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FGV – FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS

MBA EM COMÉRCIO EXTERIOR E NEGÓCIOS INTERNACIONAIS – COMEX 01

REGULAÇÃO DO COMÉRCIO INTERNACIONAL:


PAINEL WTO DS267

AUTORES:
Andréia Sereni
Fernanda Latre
Henrique Moura
Lívia Zuin
Wesley Costa

ORIENTAÇÃO:
Professor Mestre Paulo Ferracioli e
Professora Mestre Anna Camboim

Sorocaba, dezembro de 2010.


PAINEL: DS267
Estados Unidos da América – Subsídios para produção de Algodão

Fatos principais:
Título resumido: EUA – Algodão
Acusador: Brasil
Acusado: Estados Unidos da América
Terceiras partes: Argentina, Austrália, Benim, Canadá, Chad, China,
Taiwan, União Européia, Índia, Nova Zelândia,
Paquistão, Paraguai, Venezuela, Japão e Tailândia
Acordos citados: Agricultura: Art. 3.3, 7.1, 8, 9.1, 10.1
Subsídios e Medidas Compensatórias: Art. 3, 5, 6
GATT 1994: Art. III:4, XVI
Pedido de Consulta 27 de Setembro de 2002
recebido em:
Relatório de Painel 08 de Setembro de 2004
circulado em:
Relatório do Órgão de 03 de Março de 2005
Recurso circulado em:
Relatório do Painel do Art. 18 de Dezembro de 2007
21.5 circulado em:
Relatório do Órgão de 02 de Junho de 2008
Recurso do Art. 21.5
circulado em:
Relatório de Arbitragem do 31 de Agosto de 2009
Recurso para o Art. 22.6
circulado em:
Situação atual Autorização para retaliar concedida
em 19 de Novembro de 2009

RESUMO DA DISPUTA:
No mês de Setembro de 2002, o Brasil abriu um Painel na OMC contra os EUA
alegando que os subsídios concedidos pelo Governo americano aos produtores de
algodão eram ilegais. No mês de Novembro de 2009, após muitas negociações, a
OMC considerou os subsídios ilegais e autorizou o Brasil a retaliar os EUA. A
retaliação pode ocorrer quando um país (A) se sente prejudicado por medidas
desleais, que não estejam de acordo com as medidas da OMC, tomadas por outro
país (B). Neste caso, o país A pode abrir um Painel na OMC contra o país B. Portanto,
a retaliação consiste em um país A utilizar medidas legais (aprovadas pela OMC) para
revidar medidas tomadas por outro país B de forma desleal e que tenha prejudicado o
país A. Existem diversas formas de retaliação. Uma delas é a ameaça que a União
Européia vem fazendo ao Brasil, que poderá ser alvo de Painel em 2011, caso o
mesmo decida dar preferência às empresas brasileiras nas licitações para as
construções para a Copa do Mundo de 2014 e para os Jogos Olímpicos, ambos no
Brasil. Neste caso, a União Européia irá retaliar as empresas brasileiras excluindo-as
de licitações públicas. As empresas brasileiras mais ameaçadas são as construtoras.
Duas construtoras brasileiras já trabalham atualmente na construção da linha de um
trem entre Portugal e Espanha e concorrerão a mais um trecho nos próximos meses.
No caso do algodão dos EUA, o Brasil publicou uma lista com 103 produtos
importados dos EUA cujas alíquotas do Imposto de Importação teriam um aumento
significativo. A retaliação já deveria ter iniciado em Abril deste ano (2010), mas foi
adiada primeiramente por duas semanas e depois em dois meses, até que a mesma
fosse suspensa até o ano de 2012 diante de um acordo provisório que prevê a
diminuição dos subsídios ilegais por parte do Governo americano aos produtores de
algodão até o ano de 2012. O Brasil se comprometeu a não retaliar os EUA até 2012,
mas pode retaliar a qualquer momento caso os termos do acordo não sejam
cumpridos.

Consulta:
Em 27 de setembro de 2002, o Brasil solicita consultas com os Estados Unidos
com relação aos subsídios proibidos e acionáveis fornecidos para os produtores
americanos, usuários e / ou exportadores de algodão, assim como, a legislação,
regulamentação, instrumentos legais e emendas acrescentadas para providenciar tais
subsídios (incluindo créditos de exportação), e qualquer outra assistência para os
produtores, usuários e exportadores de algodão dos Estados Unidos (indústrias). O
Brasil alegava que estas medidas eram inconsistentes com as obrigações dos Estados
Unidos sob as seguintes provisões: Artigos 5(c), 6.3(b), (c) e (d), 3.1(a) (incluindo item
(j) da lista ilustrativa dos subsídios de exportação no Anexo I), 3.1(b), e 3.2 do Acordo
SCM (Subsídios e Medidas Compensatórias); Artigos 3.3, 7.1, 8, 9.1 e 10.1 do Acordo
sobre Agricultura; e artigo III:4 do GATT 1994. Em 9 de outubro e 11 de outubro de
2002, Zimbabué e Índia, respectivamente, solicitaram participação nas consultas. Em
14 de Outubro de 2002, Argentina e Canadá também solicitaram entrada. Os Estados
Unidos informaram ao DSB (Órgão de Solução de Controvérsias) que aceitariam os
pedidos de participação de Argentina e Índia nas consultas. Em fevereiro de 2003, o
Brasil solicita o estabelecimento de um Painel. No encontro de 19 de fevereiro de
2003, o DSB adiou o estabelecimento deste.

Painel e procedimentos do Órgão de Recursos:

Após a segunda solicitação do Brasil, o DSB estabeleceu o painel no encontro do


dia 18 de março de 2003. Paises como Argentina, Canadá, Taipé Chinês, a
Comunidade Européia, Índia, Paquistão e Venezuela reservaram os direitos como
terceiras partes para participar dos procedimentos do painel. No encontro, o
presidente do DSB anunciou que continuava a consultar com o Brasil e os Estados
Unidos a questão de nomeação de um representante da DSB. Posteriormente,
Austrália, Benim, Chade, Nova Zelândia e Paraguai reservaram o direito de terceiras
partes. Em 9 de maio de 2003, Brasil solicitou ao diretor geral para compor o painel.
Em 19 de maio de 2003, o diretor geral compôs o painel. Em 17 de novembro de 2003,
o presidente do painel informou o DSB que não seria capaz de completar o trabalho
em 6 meses devido a complexidade da questão e que o painel esperado a ser emitido,
o seu relatório final para as partes estavam previstas para maio de 2004. Em 8 de
setembro de 2004, o relatório do painel foi distribuído para membros. O Painel
concluiu que:
• Garantias de crédito de exportação agrícolas estão sujeitos às disciplinas de
subsídios no OMC
• Os Estados Unidos também concedem outros vários subsídios proibidos com
relação ao algodão;
• Os programas de apoio interno de algodão nos Estados Unidos não são
protegidos pela Cláusula da Paz, e estes programas certamente resultam em
sérios prejuízos para os interesses do Brasil na forma de preço no mercado
mundial.
Em 18 de outubro de 2004, Estados Unidos notificaram sua intenção para
apelar certas questões da lei e interpretações legais desenvolvidas no Painel. No dia
16 de dezembro de 2004, o presidente do Órgão de Apelação informou ao DSB que
devido aos numerosos e complexos problemas surgidos nesta disputa, o Órgão de
Apelação não seria capaz de apresentar o seu relatório na sexta, do dia 17 de
dezembro de 2004.
Em 3 de março de 2005, o Órgão de Apelação foi distribuído para os membros.
O Órgão de Apelação encontrou entre outros como segue:
A. Em consideração à aplicabilidade da Cláusula da Paz para esta disputa, o
Órgão de Apelação:
• Mantém a conclusão do Painel que as duas medidas contestadas (Contrato de
flexibilidade de produção e pagamentos diretos) estão relacionadas ao tipo de
produção assumida depois do período de base, portanto, não são medidas de
“caixa verde”
Modifica a interpretação do Painel da frase “apoio para uma mercadoria específica” no
Artigo 13 (b) (ii), mas mantém a conclusão do Painel que o apoio desafiou medidas
domésticas concedidas para o algodão
Considera que o Painel com conclusões estabelecidas de fato, a aplicabilidade
das provisões relevantes, e bem como a fundamentação por trás dessa descoberta,
conforme exigido pelo artigo 12.7 do DSU, e
• Considera-se desnecessária para a regra na interpretação do termo
“Participação no mercado mundial” no Artigo 6.3(d) do Acordo de SCM e nem
defende e nem reverte a conclusão do Painel que o termo significa
Participação de suprimentos no mercado mundial;
C. Em relação ao usuário de marketing- (Passo 2)- User Marketing (Step 2) Payments,
O Órgão de Apelação: Defende as conclusões do Painel que o “Step 2 “Pagamentos
para usuários internos de algodão dos Estados Unidos, sob seção 1207(a) do ato
FSRI de 2002, são subsídios contingentes ao uso de produtos nacionais em
detrimento de produtos importados que são inconsistentes com os artigos 3.1 (b) e 3.2
do Acordo SCM, e Defende as conclusões do Painel que o Passo 2 Pagamentos para
exportadores de algodão dos Estados Unidos, nos termos da seção 1207(a) do ato
FSRI de 2002, são subsídios contingentes sobre o desempenho das exportações
dentro do significado do Artigo 9.1(a) do Acordo de Agricultura que são inconsistentes
com o Artigo 3.3 e 8 ao Acordo e Artigos 3.1(a) e 3.2 do Acordo de SCM; Considera
que o Painel não sendo aplicado indevidamente o ônus da prova, ao considerar que os
programas de Garantias de crédito à exportação são subsídios proibidos dentro do
Artigo 3.1(a) do Acordo SCM e são consequentemente inconsistentes com o Artigo 3.2
do acordo; Defende a conclusão do Painel que “Programas de Garantias de crédito à
exportação dos Estados Unidos da questão GSM 102, GSM 103 e SCGP- constitui a
priori subsídios de exportação dentro do significado do item (j) da lista ilustrativa dos
subsídios de exportação no Anexo I do Acordo SCM”, e defende as conclusões do
Painel que estes Programas de Garantias de crédito à exportação são subsídios de
exportação para determinação do Artigo 3.1(a) do Acordo SCM e são inconsistentes
com Artigos 3.1(a) e 3.2 do Acordo; e Considera que o Painel não cometeu erro no
exercício da economia processual em respeito à denúncia do Brasil que os Programas
de Garantias de crédito à exportação dos Estados Unidos são subsídios de exportação
proibidos, sob artigo 3.1(a) do Acordo do SCM, uma vez que conferem um “benefício”
dentro dos termos do artigo 1.1 do referido acordo. No encontro do dia 21 de março de
2005, o DSB adotou o relatório do Órgão de Apelação e o relatório do Painel, como
modificado pelo relatório do Órgão de Apelação.

Relatório da Implementação adotada


Durante o encontro da DSB em 20 de abril de 2005, os Estados Unidos
oficializam sua intenção de cumprir as recomendações e regras propostas para
respeitar as obrigações da OMC, avaliando opções para fazê-las.

Procedimentos de cumprimento
Em 25 de outubro de 2006, o Diretor Geral estabelece a composição do Grupo
Especial. Em 09 de janeiro de 2007, o Presidente do painel de cumprimento informa à
DSB que dadas às circunstâncias particulares do caso, verifica-se a impossibilidade de
conclusão do painel em 90 dias (conforme previsto).
No dia 18 de dezembro de 2007, o relatório do painel é revisto e liberado, este
informa o prejuízo aos interesses brasileiros, pois os Estados Unidos agiram de forma
incompatível, ou seja, descumpriram as recomendações e decisões da DSB
(especificamente aos termos 7.9 do Acordo SCM). Novamente dá-se ganho de causa
ao Brasil.
Antes da adoção do documento pelo OSC, os Estados Unidos entraram em 19
de fevereiro de 2008 com procedimentos de apelação contra a decisão do painel. O
OA, em relatório final circulado em 02 de junho de 2008, dá novamente ganho de
causa ao Brasil, confirmando as decisões do painel de implementação.

Procedimentos nos termos do Artigo 22 do DSU:

BIBLIOGRAFIA:

• Disponível em:
http://www.wto.org/english/tratop_e/dispu_e/cases_e/ds267_e.htm.
Acesso em 06 de dezembro de 2010.

• Disponível em: http://estadao.br.msn.com/economia/artigo.aspx?cp-


documentid=26637958. Acesso em 06 de dezembro de 2010.

• Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/752673-brasil-


suspende-retaliacao-comercial-aos-eua-ate-2012.shtml. Acesso em 06 de
dezembro de 2010.

• Disponível em: http://zulu.worldcom.ch/acici/Membres/documents/aitic


%20glossary%20web/Terms/PT/TC_PT.php . Glossário de Termos
Usuais do Comércio Internacional com Ênfase na OMC. Acesso em 12 de
dezembro de 2010.

• Disponível em: http://www2.mre.gov.br/cgc/algod%C3%A3o%20DS


%20267-atualiza%C3%A7%C3%A3o-junho2008.pdf Acesso em 13 de
dezembro de 2010.

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