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CURSO DE DIREITO
PIUMHI - MG
DATA: 08 DE SETEMBRO DE 2010
Aristóteles acreditava que a máxima perfeição da moral pode ser encontrada no
Estado. Situado na Grécia antiga, e é este estado que Aristóteles questiona, e devemos
levar em conta, que estado moderno é uma questão evolutiva, de conflitos entre moral
e política, e Aristóteles entende por política a máxima organização da moral.
Aristóteles estuda os fundamentos e a organização da cidade (polis, em grego, que deu
origem ao termo “política”). Naquele tempo, as principais cidades gregas eram estados
independentes – tinham os seus próprios governos e exércitos, além de leis e tribunais
próprios. Por isso lhes chamamos cidades-estado.
Democracia:
a) fundada pela igualdade = pobres e ricos são soberanos na mesma proporção. Existe
aqui apenas a igualdade política;
b) a escolha dos magistrados ocorre por meio de um censo e estes devem ocupar-se
das funções públicas
c) subordinados à lei, os magistrados seriam os incorruptíveis;
d) materialização da soberania da multidão, qualquer indivíduo poderá gerir a cidade;
e) mantem-se o princípio acima, porém mediado pela escolha da multidão.
Sobre a democracia:
Para Aristóteles o princípio fundamental do governo democrático é a liberdade.
Segundo ele, a sabedoria reside na massa do povo, desse modo na democracia os
pobres têm mais autoridade que os ricos.
“Uma das características essenciais da liberdade é que os cidadãos obedeçam e
mandem alternativamente, porque o direito ou a justiça, em um estado popular, consiste
em observar a igualdade em relação ao número, e não a que se regula pelo mérito”.
[pg.206]
A democracia originou-se do fato dos homens, por serem iguais em certos aspectos,
julgarem sê-lo em tudo; porque, sendo todos igualmente livres, imaginam que, entre
eles, existe uma igualdade absoluta” [pg.225]
A democracia aristotélica, como ele a explicitou, seria uma forma de governo dos
cidadãos, mas de não muitos cidadãos, uma vez que ele admitia a escravidão. Aliás, a
distribuição de funções na democracia aristotélica não lhe trazia vantagens em relação
à rígida divisão da república platônica, quando ambos modelos são vistos através do
que nós, modernos, entendemos como democracia pluralista e com igualdade de
direitos, ascensão social etc.
Sobre as revoluções
Aristóteles aponta que existem duas motivações:
a) os cidadãos se revoltam contra o governo com o fim de mudar a forma da
constituição estabelecida;
b) descontentes com os governantes, e não com a forma, querem eles próprios
governar (monarquia, oligarquia)
Conceito de igualdade em Aristóteles:
a) igual na relação de quantidade e grandeza;
b) proporcional: identidade de relação
Ele sinaliza que na democracia é difícil ocorrerem revoluções.
“O povo jamais se insurge contra si mesmo” [pg. 226].
Ele sustenta que todas as revoluções têm por objetivo o restabelecimento da igualdade.
“Quando se estabelece a igualdade de fortunas, é forçoso que se mude a forma de
governo; e abolindo as leis relativas à preeminência das classes, abole-se o próprio
governo” [pg.246]
A importância da educação
“As leis mais úteis, aquelas que são sancionadas pela aprovação unânime de todos os
cidadãos de nada servirão se os costumes e a educação não estão conforme os
princípios da constituição” [pg. 246]
Essência do Estado: para ele estado é uma comunidade de cidadãos; e cidadão é o
homem livre que tem participação na administração, na justiça e no governo.
O estado e os seus elementos individuo e comunidade: Aristóteles é realista no entanto,
no entanto assenta toda a sua prioridade lógico idealista do Estado em função do
indivíduo, da família, a constituição do estado não tem para não tem existência real,
essa realidade, esta baseada no indivíduo, famílias, comunidades rudimentares, que
vivem num espaço-tempo. E são estes que constituem a realidade do estado. A sua
teoria sobre a essência do estado só tem em conta o cidadão livre formado, como
personalidade individual, não dando asas ao individualismo.
Referências bibliográficas:
WOLFF, Francis. Aristóteles e a política. São Paulo: Discurso Editorial, 1999.