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AS ILHAS

NISSOLOGIA OU NESOLOGIA

ALBERTO VIEIRA
CEHA-MADEIRA
avceha2@gmail.com
…é necessário ter nascido do ventre de uma mulher, numa ilha, ou
morando nela, ser inoculado pelo vírus da insularidade. Texto
atribuído a Gaspar Frutuoso 1522-1591

E não criou Deus , nem levantou ou descobriu tudo terras chãs e


fértiles, mas também fez montes e vales, outeiros e campos chãos,
terras mimosas e pedregosas, algumas secas e outras regadias, sendo
só um elemento com tantas variedades, como a espécie dos homens
com tão diversos rostos.
As criaturas todas com virtudes, feições, cores, propriedades e
qualidades tão estranhas e diferentes antre si, e tudo pera fermosura
do Universo, pera, como bom pintor, com diversidade de cousas e
cores, realçar com umas a fermosura das outras.
Assi também, ou quando logo criou o Mundo, no principio fez terra
firme e muitas ilhas, ainda que adiante, ou antes do dilúvio ou depois
dele ou com ele, algumas mudanças fossem e se fizessem."
(Gaspar Frutuoso, Livro Primeiro das Saudades da Terra, Ponta
Delgada, 1984, p.300)

Islanders above all, being less mixed, less merged with other peoples,
have a national character that is especially marked.
Jean-Jacques Rousseau, 1765

Ilhas do esquecimento… Maravilhas


De paz e amor, onde as terei mais perto?
Perdidas, mas não longe; antes queridas
Certas em pleno mundo torvo e incerto

Sonho de novas ilhas, não no ponho


Fora das grandes ou pequenas ilhas;
E elas, à flor do mar, quero-as tão belas
Quanto lhes baste para serem minhas.

Ilhas de calmo e de silencio, filhas


Do pensamento, só… Ilhas lá fora,
Mas dentro apenas da imaginação!

Tê-las no mar alto, na terra, nas estrelas,


Tê-las comigo para toda a hora
Como se tem no peito o coração.
NASCIMENTO, Cabral do, 1976, Cancioneiro, Porto,
Editorial Inova, p. 191

…a ilha podia ser o lugar onde toda criatura humana,


esquecendo o próprio saber desmedrado, encontraria, como
um menino abandonado na floresta, uma nova linguagem
capaz de nascer de um novo contacto com as coisas.
Humberto Eco, 1995
AS ILHAS. A estes muitos mais testemunhos poderíamos juntar sobre as ilhas. Ora tudo isto é a
prova de que ninguém pode negar a omnipresença das ilhas no nosso quotidiano. Elas estão em
quase tudo e assumem uma importância que suplanta em tudo a sua dimensão geográfica.
Valorizam-se pelos mitos criados pela literatura clássica, como pelas ancestrais histórias e lendas
das distintas religiões, que vão desde o cristianismo ao budismo e taoismo. O éden, o lugar dos
eleitos e bem aventurados, para cristãos muçulmanos e taoístas é uma ilha.

Esta inquestionável presença da ilha levou o geógrafo Yi-Fu Tuan a afirmar que The island
seems to have a tenacious hold on the human imagination 2. Teve replica em Baldacchino, G.
(2005): islands have occupied such a powerful place in modern Western imagination that they lend
themselves to sophisticated fantasy and mythology. Paradises, but also Gulags, are generally
islands.

A ilha, como ideia ou realidade espacial e histórica, é mesmo um caso de sucesso editorial na
nossa sociedade3. A literatura, desde a Antiguidade Clássica, tem contribuído para esta
imortalização da imagem idílica de ilha. A ilha é uma referência como palco para o trama de
inúmeras histórias da ficção infanto-juvenil. A ilha é sempre, na verdade, um bom motivo para a
escrita como para leitura4.

Cada um de nós, ilhéu ou não, tem a nossa ilha, mas para o insular esta esta presente de
diversas formas e tem representação espacial, aquilo que falta ao continental, que se perde na
imensidão da planície ou das cordilheiras montanhosas. Também, todos ou quase todos
idealizamos uma ilha, da utopia ou do sonho por concretizar. Aquela que define e faz afirmar o
nosso mundo, a nossa identidade, a nossa referência oceânica, a nossa morada real ou
imaginada. Certamente que dentro de muitos de nós existe a força de um “Robison Crusoe” e
somos proprietários de pelo menos uma “ilha do Tesouro”. É isto certamente aquilo que diferencia
os ilhéus dos continentais

Hoje, parece que a globalização matou a nossa ilha e tende a criar a ideia de que ela se ancorou
ao continente. Querem amarrar-nos ao continente e apagar a nossa identidade ilhoa. O turismo do
século XX partiu à descoberta das ilhas e fez com que o mundo das ilhas se prendesse aos
continentes. Obrigou-nos a partilhar o nosso pequeno mundo.

Por tudo isto podemos dizer que a ilha não pertence ao desconhecido nem esquecida ela está
presente no discurso do politico, como nas palavras e escrita do poeta e escritor. Vende-se com o
turismo que procura reinventar e descobrir os recantos do Paraíso. Reivindica-se por força das
armas pela importância estratégica económica e histórica. Todos partimos à conquista da nossa ilha
e dos nossos vizinhos. Foi assim desde tempos imemoriais e continuará a sê-lo nos próximos. Para
alguns estudiosos vivemos o milénio das ilhas. Das ilhas que se afirmam como espaços económicos
e políticos, mas também daqueles que se afundam por força do aquecimento global.

Perante todas estas evidências podemos perguntar-nos: Como posicionar as ilhas no processo global
de mudanças do planeta? Como poderão os ilhéus preservar a sua identidade perante a globalização
e voracidade dos espaços continentais ?

A história e os seus escribas afinam no seu discurso pela a afirmação das ilhas, mas não dos
insulares, que por vezes parecem não existir. Esta forma de leitura dos espaços insulares a partir da
orla marítima continental retira-nos identidade e afirmação para evidenciar numa dimensão de
escravidão e controlo, ou amarração aos espaços e ditames continentais. Em 1949 F. Braudel
afirmava que La gran historia, en efecto, pasa frecuentemente por las islas; acaso sería mas justo,
tal vez, decir que se sierve de ellas. É esta servidão das ilhas em face dos interesses hegemónicos e
expansionistas dos continentes uma das facetas mais evidenciadas da nossa História.

Os chineses foram os primeiros a entender bem essa estratégia que esteve subjacente ao
expansionismo português a ponto de criarem um proverbio que de forma significativa espelha
aquilo que foi a politica dos portugueses. Diz o provérbio que os portugueses são como os peixes
que morrem quando se lhes tira a água.

Esta vocação ribeirinha, da presença constante do mar e de um olhar sempre virado para ele fez
construir esta realidade de ilha, mesmo em continentes, desde que estivesses próximo o mar.
Estamos perante o império anfibio, no dizer de Lúís de Albuquerque. Os portugueses serviram-se de
ilhas para consolidar a estratégia expansionista em termos políticos e económicos e onde elas não
existiam procuram cria-las através de construções que os permitissem isolar do continente. A sua
principal habilidade prendia-se com o universo das ilhas. Quem sabe se a nossa a independência
alcançada na península ibérica não terá sido também uma forma de ilhar-se?

Estas e outras mais evidências do universo insular cativaram o conhecimento cientifico em


torno destes espaços insulares, em que se busca a matriz europeia como forma de justificar as
intervenções e apropriações. A nossa História esteve por muito tempo entregue a eles. Hoje
procuramos afirmar a nossa diferença e identidade através de uma intervenção e criação de um
outro discurso. O discurso dos Estudos Insulares que parte de dentro para fora e não ao inverso.

Os anos oitenta foram um momento muito significativo de afirmação deste discurso. Criaram-se
instituições que desenvolveram pesquisas monográficas. Publicaram-se revistas que foram o porta-
voz desta nova realidade e discurso dos insulares. Em diversos sítios e lugares das ilhas começou a
discutir-se as múltiplas questões que as distintas áreas do conhecimento atribuem ao mundo das
ilhas. Tudo isto como resultado de uma nova postura, pois como afirma Godfrey Baldacchino
"Island studies is not the mere study of events and phenomena on sites which happen to be
islands; . . . islands do not merely reproduce on a manageable scale the dynamics and the
behaviour which exist elsewhere. Islandness is an intervening variable which contours and
conditions physical and social events in distinct, and distinctly relevant, ways."

Por aqui abriram-se novos caminhos e surgiram novos discursos ou práticas discursivas que
permitiram a afirmação da chamada área dos Estudos Insulares. O antropólogo brasileiro, Manuel
Diegues (1998) afirmou que “As sociedades insulares são fundamentadas nos conceitos de
maritimidade, insularidade e ilheidade. Não é a presença material do mar que se revela como
elemento básico das sociedades insulares, mas sim as práticas sociais e simbólicas desenvolvidas
em relação ao mar”. Isto implica mais atenção a determinados conceitos operatórios, como uma
distinta postura para a investigação e debate: “ Para analisar o fenómeno insular , é necessário
lançar mão de um estudo interdisciplinar pois este não está apenas no âmbito da geografia ou da
sociologia, também está na antropologia e na psicologia. ...destacam-se os pontos de vista
histórico e antropológico, que se baseiam em três conceitos básicos: a maritimidade, a
insularidade e a ilheidade”.

Ancorado a esta aparato teórico estão três conceitos básicos que dão corpo a uma realidade que
materializa a pratica discursiva e de investigação. A maritimidade diz respeito às práticas
econômicas, sociais e simbólicas, onde a presença física do mar não é o fator essencial mas o
conjunto das práticas que envolvem o seu viver e esse conceito não existe em todas as sociedades
insulares. Ele está presente mais nas ilhas oceânicas em que o mar media as negociações e as
relações com outras sociedades insulares ou continentais que fazem com que desempenhem uma
dupla maritimidade. Já “A insularidade refere-se à identidade cultural do ilhéu diferenciada do
continental, mas é resultante das práticas econômicas e sociais em um espaço limitado,cercado
pelo oceano”. Enquanto “a ilheidade é um neologismo de origem francesa utilizado para designar
as representações simbólicas e imagens decorrentes da insularidade e que se expressam por mitos
fundadores das sociedades insulares e lendas que explicam formas de conduta, comportamento,
etc. Para nos apropriarmos das designações de Vilma L. da Fonseca (2001)
A partir daqui está aberto o caminho para a descoberta da nova ciência que surgiu na década de
oitenta do século XX e que hoje ganhou um espaço privilegiado no debate em torno dos Estudos
Insulares. Estamos perante a Ciência das ilhas que faz jus à sua real importância, no mundo dos
continentes e continentais. A definição universalmente aceite de Nissologia é de Grant
McCall(1996): the study of islands on their own terms... dwellers that island world view is not
theirs; and that an island integrity belongs to Islanders. Está complementada por achegas de outros
intervenientes, como G. Baldacchino (2008) que direcciona o olha de dentro para fora: island
studies/Nissology has been conceived as plataform for loking at islands issues inductively and ex-
centrically: privileging commentary from inside out (rather than from the outside in. Mas isso não
basta como postura para que a ciência se afirme, pois, segundo C. Depraetere (2008) island studies
always been a special breed of Science, being inter and multidisciplinary but also
multidimensional.

O pensar a Ciência e as diversas formulações dos discursos e debates científicosgerou nas ultimas
décadas uma evolução da nossa postura. Hoje entende-se que a evolução do conhecimento não se
faz através da especialização dos debates e investigação, mas sim através de posturas discursivas e
de investigação abertas em partilha dos diversos ramos do conhecimento. Foi-se evoluindo da
interdisciplinaridade até chegarmos à transdiciplinaridade. O primeiro passo foi o ponto de ruptura
com o discurso positivista e o avançar para uma forma de integração das disciplinas e campos de
conhecimento que, segundo Palmade(1979), foi possivel "romper as estruturas de cada uma delas
para alcançar uma visão unitária e comum do saber trabalhando em parceria" .

O romper com o racionalismo positivista da Revolução industrial implicou também o avançar no


nosso discurso e postura científica. Diz-nos Gusdorf (1976), "a exigência interdisciplinar impõe a
cada especialista que transcenda sua própria especialidade, tomando consciência de seus próprios
limites para colher as contribuições das outras disciplinas". Mas devemos avançar ainda mais de
forma a encontrar aquilo que está presente em todas as ciências. Assim o indica o prefixo trans,
que diz respeito ao que está ao mesmo tempo entre as disciplinas e para além de cada uma delas em
particular e que só pode ser encontrado através do contributo de todas. É isto o discurso
transdiciplinar, que em 1970 não passava de um sonho para Piaget, mas que hoje se tornou uma
realidade.

Em 1994 num congresso realizado no Convento da Arrábida em Portugal firmou-se a Carta da


Transdisciplinaridade. Diz-nos o seu artigo quarto “O elemento essencial da Transdisciplinaridade
reside na unificação semântica e operativa das acepções através e para além das disciplinas. Ela
pressupõe uma racionalidade aberta, por um novo olhar sobre a relatividade das noções de
«definição» e de «objectividade». O formalismo excessivo, a rigidez das definições e a
absolutização da objectividade comportando a exclusão do sujeito conduzem à deterioração”.

Apenas mais dois artigos que poderão funcionar como alerta e recomendação. No decimo terceiro
aconselha-se que “A ética transdisciplinar recusa toda a atitude que rejeita o diálogo e a
discussão, de qualquer origem - de ordem ideológica, científica, religiosa, económica, política,
filosófica. O saber partilhado deve conduzir a uma compreensão partilhada, fundada sobre o
respeito absoluto das alteridades unidas por uma vida comum numa única e mesma Terra”. Para
depois se referir que “Rigor, abertura e tolerância são as características fundamentais da atitude e
da visão transdisciplinares. O rigor na argumentação que entra em conta com todos os dados é o
guardião relativamente aos possíveis desvios. A abertura comporta a aceitação do desconhecido,
do inesperado e do imprevisível. A tolerância é o reconhecimento do direito às ideias,
comportamentos e verdades contrárias às nossas”.

São múltiplas as formas como tem sido substantivada esta nova Ciência das Ilhas. A Nissologia
parte do estudo publicado em 1982 por A. Moles, (Labyrinthes du vecu, París, pp. 47-66) onde
aparece nissonologie/nissonologia como "ciência das ilhas". Passados dez anos outros
investigadores de temas insulares retomaram a ideia e abriram caminho para a vulgarização da
nova ciencia. Primeiro foi a Nissologie (Depraetere, 1990) e depois Nissology (Grant McCall,
1994). Desta última temos uma definição curta para esta nova ciência: the study of islands on their
own terms, as a way of focussing such research.

Em Outubro de 2009 promovemos no Funchal um debate sobre os Estudos Insulares que permitiu
uma aclaração do conceito. Por proposta do Dr. José Pereira da Costa decidimos alterar esta
designação de ciência das ilhas para NESSOLOGIA. Depois disto os nossos estudos obrigaram a
uma mudança. Assim, fomos confrontados com uma designação diferente para este conceito que se
reporta ao monstro de Loch Ness.

Por felicidade chegou-nos às mãos um estudo de Marcos Martinez(1998) que veio trazer-nos luz: ...
el nacimiento de una nueva rama del saber que bautizo con el nombre de nesología, que tendrá que
ver con todo lo relacionado con las islas desde cualquier punto de vista: el mito, la historia, la
literatura, el arte, la filosofía, la psicología, etc. Vendría a ser una "ciencia o estudio de las islas"
en su más amplio sentido.

Depois, ao confrontarmos o autor com esta mais usual designação de Nissologia comunicou-nos o
seguinte: Me baso en la palabra griega nesos “isla”, en griego clásico, que los modernos dicen
nissos por el fenómeno del itacismo( pronunciar la eta antigua por una iota moderna), y de ahí
que digan nissología. Pero yo creo que es más apropiado decir Nesología y Nesólogo para la
persona que se dedica al estudio de las islas.

Já em 1650 o geógrafo alemão, Bernardo Varenio, fazia jus a esta forma de designação.

Estava encontrada a designação mais acertada para a ciência das Ilhas, é NESOLOGIA e não
NISSOLOGIA ou NESSOLOGIA. As evidencias assim o provam e clamam que mesmo em
questões de terminologia deveremos ter o máximo de cuidado e ser sérios. Em prol da seriedade e
adequada fundamentação que queremos que este novo conhecimento tenha passaremos a designar
de NESOLOGIA.

Afirmação desta nova Ciência não passa apenas por esta questão da nomenclatura que nos parece
acessória no conjunto global. Importa sim, tendo em conta os parâmetros definidos pelos debates
teóricos sobre a forma de expressão dos diversos actos que a fundamentam, criar mecanismos para a
sua plena concretização através de novas práticas e discursos transdisciplinares.

Há que rever todas as nossas práticas de investigação se acaso pretendemos que aquilo que fazemos
se enquadre neste chapéu da Nesologia. A aposta em projectos com equipas de trabalho e espaços
de discussão transdiscipliar são o meio seguro para mostrarmos que estamos no caminho certo da
NESOLGIA. A principal razão desta nova ciência, tal como postula Grant McCall, é “ o estudo
segundo critérios próprios”.

Nos últimos tempos, os diversos debates em torno desta nova ciência clamam por uma nova postura
de investigação, que passa pela procura de novos temas ( pequenas ilhas e estados-small
islands/small states), o recurso a diferentes metodologias e o uso de distintos conceitos (ilheidade,
insularidade, maritimidade, insularidade, hypo-insularidade).

Neste quadro temos ainda a ideia de que a Nesologia, a aafirmação e estudo da identidade dos
espaços insulares deve ser construída e estudada pelos próprios. Por outro lado os estudos
nesologicos devem ser também a expressão universal do mundo insular, que se alheia dos espaços
oceânicos, da cor da bandeira, da língua materna e de escrita, como da dimensão geográfica e da
condição politica.

Só assim poderemos afirmar que as ilhas, não obstante o tamanho geográfico foram e são grandes
em importância politica, económica, estratégica, cientifica.

Para a História as ilhas exerceram diversos papeis. Passaram rapidamente de espaços económicos,
de apoio navegação oceânica a áreas estratégicas ou de ensaios nucleares. Também sabemos que de
escalas se transformaram rapidamente em espaços aprazíveis, para a cura da tísica pulmonar,
repouso e deleite de aristocratas, aventureiros e turistas.

Hoje e sempre as ilhas continuarão a ser um campo privilegiado de inspiração, estudo e debate. E,
sem dúvida que o conhecimento que tivermos delas será fundamental para a compreensão do
passado e presente dos espaços oceânicos e continentais.

NOTA BIBLIOGRÁFICA: bibliografia usada neste ensaio está


disponível no texto que publicamos no Anuário do Centro de Estudos
de História do Atlântico, 2009, pp.16-59.

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