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AUTORES:
Andréia Sereni
Fernanda Latre
Henrique Moura
Lívia Zuin
Wesley Costa
ORIENTAÇÃO:
Professor Mestre Paulo Ferracioli e
Professora Mestre Anna Camboim
Fatos principais:
Título resumido: EUA – Algodão
Acusador: Brasil
Acusado: Estados Unidos da América
Terceiras partes: Argentina, Austrália, Benim, Canadá, Chad, China,
Taiwan, União Européia, Índia, Nova Zelândia,
Paquistão, Paraguai, Venezuela, Japão e Tailândia
Acordos citados: Agricultura: Art. 3.3, 7.1, 8, 9.1, 10.1
Subsídios e Medidas Compensatórias: Art. 3, 5, 6
GATT 1994: Art. III:4, XVI
Pedido de Consulta 27 de Setembro de 2002
recebido em:
Relatório de Painel 08 de Setembro de 2004
circulado em:
Relatório do Órgão de 03 de Março de 2005
Recurso circulado em:
Relatório do Painel do Art. 18 de Dezembro de 2007
21.5 circulado em:
Relatório do Órgão de 02 de Junho de 2008
Recurso do Art. 21.5
circulado em:
Relatório de Arbitragem do 31 de Agosto de 2009
Recurso para o Art. 22.6
circulado em:
Situação atual Autorização para retaliar concedida
em 19 de Novembro de 2009
RESUMO DA DISPUTA:
No mês de Setembro de 2002, o Brasil abriu um Painel na OMC contra os EUA
alegando que os subsídios concedidos pelo Governo americano aos produtores de
algodão eram ilegais. No mês de Novembro de 2009, após muitas negociações, a
OMC considerou os subsídios ilegais e autorizou o Brasil a retaliar os EUA. A
retaliação pode ocorrer quando um país (A) se sente prejudicado por medidas
desleais, que não estejam de acordo com as medidas da OMC, tomadas por outro
país (B). Neste caso, o país A pode abrir um Painel na OMC contra o país B. Portanto,
a retaliação consiste em um país A utilizar medidas legais (aprovadas pela OMC) para
revidar medidas tomadas por outro país B de forma desleal e que tenha prejudicado o
país A. Existem diversas formas de retaliação. Uma delas é a ameaça que a União
Européia vem fazendo ao Brasil, que poderá ser alvo de Painel em 2011, caso o
mesmo decida dar preferência às empresas brasileiras nas licitações para as
construções para a Copa do Mundo de 2014 e para os Jogos Olímpicos, ambos no
Brasil. Neste caso, a União Européia irá retaliar as empresas brasileiras excluindo-as
de licitações públicas. As empresas brasileiras mais ameaçadas são as construtoras.
Duas construtoras brasileiras já trabalham atualmente na construção da linha de um
trem entre Portugal e Espanha e concorrerão a mais um trecho nos próximos meses.
No caso do algodão dos EUA, o Brasil publicou uma lista com 103 produtos
importados dos EUA cujas alíquotas do Imposto de Importação teriam um aumento
significativo. A retaliação já deveria ter iniciado em Abril deste ano (2010), mas foi
adiada primeiramente por duas semanas e depois em dois meses, até que a mesma
fosse suspensa até o ano de 2012 diante de um acordo provisório que prevê a
diminuição dos subsídios ilegais por parte do Governo americano aos produtores de
algodão até o ano de 2012. O Brasil se comprometeu a não retaliar os EUA até 2012,
mas pode retaliar a qualquer momento caso os termos do acordo não sejam
cumpridos.
Consulta:
Em 27 de setembro de 2002, o Brasil solicita consultas com os Estados Unidos
com relação aos subsídios proibidos e acionáveis fornecidos para os produtores
americanos, usuários e / ou exportadores de algodão, assim como, a legislação,
regulamentação, instrumentos legais e emendas acrescentadas para providenciar tais
subsídios (incluindo créditos de exportação), e qualquer outra assistência para os
produtores, usuários e exportadores de algodão dos Estados Unidos (indústrias). O
Brasil alegava que estas medidas eram inconsistentes com as obrigações dos Estados
Unidos sob as seguintes provisões: Artigos 5(c), 6.3(b), (c) e (d), 3.1(a) (incluindo item
(j) da lista ilustrativa dos subsídios de exportação no Anexo I), 3.1(b), e 3.2 do Acordo
SCM (Subsídios e Medidas Compensatórias); Artigos 3.3, 7.1, 8, 9.1 e 10.1 do Acordo
sobre Agricultura; e artigo III:4 do GATT 1994. Em 9 de outubro e 11 de outubro de
2002, Zimbabué e Índia, respectivamente, solicitaram participação nas consultas. Em
14 de Outubro de 2002, Argentina e Canadá também solicitaram entrada. Os Estados
Unidos informaram ao DSB (Órgão de Solução de Controvérsias) que aceitariam os
pedidos de participação de Argentina e Índia nas consultas. Em fevereiro de 2003, o
Brasil solicita o estabelecimento de um Painel. No encontro de 19 de fevereiro de
2003, o DSB adiou o estabelecimento deste.
Procedimentos de cumprimento
Em 25 de outubro de 2006, o Diretor Geral estabelece a composição do Grupo
Especial. Em 09 de janeiro de 2007, o Presidente do painel de cumprimento informa à
DSB que dadas às circunstâncias particulares do caso, verifica-se a impossibilidade de
conclusão do painel em 90 dias (conforme previsto).
No dia 18 de dezembro de 2007, o relatório do painel é revisto e liberado, este
informa o prejuízo aos interesses brasileiros, pois os Estados Unidos agiram de forma
incompatível, ou seja, descumpriram as recomendações e decisões da DSB
(especificamente aos termos 7.9 do Acordo SCM). Novamente dá-se ganho de causa
ao Brasil.
Antes da adoção do documento pelo OSC, os Estados Unidos entraram em 19
de fevereiro de 2008 com procedimentos de apelação contra a decisão do painel. O
OA, em relatório final circulado em 02 de junho de 2008, dá novamente ganho de
causa ao Brasil, confirmando as decisões do painel de implementação.
BIBLIOGRAFIA:
• Disponível em:
http://www.wto.org/english/tratop_e/dispu_e/cases_e/ds267_e.htm.
Acesso em 06 de dezembro de 2010.