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Utilização de aditivos microbianos e/ou monensina na dieta de vacas em lactação: consumo

de matéria seca e produção de leite1

R. C., SOUZA2, R. B., REIS3, M. H. F., MOURTHE2, M. R., SOUSA3, A. M. Q. LANA3,

L. H., OLIVEIRA4, F. A., BARBOSA2 , J. A. F. NETO4 ,L. A., Leite2


1
Empresa financiadora: Chr. Hansen Ind. E Com. Ltda.
2
Doutorando em Produção Animal, Departamento de Zootecnia, Escola de Veterinária/UFMG.
CEP:31.270-901. souzavet@terra.com.br
3
Professores Adjunto da Escola de Veterinária/UFMG. CEP:31.270-901.
4
Aluno de Iniciação Científica, Departamento de Zootecnia, Escola de Veterinária/UFMG. CEP:
31.290-901.

Resumo

A utilização de microrganismos como aditivos na dieta de vacas leiteiras possui potencial para se
tornar mais uma opção no manejo nutricional das fazendas, melhorando a eficiência e a produção
animal. Poucos trabalhos foram desenvolvidos até agora na tentativa de elucidar o mecanismo de
ação e efeitos de sua suplementação, assim como, a interação com outros aditivos. O objetivo
deste estudo foi avaliar o efeito da associação ou não de aditivos microbianos para inclusão direta
(DFM) com monensina sódica sobre o consumo de matéria seca, produção e composição do leite.
Foram utilizadas oito vacas da raça holandesa, multíparas, com 150+17 dias de lactação e
produção média diária de 20+0,8Kg de leite. As dietas utilizadas foram: Controle (CON); DFM
(DFM); monensina (MON) e DFM associado a monensina (DFMMON). A inclusão de DFM e/ou
monensina não afetou o consumo de matéria seca, matéria orgânica, proteína bruta, fibra em
detergente neutro, fibra em detergente ácido, produção e a composição do leite. De acordo com os
resultados observados neste experimento, pode-se inferir que a utilização de DFM e/ou
monensina, para vacas leiteiras no terço médio da lactação, não teve nenhum efeito benéfico sobre
o consumo de nutrientes, produção e componentes do leite.

Palavras Chaves: DFM, vacas leiteiras, produção

Title: Effect of direct feed microbial and monensin in the diet of dairy cows on dry matter intake and
milk production and composition

Abstract: The use of microorganisms as feed additives in the diet of dairy cows has shown a
potential to become a novel option for the nutritional management, improving the efficiency and
production. So far, a few researches have been carried out in order to elucidate the mechanism of
action and it effects, as well as its interaction with other additives. Thus, the aim of the present
study was to evaluate the effect of the association of direct feed microbial additives (DFM) with
sodium monensin on the dry matter intake and milk production and composition. Eight multiparous
lactating Holstein cows, 150+17 averaging days milk 20+0.8Kg of milk per day, were used. The
diets were: control (CON); DFM; monensin (MON) and DFM plus monensin (DFMMON) in a 50:50
forage:concentrate ratio diet. The inclusion of DFM and/or monensin neither affected the dry matter
and organic matter, nor the milk production and composition. According to the results, the use of
DFM and/or monensin for lactating dairy cows middle did not show a benefits on the nutrients
consumption, milk production and composition.

Key words: DFM, dairy cows, milk production and composition

Introdução

A manutenção de qualquer atividade produtiva depende basicamente da eficiência do sistema de


produção, que pode ser traduzida com maior produtividade e menor custo. Na atividade leiteira, a
nutrição é o principal fator que afeta a eficiência de produção e pode representar até 60% dos
custos de produção. Portanto, pode-se afirmar que quanto mais eficiente for a nutrição, mais
eficiente se torna o sistema de produção.

O consumo de matéria seca (CMS) é um dos principais fatores que afeta a produção de leite.
Algumas estratégicas, como o fornecimento de dieta total, a utilização de forragem de boa
qualidade e utilização de aditivos, têm sido utilizadas com o intuito de maximizar o CMS e
conseqüentemente a produção animal.

Neste contexto, a suplementação de Aditivos Microbianos para Inclusão Direta (DFM) na dieta de
vacas de alta produção pode ser uma ferramenta bem aceita nos rebanhos leiteiros que trabalham
com raças especializadas.

Nocek et al.(2003) observaram que a utilização de DFM na dieta de vacas leiteiras, constituído por
combinação específica de cepas de bactérias produtoras de ácido láctico e de leveduras,
aumentou o consumo de matéria seca e a produção de leite.

A produção e a composição do leite têm sido utilizadas como parâmetros para avaliar a
manipulação e a eficiência de um bom programa nutricional de vacas leiteiras.

Material e Métodos

Foram utilizadas oito vacas da raça holandesa, sendo quatro canuladas no rúmen, multíparas, com
150+17 dias de lactação com produção média diária de 20+0,8 Kg de leite. Os animais foram
mantidos individualizados em instalações tipo “tie-stall” contendo cocho de alimentação e
bebedouro individualizados.

Foi utilizado o delineamento quadrado latino 4 x 4, duplo. Os tratamentos foram dispostos em


arranjo fatorial 2 x 2. Os períodos experimentais foram de 28 dias cada, sendo que, do 1o ao 21o
dia foi considerado período de adaptação dos animais as dietas e do 22o ao 28o dia, período de
coleta de amostras.

Apenas uma dieta experimental foi balanceada segundo o NRC (2001), com relação
volumoso:concentrado de 50%:50% com base na matéria seca total. A silagem de milho foi
utilizada como fonte única de volumoso. Desta forma, as dietas utilizadas possuíam características
nutricionais semelhantes, sendo que a diferença entre elas consistiu apenas na inclusão de 2 g de
DFM e/ou 3 g de monensina sódica: Dieta 1: Controle (CON); Dieta 2: DFM (DFM);Dieta 3:
Monensina (MON); Dieta 4: DFM + Monensina (DFMMON).

Os suplementos foram fornecidos, diretamente, via cânula ruminal ou via sonda gástrica para os
animais não canulados. O Rumensin® , Elanco Saúde Animal, era composto de 10% de monensina
sódica.O Probios® Tc, Chr. Hansen, Milwaukee, WI, United Sates, era composto por 5x109 ufc de
leveduras (Saccharomyces cerevisiae, Biomate®) e 5x109 ufc de bactérias (Enterococcus faecium)
por grama do produto. As viabilidades dos produtos foram avaliadas antes do início do
experimento.

As dietas, na forma de ração completas (TMR) foram oferecidas duas vezes ao dia, 60% oferecido
às 7:00 horas e 40% às 17:00 horas, em quantidades que permitiram 10% de sobras. Tanto as
dietas fornecidas quanto as sobras após serem homogeneizados no cocho, foram recolhidas
diariamente, pesadas e amostradas.

O peso diário das dietas fornecidas e das sobras foi utilizado para o cálculo de consumo de matéria
seca, de matéria orgânica, de proteína bruta, de fibra insolúvel em detergente neutro, de fibra
insolúvel em detergente ácido, de extrato etéreo, de matéria mineral, de cálcio e de fósforo
segundo a equação:

Consumo = (KgFO * %FO) - (KgSO * %SO) * 100

Em que:

KgFO= quantidade de dieta fornecida, em Kg

%FO= concentração do nutriente na dieta fornecida

KgSO= quantidade de sobras retiradas, em Kg

%SO= concentração do nutriente nas sobras


Para análise da produção e composição do leite os animais foram submetidos a duas ordenhas
diárias, às 6:00 e às 15:00 horas. As produções de leite foram calculadas utilizando-se os valores
obtidos em 4 ordenhas consecutivas do 24º ao 25º dia de cada período experimental.

Para a avaliação dos teores de gordura, proteína, lactose, extrato seco desengordurado (ESD) e
sólidos totais, foram coletados amostras individuais homogeneizadas de 300mL de leite em cada
uma das 4 ordenhas consecutivas, do 24º e 25º dias de cada período experimental. As amostras
foram acondicionadas em recipiente contendo bromopol. Os resultados médios por período foram
obtidos segundo a média aritmética dos resultados médios diários dos dois dias de coleta. Para
estas análises foi utilizando o aparelho Bentley 2000.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

As médias observadas para consumo de matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), fibra solúvel
em detergente neutro (FDN), fibra solúvel em detergente ácido (FDA), proteína bruta (PB), extrato
etéreo (EE), matéria mineral (MM), cálcio (Ca) e (P) estão apresentados na tabela-1.

A suplementação de DFM e/ou monensina não afetou o consumo de matéria seca. O consumo
médio foi 3,04% do peso vivo. O consumo de matéria orgânica, fibra em detergente neutro, fibra
em detergente ácido, proteína bruta, extrato etéreo, matéria mineral, cálcio e fósforo seguiram a
mesma tendência observada no consumo de MS, sendo semelhantes entre as dietas
experimentais. Em estudo mais recente, Erasmus et al. (2005), também verificaram que a
utilização de monensina e/ou leveduras não afetaram a ingestão de matéria seca.

A ingestão de matéria seca em vacas está relacionada diretamente ao conteúdo de parede celular
e a densidade energética da dieta. Os ingredientes utilizados e fornecidos para os respectivos
tratamentos foram semelhantes, exceto os aditivos. A quantidade de FDN, FDA e carboidratos não
fibrosos foram iguais. Portanto, se houvesse diferenças no consumo de matéria seca entre as
dietas experimentais seria devido ao melhor aproveitamento dos nutrientes, resultado de uma
melhora da fermentação ruminal por influência do DFM e/ou da monensina sódica.

Em uma série de estudos durante o período de transição, Nocek et al. (2003) mostraram que a
digestibilidade dos nutrientes aumentou com a inclusão de DFM nas dietas, no qual a silagem de
milho era a única fonte de volumoso. Entretanto, a ingestão de matéria seca não foi afetada.
Contudo, esses autores concluíram que o aumento da digestibilidade foi suficiente em aumentar o
teor de substratos aminogênicos e glicogênicos e conseqüentemente o aporte de energia para os
animais, favorecendo assim, o aumento da produção de leite.
É importante ressaltar que os animais utilizados nesse experimento apresentavam média de 150
dias em lactação. Neste período, os animais possuem o ambiente ruminal mais estável. O grande
desafio é no início da lactação, no qual ocorre uma mudança brusca de dieta, os microrganismos
têm que se adaptarem ao novo ambiente ruminal associado a outros fatores que ocorrem no
período de transição como balanço energético negativo, doenças metabólicas e estresse.

A produção de leite variou de 19,29 a 21,7 Kg/dia e leite corrigido para 4% de gordura de 19,75 a
20,20 Kg/dia, sendo semelhante entre os tratamentos CON, DFM, MON e DFMMON (Tabela-2)
(p<0,05). O mesmo resultado foi verificado para a produção e teor de gordura e proteína do leite.
Houve tendência para maior produção de gordura (0,85 e 0,81 Kg/dia) (P=0,074) nos tratamentos
CON e DFM, respectivamente. Portanto, tendência da inclusão de monensina isolada ou associada
ao DFM em redução da produção de gordura. Erasmus et al. (2005) também não encontraram
efeito da associação de monensina e leveduras sobre a produção e composição do leite.

A produção de leite está diretamente relacionada com a ingestão de matéria seca (IMS). Neste
experimento não foi verificado nenhum efeito da utilização de aditivos microbianos e/ou monensina
sobre a IMS.

Conclusão

A utilização de aditivos microbianos e/ou monensina em dietas de vacas leiteiras no terço médio da
lactação, com produção média de 20 kg de leite dia, não teve nenhum efeito no consumo,
produção e composição de leite.

Referências Bibliograficas

ERASMUS, L. J.; ROBINSON, P. H.; SHMADI, A.; et al. Influence of prepartum and postpartum
supplementation of a yeast culture and monensin or both, on ruminal fermentation and performance
of multiparous dairy cows. Animal Feed Science and Technology, v. 122, p. 219-239, 2005.

NOCEK, J. E.; KAUTZ, W. P. ; LEEDLE, J. A. Z.; BLOCK, E. Direct-fed microbial supplementation


of dairy cattle during the transition period. Journal of Dairy Science, v. 86, n. 1, p. 331-335, 2003.

NRC. Nutricional Requeriments of dairy Cattle (7rd Edição). National Academy Press, Washington,
DC, 2001.

SODER, K. J.; HODEN, L. A. Dry matter intake and milk yield and composition of cows fed yeast
prepartum and postpartum. Journal of Dairy Science, v. 82, n. 3, p. 605-610, 1999.

WOHLT, J. E.; CORCIONE, T. T.; ZAJAC, P. K. Effect of yeast on feed intake and performance of
cows fed diets based on corn silage during early lactation. Journal of Dairy Science, v. 81, n. 5, p.
1345-1352, 1998.
Tabela 1: Efeito da utilização de aditivos microbianos (DFM)1 e/ou monensina2 na dieta de vacas
leiteiras sobre a ingestão de matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), fibra solúvel em detergente
neutro (FDN), fibra solúvel em detergente ácido (FDA), proteína bruta (PB), extrato etéreo (EE),
matéria mineral (MM), cálcio (Ca) e fósforo (P)

Dietas 3
Ingestão, Kg/dia CON DFM MON DFMMON EMP 4 SIG5
MS 18,93 18,11 18,62 17,52 0,511 ns
MO 15,73 15,36 15,91 14,98 0,996 ns
FDN 8,25 8,24 8,37 7,34 0,769 ns
FDA 4,66 4,35 4,67 4,33 0,431 ns
PB 2,68 2,52 2,61 2,46 0,222 ns
EE 0,51 0,52 0,48 0,53 0,115 ns
MM 1,27 1,06 1,21 1,11 0,190 ns
Ca 0,11 0,11 0,11 0,11 0,014 ns
P 0,05 0,05 0,06 0,05 0,016 ns
DFM: Probios ®TC (Chr. Hansen, Milwaukee, WI, United States). Este aditivo contém 5 x 10 ufc de leveduras e 5 x 10 ufc
1 9 9

de bactéria (duas cepas específicas de Enterococcus faecium).

2 ®
Rumensin , Elanco Saúde Animal, 10 % de monensina sódica.

3
Dietas: CON: controle; DFM= 2 g DFM; MON = 3 g de monensina; DFMMON= 2 g de DFM + 3 g de monensina

4
EPM: Erro padrão da média.

5
Sig: (P<0,05), pelo teste de Tukey.

Tabela-2: Efeito da utilização de aditivos microbianos (DFM)1 e/ou monensina2 na dieta de vacas
leiteiras sobre a produção e composição do leite

Dietas3
Variável CON DFM MON DFMMON EMP 4 SIG5
Produção,
Kg/dia
Leite 21,07 20,35 19,29 20,59 0,826 ns
6
LCG 4% 20,19 20,20 20,03 19,75 1,240 ns
Gordura 0,85 0,81 0,72 0,74 0,037 0,074
Proteína 0,71 0,69 0,64 0,67 0,028 ns
Composição, %
Gordura 4,14 4,15 3,87 3,89 0,091 ns
Proteína 3,45 3,51 3,52 3,81 0,109 ns

DFM: Probios ®TC (Chr. Hansen, Milwaukee, WI, United States). Este aditivo contém 5 x 10 ufc de leveduras e 5 x 10 ufc
1 9 9

de bactéria (duas cepas específicas de Enterococcus faecium).

2 ®
Rumensin , Elanco Saúde Animal, 10 % de monensina sódica.

3
Dietas: CON: controle; DFM= 2 g DFM; MON = 3 g de monensina; DFMMON= 2 g de DFM + 3 g de monensina

4
EPM, Erro padrão da média.

5
Sig: (P<0,05), pelo teste de Tukey.

6
LCG 4%: Leite corrigido para 4% de gordura

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