, sendo melhores no Sul e Sudeste. der judiciário e da justiça, além do crescimento do crime
organizado e do narcotráfico, cabendo salientar que o país
tornou-se também um grande consumidor de drogas.
O Brasil apresenta uma taxa de homicídios de 27 em cada
100 mil habitantes. Esta taxa apresentou um crescimento
desde a década de 1980 até 2004. Posteriormente, houve
um pequeno declínio que, segundo os especialistas, está
vinculado a campanha de desarmamento. Em 1996, esta-
va por volta de 24,76. Entre os jovens, a situação é ainda
mais grave e coloca o Brasil na 3ª posição mundial, com
taxa de 51,7 homicídios por 100 mil jovens (2004). Os índi-
ces brasileiros são 100 vezes superiores aos de países
como Austrália, Japão e Egito.
Numa pesquisa recente da Unesco, entre 57 países pes-
Chuvas excessivas, enchentes e deslizamentos quisados, considerando apenas os homicídios causa-
dos por armas de fogo, o Brasil ficou na 2ª posição com
Entre 2009 e 2010, aumentaram os índices pluviométri- 19,54 por 100 mil habitantes. Para se ter uma ideia de
cos (chuvas) no Brasil. As causas são variadas: El Niño como é alta a utilização de armas de fogo em assassina-
(aquecimento anormal do oceano Pacífico Intertropical tos no Brasil, a taxa na Argentina é de 4,34 por 100 mil
nas proximidades da América do Sul que causa mudan- habitantes, mais de quatro vezes menor do que a brasi-
ça nas massas de ar), Convergência do Atlântico Sul leira. Entre os 57 países o que registra menor taxa de
(umidade vinda da Amazônia em direção ao Sul e Sudes- mortalidade por armas de fogo é o Japão com 0,06 óbito
te do país) e aquecimento anormal no Oceano Atlântico por 100 mil habitantes.
com formação de baixa pressão que proporciona uma
elevação da umidade.

250 Degrau Cultural

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THATYML
Atualidades

Mundo – mortes violentas Na escala municipal, nos anos 2000, os municípios mais
violentos do Brasil localizam-se na Amazônia Legal e no
Centro-Oeste, a exemplo de Coronel Sapucaia (MS). Nes-
tas localidades, os homicídios estão relacionados aos
conflitos pela posse da terra.

Homicídios em alguns municípios brasileiros


(homicídios a cada 100 mil habitantes)

Legenda: A anamorfose (mapa proporcional) apresenta


os países com maior número de mortes violentas, prin-
cipalmente homicídios. Na América do Sul, a liderança é
para o Brasil, seguido da Colômbia. O continente africano
também se sobressai com países como Nigéria e África
do Sul. Rússia, China e Índia também destacam-se. Paí-
ses da Europa Ocidental, Canadá, Japão e Oceania apre-
sentam índices menores de violência.

No Brasil, parcelas da população mais pobre ficam bas-


tante vulneráveis à influência do crime organizado, uma
vez que faltam oportunidades de emprego, educação e
mobilidade social. Pesquisas recentes comprovam que
em países muito mais pobres que o Brasil como os da
África Ocidental, os índices de violência e criminalidade (Fonte: Ministério da Justiça)
são menores em relação ao total da população. Tal cons-
tatação explica-se pelos diferentes níveis de desigualda- A segurança pública tende a proteger mais os espaços
de interna existentes nessas sociedades: são áreas onde habitados pela classe média e alta do que os bairros
a pobreza é generalizada, mas sem desníveis sociais mais pobres. Em São Paulo, em Perdizes (bairro rico)
radicais, logo a violência é menor. existe 1 policial militar para cada 11.667 habitantes. Os
Nas áreas onde o desnível entre os mais ricos e os mais bairros pobres e violentos das periferias são os menos
pobres é abismal, como é o caso do Brasil, da Colômbia e assistidos pela segurança pública, no Jardim Ângela (bair-
da África do Sul, as taxas de violência são mais elevadas. ro pobre da periferia) existe 1 policial militar para cada
Um dos problemas é que as parcelas mais aquinhoadas 64.800 habitantes. Na verdade, existe uma péssima dis-
da população tendem a ostentar riqueza, exibi-la aos olhos tribuição geográfica dos policiais pela cidade.
do restante da sociedade, que nunca terá acesso a esses
bens, situação que aumenta a tensão social. Metrópole de São Paulo -Homicídios a cada 100 mil
habitantes em alguns bairros
Homicídios em alguns estados brasileiros
(homicídios a cada 100 mil habitantes)

(Fonte: Seade)

A urbanização desordenada em algumas cidades brasi-


leiras favorece a atividade criminosa. No Rio de Janeiro,
a geografia dos morros recobertos de favelas. O relevo
íngreme, o mosaico de barracos, os inúmeros cami-
nhos, becos e esconderijos constituem um espaço que
favorece a instalação de grupos criminosos e dificulta a
ação da polícia.
No Rio de Janeiro, por vezes, o crime organizado impõe
as regras em algumas comunidades carentes. As fac-
ções criminosas estabelecem a repartição de territóri-
os. A disputa entre facções criminosas pelo controle de
territórios em favelas gera grande violência e vitima a
população civil.
(Ministério da Justiça/Fórum Nacional de Segurança Pública)

Degrau Cultural 251

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Atualidades

No caso carioca, outro elemento preocupante é o surgi- IHA e IVJ


mento de milícias armadas integradas por ex-policiais e
ex-militares que prometem combater o crime e passam a No dia 21 de julho de 2009, o Observatório de Favelas
cobrar pelos serviços prestados, não raro se envolvendo promoveu, em uma coletiva de imprensa em Brasília, o
em atividades ilegais. lançamento do Índice de Homicídios na Adolescência
(IHA), pesquisa inédita, que compõe um dos eixos de
Em 2009, houve um conflito entre policiais e traficantes atuação do Programa de Redução da Violência Letal Con-
que tinham tentado tomar o Morro dos Macacos, ocupado tra Adolescentes e Jovens (PRVL).
pela quadrilha rival. O episódio da queda de helicóptero
de polícia alvejado por traficantes causou surpresa. Ou- O IHA é uma ferramenta que estima o risco de adolescen-
tro caso grave foi o assassinato de Evandro da Silva, co- tes, com idade entre 12 e 18 anos, perderem suas vidas
ordenador da ONG Afroreggae, o caso evidenciou a negli- por causa da violência letal. O IHA avalia alguns fatores
gência e o despreparo da polícia. que podem aumentar o risco de morte, de acordo com
raça, gênero e idade desses adolescentes.
Para melhorar a segurança pública, o governo federal
Estavam presentes a subsecretária de Promoção dos
pretende complementar o salário dos policiais do país.
Direitos da Criança e do Adolescente da Secretaria
Inicialmente, foi lançado o bolsa Copa e o bolsa Olimpía-
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
da para policiais que vão trabalhar nas cidades onde acon- República (SEDH), Carmen Oliveira, o representante-
tecerem os eventos. adjunto no Brasil do UNICEF, Manuel Buvinich, e
o professor Ignácio Cano, do Laboratório de Análise
UPP (Unidade de Policiamento Pacificadora) da Violência da Universidade do Estado do Rio de
Janeiro (LAV-Uerj).
No Rio de Janeiro, foram implantadas as Unidades de
Em seguida à fala de Carmen Oliveira, o representante-
Policiamento Pacificadora. Trata-se de uma ocupação adjunto no Brasil do UNICEF, Manuel Buvinich, mostrou
efetiva da polícia em comunidades carentes do Rio de indignação ao comentar o cenário preocupante para o
Janeiro. A política, com ação tanto repressiva quanto co- qual o IHA aponta. Sobre os quase 13 homicídios diários
munitária, reduziu os índices de violência e quase baniu de adolescentes no país, Buvinich mencionou que, ape-
o tráfico de drogas. Constitui uma intervenção policial e sar de todos os investimentos feitos entre 1990 e 2007
social nas comunidades. As UPPs funcionam nas comu- em políticas de saúde, resultando na redução das mor-
nidades de Cidade de Deus(Jacarepaguá – Zona Oeste), tes de crianças por doenças, antes dos cinco anos de
Santa Marta(Botafogo – Zona Sul), Cantagalo, Pavão Pa- idade, esses mesmos cidadãos que deixaram de morrer
vãozinho, Babilônia-Chapéu Mangeira (Leme – Zona Sul) na infância, agora perdem suas vidas para a violência.
e Jardim Batam (Realengo – Zona Oeste). “São quase 3 mil mortes por ano, como isso não causa
Hoje, as UPPs representam uma importante ‘arma’ do impacto na opinião pública?”, indaga.
Governo do Estado do Rio e da Secretaria de Segurança A expectativa é de que o IHA seja um instrumento que
para recuperar territórios perdidos para o tráfico e levar a contribua para monitorar o fenômeno da letalidade por
inclusão social à parcela mais carente da população. homicídios de adolescentes no tempo e no espaço,
Criadas pela atual gestão da secretaria de Estado de proporcionando subsídios para a construção de políti-
Segurança, as UPPs trabalham com os princípios da cas públicas de redução e prevenção desse problema,
tanto locais quanto estaduais e federais. Os resulta-
Polícia Comunitária. A Polícia Comunitária é um conceito
dos do estudo só reforçam a necessidade de imple-
e uma estratégia fundamentada na parceria entre a po-
mentação e expansão de programas e ações para
pulação e as instituições da área de segurança pública.
a promoção dos direitos de crianças e adolescentes
O governo do Rio está investindo R$ 15 milhões na qua- em todo o país, avaliam os órgãos parceiros na elabo-
lificação da Academia de Polícia para que, até 2016, se- ração e criação do IHA.
jam formados cerca de 60 mil policiais no Estado.
O IHA expressa, para um universo de mil pessoas, o nú-
mero de adolescentes que, tendo chegado à idade de 12
anos, não alcançará os 19 anos, porque será vítima de
homicídio. Ou seja, estima o número de homicídios que
se pode esperar ao longo dos próximos sete anos (entre
os 12 e os 18 anos) se as condições não mudarem.
Hoje, os homicídios representam 46% das causas de
morte dos cidadãos brasileiros dessa faixa etária. A mai-
oria dos homicídios é cometida com arma de fogo.
O trabalho demonstra que a probabilidade de ser assas-
sinado é quase 12 vezes maior quando o adolescente é
do sexo masculino do que do feminino. O risco também é
quase três vezes maior para os negros em comparação
Polícia e crianças na Cidade de Deus, aos brancos.
brincadeira com pipas O estudo avaliou os 267 municípios do Brasil com
mais de 100 mil habitantes e chegou a um prognósti-
co alarmante: estima-se que o número de adolescen-
tes assassinados entre 2006 e 2012 ultrapasse a 33
mil se não mudarem as condições que prevaleciam
nessas cidades.

252 Degrau Cultural

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THATYML
Atualidades

O valor médio do IHA para os 267 municípios estudados Em 2009, o presidente e o ministro da Defesa, Nelson
é de 2,03 jovens mortos por homicídio antes de comple- Jobim (PMDB-RS) manifestaram-se a favor da compra
tar os 19 anos, para cada grupo de 1.000 adolescentes do caça francês Rafale. Depois, disse o presidente, que
de 12 anos. Mas há localidades onde o índice é extrema- tudo ainda estaria em fase de análises técnicas entre o
mente elevado se comparado com essa média. A cidade Brasil e as empresas concorrentes. Os militares chega-
de Foz do Iguaçu, no Paraná, lidera o ranking de homicídi- ram a divulgar um relatório com preferência técnica pelo
os entre as cidades brasileiras com mais de 100 mil caça sueco. O relatório final, por parte do Brasil, deverá
habitantes, com 9,7 mortes para cada grupo de 1.000 ser apresentado pela Força Aérea Brasileira (FAB). Os
adolescentes entre 12 e 18 anos. Em seguida, aparecem países que disputam a venda de aviões caças para o
os municípios de Governador Valadares (MG), com 8,5, e Brasil são: EUA (F18), Suécia (Gripen) e França (Rafale
Cariacica (ES), com 7,3. da empresa Dassault, o candidato favorito).

TSE cassa mandatos de governadores (2008-2009)

Entre novembro de 2008 e junho de 2009, o Tribunal Su-


perior Eleitoral determinou a cassação de três governa-
dores estaduais. Segundo a legislação até então, o se-
gundo colocado nas eleições assume o mandato. O pri-
meiro governador cassado foi Cássio Cunha Lima, da
Paraíba (PSDB) e seu vice José Lacerda Neto (DEM).
Ambos foram acusados da utilização de programas soci-
ais para distribuir dinheiro irregularmente. De acordo com
investigações, os dois teriam distribuído 35 mil cheques
para eleitores de baixa renda. O processo que cassou o
Outra pesquisa divulgada foi o IVJ (Índice de Vulnerabili- governador e seu vice ficou conhecido como o Caso Fac
dade Juvenil) -violência pelo Ministério da Justiça e Fórum (Fundação de Ação Comunitária), um dos programas “as-
Nacional de Segurança Pública. A pesquisa foi realizada sistidos” pelos dois. O novo governador da PB é José
nos municípios a partir de 100 mil habitantes na faixa etá- Maranhão (PMDB).
ria entre 12 e 29 anos. Os mais violentos foram, na sequ-
ência: Itabuna, Marabá, Foz do Iguaçu, Camaçari e Gover- O segundo cassado foi o governador do Maranhão, Jac-
nador Valadares. Os menos violentos foram as cidades son Lago (PDT) e seu vice, Luis Carlos Porto (PPS). Entre
paulistas de São Carlos, Franca e São Caetano do Sul. as acusações contra os dois, constam doações irregula-
res de cestas básicas, kit salva-vidas para moradores da
Plano Nacional de Saúde do Homem, Lei Seca e Lei An- baía de São Marcos, a transferência de recursos públi-
tifumo (2008-2009) cos, estimados em mais de R$ 700 mil, para uma asso-
ciação de moradores de Grajaú, e a distribuição de mate-
Em 2009, o Ministério da Saúde, liderado pelo ministro rial de construção e combustível. Todas essas irregulari-
José Gomes Temporão (PMDB-RJ) lançou o primeiro Pla- dades confirmam o uso da máquina pública no processo
no Nacional de Saúde do Homem. No país, de cada 3 eleitoral de 2006. A nova governadora do Maranhão é Ro-
óbitos, 2 são de homens. Devido a maior mortalidade de seana Sarney (PMDB).
homens e menor expectativa de vida em relação às mu-
lheres, o governo decidiu investir na saúde masculina. As O último cassado foi o governador de Tocantins, Mar-
causas da maior mortalidade são: negligência com a pró- celo Miranda (PMDB) e seu vice. Os dois foram acusa-
pria saúde, violência e acidentes de trânsito (que atin- dos de utilizar indevidamente os meios de comunica-
gem principalmente homens jovens e adultos até 29 ção, distribuição gratuita de casas, óculos, cestas bá-
anos, pobres, moradores de bairros periféricos, bem sicas, prometer vantagens a eleitores e distribuir bens
como pardos e negros) e maior incidência de alcoolis- e serviços com dinheiro público. A Assembleia Legisla-
mo, tabagismo e consumo de drogas. Nos últimos anos, tiva do Tocantins elegeu por 22 votos a zero, Carlos
legislações mais rigorosas surgiram para reduzir a mor- Henrique Gaguim (PMDB), presidente da Casa, como o
talidade, a Lei Seca (2008) e a Lei Antifumo (2009, no novo governador do estado.
estado de São Paulo).
Eleições e escândalos no Congresso Nacional (2009)
Compra de armamentos e a polêmica dos caças (2009/
2010) No dia 2 de fevereiro de 2009 foram eleitos o presidente do
Senado Federal e o presidente da Câmara dos Deputa-
Um dos problemas do país é fragilidade no campo militar dos. Para a Presidência do Senado foi eleito José Sarney
ante ao seu imenso território, grande PIB e preocupações (PMDB-AP), que venceu seu opositor, o senador Tião Via-
redobradas com a Amazônia e a zona econômica marinha na (PT-AC) por 49 votos a 32. Os dois mandatos exercidos
onde se localizam as reservas de petróleo pré-sal. Trata- anteriormente por José Sarney, ocorreram entre 1995/1997
se do único BRIC que não dispõe de armas nucleares, e entre 2003/2005. Para a Presidência da Câmara dos
pois é signatário do TNP (Tratado de Não Proliferação de Deputados foi eleito o deputado federal Michel Temer
Armas Nucleares). A partir do final dos anos 2000, o país (PMDB-SP). Este é o seu sexto mandato consecutivo como
realiza um ambicioso acordo militar e geopolítico com a deputado federal. Sua eleição para presidência da Câma-
França, com a compra de submarinos (um deles, nuclear) ra dos Deputados foi apoiada por 14 partidos.
e helicópteros com transferência de tecnologia. O último escândalo que envolve o Senado Federal e que,
O Brasil também pretende renovar sua frota de caças. com certeza, não será o último, diz respeito aos chama-
dos atos secretos, e tem como pivô o presidente do Se-
nado, José Sarney (PMDB-AP).
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Atualidades

Nos últimos quatorze anos, foram publicados mais de Oito dos 24 deputados e dois suplentes da Câmara Le-
500 atos secretos, utilizados para nomear e aumentar gislativa (CLDF) são citados no inquérito como beneficiá-
salários de pessoas ligadas ao comando do Senado. rios do suposto esquema de corrupção. Eurides Brito
José Sarney teve duas sobrinhas nomeadas por ato se- (PMDB), Júnior Brunelli (PP) e Leonardo Prudente (depu-
creto, uma nomeada para o gabinete de sua filha, Rose- tado filmado com dinheiro nas meias, posteriormente
ana Sarney (Maria do Carmo de Castro Macieira) e outra, pediu desfiliação do DEM) aparecem em vídeo receben-
nomeada para o gabinete do senador Delcídio Amaral do dinheiro das mãos de Durval Barbosa.
(PT-MS), em Campo Grande (Vera Portela Macieira Bor- O vice-governador Paulo Octávio, o secretário de Planeja-
ges). As denúncias contra Sarney foram arquivadas pelo mento, Ricardo Penna, e o corregedor e secretário de
Conselho de Ética do senado. Ordem Pública, Roberto Giffoni, são mencionados na
O presidente do Senado José Sarney sofre dura pressão conversa como tendo recebido dinheiro. Os três negam
da opinião pública, da imprensa e da oposição (PSDB, qualquer participação no caso. A Câmara Legislativa abre
DEM e PSOL) para que renuncie ao cargo. A crise do Sena- processo para apurar a quebra de decoro parlamentar
do já provocou o afastamento de dois de seus diretores: dos deputados citados no suposto esquema de propina
Agaciel Maia (diretor-geral da Casa), após revelação do apontado pela PF. Os distritais Júnior Brunelli e Leonardo
jornal Folha de São Paulo, que ele não teria registrado Prudente aparecem em vídeo rezando em agradecimen-
uma casa avaliada em R$ 5 milhões; João Carlos Zoghbi to pela vida de Durval Barbosa. A cena fica conhecida
(diretor de Recursos Humanos do Senado), acusado de como a “oração da propina”.
ter cedido um apartamento funcional para parente que não Em dezembro, em entrevista ao Correio Brasiliense, Arru-
fazia parte do Congresso Nacional. Entre os demais es- da afirma sua inocência e diz que tudo o que quer é “en-
cândalos de 2009: os “181 diretores” do senado, farra das frentar Roriz nas urnas”. Leonardo Prudente se afasta da
passagens aéreas e a absolvição do deputado do “caste- presidência da Câmara. Estudantes, integrantes de enti-
lo” Edmar Moreira (ex-DEM, atual PR-MG). dades sindicais e partidos políticos de oposição ocupam
o plenário da Câmara Legislativa exigindo o afastamento
Mensalão do Democratas do Distrito Federal (2009/2010) de Arruda. A Ordem dos Advogados do Brasil, seção DF,
protocola na Câmara dois pedidos de impeachment: um
de Arruda e outro de Paulo Octávio. Cerca de 2,5 mil pes-
soas fazem protesto no Eixo Monumental contra Arruda.
Com ordem para desocupar as vias, PMs a cavalo par-
tem para cima dos jovens (foto) e transformam a área do
Buriti em praça de guerra.
O pedido de liminar apresentado por Arruda é negado e
ele anuncia sua desfiliação do DEM. Com isso, não pode
concorrer nas próximas eleições. Distritais entram em
férias e anunciaram a autoconvocação para 11 de janeiro
de 2010, adiando a votação dos pedidos de impeach-
ment de Arruda e a análise dos processos de quebra de
decoro parlamentar contra os deputados citados nas de-
núncias. O STJ autoriza a quebra dos sigilos fiscais e
bancários de Arruda e de sete envolvidos nas denúncias
de suposto esquema de corrupção.
Depois dos mensalões do PT e do PSDB, chegou a vez do
Mensalão do Democratas (o antigo PFL) para os adversá- Arruda pede perdão à sociedade: “Eu quero dizer a vocês,
rios, os “demos”. Em novembro de 2009, a Polícia Federal de coração mesmo, que eu já perdoei todos os que me
deflagra a Operação Caixa de Pandora. São cumpridos agrediram. Eu perdoo a cada dia os que me insultaram.
29 mandados de busca e apreensão em 16 endereços, Entendo as suas indignações pela força das imagens”. A
incluindo a Câmara Legislativa e a Residência Oficial do CPI da Corrupção é instalada na Câmara Legislativa. Alírio
governador José Roberto Arruda, em Águas Claras. A PF Neto (PPS) é escolhido presidente e Raimundo Ribeiro,
investiga o suposto esquema de propina do GDF para a um dos mais leais aliados de Arruda, é eleito relator da
base de deputados aliados, com dinheiro repassado por comissão. A Justiça determina o afastamento de Leonar-
empresas privadas — muitas delas mantinham contratos do Prudente da presidência da Câmara Legislativa. Tribu-
com o executivo local. Durval Barbosa, até então secretário nal de Justiça nega recurso de Prudente contra liminar que
de relações institucionais do governo Arruda, foi quem de- determinou seu afastamento do comando do Legislativo.
nunciou o esquema à PF. Presidente da Companhia de O TJ decide que os oito distritais e os dois suplementes
Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) na adminis- citados no inquérito da Operação Caixa de Pandora não
tração de Joaquim Roriz, ele gravou diversos políticos do podem participar de nenhuma etapa da tramitação dos
DF. Fez acordo de delação premiada com a Justiça e a PF pedidos de impeachment do governador. A base governis-
para reduzir a própria pena em 37 processos a que res- ta põe fim à CPI. Para os aliados de Arruda, o fato de a
ponde. O inquérito sobre o caso está no Superior Tribunal Justiça ter afastado os distritais investigados invalidaria o
de Justiça (STJ). Quando as denúncias vieram à tona, Durval ato de criação da comissão parlamentar de inquérito.
foi exonerado.
Agentes da PF prendem Antônio Bento da Silva logo após
Foi divulgado vídeo de um encontro entre Arruda e Durval ele entregar sacola com R$ 200 mil ao jornalista Edmil-
Barbosa durante a campanha eleitoral de 2006. Nas ima- son Edson dos Santos, o Sombra. Na versão de Sombra,
gens, o então candidato recebe dinheiro de Durval. Os advo- o dinheiro seria um suborno para o jornalista afirmar em
gados de Arruda afirmam se tratar de doação para a compra depoimento que os vídeos nos quais políticos recebem
de panetones que seriam doados a famílias carentes. dinheiro de Durval Barbosa.

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Atualidades

A OAB-DF entra com ação para bloquear os bens do go- - Os medicamentos zanamivir e oseltamivir apresen-
vernador Arruda, de 10 distritais e de secretários citados tam alguma eficácia no combate à doença.
no relatório da PF. Chefe da Agência de Comunicação do
GDF, Weligton Moraes sai do governo. Ele foi gravado por No Brasil, a vacina contra a nova gripe está sendo produ-
Sombra supostamente negociando a tentativa de subor- zida pelo Instituto Butantã (SP). Segundo o Ministério da
no. Geraldo Naves, o distrital que entregou suposto bilhe- Saúde, a vacinação em 2010 vai priorizar: profissionais
te de Arruda a Sombra, deixa a Câmara Legislativa. Rodri- da saúde, gestantes, crianças pequenas, terceira idade,
go Arantes, secretário particular de Arruda, é apontado pessoas com doenças crônicas e pessoas entre 20 e 29
pelo denunciante como o homem que repassou os R$ anos. Posteriormente, a faixa etária de 30 até 39 anos foi
200 mil a Antônio Bento. incluída na vacinação.
A Polícia Civil do DF confirma a prisão de dois agentes da
polícia civil goiana por suposta arapongagem na Câmara Raposa/Serra do Sol
Legislativa. A detenção ocorreu no dia 4. Presidente da
OAB nacional, Ophir Cavalcante, pede à Procuradoria-Ge-
ral da República o desligamento de Arruda da chefia do
Executivo ou sua prisão preventiva. O procurador-regional
eleitoral, Renato Brill, quer que Arruda e Leonardo Pruden-
te percam os mandatos por infidelidade partidária.
O STJ decreta a prisão preventiva de Arruda, Weligton
Moraes, Geraldo Naves, Rodrigo Arantes, Antônio Bento
(que já estava na Papuda) e Haroaldo de Carvalho, ex-
diretor da CEB. Segundo depoimento de Bento à PF, Ha- Em 2009, o STF (Supremo Tribunal Federal) finalmente
roaldo teria entrado em contato com Sombra para lhe decidiu o destino da Reserva Indígena Raposa Serra do
entregar o suposto suborno. O procurador-geral da Re- Sol. O tribunal confirmou a demarcação contínua da área
pública, Roberto Gurgel, protocola no Supremo Tribunal e a saída de todos os não índios da reserva. O único voto
Federal (STF) pedido de intervenção federal no DF. Arruda a favor da manutenção dos arrozeiros na área, ou seja,
foi o primeiro governador eleito em exercício a ser preso demarcação descontínua, foi do ministro Marco Aurélio
no Brasil por interferir nas investigações da justiça e da Mello apresenta seu voto, que deve ser contrário à de-
polícia para se beneficiar. marcação contínua. Mello deve questionar o nível de “acul-
O ministro Marco Aurélio Mello, do STF, nega pedido de turamento” dos índios, alegando que eles já vivem sob
habeas corpus para o governador Arruda. Com isso, ele forte influência da cultura dos não indígenas.
continua preso em uma sala especial no Complexo da Homologada em 2005 pelo presidente Luiz Inácio Lula da
PF. A Polícia Federal cumpre vários mandados de busca Silva, a Raposa/Serra do Sol, no extremo norte de Rorai-
e apreensão nas casas de investigados nas denúncias ma, nas fronteiras com a Venezuela e a Guiana, é habitada
de corrupção. por cerca de 18 mil índios de cinco diferentes etnias. A
Com o governador preso, o governo do DF ficou momen- reserva, de 1,7 milhão de hectares, tem superfície sufici-
taneamente com o vice, Paulo Octávio (ex-DEM). Sem ente para agrupar 11 cidades de São Paulo. A decisão
apoio, Octávio renunciou. Assim, o governo passou a ser sobre a demarcação tornou a reserva um foco de conflito e
exercido pelo presidente da câmara distrital, Wilson Lima tensão envolvendo governo federal, governo estadual, igre-
(PR –Partido da República). Em março, aumentou a pres- ja, indígenas e ONGs (organizações não governamentais).
são para o impeachment do governador Arruda. Encerrada essa questão no Supremo, começará a ba-
talha pelas indenizações: para os rizicultores, a ocupa-
Gripe Suína: Influenza A H1N1 (2009/2010) ção da área foi legal e as benfeitorias nas fazendas
foram muitas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que a
nova gripe A (H1N1) já é considerada pandemia, devido ao Algumas das propriedades têm até hangar para abaste-
número de países e continentes afetados. O vírus da nova cer monomotores. Para a Funai, no entanto, os fazendei-
gripe A (H1N1), também conhecida como gripe suína, foi ros não poderiam estar na área e, por isso, o órgão não
detectado primeiramente no México em 2009. Os países pretende levar em consideração as benfeitorias no cálcu-
mais atingidos são Estados Unidos, México, Canadá, Aus- lo das indenizações.
trália, Espanha, Japão, Reino Unido, Chile e Argentina. No A Funai iniciou as reparações em 2002. Até agora, foram
Brasil, a nova gripe foi detectada em vários estados e nu- indenizadas 285 propriedades de não índios dentro da
merosas mortes. Um dos problemas para diagnosticar a Raposa – há em andamento 24 processos (com docu-
nova gripe é que ela apresenta sintomas de uma gripe mentos pendentes) que resultam em indenizações de
comum. Eis algumas características da nova gripe: R$ 327 mil.
- A mutação do vírus fez com que ela afetasse humanos; O governador de Roraima, José de Anchieta Júnior (PSDB),
- O contágio inicial ocorre quando as pessoas têm con- afirmou que vai ajudar a realocar os fazendeiros. O cultivo
tato com porcos; de arroz responde por 6% da economia de Roraima.
- A atual versão do vírus já transmite de pessoa para
pessoa; O caso Sean Goldman
- O consumo de carne de porco não transmite a doen-
ça, pois ao ser cozida a carne, o vírus é eliminado; A Justiça brasileira autorizou que o menino Sean Gold-
- A nova gripe apresenta vários sintomas como febre, man, de oito anos, volte para os Estados Unidos com seu
letargia, falta de apetite e tosse. Algumas pessoas tam- pai biológico, o americano David Goldman. A decisão fi-
bém apresentaram coriza, garganta seca, náusea, vô- nal foi tomada pelo STF através de seu presidente Gilmar
mito e diarreia. Mendes. A guarda de Sean Goldman foi disputada pelo

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Atualidades

pai biológico e pelo padrasto, o advogado João Paulo Plano Nacional de Direitos Humanos racha o governo
Lins e Silva, que tinha a guarda provisória do garoto des- (2010)
de a morte da mãe dele. Em sua sentença, Pereira Pinto
determina o “retorno imediato” de Sean para os EUA. Numa tentativa de contornar a divisão no próprio governo,
Sean Goldman nasceu nos Estados Unidos, mas vive a Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH) da
desde os quatro anos no Rio de Janeiro. Sua mãe, Bruna Presidência da República se defendeu das críticas ao
Bianchi, separou-se de David, trouxe o menino para o Plano Nacional de Direitos Humanos feitas pelo ministro
Brasil e aqui conseguiu a guarda dele. Casou-se com da Defesa, Nelson Jobim, de setores da Igreja Católica,
João Paulo Lins e Silva. No final do ano passado, morreu de parlamentares ruralistas e do ministro da Agricultura,
e João Paulo conseguiu na Justiça a guarda do menino. Reinhold Stephanes. O órgão afirma ter apoio maciço à
Sean, agora, voltará para a casa do pai biológico, o ame- proposta na Esplanada dos Ministérios, com assinatura
ricano David Goldman. Os EUA pressionaram o Brasil, de 31 das 37 pastas.
pois o país estaria violando as convenções internacio- De acordo com o documento divulgado nesta sexta, a
nais, inclusive a de Haia. participação social na elaboração do programa ocorreu
por meio de conferências realizadas em todos os Esta-
O caso Cesare Battisti (2009/2010) dos durante o ano de 2008 e envolveu a participação de
14 mil pessoas. A nota cita ainda que “a política de Direi-
Caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidir se tos Humanos deve ser uma política de Estado, que res-
extradita ou não o extremista de esquerda italiano Cesa- peite o pacto federativo e as competências dos diferentes
re Battisti, condenado à prisão perpétua na Itália pelo Poderes da República”.
assassinato de quatro pessoas entre os anos de 1977 e No final do dia, o ministro do Desenvolvimento Agrário,
1979. Em sessão nesta quarta-feira, os ministros Guilherme Cassel, rebateu críticas feitas por Stephanes,
do Supremo Tribunal Federal (STF) votaram pela extradi- que reclamou não ter participado da elaboração do pro-
ção do italiano, mas acabaram decidindo que o grama. O ministro da Agricultura argumentou que as me-
presidente tem autonomia para deliberar em última ins- didas propostas aumentam a insegurança jurídica no
tância sobre o caso. campo e fortificam determinadas organizações, como o
O julgamento da extradição terminou com um placar Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
de cinco votos favoráveis e quatro contrários. O voto de Cassel discorda.
desempate coube ao presidente do STF, ministro Gilmar “Até onde eu estou informado, todos os ministérios parti-
Mendes. Ele acatou o pedido do governo italiano, argu- ciparam”. E completa: “o plano busca criar um ambiente
mentando que Battisti deve ser extraditado porque foi con- de paz no meio rural. Ele busca, por meio do diálogo, criar
denado por crimes comuns, e não políticos. o que eu chamei de um ambiente de paz de produção. De
Também por cinco votos a quatro, os ministros decidiram fato, o plano busca criar no meio rural um ambiente dife-
que cabe a Lula a ação final. A maioria da Corte entendeu renciado, que supere essas questões. Tem pessoas que
que o presidente tem respaldo constitucional para deci- se incomodam com isso”, argumentou o ministro do De-
dir a questão porque ela envolve as relações diplomáti- senvolvimento Agrário à Agência Brasil. Para ele, o ponto
cas do país. Votaram assim os ministros Cármen Lúcia, fundamental de divergência sobre o programa não é o
Eros Grau, Carlos Ayres Britto, Joaquim Barbosa e Marco conflito no campo e sim a resistência de grupos à cha-
Aurélio Mello. Já Cezar Peluso, Gilmar Mendes, Ricardo mada Comissão da Verdade, criada para apurar crimes
Lewandowski e Ellen Gracie discordaram da decisão. que teriam ocorrido durante o período da ditadura militar
(1964-1985).
“Imagine o absurdo dizer agora que o presidente está
livre para, deferida a extradição, não executá-la. Temos Foi justamente este o tema de um conflito anterior, entre
uma situação de crise, de não solução. Vejam, senhores, Nelson Jobim e o ministro Paulo Vannuchi da SEDH.
que tipo de construção arriscada do ponto de vista da Para Jobim, a proposta vai de encontro à Lei de Anistia,
coerência e da consistência política”, disse Mendes. que vigora desde 1979, o que pode levar à condenação
de oficiais da época. Outra reação mais dura partiu dos
O presidente do STF pretendia dar o caso por encerrado presidentes dos clubes que representam as reservas
logo depois de ler seu voto sobre a extradição. Conclui- das Forças Armadas. Por meio de nota nesta sexta, os
ria que os quatro colegas que concordaram com a ma- presidentes dos clubes da Aeronáutica, Militar e Naval
nifestação do relator do caso, Cezar Peluso, automati- condenaram a decisão do governo de criar a Comissão
camente acolheram a tese de que o presidente Lula da Verdade, que poderá reabrir as investigações contra
seria obrigado a extraditar Battisti. Mas, alguns minis- agentes do Estado que torturaram e cometeram crimes
tros consideram que esse tema deveria ser debatido hediondos na ditadura. O vice-almirante Ricardo Veiga
em separado. Cabral (Marinha), o general Gilberto Barbosa de Figuei-
A interpretação, exposta pelo ministro Marco Aurélio Mello redo (Exército) e o tenente-brigadeiro do ar Carlos de
em sessão, é de que o que está em jogo é uma questão Almeida Baptista (Aeronáutica) advertem na nota que a
de política externa, o que, pela Constituição, é atributo democracia correrá riscos, e sequelas do passado “po-
presidencial. Na abertura do julgamento, Marco Aurélio, dem vir à tona”, se prevalecer “o revanchismo e a mes-
votou contra a extradição. quinharia” em setores do governo.
Até agora, Battisti, preso em Brasília, foi apenas conde- Já um grupo de bispos, padres e católicos ligados ao
nado pela Justiça Federal do Rio de Janeiro por entrar no movimento pró-vida da Igreja Católica são contrários ao
país com passaporte falso. A pena é de 2 anos em regi- apoio do governo ao projeto de lei que descriminaliza o
me aberto e com multa. aborto, a mecanismos para impedir a ostentação de sím-
bolos religiosos em estabelecimentos públicos, à união
civil entre pessoas do mesmo sexo, e ao direito de ado-
ção por casais homossexuais.

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Atualidades

“Daqui a pouco vamos ter que demolir a estátua do Cristo Em 2008, iniciou-se um debate no Brasil sobre o que o
Redentor”, protestou o secretário-geral da Conferência país “faria com o lucro” advindo da exploração do petróleo
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Dimas Lara pré-sal no futuro. Em 2009, foram enviados 4 projetos do
Resende, para quem há intolerância num programa que pré-sal para o Congresso, prevendo a criação de uma
deveria promover a livre manifestação religiosa. nova estatal para a gestão, prioridade para a Petrobras
na exploração (no mínimo 30% em cada bloco, assim, a
Fusões e aquisições de empresas (2009) participação de empresas particulares é complementar),
a criação de um Fundo Social (recursos destinados a
As fusões e aquisições recentes são preocupantes para os educação, ciência, tecnologia, meio ambiente, combate
consumidores e podem levar a concorrência desleal. Em à pobreza e saúde). A repartição dos royalties entre os
2009, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econô- estados é um assunto polêmico. Os estados produtores,
mica) multou a Ambev por tentar monopolizar o mercado de ES, RJ e SP, desejam uma participação maior em contra-
cervejas. Também houve a fusão Perdigão-Sadia dando posição aos estados não produtores.
origem a BR Foods e a compra da vinícola Almadén pela
Miolo. No setor bancário, a fusão Itaú-Unibanco e a aquisi-
ção da Nossa Caixa pelo Banco do Brasil.
A fusão entre a Casas Bahia e o Grupo Pão de Açúcar deve
criar uma empresa com faturamento de quase R$ 40 bi-
lhões, segundo dados dos balanços de ambas referentes
a 2008. No ano passado, o faturamento bruto do Pão de
Açúcar foi de R$ 25,7 bilhões, enquanto o da Casas Bahia
foi de R$ 13,9 bilhões, totalizando R$ 39,6 bilhões. O negó-
cio é um dos maiores do ano no país e aponta mudanças
no setor varejista. A Folha Online apurou que o processo de
fusão será de “longo prazo”. Segundo fato relevante do Gru-
po Pão de Açúcar, a integração valerá para Casas Bahia,
Ponto Frio (adquirido pelo Pão de Açúcar em junho) e Extra
Eletro, e prioriza o segmento de eletrônicos e bens durá-
veis, nas lojas e no comércio eletrônico.
Ainda não há informações sobre cenários do desdobra-
mento do processo, uma “fusão operacional”. Os grupos
convocaram coletiva de imprensa para as 11h, a fim de Aneel aprova mudança no cálculo de reajuste da conta
detalhar o negócio. Em junho, o Grupo Pão de Açúcar de luz após cobrança indevida (2010)
anunciou a compra da Globex Utilidades, dona da rede
Ponto Frio, que era, até então, a segunda maior no seg- O conselho diretor da Aneel (Agência Nacional de Ener-
mento de eletroeletrônicos do país, atrás apenas da Ca- gia Elétrica) votou a favor da mudança nos procedimen-
sas Bahia. Com a aquisição, o grupo Pão de Açúcar, que tos de cálculo dos reajustes das tarifas de energia elétri-
inclui a bandeira de mesmo nome, além de Extra, Com- ca, nesta terça-feira. A adequação passará a valer desde
preBem, Sendas e Assai, recuperou a liderança no varejo já, por meio de aditivo nos contratos de concessão com
brasileiro, que era ocupada pelo Carrefour. as distribuidoras de energia. Segundo Nelson Hubner,
diretor-geral da Aneel, a proposta do aditivo já está acor-
O pré-sal (2007-2010) dada com as distribuidoras. “Havia a colocação de que
desde o primeiro reajuste do ano teríamos corrigido essa
Em 2007, o Brasil anunciou a descoberta de imensas questão tão discutida”, afirmou. De acordo com a agên-
reservas de petróleo em grandes profundidades em ba- cia, os sete reajustes que acontecerão em fevereiro já
cias sedimentares recobertas pelo mar. A profundidade seguirão o novo método de cálculo. Se alguma distribui-
varia entre 4 e 7 mil metros e o petróleo encontra-se abai- dora não concordar com o aditivo no contrato, terá dez
xo de uma espessa camada de sal, daí o nome “pré-sal”. dias para recorrer. Cerca de 600 mil casas são atendidas
Este petróleo formou-se a partir da Era Mesozoica (“dos pelas distribuidoras que passarão pela mudança neste
dinossauros”), a partir da decomposição de matéria or- mês. A distorção do cálculo acontecia porque a metodolo-
gânica vegetal e animal no período em que a América do gia adotada não levava em conta o comportamento do
Sul estava se separando da África. mercado. Os encargos que as distribuidoras pagavam
A descoberta fez elevar o valor de mercado da Petrobras, ao governo não variavam, mesmo com aumento da recei-
aumentou substancialmente as reservas brasileiras e ta das empresas. Por causa da distorção, houve uma
poderá tornar o país um grande exportador de petróleo e cobrança indevida nas contas de luz de R$1 bilhão por
produtos petroquímicos no futuro. A exploração do pré- ano, desde 2002.
sal em larga escala depende de vários fatores, entre os
quais, a instabilidade dos preços do petróleo e a dispo- A alta do etanol (2010)
nibilidade de capital nacional e estrangeiro para realizar
os investimentos. Fatores climáticos (excesso de chuva), entressafra, au-
O pré-sal distribui-se pelas bacias sedimentares do Es- mento do consumo interno e crescimento das exporta-
pírito Santo, Campos e Santos numa faixa que se esten- ções de etanol e de açúcar, elevaram os preços do etanol
de da altura dos litorais do ES, RJ, SP, PR e SC. Na bacia no Brasil entre 2009 e 2010, sendo um componente pre-
de Santos, os principais campos anunciados foram: Tupi, ocupante de pressão inflacionária. A alta do preço do eta-
Iara, Carioca e Bem te vi. A exploração experimental foi nol, a redução do percentual de álcool anidro na gasolina
iniciada nos campos Jubarte (ES) e Tupi (SP). (de 25% para 20%) e a prioridade dada pela Petrobras à

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Atualidades

produção de óleo diesel em suas refinarias vão fazer com O encontro teve por finalidade a diminuição das emissões
que o Brasil importe este ano uma quantidade de gasolina de gases causadores do aquecimento global. Apesar da
sem precedentes pelo menos nos últimos dez anos. A importância, em relação ao tema central do encontro e da
primeira partida, de 2 milhões de barris, foi comprada este participação da maioria absoluta dos países, o encontro
mês na Venezuela. O diretor de Abastecimento da Petro- não apresentou quase nada de concreto: Estados Unidos
bras, Paulo Roberto Costa, disse que as importações de- e China, os maiores emissores de GEE (gases de efeito
vem se estender pelo menos até maio. Segundo ele, “é estufa), em quase nada cederam.
mais negócio importar gasolina do que óleo diesel”. O Brasil, por sua vez, apresentou de concreto, como con-
“Compramos um volume inicial e vamos acompanhar o tribuição para reduzir a emissão de poluentes, os investi-
mercado”, disse Costa. Ele não quis especificar quando mentos em energia limpa, natural, renovável e menos
e qual a quantidade que será comprada nos próximos poluente, como o etanol da cana-de-açúcar, o biodiesel,
meses. A definição de maio como limite para o prosse- a bioma, o biogás, as hidroelétricas, as energias eólica e
guimento das importações tem duas razões, ambas re- solar. O Brasil prometeu reduzir suas emissões entre 36
lacionadas com a entrada da safra de etanol de 2010 das e 39% até 2020 com base em 2005. Também prometeu
regiões Sudeste e Centro-Oeste: a volta do percentual de reduzir o desmatamento na Amazônia em 80% até 2020
anidro a 25% está prevista para 1º de maio e a queda no com base em 2005.
preço do etanol na bomba que, se espera, ocorra com a Durante a COP-15, o G-77, grupo reunindo países pobres
chegada da safra, tornando novamente vantajoso o seu e emergentes, da Ásia e da África, ameaçados de inunda-
uso pelo consumidor. ções e secas prolongadas, em decorrência do aqueci-
Hoje, cerca de 35% do produto do refino de petróleo no mento global. Representantes desses países fizeram for-
Brasil é de óleo diesel, diante de cerca de 19% de gaso- te apelo aos principais líderes mundiais, para que tomem
lina, de acordo com o executivo. Segundo dados contidos iniciativas imediatas para a redução da emissão de gases
no site da BR Distribuidora, na maioria dos países do poluentes, do contrário estes países estarão condenados
mundo a participação do diesel no mix de refino fica entre a uma tragédia de dimensões imensuráveis.
15% e 25% do total. Costa disse que nas novas refinarias A União Europeia desejava um acordo mais ousado, mas
que a Petrobras está construindo ou planejando cons- encontrou resistência nos EUA e alguns países emer-
truir, a participação do diesel vai chegar a até 60%. No gentes. Foi firmado um acordo sem poder de lei entre
ano passado, o consumo de combustíveis no país regis- EUA, China, Índia, Brasil e África do Sul com os seguintes
trou queda de 1,2%, segundo os dados da Petrobras. princípios:
A primeira partida importada este ano custou US$ 140 - a temperatura global não pode aumentar além de 2º C.
milhões. Costa, da Petrobras, disse que no ano passa- - precisam ser criados incentivos financeiros para pro-
do, tão logo começou a subir o preço do etanol, a Petro- jetos de REED (Redução de Emissões por Desmata-
bras decidiu suspender as exportações de gasolina. A mento e Degradação).
redução começou em novembro e chegou a zero em ja- - cortes ambiciosos nas emissões de gases de efeito
neiro deste ano, de acordo com o executivo. No fim da estufa são necessários, e os países devem fornecer
tarde de ontem a Petrobras divulgou nota afirmando que informações sobre a implementação de suas ações.
vem aproveitando “oportunidades de preço, prazo e qua-
lidade de vários mercados supridores para garantir o for- A seguir, os termos relacionados ao aquecimento global
necimento de gasolina em todo o território nacional em e COP15:
função do aumento da demanda pelo combustível”.
- GEEs - Gases de Efeito Estufa, os responsáveis pelo
efeito estufa. Dentro das negociações internacionais
Amazônia: o ritmo de desmatamento (2009) de clima e de projetos de carbono, seis grupos de ga-
ses são considerados: dióxido de carbono (CO2), Me-
No caso do Brasil, houve uma queda no desmatamento tano (CH4), Óxido Nitroso (N2O), Hidrofluorcarbonos
na Amazônia entre Agosto de 2008 e Agosto de 2009, (HFCs), Perfluorcarbonos (PFCs) e Hexafluoreta de
período de monitoramento realizado pelo INPE através Enxofre (SF6). Para facilitar os cálculos dos impactos
de imagens de satélite. A queda deve-se a melhora da climáticos de cada setor, empresa, país ou indivíduo,
fiscalização na região que conta, inclusive, com o apoio a todos os gases são expressos em termos de CO2-
Polícia Federal (Operação Arco de Fogo). O principal fator equivalente. É por causa da emissão em excesso des-
responsável pelo desmatamento foi a pecuária bovina, ses gases que acontecem as mudanças climáticas.
seguido do plantio da soja, exploração de madeira e mi- - CO2-equivalente - Unidade de medida do impacto das
neração. Os estados líderes em desmatamento foram: emissões sobre o clima do planeta. Todos os gases
PA (líder), MT e RO. são transformados em CO2-equivalente, de acordo
O relatório emitido pelo Pnuma (Programa das Nações com um fator de conversão. Assim, por exemplo, uma
Unidas para o Meio Ambiente) alerta que além do desma- tonelada de metano (CH4), por possuir um efeito 21
tamento, a Floresta Amazônica também sofre as conse- vezes superior ao dióxido de carbono, equivale a 21
quências do aquecimento global, que entre outros fato- toneladas de CO2-equivalente.
res, reduz a ocorrência de chuvas na região. Segundo o - IPCC - Painel Intergovernamental de Mudanças do Cli-
relatório, a Floresta Amazônica poderá se transformar ma. Criado em 1988, constitui uma instituição científi-
parcialmente em savana ainda neste século. ca ligada às Nações Unidas que reúne todo o conhe-
cimento científico em relação às mudanças climáti-
Aquecimento Global e COP 15 (2009) cas. O IPCC não faz pesquisa e sim condensa todas
as informações coletados pela humanidade sobre as
Em dezembro de 2009, ocorreu em Copenhague, Dinamar- alterações climáticas em três relatórios sobre ciência
ca, o décimo quinto encontro (COP-15), que reuniu 192 paí- climática, impactos e soluções.
ses signatários da Convenção sobre Mudanças Climáticas.

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THATYML
Atualidades

- UNFCCC / Convenção de Clima - Convenção-Quadro Notas Culturais


das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. O
primeiro passo em direção a um esforço global em A perda de José Mindlin (2010)
prol do clima se deu com a assinatura da Convenção
de Clima (UNFCCC no original em inglês – United José Ephim Mindlin nasceu em São Paulo, 8 de setem-
Nations Framework Convention on Climate Change), bro de 1914 e faleceu também em São Paulo em 28 de
na Eco-92 do Rio de Janeiro, entrou em vigor em 1994. fevereiro de 2010. Foi um advogado, empresário e biblió-
Assim foram estabelecidos os alicerces para acordos filo brasileiro. Filho do dentista Ephim Mindlin e de Fanny
climáticos posteriores. O documento estabeleceu o Mindlin, judeus nascidos em Odessa, formou-se na Fa-
princípio das “responsabilidades comuns, porém di- culdade de Direito da Universidade de São Paulo. Advo-
ferenciadas”, que diz que todos países devem reduzir gou por alguns anos, atividade que deixou para fundar a
suas emissões de gases de efeito estufa, porém o empresa Metal Leve, que mais tarde se tornou uma po-
esforço daqueles que mais emitiram ao longo da his- tência nacional no setor de peças para automóveis. José
tória deverá ser maior. Mindlin deixou a empresa em 1996. Posteriormente, en-
- COP – Conferência das Partes da Convenção-Quadro tre outras atividades, presidiu a Sociedade de Cultura
das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Reu- Artística. Após sua aposentadoria do mundo empresari-
nião de negociação entre todos os signatários da Con- al, Mindlin pôde dedicar-se integralmente a uma paixão
venção de Clima. Em 2008, ocorre a 14ª COP, que acon- que tinha desde os treze anos de idade: colecionar livros
tece dentro da UNFCCC, simultaneamente à MOP, na raros. Seu primeiro livro foi Discours sur l’Histoire univer-
cidade de Poznan, na Polônia. selle de Jacques-Bénigne Bossuet, de 1740. Ao comple-
tar 95 anos de idade, acumulava um acervo de aproxima-
- Protocolo de Kioto. É o “braço quantificável” da Con- damente 40 mil volumes, incluindo obras de literatura
venção. Dentre outras considerações, ele estipula as brasileira e portuguesa, relatos de viajantes, manuscri-
metas de redução dos países desenvolvidos - 5,2% tos históricos e literários (originais e provas tipográficas),
até 2012, em relação aos níveis de 1990 – e institui os periódicos, livros científicos e didáticos, iconografia e li-
instrumentos de apoio aos esforços de redução das vros de artistas (gravuras). É considerada como a mais
emissões, como o Comércio de Carbono. Finalizado importante biblioteca privada do gênero, no Brasil.
em 1997, ele somente entrou em vigor em 2005 com a
entrada da Rússia. Mesmo assim, ainda continuam Em 20 de junho de 2006 Mindlin foi eleito membro da
fora do acordo importantes emissores como os Esta- Academia Brasileira de Letras, onde passou a ocupar a
dos Unidos. cadeira número 29, sucedendo a Josué Montello. Após
- Pós 2012 – É o próximo acordo global sobre Clima, saber da vitória na eleição, Mindlin declarou: “De certa
que substitui o Protocolo de Quioto. O primeiro perío- forma, corôa uma vida dedicada aos livros”. No mesmo
do de compromisso vai de 2008 a 2012 e estabelece ano, Mindlin decidiu doar todas as obras brasileiras da
metas para os países do Anexo I – os desenvolvidos - vasta coleção à Universidade de São Paulo. A partir de
de 5,2% de redução dos gases de efeito estufa com então, ela passou a ser chamada de “Biblioteca Brasilia-
base nos níveis medidos em 1990. na Guita e José Mindlin”. O prédio da biblioteca, dentro do
campus da USP, está em construção.
- Anexo I - São os países desenvolvidos que possu-
em metas de redução de emissão de gases de Oscar 2010, Guerra ao Terror suplanta Avatar (2010)
efeito estufa.
- Não-Anexo I – São os países que não integram o Ane- E deu zebra na 82ª edição do Oscars da Academia de Artes
xo I. Os países deste grupo e signatários do Protocolo e Ciências Cinematográficas, realizado no domingo (7),
de Kioto não possuem metas de redução, embora pre- em Los Angeles, Califórnia. Com vitória de lavada de “Guer-
cisem montar um plano de ação para a redução inter- ra ao Terror”, da cineasta Kathryn Bigelow, a edição 2010
na de suas emissões de gases de efeito estufa e ficou dividida entre surpresas e prêmios já esperados.
medidas para adaptação perante as futuras alterações Além de melhor filme, “Guerra ao Terror” trouxe o Oscar
climáticas. para sua realizadora, que entrou para a história da premi-
- Anexo B – São os países desenvolvidos signatários ação como a primeira mulher vencedora desta categoria,
da Convenção, mas que não fazem parte do Protocolo ótimo pretexto de comemoração para o Dia das Mulheres.
de Quioto, como os EUA, por exemplo. O filme foca o cotidiano dos militares americanos no Ira-
que, inclusive dos especialistas em “desarmar bombas”.
- LULUCF - Do inglês, Land Use, Land Use Change and Uma das críticas, é que o filme não apresenta conotação
Forestry (Uso do Solo, Mudanças no Uso do Solo e política, ou seja, não denuncia a Guerra do Iraque.
Atividades Florestais). As emissões do setor de LU-
LUCF são provenientes das atividades agrícolas, do “Avatar”, do cineasta James Cameron, o mesmo de “Tita-
desmatamento e da degradação do solo. Em 2000, foi nic”, teve que se contentar com apenas três estatuetas
responsável por pouco mais de 30% do total das emis- (direção de arte, fotografia e melhores efeitos visuais)
sões humanas (mais de 12 bilhões de toneladas de das nove que estava concorrendo.
CO2-equivalente). Os prêmios de atuação não surpreenderam tanto. Jeff
- REDD - Redução das Emissões oriundas do Desma- Bridges, como esperado, levou melhor ator por “Coração
tamento e Degradação. Reduzir o desmatamento cons- Louco”, assim como o vilão Christofer Waltz de “Bastar-
titui uma das prioridades para a redução das emis- dos Inglórios”. Em uma das principais disputas da noite,
sões de gases de efeito estufa, não somente por seus Sandra Bullock e Meryl Streep se “enfrentaram” e dividi-
benefícios climáticos, como também para outros be- ram opiniões até o último segundo, quando Bullock foi
nefícios sociais e ambientais. Existem diversas pro- premiada por seu trabalho em “Um Sonho Possível”. Na
postas de apoio para a redução do desmatamento, categoria atriz coadjuvante Mo’Nique, favorita, venceu com
dentre elas a proposta brasileira. seu primeiro papel para o cinema por sua atuação no
excelente filme “Preciosa” que foca o cotidiano sofrido de

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Atualidades

uma jovem negra. Contrariando as expectativas, o ale- Formação e Criação: Key Zetta & Cia (pelo conjunto dos
mão “A Fita Branca”, já tido como vencedor e, para muitos, trabalhos em 2009)
o melhor filme do ano, desapontou, e deixou a estatueta Concepção: Luis Ferron (por Sapatos Brancos)
para o argentino “O Segredo do Seus Olhos”. O prêmio
de animação, porém, não surpreendeu. O inteligente “Up! Literatura
– Altas Aventuras” levou, como todos nós já sabíamos. Romance: Rei do Cheiro de João Silvério Trevisan- Ed.
Record
Festa Literária Internacional de Paraty Ensaio/Crítica: Lições de Kafka - Modesto Carone, Cia.
das Letras
Foi aberta em 1º de julho de 2009 a Festa Literária Interna-
Infanto Juvenil: Pivetin -Décio Teobaldo-Edições S.M.
cional de Paraty, desta vez homenageando o poeta Manuel
Poesia: Entre Milênios - Haroldo de Campos,
Bandeira, um dos ícones do Modernismo brasileiro. A aber-
Ed.Perspectiva
tura do encontro foi feita pelo autor Davi Arrigucci, respon-
sável pela elaboração de importantes ensaios sobre a Contos/Crônicas/Reportagens: Cine Privê - Antonio Car-
poética de Manuel Bandeira. Outro acontecimento muito los Viana, Ed. Cia das Letras
esperado pelo público foi a presença do cantor, composi- Biografia/Auto-biografia: Cabeza de Vaca de Paulo Ma-
tor e escritor Chico Buarque de Holanda. rkun , Cia das Letras
Tradução: Poemas estalactites de Augusto Stramm, Tra-
Incêndio destrói obras de Hélio Oiticica dução Augusto de Campos,
Perspectiva. Cia das Letras
Grande parte das obras do artista, Hélio Oiticica (1937/
1980) foi destruída por um incêndio ocorrido entre a noite Música popular
de sexta-feira (16) e sábado (18) de outubro de 2009. As Disco: Aline Calixto (sem título)
obras estavam guardadas na casa de seu irmão, César Cantora: Céu (pelo disco “Vacarosa”)
Oiticica, localizada no jardim Botânico, zona sul do Rio de Compositor: Lenine
Janeiro. Segundo informações, o incêndio destruiu cerca Show: Ney Matogrosso (pelos trabalhos “Os Inclassificá-
de 90% das obras, entre pinturas e esculturas. Estima-se veis” e “Beijo Bandido”)
que a perda seja de aproximadamente US$ 200 milhões. Grupo: Paralamas do Sucesso
Revelação: Maria Gadú
Vencedores da APCA (Associação Paulista dos Críticos Homenagem póstuma: Zé Rodrix
de Arte) em 2009
Em assembleia realizada na noite desta segunda-feira- Música erudita
feira, 07 de dezembro, no Sindicato dos Jornalistas do Grande Prêmio da Crítica:Heitor Villa-Lobos – Homena-
Estado de S. Paulo, a APCA (Associação Paulista dos gem no cinquentenário da morte - in Memorian
Críticos de Arte) escolheu os melhores de 2009 em vári- Composição Vocal: Alelluia – Villani-Côrtes
as Categorias. A cerimônia de entrega dos prêmios acon- Obra Experimental: Música sobre o filme: “Estudos sobre
tecerá em 6 de abril de 2010, no Teatro Sesc Pinheiros, Paris” – Almeida Prado
em São Paulo. Segue a relação dos premiados: Prêmio Especial pelo Conjunto da Carreira: Ernst Mahle
(Mahle)
Artes Visuais CD: Música Romântica Brasileira - pianista Claudio de Brito
Exposição Internacional – Virada Russa – CCBB Regente: Benito Juarez
Exposição: Os Gêmeos (MAB-FAAP) Prêmio Especial de Composição: Ópera “O Pagador de
Obra Gráfica: Rico Lins (Instituto Tomie Ohtake) Promessas” ,de Eduardo Escalante
Fotografia: Walker Evans (Masp)
Retrospectiva: Burle Marx 100 anos – A Permanência do Rádio
Estável (MAM) Grande Prêmio da Crítica: Antonio Augusto Amaral de
Revelação: Stephan Doitchsnoff (Masp) Carvalho, o Tuta, pelo livro: Ninguém faz Sucesso Sozinho
Iniciativa Cultural: Museu Afrobrasil Prêmio Especial do Júri: Radar Cultura – Rádio Cultura Brasil
Cinema Humor: Galera Gol – Transamérica Pop
Filme de Ficção: A Festa da Menina Morta Programa Infantil: Rádio Pipoca, Rádio USP
Diretora: Anna Muylaert (É Proibido Fumar) Programa de Variedades – Rádio Sucupira – CBN
Fotografia: Lula Carvalho (A Festa da Menina Morta) Internet – Garagem – ShowLivre.com
Roteiro: Juventude (Domingos de Oliveira) Revelação: Devaneio – Band News FM
Documentário: Cidadão Boilesen.
Ator: Gero Camilo (Hotel Atlântico) Teatro
Atriz: Glória Pires (É Proibido Fumar) Autor: Fábio Mendes – The Cachorro Manco Show
Espetáculo – Memória da Cana
Dança
Atriz: Rosaly Papadopol – Hilda Hilst – O Espírito da Coisa
Pesquisa: Antônio Nóbrega (Naturalmente. Teoria e Jogo
Ator: Elias Andreato - Doido
de uma Dança Brasileira)
Diretor: Márcio Aurélio – Anatomia Frozen
Elenco: Balé da Cidade de São Paulo
Prêmio Especial: Oswaldo Mendes, pela pesquisa e au-
Percurso: Ballet Stagium (por haver modificado a história
da dança no Brasil) toria do livro “Bendito Maldito – Uma biografia de
Iniciativa: site Conectedance – jornalista Ana Francisca Plínio Marcos
Ponzio Grande Prêmio da Crítica: Charles Moeller e Cláudio Bo-
Criadora/Intérprete: Diane Ichimaru – Confraria da Dança telho pela contribuição ao teatro musical brasileiro
(por “Adverso”)

260 Degrau Cultural

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Atualidades

Teatro infantil
Espetáculo: BUUU!!! A Casa do Bichão
Direção: Ilo Krugli, Por O Mistério Do Fundo Do Pote Ou
Como Nasceu A Fome
Texto: Com o Rei na Barriga, de Amauri Falseti
Figurino: J.C. Serroni e Telumi Helen, por Colecionador
de Crepúsculos
Cenografia: Beto Andretta, por Filhotes da Amazônia
Música: André Abujamra, por A Bruxinha Atrapalhada
Elenco: A Odisseia de Arlequino

Televisão
Grande Prêmio da Crítica: Capitu (final de 2008)
Minissérie: Som & Fúria (TV Globo/02)
Ator: Felipe Camargo (Som & Fúria)
Atriz: Larissa Maciel (Maysa)
Apresentador: Tiago Leifert - (Globo Esporte/TV Globo)
Infantil: Peixonauta - Discovery Kids/TV Pinguim
Humor: Larica Total - (Canal Brasil)

Degrau Cultural 261

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THATYML
Atualidades

262 Degrau Cultural

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Ética

Ética no
Serviço Público

265 Decreto n0 1.171, de 22 de Junho de 1994

Degrau Cultural 263

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Ética

264 Degrau Cultural

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THATYML
Ética

ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


Decreto N0 1.171, de 22 de Junho de 1994. por ele próprio, e por isso se exige, como contrapartida,
que a moralidade administrativa se integre no Direito,
Aprova o Código de Ética Profissional do Servidor como elemento indissociável de sua aplicação e de
Público sua finalidade, erigindo-se, como conseqüência em
fator de legalidade.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribui- V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público peran-
ções que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, e ainda te a comunidade deve ser entendido como acréscimo
tendo em vista o disposto no art. 37 da Constituição, ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, inte-
bem como nos arts. 116 e 117 da Lei n° 8.112, de 11 de grante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser
dezembro de 1990, e nos arts. 10, 11 e 12 da Lei n° considerado como seu maior patrimônio
8.429, de 2 de junho de 1992, VI - A função pública deve ser tida como exercício profis-
sional e, portanto, se integra na vida particular de cada
DECRETA: servidor público. Assim, os fatos e atos verificados na
Art. 1° Fica aprovado o Código de Ética Profissional do conduta do dia-a-dia em sua vida privada poderão acres-
Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, que cer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional.
com este baixa. VII - Salvo os casos de segurança nacional, investiga-
Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração Públi- ções policiais ou interesse superior do Estado e da
ca Federal direta e indireta implementarão, em ses- Administração Pública, a serem preservados em pro-
senta dias, as providências necessárias à plena vigên- cesso previamente declarado sigiloso, nos termos da
cia do Código de Ética, inclusive mediante a constitui- lei, a publicidade de qualquer ato administrativo consti-
ção da respectiva Comissão de Ética, integrada por três tui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua
servidores ou empregados titulares de cargo efetivo ou omissão comprometimento ético contra o bem comum,
emprego permanente. imputável a quem a negar.
Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não
será comunicada à Secretaria da Administração Fede- pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos inte-
ral da Presidência da República, com a indicação dos resses da própria pessoa interessada ou da Adminis-
respectivos membros titulares e suplentes. tração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou esta-
Art. 3° Este decreto entra em vigor na data de sua publi- bilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do erro, da
cação. opressão, ou da mentira, que sempre aniquilam até
mesmo a dignidade humana quanto mais a de uma
Brasília, 22 de junho de 1994, Nação.
173° da Independência e 106° da República. IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedi-
ITAMAR FRANCO cados ao serviço público caracterizam o esforço pela
Romildo Canhim disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus tribu-
tos direta ou indiretamente significa causar-lhe dano
moral. Da mesma forma, causar dano a qualquer bem
Anexo pertencente ao patrimônio público, deteriorando-o, por
Código de Ética Profissional do descuido ou má vontade, não constitui apenas uma
Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal ofensa ao equipamento e às instalações ou ao Estado,
mas a todos os homens de boa vontade que dedica-
Capítulo I ram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e
Seção I seus esforços para construí-los.
Das Regras Deontológicas X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera
I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciên- de solução que compete ao setor em que exerça suas
cia dos princípios morais são primados maiores que funções, permitindo a formação de longas filas, ou qual-
devem nortear o servidor público, seja no exercício do quer outra espécie de atraso na prestação do serviço,
cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício não caracteriza apenas atitude contra a ética ou ato de
da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, com- desumanidade, mas principalmente grave dano moral
portamentos e atitudes serão direcionados para a pre- aos usuários dos serviços públicos.
servação da honra e da tradição dos serviços públicos. XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às or-
II - O servidor público não poderá jamais desprezar o dens legais de seus superiores, velando atentamente
elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta
decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o negligente Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo
injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e
inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o caracterizam até mesmo imprudência no desempenho
desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, da função pública.
caput, e § 4°, da Constituição Federal. XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu lo-
III - A moralidade da Administração Pública não se limita cal de trabalho é fator de desmoralização do serviço
à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida público, o que quase sempre conduz à desordem nas
da idéia de que o fim é sempre o bem comum. O equi- relações humanas.
líbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do XIII - O servidor que trabalha em harmonia com a estrutu-
servidor público, é que poderá consolidar a moralidade ra organizacional, respeitando seus colegas e cada con-
do ato administrativo. cidadão, colabora e de todos pode receber colaboração,
IV- A remuneração do servidor público é custeada pelos pois sua atividade pública é a grande oportunidade para
tributos pagos direta ou indiretamente por todos, até o crescimento e o engrandecimento da Nação.

Degrau Cultural 265

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THATYML
Ética

Seção II u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua fun-


Dos Principais Deveres do Servidor Público ção, poder ou autoridade com finalidade estranha ao
XIV - São deveres fundamentais do servidor público: interesse público, mesmo que observando as forma-
a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, fun- lidades legais e não cometendo qualquer violação
ção ou emprego público de que seja titular; expressa à lei;
b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua
rendimento, pondo fim ou procurando prioritariamente classe sobre a existência deste Código de Ética, esti-
resolver situações procrastinatórias, principalmente di- mulando o seu integral cumprimento.
ante de filas ou de qualquer outra espécie de atraso na
prestação dos serviços pelo setor em que exerça suas Seção III
atribuições, com o fim de evitar dano moral ao usuário; Das Vedações ao Servidor Público
c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a XV - E vedado ao servidor público;
integridade do seu caráter, escolhendo sempre, quan- a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades,
do estiver diante de duas opções, a melhor e a mais tempo, posição e influências, para obter qualquer favo-
vantajosa para o bem comum; recimento, para si ou para outrem;
d) jamais retardar qualquer prestação de contas, con- b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros
dição essencial da gestão dos bens, direitos e servi- servidores ou de cidadãos que deles dependam;
ços da coletividade a seu cargo; c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, co-
e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços, nivente com erro ou infração a este Código de Ética ou
aperfeiçoando o processo de comunicação e contato ao Código de Ética de sua profissão;
com o público; d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exer-
f) ter consciência de que seu trabalho é regido por prin- cício regular de direito por qualquer pessoa, causando-
cípios éticos que se materializam na adequada presta- lhe dano moral ou material;
ção dos serviços públicos; e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao
g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e aten- seu alcance ou do seu conhecimento para atendimen-
ção, respeitando a capacidade e as limitações indivi- to do seu mister;
duais de todos os usuários do serviço público, sem f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, ca-
qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, prichos, paixões ou interesses de ordem pessoal inter-
sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político firam no trato com o público, com os jurisdicionados
e posição social, abstendo-se, dessa forma, de cau- administrativos ou com colegas hierarquicamente su-
sar-lhes dano moral; periores ou inferiores;
h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qual-
de representar contra qualquer comprometimento in- quer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, co-
devido da estrutura em que se funda o Poder Estatal; missão, doação ou vantagem de qualquer espécie, para
i) resistir a todas as pressões de superiores hierárqui- si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento
cos, de contratantes, interessados e outros que visem da sua missão ou para influenciar outro servidor para o
obter quaisquer favores, benesses ou vantagens inde- mesmo fim;
vidas em decorrência de ações morais, ilegais ou aéti- h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva
cas e denunciá-las; encaminhar para providências;
j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite
específicas da defesa da vida e da segurança coletiva; do atendimento em serviços públicos;
l) ser assíduo e freqüente ao serviço, na certeza de que j) desviar servidor público para atendimento a interes-
sua ausência provoca danos ao trabalho ordenado, re- se particular;
fletindo negativamente em todo o sistema; l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente
m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e autorizado, qualquer documento, livro ou bem perten-
qualquer ato ou fato contrário ao interesse público, exi- cente ao patrimônio público;
gindo as providências cabíveis; m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no
n) manter limpo e em perfeita ordem o local de traba- âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio, de
lho, seguindo os métodos mais adequados à sua or- parentes, de amigos ou de terceiros;
ganização e distribuição; n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele
o) participar dos movimentos e estudos que se relacio- habitualmente;
nem com a melhoria do exercício de suas funções, ten- o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente
do por escopo a realização do bem comum; contra a moral, a honestidade ou a dignidade da pes-
p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequa- soa humana;
das ao exercício da função; p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu
q) manter-se atualizado com as instruções, as normas nome a empreendimentos de cunho duvidoso.
de serviço e a legislação pertinentes ao órgão onde
exerce suas funções; CAPÍTULO II
r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as Das Comissões de Ética
instruções superiores, as tarefas de seu cargo ou fun- XVI - Em todos os órgãos e entidades da Administração
ção, tanto quanto possível, com critério, segurança e Pública Federal direta, indireta autárquica e fundacio-
rapidez, mantendo tudo sempre em boa ordem. nal, ou em qualquer órgão ou entidade que exerça atri-
s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por buições delegadas pelo poder público, deverá ser cria-
quem de direito; da uma Comissão de Ética, encarregada de orientar e
t) exercer, com estrita moderação, as prerrogativas funcio- aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no
nais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo tratamento com as pessoas e com o patrimônio públi-
contrariamente aos legítimos interesses dos usuários do co, competindo-lhe conhecer concretamente de impu-
serviço público e dos jurisdicionados administrativos; tação ou de procedimento susceptível de censura.

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Ética

XVII - (revogado pelo Decreto n. 6.209/2007) § 1o A atuação no âmbito da CEP não enseja qualquer
XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos orga- remuneração para seus membros e os trabalhos nela
nismos encarregados da execução do quadro de car- desenvolvidos são considerados prestação de relevante
reira dos servidores, os registros sobre sua conduta serviço público.
Ética, para o efeito de instruir e fundamentar promo- § 2o O Presidente terá o voto de qualidade nas delibe-
ções e para todos os demais procedimentos próprios rações da Comissão.
da carreira do servidor público. § 3 o Os mandatos dos primeiros membros serão de
XIX - (revogado pelo Decreto n. 6.209/2007) um, dois e três anos, estabelecidos no decreto de de-
XX - (revogado pelo Decreto n. 6.209/2007) signação.
XXI - (revogado pelo Decreto n. 6.209/2007) Art. 4o À CEP compete:
XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Comis- I - atuar como instância consultiva do Presidente da
são de Ética é a de censura e sua fundamentação cons- República e Ministros de Estado em matéria de ética
tará do respectivo parecer, assinado por todos os seus pública;
integrantes, com ciência do faltoso. II - administrar a aplicação do Código de Conduta da
XXIII - (revogado pelo Decreto n. 6.209/2007) Alta Administração Federal, devendo:
XXIV - Para fins de apuração do comprometimento éti- a) submeter ao Presidente da República medidas para
co, entende-se por servidor público todo aquele que, seu aprimoramento;
por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, b) dirimir dúvidas a respeito de interpretação de suas
preste serviços de natureza permanente, temporária ou normas, deliberando sobre casos omissos;
excepcional, ainda que sem retribuição financeira, des- c) apurar, mediante denúncia, ou de ofício, condutas
de que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão em desacordo com as normas nele previstas, quando
do poder estatal, como as autarquias, as fundações praticadas pelas autoridades a ele submetidas;
públicas, as entidades paraestatais, as empresas pú- III - dirimir dúvidas de interpretação sobre as normas
blicas e as sociedades de economia mista, ou em qual- do Código de Ética Profissional do Servidor Público Ci-
quer setor onde prevaleça o interesse do Estado. vil do Poder Executivo Federal de que trata o Decreto no
XXV - (revogado pelo Decreto n. 6.209/2007) 1.171, de 1994;
IV - coordenar, avaliar e supervisionar o Sistema de
Gestão da Ética Pública do Poder Executivo Federal;
DECRETO Nº 6.029, DE 1º DE FEVEREIRO DE 2007 V - aprovar o seu regimento interno; e
Institui Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo VI - escolher o seu Presidente.
Federal, e dá outras providências. Parágrafo único. A CEP contará com uma Secretaria-
Executiva, vinculada à Casa Civil da Presidência da Re-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição pública, à qual competirá prestar o apoio técnico e ad-
que lhe confere o art. 84, inciso VI, alínea “a”, da ministrativo aos trabalhos da Comissão.
Constituição, Art. 5º Cada Comissão de Ética de que trata o Decreto
no 1171, de 1994, será integrada por três membros
DECRETA: titulares e três suplentes, escolhidos entre servidores
Art. 1o Fica instituído o Sistema de Gestão da Ética do e empregados do seu quadro permanente, e designa-
Poder Executivo Federal com a finalidade de promover dos pelo dirigente máximo da respectiva entidade ou
atividades que dispõem sobre a conduta ética no âmbi- órgão, para mandatos não coincidentes de três anos.
to do Executivo Federal, competindo-lhe: Art. 6o É dever do titular de entidade ou órgão da Admi-
I - integrar os órgãos, programas e ações relacionadas nistração Pública Federal, direta e indireta:
com a ética pública; I - assegurar as condições de trabalho para que as Co-
II - contribuir para a implementação de políticas públi- missões de Ética cumpram suas funções, inclusive para
cas tendo a transparência e o acesso à informação que do exercício das atribuições de seus integrantes
como instrumentos fundamentais para o exercício de não lhes resulte qualquer prejuízo ou dano;
gestão da ética pública; II - conduzir em seu âmbito a avaliação da gestão da
III - promover, com apoio dos segmentos pertinentes, a ética conforme processo coordenado pela Comissão
compatibilização e interação de normas, procedimen- de Ética Pública.
tos técnicos e de gestão relativos à ética pública; Art. 7o Compete às Comissões de Ética de que tratam
IV - articular ações com vistas a estabelecer e efetivar os incisos II e III do art. 2o:
procedimentos de incentivo e incremento ao desempe- I - atuar como instância consultiva de dirigentes e servi-
nho institucional na gestão da ética pública do Estado dores no âmbito de seu respectivo órgão ou entidade;
brasileiro. II - aplicar o Código de Ética Profissional do Servidor
Art. 2o Integram o Sistema de Gestão da Ética do Po- Público Civil do Poder Executivo Federal, aprovado pelo
der Executivo Federal: Decreto 1.171, de 1994, devendo:
I - a Comissão de Ética Pública - CEP, instituída pelo a) submeter à Comissão de Ética Pública propostas
Decreto de 26 de maio de 1999; para seu aperfeiçoamento;
II - as Comissões de Ética de que trata o Decreto no b) dirimir dúvidas a respeito da interpretação de suas
1.171, de 22 de junho de 1994; e normas e deliberar sobre casos omissos;
III - as demais Comissões de Ética e equivalentes nas c) apurar, mediante denúncia ou de ofício, conduta em
entidades e órgãos do Poder Executivo Federal. desacordo com as normas éticas pertinentes; e
Art. 3o A CEP será integrada por sete brasileiros que d) recomendar, acompanhar e avaliar, no âmbito do ór-
preencham os requisitos de idoneidade moral, reputa- gão ou entidade a que estiver vinculada, o desenvolvi-
ção ilibada e notória experiência em administração pú- mento de ações objetivando a disseminação, capacita-
blica, designados pelo Presidente da República, para ção e treinamento sobre as normas de ética e disciplina;
mandatos de três anos, não coincidentes, permitida III - representar a respectiva entidade ou órgão na Rede de
uma única recondução. Ética do Poder Executivo Federal a que se refere o art. 9o; e

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Ética

IV - supervisionar a observância do Código de Conduta § 2o As Comissões de Ética poderão requisitar os do-


da Alta Administração Federal e comunicar à CEP situa- cumentos que entenderem necessários à instrução pro-
ções que possam configurar descumprimento de suas batória e, também, promover diligências e solicitar pa-
normas. recer de especialista.
§ 1o Cada Comissão de Ética contará com uma Se- § 3o Na hipótese de serem juntados aos autos da in-
cretaria-Executiva, vinculada administrativamente à vestigação, após a manifestação referida no caput des-
instância máxima da entidade ou órgão, para cum- te artigo, novos elementos de prova, o investigado será
prir plano de trabalho por ela aprovado e prover o notificado para nova manifestação, no prazo de dez dias.
apoio técnico e material necessário ao cumprimento § 4o Concluída a instrução processual, as Comissões
das suas atribuições. de Ética proferirão decisão conclusiva e fundamentada.
§ 2o As Secretarias-Executivas das Comissões de Éti- § 5o Se a conclusão for pela existência de falta ética,
ca serão chefiadas por servidor ou empregado do qua- além das providências previstas no Código de Condu-
dro permanente da entidade ou órgão, ocupante de ta da Alta Administração Federal e no Código de Ética
cargo de direção compatível com sua estrutura, aloca- Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executi-
do sem aumento de despesas. vo Federal, as Comissões de Ética tomarão as se-
Art. 8o Compete às instâncias superiores dos órgãos guintes providências, no que couber:
e entidades do Poder Executivo Federal, abrangendo a I - encaminhamento de sugestão de exoneração de car-
administração direta e indireta: go ou função de confiança à autoridade hierarquica-
I - observar e fazer observar as normas de ética e mente superior ou devolução ao órgão de origem, con-
disciplina; forme o caso;
II - constituir Comissão de Ética; II — encaminhamento, conforme o caso, para a Con-
III - garantir os recursos humanos, materiais e finan- troladoria-Geral da União ou unidade específica do Sis-
ceiros para que a Comissão cumpra com suas atri- tema de Correição do Poder Executivo Federal de que
buições; e trata o Decreto n o 5.480, de 30 de junho de 2005, para
IV - atender com prioridade às solicitações da CEP. exame de eventuais transgressões disciplinares; e
Art. 9o Fica constituída a Rede de Ética do Poder Exe- III - recomendação de abertura de procedimento admi-
cutivo Federal, integrada pelos representantes das Co- nistrativo, se a gravidade da conduta assim o exigir.
missões de Ética de que tratam os incisos I, II e III do Art. 13. Será mantido com a chancela de “reservado”,
art. 2o, com o objetivo de promover a cooperação técni- até que esteja concluído, qualquer procedimento ins-
ca e a avaliação em gestão da ética. taurado para apuração de prática em desrespeito às
Parágrafo único. Os integrantes da Rede de Ética se normas éticas.
reunirão sob a coordenação da Comissão de Ética Pú- § 1o Concluída a investigação e após a deliberação da
blica, pelo menos uma vez por ano, em fórum específi- CEP ou da Comissão de Ética do órgão ou entidade, os
co, para avaliar o programa e as ações para a promo- autos do procedimento deixarão de ser reservados.
ção da ética na administração pública. § 2o Na hipótese de os autos estarem instruídos com
Art. 10. Os trabalhos da CEP e das demais Comis- documento acobertado por sigilo legal, o acesso a esse
sões de Ética devem ser desenvolvidos com celerida- tipo de documento somente será permitido a quem de-
de e observância dos seguintes princípios: tiver igual direito perante o órgão ou entidade originari-
I - proteção à honra e à imagem da pessoa investigada; amente encarregado da sua guarda.
II - proteção à identidade do denunciante, que deverá § 3o Para resguardar o sigilo de documentos que as-
ser mantida sob reserva, se este assim o desejar; e sim devam ser mantidos, as Comissões de Ética, de-
III - independência e imparcialidade dos seus membros pois de concluído o processo de investigação, provi-
na apuração dos fatos, com as garantias asseguradas denciarão para que tais documentos sejam desentra-
neste Decreto. nhados dos autos, lacrados e acautelados.
Art. 11. Qualquer cidadão, agente público, pessoa jurídi- Art. 14. A qualquer pessoa que esteja sendo investi-
ca de direito privado, associação ou entidade de classe gada é assegurado o direito de saber o que lhe está
poderá provocar a atuação da CEP ou de Comissão de sendo imputado, de conhecer o teor da acusação e de
Ética, visando à apuração de infração ética imputada a ter vista dos autos, no recinto das Comissões de Ética,
agente público, órgão ou setor específico de ente estatal. mesmo que ainda não tenha sido notificada da existên-
Parágrafo único. Entende-se por agente público, para cia do procedimento investigatório.
os fins deste Decreto, todo aquele que, por força de Parágrafo único. O direito assegurado neste artigo in-
lei, contrato ou qualquer ato jurídico, preste serviços clui o de obter cópia dos autos e de certidão do seu teor.
de natureza permanente, temporária, excepcional ou Art. 15. Todo ato de posse, investidura em função
eventual, ainda que sem retribuição financeira, a ór- pública ou celebração de contrato de trabalho, dos
gão ou entidade da administração pública federal, di- agentes públicos referidos no parágrafo único do art.
reta e indireta. 11, deverá ser acompanhado da prestação de com-
Art. 12. O processo de apuração de prática de ato em promisso solene de acatamento e observância das
desrespeito ao preceituado no Código de Conduta da Alta regras estabelecidas pelo Código de Conduta da Alta
Administração Federal e no Código de Ética Profissional Administração Federal, pelo Código de Ética Profis-
do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal será sional do Servidor Público Civil do Poder Executivo
instaurado, de ofício ou em razão de denúncia fundamen- Federal e pelo Código de Ética do órgão ou entidade,
tada, respeitando-se, sempre, as garantias do contraditó- conforme o caso.
rio e da ampla defesa, pela Comissão de Ética Pública ou Parágrafo único. A posse em cargo ou função pública
Comissões de Ética de que tratam o incisos II e III do art. que submeta a autoridade às normas do Código de
2º, conforme o caso, que notificará o investigado para Conduta da Alta Administração Federal deve ser prece-
manifestar-se, por escrito, no prazo de dez dias. dida de consulta da autoridade à Comissão de Ética
§ 1o O investigado poderá produzir prova documental Pública acerca de situação que possa suscitar conflito
necessária à sua defesa. de interesses.

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Ética

Art. 16. As Comissões de Ética não poderão escusar- do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal e
se de proferir decisão sobre matéria de sua competên- do Código de Ética do órgão ou entidade aplicam-se,
cia alegando omissão do Código de Conduta da Alta no que couber, às autoridades e agentes públicos ne-
Administração Federal, do Código de Ética Profissional les referidos, mesmo quando em gozo de licença.
do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal ou Art. 25. Ficam revogados os incisos XVII, XIX, XX, XXI,
do Código de Ética do órgão ou entidade, que, se exis- XXIII e XXV do Código de Ética Profissional do Servidor
tente, será suprida pela analogia e invocação aos prin- Público Civil do Poder Executivo Federal, aprovado pelo
cípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, pu- Decreto no 1.171, de 22 de junho de 1994, os arts. 2o e
blicidade e eficiência. 3o do Decreto de 26 de maio de 1999, que cria a Comis-
§ 1o Havendo dúvida quanto à legalidade, a Comissão são de Ética Pública, e os Decretos de 30 de agosto de
de Ética competente deverá ouvir previamente a área 2000 e de 18 de maio de 2001, que dispõem sobre a
jurídica do órgão ou entidade. Comissão de Ética Pública.
§ 2o Cumpre à CEP responder a consultas sobre as- Art. 26. Este Decreto entra em vigor na data da sua
pectos éticos que lhe forem dirigidas pelas demais Co- publicação.
missões de Ética e pelos órgãos e entidades que inte-
gram o Executivo Federal, bem como pelos cidadãos e Brasília, 1º de fevereiro de 2007;
servidores que venham a ser indicados para ocupar 186o da Independência e 119o da República.
cargo ou função abrangida pelo Código de Conduta da LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Alta Administração Federal. Dilma Rousseff
Art. 17. As Comissões de Ética, sempre que constata-
rem a possível ocorrência de ilícitos penais, civis, de
improbidade administrativa ou de infração disciplinar,
encaminharão cópia dos autos às autoridades compe-
tentes para apuração de tais fatos, sem prejuízo das
medidas de sua competência.
Art. 18. As decisões das Comissões de Ética, na aná-
lise de qualquer fato ou ato submetido à sua aprecia-
ção ou por ela levantado, serão resumidas em ementa
e, com a omissão dos nomes dos investigados, divul-
gadas no sítio do próprio órgão, bem como remetidas à
Comissão de Ética Pública.
Art. 19. Os trabalhos nas Comissões de Ética de que
tratam os incisos II e III do art. 2o são considerados
relevantes e têm prioridade sobre as atribuições pró-
prias dos cargos dos seus membros, quando estes
não atuarem com exclusividade na Comissão.
Art. 20. Os órgãos e entidades da Administração Pú-
blica Federal darão tratamento prioritário às solicita-
ções de documentos necessários à instrução dos pro-
cedimentos de investigação instaurados pelas Comis-
sões de Ética.
§ 1o Na hipótese de haver inobservância do dever fun-
cional previsto no caput, a Comissão de Ética adotará
as providências previstas no inciso III do § 5o do art. 12.
§ 2o As autoridades competentes não poderão alegar
sigilo para deixar de prestar informação solicitada pe-
las Comissões de Ética.
Art. 21. A infração de natureza ética cometida por mem-
bro de Comissão de Ética de que tratam os incisos II e III
do art. 2o será apurada pela Comissão de Ética Pública.
Art. 22. A Comissão de Ética Pública manterá banco
de dados de sanções aplicadas pelas Comissões de
Ética de que tratam os incisos II e III do art. 2o e de suas
próprias sanções, para fins de consulta pelos órgãos
ou entidades da administração pública federal, em ca-
sos de nomeação para cargo em comissão ou de alta
relevância pública.
Parágrafo único. O banco de dados referido neste ar-
tigo engloba as sanções aplicadas a qualquer dos agen-
tes públicos mencionados no parágrafo único do art. 11
deste Decreto.
Art. 23. Os representantes das Comissões de Ética
de que tratam os incisos II e III do art. 2o atuarão como
elementos de ligação com a CEP, que disporá em Re-
solução própria sobre as atividades que deverão de-
senvolver para o cumprimento desse mister.
Art. 24. As normas do Código de Conduta da Alta Ad-
ministração Federal, do Código de Ética Profissional

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Ética

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Regime Jurídico Único - Lei nº 8.112

Regime
Jurídico Único

273 Lei nº 8.112/90

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Regime Jurídico Único - Lei nº 8.112

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Regime Jurídico Único - Lei nº 8.112

LEI 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990


Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos VII - aproveitamento;
civis da União, das autarquias e das fundações públicas VIII - reintegração;
federais. IX - recondução.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con- Seção II


gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Da Nomeação
Art. 9o. A nomeação far-se-á:
Título I I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado
Capítulo Único de provimento efetivo ou de carreira;
Das Disposições Preliminares II - em comissão, inclusive na condição de interino, para
Art. 1o. Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servi- cargos de confiança vagos. (Redação dada pela Lei n.
dores Públicos Civis da União, das autarquias, inclu- 9.527, de 10.12.97)
sive as em regime especial, e das fundações públi- Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em co-
cas federais. missão ou de natureza especial poderá ser nomeado
Art. 2o. Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa para ter exercício, interinamente, em outro cargo de con-
legalmente investida em cargo público. fiança, sem prejuízo das atribuições do que atualmente
Art. 3o. Cargo público é o conjunto de atribuições e res- ocupa, hipótese em que deverá optar pela remuneração
ponsabilidades previstas na estrutura organizacional que de um deles durante o período da interinidade. (Reda-
devem ser cometidas a um servidor. ção dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a to- Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou cargo iso-
dos os brasileiros, são criados por lei, com denomina- lado de provimento efetivo depende de prévia habilita-
ção própria e vencimento pago pelos cofres públicos, ção em concurso público de provas ou de provas e títu-
para provimento em caráter efetivo ou em comissão. los, obedecidos a ordem de classificação e o prazo de
Art. 4o. É proibida a prestação de serviços gratuitos, sal- sua validade.
vo os casos previstos em lei. Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingres-
so e o desenvolvimento do servidor na carreira, median-
Título II te promoção, serão estabelecidos pela lei que fixar as
Do Provimento, Vacância, Remoção, Redistribuição e diretrizes do sistema de carreira na Administração Pú-
Substituição blica Federal e seus regulamentos. (Redação dada pela
Capítulo I Lei n. 9.527, de 10.12.97)
Do Provimento
Seção I Seção III
Disposições Gerais Do Concurso Público
Art. 5o. São requisitos básicos para investidura em car- Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e títu-
go público: los, podendo ser realizado em duas etapas, conforme
I - a nacionalidade brasileira; dispuserem a lei e o regulamento do respectivo plano
II - o gozo dos direitos políticos; de carreira, condicionada a inscrição do candidato ao
III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais; pagamento do valor fixado no edital, quando indispen-
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do sável ao seu custeio, e ressalvadas as hipóteses de
cargo; isenção nele expressamente previstas.(Redação dada
V - a idade mínima de dezoito anos; pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
VI - aptidão física e mental. Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 (dois)
§ 1o As atribuições do cargo podem justificar a exigência anos, podendo ser prorrogado uma única vez, por igual
de outros requisitos estabelecidos em lei. período.
§ 2o Às pessoas portadoras de deficiência é assegura- § 1o O prazo de validade do concurso e as condições de
do o direito de se inscrever em concurso público para sua realização serão fixados em edital, que será publi-
provimento de cargo cujas atribuições sejam compatí- cado no Diário Oficial da União e em jornal diário de
veis com a deficiência de que são portadoras; para tais grande circulação.
pessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento) das § 2o Não se abrirá novo concurso enquanto houver can-
vagas oferecidas no concurso. didato aprovado em concurso anterior com prazo de va-
§ 3o As universidades e instituições de pesquisa cientí- lidade não expirado.
fica e tecnológica federais poderão prover seus cargos
com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de Seção IV
acordo com as normas e os procedimentos desta Lei. Da Posse e do Exercício
(Parágrafo incluído pela Lei n. 9.515, de 20.11.97) Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo
Art. 6o. O provimento dos cargos públicos far-se-á me- termo, no qual deverão constar as atribuições, os deve-
diante ato da autoridade competente de cada Poder. res, as responsabilidades e os direitos inerentes ao car-
Art. 7o. A investidura em cargo público ocorrerá com a go ocupado, que não poderão ser alterados unilateral-
posse. mente, por qualquer das partes, ressalvados os atos de
Art. 8o. São formas de provimento de cargo público: ofício previstos em lei.
I - nomeação; § 1o A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados
II - promoção; da publicação do ato de provimento. (Redação dada pela
III - (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) Lei n. 9.527, de 10.12.97)
IV - (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) § 2o Em se tratando de servidor, que esteja na data de
V - readaptação; publicação do ato de provimento, em licença prevista
VI - reversão;

Degrau Cultural 273

01_Regime Juridico - Lei 8.112.pmd 273 30/9/2010, 09:47


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Regime Jurídico Único - Lei nº 8.112

nos incisos I, III e V do art. 81, ou afastado nas hipóteses Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de trabalho fi-
dos incisos I, IV, VI, VIII, alíneas “a”, “b”, “d”, “e” e “f”, IX e X xada em razão das atribuições pertinentes aos respecti-
do art. 102, o prazo será contado do término do impedi- vos cargos, respeitada a duração máxima do trabalho
mento. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) semanal de quarenta horas e observados os limites mí-
§ 3o A posse poderá dar-se mediante procuração espe- nimo e máximo de seis horas e oito horas diárias, res-
cífica. pectivamente. (Redação dada pela Lei n. 8.270, de
§ 4o Só haverá posse nos casos de provimento de cargo 17.12.91)
por nomeação. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de § 1o O ocupante de cargo em comissão ou função de
10.12.97) confiança submete-se a regime de integral dedicação
§ 5o No ato da posse, o servidor apresentará declaração ao serviço, observado o disposto no art. 120, podendo
de bens e valores que constituem seu patrimônio e de- ser convocado sempre que houver interesse da Admi-
claração quanto ao exercício ou não de outro cargo, nistração. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
emprego ou função pública. § 2o O disposto neste artigo não se aplica a duração de
§ 6o Será tornado sem efeito o ato de provimento se a trabalho estabelecida em leis especiais. (Parágrafo in-
posse não ocorrer no prazo previsto no § 1o deste artigo. cluído pela Lei n. 8.270, de 17.12.91)
Art. 14. A posse em cargo público dependerá de prévia Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para
inspeção médica oficial. cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio
Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele que probatório por período de 24 (vinte e quatro) meses, du-
for julgado apto física e mentalmente para o exercício do rante o qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de
cargo. avaliação para o desempenho do cargo, observados os
Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das atribui- seguinte fatores: (vide EMC nº 19)
ções do cargo público ou da função de confiança. (Re- I - assiduidade;
dação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) II - disciplina;
§ 1o É de quinze dias o prazo para o servidor empossado III - capacidade de iniciativa;
em cargo público entrar em exercício, contados da data IV - produtividade;
da posse. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) V- responsabilidade.
§ 2o O servidor será exonerado do cargo ou será tornado § 1o 4 (quatro) meses antes de findo o período do está-
sem efeito o ato de sua designação para função de con- gio probatório, será submetida à homologação da auto-
fiança, se não entrar em exercício nos prazos previstos ridade competente a avaliação do desempenho do ser-
neste artigo, observado o disposto no art. 18. (Redação vidor, realizada por comissão constituída para essa fina-
dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) lidade, de acordo com o que dispuser a lei ou o regula-
§ 3o À autoridade competente do órgão ou entidade para mento da respectiva carreira ou cargo, sem prejuízo da
onde for nomeado ou designado o servidor compete dar- continuidade de apuração dos fatores enumerados nos
lhe exercício. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de incisos I a V do caput deste artigo. (Redação dada pela
10.12.97) Lei nº 11.784, de 2008)
§ 4o O início do exercício de função de confiança coinci- § 2o O servidor não aprovado no estágio probatório será
dirá com a data de publicação do ato de designação, exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo anteri-
salvo quando o servidor estiver em licença ou afastado ormente ocupado, observado o disposto no
por qualquer outro motivo legal, hipótese em que recairá parágrafo único do art. 29.
no primeiro dia útil após o término do impedimento, que § 3o O servidor em estágio probatório poderá exercer
não poderá exceder a trinta dias da publicação. (Pará- quaisquer cargos de provimento em comissão ou fun-
grafo incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) ções de direção, chefia ou assessoramento no órgão
Art. 16. O início, a suspensão, a interrupção e o reinício ou entidade de lotação, e somente poderá ser cedido a
do exercício serão registrados no assentamento indivi- outro órgão ou entidade para ocupar cargos de Natureza
dual do servidor. Especial, cargos de provimento em comissão do Gru-
Parágrafo único. Ao entrar em exercício, o servidor apre- po-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, de ní-
sentará ao órgão competente os elementos necessári- veis 6, 5 e 4, ou equivalentes. (Parágrafo incluído pela
os ao seu assentamento individual. Lei n. 9.527, de 10.12.97)
Art. 17. A promoção não interrompe o tempo de exercí- § 4o Ao servidor em estágio probatório somente pode-
cio, que é contado no novo posicionamento na carreira a rão ser concedidas as licenças e os afastamentos pre-
partir da data de publicação do ato que promover o ser- vistos nos arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim
vidor. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) afastamento para participar de curso de formação de-
Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro muni- corrente de aprovação em concurso para outro cargo na
cípio em razão de ter sido removido, redistribuído, requi- Administração Pública Federal. (Parágrafo incluído pela
sitado, cedido ou posto em exercício provisório terá, no Lei n. 9.527, de 10.12.97)
mínimo, dez e, no máximo, trinta dias de prazo, contados § 5o O estágio probatório ficará suspenso durante as li-
da publicação do ato, para a retomada do efetivo de- cenças e os afastamentos previstos nos arts. 83, 84, §
sempenho das atribuições do cargo, incluído nesse pra- 1o, 86 e 96, bem assim na hipótese de participação em
zo o tempo necessário para o deslocamento para a nova curso de formação, e será retomado a partir do término
sede. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) do impedimento. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527,
§ 1o Na hipótese de o servidor encontrar-se em licença de 10.12.97)
ou afastado legalmente, o prazo a que se refere este
artigo será contado a partir do término do impedimento. Seção V
(Parágrafo renumerado e alterado pela Lei n. 9.527, de Da Estabilidade
10.12.97) Art. 21. O servidor habilitado em concurso público e
§ 2o É facultado ao servidor declinar dos prazos estabe- empossado em cargo de provimento efetivo adquirirá
lecidos no caput. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, estabilidade no serviço público ao completar 2 (dois)
de 10.12.97)

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Regime Jurídico Único - Lei nº 8.112

anos de efetivo exercício. (Prazo: 3 anos - vide EMC n. 19) fo incluído pela Medida Provisória n. 2.225-45, de
Art. 22. O servidor estável só perderá o cargo em virtude 4.9.2001)
de sentença judicial transitada em julgado ou de pro- § 6o O Poder Executivo regulamentará o disposto neste
cesso administrativo disciplinar no qual lhe seja asse- artigo. (Parágrafo incluído pela Medida Provisória n.
gurada ampla defesa. 2.225-45, de 4.9.2001)
Art. 26. (Revogado pela Medida Provisória n. 2.225-45,
Seção VI de 4.9.2001)
Da Transferência Art. 27. Não poderá reverter o aposentado que já tiver
Art. 23. (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) completado 70 (setenta) anos de idade.

Seção IX
Seção VII Da Reintegração
Da Readaptação Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor es-
Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em car- tável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo re-
go de atribuições e responsabilidades compatíveis com sultante de sua transformação, quando invalidada a sua
a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física demissão por decisão administrativa ou judicial, com
ou mental verificada em inspeção médica. ressarcimento de todas as vantagens.
§ 1 o Se julgado incapaz para o serviço público, o § 1o Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor
readaptando será aposentado. ficará em disponibilidade, observado o disposto nos arts.
§ 2o A readaptação será efetivada em cargo de atribui- 30 e 31.
ções afins, respeitada a habilitação exigida, nível de es- § 2o Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocu-
colaridade e equivalência de vencimentos e, na hipóte- pante será reconduzido ao cargo de origem, sem direito
se de inexistência de cargo vago, o servidor exercerá à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda,
suas atribuições como excedente, até a ocorrência de posto em disponibilidade.
vaga.(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
Seção X
Seção VIII Da Recondução
Da Reversão Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao
Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor cargo anteriormente ocupado e decorrerá de:
aposentado: (Redação dada pela Medida Provisória n. I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;
2.225-45, de 4.9.2001) II - reintegração do anterior ocupante.
I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de ori-
insubsistentes os motivos da aposentadoria; ou (Inciso gem, o servidor será aproveitado em outro, observado o
incluído pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001) disposto no art. 30.
II - no interesse da administração, desde que: (Inciso
incluído pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001) Seção XI
a) tenha solicitado a reversão; (Alínea incluída pela Me- Da Disponibilidade e do Aproveitamento
dida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001) Art. 30. O retorno à atividade de servidor em disponibili-
b) a aposentadoria tenha sido voluntária; (Alínea incluí- dade far-se-á mediante aproveitamento obrigatório em
da pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001) cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o
c) estável quando na atividade; (Alínea incluída pela Me- anteriormente ocupado.
dida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001) Art. 31. O órgão Central do Sistema de Pessoal Civil de-
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos ante- terminará o imediato aproveitamento de servidor em dis-
riores à solicitação; (Alínea incluída pela Medida Provi- ponibilidade em vaga que vier a ocorrer nos órgãos ou
sória n. 2.225-45, de 4.9.2001) entidades da Administração Pública Federal.
e) haja cargo vago. (Alínea incluída pela Medida Provi- Parágrafo único. Na hipótese prevista no § 3o do art.
sória n. 2.225-45, de 4.9.2001) 37, o servidor posto em disponibilidade poderá ser man-
§ 1o A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo tido sob responsabilidade do órgão central do Sistema
resultante de sua transformação. (Parágrafo incluído pela de Pessoal Civil da Administração Federal - SIPEC, até o
Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001) seu adequado aproveitamento em outro órgão ou enti-
§ 2o O tempo em que o servidor estiver em exercício será dade. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
considerado para concessão da aposentadoria. (Pará- Art. 32. Será tornado sem efeito o aproveitamento e cas-
grafo incluído pela Medida Provisória n. 2.225-45, de sada a disponibilidade se o servidor não entrar em exer-
4.9.2001) cício no prazo legal, salvo doença comprovada por junta
§ 3o No caso do inciso I, encontrando-se provido o car- médica oficial.
go, o servidor exercerá suas atribuições como exceden-
te, até a ocorrência de vaga. (Parágrafo incluído pela Capítulo II
Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001) Da Vacância
§ 4o O servidor que retornar à atividade por interesse da Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de:
administração perceberá, em substituição aos proventos I - exoneração;
da aposentadoria, a remuneração do cargo que voltar a II - demissão;
exercer, inclusive com as vantagens de natureza pesso- III - promoção;
al que percebia anteriormente à aposentadoria. (Pará- IV - (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
grafo incluído pela Medida Provisória n. 2.225-45, de V - (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
4.9.2001) VI - readaptação;
§ 5o O servidor de que trata o inciso II somente terá os VII - aposentadoria;
proventos calculados com base nas regras atuais se VIII - posse em outro cargo inacumulável;
permanecer pelo menos cinco anos no cargo. (Parágra- IX - falecimento.

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Regime Jurídico Único - Lei nº 8.112

Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido ção ou criação de órgão ou entidade. (Incluído pela Lei
do servidor, ou de ofício. nº 9.527, de 10.12.97)
Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á: § 2o A redistribuição de cargos efetivos vagos se dará
I - quando não satisfeitas as condições do estágio mediante ato conjunto entre o órgão central do SI-
probatório; PEC e os órgãos e entidades da Administração Pú-
II - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar blica Federal envolvidos. (Incluído pela Lei nº 9.527,
em exercício no prazo estabelecido. de 10.12.97)
Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a dis- § 3o Nos casos de reorganização ou extinção de órgão
pensa de função de confiança dar-se-á: (Redação dada ou entidade, extinto o cargo ou declarada sua desne-
pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) cessidade no órgão ou entidade, o servidor estável
I - a juízo da autoridade competente; que não for redistribuído será colocado em disponibi-
II - a pedido do próprio servidor. lidade, até seu aproveitamento na forma dos arts. 30
Parágrafo único. (Revogado pela Lei n. 9.527, de e 31. (Parágrafo renumerado e alterado pela Lei nº
10.12.97) 9.527, de 10.12.97)
Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedi- § 4o O servidor que não for redistribuído ou colocado em
do ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou disponibilidade poderá ser mantido sob responsabili-
sem mudança de sede. dade do órgão central do SIPEC, e ter exercício provisó-
Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, en- rio, em outro órgão ou entidade, até seu adequado apro-
tende-se por modalidades de remoção: (Redação dada veitamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
I - de ofício, no interesse da Administração; (Incluído pela Capítulo IV
Lei nº 9.527, de 10.12.97) Da Substituição
II - a pedido, a critério da Administração; (Incluído pela Art. 38. Os servidores investidos em cargo ou função de
Lei nº 9.527, de 10.12.97) direção ou chefia e os ocupantes de cargo de Natureza
III - a pedido, para outra localidade, independentemente Especial terão substitutos indicados no regimento inter-
do interesse da Administração: (Incluído pela Lei nº 9.527, no ou, no caso de omissão, previamente designados
de 10.12.97) pelo dirigente máximo do órgão ou entidade. (Redação
a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
servidor público civil ou militar, de qualquer dos Poderes § 1o O substituto assumirá automática e cumulativamen-
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí- te, sem prejuízo do cargo que ocupa, o exercício do car-
pios, que foi deslocado no interesse da Administração; go ou função de direção ou chefia e os de Natureza Es-
(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) pecial, nos afastamentos, impedimentos legais ou re-
b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companhei- gulamentares do titular e na vacância do cargo, hipóte-
ro ou dependente que viva às suas expensas e conste ses em que deverá optar pela remuneração de um de-
do seu assentamento funcional, condicionada à com- les durante o respectivo período. (Redação dada pela
provação por junta médica oficial; (Incluído pela Lei nº Lei nº 9.527, de 10.12.97)
9.527, de 10.12.97) § 2o O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do
c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipóte- cargo ou função de direção ou chefia ou de cargo de
se em que o número de interessados for superior ao Natureza Especial, nos casos dos afastamentos ou im-
número de vagas, de acordo com normas preestabeleci- pedimentos legais do titular, superiores a trinta dias con-
das pelo órgão ou entidade em que aqueles estejam secutivos, paga na proporção dos dias de efetiva subs-
lotados.(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) tituição, que excederem o referido período. (Redação
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Seção II Art. 39. O disposto no artigo anterior aplica-se aos titula-
Da Redistribuição res de unidades administrativas organizadas em nível
Art. 37. Redistribuição é o deslocamento de cargo de de assessoria.
provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do qua-
dro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do Título III
mesmo Poder, com prévia apreciação do órgão central Dos Direitos e Vantagens
do SIPEC, observados os seguintes preceitos: (Reda- Capítulo I
ção dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Do Vencimento e da Remuneração
I - interesse da administração; (Incluído pela Lei nº 9.527, Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exer-
de 10.12.97) cício de cargo público, com valor fixado em lei.
II - equivalência de vencimentos; (Incluído pela Lei nº Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 11.784, de
9.527, de 10.12.97) 2008).
III - manutenção da essência das atribuições do cargo; Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo,
(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) acrescido das vantagens pecuniárias permanentes
IV - vinculação entre os graus de responsabilidade e estabelecidas em lei.
complexidade das atividades; (Incluído pela Lei nº 9.527, § 1o A remuneração do servidor investido em função ou
de 10.12.97) cargo em comissão será paga na forma prevista no art. 62.
V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habili- § 2o O servidor investido em cargo em comissão de ór-
tação profissional; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) gão ou entidade diversa da de sua lotação receberá
VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo e as a remuneração de acordo com o estabelecido no § 1o
finalidades institucionais do órgão ou entidade. (Incluí- do art. 93.
do pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) § 3o O vencimento do cargo efetivo, acrescido das van-
§ 1o A redistribuição ocorrerá ex officio para ajustamento tagens de caráter permanente, é irredutível.
de lotação e da força de trabalho às necessidades dos § 4o É assegurada a isonomia de vencimentos para car-
serviços, inclusive nos casos de reorganização, extin- gos de atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo

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Poder, ou entre servidores dos três Poderes, ressalva- Parágrafo único. A não quitação do débito no prazo pre-
das as vantagens de caráter individual e as relativas à visto implicará sua inscrição em dívida ativa. (Redação
natureza ou ao local de trabalho. dada pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)
§ 5o Nenhum servidor receberá remuneração inferior ao Art. 48. O vencimento, a remuneração e o provento não
salário mínimo. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008). serão objeto de arresto, seqüestro ou penhora, exceto
Art. 42. Nenhum servidor poderá perceber, mensalmen- nos casos de prestação de alimentos resultante de de-
te, a título de remuneração, importância superior à soma cisão judicial.
dos valores percebidos como remuneração, em espécie, Capítulo II
a qualquer título, no âmbito dos respectivos Poderes, pe- Das Vantagens
los Ministros de Estado, por membros do Congresso Na- Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao ser-
cional e Ministros do Supremo Tribunal Federal. vidor as seguintes vantagens:
Parágrafo único. Excluem-se do teto de remuneração I - indenizações;
as vantagens previstas nos incisos II a VII do art. 61. II - gratificações;
Art. 43. (Revogado pela Lei n. 9.624, de 2.4.98) (*) Nota: III - adicionais.
O menor e o maior valor da remuneração do servidor § 1o As indenizações não se incorporam ao vencimento
está, agora, estabelecido no art. 18 da Lei n. 9.624, de ou provento para qualquer efeito.
02.04.98: o fator é de 25,641 , o menor é R$ 312,00 e o § 2o As gratificações e os adicionais incorporam-se ao
maior é de R$ 8.000,00. vencimento ou provento, nos casos e condições indica-
Art. 44. O servidor perderá: dos em lei.
I - a remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem Art. 50. As vantagens pecuniárias não serão computa-
motivo justificado; (Redação dada pela Lei n. 9.527, de das, nem acumuladas, para efeito de concessão de
10.12.97) quaisquer outros acréscimos pecuniários ulteriores, sob
II - a parcela de remuneração diária, proporcional aos o mesmo título ou idêntico fundamento.
atrasos, ausências justificadas, ressalvadas as conces-
sões de que trata o art. 97, e saídas antecipadas, salvo Seção I
na hipótese de compensação de horário, até o mês sub- Das Indenizações
seqüente ao da ocorrência, a ser estabelecida pela che- Art. 51. Constituem indenizações ao servidor:
fia imediata. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de I - ajuda de custo;
10.12.97) II - diárias;
Parágrafo único. As faltas justificadas decorrentes de III - transporte.
caso fortuito ou de força maior poderão ser compensa- IV - auxílio-moradia.(Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
das a critério da chefia imediata, sendo assim conside- Art. 52. Os valores das indenizações estabelecidas nos
radas como efetivo exercício. (Parágrafo incluído pela incisos I a III do art. 51, assim como as condições para a
Lei n. 9.527, de 10.12.97) sua concessão, serão estabelecidos em regulamento.
Art. 45. Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, (Redação dada pela Lei nº 11.355, de 2006)
nenhum desconto incidirá sobre a remuneração ou
provento. (Regulamento) Subseção I
Parágrafo único. Mediante autorização do servidor, po- Da Ajuda de Custo
derá haver consignação em folha de pagamento a favor Art. 53. A ajuda de custo destina-se a compensar as des-
de terceiros, a critério da administração e com reposi- pesas de instalação do servidor que, no interesse do
ção de custos, na forma definida em regulamento. serviço, passar a ter exercício em nova sede, com mu-
Art. 46. As reposições e indenizações ao erário, dança de domicílio em caráter permanente, vedado o
atualizadas até 30 de junho de 1994, serão previamente duplo pagamento de indenização, a qualquer tempo, no
comunicadas ao servidor ativo, aposentado ou ao pen- caso de o cônjuge ou companheiro que detenha tam-
sionista, para pagamento, no prazo máximo de trinta dias, bém a condição de servidor, vier a ter exercício na mes-
podendo ser parceladas, a pedido do interessado. (Re- ma sede. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
dação dada pela Medida Provisória n. 2.225-45, de § 1o Correm por conta da administração as despesas
4.9.2001) de transporte do servidor e de sua família, compreen-
§ 1o O valor de cada parcela não poderá ser inferior ao dendo passagem, bagagem e bens pessoais.
correspondente a dez por cento da remuneração, § 2o À família do servidor que falecer na nova sede são as-
provento ou pensão. (Redação dada pela Medida Provi- segurados ajuda de custo e transporte para a localidade de
sória n. 2.225-45, de 4.9.2001) origem, dentro do prazo de 1 (um) ano, contado do óbito.
§ 2o Quando o pagamento indevido houver ocorrido no Art. 54. A ajuda de custo é calculada sobre a remunera-
mês anterior ao do processamento da folha, a reposi- ção do servidor, conforme se dispuser em regulamento,
ção será feita imediatamente, em uma única parcela. não podendo exceder a importância correspondente a 3
(Redação dada pela Medida Provisória n. 2.225-45, de (três) meses.
4.9.2001) Art. 55. Não será concedida ajuda de custo ao servidor
§ 3o Na hipótese de valores recebidos em decorrência que se afastar do cargo, ou reassumi-lo, em virtude de
de cumprimento a decisão liminar, a tutela antecipada mandato eletivo.
ou a sentença que venha a ser revogada ou rescindida, Art. 56. Será concedida ajuda de custo àquele que, não
serão eles atualizados até a data da reposição. (Reda- sendo servidor da União, for nomeado para cargo em
ção dada pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001) comissão, com mudança de domicílio.
Art. 47. O servidor em débito com o erário, que for demi- Parágrafo único. No afastamento previsto no inciso I do
tido, exonerado ou que tiver sua aposentadoria ou dis- art. 93, a ajuda de custo será paga pelo órgão cessionário,
ponibilidade cassada, terá o prazo de sessenta dias para quando cabível.
quitar o débito. (Redação dada pela Medida Provisória n. Art. 57. O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de
2.225-45, de 4.9.2001) custo quando, injustificadamente, não se apresentar na
nova sede no prazo de 30 (trinta) dias.

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Regime Jurídico Único - Lei nº 8.112

Subseção II IV - nenhuma outra pessoa que resida com o servidor


Das Diárias receba auxílio-moradia; (Incluído pela Lei nº 11.355,
Art. 58. O servidor que, a serviço, afastar-se da sede em de 2006)
caráter eventual ou transitório para outro ponto do territó- V - o servidor tenha se mudado do local de residência
rio nacional ou para o exterior, fará jus a passagens e para ocupar cargo em comissão ou função de confiança
diárias destinadas a indenizar as parcelas de despe- do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS,
sas extraordinária com pousada, alimentação e loco- níveis 4, 5 e 6, de Natureza Especial, de Ministro de Estado
moção urbana, conforme dispuser em regulamento. ou equivalentes; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) VI - o Município no qual assuma o cargo em comissão ou
§ 1o A diária será concedida por dia de afastamento, sen- função de confiança não se enquadre nas hipóteses do
do devida pela metade quando o deslocamento não exi- art. 58, § 3o, em relação ao local de residência ou domicílio
gir pernoite fora da sede, ou quando a União custear, por do servidor; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
meio diverso, as despesas extraordinárias cobertas por VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha
diárias.(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) residido no Município, nos últimos doze meses, aonde for
§ 2o Nos casos em que o deslocamento da sede cons- exercer o cargo em comissão ou função de confiança,
tituir exigência permanente do cargo, o servidor não fará desconsiderando-se prazo inferior a sessenta dias dentro
jus a diárias. desse período; e (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
§ 3o Também não fará jus a diárias o servidor que se VIII - o deslocamento não tenha sido por força de
deslocar dentro da mesma região metropolitana, aglo- alteração de lotação ou nomeação para cargo efetivo.
meração urbana ou microrregião, constituídas por mu- (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
nicípios limítrofes e regularmente instituídas, ou em áre- IX - o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho de
as de controle integrado mantidas com países limítrofes, 2006. (Incluído pela Lei nº 11.490, de 2007)
cuja jurisdição e competência dos órgãos, entidades e Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não será con-
servidores brasileiros considera-se estendida, salvo se siderado o prazo no qual o servidor estava ocupando
houver pernoite fora da sede, hipóteses em que as diá- outro cargo em comissão relacionado no inciso V. (In-
rias pagas serão sempre as fixadas para os afastamen- cluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
tos dentro do território nacional. (Parágrafo incluído dada Art. 60-C. O auxílio-moradia não será concedido por pra-
pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) zo superior a 8 (oito) anos dentro de cada período de 12
Art. 59. O servidor que receber diárias e não se afastar (doze) anos. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008)
da sede, por qualquer motivo, fica obrigado a restituí-las Parágrafo único. Transcorrido o prazo de 8 (oito) anos
integralmente, no prazo de 5 (cinco) dias. dentro de cada período de 12 (doze) anos, o pagamento
Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à somente será retomado se observados, além do dis-
sede em prazo menor do que o previsto para o seu afas- posto no caput deste artigo, os requisitos do caput do
tamento, restituirá as diárias recebidas em excesso, no art. 60-B desta Lei, não se aplicando, no caso, o pará-
prazo previsto no caput. grafo único do citado art. 60-B. (Incluído pela Lei nº 11.784,
de 2008)
Subseção III Art. 60-D. O valor mensal do auxílio-moradia é limitado a
Da Indenização de Transporte 25% (vinte e cinco por cento) do valor do cargo em co-
Art. 60. Conceder-se-á indenização de transporte ao ser- missão, função comissionada ou cargo de Ministro de
vidor que realizar despesas com a utilização de meio Estado ocupado. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008)
próprio de locomoção para a execução de serviços ex- § 1o O valor do auxílio-moradia não poderá superar 25%
ternos, por força das atribuições próprias do cargo, con- (vinte e cinco por cento) da remuneração de Ministro de
forme se dispuser em regulamento. Estado. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008)
§ 2o Independentemente do valor do cargo em comis-
Subseção IV são ou função comissionada, fica garantido a todos os
Do Auxílio-Moradia que preencherem os requisitos o ressarcimento até o
(Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) valor de R$ 1.800,00 (mil e oitocentos reais). (Incluído
Art. 60-A. O auxílio-moradia consiste no ressarcimento pela Lei nº 11.784, de 2008)
das despesas comprovadamente realizadas pelo Art. 60-E. No caso de falecimento, exoneração,
servidor com aluguel de moradia ou com meio de colocação de imóvel funcional à disposição do servidor
hospedagem administrado por empresa hoteleira, no ou aquisição de imóvel, o auxílio-moradia continuará
prazo de um mês após a comprovação da despesa sendo pago por um mês. (Incluído pela Lei nº 11.355,
pelo servidor. (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) de 2006)
Art. 60-B. Conceder-se-á auxílio-moradia ao servidor
se atendidos os seguintes requisitos: (Incluído pela Lei Seção II
nº 11.355, de 2006) Das Gratificações e Adicionais
I - não exista imóvel funcional disponível para uso pelo Art. 61. Além do vencimento e das vantagens previstas
servidor; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) nesta Lei, serão deferidos aos servidores as seguintes
II - o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe retribuições, gratificações e adicionais: (Redação dada
imóvel funcional; (Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006) pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja I - retribuição pelo exercício de função de direção, chefia
ou tenha sido proprietário, promitente comprador, e assessoramento; (Redação dada pela Lei n. 9.527, de
cessionário ou promitente cessionário de imóvel no 10.12.97)
Município aonde for exercer o cargo, incluída a hipótese II - gratificação natalina;
de lote edificado sem averbação de construção, nos doze III - (Inciso Revogado pela Medida Provisória n. 2.225-
meses que antecederem a sua nomeação; (Incluído pela 45, de 4.9.2001)
Lei nº 11.355, de 2006) IV - adicional pelo exercício de atividades insalubres, pe-
rigosas ou penosas;

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Regime Jurídico Único - Lei nº 8.112

V - adicional pela prestação de serviço extraordinário; ou dos riscos que deram causa a sua concessão.
VI - adicional noturno; Art. 69. Haverá permanente controle da atividade de ser-
VII - adicional de férias; vidores em operações ou locais considerados penosos,
VIII - outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho. insalubres ou perigosos.
IX - gratificação por encargo de curso ou concurso. (Re- Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante será
dação dada pela Lei n. 11.314, de 3.07.2006) afastada, enquanto durar a gestação e a lactação, das
operações e locais previstos neste artigo, exercendo
Subseção I suas atividades em local salubre e em serviço não pe-
Da Retribuição pelo Exercício de Função de Direção, noso e não perigoso.
Chefia e Assessoramento Art. 70. Na concessão dos adicionais de atividades pe-
(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) nosas, de insalubridade e de periculosidade, serão ob-
Art. 62. Ao servidor ocupante de cargo efetivo investido servadas as situações estabelecidas em legislação
em função de direção, chefia ou assessoramento, car- específica.
go de provimento em comissão ou de Natureza Especi- Art. 71. O adicional de atividade penosa será devido aos
al é devida retribuição pelo seu exercício.(Redação dada servidores em exercício em zonas de fronteira ou em
pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) localidades cujas condições de vida o justifiquem, nos
Parágrafo único. Lei específica estabelecerá a remune- termos, condições e limites fixados em regulamento.
ração dos cargos em comissão de que trata o inciso II Art. 72. Os locais de trabalho e os servidores que ope-
do art. 9o.(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) ram com Raios X ou substâncias radioativas serão man-
Art. 62-A. Fica transformada em Vantagem Pessoal No- tidos sob controle permanente, de modo que as doses
minalmente Identificada - VPNI a incorporação da retri- de radiação ionizante não ultrapassem o nível máximo
buição pelo exercício de função de direção, chefia ou previsto na legislação própria.
assessoramento, cargo de provimento em comissão ou Parágrafo único. Os servidores a que se refere este ar-
de Natureza Especial a que se referem os arts. 3o e 10 tigo serão submetidos a exames médicos a cada 6 (seis)
da Lei no 8.911, de 11 de julho de 1994, e o art. 3o da Lei meses.
no 9.624, de 2 de abril de 1998. (Artigo incluído pela Me-
dida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001) Subseção V
Parágrafo único. A VPNI de que trata o caput deste arti- Do Adicional por Serviço Extraordinário
go somente estará sujeita às revisões gerais de remu- Art. 73. O serviço extraordinário será remunerado com
neração dos servidores públicos federais. (Parágrafo úni- acréscimo de 50% (cinqüenta por cento) em relação à
co incluído pela Medida Provisória n. 2.225-45, de hora normal de trabalho.
4.9.2001) Art. 74. Somente será permitido serviço extraordinário
para atender a situações excepcionais e temporárias, res-
Seção II peitado o limite máximo de 2 (duas) horas por jornada.
Da Gratificação Natalina
Art. 63. A gratificação natalina corresponde a 1/12 (um doze Subseção VI
avos) da remuneração a que o servidor fizer jus no mês de Do Adicional Noturno
dezembro, por mês de exercício no respectivo ano. Art. 75. O serviço noturno, prestado em horário compre-
Parágrafo único. A fração igual ou superior a 15 endido entre 22 (vinte e duas) horas de um dia e 5 (cin-
(quinze) dias será considerada como mês integral. co) horas do dia seguinte, terá o valor-hora acrescido de
Art. 64. A gratificação será paga até o dia 20 (vinte) do 25% (vinte e cinco por cento), computando-se cada hora
mês de dezembro de cada ano. como cinqüenta e dois minutos e trinta segundos.
Parágrafo único. (VETADO). Parágrafo único. Em se tratando de serviço extraordi-
Art. 65. O servidor exonerado perceberá sua gratificação nário, o acréscimo de que trata este artigo incidirá sobre
natalina, proporcionalmente aos meses de exercício, cal- a remuneração prevista no art. 73.
culada sobre a remuneração do mês da exoneração.
Art. 66. A gratificação natalina não será considerada para Subseção VII
cálculo de qualquer vantagem pecuniária. Do Adicional de Férias
Art. 76. Independentemente de solicitação, será pago
Subseção III ao servidor, por ocasião das férias, um adicional corres-
Do Adicional por Tempo de Serviço pondente a 1/3 (um terço) da remuneração do período
Art. 67. (Revogado pela Medida Provisória n. 2.225-45, das férias.
de 4.9.2001) Parágrafo único. No caso de o servidor exercer função
Parágrafo único. (Revogado pela Medida Provisória n. de direção, chefia ou assessoramento, ou ocupar cargo
2.225-45, de 4.9.2001) em comissão, a respectiva vantagem será considerada
no cálculo do adicional de que trata este artigo.
Subseção IV
Dos Adicionais de Insalubridade, Periculosidade ou Subseção VIII
Atividades Penosas Da Gratificação por Encargo de
Art. 68. Os servidores que trabalhem com habitualidade Curso ou Concurso
em locais insalubres ou em contato permanente com (Incluído pela Lei n. 11.314, de 3.07.2006)
substâncias tóxicas, radioativas ou com risco de vida, Art. 76-A. A Gratificação por Encargo de Curso ou Con-
fazem jus a um adicional sobre o vencimento do cargo curso é devida ao servidor que, em caráter eventual:
efetivo. I - atuar como instrutor em curso de formação, de desen-
§ 1o O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubri- volvimento ou de treinamento regularmente instituído no
dade e de periculosidade deverá optar por um deles. âmbito da administração pública federal;
§ 2 o O direito ao adicional de insalubridade ou II - participar de banca examinadora ou de comissão
periculosidade cessa com a eliminação das condições para exames orais, para análise curricular, para corre-

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Regime Jurídico Único - Lei nº 8.112

ção de provas discursivas, para elaboração de ques- § 3o O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em co-
tões de provas ou para julgamento de recursos intenta- missão, perceberá indenização relativa ao período das
dos por candidatos; férias a que tiver direito e ao incompleto, na proporção
III - participar da logística de preparação e de realização de um doze avos por mês de efetivo exercício, ou fração
de concurso público envolvendo atividades de planeja- superior a quatorze dias. (Parágrafo incluído pela Lei n.
mento, coordenação, supervisão, execução e avaliação 8.216, de 13.8.91)
de resultado, quando tais atividades não estiverem in- § 4o A indenização será calculada com base na remune-
cluídas entre as suas atribuições permanentes; ração do mês em que for publicado o ato
IV - participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas de exoneratório. (Parágrafo incluído pela Lei n. 8.216, de
exame vestibular ou de concurso público ou supervisio- 13.8.91)
nar essas atividades. § 5o Em caso de parcelamento, o servidor receberá o
§ 1o Os critérios de concessão e os limites da gratifica- valor adicional previsto no inciso XVII do art. 7o da Cons-
ção de que trata este artigo serão fixados em regula- tituição Federal quando da utilização do primeiro perío-
mento, observados os seguintes parâmetros: do. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.525, de 3.12.97)
I - o valor da gratificação será calculado em horas, ob- Art. 79. O servidor que opera direta e permanentemente
servadas a natureza e a complexidade da atividade com Raios X ou substâncias radioativas gozará 20 (vinte)
exercida; dias consecutivos de férias, por semestre de atividade pro-
II - a retribuição não poderá ser superior ao equivalente fissional, proibida em qualquer hipótese a acumulação.
a 120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais, ressalva- Parágrafo único. (Revogado pela Lei n. 9.527, de
da situação de excepcionalidade, devidamente justificada 10.12.97)
Art. 80. As férias somente poderão ser interrompidas
e previamente aprovada pela autoridade máxima do ór-
por motivo de calamidade pública, comoção interna, con-
gão ou entidade, que poderá autorizar o acréscimo de
vocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por ne-
até 120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais; cessidade do serviço declarada pela autoridade máxi-
III - o valor máximo da hora trabalhada corresponderá ma do órgão ou entidade. (Redação dada pela Lei n.
aos seguintes percentuais, incidentes sobre o maior ven- 9.527, de 10.12.97)
cimento básico da administração pública federal: Parágrafo único. O restante do período interrompido
a) 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento), em se será gozado de uma só vez, observado o disposto no art.
tratando de atividades previstas nos incisos I e II do 77. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
caput deste artigo; (Redação dada pela Lei nº 11.501,
de 2007) Capítulo IV
b) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento), em se Das Licenças
tratando de atividade prevista nos incisos III e IV do caput Seção I
deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007) Disposições Gerais
§ 2o A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença:
somente será paga se as atividades referidas nos I - por motivo de doença em pessoa da família;
incisos do caput deste artigo forem exercidas sem pre- II - por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;
juízo das atribuições do cargo de que o servidor for titu- III - para o serviço militar;
lar, devendo ser objeto de compensação de carga horá- IV - para atividade política;
ria quando desempenhadas durante a jornada de traba- V - para capacitação; (Redação dada pela Lei n. 9.527,
lho, na forma do § 4o do art. 98 desta Lei. de 10.12.97)
§ 3o A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso VI - para tratar de interesses particulares;
não se incorpora ao vencimento ou salário do servidor VII - para desempenho de mandato classista.
para qualquer efeito e não poderá ser utilizada como § 1o A licença prevista no inciso I do caput deste artigo
base de cálculo para quaisquer outras vantagens, inclu- bem como cada uma de suas prorrogações serão
sive para fins de cálculo dos proventos da aposentado- precedidas de exame por perícia médica oficial,
ria e das pensões. observado o disposto no art. 204 desta Lei. (Redação
dada pela Lei nº 11.907, de 2009)
Capítulo III § 2o (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
Das Férias § 3o É vedado o exercício de atividade remunerada duran-
Art. 77. O servidor fará jus a trinta dias de férias, que te o período da licença prevista no inciso I deste artigo.
podem ser acumuladas, até o máximo de dois perío- Art. 82. A licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias
dos, no caso de necessidade do serviço, ressalvadas do término de outra da mesma espécie será considera-
as hipóteses em que haja legislação específica. (Reda- da como prorrogação.
ção dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) Seção II
§ 1o Para o primeiro período aquisitivo de férias serão Da Licença por Motivo de Doença em Pessoa da
exigidos 12 (doze) meses de exercício. Família
§ 2o É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por
serviço. motivo de doença do cônjuge ou companheiro, dos pais,
§ 3o As férias poderão ser parceladas em até três eta- dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou depen-
pas, desde que assim requeridas pelo servidor, e no dente que viva a suas expensas e conste do seu assen-
interesse da administração pública. (Parágrafo incluído tamento funcional, mediante comprovação por perícia mé-
pela Lei n. 9.525, de 3.12.97) dica oficial. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)
Art. 78. O pagamento da remuneração das férias será § 1o A licença somente será deferida se a assistência dire-
efetuado até 2 (dois) dias antes do início do respectivo ta do servidor for indispensável e não puder ser prestada
período, observando-se o disposto no § 1o deste artigo. simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante
§ 1o (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) compensação de horário, na forma do disposto no inciso II
§ 2o (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) do art. 44. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

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§ 2o A licença de que trata o caput, incluídas as prorroga- vidor poderá, no interesse da Administração, afastar-se
ções, poderá ser concedida a cada período de doze do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remune-
meses nas seguintes condições: (Redação dada pela ração, por até três meses, para participar de curso de
Lei nº 12.269, de 2010) capacitação profissional. (Redação dada pela Lei n.
I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, 9.527, de 10.12.97)
mantida a remuneração do servidor; e (Incluído pela Lei Parágrafo único. Os períodos de licença de que trata o
nº 12.269, de 2010) caput não são acumuláveis. (Redação dada pela Lei n.
II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem 9.527, de 10.12.97)
remuneração. (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010) Art. 88. (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
§ 3o O início do interstício de 12 (doze) meses será con- Art. 89. (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
tado a partir da data do deferimento da primeira licença Art. 90. (VETADO).
concedida. (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010)
§ 4o A soma das licenças remuneradas e das licenças Seção VII
não remuneradas, incluídas as respectivas prorroga- Da Licença para Tratar de Interesses Particulares
ções, concedidas em um mesmo período de 12 (doze) Art. 91. A critério da Administração, poderão ser conce-
meses, observado o disposto no § 3o, não poderá ultra- didas ao servidor ocupante de cargo efetivo, desde que
passar os limites estabelecidos nos incisos I e II do § 2o. não esteja em estágio probatório, licenças para o trato
(Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010) de assuntos particulares pelo prazo de até três anos
consecutivos, sem remuneração. (Redação dada pela
Seção III Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)
Da Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge Parágrafo único. A licença poderá ser interrompida, a
Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servidor para qualquer tempo, a pedido do servidor ou no interesse do
acompanhar cônjuge ou companheiro que foi desloca- serviço. (Redação dada pela Medida Provisória n. 2.225-
do para outro ponto do território nacional, para o exterior 45, de 4.9.2001)
ou para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Exe-
cutivo e Legislativo. Seção VIII
§ 1o A licença será por prazo indeterminado e sem re- Da Licença para o Desempenho de Mandato
muneração. Classista
§ 2o No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou com- Art. 92. É assegurado ao servidor o direito à licença sem
panheiro também seja servidor público, civil ou militar, remuneração para o desempenho de mandato em con-
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do federação, federação, associação de classe de âmbito
Distrito Federal e dos Municípios, poderá haver exercício nacional, sindicato representativo da categoria ou enti-
provisório em órgão ou entidade da Administração Fe- dade fiscalizadora da profissão ou, ainda, para partici-
deral direta, autárquica ou fundacional, desde que para par de gerência ou administração em sociedade coope-
o exercício de atividade compatível com o seu cargo. rativa constituída por servidores públicos para prestar
(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) serviços a seus membros, observado o disposto na alí-
nea c do inciso VIII do art. 102 desta Lei, conforme dis-
Seção IV posto em regulamento e observados os seguintes limi-
Da Licença para o Serviço Militar tes: (Redação dada pela Lei nº 11.094, de 2005)
Art. 85. Ao servidor convocado para o serviço militar será I - para entidades com até 5.000 associados, um servi-
concedida licença, na forma e condições previstas na dor; (Inciso incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
legislação específica. II - para entidades com 5.001 a 30.000 associados, dois
Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o servidor servidores; (Inciso incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
terá até 30 (trinta) dias sem remuneração para reassumir III - para entidades com mais de 30.000 associados, três
o exercício do cargo. servidores. (Inciso incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
Seção V § 1o Somente poderão ser licenciados servidores elei-
Da Licença para Atividade Política tos para cargos de direção ou representação nas referi-
Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem remunera- das entidades, desde que cadastradas no Ministério da
ção, durante o período que mediar entre a sua escolha Administração Federal e Reforma do Estado. (Redação
em convenção partidária, como candidato a cargo eletivo, dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
e a véspera do registro de sua candidatura perante a § 2o A licença terá duração igual à do mandato, podendo
Justiça Eleitoral. ser prorrogada, no caso de reeleição, e por uma única vez.
§ 1o O servidor candidato a cargo eletivo na localidade
onde desempenha suas funções e que exerça cargo de Capítulo V
direção, chefia, assessoramento, arrecadação ou fisca- Dos Afastamentos
lização, dele será afastado, a partir do dia imediato ao Seção I
do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleito- Do Afastamento para Servir a Outro Órgão ou
ral, até o décimo dia seguinte ao do pleito. (Redação Entidade
dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) Art. 93. O servidor poderá ser cedido para ter exercício em
§ 2o A partir do registro da candidatura e até o décimo dia outro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Esta-
seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença, as- dos, ou do Distrito Federal e dos Municípios, nas seguintes
segurados os vencimentos do cargo efetivo, somente hipóteses: (Redação dada pela Lei n. 8.270, de 17.12.91)
pelo período de três meses. (Redação dada pela Lei n. (Regulamento) (Vide Decreto n. 4.493, de 3.12.2002)
9.527, de 10.12.97) I - para exercício de cargo em comissão ou função de
confiança; (Redação dada pela Lei n. 8.270, de 17.12.91)
Seção VI II - em casos previstos em leis específicas.(Redação
Da Licença para Capacitação dada pela Lei n. 8.270, de 17.12.91)
(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) § 1o Na hipótese do inciso I, sendo a cessão para órgãos
Art. 87. Após cada qüinqüênio de efetivo exercício, o ser- ou entidades dos Estados, do Distrito Federal ou dos Mu-

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Regime Jurídico Único - Lei nº 8.112

nicípios, o ônus da remuneração será do órgão ou entida- te da República, Presidente dos Órgãos do Poder
de cessionária, mantido o ônus para o cedente nos de- Legislativo e Presidente do Supremo Tribunal Federal.
mais casos. (Redação dada pela Lei n. 8.270, de 17.12.91) § 1o A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e finda a
§ 2º Na hipótese de o servidor cedido a empresa pública missão ou estudo, somente decorrido igual período, será
ou sociedade de economia mista, nos termos das permitida nova ausência.
respectivas normas, optar pela remuneração do cargo § 2o Ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigo
efetivo ou pela remuneração do cargo efetivo acrescida não será concedida exoneração ou licença para tratar
de percentual da retribuição do cargo em comissão, a de interesse particular antes de decorrido período igual
entidade cessionária efetuará o reembolso das ao do afastamento, ressalvada a hipótese de ressarci-
despesas realizadas pelo órgão ou entidade de origem. mento da despesa havida com seu afastamento.
(Redação dada pela Lei nº 11.355, de 2006) § 3o O disposto neste artigo não se aplica aos servido-
§ 3o A cessão far-se-á mediante Portaria publicada no res da carreira diplomática.
Diário Oficial da União. (Redação dada pela Lei n. 8.270, § 4o As hipóteses, condições e formas para a autoriza-
de 17.12.91) ção de que trata este artigo, inclusive no que se refere à
§ 4o Mediante autorização expressa do Presidente da remuneração do servidor, serão disciplinadas em regu-
República, o servidor do Poder Executivo poderá ter exer- lamento. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de
cício em outro órgão da Administração Federal direta 10.12.97).
que não tenha quadro próprio de pessoal, para fim de- Art. 96. O afastamento de servidor para servir em orga-
terminado e a prazo certo. (Parágrafo incluído pela Lei n. nismo internacional de que o Brasil participe ou com o
8.270, de 17.12.91) qual coopere dar-se-á com perda total da remuneração.
§ 5o Aplica-se à União, em se tratando de empregado ou
servidor por ela requisitado, as disposições dos §§ 1o e Seção IV
2o deste artigo. (Redação dada pela Lei n. 10.470, de (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
25.6.2002) Do Afastamento para Participação em Programa de
§ 6o As cessões de empregados de empresa pública ou Pós-Graduação Stricto Sensu no País
de sociedade de economia mista, que receba recursos Art. 96-A. O servidor poderá, no interesse da
de Tesouro Nacional para o custeio total ou parcial da Administração, e desde que a participação não possa
sua folha de pagamento de pessoal, independem das ocorrer simultaneamente com o exercício do cargo ou
disposições contidas nos incisos I e II e §§ 1o e 2o deste mediante compensação de horário, afastar-se do
artigo, ficando o exercício do empregado cedido condici- exercício do cargo efetivo, com a respectiva
onado a autorização específica do Ministério do Planeja- remuneração, para participar em programa de pós-
mento, Orçamento e Gestão, exceto nos casos de ocu- graduação stricto sensu em instituição de ensino
pação de cargo em comissão ou função gratificada. (Pa- superior no País. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
rágrafo incluído pela Lei n. 10.470, de 25.6.2002) § 1 o Ato do dirigente máximo do órgão ou entidade
§ 7o O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, definirá, em conformidade com a legislação vigente, os
com a finalidade de promover a composição da força de programas de capacitação e os critérios para
trabalho dos órgãos e entidades da Administração Pú- participação em programas de pós-graduação no País,
blica Federal, poderá determinar a lotação ou o exercício com ou sem afastamento do servidor, que serão
de empregado ou servidor, independentemente da ob- avaliados por um comitê constituído para este fim.
servância do constante no inciso I e nos §§ 1o e 2o deste (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
artigo. (Incluído pela Lei nº 10.470, de 25.6.2002) § 2o Os afastamentos para realização de programas de
mestrado e doutorado somente serão concedidos aos
Seção II servidores titulares de cargos efetivos no respectivo órgão
Do Afastamento para Exercício de Mandato Eletivo ou entidade há pelo menos 3 (três) anos para mestrado
Art. 94. Ao servidor investido em mandato eletivo apli- e 4 (quatro) anos para doutorado, incluído o período de
cam-se as seguintes disposições: estágio probatório, que não tenham se afastado por
I - tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, licença para tratar de assuntos particulares para gozo
ficará afastado do cargo; de licença capacitação ou com fundamento neste artigo
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do nos 2 (dois) anos anteriores à data da solicitação de
cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração; afastamento. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
III - investido no mandato de vereador: § 3o Os afastamentos para realização de programas de
a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as van- pós-doutorado somente serão concedidos aos servido-
tagens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do res titulares de cargos efetivo no respectivo órgão ou
cargo eletivo; entidade há pelo menos quatro anos, incluído o período
b) não havendo compatibilidade de horário, será afas- de estágio probatório, e que não tenham se afastado
tado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua por licença para tratar de assuntos particulares ou com
remuneração. fundamento neste artigo, nos quatro anos anteriores à
§ 1o No caso de afastamento do cargo, o servidor contri- data da solicitação de afastamento. (Redação dada pela
buirá para a seguridade social como se em exercício Lei nº 12.269, de 2010)
estivesse. § 4 o Os servidores beneficiados pelos afastamentos
§ 2o O servidor investido em mandato eletivo ou classista previstos nos §§ 1 o, 2 o e 3 o deste artigo terão que
não poderá ser removido ou redistribuído de ofício para permanecer no exercício de suas funções após o seu
localidade diversa daquela onde exerce o mandato. retorno por um período igual ao do afastamento
concedido. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
Seção III § 5o Caso o servidor venha a solicitar exoneração do cargo
Do Afastamento para Estudo ou Missão no Exterior ou aposentadoria, antes de cumprido o período de
Art. 95. O servidor não poderá ausentar-se do País para permanência previsto no § 4o deste artigo, deverá ressarcir
estudo ou missão oficial, sem autorização do Presiden- o órgão ou entidade, na forma do art. 47 da Lei no 8.112, de

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Regime Jurídico Único - Lei nº 8.112

11 de dezembro de 1990, dos gastos com seu Art. 102. Além das ausências ao serviço previstas no
aperfeiçoamento. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009) art. 97, são considerados como de efetivo exercício os
§ 6o Caso o servidor não obtenha o título ou grau que afastamentos em virtude de:
justificou seu afastamento no período previsto, aplica- I - férias;
se o disposto no § 5o deste artigo, salvo na hipótese II - exercício de cargo em comissão ou equivalente, em
comprovada de força maior ou de caso fortuito, a critério órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados,
do dirigente máximo do órgão ou entidade. (Incluído Municípios e Distrito Federal;
pela Lei nº 11.907, de 2009) III - exercício de cargo ou função de governo ou adminis-
§ 7 o Aplica-se à participação em programa de pós- tração, em qualquer parte do território nacional, por no-
graduação no Exterior, autorizado nos termos do art. 95 meação do Presidente da República;
desta Lei, o disposto nos §§ 1o a 6o deste artigo. (Incluído IV - participação em programa de treinamento regular-
pela Lei nº 11.907, de 2009) mente instituído, ou em programa de pós-graduação
stricto sensu no país, conforme dispuser o regulamen-
Capítulo VI to; (Redação dada pela Lei n. 11.907, de 2009)
Das Concessões V - desempenho de mandato eletivo federal, estadual,
Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausen- municipal ou do Distrito Federal, exceto para promoção
tar-se do serviço: por merecimento;
I - por 1 (um) dia, para doação de sangue; VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei;
II - por 2 (dois) dias, para se alistar como eleitor; VII - missão ou estudo no exterior, quando autorizado o
III - por 8 (oito) dias consecutivos em razão de : afastamento, conforme dispuser o regulamento; (Reda-
a) casamento; ção dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madras- VIII - licença:
ta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou a) à gestante, à adotante e à paternidade;
tutela e irmãos. b) para tratamento da própria saúde, até o limite de vinte
Art. 98. Será concedido horário especial ao servidor es- e quatro meses, cumulativo ao longo do tempo de servi-
tudante, quando comprovada a incompatibilidade entre ço público prestado à União, em cargo de provimento
o horário escolar e o da repartição, sem prejuízo do exer- efetivo; (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
cício do cargo. c) para o desempenho de mandato classista ou partici-
§ 1o Para efeito do disposto neste artigo, será exigida a pação de gerência ou administração em sociedade coo-
compensação de horário no órgão ou entidade que tiver perativa constituída por servidores para prestar serviços
exercício, respeitada a duração semanal do trabalho. a seus membros, exceto para efeito de promoção por
(Parágrafo renumerado e alterado pela Lei n. 9.527, de merecimento; (Redação dada pela Lei nº 11.094, de 2005)
10.12.97) d) por motivo de acidente em serviço ou doença pro-
§ 2o Também será concedido horário especial ao servi- fissional;
dor portador de deficiência, quando comprovada a ne- e) para capacitação, conforme dispuser o regulamento;
cessidade por junta médica oficial, independentemente (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
de compensação de horário. (Parágrafo incluído pela f) por convocação para o serviço militar;
Lei n. 9.527, de 10.12.97) IX - deslocamento para a nova sede de que trata o art. 18;
§ 3o As disposições do parágrafo anterior são extensi- X - participação em competição desportiva nacional ou
vas ao servidor que tenha cônjuge, filho ou dependente convocação para integrar representação desportiva na-
portador de deficiência física, exigindo-se, porém, neste cional, no País ou no exterior, conforme disposto em lei
caso, compensação de horário na forma do inciso II do específica;
art. 44. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) XI - afastamento para servir em organismo internacional
§ 4 o Será igualmente concedido horário especial, de que o Brasil participe ou com o qual coopere. (Inciso
vinculado à compensação de horário a ser efetivada no incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
prazo de até 1 (um) ano, ao servidor que desempenhe Art. 103. Contar-se-á apenas para efeito de aposenta-
atividade prevista nos incisos I e II do caput do art. 76-A doria e disponibilidade:
desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007) I - o tempo de serviço público prestado aos Estados,
Art. 99. Ao servidor estudante que mudar de sede no Municípios e Distrito Federal;
interesse da administração é assegurada, na localida- II - a licença para tratamento de saúde de pessoal da
de da nova residência ou na mais próxima, matrícula em família do servidor, com remuneração, que exceder a 30
instituição de ensino congênere, em qualquer época, (trinta) dias em período de 12 (doze) meses. (Redação
independentemente de vaga. dada pela Lei nº 12.269, de 2010)
Parágrafo único. O disposto neste artigo estende-se ao III - a licença para atividade política, no caso do art. 86, § 2o;
cônjuge ou companheiro, aos filhos, ou enteados do IV - o tempo correspondente ao desempenho de man-
servidor que vivam na sua companhia, bem como aos dato eletivo federal, estadual, municipal ou distrital, an-
menores sob sua guarda, com autorização judicial. terior ao ingresso no serviço público federal;
V - o tempo de serviço em atividade privada, vinculada à
Capítulo VII Previdência Social;
Do Tempo de Serviço VI - o tempo de serviço relativo a tiro de guerra;
Art. 100. É contado para todos os efeitos o tempo de VII - o tempo de licença para tratamento da própria saú-
serviço público federal, inclusive o prestado às Forças de que exceder o prazo a que se refere a alínea “b” do
Armadas. inciso VIII do art. 102. (Inciso incluído pela Lei n. 9.527,
Art. 101. A apuração do tempo de serviço será feita em de 10.12.97)
dias, que serão convertidos em anos, considerado o § 1o O tempo em que o servidor esteve aposentado será
ano como de trezentos e sessenta e cinco dias. contado apenas para nova aposentadoria.
Parágrafo único. (Revogado pela Lei n. 9.527, de § 2o Será contado em dobro o tempo de serviço presta-
10.12.97) do às Forças Armadas em operações de guerra.

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Regime Jurídico Único - Lei nº 8.112

§ 3o É vedada a contagem cumulativa de tempo de servi- I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;
ço prestado concomitantemente em mais de um cargo II - ser leal às instituições a que servir;
ou função de órgão ou entidades dos Poderes da União, III - observar as normas legais e regulamentares;
Estado, Distrito Federal e Município, autarquia, fundação IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando mani-
pública, sociedade de economia mista e empresa pública. festamente ilegais;
V - atender com presteza:
Capítulo VIII a) ao público em geral, prestando as informações
Do Direito de Petição requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;
Art. 104. É assegurado ao servidor o direito de requerer b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direi-
aos Poderes Públicos, em defesa de direito ou interes- to ou esclarecimento de situações de interesse pessoal;
se legítimo. c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.
Art. 105. O requerimento será dirigido à autoridade compe- VI - levar ao conhecimento da autoridade superior as ir-
tente para decidi-lo e encaminhado por intermédio daquela regularidades de que tiver ciência em razão do cargo;
a que estiver imediatamente subordinado o requerente. VII - zelar pela economia do material e a conservação do
Art. 106. Cabe pedido de reconsideração à autoridade patrimônio público;
que houver expedido o ato ou proferido a primeira deci- VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;
são, não podendo ser renovado. IX - manter conduta compatível com a moralidade admi-
Parágrafo único. O requerimento e o pedido de nistrativa;
reconsideração de que tratam os artigos anteriores de- X - ser assíduo e pontual ao serviço;
verão ser despachados no prazo de 5 (cinco) dias e de- XI - tratar com urbanidade as pessoas;
cididos dentro de 30 (trinta) dias. XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso
Art. 107. Caberá recurso: de poder.
I - do indeferimento do pedido de reconsideração; Parágrafo único. A representação de que trata o inciso
II - das decisões sobre os recursos sucessivamente in- XII será encaminhada pela via hierárquica e apreciada
terpostos. pela autoridade superior àquela contra a qual é formula-
§ 1o O recurso será dirigido à autoridade imediatamente da, assegurando-se ao representando ampla defesa.
superior à que tiver expedido o ato ou proferido a deci-
são, e, sucessivamente, em escala ascendente, às de- Capítulo II
mais autoridades. Das Proibições
§ 2o O recurso será encaminhado por intermédio da au- Art. 117. Ao servidor é proibido:
toridade a que estiver imediatamente subordinado o re- I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem pré-
querente. via autorização do chefe imediato;
Art. 108. O prazo para interposição de pedido de II - retirar, sem prévia anuência da autoridade compe-
reconsideração ou de recurso é de 30 (trinta) dias, a tente, qualquer documento ou objeto da repartição;
contar da publicação ou da ciência, pelo interessado, da III - recusar fé a documentos públicos;
decisão recorrida. IV - opor resistência injustificada ao andamento de do-
Art. 109. O recurso poderá ser recebido com efeito cumento e processo ou execução de serviço;
suspensivo, a juízo da autoridade competente. V - promover manifestação de apreço ou desapreço no
Parágrafo único. Em caso de provimento do pedido de recinto da repartição;
reconsideração ou do recurso, os efeitos da decisão VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos
retroagirão à data do ato impugnado. casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que
Art. 110. O direito de requerer prescreve: seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado;
I - em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e de VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se
cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou que a associação profissional ou sindical, ou a partido político;
afetem interesse patrimonial e créditos resultantes das VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou fun-
relações de trabalho; ção de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até
II - em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo o segundo grau civil;
quando outro prazo for fixado em lei. IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de
Parágrafo único. O prazo de prescrição será contado da outrem, em detrimento da dignidade da função pública;
data da publicação do ato impugnado ou da data da ciên- X - participar de gerência ou administração de socieda-
cia pelo interessado, quando o ato não for publicado. de privada, personificada ou não personificada, exercer
Art. 111. O pedido de reconsideração e o recurso, quan- o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou
do cabíveis, interrompem a prescrição. comanditário; (Redação dada pela Lei nº 11.784, de 2008
Art. 112. A prescrição é de ordem pública, não podendo XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a re-
ser relevada pela administração. partições públicas, salvo quando se tratar de benefícios
Art. 113. Para o exercício do direito de petição, é asse- previdenciários ou assistenciais de parentes até o se-
gurada vista do processo ou documento, na repartição, gundo grau, e de cônjuge ou companheiro;
ao servidor ou a procurador por ele constituído. XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem
Art. 114. A administração deverá rever seus atos, a qual- de qualquer espécie, em razão de suas atribuições;
quer tempo, quando eivados de ilegalidade. XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado
Art. 115. São fatais e improrrogáveis os prazos estabe- estrangeiro;
lecidos neste Capítulo, salvo motivo de força maior. XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas;
XV - proceder de forma desidiosa;
Título IV
XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da reparti-
Do Regime Disciplinar
ção em serviços ou atividades particulares;
Capítulo I
XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao
Dos Deveres
cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e
Art. 116. São deveres do servidor:
transitórias;

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Regime Jurídico Único - Lei nº 8.112

XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incom- 46, na falta de outros bens que assegurem a execução
patíveis com o exercício do cargo ou função e com o do débito pela via judicial.
horário de trabalho; § 2o Tratando-se de dano causado a terceiros, respon-
XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quan- derá o servidor perante a Fazenda Pública, em ação
do solicitado. (Inciso incluído pela Lei n. 9.527, de regressiva.
10.12.97) § 3o A obrigação de reparar o dano estende-se aos su-
Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X do cessores e contra eles será executada, até o limite do
caput deste artigo não se aplica nos seguintes casos: valor da herança recebida.
(Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008). Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes e
I - participação nos conselhos de administração e fiscal contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade.
de empresas ou entidades em que a União detenha, Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa resulta
direta ou indiretamente, participação no capital social ou de ato omissivo ou comissivo praticado no desempe-
em sociedade cooperativa constituída para prestar serviços nho do cargo ou função.
a seus membros; e (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008). Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas po-
II - gozo de licença para o trato de interesses particula- derão cumular-se, sendo independentes entre si.
res, na forma do art. 91 desta Lei, observada a legisla- Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor
ção sobre conflito de interesses. (Incluído pela Lei nº será afastada no caso de absolvição criminal que ne-
11.784, de 2008). gue a existência do fato ou sua autoria.

Capítulo III Capítulo V


Da Acumulação Das Penalidades
Art. 118. Ressalvados os casos previstos na Constituição, Art. 127. São penalidades disciplinares:
é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos. I - advertência;
§ 1o A proibição de acumular estende-se a cargos, em- II - suspensão;
pregos e funções em autarquias, fundações públicas, III - demissão;
empresas públicas, sociedades de economia mista da IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios V - destituição de cargo em comissão;
e dos Municípios. VI - destituição de função comissionada.
§ 2o A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condi- Art. 128. Na aplicação das penalidades serão conside-
cionada à comprovação da compatibilidade de horários. radas a natureza e a gravidade da infração cometida, os
§ 3 o Considera-se acumulação proibida a percepção danos que dela provierem para o serviço público, as
de vencimento de cargo ou emprego público efetivo com circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antece-
proventos da inatividade, salvo quando os cargos de dentes funcionais.
que decorram essas remunerações forem acumuláveis Parágrafo único. O ato de imposição da penalidade
na atividade. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de mencionará sempre o fundamento legal e a causa da
10.12.97) sanção disciplinar. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527,
Art. 119. O servidor não poderá exercer mais de um car- de 10.12.97)
go em comissão, exceto no caso previsto no parágrafo Art. 129. A advertência será aplicada por escrito, nos ca-
único do art. 9o, nem ser remunerado pela participação sos de violação de proibição constante do art. 117,
em órgão de deliberação coletiva. (Redação dada pela incisos I a VIII e XIX, e de inobservância de dever funcio-
Lei n. 9.527, de 10.12.97) nal previsto em lei, regulamentação ou norma interna,
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica que não justifique imposição de penalidade mais grave.
à remuneração devida pela participação em conselhos (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
de administração e fiscal das empresas públicas e so- Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de reinci-
ciedades de economia mista, suas subsidiárias e con- dência das faltas punidas com advertência e de violação
troladas, bem como quaisquer empresas ou entidades das demais proibições que não tipifiquem infração su-
em que a União, direta ou indiretamente, detenha parti- jeita a penalidade de demissão, não podendo exceder
cipação no capital social, observado o que, a respeito, de 90 (noventa) dias.
dispuser legislação específica (Redação dada pela Me- § 1o Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias
dida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001) o servidor que, injustificadamente, recusar-se a ser sub-
Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta Lei, que metido a inspeção médica determinada pela autoridade
acumular licitamente dois cargos efetivos, quando in- competente, cessando os efeitos da penalidade uma
vestido em cargo de provimento em comissão, ficará vez cumprida a determinação.
afastado de ambos os cargos efetivos, salvo na hipóte- § 2o Quando houver conveniência para o serviço, a pe-
se em que houver compatibilidade de horário e local nalidade de suspensão poderá ser convertida em mul-
com o exercício de um deles, declarada pelas autorida- ta, na base de 50% (cinqüenta por cento) por dia de ven-
des máximas dos órgãos ou entidades cimento ou remuneração, ficando o servidor obrigado a
envolvidos.(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) permanecer em serviço.
Art. 131. As penalidades de advertência e de suspen-
Capítulo IV são terão seus registros cancelados, após o decurso
Das Responsabilidades de 3 (três) e 5 (cinco) anos de efetivo exercício, respecti-
Art. 121. O servidor responde civil, penal e administrati- vamente, se o servidor não houver, nesse período, prati-
vamente pelo exercício irregular de suas atribuições. cado nova infração disciplinar.
Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo Parágrafo único. O cancelamento da penalidade não
ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em preju- surtirá efeitos retroativos.
ízo ao erário ou a terceiros. Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos:
§ 1o A indenização de prejuízo dolosamente causado ao I - crime contra a administração pública;
erário somente será liquidada na forma prevista no art. II - abandono de cargo;

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Regime Jurídico Único - Lei nº 8.112

III - inassiduidade habitual; § 6o Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-


IV - improbidade administrativa; fé, aplicar-se-á a pena de demissão, destituição ou cas-
V - incontinência pública e conduta escandalosa, na re- sação de aposentadoria ou disponibilidade em relação
partição; aos cargos, empregos ou funções públicas em regime
VI - insubordinação grave em serviço; de acumulação ilegal, hipótese em que os órgãos ou
VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, entidades de vinculação serão comunicados. (Parágra-
salvo em legítima defesa própria ou de outrem; fo incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos; § 7o O prazo para a conclusão do processo administrati-
IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão vo disciplinar submetido ao rito sumário não excederá
do cargo; trinta dias, contados da data de publicação do ato que
X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por
nacional; até quinze dias, quando as circunstâncias o exigirem.
XI - corrupção; (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções § 8o O procedimento sumário rege-se pelas disposições
públicas; deste artigo, observando-se, no que lhe for aplicável,
XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117. subsidiariamente, as disposições dos Títulos IV e V desta
Art. 133. Detectada a qualquer tempo a acumulação ile- Lei. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
gal de cargos, empregos ou funções públicas, a autori- Art. 134. Será cassada a aposentadoria ou a disponibi-
dade a que se refere o art. 143 notificará o servidor, por lidade do inativo que houver praticado, na atividade, falta
intermédio de sua chefia imediata, para apresentar op- punível com a demissão.
ção no prazo improrrogável de dez dias, contados da Art. 135. A destituição de cargo em comissão exercido
data da ciência e, na hipótese de omissão, adotará pro- por não ocupante de cargo efetivo será aplicada nos
cedimento sumário para a sua apuração e regulariza- casos de infração sujeita às penalidades de suspen-
ção imediata, cujo processo administrativo disciplinar são e de demissão.
se desenvolverá nas seguintes fases:(Redação dada Parágrafo único. Constatada a hipótese de que trata
pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) este artigo, a exoneração efetuada nos termos do art. 35
I - instauração, com a publicação do ato que constituir a será convertida em destituição de cargo em comissão.
comissão, a ser composta por dois servidores estáveis, Art. 136. A demissão ou a destituição de cargo em co-
e simultaneamente indicar a autoria e a materialidade missão, nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do art. 132,
da transgressão objeto da apuração; (Inciso incluído pela implica a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento
Lei n. 9.527, de 10.12.97) ao erário, sem prejuízo da ação penal cabível.
II - instrução sumária, que compreende indiciação, de- Art. 137. A demissão ou a destituição de cargo em co-
fesa e relatório; (Inciso incluído pela Lei n. 9.527, de missão, por infringência do art. 117, incisos IX e XI,
10.12.97) incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura em
III - julgamento. (Inciso incluído pela Lei n. 9.527, de cargo público federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos.
10.12.97) Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço públi-
§ 1o A indicação da autoria de que trata o inciso I dar-se- co federal o servidor que for demitido ou destituído do
á pelo nome e matrícula do servidor, e a materialidade cargo em comissão por infringência do art. 132, incisos
pela descrição dos cargos, empregos ou funções públi- I, IV, VIII, X e XI.
cas em situação de acumulação ilegal, dos órgãos ou Art. 138. Configura abandono de cargo a ausência in-
entidades de vinculação, das datas de ingresso, do ho- tencional do servidor ao serviço por mais de trinta dias
rário de trabalho e do correspondente regime jurídico. consecutivos.
(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) Art. 139. Entende-se por inassiduidade habitual a falta
§ 2o A comissão lavrará, até três dias após a publicação ao serviço, sem causa justificada, por sessenta dias,
do ato que a constituiu, termo de indiciação em que se- interpoladamente, durante o período de doze meses.
rão transcritas as informações de que trata o parágrafo Art. 140. Na apuração de abandono de cargo ou
anterior, bem como promoverá a citação pessoal do ser- inassiduidade habitual, também será adotado o proce-
vidor indiciado, ou por intermédio de sua chefia imedia- dimento sumário a que se refere o art. 133, observando-
ta, para, no prazo de cinco dias, apresentar defesa escri- se especialmente que: (Redação dada pela Lei n. 9.527,
ta, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição, de 10.12.97)
observado o disposto nos arts. 163 e 164. (Redação I - a indicação da materialidade dar-se-á: (Inciso incluí-
dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) do pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
§ 3o Apresentada a defesa, a comissão elaborará rela- a) na hipótese de abandono de cargo, pela indicação
tório conclusivo quanto à inocência ou à responsabilida- precisa do período de ausência intencional do servidor
de do servidor, em que resumirá as peças principais ao serviço superior a trinta dias; (Alínea incluída pela Lei
dos autos, opinará sobre a licitude da acumulação em nº. 9.527, de 10.12.97)
exame, indicará o respectivo dispositivo legal e remete- b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação
rá o processo à autoridade instauradora, para julgamen- dos dias de falta ao serviço sem causa justificada, por
to. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) período igual ou superior a sessenta dias
§ 4o No prazo de cinco dias, contados do recebimento do interpoladamente, durante o período de doze meses;
processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão, (Alínea incluída pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
aplicando-se, quando for o caso, o disposto no § 3o do art. II - após a apresentação da defesa a comissão elabora-
167. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) rá relatório conclusivo quanto à inocência ou à respon-
§ 5o A opção pelo servidor até o último dia de prazo para sabilidade do servidor, em que resumirá as peças prin-
defesa configurará sua boa-fé, hipótese em que se con- cipais dos autos, indicará o respectivo dispositivo legal,
verterá automaticamente em pedido de exoneração do opinará, na hipótese de abandono de cargo, sobre a
outro cargo. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de intencionalidade da ausência ao serviço superior a trin-
10.12.97) ta dias e remeterá o processo à autoridade instauradora

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Regime Jurídico Único - Lei nº 8.112

para julgamento. (Inciso incluído pela Lei n. 9.527, de III - instauração de processo disciplinar.
10.12.97) Parágrafo único. O prazo para conclusão da sindicância
Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas: não excederá 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogado
I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes das por igual período, a critério da autoridade superior.
Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e Art. 146. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor
pelo Procurador-Geral da República, quando se tratar ensejar a imposição de penalidade de suspensão por
de demissão e cassação de aposentadoria ou disponi- mais de 30 (trinta) dias, de demissão, cassação de apo-
bilidade de servidor vinculado ao respectivo Poder, ór- sentadoria ou disponibilidade, ou destituição de cargo
gão, ou entidade; em comissão, será obrigatória a instauração de proces-
II - pelas autoridades administrativas de hierarquia ime- so disciplinar.
diatamente inferior àquelas mencionadas no inciso
anterior quando se tratar de suspensão superior a 30 Capítulo II
(trinta) dias; Do Afastamento Preventivo
III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na for- Art. 147. Como medida cautelar e a fim de que o servi-
ma dos respectivos regimentos ou regulamentos, nos dor não venha a influir na apuração da irregularidade, a
casos de advertência ou de suspensão de até 30 autoridade instauradora do processo disciplinar pode-
(trinta) dias; rá determinar o seu afastamento do exercício do cargo,
IV - pela autoridade que houver feito a nomeação, quan- pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da
do se tratar de destituição de cargo em comissão. remuneração.
Art. 142. A ação disciplinar prescreverá: Parágrafo único. O afastamento poderá ser prorrogado
I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com por igual prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos,
demissão, cassação de aposentadoria ou disponibili- ainda que não concluído o processo.
dade e destituição de cargo em comissão;
II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão; Capítulo III
III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto á advertência. Do Processo Disciplinar
§ 1o O prazo de prescrição começa a correr da data em Art. 148. O processo disciplinar é o instrumento desti-
que o fato se tornou conhecido. nado a apurar responsabilidade de servidor por infração
§ 2o Os prazos de prescrição previstos na lei penal apli- praticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha
cam-se às infrações disciplinares capituladas também relação com as atribuições do cargo em que se encon-
como crime. tre investido.
§ 3o A abertura de sindicância ou a instauração de pro- Art. 149. O processo disciplinar será conduzido por co-
cesso disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão missão composta de três servidores estáveis designa-
final proferida por autoridade competente. dos pela autoridade competente, observado o disposto
§ 4o Interrompido o curso da prescrição, o prazo come- no § 3o do art. 143, que indicará, dentre eles, o seu pre-
çará a correr a partir do dia em que cessar a interrupção. sidente, que deverá ser ocupante de cargo efetivo supe-
rior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual
Título V ou superior ao do indiciado. (Redação dada pela Lei n.
Do Processo Administrativo Disciplinar 9.527, de 10.12.97)
Capítulo I § 1o A Comissão terá como secretário servidor designa-
Disposições Gerais do pelo seu presidente, podendo a indicação recair em
Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade um de seus membros.
no serviço público é obrigada a promover a sua apuração § 2o Não poderá participar de comissão de sindicância
imediata, mediante sindicância ou processo administra- ou de inquérito, cônjuge, companheiro ou parente do
tivo disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa. acusado, consangüíneo ou afim, em linha reta ou
§ 1o (Revogado pela Lei n. 11.204, de 2005) colateral, até o terceiro grau.
§ 2o (Revogado pela Lei n. 11.204, de 2005) Art. 150. A Comissão exercerá suas atividades com in-
§ 3o A apuração de que trata o caput, por solicitação da dependência e imparcialidade, assegurado o sigilo ne-
autoridade a que se refere, poderá ser promovida por auto- cessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse
ridade de órgão ou entidade diverso daquele em que te- da administração.
nha ocorrido a irregularidade, mediante competência es- Parágrafo único. As reuniões e as audiências das co-
pecífica para tal finalidade, delegada em caráter perma- missões terão caráter reservado.
nente ou temporário pelo Presidente da República, pelos Art. 151. O processo disciplinar se desenvolve nas se-
presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos Tribu- guintes fases:
nais Federais e pelo Procurador-Geral da República, no I - instauração, com a publicação do ato que constituir a
âmbito do respectivo Poder, órgão ou entidade, preserva- comissão;
das as competências para o julgamento que se seguir à II - inquérito administrativo, que compreende instrução,
apuração. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) defesa e relatório;
Art. 144. As denúncias sobre irregularidades serão ob- III - julgamento.
jeto de apuração, desde que contenham a identificação Art. 152. O prazo para a conclusão do processo discipli-
e o endereço do denunciante e sejam formuladas por nar não excederá 60 (sessenta) dias, contados da data
escrito, confirmada a autenticidade. de publicação do ato que constituir a comissão, admiti-
Parágrafo único. Quando o fato narrado não configurar da a sua prorrogação por igual prazo, quando as cir-
evidente infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia cunstâncias o exigirem.
será arquivada, por falta de objeto. § 1o Sempre que necessário, a comissão dedicará tem-
Art. 145. Da sindicância poderá resultar: po integral aos seus trabalhos, ficando seus membros
I - arquivamento do processo; dispensados do ponto, até a entrega do relatório final.
II - aplicação de penalidade de advertência ou suspen- § 2o As reuniões da comissão serão registradas em atas
são de até 30 (trinta) dias; que deverão detalhar as deliberações adotadas.

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Seção I ta, no prazo de 10 (dez) dias, assegurando-se-lhe vista


Do Inquérito do processo na repartição.
Art. 153. O inquérito administrativo obedecerá ao princí- § 2o Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será co-
pio do contraditório, assegurada ao acusado ampla de- mum e de 20 (vinte) dias.
fesa, com a utilização dos meios e recursos admitidos § 3o O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo do-
em direito. bro, para diligências reputadas indispensáveis.
Art. 154. Os autos da sindicância integrarão o processo § 4o No caso de recusa do indiciado em apor o ciente na
disciplinar, como peça informativa da instrução. cópia da citação, o prazo para defesa contar-se-á da
Parágrafo único. Na hipótese de o relatório da data declarada, em termo próprio, pelo membro da co-
sindicância concluir que a infração está capitulada como missão que fez a citação, com a assinatura de (2) duas
ilícito penal, a autoridade competente encaminhará có- testemunhas.
pia dos autos ao Ministério Público, independentemen- Art. 162. O indiciado que mudar de residência fica obri-
te da imediata instauração do processo disciplinar. gado a comunicar à comissão o lugar onde poderá ser
Art. 155. Na fase do inquérito, a comissão promoverá a encontrado.
tomada de depoimentos, acareações, investigações e Art. 163. Achando-se o indiciado em lugar incerto e não
diligências cabíveis, objetivando a coleta de prova, re- sabido, será citado por edital, publicado no Diário Oficial
correndo, quando necessário, a técnicos e peritos, de da União e em jornal de grande circulação na localidade
modo a permitir a completa elucidação dos fatos. do último domicílio conhecido, para apresentar defesa.
Art. 156. É assegurado ao servidor o direito de acompa- Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o prazo para
nhar o processo pessoalmente ou por intermédio de defesa será de 15 (quinze) dias a partir da última publi-
procurador, arrolar e reinquirir testemunhas, produzir pro- cação do edital.
vas e contraprovas e formular quesitos, quando se tratar Art. 164. Considerar-se-á revel o indiciado que, regular-
de prova pericial. mente citado, não apresentar defesa no prazo legal.
§ 1o O presidente da comissão poderá denegar pedi- § 1o A revelia será declarada, por termo, nos autos do
dos considerados impertinentes, meramente processo e devolverá o prazo para a defesa.
protelatórios, ou de nenhum interesse para o esclareci- § 2 o Para defender o indiciado revel, a autoridade
mento dos fatos. instauradora do processo designará um servidor como
§ 2o Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a defensor dativo, que deverá ser ocupante de cargo efeti-
comprovação do fato independer de conhecimento es- vo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolari-
pecial de perito. dade igual ou superior ao do indiciado. (Redação dada
Art. 157. As testemunhas serão intimadas a depor me- pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
diante mandado expedido pelo presidente da comissão, Art. 165. Apreciada a defesa, a comissão elaborará re-
devendo a segunda via, com o ciente do interessado, latório minucioso, onde resumirá as peças principais
ser anexado aos autos. dos autos e mencionará as provas em que se baseou
Parágrafo único. Se a testemunha for servidor público, para formar a sua convicção.
a expedição do mandado será imediatamente § 1o O relatório será sempre conclusivo quanto à ino-
comunicada ao chefe da repartição onde serve, com a cência ou à responsabilidade do servidor.
indicação do dia e hora marcados para inquirição. § 2o Reconhecida a responsabilidade do servidor, a co-
Art. 158. O depoimento será prestado oralmente e re- missão indicará o dispositivo legal ou regulamentar
duzido a termo, não sendo lícito à testemunha trazê-lo transgredido, bem como as circunstâncias agravantes
por escrito. ou atenuantes.
§ 1o As testemunhas serão inquiridas separadamente. Art. 166. O processo disciplinar, com o relatório da co-
§ 2o Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que se missão, será remetido à autoridade que determinou a
infirmem, proceder-se-á à acareação entre os depoentes. sua instauração, para julgamento.
Art. 159. Concluída a inquirição das testemunhas, a co-
missão promoverá o interrogatório do acusado, obser- Seção II
vados os procedimentos previstos nos arts. 157 e 158. Do Julgamento
§ 1o No caso de mais de um acusado, cada um deles Art. 167. No prazo de 20 (vinte) dias, contados do recebi-
será ouvido separadamente, e sempre que divergirem mento do processo, a autoridade julgadora proferirá a
em suas declarações sobre fatos ou circunstâncias, será sua decisão.
promovida a acareação entre eles. § 1o Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada
§ 2o O procurador do acusado poderá assistir ao interro- da autoridade instauradora do processo, este será en-
gatório, bem como à inquirição das testemunhas, sen- caminhado à autoridade competente, que decidirá em
do-lhe vedado interferir nas perguntas e respostas, fa- igual prazo.
cultando-se-lhe, porém, reinquiri-las, por intermédio do § 2o Havendo mais de um indiciado e diversidade de
presidente da comissão. sanções, o julgamento caberá à autoridade competente
Art. 160. Quando houver dúvida sobre a sanidade mental para a imposição da pena mais grave.
do acusado, a comissão proporá à autoridade competente § 3o Se a penalidade prevista for a demissão ou cassa-
que ele seja submetido a exame por junta médica oficial, ção de aposentadoria ou disponibilidade, o julgamento
da qual participe pelo menos um médico psiquiatra. caberá às autoridades de que trata o inciso I do art. 141.
Parágrafo único. O incidente de sanidade mental será § 4o Reconhecida pela comissão a inocência do servi-
processado em auto apartado e apenso ao processo dor, a autoridade instauradora do processo determinará
principal, após a expedição do laudo pericial. o seu arquivamento, salvo se flagrantemente contrária à
Art. 161. Tipificada a infração disciplinar, será formula- prova dos autos. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527,
da a indiciação do servidor, com a especificação dos de 10.12.97)
fatos a ele imputados e das respectivas provas. Art. 168. O julgamento acatará o relatório da comissão,
§ 1o O indiciado será citado por mandado expedido pelo salvo quando contrário às provas dos autos.
presidente da comissão para apresentar defesa escri-

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Parágrafo único. Quando o relatório da comissão con- Art. 179. A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias
trariar as provas dos autos, a autoridade julgadora po- para a conclusão dos trabalhos.
derá, motivadamente, agravar a penalidade proposta, Art. 180. Aplicam-se aos trabalhos da comissão revisora,
abrandá-la ou isentar o servidor de responsabilidade. no que couber, as normas e procedimentos próprios da
Art. 169. Verificada a ocorrência de vício insanável, a comissão do processo disciplinar.
autoridade que determinou a instauração do processo Art. 181. O julgamento caberá à autoridade que aplicou
ou outra de hierarquia superior declarará a sua nulida- a penalidade, nos termos do art. 141.
de, total ou parcial, e ordenará, no mesmo ato, a cons- Parágrafo único. O prazo para julgamento será de 20
tituição de outra comissão para instauração de novo (vinte) dias, contados do recebimento do processo, no
processo.(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) curso do qual a autoridade julgadora poderá determinar
§ 1o O julgamento fora do prazo legal não implica nulida- diligências.
de do processo. Art. 182. Julgada procedente a revisão, será declarada
§ 2o A autoridade julgadora que der causa à prescrição sem efeito a penalidade aplicada, restabelecendo-se
de que trata o art. 142, § 2o, será responsabilizada na todos os direitos do servidor, exceto em relação à desti-
forma do Capítulo IV do Título IV. tuição do cargo em comissão, que será convertida em
Art. 170. Extinta a punibilidade pela prescrição, a autori- exoneração.
dade julgadora determinará o registro do fato nos as- Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá
sentamentos individuais do servidor. resultar agravamento de penalidade.
Art. 171. Quando a infração estiver capitulada como cri-
me, o processo disciplinar será remetido ao Ministério Título VI
Público para instauração da ação penal, ficando trasla- Da Seguridade Social do Servidor
dado na repartição. Capítulo I
Art. 172. O servidor que responder a processo discipli- Disposições Gerais
nar só poderá ser exonerado a pedido, ou aposentado Art. 183. A União manterá Plano de Seguridade Social
voluntariamente, após a conclusão do processo e o para o servidor e sua família. (Parágrafo incluído pela
cumprimento da penalidade, acaso aplicada. Lei n. 8.647, de 13 de abril de 1993)
Parágrafo único. Ocorrida a exoneração de que trata o § 1o O servidor ocupante de cargo em comissão que não
parágrafo único, inciso I do art. 34, o ato será convertido seja, simultaneamente, ocupante de cargo ou emprego
em demissão, se for o caso. efetivo na administração pública direta, autárquica e
Art. 173. Serão assegurados transporte e diárias: fundacional não terá direito aos benefícios do Plano de
I - ao servidor convocado para prestar depoimento fora Seguridade Social, com exceção da assistência à saú-
da sede de sua repartição, na condição de testemunha, de. (Redação dada pela Lei n. 10.667, de 14.5.2003)
denunciado ou indiciado; § 2o O servidor afastado ou licenciado do cargo efetivo,
II - aos membros da comissão e ao secretário, quando obri- sem direito à remuneração, inclusive para servir em or-
gados a se deslocarem da sede dos trabalhos para a reali- ganismo oficial internacional do qual o Brasil seja mem-
zação de missão essencial ao esclarecimento dos fatos. bro efetivo ou com o qual coopere, ainda que contribua
para regime de previdência social no exterior, terá
Seção III suspenso o seu vínculo com o regime do Plano de
Seguridade Social do Servidor Público enquanto durar o
Da Revisão do Processo
afastamento ou a licença, não lhes assistindo, neste
Art. 174. O processo disciplinar poderá ser revisto, a
período, os benefícios do mencionado regime de previ-
qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando se
dência. (Incluído pela Lei n. 10.667, de 14.5.2003)
aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de
§ 3o Será assegurada ao servidor licenciado ou afasta-
justificar a inocência do punido ou a inadequação da do sem remuneração a manutenção da vinculação ao
penalidade aplicada. regime do Plano de Seguridade Social do Servidor Pú-
§ 1o Em caso de falecimento, ausência ou desapareci- blico, mediante o recolhimento mensal da respectiva con-
mento do servidor, qualquer pessoa da família poderá tribuição, no mesmo percentual devido pelos servidores
requerer a revisão do processo. em atividade, incidente sobre a remuneração total do
§ 2o No caso de incapacidade mental do servidor, a revi- cargo a que faz jus no exercício de suas atribuições,
são será requerida pelo respectivo curador. computando-se, para esse efeito, inclusive, as vanta-
Art. 175. No processo revisional, o ônus da prova cabe gens pessoais. (Incluído pela Lei n. 10.667, de 14.5.2003)
ao requerente. § 4o O recolhimento de que trata o § 3o deve ser efetuado
Art. 176. A simples alegação de injustiça da penali- até o segundo dia útil após a data do pagamento das
dade não constitui fundamento para a revisão, que remunerações dos servidores públicos, aplicando-se os
requer elementos novos, ainda não apreciados no procedimentos de cobrança e execução dos tributos fe-
processo originário. derais quando não recolhidas na data de vencimento.
Art. 177. O requerimento de revisão do processo será (Incluído pela Lei n. 10.667, de 14.5.2003)
dirigido ao Ministro de Estado ou autoridade equivalen- Art. 184. O Plano de Seguridade Social visa a dar cober-
te, que, se autorizar a revisão, encaminhará o pedido ao tura aos riscos a que estão sujeitos o servidor e sua
dirigente do órgão ou entidade onde se originou o pro- família, e compreende um conjunto de benefícios e ações
cesso disciplinar. que atendam às seguintes finalidades:
Parágrafo único. Deferida a petição, a autoridade com- I - garantir meios de subsistência nos eventos de doen-
petente providenciará a constituição de comissão, na ça, invalidez, velhice, acidente em serviço, inatividade,
forma do art. 149. falecimento e reclusão;
Art. 178. A revisão correrá em apenso ao processo II - proteção à maternidade, à adoção e à paternidade;
originário. III - assistência à saúde.
Parágrafo único. Na petição inicial, o requerente pedirá Parágrafo único. Os benefícios serão concedidos nos
dia e hora para a produção de provas e inquirição das termos e condições definidos em regulamento, obser-
testemunhas que arrolar. vadas as disposições desta Lei.

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Regime Jurídico Único - Lei nº 8.112

Art. 185. Os benefícios do Plano de Seguridade Social Art. 187. A aposentadoria compulsória será automática,
do servidor compreendem: e declarada por ato, com vigência a partir do dia imedia-
I - quanto ao servidor: to àquele em que o servidor atingir a idade-limite de
a) aposentadoria; permanência no serviço ativo.
b) auxílio-natalidade; Art. 188. A aposentadoria voluntária ou por invalidez vi-
c) salário-família; gorará a partir da data da publicação do respectivo ato.
d) licença para tratamento de saúde; § 1o A aposentadoria por invalidez será precedida de li-
e) licença à gestante, à adotante e licença-paternidade; cença para tratamento de saúde, por período não exce-
f) licença por acidente em serviço; dente a 24 (vinte e quatro) meses.
g) assistência à saúde; § 2o Expirado o período de licença e não estando em
h) garantia de condições individuais e ambientais de tra- condições de reassumir o cargo ou de ser readaptado,
balho satisfatórias; o servidor será aposentado.
II - quanto ao dependente: § 3o O lapso de tempo compreendido entre o término da
a) pensão vitalícia e temporária; licença e a publicação do ato da aposentadoria será
b) auxílio-funeral; considerado como de prorrogação da licença.
c) auxílio-reclusão; § 4o Para os fins do disposto no § 1o deste artigo, serão
d) assistência à saúde. consideradas apenas as licenças motivadas pela en-
§ 1 o As aposentadorias e pensões serão concedidas fermidade ensejadora da invalidez ou doenças
e mantidas pelos órgãos ou entidades aos quais se correlacionadas. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
encontram vinculados os servidores, observado o dis- § 5o A critério da Administração, o servidor em licença
posto nos arts. 189 e 224. para tratamento de saúde ou aposentado por invalidez
§ 2o O recebimento indevido de benefícios havidos por poderá ser convocado a qualquer momento, para avali-
fraude, dolo ou má-fé, implicará devolução ao erário do ação das condições que ensejaram o afastamento ou
total auferido, sem prejuízo da ação penal cabível. a aposentadoria. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
Art. 189. O provento da aposentadoria será calculado
Capítulo II com observância do disposto no § 3o do art. 41, e revisto
Dos Benefícios na mesma data e proporção, sempre que se modificar a
Seção I remuneração dos servidores em atividade.
Da Aposentadoria Parágrafo único. São estendidos aos inativos quaisquer
Art. 186. O servidor será aposentado: (Vide art. 40 da benefícios ou vantagens posteriormente concedidas aos
Constituição) servidores em atividade, inclusive quando decorrentes
I - por invalidez permanente, sendo os proventos integrais de transformação ou reclassificação do cargo ou função
quando decorrente de acidente em serviço, moléstia pro- em que se deu a aposentadoria.
fissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, Art. 190. O servidor aposentado com provento proporci-
especificada em lei, e proporcionais nos demais casos; onal ao tempo de serviço se acometido de qualquer
II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com das moléstias especificadas no § 1o do art. 186 desta
proventos proporcionais ao tempo de serviço; Lei e, por esse motivo, for considerado inválido por jun-
III - voluntariamente: ta médica oficial passará a perceber provento integral,
a) aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e calculado com base no fundamento legal de conces-
aos 30 (trinta) se mulher, com proventos integrais; são da aposentadoria. (Redação dada pela Lei nº
b) aos 30 (trinta) anos de efetivo exercício em funções 11.907, de 2009)
de magistério se professor, e 25 (vinte e cinco) se pro- Art. 191. Quando proporcional ao tempo de serviço, o
fessora, com proventos integrais; provento não será inferior a 1/3 (um terço) da remunera-
c) aos 30 (trinta) anos de serviço, se homem, e aos 25 ção da atividade.
(vinte e cinco) se mulher, com proventos proporcionais a Art. 192. (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
esse tempo; Art. 193. (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
d) aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, Art. 194. Ao servidor aposentado será paga a gratifica-
e aos 60 (sessenta) se mulher, com proventos proporci- ção natalina, até o dia vinte do mês de dezembro, em
onais ao tempo de serviço. valor equivalente ao respectivo provento, deduzido o adi-
§ 1o Consideram-se doenças graves, contagiosas ou in- antamento recebido.
curáveis, a que se refere o inciso I deste artigo, tubercu- Art. 195. Ao ex-combatente que tenha efetivamente par-
lose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, ticipado de operações bélicas, durante a Segunda Guerra
neoplasia maligna, cegueira posterior ao ingresso no Mundial, nos termos da Lei n. 5.315, de 12 de setembro
serviço público, hanseníase, cardiopatia grave, doença de 1967, será concedida aposentadoria com provento
de Parkinson, paralisia irreversível e incapacitante, integral, aos 25 (vinte e cinco) anos de serviço efetivo.
espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, esta-
dos avançados do mal de Paget (osteíte deformante), Seção II
Síndrome de Imunodeficiência Adquirida - AIDS, e outras Do Auxílio-Natalidade
que a lei indicar, com base na medicina especializada. Art. 196. O auxílio-natalidade é devido à servidora por
§ 2o Nos casos de exercício de atividades consideradas motivo de nascimento de filho, em quantia equivalente
insalubres ou perigosas, bem como nas hipóteses pre- ao menor vencimento do serviço público, inclusive no
vistas no art. 71, a aposentadoria de que trata o inciso III, caso de natimorto.
“a” e “c”, observará o disposto em lei específica. § 1o Na hipótese de parto múltiplo, o valor será acresci-
§ 3o Na hipótese do inciso I o servidor será submetido à do de 50% (cinqüenta por cento), por nascituro.
junta médica oficial, que atestará a invalidez quando carac- § 2o O auxílio será pago ao cônjuge ou companheiro ser-
terizada a incapacidade para o desempenho das atribui- vidor público, quando a parturiente não for servidora.
ções do cargo ou a impossibilidade de se aplicar o disposto
no art. 24. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

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Regime Jurídico Único - Lei nº 8.112

Seção III lamento. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)


Do Salário-Família Art. 205. O atestado e o laudo da junta médica não se
Art. 197. O salário-família é devido ao servidor ativo ou referirão ao nome ou natureza da doença, salvo quando
ao inativo, por dependente econômico. se tratar de lesões produzidas por acidente em serviço,
Parágrafo único. Consideram-se dependentes econô- doença profissional ou qualquer das doenças
micos para efeito de percepção do salário-família: especificadas no art. 186, § 1o.
I - o cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive os Art. 206. O servidor que apresentar indícios de lesões or-
enteados até 21 (vinte e um) anos de idade ou, se estu- gânicas ou funcionais será submetido a inspeção médica.
dante, até 24 (vinte e quatro) anos ou, se inválido, de Art. 206-A. O servidor será submetido a exames médi-
qualquer idade; cos periódicos, nos termos e condições definidos em
II - o menor de 21 (vinte e um) anos que, mediante auto- regulamento. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
rização judicial, viver na companhia e às expensas do
servidor, ou do inativo; Seção V
III - a mãe e o pai sem economia própria. Da Licença à Gestante, à Adotante
Art. 198. Não se configura a dependência econômica e da Licença-Paternidade
quando o beneficiário do salário-família perceber rendi- Art. 207. Será concedida licença à servidora gestante
mento do trabalho ou de qualquer outra fonte, inclusive por 120 (cento e vinte) dias consecutivos, sem prejuízo
pensão ou provento da aposentadoria, em valor igual ou da remuneração.
superior ao salário-mínimo. § 1o A licença poderá ter início no primeiro dia do nono mês
Art. 199. Quando o pai e mãe forem servidores públicos de gestação, salvo antecipação por prescrição médica.
e viverem em comum, o salário-família será pago a um § 2o No caso de nascimento prematuro, a licença terá
deles; quando separados, será pago a um e outro, de início a partir do parto.
acordo com a distribuição dos dependentes. § 3o No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do
Parágrafo único. Ao pai e à mãe equiparam-se o pa- evento, a servidora será submetida a exame médico, e
drasto, a madrasta e, na falta destes, os representantes se julgada apta, reassumirá o exercício.
legais dos incapazes. § 4o No caso de aborto atestado por médico oficial, a
Art. 200. O salário-família não está sujeito a qualquer servidora terá direito a 30 (trinta) dias de repouso
tributo, nem servirá de base para qualquer contribuição, remunerado.
inclusive para a Previdência Social. Art. 208. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servi-
Art. 201. O afastamento do cargo efetivo, sem remu- dor terá direito à licença-paternidade de 5 (cinco) dias
neração, não acarreta a suspensão do pagamento do consecutivos.
salário-família. Art. 209. Para amamentar o próprio filho, até a idade de
seis meses, a servidora lactante terá direito, durante a
Seção IV jornada de trabalho, a uma hora de descanso, que po-
Da Licença para Tratamento de Saúde derá ser parcelada em dois períodos de meia hora.
Art. 202. Será concedida ao servidor licença para tratamen- Art. 210. À servidora que adotar ou obtiver guarda judicial
to de saúde, a pedido ou de ofício, com base em perícia de criança até 1 (um) ano de idade, serão concedidos
médica, sem prejuízo da remuneração a que fizer jus. 90 (noventa) dias de licença remunerada. (Vide Decreto
Art. 203. A licença de que trata o art. 202 desta Lei será nº 6.691, de 2008)
concedida com base em perícia oficial. (Redação dada Parágrafo único. No caso de adoção ou guarda judicial
pela Lei nº 11.907, de 2009) de criança com mais de 1 (um) ano de idade, o prazo de
§ 1o Sempre que necessário, a inspeção médica será que trata este artigo será de 30 (trinta) dias.
realizada na residência do servidor ou no estabeleci-
mento hospitalar onde se encontrar internado. Seção VI
§ 2o Inexistindo médico no órgão ou entidade no local Da Licença por Acidente em Serviço
onde se encontra ou tenha exercício em caráter perma- Art. 211. Será licenciado, com remuneração integral, o
nente o servidor, e não se configurando as hipóteses servidor acidentado em serviço.
previstas nos parágrafos do art. 230, será aceito atesta- Art. 212. Configura acidente em serviço o dano físico ou
do passado por médico particular. (Redação dada pela mental sofrido pelo servidor, que se relacione, mediata
Lei n. 9.527, de 10.12.97) ou imediatamente, com as atribuições do cargo exercido.
§ 3o No caso do § 2o deste artigo, o atestado somente Parágrafo único. Equipara-se ao acidente em serviço
produzirá efeitos depois de recepcionado pela unidade o dano:
de recursos humanos do órgão ou entidade. (Redação I - decorrente de agressão sofrida e não provocada pelo
dada pela Lei nº 11.907, de 2009) servidor no exercício do cargo;
§ 4o A licença que exceder o prazo de 120 (cento e vinte) II - sofrido no percurso da residência para o trabalho e
dias no período de 12 (doze) meses a contar do primei- vice-versa.
ro dia de afastamento será concedida mediante avalia- Art. 213. O servidor acidentado em serviço que necessi-
ção por junta médica oficial. (Redação dada pela Lei nº te de tratamento especializado poderá ser tratado em
11.907, de 2009) instituição privada, à conta de recursos públicos.
§ 5o A perícia oficial para concessão da licença de que Parágrafo único. O tratamento recomendado por junta
trata o caput deste artigo, bem como nos demais casos médica oficial constitui medida de exceção e somente
de perícia oficial previstos nesta Lei, será efetuada por será admissível quando inexistirem meios e recursos
cirurgiões-dentistas, nas hipóteses em que abranger o adequados em instituição pública.
campo de atuação da odontologia. (Incluído pela Lei nº Art. 214. A prova do acidente será feita no prazo de 10 (dez)
11.907, de 2009) dias, prorrogável quando as circunstâncias o exigirem.
Art. 204. A licença para tratamento de saúde inferior a
15 (quinze) dias, dentro de 1 (um) ano, poderá ser dis-
pensada de perícia oficial, na forma definida em regu-

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Regime Jurídico Único - Lei nº 8.112

Seção VII Art. 221. Será concedida pensão provisória por morte
Da Pensão presumida do servidor, nos seguintes casos:
Art. 215. Por morte do servidor, os dependentes fazem I - declaração de ausência, pela autoridade judiciária
jus a uma pensão mensal de valor correspondente ao competente;
da respectiva remuneração ou provento, a partir da data II - desaparecimento em desabamento, inundação, in-
do óbito, observado o limite estabelecido no art. 42. cêndio ou acidente não caracterizado como em serviço;
Art. 216. As pensões distinguem-se, quanto à natureza, III - desaparecimento no desempenho das atribuições
em vitalícias e temporárias. do cargo ou em missão de segurança.
§ 1o A pensão vitalícia é composta de cota ou cotas per- Parágrafo único. A pensão provisória será transforma-
manentes, que somente se extinguem ou revertem com da em vitalícia ou temporária, conforme o caso, decorri-
a morte de seus beneficiários. dos 5 (cinco) anos de sua vigência, ressalvado o eventu-
§ 2o A pensão temporária é composta de cota ou cotas al reaparecimento do servidor, hipótese em que o bene-
que podem se extinguir ou reverter por motivo de morte, fício será automaticamente cancelado.
cessação de invalidez ou maioridade do beneficiário. Art. 222. Acarreta perda da qualidade de beneficiário:
Art. 217. São beneficiários das pensões: I - o seu falecimento;
I - vitalícia: II - a anulação do casamento, quando a decisão ocorrer
a) o cônjuge; após a concessão da pensão ao cônjuge;
b) a pessoa desquitada, separada judicialmente ou di- III - a cessação de invalidez, em se tratando de
vorciada, com percepção de pensão alimentícia; beneficiário inválido;
c) o companheiro ou companheira designado que com- IV - a maioridade de filho, irmão órfão ou pessoa desig-
prove união estável como entidade familiar; nada, aos 21 (vinte e um) anos de idade;
d) a mãe e o pai que comprovem dependência econô- V - a acumulação de pensão na forma do art. 225;
mica do servidor; VI - a renúncia expressa.
e) a pessoa designada, maior de 60 (sessenta) anos e Parágrafo único. A critério da Administração, o benefi-
a pessoa portadora de deficiência, que vivam sob a de- ciário de pensão temporária motivada por invalidez po-
pendência econômica do servidor; derá ser convocado a qualquer momento para avalia-
II - temporária: ção das condições que ensejaram a concessão do be-
a) os filhos, ou enteados, até 21 (vinte e um) anos de nefício. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
idade, ou, se inválidos, enquanto durar a invalidez; Art. 223. Por morte ou perda da qualidade de beneficiário,
b) o menor sob guarda ou tutela até 21 (vinte e um) anos a respectiva cota reverterá:
de idade; I - da pensão vitalícia para os remanescentes desta pen-
c) o irmão órfão, até 21 (vinte e um) anos, e o inválido, são ou para os titulares da pensão temporária, se não
enquanto durar a invalidez, que comprovem dependên- houver pensionista remanescente da pensão vitalícia;
cia econômica do servidor; II - da pensão temporária para os co-beneficiários ou,
d) a pessoa designada que viva na dependência econô- na falta destes, para o beneficiário da pensão vitalícia.
mica do servidor, até 21 (vinte e um) anos, ou, se inváli- Art. 224. As pensões serão automaticamente
da, enquanto durar a invalidez. atualizadas na mesma data e na mesma proporção dos
§ 1o A concessão de pensão vitalícia aos beneficiários reajustes dos vencimentos dos servidores, aplicando-
de que tratam as alíneas “a” e “c” do inciso I deste artigo se o disposto no parágrafo único do art. 189.
exclui desse direito os demais beneficiários referidos Art. 225. Ressalvado o direito de opção, é vedada a per-
nas alíneas “d” e “e”. cepção cumulativa de mais de duas pensões.
§ 2o A concessão da pensão temporária aos beneficiários
de que tratam as alíneas “a” e “b” do inciso II deste artigo Seção VIII
exclui desse direito os demais beneficiários referidos Do Auxílio-Funeral
nas alíneas “c” e “d”. Art. 226. O auxílio-funeral é devido à família do servidor
Art. 218. A pensão será concedida integralmente ao titu- falecido na atividade ou aposentado, em valor equiva-
lar da pensão vitalícia, exceto se existirem beneficiários lente a um mês da remuneração ou provento.
da pensão temporária. § 1o No caso de acumulação legal de cargos, o auxí-
§ 1o Ocorrendo habilitação de vários titulares à pensão lio será pago somente em razão do cargo de maior
vitalícia, o seu valor será distribuído em partes iguais remuneração.
entre os beneficiários habilitados. § 2o (VETADO).
§ 2o Ocorrendo habilitação às pensões vitalícia e tem- § 3o O auxílio será pago no prazo de 48 (quarenta e oito)
porária, metade do valor caberá ao titular ou titulares da horas, por meio de procedimento sumaríssimo, à pes-
pensão vitalícia, sendo a outra metade rateada em par- soa da família que houver custeado o funeral.
tes iguais, entre os titulares da pensão temporária. Art. 227. Se o funeral for custeado por terceiro, este será
§ 3o Ocorrendo habilitação somente à pensão temporá- indenizado, observado o disposto no artigo anterior.
ria, o valor integral da pensão será rateado, em partes Art. 228. Em caso de falecimento de servidor em servi-
iguais, entre os que se habilitarem. ço fora do local de trabalho, inclusive no exterior, as des-
Art. 219. A pensão poderá ser requerida a qualquer tem- pesas de transporte do corpo correrão à conta de recur-
po, prescrevendo tão-somente as prestações exigíveis sos da União, autarquia ou fundação pública.
há mais de 5 (cinco) anos.
Parágrafo único. Concedida a pensão, qualquer prova Seção IX
posterior ou habilitação tardia que implique exclusão de Do Auxílio-Reclusão
beneficiário ou redução de pensão só produzirá efeitos Art. 229. À família do servidor ativo é devido o auxílio-
a partir da data em que for oferecida. reclusão, nos seguintes valores:
Art. 220. Não faz jus à pensão o beneficiário condenado I - dois terços da remuneração, quando afastado por mo-
pela prática de crime doloso de que tenha resultado a tivo de prisão, em flagrante ou preventiva, determinada
morte do servidor. pela autoridade competente, enquanto perdurar a prisão;

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Regime Jurídico Único - Lei nº 8.112

II - metade da remuneração, durante o afastamento, em III - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)
virtude de condenação, por sentença definitiva, a pena § 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)
que não determine a perda de cargo. § 5 o O valor do ressarcimento fica limitado ao total
§ 1o Nos casos previstos no inciso I deste artigo, o servi- despendido pelo servidor ou pensionista civil com plano
dor terá direito à integralização da remuneração, desde ou seguro privado de assistência à saúde. (Incluído pela
que absolvido. Lei nº 11.302 de 2006)
§ 2o O pagamento do auxílio-reclusão cessará a partir
do dia imediato àquele em que o servidor for posto em Capítulo IV
liberdade, ainda que condicional. Do Custeio
Art. 231. (Revogado pela Lei n. 9.783, de 28.01.99)
Capítulo III
Da Assistência à Saúde Título VII
Art. 230. A assistência à saúde do servidor, ativo ou ina- Capítulo Único
tivo, e de sua família compreende assistência médica, Da Contratação Temporária
hospitalar, odontológica, psicológica e farmacêutica, terá de Excepcional Interesse Público
como diretriz básica o implemento de ações preventivas Art. 232. (Revogado pela Lei n. 8.745, de 9.12.93)
voltadas para a promoção da saúde e será prestada Art. 233. (Revogado pela Lei n. 8.745, de 9.12.93)
pelo Sistema Único de Saúde – SUS, diretamente pelo Art. 234. (Revogado pela Lei n. 8.745, de 9.12.93)
órgão ou entidade ao qual estiver vinculado o servidor, Art. 235. (Revogado pela Lei n. 8.745, de 9.12.93)
ou mediante convênio ou contrato, ou ainda na forma de
auxílio, mediante ressarcimento parcial do valor Título VIII
despendido pelo servidor, ativo ou inativo, e seus depen- Capítulo Único
dentes ou pensionistas com planos ou seguros priva- Das Disposições Gerais
dos de assistência à saúde, na forma estabelecida em Art. 236. O Dia do Servidor Público será comemorado a
regulamento. (Redação dada pela Lei nº 11.302 de 2006). vinte e oito de outubro.
§ 1 o Nas hipóteses previstas nesta Lei em que seja Art. 237. Poderão ser instituídos, no âmbito dos Pode-
exigida perícia, avaliação ou inspeção médica, na au- res Executivo, Legislativo e Judiciário, os seguintes in-
sência de médico ou junta médica oficial, para a sua centivos funcionais, além daqueles já previstos nos res-
realização o órgão ou entidade celebrará, preferencial- pectivos planos de carreira:
mente, convênio com unidades de atendimento do sis- I - prêmios pela apresentação de idéias, inventos ou tra-
tema público de saúde, entidades sem fins lucrativos balhos que favoreçam o aumento de produtividade e a
declaradas de utilidade pública, ou com o Instituto Naci- redução dos custos operacionais;
onal do Seguro Social - INSS. (Parágrafo incluído pela II - concessão de medalhas, diplomas de honra ao mé-
Lei n. 9.527, de 10.12.97) rito, condecoração e elogio.
§ 2o Na impossibilidade, devidamente justificada, da apli- Art. 238. Os prazos previstos nesta Lei serão contados
cação do disposto no parágrafo anterior, o órgão ou enti- em dias corridos, excluindo-se o dia do começo e inclu-
dade promoverá a contratação da prestação de serviços indo-se o do vencimento, ficando prorrogado, para o pri-
por pessoa jurídica, que constituirá junta médica especi- meiro dia útil seguinte, o prazo vencido em dia em que
ficamente para esses fins, indicando os nomes e especi- não haja expediente.
alidades dos seus integrantes, com a comprovação de Art. 239. Por motivo de crença religiosa ou de convicção
suas habilitações e de que não estejam respondendo a filosófica ou política, o servidor não poderá ser privado
processo disciplinar junto à entidade fiscalizadora da pro- de quaisquer dos seus direitos, sofrer discriminação
fissão. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) em sua vida funcional, nem eximir-se do cumprimento
§ 3o Para os fins do disposto no caput deste artigo, fi- de seus deveres.
cam a União e suas entidades autárquicas e Art. 240. Ao servidor público civil é assegurado, nos ter-
fundacionais autorizadas a: (Incluído pela Lei nº 11.302 mos da Constituição Federal, o direito à livre associa-
de 2006) ção sindical e os seguintes direitos, entre outros, dela
I - celebrar convênios exclusivamente para a prestação decorrentes:
de serviços de assistência à saúde para os seus servi- a) de ser representado pelo sindicato, inclusive como
dores ou empregados ativos, aposentados, pensionis- substituto processual;
tas, bem como para seus respectivos grupos familiares b) de inamovibilidade do dirigente sindical, até um ano
definidos, com entidades de autogestão por elas patro- após o final do mandato, exceto se a pedido;
c) de descontar em folha, sem ônus para a entidade sin-
cinadas por meio de instrumentos jurídicos efetivamen-
dical a que for filiado, o valor das mensalidades e contri-
te celebrados e publicados até 12 de fevereiro de 2006 e
buições definidas em assembléia geral da categoria.
que possuam autorização de funcionamento do órgão
d) (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
regulador, sendo certo que os convênios celebrados
e) (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
depois dessa data somente poderão sê-lo na forma da Art. 241. Consideram-se da família do servidor, além do
regulamentação específica sobre patrocínio de cônjuge e filhos, quaisquer pessoas que vivam às suas
autogestões, a ser publicada pelo mesmo órgão regu- expensas e constem do seu assentamento individual.
lador, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias da vigência Parágrafo único. Equipara-se ao cônjuge a companhei-
desta Lei, normas essas também aplicáveis aos convê- ra ou companheiro, que comprove união estável como
nios existentes até 12 de fevereiro de 2006; (Incluído entidade familiar.
pela Lei nº 11.302 de 2006) Art. 242. Para os fins desta Lei, considera-se sede o
II - contratar, mediante licitação, na forma da Lei no 8.666, município onde a repartição estiver instalada e onde o
de 21 de junho de 1993, operadoras de planos e segu- servidor tiver exercício, em caráter permanente.
ros privados de assistência à saúde que possuam au-
torização de funcionamento do órgão regulador; (Incluí-
do pela Lei nº 11.302 de 2006)

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Regime Jurídico Único - Lei nº 8.112

Título IX Art. 249. Até a edição da lei prevista no § 1o do art. 231,


Capítulo Único os servidores abrangidos por esta Lei contribuirão na
Das Disposições Transitórias e Finais forma e nos percentuais atualmente estabelecidos para
Art. 243. Ficam submetidos ao regime jurídico instituí- o servidor civil da União conforme regulamento próprio.
do por esta Lei, na qualidade de servidores públicos, os Art. 250. O servidor que já tiver satisfeito ou vier a satis-
servidores dos Poderes da União, dos ex-Territórios, das fazer, dentro de 1 (um) ano, as condições necessárias
autarquias, inclusive as em regime especial, e das fun- para a aposentadoria nos termos do inciso II do art. 184
dações públicas, regidos pela Lei n. 1.711, de 28 de do antigo Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da
outubro de 1952 -Estatuto dos Funcionários Públicos União, Lei n. 1.711, de 28 de outubro de 1952, aposen-
Civis da União, ou pela Consolidação das Leis do Tra- tar-se-á com a vantagem prevista naquele dispositivo.
balho, aprovada pelo Decreto-Lei n. 5.452, de 1o de maio (Artigo vetado e mantido pelo Congresso Nacional pro-
de 1943, exceto os contratados por prazo determinado, mulgado no D.O.U. de 19.4.91)
cujos contratos não poderão ser prorrogados após o Art. 251. (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
vencimento do prazo de prorrogação. Art. 252. Esta Lei entra em vigor na data de sua publica-
§ 1o Os empregos ocupados pelos servidores incluídos ção, com efeitos financeiros a partir do primeiro dia do
no regime instituído por esta Lei ficam transformados mês subseqüente.
em cargos, na data de sua publicação. Art. 253. Ficam revogadas a Lei n. 1.711, de 28 de outu-
§ 2o As funções de confiança exercidas por pessoas não bro de 1952, e respectiva legislação complementar, bem
integrantes de tabela permanente do órgão ou entidade como as demais disposições em contrário.
onde têm exercício ficam transformadas em cargos em
comissão, e mantidas enquanto não for implantado o pla- Brasília, 11 de dezembro de 1990;
no de cargos dos órgãos ou entidades na forma da lei. 169o da Independência e 102o da República.
§ 3o As Funções de Assessoramento Superior - FAS,
exercidas por servidor integrante de quadro ou tabela de FERNANDO COLLOR
pessoal, ficam extintas na data da vigência desta Lei.
§ 4o (VETADO).
§ 5 o O regime jurídico desta Lei é extensivo aos
serventuários da Justiça, remunerados com recursos
da União, no que couber.
§ 6o Os empregos dos servidores estrangeiros com es-
tabilidade no serviço público, enquanto não adquirirem
a nacionalidade brasileira, passarão a integrar tabela
em extinção, do respectivo órgão ou entidade, sem pre-
juízo dos direitos inerentes aos planos de carreira aos
quais se encontrem vinculados os empregos.
§ 7o Os servidores públicos de que trata o caput deste arti-
go, não amparados pelo art. 19 do Ato das Disposições Cons-
titucionais Transitórias, poderão, no interesse da Adminis-
tração e conforme critérios estabelecidos em regulamento,
ser exonerados mediante indenização de um mês de remu-
neração por ano de efetivo exercício no serviço público fede-
ral. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
§ 8o Para fins de incidência do imposto de renda na fon-
te e na declaração de rendimentos, serão considerados
como indenizações isentas os pagamentos efetuados
a título de indenização prevista no parágrafo anterior. (Pa-
rágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
§ 9o Os cargos vagos em decorrência da aplicação do
disposto no § 7o poderão ser extintos pelo Poder Execu-
tivo quando considerados desnecessários. (Parágrafo
incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
Art. 244. Os adicionais por tempo de serviço, já conce-
didos aos servidores abrangidos por esta Lei, ficam
transformados em anuênio.
Art. 245. A licença especial disciplinada pelo art. 116 da
Lei n. 1.711, de 1952, ou por outro diploma legal, fica
transformada em licença-prêmio por assiduidade, na
forma prevista nos arts. 87 a 90.
Art. 246. (VETADO).
Art. 247. Para efeito do disposto no Título VI desta Lei,
haverá ajuste de contas com a Previdência Social, cor-
respondente ao período de contribuição por parte dos
servidores celetistas abrangidos pelo art. 243. (Reda-
ção dada pela Lei n. 8.162, de 8.1.91)
Art. 248. As pensões estatutárias, concedidas até a vi-
gência desta Lei, passam a ser mantidas pelo órgão ou
entidade de origem do servidor.

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Previdência – Conjuntura e Estrutura

Previdência

297 Previdência – Conjuntura e Estrutura

Degrau Cultural 295

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Previdência – Conjuntura e Estrutura

296 Degrau Cultural

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Previdência – Conjuntura e Estrutura

PREVIDÊNCIA – CONJUNTURA E ESTRUTURA


AS PERSPECTIVAS ATUAIS DA ECONOMIA cação, em 1942 na Inglaterra, do Relatório Benveridge[6]
MUNDIAL – INDICADORES SÓCIO-ECONÔMICOS um plano de governo britânico segundo o qual - depois
DE DESENVOLVIMENTO DAS NAÇÕES. de obtida a vitória na segunda grande guerra - a política
econômica britânica deveria se orientar no sentido de
NEOLIBERALISMO promover uma ampla distribuição de renda, que seria
baseada no tripé da Lei da Educação, a Lei do Seguro
Neoliberalismo é um termo que foi usado em duas épo- Nacional e a Lei do Serviço Nacional de Saúde (associ-
cas diferentes com dois significados semelhantes, adas aos nomes de Butler, Beveridge e Bevan).[6] A defe-
porém distintos: sa desse programa tornou-se a bandeira com a qual o
• na primeira metade do século XX significou a dou- Partido Trabalhista inglês venceu as eleições de 1945,
trina proposta por economistas franceses, alemães colocando em prática os princípios do estado de bem-
e norte-americanos voltada para a adaptação dos estar social.[6]
princípios do liberalismo clássico às exigências de Para Friedrich August von Hayek, esse programa leva
um Estado regulador e assistencialista; “a civilização ao colapso”. Num de seus livros mais fa-
• a partir da década de 1970, passou a significar a mosos O Caminho da Servidão (1944), Hayek expôs
doutrina econômica que defende a absoluta liber- os princípios básicos de sua teoria, segundo a qual o
dade de mercado e uma restrição à intervenção crescente controle do estado é o caminho que leva à
estatal sobre a economia, só devendo esta ocor- completa perda da liberdade, e indicava que os traba-
rer em setores imprescindíveis e ainda assim num lhistas, em continuando no poder, levariam a Grã-Bre-
grau mínimo (minarquia). É nesse segundo senti- tanha ao mesmo caminho dirigista que os nazistas
do que o termo é mais usado hoje em dia.[1] haviam imposto à Alemanha.[6] Essas posições de von
• a partir da década de 1950 o ordoliberalismo tor- Hayek não são baseadas exclusivamente em leis eco-
nou-se a variante alemã do neoliberalismo. nômicas ou na ciência pura da economia, mas incorpo-
ram, em sua argumentação, um grande componente
Origem político-ideológico. Isso explica por que o economista
Quando se afirma a existência de governos ‘neolibe- socialista Gunnar Myrdal, o teórico inspirador do Esta-
rais’, a utilização do prefixo ‘neo’ não se refere a uma do do bem-estar social sueco, ironicamente, dividiu o
nova corrente do Liberalismo, mas à aplicação de al- Prêmio de Ciências Econômicas (Prêmio Nobel), em
guns dos preceitos liberais consagrados e em um cer- 1974, com seu maior rival ideológico, von Hayek, o gran-
to contexto histórico (qual seja, o contemporâneo) di- de evangelista do fundamentalismo de livre mercado.
verso daquele no qual foram formulados (no do século Essa discussão, que se iniciou no campo da teoria
XVII, na Inglaterra, através de John Locke) . A denomina- econômica, transbordou - na Inglaterra - para o campo
ção ‘neoliberal’ assemelha-se ao termo ‘neoclássico’ da discussão politico-partidária e serviu de mote à cam-
na História da Arte. panha que elegeu Winston Churchill, pelo Partido Con-
As origens do que hoje se chama neoliberalismo nos servador, o qual chegou a dizer que “os trabalhistas
remetem à Escola Austríaca [2] , nos finais do século eram iguais aos nazistas”.[6]
XIX, com o Prêmio de Ciências Econômicas Friedrich Uma outra vertente do liberalismo surgiu nos Estados
von Hayek [3], considerado o propositor da sua base Unidos da América e concentrou-se na chamada
filosófica e econômica, e Ludwig von Mises[4]. Escola de Chicago, defendida por outro laureado com
A Escola Austríaca [2] adotava a Lei de Say e a teoria o Prêmio de Ciências Econômicas, o professor Milton
marginalista, que veio a ser contestada, mais tarde, por Friedman.
Keynes, quando este formulou, na década de 1930, sua Milton Friedman criticou as políticas econômicas inau-
política Keynesiana e defendeu as políticas econômi- guradas por Roosevelt com o New Deal, que respalda-
cas com vistas à construção de um estado de bem- ram, na década de 1930, a intervenção do Estado na
estar social - hoje em dia também chamado, por al- Economia com o objetivo de tentar reverter uma de-
guns, de Estado Escandinavo - por ter sido esse cami- pressão e uma crise social que ficou conhecida como
nho o adotado pelos países escandinavos (ou países a crise de 1929. Essas políticas, adotadas quase si-
nórdicos) tais como a Suécia, a Dinamarca e a Norue- multaneamente por Roosevelt nos Estados Unidos e
ga e a Finlandia.[5] por Hjalmar Horace Greeley Schacht [7] [8] na Alemanha
Mais recentemente, o liberalismo ressurgiu, em 1947, nazista foram, 3 anos mais tarde, defendidas por Key-
do célebre encontro entre um grupo de intelectuais li- nes que lhe deu seu aracabouço teórico em sua obra
berais e conservadores realizado em Monte Pèlerin, na clássica General theory of employment, interest and
Suíça, onde foi fundada uma sociedade de ativistas em money (1936)[9], cuja publicação marcou o início do key-
oposição às políticas do estado de bem-estar social, nesianismo. Ao fenômeno de ressurgência dos princí-
por eles consideradas “coletivistas” e, em última análi- pios liberais do início do século XX, muitos chamam de
se, “cerceadoras das liberdades individuais” [4] A Mont neoliberalismo .
Pèlerin Society dedica-se a difundir e propagar as idéi- Friedman, assim como vários outros economistas de-
as conservadoras e liberais da Escola Austríaca e a fensores do fundamentalismo de livre mercado, como
combater ideologicamente todos os que delas diver- Hayek e Mises, argumentaram que a política do New
gem. Com esse objetivo promove conferências, publi- Deal, do Presidente Franklin Delano Roosevelt, ao in-
ca livros, mantém sites na internet e conta para isso, vés de recuperar a economia e o bem estar da socieda-
em seus quadros, com vários economistas com treina- de, teria prolongado a depressão econômica e social.
mento acadêmico, como Jesús Huerta de Soto [2], seu Principalmente, segundo Friedman, por ter redirecio-
vice-presidente e professor da Universidade de Madrid nado os recursos escassos da época para investimen-
Essas idéias atraíram mais adeptos depois da publi- tos não viáveis economicamente, ou seja, que, segun

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Previdência – Conjuntura e Estrutura

do Friedman, os desperdiçavam, o que teria diminuído, de 1970, causada por dois choques sucessivos nos
em conseqüencia, a eficiência, a produtividade e a ri- preços mundiais do petróleo - o que acabou por tornar
queza da sociedade. Em resumo, segundo Friedman, evidente que seria impossível sustentar a conversibili-
os investimentos não estariam sendo mais realizados dade do dólar em ouro (e provocou o colapso do acordo
tomando como parâmetro principal a eficiência econô- de Bretton Woods) - e pelo endividamento excessivo a
mica, mas, ao contrário, a eficiência política; os recur- que se submeteram os países subdesenvolvidos em
sos destinavam-se aos setores mais influentes politi- seu afã de tentar superar a crise petrolífera. Taxas de
camente, que traziam maior popularidade ao governan- lucratividade continuamente decrescentes e um mer-
te, independentemente de seu valor produtivo para a cado de ações moribundo nos Estados Unidos, asso-
sociedade, alegava ele. ciados a uma alta contínua da inflação nos países de-
Friedman era contra qualquer regulamentação que ini- senvolvidos ( “estagflação” ) levou ao surgimento de
bisse a ação das empresas, como, por exemplo, o sa- um forte movimento, no sentido de reduzir o poder re-
lário mínimo que, segundo as teorias que defendia, gulatório dos Estados nacionais na economia. A “mão
além de não conseguir aumentar o valor real da renda, invisível” [12] mencionada por Adam Smith substituiria
excluiria a mão-de-obra pouco qualificada do mercado (com vantagem, segundo os neoliberais) os controles
de trabalho. Opunha-se, consequentemente, ao salá- governamentais até então existentes e as restrições ao
rio mínimo e a qualquer tipo de piso salarial fixado pe- livre fluxo de mercadorias, criando assim uma econo-
las categorias sindicais ou outro órgão de interesse mia globalmente liberalizada. A esse projeto econômi-
social, pois estes pisos, conforme ele argumentava, co-político, que foi liderado pelos países desenvolvi-
distorceriam os custos de produção, e causariam o dos, especialmente pelos Estados Unidos e Grã-Bre-
aumento do desemprego, baixando a produção e a ri- tanha, chamou-se de neoliberalismo globalizante.
queza e, consequentemente, aumentando a pobreza A mudança do sistema intervencionista “keynesiano”-
da sociedade. Friedman defendeu a teoria econômica ”desenvolvimentista”, que vigia anteriormente na maior
que ficou conhecida como “monetarista” ou da “escola parte do mundo capitalista, para esse “novo sistema”
de Chicago” [6] neoliberal não era inevitável; ao contrário, a globaliza-
ção neoliberal foi um processo escolhido pelas elites
Queda do liberalismo clássico político-econômicas mundiais, especialmente as dos
O declínio do liberalismo clássico remonta ao final do Estados Unidos e Grã-Bretanha, por estas acreditarem
século XIX quando começou a declinar lentamente. Com que esse processo melhor atenderia a seus interes-
a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929, e ses econômicos do momento turbulento que atraves-
a subsequente Grande Depressão, a queda foi vertigi- sam (Crotty 2002). [13] Os defensores da globalização
nosa. A partir daí, caiu em descrédito, ao passo que neoliberal usaram em seu discurso “globalista-libera-
ganharam força teorias de intervenção do Estado na lizante” a teoria econômica “neoclássica”, que reza que,
economia, notadamente as idéias de Keynes, aplica- em não havendo intervenção econômica governamen-
das, quase simultaneamente, pelo plano do New Deal tal excessiva, tanto as economias nacionais quanto a
do presidente norte-americano Franklin Roosevelt e economia mundial operará de forma eficiente, confor-
pelo governo Nacional Socialista da Alemanha de Hi- me os modelos dos mercados “perfeitamente compe-
tler, onde seu ministro da economia Horace Greely Hjal- titivos” constantes dos livros-texto escolares de econo-
mar Schacht [7] (1934–37), nesses três anos, enquanto mia. [14]
o resto do mundo se afundava ainda mais na reces- Assim o liberalismo econômico gradativamente voltou à
são, conseguiu acabar com o desemprego na Alema- pauta, com a alcunha de neoliberalismo. Após alguns
nha Nazista, sem provocar inflação, adotando um défi- anos de experiências e diagnósticos, iniciadas pelos
cit orçamentário que chegou a atingir 5% do PIB ale- Chicago Boys no Chile de Pinochet, o neoliberalismo sur-
mão. Estas políticas já tinham sido incorporadas à le- ge com força e toma sua presente forma no final da déca-
gislação alemã no final de 1932 pelo governo de Kurt da de 1970 com o “Thatcherismo” e o “Reaganismo”.
von Schleicher [10] e tiveram influência nas políticas do Os neoliberais, liderados por economistas adeptos do
New Deal de Roosevelt. Em 1936 Keynes publicou sua laissez-faire e do fundamentalismo de livre mercado,
obra magna The General Theory of Employment, Inte- como Milton Friedman, denunciaram a inflação como
rest and Money [11] que veio a dar o suporte teórico a sendo o resultado do aumento da oferta de moeda pe-
esse tipo de intervenção governamental na economia, los bancos centrais. Responsabilizaram os impostos
a qual já vinha sendo adotada, intuitivamente, uns pou- “elevados” e os tributos “excessivos”, juntamente com
cos anos antes da publicação do livro de Keynes. a regulamentação das atividades econômicas, como
Em 1944, os países ricos criaram os acordos de Bret- sendo os culpados pela queda da produção e do au-
ton Woods e estabeleceram regras intervencionistas mento da inflação.[6]
para a economia mundial. Entre outras medidas, sur- A solução que propunham para a crise seria a redução
giu o FMI. Com a adoção das metas dos acordos de gradativa do poder do Estado, com a diminuição gene-
Bretton Woods e a adoção de políticas keynesianas, ralizada de tributos, a privatização [15] das empresas
os 30 anos seguintes foram de rápido crescimento nos estatais e redução do poder do Estado de fixar ou “auto-
países europeus e no Japão, que viveram sua Era de rizar” preços.
Ouro. A Europa renascia, devido ao financiamento con- Diminuindo ou neutralizando a força dos sindicatos,
seguido por meio do Plano Marshall, e o Japão teve o haveria novas perspectivas de emprego e investimen-
período de maior progresso de sua história. O período to, o que (segundo ensinara Say), deveria atrair os
de pós-guerra, até o início da década de 1960 foram os capitalistas de volta ao mercado e reduzir o desem-
“anos dourados” da economias capitalistas. prego. Seguindo a Lei de Say (em termos muito sim-
plificados: a oferta cria sua própria demanda), parti-
Neoliberalismo em prática am da idéia de que a economia mundial voltaria a se
A instabilidade econômica começa a se manifestar no equilibrar tão logo os governos deixassem de nela
fim da década de 1960 e irrompe com força na década interferir.

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Previdência – Conjuntura e Estrutura

O primeiro governo democrático a se inspirar em tais era Friedman que estava errado, diziam eles. Seu erro
princípios foi o de Margaret Thatcher na Inglaterra, a residia em utilizar dados do PNB que omitiam os gas-
partir de 1980 (no que foi precedida apenas por Pino- tos intermediários entre os vários estágios da produ-
chet e seus Chicago Boys, no Chile, no início da déca- ção (nos modelos matemáticos de Friedman a produ-
da de 1970). ção e o consumo eram instantâneos, por definição).
Persuadindo o Parlamento Britânico da eficácia dos ide- Em outras palavras, a postura de Friedman desconsi-
ais neoliberais, fez aprovar leis que revogavam muitos derava, em sua análise, um dos mais importantes ele-
privilégios até então concedidos aos sindicatos, privati- mentos do ciclo de produção, conforme demonstrou a
zou empresas estatais, além de estabilizar a moeda. escola austríaca [21].
Tal foi o entusiasmo de Thatcher pelo discurso do neo- Estudos mais recentes no campo da teoria econômica
liberalismo então em voga que seu governo acabou tendem a desautorizar as posições até então defendi-
por criar uma tributação regressiva, também chamada das por Friedman:
de Poll tax ou imposto comunitário.
A população britânica se opôs vigorosamente à implan- Uma vez que foi introduzido o conceito de informa-
tação desse imposto, que acabou se tornando a princi- ção imperfeita e incompleta, os defensores de livre
pal razão da queda de Margaret Thatcher como Primei- mercado da Escola de Chicago não podem mais
ra-Ministra e sua substituição por John Major. sustentar suas teorias da Eficiência de Pareto no
O governo conservador de Thatcher serviu de modelo mundo real. Desta maneira, a utilização, por Sti-
para muitos dos governos neoliberais do período pós- glitz, das hipóteses de equilíbrio de expectativas
anos 1980. inclusive para o “Reaganismo”. racionais para obter uma compreensão mais rea-
O professor James Tobin foi um forte crítico do “reaga- lista do capitalismo do que a comunmente obtida
nismo” e do monetarismo, adotados no governo Rea- pelos os teóricos tradicionais das expectativas raci-
gan, prevendo que essas políticas: “redistribuiriam a onais conduz, paradoxalmente, à conclusão que o
riqueza, o poder e a oportunidade para os que já eram capitalismo se desvia do modelo de tal maneira que
ricos e poderosos, e para seus herdeiros” [16]. justificaria a intervenção estatal — socialismo —
Exitem, dentre muitas, duas correntes principais na li- como remédio.[20]
teratura econômica: uma, a walrasiana, parte da hipó-
tese de que os mercados são sempre “eficientes” (ex- A teoria econômica têm, em vários casos específicos,
ceto em alguns casos muito específicos) e a outra afir- demonstrado que a mão invisível não funciona: “Socie-
ma o contrário, ou seja, que apenas em circunstâncias dades não devem contar com as forças do mercado
“excepcionais” os mercados seriam “eficientes”. O teo- para proteger o ambiente ou fornecer um sistema de
rema de Greenwald-Stiglitz (1986) [17] recentemente saúde de qualidade para todos os cidadãos, afirmou
demonstrou que “sempre que os mercados são incom- nesta segunda-feira um dos três vencedores do Prêmio
pletos e/ou a informação é imperfeita (o que ocorre em Nobel de Economia de 2007, Eric Maskin. (...)Os mer-
virtualmente todas as economias do mundo) a aloca- cados trabalham aceitavelmente com bens chamados
ção, mesmo em mercado competitivos, não é necessa- por economistas de bens privados, como carros e ou-
riamente “Pareto-otimizada” [17]. Uma possível interpre- tros objetos duráveis (...)há muitos outros tipos de bens,
tação desse estudo é que o campo de atuação para as frequentemente importantes, que não são bem forneci-
intervenções governamentais é muito mais amplo do dos pelo mercado. Frequentemente, são encabeçados
que era aceito pelos que acreditavam que a interven- por bens públicos (...)[22] [23] [24]
ção governamental na economia só deveria ser utiliza-
da em casos evidentes de “falhas dos mercados”. [18] Críticas à doutrina neoliberal
Dessa forma, existiriam esquemas possíveis de inter- O neoliberalismo pode ser visto como uma retomada,
venção governamental para induzir a um resultado que a partir dos anos 1970, do liberalismo clássico que
provoque uma “eficiência de Pareto” superior à obtida havia sido deixado de lado no mundo e outras formas
pelo livre-mercado, o que beneficiaria a todos os mem- de intervencionismo econômico. Muitos dos defenso-
bros de uma sociedade. [17] Em 1986 o teorema de Sa- res de tal doutrina rejeitam o termo neoliberal, e prefe-
ppington-Stiglitz “demonstrou que um governo ‘ideal’ rem simplesmente o termo liberal, pois pretendem se-
poderia atingir um maior nível de eficiência adminis- guir o liberalismo clássico. [6]
trando diretamente uma empresa estatal do que priva- Na visão neoliberal bastaria estancar o déficit público,
tizando-a.” [19] (Stiglitz 1994, 179) [20]. e colocar a inflação sob controle, para que o capitalis-
mo, esse animal adormecido, despertasse por sua pró-
Críticas e controvérsias pria conta, e a mão invisível iniciasse um espetáculo de
crescimento. Entretanto, na história da economia mun-
Opositores à doutrina de Friedman
dial, apenas dois países experimentaram este tipo de
Por outro lado vários outros economistas, tais como
espetáculo: a Inglaterra da Revolução Industrial e, no
Gunnar Myrdal, Prêmio de Ciência Econômicas (1974),
século XX, os Estados Unidos. Todos os outros países
e o professor James Tobin da Universidade de Yale,
do mundo que se desenvolveram adotaram mecanis-
Prêmio de Ciência Econômicas (1981), faziam severas
mos derivados de composições e articulações entre
críticas à ideologia e às teorias econômicas defendi-
classes capitalistas locais e internacionais, com a pre-
das por Friedman, como o monetarismo, e o “funda-
sença e intervenção do Estado, como ocorreu casos
mentalismo de livre mercado” defendiam a intervenção
japonês, alemão e coreano. Na política econômica bra-
governamental nas economias nacionais.[16]
sileira atualmente adotada (2007), o superávit fiscal
Alegam os críticos do monetarismo e das teorias eco-
toma entre 8% e 10% do PIB das mãos das empresas
nômicas defendidas pela escola de Chicago que Frie-
produtivas, e das pessoas consumidoras, e os transfe-
dman considerava que as teorias do ciclo econômico
re para os possuidores de títulos da dívida pública; o
da escola austríaca não teriam passado pelo teste es-
fato é que a riqueza das pessoas físicas e jurídicas
tatístico, e seriam portanto, falsas. Mas na realidade
está aplicada em títulos públicos. Nós subtraímos da

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Previdência – Conjuntura e Estrutura

economia a demanda que impulsionaria o crescimen- eficientes na área comercial, esquemas regulatórios e
to e os que recebem o pagamento de juros, que são procedimentos de votação. O Brasil já se beneficiou na
pagos com os impostos que todos clamam ser altos prática com esses estudos. Na recente licitação para a
demais, continuam fazendo aplicações financeiras - concessão de rodovias federais, em que foi adotado o
muitas delas isentas de imposto de renda - porque não procedimento de decisão social na elaboração do edi-
têm interesse em fazer investimentos de risco. tal de concessão, as empresas que se saíram vitorio-
Os opositores dos neoliberais questionam suas pre- sas na licitação ofereceram-se para administrar as
missas, que consideram simplistas. Uma crítica posta estradas por um pedágio médio de R$ 0,02 por quilo-
é que os princípios liberais seriam válidos quando uma metro, o que representa um custo médio seis vezes
transação envolve duas (e só duas) partes - cada um inferior ao custo médio cobrado no pedágio das rodovi-
decidindo o que é melhor para si - mas que não se as Anhanguera/Imigrantes, que foram privatizadas na
sustentaria quando, em virtude de uma transação rea- década anterior, quando ainda prevaleciam os critérios
lizada entre duas partes, um terceiro, que dela não par- neoliberais de fundamentalismo de livre mercado. O
ticipou, é prejudicado (ou beneficiado). Esse fenomeno emprego desses novos critérios licitatórios, que usa-
é chamado, em Economia, de externalidade [22]. Os li- ram a teoria do desenho de mecanismos, resultaram
berais apontam que o professor Ronald Coase ganhou numa Eficiência de Pareto muito superior à obtida ape-
o Prêmio Nobel de Economia de 1991 com seu traba- nas pelo critério simplista, adotado anteriormente, de
lho que descreve como o livre mercado pode ser utiliza- livre mercado absoluto. A economia obtida pela adoção
do para tratar alguns casos de externalidades. Com dessa moderna tecnologia se refletirá em ganhos de
base nas idéias de Coase foi instituído o Tratado de competitividade para toda a economia brasileira. [26]
Kyoto e seu sistema de comercialização de Créditos de Em outro exemplo de simplificação da realidade que
Carbono, sob os auspícios da ONU, com isso reduzin- consideram excessiva, opositores discutem a decisão
do globalmente a poluição e a emissão de gases cau- de um jovem sobre contribuir ou não, desde o início de
sadores do efeito estufa. Entretanto, segundo Eric sua carreira, para sua seguridade social. Na doutrina
Maskin, um dos três vencedores do Prêmio Nobel de liberal, a opção de decidir se poupa ou não para a apo-
Economia de 2007, “Sociedades não devem contar com sentadoria futura caberia ao próprio indivíduo. Os críti-
as forças do mercado para proteger o ambiente ou for- cos dessa visão argumentam que antes do jovem po-
necer um sistema de saúde de qualidade para todos os der decidir ele precisa ter um emprego com salário que
cidadãos (...) O mercado não funciona muito bem quan- possa em alguma medida poupar, e que em muitos
do se trata de bens públicos”, disse Maskin [22]. Pesqui- casos esse emprego não existe, ou o salário não é
sas mais atualizadas no campo da teoria econômica, suficiente para poupar.
como as de Stiglitz, já deixaram claro que a mão invisí- A aplicação de preceitos liberais foi contestada no sé-
vel, que asseguraria que os recursos fossem alocados culo XIX por Friedrich List [27], que defendia para seu
com a Eficiência de Pareto no sistema produtivo só fun- país (Prússia) exatamente o oposto do que pregavam
ciona em determinadas condições ideais. Como a com- os liberais de então, alegando que tais políticas só se-
petição nunca é totalmente livre, a relação de oferta e riam benéficas para nações já adiantadas, o que não
demanda gera efeitos sociais que não são resolvidos era o caso da Prússia de meados do século XIX.
naturalmente pela dinâmica da economia de mercado. Friedrich List achava que não caberia ao Estado assis-
Os economistas norte-americanos Leonid Hurwicz, Eric tir passivamente ao desenrolar do livre-comércio, sen-
Maskin e Roger Myerson ganharam em 2007 o Prêmio do necessário que o poder público, em nome da pro-
Nobel de Economia por criarem as bases de uma teo- moção do desenvolvimento e do bem-estar de toda a
ria que determina quando os mercados estão funcio- nação, interferisse ativamente nos assuntos relaciona-
nando de forma eficaz. “A clássica metáfora de Adam dos ao comércio exterior, à construção de uma infra-
Smith sobre a mão invisível refere-se a como o merca- estrutura local de produção e ao fomento à industriali-
do, sob condições ideais, garante uma alocação efici- zação. [27]
ente de recursos escassos. Mas, na prática, as condi- O professor de Yale James Tobin, Prêmio de Ciências
ções normalmente não são ideais. Por exemplo, a com- Econômicas em 1981 foi um severo crítico do moneta-
petição não é completamente livre, os consumidores rismo do economista liberal Milton Friedman, Prêmio
não são perfeitamente informados e a produção e o de Ciências Econômicas em 1965. Tobin defendia, ao
consumo desejáveis privadamente podem gerar cus- contrário de Friedman, a intervenção governamental nas
tos e benefícios sociais”, explicou a nota da Real Acade- economias nacionais [16]. Apesar disso Tobin se decla-
mia Sueca de Ciências [25] Importante ressaltar aqui que rava a favor da globalização e do livre mercado como a
esse trabalho de Leonid Hurwicz, Eric Maskin e Roger melhor maneira de aumentar a prosperidade nos paí-
Myerson não se choca com as ideias anteriores de ses em desenvolvimento[16].
Ronald Coase, completa-as. Dá as bases teóricas para
que se projete um mecanismo de regulamentação go- Movimentos antineoliberalismo
vernamental que permita ao mercado funcionar com Como contraponto ao ressurgimento do liberalismo,
eficiência em relação a bens públicos. tanto em países ricos quanto em desenvolvimento, sur-
Leonid Hurwicz, Eric S. Maskin e Roger B. Myerson fin- giram movimentos antiliberalismo, que por vezes se
caram “as bases da teoria do desenho de mecanis- confundem com movimentos antiglobalização.
mos” nos mercados [23] [24]. Esta moderna teoria econô- Na América Latina, a ascensão ao poder de políticos
mica estuda a elaboração do procedimento de decisão populares, rotulados por seus opositores de “populis-
social em situações em que os agentes econômicos tas”, tais como Néstor Kirchner (Argentina) e Evo Mora-
têm informação privada e a utilizam de forma estratégi- les (Bolívia), e mais recentemente, Michelle Bachelet,
ca. O primeiro a formalizar esta teoria foi Hurwicz, nas- (Chile), a volta de Daniel Ortega (Nicarágua), a vitória de
cido em 1917 em Moscou e que se mudou para os Rafael Correa (Equador), a ampla vitória de Hugo Chá-
Estados Unidos na década de 1940. Os trabalhos dos vez (Venezuela), a reeleição de Lula (Brasil) [28], com
três americanos ajudaram a identificar mecanismos 60,83%% dos votos [29], e até mesmo a vitória do Partido

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Previdência – Conjuntura e Estrutura

Democrata na Congresso dos EUA, que renovam o dis- do que a renda dos que estavam no decil inferior; a
curso nacional-desenvolvimentista de meados do sé- desigualdade cresceu em um terço [41] Refletindo isso,
culo XX, agora readaptado para os dias atuais com a o Coeficiente de Gini da Grã-Bretanha deteriorou-se
denominação de “novo desenvolvimentismo” [30], é vista substancial e continuamente durante todo o governo
por alguns analistas como sendo indicativa de um es- Thatcher, passando de 0,25 em 1979 para 0,34 em
gotamento do “modelo neoliberal” [31]. O presidente Lula, 1990. Esta siginificativa piora no Coeficiente de Gini
em discurso proferido dia 6 de dezembro de 2007 em não pôde ainda ser corrigida pelos governos que a su-
Belém, abordou esse tema dizendo: “ (...) o que aconte- cederam. [42]
ceu na América Latina é um fenômeno político que Quando Thatcher foi derrotada, em 1990, 28% das cri-
possivelmente os sociólogos levarão um tempo para anças inglesas eram consideradas pobres - o pior de-
compreender, porque foi tão rápida a mudança”. (...)”Há sempenho dentre os países desenvolvidos - índice que
um mapa exatamante antagônico ao mapa que existiu continuou subindo (até atingir um pico de 34%, em 1995-
de 1980 a 1990 ou ao ano 2000.”. Segundo Lula, o povo 96, quando iniciou sua trajetória descendente). [43] [44]
“fez uma guinada completa, trocou o neoliberalismo pelo
que tinha de mais avançado em políticas sociais” [32] “Ao mesmo tempo em que é considerada a res-
A Newsweek promoveu uma pesquisa, realizada pelo ponsável por reavivar a economia britânica, Mar-
Instituto Zogby International, com ajuda da Universida- garet Thatcher é acusada de ter dobrado seus ín-
de de Miami que entrevistou 603 importantes políticos, dices de pobreza. O índice de pobreza das crian-
empresários, funcionários de governo, intelectuais e ças britânicas, em 1997, era o pior da Europa.” [44]
jornalistas latino-americanos. Os entrevistados consi-
deraram Michelle Bachelet o melhor modelo de lide- O governo Tony Blair (trabalhista) adotou, para corrigir
rança, com 28% dos votos, posição que foi imediata- essa distorção, a partir de 1997, medidas de inspira-
mente seguida por Lula, com 23%. Uma supreendente ção keynesiana, tais como o restabelecimento de um
maioria de 53% dos entrevistados considerou que a salário mínimo, a criação de um programa pré-escolar
América Latina está no bom caminho.[33]. para as crianças pequenas e aumento dos créditos
fiscais (isenções) para a classe trabalhadora (uma
Governos neoliberais medida de “transferência indireta de renda”). A propor-
O Chile foi o primeiro país do mundo a adotar o neolibe- ção de crianças britânicas que vivem na pobreza caiu
ralismo. As privatizações no Chile de Pinochet foram do pico de cerca de 34% em 1996-97, atingindo 11% no
anteriores às da Grã-Bretanha de Thatcher Em 1973, ano fiscal de 2005.[43] [44]
quando o golpe militar derrubou Allende, o governo já
assumiu com um plano econômico debaixo do braço “Nosso objetivo histórico será tornar nossa gera-
[34]
. Esse documento era conhecido como “El ladrillo” e ção a primeira a erradicar a pobreza infantil para
fora elaborado, secretamente, pelos economistas opo- sempre, e isso vai levar uma geração. É uma mis-
sitores do governo da Unidade Popular poucos meses são para 20 anos, mas acredito que possa ser cum-
antes do golpe de estado de 11 de setembro e estava prida. Tony Blair.[45]
nos gabinetes dos Generais golpistas vitoriosos, já no
dia 12 de setembro de 1973 [35]. Os partidos de oposição a Blair, e seus críticos, o acu-
O General Augusto Pinochet se baseou em “El ladrillo” sam de estar sendo “assistencialista”, de estar dese-
e na estreita colaboração de economistas chilenos, quilibrando o orçamento, e de estar aumentando a de-
principalmente os graduados na Universidade de Chi- pendência da população no Estado. Os adversários
cago, os chamados Chicago Boys, para levar adiante políticos dos trabalhistas fazem vistas grossas aos
sua reforma da economia. [34] [36] [37] [38] estudos que demonstram, por exemplo, que o custo -
em prejuízos indiretos causados ao agregado da eco-
Ver artigo principal: Neoliberalismo chileno nomia britânica - provocado pela existência de crianças
abaixo da linha de pobreza onera a sociedade britânica
Os outros principais governos que adotaram as políti- em cerca de 600 libras por habitante; ou cerca de 40
cas neoliberais no mundo foram o de Margaret Thatcher bilhões de libras por ano no total (2005) [46]. Todavia, o
(Inglaterra) e Ronald Reagan (EUA), políticas essas que próprio Partido Trabalhista do Reino Unido aceitou, em
ficaram conhecidas como “thatcherismo” e “reaganismo”. termos macroeconômicos, certos princípios enfatiza-
A política de Reagan, nos Estados Unidos, também fi- dos por Thatcher. Peter Mandelson, político trabalhista
cou conhecida como Supply-side economics. [39] próximo a Blair declarou, em 2002:
“A globalização pune com força qualquer país que ten-
O governo Thatcher te administrar sua economia ignorando as realidades
Thatcher obteve grande sucesso na estabilização da do mercado ou a prudência nas finanças públicas. Nes-
libra esterlina, na dinamização da economia britânica e se estrito sentido específico, e devido à necessidade
na redução drástica da carga tributária, levando, por urgente de remover rigidezas e incorporar flexibilidade
conseguinte, o Partido Conservador a obter larga mar- ao mercados de capitais, bens e trabalho, somos hoje
gem de vantagem nas eleições parlamentares de 1983 todos tatcheristas.” [47]
e 1987 - tornando-se assim ícone mundial dos defen-
sores das políticas econômicas neoliberais. Não obs- Considerações
tante a pobreza infantil no Reino Unido triplicou entre É importante ressaltar que a tentativa de “rotular políti-
1979 e 1995 - um dos maiores aumentos jamais visto cos” é uma atitude mal colocada na análise do tema
no mundo industrializado e , o custo social das políti- neoliberalismo econômico. Nem mesmo Augusto Pi-
cas adotadas por seu governo foi considerado demasi- nochet, com toda a amplitude de ação que lhe permitia
adamente grande pelos críticos ao neoliberalismo [40]. a sua ditadura, praticou exclusivamente ações de tipo
Durante o governo Thatcher a renda dos que estavam neoliberal - adotou, com Hernán Büchi, algumas políti-
no decil superior cresceu pelo menos cinco vezes mais cas de inspiração nitidamente keynesiana.

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Previdência – Conjuntura e Estrutura

Embora seja possível afirmar com segurança que um exemplo, a “Community Reinvestment Act” (Lei do Rein-
determinado economista, como, por exemplo, Milton vestimento Comunitário) que obriga seus bancos a re-
Friedman, é um neoliberal, não se pode fazer o mesmo aplicar localmente parte do dinheiro que captam na
com a maioria dos políticos, uma vez que eles adotam, comunidade. A Alemanha resistiu a todas as pressões
em seus governos, uma mistura de práticas indicadas para “internacionalizar” seus capitais; hoje 60% da pou-
por várias escolas de pensamento econômico, simul- pança da população alemã está em caixas municipais,
taneamente. que financiam pequenas empresas, escolas e hospi-
tais. A França criou um movimento chamado de “Opera-
Debate sobre resultados obtidos no mundo ções Financeiras Éticas”. A apregoada liberdade irres-
A mais recente onda liberalizante, que ficou conhecida trita para os fluxos de capitais parece ter sido adotada
como “neoliberalismo”, teve seu início com a queda do só pelos países sub-desenvolvidos, que se vêem fre-
muro de Berlim em 1989 e contagiou rapidamente o qüentemente submetidos a graves crises causadas por
mundo Foi promovida pelo FMI, por economistas libe- sua vulnerabilidade às violentas movimentações es-
rais como Milton Friedman, pela Escola de Chicago e peculativas mundiais.[51]
por fundamentalistas de livre mercado, entre outros, Essa diferença entre o discurso liberalizante dos paí-
sendo por eles apregoada como a solução que resol- ses desenvolvidos e suas ações práticas foi reconhe-
veria os problemas econômicos mundias, reduzindo a cida até por Johan Norberg [52], o jornalista suéco autor
pobreza e acelerando o desenvolvimento global.[48] do “best-seller” In Defense of Global Capitalism que
Agora, já passados 28 anos que as “receitas neolibe- “atira coqueteis Molotov retóricos nas potências ociden-
rais” vêm sendo aplicadas, em maior ou menor grau, tais cujo discurso em prol dos livre-mercados é grande-
por um grande número de países - entre os quais se mente prejudicado por suas tarifas draconianas sobre
inclui o Brasil - a ONU resolveu analisar os resultados a importação de produtos têxteis e agrícolas, as duas
obtidos por esses fortes ventos liberalizantes, e medir áreas onde os países sub-desenvolvidos teriam condi-
seus efeitos nas populações dos países onde as prá- ções de competir”. Le Monde, 12/2/2004.
ticas neoliberais estão sendo adotadas. De maneira geral “a repartição da riqueza mundial piorou
Um livro denominado “Flat World, Big Gaps” [49] (“Um e os índices de pobreza se mantiveram sem mudanças
Mundo Plano, Grandes Disparidades” - tradução livre), entre 1980 e 2000” [50], como já previra Tobin em 1981.
foi editado por Jomo Sundaram, secretário-geral ad-
junto da ONU para o Desenvolvimento Econômico, e Opinião pública no Brasil, 2007
Jacques Baudot, economista especializado em temas Pesquisas de opinião pública, realizadas em 2007, indica-
de globalização, analisou essas questões e está des- ram que “(...) a percepção dos brasileiros é que as privati-
pertando grande interesse. Nesse livro seus autores zações pioraram os serviços prestados à população nos
concluem que: “A ‘globalização’ e ‘liberalização’, como setores de telefonia, estradas, energia elétrica e água e
motores do crescimento econômico e o desenvolvimen- esgoto. As mais altas taxas de rejeição (73%) estão no
to dos países, não reduziram as desigualdades e a po- segmento de nível superior e nas classes A e B” [53].
breza nas últimas décadas”.[50]
A segunda parte do livro analisa as tendências das de- REFERÊNCIAS
sigualdes econômicas que vêm ocorrendo em várias 1. ↑ HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da Lín-
partes do mundo, inclusive na OECD, nos Estados gua Portuguesa, São Paulo: Editora Objetiva, ISBN
Unidos, na América Latina, no Oriente Médio e norte da 857302383X.
África, na África sub-saariana, Índia e China. 2. ↑ 2,0 2,1 2,2 SOTO, Jesús Huerta de.Escola Austríaca:
As políticas liberais adotadas não trouxeram ganhos Mercado e criatividade empresarial. Lisboa: Espí-
significativos para a melhoria da distribuição de renda, rito das Leis, 2005.
pelo contrário: “A desigualdade na renda per capita 3. ↑ Friedrich August von Hayek, 1889-1992
aumentou em vários países da OCDE (Organização 4. ↑ 4,0 4,1 PRUNES, Cândido Mont Pèlerin 2005. Rio
para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) de Janeiro: Especial para o “Instituto Liberal”, 19/
durante essas duas décadas, o que sugere que a des- 8/2005
regulação dos mercados teve como resultado uma 5. ↑ GARDELS, Nathan.Globalização produz países
maior concentração do poder econômico.” [50] ricos com pessoas pobres: Para Stiglitz, a receita
Supreendentemente, a liberalização do fluxo de capi- para fazer esse processo funcionar é usar o cha-
tais financeiros internacionais, que era apontada como mado “modelo escandinavo” . Economia & Negó-
uma maneira segura de fazer os capitais jorrarem dos cios, O Estado de S. Paulo, 27/09/2006
países ricos para irem irrigar as economias dos paí- 6. ↑ 6,0 6,1 6,2 6,3 6,4 6,5 6,6 6,7 Short History and Statement of
ses pobres, deles sedentos, funcionou exatamente ao Aims. Mont Pelerin Society
contrário. 7. ↑ 7,0 7,1 Hitler Takes Power: Hitler Appointed Chan-
O fluxo de dinheiro inverteu-se, e os capitais fugiram cellor: Germany Recovers from the Depression. Ma-
dos países mais pobres, indo para os mais ricos: “Hou- croHistory.
ve uma tremenda liberalização financeira e se pensa- 8. ↑ WEITZ, John. The Mpney Man Behind The Naziz:
va que o fluxo de capital iria dos países ricos aos po- Hitler’s Banker. Business Week, Archives, 17/11/1997
bres, mas ocorreu o contrário”, anotou Sundaram. 9. ↑ KEYNES, John Maynard. Teoria geral do empre-
“Como exemplo, citou que os EUA recebem investimen- go, do juro e da moeda (General theory of employ-
tos dos países em desenvolvimento, concretamente nos ment, interest and money). Tradutor: CRUZ, Mário
bônus e obrigações do Tesouro, e em outros setores”. [50] Ribeiro da. São Paulo: Editora Atlas, 1992. ISBN
Cumpre ressaltar que essa “liberalização” de fluxos fi- 9788522414574
nanceiros é muito assimétrica. Os países que mais 10. ↑ Hjalmar Horace Greeley Schacht
defendem a liberalização total dos fluxos de capitais 11. ↑ KEYNES, John Maynard. General Theory of Em-
não a praticam dentro de suas fronteiras. Os Estados ployment, Interest and Money, The. London: Mac-
Unidos, com seu forte discurso liberalizante criou, por millan Press; New York: St. Martin’s Press; 1936

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Previdência – Conjuntura e Estrutura

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Previdência – Conjuntura e Estrutura

INDICADORES SÓCIO-ECONÔMICOS entação do Hemisfério Sul, e para o Mercosul simboli-


DE DESENVOLVIMENTO DAS NAÇÕES za o rumo otimista de integração regional que se pre-
tende dar aos países membros.
Mercosul
O Mercosul (em português: Mercado Comum do Sul, História
castelhano: Mercado Común del Sur, Mercosur) é a
União Aduaneira (livre comércio intrazona e política co- Antecedentes
mercial comum) de cinco países da América do Sul. A América do Sul foi, ao longo de cinco séculos, palco
Em sua formação original o bloco era composto por das mais violentas batalhas do continente americano.
quatro países: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Desde a chegada dos espanhóis e portugueses ao
Desde 2006, a Venezuela também pertence ao Merco- continente, a Bacia do Prata foi cenário das disputas
sul.[1]. luso-espanholas por território (o território que hoje é o
As discussões para a constituição de um mercado eco- Uruguai já foi espanhol, português e de novo espanhol).
nômico regional para a América Latina remontam ao Entretanto, ao mesmo tempo, esta região situa-se ca-
tratado que estabeleceu a Associação Latino-America- pítulos fundamentais da emancipação política e eco-
na de Livre Comércio (ALALC) desde a década de 1960. nômica dos futuros sócios do .
Esse organismo foi sucedido pela Associação Latino- Durante os séculos XVI e XVII, a Espanha organizou o
Americana de Integração na década de 1980. À época, sistema comercial de suas colônias em torno do es-
a Argentina e o Brasil fizeram progressos na matéria, quema de “frotas e galeões”, autorizando somente a
assinando a Declaração de Iguaçu (1985)[2], que esta- alguns portos o direito de enviar ou receber mercadori-
belecia uma comissão bilateral, à qual se seguiram uma as originárias dessas colônias. Para cidades como
série de acordos comerciais no ano seguinte. O Tratado Buenos Aires, fundada em 1580, esse sistema amea-
de Integração, Cooperação e Desenvolvimento[3], assi- çava o desenvolvimento econômico da região. Median-
nado entre ambos os países em 1988, fixou como meta te a esse confinamento econômico, a população de
o estabelecimento de um mercado comum, ao qual ou- Buenos Aires percebeu a única saída possível: o inter-
tros países latino-americanos poderiam se unir. câmbio comercial (ainda que ilegalmente) com o Bra-
Com a adesão do Paraguai e do Uruguai, os quatro sil. Esse foi o início de uma relação que estava destina-
países se tornaram signatários do Tratado de Assun- da a crescer cada vez mais.
ção (1991)[4] que estabelecia o Mercado Comum do Sul, No século XIX, o processo de emancipação política da
uma aliança comercial visando a dinamizar a econo- América do Sul, acentuou os contrastes existentes en-
mia regional, movimentando entre si mercadorias, pes- tre os países da região. Neste período ocorreram im-
soas, força de trabalho e capitais. Inicialmente foi esta- portantes capítulos da história do Brasil, Argentina, Pa-
belecida uma zona de livre-comércio, em que os paí- raguai e Uruguai. Basta citar a Guerra da Cisplatina, a
ses signatários não tributariam ou restringiriam as im- independência da República Oriental do Uruguai, Guer-
portações um do outro. A partir de 1 de janeiro de 1995, ra Grande uruguaia, a Revolução Farroupilha, a disputa
esta zona converteu-se em união aduaneira, na qual entre unitários e federalistas na Argentina e a Guerra do
todos os signatários poderiam cobrar as mesmas quo- Paraguai: alianças, intervenções e conflitos que forja-
tas nas importações dos demais países (Tarifa Externa ram o contexto histórico de formação dos estados naci-
Comum). No ano seguinte, a Bolívia e o Chile adquiri- onais platinos.
ram o status de membros associados [5]. O Chile en- Em 1941, em plena Segunda Guerra Mundial, pela pri-
contra-se em processo de aquisição do status de mem- meira vez, Brasil e Argentina tentaram a criação de uma
bro pleno depois de resolver alguns problemas territo- União Aduaneira entre as suas economias. Porém, isso
riais com a Argentina. Outras nações latino-america- não se concretiza devido às diferenças diplomáticas
nas manifestaram interesse em entrar para o grupo, dos países em relação às políticas do Eixo, após o
mas, até o momento, somente a Venezuela levou adi- ataque a Pearl Harbor. Com o fim da guerra a necessi-
ante sua candidatura. Embora sua incorporação ao dade de interação entre as nações se tornou eminente,
Mercosul ainda dependa da aprovação no congresso e consecutivamente a formação dos blocos econômi-
paraguaio. cos, entretanto na América Latina não houve uma união
Em 2004, entrou em vigor o Protocolo de Olivos[6] (2002), que tenha obtido resultados satisfatórios.
que criou o Tribunal Arbitral Permanente de Revisão do
Mercosul, com sede na cidade de Assunção (Paraguai). Declaração de Foz do Iguaçu
Uma das fontes de insegurança jurídica nesse bloco Em dezembro de 1985, o presidente brasileiro José
de integração era a falta de um tribunal permanente. Sarney e o presidente argentino Raúl Alfonsín assina-
Muitos sul-americanos vêem o Mercosul como uma ram a Declaração de Iguaçu[9], que foi a base para a
arma contra a influência dos Estados Unidos na re- integração econômica do chamado Cone sul. Ambos
gião, tanto na forma da Área de Livre Comércio das acabavam de sair de um período ditatorial, e enfrenta-
Américas quando na de tratados bilaterais. Uma prova vam a necessidade de reorientar suas economias para
disso é a criação da Universidade do Mercosul, que vai o mundo exterior e globalizado.
priorizar a integração regional no modelo de educação[7]. Os dois países haviam contraído uma grande dívida
externa no período do governos militares, e não goza-
Símbolos do Mercosul vam de crédito no exterior. Havia uma grande necessi-
De acordo com o artigo 1º do Decreto Nº 17/02 do CMC os dade de investimentos nos países, mas não havia ver-
símbolos do Mercosul[8] são: o nome “Mercado Comum bas. Esta situação comum fez que ambos percebes-
do Sul” e sua sigla “MERCOSUL”, o emblema do Merco- sem a necessidade mútua. Logo após a assinatura da
sul e a bandeira nos idiomas português e espanhol. declaração de Iguaçu, em fevereiro de 1986, a Argenti-
A bandeira do Mercosul é formada pelo Cruzeiro do Sul na declara a intenção de uma “associação preferenci-
e o horizonte do qual emerge, a Cruzeiro do Sul foi es- al” com o Brasil. Em uma casa particular em Don Torcu-
colhida porque representa o principal elemento de ori- ato, houve uma reunião para discutir o assunto.

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Previdência – Conjuntura e Estrutura

A discussãodura dois dias e é em clima de troca de idéi- adota o nome Mercosul, e uma estrutura institucio-
as e posições quanto ao estatuto da economia da zona. nal básica e estabelece um área de livre comércio.
Depois de poucas semanas, é o Brasil que convida • Em junho de 1992, se estabeleceu o cronograma
Argentina para uma reunião semelhante, em Itaipava definitivo da constituição do mercado comum.
também em uma residência particular. Esse foi o sinal • No dia 17 de Dezembro de 1994 se firmou o Proto-
de aceitação da iniciativa Argentina e então começava a colo de Ouro Preto[12], que conferiu personalidade
formação do acordo, com objetivo de promover o de- jurídica ao bloco.
senvolvimento econômico de ambos os países e inte-
grá-los ao mundo. Para muitos a idéia de integração na 1996-2005
América do Sul parecia mais uma abstração, devido as • Na data de 25 de junho de 1996, se firmou entre
várias experiências não bem sucedidas no passado, os países membros a Declaração presidencial
entretanto essa foi diferente. sobre a Consulta e Concentração Política dos Es-
tados Partes do Mercosul, e junto ao Chile e Bolí-
Tratado de Assunção via, a Declaração Presidencial sobre Compromis-
so Democrático no Mercosul. Estes instrumentos
Ver artigo principal: Tratado de Assunção se relacionam com as tentativas de golpe de esta-
do em abril no Paraguai e o decisivo rol julgado
Em 6 de julho de 1990, o presidente do Brasil, Fernan- pelo Mercosul para evitá-lo.
do Collor, e o da Argentina, Carlos Menem, assinaram a • Em 24 de julho de 1998 os quatro países mem-
Ata de Buenos Aires[10] de integração econômica entre bros junto a Bolívia e Chile firmam o Protocolo de
os dois países e em complemento a este, em 1991 foi Ushuaia[13] sobre o Compromisso Democrático.
assinado o Tratado de Assunção, com a entrada do • Em 10 de dezembro de 1998 os quatro presiden-
Uruguai e Paraguai, para a constituição do Mercosul. tes firmam a Declaração Sociolaboral do Merco-
O Tratado de Assunção foi um tratado assinado em 26 sul [14].
de março de 1991, entre a Argentina, Brasil, Paraguai e • Em 29 de junho de 2000 se aprovam as Decisões
Uruguai, com o objetivo de estabelecer um mercado referidas ao relançamento do Mercosul.
comum entre os países acordados, formando então o • Em 18 de fevereiro de 2002, mediante o Protocolo
popularmente conhecido Mercosul, Mercado comum do de Olivos se cria o Tribunal Permanente de Revi-
sul, ou em castelhano, Mercado común del sur. Mais são do Mercosul[15]. Este tem sede em Assunção
tarde, em 1994, o Protocolo de Ouro Preto foi assinado desde 2004.
como um complemento do Tratado, estabelecendo que • O Mercosul foi significativamente enfraquecido pelo
o Tratado de Assunção fosse reconhecido jurídica e colapso da economia argentina em 2002, com
internacionalmente como uma organização. isso, os Estados Unidos deixaram de ajudar a Ar-
gentina uma vez que esse país latino-americano
Cronologia do Mercosul não transmitia suficiente confiança aos mercados
internacionais, deixando de honrar seus compro-
1985-1990 missos financeiros em diversas ocasiões[16].
• Em 30 de novembro de 1985, os presidentes da • Em 2003, pela Decisão CMC Nº 11/03, cria-se a
Argentina e Brasil assinaram a Declaração de Foz Comissão de Representantes Permanentes do
de Iguaçu, pedra base do Mercosul. No ano de Mercosul (CRPM) com seu Presidente. O Presi-
2004, Argentina e Brasil resolveram conjuntamen- dente da CRPM permanece dois anos no cargo[17]
te que no dia 30 de novembro se comemorará o e o CMC podem estender o mandato por mais um
Dia da Amizade argentino-brasileira [11]; ano[18].
• Em 29 de julho de 1986 se firma a Ata para a Inte- • A partir de Julho de 2004 teve uma nova rodada de
gração Argentino-Brasileira. Mediante este instru- negociações. Entre outros tópicos, discutiu-se a
mento estabeleceu-se o Programa de Integração entrada do México no grupo[19]. Como resultado,
e Cooperação entre Argentina e Brasil (PICAB) fun- em 8 de dezembro de 2004 os países membros
dado nos princípios de gradualidade, flexibilida- assinaram a Declaração de Cuzco, que lançou as
de, simetria, equilíbrio, tratamento preferencial bases da Comunidade Sul-Americana de Nações,
frente a outros mercados, harmonização progres- entidade que unirá o Mercosul e o Pacto Andino
siva de políticas e participação do setor empresa- em uma zona de livre comércio continental[20].
rial. O núcleo do PICAB foram os protocolos setori- • Em dezembro de 2004, na Cúpula de Presidentes
ais em setores chaves; de Ouro Preto:
• Em 6 de abril de 1988 se firma a Ata do Alvorada,
mediante a qual Uruguai se junta ao processo de o estabeleceu-se o Fundo para a Conver-
integração regional; gência Estrutural do Mercosul (FOCEM)
• Em 29 de novembro de 1988 se celebra o Tratado de (Decisão CMC Nº 45/04), a fim de financi-
Integração, Cooperação e Desenvolvimento entre ar programas de convergência estrutural,
Argentina e Brasil, pelo qual se fixou um prazo de 10 competividade, coesão social e infra-es-
anos para a eliminação gradual das assimetrias; trutura institucional;
• Em 6 de julho de 1990 se firmou a Declaração de o criou-se o Grupo de Alto Nível (GAN) para
Buenos Aires, acelerando o cronograma de inte- a formulação de uma Estratégia MERCO-
gração e fixando a data de 31 de dezembro de 1994 SUL de Crescimento de Emprego;
para alcançar o mercado comum. o Encomendou-se a Comissão Parlamentar
Conjunta a redação de uma proposta de
1991-1995 Protocolo Constitutivo do Parlamento do
• Em 26 de março de 1991, Argentina, Brasil, Para- Mercosul.
guai e Uruguai firmam o Tratado de Assunção, que

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Previdência – Conjuntura e Estrutura

• Em 6 de julho de 2005 se firmou o Protocolo de 2004 mediante a assinatura do Acordo de Complemen-


Assunção sobre Direitos Humanos do Mercosul. tação Económica Mercosul-Colombia, Equador e Ve-
• Na Cúpula de Presidentes em Monteiro, dezembro nezuela (CMC Nº 59/04).
de 2005, por Decisão CMC 23/05, se aprovou o A Venezuela ratificou o protocolo de entrada em 4 de
Protocolo Constitutivo do Parlamento do Mercosul. julho de 2006. Durante a XXIX Conferência do Mercosul
em Montevidéu no dia 9 de dezembro de 2005, se otor-
A constituição do Parlamento teve lugar em 31 de
gou em status de Estado membro em processo de ade-
dezembro de 2006.
são, que em na prática significa que tinha voz mas não
• Em dezembro de 2005, a Venezuela protocolou seu voto. Uma vez que a Venezuela adotou o marco legal,
pedido de adesão ao Mercosul, e em 4 de julho de político e comercial do Mercosul na metade de 2006,
2006 seu ingresso ao bloco econômico foi firmou-se o protocolo para converter-se em Estado
formalizado em Caracas[21]. membro. (CMC nº 29/2005)
• Instalação do Parlamento em Montevidéu, em 7 de
maio de 2007. Livre residência e circulação de pessoas

2006 O Mercosul, Bolívia e Chile estabeleceram que todo esse


• Na Cúpula de Presidentes em Córdoba, julho de território constitui uma Área de Livre Residência com
2006, os itens abaixo ainda encontram-se em pro- direito ao trabalho para todos seus cidadãos, sem exi-
cesso de análise pelo Senado brasileiro: gência de outro requisito além da própria nacionalida-
de. A Área de Livre Residência foi establecida na reu-
o integrou-se a Venezuela como membro nião de cúpula de Presidentes em Brasília, mediante o
do Mercosul, contudo ainda depende de “Acordo sobre Residência para Nacionais dos Estados
aprovação interna; Membros do Mercosul, Bolívia e Chile” assinado em 6
o aprovou-se a Estratégia Mercosul de Cres- de dezembro de 2002[23].
cimento do Emprego (Decisão CMC Nº Cidadãos de quaisquer países do Mercosul, natos ou
04/06); naturalizados há pelo menos cinco anos, terão um pro-
o criou-se o Observatório da Democracia cesso simplificado na obtenção de residência tempo-
do Mercosul (Decisão CMC Nº 24/06); rária por até dois anos em outro país do bloco, tendo
o estabeleceu-se que a Argentina será sede como exigências o passaporte válido, certidão de nas-
permanente do Mercosul Cultural[22]; cimento, certidão negativa de antecedentes penais e,
dependendo do país, certificado médico de autoridade
Estados associados ao Mercosul migratória. De forma igualmente simples, sem neces-
O Mercosul tem como estados associados a Bolívia sidade de vistos ou emaranhadas burocracias, a resi-
(1996), Chile (1996), Peru (2003), Colômbia (2004) e dência temporária, no decurso do prazo, pode se trans-
Equador (2004). formar em residência permanente com a mera com-
Bolívia, Equador, Colômbia e Peru integram a Comuni- provação de meios de vida lícitos para o sustento pró-
dade Andina (CAN), bloco com que o Mercosul também prio e familiar.
firmará um acordo comercial. A simplicidade visa salientar um intercâmbio entre os
O status de membro associado se estabelece por acor- países, para uma real formação comunitária, tendo
do bilaterais, denominados Acordos de Complementa- assim expresso, além da facilidade de entrada, a ga-
ção Econômica, firmados entre o Mercosul e cada país rantia de direitos fundamentais de todos os que migra-
associado. Nesses acordos se estabelece um crono- rem de um país a outro. Além das liberdades civis -
grama para a criação de uma zona de livre comércio direito de ir e vir, ao trabalho, à associação, ao culto e
com os países do Mercosul e uma gradual redução de outros, do direito de reunião familiar de transferência
tarifas entre o Mercosul e os países firmantes. Além de de recursos, o Acordo faz avanços em duas áreas im-
poder participar na qualidade de convidado nas reuni- portantes: a trabalhista e a educacional.
ões dos organismos do Mercosul e efetuar convênios No caso dos direitos trabalhistas, existe uma clara de-
sobre matérias comuns. finição de igualdade na aplicação da legislação traba-
lhista, além do compromisso de acordos de reciproci-
dade em legislação previdenciária. Existe ainda uma
importante separação entre empregadores desones-
tos e direitos dos empregados: a migração forçada tra-
rá conseqüências aos empregadores, mas não afeta-
rá os direitos dos trabalhadores migrantes.
Ainda como ganho humano do Acordo está a relação
educacional dos filhos dos imigrantes ao amparo do
O Chile formaliza sua associação ao Mercosul em 25 Acordo, inserindo-os em igualdade de condições com
de junho de 1996, durante a X Reunião da Cúpula do os nacionais do país de recepção. Isso indica que a
Mercosul, na San Luis, Argentina, através da assinatura mesma garantia que um Estado é obrigado a dar a
do Acordo de Complementação Econômica Mercosul- seus cidadãos, também será obrigado em relação a
Chile. A Bolívia formalizou sua adesão na XI Reunião da qualquer cidadão dos países do Mercosul que habite
Cúpula em Fortaleza (Brasil), em 17 de dezembro de seu país.
1996, mediante a assinatura do Acordo de Comple- Embora a Área de Livre Residência e Trabalho não se
mentação Econômica Mercosul-Bolívia. O Peru formali- suporte completamente à livre circulacão de pessoas
za sua associação ao Mercosul em 2003 pela assina- (onde não se requer tramitação migratória alguma), os
tura do Acordo de Complementação Econômica Mer- sete países deram um grande passo e demostraram a
cosul-Peru (CMC Nº 39/03). A Colômbia, Equador e Ve- intenção de alcançar a plena liberdade de circulacão
nezuela formalizam sua associação ao Mercosul em de pessoas em todo o território.

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Previdência – Conjuntura e Estrutura

Estrutura do Mercosul Para dar apoio técnico a essa Estrutura Institucional, o


Estrutura organizacional do Mercosul. Fonte: Ministério Mercosul conta com a:
das Relações Exteriores do Brasil[24] (Clique sobre a • Secretaria do Mercosul (SM), que tem caráter per-
imagem para ampliar). manente e está sediada em Montevidéu, Uruguai.
Atualmente, a Secretaria está dividida em três se-
Com base no Protocolo de Ouro Preto[25], firmado em 17 tores, de acordo com a Resolução GMC Nº 01/03
de dezembro de 1994 e vigente desde 15 de dezembro do Grupo Mercado Comum.
de 1995, o Mercosul tem uma estrutura institucional
básica composta por: O Mercosul conta também com instâncias orgânicas
não decisórias como A Comissão Sociolaboral (CSL), o
• O Conselho do Mercado Comum (CMC), órgão
Fórum de Consulta e Concertação Política (FCCP), os
supremo cuja função é a condução política do pro-
Grupos de Alto Nível, os Subgrupos de Trabalho (SGT)
cesso de integração. O CMC é formado pelo Mi- dependentes do GMC, os Comitês Técnicos (CT) de-
nistros de Relações Exteriores e de Economia dos pendentes do CCM, o Observatório do Mercado de Tra-
estados-membros, que se pronunciam através de balho (OMT) dependente do SGT10, e o Fórum da Mu-
decisões. lher em âmbito do FCES.
• O Grupo Mercado Comum (GMC), órgão decisório Finalmente o Mercosul funciona habitualmente medi-
executivo, responsável de fixar os programas de ante Reuniões de Ministros (RM), Reuniões Especiali-
trabalho, e de negociar acordos com terceiros em zadas (RE), conferências, e Reuniões ad-hoc.
nome do MERCOSUL, por delegação expressa do
CMC. O GMC se pronuncia por Resoluções, e está Economia
integrado por representantes dos Ministérios de O valor estimado do PIB dos países membros do Mer-
Relações Exteriores e de Economia, e dos Ban- cosul ultilizando o critério de Paridade do Poder de Com-
cos Centrais dos Estados Parte. pra (PPC). É utilizada como unidade monetária o dólar
• A Comissão de Comércio do Mercosul (CCM), um internacional. Dados do Banco Mundial sobre PIB e
órgão decisório técnico, é o responsável por apoi- população [26].
ar o GMC no que diz respeito à política comercial
do bloco. Pronuncia-se por Diretivas. O valor estimado do PIB dos países membros do
Mercosul ultilizando o critério de Paridade do Poder de
Além disso, o Mercosul conta com outros órgãos con- Compra (PPC). É utilizada como unidade monetária o
dólar internacional. Dados do Banco Mundial sobre PIB
sultivos a saber:
e população[26].
• A Comissão Parlamentar Conjunta (CPC), órgão
de representação parlamentar, integrada por até
64 parlamentares, 16 de cada Estado Parte. A CPC
tem um caráter consultivo, deliberativo, e de for-
mulação de Declarações, Disposições e Reco-
mendações. Atualmente, está estudando a possi-
bilidade da futura instalação de um Parlamento do
Mercosul.
• O Foro Consultivo Econômico Social (FCES), é um
órgão consultivo que representa os setores da eco-
nomia e da sociedade, que se manifesta por Re-
comendações ao GMC.

Além disso, através da Dec. Nº 11/03, constituiu-se re-


centemente a:
• Comissão de Representantes Permanentes do
Mercosul (CRPM), que é um órgão permanente do
CMC, integrado por representantes de cada Esta-
do Parte e presidida por uma personalidade políti-
ca destacada de um dos países membros. Sua
função principal é apresentar iniciativas ao CMC
sobre temas relativos ao processo de integração,
as negociações externas e a conformação do Mer-
cado Comum.

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Previdência – Conjuntura e Estrutura

Comparação com outros blocos/países

Assimetrias de Mercado US$ 322,9 milhões contra um volume de importações


Atualmente o Mercosul possui um PIB de mais de 2,2 da ordem de US$ 358,64 milhões.
trilhões de dólares (base PPC), sendo que cerca 70% O desequilíbrio chegou ao ápice em 2006, quando a
deste valor corresponde ao Brasil. Logo as assimetri- corrente bilateral de comércio, de apenas US$ 1,52 bi-
as de mercados existentes no bloco são grandes. Isso lhão, teve saldo positivo de US$ 934,6 milhões para o
vem causando uma série de atritos dentro do bloco. Brasil. Em 2005, o comércio bilateral foi de US$ 1,28
Paraguai e Uruguai reenvidicam concessões econô- bilhão. Os produtos manufaturados representaram US$
micas afim de compensar as assimetrias de mercado 1,17 bilhão do US$ 1,23 bilhão exportados pelo Brasil
que sofrem. Em 2006, o intercâmbio comercial com para o Paraguai em 2006.
esses países foi quase 20 vezes menor que as trocas Lideram a pauta de exportações óleo diesel, fertilizan-
com a Argentina, outro integrante do bloco. tes, pneus e automóveis de carga. Milho em grão lidera
O intercâmbio comercial dentro do Mercosul tem au- a lista dos produtos comprados do Paraguai (23,93%
mentado muito, batendo recorde histórico em 2006. do total das importações). Em segundo lugar vem o
Este intercâmbio tem sido favorável ao Brasil. O país trigo, com 15,07% das importações, seguido de fari-
tem superávit comercial com todos os países mem- nhas, do óleo de soja, algodão apenas debulhado,
bros. grãos de soja, carne bovina desossada e couros.
Em 2006, a corrente de comércio do Brasil com o Uru- Quando o parceiro é a Argentina, o cenário é outro. Em
guai totalizou US$ 1,62 bilhão, contra US$ 1,34 bilhão 2006, as exportações brasileiras para o país vizinho
em 2005. Já o fluxo comercial com a Argentina foi de atingiram a cifra de US$ 11,7 bilhões – também priorita-
US$ 19,77 bilhões, contra US$ 16,15 bilhões no ano riamente produtos manufaturados, como automóveis,
anterior. Em 2006, o Brasil exportou US$ 1 bilhão para o celulares e autopeças. As importações totalizaram US$
Uruguai - 86% foram produtos manufaturados como 8,05 bilhões, tendo como principais produtos trigo, naf-
óleo diesel, automóveis, autopeças e celulares. As im- ta para petroquímica e automóveis.
portações, porém, ficaram em apenas US$ 618,22 mi- No caso da Venezuela a corrente de comércio com o
lhões – um superávit brasileiro de US$ 387,87 milhões. Brasil chegou a US$ 4,16 bilhões em 2006 contra US$
Os principais produtos comprados do Uruguai foram 2,47 bilhões no ano anterior, com superávit brasileiro
malte não torrado, garrafas plásticas, arroz, trigo, car- de US$ 2,96 bilhões. Mais uma vez, produtos manufa-
nes desossadas e leite em pó. turados lideram a lista de produtos exportados pelo
O desequilíbrio na corrente de comércio do Brasil com Brasil.
o Paraguai é ainda maior. Desde 1985, o país vizinho Automóveis, carne de frango e açúcar também lideram a
só obteve superávit uma vez, em 1989 – naquele ano, pauta. Com relação à importações brasileiras, 27,73%
as exportações brasileiras para o Paraguai ficaram em foram querosenes de aviação, 23,13% foram naftas para

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Previdência – Conjuntura e Estrutura

petroquímica. Óleo diesel vem em terceiro no ranking, Mercosul. Com este novo acordo, os produtos colombi-
com 10,95% das compras brasileiras. anos conseguiram um acesso preferencial ao Merco-
Durante a XXXII cúpula do Mercosul foi proposto pelo sul, uma vez que a Colômbia obteve a oportunidade de
Brasil a redução da TEC (tarifa externa comum) para importar matérias primas e bens de capital do Merco-
estes países. Tal proposta está em análise. sul a custos mais baixos, segundo o custo estabeleci-
do no Tratado de Livre Comércio.
Acordos com outros blocos
Existe um acordo com a Comunidade Andina, estabele- Tratado de Livre Comércio com Israel
cido no Acordo de Complementação Econômica firma- No dia 17 de dezembro de 2007, durante a XXXIV reu-
do entre a Comunidade Andina e o Mercosul[29]. Além da nião de cúpula do Mercado Comum do Sul e estados
cooperação econômica também existe um diálogo polí- associados realizada em Montevidéu, os presidentes
tico que abre possibilidades de negociação com todo os dos países membros do Mercosul assinaram um Tra-
membros do bloco Andino. tado de Livre Comércio (TLC) com Israel[30]. Este foi o
Em novembro de 2005 o Congresso Colombiano ratifi- primeiro TCL do Bloco desde sua fundação, e foi nego-
cou um Tratado de Livre Comércio (TLC) com o Merco- ciado durante dois anos. O tratado cobre 90% do fluxo
sul. O tratado é favorável a Colômbia, já que permite a comercial, com um cronograma de quatro fases para
este páis implantar instrumentos de proteção a agricul- remoção de restrições (imediata, 4, 8 e 10 anos). Pre-
tura local. Além do acesso ao Mercosul para os produtos vê-se que o intercâmbio comercial entre o Mercosul e
Colombianos, que aumenta o peso político da Colôm- Israel fique em torno de 47 milhões de dolares. Os prin-
bia nas negociações de livre comércio que estão sendo cipais produtos de exportação do Mercosul são com-
tratadas atualmente com os Estados Unidos. modities, grãos, calçados e aviões, já Israel exporta
Em 30 de dezembro de 2005, o presidente colombiano software, agroquímicos e produtos de alta tecnologia.
Álvaro Uribe firma a Lei 1.000, para a criação de uma O acordo não inclui a Venezuela, que se encontra em
zona de livre comércio entre a Comunidade Andina e o processo de conversão em membro pleno.

Idiomas
Os idiomas oficiais do Mercosul são o português, o castelhano e o guarani. A versão oficial dos documentos de
trabalho tem a do idioma do país sede de cada reunião.
Hoje o Português é o idioma mais falado no Mercosul, entretanto o castelhano é falado em todos os estados
membros, exceto o Brasil.

Atualmente está prevista não só a implantação de pro- A concepção original do Mercosul (Tratado de Assun-
gramas de trabalho para o fomento do ensino de espa- ção) não contemplava nenhum âmbito em tratar ques-
nhol e português como segunda língua, mas também tões socio-laborais, entretanto, desde o inicío, os sindi-
a realização de um programa de ensino dos idiomas catos do Mercosul representados pela Coordenadoria
oficiais do Mercosul, incorporados às propostas edu- de Sindicatos Centrais do Cone Sul, com o apoio ativo
cacionais dos países com o objetivo de inclusão nos dos ministérios do Trabalho, e um considerável setor
currículos. O plano prevê, ainda, o funcionamento de das organizações de empregadores, promulgaram em
planos e programas de formação de professores de criar espaços tripartes (ministérios de trabalho, empre-
espanhol e português em cada país-membro. gadores e sindicatos) para analisar, debater e decidir
Os ministérios de Cultura do Mercosul aprovaram, a mediante o diálogo social-regional, o impacto que a
pedido do Paraguai, a inclusão do guarani como idio- integração teria sobre os mercados de trabalho e as
ma oficial do bloco. A decisão foi um dos resultados da condições socio-laborais.
23ª Reunião de Ministros do Mercosul Cultural, no Rio Deste modo um ano depois de fundado o Mercosul cria-
de Janeiro, sancionada na XXXII cúpula do Mercosul, e se o Subgrupo de Trabalho para Assuntos Sociolabo-
igualou o guarani em condições com o português e rais, dependente do GMC, que no início recebia o nú-
castelhano. Contudo o guarani, ainda que goze do sta- mero “11”, mas a partir de 1995 foi nomeado defenitiva-
tus de língua oficial do bloco[31], carece de propagação mente como SGT10. O SGT10 se organizou com um
no mesmo. âmbito triparte (ministérios de trabalho, empregadores
e sindicatos) e há quem diga que tomou a forma de
Mercosul Sócio-laboral “uma OIT em miniatura”. Gerou uma frutífera cultura
Iguaçu, 30 de novembro de 2005, 20 anos de Mercosul: subregional de diálogo social que originou o que hoje
Lula, Sarney, Kirchner, Alfonsín. se conhece como Mercosul Sócio-laboral.

Degrau Cultural 309

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Previdência – Conjuntura e Estrutura

A partir dos acordos derivados do diálogo social no • Difundir as ações do SEM nos sistemas educacio-
SGT10, o Mercosul foi adotando organismos e instru- nais nacionais, nas jurisdições responsáveis pela
mentos socio-laborais. gestão escolar, nas comunidades educacionais e
En 1994 cria-se o Foro Consultivo Econômico Social no conjunto da sociedade;
(FCES), mediante o Protocolo de Ouro Preto, integrado • Favorecer a circulação do conhecimento: manter
pelas organizações de empregadores, trabalhadores atualizada a informação promovida pelo órgão e
e a sociedade civil, em “representação dos setores eco- usar os espaços de comunicação e difusão para o
nômicos e sociais”; porém começa a funcionar efetiva- setor educacional;
mente em 1996. • Fortalecer os laços nacionais do SIC;
Em 1997 firma-se a primera norma de conteúdo socio- • Contar com políticas de informação, comunicação
laboral do Mercosul, o Acordo Multilateral de Segurida- e gestão do conhecimento, no âmbito educacional
de Social do Mercado Comum do Sul (que demorou regional.
anos para ser ratificado) e cria-se o Observatório do
Mercado de Trabalho, dependente do SGT10. REFERÊNCIAS
Em 1998 os quatro presidentes firmam a Declaração
Sociolaboral do Mercosul (DSL) [32], que em sua vez cria 1. ↑ Venezuela é Estado-Membro do Mercosul a partir
a Comissão Sociolaboral (CSL), de composição tripar- de 04 de Julho de 2006, acordo assinado em reu-
te, com o fim de seguir a aplicação da DSL. nião extraordinária em Caracas, Venezuela.
Em 2000 o Mercosul, junto à Bolívia e Chile, proclamam 2. ↑ Declaração de Iguaçú entre Brasil e Argentina
a Carta de Buenos Aires sobre Compromisso Social. 3. ↑ Tratado de Integração, Cooperação e Desenvol-
Em 2001, como consequência direta dos acordos tri- vimento entre o Governo do Brasil e Argentina
partes alcançados em matéria de formação profissio- 4. ↑ Artigo 1º do Tratado de Assunção: “Os Estados
nal na primera reunião da CSL, dita-se a primeira reso- Partes decidem constituir um Mercado Comum,
lução socio-laboral de aplicação direta aos países que deverá estar estabelecido a 31 de dezembro
membros (sem necessidade de ratificação), a Resolu- de 1994, e que se denominará “Mercado Comum
ção sobre Formacão Profissional que sanciona o GMC do Sul”.”
(Resolução 59/91). 5. ↑ O Conselho do Mercosul decidiu que a Bolívia e
Em 2003, pela primeira vez a CMC (organismo supre- o Chile são Estados-associados, conforme Art.4
mo do Mercosul), sanciona uma norma sócio-laboral 6. ↑ Assinatura do Protocolo de Olivos com o objetivo
(de aplicação direta), a Recomendação 01/03 estable- de solucionar controvérsias e de minimizar as suas
cendo o Repertório de Recomendações Práticas sobre diferenças.
Formação Profissional. No mesmo ano a CMC convoca 7. ↑ Itaipu pode ser sede da Universidade do Merco-
a Primeira Conferência Regional de Emprego que rea- sul pelo site Mercosul Educacional
liza-se em abril de 2004 com composição triparte (mi- 8. ↑ Artigo 1º do Decreto Nº 17/02 do CMC Os símbo-
nistros do trabalho, empregadores e sindicatos) e fina- los do Mercosul.
liza com uma importante recomendação dos Ministros 9. ↑ Declaração de Iguaçu entre Brasil e Argentina
do Trabalho sobre uma Estratégia do Mercosul para a 10. ↑ Ata de Buenos Aires na íntegra
criação de empregos. Em dezembro de 2004 decide- 11. ↑ Acordado pela Ata de Copacabana de 16 de mar-
se criar o Grupo de Alto Nível para a elaboração de ço de 2004
uma estratégia MERCOSUL dirigida ao crescimento do 12. ↑ Protocolo de Ouro Preto na íntegra
emprego. 13. ↑ Os Estados-Membros, Chile e Bolívia assinam o
Protocolo de Ushuaia
Educação 14. ↑ Declaração Sociolaboral na íntegra
O Setor Educacional do Mercosul (SEM) foi criado a par- 15. ↑ Protocolo de Olivos
tir da assinatura do protocolo de intenções por parte 16. ↑ Argentina busca apoio financeiro nos Estados
dos ministros da Educação. Desde sua criação reco- Unidos pelo site da BBC Brasil.
nheceu-se a importância da educação como estratégia 17. ↑ Sobre as responsabilidades do CRPM pelo site
para o desenvolvimento da integração econômica e oficial do Mercosul
cultural do Mercosul e o peso da informação para se 18. ↑ Atas das reuniões do Conselho do Mercado Co-
alcançarem esses objetivos, o que culminou com a cri- mum (CMC)
ação do Comitê Coordenador Técnico do Sistema de 19. ↑ México, em processo de conversão para estado
Informação e Comunicação. associado pelo jornal Bilaterals.org
20. ↑ Declaração de Cuzco.
De acordo com o Plano Estratégico 2006-2010 do SEM 21. ↑ Venezuela se torna Estado-Membro do Mercosul
as principais linhas de ação do SIC são: a partir de 04 de Julho de 2006
• Criação e atualização dos espaços virtuais para 22. ↑ Sede permanente do Mercosul Cultural: Artigo 1º
publicar os materiais e produtos surgidos nos di- do CMC 11/06
ferentes encontros e seminários; 23. ↑ Projeto de Acordo Nº 14/02: Sobre residência para
• Elaboração de indicadores de Educação Tecnoló- nacionais ods Estados Parte do Mercosul, Bolívia
gica pertinentes e, incorporação à publicação do e Chile.
sistema de Indicadores do Mercosul Educacional; 24. ↑ Organograma da Estrutura do Mercosul pelo site
• Publicação dos Indicadores de Educação Básica, do Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
Média e Educação Superior; 25. ↑Protocolo de Ouro Preto na íntegra
• Elaboração de um Glossário relativo à Educação 26. ↑ Banco Mundial, World Economic Outlook Data-
Técnica e a Educação Tecnológica; base, Outubro de 2007, para o ano de 2006.
• Difusão dos programas de intercâmbio existentes 27. ↑ Human Development Report 2007. Programa das
e as equivalências e protocolos acordados; Nações Unidas para o Desenvolvimento (2007).
28. ↑ CIA World Factbook 2004, IMF WEO Database.

310 Degrau Cultural

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Previdência – Conjuntura e Estrutura

29. ↑ Decreto Nº 4.604 de 21 de Fevereiro de 2003. • Ambiente: a conscientização da fragilidade do


Acordo de Complementação Econômica nº 56, ambiente físico e os efeitos sobre a atividade hu-
entre a comunidade Andina e o Mercosul. mana e as decisões.
30. ↑ Mercosul assina tratado de livre-comércio com • Economia: sensibilidade aos limites e ao potencial do
Israel pelo Uol.com.br crescimento econômico e seu impacto na sociedade
31. ↑ * Artigo sobre a incorporação e oficialização do e no ambiente, com o comprometimento de reavaliar
idioma Guarani no Mercosul os níveis de consumo pessoais e da sociedade.
32. ↑ Declaração Sociolaboral do Mercosul • Cultura: é geralmente omitido como parte do DS
(Desenvolvimento Sustentável). Entretanto, valo-
BIBLIOGRAFIA res, diversidade, conhecimento, línguas e visões
de mundo associados à cultura formam um dos
• BÊRNI, D. A.. A marcha do Mercosul e a marcha da pilares do DS e uma das bases da EDS (Educa-
globalização. In. Reis, C. N. (0rg.): América Latina: ção para o Desenvolvimento Sustentável).
crescimento no comércio mundial e exclusão social..
Porto Alegre: Dacasa Editora/Palmarica, 2001. 275 p. RESPONSABILIDADE SÓCIO-AMBIENTAL
• BULMER-THOMAS, V.. A União Européia e o Merco- NA GESTÃO PÚBLICA
sul: perspectivas de um tratado de livre comércio e
suas implicações sobre os Estados Unidos. In. Reis, 1. Introdução
C. N. (0rg.):
Na última década, o ambiente de negócios se mostrou
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL bastante instável e turbulento, com a existência de mu-
danças drásticas no processo econômico e produtivo
Desenvolvimento Sustentável, segundo a Comissão mundial. Fatos como transformações na economia in-
Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CM- ternacional e globalização da produção e do consumo
MAD) da Organização das Nações Unidas, é aquele têm sido acompanhados de outras mudanças como,
que atende às necessidades presentes sem compro- por exemplo, um crescente grau de exigência dos con-
meter a possibilidade de que as gerações futuras sa- sumidores, que, por meio de seu poder de compra,
tisfaçam as suas próprias necessidades. estão buscando variedade de produtos e demonstran-
A idéia deriva do conceito de ecodesenvolvimento, pro- do a sua preocupação pela qualidade.
posto nos anos 1970 por Maurice Strong e Ignacy Sa- A emergência desse consumidor mais agressivo e exi-
chs, durante a Primeira Conferência das Nações Uni- gente reflete em grande parte as mudanças que a pró-
das sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Estocol- pria sociedade vem sofrendo quanto a valores e ideolo-
mo, 1972), a qual deu origem ao Programa das Na- gias e que envolvem suas expectativas em relação às
ções Unidas para o Meio Ambiente - PNUMA. empresas e aos negócios. As empresas têm refletido
Em 1987, a CMMAD, presidida pela Primeira-Ministra esta mudança no comportamento do consumidor, pas-
da Noruega, Gro Harlem Brundtland, adotou o conceito sando a incorporar em suas transações valores éticos
de Desenvolvimento Sustentável em seu relatório Our que alteram a forma tradicional de obter lucros. Deixam
Common Future (Nosso futuro comum), também co- de ser apenas produtores de bens e serviços e incorpo-
nhecido como Relatório Brundtland. ram gradualmente, como parte de sua responsabilida-
O conceito foi definitivamente incorporado como um de, a qualidade das relações com seus stakeholders.
princípio, durante a Conferência das Nações Unidas Surge, então, a questão da responsabilidade social
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Cúpula da como parte importante no desenvolvimento de estraté-
Terra de 1992 - Eco-92, no Rio de Janeiro. O Desenvol- gias competitivas, onde as empresas desempenham
vimento Sustentável busca o equilíbrio entre proteção um papel proativo, implementando mudanças concei-
ambiental e desenvolvimento econômico e serviu como tuais em seus procedimentos e agindo de forma cons-
base para a formulação da Agenda 21, com a qual mais ciente, sozinhas ou em parceria com ONGs ou gover-
de 170 países se comprometeram, por ocasião da no. Por meio de ações socialmente responsáveis bus-
Conferência. Trata-se de um abrangente conjunto de cam o crescimento e a satisfação do cliente.
metas para a criação de um mundo, enfim, equilibrado. Para sustentar sua vantagem competitiva, cada vez mais
A Declaração de Política de 2002 da Cúpula Mundial as empresas estão estabelecendo múltiplas alianças
sobre Desenvolvimento Sustentável, realizada em Joa- de diferentes tipos, criando redes. Macedo-Soares
nesburgo, afirma que o Desenvolvimento Sustentável é (2002) observa que as alianças e as redes têm sido
construído sobre “três pilares interdependentes e mu- consideradas uma das opções mais adequadas para
tuamente sustentadores” — desenvolvimento econô- lidar com as atuais exigências do mercado, demasia-
mico, desenvolvimento social e proteção ambiental. das para uma empresa isolada.
Esse paradigma reconhece a complexidade e o inter- A atuação em redes de relacionamento estratégicas,
relacionamento de questões críticas como pobreza, tais como joint ventures e outros tipos de alianças, traz
desperdício, degradação ambiental, decadência urba- um novo desafio às empresas que buscam uma pos-
na, crescimento populacional, igualdade de gêneros, tura de responsabilidade socioambiental perante os
saúde, conflito e violência aos direitos humanos. stakeholders. Gulati, Nohria e Zaheer (2000) reforçam
O PII (Projeto de Implementação Internacional) apre- que as redes de relacionamento nas quais as empre-
senta quatro elementos principais do Desenvolvimen- sas estão inseridas influenciam fortemente sua con-
to Sustentável — sociedade, ambiente, economia e duta e performance. Assim, o alinhamento da respon-
cultura. sabilidade socioambiental às estratégias das diferen-
• Sociedade: uma compreensão das instituições tes parcerias torna-se crítica e complexa.
sociais e seu papel na transformação e no desen- No entanto, apesar da importância crescente dessas
volvimento. configurações em redes para a performance e a con-
duta das empresas, a dimensão relacional voltada para

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Previdência – Conjuntura e Estrutura

a responsabilidade socioambiental tem sido pouco in- Responsabilidade social pode ser definida como
vestigada pelos estudiosos em gestão estratégica. o compromisso que uma organização deve ter
Este artigo evidencia a importância de conduzir análi- para com a sociedade, expresso por meio de atos
ses estratégicas sob a ótica relacional, ou seja, que e atitudes que a afetem positivamente, (...), agin-
levam em conta as implicações estratégicas dos rela- do proativamente e coerentemente no que tange
cionamentos e redes formadas por estes nos quais a a seu papel específico na sociedade e a sua pres-
organização atua, e mostrar que essa ótica, no caso de tação de contas para com ela. A organização (...)
empresas orientadas para a responsabilidade socio- assume obrigações de caráter moral, além das
ambiental que operam em alianças/redes estratégicas, estabelecidas em lei, mesmo que não direta-
mente vinculadas a suas atividades, mas que
agrega valor com novos insights valiosos para sua to-
possam contribuir para o desenvolvimento sus-
mada de decisão estratégica.
tentável dos povos.
Na indústria de energia, modificações estruturais e gran-
des transformações têm ocorrido no sentido de estrei- Para Ashley (2002) e Melo Neto e Froes (1999), a res-
tar as relações entre os vários atores, com uma preo- ponsabilidade social assumiu recentemente novas
cupação grande com a responsabilidade socioambi- características e engloba, além dos públicos internos e
ental, devido às características específicas desse se- externos, a preservação do meio ambiente, como veto-
tor. Por isso, escolheu-se o caso da Petrobras para res que direcionam o investimento das empresas em
avaliar a adequação estratégica de empresas em re- responsabilidade social.
des voltadas para a responsabilidade socioambiental. Já Reinhardt (1999) argumenta que a preservação do
Em função da crescente importância da questão socio- meio ambiente não deve ser vista como uma questão
ambiental para a sustentação da vantagem competitiva de responsabilidade social. Para o autor, o investimen-
da Petrobras, é imperativo que essa dimensão seja to ambiental está intrinsecamente relacionado à sus-
aplicada de forma adequada nas alianças estratégicas tentabilidade do negócio; portanto, incluir essa variável
da empresa. no campo da responsabilidade social levaria a empre-
Este artigo está estruturado em quatro partes. A primei- sa a ignorar oportunidades e riscos resultantes dos
ra apresenta o referencial teórico da pesquisa e explica problemas ambientais.
a sua metodologia. Na segunda parte, descrevem-se O conceito de responsabilidade social corporativa
os resultados obtidos da avaliação da adequação da (CSR1) vem sofrendo ainda várias transições quanto à
estratégia atual da empresa sob estudo, limitando-se sua capacidade de operacionalização e mensuração,
à ótica relacional. Na terceira parte, esses resultados subdividindo-se em vertentes do conhecimento: res-
são discutidos para fazer recomendações para melho- ponsividade social corporativa (CSR2), retitude social
rar a adequação da estratégia em questão. Na última corporativa (CSR3) e performance social corporativa
parte levantam-se questões para futuras pesquisas. (CSP). Segundo Frederick (1994), o conceito de res-
ponsividade social corporativa (CSR2) apresentava um
2. Referencial teórico enfoque mais gerencial, implicando o desenvolvimen-
to de ferramentas que pudessem ser testadas e apli-
Responsabilidade socioambiental cadas nas organizações. A retitude social corporativa
A partir da década de 1970, a convergência de várias (CSR3) inclui a necessidade de uma ética normativa
forças econômicas levou alguns acadêmicos a reexa- para que a responsabilidade social corporativa possa
minarem a noção de “responsabilidade social corpora- vigorar na prática. Finalmente, a performance social
tiva”, definida nos seus primórdios pelo princípio da corporativa (CSP) é mais voltada para os resultados,
caridade, que exigia um auxílio dos indivíduos mais ri- com foco no impacto dos negócios para a sociedade.
cos aos menos afortunados da sociedade, diretamen- Com relação à responsabilidade socioambiental e per-
te ou com igrejas e fundos comunitários (Carnegie, apud formance da empresa, Hart (1997) afirma que as em-
Stoner e Freeman, 1985). presas precisam criar uma visão de economia global
Atualmente, os argumentos a favor da responsabilida- sustentável, ou seja, desenvolver estratégias e compe-
de social corporativa podem ser classificados na linha tências integradas com o meio ambiente, e, ao mesmo
ética e instrumental. Os argumentos éticos conside- tempo, coerentes com os problemas das diferentes eco-
ram dever das empresas praticar ações sociais por ser nomias (de mercado, de sobrevivência e da natureza).
uma atitude moralmente correta. Já a linha instrumen- Na próxima década, o desenvolvimento sustentável será
tal defende a responsabilidade social corporativa como uma das maiores oportunidades da história dos negó-
forma de trazer vantagem competitiva às empresas (Jo- cios e cabe aos executivos liderar este caminho. Se-
nes, 1996). gundo Hart (1997), as empresas devem assumir o pa-
Evoluindo na linha instrumental, Carroll (1999) propõe pel de educadoras, direcionando a preferência dos con-
uma visão mais abrangente, que inclui a cidadania sumidores por produtos e serviços consistentes com a
empresarial. Ele define quatro dimensões da respon- questão da sustentabilidade.
sabilidade social corporativa: econômica, legal, ética
e filantrópica. Assim, para ser socialmente responsá- Alianças estratégicas e responsabilidade socioambi-
vel, a organização deveria ser lucrativa, obedecer às ental
leis, ter uma atitude ética e, ainda, praticar atividade Como já evidenciado, as práticas de responsabilidade
de filantropia. social assumem cada vez mais importância nas em-
Apesar da divergência quanto ao mérito da responsa- presas, como forma de criar valor para todos os
bilidade social, autores contemporâneos consideram stakeholders. Nesse contexto, as alianças entre em-
que transformações no papel da empresa, governo e, presas de diferentes setores, em especial entre gran-
em especial, da sociedade, proporcionaram uma nova des organizações e empresas sem fins lucrativos, são
visão da questão. Para Ashley (2002:6): uma ferramenta crucial para incorporar o elemento so-
cial e o ambiental na estratégia corporativa.

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Pode-se definir alianças socioambientais como formas • um grupo ambiental pode ser um grande aliado
de relacionamento entre empresas envolvendo troca, no desenvolvimento de estratégias de responsa-
compartilhamento ou co-desenvolvimento de produtos, bilidade ambiental, fortalecendo laços com a soci-
tecnologia ou serviços, com o objetivo de implementar edade e instituições que fornecem recursos críti-
políticas e atividades que incluem pelo menos um par- cos para a performance da empresa;
ceiro sem fins lucrativos e objetivos não-econômicos, • alianças ambientais podem ajudar a empresa a
isto é, objetivos voltados para a melhoria do bem-estar estar de acordo com a legislação e questões am-
social e para a preservação do meio ambiente (Berger, bientais, antes que normas rígidas do governo
Cunningham e Drumwright, 2004; Hartman e Stafford, ameacem a sua posição no mercado;
1998; Gulati, 1998). • programas de responsabilidade ambiental podem
Hartman e Stafford (1998) citam ainda outros motivos melhorar a eficiência operacional da empresa, pela
que justificam uma aliança socioambiental, em espe- redução de custos;
cial com organizações sem fins lucrativos: • alianças ambientais podem gerar novas oportuni-
dades para produtos e tecnologias “verdes”.

Analisando a natureza das parcerias estratégicas, Austin (2000) classifica as alianças entre empresas e organiza-
ções sem fins lucrativos em três categorias: filantrópica (de caráter assistencial), transacional (relação bilateral na
qual o fluxo de valor tende a ir nas duas direções) e integrativa (na qual a relação se estrutura em torno da produção
conjunta de um bem ou serviço, numa cadeia comum de valor). À medida que a empresa e sua parceira avançam por
esse contínuo, cresce a complexidade, mas também a geração de valor para ambas as partes (quadro 1).

Rondinelli e London (2003) sugerem uma atenção redobrada para alianças voltadas para a área ambiental e social.
Como essas alianças são relativamente novas, ambos os parceiros têm pouca experiência no seu gerenciamento,
o que gera mais dificuldades em aspectos como confiança e compatibilidade de objetivos, em comparação às de
uma aliança comum.

Modelo strategic network analysis (SNA) para análise de adequação estratégica na ótica relacional
Em função da crescente importância de ter uma perspectiva, ao mesmo tempo, sistêmica, integrativa e relacional,
adotou-se como modelo conceitual nesta pesquisa o modelo strategic network analysis (SNA), de Macedo-Soares
(2002), para análises estratégicas na ótica relacional, no caso de empresas que atuam em alianças e redes. Esse
modelo foi construído a partir de uma série de arcabouços anteriores (Macedo-Soares e Chamone, 1994; Macedo-
Soares e Lucas, 1996), inspirados, inicialmente, na escola sociotécnica (Cherns, 1976) e, incorporando, posterior-
mente, alguns construtos de Austin (1990), de Porter (1980) e da escola baseada em recursos — RBV (Wernerfelt,
1984). Resultou, primeiro, em um modelo genérico integrativo (Modelo GI) para analisar as variáveis críticas internas
à empresa, em interação com as externas mais relevantes para avaliar sua adequação estratégica na ótica tradicio-
nal, ou seja, sem contemplar relacionamentos, tipo alianças e as redes formadas por elas (Macedo-Soares, 2000).
O modelo SNA evoluiu do Modelo GI ao incluir construtos pertinentes à análise relacional, notadamente, indicadores
relevantes para avaliar as implicações estratégicas das alianças e redes. Faz parte do ferramental SNA que inclui os
seguintes componentes:
• metodologia de análise — passos para realizar avaliações de adequação estratégica na ótica relacional;
• listas de referências — conjunto de construtos e indicadores para capturar e analisar os dados necessários a
essas avaliações;
• modelo SNA — arcabouço para auxiliar o mapeamento e a análise da rede estratégica da empresa.

Como a preocupação do modelo SNA é por definição com a rede, e o nível de análise é a empresa, ele foca a ego-rede
dessa empresa, auxiliando na concentração da análise nas características relacionais que têm as implicações

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estratégicas mais significativas para ela. O conceito de ego-rede foi adaptado da rede egocêntrica de Knoke (2001),
para análise no caso de uma empresa específica — focal. Refere-se à rede constituída pela empresa focal, por suas
alianças estratégicas principais e pelos laços significativos entre seus parceiros, no contexto de uma rede de valor
maior. Isso explica por que os atores que fazem parte dessa rede de valor, mas não são aqueles com os quais a
empresa tenha estabelecido alianças estratégicas, são chamados de outros atores estratégicos. Da mesma forma,
os fatores organizacionais e ambientais, relevantes para análises tradicionais, não são nomeados nesse modelo
para evitar tirar a atenção das dimensões relacionais.
Vale destacar que os construtos do ferramental SNA fundamentam-se nos trabalhos de Gulati, Nohria e Zaheer
(2000), Galaskiewicz e Zaheer (1999) e Knoke (2001) e contemplam as seguintes categorias de variáveis: estrutura
da rede, composição da rede, tipo de laço e gerenciamento da rede (quadro 2).

Conforme sugerem Gulati, Nohria e Zaheer (2000), no • passo 3 — identificação das características da
nível da empresa, cada uma dessas características ego-rede e a análise das suas implicações nos
pode ser considerada uma força ou uma fraqueza. For- níveis da indústria e da empresa, em termos de
ças são associadas a recursos únicos, valiosos, e difi- constituírem, respectivamente, oportunidades e
cilmente imitáveis sob a forma de capital social e infor- ameaças, forças e fraquezas;
macional que a rede pode proporcionar. Fraquezas são • passo 4 — avaliação da consistência dessas im-
ativos indesejáveis que acompanham o relacionamen- plicações com a estratégia, à luz do desempenho
to ou condições que dificultam sua implementação ou da empresa, de acordo com o conceito de ade-
sua gestão bem-sucedida. No nível da indústria, para a quação estratégica dinâmica (Zajac, Kraatz e Bres-
qual consideram-se as três primeiras dimensões, as ser, 2000);
implicações da rede se apresentam como oportunida- • passo 5 — definição de eventuais mudanças nos
des e ameaças (Macedo-Soares e Tauhata, 2002). fatores relacionais ou organizacionais para me-
A metodologia de análise estratégica SNA, restrita nes- lhorar ou criar as condições necessárias à ade-
te artigo à análise relacional, envolve os seis passos a quação estratégica dinâmica;
seguir: • passo 6 — tomada de decisão estratégica.
• passo 1 — caracterização da estratégia utilizando- Ajustes ou adoção de nova estratégia, conside-
se da tipologia de Mintzberg (1998), complemen- rando todos os stakeholders e a importância de
tando-a com os construtos de Fahey e Randall sustentar um desempenho superior.
(1998); Note que na pesquisa também foi conduzida uma aná-
• passo 2 — identificação e classificação das alian- lise “tradicional”. No artigo, apenas alguns dos seus
ças que constituem a rede estratégica da empre- resultados são apresentados na seção “Discussão”
sa, chamada de “ego-rede”; para fins de comparação com os relacionais.

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Previdência – Conjuntura e Estrutura

3. Metodologia Apesar desse artigo fazer uma análise histórica e com-


parativa do vitorioso modelo de bem-estar social sue-
O “estudo de caso” individual foi considerado o método co, como foi defendido por Gunnar Myrdal e foi implan-
de pesquisa mais adequado, pois consiste em uma tado em seu país, (a Suécia atingiu e manteve, por mais
investigação empírica que busca analisar, com profun- de sete décadas, os melhores Índices de Desenvolvi-
didade, fenômenos contemporâneos inseridos nos mento Humano -IDH do planeta), é preciso não alimen-
seus contextos específicos da vida real (Yin, 2005). tarmos ilusões: devido às imensas diferenças cultu-
Seguindo a estratégia de triangulação dos métodos de rais, sociais, demográficas, religiosas, geográficas e
Yin (2005), foram utilizados múltiplos meios e fontes econômicas que há entre o Brasil de hoje e a Suécia de
para a coleta de dados: 1932, não há a menor condição de se copiar o modelo
pesquisas documental e telematizada; sueco em nosso país.
levantamento de percepções com o auxílio de questio- Mas o modelo de desenvolvimento econômico e a base
nários semi-estruturados a serem respondidos pelos de sustentação financeira das políticas sociais no Bra-
gestores e profissionais do Centro de Pesquisa e De- sil têm sido organizados de forma incompatível com os
senvolvimento da Petrobras (Cenpes); ideais de universalização. Como corolário, tem-se uma
levantamento de percepções complementar por meio universalização que na prática é excludente.
de entrevistas com executivos e profissionais da área Em outras palavras, a política social brasileira, além de
sob estudo; ser insuficiente para cobrir as necessidades da popu-
levantamento de percepções de parceiros por meio de lação de mais baixa renda de maneira a evitar a perpe-
entrevistas com auxílio de roteiro semi-estruturado (uma tuação dos bolsões de pobreza e gerar novas riquezas,
ONG e duas universidades brasileiras, pelo critério da no conceito originalmente proposto por Gunnar Myrdal,
acessibilidade). não somente em termos de quantidade, mas também
Com base no conceito de alianças socioambientais de qualidade, exclui, na prática, os segmentos de alta e
mencionado anteriormente, delimitou-se o escopo do média renda, fator distintivo do tipo de universalismo
levantamento de percepções, com auxílio de questio- que se implantou na maioria dos países europeus na
nários estruturados, ao Cenpes, pois se verificou, por fase áurea do Estado do bem-estar social. Estes fazem
meio de levantamento documental e pesquisa prelimi- o uso cada vez mais freqüente dos sistemas privados
nar no campo, que a maioria dos projetos socioambi- autônomos, seja no campo da saúde, seja no campo
entais em parceria com universidades, instituições de das entidades (abertas ou fechadas) de previdência
pesquisa e empresas de consultoria estão concentra- privada.
dos nesse centro de pesquisas da Petrobras, devido à A Constituição de 1988 consagrou o ideário da univer-
própria natureza da pesquisa focada na proteção ao salização das políticas sociais no Brasil, numa fase
meio ambiente dessa unidade. onde as condições econômicas para chegar a um uni-
Quanto ao tratamento dos dados, adotaram-se méto- versalismo de fato se tornavam cada vez mais precári-
dos quantitativos e qualitativos. No caso do questioná- as; o Brasil passou toda a década de 1990 “dependu-
rio estruturado, as respostas foram tratadas segundo rado” em empréstimos do FMI e sujeito às regras do
métodos de estatística descritiva. Já as respostas às Consenso de Washington, que privilegia os interesses
perguntas abertas e os depoimentos dos entrevista- dos capitais financeiros internacionais e são avessas
dos nos dois levantamentos de percepções comple- a quaisquer políticas sociais. Sendo assim, crise eco-
mentares (profissionais do Cenpes e parceiros) foram nômica, crise nas finanças públicas e direitos constitu-
analisados por meio de técnicas de análise de conteú- cionais adquiridos passam a ser, desde meados dos
do, de maneira a complementar as informações en- anos 90, um dos conflitos a serem enfrentados numa
contradas pelas análises descritivas e checar sua con- eventual reforma do Estado. A crise do Estado do bem-
sistência, quando possível (Weber, 1994). estar social no Brasil chegou antes que ele pudesse
ser, de fato, implantado em sua plenitude.
O ESTADO BRASILEIRO E AS POLÍTICAS SOCIAIS O grande dilema do universalismo dos países euro-
DO TRABALHO – ASPECTOS CONCEITUAIS, peus, a partir da crise dos anos 70, consistia em man-
HISTÓRICOS E NORMATIVOS ter uma política social igual para iguais, num contexto
de aumento da heterogeneidade social. Tal condição
O Estado de Bem-Estar Social no Brasil só foi possível em função do alto grau de homogenei-
Ao longo dos anos 70 e 80, o Estado brasileiro busca dade conquistado através de políticas de rendas e po-
organizar um “‘arremedo’ de Estado de bem-estar so- líticas sociais desenvolvidas sob a égide do conceito
cial”, na tentativa de satisfazer algumas demandas da de cidadania nos anos 50 e 60. No entender de Esping-
população desprotegida. Entretanto, desde do início, Andersen, que definiu “três mundos” quanto às políti-
jamais o Brasil considerou os gastos com políticas so- cas de bem-estar social, foi o foco sueco no “produtivis-
ciais como “investimento” produtivo, no sentido preco- mo”, com suas políticas sociais concebidas para au-
nizado por Gunnar Myrdal, sendo a maior parte das po- mentar a capacidade produtiva dos indivíduos, (por
líticas adotadas no Brasil mais semelhantes às anti- oposição à visão neoliberal, que conceitualiza as polí-
gas políticas “assistencialistas” européias destinadas ticas sociais como sendo “custos” ou meras transfe-
mais a “remediar a pobreza” do que a políticas efetiva- rências de renda “daqueles que produzem para aque-
mente capazes de criar uma maior eficiência econômi- les que não produzem”) que permitiu à universalização
co-produtiva e assim gerar novas e maiores riquezas. A das políticas sociais na Suécia (Esping-Andersen,
criação do Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição 1990). Em países que não mantiveram esse foco “pro-
(INAN), do Funrural e, posteriormente, das Ações Inte- dutivista” em suas políticas sociais, onde a população
gradas de Saúde (AIS) do SUDS, do SUS, dos meca- ficou, em conseqüência, mais vulnerável aos efeitos do
nismos de seguro-desemprego, são exemplos claros discurso neoliberal, mesmo nos países mais ricos,
dessa “tentativa de marcha” rumo à frustrada universa- como os Estados Unidos, esta universalização dos
lização dos direitos sociais. benefícios sociais não foi obtida.

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Previdência – Conjuntura e Estrutura

No Brasil, a desigualdade social é de grandes propor-


ções. Dados de 1991 mostram que cerca de 30,7%
das famílias brasileiras recebiam renda total inferior a
dois salários mínimos. No Nordeste essa proporção
atingia 53%. Os 10% mais ricos no Brasil abarcavam
51,7% da renda, enquanto os 10% mais pobres fica-
vam somente com 0,7%. Cerca de 49,4% das pessoas
ocupadas não contribuíam para nenhum instituto de
previdência social.
Um primeiro programa de política econômica para ten-
tar diminuir as distorções causadas por essa desigual-
dade de renda exacerbada foi o PIS/PASEP. Na área
rural foram tomadas, na década de 1960, as primeiras
iniciativas para estender a cobertura previdenciária aos
trabalhadores rurais. O Estatuto do Trabalhador Rural,
de 2 de março de 1963, regulamentou os sindicatos
rurais, instituiu a obrigatoriedade do pagamento do
salário mínimo aos trabalhadores rurais e criou o Fun-
do de Assistência e Previdência do Trabalhador Rural -
FAPTR, posteriormente, em 1969, denominado FUN-
RURAL). Entretanto a cobertura previdenciária aos tra-
balhadores rurais só veio a se concretizar na prática
em 1969, já no governo militar, pois os recursos (finan-
ceiros e administrativos) necessários à sua efetivação
não haviam sido previstos na legislação original. Em
1971, no Governo do General Medici, foi lançado o Pro-
grama de Assistência Rural (PRORURAL), ligado ao
FUNRURAL, que previa benefícios de aposentadoria e
o aumento dos serviços de saúde até então concedi-
dos aos trabalhadores rurais. Entre outras medidas, o
PRORURAL previa a aposentadoria por velhice e por
invalidez para trabalhadores rurais maiores de 70 anos
de idade, no valor de ½ salário mínimo; pensão, equi-
valente a 70% da aposentadoria, e auxílio funeral, para
dependentes do beneficiário; serviços de saúde, inclu-
indo assistência médico-cirúrgico-hospitalar e trata-
mento odontológico; serviço social em geral. As mulhe-
res só seriam beneficiadas diretamente caso fossem
chefes de família (algo muito raro no Sul do Brasil) ou
assalariadas rurais. A efetividade do programa estava
garantida, uma vez que a legislação que o criou tam-
bém previu a forma de obtenção de recursos para sua
implementação.
Mais recentemente, no governo Lula (2002-2010), fo-
ram implantados o Bolsa Família, que em 2006 aten-
deu 11 milhões de pessoas, e o projeto Renda básica
de cidadania que, embora agindo numa direção acer-
tada, foram apenas capazes de redistribuir menos de
1% do PIB brasileiro, e os valores distribuídos individu-
almente por esses programas ainda são nitidamente
insuficientes para alterar para melhor a capacidade pro-
dutiva dos seus beneficiários.

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Noções de Teoria da Administração

Conhecimentos
Complementares

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Noções de Teoria da Administração

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Noções de Teoria da Administração

NOÇÕES DE TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO


1 – Planejamento, Organização, Direção e Controle c) Organização no nível das tarefas e operações, tam-
(PODC) bém denominado Desenho de Cargos e Tarefas, reali-
zado mediante descrição e análise dos cargos.
Podemos considerar que o Planejamento, Organiza-
ção, Direção e Controle, constituem separadamente Direção – é a parte do processo administrativo que fun-
funções administrativas, quando analisadas de uma ciona como fonte propulsora, que tem a função de acio-
forma conjunta e total, passam a formar um processo nar e dinamizar a empresa, podemos afirmar ainda que
administrativo. Diante desta visão sistêmica, afirma- esta função administrativa está diretamente relaciona-
mos que os elementos do processo agem um sobre da com os recursos humanos da empresa. A direção é
os outros afetando os demais. a atividade que utiliza as relações interpessoais para
atender a todos os níveis da organização. A direção é
Este ciclo administrativo pode representar uma condi- considerada a mais complexa das funções administra-
ção de correção e melhoria contínuas utilizando para tivas, pois envolve, execução, comunicação, liderança e
tal a retroação. motivação.

Planejamento – é a função administrativa que permite A Direção pode dar-se em três níveis distintos:
antecipar quais os objetivos e metas que devem ser a) Direção no Nível Global – abrange a empresa na sua
alcançados, e a metodologia que será utilizada para totalidade (diretoria);
alcançá-los. Fica caracterizado que o Planejamento é b) Direção no Nível Departamental – abrange cada de-
meramente um modelo teórico para as ações futuras a partamento da empresa (gerência);
serem realizadas. c) Direção no Nível Operacional – abrange grupo de
pessoas ou tarefas (supervisão).
Dizemos que o Planejamento é forma pela qual identi-
ficamos a “situação presente” e projetamos a “situa- Controle - é a parte do processo administrativo que
ção futura”, temos a informação de “onde estamos ago- terá a função de verificar tudo o que foi estipulado nas
ra” e traçamos os objetivos pretendidos de “onde pre- fases anteriores, assim sendo, o controle pode definir
tendemos chegar”. os padrões de desempenho, a partir desta definição,
iniciar o processo de monitoramento, comparando o
Podemos ainda dizer que o Planejamento tem três ní- desempenho apresentado com os padrões definidos
veis que são: previamente, e conseqüentemente realizar as medidas
corretivas que se fizerem necessárias.
Planejamento Estratégico – é um planejamento que
possui uma forma genérica, tem uma forma sintética e O controle é um processo cíclico composto por quatro
abrangente. É traçado para Longo Prazo e tem uma fases, que são:
amplitude que aborda a empresa como um todo. 1) Estabelecer os padrões e/ou critérios;
2) Observar os desempenhos;
Planejamento Tático – é um pouco menos genérico 3) Comparação entre desempenho e os padrões esta-
que o estratégico, é mais detalhado, sendo ele traçado belecidos;
para médio prazo e aborda cada unidade da empresa 4) Ação corretiva
de forma separada.
Ética e Cidadania nas Organizações
Planejamento Operacional – é um planejamento deta-
lhado, específico e analítico, tem objetivos traçado para Como podemos observar no mundo contemporâneo,
curto prazo e aborda apenas cada operação ou tarefa. exigisse cada vez mais das pessoas e das organiza-
ções um comportamento ético para como todos os
Organização – também é parte integrante do processo “stakeholders”. O comportamento ético está baseado
administrativo, e tem como premissa básica, organi- numa espécie de teoria sobre a prática moral.
zar, estruturar e integrar os recursos à disposição de
sua administração. Nesse contexto, as empresas vem assumindo cada vez
mais seu papel junto a sociedade, visando a longevida-
Podemos dizer que à organização compete dividir o de de seus negócios, afirmamos que as empresas que
trabalho, agrupar as atividades a serem realizadas, não possuem um comportamento ético para com seus
determinar quem executará, disponibilizar os recursos parceiros (sócios, clientes, funcionários, fornecedores,
necessários para o desenvolvimento do que foi traça- governo etc) tem vida curta. Há um forte corrente que
do no planejamento e coordenar todos os esforços. visa cobrar mais sobre as questões de conservação,
cooperação, temas ambientais (desenvolvimento sus-
A organização pode ser analisada com base em três tentável) e outros, mas principalmente comportamento
níveis que são: o que chamamos de comportamento ético, com o qual
a) Organização em nível global, também denominado podemos classifica as empresas em:
de Desenho Organizacional, que pode ser do tipo Or- 1) Amoral – busca os lucros a qualquer preço e vê seus
ganização Linear, Organização Funcional ou Organiza- funcionários (colaboradores) como meras unidades
ção Linha-Staff; econômicas de produção;
b) Organização no nível departamental, também deno- 2) Legalista – apegadas a Lei, só adotam posturas éti-
minado Desenho Departamental ou simplesmente cas para evitar problemas legais;
departamentalização; 3) Receptiva – mostra-se responsável porque é conve-
niente e não porque é correto;
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Noções de Teoria da Administração

4) Ética que Aflora – reconhece a existência de um con- Uma definição de caráter mais processual e dinâmico
trato social entre os negócios e a sociedade, passando é fornecida pelo lingüista russo Roman Jackobson, que
esta atitude para toda a corporação; define comunicação como sendo um processo relacio-
5) Ética – harmoniza tão perfeitamente lucros e ética nal em que um emissor, manipulando um determina-
que recompensa seus funcionários por se afastarem do código, elabora uma mensagem acerca de um de-
de ações comprometedoras, tem práticas educacionais terminado contexto, que é transmitida, por meio de um
voltadas para problemas éticos e dispõe de mentores canal específico, a um ou mais receptor(es).
para dar orientação moral aos novos empregados.
Constitui-se assim um processo caracterizado pela
Para que este aspecto ético seja implementado e con- presença de seis elementos:
siderado em todas as relações, se faz necessário que 1. Emissor – o sujeito que elabora e “emite”, envia, re-
haja o comprometimento primeiramente da Direção, mete a mensagem a outro;
sendo passado e assumido como parte ativa da políti- 2. Código – a combinação de linguagens e signos que
ca da empresa. serão usados na elaboração da mensagem;
3. Mensagem – o “texto”, o conjunto de expressões e con-
teúdos que serão produzidos e remetidos ao receptor;
Princípios de Responsabilidade Sócio-ambiental 4. Contexto – o “referente”, o tema, o assunto ao qual a
mensagem se refere;
A Responsabilidade Socioambiental deve ser a essên- 5. Canal – o meio, a “mídia” que o emissor utiliza para a
cia dos negócios. Este processo não se realiza por meio transmissão da mensagem;
de ações isoladas, desvinculadas da operação empre- 6. Receptor(es) – o(s) sujeito(s) a quem a mensagem
sarial, mas envolve atividades e decisões intimamente é enviada, a quem cabe recebê-la (física e cognitiva-
associadas à forma como a empresa interage com a mente) e a interpretar.
sociedade em que está inserida.
Mais do que um compromisso negocial, as empresas Observe que, nos processos de comunicação estabe-
assumem um compromisso com o futuro. E o futuro lecidos entre organização e clientes, as posições de
deve ser construído hoje, de forma consciente e positi- emissor e receptor são permutáveis: ora é a organiza-
va (desenvolvimento sustentável). Por isso, todas as ção quem toma a “palavra”, propondo uma compra, trans-
atividades devem envolver um grande cuidado com o mitindo uma informação, fixando metas e oferecendo
meio ambiente, funcionários, comunidades, clientes, incentivos, por exemplo; ora é um ou outro cliente quem
fornecedores e consumidores. “fala”, manifestando expectativas, reivindicando direitos,
Por meio da Responsabilidade Socioambiental, o aper- avaliando serviços, cobrando atitudes.
feiçoamento dos produtos e processos deve ser contí-
nuo, diminuindo os possíveis impactos ambientais e Esta “reversibilidade” de papéis, em que os sujeitos se
promovendo o bem estar das comunidades. alternam nas posições de emissor e receptor, não deve
no entanto ser confundido com o feedback, que é o
De um modo mais completo a Responsabilidade Sóci- retorno, o sinal, dado ao emissor pelo receptor, de
oambiental vem substituir a Responsabilidade Social, que a mensagem foi devidamente recebida.
que tinha um universo mais limitado. A Responsabili-
dade Sócioambiental pode ser vista como sendo um Gerenciar a comunicação organizacional implica admi-
processo contínuo e progressivo de envolvimento e nistrar os diferentes posicionamentos e ações da or-
desenvolvimento de competências cidadãs da empre- ganização nas várias circunstâncias em que se realiza
sa, com a assunção de responsabilidades sobre ques- esse processo.
tões sociais e ambientais relacionadas a todos.
O primeiro passo neste sentido é a identificação dos
A pressão das comunidades tem sido fator decisivo na diferentes sujeitos com quem a organização se relaci-
mudança de comportamento das empresas, para as ona (ou deve se relacionar). Estes são os stakehol-
mesmas respondam por questões socioambientais e ders (definidos como o conjunto de sujeitos, individu-
ainda há cobrança pelos princípios fundamentais de ais ou coletivos, naturais ou jurídicos, que tenham al-
coerência, justiça e respeito aos direitos humanos e ao gum interesse em quaisquer processos e/ou resulta-
ambiente em que vive. dos organizacionais), os clientes externos e internos
com quem são estabelecidos quaisquer relacionamen-
As empresas devem estar voltadas para mudar o com- tos de valor e que serão agrupados em dois conjuntos
portamento, voltando-se para as preocupações sócio- de públicos: internos e externos.
ambientais, no que tange aos impactos ambientais, e
somente através de um projeto de educação, treina- Os públicos internos correspondem aos diferentes cli-
mento e capacitação profissional será possível come- entes internos já mencionados aqui, isto é, aos diferen-
çar a busca da qualidade socioambiental. tes sujeitos que integram a organização, e será a eles
que se dirigirão os esforços de comunicação interna.
COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL
É importante lembrar que esses públicos não são ho-
Comecemos esta seção por uma definição do que seja mogêneos. Entre eles estão diretores, associados, fun-
comunicação. Em termos gerais, pode-se dizer que a cionários de diferentes níveis hierárquicos, em relação
comunicação é o princípio que organiza a relação entre aos quais é comum a organização ter políticas de rela-
dois sujeitos, que torna possível tal relação, mediando cionamento específicas, em razão de os interesses
o contato e as trocas operadas entre ambos. recíprocos serem particulares em cada caso.
É necessário, portanto, discriminar cuidadosamente
os diferentes públicos internos, definir as políticas de

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Noções de Teoria da Administração

relacionamento específicas para cada um deles (ba- ATENDIMENTO AO CLIENTE


seando-se, claro, no interesses envolvidos em cada
caso) e, a partir daí, definir diferentes objetivos, políti- Conceito
cas e programas de comunicação interna.
Cliente é o indivíduo ou empresa que busca no merca-
Lembre-se porém de que a necessidade acima deve do produto ou serviço que irá satisfazer as suas neces-
ser considerada cuidadosamente, não podendo haver sidades ou expectativas.
contradições em relação a um princípio fundamental: a
comunicação interna deve ser integrada e integrativa, Podemos resumir as relações de mercado com a se-
isto é, não pode ser uma espécie de “Frankenstein”, guinte trilogia:
uma massa informe e indefinida de ações, que trate de
forma desarmônica, desarticulada e desproporcional O cliente e o mundo globalizado
os diferentes públicos.
O mundo globalizado gera uma infinidade de no-
É preciso que haja uma gestão integrada da comuni- vos produtos que lançados no mercado buscam alcan-
cação, de modo a, mesmo considerando as diferen- çar uma diversidade de cliente, desde as mais varia-
ças e especificidades de cada público, ela seja um fa- das camadas sociais, segmentos religiosos, poder
tor de integração, não de divisão interna. aquisitivo, nível cultural etc. Para atender a essa multi-
plicidade de clientela, o mercado criou novas estratégi-
Essa integração implica um conjunto de valores, princí- as para atender a esse público. Entre elas destacamos
pios, posturas e atitudes fundamentais que devem ori- a venda porta-a-porta ( apesar de tradicional apresenta
entar todos os processos de comunicação interna. bons resultados); a via telefônica ( telemarketing) e a
via internet, que vem superando a chamada venda tra-
Além disso, é fundamental que haja uma identidade dicional de mercado. Não podemos esquecer do novo
também na maneira como a empresa se apresenta segmento de lojas que ficam abertas vinte e quatro
aos seus públicos, nas diferentes mídias que utiliza. É horas para atender ao cliente que precisa de horário
importante a padronização de mídias, elementos de especial para realizar as suas compras.
identificação visual, layout, além da manutenção de uma Um outro fator importante do cliente moderno, é o
coerência discursiva que perpasse todas os progra- seu grau de exigências na hora de consumir o produto/
mas e peças de comunicação. serviço, já que os programas de qualidade proporcio-
nam ao cliente a condição de obter o melhor produto/
Finalmente, é necessário ainda salientar a importância serviço que atendam as suas necessidades e expecta-
de se adotar canais, fluxos e processos de comunica- tivas, inclusive com atendimento diferenciado em to-
ção que estimulem o diálogo, a interlocução com (e dos os processos na hora da compra.
entre) os diferentes públicos internos, que permitam a
busca e a formação de consensos, a gestão adequada Tipos de cliente
de conflitos e divergências.
Na linguagem de administração moderna identifica-
É a gestão integrada de tais canais, fluxos e processos mos dois tipos de clientes:
comunicacionais (seja do ponto de vista mais geral da
organização e seus públicos internos, seja da pers- A) Cliente Interno – É o elemento ou setor que poten-
pectiva de cada instância organizacional específica com cialmente é ou será atendido dentro de uma empresa.
seus respectivos públicos) o elemento que torna pos- B) Cliente Externo – É o indivíduo ou empresa que
sível a integração organizacional. será atendido no mercado diante de suas necessida-
des e expectativas.
Um dos projetos constantes no Plano Diretor da Refor-
ma do Aparelho do Estado é o Projeto Cidadão, apre- Formas de tratar os clientes:
sentado a seguir: O primeiro passo importante, no trato com o cliente, é
eliminar qualquer tipo de preconceito quanto à sua pos-
“Esse projeto tem como objetivo aperfeiçoar as rela- tura (aparência em geral), religião, grupo étnico ou ori-
ções entre os órgãos da Administração Pública e os gem social.
cidadãos, no âmbito de suas atribuições institucionais, A melhor maneira de tratar o cliente é demonstrar que
atendendo à diretriz do Projeto de Reforma do Estado, ele é importante em todos os sentidos.
de localização das ações nas necessidades do cida-
dão, atuando nas seguintes áreas: O Cliente sempre quer ser atendido com:
· simplificação de obrigações de natureza burocrática
instituídas pelo aparelho do Estado, com que se de- a) Eficiência
fronta o cidadão do nascimento à sua morte; • atendido naquilo que ele realmente deseja – não
tente “empurrar” algo que não lhe interessa;
Através das Experiências de Hawtorne e das experiên- • atenda da maneira mais educada desde o primei-
cias sobre liderança, identificou-se a necessidade de ro contato;
elevar a qualidade na comunicação que se apresenta- • sempre se coloque disponível ao cliente.
va como fator deficiente.
b) Rapidez
A comunicação pode ser definida como sendo a troca • atenda o cliente de forma rápida, dinâmica, sem
de informações entre os indivíduos, que requer um có- perder a qualidade no atendimento;
digo para formular uma mensagem e enviá-la a um • demonstre alegria, prazer em estar fazendo aquele
receptor. atendimento.

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Noções de Teoria da Administração

c) Cortesia/gentileza CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR


• Seja gentil, prestativo e simpático (atencioso) com (LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990.)
o seu cliente;
• Mostre sempre ao cliente satisfação em atendê-lo. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Con-
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
A Busca de Novos Clientes
TÍTULO I
A busca de novos clientes pode se tornar mais eficaz Dos Direitos do Consumidor
com o uso de uma série de conceitos e técnicas, de CAPÍTULO I
acordo com o tipo de cliente: Disposições Gerais

A) Cliente em potencial: Art. 1° O presente código estabelece normas de prote-


Um cliente potencial é alguém que precisa de seu ção e defesa do consumidor, de ordem pública e inte-
produto e é capaz de comprá-lo. Isso significa que um resse social, nos termos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170,
cliente potencial deve ter condições financeiras e auto- inciso V, da Constituição Federal e art. 48 de suas Dis-
ridade necessária para comprar seu produto. posições Transitórias.
Nem todos são clientes potenciais para todos os Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica
produtos. que adquire ou utiliza produto ou serviço como desti-
natário final.
B) Clientes possíveis: Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletivi-
Um cliente possível é alguém que talvez queira com- dade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja
prar seu produto.Para ser um cliente possível, uma pes- intervindo nas relações de consumo.
soa ou uma organização deve ter uma necessidade que Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pú-
poderia ser satisfeita por seu produto ou serviço. blica ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os
entes despersonalizados, que desenvolvem atividade
Observação: Chamamos de prospecção o processo de produção, montagem, criação, construção, transfor-
de procura de clientes potenciais para atender a seg- mação, importação, exportação, distribuição ou comer-
mento de mercado pouco explorado ou que se pensa cialização de produtos ou prestação de serviços.
em implantar. § 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material
ou imaterial.
Fatores que valorizam o cliente § 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de
consumo, mediante remuneração, inclusive as de natu-
Todo cliente tem implicitamente alguns valores que reza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as
esperam do mercado, são eles: decorrentes das relações de caráter trabalhista.

A) Variedade - Nos pontos de venda, a oferta de pro- CAPÍTULO II


dutos de cada categoria deve contemplar diferentes Da Política Nacional de Relações de Consumo
marcas e formas de apresentação;
B) Limpeza - Em atividades do varejo, restaurantes, Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo
hotéis, supermercados e padarias, o ambiente deve tem por objetivo o atendimento das necessidades dos
estar limpo e cheiroso; consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e
C) Confiabilidade - Atendimento preciso e consistente segurança, a proteção de seus interesses econômi-
assegura confiabilidade. Contribuem também o pronto cos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a
atendimento e a atenção individualizada, por telefone, transparência e harmonia das relações de consumo,
contato direto do vendendor ou do balconista na loja; atendidos os seguintes princípios: (Redação dada pela
D) Localização da loja - Além de estar próxima do Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
consumidor, é importante que a loja ofereça acesso e I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor
estacionamento fáceis e seguros. no mercado de consumo;
II - ação governamental no sentido de proteger efetiva-
Clientes e a Qualidade do Produto mente o consumidor:
a) por iniciativa direta;
O Código de Defesa ao Consumidor introduziu novo b) por incentivos à criação e desenvolvimento de asso-
conceito de respeito pelo consumidor, cliente de seus ciações representativas;
direitos e das obrigações dos fornecedores. Como con- c) pela presença do Estado no mercado de consumo;
seqüência, ocorreram mudanças até mesmo nas em- d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões
balagens dos produtos e na qualidade das informa- adequados de qualidade, segurança, durabilidade e
ções prestadas pelas empresas. desempenho.
III - harmonização dos interesses dos participantes das
relações de consumo e compatibilização da proteção
do consumidor com a necessidade de desenvolvimen-
to econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os
princípios nos quais se funda a ordem econômica (art.
170, da Constituição Federal), sempre com base na
boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e
fornecedores;
IV - educação e informação de fornecedores e consu-
midores, quanto aos seus direitos e deveres, com vis-
tas à melhoria do mercado de consumo;

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Noções de Teoria da Administração

V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios Art. 7° Os direitos previstos neste código não excluem
eficientes de controle de qualidade e segurança de pro- outros decorrentes de tratados ou convenções interna-
dutos e serviços, assim como de mecanismos alterna- cionais de que o Brasil seja signatário, da legislação
tivos de solução de conflitos de consumo; interna ordinária, de regulamentos expedidos pelas
VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusos autoridades administrativas competentes, bem como
praticados no mercado de consumo, inclusive a con- dos que derivem dos princípios gerais do direito, ana-
corrência desleal e utilização indevida de inventos e logia, costumes e eqüidade.
criações industriais das marcas e nomes comerciais e Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa, to-
signos distintivos, que possam causar prejuízos aos dos responderão solidariamente pela reparação dos
consumidores; danos previstos nas normas de consumo.
VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos;
VIII - estudo constante das modificações do mercado CAPÍTULO IV
de consumo. Da Qualidade de Produtos e Serviços, da Prevenção
Art. 5° Para a execução da Política Nacional das Rela- e da Reparação dos Danos
ções de Consumo, contará o poder público com os se-
guintes instrumentos, entre outros: SEÇÃO I
I - manutenção de assistência jurídica, integral e gratui- Da Proteção à Saúde e Segurança
ta para o consumidor carente;
II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do Art. 8° Os produtos e serviços colocados no mercado
Consumidor, no âmbito do Ministério Público; de consumo não acarretarão riscos à saúde ou segu-
III - criação de delegacias de polícia especializadas no rança dos consumidores, exceto os considerados nor-
atendimento de consumidores vítimas de infrações mais e previsíveis em decorrência de sua natureza e
penais de consumo; fruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquer
IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Cau- hipótese, a dar as informações necessárias e adequa-
sas e Varas Especializadas para a solução de litígios das a seu respeito.
de consumo; Parágrafo único. Em se tratando de produto industrial,
V - concessão de estímulos à criação e desenvolvimen- ao fabricante cabe prestar as informações a que se
to das Associações de Defesa do Consumidor. refere este artigo, através de impressos apropriados
§ 1° (Vetado). que devam acompanhar o produto.
§ 2º (Vetado). Art. 9° O fornecedor de produtos e serviços potencial-
mente nocivos ou perigosos à saúde ou segurança
CAPÍTULO III deverá informar, de maneira ostensiva e adequada, a
Dos Direitos Básicos do Consumidor respeito da sua nocividade ou periculosidade, sem pre-
juízo da adoção de outras medidas cabíveis em cada
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: caso concreto.
I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mercado
riscos provocados por práticas no fornecimento de pro- de consumo produto ou serviço que sabe ou deveria
dutos e serviços considerados perigosos ou nocivos; saber apresentar alto grau de nocividade ou periculosi-
II - a educação e divulgação sobre o consumo adequa- dade à saúde ou segurança.
do dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade § 1° O fornecedor de produtos e serviços que, posteri-
de escolha e a igualdade nas contratações; ormente à sua introdução no mercado de consumo,
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes tiver conhecimento da periculosidade que apresentem,
produtos e serviços, com especificação correta de quan- deverá comunicar o fato imediatamente às autoridades
tidade, características, composição, qualidade e preço, competentes e aos consumidores, mediante anúncios
bem como sobre os riscos que apresentem; publicitários.
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusi- § 2° Os anúncios publicitários a que se refere o pará-
va, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem grafo anterior serão veiculados na imprensa, rádio e
como contra práticas e cláusulas abusivas ou impos- televisão, às expensas do fornecedor do produto ou
tas no fornecimento de produtos e serviços; serviço.
V - a modificação das cláusulas contratuais que esta- § 3° Sempre que tiverem conhecimento de periculosi-
beleçam prestações desproporcionais ou sua revisão dade de produtos ou serviços à saúde ou segurança
em razão de fatos supervenientes que as tornem ex- dos consumidores, a União, os Estados, o Distrito Fe-
cessivamente onerosas; deral e os Municípios deverão informá-los a respeito.
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimo- Art. 11. (Vetado).
niais e morais, individuais, coletivos e difusos; SEÇÃO II
VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos Da Responsabilidade pelo
com vistas à prevenção ou reparação de danos patri- Fato do Produto e do Serviço
moniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, as-
segurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou
aos necessitados; estrangeiro, e o importador respondem, independente-
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive mente da existência de culpa, pela reparação dos danos
com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no pro- causados aos consumidores por defeitos decorrentes
cesso civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas,
alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo manipulação, apresentação ou acondicionamento de
as regras ordinárias de experiências; seus produtos, bem como por informações insuficientes
IX - (Vetado); ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.
X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públi- § 1° O produto é defeituoso quando não oferece a segu-
cos em geral. rança que dele legitimamente se espera, levando-se em

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Noções de Teoria da Administração

consideração as circunstâncias relevantes, entre as § 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de
quais: trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamente
I - sua apresentação; e à sua escolha:
II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam; I - a substituição do produto por outro da mesma espé-
III - a época em que foi colocado em circulação. cie, em perfeitas condições de uso;
§ 2º O produto não é considerado defeituoso pelo fato de II - a restituição imediata da quantia paga, monetaria-
outro de melhor qualidade ter sido colocado no mercado. mente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e
§ 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou importador danos;
só não será responsabilizado quando provar: III - o abatimento proporcional do preço.
I - que não colocou o produto no mercado; § 2° Poderão as partes convencionar a redução ou
II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o ampliação do prazo previsto no parágrafo anterior, não
defeito inexiste; podendo ser inferior a sete nem superior a cento e oi-
III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. tenta dias. Nos contratos de adesão, a cláusula de pra-
Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos zo deverá ser convencionada em separado, por meio
termos do artigo anterior, quando: de manifestação expressa do consumidor.
I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador § 3° O consumidor poderá fazer uso imediato das alter-
não puderem ser identificados; nativas do § 1° deste artigo sempre que, em razão da
II - o produto for fornecido sem identificação clara do extensão do vício, a substituição das partes viciadas
seu fabricante, produtor, construtor ou importador; puder comprometer a qualidade ou características do
III - não conservar adequadamente os produtos pere- produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto es-
cíveis. sencial.
Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento ao § 4° Tendo o consumidor optado pela alternativa do
prejudicado poderá exercer o direito de regresso contra inciso I do § 1° deste artigo, e não sendo possível a
os demais responsáveis, segundo sua participação na substituição do bem, poderá haver substituição por outro
causação do evento danoso. de espécie, marca ou modelo diversos, mediante com-
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independen- plementação ou restituição de eventual diferença de
temente da existência de culpa, pela reparação dos da- preço, sem prejuízo do disposto nos incisos II e III do §
nos causados aos consumidores por defeitos relativos à 1° deste artigo.
prestação dos serviços, bem como por informações insu- § 5° No caso de fornecimento de produtos in natura,
ficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. será responsável perante o consumidor o fornecedor
§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segu- imediato, exceto quando identificado claramente seu
rança que o consumidor dele pode esperar, levando-se produtor.
em consideração as circunstâncias relevantes, entre § 6° São impróprios ao uso e consumo:
as quais: I - os produtos cujos prazos de validade estejam venci-
I - o modo de seu fornecimento; dos;
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se II - os produtos deteriorados, alterados, adulterados,
esperam; avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, noci-
III - a época em que foi fornecido. vos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em
§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela ado- desacordo com as normas regulamentares de fabrica-
ção de novas técnicas. ção, distribuição ou apresentação;
§ 3° O fornecedor de serviços só não será responsabi- III - os produtos que, por qualquer motivo, se revelem
lizado quando provar: inadequados ao fim a que se destinam.
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste; Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. pelos vícios de quantidade do produto sempre que, res-
§ 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais libe- peitadas as variações decorrentes de sua natureza, seu
rais será apurada mediante a verificação de culpa. conteúdo líquido for inferior às indicações constantes
Art. 15. (Vetado). do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de mensa-
Art. 16. (Vetado). gem publicitária, podendo o consumidor exigir, alterna-
Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos tivamente e à sua escolha:
consumidores todas as vítimas do evento. I - o abatimento proporcional do preço;
II - complementação do peso ou medida;
III - a substituição do produto por outro da mesma es-
pécie, marca ou modelo, sem os aludidos vícios;
SEÇÃO III IV - a restituição imediata da quantia paga, monetaria-
Da Responsabilidade por Vício mente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e
do Produto e do Serviço danos.
§ 1° Aplica-se a este artigo o disposto no § 4° do artigo
Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo du- anterior.
ráveis ou não duráveis respondem solidariamente pe- § 2° O fornecedor imediato será responsável quando
los vícios de qualidade ou quantidade que os tornem fizer a pesagem ou a medição e o instrumento utilizado
impróprios ou inadequados ao consumo a que se des- não estiver aferido segundo os padrões oficiais.
tinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aque- Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios
les decorrentes da disparidade, com a indicações cons- de qualidade que os tornem impróprios ao consumo
tantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles
mensagem publicitária, respeitadas as variações de- decorrentes da disparidade com as indicações cons-
correntes de sua natureza, podendo o consumidor exi- tantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o
gir a substituição das partes viciadas. consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:

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Noções de Teoria da Administração

I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à repara-
quando cabível; ção pelos danos causados por fato do produto ou do
II - a restituição imediata da quantia paga, monetaria- serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-
mente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e se a contagem do prazo a partir do conhecimento do
danos; dano e de sua autoria.
III - o abatimento proporcional do preço. Parágrafo único. (Vetado).
§ 1° A reexecução dos serviços poderá ser confiada a
terceiros devidamente capacitados, por conta e risco SEÇÃO V
do fornecedor. Da Desconsideração da Personalidade Jurídica
§ 2° São impróprios os serviços que se mostrem ina-
dequados para os fins que razoavelmente deles se Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade
esperam, bem como aqueles que não atendam as nor- jurídica da sociedade quando, em detrimento do con-
mas regulamentares de prestabilidade. sumidor, houver abuso de direito, excesso de poder,
Art. 21. No fornecimento de serviços que tenham por infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatu-
objetivo a reparação de qualquer produto considerar- tos ou contrato social. A desconsideração também será
se-á implícita a obrigação do fornecedor de empregar efetivada quando houver falência, estado de insolvên-
componentes de reposição originais adequados e no- cia, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica pro-
vos, ou que mantenham as especificações técnicas do vocados por má administração.
fabricante, salvo, quanto a estes últimos, autorização § 1° (Vetado).
em contrário do consumidor. § 2° As sociedades integrantes dos grupos societários e
Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, as sociedades controladas, são subsidiariamente res-
concessionárias, permissionárias ou sob qualquer ponsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.
outra forma de empreendimento, são obrigados a for- § 3° As sociedades consorciadas são solidariamente res-
necer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto ponsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.
aos essenciais, contínuos. § 4° As sociedades coligadas só responderão por culpa.
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total § 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa
ou parcial, das obrigações referidas neste artigo, serão jurídica sempre que sua personalidade for, de alguma
as pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a repa- forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causa-
rar os danos causados, na forma prevista neste código. dos aos consumidores.
Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre os vícios de
qualidade por inadequação dos produtos e serviços CAPÍTULO V
não o exime de responsabilidade. Das Práticas Comerciais
Art. 24. A garantia legal de adequação do produto ou SEÇÃO I
serviço independe de termo expresso, vedada a exone- Das Disposições Gerais
ração contratual do fornecedor.
Art. 25. É vedada a estipulação contratual de cláusula Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equi-
que impossibilite, exonere ou atenue a obrigação de param-se aos consumidores todas as pessoas deter-
indenizar prevista nesta e nas seções anteriores. mináveis ou não, expostas às práticas nele previstas.
§ 1° Havendo mais de um responsável pela causação
do dano, todos responderão solidariamente pela repa- SEÇÃO II
ração prevista nesta e nas seções anteriores. Da Oferta
§ 2° Sendo o dano causado por componente ou peça
incorporada ao produto ou serviço, são responsáveis Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente
solidários seu fabricante, construtor ou importador e o precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comuni-
que realizou a incorporação. cação com relação a produtos e serviços oferecidos ou
apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou
SEÇÃO IV dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado.
Da Decadência e da Prescrição Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços
devem assegurar informações corretas, claras, preci-
Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou sas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suas
de fácil constatação caduca em: características, qualidades, quantidade, composição,
I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e preço, garantia, prazos de validade e origem, entre ou-
de produtos não duráveis; tros dados, bem como sobre os riscos que apresentam
II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de servi- à saúde e segurança dos consumidores.
ço e de produtos duráveis. Parágrafo único. As informações de que trata este arti-
§ 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir go, nos produtos refrigerados oferecidos ao consumi-
da entrega efetiva do produto ou do término da execu- dor, serão gravadas de forma indelével. (Incluído pela
ção dos serviços. Lei nº 11.989, de 2009)
§ 2° Obstam a decadência: Art. 32. Os fabricantes e importadores deverão assegurar
I - a reclamação comprovadamente formulada pelo con- a oferta de componentes e peças de reposição enquanto
sumidor perante o fornecedor de produtos e serviços não cessar a fabricação ou importação do produto.
até a resposta negativa correspondente, que deve ser Parágrafo único. Cessadas a produção ou importação,
transmitida de forma inequívoca; a oferta deverá ser mantida por período razoável de tem-
II - (Vetado). po, na forma da lei.
III - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento. Art. 33. Em caso de oferta ou venda por telefone ou
§ 3° Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial ini- reembolso postal, deve constar o nome do fabricante e
cia-se no momento em que ficar evidenciado o defeito. endereço na embalagem, publicidade e em todos os
impressos utilizados na transação comercial.

Degrau Cultural 325

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Noções de Teoria da Administração

Parágrafo único. É proibida a publicidade de bens e VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orça-
serviços por telefone, quando a chamada for onerosa ao mento e autorização expressa do consumidor, ressalva-
consumidor que a origina. (Incluído pela Lei nº 11.800, das as decorrentes de práticas anteriores entre as partes;
de 2008). VII - repassar informação depreciativa, referente a ato
Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é solidaria- praticado pelo consumidor no exercício de seus direitos;
mente responsável pelos atos de seus prepostos ou VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produ-
representantes autônomos. to ou serviço em desacordo com as normas expedidas
Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas es-
cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o con- pecíficas não existirem, pela Associação Brasileira de
sumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha: Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo
I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos ter- Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qua-
mos da oferta, apresentação ou publicidade; lidade Industrial (Conmetro);
II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente; IX - recusar a venda de bens ou a prestação de servi-
III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quan- ços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los
tia eventualmente antecipada, monetariamente atuali- mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de
zada, e a perdas e danos. intermediação regulados em leis especiais; (Redação
dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)
SEÇÃO III X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou ser-
Da Publicidade viços. (Incluído pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)
XI - Dispositivo incluído pela MPV nº 1.890-67, de
Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o 22.10.1999, transformado em inciso XIII, quando da
consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal. converão na Lei nº 9.870, de 23.11.1999
Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de seus XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua
produtos ou serviços, manterá, em seu poder, para infor- obrigação ou deixar a fixação de seu termo inicial a seu
mação dos legítimos interessados, os dados fáticos, téc- exclusivo critério.(Incluído pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
nicos e científicos que dão sustentação à mensagem. XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do
Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva. legal ou contratualmente estabelecido. (Incluído pela
§ 1° É enganosa qualquer modalidade de informação Lei nº 9.870, de 23.11.1999)
ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parci- Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos
almente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo remetidos ou entregues ao consumidor, na hipótese
por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a prevista no inciso III, equiparam-se às amostras grátis,
respeito da natureza, características, qualidade, quan- inexistindo obrigação de pagamento.
tidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado a entre-
dados sobre produtos e serviços. gar ao consumidor orçamento prévio discriminando o
§ 2° É abusiva, dentre outras a publicidade discrimina- valor da mão-de-obra, dos materiais e equipamentos a
tória de qualquer natureza, a que incite à violência, ex- serem empregados, as condições de pagamento, bem
plore o medo ou a superstição, se aproveite da defici- como as datas de início e término dos serviços.
ência de julgamento e experiência da criança, desres- § 1º Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terá
peita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir validade pelo prazo de dez dias, contado de seu recebi-
o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou mento pelo consumidor.
perigosa à sua saúde ou segurança. § 2° Uma vez aprovado pelo consumidor, o orçamento
§ 3° Para os efeitos deste código, a publicidade é enga- obriga os contraentes e somente pode ser alterado
nosa por omissão quando deixar de informar sobre mediante livre negociação das partes.
dado essencial do produto ou serviço. § 3° O consumidor não responde por quaisquer ônus
§ 4° (Vetado). ou acréscimos decorrentes da contratação de serviços
Art. 38. O ônus da prova da veracidade e correção da de terceiros não previstos no orçamento prévio.
informação ou comunicação publicitária cabe a quem Art. 41. No caso de fornecimento de produtos ou de
as patrocina. serviços sujeitos ao regime de controle ou de tabela-
mento de preços, os fornecedores deverão respeitar
SEÇÃO IV os limites oficiais sob pena de não o fazendo, respon-
Das Práticas Abusivas derem pela restituição da quantia recebida em exces-
so, monetariamente atualizada, podendo o consumi-
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou servi- dor exigir à sua escolha, o desfazimento do negócio,
ços, dentre outras práticas abusivas: (Redação dada sem prejuízo de outras sanções cabíveis.
pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)
SEÇÃO V
I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço
Da Cobrança de Dívidas
ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como,
sem justa causa, a limites quantitativos; Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadim-
II - recusar atendimento às demandas dos consumido- plente não será exposto a ridículo, nem será submeti-
res, na exata medida de suas disponibilidades de esto- do a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.
que, e, ainda, de conformidade com os usos e costumes; Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia
III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação indevida tem direito à repetição do indébito, por valor
prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço; igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de
IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, correção monetária e juros legais, salvo hipótese de
tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condi- engano justificável.
ção social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços; Art. 42-A. Em todos os documentos de cobrança de dé-
V - exigir do consumidor vantagem manifestamente ex- bitos apresentados ao consumidor, deverão constar o
cessiva; nome, o endereço e o número de inscrição no Cadastro

326 Degrau Cultural

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Noções de Teoria da Administração

de Pessoas Físicas – CPF ou no Cadastro Nacional de Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito
Pessoa Jurídica – CNPJ do fornecedor do produto ou ser- de arrependimento previsto neste artigo, os valores
viço correspondente. (Incluído pela Lei nº 12.039, de 2009) eventualmente pagos, a qualquer título, durante o pra-
zo de reflexão, serão devolvidos, de imediato, mone-
SEÇÃO VI tariamente atualizados.
Dos Bancos de Dados e Cadastros de Consumidores Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e
será conferida mediante termo escrito.
Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalente
86, terá acesso às informações existentes em cadas- deve ser padronizado e esclarecer, de maneira ade-
tros, fichas, registros e dados pessoais e de consumo quada em que consiste a mesma garantia, bem como
arquivados sobre ele, bem como sobre as suas res- a forma, o prazo e o lugar em que pode ser exercitada e
pectivas fontes. os ônus a cargo do consumidor, devendo ser-lhe entre-
§ 1° Os cadastros e dados de consumidores devem gue, devidamente preenchido pelo fornecedor, no ato
ser objetivos, claros, verdadeiros e em linguagem de do fornecimento, acompanhado de manual de instru-
fácil compreensão, não podendo conter informações ção, de instalação e uso do produto em linguagem di-
negativas referentes a período superior a cinco anos. dática, com ilustrações.
§ 2° A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pes-
soais e de consumo deverá ser comunicada por escri- SEÇÃO II
to ao consumidor, quando não solicitada por ele. Das Cláusulas Abusivas
§ 3° O consumidor, sempre que encontrar inexatidão Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as clá-
nos seus dados e cadastros, poderá exigir sua imedia- usulas contratuais relativas ao fornecimento de produ-
ta correção, devendo o arquivista, no prazo de cinco tos e serviços que:
dias úteis, comunicar a alteração aos eventuais desti- I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsa-
natários das informações incorretas. bilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza
§ 4° Os bancos de dados e cadastros relativos a consu- dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou dis-
midores, os serviços de proteção ao crédito e congêne- posição de direitos. Nas relações de consumo entre o
res são considerados entidades de caráter público. fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a indeniza-
§ 5° Consumada a prescrição relativa à cobrança de ção poderá ser limitada, em situações justificáveis;
débitos do consumidor, não serão fornecidas, pelos II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da
respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, quais- quantia já paga, nos casos previstos neste código;
quer informações que possam impedir ou dificultar novo III - transfiram responsabilidades a terceiros;
acesso ao crédito junto aos fornecedores. IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas,
Art. 44. Os órgãos públicos de defesa do consumidor abusivas, que coloquem o consumidor em desvanta-
manterão cadastros atualizados de reclamações fun- gem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé
damentadas contra fornecedores de produtos e servi- ou a eqüidade;
ços, devendo divulgá-lo pública e anualmente. A divul- V - (Vetado);
gação indicará se a reclamação foi atendida ou não VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuí-
pelo fornecedor. zo do consumidor;
§ 1° É facultado o acesso às informações lá constantes VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem;
para orientação e consulta por qualquer interessado. VIII - imponham representante para concluir ou realizar
§ 2° Aplicam-se a este artigo, no que couber, as mes- outro negócio jurídico pelo consumidor;
mas regras enunciadas no artigo anterior e as do pará- IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o
grafo único do art. 22 deste código. contrato, embora obrigando o consumidor;
Art. 45. (Vetado). X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente,
variação do preço de maneira unilateral;
CAPÍTULO VI XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateral-
Da Proteção Contratual mente, sem que igual direito seja conferido ao consumidor;
SEÇÃO I XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de
Disposições Gerais cobrança de sua obrigação, sem que igual direito lhe
seja conferido contra o fornecedor;
Art. 46. Os contratos que regulam as relações de con- XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmen-
sumo não obrigarão os consumidores, se não lhes for te o conteúdo ou a qualidade do contrato, após sua
dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de celebração;
seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos fo- XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas
rem redigidos de modo a dificultar a compreensão de ambientais;
seu sentido e alcance. XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção
Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas ao consumidor;
de maneira mais favorável ao consumidor. XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização
Art. 48. As declarações de vontade constantes de escritos por benfeitorias necessárias.
particulares, recibos e pré-contratos relativos às relações § 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a von-
de consumo vinculam o fornecedor, ensejando inclusive tade que:
execução específica, nos termos do art. 84 e parágrafos. I - ofende os princípios fundamentais do sistema jurídi-
Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no pra- co a que pertence;
zo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de II - restringe direitos ou obrigações fundamentais ine-
recebimento do produto ou serviço, sempre que a con- rentes à natureza do contrato, de tal modo a ameaçar
tratação de fornecimento de produtos e serviços ocor- seu objeto ou equilíbrio contratual;
rer fora do estabelecimento comercial, especialmente III - se mostra excessivamente onerosa para o consumi-
por telefone ou a domicílio. dor, considerando-se a natureza e conteúdo do contrato,

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Noções de Teoria da Administração

o interesse das partes e outras circunstâncias peculia- CAPÍTULO VII


res ao caso. Das Sanções Administrativas
§ 2° A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não (Vide Lei nº 8.656, de 1993)
invalida o contrato, exceto quando de sua ausência,
apesar dos esforços de integração, decorrer ônus ex- Art. 55. A União, os Estados e o Distrito Federal, em
cessivo a qualquer das partes. caráter concorrente e nas suas respectivas áreas de
§ 3° (Vetado). atuação administrativa, baixarão normas relativas à pro-
§ 4° É facultado a qualquer consumidor ou entidade dução, industrialização, distribuição e consumo de pro-
que o represente requerer ao Ministério Público que dutos e serviços.
ajuíze a competente ação para ser declarada a nulida- § 1° A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
de de cláusula contratual que contrarie o disposto nes- pios fiscalizarão e controlarão a produção, industriali-
te código ou de qualquer forma não assegure o justo zação, distribuição, a publicidade de produtos e servi-
equilíbrio entre direitos e obrigações das partes. ços e o mercado de consumo, no interesse da preser-
Art. 52. No fornecimento de produtos ou serviços que vação da vida, da saúde, da segurança, da informação
envolva outorga de crédito ou concessão de financia- e do bem-estar do consumidor, baixando as normas
mento ao consumidor, o fornecedor deverá, entre outros que se fizerem necessárias.
requisitos, informá-lo prévia e adequadamente sobre: § 2° (Vetado).
I - preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional; § 3° Os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal
II - montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual e municipais com atribuições para fiscalizar e controlar
de juros; o mercado de consumo manterão comissões perma-
III - acréscimos legalmente previstos; nentes para elaboração, revisão e atualização das nor-
IV - número e periodicidade das prestações; mas referidas no § 1°, sendo obrigatória a participação
V - soma total a pagar, com e sem financiamento. dos consumidores e fornecedores.
§ 1° As multas de mora decorrentes do inadimplemen- § 4° Os órgãos oficiais poderão expedir notificações
to de obrigações no seu termo não poderão ser superi- aos fornecedores para que, sob pena de desobediên-
ores a dois por cento do valor da prestação.(Redação cia, prestem informações sobre questões de interesse
dada pela Lei nº 9.298, de 1º.8.1996) do consumidor, resguardado o segredo industrial.
§ 2º É assegurado ao consumidor a liquidação anteci- Art. 56. As infrações das normas de defesa do consu-
pada do débito, total ou parcialmente, mediante redu- midor ficam sujeitas, conforme o caso, às seguintes
ção proporcional dos juros e demais acréscimos. sanções administrativas, sem prejuízo das de natureza
§ 3º (Vetado). civil, penal e das definidas em normas específicas:
Art. 53. Nos contratos de compra e venda de móveis ou I - multa;
imóveis mediante pagamento em prestações, bem como II - apreensão do produto;
nas alienações fiduciárias em garantia, consideram-se III - inutilização do produto;
nulas de pleno direito as cláusulas que estabeleçam a IV - cassação do registro do produto junto ao órgão
perda total das prestações pagas em benefício do credor competente;
que, em razão do inadimplemento, pleitear a resolução V - proibição de fabricação do produto;
do contrato e a retomada do produto alienado. VI - suspensão de fornecimento de produtos ou serviço;
§ 1° (Vetado). VII - suspensão temporária de atividade;
§ 2º Nos contratos do sistema de consórcio de produtos VIII - revogação de concessão ou permissão de uso;
duráveis, a compensação ou a restituição das parcelas IX - cassação de licença do estabelecimento ou de ati-
quitadas, na forma deste artigo, terá descontada, além da vidade;
vantagem econômica auferida com a fruição, os prejuí- X - interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de
zos que o desistente ou inadimplente causar ao grupo. obra ou de atividade;
§ 3° Os contratos de que trata o caput deste artigo se- XI - intervenção administrativa;
rão expressos em moeda corrente nacional. XII - imposição de contrapropaganda.
Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo se-
SEÇÃO III rão aplicadas pela autoridade administrativa, no âmbi-
Dos Contratos de Adesão to de sua atribuição, podendo ser aplicadas cumulati-
Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas vamente, inclusive por medida cautelar, antecedente ou
tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou incidente de procedimento administrativo.
estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de pro- Art. 57. A pena de multa, graduada de acordo com a
dutos ou serviços, sem que o consumidor possa dis- gravidade da infração, a vantagem auferida e a condi-
cutir ou modificar substancialmente seu conteúdo. ção econômica do fornecedor, será aplicada mediante
§ 1° A inserção de cláusula no formulário não desfigura procedimento administrativo, revertendo para o Fundo
a natureza de adesão do contrato. de que trata a Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985, os
§ 2° Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutó- valores cabíveis à União, ou para os Fundos estaduais
ria, desde que a alternativa, cabendo a escolha ao consumi- ou municipais de proteção ao consumidor nos demais
dor, ressalvando-se o disposto no § 2° do artigo anterior. casos. (Redação dada pela Lei nº 8.656, de 21.5.1993)
§ 3o Os contratos de adesão escritos serão redigidos Parágrafo único. A multa será em montante não inferior
em termos claros e com caracteres ostensivos e legí- a duzentas e não superior a três milhões de vezes o
veis, cujo tamanho da fonte não será inferior ao corpo valor da Unidade Fiscal de Referência (Ufir), ou índice
doze, de modo a facilitar sua compreensão pelo consu- equivalente que venha a substituí-lo. (Parágrafo acres-
midor. (Redação dada pela nº 11.785, de 2008) centado pela Lei nº 8.703, de 6.9.1993)
§ 4° As cláusulas que implicarem limitação de direito Art. 58. As penas de apreensão, de inutilização de pro-
do consumidor deverão ser redigidas com destaque, dutos, de proibição de fabricação de produtos, de sus-
permitindo sua imediata e fácil compreensão. pensão do fornecimento de produto ou serviço, de cas-
§ 5° (Vetado) sação do registro do produto e revogação da concessão

328 Degrau Cultural

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Noções de Teoria da Administração

ou permissão de uso serão aplicadas pela administra- Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.
ção, mediante procedimento administrativo, assegura- § 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a
da ampla defesa, quando forem constatados vícios de oferta.
quantidade ou de qualidade por inadequação ou inse- § 2º Se o crime é culposo;
gurança do produto ou serviço. Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
Art. 59. As penas de cassação de alvará de licença, de Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou
interdição e de suspensão temporária da atividade, bem deveria saber ser enganosa ou abusiva:
como a de intervenção administrativa, serão aplicadas Pena Detenção de três meses a um ano e multa.
mediante procedimento administrativo, assegurada Parágrafo único. (Vetado).
ampla defesa, quando o fornecedor reincidir na prática Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou
das infrações de maior gravidade previstas neste códi- deveria saber ser capaz de induzir o consumidor a se
go e na legislação de consumo. comportar de forma prejudicial ou perigosa a sua saú-
§ 1° A pena de cassação da concessão será aplicada à de ou segurança:
concessionária de serviço público, quando violar obri- Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa:
gação legal ou contratual. Parágrafo único. (Vetado).
§ 2° A pena de intervenção administrativa será aplicada Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e
sempre que as circunstâncias de fato desaconselha- científicos que dão base à publicidade:
rem a cassação de licença, a interdição ou suspensão Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
da atividade. Art. 70. Empregar na reparação de produtos, peça ou
§ 3° Pendendo ação judicial na qual se discuta a impo- componentes de reposição usados, sem autorização
sição de penalidade administrativa, não haverá reinci- do consumidor:
dência até o trânsito em julgado da sentença. Pena Detenção de três meses a um ano e multa.
Art. 60. A imposição de contrapropaganda será comi- Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça,
nada quando o fornecedor incorrer na prática de publi- coação, constrangimento físico ou moral, afirmações
cidade enganosa ou abusiva, nos termos do art. 36 e falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro
seus parágrafos, sempre às expensas do infrator. procedimento que exponha o consumidor, injustifica-
§ 1º A contrapropaganda será divulgada pelo responsá- damente, a ridículo ou interfira com seu trabalho, des-
vel da mesma forma, freqüência e dimensão e, prefe- canso ou lazer:
rencialmente no mesmo veículo, local, espaço e horá- Pena Detenção de três meses a um ano e multa.
rio, de forma capaz de desfazer o malefício da publici- Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do consumidor
dade enganosa ou abusiva. às informações que sobre ele constem em cadastros,
§ 2° (Vetado) banco de dados, fichas e registros:
§ 3° (Vetado). Pena Detenção de seis meses a um ano ou multa.
Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente informação
TÍTULO II sobre consumidor constante de cadastro, banco de
Das Infrações Penais dados, fichas ou registros que sabe ou deveria saber
Art. 61. Constituem crimes contra as relações de con- ser inexata:
sumo previstas neste código, sem prejuízo do disposto Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
no Código Penal e leis especiais, as condutas tipifica- Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o termo de
das nos artigos seguintes. garantia adequadamente preenchido e com especifi-
Art. 62. (Vetado). cação clara de seu conteúdo;
Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a no- Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
cividade ou periculosidade de produtos, nas embala- Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os
gens, nos invólucros, recipientes ou publicidade: crimes referidos neste código, incide as penas a es-
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa. ses cominadas na medida de sua culpabilidade, bem
§ 1° Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de aler- como o diretor, administrador ou gerente da pessoa
tar, mediante recomendações escritas ostensivas, so- jurídica que promover, permitir ou por qualquer modo
bre a periculosidade do serviço a ser prestado. aprovar o fornecimento, oferta, exposição à venda ou
§ 2° Se o crime é culposo: manutenção em depósito de produtos ou a oferta e pres-
Pena Detenção de um a seis meses ou multa. tação de serviços nas condições por ele proibidas.
Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade competente Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipi-
e aos consumidores a nocividade ou periculosidade ficados neste código:
de produtos cujo conhecimento seja posterior à sua I - serem cometidos em época de grave crise econômi-
colocação no mercado: ca ou por ocasião de calamidade;
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa. II - ocasionarem grave dano individual ou coletivo;
Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem III - dissimular-se a natureza ilícita do procedimento;
deixar de retirar do mercado, imediatamente quando IV - quando cometidos:
determinado pela autoridade competente, os produtos a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição eco-
nocivos ou perigosos, na forma deste artigo. nômico-social seja manifestamente superior à da vítima;
Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade, b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de
contrariando determinação de autoridade competente: dezoito ou maior de sessenta anos ou de pessoas por-
Pena Detenção de seis meses a dois anos e multa. tadoras de deficiência mental interditadas ou não;
Parágrafo único. As penas deste artigo são aplicáveis sem V - serem praticados em operações que envolvam ali-
prejuízo das correspondentes à lesão corporal e à morte. mentos, medicamentos ou quaisquer outros produtos
Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir ou serviços essenciais .
informação relevante sobre a natureza, característica, Art. 77. A pena pecuniária prevista nesta Seção será
qualidade, quantidade, segurança, desempenho, du- fixada em dias-multa, correspondente ao mínimo
rabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços: e ao máximo de dias de duração da pena privativa

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Noções de Teoria da Administração

da liberdade cominada ao crime. Na individualiza- § 2° (Vetado).


ção desta multa, o juiz observará o disposto no art. § 3° (Vetado).
60, §1° do Código Penal. Art. 83. Para a defesa dos direitos e interesses protegi-
Art. 78. Além das penas privativas de liberdade e de dos por este código são admissíveis todas as espéci-
multa, podem ser impostas, cumulativa ou alternada- es de ações capazes de propiciar sua adequada e efe-
mente, observado odisposto nos arts. 44 a 47, do Códi- tiva tutela.
go Penal: Parágrafo único. (Vetado).
I - a interdição temporária de direitos; Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento
II - a publicação em órgãos de comunicação de grande da obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a
circulação ou audiência, às expensas do condenado, tutela específica da obrigação ou determinará providên-
de notícia sobre os fatos e a condenação; cias que assegurem o resultado prático equivalente ao
III - a prestação de serviços à comunidade. do adimplemento.
Art. 79. O valor da fiança, nas infrações de que trata § 1° A conversão da obrigação em perdas e danos so-
este código, será fixado pelo juiz, ou pela autoridade mente será admissível se por elas optar o autor ou se
que presidir o inquérito, entre cem e duzentas mil vezes impossível a tutela específica ou a obtenção do resulta-
o valor do Bônus do Tesouro Nacional (BTN), ou índice do prático correspondente.
equivalente que venha a substituí-lo. § 2° A indenização por perdas e danos se fará sem pre-
Parágrafo único. Se assim recomendar a situação eco- juízo da multa (art. 287, do Código de Processo Civil).
nômica do indiciado ou réu, a fiança poderá ser: § 3° Sendo relevante o fundamento da demanda e ha-
a) reduzida até a metade do seu valor mínimo; vendo justificado receio de ineficácia do provimento fi-
b) aumentada pelo juiz até vinte vezes. nal, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou
Art. 80. No processo penal atinente aos crimes previs- após justificação prévia, citado o réu.
tos neste código, bem como a outros crimes e contra- § 4° O juiz poderá, na hipótese do § 3° ou na sentença,
venções que envolvam relações de consumo, poderão impor multa diária ao réu, independentemente de pedido
intervir, como assistentes do Ministério Público, os legi- do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação,
timados indicados no art. 82, inciso III e IV, aos quais fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito.
também é facultado propor ação penal subsidiária, se § 5° Para a tutela específica ou para a obtenção do
a denúncia não for oferecida no prazo legal. resultado prático equivalente, poderá o juiz determinar
as medidas necessárias, tais como busca e apreen-
TÍTULO III são, remoção de coisas e pessoas, desfazimento de
Da Defesa do Consumidor em Juízo obra, impedimento de atividade nociva, além de requi-
CAPÍTULO I sição de força policial.
Disposições Gerais Art. 85. (Vetado).
Art. 86. (Vetado).
Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consu- Art. 87. Nas ações coletivas de que trata este código
midores e das vítimas poderá ser exercida em juízo não haverá adiantamento de custas, emolumentos,
individualmente, ou a título coletivo. honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quan- condenação da associação autora, salvo comprovada
do se tratar de: má-fé, em honorários de advogados, custas e despe-
I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, sas processuais.
para efeitos deste código, os transindividuais, de natu- Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a as-
reza indivisível, de que sejam titulares pessoas inde- sociação autora e os diretores responsáveis pela pro-
terminadas e ligadas por circunstâncias de fato; positura da ação serão solidariamente condenados em
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, honorários advocatícios e ao décuplo das custas, sem
para efeitos deste código, os transindividuais, de natu- prejuízo da responsabilidade por perdas e danos.
reza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou Art. 88. Na hipótese do art. 13, parágrafo único deste
classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte con- código, a ação de regresso poderá ser ajuizada em
trária por uma relação jurídica base; processo autônomo, facultada a possibilidade de pros-
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, seguir-se nos mesmos autos, vedada a denunciação
assim entendidos os decorrentes de origem comum. da lide.
Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são Art. 89. (Vetado)
legitimados concorrentemente: (Redação dada pela Lei Art. 90. Aplicam-se às ações previstas neste título as nor-
nº 9.008, de 21.3.1995) mas do Código de Processo Civil e da Lei n° 7.347, de 24
I - o Ministério Público, de julho de 1985, inclusive no que respeita ao inquérito
II - a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal; civil, naquilo que não contrariar suas disposições.
III - as entidades e órgãos da Administração Pública,
direta ou indireta, ainda que sem personalidade jurídi- CAPÍTULO II
ca, especificamente destinados à defesa dos interes- Das Ações Coletivas Para a Defesa de Interesses
ses e direitos protegidos por este código; Individuais Homogêneos
IV - as associações legalmente constituídas há pelo
menos um ano e que incluam entre seus fins instituci- Art. 91. Os legitimados de que trata o art. 82 poderão
onais a defesa dos interesses e direitos protegidos por propor, em nome próprio e no interesse das vítimas ou
este código, dispensada a autorização assemblear. seus sucessores, ação civil coletiva de responsabili-
§ 1° O requisito da pré-constituição pode ser dispensa- dade pelos danos individualmente sofridos, de acordo
do pelo juiz, nas ações previstas nos arts. 91 e seguin- com o disposto nos artigos seguintes. (Redação dada
tes, quando haja manifesto interesse social evidencia- pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
do pela dimensão ou característica do dano, ou pela Art. 92. O Ministério Público, se não ajuizar a ação, atu-
relevância do bem jurídico a ser protegido. ará sempre como fiscal da lei.

330 Degrau Cultural

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Noções de Teoria da Administração

Parágrafo único. (Vetado). cedente o pedido condenará o réu nos termos do art. 80
Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça Federal, do Código de Processo Civil. Se o réu houver sido decla-
é competente para a causa a justiça local: rado falido, o síndico será intimado a informar a existên-
I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, cia de seguro de responsabilidade, facultando-se, em
quando de âmbito local; caso afirmativo, o ajuizamento de ação de indenização
II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Fede- diretamente contra o segurador, vedada a denunciação
ral, para os danos de âmbito nacional ou regional, apli- da lide ao Instituto de Resseguros do Brasil e dispensa-
cando-se as regras do Código de Processo Civil aos do o litisconsórcio obrigatório com este.
casos de competência concorrente. Art. 102. Os legitimados a agir na forma deste código
Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital no ór- poderão propor ação visando compelir o Poder Público
gão oficial, a fim de que os interessados possam inter- competente a proibir, em todo o território nacional, a
vir no processo como litisconsortes, sem prejuízo de produção, divulgação distribuição ou venda, ou a deter-
ampla divulgação pelos meios de comunicação social minar a alteração na composição, estrutura, fórmula ou
por parte dos órgãos de defesa do consumidor. acondicionamento de produto, cujo uso ou consumo
Art. 95. Em caso de procedência do pedido, a condena- regular se revele nocivo ou perigoso à saúde pública e
ção será genérica, fixando a responsabilidade do réu à incolumidade pessoal.
pelos danos causados. § 1° (Vetado).
Art. 96. (Vetado). § 2° (Vetado)
Art. 97. A liquidação e a execução de sentença poderão
ser promovidas pela vítima e seus sucessores, assim CAPÍTULO IV
como pelos legitimados de que trata o art. 82. Da Coisa Julgada
Parágrafo único. (Vetado). Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código,
Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovi- a sentença fará coisa julgada:
da pelos legitimados de que trata o art. 82, abrangendo I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado improce-
as vítimas cujas indenizações já tiveram sido fixadas dente por insuficiência de provas, hipótese em que qual-
em sentença de liquidação, sem prejuízo do ajuizamento quer legitimado poderá intentar outra ação, com idênti-
de outras execuções. (Redação dada pela Lei nº 9.008, co fundamento valendo-se de nova prova, na hipótese
de 21.3.1995) do inciso I do parágrafo único do art. 81;
§ 1° A execução coletiva far-se-á com base em certidão II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou
das sentenças de liquidação, da qual deverá constar a classe, salvo improcedência por insuficiência de provas,
ocorrência ou não do trânsito em julgado. nos termos do inciso anterior, quando se tratar da hipóte-
§ 2° É competente para a execução o juízo: se prevista no inciso II do parágrafo único do art. 81;
I - da liquidação da sentença ou da ação condenatória, III - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedi-
no caso de execução individual; do, para beneficiar todas as vítimas e seus sucessores,
II - da ação condenatória, quando coletiva a execução. na hipótese do inciso III do parágrafo único do art. 81.
Art. 99. Em caso de concurso de créditos decorrentes § 1° Os efeitos da coisa julgada previstos nos incisos I e II
de condenação prevista na Lei n.° 7.347, de 24 de julho não prejudicarão interesses e direitos individuais dos inte-
de 1985 e de indenizações pelos prejuízos individuais grantes da coletividade, do grupo, categoria ou classe.
resultantes do mesmo evento danoso, estas terão pre- § 2° Na hipótese prevista no inciso III, em caso de impro-
ferência no pagamento. cedência do pedido, os interessados que não tiverem
Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo, a intervindo no processo como litisconsortes poderão pro-
destinação da importância recolhida ao fundo criado pela por ação de indenização a título individual.
Lei n°7.347 de 24 de julho de 1985, ficará sustada en- § 3° Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16,
quanto pendentes de decisão de segundo grau as ações combinado com o art. 13 da Lei n° 7.347, de 24 de julho
de indenização pelos danos individuais, salvo na hipóte- de 1985, não prejudicarão as ações de indenização por
se de o patrimônio do devedor ser manifestamente sufici- danos pessoalmente sofridos, propostas individualmen-
ente para responder pela integralidade das dívidas. te ou na forma prevista neste código, mas, se proceden-
Art. 100. Decorrido o prazo de um ano sem habilitação te o pedido, beneficiarão as vítimas e seus sucessores,
de interessados em número compatível com a gravida- que poderão proceder à liquidação e à execução, nos
de do dano, poderão os legitimados do art. 82 promo- termos dos arts. 96 a 99.
ver a liquidação e execução da indenização devida. § 4º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à senten-
Parágrafo único. O produto da indenização devida re- ça penal condenatória.
verterá para o fundo criado pela Lei n.° 7.347, de 24 de Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e
julho de 1985. do parágrafo único do art. 81, não induzem litispendên-
cia para as ações individuais, mas os efeitos da coisa
CAPÍTULO III julgada erga omnes ou ultra partes a que aludem os
Das Ações de Responsabilidade incisos II e III do artigo anterior não beneficiarão os auto-
do Fornecedor de Produtos e Serviços res das ações individuais, se não for requerida sua sus-
pensão no prazo de trinta dias, a contar da ciência nos
Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornece- autos do ajuizamento da ação coletiva.
dor de produtos e serviços, sem prejuízo do disposto
nos Capítulos I e II deste título, serão observadas as TÍTULO IV
seguintes normas: Do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor
I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor;
II - o réu que houver contratado seguro de responsabili- Art. 105. Integram o Sistema Nacional de Defesa do
dade poderá chamar ao processo o segurador, vedada Consumidor (SNDC), os órgãos federais, estaduais,
a integração do contraditório pelo Instituto de Ressegu- do Distrito Federal e municipais e as entidades priva-
ros do Brasil. Nesta hipótese, a sentença que julgar pro- das de defesa do consumidor.

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Noções de Teoria da Administração

Art. 106. O Departamento Nacional de Defesa do Con- “IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo”.
sumidor, da Secretaria Nacional de Direito Econômico Art. 111. O inciso II do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 de
(MJ), ou órgão federal que venha substituí-lo, é organis- julho de 1985, passa a ter a seguinte redação:
mo de coordenação da política do Sistema Nacional de “II - inclua, entre suas finalidades institucionais, a pro-
Defesa do Consumidor, cabendo-lhe: teção ao meio ambiente, ao consumidor, ao patrimônio
I - planejar, elaborar, propor, coordenar e executar a po- artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, ou
lítica nacional de proteção ao consumidor; a qualquer outro interesse difuso ou coletivo”.
II - receber, analisar, avaliar e encaminhar consultas, Art. 112. O § 3° do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 de julho
denúncias ou sugestões apresentadas por entidades de 1985, passa a ter a seguinte redação:
representativas ou pessoas jurídicas de direito público “§ 3° Em caso de desistência infundada ou abandono
ou privado; da ação por associação legitimada, o Ministério Públi-
III - prestar aos consumidores orientação permanente co ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa”.
sobre seus direitos e garantias; Art. 113. Acrescente-se os seguintes §§ 4°, 5° e 6° ao
IV - informar, conscientizar e motivar o consumidor atra- art. 5º. da Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985:
vés dos diferentes meios de comunicação; “§ 4.° O requisito da pré-constituição poderá ser dispen-
V - solicitar à polícia judiciária a instauração de inquéri- sado pelo juiz, quando haja manifesto interesse social
to policial para a apreciação de delito contra os consu- evidenciado pela dimensão ou característica do dano,
midores, nos termos da legislação vigente; ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido.
VI - representar ao Ministério Público competente para § 5.° Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os
fins de adoção de medidas processuais no âmbito de Ministérios Públicos da União, do Distrito Federal e dos
suas atribuições; Estados na defesa dos interesses e direitos de que
VII - levar ao conhecimento dos órgãos competentes as cuida esta lei. (Vide Mensagem de veto) (Vide REsp
infrações de ordem administrativa que violarem os in- 222582 /MG - STJ)
teresses difusos, coletivos, ou individuais dos consu- § 6° Os órgãos públicos legitimados poderão tomar
midores; dos interessados compromisso de ajustamento de sua
VIII - solicitar o concurso de órgãos e entidades da União, conduta às exigências legais, mediante combinações,
Estados, do Distrito Federal e Municípios, bem como que terá eficácia de título executivo extrajudicial”. (Vide
auxiliar a fiscalização de preços, abastecimento, quan- Mensagem de veto) (Vide REsp 222582 /MG - STJ)
tidade e segurança de bens e serviços; Art. 114. O art. 15 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de
IX - incentivar, inclusive com recursos financeiros e ou- 1985, passa a ter a seguinte redação:
tros programas especiais, a formação de entidades de “Art. 15. Decorridos sessenta dias do trânsito em julga-
defesa do consumidor pela população e pelos órgãos do da sentença condenatória, sem que a associação
públicos estaduais e municipais; autora lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Minis-
X - (Vetado). tério Público, facultada igual iniciativa aos demais legi-
XI - (Vetado). timados”.
XII - (Vetado) Art. 115. Suprima-se o caput do art. 17 da Lei n° 7.347,
XIII - desenvolver outras atividades compatíveis com de 24 de julho de 1985, passando o parágrafo único a
suas finalidades. constituir o caput, com a seguinte redação:
Parágrafo único. Para a consecução de seus objetivos, “Art. 17. “Art. 17. Em caso de litigância de má-fé, a asso-
o Departamento Nacional de Defesa do Consumidor ciação autora e os diretores responsáveis pela propo-
poderá solicitar o concurso de órgãos e entidades de situra da ação serão solidariamente condenados em
notória especialização técnico-científica. honorários advocatícios e ao décuplo das custas, sem
prejuízo da responsabilidade por perdas e danos”.
TÍTULO V Art. 116. Dê-se a seguinte redação ao art. 18 da Lei n°
Da Convenção Coletiva de Consumo 7.347, de 24 de julho de 1985:
Art. 107. As entidades civis de consumidores e as as- “Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haverá
sociações de fornecedores ou sindicatos de categoria adiantamento de custas, emolumentos, honorários
econômica podem regular, por convenção escrita, rela- periciais e quaisquer outras despesas, nem condena-
ções de consumo que tenham por objeto estabelecer ção da associação autora, salvo comprovada má-fé,
condições relativas ao preço, à qualidade, à quantida- em honorários de advogado, custas e despesas pro-
de, à garantia e características de produtos e serviços, cessuais”.
bem como à reclamação e composição do conflito de Art. 117. Acrescente-se à Lei n° 7.347, de 24 de julho de
consumo. 1985, o seguinte dispositivo, renumerando-se os se-
§ 1° A convenção tornar-se-á obrigatória a partir do regis- guintes:
tro do instrumento no cartório de títulos e documentos. “Art. 21. Aplicam-se à defesa dos direitos e interesses
§ 2° A convenção somente obrigará os filiados às enti- difusos, coletivos e individuais, no que for cabível, os
dades signatárias. dispositivos do Título III da lei que instituiu o Código de
§ 3° Não se exime de cumprir a convenção o fornecedor Defesa do Consumidor”.
que se desligar da entidade em data posterior ao regis- Art. 118. Este código entrará em vigor dentro de cento e
tro do instrumento. oitenta dias a contar de sua publicação.
Art. 108. (Vetado). Art. 119. Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 11 de setembro de 1990; 169° da Independên-
TÍTULO VI cia e 102° da República.
Disposições Finais
FERNANDO COLLOR
Art. 109. (Vetado). Bernardo Cabral
Art. 110. Acrescente-se o seguinte inciso IV ao art. 1° da Zélia M. Cardoso de Mello
Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985: Ozires Silva

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Noções de Teoria da Administração

NOÇÕES DE GESTÃO PÚBLICA - 2. o esgotamento da estratégia estatizante de in-


REFORMA E REVITALIZAÇÃO DO ESTADO tervenção do Estado, a qual se reveste de várias for-
mas: o Estado do bem-estar social nos países desen-
Desde o ano de 1995, a Administração Pública brasilei- volvidos, a estratégia de substituição de importações no
ra tem passado por um abrangente processo de refor- terceiro mundo, e o estatismo nos países comunistas;
mas. Ao assumir a Presidência da República naquele 3. a superação da forma de administrar o Estado,
ano, Fernando Henrique Cardoso transformou a antiga isto é, a superação da administração pública burocráti-
Secretaria da Administração Federal, vinculada direta- ca” (grifos nossos).
mente à Presidência, no Ministério da Administração O Plano Diretor estabelece também os “múltiplos
Federal e Reforma do Estado (MARE), nomeando o pro- aspectos” e as diretrizes gerais, como já se disse, para
fessor Luiz Carlos Bresser Pereira para ocupá-lo. a realização da reforma do Estado:

Sob a direção do ministro Bresser Pereira, o MARE “O ajuste fiscal devolve ao Estado a capacidade de
elaborou e apresentou (ainda em 1995) o Plano Diretor definir e implementar políticas públicas. Através da libe-
da Reforma do Aparelho do Estado, em que são esta- ralização comercial, o Estado abandona a estratégia
belecidas, entre outras, as seguintes diretrizes gerais: protecionista da substituição de importações. O progra-
ma de privatizações reflete a conscientização da gravi-
“A atribuição do Ministério da Administração Federal dade da crise fiscal e da correlata limitação da capaci-
e Reforma do Estado é estabelecer as condições para dade do Estado de promover poupança forçada através
que o governo possa aumentar sua governança. Para das empresas estatais. Através desse programa, trans-
isso, sua missão específica é a de orientar e instru- fere-se para o setor privado a tarefa da produção que,
mentalizar a reforma do aparelho do Estado, nos ter- em princípio, este realiza de forma mais eficiente. Final-
mos definidos pela Presidência através deste Plano mente, através de um programa de publicização, trans-
Diretor” (grifos nossos). fere-se para o setor público não-estatal a produção dos
serviços competitivos ou não-exclusivos de Estado, es-
Iniciou-se assim a reforma do aparelho do Estado tabelecendo-se um sistema de parceria entre Estado e
brasileiro, sob a liderança do MARE e as diretrizes do sociedade para seu financiamento e controle.
Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, e
foi essa iniciativa que deu início ao processo de trans- Deste modo, o Estado reduz seu papel de executor
formações ainda hoje vivido pela Administração Públi- ou prestador direto de serviços, mantendo-se entretan-
ca no Brasil. to no papel de regulador e provedor ou promotor des-
É no Plano Diretor que se define objetivamente o tes, principalmente dos serviços sociais como educação
que pode ser entendido como “reforma do aparelho do e saúde, que são essenciais para o desenvolvimento, na
Estado brasileiro”: medida em que envolvem investimento em capital huma-
no; para a democracia, na medida em que promovem
“Entende-se por aparelho do Estado a administra- cidadãos; e para uma distribuição de renda mais justa,
ção pública em sentido amplo, ou seja, a estrutura que o mercado é incapaz de garantir, dada a oferta muito
organizacional do Estado, em seus três poderes (Exe- superior à demanda de mão-de-obra não-especializada.
cutivo, Legislativo e Judiciário) e três níveis (União, Como promotor desses serviços o Estado continuará a
Estados-membros e Municípios). O aparelho do Esta- subsidiá-los, buscando, ao mesmo tempo, o controle
do é constituído pelo governo, isto é, pela cúpula diri- social direto e a participação da sociedade.
gente nos Três Poderes, por um corpo de funcionários,
e pela força militar. O Estado, por sua vez, é mais abran- Nesta nova perspectiva, busca-se o fortalecimen-
gente que o aparelho, porque compreende adicional- to das funções de regulação e de coordenação do
mente o sistema constitucional-legal, que regula a Estado, particularmente no nível federal, e a progressi-
população nos limites de um território. O Estado é a va descentralização vertical, para os níveis estadual
organização burocrática que tem o monopólio da vio- e municipal, das funções executivas no campo da pres-
lência legal, é o aparelho que tem o poder de legislar e tação de serviços sociais e de infra-estrutura.
tributar a população de um determinado território.
Considerando esta tendência, pretende-se refor-
Estes conceitos permitem distinguir a reforma do çar a governança - a capacidade de governo do Esta-
Estado da reforma do aparelho do Estado. A reforma do do - através da transição programada de um tipo de
Estado é um projeto amplo que diz respeito às várias administração pública burocrática, rígida e inefici-
áreas do governo e, ainda, ao conjunto da sociedade ente, voltada para si própria e para o controle inter-
brasileira, enquanto que a reforma do aparelho do Esta- no, para uma administração pública gerencial, flexí-
do tem um escopo mais restrito: está orientada para vel e eficiente, voltada para o atendimento do cida-
tornar a administração pública mais eficiente e mais dão. O governo brasileiro não carece de ‘governabili-
voltada para a cidadania. Este Plano Diretor focaliza sua dade’, ou seja, de poder para governar, dada sua legi-
atenção na administração pública federal, mas muitas timidade democrática e o apoio com que conta na so-
das suas diretrizes e propostas podem também ser ciedade civil. Enfrenta, entretanto, um problema de
aplicadas no nível estadual e municipal” (grifos nossos). governança, na medida em que sua capacidade de
implementar as políticas públicas é limitada pela rigi-
Tais reformas – do Estado e de seu aparelho – são dez e ineficiência da máquina administrativa” (grifos
justificadas pela chamada “crise do Estado”, definida nossos).
nos seguintes termos:
“1. como uma crise fiscal, caracterizada pela cres- Como já foi dito, é ao contexto de transformações e
cente perda do crédito por parte do Estado e pela pou- reformas que o Plano Diretor desencadeou na Adminis-
pança pública que se torna negativa; tração Pública brasileira que se relaciona cada um dos

Degrau Cultural 333

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THATYML
Noções de Teoria da Administração

temas específicos deste trabalho. Será, portanto, com Os públicos internos correspondem aos diferentes cli-
base neste documento (e muitas vezes por meio dele) entes internos já mencionados aqui, isto é, aos diferen-
que se desenvolverão as seções seguintes. tes sujeitos que integram a organização, e será a eles
que se dirigirão os esforços de comunicação interna.
ATENDIMENTO NO SERVIÇO PÚBLICO
É importante lembrar que esses públicos não são ho-
COMUNICAÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA mogêneos. Entre eles estão diretores, associados, fun-
E GESTÃO DE REDES ORGANIZACIONAIS cionários de diferentes níveis hierárquicos, em relação
aos quais é comum a organização ter políticas de rela-
Comecemos esta seção por uma definição do que seja cionamento específicas, em razão de os interesses
comunicação. Em termos gerais, pode-se dizer que a recíprocos serem particulares em cada caso.
comunicação é o princípio que organiza a relação entre
dois sujeitos, que torna possível tal relação, mediando É necessário, portanto, discriminar cuidadosamente os
o contato e as trocas operadas entre ambos. diferentes públicos internos, definir as políticas de re-
lacionamento específicas para cada um deles (base-
Uma definição de caráter mais processual e dinâmico ando-se, claro, no interesses envolvidos em cada caso)
é fornecida pelo lingüista russo Roman Jackobson, que e, a partir daí, definir diferentes objetivos, políticas e
define comunicação como sendo um processo relacio- programas de comunicação interna.
nal em que um emissor, manipulando um determina-
do código, elabora uma mensagem acerca de um de- Lembre-se porém de que a necessidade acima deve
terminado contexto, que é transmitida, por meio de um ser considerada cuidadosamente, não podendo haver
canal específico, a um ou mais receptor(es). contradições em relação a um princípio fundamental: a
comunicação interna deve ser integrada e integrativa,
Constitui-se assim um processo caracterizado pela isto é, não pode ser uma espécie de “Frankenstein”,
presença de seis elementos: uma massa informe e indefinida de ações, que trate de
1. Emissor – o sujeito que elabora e “emite”, envia, re- forma desarmônica, desarticulada e desproporcional
mete a mensagem a outro; os diferentes públicos.
2. Código – a combinação de linguagens e signos que
serão usados na elaboração da mensagem; É preciso que haja uma gestão integrada da comuni-
3. Mensagem – o “texto”, o conjunto de expressões e con- cação, de modo a, mesmo considerando as diferen-
teúdos que serão produzidos e remetidos ao receptor; ças e especificidades de cada público, ela seja um fa-
4. Contexto – o “referente”, o tema, o assunto ao qual a tor de integração, não de divisão interna.
mensagem se refere;
5. Canal – o meio, a “mídia” que o emissor utiliza para a Essa integração implica um conjunto de valores, princí-
transmissão da mensagem; pios, posturas e atitudes fundamentais que devem ori-
6. Receptor(es) – o(s) sujeito(s) a quem a mensagem entar todos os processos de comunicação interna.
é enviada, a quem cabe recebê-la (física e cognitiva- Além disso, é fundamental que haja uma identidade
mente) e a interpretar. também na maneira como a empresa se apresenta
Observe que, nos processos de comunicação estabele- aos seus públicos, nas diferentes mídias que utiliza. É
cidos entre organização e clientes, as posições de emis- importante a padronização de mídias, elementos de
sor e receptor são permutáveis: ora é a organização quem identificação visual, layout, além da manutenção de uma
toma a “palavra”, propondo uma compra, transmitindo coerência discursiva que perpasse todas os progra-
uma informação, fixando metas e oferecendo incentivos, mas e peças de comunicação.
por exemplo; ora é um ou outro cliente quem “fala”, ma-
nifestando expectativas, reivindicando direitos, avalian- Finalmente, é necessário ainda salientar a importância
do serviços, cobrando atitudes. de se adotar canais, fluxos e processos de comunica-
ção que estimulem o diálogo, a interlocução com (e
Esta “reversibilidade” de papéis, em que os sujeitos se entre) os diferentes públicos internos, que permitam a
alternam nas posições de emissor e receptor, não deve busca e a formação de consensos, a gestão adequada
no entanto ser confundido com o feedback, que é o de conflitos e divergências.
retorno, o sinal, dado ao emissor pelo receptor, de
que a mensagem foi devidamente recebida. É a gestão integrada de tais canais, fluxos e processos
comunicacionais (seja do ponto de vista mais geral da
Gerenciar a comunicação organizacional implica admi- organização e seus públicos internos, seja da pers-
nistrar os diferentes posicionamentos e ações da or- pectiva de cada instância organizacional específica com
ganização nas várias circunstâncias em que se realiza seus respectivos públicos) o elemento que torna pos-
esse processo. sível a integração organizacional.

O primeiro passo neste sentido é a identificação dos Um dos projetos constantes no Plano Diretor da Refor-
diferentes sujeitos com quem a organização se relaci- ma do Aparelho do Estado é o Projeto Cidadão, apre-
ona (ou deve se relacionar). Estes são os stakehol- sentado a seguir:
ders (definidos como o conjunto de sujeitos, individu-
ais ou coletivos, naturais ou jurídicos, que tenham al- “Esse projeto tem como objetivo aperfeiçoar as rela-
gum interesse em quaisquer processos e/ou resulta- ções entre os órgãos da Administração Pública e os
dos organizacionais), os clientes externos e internos cidadãos, no âmbito de suas atribuições institucionais,
com quem são estabelecidos quaisquer relacionamen- atendendo à diretriz do Projeto de Reforma do Estado,
tos de valor e que serão agrupados em dois conjuntos de localização das ações nas necessidades do cida-
de públicos: internos e externos. dão, atuando nas seguintes áreas:

334 Degrau Cultural

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THATYML
Noções de Teoria da Administração

· simplificação de obrigações de natureza burocrática “O programa Sociedade da Informação, lançado em


instituídas pelo aparelho do Estado, com que se de- 1999, apresenta, como um dos objetivos setoriais, o
fronta o cidadão do nascimento à sua morte; desenvolvimento de sistemas para integrar e ampliar
· implementação de sistema de recebimento de re- ações de governo em benefício da cidadania no novo
clamações e sugestões do cidadão sobre a qualidade “paradigma da sociedade da informação”. Os conteú-
e a eficácia dos serviços públicos que demandam uma dos ofertados pelos governos (federal, estadual e mu-
resposta pró-ativa da Administração Pública a respeito; nicipal) devem, progressivamente, facilitar o exercício
· implementação de sistema de informação ao cida- da cidadania.
dão a respeito do funcionamento e acesso aos servi- Segundo o documento de apresentação do programa,
ços públicos, e quaisquer outros esclarecimentos por- existem três tipos de presença de organizações pú-
ventura solicitados; blicas na Internet:
· na definição da qualidade do serviço, que deverá a) oferecimento apenas de informações institucionais;
constar dos indicadores de desempenho, um elemen- b) prestação de serviços relevantes de download (có-
to fundamental será o tempo de espera do cidadão pia a partir de um computador remoto) de informações
para ser atendido; as filas são a praga do atendimen- para o usuário; e
to público ao cidadão. c) prestação de serviços públicos em tempo real e de
forma interativa com o cidadão.
A abrangência do projeto deve ser considerada sob
dois aspectos: Assim, as organizações públicas utilizam a Internet
· quanto às esferas de governo, na primeira fase, sua como instrumento de aproximação com a sociedade
amplitude será restrita aos órgãos federais, sendo — por meio da prestação de serviços e oferta de infor-
ampliada gradativamente para as esferas estaduais mações, ao mesmo tempo em que ampliam sua capa-
e municipais; cidade operacional e sua área de cobertura. O plane-
· quanto à natureza da administração pública, o proje- jamento de sítios na Internet, por parte das organiza-
to estará voltado inicialmente para a administração ções públicas, deve incorporar a busca pelo interesse
direta, englobando, posteriormente, a administração e necessidades dos cidadãos, e não apenas a redu-
indireta, autárquica e fundacional” (grifos nossos). ção de custo por transação” (grifos nossos).

Como já foi dito na seção imediatamente anterior a esta, Trata-se, como se pode perceber, do relativamente co-
existe uma relação cada vez mais estreita entre a co- nhecido conceito de e-government, ou governo eletrô-
municação organizacional no âmbito da gestão públi- nico, que inclui, além das três aplicações mencionadas,
ca e as questões referentes à tecnologia da informa- mecanismos de fiscalização e prestação de contas do
ção, organização e cidadania, decorrente da incorpo- gestor público aos cidadãos, como é o caso da disponi-
ração progressiva e intensa da tecnologia da infor- bilização de dados orçamentários em sítios eletrônicos.
mação aos processos comunicacionais e relacionais
que se estabelecem entre as organizações públicas Neste sentido, realizou-se em 2003, na cidade de Ge-
e seus clientes internos e externos. nebra (Suíça) a primeira reunião da Cúpula Mundial
É tal incorporação que ocasiona o desenvolvimento das sobre a Sociedade da Informação, assim relatada em
chamadas redes organizacionais, que podem ser es- termos gerais por MEDEIROS & GUIMARÃES02:
tabelecidas entre:
a) diferentes pessoas e/ou instâncias de uma mesma “Em 2003, com a participação de representantes de
organização (pessoas em um mesmo órgão ou setor, 176 países, a Cúpula discutiu não somente o papel
ou órgãos de uma mesma organização); das tecnologias como ferramentas na Sociedade da
b) organizações e seus diferentes clientes externos, Informação, mas também a dimensão humana que
que no âmbito público caracteriza a chamada comunica- pode ser explorada com base no aproveitamento das
ção G2C (comunicação entre governo e clientes/cidadãos); TIC. Os resultados das discussões – com temas con-
c) diferentes organizações públicas, no sentido da co- troversos como a governança mundial da Internet – fo-
municação colaborativa conhecida como comunicação ram explicitados por meio de uma Declaração de Prin-
G2G (comunicação entre governos). cípios e um Plano de Ação com objetivos a serem al-
cançados pelos países até 2015 (Cúpula Mundial so-
Tais redes organizacionais são estabelecidas por meio bre a Sociedade da Informação, 2004)”.
das conexões em rede entre computadores, seja em
nível interno (caso das chamadas intranets), seja em Os mesmos autores relatam que no Brasil foi instituí-
nível externo (internet). do, por Decreto Presidencial de 03 de abril de 2000, um
Grupo de Trabalho Interministerial (o Grupo de Traba-
Vê-se portanto que um dos temas fundamentais rela- lho em Tecnologia da Informação – GTTI), com a finali-
cionados a esse “novo patamar de qualidade públi- dade de examinar e propor políticas, diretrizes e nor-
ca”, no âmbito da comunicação organizacional e da mas relacionadas com as novas formas eletrônicas
tecnologia da informação, diz respeito à utilização da de interação, no contexto da política do governo para
rede mundial de computadores, a internet, a serviço lançar as bases da criação de uma sociedade digital
da cidadania. Neste sentido, merece destaque o pro-
grama Sociedade da Informação, assim apresentado
por SILVEIRA01:

02
MEDEIROS, Paulo Henrique Ramos & GUIMARÃES, Tomás de
01
SILVEIRA, Henrique Flávio Rodrigues da. Governo e sistema Aquino. O estágio do governo eletrônico no Brasil em relação ao
de informação: de arquipélago a continente. IN: Revista do Ser- contexto mundial. IN: Revista do Serviço Público, Ano 55, n. 1
viço Público, Ano 53, n. 2, abr-jun/2002. Brasília: ENAP, 2002. e 2 (Jan-Jun/2004). Brasília: ENAP, 2004.

Degrau Cultural 335

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THATYML
Noções de Teoria da Administração

no Brasil. “Suas ações coadunaram-se com as metas


do Programa Sociedade da Informação (SocInfo), co-
ordenado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia. Nes-
se contexto, o GTTI assumiu o papel de facilitador na
busca dos objetivos do SocInfo”.

Tais trabalhos conduziram à elaboração do Programa


Governo Eletrônico, cuja implementação foi atribuída a
um comitê interministerial, integrado pelos Secretári-
os-Executivos (e cargos equivalentes) dos ministérios
e da Presidência da República, denominado Comitê
Executivo do Governo Eletrônico – Cege.

Saúde e Qualidade de Vida no Trabalho


Neste aspecto todas as pessoas querem e desejam
trabalhar em ambientes saudáveis e que permitam uma
qualidade de vida durante o período laborativo, para
isso as organizações desenvolvem projetos de higiene
no trabalho que engloba:
1) De acordo com o tamanho da empresa, um plano orga-
nizado que forneça não só os serviços médicos mas tam-
bém enfermeiros e auxiliares em tempo integral ou parcial.
2) Serviços Médicos adequados como: exame admissi-
onal, primeiros socorros, eliminação e controles de áre-
as insalubres, supervisão quanto à higiene e saúde,
exames médicos periódicos de revisão e check-up etc.
3) Prevenção de riscos à saúde – Riscos Químicos,
Riscos Físicos e Riscos Biológicos.
Objetivo da higiene do trabalho tem caráter eminente-
mente preventivo, pois tem como foco o conforto e saú-
de do trabalhador.

Condições Ambientais de Trabalho devem ser objeto


de preocupação da organização assim como as de-
mais, identificamos como condições ambientais a ilu-
minação, a temperatura e o ruído.
Dentre os fatores a serem considerados nesta busca
incessante de um melhor ambiente de trabalho temos
a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA),
que tem por objetivo atuar na prevenção de acidentes.
A qualidade de vida no trabalho não está apenas vincu-
lado aos aspectos físicos, incluem também os aspec-
tos sociais e psicológicos. Para que se consiga uma
qualidade de vida que se deseja no trabalho levam-se
em consideração alguns fatores, que são os de credi-
bilidade, Respeito, Imparcialidade, Orgulho, Camara-
dagem no ambiente de trabalho.
Agregado a estes aspectos devemos observar também
os Benefícios Oferecidos, a Remuneração, a Ética e a
Cidadania, o Desenvolvimento Profissional e o Equilí-
brio entre trabalho e vida pessoal.

336 Degrau Cultural

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Bateria de Exercícios

Exercícios

339 Língua Portuguesa


341 Raciocínio Lógico
342 Informática
345 Matemática
349 Atualidades
359 Ética no Serviço Público
360 Regime Jurídico Único (Lei 8.112/90)
361 Previdência - Conjuntura e Estrutura
362 Conhecimentos Complementares

Degrau Cultural 337

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Bateria de Exercícios

338 Degrau Cultural

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Bateria de Exercícios - Português

LINGUA PORTUGUESA
POLÍCIA FEDERAL Essa realidade transportou-se para o mercado de
AGENTE ADMINISTRATIVO 2004 - CESPE/UNB trabalho, como demonstra a igualdade de salários
pagos a cidadãos de diferentes raças.
Nas questões a seguir, marque C, caso julgue o item
Certo e E, caso julgue o item Errado. 03. A idéia principal do texto pode assim ser expressa:
O amor à pátria é mais forte quando se está longe
dela e a dor do escravo é sentida como se fosse
própria.
1 Já existe, felizmente, em nosso país, uma cons-
ciência nacional — em formação, é certo —, que vai 04. O autor do texto sugere que não teme as divergên-
introduzindo o elemento da dignidade humana em cias políticas das duas correntes que formam a
nossa legislação e para a qual a escravidão, apesar consciência nacional, porque conta com a recepti-
5 de hereditária, é uma verdadeira mancha de Caim vidade da maioria dos compatriotas, contrários à
que o Brasil traz na fronte. Essa consciência, que escravidão.
está temperando a nossa alma e, por fim, há de
humanizá-la, resulta da mistura de duas correntes 05. No texto, o termo “para a qual” (L.4) tem o sentido
de para essa dignidade humana.
diversas: o arrependimento dos descendentes de
10 senhores e a afinidade de sofrimento dos herdeiros
06. No contexto em que está empregada, a palavra
de escravos.
“hereditária” (L.5) reforça a idéia de que a escravi-
Não tenho, portanto, medo de não encontrar o
dão é uma questão genética.
acolhimento por parte de um número bastante con-
siderável de compatriotas meus, a saber: os que 07. Nos trechos “é uma verdadeira mancha de Caim
15 sentem a dor do escravo como se fora própria, e que o Brasil traz na fronte” (L.5-6) e “uma boa co-
ainda mais, como parte de uma dor maior — a do lheita no solo ainda virgem da nova geração” (L.37-
Brasil, ultrajado e humilhado; os que têm a altivez 38), foi utilizada linguagem figurada.
de pensar — e a coragem de aceitar as conseqü-
ências desse pensamento — que a pátria, como a 08. Em “humanizá-la” (L.8), o pronome, cujo emprego
20 mãe, quando não existe para os filhos mais infeli- é um recurso de coesão textual, refere-se ao vocá-
zes, não existe para os mais dignos; aqueles para bulo “consciência” (L.6).
quem a escravidão, degradação sistemática da
natureza humana por interesses mercenários e 09. Nas linhas 13 e 14, será mantida a correção gra-
egoístas, se não é infamante para o homem edu- matical se a expressão “por parte de (...) meus” for
25 cado e feliz que a inflige, não pode sê-lo para o assim reescrita: por parte de bastantes compatri-
ente desfigurado e oprimido que a sofre; por fim, otas meus.
os que conhecem as influências sobre o nosso
país daquela instituição no passado e, no presen- 10. Sem prejuízo para os sentidos do texto, a forma
te, o seu custo ruinoso, e prevêem os efeitos da verbal “inflige” (L.25) poderia ser substituída por
30 sua continuação indefinida. suporta.
Possa ser bem aceita por eles esta lembran-
ça de um correligionário ausente, mandada do 11. A expressão “o seu custo ruinoso” (L.29) exerce a
exterior, donde se ama ainda mais a pátria do que função de aposto, o que justifica a sua colocação
no próprio país. entre vírgulas.
35 Quanto a mim, julgar-me-ei mais do que re-
compensado, se as sementes de liberdade, direi- Os atentados terroristas a Nova Iorque e Wa-
to e justiça derem uma boa colheita no solo ainda shington são a evidência de que o atual modelo de
virgem da nova geração. (Londres, 8 de abril de 1 globalização afeta os esforços de implantação mun-
1883) dial dos direitos humanos. Graças ao avanço da
Joaquim Nabuco. O abolicionismo. tecnologia de comunicações — dos meios de trans-
In: Intérpretes do Brasil, vol. I, Rio de Janeiro: Nova porte à Internet —, o Planeta tornou-se, de fato, uma
Aguilar, 2000, p. 21 (com adaptações). 5 grande aldeia. Somos todos vizinhos uns dos ou-
tros e podemos assistir, em tempo real, ao que se
Em relação ao texto acima e ao tema nele abordado, passa no hemisfério oposto ao que habitamos.
julgue os itens a seguir. Frei Betto. Internet:
<www.dhnet.org.br/denunciar>(com adaptações).
01. O que Joaquim Nabuco escrevia em sua época vai
ganhando densidade nos dias de hoje. Prova dis- Com base no texto acima e considerando as múltiplas
so é o atual debate a respeito da política afirmati- implicações do tema que ele focaliza, julgue os itens
va, a qual, envolvendo, inclusive, a adoção de co- seguintes.
tas, tem por objetivo reduzir as enormes desigual-
dades sociais geradas pela escravidão.
12. Nos recentes episódios do Oriente Médio, a atua-
02. A expansão do sistema educacional brasileiro, es- ção de uma rede de televisão árabe — Al Jazeera
pecialmente nas redes escolares públicas, resultou — funciona como uma espécie de contraponto ao
na eliminação quase total das diferenças quanto a quase monopólio da informação, que, até bem
acesso e permanência nas escolas e desempenho pouco tempo, pertencia à mídia ocidental.
escolar de brancos, negros e pardos.

Degrau Cultural 339

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Bateria de Exercícios - Português
13. Um caso extremo de terrorismo, que espalhou o 23. Depreende-se do neologismo “globocolonizadas”
pânico nos Estados Unidos da América (EUA) e (L.11-12) que os exércitos que atuam nas inter-
assustou a opinião pública mundial, foi o atentado venções em países que vivem guerras genocidas
de 11 de setembro de 2001, que atingiu o Pentá- representam forças hegemônicas do processo de
gono e as torres do World Trade Center. globalização.

14. A globalização não se restringe aos aspectos eco- 24. A oração “que justifique a intervenção das tropas
nômicos, conquanto eles sejam fundamentais. Da globocolonizadas” (L.11-12) não está antecedida
mesma forma que as inovações tecnológicas atin- por vírgula porque expressa restrição.
gem diretamente o sistema produtivo, ampliando-
lhe a capacidade e mundializando os mercados, 25. Depreende-se das idéias do texto que somen-
elas também facilitam a circulação de pessoas, te haverá intervenção estrangeira para impedir
idéias e culturas, tornando o mundo menor tam- ou atenuar guerras nos países e regiões onde
bém sob esse prisma. existam riquezas que possam interessar outros
países.
15. O autor do texto aponta a utilização de sofisticada
tecnologia de comunicações como a principal cau-
sa da prevalência do modelo de globalização eco-
nômica, que atenta contra os direitos humanos.

16. Na linha 4, a substituição de “Graças ao” por Devi-


do o prejudicaria a correção gramatical do texto.

17. Nas linhas 5-6, a expressão entre travessões po-


deria ser substituída por desde os meios de trans-
porte até a Internet, sem que houvesse prejuízo
para a correção gramatical do texto.

18. Na linha 9, o emprego de preposição em “ao que


se passa” justifica-se pela regência do verbo “as-
sistir” (L.8).

1 A proximidade não nos tem tornado mais so-


lidários e amigos. À luz da crescente mercantiliza-
ção das relações humanas, quase tudo é encara-
do em termos de lucro e benefício. Não importa
5 que guerras fratricidas ameacem a existência de
nações africanas. Os países metropolitanos con-
tinuarão fabricando e exportando armas — que a
África não produz — e permanecerão insensíveis
ao genocídio se, no palco das operações, não hou-
10 ver diamantes, petróleo ou qualquer outra riqueza
que justifique a intervenção das tropas globocolo-
nizadas, como ocorreu no Iraque e na Iugoslávia.
Idem, ibidem.

Tendo o texto acima como referência e considerando o


cenário mundial contemporâneo, julgue os itens que
se seguem.

19. No texto, a substituição de “À luz” (L.2) por Sob a


luz prejudicaria a coerência e a correção gramati-
cal do período.

20. A idéia expressa pela palavra “mercantilização” (L.2-


3), que é oposta à de solidariedade e à de amizade, GABARITO
articula-se com as noções de mercado e de rela-
ções baseadas em vantagens. É essa idéia que se 01. Certo 02. Errado 03. Errado 04. Errado
tem mostrado muito presente nos encontros inter-
nacionais de chefes de Estado e de governo, mar- 05. Errado 06. Errado 07. Certo 08. Errado
cados pela celebração de acordos comerciais. 09. Certo 10. Errado 11. Errado 12. Certo
21. A palavra “genocídio” (L.9) significa extermínio de- 13. Certo 14. Certo 15. Errado 16. Certo
liberado, parcial ou total, de uma comunidade, gru-
po étnico, racial ou religioso. 17. Certo 18. Certo 19. Errado 20. Certo
21. Certo 22. Errado 23. Certo 24. Certo
22. Pelo contexto, compreende-se que a palavra
“palco” (L.9) foi empregada em seu sentido de- 25. Certo
notativo.

340 Degrau Cultural

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Bateria de Exercícios - Raciocínio Lógico

RACIOCÍNIO LÓGICO
01. Para ter acesso a um certo arquivo de um micro- 11. Para ir da cidade A até a cidade C, obrigatoriamente
computador, o usuário deve realizar duas opera- passamos pela cidade B. Três companhias de ôni-
ções: digitar uma senha composta de três algaris- bus cobrem o percurso entre A e B e 2 companhias
mos distintos e, se for aceita, digitar uma segunda de aviação ligam B e C. Desta forma, é correto afir-
senha composta de duas letras distintas escolhi- mar que para viajar de A para C, possuímos, pelo
das do alfabeto de 26 letras. Quem não conhece as menos, 5 maneiras diferentes.
senhas pode fazer as tentativas. Sendo assim, o
número máximo de tentativas necessárias para ter 12. O grêmio estudantil de uma escola realiza eleições
acesso ao arquivo é inferior a 1.300. para preenchimento das vagas de sua diretoria.
Para presidente apresentam-se cinco candidatos;
02. Chama-se tautologia toda a proposição composta para vice-presidente, oito candidatos; e para secre-
cuja última coluna da sua tabela-verdade encerra tário, seis candidatos. Desta forma, é correto afir-
somente a letra V (verdade). mar que podemos formar exatamente 250 chapas.
Em outros termos, tautologia é toda proposição
composta P(p, q, r,...) cujo valor lógico é sempre V 13. Em um sistema de placas de veículos, cada placa
(verdade), quaisquer que sejam os valores lógicos é formada de 3 letras (de um total de 26) e 4 alga-
das proposições simples componentes p, q, r, …. rismos (de 0 a 9). Através destas informações é
As tautologias são também denominadas proposições correto afirmar que podem ser emplacados exata-
tautológicas ou proposições logicamente verdadeiras. mente 262 x 104 veículos.
É imediato que as proposições p → p e p ↔ p são 14. Num acidente automobilístico, após ouvir várias
tautológicas (Princípio de identidade para as pro- testemunhas, concluiu-se que o motorista culpado
posições). do acidente dirigia um veículo cuja placa era cons-
De posse destas informações, é correto afirmar que tituída de 2 vogais distintas e 4 algarismos diferen-
a proposição “¬ (p ∧ ¬ p)”, que é o Princípio da não-
tes, sendo que o algarismo das unidades era o
contradição, é uma tautologia.
dígito 2. Sendo assim, o número de veículos sus-
03. É correto afirmar que com os 10 primeiros núme- peitos é acima de 10.000.
ros naturais podemos formar, exatamente, 648 nú-
15. Dentre os anagramas distintos que podemos for-
meros de 3 algarismos distintos.
mar com n letras, das quais somente 2 são iguais,
04. Se a diretoria de uma firma é constituída de 7 dire- 120 apresentam essas duas letras iguais juntas.
tores brasileiros e 4 japoneses, é correto afirmar Nesta situação, o valor de n é superior a 6.
que podemos formar, menos de 140 comissões
16. Chamamos de Equivalência Lógica quando uma
compostas de 3 brasileiros e 3 japoneses.
proposição P (p, q, r,...) é logicamente equivalente
05. Um conjunto A possui n elementos, sendo n ≥ 4. ou apenas equivalente a uma proposição Q (p, q,
Então, é correto afirmar que o número de subcon- r,...), se as tabelas-verdade destas duas proposi-
juntos de A com 4 elementos é 4! ções são idênticas.
Sendo assim, é correto afirmar que a proposição
06. Se eu possuo 2 livros de Matemática, 3 de Portugu- “¬ ¬ p” e “p” são equivalentes.
ês e 4 de Física, é correto afirmar que posso arru-
má-los de 72 modos diferentes, de modo que os 17. É correto afirmar que um grupo de 10 pessoas pode
livros de uma mesma matéria fiquem sempre jun- ser dividido em 3 grupos de 5, 3 e 2 pessoas de
tos e, além disso, os de Física, entre si, fiquem 2.520 maneiras diferentes.
sempre na mesma ordem.
18. Sabendo que um salão tem cinco portas, é correto
07. Se uso os números 1, 2, 3, cada um uma vez, e 6 afirmar que temos mais de 20 maneiras de entrar
zeros, é correto afirmar que posso construir menos nele e sair dele sem usar a mesma porta.
de 504 matrizes quadradas de ordem três com estes
19. Existem 625 números de quatro algarismos forma-
números.
dos somente por algarismos ímpares.
08. Marcam-se 10 pontos sobre uma reta r e sobre
20. Sobre uma circunferência, marcam-se 6 pontos dis-
uma paralela s marcam-se 8 pontos. Sendo as-
tintos. Então, é correto afirmar que podemos for-
sim, é correto afirmar que podemos formar exata-
mar mais de 15 quadriláteros convexos com vérti-
mente 640 triângulos unindo três quaisquer des-
ces nestes pontos.
ses 18 pontos.
09. Com as letras a, b e c, podemos formar mais de 5
pares ordenados com elementos distintos.
GABARITO
10. Uma turma da Escola “x”, composta de 20 alunos,
deseja constituir uma comissão de 4 elementos 01. E 02. C 03. C 04. E 05. E
para fazer uma reivindicação sobre um determina- 06. C 07. E 08. C 09. C 10. C
do tipo de atividade esportiva dentro da mesma. 11. C 12. E 13. E 14. C 15. E
Sendo assim, é correto afirmar que o número de 16. C 17. C 18. E 19. C 20. E
comissões é acima de 4.500.

Degrau Cultural 341

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Bateria de Exercícios - Informática

INFORMÁTICA
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO 07. Enquanto o Internet Explorer é um navegador da
DO AMAZONAS (MPE/AM) – 2008 Web, o programa denominado Mozilla Firefox é um
programa exclusivo para o acesso a correio ele-
Com relação aos conceitos de Internet, intranet e à World trônico, não permitindo o acesso a páginas da
Wide Web (WWW), julgue os itens que se seguem. Web, como a mostrada na figura.

01. Na Internet, qualquer informação transmitida de Com relação a correio eletrônico, julgue os itens a seguir.
um computador a outro passa, necessariamente,
por um computador central, localizado na Suíça, 08. Nos atuais serviços de correio eletrônico, há se-
que pertence à instituição internacional que con- gurança absoluta com relação à confidencialidade
trola a rede mundial. das mensagens.
Atualmente, quando um usuário envia uma men-
02. Para garantir a segurança da informação que cir- sagem de e-mail, não existe a possibilidade de
cula em uma intranet, esse tipo de rede permite que usuários tenham acesso não-autorizado ao
apenas o envio de mensagens de correio eletrôni- conteúdo da mensagem, mesmo sem o uso de
co entre computadores a ela conectados, não per- recurso de criptografia.
mitindo a transferência de arquivos para computa-
dores que não pertençam a ela, nem a navegação 09. Ao se enviar uma mensagem de e-mail, é possível
em páginas da WWW. enviar diversas cópias dessa mensagem para
usuários diferentes.

A figura acima mostra uma janela do Internet Explorer 6,


em que está sendo exibida uma página da Web. Com
relação a essa figura, ao Explorer 6 e a conceitos rela-
cionados à Internet, julgue os itens que se seguem.

03. O botão possui funcionalidades que permi-


tem que o usuário inclua a página em exibição em A figura acima mostra uma janela do Word 2002, com
uma lista de páginas favoritas. um texto em processo de edição. Considerando a figu-
ra, a palavra “exemplo” selecionada e o Word 2002,
04. A página da Web mostrada é uma página mantida julgue os itens seguintes.
pelo governo do estado do Amazonas cuja função
primordial é fornecer ao usuário informações geo- 10. A fonte utilizada na palavra “exemplo”, que está
gráficas a respeito do estado. selecionada, é denominada Times New Roman.

05. A observação da figura permite afirmar, com certe- 11. Ao se alterar o número 120%, em , para
za, que a página da Web não possui hyperlinks. 240%, apenas a palavra selecionada — “exemplo”
— será exibida com o dobro do tamanho com o
06. Ao se substituir a seqüência de caracteres http:// qual ela está sendo exibida antes dessa alteração.
pt.wikipedia.org/wiki/Amazonas por um outro en-
dereço válido de página da Web, e se clicar o bo- 12. Ao se clicar o botão , apenas a palavra “exemplo”
tão , usualmente é iniciado o download da pá- será apagada, e o restante do texto permanecerá
inalterado.
gina da Web do endereço digitado.

342 Degrau Cultural

03_Informatica.pmd 342 30/9/2010, 09:48


THATYML
Bateria de Exercícios - Informática

13. O menu permite o acesso a opções que


apresentam funcionalidades que possibilitem a
realização de operações de copiar e colar trechos
de textos. A opção Copiar, por exemplo, permitirá
copiar a palavra selecionada — “exemplo” — para a
área de transferência, e essa palavra poderá ser,
em seguida, colada em uma outra posição do texto.

14. A tecla permite que o usuário configure o Word


para Caps Lock que as letras sejam todas
digitadas como maiúsculas, permitindo, ainda,
retornar ao modo em que as letras digitadas apa-
reçam como letras minúsculas.

15. O menu permite o acesso a uma op-


ção que possibilita a contagem do número de
caracteres de um trecho de texto previamente se-
lecionado.

A figura abaixo mostra uma janela do Excel 2000, que


contém uma planilha com dados extraídos do site do
DENATRAN, relativos ao número de vítimas fatais de
acidentes de trânsito, nas cinco regiões do Brasil, nos
seis primeiros meses do ano de 2000. Com relação a
essa figura e ao Excel 2000, julgue os itens a seguir.

19. Para a série numérica correspondente ao número


de vítimas fatais de acidentes de trânsito na re-
gião Centro-Oeste, nos meses mostrados na pla-
nilha, a mediana é maior que a moda.

20. Para se calcular o número total de vítimas fatais


de acidentes de trânsito nos meses mostrados,
nas regiões Norte e Nordeste, pondo os resulta-
dos, respectivamente, nas células B10 e C10, é
suficiente realizar a seguinte seqüência de ações:
A figura acima mostra uma janela do Excel 2002, com
uma planilha em processo de edição. Com relação a clicar na célula B10; clicar em teclar
essa figura e ao Excel 2002, julgue os itens subse-
qüentes. clicar novamente na célula B10; clicar em ;

16. Ao se clicar a célula C5, clicar e teclar , clicar na célula C10; clicar em
aparecerá, na célula C5, o número 4700.
21. Para se calcular a média aritmética do número de
17. Ao se selecionar a célula C4 e se clicar duas ve- vítimas fatais de acidentes de trânsito na região
zes o botão , o número 700 será substituído Sudeste nos seis meses mostrados, pondo o re-
sultado na célula D10, é suficiente clicar na célula
por 700,00.
E10, digitar =(D4:D9/6) e, em seguida, teclar
18. Ao se selecionar o grupo de células formado pe-
las células B1 e C1, e se clicar o botão , todas 22. Para se obter o percentual de aumento no número
as células contidas nas colunas B e C serão mes- de vítimas fatais de acidentes de trânsito na região
cladas, formando uma nova coluna com largura Sul, do mês de abril para o mês de maio, pondo o
equivalente à soma das larguras das colunas que resultado na célula E10, é 4 suficiente clicar nessa
foram mescladas, e o conteúdo da nova coluna célula, digitar =(E8-E7)/E8 e teclar .
será igual ao conteúdo da antiga coluna B.

Degrau Cultural 343

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Bateria de Exercícios - Informática

23. Considerando que o termo REGIÃO está formata-


28. Para se abrir o arquivo associado ao ícone
do como negrito, para se aplicar negrito às células
de A4 a A9, é suficiente realizar, com o mo use, a Custos, é suficiente clicar com o botão direito do
seguinte seqüência de ações: clicar sobre RE- mouse sobre o referido ícone e, na lista que apa-
rece em decorrência desse ato, clicar em Abrir.
GIÃO; clicar em posicionar o ponteiro no
centro da célula A4; pressionar o botão esquerdo
e, mantendo-o pressionado, posicionar o ponteiro
no centro da célula A9; liberar, finalmente, o botão
esquerdo.

A figura abaixo mostra parte de uma janela do Windows


Explorer, executado em um computador cujo sistema
operacional é o Windows 98. Com base nessa figura,
julgue os itens seguintes, relativos ao Windows Explo-
rer e ao Windows 98.

24. Ao se aplicar dois cliques simples em acima


e, em seguida, teclar , a pasta Revisão
do carro será aberta.

25. Se a Lixeira não estiver vazia, para esvaziá-la, é


suficiente clicar com o botão direito do mouse so-
bre Lixeira e, na lista que aparece em decor-
rência dessa ação, clicar em Esvaziar Lixeira, rea-
GABARITO
lizando as confirmações necessárias.

01. Errado 02. Errado 03. Certo 04. Errado


26. Para se excluir o arquivo associado ao ícone
05. Errado 06. Certo 07. Errado 08. Errado
ROTEIRO DE VIAGEM, sem que ele seja enviado
para a Lixeira, é suficiente, mantendo a tecla 09. Certo 10. Certo 11. Errado 12. Errado
pressionada, teclar . 13. Certo 14. Certo 15. Certo 16. Certo
17. Anulada 18. Errado 19. Errado 20. Certo
27. Ao se aplicar um clique duplo sobre
21. Errado 22. Errado 23. Certo 24. Errado
, será iniciado um processo de co-
nexão à Internet por meio do Internet Explorer, a 25. Certo 26. Errado 27. Errado 28. Certo
partir de uma rede dial-up.

344 Degrau Cultural

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Bateria de Exercícios - Matemática

MATEMÁTICA
01. (SETEPS-PARÁ-2004-CESPE) Do total de vítimas assistidas, a fração que repre-
senta a quantidade de pessoas que não sofreram
queimaduras nem intoxicação é igual a:
a) 1/4.
b) 1/3.
c) 1/2.
d) 3/5.
e) 2/3.

05. (GOV.PARÁ-2004-CESPE)

A tabela acima, relativa ao estado do Pará, mostra,


para alguns anos do período entre 1992 e 2002, a fra-
A tabela acima mostra, com algumas rasuras, a evolu- ção de domicílios particulares com telefone em rela-
ção do emprego formal em uma região do país, entre ção ao total de domicílios. Com base nessas informa-
os anos de 2001 e 2003, em alguns setores de ativida- ções, julgue os itens a seguir.
des. Nessa tabela, para cada ano e para cada setor de
atividades, o “saldo” é igual ao número de “admis- I- Para todos os anos mostrados na tabela, a fra-
sões” menos o número de “desligamentos”. ção correspondente a determinado ano é mai-
De acordo com essas informações, julgue os seguintes or que a correspondente a cada um dos anos
itens. anteriores.
I - O total de pessoas que foram desligadas do setor II - A fração correspondente ao ano de 2002 é maior
de “comércio” durante o ano de 2001 foi de 22.047. que o triplo da correspondente ao ano de 1992.
II - No período de 2001 a 2003, no setor “administra-
ção pública” registrou-se um saldo total — número 06. (GOV.PARÁ-2004-CESPE) Se 9 g de proteí-nas cor-
total de desligamentos do período subtraído do respondem a 1/50 da dose diária de proteínas que
número total de admissões do período — igual a - um ser humano deve consumir, então a quantida-
235. de diária total de proteína que um ser humano deve
III - No período de 2001 a 2003, foram admitidas me- consumir é igual a 450 g.
nos de 100.000 pessoas no setor de “serviços”.
07. (GOV.PARÁ-2004-CESPE) Uma empresa pos-
02. (SETEPS-PARÁ-2004-CESPE) sui um coral, um grupo de dança e uma or-
questra, formados por seus funcionários. Sa-
bendo que todos os funcionários participam
de pelo menos uma dessas atividades, julgue
os itens a seguir.
I - Se 1/4 dos funcionários participam do coral e 2/3
participam do grupo de dança, então, no mínimo,
1/12 dos funcionários participam da orquestra.
II - Se 2/3 dos funcionários participam do grupo de
dança e 3/5 participam da orquestra, então o nú-
mero de funcionários que participam do grupo de
A tabela acima mostra as temperaturas mínima e dança é menor que o de funcionários que partici-
máxima de armazenamento de alguns produtos em pam da orquestra.
um supermercado. De acordo com essas informa- III - Se a metade dos funcionários participam apenas
ções, julgue os itens a seguir. do grupo de dança e 1/3 participam apenas do
I - Um refrigerador que mantém uma temperatura de coral, então o número de funcionários da empre-
-7ºC pode armazenar os produtos A, B e C. sa é múltiplo de 6.
II - Para armazenar os produtos C e D em um mesmo
ambiente, a temperatura desse ambiente deve 08. (GOV.PARÁ-2004-CESPE) Considere que o fogão
variar entre 10ºC e 13ºC. da casa de Joana consuma dois botijões de gás
de cozinha de 13 kg a cada 3 meses, que um boti-
03. (CBMDF-2001-CESPE) Se Carlos gasta um terço jão de gás de 13 kg custa R$ 22,50 e que o salário
do seu salário com aluguel e a metade com ali- mensal de Joana é de R$ 240,00.
mentação e ainda lhe sobram R$ 80,00, então o Nessas condições, é correto concluir que Joana
salário de Carlos é maior que R$ 450,00. gasta menos de 6/100 do seu salário na compra
de gás de cozinha.
04. (CBMDF-2001-CESPE) O corpo de bombeiros de
determinada cidade, em um ano, prestou assis- 09. (HEMOPA-PARÁ-2004-CESPE) O pai de Flávio,
tência a diversas vítimas de acidentes. Entre es- Gabriel e Hailton distribuíram entre eles uma certa
sas vítimas, 1/3 sofreu queimaduras, 5/12 sofreu quantia de dinheiro da seguinte forma: Flávio rece-
intoxicação e 1/4 sofreu, simultaneamente, quei- beu 1/4 da quantia, Gabriel recebeu 3/5 e Hailton
maduras e intoxicação. recebeu R$ 210,00.

Degrau Cultural 345

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Bateria de Exercícios - Matemática

Acerca dessa distribuição, julgue os itens subseqüentes. Considere que a evolução anual da quantidade de
I - Flávio recebeu a maior quantia. presente na atmosfera, em ppm, seja descrita pela
II - Gabriel recebeu o triplo do que Hailton recebeu.
III - Gabriel e Hailton, juntos, receberam o triplo da quan- função quadrática , em que x
tia que Flávio recebeu. representa o tempo, em anos, transcorrido desde
IV - A diferença entre o valor recebido por Gabriel e o 1900, e a e b são constantes reais. Sabendo que a
valor recebido por Hailton é igual ao dobro do que quantidade de na atmosfera em 1950 era de 300
Flávio recebeu. ppm e, em 2000, de 380 ppm, e levando em conta o
V - A quantia distribuída é superior a R$ 1.600,00. texto acima, julgue os itens a seguir.
I - De acordo com o modelo estabelecido, o nível, em
10. (HEMOPA-PARÁ-2004-CESPE) Quatro caminhões ppm, de presente na atmosfera em 1900 era igual
— A, B, C e D — devem transportar 210 toneladas a ¾ do atual.
II - Sabendo que o protocolo de Kyoto considera o ní-
de carga. O caminhão A vai transportar 8/21 da car-
vel de presente na atmosfera no ano de 1990
ga. O caminhão B, 3/10; o caminhão C, 1/7 e o ca- como o satisfatório para o planeta, conclui-se, com
minhão D, o restante da carga. base no modelo proposto, que esse nível é inferi-
É correto afirmar que o caminhão: or a 350 ppm.
I- A transportará menos de 90 toneladas da carga. III - Com base no modelo estabelecido, o nível de na
II - B transportará mais de 60 toneladas da carga. atmosfera previsto no último período do texto será
atingido na segunda década deste século.
III - C transportará 40 toneladas da carga.
IV - D transportará 47 toneladas da carga. 14. (MMA-2003-CESPE) Uma empresa fabrica 1.000x
unidades de determinado produto por mês, oten-
11. (COHAB-BAURU-2004-ASSIST.ADM.-CESPE) Na do um lucro mensal, com a venda desses produ-
venda de 100x unidades de um produto, uma em- tos, em reais, de 10.000 L(x), em que L(x) = -x2 +
presa lucra, em reais . Para os valores de x tais que 12x - 32. Com base nesses dados, julgue os itens
L(x) < 0 a empresa teve prejuízo. Com base nessas abaixo.
informações, julgue os itens que se seguem. I - Se a empresa fabricar menos de 1.000 unidades
I - Se a empresa vender menos que 300 unidades do produto, então ela terá prejuízo.
desse produto, ela terá prejuízo. II - Para que a empresa tenha um lucro mensal supe-
rior a R$ 30.000,00, ela deverá fabricar mais de
II - O lucro da empresa será máximo para algum valor
8.000 unidades do produto.
de x maior que 6.
15. (OPER.PETROBRÁS-2003-CESPE) Na Matemática,
12. (GM-ARARACAJÚ-2004-CESPE) O número de ocor- o conceito de função é freqüentemente utilizado para
rências policiais no dia x do mês é dado pelo valor a modelagem de situações-problema reais. Com
da função , e os dias em que ocorrências foram respeito a funções tradicionais e bem conhecidas,
registradas são aqueles em que f(x ) ≥ 0. julgue o item subseqüente.
Com base nessas informações, julgue os itens I - Para pavimentar e cercar uma área quadrada que
abaixo. mede x m de lado, uma empresa ofereceu os se-
I - O número de dias em que foram registradas ocor- guintes preços:
rências é superior a 9. • piso: 20 reais por m2 ;
II - O maior número de ocorrências em um único dia • cerca: 12 reais por m (linear);
foi inferior a 10. • taxa de serviços: 180 reais.
III - Do dia 3 ao dia 5, a cada dia que passa, o número O preço total da obra — P —, apresentado pela em-
de ocorrências registradas vai aumentando. presa, pode ser calculado pela função quadrática:
P(x) = 20x2 + 48x + 180.
13. (IBAMA-NA.AMB.-2002-CESPE) Cerca de 70% da
superfície do globo poderá ser afetada pelo impac- 16. (OPERADOR-PETROBRÁS-2001-CESPE) Um cer-
to de mineração, estradas e cidades em 2032 se a to produto é fabricado ao custo de R$ 2,00 a unida-
humanidade não tomar providências urgentes. A de. Ao preço de R$ 5,00 a unidade, 4.000 unida-
conclusão é de um relatório da ONU divulgado hoje, des desse produto são vendidas mensalmente. O
no qual trabalharam mais de mil cientistas. O estu- fabricante do produto pretende elevar o seu preço
do, conhecido como Geo-3, foi preparado pelo Pro- de venda e estima que, para cada R$ 1,00 de au-
grama das Nações Unidas para o Meio Ambiente mento no preço, 400 unidades a menos serão ven-
(PNUMA) para servir como indicador da saúde am- didas por mês. Considerando apenas a receita
biental da Terra às vésperas da Rio+10, a confe- proveniente das vendas e o custo correspondente
rência mundial sobre ambiente e desenvolvimento à fabricação, o lucro máximo mensal que pode ser
sustentável que acontecerá no fim de agosto na
obtido pelo fabricante será:
África do Sul. Cerca de 40% da humanidade já en-
a) menor que R$ 12.500,00.
frenta escassez de água, especialmente para a
b) maior que R$ 12.500,00 e menor que R$ 14.000,00.
agricultura, e as concentrações de dióxido de car-
c) maior que R$ 14.000,00 e menor que R$ 15.500,00.
bono na atmosfera chegarão à casa de 450 partes
d) maior que R$ 15.500,00 e menor que R$ 17.000,00.
por milhão (ppm) — contra 380 ppm hoje — nas
e) maior que R$ 17.000,00.
próximas décadas.

346 Degrau Cultural

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17. (BANESE-TÉC.BANC.-I-2002-CESPE) Um fabrican-


te de inseticida doméstico produz x litros de seu
produto ao custo de C(x) reais. O gráfico abaixo
representa o custo de produção em função da quan-
tidade de litros produzida.

Com base nos valores apresentados no gráfico


acima e acerca do tema tratado no texto, julgue os
itens subseqüentes.
I- O custo de produção de 12 litros de inseticida é I- Os pontos de coordenadas (1980, 100.000), (1990,
maior que R$ 8,00. 220.000) e (2000, 350.000), representados no grá-
II - O custo fixo de produção é igual a R$ 4,00. fico, estão sobre uma mesma reta.
III - O custo médio para a produção de 30 litros de in- II - Supondo que, para o período de 1500 a 1980, a
seticida é inferior a R$ 0,60 por litro. população indígena, em milhares de habitantes,
IV - Se vender a R$ 0,50 o litro de seu produto, o fabri- seja dada pela função P(t) = 5.000xe-ατ em que t é o
cante terá lucro acima de R$ 1,00 na produção e número de anos transcorridos desde 1500 e o nú-
venda de 26 litros. mero e representa a base dos logaritmos neperia-
V - Por ser a função custo crescente, independente- nos, é correto afirmar que, nessa situação,
mente do preço de venda do litro do produto, é mais
vantajoso para o fabricante produzir 20 litros em
vez de 30 litros.
20. (PRF-2002-CESPE) Considere as seguintes acep-
Texto V – Questão 57 (ESC.BB-2003-CESPE) ções da palavra função, reproduzidas de três dici-
onários da língua portuguesa.
Preparando-se para custear as despesas com a edu- A: Qualquer correspondência entre dois ou mais
cação dos seus filhos, Carlos decidiu abrir uma pou- conjuntos.
pança programada para 120 meses de duração, com Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa.
rendimento mensal de 1%, em que os depósitos de- B: Grandeza relacionada a outra(s), de tal modo
vem ser feitos no primeiro dia de cada mês. O valor d(k), que, a cada valor atribuído a esta(s), corresponde
em reais, do depósito a ser efetuado nessa poupança um valor daquela.
no k-ésimo mês obedece às seguintes regras: Michaelis. Moderno Dicionário da Língua Portu-
• d(k) = 100, para k = 1,2,...,12; guesa.
• d(k +12) – d(k) = 100, para k ≥1. C: Relação entre dois conjuntos que abrange to-
dos os elementos do primeiro e associa a cada
18. (ESC.BB-2003-CESPE) Com base nas informa- elemento deste primeiro conjunto somente um ele-
ções do texto V, julgue os itens abaixo. mento do segundo.
I - d(42) = 400,00 Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa.
II - D(19) – D(15) = 0
III - Durante o sétimo ano, o valor total a ser deposita- Com base nas acepções acima, no conceito ma-
do por Carlos na poupança mencionada no texto é temático de função e no CTB, julgue os itens que
superior a R$ 8.500,00. se seguem.
I - A regra que associa a cada pontuação possível
19. (IBAMA-NA.AMB.-2002-CESPE) Estima-se que o nesta prova os candidatos que obtiverem essa
Brasil tinha 5 milhões de índios quando chegaram pontuação não é função em nenhuma das três
os portugueses. O declínio manteve-se até o co- acepções apresentadas.
meço da década de 80, quando foram contados II - Uma relação entre dois conjuntos que satisfaça a
100.000 índios. A partir de então, a população vol- condição da acepção C também satisfará a da
tou a crescer em taxa acelerada. Hoje, já se regis- acepção A.
tram cerca de 350.000 índios vivendo em parques III - Para que a acepção B coincida com o conceito
e reservas. Segundo os estudiosos, a principal matemático de função, é necessário entender que
explicação é a regularização das terras indígenas. “um” corresponde a um mesmo.
No início da década de 90, apenas um terço do IV - A regra que associa a cada automóvel brasileiro
território indígena estava regulamentado. Atualmen- devidamente licenciado a identificação alfanumé-
te, metade de seu território está regular. rica de placa é uma função de acordo com somen-
te uma das acepções acima.

Degrau Cultural 347

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Bateria de Exercícios - Matemática
V- De acordo com o conceito matemático, a corres-
pondência entre as infrações de trânsito cometi-
das e os valores das multas a elas atribuídas é
uma função injetora

21. (PROF.PR-2003-CESPE) Considere que a popula-


ção de um determinado tipo de inseto em função
do tempo seja dada por , em que t é medido em
dias. Com base nesse modelo hipotético, julgue
os itens a seguir.
I - A população inicial desses insetos é constituida
de 200 elementos.
II - A partir do instante inicial, a população de insetos
dobrará em menos de 100 dias.
III - A partir do instante inicial, a população de insetos
começará a diminuir após 120 dias.
IV - O número de insetos será o mesmo em, pelo
menos, duas épocas distintas.
V - A equação t = 100. ln(0,005 P), que define o tempo
em função da população de insetos, é uma ex-
pressão correta para a função inversa de P.

A quantidade de itens certos é igual a:


a) 1.
b) 2.
c) 3.
d) 4.
e) 5.

GABARITO

01. E, C, E 02. E, C
03. C 04. C
05. E, C 06. C
07. C, E, C 08. E
09. E, E,C, E, E 10. C, C, E, E
11. C, C 12. E, C, C
13. E, E, E 14. C, E
15. C 16. D
17. E, C, C, E, E 18. C, C, E
19. E, C 20. E, C, E, E, E
21. C

348 Degrau Cultural

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Bateria de Exercícios - Atualidades

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
ATUALIDADES
INTERNACIONAL dores emergentes.
b) IBAS (Índia, Brasil e África do Sul): grandes territórios, eleva-
da renda per capita e mercados consumidores emergentes.
c) BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China): extensos territórios,
grande PIB, populosos, mercados consumidores emer-
gentes e com grandes desigualdades sociais internas.
01. A respeito das medidas tomadas pelo governo do d) IBAS (Índia, Brasil e África do Sul): territórios médios, pequeno
novo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a PIB, pouco populosos e retração dos mercados consumidores.
partir de 2009, assinale a alternativa incorreta. e) BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China): grandes territórios, alta
renda per capita, populosos, mercados consumidores emer-
gentes e com expressivas desigualdades sociais internas.

04. Sobre o G20 Finanças ou Grandes Economias, mar-


que a alternativa incorreta.
a) Formado por 19 grandes economias e a União Europeia.
a) Anúncio do futuro fechamento da prisão localizada na b) São exemplos de membros de continentes diferen-
base militar de Guantánamo, onde os EUA mantém pri- tes: Brasil, Austrália, França, China e África do Sul.
sioneiros acusados de terrorismo, mas que não tiveram c) A última reunião de cúpula aconteceu em Pittsburgh
julgamento adequado. (EUA) e discutiu-se a ampliação da participação dos
b) Envio de mais 30 mil soldados dos EUA para o Afega- países emergentes em organismos como o FMI.
nistão, onde existem forças da OTAN, com o objetivo de d) O grupo é integrado apenas por países desenvolvi-
combater os rebeldes fundamentalistas do Talebam, que dos e com IDH muito elevado.
cooperam com a AL QAEDA. e) O grupo foi criado em 1999 com o objetivo de prevenir
c) Anúncio da retirada gradual das tropas americanas do problemas no sistema financeiro.
Iraque até 2011, o país sofreu uma intervenção militar
dos EUA em 2003 com o apoio do Reino Unido e sem 05. Em julho de 2009, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
autorização do Conselho de Segurança da ONU. anunciou sua posição de defesa à substituição do G8, o foro
d) Construção de um sofisticado Escudo Antimísseis para pro- das economias mais bem-sucedidas do mundo, pelo G20, na
teger a Europa ante a ameaça nuclear proveniente da Rússia. discussão de temas globais. Além da Alemanha, EUA, Fran-
e) O governo enviou uma proposta para Congresso de refor- ça, Japão e Itália, fazem parte do G8 os seguintes países:
ma no sistema de saúde dos EUA, uma vez que milhões de a) Canadá, Índia e China.
americanos não tem acesso aos planos privados. b) China, Brasil e África do Sul.
c) África do Sul, Reino Unido e Rússia.
02. Selecione a alternativa correta quanto a posição d) Canadá, Reino Unido e Rússia.
geográfica, exemplos de membros plenos e estágio e) Índia, Reino Unido e Rússia.
de integração do bloco econômico.
06. A missão brasileira no Haiti, liderando as tropas de paz da
ONU, custou cerca de 577 milhões de reais até 2009. O go-
verno brasileiro aceitou comandar essa missão esperando
a) fazer parte do Conselho de Segurança da ONU como
membro permanente numa futura reforma, juntamente
os outros integrantes do G5: Índia, Rússia, Itália e China.
b) impedir que Cuba assumisse o controle da ilha Hispaniola.
c) impedir que os EUA tivessem hegemonia também na
a) II–Mercosul; Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai;
América Central.
união aduaneira.
d) reduzir a influência da Venezuela de Hugo Chávez no Caribe.
b) I–NAFTA; EUA, Canadá e México; união monetária.
e) fazer parte do Conselho de Segurança da ONU como
c) IV– APEC: Rússia, China e Japão; união aduaneira.
membro permanente numa futura reforma, juntamente
d) III– União Europeia: Alemanha, França e Noruega; os outros integrantes do G4: Índia, Japão e Alemanha.
união aduaneira.
e) IV– CEI; Rússia, Ucrânia e Geórgia; união monetária. 07. Marque a alternativa que completa a notícia a seguir:
No ano de 2009, em Istambul (Turquia) aconteceram
03. Em 2010, será realizada a segunda cúpula reunin- graves conflitos entre a polícia e manifestantes que pro-
do 4 importantes países em Brasília. Assinale a alter- testavam contra a uma reunião
nativa que identifica esse grupo de países listados no a) da OMC. b) do FMI. c) da ONU.
mapa a seguir e algumas de suas características d) do G20. e) do G8.
comuns.
08. Os manifestantes da foto a seguir têm como foco de
protesto a atuação da Organização Mundial do Comércio
(OMC), que conduz as negociações da Rodada de Doha.

a) BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China): pequenos territó- EM PROTESTO em Genebra, manifestantes
antiglobalização seguram velas com os
rios, grande PIB, muito povoados e mercados consumi-
dizeres “abaixo a OMC”

Degrau Cultural 349

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Bateria de Exercícios - Atualidades

Dentre os alvos dos protestos, destaca-se a seguinte c) 1º Canadá (elevado), 69º Brasil (médio) e 175º Níger (baixo).
diretriz da Rodada de Doha d) 1º Islândia (muito elevado), 75º Brasil (médio) e 175º
a) fragilização do comércio multilateral. Níger (baixo).
b) a aceitação das posições do G20 (países em desenvolvimento). e) 1º Noruega (muito elevado), 75º Brasil (elevado) e
c) liberalização do comércio mundial. 182º Níger (baixo).
d) aprofundamento da estatização do comércio.
e) expansão dos subsídios econômicos domésticos. 14. Assinale a alternativa que completa o texto a seguir.
No final de 2009, os EUA foram surpreendidos por uma
09. A respeito do Fórum Econômico Mundial realizado em ja- tentativa de atentado terrorista em um voo que partiu da
neiro de 2010. Julgue os itens como C (certos) ou E (errados). Holanda em direção aos EUA. O protagonista foi um jovem
1. ( ) O fórum é realizado anualmente em Davos, Áustria. nigeriano de 23 anos, Umar Farouk Abdulmutallab, treinado
2. ( ) Conta com a participação de empresários, banquei- a) no Iêmen pelo grupo Al Qaeda na Península Arábica.
ros e alguns chefes de governo. b) no Irã pelo grupo xiita Hizbolah.
3. ( ) Em contraposição, costuma acontecer desde 2001 o Fó- c) na Cisjordânia pelo grupo fundamentalista Hamas.
rum Social Mundial, antiglobalização, em Porto Alegre (Brasil). d) no Afeganistão pelo grupo fundamentalista Taleban.
4. ( ) Em 2010, o fórum premiou Lula como “Estadista e) treinado no Iêmen pelo grupo extremista Taleban.
Global”. Devido a problemas de saúde (crise hipertensiva),
o presidente brasileiro foi representado no encontro pelo 15. Selecione a alternativa que completa a notícia.
ministro das relações exteriores, Celso Amorim. Em 2009, um atentado terrorista promovido pelo gru-
5. ( ) O Fórum Econômico Mundial chegou ao fim com a po Jemaah Islamiah, ligado a AL QAEDA, atingiu hotéis
constatação de que a crise internacional a partir de 2008 cau- na cidade de Jacarta, capital
sou estragos profundos, a exemplo do agravamento do de- a) da Índia. b) do Paquistão.
semprego. Uma das maneiras de enfrentar a crise é liberalizar c) do Iraque. d) da Indonésia.
o fluxo do capital financeiro e o aumentar dos bônus pagos e) do Afeganistão.
para os executivos de bancos, medida defendida pelo G20 e já
pensada em países como EUA, Reino Unido e Brasil. 16. Sobre o Afeganistão, marque a alternativa certa.
a) Sua capital é Islamabad.
10. A crise financeira internacional teve origem nos b) Hamid Karzai foi confirmado presidente após a desis-
Estados Unidos a partir de 2008 e teve como causas: tência de Abdulah Abdulah em participar do segundo turno
a) a instabilidade política vinculada à disputa eleitoral das eleições. O candidato da oposição denunciou fraudes.
entre Obama (partido democrata) e Mccain (partido re- c) Seu território é dominado por planícies.
publicano) e falência da AIG. d) Apresenta portos no Oceano Índico.
b) superávit na balança comercial, falência do Banco e) É grande produtor de cocaína.
Lehman Brothers, crise na indústria automobilística (GM)
e retração no consumo. 17. Nos últimos anos, é um país que atravessou forte
c) superávit público, déficit na balança comercial, aos instabilidade política. Um dos exemplos foi o atentado
créditos concedidos aos clientes “subprime”. que vitimou a ex-primeira ministra Benazir Butho, líder
d) inadimplência no setor de crédito imobiliário, desre- da oposição, em 2007. Em 2009, cresceram os con-
gulação do sistema financeiro, prejuízos dos bancos e frontos entre extremistas islâmicos do Taleban local e
queda no valor das ações. o exército no Vale do Swat e no Waziristão.
e) elevação dos preços do petróleo, déficit na balança O país mencionado é
comercial e imposição de um imposto sobre responsa- a) o Irã. b) a Coreia do Norte.
bilidade da crise financeira. c) o Líbano. d) a Síria.
e) o Paquistão.
11. Marque o território do Oriente Médio que anunciou
recentemente a moratória de sua dívida externa 18. A partir de seus conhecimentos sobre o Iraque,
a) Dubai, emirado que integra a Arábia Saudita. assinale a alternativa incorreta.
b) Abu Dhabi, sultanato que integra os Emirados Árabes Unidos. a) o Iraque é caracterizado pela presença dos rios Tigre e Eufrates.
c) Abu Dhabi, província que integra o Catar. b) o norte do país é habitado pelos curdos, grupo étnico
d) Dubai, província que integra o Kuwait. que tinha tradição separatista.
e) Dubai, emirado que integra os Emirados Árabes Unidos. c) os árabes xiitas são o maior grupo étnico e religioso do país.
d) em 2009, um atentado promovido pelo grupo Estado Islâmico
12. O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é um do Iraque, ligado à AL QAEDA, atingiu o centro de Bagdá, inclu-
indicador social divulgado pela ONU. Assim, selecione sive prédios do governo como o Ministério da Justiça.
a opção com os dados que integram o IDH. e) os conflitos entre sunitas e xiitas são pouco frequentes no Iraque.
I- Renda per capita.
II- Mortalidade infantil. 19. A respeito da política interna e externa do Irã, jul-
III- Alfabetização e taxa de matrícula. gue os itens como C (certos) ou E (errados).
IV- PIB (Produto Interno Bruto). 1. ( ) Em 2009, a oposição, liderada pelo candidato Mir
V- Expectativa de vida. Hussein Mousavi, acusou o governo de fraude nas elei-
VI- Homicídios a cada 100 mil habitantes. ções, vencidas pelo presidente conservador Mahmoud
a) I, II, III e V. b) II, IV e VI. c) II, III e VI. Ahmadinejad. Forças do governo reprimiram manifestan-
d) I, III e V. e) II, III e V. tes, resultando na morte da jovem Neda Agha-Soltan, que
se tornou um mártir pela democracia no país. A tecnologia
13. Conforme os dados do IDH de 2009, assinale a al- da informação (Celular/Internet/Twitter) está sendo utili-
ternativa com a posição certa dos países. zada nestes casos para denunciar o desrespeito aos di-
a) 1º Islândia (elevado), 75º Brasil (elevado) e 175º Serra reitos humanos com maior rapidez, burlando a censura.
Leoa (baixo). 2. ( ) Ahmadinejad também fez declarações polêmicas
b) 1º Noruega (muito elevado), 69º Brasil (médio) e 182º contra homossexuais e negando o holocausto dos ju-
Afeganistão (baixo). deus na 2ª Guerra Mundial.

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3. ( ) O grupo insurgente sunita Jundallah (Soldados de Deus) 23. A respeito da China, leia os itens a seguir:
reivindicou a autoria do atentado suicida que matou coman- I- País populoso, com baixa densidade demográfica e
dantes da Guarda Revolucionária, o exército ideológico do regi- política do filho único.
me xiita do país. O atentado foi na província do Sistão e II- Exportações de bens de consumo como eletrôni-
Baluquistão. O governo do Irã acusou rebeldes do vizinho cos, computadores, calçados e roupas.
Paquistão e até o Reino Unido por envolvimento no caso. III- Importações de commodities como petróleo, ferro e soja.
4. ( ) É a nação mais populosa do Oriente Médio, ocorre IV- Democracia com diversos partidos políticos e elei-
a prevalência do islamismo sunita e os líderes religio- ções regulares.
sos são denominados de aiatolás. O líder religioso su- V- Potência militar, nuclear e aeroespacial.
premo do Irã é o aiatolá Ali Khamenei. VI- A China apresenta censura em relação aos meios de
5. ( ) Na atualidade, o país desenvolve um polêmico programa comunicação e procura controlar a Internet. Em 2010, os
nuclear e anunciou a segunda usina de enriquecimento de urâ- EUA protestaram contra um ataque hackers contra o Google.
nio. Na visita de Ahmadinejad ao Brasil em 2009, o presidente A empresa ameaçou cancelar suas operações no país.
Lula defendeu o direito do Irã desenvolver armas nucleares. Estão certos os itens:
6. ( ) Na ONU, a agência responsável por vistoriar os progra- a) IV, V e VI. b) I e IV. c) I, II, III, V e VI.
mas nucleares dos países no cumprimento do TNP é a AIEA. d) II, III, IV e VI e) II, III, V e VI.

20. Assinale a alternativa que completa o texto a seguir. 24. Sobre a Índia, leia as afirmações.
Em 2009, Israel promoveu um violento ataque militar I- Na Índia, a maioria da população é hinduísta e o sistema de
contra ....................... que resultou em muitas vítimas civis castas apresenta influência na organização da sociedade.
e na destruição de parte da infraestrutura. O argumento Os dalits são a parcela mais vulnerável à exclusão social.
de Israel foi o combate ao grupo palestino HAMAS. O II- Despontam no mundo multinacionais indianas como o gru-
atual primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu po Tata que atua em áreas como a siderurgia e automóveis.
(partido Likud) promoveu a construção de novos assen- III- A porção sul do país, especialmente Bangalore e Chennai,
tamentos judeus em outro território palestino, desagra- concentra a produção de softwares para computadores.
dando o presidente palestino Mahmoud Abbas. IV- A porção norte, região da Caxemira, é de maioria
muçulmana, é foco de disputa com o Paquistão.
a) a Cisjordânia. b) as Colinas de Golã. V- No final de 2008 aconteceu um atentado terrorista
c) a Faixa de Gaza. d) o Sinai. contra hotéis em Mumbai praticado por um grupo ex-
e) Jerusalém. tremista islâmico com participação de paquistaneses.
São corretas as afirmações:
21. A respeito do Japão contemporâneo, é possível a) I, II e V. b) III e IV. c) I, II, III e IV.
afirmar que d) I, II, III, IV e V. e) II e IV.
a) É importante exportador de produtos agrícolas e re-
cursos minerais. 25. Um país asiático que gerou apreensão na comunidade
b) Empreendeu a política do filho único como o objetivo de internacional em 2009. Identifique, respectivamente, o país,
reduzir o crescimento populacional do país e reduzir a den- seu líder, o sistema político e o motivo da apreensão.
sidade demográfica que supera os 300 habitantes por Km2. a) China; Hu Jintao; socialismo autoritário; desenvolvi-
c) O país implantou uma política de abertura para a en- mento de mísseis balísticos.
trada de produtos agrícolas importados, incluindo o ar- b) Coreia do Norte; Kim Jong Il; socialismo autoritário;
roz, alinhando-se com o G20 na OMC. teste nuclear subterrâneo.
d) Em 2009, o partido que detinha o poder praticamente des- c) Japão; Taro Aso; capitalismo com democracia; inves-
de o término da Segunda Guerra Mundial, o PLJ, perdeu as timento em energia nuclear.
eleições parlamentares para o partido de oposição, o PDJ d) Coreia do Norte; Kim Jong Il; socialismo democrático;
(Partido Democrático do Japão), liderado por Yukio Hatoyama. testes com mísseis nucleares.
e) Nas décadas de 1990 e 2000, o Japão teve alto cres-
e) Coreia do Sul; Kim Dae Jung; socialismo autoritário;
cimento econômico e queda no desemprego.
teste com mísseis.
22. Em 2009, aconteceram graves conflitos étnicos opon-
26. Em 2009, na Cúpula das Américas, realizada em
do os chineses han e o grupo étnico uigur (muçulmanos),
Trinidad & Tobago, uma dos assuntos em pauta foi
na região autônoma de Xinjiang, cuja capital é Urumqi. O
a) o possível retorno de Cuba à OEA (Organização dos Estados
governo central chinês tem reprimido com violência os Americanos), tendo em vista a flexibilização da política dos EUA
uigures, que reivindicam maior autonomia e apresentam em relação à ilha, apoiada por vários países da América Latina.
pretensões separatistas. Assinale a alternativa com o b) a exclusão da Venezuela da OEA, devido ao regime
mapa que destaca corretamente a região de Xinjiang. ditatorial imposto por Hugo Chávez.
c) o repúdio à intervenção militar do Equador no território da
Colômbia (2008) para combater a narcoguerrilha de direita FARC.
d) A exclusão de Cuba da OEA, uma vez que o país apre-
senta casos de desrespeito aos direitos humanos.
e) O envio de tropas de paz da OEA para o Haiti no intuito de
auxiliar as tropas brasileiras que estão no país desde 2004.

27. Em 2009, a situação política de Honduras caracteri-


zou-se por forte instabilidade, desencadeada, em junho,
pela deposição do presidente Manuel Zelaya e posterior
eleição de outro presidente, Porfírio Lobo. Para o Brasil,
trata-se de assunto internacional de especial interesse,
haja vista a acolhida do presidente deposto na embaixa-
da brasileira em Tegucigalpa. A instabilidade política do

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Bateria de Exercícios - Atualidades
país agravou-se, no início de dezembro de 2009, em de- 32. Sobre a Venezuela, julgue os itens como C (certos)
corrência da decisão do Congresso hondurenho de ou E (errados).
a) rejeitar a restituição do presidente deposto ao poder. 1. ( ) O presidente Hugo Chávez é de esquerda, populista
b) pressionar a saída de Zelaya da embaixada brasileira. e nacionalista.
c) considerar politicamente inviável a conciliação. 2. ( ) O país é exportador de petróleo e membro da OPEP.
d) apoiar oficialmente a colaboração do governo 3. ( ) O país é membro pleno do Mercosul, uma vez que
venezuelano e a participação do país na ALBA. conseguiu a aprovação dos parlamentos do Uruguai,
e) rechaçar legalmente a legitimidade da Organização Paraguai, Brasil e Argentina.
dos Estados Americanos. 4. ( ) O atual governo investe contra os meios de comu-
nicação, a exemplo da não renovação de emissoras de
28. A respeito do Haiti, avalie os itens como C (certos) rádio. Após o cancelamento do sinal aberto da RCTC
ou E (errados): (Rádio Caracas Television), a emissora também foi ba-
1. ( ) A maioria da população é composta por mulatos e brancos. nida entre as televisões a cabo.
2. ( ) As línguas oficiais são o inglês e o criolo. 5. ( ) O Congresso aprovou uma lei de reforma na edu-
3. ( ) Foi o primeiro país latino-americano a tornar-se cação com doutrinação socialista.
independente em 1804 através de uma revolução de 6. ( ) Em 2010, a Venezuela enfrenta uma crise econô-
escravos negros liderada por Jacques Dessalines. mica devido a elevação da inflação e o racionamento de
4. ( ) O país sofreu uma ditadura do “papa Doc” e “baby energia elétrica devido às secas e ao fato do país de-
Doc” entre 1957 e 1986. pender de termelétricas que consomem petróleo.
5. ( ) Em 2004, o país recebeu tropas de paz da ONU
(Minustah) lideradas pelo Brasil após a queda do presi- 33. Com relação à Usina Hidrelétrica de Itaipu e ao acor-
dente Jean Bertrand Aristidi. do firmado entre Brasil e Paraguai, em 2009, no qual
6. ( ) Um terremoto de 7º na escala Richter em janeiro de são revistas cláusulas do Tratado de Itaipu. Julgue os
2010 destruiu grande parte da infraestrutura e fez milha- itens como C (certos) ou E (errados).
res de vítimas. O Haiti é geologicamente instável, pois 1. ( ) Segundo o acordo, o Paraguai poderá vender
localiza-se na zona de contrato entre a microplaca Gonave energia para o Brasil por um preço mais elevado.
e as placas tectônicas norte-americana e do Caribe. 2. ( ) Localizada na fronteira brasileiro-paraguaia, Itaipu
está situada no rio Paraguai. A hidrelétrica representa
29. A respeito do Suriname, avalie os itens. quase 20% da energia consumida no Brasil.
I- Sua capital é Paramaribo. 3. ( ) Em contrapartida às concessões brasileiras, o
II- É exportador de bauxita, ouro e petróleo. Paraguai autorizou no acordo a instalação, em seu territó-
III- O país é integrado apenas por descendentes de rio, do gasoduto Patagônia-São Paulo, visto que a Argen-
indianos e javaneses. tina é grande fornecedora de gás natural para o Brasil.
IV- No final de 2009, houve um grave conflito entre mar- 4. ( ) O acordo com o Brasil era uma das principais reivin-
rons (negros quilombolas) e garimpeiros brasileiros dicações do presidente paraguaio, o ex bispo de direita,
na localidade de Albina. Os brasileiros foram espanca- Fernando Lugo, envolvido em escândalos sexuais em 2009.
dos e muitos retornaram ao Brasil.
Os itens certos são: 34. A presidente do Chile, Michele Bachellet, apesar de
a) II e IV. b) I, II e III. c) I e IV. apresentar 80% de popularidade, não conseguiu trans-
d) I, II e IV. e) I, II, III e IV. ferir votos suficientes para o candidato de centro-es-
querda nas eleições presidenciais. Assim, sagrou-se
30. Em 2008, a tentativa fracassada do governo em vencedor das eleições em janeiro de 2010,
aumentar os impostos dos exportadores agrícolas pro- a) Eduardo Frei, da Concertacion (centro-esquerda).
vocou insatisfação popular. Em 2009, o governo foi der- b) Miguel Juan Sebastian Piñera, da Concertacion (direita).
rotado nas eleições parlamentares. Outra medida po- c) Ricardo Lagos, da Concertacion (direita).
d) Marco Enríquez-Ominami, da Renovacion Nacional (es-
lêmica foi a invasão do grupo de mídia O Clarín pela
querda).
Receita Federal após o grupo ter divulgado notícias
e) Miguel Juan Sebastian Piñera, do Renovacion Nacio-
sobre enriquecimento de membros do governo. Em
nal (direita).
2010, houve uma crise entre o governo e a presidência
do Banco Central. O país em questão é
35. Selecione a alternativa que completa o trecho a seguir.
a) a Venezuela, governada por Hugo Chávez. Em março de 2010, tomará posse o presidente elei-
b) a Argentina, governada por Michelle Bachelet. to do Uruguai,
c) a Argentina, governada por Cristina Kirchner. a) José Alberto Mujica Cordano, de esquerda.
d) Honduras, governada por Porfírio Lobo. b) Tabaré Vasques, de esquerda.
e) o Equador, governado por Rafael Corrêa. c) José Alberto Mujica Cordano, de centro.
d) Luís Alberto Lacalle, de esquerda.
31. A respeito da Colômbia, é falso afirmar. e) Luís Alberto Lacalle, de direita.
a) Apresenta um governo de direita e com forte tensão
com a Venezuela e Equador. 36. No que se refere ao Tratado de Lisboa da União
b) Exportador de matérias-primas como carvão mineral, Europeia, é correto afirmar que
café e flores. a) entrou em vigor e prevê que o bloco terá presidente,
c) as guerrilhas de esquerda como as FARC tem sido ministro das relações exteriores e fortalecerá seus par-
combatidas pelo governo com êxito, resultando da mor- lamentos em benefícios dos cidadãos europeus.
te de alguns de seus líderes, a exemplo de Manuel b) fracassou, pois a Irlanda rejeitou por plebiscito popu-
Marulanda e na libertação de reféns. lar, tal como havia acontecido com o Tratado de Maastricht.
d) O presidente Alan Garcia viabilizou sua terceira candi- c) entrou em vigor com a inclusão da Turquia, país com
datura consecutiva à presidência da república. maioria muçulmana no bloco europeu.
e) Em 2009, o acordo com os EUA para o uso de 6 bases d) instaurou a Zona do Euro aos 27 países integrantes
militares colombianas causou protestos de vários paí- da União Europeia.
ses da América do Sul, inclusive na cúpula da UNASUL e) trata-se um auxílio financeiro à Grécia, uma vez que o
(Bariloche, Argentina). país está com dificuldades em sua dívida externa.
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37. O ano de 2010 marca os 20 anos da reunificação da 41. Em 2009, o governo deste país da costa atlântica da
Alemanha que significou a incorporação da África reprimiu manifestantes que exigiam maior demo-
a) Alemanha Ocidental socialista pela Alemanha Orien- cracia. Dezenas de pessoas foram massacradas no es-
tal capitalista. tádio de futebol da capital, Conacri. O país em questão foi
b) Alemanha Oriental capitalista pela Alemanha comu- a) Somália. b) Líbia. c) Angola.
nista após a queda do muro de Berlim. d) Guiné. e) Serra Leoa.
c) União Soviética pela CEI (Comunidade dos Estados
Independentes). 42. Em um território localizado ao norte de Angola, houve
d) Alemanha Oriental socialista pela Alemanha Ociden- um recente atentado contra a comitiva da seleção de fute-
tal capitalista. bol do Togo que se deslocava para participar da Copa Afri-
e) República Democrática da Alemanha capitalista pela cana de Nações em 2010. O atentado foi cometido pela
República Federal da Alemanha socialista. a) MPLA (Movimento pela Libertação de Angola).
b) UNITA (União Nacional pela Libertação Total de Angola).
38. A respeito da África do Sul, marque a alternativa falsa. c) FLEC (Frente de Libertação do Enclave de Cabinda).
a) As desigualdades sociais e raciais da África do Sul d) Al QAEDA.
são herança do sistema de apartheid que existiu na le- e) FIS (Frente Islâmica de Salvação).
gislação do país entre 1948 e 1990.
b) Com o término do apartheid, o país tornou-se uma
democracia e o poder político está concentrado no CNA
(Congresso Nacional Africano) que elegeu em 2009, o Sociedade Brasileira
atual presidente Jacob Zuma, da etnia zulu. 01. A respeito dos indicadores atuais da população
c) Em 2009, o país foi sede de Copa das Confederações brasileira, avalie os itens:
e em 2010 será sede da Copa do Mundo de futebol. I- A expectativa de vida é de 72,8 anos, sendo maior
d) Os brancos, por representarem aproximadamente 50% para as mulheres, 76 anos.
da população sul africana, concentram grande parte da II- Em 2010, o IBGE estima que a população absoluta do
riqueza nacional. Brasil atingiu 192 milhões de habitantes. Os estados mais
e) No cinema, o ator Morgan Freeman, indicado para o populosos são: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Oscar, fez o papel de Nelson Mandela no filme Invictus,
III- Houve queda no trabalho infantil para 10,2% (entre 5
dirigido por Clint Eastwood. O filme retrata o início do
e 17 anos), porém o problema persiste.
governo Mandela e a tentativa de diminuir as diferenças
IV- Nos anos 2000, houve melhora na distribuição de
étnicas através do esporte, no caso o rugby.
renda devido ao maior crescimento econômico, redu-
ção do desemprego, aumento do salário mínimo e pro-
39. Escolha a alternativa com a palavra que preenche
gramas como o Bolsa Família.
corretamente o texto a seguir.
V- O índice FIRJAN de desenvolvimento municipal apon-
“No maior país da África em área territorial, I , eclodiu
tou em 2009, São Caetano do Sul como o melhor muni-
um gravíssimo conflito que opõe uma etnia de pastores apoi-
ada pelo governo a uma etnia de agricultores na região de II cípio do país nos indicadores sociais e econômicos.
na parte oeste. Milhares de refugiados fugiram para o vizi- Estão corretos os itens:
nho III e o número de mortos já passa de 400 mil. O país a) I, II, III, IV e V. b) I, II, III e IV. c) II, III e IV.
permitiu a entrada de tropas de paz da ONU em 2009”. d) I, IV e V. e) II, III e V.

02. Selecione a alternativa certa quanto a violência no Brasil.


a) Nas áreas urbanas, concentra-se nos bairros das
classes média e alta.
b) O estado do Rio de Janeiro apresenta a maior taxa de
homicídios por 100 mil habitantes no país.
c) Os altos índices de criminalidade estão apenas relacionados
40. País africano, localizado na borda leste do continente, aos problemas nos sistemas policial, penitenciário e judiciário.
entrando pelo Golfo de Áden, uma das rotas de navegação d) No Rio de Janeiro, o episódio da queda do helicóptero
mais movimentadas do mundo, chama a atenção pela pira- da polícia nos confrontos decorrentes da ocupação do
taria. Mais de 20 mil navios mercantes passam pelo Golfo a morro dos macacos por traficantes causou surpresa.
cada ano, tornando-se alvos atrativos para os piratas. O Es- e) As unidades de polícia pacificadora no Rio de Janeiro
critório Marítimo Internacional contou cerca de 40 sequestros fazem apenas incursões eventuais nas comunidades
bem-sucedidos em 2008 e outros 31 na primeira metade de carentes como a Cidade de Deus.
2009. Navios de guerra da União Europeia, dos Estados Uni-
dos e de outras potências patrulham as águas agora. 03. Assinale a alternativa que preenche corretamente
a lacuna
Em 2009, foi divulgado .............................., pesquisa realizada
pelo governo (Secretaria de Direitos Humanos da Presidência
da República) e a Unicef, prevê que sejam assassinados cerca
de 33 mil adolescentes no Brasil até 2012. Foram pesquisados
os municípios a partir de 100 mil habitantes. A cada mil adoles-
centes, 2,03 são mortos por homicídio até 19 anos. A cidade
com maior índice foi Foz do Iguaçu (PR) com 9,7, seguida de
Governador Valadares (MG), Cariacica (ES) e Olinda (PE).
The economist, licenciada para Carta Capital, janeiro/fevereiro de 2010. a) a taxa de homicídios.
b) a taxa de mortalidade infantil.
O país africano em foco é c) o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).
a) Nigéria. b) Sudão. c) Eritreia. d) o IES (Índice de Exclusão Social).
d) Angola. e) Somália. e) o IHA (Índice de Homicídios na Adolescência).
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04. A partir de 2009, houve rápida expansão da gripe 4. ( ) Em 2009, o STF definiu a reserva como totalmente
suína. Sobre a nova gripe, marque a alternativa incorreta. indígena e os não-índios e arrozeiros saíram da reserva.
a) Foi nomeada de Influenza A (H1N1). 5. ( ) A região apresenta planícies recobertas por flores-
b) O foco inicial foi o Canadá. Na América do Sul, o maior número ta amazônica e clima tropical.
de casos é observado em países como Argentina, Chile e Brasil.
c) Entre os sintomas: febre acima dos 39º, muito cansaço, 08. A respeito da questão agrária, fundiária e ambiental
calafrios frequentes, intensa dor de cabeça e muscular. na Amazônia Legal, assinale a opção falsa.
d) Em 2010, o Ministério da Saúde anunciou a vacinação a) Houve declínio no desmatamento no período 2008-2009
dos grupos de maior risco nas seguintes etapas: profis- e a pecuária bovina foi o principal fator de devastação.
sionais da saúde/indígenas, gestantes, doentes crôni- b) Os estados líderes em desmatamento são PA, MT e RO.
c) A região apresenta inúmeros conflitos pela posse da terra
cos/crianças de 6 meses até 2 anos, adultos entre 20 e
envolvendo latifundiários, grileiros, posseiros, garimpeiros,
29 anos e idosos com doenças crônicas.
madeireiros e indígenas. A Terra do Meio (PA), onde foi assas-
e) A nova gripe já se configura como uma pandemia, sinada a irmã Dorothy Stang é uma das áreas mais violentas.
uma vez que se disseminou por vários continentes. d) Em 2009, a medida provisória 458 regularizou terras
ocupadas por posseiros e grileiros na Amazônia. Os
05. Sobre a situação da educação no Brasil, marque a ambientalistas temem que a medida acelere o desma-
alternativa incorreta tamento nos próximos anos.
a) em pesquisa divulgada pela OCDE em 2009, o Brasil é e) Segundo dados do INPE, a exploração de madeira é o prin-
o país onde o professor perde mais tempo (17%) com a cipal fator de desmatamento na Amazônia nos últimos anos.
disciplina dos alunos em relação ao tempo de aula efetivo.
b) a taxa de analfabetismo é de cerca de 10% e está em 09. O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem
declínio lento. Terra) ocupou a fazenda Capim, que abrange parte dos
c) a escolaridade média do brasileiro é superior a 12 anos. municípios de Iaras, Lençóis Paulista e Borebi, no oeste
d) o vazamento da prova do Enem devido a uma falha de paulista. Lá destruíram parte de uma plantação de laran-
segurança no Consórcio Connasel prejudicou mais de ja. Trata-se de uma área de terras devolutas que está
4 milhões de alunos, a prova foi adiada para Dezembro. sendo disputada na justiça entre o INCRA e a empresa
e) o país obteve melhoria em indicadores quantitativos como a a) Maguari. b) BR Foods. c) Unilever.
queda do analfabetismo geral e aumento da taxa de matrícula. d) Citrosuco. e) Cutrale.

06. De acordo com o Censo Escolar da Educação Básica


2009, o número de matrículas, na educação básica, caiu Política Brasileira
1,2%, passando de 53,3 milhões para 52,5 milhões de
10. São exemplos de partidos de oposição ao atual
alunos, entre 2008 e 2009. O ensino básico vai da creche
governo federal brasileiro:
ao último ano do ensino médio e inclui a educação profis- a) PMDB, PT e PC do B. b) DEM, PSDB e PDT.
sional, especial e de jovens e adultos. O resultado da c) PSDB, DEM e PSOL. d) PSOL, PSDB e PR.
pesquisa reflete a atuação de qual fator específico? e) Arena, PFL e Prona.
a) Redução de classes extracurriculares.
b) Melhora do fluxo escolar. 11. Foram estados brasileiros que tiveram mudança de gover-
c) Restrição ao ensino profissionalizante. nador em 2009 devido a irregularidades no processo eleitoral
d) Fim da evasão escolar de jovens e adultos. a) RS, MA e PB. b) RJ, ES e AM. c) MA, PB e TO.
e) Elevação da expectativa de vida no país. d) SC, MT e PE. e) MA, TO e PR.

07. No que se refere a Reserva Indígena Raposa/Serra 12. Em 2009, o principal conflito diplomático entre Brasil e Itália
do Sol, destacada no mapa a seguir, julgue os itens foi o caso Cesare Battisti. A questão foi encaminhada para o
como C (certo) e E (errado) STF. O governo brasileiro concedeu asilo político a Cesare,
mas a Itália deseja sua extradição, pois foi condenado por
a) pertencer ao partido comunista italiano.
b) pertencer a uma organização de extrema direita.
c) quatro homicídios em 1978 e 1979
d) estar envolvido com o terrorismo islâmico.
e) ser aliado do primeiro ministro Silvio Berlusconi.
13. Entre 2009 e 2010, houve grande polêmica em rela-
ção a um plano lançado pela secretaria nacional lide-
rada por Paulo Vanuchi. A principal controvérsia no
Plano Nacional de Direitos Humanos foi
a) a defesa do casamento entre pessoas do mesmo
sexo, defendida pela CNBB.
1. ( ) O estado de Roraima localiza-se na região Norte b) a revisão dos crimes cometidos pela ditadura militar,
do Brasil, enquanto a reserva indígena situa-se no nor- medida que violaria a Lei de Anistia de 1979.
deste de Roraima. c) a criminalização dos movimentos sociais no campo
2. ( ) A preocupação dos militares com a delimitação de como o MST em benefício do agronegócio.
uma área de grande dimensão para comunidades indí- d) a criação da comissão da verdade sobre os crimes
genas não é justificável, porque não se trata de uma cometidos pela ditadura militar e por guerrilheiros de
zona limítrofe com outros países. esquerda, violando a constituição de 1988.
3. ( ) Os conflitos na reserva Raposa/Serra do Sol opu- e) a criminalização do aborto, visto que é uma questão
seram dois grupos, o primeiro formado por latifundiári- de saúde pública.
os rizicultores, trabalhadores e indígenas aculturados.
O segundo foi integrado por indígenas menos acultu-
rados e organizações não governamentais.
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14. Finalmente, a Justiça brasileira decidiu pela custódia 18. A Lei 13.541, de 7 de maio de 2009, conhecida
de um garoto de 9 anos de idade, filho de mãe brasileira e como “Lei Antifumo”, tem eficácia
pai norte-americano. A decisão do STF foi favorável a a) somente no Município de São Paulo.
a) Sean Goldman, o pai biológico. b) somente no Estado de São Paulo.
b) Bruna Bianchi, mãe biológica. c) em todo território Nacional.
c) Silvana Bianchi, avó materna. d) somente na Região Sudeste.
d) João Paulo Lins e Silva, o padrastro. e) somente na Grande São Paulo.
e) David Goldman, o pai biológico.
19. Foram as cidades que competiram com o Rio de
15. Sobre os ministros do governo Lula, assinale a al- Janeiro para sede das Olimpíadas de 2016. O anúncio
ternativa incorreta. foi realizado em Copenhague, Dinamarca, em 2009.
a) o ministro da Justiça, Tarso Genro (PT), apoia as ações a) Chicago, Tóquio e Londres.
da Polícia Federal. b) Los Angeles, Joanesburgo e Moscou.
b) uma das coordenadoras do PAC (Programa de Acelera- c) Chicago, Tóquio e Madri.
ção do Crescimento: investimentos em infraestrutura), é a d) Paris, Tóquio e Madri.
ministra da Casa Civil e “presidenciável” Dilma Rousseff e) Miami, Pequim e Madri.
(PT). Em 2009, a ministra anunciou que tinha um câncer
linfático e começou a se submeter a um tratamento. Houve 20. Foram os países que participaram de uma concorrên-
uma polêmica sobre um suposto encontro dela com Lina cia para a venda de caças para o Brasil entre 2009 e 2010.
Maria Vieira (secretária exonerada da Secretaria da Recei- a) EUA, França e Rússia. b) França, EUA e Suíça.
ta Federal), na qual a ministra teria pedido maior celeridade c) Rússia, Israel e EUA. d) Suécia, Rússia e França.
numa investigação sobre Fernando Sarney. e) França, Suécia e EUA.
c) o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-
MA) e o ONS (Operador Nacional do Sistema) afirmaram
que o apagão em novembro de 2009 foi provocado por Economia Brasileira
problemas meteorológicos que causaram falha nas li-
nhas de transmissão de energia provenientes de Itaipu. 21. Em 2009, duas empresas do setor de alimentos no
d) a atual ministra do meio ambiente Marina Silva (PV) Brasil resolveram unir forças. É possível afirmar que
teve êxito no combate ao desmatamento na Amazônia houve uma fusão entre a
com a assessoria do ex-ministro Carlos Minc. a) Sadia e a Perdigão, na qual a Sadia concentrou a
e) O Ministério da Saúde, comandado por José Gomes maior parte das ações.
Temporão (PMDB), lançou em 2009, o primeiro Plano b) Perdigão e a Seara, dando origem a BR Foods, na
Nacional de Saúde do Homem para estimular a saúde qual a Perdigão detém a maioria das ações.
preventiva e reduzir a mortalidade masculina. c) Sadia e a Aurora, dando origem à Perdigão Foods, na
qual a Sadia concentrou a maior parte das ações.
16. Sobre a crise no Congresso Nacional em 2009, é d) Aurora e a Seara, dando origem a Sadia Foods, na
incorreto afirmar. qual a Aurora detém controle acionário.
a) Ex-diretor do senado, Agaciel Maia, foi acusado de e) Perdigão e a Sadia, dando origem a BR Foods, na
qual a Perdigão detém a maioria das ações.
ocultar de sua declaração de bens uma mansão milio-
nária no Lago Sul de Brasília.
22. Dentre as notícias envolvendo empresas, é corre-
b) João Carlos Zoghbi, diretor de recursos humanos do senado
to afirmar
esteve envolvido em uso irregular de apartamentos funcionais. a) a união Itaú/Unibanco deu origem ao segundo maior
c) Outro escândalo foi a divulgação de que o senado tinha 181 banco privado do Brasil.
diretores. Um estudo da FGV propôs uma redução para 50. b) aconteceu a compra do banco privado Nossa Caixa
Também houve uso irregular de passagens aéreas, a pre- pelo Banco do Brasil.
sença de funcionários fantasmas e fraudes em licitações. c) o grupo Pão de Açúcar adquiriu o Ponto Frio e se asso-
d) Denúncias de irregularidades também atingiram o atual ciou ao Magazine Luiza.
presidente do senado, José Sarney (PMDB-AP), a exemplo d) uma das críticas aos bancos brasileiros é que co-
da nomeação do namorado da neta para funcionário do se- bram um baixo spread (juros) dos clientes.
nado. As acusações foram rechaçadas no Conselho de Ética. e) a Ambev foi multada pelo Cade devido a monopoliza-
e) O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados cas- ção do mercado de cervejas e concorrência desleal.
sou o mandato do deputado do “castelo”, Edmar Moreira
(ex-DEM e atual PR) por utilizar de maneira indevida a 23. Em 2009, o governo enviou quatro projetos sobre
verba indenizatória, inclusive para segurança pessoal. as novas reservas de petróleo. É verdadeiro afirmar
que trata-se das reservas do
17. O “mensalão do Distrito Federal” é um dos mais re- a) pré-sal, localizadas nas Bacias de Santos, Campos e
centes escândalos na política nacional. Era propina co- Capixaba em profundidades que podem atingir 7 km. O gover-
brada de empresários do DF que prestavam serviços para no defende a criação de uma nova estatal para gestão e priori-
o governo. Os recursos eram usados para cooptar depu- dade para a Petrobrás na exploração em todos os blocos.
tados distritais e envolveu o governador José Roberto b) pré-sal, situadas nas Bacias de Santos e Campos. O
Arruda, que anos atrás tinha se envolvida na violação do governo defende a concessão igualitária para a explora-
painel eletrônico do senado. O nome da operação da PF ção entre a Petrobrás e multinacionais.
que investigou o mensalão do Democratas foi c) pós-sal, localizadas na Bacia de Campos e Santos. O
a) Satiagraha. b) Boi de Barrica. governo defende um Fundo Social com recursos desti-
c) Caixa de Pandora. d) Arco de Fogo. nados à educação, ciência, tecnologia, saúde, meio
e) Sanguessuga. ambiente e combate a pobreza.
d) terrestres, situadas na Bacia Amazônica. O governo
defende que os royalties fiquem com os estados produ-
tores (ES, SP e RJ).

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e) pré-sal, localizadas na Bacia de Santos, Tupi, Iara e 28. Em 2009, o presidente Lula pressionou uma importante
Carioca. O governo defende a gestão e operação pela empresa para aumentar os investimentos no Brasil e agre-
Petrobrás, além da distribuição por igual dos royalties gar valor aos produtos exportados. Assinale a alternativa
entre as unidades da federação. certa quanto aos produtos exportados através das ferrovi-
as I e II, os portos especializados, os principais mercados
24. Leia os itens sobre fontes alternativas de energia consumidores e a empresa pressionada pelo governo.
utilizadas no Brasil.
1. ( ) A energia eólica é uma fonte em expansão no país,
são exemplos os parques eólicos de SP, MG e AM.
2. ( ) O semiárido nordestino é uma áreas com maior poten-
cialidade para a energia solar devido a acentuada insolação.
3. ( ) No interior de São Paulo, existem usinas termelétricas
que funcionam a partir da queima do bagaço de cana.
4. ( ) Cresce a utilização do biodiesel em veículos, óleo
que pode ser produzido a partir de mamona, babaçu,
soja, dendê ou girassol.
5. ( ) O biogás constitui o aproveitamento do gás metano,
proveniente da decomposição do lixo, em termelétricas.
Um exemplo é a usina que funciona no aterro Bandei-
rantes em São Paulo.
6. ( ) A primeira usina que utiliza energia das marés foi
instalada no litoral do Ceará em 2007.

25. Ao final de 2009, o BNDES aprovou financiamento de


parques geradores de energia no Ceará, nos municípios
de Aracati e São Gonçalo do Amarante. Os projetos apro-
vados fazem parte do PROINFA, o programa do governo de 29. Em telefonia celular, o que é “portabilidade”?
incentivo a investimentos em fontes alternativas, que con- a) É a faculdade de o cliente poder manter o número a
tribuam para a diversificação da matriz energética brasi- ele designado, mesmo mudando de operadora, dentro
leira, empregando recursos renováveis. Os projetos apro- da mesma área de registro (DDD).
vados contemplam parques geradores de energia b) É a facilidade que o celular, por seu tamanho, apre-
a) eólica. b) hidrelétrica. c) termelétrica. senta em ser transportado.
d) maremotriz. e) solar. c) É a obrigatoriedade de fidelidade que um cliente tem
com uma operadora, durante o período de um ano.
26. Sobre o etanol, considere os itens: d) É a funcionalidade que alguns aparelhos apresentam de
I- A elevação dos preços do etanol no início de 2010 está transmitir dados entre si, sem a necessidade do uso de cabos.
relacionada a entresafra, fatores climáticos e exportações. e) É a possibilidade de utilização de um aparelho móvel,
II- Houve aumento do consumo no mercado interno devi- em uma região não atendida por sua operadora, utili-
do ao aumento das vendas de automóveis bicombustíveis. zando-se de antenas de outras operadoras.
III-Em 2009, o Brasil realizou o maior acordo de exporta-
ção de etanol para o Japão através do grupo Mitsubishi. 30. O termo custo Brasil é utilizado para designar o
IV-Ocorreu aumento do cultivo de cana-de-açúcar em conjunto de problemas que dificultam o crescimento
SP e forte expansão no PR, MG, MS, MT e GO. da economia do país. Os itens a seguir são componen-
Estão certos os itens: tes do custo Brasil, com exceção:
a) II, III e IV. b) III e IV. c) I e III. a) alta taxa de juros que pode inibir os investimentos e o consumo.
d) I, II, III e IV. e) I e II. b) baixo investimento em transportes, portos e geração de energia.
c) alta carga tributária.
27. Selecione a alternativa que reúne os fatores que d) elevada dívida interna, apesar da redução da dívida
mais impulsionam a descentralização industrial em externa (país transformou-se em credor).
direção a estados como PR, GO, BA e CE. e) em 2009, a agência de classificação de risco Mood’s
elevou o Brasil para a categoria de grau de investimento.

31. Entre 2009 e 2010, foram medidas tomadas pelo


governo brasileiro, exceto:
a) redução do IPI para automóveis bicombustíveis.
b) isenção do IPI para móveis.
c) diminuição do IOF (Imposto sobre Operações Finan-
ceiras) para o capital estrangeiro.
d) diminuição da taxa de juros selic.
e) redução da CIDE (Contribuição de Intervenção no Do-
mínio Econômico) e do teor de etanol na gasolina objetiva
conter a tendência de alta nos preços dos combustíveis.

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Meio Ambiente e Tecnologia É (São) pertinente(s) ao acordo a(s) proposta(s)


a) I, apenas. b) I e II, apenas.
32. As fotografias a seguir são da região de Upsala na c) I e III, apenas. d) I, II e III.
Argentina em 1928 (geleira) e 2004 (lago). Sobre o pro- e) II e III, apenas.
blema ambiental responsável pela mudança na paisa-
gem e suas prováveis consequências, julgue os itens 34. Entre 2009 e 2010, chuvas excessivas combinadas
como C (certos) ou E (errados). com a ocupação irregular do território provocaram gra-
ves prejuízos econômicos e perdas de vidas humanas
no Brasil. Julgue os itens como C (certo) ou E (errados).
1. ( ) As chuvas foram provocadas pelo fenômeno con-
vergência do Atlântico Sul, em que umidade vinda da
Amazônia direciona-se para o Sudeste em direção a uma
zona de baixa pressão.
2. ( ) O fenômeno El Niño, um aquecimento anormal do
Pacífico equatorial, também está contribuindo para o
aumento da pluviosidade no Sul e Sudeste do país.
3. ( ) Deslizamentos catastróficos atingiram Angra dos
Reis (RJ), um relacionado a ocupação irregular de encos-
tas na Ilha Grande, e outro natural no centro da cidade.
1. ( ) Para alertar o mundo sobre o aquecimento global, 4. ( ) Em janeiro de 2010, São Luíz do Paraitinga (SP), cidade
a WWF organizou em 2009, o “apagar das luzes” de mo- localizada no Vale do Paraíba do Sul que teve grande parte de
numentos importantes em várias cidades do mundo. seu patrimônio histórico destruído por uma enchente.
2. ( ) O aquecimento global é um problema provocado 5. ( ) No Rio Grande do Sul, aconteceram episódios de
pela intensificação do efeito estufa, um fenômeno enchentes e a destruição de uma ponte no interior do estado.
meteorológico criado pelo homem, uma vez que o aumen- 6. ( ) Na região metropolitana de São Paulo, além da
to da concentração de gases como o dióxido de carbono e chuva, a impermeabilização do solo e o excesso de lixo,
o metano dá-se apenas pelas atividades econômicas. contribuem muito para as enchentes.
3. ( ) Entre as principais consequências estão: a retração
35. Em 2009, Lula e Dilma Rousseff visitaram uma im-
das geleiras, o aumento no nível do mar e inundações
portante obra de transposição de um rio perene do
em regiões costeiras.
Nordeste. A oposição protestou dizendo que se tratava
4. ( ) Em 2009, na Conferência de Copenhague, o Brasil de campanha eleitoral antecipada. Avalie os itens.
propôs uma redução entre 36 e 39% das emissões de I- Trata-se da transposição do rio São Francisco.
GEE até 2020 tendo como base 2005. A proposta foi II- O projeto objetiva resolver os problemas de abaste-
transformada em lei no país. cimento humano de água no semiárido.
5. ( ) Países como China, EUA, Índia, Rússia e Brasil estão III- Trata-se da transposição do rio Parnaíba.
entre os maiores emissores de gases de efeito estufa. IV- Também poderá estimular a agricultura irrigada.
6. ( ) O CO2-equivalente corresponde a uma unidade de medida V- Entre os impactos negativos estão o desmatamento
do impacto das emissões sobre o clima do planeta. Todos os de caatinga e a alteração na dinâmica do rio.
gases são transformados em CO2-equivalente, de acordo com VI- A transposição conta com o apoio da maioria dos
um fator de conversão. Assim, por exemplo, uma tonelada de ambientalistas e de igreja católica.
metano (CH4), por possuir um efeito 21 vezes superior ao dióxido Estão corretos os itens.
de carbono, equivale a 21 toneladas de CO2-equivalente. a) II, III, IV e VI. b) I, II, IV e V. c) II, IV, V e IV.
7. ( ) O IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudan- d) III, IV e V. e) I, II e V.
ças Climáticas) foi criado em 1988 e é integrado apenas
por especialistas em clima dos países desenvolvidos. 36. Em 2009, o Reino Unido exportou lixo irregular-
8. ( ) O Protocolo de Kioto (1997) fixa uma redução de mente para o Brasil. O acordo internacional regula o
5,2% nas emissões de gases de efeito estufa obrigatória transporte de lixo em escala global é
para países desenvolvidos e emergentes com base em a) o Protocolo de Kioto.
2005 e deverá ser cumprido até 2012. Se um país não b) o Protocolo de Cartagena.
conseguir reduzir, terá que financiar projetos sustentá- c) o Protocolo de Montreal.
veis em outros países conforme o MDL (crédito carbono). d) a Convenção da Diversidade Biológica.
e) a Convenção da Basileia.
33. Em dezembro de 2009, realizou-se a COP-15 (Confe-
rência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Uni- 37. Em 2009, um tsunami atingiu os arquipélagos de
das sobre Mudanças Climáticas), em Copenhague, reu- Samoa, Samoa Americana e Tonga no Oceano Pacífi-
nindo representantes de 193 nações. Das negociações e co. A onda gigante avançou sobre a planície litorânea
impasses, surge um acordo, sem força de lei, firmado por provocando perda de vidas humanas e prejuízos eco-
Brasil, Estados Unidos, China, Índia e África do Sul. nômicos. O tsunami foi causado
Com relação ao acordo, analise as propostas a seguir. a) por ventos fortes causados por um furacão, fenômeno
I- A temperatura global não pode aumentar além de 2º meteorológico frequente na região do Oceano Pacífico.
C acima dos níveis pré-industriais. b) por terremoto no continente numa zona de convergência
II- Devem ser criados incentivos financeiros para pro- entre as placas tectônicas do Pacífico e Indo-Australiana.
jetos de REED (Redução de Emissões por Desmata- c) por terremoto submarino numa zona de convergência
mento e Degradação). entre as placas tectônicas do Pacífico e Indo-Australiana.
III- Cortes profundos nas emissões de gases de efeito d) por terremoto submarino numa zona de divergência
estufa são necessários, e os países devem fornecer entre as placas tectônicas do Pacífico e Asiática.
informações sobre a implementação de suas ações.

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Bateria de Exercícios - Atualidades

e) pela elevação do nível do mar decorrente dos efeitos do


aquecimento global sobre o degelo das calotas polares.

Cultura Brasileira e Internacional

38. Assinale a alternativa com o filme brasileiro esco-


lhido para concorrer a indicação ao Oscar de melhor
filme estrangeiro em 2010.
a) Lula, filho do Brasil, do diretor Fábio Barreto.
b) Besouro, do diretor Sérgio Resende.
c) Linha de Passe, do diretor Walter Salles.
d) Salve Geral, do diretor Sérgio Resende.
e) Jean Charles, do diretor Henrique Goldman.

39. Em 2010, o Oscar, premiou como melhor filme:


a) Julie e Julia, de Nora Ehpron.
b) Bastardos Inglórios, Quentim Tarantino.
c) Preciosa, Lee Daniels.
d) Avatar, de James Cameron.
e) Guerra ao Terror, de Kathryn Bigelow.

40. Em 2009, a APCA (Associação Paulista dos Críticos


de Arte) selecionou os melhores do mundo cultural. A
premiação será em 2010. A seguir, todos foram vence- GABARITO
dores, com exceção:
a) Cinema: Melhor filme (A Festa da Menina Morta, do INTERNACIONAL
diretor Matheus Nachtergaele), melhor diretor (Anna
Muylaert, filme É proibido Fumar) e melhor atriz (Glória 01. D 02. A 03. C 04. D
Pires, filme É proibido fumar). 05. D 06. E 07. B 08. C
b) Literatura (romance): Rei do Cheiro (Editora Record), 09. (1-E, 2-C, 3-C, 4-C, 5-E)
do autor João Silvério Trevisan. 10. D 11. E 12. D 13. E 14. A
c) TV (minissérie): Som e Fúria (Rede Globo). 15. D 16. B 17. E 18. E
d) Teatro (melhor espetáculo): Memória da Cama. 19. (1-C, 2-C, 3-C, 4-E ,5-E ,6-C)
e) Música (show): Roberto Carlos, pelos 50 anos de carreira. 20. E 21. D 22. E 23. E
f) Melhor Exposição Internacional: A Virada Russa - a Van- 24. D 25. B 26. A 27. A
guarda na Coleção do Museu Estatal Russo de São 28. (1-E, 2-E, 3-C, 4-C-, 5-C, 6-C)
Petesburgo, no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB). 29. D 30. C 31. D
32. (1-C, 2-C, 3-E, 4-C, 5-C, 6-E)
33. (1-C, 2-C, 3-E, 4-E)
34. E 35. A 36. A 37. D 38. D
39. B 40. E 41. D 42. C

BRASIL
01. A 02. D 03. E
04. B 05. C 06. E
07. (1-C, 2-E, 3-C, 4-C, 5-E)
08. E 09. E 10. C 11. C
12. C 13. B 14. E 15. D
16. E 17. C 18. B 19. C
20. E 21. E 22. E 23. A
24. (1-E, 2-C, 3-C, 4-C, 5-C, 6-C)
25. A 26. D 27. E 28. D
29. A 30. E 31. C
32. (1-C, 2-E, 3-C, 4-C, 5-C, 6-C, 7-E, 8-E)
33. D
34- (1-C, 2-C, 3-E, 4-C, 5-C e 6-C)
35. B 36. E 37. B
38. D 39. E 40. E

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Bateria de Exercícios - Ética

ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO


01. Os órgãos e entidades da Administração Pública 13. Deixar o servidor público qualquer pessoa à espe-
Federal direta e indireta implementarão em ses- ra de solução que compete ao setor em que exer-
senta dias, as providências necessárias à plena ça suas funções, permitindo a formação de lon-
vigência do Código de Ética gas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na
prestação do serviço, não caracteriza apenas ati-
02. A Constituição da respectiva Comissão de Ética, é tude contra a ética ou ato de desumanidade, mas
integrada por três servidores ou empregados titu- principalmente grave dano moral aos usuários
lares de cargo efetivo ou emprego permanente. dos serviços públicos

03. A constituição da Comissão de Ética será comuni- 14. O servidor deve prestar toda a sua atenção às or-
cada à Secretaria da Administração Federal da dens legais de seus superiores
Presidência da República
15. Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo de
04. São primados maiores que devem nortear o servi- desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e
dor público, seja no exercício do cargo ou função, caracterizam até mesmo imprudência no desem-
ou fora dele dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia penho da função pública
e a consciência dos princípios morais
16 . É fator de desmoralização do serviço público, o
05. Seus atos, comportamentos e atitudes serão dire- que quase sempre conduz à desordem nas rela-
cionados para a preservação da honra e da tradi- ções humanas toda ausência justificada do servi-
ção dos serviços privados e públicos dor de seu local de trabalho

06. O servidor público não poderá jamais desprezar o 17. São deveres fundamentais do servidor público exer-
elemento ético de sua conduta cer suas atribuições com rapidez, perfeição e ren-
dimento, pondo fim ou procurando prioritariamen-
07. Não se limita à distinção entre o bem e o mal, te resolver situações procrastinatórias, principal-
devendo ser acrescida da idéia de que o fim é sem- mente diante de filas ou de qualquer outra espé-
pre o bem comum: a moralidade da Administração cie de atraso na prestação dos serviços pelo setor
Pública em que exerça suas atribuições, com o fim de evi-
tar dano moral ao usuário;
08. É custeada pelos tributos pagos direta ou indireta-
mente por todos, até por ele próprio, e por isso se 18. E vedado ao servidor público usar de artifícios para
exige, como contrapartida, que a moralidade ad- procrastinar ou dificultar o exercício regular de di-
ministrativa se integre no Direito, como elemento reito por qualquer pessoa, causando-lhe dano
indissociável de sua aplicação e de sua finalida- moral ou material;
de, erigindo-se, como conseqüência, em fator de
legalidade o equilíbrio entre a legalidade e a fina- 19. Em todos os órgãos e entidades da Administração
lidade, na conduta do servidor público Pública Federal direta, indireta autárquica e funda-
cional, ou em qualquer órgão ou entidade que exer-
09. Investigações policiais ou interesse superior do ça atribuições delegadas pelo poder público, de-
Estado e da Administração Pública, a serem pre- verá ser criada uma Central de atendimento
servados em processo previamente declarado si-
giloso, nos termos da lei, a publicidade de qual- 20. A Comissão de Ética, é encarregada de orientar e
quer ato administrativo constitui requisito de eficá- aconselhar sobre a ética profissional do servidor,
cia e moralidade, ensejando sua omissão compro- no tratamento com as pessoas e com o patrimô-
metimento ético contra o bem comum, imputável a nio público, competindo-lhe conhecer concreta-
quem a negar sempre que se achar necessário mente de imputação ou de procedimento suscep-
tível de censura.
10. Toda pessoa tem direito a uma vaga em um órgão
público

11. O servidor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda


que contrária aos interesses da própria pessoa
interessada ou da Administração Pública: isso sig-
nifica a verdade GABARITO

12. A assiduidade, a boa vontade, o cuidado e o tempo 01. C 02. C 03. C 04. C 05. E
dedicados ao serviço público caracterizam o es- 06. C 07. C 08. E 09. E 10. E
forço pela disciplina 11. C 12. E 13. C 14. C 15. C
16. E 17. C 18. C 19. E 20. C

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Bateria de Exercícios - Lei nº 8.112

LEI Nº 8.112/90
01. (CESPE) O Superior Tribunal de Justiça entende que 14. (CESPE) Detectada a qualquer tempo a acumula-
o candidato aprovado em concurso público dentro ção ilegal de cargos, empregos ou funções públi-
do limite das vagas previstas em edital tem direito à cas, a opção pelo servidor até o último dia de prazo
nomeação. para defesa configurará sua boa-fé, convertendo-
se, automaticamente, em pedido de exoneração do
02. (CESPE) O preenchimento dos requisitos para per- outro cargo.
cepção de pensão por morte tem como data de afe-
rição o dia do óbito do autor da herança. 15. (CESPE) A abertura de sindicância ou a instauração
de processo disciplinar não interrompem a prescri-
03. (CESPE) As faltas justificadas decorrentes de caso ção, mas tão somente a decisão final proferida pela
fortuito podem ser compensadas a critério da chefia autoridade competente.
imediata e, então, são consideradas como efetivo
exercício. 16. (CESPE) O servidor público será aposentado com-
pulsoriamente, aos setenta anos de idade, com pro-
04. (CESPE) O servidor reprovado no estágio probatório ventos integrais.
é demitido.
17. (CESPE) Será licenciado com remuneração integral
05. (CESPE) A ascensão é forma de provimento de car- o servidor acidentado no percurso da residência para
go público. o trabalho e viceversa, posto que essa situação equi-
para-se ao acidente em serviço.
06. (CESPE) É obrigatório o comparecimento do servi-
dor no ato de posse, não sendo permitida a posse
mediante procuração específica.

07. (CESPE) Readaptação é o retorno à atividade de


servidor aposentado por invalidez, quando junta
médica oficial declarar insubsistentes os motivos
da aposentadoria.

08. (CESPE) Uma das formas de declarar-se a vacância


de determinado cargo público é a promoção do ser-
vidor.

09. (CESPE) Não será concedida ajuda de custo ao ser-


vidor que se afastar do cargo, ou reassumi-lo, em
virtude de mandato eletivo.

10. (CESPE) No caso de o deslocamento do servidor


decorrer de alteração de lotação ou da nomeação
para cargo efetivo, será concedido pela administra-
ção auxílio-moradia.

11. (CESPE) O servidor poderá ausentar-se do serviço


por um dia, para doação de sangue, sem qualquer
prejuízo.

12. (CESPE) Ao servidor público estudante que for re-


movido de ofício será assegurada, na localidade da
nova residência, matrícula em instituição de ensino
congênere, em qualquer época, independentemen-
te de vaga.
GABARITO
13. (CESPE) Considera-se acumulação proibida a per-
cepção de vencimento de cargo ou emprego públi- 01. C 02. C 03. C 04. E 05. E
co efetivo com proventos da inatividade, ainda que 06. E 07. E 08. C 09. C 10. E
os cargos de que decorram essas remunerações 11. C 12. C 13. E 14. C 15. E
sejam acumuláveis na atividade. 16. E 17. C

360 Degrau Cultural

07_Regime Juridico.pmd 360 30/9/2010, 09:48


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Bateria de Exercícios - Previdência

PREVIDÊNCIA – CONJUNTURA E ESTRUTURA


Em relação ao Instituto Nacional do Seguro Social, a
seu histórico e estrutura, julgue os itens a seguir.

01. As gerências executivas são órgãos descentraliza-


dos da estrutura administrativa do INSS; entretanto
a escolha e a nomeação dos gerentes executivos
são feitas diretamente pelo ministro da Previdência
Social sem necessidade de observação a critérios
especiais de seleção.

02. A fusão da Secretaria da Receita Federal com a Se-


cretaria da Receita Previdenciária centralizou em
apenas um órgão a arrecadação da maioria dos tri-
butos federais. Contudo, a fiscalização e a arrecada-
ção das contribuições sociais destinadas aos cha-
mados terceiros — SESC, SENAC, SESI, SENAI e
outros — permanecem a cargo do INSS.

03. O Instituto Nacional do Seguro Social, autarquia fe-


deral atualmente vinculada ao Ministério da Previ-
dência Social, surgiu, em 1990, como resultado da
fusão do Instituto Nacional de Assistência Médica da
Previdência Social (INAMPS) e o Instituto de Admi-
nistração Financeira da Previdência e Assistência
Social (IAPAS).

GABARITO

01. E 02. E 03. E

Degrau Cultural 361

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Bateria de Exercícios - Teoria da Administração

NOÇÕES DE TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO


01. As pessoas portadoras de necessidades especiais
e aquelas com idade igual ou superior a sessenta
anos devem receber atendimento prioritário.

02. Segundo a lei de acessibilidade, determinado en-


trave ou obstáculo será considerado barreira somen-
te se impedir o acesso seguro das pessoas ao es-
tabelecimento.

03. Pessoa com mobilidade reduzida é aquela que não


se enquadra no conceito de pessoa portadora de
deficiência, mas, por qualquer motivo, tenha dificul-
dade de movimentar-se.

04. (Banco do Brasil) - Não há, na norma, nenhum


dispositivo relativo à propaganda enganosa ou
abusiva.

05. (Banco do Brasil) - Equipara-se a consumidor a co-


letividade de pessoas, desde que determináveis e
que intervenham nas relações de consumo.

CÓD.: 0863
GABARITO INSS - Técnico do Seguro Social
ESP.: SÉRIE CONCURSOS
01. C 02. E 03. C 04. E 05. E 09/10

362 Degrau Cultural

09_Teoria da Adm.pmd 362 30/9/2010, 09:48


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Carta Resposta 21x28.pmd 363 30/9/2010, 09:48


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Carta Resposta 21x28.pmd 364 30/9/2010, 09:48


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0863 - INSS - Complemento 2010

COMPLEMENTO
(CÓDIGO 0863 - 1ª e 2ª Edições)

INSS
(TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL)

ALCÂNTARA: Rua Manoel João Gonçalves , 414 / 2º andar * (21) 2603-8480


CINELÂNDIA: Praça Mahatma Gandhi, 2 / 2º andar * (21) 2279-8257
CENTRO: Rua da Alfândega, 80 / 2º andar * (21) 3970-1015
COPACABANA: Av. N. Sra. Copacabana, 807 / 2º andar * (21) 3816-1142
DUQUE DE CAXIAS: Av. Pres. Kennedy, 1203 / 3º andar * (21) 3659-1523
MADUREIRA: Shopping Tem-Tudo / Sobreloja 18 * (21) 3390-8887
MEIER: Rua Manuela Barbosa , 23 / 2º andar * (21) 3296-8857
NITERÓI: Rua São Pedro, 151 / Sobreloja * (21) 3604-6234
TAQUARA: Av. Nelson Cardoso, 1141 / 3º andar * (21) 2435-2611

Degrau Cultural 1

0863_INSS_Complemento_1ª e 2ª Edicoes.pmd1 20/9/2010, 15:32


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0863 - INSS - Complemento 2010

Prezado(a) Candidato(a),

Este complemento é parte integrante da apostila de INSS (Cód. 0863 - 1ª e 2ª edições) e contém
os tópicos da Retificação do edital republicado em 10/01/2008. Nele, constam as partes de
“Previdência - Conjuntura e Estrutura” e “Conhecimentos Complementares”. Além da atualização
de alguns artigos da Lei 8.112/90.

Atenciosamente,
Os Editores.

SUMÁRIO

Atualização da Lei 8.112/90...................................................................................................02


Previdência - Conjuntura e Estrutura.......................................................................................03
Conhecimentos Complementares ..............................................................................................23

ATUALIZAÇÃO
Lei 8.112/90

• Página 387
Art. 83.
(...)
§ 2o A licença de que trata o caput, incluídas as prorrogações, poderá ser concedida a cada período de doze meses nas
seguintes condições: (Redação dada pela Lei nº 12.269, de 2010)
I. por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a remuneração do servidor; e (Incluído pela Lei nº 12.269,
de 2010)
II. por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem remuneração. (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010)
§ 3o O início do interstício de 12 (doze) meses será contado a partir da data do deferimento da primeira licença
concedida. (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010)
§ 4o A soma das licenças remuneradas e das licenças não remuneradas, incluídas as respectivas prorrogações,
concedidas em um mesmo período de 12 (doze) meses, observado o disposto no § 3o, não poderá ultrapassar os
limites estabelecidos nos incisos I e II do § 2o. (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010)

• Página 389
Art. 103
(...)
II. a licença para tratamento de saúde de pessoal da família do servidor, com remuneração, que exceder a 30 (trinta)
dias em período de 12 (doze) meses. (Redação dada pela Lei nº 12.269, de 2010)

2 Degrau Cultural

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0863 - INSS - Complemento 2010

PREVIDÊNCIA – CONJUNTURA E ESTRUTURA


AS PERSPECTIVAS ATUAIS DA ECONOMIA cação, em 1942 na Inglaterra, do Relatório Benveridge[6]
MUNDIAL – INDICADORES SÓCIO-ECONÔMICOS um plano de governo britânico segundo o qual - depois
DE DESENVOLVIMENTO DAS NAÇÕES. de obtida a vitória na segunda grande guerra - a política
econômica britânica deveria se orientar no sentido de
NEOLIBERALISMO promover uma ampla distribuição de renda, que seria
baseada no tripé da Lei da Educação, a Lei do Seguro
Neoliberalismo é um termo que foi usado em duas épo- Nacional e a Lei do Serviço Nacional de Saúde (associ-
cas diferentes com dois significados semelhantes, adas aos nomes de Butler, Beveridge e Bevan).[6] A defe-
porém distintos: sa desse programa tornou-se a bandeira com a qual o
• na primeira metade do século XX significou a dou- Partido Trabalhista inglês venceu as eleições de 1945,
trina proposta por economistas franceses, alemães colocando em prática os princípios do estado de bem-
e norte-americanos voltada para a adaptação dos estar social.[6]
princípios do liberalismo clássico às exigências de Para Friedrich August von Hayek, esse programa leva
um Estado regulador e assistencialista; “a civilização ao colapso”. Num de seus livros mais fa-
• a partir da década de 1970, passou a significar a mosos O Caminho da Servidão (1944), Hayek expôs
doutrina econômica que defende a absoluta liber- os princípios básicos de sua teoria, segundo a qual o
dade de mercado e uma restrição à intervenção crescente controle do estado é o caminho que leva à
estatal sobre a economia, só devendo esta ocor- completa perda da liberdade, e indicava que os traba-
rer em setores imprescindíveis e ainda assim num lhistas, em continuando no poder, levariam a Grã-Bre-
grau mínimo (minarquia). É nesse segundo senti- tanha ao mesmo caminho dirigista que os nazistas
do que o termo é mais usado hoje em dia.[1] haviam imposto à Alemanha.[6] Essas posições de von
• a partir da década de 1950 o ordoliberalismo tor- Hayek não são baseadas exclusivamente em leis eco-
nou-se a variante alemã do neoliberalismo. nômicas ou na ciência pura da economia, mas incorpo-
ram, em sua argumentação, um grande componente
Origem político-ideológico. Isso explica por que o economista
Quando se afirma a existência de governos ‘neolibe- socialista Gunnar Myrdal, o teórico inspirador do Esta-
rais’, a utilização do prefixo ‘neo’ não se refere a uma do do bem-estar social sueco, ironicamente, dividiu o
nova corrente do Liberalismo, mas à aplicação de al- Prêmio de Ciências Econômicas (Prêmio Nobel), em
guns dos preceitos liberais consagrados e em um cer- 1974, com seu maior rival ideológico, von Hayek, o gran-
to contexto histórico (qual seja, o contemporâneo) di- de evangelista do fundamentalismo de livre mercado.
verso daquele no qual foram formulados (no do século Essa discussão, que se iniciou no campo da teoria
XVII, na Inglaterra, através de John Locke) . A denomina- econômica, transbordou - na Inglaterra - para o campo
ção ‘neoliberal’ assemelha-se ao termo ‘neoclássico’ da discussão politico-partidária e serviu de mote à cam-
na História da Arte. panha que elegeu Winston Churchill, pelo Partido Con-
As origens do que hoje se chama neoliberalismo nos servador, o qual chegou a dizer que “os trabalhistas
remetem à Escola Austríaca [2] , nos finais do século eram iguais aos nazistas”.[6]
XIX, com o Prêmio de Ciências Econômicas Friedrich Uma outra vertente do liberalismo surgiu nos Estados
von Hayek [3], considerado o propositor da sua base Unidos da América e concentrou-se na chamada
filosófica e econômica, e Ludwig von Mises[4]. Escola de Chicago, defendida por outro laureado com
A Escola Austríaca [2] adotava a Lei de Say e a teoria o Prêmio de Ciências Econômicas, o professor Milton
marginalista, que veio a ser contestada, mais tarde, por Friedman.
Keynes, quando este formulou, na década de 1930, sua Milton Friedman criticou as políticas econômicas inau-
política Keynesiana e defendeu as políticas econômi- guradas por Roosevelt com o New Deal, que respalda-
cas com vistas à construção de um estado de bem- ram, na década de 1930, a intervenção do Estado na
estar social - hoje em dia também chamado, por al- Economia com o objetivo de tentar reverter uma de-
guns, de Estado Escandinavo - por ter sido esse cami- pressão e uma crise social que ficou conhecida como
nho o adotado pelos países escandinavos (ou países a crise de 1929. Essas políticas, adotadas quase si-
nórdicos) tais como a Suécia, a Dinamarca e a Norue- multaneamente por Roosevelt nos Estados Unidos e
ga e a Finlandia.[5] por Hjalmar Horace Greeley Schacht [7] [8] na Alemanha
Mais recentemente, o liberalismo ressurgiu, em 1947, nazista foram, 3 anos mais tarde, defendidas por Key-
do célebre encontro entre um grupo de intelectuais li- nes que lhe deu seu aracabouço teórico em sua obra
berais e conservadores realizado em Monte Pèlerin, na clássica General theory of employment, interest and
Suíça, onde foi fundada uma sociedade de ativistas em money (1936)[9], cuja publicação marcou o início do key-
oposição às políticas do estado de bem-estar social, nesianismo. Ao fenômeno de ressurgência dos princí-
por eles consideradas “coletivistas” e, em última análi- pios liberais do início do século XX, muitos chamam de
se, “cerceadoras das liberdades individuais” [4] A Mont neoliberalismo .
Pèlerin Society dedica-se a difundir e propagar as idéi- Friedman, assim como vários outros economistas de-
as conservadoras e liberais da Escola Austríaca e a fensores do fundamentalismo de livre mercado, como
combater ideologicamente todos os que delas diver- Hayek e Mises, argumentaram que a política do New
gem. Com esse objetivo promove conferências, publi- Deal, do Presidente Franklin Delano Roosevelt, ao in-
ca livros, mantém sites na internet e conta para isso, vés de recuperar a economia e o bem estar da socieda-
em seus quadros, com vários economistas com treina- de, teria prolongado a depressão econômica e social.
mento acadêmico, como Jesús Huerta de Soto [2], seu Principalmente, segundo Friedman, por ter redirecio-
vice-presidente e professor da Universidade de Madrid nado os recursos escassos da época para investimen-
Essas idéias atraíram mais adeptos depois da publi- tos não viáveis economicamente, ou seja, que, segun

Degrau Cultural 3

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0863 - INSS - Complemento 2010

do Friedman, os desperdiçavam, o que teria diminuído, de 1970, causada por dois choques sucessivos nos
em conseqüencia, a eficiência, a produtividade e a ri- preços mundiais do petróleo - o que acabou por tornar
queza da sociedade. Em resumo, segundo Friedman, evidente que seria impossível sustentar a conversibili-
os investimentos não estariam sendo mais realizados dade do dólar em ouro (e provocou o colapso do acordo
tomando como parâmetro principal a eficiência econô- de Bretton Woods) - e pelo endividamento excessivo a
mica, mas, ao contrário, a eficiência política; os recur- que se submeteram os países subdesenvolvidos em
sos destinavam-se aos setores mais influentes politi- seu afã de tentar superar a crise petrolífera. Taxas de
camente, que traziam maior popularidade ao governan- lucratividade continuamente decrescentes e um mer-
te, independentemente de seu valor produtivo para a cado de ações moribundo nos Estados Unidos, asso-
sociedade, alegava ele. ciados a uma alta contínua da inflação nos países de-
Friedman era contra qualquer regulamentação que ini- senvolvidos ( “estagflação” ) levou ao surgimento de
bisse a ação das empresas, como, por exemplo, o sa- um forte movimento, no sentido de reduzir o poder re-
lário mínimo que, segundo as teorias que defendia, gulatório dos Estados nacionais na economia. A “mão
além de não conseguir aumentar o valor real da renda, invisível” [12] mencionada por Adam Smith substituiria
excluiria a mão-de-obra pouco qualificada do mercado (com vantagem, segundo os neoliberais) os controles
de trabalho. Opunha-se, consequentemente, ao salá- governamentais até então existentes e as restrições ao
rio mínimo e a qualquer tipo de piso salarial fixado pe- livre fluxo de mercadorias, criando assim uma econo-
las categorias sindicais ou outro órgão de interesse mia globalmente liberalizada. A esse projeto econômi-
social, pois estes pisos, conforme ele argumentava, co-político, que foi liderado pelos países desenvolvi-
distorceriam os custos de produção, e causariam o dos, especialmente pelos Estados Unidos e Grã-Bre-
aumento do desemprego, baixando a produção e a ri- tanha, chamou-se de neoliberalismo globalizante.
queza e, consequentemente, aumentando a pobreza A mudança do sistema intervencionista “keynesiano”-
da sociedade. Friedman defendeu a teoria econômica ”desenvolvimentista”, que vigia anteriormente na maior
que ficou conhecida como “monetarista” ou da “escola parte do mundo capitalista, para esse “novo sistema”
de Chicago” [6] neoliberal não era inevitável; ao contrário, a globaliza-
ção neoliberal foi um processo escolhido pelas elites
Queda do liberalismo clássico político-econômicas mundiais, especialmente as dos
O declínio do liberalismo clássico remonta ao final do Estados Unidos e Grã-Bretanha, por estas acreditarem
século XIX quando começou a declinar lentamente. Com que esse processo melhor atenderia a seus interes-
a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929, e ses econômicos do momento turbulento que atraves-
a subsequente Grande Depressão, a queda foi vertigi- sam (Crotty 2002). [13] Os defensores da globalização
nosa. A partir daí, caiu em descrédito, ao passo que neoliberal usaram em seu discurso “globalista-libera-
ganharam força teorias de intervenção do Estado na lizante” a teoria econômica “neoclássica”, que reza que,
economia, notadamente as idéias de Keynes, aplica- em não havendo intervenção econômica governamen-
das, quase simultaneamente, pelo plano do New Deal tal excessiva, tanto as economias nacionais quanto a
do presidente norte-americano Franklin Roosevelt e economia mundial operará de forma eficiente, confor-
pelo governo Nacional Socialista da Alemanha de Hi- me os modelos dos mercados “perfeitamente compe-
tler, onde seu ministro da economia Horace Greely Hjal- titivos” constantes dos livros-texto escolares de econo-
mar Schacht [7] (1934–37), nesses três anos, enquanto mia. [14]
o resto do mundo se afundava ainda mais na reces- Assim o liberalismo econômico gradativamente voltou à
são, conseguiu acabar com o desemprego na Alema- pauta, com a alcunha de neoliberalismo. Após alguns
nha Nazista, sem provocar inflação, adotando um défi- anos de experiências e diagnósticos, iniciadas pelos
cit orçamentário que chegou a atingir 5% do PIB ale- Chicago Boys no Chile de Pinochet, o neoliberalismo sur-
mão. Estas políticas já tinham sido incorporadas à le- ge com força e toma sua presente forma no final da déca-
gislação alemã no final de 1932 pelo governo de Kurt da de 1970 com o “Thatcherismo” e o “Reaganismo”.
von Schleicher [10] e tiveram influência nas políticas do Os neoliberais, liderados por economistas adeptos do
New Deal de Roosevelt. Em 1936 Keynes publicou sua laissez-faire e do fundamentalismo de livre mercado,
obra magna The General Theory of Employment, Inte- como Milton Friedman, denunciaram a inflação como
rest and Money [11] que veio a dar o suporte teórico a sendo o resultado do aumento da oferta de moeda pe-
esse tipo de intervenção governamental na economia, los bancos centrais. Responsabilizaram os impostos
a qual já vinha sendo adotada, intuitivamente, uns pou- “elevados” e os tributos “excessivos”, juntamente com
cos anos antes da publicação do livro de Keynes. a regulamentação das atividades econômicas, como
Em 1944, os países ricos criaram os acordos de Bret- sendo os culpados pela queda da produção e do au-
ton Woods e estabeleceram regras intervencionistas mento da inflação.[6]
para a economia mundial. Entre outras medidas, sur- A solução que propunham para a crise seria a redução
giu o FMI. Com a adoção das metas dos acordos de gradativa do poder do Estado, com a diminuição gene-
Bretton Woods e a adoção de políticas keynesianas, ralizada de tributos, a privatização [15] das empresas
os 30 anos seguintes foram de rápido crescimento nos estatais e redução do poder do Estado de fixar ou “auto-
países europeus e no Japão, que viveram sua Era de rizar” preços.
Ouro. A Europa renascia, devido ao financiamento con- Diminuindo ou neutralizando a força dos sindicatos,
seguido por meio do Plano Marshall, e o Japão teve o haveria novas perspectivas de emprego e investimen-
período de maior progresso de sua história. O período to, o que (segundo ensinara Say), deveria atrair os
de pós-guerra, até o início da década de 1960 foram os capitalistas de volta ao mercado e reduzir o desem-
“anos dourados” da economias capitalistas. prego. Seguindo a Lei de Say (em termos muito sim-
plificados: a oferta cria sua própria demanda), parti-
Neoliberalismo em prática am da idéia de que a economia mundial voltaria a se
A instabilidade econômica começa a se manifestar no equilibrar tão logo os governos deixassem de nela
fim da década de 1960 e irrompe com força na década interferir.

4 Degrau Cultural

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THATYML
0863 - INSS - Complemento 2010

O primeiro governo democrático a se inspirar em tais era Friedman que estava errado, diziam eles. Seu erro
princípios foi o de Margaret Thatcher na Inglaterra, a residia em utilizar dados do PNB que omitiam os gas-
partir de 1980 (no que foi precedida apenas por Pino- tos intermediários entre os vários estágios da produ-
chet e seus Chicago Boys, no Chile, no início da déca- ção (nos modelos matemáticos de Friedman a produ-
da de 1970). ção e o consumo eram instantâneos, por definição).
Persuadindo o Parlamento Britânico da eficácia dos ide- Em outras palavras, a postura de Friedman desconsi-
ais neoliberais, fez aprovar leis que revogavam muitos derava, em sua análise, um dos mais importantes ele-
privilégios até então concedidos aos sindicatos, privati- mentos do ciclo de produção, conforme demonstrou a
zou empresas estatais, além de estabilizar a moeda. escola austríaca [21].
Tal foi o entusiasmo de Thatcher pelo discurso do neo- Estudos mais recentes no campo da teoria econômica
liberalismo então em voga que seu governo acabou tendem a desautorizar as posições até então defendi-
por criar uma tributação regressiva, também chamada das por Friedman:
de Poll tax ou imposto comunitário.
A população britânica se opôs vigorosamente à implan- Uma vez que foi introduzido o conceito de informa-
tação desse imposto, que acabou se tornando a princi- ção imperfeita e incompleta, os defensores de livre
pal razão da queda de Margaret Thatcher como Primei- mercado da Escola de Chicago não podem mais
ra-Ministra e sua substituição por John Major. sustentar suas teorias da Eficiência de Pareto no
O governo conservador de Thatcher serviu de modelo mundo real. Desta maneira, a utilização, por Sti-
para muitos dos governos neoliberais do período pós- glitz, das hipóteses de equilíbrio de expectativas
anos 1980. inclusive para o “Reaganismo”. racionais para obter uma compreensão mais rea-
O professor James Tobin foi um forte crítico do “reaga- lista do capitalismo do que a comunmente obtida
nismo” e do monetarismo, adotados no governo Rea- pelos os teóricos tradicionais das expectativas raci-
gan, prevendo que essas políticas: “redistribuiriam a onais conduz, paradoxalmente, à conclusão que o
riqueza, o poder e a oportunidade para os que já eram capitalismo se desvia do modelo de tal maneira que
ricos e poderosos, e para seus herdeiros” [16]. justificaria a intervenção estatal — socialismo —
Exitem, dentre muitas, duas correntes principais na li- como remédio.[20]
teratura econômica: uma, a walrasiana, parte da hipó-
tese de que os mercados são sempre “eficientes” (ex- A teoria econômica têm, em vários casos específicos,
ceto em alguns casos muito específicos) e a outra afir- demonstrado que a mão invisível não funciona: “Socie-
ma o contrário, ou seja, que apenas em circunstâncias dades não devem contar com as forças do mercado
“excepcionais” os mercados seriam “eficientes”. O teo- para proteger o ambiente ou fornecer um sistema de
rema de Greenwald-Stiglitz (1986) [17] recentemente saúde de qualidade para todos os cidadãos, afirmou
demonstrou que “sempre que os mercados são incom- nesta segunda-feira um dos três vencedores do Prêmio
pletos e/ou a informação é imperfeita (o que ocorre em Nobel de Economia de 2007, Eric Maskin. (...)Os mer-
virtualmente todas as economias do mundo) a aloca- cados trabalham aceitavelmente com bens chamados
ção, mesmo em mercado competitivos, não é necessa- por economistas de bens privados, como carros e ou-
riamente “Pareto-otimizada” [17]. Uma possível interpre- tros objetos duráveis (...)há muitos outros tipos de bens,
tação desse estudo é que o campo de atuação para as frequentemente importantes, que não são bem forneci-
intervenções governamentais é muito mais amplo do dos pelo mercado. Frequentemente, são encabeçados
que era aceito pelos que acreditavam que a interven- por bens públicos (...)[22] [23] [24]
ção governamental na economia só deveria ser utiliza-
da em casos evidentes de “falhas dos mercados”. [18] Críticas à doutrina neoliberal
Dessa forma, existiriam esquemas possíveis de inter- O neoliberalismo pode ser visto como uma retomada,
venção governamental para induzir a um resultado que a partir dos anos 1970, do liberalismo clássico que
provoque uma “eficiência de Pareto” superior à obtida havia sido deixado de lado no mundo e outras formas
pelo livre-mercado, o que beneficiaria a todos os mem- de intervencionismo econômico. Muitos dos defenso-
bros de uma sociedade. [17] Em 1986 o teorema de Sa- res de tal doutrina rejeitam o termo neoliberal, e prefe-
ppington-Stiglitz “demonstrou que um governo ‘ideal’ rem simplesmente o termo liberal, pois pretendem se-
poderia atingir um maior nível de eficiência adminis- guir o liberalismo clássico. [6]
trando diretamente uma empresa estatal do que priva- Na visão neoliberal bastaria estancar o déficit público,
tizando-a.” [19] (Stiglitz 1994, 179) [20]. e colocar a inflação sob controle, para que o capitalis-
mo, esse animal adormecido, despertasse por sua pró-
Críticas e controvérsias pria conta, e a mão invisível iniciasse um espetáculo de
crescimento. Entretanto, na história da economia mun-
Opositores à doutrina de Friedman
dial, apenas dois países experimentaram este tipo de
Por outro lado vários outros economistas, tais como
espetáculo: a Inglaterra da Revolução Industrial e, no
Gunnar Myrdal, Prêmio de Ciência Econômicas (1974),
século XX, os Estados Unidos. Todos os outros países
e o professor James Tobin da Universidade de Yale,
do mundo que se desenvolveram adotaram mecanis-
Prêmio de Ciência Econômicas (1981), faziam severas
mos derivados de composições e articulações entre
críticas à ideologia e às teorias econômicas defendi-
classes capitalistas locais e internacionais, com a pre-
das por Friedman, como o monetarismo, e o “funda-
sença e intervenção do Estado, como ocorreu casos
mentalismo de livre mercado” defendiam a intervenção
japonês, alemão e coreano. Na política econômica bra-
governamental nas economias nacionais.[16]
sileira atualmente adotada (2007), o superávit fiscal
Alegam os críticos do monetarismo e das teorias eco-
toma entre 8% e 10% do PIB das mãos das empresas
nômicas defendidas pela escola de Chicago que Frie-
produtivas, e das pessoas consumidoras, e os transfe-
dman considerava que as teorias do ciclo econômico
re para os possuidores de títulos da dívida pública; o
da escola austríaca não teriam passado pelo teste es-
fato é que a riqueza das pessoas físicas e jurídicas
tatístico, e seriam portanto, falsas. Mas na realidade
está aplicada em títulos públicos. Nós subtraímos da

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economia a demanda que impulsionaria o crescimen- eficientes na área comercial, esquemas regulatórios e
to e os que recebem o pagamento de juros, que são procedimentos de votação. O Brasil já se beneficiou na
pagos com os impostos que todos clamam ser altos prática com esses estudos. Na recente licitação para a
demais, continuam fazendo aplicações financeiras - concessão de rodovias federais, em que foi adotado o
muitas delas isentas de imposto de renda - porque não procedimento de decisão social na elaboração do edi-
têm interesse em fazer investimentos de risco. tal de concessão, as empresas que se saíram vitorio-
Os opositores dos neoliberais questionam suas pre- sas na licitação ofereceram-se para administrar as
missas, que consideram simplistas. Uma crítica posta estradas por um pedágio médio de R$ 0,02 por quilo-
é que os princípios liberais seriam válidos quando uma metro, o que representa um custo médio seis vezes
transação envolve duas (e só duas) partes - cada um inferior ao custo médio cobrado no pedágio das rodovi-
decidindo o que é melhor para si - mas que não se as Anhanguera/Imigrantes, que foram privatizadas na
sustentaria quando, em virtude de uma transação rea- década anterior, quando ainda prevaleciam os critérios
lizada entre duas partes, um terceiro, que dela não par- neoliberais de fundamentalismo de livre mercado. O
ticipou, é prejudicado (ou beneficiado). Esse fenomeno emprego desses novos critérios licitatórios, que usa-
é chamado, em Economia, de externalidade [22]. Os li- ram a teoria do desenho de mecanismos, resultaram
berais apontam que o professor Ronald Coase ganhou numa Eficiência de Pareto muito superior à obtida ape-
o Prêmio Nobel de Economia de 1991 com seu traba- nas pelo critério simplista, adotado anteriormente, de
lho que descreve como o livre mercado pode ser utiliza- livre mercado absoluto. A economia obtida pela adoção
do para tratar alguns casos de externalidades. Com dessa moderna tecnologia se refletirá em ganhos de
base nas idéias de Coase foi instituído o Tratado de competitividade para toda a economia brasileira. [26]
Kyoto e seu sistema de comercialização de Créditos de Em outro exemplo de simplificação da realidade que
Carbono, sob os auspícios da ONU, com isso reduzin- consideram excessiva, opositores discutem a decisão
do globalmente a poluição e a emissão de gases cau- de um jovem sobre contribuir ou não, desde o início de
sadores do efeito estufa. Entretanto, segundo Eric sua carreira, para sua seguridade social. Na doutrina
Maskin, um dos três vencedores do Prêmio Nobel de liberal, a opção de decidir se poupa ou não para a apo-
Economia de 2007, “Sociedades não devem contar com sentadoria futura caberia ao próprio indivíduo. Os críti-
as forças do mercado para proteger o ambiente ou for- cos dessa visão argumentam que antes do jovem po-
necer um sistema de saúde de qualidade para todos os der decidir ele precisa ter um emprego com salário que
cidadãos (...) O mercado não funciona muito bem quan- possa em alguma medida poupar, e que em muitos
do se trata de bens públicos”, disse Maskin [22]. Pesqui- casos esse emprego não existe, ou o salário não é
sas mais atualizadas no campo da teoria econômica, suficiente para poupar.
como as de Stiglitz, já deixaram claro que a mão invisí- A aplicação de preceitos liberais foi contestada no sé-
vel, que asseguraria que os recursos fossem alocados culo XIX por Friedrich List [27], que defendia para seu
com a Eficiência de Pareto no sistema produtivo só fun- país (Prússia) exatamente o oposto do que pregavam
ciona em determinadas condições ideais. Como a com- os liberais de então, alegando que tais políticas só se-
petição nunca é totalmente livre, a relação de oferta e riam benéficas para nações já adiantadas, o que não
demanda gera efeitos sociais que não são resolvidos era o caso da Prússia de meados do século XIX.
naturalmente pela dinâmica da economia de mercado. Friedrich List achava que não caberia ao Estado assis-
Os economistas norte-americanos Leonid Hurwicz, Eric tir passivamente ao desenrolar do livre-comércio, sen-
Maskin e Roger Myerson ganharam em 2007 o Prêmio do necessário que o poder público, em nome da pro-
Nobel de Economia por criarem as bases de uma teo- moção do desenvolvimento e do bem-estar de toda a
ria que determina quando os mercados estão funcio- nação, interferisse ativamente nos assuntos relaciona-
nando de forma eficaz. “A clássica metáfora de Adam dos ao comércio exterior, à construção de uma infra-
Smith sobre a mão invisível refere-se a como o merca- estrutura local de produção e ao fomento à industriali-
do, sob condições ideais, garante uma alocação efici- zação. [27]
ente de recursos escassos. Mas, na prática, as condi- O professor de Yale James Tobin, Prêmio de Ciências
ções normalmente não são ideais. Por exemplo, a com- Econômicas em 1981 foi um severo crítico do moneta-
petição não é completamente livre, os consumidores rismo do economista liberal Milton Friedman, Prêmio
não são perfeitamente informados e a produção e o de Ciências Econômicas em 1965. Tobin defendia, ao
consumo desejáveis privadamente podem gerar cus- contrário de Friedman, a intervenção governamental nas
tos e benefícios sociais”, explicou a nota da Real Acade- economias nacionais [16]. Apesar disso Tobin se decla-
mia Sueca de Ciências [25] Importante ressaltar aqui que rava a favor da globalização e do livre mercado como a
esse trabalho de Leonid Hurwicz, Eric Maskin e Roger melhor maneira de aumentar a prosperidade nos paí-
Myerson não se choca com as ideias anteriores de ses em desenvolvimento[16].
Ronald Coase, completa-as. Dá as bases teóricas para
que se projete um mecanismo de regulamentação go- Movimentos antineoliberalismo
vernamental que permita ao mercado funcionar com Como contraponto ao ressurgimento do liberalismo,
eficiência em relação a bens públicos. tanto em países ricos quanto em desenvolvimento, sur-
Leonid Hurwicz, Eric S. Maskin e Roger B. Myerson fin- giram movimentos antiliberalismo, que por vezes se
caram “as bases da teoria do desenho de mecanis- confundem com movimentos antiglobalização.
mos” nos mercados [23] [24]. Esta moderna teoria econô- Na América Latina, a ascensão ao poder de políticos
mica estuda a elaboração do procedimento de decisão populares, rotulados por seus opositores de “populis-
social em situações em que os agentes econômicos tas”, tais como Néstor Kirchner (Argentina) e Evo Mora-
têm informação privada e a utilizam de forma estratégi- les (Bolívia), e mais recentemente, Michelle Bachelet,
ca. O primeiro a formalizar esta teoria foi Hurwicz, nas- (Chile), a volta de Daniel Ortega (Nicarágua), a vitória de
cido em 1917 em Moscou e que se mudou para os Rafael Correa (Equador), a ampla vitória de Hugo Chá-
Estados Unidos na década de 1940. Os trabalhos dos vez (Venezuela), a reeleição de Lula (Brasil) [28], com
três americanos ajudaram a identificar mecanismos 60,83%% dos votos [29], e até mesmo a vitória do Partido

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Democrata na Congresso dos EUA, que renovam o dis- do que a renda dos que estavam no decil inferior; a
curso nacional-desenvolvimentista de meados do sé- desigualdade cresceu em um terço [41] Refletindo isso,
culo XX, agora readaptado para os dias atuais com a o Coeficiente de Gini da Grã-Bretanha deteriorou-se
denominação de “novo desenvolvimentismo” [30], é vista substancial e continuamente durante todo o governo
por alguns analistas como sendo indicativa de um es- Thatcher, passando de 0,25 em 1979 para 0,34 em
gotamento do “modelo neoliberal” [31]. O presidente Lula, 1990. Esta siginificativa piora no Coeficiente de Gini
em discurso proferido dia 6 de dezembro de 2007 em não pôde ainda ser corrigida pelos governos que a su-
Belém, abordou esse tema dizendo: “ (...) o que aconte- cederam. [42]
ceu na América Latina é um fenômeno político que Quando Thatcher foi derrotada, em 1990, 28% das cri-
possivelmente os sociólogos levarão um tempo para anças inglesas eram consideradas pobres - o pior de-
compreender, porque foi tão rápida a mudança”. (...)”Há sempenho dentre os países desenvolvidos - índice que
um mapa exatamante antagônico ao mapa que existiu continuou subindo (até atingir um pico de 34%, em 1995-
de 1980 a 1990 ou ao ano 2000.”. Segundo Lula, o povo 96, quando iniciou sua trajetória descendente). [43] [44]
“fez uma guinada completa, trocou o neoliberalismo pelo
que tinha de mais avançado em políticas sociais” [32] “Ao mesmo tempo em que é considerada a res-
A Newsweek promoveu uma pesquisa, realizada pelo ponsável por reavivar a economia britânica, Mar-
Instituto Zogby International, com ajuda da Universida- garet Thatcher é acusada de ter dobrado seus ín-
de de Miami que entrevistou 603 importantes políticos, dices de pobreza. O índice de pobreza das crian-
empresários, funcionários de governo, intelectuais e ças britânicas, em 1997, era o pior da Europa.” [44]
jornalistas latino-americanos. Os entrevistados consi-
deraram Michelle Bachelet o melhor modelo de lide- O governo Tony Blair (trabalhista) adotou, para corrigir
rança, com 28% dos votos, posição que foi imediata- essa distorção, a partir de 1997, medidas de inspira-
mente seguida por Lula, com 23%. Uma supreendente ção keynesiana, tais como o restabelecimento de um
maioria de 53% dos entrevistados considerou que a salário mínimo, a criação de um programa pré-escolar
América Latina está no bom caminho.[33]. para as crianças pequenas e aumento dos créditos
fiscais (isenções) para a classe trabalhadora (uma
Governos neoliberais medida de “transferência indireta de renda”). A propor-
O Chile foi o primeiro país do mundo a adotar o neolibe- ção de crianças britânicas que vivem na pobreza caiu
ralismo. As privatizações no Chile de Pinochet foram do pico de cerca de 34% em 1996-97, atingindo 11% no
anteriores às da Grã-Bretanha de Thatcher Em 1973, ano fiscal de 2005.[43] [44]
quando o golpe militar derrubou Allende, o governo já
assumiu com um plano econômico debaixo do braço “Nosso objetivo histórico será tornar nossa gera-
[34]
. Esse documento era conhecido como “El ladrillo” e ção a primeira a erradicar a pobreza infantil para
fora elaborado, secretamente, pelos economistas opo- sempre, e isso vai levar uma geração. É uma mis-
sitores do governo da Unidade Popular poucos meses são para 20 anos, mas acredito que possa ser cum-
antes do golpe de estado de 11 de setembro e estava prida. Tony Blair.[45]
nos gabinetes dos Generais golpistas vitoriosos, já no
dia 12 de setembro de 1973 [35]. Os partidos de oposição a Blair, e seus críticos, o acu-
O General Augusto Pinochet se baseou em “El ladrillo” sam de estar sendo “assistencialista”, de estar dese-
e na estreita colaboração de economistas chilenos, quilibrando o orçamento, e de estar aumentando a de-
principalmente os graduados na Universidade de Chi- pendência da população no Estado. Os adversários
cago, os chamados Chicago Boys, para levar adiante políticos dos trabalhistas fazem vistas grossas aos
sua reforma da economia. [34] [36] [37] [38] estudos que demonstram, por exemplo, que o custo -
em prejuízos indiretos causados ao agregado da eco-
Ver artigo principal: Neoliberalismo chileno nomia britânica - provocado pela existência de crianças
abaixo da linha de pobreza onera a sociedade britânica
Os outros principais governos que adotaram as políti- em cerca de 600 libras por habitante; ou cerca de 40
cas neoliberais no mundo foram o de Margaret Thatcher bilhões de libras por ano no total (2005) [46]. Todavia, o
(Inglaterra) e Ronald Reagan (EUA), políticas essas que próprio Partido Trabalhista do Reino Unido aceitou, em
ficaram conhecidas como “thatcherismo” e “reaganismo”. termos macroeconômicos, certos princípios enfatiza-
A política de Reagan, nos Estados Unidos, também fi- dos por Thatcher. Peter Mandelson, político trabalhista
cou conhecida como Supply-side economics. [39] próximo a Blair declarou, em 2002:
“A globalização pune com força qualquer país que ten-
O governo Thatcher te administrar sua economia ignorando as realidades
Thatcher obteve grande sucesso na estabilização da do mercado ou a prudência nas finanças públicas. Nes-
libra esterlina, na dinamização da economia britânica e se estrito sentido específico, e devido à necessidade
na redução drástica da carga tributária, levando, por urgente de remover rigidezas e incorporar flexibilidade
conseguinte, o Partido Conservador a obter larga mar- ao mercados de capitais, bens e trabalho, somos hoje
gem de vantagem nas eleições parlamentares de 1983 todos tatcheristas.” [47]
e 1987 - tornando-se assim ícone mundial dos defen-
sores das políticas econômicas neoliberais. Não obs- Considerações
tante a pobreza infantil no Reino Unido triplicou entre É importante ressaltar que a tentativa de “rotular políti-
1979 e 1995 - um dos maiores aumentos jamais visto cos” é uma atitude mal colocada na análise do tema
no mundo industrializado e , o custo social das políti- neoliberalismo econômico. Nem mesmo Augusto Pi-
cas adotadas por seu governo foi considerado demasi- nochet, com toda a amplitude de ação que lhe permitia
adamente grande pelos críticos ao neoliberalismo [40]. a sua ditadura, praticou exclusivamente ações de tipo
Durante o governo Thatcher a renda dos que estavam neoliberal - adotou, com Hernán Büchi, algumas políti-
no decil superior cresceu pelo menos cinco vezes mais cas de inspiração nitidamente keynesiana.

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Embora seja possível afirmar com segurança que um exemplo, a “Community Reinvestment Act” (Lei do Rein-
determinado economista, como, por exemplo, Milton vestimento Comunitário) que obriga seus bancos a re-
Friedman, é um neoliberal, não se pode fazer o mesmo aplicar localmente parte do dinheiro que captam na
com a maioria dos políticos, uma vez que eles adotam, comunidade. A Alemanha resistiu a todas as pressões
em seus governos, uma mistura de práticas indicadas para “internacionalizar” seus capitais; hoje 60% da pou-
por várias escolas de pensamento econômico, simul- pança da população alemã está em caixas municipais,
taneamente. que financiam pequenas empresas, escolas e hospi-
tais. A França criou um movimento chamado de “Opera-
Debate sobre resultados obtidos no mundo ções Financeiras Éticas”. A apregoada liberdade irres-
A mais recente onda liberalizante, que ficou conhecida trita para os fluxos de capitais parece ter sido adotada
como “neoliberalismo”, teve seu início com a queda do só pelos países sub-desenvolvidos, que se vêem fre-
muro de Berlim em 1989 e contagiou rapidamente o qüentemente submetidos a graves crises causadas por
mundo Foi promovida pelo FMI, por economistas libe- sua vulnerabilidade às violentas movimentações es-
rais como Milton Friedman, pela Escola de Chicago e peculativas mundiais.[51]
por fundamentalistas de livre mercado, entre outros, Essa diferença entre o discurso liberalizante dos paí-
sendo por eles apregoada como a solução que resol- ses desenvolvidos e suas ações práticas foi reconhe-
veria os problemas econômicos mundias, reduzindo a cida até por Johan Norberg [52], o jornalista suéco autor
pobreza e acelerando o desenvolvimento global.[48] do “best-seller” In Defense of Global Capitalism que
Agora, já passados 28 anos que as “receitas neolibe- “atira coqueteis Molotov retóricos nas potências ociden-
rais” vêm sendo aplicadas, em maior ou menor grau, tais cujo discurso em prol dos livre-mercados é grande-
por um grande número de países - entre os quais se mente prejudicado por suas tarifas draconianas sobre
inclui o Brasil - a ONU resolveu analisar os resultados a importação de produtos têxteis e agrícolas, as duas
obtidos por esses fortes ventos liberalizantes, e medir áreas onde os países sub-desenvolvidos teriam condi-
seus efeitos nas populações dos países onde as prá- ções de competir”. Le Monde, 12/2/2004.
ticas neoliberais estão sendo adotadas. De maneira geral “a repartição da riqueza mundial piorou
Um livro denominado “Flat World, Big Gaps” [49] (“Um e os índices de pobreza se mantiveram sem mudanças
Mundo Plano, Grandes Disparidades” - tradução livre), entre 1980 e 2000” [50], como já previra Tobin em 1981.
foi editado por Jomo Sundaram, secretário-geral ad-
junto da ONU para o Desenvolvimento Econômico, e Opinião pública no Brasil, 2007
Jacques Baudot, economista especializado em temas Pesquisas de opinião pública, realizadas em 2007, indica-
de globalização, analisou essas questões e está des- ram que “(...) a percepção dos brasileiros é que as privati-
pertando grande interesse. Nesse livro seus autores zações pioraram os serviços prestados à população nos
concluem que: “A ‘globalização’ e ‘liberalização’, como setores de telefonia, estradas, energia elétrica e água e
motores do crescimento econômico e o desenvolvimen- esgoto. As mais altas taxas de rejeição (73%) estão no
to dos países, não reduziram as desigualdades e a po- segmento de nível superior e nas classes A e B” [53].
breza nas últimas décadas”.[50]
A segunda parte do livro analisa as tendências das de- REFERÊNCIAS
sigualdes econômicas que vêm ocorrendo em várias 1. ↑ HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da Lín-
partes do mundo, inclusive na OECD, nos Estados gua Portuguesa, São Paulo: Editora Objetiva, ISBN
Unidos, na América Latina, no Oriente Médio e norte da 857302383X.
África, na África sub-saariana, Índia e China. 2. ↑ 2,0 2,1 2,2 SOTO, Jesús Huerta de.Escola Austríaca:
As políticas liberais adotadas não trouxeram ganhos Mercado e criatividade empresarial. Lisboa: Espí-
significativos para a melhoria da distribuição de renda, rito das Leis, 2005.
pelo contrário: “A desigualdade na renda per capita 3. ↑ Friedrich August von Hayek, 1889-1992
aumentou em vários países da OCDE (Organização 4. ↑ 4,0 4,1 PRUNES, Cândido Mont Pèlerin 2005. Rio
para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) de Janeiro: Especial para o “Instituto Liberal”, 19/
durante essas duas décadas, o que sugere que a des- 8/2005
regulação dos mercados teve como resultado uma 5. ↑ GARDELS, Nathan.Globalização produz países
maior concentração do poder econômico.” [50] ricos com pessoas pobres: Para Stiglitz, a receita
Supreendentemente, a liberalização do fluxo de capi- para fazer esse processo funcionar é usar o cha-
tais financeiros internacionais, que era apontada como mado “modelo escandinavo” . Economia & Negó-
uma maneira segura de fazer os capitais jorrarem dos cios, O Estado de S. Paulo, 27/09/2006
países ricos para irem irrigar as economias dos paí- 6. ↑ 6,0 6,1 6,2 6,3 6,4 6,5 6,6 6,7 Short History and Statement of
ses pobres, deles sedentos, funcionou exatamente ao Aims. Mont Pelerin Society
contrário. 7. ↑ 7,0 7,1 Hitler Takes Power: Hitler Appointed Chan-
O fluxo de dinheiro inverteu-se, e os capitais fugiram cellor: Germany Recovers from the Depression. Ma-
dos países mais pobres, indo para os mais ricos: “Hou- croHistory.
ve uma tremenda liberalização financeira e se pensa- 8. ↑ WEITZ, John. The Mpney Man Behind The Naziz:
va que o fluxo de capital iria dos países ricos aos po- Hitler’s Banker. Business Week, Archives, 17/11/1997
bres, mas ocorreu o contrário”, anotou Sundaram. 9. ↑ KEYNES, John Maynard. Teoria geral do empre-
“Como exemplo, citou que os EUA recebem investimen- go, do juro e da moeda (General theory of employ-
tos dos países em desenvolvimento, concretamente nos ment, interest and money). Tradutor: CRUZ, Mário
bônus e obrigações do Tesouro, e em outros setores”. [50] Ribeiro da. São Paulo: Editora Atlas, 1992. ISBN
Cumpre ressaltar que essa “liberalização” de fluxos fi- 9788522414574
nanceiros é muito assimétrica. Os países que mais 10. ↑ Hjalmar Horace Greeley Schacht
defendem a liberalização total dos fluxos de capitais 11. ↑ KEYNES, John Maynard. General Theory of Em-
não a praticam dentro de suas fronteiras. Os Estados ployment, Interest and Money, The. London: Mac-
Unidos, com seu forte discurso liberalizante criou, por millan Press; New York: St. Martin’s Press; 1936

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30. ! SICSÚ, João; PAULA, Luiz Fernando; e RENAUT, Globalização
Michel. Por que um novo desenvolvimentismo ?. 53. ↑ MARCHI, Carlos. Maioria é contra privatizações,
Jornal dos Economistas no. 186, janeiro de 2005, aponta pesquisa Levantamento ‘Estado’/Ipsos in-
p. 3-5 dica que 62% do eleitorado é contra e apenas 25%
31. ↑ ((en)) STIGLITZ, Joseph. More Instruments and é a favor São Paulo: Economia & Negócios, O Es-
Broader Goals: Moving Toward the Post-Washing- tado de S. Paulo, 11 novembro de 2007
ton Consensus. The 1998 WIDER Annual Lecture.
Helsinki, Finlândia, 07/1/1998.

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INDICADORES SÓCIO-ECONÔMICOS entação do Hemisfério Sul, e para o Mercosul simboli-


DE DESENVOLVIMENTO DAS NAÇÕES za o rumo otimista de integração regional que se pre-
tende dar aos países membros.
Mercosul
O Mercosul (em português: Mercado Comum do Sul, História
castelhano: Mercado Común del Sur, Mercosur) é a
União Aduaneira (livre comércio intrazona e política co- Antecedentes
mercial comum) de cinco países da América do Sul. A América do Sul foi, ao longo de cinco séculos, palco
Em sua formação original o bloco era composto por das mais violentas batalhas do continente americano.
quatro países: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Desde a chegada dos espanhóis e portugueses ao
Desde 2006, a Venezuela também pertence ao Merco- continente, a Bacia do Prata foi cenário das disputas
sul.[1]. luso-espanholas por território (o território que hoje é o
As discussões para a constituição de um mercado eco- Uruguai já foi espanhol, português e de novo espanhol).
nômico regional para a América Latina remontam ao Entretanto, ao mesmo tempo, esta região situa-se ca-
tratado que estabeleceu a Associação Latino-America- pítulos fundamentais da emancipação política e eco-
na de Livre Comércio (ALALC) desde a década de 1960. nômica dos futuros sócios do .
Esse organismo foi sucedido pela Associação Latino- Durante os séculos XVI e XVII, a Espanha organizou o
Americana de Integração na década de 1980. À época, sistema comercial de suas colônias em torno do es-
a Argentina e o Brasil fizeram progressos na matéria, quema de “frotas e galeões”, autorizando somente a
assinando a Declaração de Iguaçu (1985)[2], que esta- alguns portos o direito de enviar ou receber mercadori-
belecia uma comissão bilateral, à qual se seguiram uma as originárias dessas colônias. Para cidades como
série de acordos comerciais no ano seguinte. O Tratado Buenos Aires, fundada em 1580, esse sistema amea-
de Integração, Cooperação e Desenvolvimento[3], assi- çava o desenvolvimento econômico da região. Median-
nado entre ambos os países em 1988, fixou como meta te a esse confinamento econômico, a população de
o estabelecimento de um mercado comum, ao qual ou- Buenos Aires percebeu a única saída possível: o inter-
tros países latino-americanos poderiam se unir. câmbio comercial (ainda que ilegalmente) com o Bra-
Com a adesão do Paraguai e do Uruguai, os quatro sil. Esse foi o início de uma relação que estava destina-
países se tornaram signatários do Tratado de Assun- da a crescer cada vez mais.
ção (1991)[4] que estabelecia o Mercado Comum do Sul, No século XIX, o processo de emancipação política da
uma aliança comercial visando a dinamizar a econo- América do Sul, acentuou os contrastes existentes en-
mia regional, movimentando entre si mercadorias, pes- tre os países da região. Neste período ocorreram im-
soas, força de trabalho e capitais. Inicialmente foi esta- portantes capítulos da história do Brasil, Argentina, Pa-
belecida uma zona de livre-comércio, em que os paí- raguai e Uruguai. Basta citar a Guerra da Cisplatina, a
ses signatários não tributariam ou restringiriam as im- independência da República Oriental do Uruguai, Guer-
portações um do outro. A partir de 1 de janeiro de 1995, ra Grande uruguaia, a Revolução Farroupilha, a disputa
esta zona converteu-se em união aduaneira, na qual entre unitários e federalistas na Argentina e a Guerra do
todos os signatários poderiam cobrar as mesmas quo- Paraguai: alianças, intervenções e conflitos que forja-
tas nas importações dos demais países (Tarifa Externa ram o contexto histórico de formação dos estados naci-
Comum). No ano seguinte, a Bolívia e o Chile adquiri- onais platinos.
ram o status de membros associados [5]. O Chile en- Em 1941, em plena Segunda Guerra Mundial, pela pri-
contra-se em processo de aquisição do status de mem- meira vez, Brasil e Argentina tentaram a criação de uma
bro pleno depois de resolver alguns problemas territo- União Aduaneira entre as suas economias. Porém, isso
riais com a Argentina. Outras nações latino-america- não se concretiza devido às diferenças diplomáticas
nas manifestaram interesse em entrar para o grupo, dos países em relação às políticas do Eixo, após o
mas, até o momento, somente a Venezuela levou adi- ataque a Pearl Harbor. Com o fim da guerra a necessi-
ante sua candidatura. Embora sua incorporação ao dade de interação entre as nações se tornou eminente,
Mercosul ainda dependa da aprovação no congresso e consecutivamente a formação dos blocos econômi-
paraguaio. cos, entretanto na América Latina não houve uma união
Em 2004, entrou em vigor o Protocolo de Olivos[6] (2002), que tenha obtido resultados satisfatórios.
que criou o Tribunal Arbitral Permanente de Revisão do
Mercosul, com sede na cidade de Assunção (Paraguai). Declaração de Foz do Iguaçu
Uma das fontes de insegurança jurídica nesse bloco Em dezembro de 1985, o presidente brasileiro José
de integração era a falta de um tribunal permanente. Sarney e o presidente argentino Raúl Alfonsín assina-
Muitos sul-americanos vêem o Mercosul como uma ram a Declaração de Iguaçu[9], que foi a base para a
arma contra a influência dos Estados Unidos na re- integração econômica do chamado Cone sul. Ambos
gião, tanto na forma da Área de Livre Comércio das acabavam de sair de um período ditatorial, e enfrenta-
Américas quando na de tratados bilaterais. Uma prova vam a necessidade de reorientar suas economias para
disso é a criação da Universidade do Mercosul, que vai o mundo exterior e globalizado.
priorizar a integração regional no modelo de educação[7]. Os dois países haviam contraído uma grande dívida
externa no período do governos militares, e não goza-
Símbolos do Mercosul vam de crédito no exterior. Havia uma grande necessi-
De acordo com o artigo 1º do Decreto Nº 17/02 do CMC os dade de investimentos nos países, mas não havia ver-
símbolos do Mercosul[8] são: o nome “Mercado Comum bas. Esta situação comum fez que ambos percebes-
do Sul” e sua sigla “MERCOSUL”, o emblema do Merco- sem a necessidade mútua. Logo após a assinatura da
sul e a bandeira nos idiomas português e espanhol. declaração de Iguaçu, em fevereiro de 1986, a Argenti-
A bandeira do Mercosul é formada pelo Cruzeiro do Sul na declara a intenção de uma “associação preferenci-
e o horizonte do qual emerge, a Cruzeiro do Sul foi es- al” com o Brasil. Em uma casa particular em Don Torcu-
colhida porque representa o principal elemento de ori- ato, houve uma reunião para discutir o assunto.

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A discussãodura dois dias e é em clima de troca de idéi- adota o nome Mercosul, e uma estrutura institucio-
as e posições quanto ao estatuto da economia da zona. nal básica e estabelece um área de livre comércio.
Depois de poucas semanas, é o Brasil que convida • Em junho de 1992, se estabeleceu o cronograma
Argentina para uma reunião semelhante, em Itaipava definitivo da constituição do mercado comum.
também em uma residência particular. Esse foi o sinal • No dia 17 de Dezembro de 1994 se firmou o Proto-
de aceitação da iniciativa Argentina e então começava a colo de Ouro Preto[12], que conferiu personalidade
formação do acordo, com objetivo de promover o de- jurídica ao bloco.
senvolvimento econômico de ambos os países e inte-
grá-los ao mundo. Para muitos a idéia de integração na 1996-2005
América do Sul parecia mais uma abstração, devido as • Na data de 25 de junho de 1996, se firmou entre
várias experiências não bem sucedidas no passado, os países membros a Declaração presidencial
entretanto essa foi diferente. sobre a Consulta e Concentração Política dos Es-
tados Partes do Mercosul, e junto ao Chile e Bolí-
Tratado de Assunção via, a Declaração Presidencial sobre Compromis-
so Democrático no Mercosul. Estes instrumentos
Ver artigo principal: Tratado de Assunção se relacionam com as tentativas de golpe de esta-
do em abril no Paraguai e o decisivo rol julgado
Em 6 de julho de 1990, o presidente do Brasil, Fernan- pelo Mercosul para evitá-lo.
do Collor, e o da Argentina, Carlos Menem, assinaram a • Em 24 de julho de 1998 os quatro países mem-
Ata de Buenos Aires[10] de integração econômica entre bros junto a Bolívia e Chile firmam o Protocolo de
os dois países e em complemento a este, em 1991 foi Ushuaia[13] sobre o Compromisso Democrático.
assinado o Tratado de Assunção, com a entrada do • Em 10 de dezembro de 1998 os quatro presiden-
Uruguai e Paraguai, para a constituição do Mercosul. tes firmam a Declaração Sociolaboral do Merco-
O Tratado de Assunção foi um tratado assinado em 26 sul [14].
de março de 1991, entre a Argentina, Brasil, Paraguai e • Em 29 de junho de 2000 se aprovam as Decisões
Uruguai, com o objetivo de estabelecer um mercado referidas ao relançamento do Mercosul.
comum entre os países acordados, formando então o • Em 18 de fevereiro de 2002, mediante o Protocolo
popularmente conhecido Mercosul, Mercado comum do de Olivos se cria o Tribunal Permanente de Revi-
sul, ou em castelhano, Mercado común del sur. Mais são do Mercosul[15]. Este tem sede em Assunção
tarde, em 1994, o Protocolo de Ouro Preto foi assinado desde 2004.
como um complemento do Tratado, estabelecendo que • O Mercosul foi significativamente enfraquecido pelo
o Tratado de Assunção fosse reconhecido jurídica e colapso da economia argentina em 2002, com
internacionalmente como uma organização. isso, os Estados Unidos deixaram de ajudar a Ar-
gentina uma vez que esse país latino-americano
Cronologia do Mercosul não transmitia suficiente confiança aos mercados
internacionais, deixando de honrar seus compro-
1985-1990 missos financeiros em diversas ocasiões[16].
• Em 30 de novembro de 1985, os presidentes da • Em 2003, pela Decisão CMC Nº 11/03, cria-se a
Argentina e Brasil assinaram a Declaração de Foz Comissão de Representantes Permanentes do
de Iguaçu, pedra base do Mercosul. No ano de Mercosul (CRPM) com seu Presidente. O Presi-
2004, Argentina e Brasil resolveram conjuntamen- dente da CRPM permanece dois anos no cargo[17]
te que no dia 30 de novembro se comemorará o e o CMC podem estender o mandato por mais um
Dia da Amizade argentino-brasileira [11]; ano[18].
• Em 29 de julho de 1986 se firma a Ata para a Inte- • A partir de Julho de 2004 teve uma nova rodada de
gração Argentino-Brasileira. Mediante este instru- negociações. Entre outros tópicos, discutiu-se a
mento estabeleceu-se o Programa de Integração entrada do México no grupo[19]. Como resultado,
e Cooperação entre Argentina e Brasil (PICAB) fun- em 8 de dezembro de 2004 os países membros
dado nos princípios de gradualidade, flexibilida- assinaram a Declaração de Cuzco, que lançou as
de, simetria, equilíbrio, tratamento preferencial bases da Comunidade Sul-Americana de Nações,
frente a outros mercados, harmonização progres- entidade que unirá o Mercosul e o Pacto Andino
siva de políticas e participação do setor empresa- em uma zona de livre comércio continental[20].
rial. O núcleo do PICAB foram os protocolos setori- • Em dezembro de 2004, na Cúpula de Presidentes
ais em setores chaves; de Ouro Preto:
• Em 6 de abril de 1988 se firma a Ata do Alvorada,
mediante a qual Uruguai se junta ao processo de o estabeleceu-se o Fundo para a Conver-
integração regional; gência Estrutural do Mercosul (FOCEM)
• Em 29 de novembro de 1988 se celebra o Tratado de (Decisão CMC Nº 45/04), a fim de financi-
Integração, Cooperação e Desenvolvimento entre ar programas de convergência estrutural,
Argentina e Brasil, pelo qual se fixou um prazo de 10 competividade, coesão social e infra-es-
anos para a eliminação gradual das assimetrias; trutura institucional;
• Em 6 de julho de 1990 se firmou a Declaração de o criou-se o Grupo de Alto Nível (GAN) para
Buenos Aires, acelerando o cronograma de inte- a formulação de uma Estratégia MERCO-
gração e fixando a data de 31 de dezembro de 1994 SUL de Crescimento de Emprego;
para alcançar o mercado comum. o Encomendou-se a Comissão Parlamentar
Conjunta a redação de uma proposta de
1991-1995 Protocolo Constitutivo do Parlamento do
• Em 26 de março de 1991, Argentina, Brasil, Para- Mercosul.
guai e Uruguai firmam o Tratado de Assunção, que

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• Em 6 de julho de 2005 se firmou o Protocolo de 2004 mediante a assinatura do Acordo de Complemen-


Assunção sobre Direitos Humanos do Mercosul. tação Económica Mercosul-Colombia, Equador e Ve-
• Na Cúpula de Presidentes em Monteiro, dezembro nezuela (CMC Nº 59/04).
de 2005, por Decisão CMC 23/05, se aprovou o A Venezuela ratificou o protocolo de entrada em 4 de
Protocolo Constitutivo do Parlamento do Mercosul. julho de 2006. Durante a XXIX Conferência do Mercosul
em Montevidéu no dia 9 de dezembro de 2005, se otor-
A constituição do Parlamento teve lugar em 31 de
gou em status de Estado membro em processo de ade-
dezembro de 2006.
são, que em na prática significa que tinha voz mas não
• Em dezembro de 2005, a Venezuela protocolou seu voto. Uma vez que a Venezuela adotou o marco legal,
pedido de adesão ao Mercosul, e em 4 de julho de político e comercial do Mercosul na metade de 2006,
2006 seu ingresso ao bloco econômico foi firmou-se o protocolo para converter-se em Estado
formalizado em Caracas[21]. membro. (CMC nº 29/2005)
• Instalação do Parlamento em Montevidéu, em 7 de
maio de 2007. Livre residência e circulação de pessoas

2006 O Mercosul, Bolívia e Chile estabeleceram que todo esse


• Na Cúpula de Presidentes em Córdoba, julho de território constitui uma Área de Livre Residência com
2006, os itens abaixo ainda encontram-se em pro- direito ao trabalho para todos seus cidadãos, sem exi-
cesso de análise pelo Senado brasileiro: gência de outro requisito além da própria nacionalida-
de. A Área de Livre Residência foi establecida na reu-
o integrou-se a Venezuela como membro nião de cúpula de Presidentes em Brasília, mediante o
do Mercosul, contudo ainda depende de “Acordo sobre Residência para Nacionais dos Estados
aprovação interna; Membros do Mercosul, Bolívia e Chile” assinado em 6
o aprovou-se a Estratégia Mercosul de Cres- de dezembro de 2002[23].
cimento do Emprego (Decisão CMC Nº Cidadãos de quaisquer países do Mercosul, natos ou
04/06); naturalizados há pelo menos cinco anos, terão um pro-
o criou-se o Observatório da Democracia cesso simplificado na obtenção de residência tempo-
do Mercosul (Decisão CMC Nº 24/06); rária por até dois anos em outro país do bloco, tendo
o estabeleceu-se que a Argentina será sede como exigências o passaporte válido, certidão de nas-
permanente do Mercosul Cultural[22]; cimento, certidão negativa de antecedentes penais e,
dependendo do país, certificado médico de autoridade
Estados associados ao Mercosul migratória. De forma igualmente simples, sem neces-
O Mercosul tem como estados associados a Bolívia sidade de vistos ou emaranhadas burocracias, a resi-
(1996), Chile (1996), Peru (2003), Colômbia (2004) e dência temporária, no decurso do prazo, pode se trans-
Equador (2004). formar em residência permanente com a mera com-
Bolívia, Equador, Colômbia e Peru integram a Comuni- provação de meios de vida lícitos para o sustento pró-
dade Andina (CAN), bloco com que o Mercosul também prio e familiar.
firmará um acordo comercial. A simplicidade visa salientar um intercâmbio entre os
O status de membro associado se estabelece por acor- países, para uma real formação comunitária, tendo
do bilaterais, denominados Acordos de Complementa- assim expresso, além da facilidade de entrada, a ga-
ção Econômica, firmados entre o Mercosul e cada país rantia de direitos fundamentais de todos os que migra-
associado. Nesses acordos se estabelece um crono- rem de um país a outro. Além das liberdades civis -
grama para a criação de uma zona de livre comércio direito de ir e vir, ao trabalho, à associação, ao culto e
com os países do Mercosul e uma gradual redução de outros, do direito de reunião familiar de transferência
tarifas entre o Mercosul e os países firmantes. Além de de recursos, o Acordo faz avanços em duas áreas im-
poder participar na qualidade de convidado nas reuni- portantes: a trabalhista e a educacional.
ões dos organismos do Mercosul e efetuar convênios No caso dos direitos trabalhistas, existe uma clara de-
sobre matérias comuns. finição de igualdade na aplicação da legislação traba-
lhista, além do compromisso de acordos de reciproci-
dade em legislação previdenciária. Existe ainda uma
importante separação entre empregadores desones-
tos e direitos dos empregados: a migração forçada tra-
rá conseqüências aos empregadores, mas não afeta-
rá os direitos dos trabalhadores migrantes.
Ainda como ganho humano do Acordo está a relação
educacional dos filhos dos imigrantes ao amparo do
O Chile formaliza sua associação ao Mercosul em 25 Acordo, inserindo-os em igualdade de condições com
de junho de 1996, durante a X Reunião da Cúpula do os nacionais do país de recepção. Isso indica que a
Mercosul, na San Luis, Argentina, através da assinatura mesma garantia que um Estado é obrigado a dar a
do Acordo de Complementação Econômica Mercosul- seus cidadãos, também será obrigado em relação a
Chile. A Bolívia formalizou sua adesão na XI Reunião da qualquer cidadão dos países do Mercosul que habite
Cúpula em Fortaleza (Brasil), em 17 de dezembro de seu país.
1996, mediante a assinatura do Acordo de Comple- Embora a Área de Livre Residência e Trabalho não se
mentação Econômica Mercosul-Bolívia. O Peru formali- suporte completamente à livre circulacão de pessoas
za sua associação ao Mercosul em 2003 pela assina- (onde não se requer tramitação migratória alguma), os
tura do Acordo de Complementação Econômica Mer- sete países deram um grande passo e demostraram a
cosul-Peru (CMC Nº 39/03). A Colômbia, Equador e Ve- intenção de alcançar a plena liberdade de circulacão
nezuela formalizam sua associação ao Mercosul em de pessoas em todo o território.

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Estrutura do Mercosul Para dar apoio técnico a essa Estrutura Institucional, o


Estrutura organizacional do Mercosul. Fonte: Ministério Mercosul conta com a:
das Relações Exteriores do Brasil[24] (Clique sobre a • Secretaria do Mercosul (SM), que tem caráter per-
imagem para ampliar). manente e está sediada em Montevidéu, Uruguai.
Atualmente, a Secretaria está dividida em três se-
Com base no Protocolo de Ouro Preto[25], firmado em 17 tores, de acordo com a Resolução GMC Nº 01/03
de dezembro de 1994 e vigente desde 15 de dezembro do Grupo Mercado Comum.
de 1995, o Mercosul tem uma estrutura institucional
básica composta por: O Mercosul conta também com instâncias orgânicas
não decisórias como A Comissão Sociolaboral (CSL), o
• O Conselho do Mercado Comum (CMC), órgão
Fórum de Consulta e Concertação Política (FCCP), os
supremo cuja função é a condução política do pro-
Grupos de Alto Nível, os Subgrupos de Trabalho (SGT)
cesso de integração. O CMC é formado pelo Mi- dependentes do GMC, os Comitês Técnicos (CT) de-
nistros de Relações Exteriores e de Economia dos pendentes do CCM, o Observatório do Mercado de Tra-
estados-membros, que se pronunciam através de balho (OMT) dependente do SGT10, e o Fórum da Mu-
decisões. lher em âmbito do FCES.
• O Grupo Mercado Comum (GMC), órgão decisório Finalmente o Mercosul funciona habitualmente medi-
executivo, responsável de fixar os programas de ante Reuniões de Ministros (RM), Reuniões Especiali-
trabalho, e de negociar acordos com terceiros em zadas (RE), conferências, e Reuniões ad-hoc.
nome do MERCOSUL, por delegação expressa do
CMC. O GMC se pronuncia por Resoluções, e está Economia
integrado por representantes dos Ministérios de O valor estimado do PIB dos países membros do Mer-
Relações Exteriores e de Economia, e dos Ban- cosul ultilizando o critério de Paridade do Poder de Com-
cos Centrais dos Estados Parte. pra (PPC). É utilizada como unidade monetária o dólar
• A Comissão de Comércio do Mercosul (CCM), um internacional. Dados do Banco Mundial sobre PIB e
órgão decisório técnico, é o responsável por apoi- população [26].
ar o GMC no que diz respeito à política comercial
do bloco. Pronuncia-se por Diretivas. O valor estimado do PIB dos países membros do
Mercosul ultilizando o critério de Paridade do Poder de
Além disso, o Mercosul conta com outros órgãos con- Compra (PPC). É utilizada como unidade monetária o
dólar internacional. Dados do Banco Mundial sobre PIB
sultivos a saber:
e população[26].
• A Comissão Parlamentar Conjunta (CPC), órgão
de representação parlamentar, integrada por até
64 parlamentares, 16 de cada Estado Parte. A CPC
tem um caráter consultivo, deliberativo, e de for-
mulação de Declarações, Disposições e Reco-
mendações. Atualmente, está estudando a possi-
bilidade da futura instalação de um Parlamento do
Mercosul.
• O Foro Consultivo Econômico Social (FCES), é um
órgão consultivo que representa os setores da eco-
nomia e da sociedade, que se manifesta por Re-
comendações ao GMC.

Além disso, através da Dec. Nº 11/03, constituiu-se re-


centemente a:
• Comissão de Representantes Permanentes do
Mercosul (CRPM), que é um órgão permanente do
CMC, integrado por representantes de cada Esta-
do Parte e presidida por uma personalidade políti-
ca destacada de um dos países membros. Sua
função principal é apresentar iniciativas ao CMC
sobre temas relativos ao processo de integração,
as negociações externas e a conformação do Mer-
cado Comum.

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Comparação com outros blocos/países

Assimetrias de Mercado US$ 322,9 milhões contra um volume de importações


Atualmente o Mercosul possui um PIB de mais de 2,2 da ordem de US$ 358,64 milhões.
trilhões de dólares (base PPC), sendo que cerca 70% O desequilíbrio chegou ao ápice em 2006, quando a
deste valor corresponde ao Brasil. Logo as assimetri- corrente bilateral de comércio, de apenas US$ 1,52 bi-
as de mercados existentes no bloco são grandes. Isso lhão, teve saldo positivo de US$ 934,6 milhões para o
vem causando uma série de atritos dentro do bloco. Brasil. Em 2005, o comércio bilateral foi de US$ 1,28
Paraguai e Uruguai reenvidicam concessões econô- bilhão. Os produtos manufaturados representaram US$
micas afim de compensar as assimetrias de mercado 1,17 bilhão do US$ 1,23 bilhão exportados pelo Brasil
que sofrem. Em 2006, o intercâmbio comercial com para o Paraguai em 2006.
esses países foi quase 20 vezes menor que as trocas Lideram a pauta de exportações óleo diesel, fertilizan-
com a Argentina, outro integrante do bloco. tes, pneus e automóveis de carga. Milho em grão lidera
O intercâmbio comercial dentro do Mercosul tem au- a lista dos produtos comprados do Paraguai (23,93%
mentado muito, batendo recorde histórico em 2006. do total das importações). Em segundo lugar vem o
Este intercâmbio tem sido favorável ao Brasil. O país trigo, com 15,07% das importações, seguido de fari-
tem superávit comercial com todos os países mem- nhas, do óleo de soja, algodão apenas debulhado,
bros. grãos de soja, carne bovina desossada e couros.
Em 2006, a corrente de comércio do Brasil com o Uru- Quando o parceiro é a Argentina, o cenário é outro. Em
guai totalizou US$ 1,62 bilhão, contra US$ 1,34 bilhão 2006, as exportações brasileiras para o país vizinho
em 2005. Já o fluxo comercial com a Argentina foi de atingiram a cifra de US$ 11,7 bilhões – também priorita-
US$ 19,77 bilhões, contra US$ 16,15 bilhões no ano riamente produtos manufaturados, como automóveis,
anterior. Em 2006, o Brasil exportou US$ 1 bilhão para o celulares e autopeças. As importações totalizaram US$
Uruguai - 86% foram produtos manufaturados como 8,05 bilhões, tendo como principais produtos trigo, naf-
óleo diesel, automóveis, autopeças e celulares. As im- ta para petroquímica e automóveis.
portações, porém, ficaram em apenas US$ 618,22 mi- No caso da Venezuela a corrente de comércio com o
lhões – um superávit brasileiro de US$ 387,87 milhões. Brasil chegou a US$ 4,16 bilhões em 2006 contra US$
Os principais produtos comprados do Uruguai foram 2,47 bilhões no ano anterior, com superávit brasileiro
malte não torrado, garrafas plásticas, arroz, trigo, car- de US$ 2,96 bilhões. Mais uma vez, produtos manufa-
nes desossadas e leite em pó. turados lideram a lista de produtos exportados pelo
O desequilíbrio na corrente de comércio do Brasil com Brasil.
o Paraguai é ainda maior. Desde 1985, o país vizinho Automóveis, carne de frango e açúcar também lideram a
só obteve superávit uma vez, em 1989 – naquele ano, pauta. Com relação à importações brasileiras, 27,73%
as exportações brasileiras para o Paraguai ficaram em foram querosenes de aviação, 23,13% foram naftas para

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petroquímica. Óleo diesel vem em terceiro no ranking, Mercosul. Com este novo acordo, os produtos colombi-
com 10,95% das compras brasileiras. anos conseguiram um acesso preferencial ao Merco-
Durante a XXXII cúpula do Mercosul foi proposto pelo sul, uma vez que a Colômbia obteve a oportunidade de
Brasil a redução da TEC (tarifa externa comum) para importar matérias primas e bens de capital do Merco-
estes países. Tal proposta está em análise. sul a custos mais baixos, segundo o custo estabeleci-
do no Tratado de Livre Comércio.
Acordos com outros blocos
Existe um acordo com a Comunidade Andina, estabele- Tratado de Livre Comércio com Israel
cido no Acordo de Complementação Econômica firma- No dia 17 de dezembro de 2007, durante a XXXIV reu-
do entre a Comunidade Andina e o Mercosul[29]. Além da nião de cúpula do Mercado Comum do Sul e estados
cooperação econômica também existe um diálogo polí- associados realizada em Montevidéu, os presidentes
tico que abre possibilidades de negociação com todo os dos países membros do Mercosul assinaram um Tra-
membros do bloco Andino. tado de Livre Comércio (TLC) com Israel[30]. Este foi o
Em novembro de 2005 o Congresso Colombiano ratifi- primeiro TCL do Bloco desde sua fundação, e foi nego-
cou um Tratado de Livre Comércio (TLC) com o Merco- ciado durante dois anos. O tratado cobre 90% do fluxo
sul. O tratado é favorável a Colômbia, já que permite a comercial, com um cronograma de quatro fases para
este páis implantar instrumentos de proteção a agricul- remoção de restrições (imediata, 4, 8 e 10 anos). Pre-
tura local. Além do acesso ao Mercosul para os produtos vê-se que o intercâmbio comercial entre o Mercosul e
Colombianos, que aumenta o peso político da Colôm- Israel fique em torno de 47 milhões de dolares. Os prin-
bia nas negociações de livre comércio que estão sendo cipais produtos de exportação do Mercosul são com-
tratadas atualmente com os Estados Unidos. modities, grãos, calçados e aviões, já Israel exporta
Em 30 de dezembro de 2005, o presidente colombiano software, agroquímicos e produtos de alta tecnologia.
Álvaro Uribe firma a Lei 1.000, para a criação de uma O acordo não inclui a Venezuela, que se encontra em
zona de livre comércio entre a Comunidade Andina e o processo de conversão em membro pleno.

Idiomas
Os idiomas oficiais do Mercosul são o português, o castelhano e o guarani. A versão oficial dos documentos de
trabalho tem a do idioma do país sede de cada reunião.
Hoje o Português é o idioma mais falado no Mercosul, entretanto o castelhano é falado em todos os estados
membros, exceto o Brasil.

Atualmente está prevista não só a implantação de pro- A concepção original do Mercosul (Tratado de Assun-
gramas de trabalho para o fomento do ensino de espa- ção) não contemplava nenhum âmbito em tratar ques-
nhol e português como segunda língua, mas também tões socio-laborais, entretanto, desde o inicío, os sindi-
a realização de um programa de ensino dos idiomas catos do Mercosul representados pela Coordenadoria
oficiais do Mercosul, incorporados às propostas edu- de Sindicatos Centrais do Cone Sul, com o apoio ativo
cacionais dos países com o objetivo de inclusão nos dos ministérios do Trabalho, e um considerável setor
currículos. O plano prevê, ainda, o funcionamento de das organizações de empregadores, promulgaram em
planos e programas de formação de professores de criar espaços tripartes (ministérios de trabalho, empre-
espanhol e português em cada país-membro. gadores e sindicatos) para analisar, debater e decidir
Os ministérios de Cultura do Mercosul aprovaram, a mediante o diálogo social-regional, o impacto que a
pedido do Paraguai, a inclusão do guarani como idio- integração teria sobre os mercados de trabalho e as
ma oficial do bloco. A decisão foi um dos resultados da condições socio-laborais.
23ª Reunião de Ministros do Mercosul Cultural, no Rio Deste modo um ano depois de fundado o Mercosul cria-
de Janeiro, sancionada na XXXII cúpula do Mercosul, e se o Subgrupo de Trabalho para Assuntos Sociolabo-
igualou o guarani em condições com o português e rais, dependente do GMC, que no início recebia o nú-
castelhano. Contudo o guarani, ainda que goze do sta- mero “11”, mas a partir de 1995 foi nomeado defenitiva-
tus de língua oficial do bloco[31], carece de propagação mente como SGT10. O SGT10 se organizou com um
no mesmo. âmbito triparte (ministérios de trabalho, empregadores
e sindicatos) e há quem diga que tomou a forma de
Mercosul Sócio-laboral “uma OIT em miniatura”. Gerou uma frutífera cultura
Iguaçu, 30 de novembro de 2005, 20 anos de Mercosul: subregional de diálogo social que originou o que hoje
Lula, Sarney, Kirchner, Alfonsín. se conhece como Mercosul Sócio-laboral.

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A partir dos acordos derivados do diálogo social no • Difundir as ações do SEM nos sistemas educacio-
SGT10, o Mercosul foi adotando organismos e instru- nais nacionais, nas jurisdições responsáveis pela
mentos socio-laborais. gestão escolar, nas comunidades educacionais e
En 1994 cria-se o Foro Consultivo Econômico Social no conjunto da sociedade;
(FCES), mediante o Protocolo de Ouro Preto, integrado • Favorecer a circulação do conhecimento: manter
pelas organizações de empregadores, trabalhadores atualizada a informação promovida pelo órgão e
e a sociedade civil, em “representação dos setores eco- usar os espaços de comunicação e difusão para o
nômicos e sociais”; porém começa a funcionar efetiva- setor educacional;
mente em 1996. • Fortalecer os laços nacionais do SIC;
Em 1997 firma-se a primera norma de conteúdo socio- • Contar com políticas de informação, comunicação
laboral do Mercosul, o Acordo Multilateral de Segurida- e gestão do conhecimento, no âmbito educacional
de Social do Mercado Comum do Sul (que demorou regional.
anos para ser ratificado) e cria-se o Observatório do
Mercado de Trabalho, dependente do SGT10. REFERÊNCIAS
Em 1998 os quatro presidentes firmam a Declaração
Sociolaboral do Mercosul (DSL) [32], que em sua vez cria 1. ↑ Venezuela é Estado-Membro do Mercosul a partir
a Comissão Sociolaboral (CSL), de composição tripar- de 04 de Julho de 2006, acordo assinado em reu-
te, com o fim de seguir a aplicação da DSL. nião extraordinária em Caracas, Venezuela.
Em 2000 o Mercosul, junto à Bolívia e Chile, proclamam 2. ↑ Declaração de Iguaçú entre Brasil e Argentina
a Carta de Buenos Aires sobre Compromisso Social. 3. ↑ Tratado de Integração, Cooperação e Desenvol-
Em 2001, como consequência direta dos acordos tri- vimento entre o Governo do Brasil e Argentina
partes alcançados em matéria de formação profissio- 4. ↑ Artigo 1º do Tratado de Assunção: “Os Estados
nal na primera reunião da CSL, dita-se a primeira reso- Partes decidem constituir um Mercado Comum,
lução socio-laboral de aplicação direta aos países que deverá estar estabelecido a 31 de dezembro
membros (sem necessidade de ratificação), a Resolu- de 1994, e que se denominará “Mercado Comum
ção sobre Formacão Profissional que sanciona o GMC do Sul”.”
(Resolução 59/91). 5. ↑ O Conselho do Mercosul decidiu que a Bolívia e
Em 2003, pela primeira vez a CMC (organismo supre- o Chile são Estados-associados, conforme Art.4
mo do Mercosul), sanciona uma norma sócio-laboral 6. ↑ Assinatura do Protocolo de Olivos com o objetivo
(de aplicação direta), a Recomendação 01/03 estable- de solucionar controvérsias e de minimizar as suas
cendo o Repertório de Recomendações Práticas sobre diferenças.
Formação Profissional. No mesmo ano a CMC convoca 7. ↑ Itaipu pode ser sede da Universidade do Merco-
a Primeira Conferência Regional de Emprego que rea- sul pelo site Mercosul Educacional
liza-se em abril de 2004 com composição triparte (mi- 8. ↑ Artigo 1º do Decreto Nº 17/02 do CMC Os símbo-
nistros do trabalho, empregadores e sindicatos) e fina- los do Mercosul.
liza com uma importante recomendação dos Ministros 9. ↑ Declaração de Iguaçu entre Brasil e Argentina
do Trabalho sobre uma Estratégia do Mercosul para a 10. ↑ Ata de Buenos Aires na íntegra
criação de empregos. Em dezembro de 2004 decide- 11. ↑ Acordado pela Ata de Copacabana de 16 de mar-
se criar o Grupo de Alto Nível para a elaboração de ço de 2004
uma estratégia MERCOSUL dirigida ao crescimento do 12. ↑ Protocolo de Ouro Preto na íntegra
emprego. 13. ↑ Os Estados-Membros, Chile e Bolívia assinam o
Protocolo de Ushuaia
Educação 14. ↑ Declaração Sociolaboral na íntegra
O Setor Educacional do Mercosul (SEM) foi criado a par- 15. ↑ Protocolo de Olivos
tir da assinatura do protocolo de intenções por parte 16. ↑ Argentina busca apoio financeiro nos Estados
dos ministros da Educação. Desde sua criação reco- Unidos pelo site da BBC Brasil.
nheceu-se a importância da educação como estratégia 17. ↑ Sobre as responsabilidades do CRPM pelo site
para o desenvolvimento da integração econômica e oficial do Mercosul
cultural do Mercosul e o peso da informação para se 18. ↑ Atas das reuniões do Conselho do Mercado Co-
alcançarem esses objetivos, o que culminou com a cri- mum (CMC)
ação do Comitê Coordenador Técnico do Sistema de 19. ↑ México, em processo de conversão para estado
Informação e Comunicação. associado pelo jornal Bilaterals.org
20. ↑ Declaração de Cuzco.
De acordo com o Plano Estratégico 2006-2010 do SEM 21. ↑ Venezuela se torna Estado-Membro do Mercosul
as principais linhas de ação do SIC são: a partir de 04 de Julho de 2006
• Criação e atualização dos espaços virtuais para 22. ↑ Sede permanente do Mercosul Cultural: Artigo 1º
publicar os materiais e produtos surgidos nos di- do CMC 11/06
ferentes encontros e seminários; 23. ↑ Projeto de Acordo Nº 14/02: Sobre residência para
• Elaboração de indicadores de Educação Tecnoló- nacionais ods Estados Parte do Mercosul, Bolívia
gica pertinentes e, incorporação à publicação do e Chile.
sistema de Indicadores do Mercosul Educacional; 24. ↑ Organograma da Estrutura do Mercosul pelo site
• Publicação dos Indicadores de Educação Básica, do Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
Média e Educação Superior; 25. ↑Protocolo de Ouro Preto na íntegra
• Elaboração de um Glossário relativo à Educação 26. ↑ Banco Mundial, World Economic Outlook Data-
Técnica e a Educação Tecnológica; base, Outubro de 2007, para o ano de 2006.
• Difusão dos programas de intercâmbio existentes 27. ↑ Human Development Report 2007. Programa das
e as equivalências e protocolos acordados; Nações Unidas para o Desenvolvimento (2007).
28. ↑ CIA World Factbook 2004, IMF WEO Database.

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29. ↑ Decreto Nº 4.604 de 21 de Fevereiro de 2003. • Ambiente: a conscientização da fragilidade do


Acordo de Complementação Econômica nº 56, ambiente físico e os efeitos sobre a atividade hu-
entre a comunidade Andina e o Mercosul. mana e as decisões.
30. ↑ Mercosul assina tratado de livre-comércio com • Economia: sensibilidade aos limites e ao potencial do
Israel pelo Uol.com.br crescimento econômico e seu impacto na sociedade
31. ↑ * Artigo sobre a incorporação e oficialização do e no ambiente, com o comprometimento de reavaliar
idioma Guarani no Mercosul os níveis de consumo pessoais e da sociedade.
32. ↑ Declaração Sociolaboral do Mercosul • Cultura: é geralmente omitido como parte do DS
(Desenvolvimento Sustentável). Entretanto, valo-
BIBLIOGRAFIA res, diversidade, conhecimento, línguas e visões
de mundo associados à cultura formam um dos
• BÊRNI, D. A.. A marcha do Mercosul e a marcha da pilares do DS e uma das bases da EDS (Educa-
globalização. In. Reis, C. N. (0rg.): América Latina: ção para o Desenvolvimento Sustentável).
crescimento no comércio mundial e exclusão social..
Porto Alegre: Dacasa Editora/Palmarica, 2001. 275 p. RESPONSABILIDADE SÓCIO-AMBIENTAL
• BULMER-THOMAS, V.. A União Européia e o Merco- NA GESTÃO PÚBLICA
sul: perspectivas de um tratado de livre comércio e
suas implicações sobre os Estados Unidos. In. Reis, 1. Introdução
C. N. (0rg.):
Na última década, o ambiente de negócios se mostrou
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL bastante instável e turbulento, com a existência de mu-
danças drásticas no processo econômico e produtivo
Desenvolvimento Sustentável, segundo a Comissão mundial. Fatos como transformações na economia in-
Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CM- ternacional e globalização da produção e do consumo
MAD) da Organização das Nações Unidas, é aquele têm sido acompanhados de outras mudanças como,
que atende às necessidades presentes sem compro- por exemplo, um crescente grau de exigência dos con-
meter a possibilidade de que as gerações futuras sa- sumidores, que, por meio de seu poder de compra,
tisfaçam as suas próprias necessidades. estão buscando variedade de produtos e demonstran-
A idéia deriva do conceito de ecodesenvolvimento, pro- do a sua preocupação pela qualidade.
posto nos anos 1970 por Maurice Strong e Ignacy Sa- A emergência desse consumidor mais agressivo e exi-
chs, durante a Primeira Conferência das Nações Uni- gente reflete em grande parte as mudanças que a pró-
das sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Estocol- pria sociedade vem sofrendo quanto a valores e ideolo-
mo, 1972), a qual deu origem ao Programa das Na- gias e que envolvem suas expectativas em relação às
ções Unidas para o Meio Ambiente - PNUMA. empresas e aos negócios. As empresas têm refletido
Em 1987, a CMMAD, presidida pela Primeira-Ministra esta mudança no comportamento do consumidor, pas-
da Noruega, Gro Harlem Brundtland, adotou o conceito sando a incorporar em suas transações valores éticos
de Desenvolvimento Sustentável em seu relatório Our que alteram a forma tradicional de obter lucros. Deixam
Common Future (Nosso futuro comum), também co- de ser apenas produtores de bens e serviços e incorpo-
nhecido como Relatório Brundtland. ram gradualmente, como parte de sua responsabilida-
O conceito foi definitivamente incorporado como um de, a qualidade das relações com seus stakeholders.
princípio, durante a Conferência das Nações Unidas Surge, então, a questão da responsabilidade social
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Cúpula da como parte importante no desenvolvimento de estraté-
Terra de 1992 - Eco-92, no Rio de Janeiro. O Desenvol- gias competitivas, onde as empresas desempenham
vimento Sustentável busca o equilíbrio entre proteção um papel proativo, implementando mudanças concei-
ambiental e desenvolvimento econômico e serviu como tuais em seus procedimentos e agindo de forma cons-
base para a formulação da Agenda 21, com a qual mais ciente, sozinhas ou em parceria com ONGs ou gover-
de 170 países se comprometeram, por ocasião da no. Por meio de ações socialmente responsáveis bus-
Conferência. Trata-se de um abrangente conjunto de cam o crescimento e a satisfação do cliente.
metas para a criação de um mundo, enfim, equilibrado. Para sustentar sua vantagem competitiva, cada vez mais
A Declaração de Política de 2002 da Cúpula Mundial as empresas estão estabelecendo múltiplas alianças
sobre Desenvolvimento Sustentável, realizada em Joa- de diferentes tipos, criando redes. Macedo-Soares
nesburgo, afirma que o Desenvolvimento Sustentável é (2002) observa que as alianças e as redes têm sido
construído sobre “três pilares interdependentes e mu- consideradas uma das opções mais adequadas para
tuamente sustentadores” — desenvolvimento econô- lidar com as atuais exigências do mercado, demasia-
mico, desenvolvimento social e proteção ambiental. das para uma empresa isolada.
Esse paradigma reconhece a complexidade e o inter- A atuação em redes de relacionamento estratégicas,
relacionamento de questões críticas como pobreza, tais como joint ventures e outros tipos de alianças, traz
desperdício, degradação ambiental, decadência urba- um novo desafio às empresas que buscam uma pos-
na, crescimento populacional, igualdade de gêneros, tura de responsabilidade socioambiental perante os
saúde, conflito e violência aos direitos humanos. stakeholders. Gulati, Nohria e Zaheer (2000) reforçam
O PII (Projeto de Implementação Internacional) apre- que as redes de relacionamento nas quais as empre-
senta quatro elementos principais do Desenvolvimen- sas estão inseridas influenciam fortemente sua con-
to Sustentável — sociedade, ambiente, economia e duta e performance. Assim, o alinhamento da respon-
cultura. sabilidade socioambiental às estratégias das diferen-
• Sociedade: uma compreensão das instituições tes parcerias torna-se crítica e complexa.
sociais e seu papel na transformação e no desen- No entanto, apesar da importância crescente dessas
volvimento. configurações em redes para a performance e a con-
duta das empresas, a dimensão relacional voltada para

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a responsabilidade socioambiental tem sido pouco in- Responsabilidade social pode ser definida como
vestigada pelos estudiosos em gestão estratégica. o compromisso que uma organização deve ter
Este artigo evidencia a importância de conduzir análi- para com a sociedade, expresso por meio de atos
ses estratégicas sob a ótica relacional, ou seja, que e atitudes que a afetem positivamente, (...), agin-
levam em conta as implicações estratégicas dos rela- do proativamente e coerentemente no que tange
cionamentos e redes formadas por estes nos quais a a seu papel específico na sociedade e a sua pres-
organização atua, e mostrar que essa ótica, no caso de tação de contas para com ela. A organização (...)
empresas orientadas para a responsabilidade socio- assume obrigações de caráter moral, além das
ambiental que operam em alianças/redes estratégicas, estabelecidas em lei, mesmo que não direta-
mente vinculadas a suas atividades, mas que
agrega valor com novos insights valiosos para sua to-
possam contribuir para o desenvolvimento sus-
mada de decisão estratégica.
tentável dos povos.
Na indústria de energia, modificações estruturais e gran-
des transformações têm ocorrido no sentido de estrei- Para Ashley (2002) e Melo Neto e Froes (1999), a res-
tar as relações entre os vários atores, com uma preo- ponsabilidade social assumiu recentemente novas
cupação grande com a responsabilidade socioambi- características e engloba, além dos públicos internos e
ental, devido às características específicas desse se- externos, a preservação do meio ambiente, como veto-
tor. Por isso, escolheu-se o caso da Petrobras para res que direcionam o investimento das empresas em
avaliar a adequação estratégica de empresas em re- responsabilidade social.
des voltadas para a responsabilidade socioambiental. Já Reinhardt (1999) argumenta que a preservação do
Em função da crescente importância da questão socio- meio ambiente não deve ser vista como uma questão
ambiental para a sustentação da vantagem competitiva de responsabilidade social. Para o autor, o investimen-
da Petrobras, é imperativo que essa dimensão seja to ambiental está intrinsecamente relacionado à sus-
aplicada de forma adequada nas alianças estratégicas tentabilidade do negócio; portanto, incluir essa variável
da empresa. no campo da responsabilidade social levaria a empre-
Este artigo está estruturado em quatro partes. A primei- sa a ignorar oportunidades e riscos resultantes dos
ra apresenta o referencial teórico da pesquisa e explica problemas ambientais.
a sua metodologia. Na segunda parte, descrevem-se O conceito de responsabilidade social corporativa
os resultados obtidos da avaliação da adequação da (CSR1) vem sofrendo ainda várias transições quanto à
estratégia atual da empresa sob estudo, limitando-se sua capacidade de operacionalização e mensuração,
à ótica relacional. Na terceira parte, esses resultados subdividindo-se em vertentes do conhecimento: res-
são discutidos para fazer recomendações para melho- ponsividade social corporativa (CSR2), retitude social
rar a adequação da estratégia em questão. Na última corporativa (CSR3) e performance social corporativa
parte levantam-se questões para futuras pesquisas. (CSP). Segundo Frederick (1994), o conceito de res-
ponsividade social corporativa (CSR2) apresentava um
2. Referencial teórico enfoque mais gerencial, implicando o desenvolvimen-
to de ferramentas que pudessem ser testadas e apli-
Responsabilidade socioambiental cadas nas organizações. A retitude social corporativa
A partir da década de 1970, a convergência de várias (CSR3) inclui a necessidade de uma ética normativa
forças econômicas levou alguns acadêmicos a reexa- para que a responsabilidade social corporativa possa
minarem a noção de “responsabilidade social corpora- vigorar na prática. Finalmente, a performance social
tiva”, definida nos seus primórdios pelo princípio da corporativa (CSP) é mais voltada para os resultados,
caridade, que exigia um auxílio dos indivíduos mais ri- com foco no impacto dos negócios para a sociedade.
cos aos menos afortunados da sociedade, diretamen- Com relação à responsabilidade socioambiental e per-
te ou com igrejas e fundos comunitários (Carnegie, apud formance da empresa, Hart (1997) afirma que as em-
Stoner e Freeman, 1985). presas precisam criar uma visão de economia global
Atualmente, os argumentos a favor da responsabilida- sustentável, ou seja, desenvolver estratégias e compe-
de social corporativa podem ser classificados na linha tências integradas com o meio ambiente, e, ao mesmo
ética e instrumental. Os argumentos éticos conside- tempo, coerentes com os problemas das diferentes eco-
ram dever das empresas praticar ações sociais por ser nomias (de mercado, de sobrevivência e da natureza).
uma atitude moralmente correta. Já a linha instrumen- Na próxima década, o desenvolvimento sustentável será
tal defende a responsabilidade social corporativa como uma das maiores oportunidades da história dos negó-
forma de trazer vantagem competitiva às empresas (Jo- cios e cabe aos executivos liderar este caminho. Se-
nes, 1996). gundo Hart (1997), as empresas devem assumir o pa-
Evoluindo na linha instrumental, Carroll (1999) propõe pel de educadoras, direcionando a preferência dos con-
uma visão mais abrangente, que inclui a cidadania sumidores por produtos e serviços consistentes com a
empresarial. Ele define quatro dimensões da respon- questão da sustentabilidade.
sabilidade social corporativa: econômica, legal, ética
e filantrópica. Assim, para ser socialmente responsá- Alianças estratégicas e responsabilidade socioambi-
vel, a organização deveria ser lucrativa, obedecer às ental
leis, ter uma atitude ética e, ainda, praticar atividade Como já evidenciado, as práticas de responsabilidade
de filantropia. social assumem cada vez mais importância nas em-
Apesar da divergência quanto ao mérito da responsa- presas, como forma de criar valor para todos os
bilidade social, autores contemporâneos consideram stakeholders. Nesse contexto, as alianças entre em-
que transformações no papel da empresa, governo e, presas de diferentes setores, em especial entre gran-
em especial, da sociedade, proporcionaram uma nova des organizações e empresas sem fins lucrativos, são
visão da questão. Para Ashley (2002:6): uma ferramenta crucial para incorporar o elemento so-
cial e o ambiental na estratégia corporativa.

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Pode-se definir alianças socioambientais como formas • um grupo ambiental pode ser um grande aliado
de relacionamento entre empresas envolvendo troca, no desenvolvimento de estratégias de responsa-
compartilhamento ou co-desenvolvimento de produtos, bilidade ambiental, fortalecendo laços com a soci-
tecnologia ou serviços, com o objetivo de implementar edade e instituições que fornecem recursos críti-
políticas e atividades que incluem pelo menos um par- cos para a performance da empresa;
ceiro sem fins lucrativos e objetivos não-econômicos, • alianças ambientais podem ajudar a empresa a
isto é, objetivos voltados para a melhoria do bem-estar estar de acordo com a legislação e questões am-
social e para a preservação do meio ambiente (Berger, bientais, antes que normas rígidas do governo
Cunningham e Drumwright, 2004; Hartman e Stafford, ameacem a sua posição no mercado;
1998; Gulati, 1998). • programas de responsabilidade ambiental podem
Hartman e Stafford (1998) citam ainda outros motivos melhorar a eficiência operacional da empresa, pela
que justificam uma aliança socioambiental, em espe- redução de custos;
cial com organizações sem fins lucrativos: • alianças ambientais podem gerar novas oportuni-
dades para produtos e tecnologias “verdes”.

Analisando a natureza das parcerias estratégicas, Austin (2000) classifica as alianças entre empresas e organiza-
ções sem fins lucrativos em três categorias: filantrópica (de caráter assistencial), transacional (relação bilateral na
qual o fluxo de valor tende a ir nas duas direções) e integrativa (na qual a relação se estrutura em torno da produção
conjunta de um bem ou serviço, numa cadeia comum de valor). À medida que a empresa e sua parceira avançam por
esse contínuo, cresce a complexidade, mas também a geração de valor para ambas as partes (quadro 1).

Rondinelli e London (2003) sugerem uma atenção redobrada para alianças voltadas para a área ambiental e social.
Como essas alianças são relativamente novas, ambos os parceiros têm pouca experiência no seu gerenciamento,
o que gera mais dificuldades em aspectos como confiança e compatibilidade de objetivos, em comparação às de
uma aliança comum.

Modelo strategic network analysis (SNA) para análise de adequação estratégica na ótica relacional
Em função da crescente importância de ter uma perspectiva, ao mesmo tempo, sistêmica, integrativa e relacional,
adotou-se como modelo conceitual nesta pesquisa o modelo strategic network analysis (SNA), de Macedo-Soares
(2002), para análises estratégicas na ótica relacional, no caso de empresas que atuam em alianças e redes. Esse
modelo foi construído a partir de uma série de arcabouços anteriores (Macedo-Soares e Chamone, 1994; Macedo-
Soares e Lucas, 1996), inspirados, inicialmente, na escola sociotécnica (Cherns, 1976) e, incorporando, posterior-
mente, alguns construtos de Austin (1990), de Porter (1980) e da escola baseada em recursos — RBV (Wernerfelt,
1984). Resultou, primeiro, em um modelo genérico integrativo (Modelo GI) para analisar as variáveis críticas internas
à empresa, em interação com as externas mais relevantes para avaliar sua adequação estratégica na ótica tradicio-
nal, ou seja, sem contemplar relacionamentos, tipo alianças e as redes formadas por elas (Macedo-Soares, 2000).
O modelo SNA evoluiu do Modelo GI ao incluir construtos pertinentes à análise relacional, notadamente, indicadores
relevantes para avaliar as implicações estratégicas das alianças e redes. Faz parte do ferramental SNA que inclui os
seguintes componentes:
• metodologia de análise — passos para realizar avaliações de adequação estratégica na ótica relacional;
• listas de referências — conjunto de construtos e indicadores para capturar e analisar os dados necessários a
essas avaliações;
• modelo SNA — arcabouço para auxiliar o mapeamento e a análise da rede estratégica da empresa.

Como a preocupação do modelo SNA é por definição com a rede, e o nível de análise é a empresa, ele foca a ego-rede
dessa empresa, auxiliando na concentração da análise nas características relacionais que têm as implicações

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estratégicas mais significativas para ela. O conceito de ego-rede foi adaptado da rede egocêntrica de Knoke (2001),
para análise no caso de uma empresa específica — focal. Refere-se à rede constituída pela empresa focal, por suas
alianças estratégicas principais e pelos laços significativos entre seus parceiros, no contexto de uma rede de valor
maior. Isso explica por que os atores que fazem parte dessa rede de valor, mas não são aqueles com os quais a
empresa tenha estabelecido alianças estratégicas, são chamados de outros atores estratégicos. Da mesma forma,
os fatores organizacionais e ambientais, relevantes para análises tradicionais, não são nomeados nesse modelo
para evitar tirar a atenção das dimensões relacionais.
Vale destacar que os construtos do ferramental SNA fundamentam-se nos trabalhos de Gulati, Nohria e Zaheer
(2000), Galaskiewicz e Zaheer (1999) e Knoke (2001) e contemplam as seguintes categorias de variáveis: estrutura
da rede, composição da rede, tipo de laço e gerenciamento da rede (quadro 2).

Conforme sugerem Gulati, Nohria e Zaheer (2000), no • passo 3 — identificação das características da
nível da empresa, cada uma dessas características ego-rede e a análise das suas implicações nos
pode ser considerada uma força ou uma fraqueza. For- níveis da indústria e da empresa, em termos de
ças são associadas a recursos únicos, valiosos, e difi- constituírem, respectivamente, oportunidades e
cilmente imitáveis sob a forma de capital social e infor- ameaças, forças e fraquezas;
macional que a rede pode proporcionar. Fraquezas são • passo 4 — avaliação da consistência dessas im-
ativos indesejáveis que acompanham o relacionamen- plicações com a estratégia, à luz do desempenho
to ou condições que dificultam sua implementação ou da empresa, de acordo com o conceito de ade-
sua gestão bem-sucedida. No nível da indústria, para a quação estratégica dinâmica (Zajac, Kraatz e Bres-
qual consideram-se as três primeiras dimensões, as ser, 2000);
implicações da rede se apresentam como oportunida- • passo 5 — definição de eventuais mudanças nos
des e ameaças (Macedo-Soares e Tauhata, 2002). fatores relacionais ou organizacionais para me-
A metodologia de análise estratégica SNA, restrita nes- lhorar ou criar as condições necessárias à ade-
te artigo à análise relacional, envolve os seis passos a quação estratégica dinâmica;
seguir: • passo 6 — tomada de decisão estratégica.
• passo 1 — caracterização da estratégia utilizando- Ajustes ou adoção de nova estratégia, conside-
se da tipologia de Mintzberg (1998), complemen- rando todos os stakeholders e a importância de
tando-a com os construtos de Fahey e Randall sustentar um desempenho superior.
(1998); Note que na pesquisa também foi conduzida uma aná-
• passo 2 — identificação e classificação das alian- lise “tradicional”. No artigo, apenas alguns dos seus
ças que constituem a rede estratégica da empre- resultados são apresentados na seção “Discussão”
sa, chamada de “ego-rede”; para fins de comparação com os relacionais.

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3. Metodologia Apesar desse artigo fazer uma análise histórica e com-


parativa do vitorioso modelo de bem-estar social sue-
O “estudo de caso” individual foi considerado o método co, como foi defendido por Gunnar Myrdal e foi implan-
de pesquisa mais adequado, pois consiste em uma tado em seu país, (a Suécia atingiu e manteve, por mais
investigação empírica que busca analisar, com profun- de sete décadas, os melhores Índices de Desenvolvi-
didade, fenômenos contemporâneos inseridos nos mento Humano -IDH do planeta), é preciso não alimen-
seus contextos específicos da vida real (Yin, 2005). tarmos ilusões: devido às imensas diferenças cultu-
Seguindo a estratégia de triangulação dos métodos de rais, sociais, demográficas, religiosas, geográficas e
Yin (2005), foram utilizados múltiplos meios e fontes econômicas que há entre o Brasil de hoje e a Suécia de
para a coleta de dados: 1932, não há a menor condição de se copiar o modelo
pesquisas documental e telematizada; sueco em nosso país.
levantamento de percepções com o auxílio de questio- Mas o modelo de desenvolvimento econômico e a base
nários semi-estruturados a serem respondidos pelos de sustentação financeira das políticas sociais no Bra-
gestores e profissionais do Centro de Pesquisa e De- sil têm sido organizados de forma incompatível com os
senvolvimento da Petrobras (Cenpes); ideais de universalização. Como corolário, tem-se uma
levantamento de percepções complementar por meio universalização que na prática é excludente.
de entrevistas com executivos e profissionais da área Em outras palavras, a política social brasileira, além de
sob estudo; ser insuficiente para cobrir as necessidades da popu-
levantamento de percepções de parceiros por meio de lação de mais baixa renda de maneira a evitar a perpe-
entrevistas com auxílio de roteiro semi-estruturado (uma tuação dos bolsões de pobreza e gerar novas riquezas,
ONG e duas universidades brasileiras, pelo critério da no conceito originalmente proposto por Gunnar Myrdal,
acessibilidade). não somente em termos de quantidade, mas também
Com base no conceito de alianças socioambientais de qualidade, exclui, na prática, os segmentos de alta e
mencionado anteriormente, delimitou-se o escopo do média renda, fator distintivo do tipo de universalismo
levantamento de percepções, com auxílio de questio- que se implantou na maioria dos países europeus na
nários estruturados, ao Cenpes, pois se verificou, por fase áurea do Estado do bem-estar social. Estes fazem
meio de levantamento documental e pesquisa prelimi- o uso cada vez mais freqüente dos sistemas privados
nar no campo, que a maioria dos projetos socioambi- autônomos, seja no campo da saúde, seja no campo
entais em parceria com universidades, instituições de das entidades (abertas ou fechadas) de previdência
pesquisa e empresas de consultoria estão concentra- privada.
dos nesse centro de pesquisas da Petrobras, devido à A Constituição de 1988 consagrou o ideário da univer-
própria natureza da pesquisa focada na proteção ao salização das políticas sociais no Brasil, numa fase
meio ambiente dessa unidade. onde as condições econômicas para chegar a um uni-
Quanto ao tratamento dos dados, adotaram-se méto- versalismo de fato se tornavam cada vez mais precári-
dos quantitativos e qualitativos. No caso do questioná- as; o Brasil passou toda a década de 1990 “dependu-
rio estruturado, as respostas foram tratadas segundo rado” em empréstimos do FMI e sujeito às regras do
métodos de estatística descritiva. Já as respostas às Consenso de Washington, que privilegia os interesses
perguntas abertas e os depoimentos dos entrevista- dos capitais financeiros internacionais e são avessas
dos nos dois levantamentos de percepções comple- a quaisquer políticas sociais. Sendo assim, crise eco-
mentares (profissionais do Cenpes e parceiros) foram nômica, crise nas finanças públicas e direitos constitu-
analisados por meio de técnicas de análise de conteú- cionais adquiridos passam a ser, desde meados dos
do, de maneira a complementar as informações en- anos 90, um dos conflitos a serem enfrentados numa
contradas pelas análises descritivas e checar sua con- eventual reforma do Estado. A crise do Estado do bem-
sistência, quando possível (Weber, 1994). estar social no Brasil chegou antes que ele pudesse
ser, de fato, implantado em sua plenitude.
O ESTADO BRASILEIRO E AS POLÍTICAS SOCIAIS O grande dilema do universalismo dos países euro-
DO TRABALHO – ASPECTOS CONCEITUAIS, peus, a partir da crise dos anos 70, consistia em man-
HISTÓRICOS E NORMATIVOS ter uma política social igual para iguais, num contexto
de aumento da heterogeneidade social. Tal condição
O Estado de Bem-Estar Social no Brasil só foi possível em função do alto grau de homogenei-
Ao longo dos anos 70 e 80, o Estado brasileiro busca dade conquistado através de políticas de rendas e po-
organizar um “‘arremedo’ de Estado de bem-estar so- líticas sociais desenvolvidas sob a égide do conceito
cial”, na tentativa de satisfazer algumas demandas da de cidadania nos anos 50 e 60. No entender de Esping-
população desprotegida. Entretanto, desde do início, Andersen, que definiu “três mundos” quanto às políti-
jamais o Brasil considerou os gastos com políticas so- cas de bem-estar social, foi o foco sueco no “produtivis-
ciais como “investimento” produtivo, no sentido preco- mo”, com suas políticas sociais concebidas para au-
nizado por Gunnar Myrdal, sendo a maior parte das po- mentar a capacidade produtiva dos indivíduos, (por
líticas adotadas no Brasil mais semelhantes às anti- oposição à visão neoliberal, que conceitualiza as polí-
gas políticas “assistencialistas” européias destinadas ticas sociais como sendo “custos” ou meras transfe-
mais a “remediar a pobreza” do que a políticas efetiva- rências de renda “daqueles que produzem para aque-
mente capazes de criar uma maior eficiência econômi- les que não produzem”) que permitiu à universalização
co-produtiva e assim gerar novas e maiores riquezas. A das políticas sociais na Suécia (Esping-Andersen,
criação do Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição 1990). Em países que não mantiveram esse foco “pro-
(INAN), do Funrural e, posteriormente, das Ações Inte- dutivista” em suas políticas sociais, onde a população
gradas de Saúde (AIS) do SUDS, do SUS, dos meca- ficou, em conseqüência, mais vulnerável aos efeitos do
nismos de seguro-desemprego, são exemplos claros discurso neoliberal, mesmo nos países mais ricos,
dessa “tentativa de marcha” rumo à frustrada universa- como os Estados Unidos, esta universalização dos
lização dos direitos sociais. benefícios sociais não foi obtida [3].

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0863 - INSS - Complemento 2010

No Brasil, a desigualdade social é de grandes propor-


ções. Dados de 1991 mostram que cerca de 30,7%
das famílias brasileiras recebiam renda total inferior a
dois salários mínimos. No Nordeste essa proporção
atingia 53%. Os 10% mais ricos no Brasil abarcavam
51,7% da renda, enquanto os 10% mais pobres fica-
vam somente com 0,7%. Cerca de 49,4% das pessoas
ocupadas não contribuíam para nenhum instituto de
previdência social.
Um primeiro programa de política econômica para ten-
tar diminuir as distorções causadas por essa desigual-
dade de renda exacerbada foi o PIS/PASEP. Na área
rural foram tomadas, na década de 1960, as primeiras
iniciativas para estender a cobertura previdenciária aos
trabalhadores rurais. O Estatuto do Trabalhador Rural,
de 2 de março de 1963, regulamentou os sindicatos
rurais, instituiu a obrigatoriedade do pagamento do
salário mínimo aos trabalhadores rurais e criou o Fun-
do de Assistência e Previdência do Trabalhador Rural -
FAPTR, posteriormente, em 1969, denominado FUN-
RURAL). Entretanto a cobertura previdenciária aos tra-
balhadores rurais só veio a se concretizar na prática
em 1969, já no governo militar, pois os recursos (finan-
ceiros e administrativos) necessários à sua efetivação
não haviam sido previstos na legislação original. Em
1971, no Governo do General Medici, foi lançado o Pro-
grama de Assistência Rural (PRORURAL), ligado ao
FUNRURAL, que previa benefícios de aposentadoria e
o aumento dos serviços de saúde até então concedi-
dos aos trabalhadores rurais. Entre outras medidas, o
PRORURAL previa a aposentadoria por velhice e por
invalidez para trabalhadores rurais maiores de 70 anos
de idade, no valor de ½ salário mínimo; pensão, equi-
valente a 70% da aposentadoria, e auxílio funeral, para
dependentes do beneficiário; serviços de saúde, inclu-
indo assistência médico-cirúrgico-hospitalar e trata-
mento odontológico; serviço social em geral. As mulhe-
res só seriam beneficiadas diretamente caso fossem
chefes de família (algo muito raro no Sul do Brasil) ou
assalariadas rurais. A efetividade do programa estava
garantida, uma vez que a legislação que o criou tam-
bém previu a forma de obtenção de recursos para sua
implementação. [4]
Mais recentemente, no governo Lula (2002-2010), fo-
ram implantados o Bolsa Família, que em 2006 aten-
deu 11 milhões de pessoas, e o projeto Renda básica
de cidadania que, embora agindo numa direção acer-
tada, foram apenas capazes de redistribuir menos de
1% do PIB brasileiro, e os valores distribuídos individu-
almente por esses programas ainda são nitidamente
insuficientes para alterar para melhor a capacidade pro-
dutiva dos seus beneficiários.

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NOÇÕES DE TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO


1 – Planejamento, Organização, Direção e Controle c) Organização no nível das tarefas e operações, tam-
(PODC) bém denominado Desenho de Cargos e Tarefas, reali-
zado mediante descrição e análise dos cargos.
Podemos considerar que o Planejamento, Organiza-
ção, Direção e Controle, constituem separadamente Direção – é a parte do processo administrativo que fun-
funções administrativas, quando analisadas de uma ciona como fonte propulsora, que tem a função de acio-
forma conjunta e total, passam a formar um processo nar e dinamizar a empresa, podemos afirmar ainda que
administrativo. Diante desta visão sistêmica, afirma- esta função administrativa está diretamente relaciona-
mos que os elementos do processo agem um sobre da com os recursos humanos da empresa. A direção é
os outros afetando os demais. a atividade que utiliza as relações interpessoais para
atender a todos os níveis da organização. A direção é
Este ciclo administrativo pode representar uma condi- considerada a mais complexa das funções administra-
ção de correção e melhoria contínuas utilizando para tivas, pois envolve, execução, comunicação, liderança e
tal a retroação. motivação.

Planejamento – é a função administrativa que permite A Direção pode dar-se em três níveis distintos:
antecipar quais os objetivos e metas que devem ser a) Direção no Nível Global – abrange a empresa na sua
alcançados, e a metodologia que será utilizada para totalidade (diretoria);
alcançá-los. Fica caracterizado que o Planejamento é b) Direção no Nível Departamental – abrange cada de-
meramente um modelo teórico para as ações futuras a partamento da empresa (gerência);
serem realizadas. c) Direção no Nível Operacional – abrange grupo de
pessoas ou tarefas (supervisão).
Dizemos que o Planejamento é forma pela qual identi-
ficamos a “situação presente” e projetamos a “situa- Controle - é a parte do processo administrativo que
ção futura”, temos a informação de “onde estamos ago- terá a função de verificar tudo o que foi estipulado nas
ra” e traçamos os objetivos pretendidos de “onde pre- fases anteriores, assim sendo, o controle pode definir
tendemos chegar”. os padrões de desempenho, a partir desta definição,
iniciar o processo de monitoramento, comparando o
Podemos ainda dizer que o Planejamento tem três ní- desempenho apresentado com os padrões definidos
veis que são: previamente, e conseqüentemente realizar as medidas
corretivas que se fizerem necessárias.
Planejamento Estratégico – é um planejamento que
possui uma forma genérica, tem uma forma sintética e O controle é um processo cíclico composto por quatro
abrangente. É traçado para Longo Prazo e tem uma fases, que são:
amplitude que aborda a empresa como um todo. 1) Estabelecer os padrões e/ou critérios;
2) Observar os desempenhos;
Planejamento Tático – é um pouco menos genérico 3) Comparação entre desempenho e os padrões esta-
que o estratégico, é mais detalhado, sendo ele traçado belecidos;
para médio prazo e aborda cada unidade da empresa 4) Ação corretiva
de forma separada.
Ética e Cidadania nas Organizações
Planejamento Operacional – é um planejamento deta-
lhado, específico e analítico, tem objetivos traçado para Como podemos observar no mundo contemporâneo,
curto prazo e aborda apenas cada operação ou tarefa. exigisse cada vez mais das pessoas e das organiza-
ções um comportamento ético para como todos os
Organização – também é parte integrante do processo “stakeholders”. O comportamento ético está baseado
administrativo, e tem como premissa básica, organi- numa espécie de teoria sobre a prática moral.
zar, estruturar e integrar os recursos à disposição de
sua administração. Nesse contexto, as empresas vem assumindo cada vez
mais seu papel junto a sociedade, visando a longevida-
Podemos dizer que à organização compete dividir o de de seus negócios, afirmamos que as empresas que
trabalho, agrupar as atividades a serem realizadas, não possuem um comportamento ético para com seus
determinar quem executará, disponibilizar os recursos parceiros (sócios, clientes, funcionários, fornecedores,
necessários para o desenvolvimento do que foi traça- governo etc) tem vida curta. Há um forte corrente que
do no planejamento e coordenar todos os esforços. visa cobrar mais sobre as questões de conservação,
cooperação, temas ambientais (desenvolvimento sus-
A organização pode ser analisada com base em três tentável) e outros, mas principalmente comportamento
níveis que são: o que chamamos de comportamento ético, com o qual
a) Organização em nível global, também denominado podemos classifica as empresas em:
de Desenho Organizacional, que pode ser do tipo Or- 1) Amoral – busca os lucros a qualquer preço e vê seus
ganização Linear, Organização Funcional ou Organiza- funcionários (colaboradores) como meras unidades
ção Linha-Staff; econômicas de produção;
b) Organização no nível departamental, também deno- 2) Legalista – apegadas a Lei, só adotam posturas éti-
minado Desenho Departamental ou simplesmente cas para evitar problemas legais;
departamentalização; 3) Receptiva – mostra-se responsável porque é conve-
niente e não porque é correto;
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4) Ética que Aflora – reconhece a existência de um con- Uma definição de caráter mais processual e dinâmico
trato social entre os negócios e a sociedade, passando é fornecida pelo lingüista russo Roman Jackobson, que
esta atitude para toda a corporação; define comunicação como sendo um processo relacio-
5) Ética – harmoniza tão perfeitamente lucros e ética nal em que um emissor, manipulando um determina-
que recompensa seus funcionários por se afastarem do código, elabora uma mensagem acerca de um de-
de ações comprometedoras, tem práticas educacionais terminado contexto, que é transmitida, por meio de um
voltadas para problemas éticos e dispõe de mentores canal específico, a um ou mais receptor(es).
para dar orientação moral aos novos empregados.
Constitui-se assim um processo caracterizado pela
Para que este aspecto ético seja implementado e con- presença de seis elementos:
siderado em todas as relações, se faz necessário que 1. Emissor – o sujeito que elabora e “emite”, envia, re-
haja o comprometimento primeiramente da Direção, mete a mensagem a outro;
sendo passado e assumido como parte ativa da políti- 2. Código – a combinação de linguagens e signos que
ca da empresa. serão usados na elaboração da mensagem;
3. Mensagem – o “texto”, o conjunto de expressões e con-
teúdos que serão produzidos e remetidos ao receptor;
Princípios de Responsabilidade Sócio-ambiental 4. Contexto – o “referente”, o tema, o assunto ao qual a
mensagem se refere;
A Responsabilidade Socioambiental deve ser a essên- 5. Canal – o meio, a “mídia” que o emissor utiliza para a
cia dos negócios. Este processo não se realiza por meio transmissão da mensagem;
de ações isoladas, desvinculadas da operação empre- 6. Receptor(es) – o(s) sujeito(s) a quem a mensagem
sarial, mas envolve atividades e decisões intimamente é enviada, a quem cabe recebê-la (física e cognitiva-
associadas à forma como a empresa interage com a mente) e a interpretar.
sociedade em que está inserida.
Mais do que um compromisso negocial, as empresas Observe que, nos processos de comunicação estabe-
assumem um compromisso com o futuro. E o futuro lecidos entre organização e clientes, as posições de
deve ser construído hoje, de forma consciente e positi- emissor e receptor são permutáveis: ora é a organiza-
va (desenvolvimento sustentável). Por isso, todas as ção quem toma a “palavra”, propondo uma compra, trans-
atividades devem envolver um grande cuidado com o mitindo uma informação, fixando metas e oferecendo
meio ambiente, funcionários, comunidades, clientes, incentivos, por exemplo; ora é um ou outro cliente quem
fornecedores e consumidores. “fala”, manifestando expectativas, reivindicando direitos,
Por meio da Responsabilidade Socioambiental, o aper- avaliando serviços, cobrando atitudes.
feiçoamento dos produtos e processos deve ser contí-
nuo, diminuindo os possíveis impactos ambientais e Esta “reversibilidade” de papéis, em que os sujeitos se
promovendo o bem estar das comunidades. alternam nas posições de emissor e receptor, não deve
no entanto ser confundido com o feedback, que é o
De um modo mais completo a Responsabilidade Sóci- retorno, o sinal, dado ao emissor pelo receptor, de
oambiental vem substituir a Responsabilidade Social, que a mensagem foi devidamente recebida.
que tinha um universo mais limitado. A Responsabili-
dade Sócioambiental pode ser vista como sendo um Gerenciar a comunicação organizacional implica admi-
processo contínuo e progressivo de envolvimento e nistrar os diferentes posicionamentos e ações da or-
desenvolvimento de competências cidadãs da empre- ganização nas várias circunstâncias em que se realiza
sa, com a assunção de responsabilidades sobre ques- esse processo.
tões sociais e ambientais relacionadas a todos.
O primeiro passo neste sentido é a identificação dos
A pressão das comunidades tem sido fator decisivo na diferentes sujeitos com quem a organização se relaci-
mudança de comportamento das empresas, para as ona (ou deve se relacionar). Estes são os stakehol-
mesmas respondam por questões socioambientais e ders (definidos como o conjunto de sujeitos, individu-
ainda há cobrança pelos princípios fundamentais de ais ou coletivos, naturais ou jurídicos, que tenham al-
coerência, justiça e respeito aos direitos humanos e ao gum interesse em quaisquer processos e/ou resulta-
ambiente em que vive. dos organizacionais), os clientes externos e internos
com quem são estabelecidos quaisquer relacionamen-
As empresas devem estar voltadas para mudar o com- tos de valor e que serão agrupados em dois conjuntos
portamento, voltando-se para as preocupações sócio- de públicos: internos e externos.
ambientais, no que tange aos impactos ambientais, e
somente através de um projeto de educação, treina- Os públicos internos correspondem aos diferentes cli-
mento e capacitação profissional será possível come- entes internos já mencionados aqui, isto é, aos diferen-
çar a busca da qualidade socioambiental. tes sujeitos que integram a organização, e será a eles
que se dirigirão os esforços de comunicação interna.
COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL
É importante lembrar que esses públicos não são ho-
Comecemos esta seção por uma definição do que seja mogêneos. Entre eles estão diretores, associados, fun-
comunicação. Em termos gerais, pode-se dizer que a cionários de diferentes níveis hierárquicos, em relação
comunicação é o princípio que organiza a relação entre aos quais é comum a organização ter políticas de rela-
dois sujeitos, que torna possível tal relação, mediando cionamento específicas, em razão de os interesses
o contato e as trocas operadas entre ambos. recíprocos serem particulares em cada caso.
É necessário, portanto, discriminar cuidadosamente
os diferentes públicos internos, definir as políticas de

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relacionamento específicas para cada um deles (ba- ATENDIMENTO AO CLIENTE


seando-se, claro, no interesses envolvidos em cada
caso) e, a partir daí, definir diferentes objetivos, políti- Conceito
cas e programas de comunicação interna.
Cliente é o indivíduo ou empresa que busca no merca-
Lembre-se porém de que a necessidade acima deve do produto ou serviço que irá satisfazer as suas neces-
ser considerada cuidadosamente, não podendo haver sidades ou expectativas.
contradições em relação a um princípio fundamental: a
comunicação interna deve ser integrada e integrativa, Podemos resumir as relações de mercado com a se-
isto é, não pode ser uma espécie de “Frankenstein”, guinte trilogia:
uma massa informe e indefinida de ações, que trate de
forma desarmônica, desarticulada e desproporcional O cliente e o mundo globalizado
os diferentes públicos.
O mundo globalizado gera uma infinidade de no-
É preciso que haja uma gestão integrada da comuni- vos produtos que lançados no mercado buscam alcan-
cação, de modo a, mesmo considerando as diferen- çar uma diversidade de cliente, desde as mais varia-
ças e especificidades de cada público, ela seja um fa- das camadas sociais, segmentos religiosos, poder
tor de integração, não de divisão interna. aquisitivo, nível cultural etc. Para atender a essa multi-
plicidade de clientela, o mercado criou novas estratégi-
Essa integração implica um conjunto de valores, princí- as para atender a esse público. Entre elas destacamos
pios, posturas e atitudes fundamentais que devem ori- a venda porta-a-porta ( apesar de tradicional apresenta
entar todos os processos de comunicação interna. bons resultados); a via telefônica ( telemarketing) e a
via internet, que vem superando a chamada venda tra-
Além disso, é fundamental que haja uma identidade dicional de mercado. Não podemos esquecer do novo
também na maneira como a empresa se apresenta segmento de lojas que ficam abertas vinte e quatro
aos seus públicos, nas diferentes mídias que utiliza. É horas para atender ao cliente que precisa de horário
importante a padronização de mídias, elementos de especial para realizar as suas compras.
identificação visual, layout, além da manutenção de uma Um outro fator importante do cliente moderno, é o
coerência discursiva que perpasse todas os progra- seu grau de exigências na hora de consumir o produto/
mas e peças de comunicação. serviço, já que os programas de qualidade proporcio-
nam ao cliente a condição de obter o melhor produto/
Finalmente, é necessário ainda salientar a importância serviço que atendam as suas necessidades e expecta-
de se adotar canais, fluxos e processos de comunica- tivas, inclusive com atendimento diferenciado em to-
ção que estimulem o diálogo, a interlocução com (e dos os processos na hora da compra.
entre) os diferentes públicos internos, que permitam a
busca e a formação de consensos, a gestão adequada Tipos de cliente
de conflitos e divergências.
Na linguagem de administração moderna identifica-
É a gestão integrada de tais canais, fluxos e processos mos dois tipos de clientes:
comunicacionais (seja do ponto de vista mais geral da
organização e seus públicos internos, seja da pers- A) Cliente Interno – É o elemento ou setor que poten-
pectiva de cada instância organizacional específica com cialmente é ou será atendido dentro de uma empresa.
seus respectivos públicos) o elemento que torna pos- B) Cliente Externo – É o indivíduo ou empresa que
sível a integração organizacional. será atendido no mercado diante de suas necessida-
des e expectativas.
Um dos projetos constantes no Plano Diretor da Refor-
ma do Aparelho do Estado é o Projeto Cidadão, apre- Formas de tratar os clientes:
sentado a seguir: O primeiro passo importante, no trato com o cliente, é
eliminar qualquer tipo de preconceito quanto à sua pos-
“Esse projeto tem como objetivo aperfeiçoar as rela- tura (aparência em geral), religião, grupo étnico ou ori-
ções entre os órgãos da Administração Pública e os gem social.
cidadãos, no âmbito de suas atribuições institucionais, A melhor maneira de tratar o cliente é demonstrar que
atendendo à diretriz do Projeto de Reforma do Estado, ele é importante em todos os sentidos.
de localização das ações nas necessidades do cida-
dão, atuando nas seguintes áreas: O Cliente sempre quer ser atendido com:
· simplificação de obrigações de natureza burocrática
instituídas pelo aparelho do Estado, com que se de- a) Eficiência
fronta o cidadão do nascimento à sua morte; • atendido naquilo que ele realmente deseja – não
tente “empurrar” algo que não lhe interessa;
Através das Experiências de Hawtorne e das experiên- • atenda da maneira mais educada desde o primei-
cias sobre liderança, identificou-se a necessidade de ro contato;
elevar a qualidade na comunicação que se apresenta- • sempre se coloque disponível ao cliente.
va como fator deficiente.
b) Rapidez
A comunicação pode ser definida como sendo a troca • atenda o cliente de forma rápida, dinâmica, sem
de informações entre os indivíduos, que requer um có- perder a qualidade no atendimento;
digo para formular uma mensagem e enviá-la a um • demonstre alegria, prazer em estar fazendo aquele
receptor. atendimento.

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c) Cortesia/gentileza CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR


• Seja gentil, prestativo e simpático (atencioso) com (LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990.)
o seu cliente;
• Mostre sempre ao cliente satisfação em atendê-lo. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Con-
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
A Busca de Novos Clientes
TÍTULO I
A busca de novos clientes pode se tornar mais eficaz Dos Direitos do Consumidor
com o uso de uma série de conceitos e técnicas, de CAPÍTULO I
acordo com o tipo de cliente: Disposições Gerais

A) Cliente em potencial: Art. 1° O presente código estabelece normas de prote-


Um cliente potencial é alguém que precisa de seu ção e defesa do consumidor, de ordem pública e inte-
produto e é capaz de comprá-lo. Isso significa que um resse social, nos termos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170,
cliente potencial deve ter condições financeiras e auto- inciso V, da Constituição Federal e art. 48 de suas Dis-
ridade necessária para comprar seu produto. posições Transitórias.
Nem todos são clientes potenciais para todos os Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica
produtos. que adquire ou utiliza produto ou serviço como desti-
natário final.
B) Clientes possíveis: Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletivi-
Um cliente possível é alguém que talvez queira com- dade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja
prar seu produto.Para ser um cliente possível, uma pes- intervindo nas relações de consumo.
soa ou uma organização deve ter uma necessidade que Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pú-
poderia ser satisfeita por seu produto ou serviço. blica ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os
entes despersonalizados, que desenvolvem atividade
Observação: Chamamos de prospecção o processo de produção, montagem, criação, construção, transfor-
de procura de clientes potenciais para atender a seg- mação, importação, exportação, distribuição ou comer-
mento de mercado pouco explorado ou que se pensa cialização de produtos ou prestação de serviços.
em implantar. § 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material
ou imaterial.
Fatores que valorizam o cliente § 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de
consumo, mediante remuneração, inclusive as de natu-
Todo cliente tem implicitamente alguns valores que reza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as
esperam do mercado, são eles: decorrentes das relações de caráter trabalhista.

A) Variedade - Nos pontos de venda, a oferta de pro- CAPÍTULO II


dutos de cada categoria deve contemplar diferentes Da Política Nacional de Relações de Consumo
marcas e formas de apresentação;
B) Limpeza - Em atividades do varejo, restaurantes, Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo
hotéis, supermercados e padarias, o ambiente deve tem por objetivo o atendimento das necessidades dos
estar limpo e cheiroso; consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e
C) Confiabilidade - Atendimento preciso e consistente segurança, a proteção de seus interesses econômi-
assegura confiabilidade. Contribuem também o pronto cos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a
atendimento e a atenção individualizada, por telefone, transparência e harmonia das relações de consumo,
contato direto do vendendor ou do balconista na loja; atendidos os seguintes princípios: (Redação dada pela
D) Localização da loja - Além de estar próxima do Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
consumidor, é importante que a loja ofereça acesso e I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor
estacionamento fáceis e seguros. no mercado de consumo;
II - ação governamental no sentido de proteger efetiva-
Clientes e a Qualidade do Produto mente o consumidor:
a) por iniciativa direta;
O Código de Defesa ao Consumidor introduziu novo b) por incentivos à criação e desenvolvimento de asso-
conceito de respeito pelo consumidor, cliente de seus ciações representativas;
direitos e das obrigações dos fornecedores. Como con- c) pela presença do Estado no mercado de consumo;
seqüência, ocorreram mudanças até mesmo nas em- d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões
balagens dos produtos e na qualidade das informa- adequados de qualidade, segurança, durabilidade e
ções prestadas pelas empresas. desempenho.
III - harmonização dos interesses dos participantes das
relações de consumo e compatibilização da proteção
do consumidor com a necessidade de desenvolvimen-
to econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os
princípios nos quais se funda a ordem econômica (art.
170, da Constituição Federal), sempre com base na
boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e
fornecedores;
IV - educação e informação de fornecedores e consu-
midores, quanto aos seus direitos e deveres, com vis-
tas à melhoria do mercado de consumo;

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V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios Art. 7° Os direitos previstos neste código não excluem
eficientes de controle de qualidade e segurança de pro- outros decorrentes de tratados ou convenções interna-
dutos e serviços, assim como de mecanismos alterna- cionais de que o Brasil seja signatário, da legislação
tivos de solução de conflitos de consumo; interna ordinária, de regulamentos expedidos pelas
VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusos autoridades administrativas competentes, bem como
praticados no mercado de consumo, inclusive a con- dos que derivem dos princípios gerais do direito, ana-
corrência desleal e utilização indevida de inventos e logia, costumes e eqüidade.
criações industriais das marcas e nomes comerciais e Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa, to-
signos distintivos, que possam causar prejuízos aos dos responderão solidariamente pela reparação dos
consumidores; danos previstos nas normas de consumo.
VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos;
VIII - estudo constante das modificações do mercado CAPÍTULO IV
de consumo. Da Qualidade de Produtos e Serviços, da Prevenção
Art. 5° Para a execução da Política Nacional das Rela- e da Reparação dos Danos
ções de Consumo, contará o poder público com os se-
guintes instrumentos, entre outros: SEÇÃO I
I - manutenção de assistência jurídica, integral e gratui- Da Proteção à Saúde e Segurança
ta para o consumidor carente;
II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do Art. 8° Os produtos e serviços colocados no mercado
Consumidor, no âmbito do Ministério Público; de consumo não acarretarão riscos à saúde ou segu-
III - criação de delegacias de polícia especializadas no rança dos consumidores, exceto os considerados nor-
atendimento de consumidores vítimas de infrações mais e previsíveis em decorrência de sua natureza e
penais de consumo; fruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquer
IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Cau- hipótese, a dar as informações necessárias e adequa-
sas e Varas Especializadas para a solução de litígios das a seu respeito.
de consumo; Parágrafo único. Em se tratando de produto industrial,
V - concessão de estímulos à criação e desenvolvimen- ao fabricante cabe prestar as informações a que se
to das Associações de Defesa do Consumidor. refere este artigo, através de impressos apropriados
§ 1° (V etado). que devam acompanhar o produto.
§ 2º (Vetado). Art. 9° O fornecedor de produtos e serviços potencial-
mente nocivos ou perigosos à saúde ou segurança
CAPÍTULO III deverá informar, de maneira ostensiva e adequada, a
Dos Direitos Básicos do Consumidor respeito da sua nocividade ou periculosidade, sem pre-
juízo da adoção de outras medidas cabíveis em cada
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: caso concreto.
I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mercado
riscos provocados por práticas no fornecimento de pro- de consumo produto ou serviço que sabe ou deveria
dutos e serviços considerados perigosos ou nocivos; saber apresentar alto grau de nocividade ou periculosi-
II - a educação e divulgação sobre o consumo adequa- dade à saúde ou segurança.
do dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade § 1° O fornecedor de produtos e serviços que, posteri-
de escolha e a igualdade nas contratações; ormente à sua introdução no mercado de consumo,
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes tiver conhecimento da periculosidade que apresentem,
produtos e serviços, com especificação correta de quan- deverá comunicar o fato imediatamente às autoridades
tidade, características, composição, qualidade e preço, competentes e aos consumidores, mediante anúncios
bem como sobre os riscos que apresentem; publicitários.
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusi- § 2° Os anúncios publicitários a que se refere o pará-
va, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem grafo anterior serão veiculados na imprensa, rádio e
como contra práticas e cláusulas abusivas ou impos- televisão, às expensas do fornecedor do produto ou
tas no fornecimento de produtos e serviços; serviço.
V - a modificação das cláusulas contratuais que esta- § 3° Sempre que tiverem conhecimento de periculosi-
beleçam prestações desproporcionais ou sua revisão dade de produtos ou serviços à saúde ou segurança
em razão de fatos supervenientes que as tornem ex- dos consumidores, a União, os Estados, o Distrito Fe-
cessivamente onerosas; deral e os Municípios deverão informá-los a respeito.
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimo- Art. 11. (Vetado).
niais e morais, individuais, coletivos e difusos; SEÇÃO II
VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos Da Responsabilidade pelo
com vistas à prevenção ou reparação de danos patri- Fato do Produto e do Serviço
moniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, as-
segurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou
aos necessitados; estrangeiro, e o importador respondem, independente-
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive mente da existência de culpa, pela reparação dos danos
com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no pro- causados aos consumidores por defeitos decorrentes
cesso civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas,
alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo manipulação, apresentação ou acondicionamento de
as regras ordinárias de experiências; seus produtos, bem como por informações insuficientes
IX - (Vetado); ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.
X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públi- § 1° O produto é defeituoso quando não oferece a segu-
cos em geral. rança que dele legitimamente se espera, levando-se em

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consideração as circunstâncias relevantes, entre as § 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de
quais: trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamente
I - sua apresentação; e à sua escolha:
II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam; I - a substituição do produto por outro da mesma espé-
III - a época em que foi colocado em circulação. cie, em perfeitas condições de uso;
§ 2º O produto não é considerado defeituoso pelo fato de II - a restituição imediata da quantia paga, monetaria-
outro de melhor qualidade ter sido colocado no mercado. mente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e
§ 3° O fabricante, o construtor , o produtor ou importador danos;
só não será responsabilizado quando provar: III - o abatimento proporcional do preço.
I - que não colocou o produto no mercado; § 2° Poderão as partes convencionar a redução ou
II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o ampliação do prazo previsto no parágrafo anterior, não
defeito inexiste; podendo ser inferior a sete nem superior a cento e oi-
III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. tenta dias. Nos contratos de adesão, a cláusula de pra-
Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos zo deverá ser convencionada em separado, por meio
termos do artigo anterior, quando: de manifestação expressa do consumidor.
I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador § 3° O consumidor poderá fazer uso imediato das alter-
não puderem ser identificados; nativas do § 1° deste artigo sempre que, em razão da
II - o produto for fornecido sem identificação clara do extensão do vício, a substituição das partes viciadas
seu fabricante, produtor, construtor ou importador; puder comprometer a qualidade ou características do
III - não conservar adequadamente os produtos pere- produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto es-
cíveis. sencial.
Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento ao § 4° Tendo o consumidor optado pela alternativa do
prejudicado poderá exercer o direito de regresso contra inciso I do § 1° deste artigo, e não sendo possível a
os demais responsáveis, segundo sua participação na substituição do bem, poderá haver substituição por outro
causação do evento danoso. de espécie, marca ou modelo diversos, mediante com-
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independen- plementação ou restituição de eventual diferença de
temente da existência de culpa, pela reparação dos da- preço, sem prejuízo do disposto nos incisos II e III do §
nos causados aos consumidores por defeitos relativos à 1° deste artigo.
prestação dos serviços, bem como por informações insu- § 5° No caso de fornecimento de produtos in natura,
ficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. será responsável perante o consumidor o fornecedor
§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segu- imediato, exceto quando identificado claramente seu
rança que o consumidor dele pode esperar, levando-se produtor.
em consideração as circunstâncias relevantes, entre § 6° São impróprios ao uso e consumo:
as quais: I - os produtos cujos prazos de validade estejam venci-
I - o modo de seu fornecimento; dos;
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se II - os produtos deteriorados, alterados, adulterados,
esperam; avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, noci-
III - a época em que foi fornecido. vos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em
§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela ado- desacordo com as normas regulamentares de fabrica-
ção de novas técnicas. ção, distribuição ou apresentação;
§ 3° O fornecedor de serviços só não será responsabi- III - os produtos que, por qualquer motivo, se revelem
lizado quando provar: inadequados ao fim a que se destinam.
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste; Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. pelos vícios de quantidade do produto sempre que, res-
§ 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais libe- peitadas as variações decorrentes de sua natureza, seu
rais será apurada mediante a verificação de culpa. conteúdo líquido for inferior às indicações constantes
Art. 15. (Vetado). do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de mensa-
Art. 16. (Vetado). gem publicitária, podendo o consumidor exigir, alterna-
Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos tivamente e à sua escolha:
consumidores todas as vítimas do evento. I - o abatimento proporcional do preço;
II - complementação do peso ou medida;
III - a substituição do produto por outro da mesma es-
pécie, marca ou modelo, sem os aludidos vícios;
SEÇÃO III IV - a restituição imediata da quantia paga, monetaria-
Da Responsabilidade por Vício mente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e
do Produto e do Serviço danos.
§ 1° Aplica-se a este artigo o disposto no § 4° do artigo
Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo du- anterior.
ráveis ou não duráveis respondem solidariamente pe- § 2° O fornecedor imediato será responsável quando
los vícios de qualidade ou quantidade que os tornem fizer a pesagem ou a medição e o instrumento utilizado
impróprios ou inadequados ao consumo a que se des- não estiver aferido segundo os padrões oficiais.
tinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aque- Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios
les decorrentes da disparidade, com a indicações cons- de qualidade que os tornem impróprios ao consumo
tantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles
mensagem publicitária, respeitadas as variações de- decorrentes da disparidade com as indicações cons-
correntes de sua natureza, podendo o consumidor exi- tantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o
gir a substituição das partes viciadas. consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:

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I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à repara-
quando cabível; ção pelos danos causados por fato do produto ou do
II - a restituição imediata da quantia paga, monetaria- serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-
mente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e se a contagem do prazo a partir do conhecimento do
danos; dano e de sua autoria.
III - o abatimento proporcional do preço. Parágrafo único. (Vetado).
§ 1° A reexecução dos serviços poderá ser confiada a
terceiros devidamente capacitados, por conta e risco SEÇÃO V
do fornecedor. Da Desconsideração da Personalidade Jurídica
§ 2° São impróprios os serviços que se mostrem ina-
dequados para os fins que razoavelmente deles se Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade
esperam, bem como aqueles que não atendam as nor- jurídica da sociedade quando, em detrimento do con-
mas regulamentares de prestabilidade. sumidor, houver abuso de direito, excesso de poder,
Art. 21. No fornecimento de serviços que tenham por infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatu-
objetivo a reparação de qualquer produto considerar- tos ou contrato social. A desconsideração também será
se-á implícita a obrigação do fornecedor de empregar efetivada quando houver falência, estado de insolvên-
componentes de reposição originais adequados e no- cia, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica pro-
vos, ou que mantenham as especificações técnicas do vocados por má administração.
fabricante, salvo, quanto a estes últimos, autorização § 1° (V etado).
em contrário do consumidor. § 2° As sociedades integrantes dos grupos societários e
Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, as sociedades controladas, são subsidiariamente res-
concessionárias, permissionárias ou sob qualquer ponsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.
outra forma de empreendimento, são obrigados a for- § 3° As sociedades consorciadas são solidariamente res-
necer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto ponsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.
aos essenciais, contínuos. § 4° As sociedades coligadas só responderão por culpa.
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total § 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa
ou parcial, das obrigações referidas neste artigo, serão jurídica sempre que sua personalidade for, de alguma
as pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a repa- forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causa-
rar os danos causados, na forma prevista neste código. dos aos consumidores.
Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre os vícios de
qualidade por inadequação dos produtos e serviços CAPÍTULO V
não o exime de responsabilidade. Das Práticas Comerciais
Art. 24. A garantia legal de adequação do produto ou SEÇÃO I
serviço independe de termo expresso, vedada a exone- Das Disposições Gerais
ração contratual do fornecedor.
Art. 25. É vedada a estipulação contratual de cláusula Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equi-
que impossibilite, exonere ou atenue a obrigação de param-se aos consumidores todas as pessoas deter-
indenizar prevista nesta e nas seções anteriores. mináveis ou não, expostas às práticas nele previstas.
§ 1° Havendo mais de um responsável pela causação
do dano, todos responderão solidariamente pela repa- SEÇÃO II
ração prevista nesta e nas seções anteriores. Da Oferta
§ 2° Sendo o dano causado por componente ou peça
incorporada ao produto ou serviço, são responsáveis Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente
solidários seu fabricante, construtor ou importador e o precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comuni-
que realizou a incorporação. cação com relação a produtos e serviços oferecidos ou
apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou
SEÇÃO IV dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado.
Da Decadência e da Prescrição Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços
devem assegurar informações corretas, claras, preci-
Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou sas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suas
de fácil constatação caduca em: características, qualidades, quantidade, composição,
I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e preço, garantia, prazos de validade e origem, entre ou-
de produtos não duráveis; tros dados, bem como sobre os riscos que apresentam
II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de servi- à saúde e segurança dos consumidores.
ço e de produtos duráveis. Parágrafo único. As informações de que trata este arti-
§ 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir go, nos produtos refrigerados oferecidos ao consumi-
da entrega efetiva do produto ou do término da execu- dor, serão gravadas de forma indelével. (Incluído pela
ção dos serviços. Lei nº 11.989, de 2009)
§ 2° Obstam a decadência: Art. 32. Os fabricantes e importadores deverão assegurar
I - a reclamação comprovadamente formulada pelo con- a oferta de componentes e peças de reposição enquanto
sumidor perante o fornecedor de produtos e serviços não cessar a fabricação ou importação do produto.
até a resposta negativa correspondente, que deve ser Parágrafo único. Cessadas a produção ou importação,
transmitida de forma inequívoca; a oferta deverá ser mantida por período razoável de tem-
II - (Vetado). po, na forma da lei.
III - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento. Art. 33. Em caso de oferta ou venda por telefone ou
§ 3° Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial ini- reembolso postal, deve constar o nome do fabricante e
cia-se no momento em que ficar evidenciado o defeito. endereço na embalagem, publicidade e em todos os
impressos utilizados na transação comercial.

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Parágrafo único. É proibida a publicidade de bens e VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orça-
serviços por telefone, quando a chamada for onerosa ao mento e autorização expressa do consumidor, ressalva-
consumidor que a origina. (Incluído pela Lei nº 11.800, das as decorrentes de práticas anteriores entre as partes;
de 2008). VII - repassar informação depreciativa, referente a ato
Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é solidaria- praticado pelo consumidor no exercício de seus direitos;
mente responsável pelos atos de seus prepostos ou VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produ-
representantes autônomos. to ou serviço em desacordo com as normas expedidas
Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas es-
cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o con- pecíficas não existirem, pela Associação Brasileira de
sumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha: Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo
I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos ter- Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qua-
mos da oferta, apresentação ou publicidade; lidade Industrial (Conmetro);
II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente; IX - recusar a venda de bens ou a prestação de servi-
III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quan- ços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los
tia eventualmente antecipada, monetariamente atuali- mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de
zada, e a perdas e danos. intermediação regulados em leis especiais; (Redação
dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)
SEÇÃO III X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou ser-
Da Publicidade viços. (Incluído pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)
XI - Dispositivo incluído pela MPV nº 1.890-67, de
Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o 22.10.1999, transformado em inciso XIII, quando da
consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal. converão na Lei nº 9.870, de 23.11.1999
Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de seus XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua
produtos ou serviços, manterá, em seu poder, para infor- obrigação ou deixar a fixação de seu termo inicial a seu
mação dos legítimos interessados, os dados fáticos, téc- exclusivo critério.(Incluído pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
nicos e científicos que dão sustentação à mensagem. XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do
Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva. legal ou contratualmente estabelecido. (Incluído pela
§ 1° É enganosa qualquer modalidade de informação Lei nº 9.870, de 23.11.1999)
ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parci- Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos
almente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo remetidos ou entregues ao consumidor, na hipótese
por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a prevista no inciso III, equiparam-se às amostras grátis,
respeito da natureza, características, qualidade, quan- inexistindo obrigação de pagamento.
tidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado a entre-
dados sobre produtos e serviços. gar ao consumidor orçamento prévio discriminando o
§ 2° É abusiva, dentre outras a publicidade discrimina- valor da mão-de-obra, dos materiais e equipamentos a
tória de qualquer natureza, a que incite à violência, ex- serem empregados, as condições de pagamento, bem
plore o medo ou a superstição, se aproveite da defici- como as datas de início e término dos serviços.
ência de julgamento e experiência da criança, desres- § 1º Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terá
peita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir validade pelo prazo de dez dias, contado de seu recebi-
o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou mento pelo consumidor.
perigosa à sua saúde ou segurança. § 2° Uma vez aprovado pelo consumidor , o orçamento
§ 3° Para os efeitos deste código, a publicidade é enga- obriga os contraentes e somente pode ser alterado
nosa por omissão quando deixar de informar sobre mediante livre negociação das partes.
dado essencial do produto ou serviço. § 3° O consumidor não responde por quaisquer ônus
§ 4° (V etado). ou acréscimos decorrentes da contratação de serviços
Art. 38. O ônus da prova da veracidade e correção da de terceiros não previstos no orçamento prévio.
informação ou comunicação publicitária cabe a quem Art. 41. No caso de fornecimento de produtos ou de
as patrocina. serviços sujeitos ao regime de controle ou de tabela-
mento de preços, os fornecedores deverão respeitar
SEÇÃO IV os limites oficiais sob pena de não o fazendo, respon-
Das Práticas Abusivas derem pela restituição da quantia recebida em exces-
so, monetariamente atualizada, podendo o consumi-
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou servi- dor exigir à sua escolha, o desfazimento do negócio,
ços, dentre outras práticas abusivas: (Redação dada sem prejuízo de outras sanções cabíveis.
pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)
SEÇÃO V
I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço
Da Cobrança de Dívidas
ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como,
sem justa causa, a limites quantitativos; Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadim-
II - recusar atendimento às demandas dos consumido- plente não será exposto a ridículo, nem será submeti-
res, na exata medida de suas disponibilidades de esto- do a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.
que, e, ainda, de conformidade com os usos e costumes; Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia
III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação indevida tem direito à repetição do indébito, por valor
prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço; igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de
IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, correção monetária e juros legais, salvo hipótese de
tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condi- engano justificável.
ção social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços; Art. 42-A. Em todos os documentos de cobrança de dé-
V - exigir do consumidor vantagem manifestamente ex- bitos apresentados ao consumidor, deverão constar o
cessiva; nome, o endereço e o número de inscrição no Cadastro

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de Pessoas Físicas – CPF ou no Cadastro Nacional de Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito
Pessoa Jurídica – CNPJ do fornecedor do produto ou ser- de arrependimento previsto neste artigo, os valores
viço correspondente. (Incluído pela Lei nº 12.039, de 2009) eventualmente pagos, a qualquer título, durante o pra-
zo de reflexão, serão devolvidos, de imediato, mone-
SEÇÃO VI tariamente atualizados.
Dos Bancos de Dados e Cadastros de Consumidores Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e
será conferida mediante termo escrito.
Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalente
86, terá acesso às informações existentes em cadas- deve ser padronizado e esclarecer, de maneira ade-
tros, fichas, registros e dados pessoais e de consumo quada em que consiste a mesma garantia, bem como
arquivados sobre ele, bem como sobre as suas res- a forma, o prazo e o lugar em que pode ser exercitada e
pectivas fontes. os ônus a cargo do consumidor, devendo ser-lhe entre-
§ 1° Os cadastros e dados de consumidores devem gue, devidamente preenchido pelo fornecedor, no ato
ser objetivos, claros, verdadeiros e em linguagem de do fornecimento, acompanhado de manual de instru-
fácil compreensão, não podendo conter informações ção, de instalação e uso do produto em linguagem di-
negativas referentes a período superior a cinco anos. dática, com ilustrações.
§ 2° A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pes-
soais e de consumo deverá ser comunicada por escri- SEÇÃO II
to ao consumidor, quando não solicitada por ele. Das Cláusulas Abusivas
§ 3° O consumidor , sempre que encontrar inexatidão Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as clá-
nos seus dados e cadastros, poderá exigir sua imedia- usulas contratuais relativas ao fornecimento de produ-
ta correção, devendo o arquivista, no prazo de cinco tos e serviços que:
dias úteis, comunicar a alteração aos eventuais desti- I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsa-
natários das informações incorretas. bilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza
§ 4° Os bancos de dados e cadastros relativos a consu- dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou dis-
midores, os serviços de proteção ao crédito e congêne- posição de direitos. Nas relações de consumo entre o
res são considerados entidades de caráter público. fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a indeniza-
§ 5° Consumada a prescrição relativa à cobrança de ção poderá ser limitada, em situações justificáveis;
débitos do consumidor, não serão fornecidas, pelos II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da
respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, quais- quantia já paga, nos casos previstos neste código;
quer informações que possam impedir ou dificultar novo III - transfiram responsabilidades a terceiros;
acesso ao crédito junto aos fornecedores. IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas,
Art. 44. Os órgãos públicos de defesa do consumidor abusivas, que coloquem o consumidor em desvanta-
manterão cadastros atualizados de reclamações fun- gem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé
damentadas contra fornecedores de produtos e servi- ou a eqüidade;
ços, devendo divulgá-lo pública e anualmente. A divul- V - (Vetado);
gação indicará se a reclamação foi atendida ou não VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuí-
pelo fornecedor. zo do consumidor;
§ 1° É facultado o acesso às informações lá constantes VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem;
para orientação e consulta por qualquer interessado. VIII - imponham representante para concluir ou realizar
§ 2° Aplicam-se a este artigo, no que couber, as mes- outro negócio jurídico pelo consumidor;
mas regras enunciadas no artigo anterior e as do pará- IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o
grafo único do art. 22 deste código. contrato, embora obrigando o consumidor;
Art. 45. (Vetado). X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente,
variação do preço de maneira unilateral;
CAPÍTULO VI XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateral-
Da Proteção Contratual mente, sem que igual direito seja conferido ao consumidor;
SEÇÃO I XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de
Disposições Gerais cobrança de sua obrigação, sem que igual direito lhe
seja conferido contra o fornecedor;
Art. 46. Os contratos que regulam as relações de con- XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmen-
sumo não obrigarão os consumidores, se não lhes for te o conteúdo ou a qualidade do contrato, após sua
dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de celebração;
seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos fo- XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas
rem redigidos de modo a dificultar a compreensão de ambientais;
seu sentido e alcance. XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção
Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas ao consumidor;
de maneira mais favorável ao consumidor. XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização
Art. 48. As declarações de vontade constantes de escritos por benfeitorias necessárias.
particulares, recibos e pré-contratos relativos às relações § 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a von-
de consumo vinculam o fornecedor, ensejando inclusive tade que:
execução específica, nos termos do art. 84 e parágrafos. I - ofende os princípios fundamentais do sistema jurídi-
Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no pra- co a que pertence;
zo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de II - restringe direitos ou obrigações fundamentais ine-
recebimento do produto ou serviço, sempre que a con- rentes à natureza do contrato, de tal modo a ameaçar
tratação de fornecimento de produtos e serviços ocor- seu objeto ou equilíbrio contratual;
rer fora do estabelecimento comercial, especialmente III - se mostra excessivamente onerosa para o consumi-
por telefone ou a domicílio. dor, considerando-se a natureza e conteúdo do contrato,

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o interesse das partes e outras circunstâncias peculia- CAPÍTULO VII


res ao caso. Das Sanções Administrativas
§ 2° A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não (Vide Lei nº 8.656, de 1993)
invalida o contrato, exceto quando de sua ausência,
apesar dos esforços de integração, decorrer ônus ex- Art. 55. A União, os Estados e o Distrito Federal, em
cessivo a qualquer das partes. caráter concorrente e nas suas respectivas áreas de
§ 3° (V etado). atuação administrativa, baixarão normas relativas à pro-
§ 4° É facultado a qualquer consumidor ou entidade dução, industrialização, distribuição e consumo de pro-
que o represente requerer ao Ministério Público que dutos e serviços.
ajuíze a competente ação para ser declarada a nulida- § 1° A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
de de cláusula contratual que contrarie o disposto nes- pios fiscalizarão e controlarão a produção, industriali-
te código ou de qualquer forma não assegure o justo zação, distribuição, a publicidade de produtos e servi-
equilíbrio entre direitos e obrigações das partes. ços e o mercado de consumo, no interesse da preser-
Art. 52. No fornecimento de produtos ou serviços que vação da vida, da saúde, da segurança, da informação
envolva outorga de crédito ou concessão de financia- e do bem-estar do consumidor, baixando as normas
mento ao consumidor, o fornecedor deverá, entre outros que se fizerem necessárias.
requisitos, informá-lo prévia e adequadamente sobre: § 2° (V etado).
I - preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional; § 3° Os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal
II - montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual e municipais com atribuições para fiscalizar e controlar
de juros; o mercado de consumo manterão comissões perma-
III - acréscimos legalmente previstos; nentes para elaboração, revisão e atualização das nor-
IV - número e periodicidade das prestações; mas referidas no § 1°, sendo obrigatória a participação
V - soma total a pagar, com e sem financiamento. dos consumidores e fornecedores.
§ 1° As multas de mora decorrentes do inadimplemen- § 4° Os órgãos oficiais poderão expedir notificações
to de obrigações no seu termo não poderão ser superi- aos fornecedores para que, sob pena de desobediên-
ores a dois por cento do valor da prestação.(Redação cia, prestem informações sobre questões de interesse
dada pela Lei nº 9.298, de 1º.8.1996) do consumidor, resguardado o segredo industrial.
§ 2º É assegurado ao consumidor a liquidação anteci- Art. 56. As infrações das normas de defesa do consu-
pada do débito, total ou parcialmente, mediante redu- midor ficam sujeitas, conforme o caso, às seguintes
ção proporcional dos juros e demais acréscimos. sanções administrativas, sem prejuízo das de natureza
§ 3º (Vetado). civil, penal e das definidas em normas específicas:
Art. 53. Nos contratos de compra e venda de móveis ou I - multa;
imóveis mediante pagamento em prestações, bem como II - apreensão do produto;
nas alienações fiduciárias em garantia, consideram-se III - inutilização do produto;
nulas de pleno direito as cláusulas que estabeleçam a IV - cassação do registro do produto junto ao órgão
perda total das prestações pagas em benefício do credor competente;
que, em razão do inadimplemento, pleitear a resolução V - proibição de fabricação do produto;
do contrato e a retomada do produto alienado. VI - suspensão de fornecimento de produtos ou serviço;
§ 1° (V etado). VII - suspensão temporária de atividade;
§ 2º Nos contratos do sistema de consórcio de produtos VIII - revogação de concessão ou permissão de uso;
duráveis, a compensação ou a restituição das parcelas IX - cassação de licença do estabelecimento ou de ati-
quitadas, na forma deste artigo, terá descontada, além da vidade;
vantagem econômica auferida com a fruição, os prejuí- X - interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de
zos que o desistente ou inadimplente causar ao grupo. obra ou de atividade;
§ 3° Os contratos de que trata o caput deste artigo se- XI - intervenção administrativa;
rão expressos em moeda corrente nacional. XII - imposição de contrapropaganda.
Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo se-
SEÇÃO III rão aplicadas pela autoridade administrativa, no âmbi-
Dos Contratos de Adesão to de sua atribuição, podendo ser aplicadas cumulati-
Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas vamente, inclusive por medida cautelar, antecedente ou
tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou incidente de procedimento administrativo.
estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de pro- Art. 57. A pena de multa, graduada de acordo com a
dutos ou serviços, sem que o consumidor possa dis- gravidade da infração, a vantagem auferida e a condi-
cutir ou modificar substancialmente seu conteúdo. ção econômica do fornecedor, será aplicada mediante
§ 1° A inserção de cláusula no formulário não desfigura procedimento administrativo, revertendo para o Fundo
a natureza de adesão do contrato. de que trata a Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985, os
§ 2° Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutó- valores cabíveis à União, ou para os Fundos estaduais
ria, desde que a alternativa, cabendo a escolha ao consumi- ou municipais de proteção ao consumidor nos demais
dor, ressalvando-se o disposto no § 2° do artigo anterior . casos. (Redação dada pela Lei nº 8.656, de 21.5.1993)
§ 3o Os contratos de adesão escritos serão redigidos Parágrafo único. A multa será em montante não inferior
em termos claros e com caracteres ostensivos e legí- a duzentas e não superior a três milhões de vezes o
veis, cujo tamanho da fonte não será inferior ao corpo valor da Unidade Fiscal de Referência (Ufir), ou índice
doze, de modo a facilitar sua compreensão pelo consu- equivalente que venha a substituí-lo. (Parágrafo acres-
midor. (Redação dada pela nº 11.785, de 2008) centado pela Lei nº 8.703, de 6.9.1993)
§ 4° As cláusulas que implicarem limitação de direito Art. 58. As penas de apreensão, de inutilização de pro-
do consumidor deverão ser redigidas com destaque, dutos, de proibição de fabricação de produtos, de sus-
permitindo sua imediata e fácil compreensão. pensão do fornecimento de produto ou serviço, de cas-
§ 5° (V etado) sação do registro do produto e revogação da concessão

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ou permissão de uso serão aplicadas pela administra- Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.
ção, mediante procedimento administrativo, assegura- § 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a
da ampla defesa, quando forem constatados vícios de oferta.
quantidade ou de qualidade por inadequação ou inse- § 2º Se o crime é culposo;
gurança do produto ou serviço. Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
Art. 59. As penas de cassação de alvará de licença, de Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou
interdição e de suspensão temporária da atividade, bem deveria saber ser enganosa ou abusiva:
como a de intervenção administrativa, serão aplicadas Pena Detenção de três meses a um ano e multa.
mediante procedimento administrativo, assegurada Parágrafo único. (Vetado).
ampla defesa, quando o fornecedor reincidir na prática Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou
das infrações de maior gravidade previstas neste códi- deveria saber ser capaz de induzir o consumidor a se
go e na legislação de consumo. comportar de forma prejudicial ou perigosa a sua saú-
§ 1° A pena de cassação da concessão será aplicada à de ou segurança:
concessionária de serviço público, quando violar obri- Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa:
gação legal ou contratual. Parágrafo único. (Vetado).
§ 2° A pena de intervenção administrativa será aplicada Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e
sempre que as circunstâncias de fato desaconselha- científicos que dão base à publicidade:
rem a cassação de licença, a interdição ou suspensão Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
da atividade. Art. 70. Empregar na reparação de produtos, peça ou
§ 3° Pendendo ação judicial na qual se discuta a impo- componentes de reposição usados, sem autorização
sição de penalidade administrativa, não haverá reinci- do consumidor:
dência até o trânsito em julgado da sentença. Pena Detenção de três meses a um ano e multa.
Art. 60. A imposição de contrapropaganda será comi- Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça,
nada quando o fornecedor incorrer na prática de publi- coação, constrangimento físico ou moral, afirmações
cidade enganosa ou abusiva, nos termos do art. 36 e falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro
seus parágrafos, sempre às expensas do infrator. procedimento que exponha o consumidor, injustifica-
§ 1º A contrapropaganda será divulgada pelo responsá- damente, a ridículo ou interfira com seu trabalho, des-
vel da mesma forma, freqüência e dimensão e, prefe- canso ou lazer:
rencialmente no mesmo veículo, local, espaço e horá- Pena Detenção de três meses a um ano e multa.
rio, de forma capaz de desfazer o malefício da publici- Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do consumidor
dade enganosa ou abusiva. às informações que sobre ele constem em cadastros,
§ 2° (V etado) banco de dados, fichas e registros:
§ 3° (V etado). Pena Detenção de seis meses a um ano ou multa.
Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente informação
TÍTULO II sobre consumidor constante de cadastro, banco de
Das Infrações Penais dados, fichas ou registros que sabe ou deveria saber
Art. 61. Constituem crimes contra as relações de con- ser inexata:
sumo previstas neste código, sem prejuízo do disposto Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
no Código Penal e leis especiais, as condutas tipifica- Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o termo de
das nos artigos seguintes. garantia adequadamente preenchido e com especifi-
Art. 62. (Vetado). cação clara de seu conteúdo;
Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a no- Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
cividade ou periculosidade de produtos, nas embala- Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os
gens, nos invólucros, recipientes ou publicidade: crimes referidos neste código, incide as penas a es-
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa. ses cominadas na medida de sua culpabilidade, bem
§ 1° Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de aler- como o diretor, administrador ou gerente da pessoa
tar, mediante recomendações escritas ostensivas, so- jurídica que promover, permitir ou por qualquer modo
bre a periculosidade do serviço a ser prestado. aprovar o fornecimento, oferta, exposição à venda ou
§ 2° Se o crime é culposo: manutenção em depósito de produtos ou a oferta e pres-
Pena Detenção de um a seis meses ou multa. tação de serviços nas condições por ele proibidas.
Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade competente Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipi-
e aos consumidores a nocividade ou periculosidade ficados neste código:
de produtos cujo conhecimento seja posterior à sua I - serem cometidos em época de grave crise econômi-
colocação no mercado: ca ou por ocasião de calamidade;
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa. II - ocasionarem grave dano individual ou coletivo;
Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem III - dissimular-se a natureza ilícita do procedimento;
deixar de retirar do mercado, imediatamente quando IV - quando cometidos:
determinado pela autoridade competente, os produtos a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição eco-
nocivos ou perigosos, na forma deste artigo. nômico-social seja manifestamente superior à da vítima;
Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade, b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de
contrariando determinação de autoridade competente: dezoito ou maior de sessenta anos ou de pessoas por-
Pena Detenção de seis meses a dois anos e multa. tadoras de deficiência mental interditadas ou não;
Parágrafo único. As penas deste artigo são aplicáveis sem V - serem praticados em operações que envolvam ali-
prejuízo das correspondentes à lesão corporal e à morte. mentos, medicamentos ou quaisquer outros produtos
Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir ou serviços essenciais .
informação relevante sobre a natureza, característica, Art. 77. A pena pecuniária prevista nesta Seção será
qualidade, quantidade, segurança, desempenho, du- fixada em dias-multa, correspondente ao mínimo
rabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços: e ao máximo de dias de duração da pena privativa

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da liberdade cominada ao crime. Na individualiza- § 2° (V etado).


ção desta multa, o juiz observará o disposto no art. § 3° (V etado).
60, §1° do Código Penal. Art. 83. Para a defesa dos direitos e interesses protegi-
Art. 78. Além das penas privativas de liberdade e de dos por este código são admissíveis todas as espéci-
multa, podem ser impostas, cumulativa ou alternada- es de ações capazes de propiciar sua adequada e efe-
mente, observado odisposto nos arts. 44 a 47, do Códi- tiva tutela.
go Penal: Parágrafo único. (Vetado).
I - a interdição temporária de direitos; Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento
II - a publicação em órgãos de comunicação de grande da obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a
circulação ou audiência, às expensas do condenado, tutela específica da obrigação ou determinará providên-
de notícia sobre os fatos e a condenação; cias que assegurem o resultado prático equivalente ao
III - a prestação de serviços à comunidade. do adimplemento.
Art. 79. O valor da fiança, nas infrações de que trata § 1° A conversão da obrigação em perdas e danos so-
este código, será fixado pelo juiz, ou pela autoridade mente será admissível se por elas optar o autor ou se
que presidir o inquérito, entre cem e duzentas mil vezes impossível a tutela específica ou a obtenção do resulta-
o valor do Bônus do Tesouro Nacional (BTN), ou índice do prático correspondente.
equivalente que venha a substituí-lo. § 2° A indenização por perdas e danos se fará sem pre-
Parágrafo único. Se assim recomendar a situação eco- juízo da multa (art. 287, do Código de Processo Civil).
nômica do indiciado ou réu, a fiança poderá ser: § 3° Sendo relevante o fundamento da demanda e ha-
a) reduzida até a metade do seu valor mínimo; vendo justificado receio de ineficácia do provimento fi-
b) aumentada pelo juiz até vinte vezes. nal, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou
Art. 80. No processo penal atinente aos crimes previs- após justificação prévia, citado o réu.
tos neste código, bem como a outros crimes e contra- § 4° O juiz poderá, na hipótese do § 3° ou na sentença,
venções que envolvam relações de consumo, poderão impor multa diária ao réu, independentemente de pedido
intervir, como assistentes do Ministério Público, os legi- do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação,
timados indicados no art. 82, inciso III e IV, aos quais fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito.
também é facultado propor ação penal subsidiária, se § 5° Para a tutela específica ou para a obtenção do
a denúncia não for oferecida no prazo legal. resultado prático equivalente, poderá o juiz determinar
as medidas necessárias, tais como busca e apreen-
TÍTULO III são, remoção de coisas e pessoas, desfazimento de
Da Defesa do Consumidor em Juízo obra, impedimento de atividade nociva, além de requi-
CAPÍTULO I sição de força policial.
Disposições Gerais Art. 85. (Vetado).
Art. 86. (Vetado).
Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consu- Art. 87. Nas ações coletivas de que trata este código
midores e das vítimas poderá ser exercida em juízo não haverá adiantamento de custas, emolumentos,
individualmente, ou a título coletivo. honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quan- condenação da associação autora, salvo comprovada
do se tratar de: má-fé, em honorários de advogados, custas e despe-
I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, sas processuais.
para efeitos deste código, os transindividuais, de natu- Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a as-
reza indivisível, de que sejam titulares pessoas inde- sociação autora e os diretores responsáveis pela pro-
terminadas e ligadas por circunstâncias de fato; positura da ação serão solidariamente condenados em
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, honorários advocatícios e ao décuplo das custas, sem
para efeitos deste código, os transindividuais, de natu- prejuízo da responsabilidade por perdas e danos.
reza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou Art. 88. Na hipótese do art. 13, parágrafo único deste
classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte con- código, a ação de regresso poderá ser ajuizada em
trária por uma relação jurídica base; processo autônomo, facultada a possibilidade de pros-
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, seguir-se nos mesmos autos, vedada a denunciação
assim entendidos os decorrentes de origem comum. da lide.
Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são Art. 89. (Vetado)
legitimados concorrentemente: (Redação dada pela Lei Art. 90. Aplicam-se às ações previstas neste título as nor-
nº 9.008, de 21.3.1995) mas do Código de Processo Civil e da Lei n° 7.347, de 24
I - o Ministério Público, de julho de 1985, inclusive no que respeita ao inquérito
II - a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal; civil, naquilo que não contrariar suas disposições.
III - as entidades e órgãos da Administração Pública,
direta ou indireta, ainda que sem personalidade jurídi- CAPÍTULO II
ca, especificamente destinados à defesa dos interes- Das Ações Coletivas Para a Defesa de Interesses
ses e direitos protegidos por este código; Individuais Homogêneos
IV - as associações legalmente constituídas há pelo
menos um ano e que incluam entre seus fins instituci- Art. 91. Os legitimados de que trata o art. 82 poderão
onais a defesa dos interesses e direitos protegidos por propor, em nome próprio e no interesse das vítimas ou
este código, dispensada a autorização assemblear. seus sucessores, ação civil coletiva de responsabili-
§ 1° O requisito da pré-constituição pode ser dispensa- dade pelos danos individualmente sofridos, de acordo
do pelo juiz, nas ações previstas nos arts. 91 e seguin- com o disposto nos artigos seguintes. (Redação dada
tes, quando haja manifesto interesse social evidencia- pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
do pela dimensão ou característica do dano, ou pela Art. 92. O Ministério Público, se não ajuizar a ação, atu-
relevância do bem jurídico a ser protegido. ará sempre como fiscal da lei.

34 Degrau Cultural

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Parágrafo único. (Vetado). cedente o pedido condenará o réu nos termos do art. 80
Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça Federal, do Código de Processo Civil. Se o réu houver sido decla-
é competente para a causa a justiça local: rado falido, o síndico será intimado a informar a existên-
I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, cia de seguro de responsabilidade, facultando-se, em
quando de âmbito local; caso afirmativo, o ajuizamento de ação de indenização
II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Fede- diretamente contra o segurador, vedada a denunciação
ral, para os danos de âmbito nacional ou regional, apli- da lide ao Instituto de Resseguros do Brasil e dispensa-
cando-se as regras do Código de Processo Civil aos do o litisconsórcio obrigatório com este.
casos de competência concorrente. Art. 102. Os legitimados a agir na forma deste código
Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital no ór- poderão propor ação visando compelir o Poder Público
gão oficial, a fim de que os interessados possam inter- competente a proibir, em todo o território nacional, a
vir no processo como litisconsortes, sem prejuízo de produção, divulgação distribuição ou venda, ou a deter-
ampla divulgação pelos meios de comunicação social minar a alteração na composição, estrutura, fórmula ou
por parte dos órgãos de defesa do consumidor. acondicionamento de produto, cujo uso ou consumo
Art. 95. Em caso de procedência do pedido, a condena- regular se revele nocivo ou perigoso à saúde pública e
ção será genérica, fixando a responsabilidade do réu à incolumidade pessoal.
pelos danos causados. § 1° (V etado).
Art. 96. (Vetado). § 2° (V etado)
Art. 97. A liquidação e a execução de sentença poderão
ser promovidas pela vítima e seus sucessores, assim CAPÍTULO IV
como pelos legitimados de que trata o art. 82. Da Coisa Julgada
Parágrafo único. (Vetado). Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código,
Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovi- a sentença fará coisa julgada:
da pelos legitimados de que trata o art. 82, abrangendo I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado improce-
as vítimas cujas indenizações já tiveram sido fixadas dente por insuficiência de provas, hipótese em que qual-
em sentença de liquidação, sem prejuízo do ajuizamento quer legitimado poderá intentar outra ação, com idênti-
de outras execuções. (Redação dada pela Lei nº 9.008, co fundamento valendo-se de nova prova, na hipótese
de 21.3.1995) do inciso I do parágrafo único do art. 81;
§ 1° A execução coletiva far-se-á com base em certidão II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou
das sentenças de liquidação, da qual deverá constar a classe, salvo improcedência por insuficiência de provas,
ocorrência ou não do trânsito em julgado. nos termos do inciso anterior, quando se tratar da hipóte-
§ 2° É competente para a execução o juízo: se prevista no inciso II do parágrafo único do art. 81;
I - da liquidação da sentença ou da ação condenatória, III - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedi-
no caso de execução individual; do, para beneficiar todas as vítimas e seus sucessores,
II - da ação condenatória, quando coletiva a execução. na hipótese do inciso III do parágrafo único do art. 81.
Art. 99. Em caso de concurso de créditos decorrentes § 1° Os efeitos da coisa julgada previstos nos incisos I e II
de condenação prevista na Lei n.° 7.347, de 24 de julho não prejudicarão interesses e direitos individuais dos inte-
de 1985 e de indenizações pelos prejuízos individuais grantes da coletividade, do grupo, categoria ou classe.
resultantes do mesmo evento danoso, estas terão pre- § 2° Na hipótese prevista no inciso III, em caso de impro-
ferência no pagamento. cedência do pedido, os interessados que não tiverem
Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo, a intervindo no processo como litisconsortes poderão pro-
destinação da importância recolhida ao fundo criado pela por ação de indenização a título individual.
Lei n°7.347 de 24 de julho de 1985, ficará sustada en- § 3° Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16,
quanto pendentes de decisão de segundo grau as ações combinado com o art. 13 da Lei n° 7.347, de 24 de julho
de indenização pelos danos individuais, salvo na hipóte- de 1985, não prejudicarão as ações de indenização por
se de o patrimônio do devedor ser manifestamente sufici- danos pessoalmente sofridos, propostas individualmen-
ente para responder pela integralidade das dívidas. te ou na forma prevista neste código, mas, se proceden-
Art. 100. Decorrido o prazo de um ano sem habilitação te o pedido, beneficiarão as vítimas e seus sucessores,
de interessados em número compatível com a gravida- que poderão proceder à liquidação e à execução, nos
de do dano, poderão os legitimados do art. 82 promo- termos dos arts. 96 a 99.
ver a liquidação e execução da indenização devida. § 4º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à senten-
Parágrafo único. O produto da indenização devida re- ça penal condenatória.
verterá para o fundo criado pela Lei n.° 7.347, de 24 de Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e
julho de 1985. do parágrafo único do art. 81, não induzem litispendên-
cia para as ações individuais, mas os efeitos da coisa
CAPÍTULO III julgada erga omnes ou ultra partes a que aludem os
Das Ações de Responsabilidade incisos II e III do artigo anterior não beneficiarão os auto-
do Fornecedor de Produtos e Serviços res das ações individuais, se não for requerida sua sus-
pensão no prazo de trinta dias, a contar da ciência nos
Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornece- autos do ajuizamento da ação coletiva.
dor de produtos e serviços, sem prejuízo do disposto
nos Capítulos I e II deste título, serão observadas as TÍTULO IV
seguintes normas: Do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor
I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor;
II - o réu que houver contratado seguro de responsabili- Art. 105. Integram o Sistema Nacional de Defesa do
dade poderá chamar ao processo o segurador, vedada Consumidor (SNDC), os órgãos federais, estaduais,
a integração do contraditório pelo Instituto de Ressegu- do Distrito Federal e municipais e as entidades priva-
ros do Brasil. Nesta hipótese, a sentença que julgar pro- das de defesa do consumidor.

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Art. 106. O Departamento Nacional de Defesa do Con- “IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo”.
sumidor, da Secretaria Nacional de Direito Econômico Art. 111. O inciso II do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 de
(MJ), ou órgão federal que venha substituí-lo, é organis- julho de 1985, passa a ter a seguinte redação:
mo de coordenação da política do Sistema Nacional de “II - inclua, entre suas finalidades institucionais, a pro-
Defesa do Consumidor, cabendo-lhe: teção ao meio ambiente, ao consumidor, ao patrimônio
I - planejar, elaborar, propor, coordenar e executar a po- artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, ou
lítica nacional de proteção ao consumidor; a qualquer outro interesse difuso ou coletivo”.
II - receber, analisar, avaliar e encaminhar consultas, Art. 112. O § 3° do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 de julho
denúncias ou sugestões apresentadas por entidades de 1985, passa a ter a seguinte redação:
representativas ou pessoas jurídicas de direito público “§ 3° Em caso de desistência infundada ou abandono
ou privado; da ação por associação legitimada, o Ministério Públi-
III - prestar aos consumidores orientação permanente co ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa”.
sobre seus direitos e garantias; Art. 113. Acrescente-se os seguintes §§ 4°, 5° e 6° ao
IV - informar, conscientizar e motivar o consumidor atra- art. 5º. da Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985:
vés dos diferentes meios de comunicação; “§ 4.° O requisito da pré-constituição poderá ser dispen-
V - solicitar à polícia judiciária a instauração de inquéri- sado pelo juiz, quando haja manifesto interesse social
to policial para a apreciação de delito contra os consu- evidenciado pela dimensão ou característica do dano,
midores, nos termos da legislação vigente; ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido.
VI - representar ao Ministério Público competente para § 5.° Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os
fins de adoção de medidas processuais no âmbito de Ministérios Públicos da União, do Distrito Federal e dos
suas atribuições; Estados na defesa dos interesses e direitos de que
VII - levar ao conhecimento dos órgãos competentes as cuida esta lei. (Vide Mensagem de veto) (Vide REsp
infrações de ordem administrativa que violarem os in- 222582 /MG - STJ)
teresses difusos, coletivos, ou individuais dos consu- § 6° Os órgãos públicos legitimados poderão tomar
midores; dos interessados compromisso de ajustamento de sua
VIII - solicitar o concurso de órgãos e entidades da União, conduta às exigências legais, mediante combinações,
Estados, do Distrito Federal e Municípios, bem como que terá eficácia de título executivo extrajudicial”. (Vide
auxiliar a fiscalização de preços, abastecimento, quan- Mensagem de veto) (Vide REsp 222582 /MG - STJ)
tidade e segurança de bens e serviços; Art. 114. O art. 15 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de
IX - incentivar, inclusive com recursos financeiros e ou- 1985, passa a ter a seguinte redação:
tros programas especiais, a formação de entidades de “Art. 15. Decorridos sessenta dias do trânsito em julga-
defesa do consumidor pela população e pelos órgãos do da sentença condenatória, sem que a associação
públicos estaduais e municipais; autora lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Minis-
X - (Vetado). tério Público, facultada igual iniciativa aos demais legi-
XI - (Vetado). timados”.
XII - (Vetado) Art. 115. Suprima-se o caput do art. 17 da Lei n° 7.347,
XIII - desenvolver outras atividades compatíveis com de 24 de julho de 1985, passando o parágrafo único a
suas finalidades. constituir o caput, com a seguinte redação:
Parágrafo único. Para a consecução de seus objetivos, “Art. 17. “Art. 17. Em caso de litigância de má-fé, a asso-
o Departamento Nacional de Defesa do Consumidor ciação autora e os diretores responsáveis pela propo-
poderá solicitar o concurso de órgãos e entidades de situra da ação serão solidariamente condenados em
notória especialização técnico-científica. honorários advocatícios e ao décuplo das custas, sem
prejuízo da responsabilidade por perdas e danos”.
TÍTULO V Art. 116. Dê-se a seguinte redação ao art. 18 da Lei n°
Da Convenção Coletiva de Consumo 7.347, de 24 de julho de 1985:
Art. 107. As entidades civis de consumidores e as as- “Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haverá
sociações de fornecedores ou sindicatos de categoria adiantamento de custas, emolumentos, honorários
econômica podem regular, por convenção escrita, rela- periciais e quaisquer outras despesas, nem condena-
ções de consumo que tenham por objeto estabelecer ção da associação autora, salvo comprovada má-fé,
condições relativas ao preço, à qualidade, à quantida- em honorários de advogado, custas e despesas pro-
de, à garantia e características de produtos e serviços, cessuais”.
bem como à reclamação e composição do conflito de Art. 117. Acrescente-se à Lei n° 7.347, de 24 de julho de
consumo. 1985, o seguinte dispositivo, renumerando-se os se-
§ 1° A convenção tornar-se-á obrigatória a partir do regis- guintes:
tro do instrumento no cartório de títulos e documentos. “Art. 21. Aplicam-se à defesa dos direitos e interesses
§ 2° A convenção somente obrigará os filiados às enti- difusos, coletivos e individuais, no que for cabível, os
dades signatárias. dispositivos do Título III da lei que instituiu o Código de
§ 3° Não se exime de cumprir a convenção o fornecedor Defesa do Consumidor”.
que se desligar da entidade em data posterior ao regis- Art. 118. Este código entrará em vigor dentro de cento e
tro do instrumento. oitenta dias a contar de sua publicação.
Art. 108. (Vetado). Art. 119. Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 11 de setembro de 1990; 169° da Independên-
TÍTULO VI cia e 102° da República.
Disposições Finais
FERNANDO COLLOR
Art. 109. (Vetado). Bernardo Cabral
Art. 110. Acrescente-se o seguinte inciso IV ao art. 1° da Zélia M. Cardoso de Mello
Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985: Ozires Silva

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NOÇÕES DE GESTÃO PÚBLICA - 2. o esgotamento da estratégia estatizante de in-


REFORMA E REVITALIZAÇÃO DO ESTADO tervenção do Estado, a qual se reveste de várias for-
mas: o Estado do bem-estar social nos países desen-
Desde o ano de 1995, a Administração Pública brasilei- volvidos, a estratégia de substituição de importações no
ra tem passado por um abrangente processo de refor- terceiro mundo, e o estatismo nos países comunistas;
mas. Ao assumir a Presidência da República naquele 3. a superação da forma de administrar o Estado,
ano, Fernando Henrique Cardoso transformou a antiga isto é, a superação da administração pública burocráti-
Secretaria da Administração Federal, vinculada direta- ca” (grifos nossos).
mente à Presidência, no Ministério da Administração O Plano Diretor estabelece também os “múltiplos
Federal e Reforma do Estado (MARE), nomeando o pro- aspectos” e as diretrizes gerais, como já se disse, para
fessor Luiz Carlos Bresser Pereira para ocupá-lo. a realização da reforma do Estado:

Sob a direção do ministro Bresser Pereira, o MARE “O ajuste fiscal devolve ao Estado a capacidade de
elaborou e apresentou (ainda em 1995) o Plano Diretor definir e implementar políticas públicas. Através da libe-
da Reforma do Aparelho do Estado, em que são esta- ralização comercial, o Estado abandona a estratégia
belecidas, entre outras, as seguintes diretrizes gerais: protecionista da substituição de importações. O progra-
ma de privatizações reflete a conscientização da gravi-
“A atribuição do Ministério da Administração Federal dade da crise fiscal e da correlata limitação da capaci-
e Reforma do Estado é estabelecer as condições para dade do Estado de promover poupança forçada através
que o governo possa aumentar sua governança. Para das empresas estatais. Através desse programa, trans-
isso, sua missão específica é a de orientar e instru- fere-se para o setor privado a tarefa da produção que,
mentalizar a reforma do aparelho do Estado, nos ter- em princípio, este realiza de forma mais eficiente. Final-
mos definidos pela Presidência através deste Plano mente, através de um programa de publicização, trans-
Diretor” (grifos nossos). fere-se para o setor público não-estatal a produção dos
serviços competitivos ou não-exclusivos de Estado, es-
Iniciou-se assim a reforma do aparelho do Estado tabelecendo-se um sistema de parceria entre Estado e
brasileiro, sob a liderança do MARE e as diretrizes do sociedade para seu financiamento e controle.
Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, e
foi essa iniciativa que deu início ao processo de trans- Deste modo, o Estado reduz seu papel de executor
formações ainda hoje vivido pela Administração Públi- ou prestador direto de serviços, mantendo-se entretan-
ca no Brasil. to no papel de regulador e provedor ou promotor des-
É no Plano Diretor que se define objetivamente o tes, principalmente dos serviços sociais como educação
que pode ser entendido como “reforma do aparelho do e saúde, que são essenciais para o desenvolvimento, na
Estado brasileiro”: medida em que envolvem investimento em capital huma-
no; para a democracia, na medida em que promovem
“Entende-se por aparelho do Estado a administra- cidadãos; e para uma distribuição de renda mais justa,
ção pública em sentido amplo, ou seja, a estrutura que o mercado é incapaz de garantir, dada a oferta muito
organizacional do Estado, em seus três poderes (Exe- superior à demanda de mão-de-obra não-especializada.
cutivo, Legislativo e Judiciário) e três níveis (União, Como promotor desses serviços o Estado continuará a
Estados-membros e Municípios). O aparelho do Esta- subsidiá-los, buscando, ao mesmo tempo, o controle
do é constituído pelo governo, isto é, pela cúpula diri- social direto e a participação da sociedade.
gente nos Três Poderes, por um corpo de funcionários,
e pela força militar. O Estado, por sua vez, é mais abran- Nesta nova perspectiva, busca-se o fortalecimen-
gente que o aparelho, porque compreende adicional- to das funções de regulação e de coordenação do
mente o sistema constitucional-legal, que regula a Estado, particularmente no nível federal, e a progressi-
população nos limites de um território. O Estado é a va descentralização vertical, para os níveis estadual
organização burocrática que tem o monopólio da vio- e municipal, das funções executivas no campo da pres-
lência legal, é o aparelho que tem o poder de legislar e tação de serviços sociais e de infra-estrutura.
tributar a população de um determinado território.
Considerando esta tendência, pretende-se refor-
Estes conceitos permitem distinguir a reforma do çar a governança - a capacidade de governo do Esta-
Estado da reforma do aparelho do Estado. A reforma do do - através da transição programada de um tipo de
Estado é um projeto amplo que diz respeito às várias administração pública burocrática, rígida e inefici-
áreas do governo e, ainda, ao conjunto da sociedade ente, voltada para si própria e para o controle inter-
brasileira, enquanto que a reforma do aparelho do Esta- no, para uma administração pública gerencial, flexí-
do tem um escopo mais restrito: está orientada para vel e eficiente, voltada para o atendimento do cida-
tornar a administração pública mais eficiente e mais dão. O governo brasileiro não carece de ‘governabili-
voltada para a cidadania. Este Plano Diretor focaliza sua dade’, ou seja, de poder para governar, dada sua legi-
atenção na administração pública federal, mas muitas timidade democrática e o apoio com que conta na so-
das suas diretrizes e propostas podem também ser ciedade civil. Enfrenta, entretanto, um problema de
aplicadas no nível estadual e municipal” (grifos nossos). governança, na medida em que sua capacidade de
implementar as políticas públicas é limitada pela rigi-
Tais reformas – do Estado e de seu aparelho – são dez e ineficiência da máquina administrativa” (grifos
justificadas pela chamada “crise do Estado”, definida nossos).
nos seguintes termos:
“1. como uma crise fiscal, caracterizada pela cres- Como já foi dito, é ao contexto de transformações e
cente perda do crédito por parte do Estado e pela pou- reformas que o Plano Diretor desencadeou na Adminis-
pança pública que se torna negativa; tração Pública brasileira que se relaciona cada um dos

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0863 - INSS - Complemento 2010

temas específicos deste trabalho. Será, portanto, com Os públicos internos correspondem aos diferentes cli-
base neste documento (e muitas vezes por meio dele) entes internos já mencionados aqui, isto é, aos diferen-
que se desenvolverão as seções seguintes. tes sujeitos que integram a organização, e será a eles
que se dirigirão os esforços de comunicação interna.
ATENDIMENTO NO SERVIÇO PÚBLICO
É importante lembrar que esses públicos não são ho-
COMUNICAÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA mogêneos. Entre eles estão diretores, associados, fun-
E GESTÃO DE REDES ORGANIZACIONAIS cionários de diferentes níveis hierárquicos, em relação
aos quais é comum a organização ter políticas de rela-
Comecemos esta seção por uma definição do que seja cionamento específicas, em razão de os interesses
comunicação. Em termos gerais, pode-se dizer que a recíprocos serem particulares em cada caso.
comunicação é o princípio que organiza a relação entre
dois sujeitos, que torna possível tal relação, mediando É necessário, portanto, discriminar cuidadosamente os
o contato e as trocas operadas entre ambos. diferentes públicos internos, definir as políticas de re-
lacionamento específicas para cada um deles (base-
Uma definição de caráter mais processual e dinâmico ando-se, claro, no interesses envolvidos em cada caso)
é fornecida pelo lingüista russo Roman Jackobson, que e, a partir daí, definir diferentes objetivos, políticas e
define comunicação como sendo um processo relacio- programas de comunicação interna.
nal em que um emissor, manipulando um determina-
do código, elabora uma mensagem acerca de um de- Lembre-se porém de que a necessidade acima deve
terminado contexto, que é transmitida, por meio de um ser considerada cuidadosamente, não podendo haver
canal específico, a um ou mais receptor(es). contradições em relação a um princípio fundamental: a
comunicação interna deve ser integrada e integrativa,
Constitui-se assim um processo caracterizado pela isto é, não pode ser uma espécie de “Frankenstein”,
presença de seis elementos: uma massa informe e indefinida de ações, que trate de
1. Emissor – o sujeito que elabora e “emite”, envia, re- forma desarmônica, desarticulada e desproporcional
mete a mensagem a outro; os diferentes públicos.
2. Código – a combinação de linguagens e signos que
serão usados na elaboração da mensagem; É preciso que haja uma gestão integrada da comuni-
3. Mensagem – o “texto”, o conjunto de expressões e con- cação, de modo a, mesmo considerando as diferen-
teúdos que serão produzidos e remetidos ao receptor; ças e especificidades de cada público, ela seja um fa-
4. Contexto – o “referente”, o tema, o assunto ao qual a tor de integração, não de divisão interna.
mensagem se refere;
5. Canal – o meio, a “mídia” que o emissor utiliza para a Essa integração implica um conjunto de valores, princí-
transmissão da mensagem; pios, posturas e atitudes fundamentais que devem ori-
6. Receptor(es) – o(s) sujeito(s) a quem a mensagem entar todos os processos de comunicação interna.
é enviada, a quem cabe recebê-la (física e cognitiva- Além disso, é fundamental que haja uma identidade
mente) e a interpretar. também na maneira como a empresa se apresenta
Observe que, nos processos de comunicação estabele- aos seus públicos, nas diferentes mídias que utiliza. É
cidos entre organização e clientes, as posições de emis- importante a padronização de mídias, elementos de
sor e receptor são permutáveis: ora é a organização quem identificação visual, layout, além da manutenção de uma
toma a “palavra”, propondo uma compra, transmitindo coerência discursiva que perpasse todas os progra-
uma informação, fixando metas e oferecendo incentivos, mas e peças de comunicação.
por exemplo; ora é um ou outro cliente quem “fala”, ma-
nifestando expectativas, reivindicando direitos, avalian- Finalmente, é necessário ainda salientar a importância
do serviços, cobrando atitudes. de se adotar canais, fluxos e processos de comunica-
ção que estimulem o diálogo, a interlocução com (e
Esta “reversibilidade” de papéis, em que os sujeitos se entre) os diferentes públicos internos, que permitam a
alternam nas posições de emissor e receptor, não deve busca e a formação de consensos, a gestão adequada
no entanto ser confundido com o feedback, que é o de conflitos e divergências.
retorno, o sinal, dado ao emissor pelo receptor, de
que a mensagem foi devidamente recebida. É a gestão integrada de tais canais, fluxos e processos
comunicacionais (seja do ponto de vista mais geral da
Gerenciar a comunicação organizacional implica admi- organização e seus públicos internos, seja da pers-
nistrar os diferentes posicionamentos e ações da or- pectiva de cada instância organizacional específica com
ganização nas várias circunstâncias em que se realiza seus respectivos públicos) o elemento que torna pos-
esse processo. sível a integração organizacional.

O primeiro passo neste sentido é a identificação dos Um dos projetos constantes no Plano Diretor da Refor-
diferentes sujeitos com quem a organização se relaci- ma do Aparelho do Estado é o Projeto Cidadão, apre-
ona (ou deve se relacionar). Estes são os stakehol- sentado a seguir:
ders (definidos como o conjunto de sujeitos, individu-
ais ou coletivos, naturais ou jurídicos, que tenham al- “Esse projeto tem como objetivo aperfeiçoar as rela-
gum interesse em quaisquer processos e/ou resulta- ções entre os órgãos da Administração Pública e os
dos organizacionais), os clientes externos e internos cidadãos, no âmbito de suas atribuições institucionais,
com quem são estabelecidos quaisquer relacionamen- atendendo à diretriz do Projeto de Reforma do Estado,
tos de valor e que serão agrupados em dois conjuntos de localização das ações nas necessidades do cida-
de públicos: internos e externos. dão, atuando nas seguintes áreas:

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· simplificação de obrigações de natureza burocrática “O programa Sociedade da Informação, lançado em


instituídas pelo aparelho do Estado, com que se de- 1999, apresenta, como um dos objetivos setoriais, o
fronta o cidadão do nascimento à sua morte; desenvolvimento de sistemas para integrar e ampliar
· implementação de sistema de recebimento de re- ações de governo em benefício da cidadania no novo
clamações e sugestões do cidadão sobre a qualidade “paradigma da sociedade da informação”. Os conteú-
e a eficácia dos serviços públicos que demandam uma dos ofertados pelos governos (federal, estadual e mu-
resposta pró-ativa da Administração Pública a respeito; nicipal) devem, progressivamente, facilitar o exercício
· implementação de sistema de informação ao cida- da cidadania.
dão a respeito do funcionamento e acesso aos servi- Segundo o documento de apresentação do programa,
ços públicos, e quaisquer outros esclarecimentos por- existem três tipos de presença de organizações pú-
ventura solicitados; blicas na Internet:
· na definição da qualidade do serviço, que deverá a) oferecimento apenas de informações institucionais;
constar dos indicadores de desempenho, um elemen- b) prestação de serviços relevantes de download (có-
to fundamental será o tempo de espera do cidadão pia a partir de um computador remoto) de informações
para ser atendido; as filas são a praga do atendimen- para o usuário; e
to público ao cidadão. c) prestação de serviços públicos em tempo real e de
forma interativa com o cidadão.
A abrangência do projeto deve ser considerada sob
dois aspectos: Assim, as organizações públicas utilizam a Internet
· quanto às esferas de governo, na primeira fase, sua como instrumento de aproximação com a sociedade
amplitude será restrita aos órgãos federais, sendo — por meio da prestação de serviços e oferta de infor-
ampliada gradativamente para as esferas estaduais mações, ao mesmo tempo em que ampliam sua capa-
e municipais; cidade operacional e sua área de cobertura. O plane-
· quanto à natureza da administração pública, o proje- jamento de sítios na Internet, por parte das organiza-
to estará voltado inicialmente para a administração ções públicas, deve incorporar a busca pelo interesse
direta, englobando, posteriormente, a administração e necessidades dos cidadãos, e não apenas a redu-
indireta, autárquica e fundacional” (grifos nossos). ção de custo por transação” (grifos nossos).

Como já foi dito na seção imediatamente anterior a esta, Trata-se, como se pode perceber, do relativamente co-
existe uma relação cada vez mais estreita entre a co- nhecido conceito de e-government, ou governo eletrô-
municação organizacional no âmbito da gestão públi- nico, que inclui, além das três aplicações mencionadas,
ca e as questões referentes à tecnologia da informa- mecanismos de fiscalização e prestação de contas do
ção, organização e cidadania, decorrente da incorpo- gestor público aos cidadãos, como é o caso da disponi-
ração progressiva e intensa da tecnologia da infor- bilização de dados orçamentários em sítios eletrônicos.
mação aos processos comunicacionais e relacionais
que se estabelecem entre as organizações públicas Neste sentido, realizou-se em 2003, na cidade de Ge-
e seus clientes internos e externos. nebra (Suíça) a primeira reunião da Cúpula Mundial
É tal incorporação que ocasiona o desenvolvimento das sobre a Sociedade da Informação, assim relatada em
chamadas redes organizacionais, que podem ser es- termos gerais por MEDEIROS & GUIMARÃES02:
tabelecidas entre:
a) diferentes pessoas e/ou instâncias de uma mesma “Em 2003, com a participação de representantes de
organização (pessoas em um mesmo órgão ou setor, 176 países, a Cúpula discutiu não somente o papel
ou órgãos de uma mesma organização); das tecnologias como ferramentas na Sociedade da
b) organizações e seus diferentes clientes externos, Informação, mas também a dimensão humana que
que no âmbito público caracteriza a chamada comunica- pode ser explorada com base no aproveitamento das
ção G2C (comunicação entre governo e clientes/cidadãos); TIC. Os resultados das discussões – com temas con-
c) diferentes organizações públicas, no sentido da co- troversos como a governança mundial da Internet – fo-
municação colaborativa conhecida como comunicação ram explicitados por meio de uma Declaração de Prin-
G2G (comunicação entre governos). cípios e um Plano de Ação com objetivos a serem al-
cançados pelos países até 2015 (Cúpula Mundial so-
Tais redes organizacionais são estabelecidas por meio bre a Sociedade da Informação, 2004)”.
das conexões em rede entre computadores, seja em
nível interno (caso das chamadas intranets), seja em Os mesmos autores relatam que no Brasil foi instituí-
nível externo (internet). do, por Decreto Presidencial de 03 de abril de 2000, um
Grupo de Trabalho Interministerial (o Grupo de Traba-
Vê-se portanto que um dos temas fundamentais rela- lho em Tecnologia da Informação – GTTI), com a finali-
cionados a esse “novo patamar de qualidade públi- dade de examinar e propor políticas, diretrizes e nor-
ca”, no âmbito da comunicação organizacional e da mas relacionadas com as novas formas eletrônicas
tecnologia da informação, diz respeito à utilização da de interação, no contexto da política do governo para
rede mundial de computadores, a internet, a serviço lançar as bases da criação de uma sociedade digital
da cidadania. Neste sentido, merece destaque o pro-
grama Sociedade da Informação, assim apresentado
por SILVEIRA01:

02
MEDEIROS, Paulo Henrique Ramos & GUIMARÃES, Tomás de
01
SILVEIRA, Henrique Flávio Rodrigues da. Governo e sistema Aquino. O estágio do governo eletrônico no Brasil em relação ao
de informação: de arquipélago a continente. IN: Revista do Ser- contexto mundial. IN: Revista do Serviço Público, Ano 55, n. 1
viço Público, Ano 53, n. 2, abr-jun/2002. Brasília: ENAP, 2002. e 2 (Jan-Jun/2004). Brasília: ENAP, 2004.

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no Brasil. “Suas ações coadunaram-se com as metas


do Programa Sociedade da Informação (SocInfo), co-
ordenado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia. Nes-
se contexto, o GTTI assumiu o papel de facilitador na
busca dos objetivos do SocInfo”.

Tais trabalhos conduziram à elaboração do Programa


Governo Eletrônico, cuja implementação foi atribuída a
um comitê interministerial, integrado pelos Secretári-
os-Executivos (e cargos equivalentes) dos ministérios
e da Presidência da República, denominado Comitê
Executivo do Governo Eletrônico – Cege.

Saúde e Qualidade de Vida no Trabalho


Neste aspecto todas as pessoas querem e desejam
trabalhar em ambientes saudáveis e que permitam uma
qualidade de vida durante o período laborativo, para
isso as organizações desenvolvem projetos de higiene
no trabalho que engloba:
1) De acordo com o tamanho da empresa, um plano orga-
nizado que forneça não só os serviços médicos mas tam-
bém enfermeiros e auxiliares em tempo integral ou parcial.
2) Serviços Médicos adequados como: exame admissi-
onal, primeiros socorros, eliminação e controles de áre-
as insalubres, supervisão quanto à higiene e saúde,
exames médicos periódicos de revisão e check-up etc.
3) Prevenção de riscos à saúde – Riscos Químicos,
Riscos Físicos e Riscos Biológicos.
Objetivo da higiene do trabalho tem caráter eminente-
mente preventivo, pois tem como foco o conforto e saú-
de do trabalhador.

Condições Ambientais de Trabalho devem ser objeto


de preocupação da organização assim como as de-
mais, identificamos como condições ambientais a ilu-
minação, a temperatura e o ruído.
Dentre os fatores a serem considerados nesta busca
incessante de um melhor ambiente de trabalho temos
a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA),
que tem por objetivo atuar na prevenção de acidentes.
A qualidade de vida no trabalho não está apenas vincu-
lado aos aspectos físicos, incluem também os aspec-
tos sociais e psicológicos. Para que se consiga uma
qualidade de vida que se deseja no trabalho levam-se
em consideração alguns fatores, que são os de credi-
bilidade, Respeito, Imparcialidade, Orgulho, Camara-
dagem no ambiente de trabalho.
Agregado a estes aspectos devemos observar também
os Benefícios Oferecidos, a Remuneração, a Ética e a
Cidadania, o Desenvolvimento Profissional e o Equilí-
brio entre trabalho e vida pessoal.

CÓD.: 0863
INSS - TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL
ESP.: COMPLEMENTO
09/10

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