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Remédio constitucional ou remédio jurídico, são meios postos à disposição dos

indivíduos e cidadão para provocar a intervenção das autoridades competentes, visando


sanar ilegalidades ou abuso de poder em prejuízo de direitos e interesses individuais.

Este termo não é definido na legislação, apenas na doutrina. Veja quais são:

HABEAS CORPUS - sempre que alguém sofrer (HC Repressivo) ou se achar ameaçado
de sofrer (HC Preventivo) violência ou coação em sua LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO,
por ilegalidade ou abuso de poder. Pode ser impetrado pela própria pessoa, por menor ou
por estrangeiro.

HABEAS DATA - para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do


impetrante, constante de registro ou banco de dados de entidades governamentais ou de
caráter público,  serve também para retificação de dados, quando NÃO se prefira fazê-lo
por processo sigiloso, judicial ou administrativo. A propositura da ação é gratuita e é uma
ação personalíssima.

MANDADO DE SEGURANÇA - para proteger direito líquido e certo não amparado por
HC ou HD, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública
ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. Líquido e Certo:
o direito não desperta dúvidas, está isento de obscuridades e qualquer pessoa física ou
jurídica pode impetrar, mas somente através de advogado.

MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO - instrumento que visa proteger direito


líquido e certo de uma coletividade, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de
poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do
Poder Público. Legitimidade para impetrar MS Coletivo: Organização Sindical, entidade de
classe ou associa legalmente constituída a pelo menos 1 ano, assim como partidos políticos
com representação no Congresso Nacional. Objetivo: defesa do interesse dos seus membros
ou associados.

MANDADO DE INJUNÇÃO - sempre que a falta de norma regulamentadora que torne


inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania. Qualquer pessoa (física ou jurídica) pode
impetrar, sempre através de advogado.

AÇÃO POPULAR - visa a anulação ou à declaração de nulidade de atos lesivos ao:


Patrimônio Público, à moralidade Administrativa, ao Meio Ambiente, ao Patrimônio
Histórico e Cultural. A propositura cabe a qualquer cidadão (brasileiro) no exercício de
seus direitos políticos.
DIREITO DE PETIÇÃO - visa defender direito ou noticiar ilegalidade ou abuso de
autoridade pública. Qualquer pessoa pode propor, brasileira ou estrangeira

Eficacia e Vigencia das Normas Constitucionais


A eficácia de uma norma jurídica não se confunde com a sua vigência. Uma norma pode
ser eficaz e estar em vigência, e pode também estar em vigência e não ser eficaz. 

Todas as normas constitucionais têm, ainda que seja mínima, certa eficácia. Varia, porém,
a forma de tal eficácia, distinguindo-se as normas constitucionais em normas de eficácia
plena, eficácia contida e eficácia limitada (divisão tricotômica).

1)Norma constitucional de eficácia plena

É a norma constitucional de efeito imediato e ilimitado, independentemente de qualquer


norma infraconstitucional regulamentadora posterior ou de qualquer outro ato do poder
público. Trata-se de uma norma constitucional auto-aplicável. São exemplos o art. 1º e
parágrafo único; art. 4º, incisos; art. 5º, inciso I.

2)Norma constitucional de eficácia contida, restringível ou redutível

É auto-aplicável imediata e diretamente da forma como está no texto constitucional, pois


contém todos os elementos necessários a sua formação. Permite, entretanto, restrição por
lei infraconstitucional, emenda constitucional ou outro ato do poder público. É exemplo o
art. 5º, incisos VIII, XI, XII, XIII, XIV, XVI, XXIV, LX, LXI, LXVII.

3)Norma constitucional de eficácia limitada

É aquela não regulada de modo completo na Constituição, por isso depende de norma
regulamentadora elaborada pelo Poder Legislativo, Poder Executivo ou Poder Judiciário,
ou de qualquer outro ato do poder público. Não é correto dizer que tais normas não têm
eficácia, apenas a eficácia é mínima, já que seu alcance total depende de ato legislativo ou
administrativo posterior. São eficazes, pelo menos, em criar para o legislador o dever de
legislar ou ao administrador o dever de agir. São exemplos os arts. 4º, parágrafo único; 5º,
inciso VI (última parte), XXXII; 7º, incisos IV e V.

Cabe lembrar que deverá ser assegurado, desde logo, o mínimo existencial (o mínimo
necessário para que se tenha uma vida digna).

Teoria da recepção

Baseia-se no princípio da continuidade do direito.

A Constituição é à base de validade jurídica das normas infraconstitucionais. Com o


advento de uma nova Constituição as normas infraconstitucionais anteriores vigentes sob o
império da antiga Constituição, se forem materialmente (o seu conteúdo) incompatíveis
com esta nova Constituição, serão revogadas. Por outro lado, aquelas normas
infraconstitucionais anteriores materialmente compatíveis com a nova Constituição irão
aderir ao novo ordenamento jurídico (isto é, serão recepcionadas) como se novas fossem
porque terão como base de validade a atual Constituição (trata-se de uma ficção jurídica).
Essa teoria é tradicionalmente admitida no direito brasileiro, independentemente de
qualquer determinação expressa.

Teoria da repristinação

Consiste em revigorar uma lei revogada, revogando a lei revogadora. Quanto à


repristinação por superveniência de Constituição, não há direito anterior a ser restaurado,
isto porque o direito constitucional brasileiro não admite repristinação que não seja
expressamente permitida por lei constitucional.

Nada impede, entretanto, que uma lei infraconstitucional repristine uma outra lei
infraconstitucional já revogada desde que o faça expressamente, conforme a Lei de
Introdução ao Código Civil (LICC), art. 2º, § 3º.

Teoria da desconstitucionalização

Consiste em aproveitar como lei infraconstitucional preceitos da Constituição revogada


não repetidos na Constituição superveniente, mas com ela materialmente compatíveis
(compatibilidade do conteúdo da norma constitucional anterior com o conteúdo da
Constituição superveniente). Porém, tradicionalmente no direito brasileiro, a
superveniência da Constituição revoga imediatamente a anterior e as normas não
contempladas na nova Constituição perdem sua força normativa, salvo na hipótese de a
própria Constituição superveniente prever a desconstitucionalização expressamente.

Constituição de 1824

Transferência da família Real portuguesa para o Brasil, devido à invasão de Portugal por
Napoleão Bonaparte.

Posteriormente à declaração da Independência do Brasil - em 7 de setembro de 1822, Dom


Pedro I convoca uma Assembleia Geral Constituinte e Legislativa, com ideais
marcadamente liberais. Todavia, esta vem a ser desfeita, arbitrariamente, pois divergia dos
ideias autoritários do Imperador.

Em substituição a Assembleia Geral Constituinte, Dom Pedro I – em 1824, cria um


Conselho de Estado para elaborar um novo projeto; agora, em total acordo com suas
pretensões.
A Constituição de 1824, dentre outras características, foi outorgada, foi a que durou mais
tempo, marcada por forte centralismo administrativo e político tendo em vista o Poder
Moderador.

 Governo → Monárquico, hereditário, Constitucional e representativo. Forma


unitária de Estado, isto significa, mais explicitamente, que não existia a divisão dos
Estados em entes Federativos;
 Território → As antigas capitanias hereditárias foram transformadas em
províncias;
 Dinastia Imperante → Dom Pedro I, durante o império. Tivemos, também, a de D.
Pedro II;
 Religião oficial do Império → Católica Apostólica Romana;
 Capital do Império → Rio de Janeiro (1822/1889);
 Organização dos Poderes → Não se adotou a função tripartida de Montesquieu.
Pois, além das funções legislativa, executiva e judiciária, adotou-se a função
Moderadora;
 Poder Legislativo → Exercido pela Assembleia Geral, com sanção do Imperador –
bicameral (Câmara dos Deputados e Senado);
 Eleições → Indiretas;
 Sufrágio → Censitário;
 Poder Executivo → Exercido pelo Imperador;
 Poder Judiciário → Independente e composto de juízes e jurados. O órgão de
cúpula do judiciário era o Supremo Tribunal de Justiça;
 Poder Moderador → Assegurava a estabilidade do trono;
 Quanto à alterabilidade → Semi-rígida;
 Liberdades públicas → Declaração de direitos e garantias;

Constituição de 1891

Primeira Constituição da República do Brasil. Teve como relator o Senador Rui Barbosa.
Consagrou o sistema presidencialista e a forma de Estado Federal. A forma de governo
Republicana substituiu à Monarquia. Houve a previsão, pela primeira vez do habeas corpus
e como algumas características:

 
 Forma de Governo e regime representativo → Adotou-se como forma de
Governo, sob o regime representativo, a República Federativa e, ainda, a união
perpétua e indissolúvel das antigas Províncias;
 Distrito Federal → Capital de Brasil – Rio de Janeiro;

 Não há mais religião oficial;


 Organização dos Poderes → Extinção do Poder Moderador. Adotando-se a
“Tripartição dos Poderes”;
 Poder Legislativo → Exercido pelo Congresso Nacional, com a sanção do
Presidente da República;
 Poder Judiciário → Órgão máximo → Supremo Tribunal Federal;
 Poder Executivo → Exercido pelo Presidente da República;
 Quanto à alterabilidade → Rígida;
 Declaração de Direitos → Aboliu-se a pena de Galés, banimento e de morte;

Constituição de 1934

Forte influência da Constituição de Weimar, evidenciando Direitos humanos de 2ª geração


e a perspectiva de um Estado Social de Direito. Recebeu, também, influência do fascismo.

Algumas Características:

 Forma de Governo e regime representativo → Mantém como forma de Governo,


sob o regime representativo, a República Federativa;
 Capital da República → Distrito Federal → Rio de Janeiro;
 Inexistência de religião oficial → País laico;
 Organização dos Poderes → Teoria clássica de Montesquieu “Tripartição dos
Poderes”;
 Poder Legislativo → Exercido pela Câmara dos Deputados com a colaboração do
Senado federal. Estabelecia-se um bicameralismo desigual ou unicameralismo
perfeito, pois o Senado Federal era mero colaborador da Câmara dos Deputados;
 Poder Executivo → Presidente da República;
 Poder Judiciário → Estabelecidos como órgãos do Poder Judiciário: A Corte
Suprema; os juízes e Tribunais federais; os juízes e Tribunais militares; os juízes e
Tribunais eleitorais;
 Quanto à alterabilidade → Rígida;
 Declaração de direitos → Constitucionaliza-se o voto feminino, secreto, mandado
de segurança e ação popular;

 Constituição de 1937

Getúlio Vargas foi eleito para governar de 1934 a 1938. Todavia, esse período foi marcado
por grande rivalidade política - entre a direita fascista (Ação Integralista Brasileira – AIB),
que defendia um Estado autoritário - e a esquerda, com ideais sociais, comunistas e
sindicais (Aliança Nacional Libertadora – ANL).

Em 11 de julho de 1935, o governo fechou a ANL, por considerá-la ilegal, com base na “Lei
de Segurança Nacional”.

Por causa da Intentona Comunista, o Governo decretou o estado de sítio e difundiu um forte
movimento de repressão ao comunismo.

Getúlio recebe apoio do Congresso Nacional que decretou “estado de guerra”.

Segundo Pedro Lenza: “em 30 de setembro de 1937, os jornais noticiaram que o Estado-
Maior do Exército havia descoberto um plano comunista para a tomada do Poder (‘Plano
Cohen’). Este foi o ‘estopim’ para que o governo decretasse o golpe como suposta
‘salvação’ contra o comunismo que parecia ‘assolar’ o país”...

...”em 10 de novembro de 1937 Getúlio Vargas dá o golpe ditatorial, centralizando o


Poder e fechando o Congresso Nacional”.

A Carta de 1937 foi apelidada de “Polaca”, pois sofreu forte influência da Constituição
polonesa fascista de 1935.

Dentre outras características, podemos elencar:

 Forma de Governo → De acordo com o art. 1º, o Brasil é uma República;


 Forma de Estado → Estado Federal;
 Capital da República → Distrito Federal → Rio de Janeiro;
 Inexistência de religião oficial → País laico;
 Organização dos “Poderes” → Teoria clássica de Montesquieu “Tripartição dos
Poderes”;
 Poder Legislativo → Conforme o art. 38, o Poder Legislativo seria exercido pelo
Parlamento Nacional com a colaboração do conselho da Economia Nacional e do
Presidente da República;
 Poder Executivo → Segundo o art. 73, o Presidente da República era a autoridade
soberana do Estado;

 Eleições indiretas para Presidente que, cumpria mandato de seis anos;


 Poder Judiciário → Órgãos do judiciário: STF, os juízes e Tribunais dos Estados,
do D.F. e dos Territórios, os juizes e Tribunais militares;
 Declaração de direitos → Sem previsão do mandado de segurança e da ação
popular. Pena de morte para crimes políticos e homicídio cometido por motivo fútil
e com extremos de perversidade. A tortura foi utilizada como instrumento de
repressão;
 Conquista de direitos e vantagens trabalhistas → Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT);

Constituição de 1946

A participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial ao lado dos aliados trouxe efeitos
irreparáveis para o Estado. Isso porque, imaginava-se que, com essa atitude, o fascismo
fosse “apagado” da realidade brasileira. Seria uma contradição manter uma Constituição
baseada no modelo fascista e externamente lutar contra esse regime.

Assim, em decorrência desta perda de legitimidade, o Estado Novo entra em crise e tem o
seu fim em outubro 1945. Após a queda de Getúlio Vargas, ocorre um período de
redemocratização que irá culminar na promulgação da Constituição de 1946, que
apresentava as principais características:

 Criação da FEB (Força Expedicionária Brasileira);


 Forma do Governo → Republicana;
 Forma de Estado → Federativa;
 Capital da União → O D.F. continuou como Capital da União. Contudo será
transferida para o Planalto Central com a construção de Brasília.
 Inexistência de religião oficial → País laico;
 Organização dos Poderes → “Tripartição dos Poderes” – Montesquieu;
 Poder Legislativo → Exercido pelo Congresso Nacional;
 Poder Executivo → O Presidente da República deveria ser eleito de forma direta
para mandato de cinco anos.
 Poder Judiciário → STF, Tribunal Federal de Recursos, juízes e Tribunais
militares, juízes e Tribunais eleitorais, juízes e Tribunais do trabalho;
 Declaração de direitos → Restabelecidos o mandado de segurança e a ação
popular. Reconhecido o direito de greve;
 Instituição do parlamentarismo → Porém, após o referendo, ocorrido em
06/01/1993, o povo determinou o retorno, imediato, ao presidencialismo.

Constituição de 1967

Nos moldes da Carta de 1937, houve a concentração do poder na esfera Federal e, por
conseqüência disso, conferindo-se amplos poderes ao Presidente da República.

Destacando-se algumas peculiaridades:

 Forte preocupação com a segurança nacional;


 Forma de Governo → República;
 Forma de Estado → Embora o art. 1º determinasse ser o Brasil uma República
Federativa, este se aproximava mais de um Estado unitário centralizado do que
Federalismo;
 Capitão da União → D.F., agora em Brasília;
 Inexistência de religião oficial → País laico;
 Organização dos Poderes → “Tripartição dos Poderes” – Montesquieu;
 Poder Legislativo → Exercido pelo Congresso Nacional;
 Poder Executivo → Fortalecido → Mandato de quatro;
 Poder Judiciário → STF, Tribunais Federais de Recursos e juízes Federais,
Tribunais e juízes militares, Tribunais e juízes eleitorais, Tribunais e juízes do
trabalho;
 Declaração de direitos → O art. 151 previa a suspensão, por 10 anos, de direitos
políticos, maior eficácia na previsão dos direitos dos trabalhadores, possibilidade de
perda de propriedade para a reforma agrária;
 Sistema tributário → Ampliou-se a técnica do federalismo cooperativo.
 

Constituição de 1969 – EC n.1, de 17.10.1969

Com fundamento no AI n. 12, de 31.08.1969 – instaurou-se no Brasil um governo de


“Juntas Militares” legitimadas pelo referido ato - o qual permitia que, enquanto o
Presidente da República (Costa e Silva) estivesse afastado por motivos de saúde,
governassem os Ministros da Marinha de Guerra, do Exército e da Aeronáutica Militar.
Desse modo, a EC n. 1/69 foi baixada pelos Militares, já que o Congresso Nacional
encontrava-se fechado.

Seguem algumas particularidades da EC n.1/69:

 Regime extremamente duro e autoritário;


 O pacote de abril de 1977 dissolveu o Congresso Nacional e editou 14 emendas e 6
decretos, enfatizando-se as seguintes medidas:

a)     Redução do quorum para aprovação de EC de 2/3 para maioria absoluta;

b)     Estabelecimento da avocatória nos termos do art. 119, I, “o”, da EC n. 1/69,


introduzido pela EC n. 7/77;

c)     Um terço dos Senadores passaram a ser “eleitos”, pelo Colégio Eleitoral estadual – de
acordo com o art. 41, § 2º. - na redação conferida pela EC n. 8/77.

d)     Aumento do mandato do Presidente da República para 6 anos;

e)     Manutenção da regra da proporcionalidade para eleição de Deputados – benefício para


Estados menores.

Constituição de 1988
 

Cumprindo a determinação da emenda constitucional n. 26, de 27 de novembro de 1985,


houve convocação e uma Assembléia Nacional Constituinte que, tinha por finalidade,
elaborar uma nova Constituição, cujo texto expressasse a atual realidade social. Isto
significa, mais explicitamente, o processo de redemocratização e término do regime
ditatorial. Destarte, em 05 de outubro de 1988 foi promulgada a Constituição da Republica
Federativa do Brasil, a qual apresenta as seguintes características:

 Ampliação do pluripartidarismo;
 Erradicação da censura à imprensa;
 Consolidação do sindicalismo e de grandes centrais (CUT e CGT);
 Garantia de direitos de 1ª, 2ª e 3ª gerações → um capítulo sobre meio ambiente
→ art. 225;
 O povo, finalmente, elege, em regime de dois turnos, um Presidente da
República – Fernando Collor de Mello;
 O primeiro Plebiscito → Manutenção da República Constitucional e do Sistema
Presidencialista de Governo;
 Estado Democrático, sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, edificada
na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a
solução pacífica das controvérsias;
 Forma de Estado → Federação
 Poder Executivo → Presidente da República;
 Poder Judiciário → Vide art. 92;
 A CF/88 criou o Superior Tribunal de Justiça (STJ) – responsável pela
uniformização da interpretação da lei Federal em todo Brasil;
 Declaração de direitos → Consolidação dos princípios democráticos e defesa dos
direitos individuais e coletivos → racismo e tortura → crimes inafiançáveis.
 Criou o mandado de injunção (art. 5º, LXXI); mandado de segurança coletivo
(art. 5º, LXX); habeas data (art. 5º, LXXII).

 Inexistência de religião oficial → Estado laico;


 Organização dos Poderes → “Tripartição dos Poderes” – Montesquieu;
 Poder Legislativo → Bicameral → Exercido pelo Congresso Nacional;

 Quanto à alterabilidade → Rígida;

Referências

LENZA; Pedro; Direito Constitucional esquematizado, 13ª ed., ano: 2009, Ed. Saraiva
5.1Poder Constituinte originário

À natureza do Poder Constituinte, se instaura em torno do Poder Constituinte originário[5].


A doutrina se biparte. Alguns entendem ser ele um poder de fato, outros, um poder de
direito. A Constituição costuma ser o referencial da ordem jurídica positiva, obra esta,
redigida pelo Poder Constituinte. Na concepção dos jusnaturalistas, o Poder Constituinte é
um poder de direito, o qual leva em conta que anteriormente a ele existia apenas o direito
natural, decorrente da própria natureza humana, na qual encontrava diversas limitações. A
Constituição, dentro dessa ótica, seria apenas parte de um Direito.

Num contraponto a doutrina positivista roga ser o Poder Constituinte um poder de fato,
com natureza pré-jurídica, e não reconhece a existência de qualquer outro direito que não
seja o direito posto pelo Estado. O raciocínio repousa sobre o fato de que, ao atribuir à
Constituição o início da ordem jurídica, o poder que a elabora não poderá ser de cunho
jurídico.

Destarte, de acordo com os ensinamentos de Ferreira Filho, a questão da natureza do Poder


Constituinte envolvia o próprio fundamento do direito. Todavia, contemporaneamente,
existem direitos que devem ser respeitados por todos os poderes, por todos os Estados, pois
o ser humano possui como próprios determinadosdireitos fundamentais já consagrados, não
mais se perquirindo sobre o fundamento último desses direitos. Prossegue-se afirmando
que, diante disso a doutrina jusnaturalista do Poder Constituinte estaria "com a máxima
certeza, fora de moda". Essa idéia englobando a vinculação jurídica do Poder Constituinte
compreende suas características e limitações, que serão oportunamente estudadas.

5.2 Poder Constituinte Derivado

Quanto à natureza do poder constituinte derivado, pode-se dizer que é um poder indireto ou
de segundo grau que serve para reformar uma Constituição já existente, dentro das regras e
matérias por ela previstas. Tal poder é subordinado e condicionado, tendo que obedecer a
procedimentos e limites constitucionais que lhe foram traçados, sob pena de
inconstitucionalidade (in Resumo de Direito Constitucional). No mesmo sentido, a doutrina
é pacífica em afirmar que se trata de um poder jurídico, pois existe em decorrência da
Constituição, sendo por ela criado e estabelecido.

6 Características do Poder Constituinte

6.1Poder Constituinte Originário

Dentro do contexto do poder constituinte originário, especialmente na teoria Clássica, que


relembra Sièyes, tal poder se reveste de três caracteres fundamentais: É inicial, autônomo
ou independente e incondicionado. A inicialidade, segundo Ferreira Filho consiste no fato
de ser um poder não fundado em nenhum outro, pois inaugura uma nova ordem jurídica. A
partir da promulgação da Constituição tem início um novo ordenamento que nela vai
encontrar seu fundamento de validade jurídica. É inicial, porque não há nenhum outro
poder acima dele, nem de fato, nem de direito.
Sièyes afirmava categoricamente que "a nação (...) é a origem de tudo (...) acima dela só
existe o direito natural". Com isso, conferia autonomia ao poder constituinte originário, na
medida em que este não estava delimitado pelo direito positivo, devendo submeter-se
apenas ao direito natural.

A corrente positivista também admite que este poder é ilimitado em face do direito positivo
(no caso da Constituição vigente até sua manifestação). A este caráter os positivistas
designam soberano (...) pois não identificam a existência do outro direito que não seja
aquele posto pelo Estado.

Finalmente, a outra característica do Poder Constituinte Originário, na visão de Sièyes é a


incondicionalidade. Significa que o mesmo pode atuar sem agregar sua manifestação a
qualquer aspecto formal prefixado. Tal pensamento resta claramente demonstrado quando o
autor faz a distinção entre representantes ordinários e extraordinários, mencionando que
estes últimos não estão submetidos a nenhuma forma em especial, apenas a vontade da
nação.

Afirma o autor ter havido apenas a vinculação jurídica do Poder Constituinte, conduzindo
parte da doutrina a discutir o caráter evolutivo deste poder. Sendo que, a existência de
direitos fundamentais conquistados no curso da evolução histórica da humanidade, não
poderiam ser abolidas ou diminuídas face à invocação da não limitação do poder que
originou o Estado. Do compilado não discrepa as afirmações de Lopes: "O Poder
Constituinte Originário deve guiar-se por critérios que extravasam o campo exclusivamente
jurídico normativo. Um destes critérios é o que se manifesta no valor justiça". Assim, pode-
se relatar que o poder constituinte originário não encontra limites de cunho formal, mas sim
de cunho material, devendo respeitar determinados princípios e valores já consagrados e
devidamente arraigados, na consciência do Povo.

6.2Poder Constituinte Derivado

A doutrina atribui ao Poder Constituinte instituído três características, que são: derivação,
condicionalidade e subordinação. A primeira, emana da Constituição, na qual se funda. Sua
força, como deixa claro Ferreira Filho afirmando que "não provêm de si próprio, mas do
poder constituinte originário, sendo por ele criado. Tendo em vista ser um poder derivado,
sofre restrições, estando condicionado e subordinado ao seu criador".

A condicionalidade significa que está o poder constituinte derivado ou instituído


subordinado as regras formais fixadas pelo poder constituinte originário. Neste âmbito
exemplifica Ferreira Filho, "o modo pelo qual se há de fazer a modificação constitucional".
Desta forma, fica o constituinte derivado sujeito a respeitar as regras já existentes, caso
resolva efetuar reformas constitucionais.

1) Conceito:
O objetivo maior do Direito Constitucional é o que se chama de “filtragem constitucional”.
Isso quer dizer que todas as espécies normativas do ordenamento jurídico devem existir, ser
consideradas como válidas e analisadas sempre sob à luz da Constituição Federal. Através
dessa observância é que se afere se elas são ou não constitucionais. É nesse momento que
entra o controle de constitucionalidade, para observar se as leis e normas estão compatíveis
com a Carta Magna.

Chama-se de compatibilidade vertical, pois é a CF quem rege todas as outras espécies


normativas de modo hierárquico, tanto do ponto de vista formal (procedimental), quanto
material (conteúdo da norma).

Quando se tem a idéia de controle de constitucionalidade, significa dizer então que é feita
uma verificação para saber se as leis ou atos normativos estão compatíveis com a
Constituição Federal, tanto sob o ponto de vista formal, quanto o material.

2) Requisitos de constitucionalidade das espécies normativas:

Todas as espécies normativas prevista no artigo 59 da CF, devem ser comparadas com
determinados requisitos formais e materiais.

Requisitos formais - existem regras do processo legislativo constitucional que devem ser
obrigatoriamente seguidas, caso contrário terá como conseqüência a inconstitucionalidade
formal da lei ou ato normativo, possibilitando assim um controle repressivo por parte do
Poder Judiciário através do método difuso ou concentrado.

a) Requisitos formais subjetivos - ainda na fase introdutória do processo legislativo, ou


seja, quando o projeto de lei é encaminhado ao Congresso Nacional para análise, poderá ser
identificado algum tipo de inobservância à CF. Caso aconteça, apresenta-se o flagrante
vício de inconstitucionalidade.

b) Requisitos formais objetivos - esse tipo de requisito faz referência as outras duas fases
do processo legislativo, a constitutiva e a complementar. Assim como na fase introdutória,
nestas também poderá ser verificado a incompatibilidade com à CF.
Requisitos materiais- a obediência a esse tipo de requisito deve ser feita em relação a
compatibilidade do objeto da lei ou ato normativo com a Constituição Federal.

3) Supremacia constitucional - rigidez (imutabilidade relativa):

Nos casos em que a constituição é rígida e formalmente escrita, tem-se como conseqüência
a garantia da Supremacia da mesma, pois exige a criação de leis e atos normativos
compatíveis com o que vem prescrito na constituição. Dessa forma poderá ser feito um
controle de constitucionalidade em razão das espécies normativas que venham a confrontar
a lei maior do país.

Existem constituições que não são escritas, nem flexíveis como é o caso da Inglaterra.
Nessas circunstâncias não se admiti o controle de constitucionalidade.

No Brasil a Constituição Federal é rígida e escrita, há portanto o controle da mesma.

4) O controle de constitucionalidade pode ser divido:

Quanto ao momento:

Preventivo - aquele que tem por finalidade impedir que um projeto de lei inconstitucional
venha a ser uma lei.

Repressivo - é utilizado quando a lei já está em vigor. Caso haja um erro do lado
preventivo, pode se desfazer essa lei que escapou dos trâmites legais e passou a ser uma lei
inconstitucional.

Quanto ao órgão que exerce o controle de constitucionalidade:

Político - ato de bem governar em prol do interesse público. É a corte constitucional, não
integra a estrutura do Poder Judiciário.
Jurisdicional - é exercido por um órgão do Poder Judiciário. Só o juiz ou tribunal pode
apreciar o controle constitucional sob o aspecto jurisdicional.

Misto - assim é porque é exercido tanto sob o âmbito difuso quanto pelo concentrado, tanto
pelo órgão jurisdicional quanto pelo político (abstrato).

Em regra, cabe ao órgão jurisdicional o papel repressivo, já a prevenção ao órgão político,


porém aos dois órgãos há exceções.

5) Sistemas de controle de constitucionalidade:

5.1.) Sistema Difuso

No Brasil o sistema é misto, ou seja, difuso e concentrado. Possui sua origem do modelo
americano, criado em 1803, onde possuía como premissa a decisão arbitrária e inafastável.

Inspirado nesse modelo, a constituição de 1891 iniciou o controle de constitucionalidade. A


partir daí qualquer juiz monocrático, ou tribunal (órgão jurisdicional colegiado), poderia
deixar de aplicar a norma no caso concreto.

Esse sistema é exercido no âmbito do caso concreto tendo, portanto natureza subjetiva, por
envolver interesses de autor e réu. Assim, permite a todo e qualquer juiz analisar o controle
de constitucionalidade. Este por sua vez, não julga a inconstitucionalidade de uma lei ou ato
normativo, apenas aprecia a questão e deixa de aplica-la por achar inconstitucional àquele
caso específico que está julgando.

Exemplo: “A” entra com uma ação de pretensão contra o Estado em face de “B” de
reintegração de posse, baseada em uma lei “x”, onde “B”, por sua vez entra com uma
resistência alegando que aquela lei que “A” utilizou como recurso é considerada
inconstitucional.

O juiz irá apreciar a questão pré-judicial, que é possessória, sem a qual não há como dá a
sua sentença final. Assim, após essa fase, o juiz faz o julgamento do mérito do processo
como procedente ou improcedente a ação. Caso entenda como improcedente, afasta a
aplicação da lei por considerar inconstitucional no caso concreto e fundamenta a sua
sentença sob a alegação de que a lei pela qual “A” utilizou não procede, a título de ser
prejudicial na apreciação do mérito daquele caso específico.

Dessa forma, o juiz aplicou o Dogma da Nulidade da lei inconstitucional, a qual tem por
base que, caso o juiz venha a reconhecer que uma lei é inconstitucional, não cria um novo
Estado, apenas declara a inconstitucionalidade no caso concreto. A norma já é
inconstitucional desde o início da sua criação e o juiz apenas irá deixar de aplica-la.

O artigo 97 da CF consagra uma cláusula chamada de cláusula de reserva de plenário, onde


nela especifica que ao ser declarada a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, esta
deve ser feita através da maioria absoluta da totalidade dos membros do tribunal, sob pena
de nulidade da decisão.

Deve ser observada também a regra do “Full Bench”, apenas nos casos de
inconstitucionalidade da lei, onde toda vez que um tribunal observar a inconstitucionalidade
da norma, se o órgão for colegiado, a decisão também será colegiada.

No sistema difuso, tanto autor quanto réu pode propor uma ação de inconstitucionalidade,
pois o caso concreto é inter partes. Assim, a abrangência da decisão que será sentenciada
pelo juiz, é apenas entre as partes envolvidas no processo. Conseqüentemente terá efeito
retroativo, pois foi aplicado o dogma da nulidade.

Há a possibilidade de que a decisão proferida em um caso concreto tenha a sua abrangência


ampliada, passando a ser oponível contra todos (eficácia erga omnes). A constituição prevê
que poderá o Senado Federal suspender a execução de lei (municipal, estadual ou federal),
declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal. Tal
atribuição prevista no artigo 52, X, CF, permitirá, portanto, a ampliação dos efeitos da
declaração de inconstitucionalidade originária de casos concretos (via difusa). A suspensão
da execução será procedida por meio de resolução do Senado federal, que é provocado pelo
STF, cujos efeitos vincularão a todos apenas após a publicação da resolução. Nesses casos
o efeito é irretroativo, pois é para terceiros.

Cabe ressaltar que o Senado Federal entra nesses casos para tornar essas decisões ex nunc,
ou seja, fazer com que seus efeitos passem a valer erga omnes, a partir de sua publicação.
A interpretação conforme a constituição, é uma técnica de interpretação das leis
inconstitucionais, utilizada em razão do princípio da presunção de constitucionalidade das
leis e atos normativos. Este princípio faz com que a declaração de inconstitucionalidade
seja uma medida excepcional, pois não cabe ao juiz deixar de aplicar uma lei por mera
suspeita, sem que haja robusta comprovação de sua incompatibilidade vertical.

Portanto, antes de declarar a inconstitucionalidade de uma lei, deverá o julgador aferir se


existe alguma forma de interpreta-la que seja compatível com a constituição. Pra tanto deve
existir o chamado “espaço de decisão”, ou seja, deve ser configurada a existência de mais
de uma forma de interpretação do dispositivo legal e que uma delas seja compatível com a
Carta Magna. Essa interpretação aplica-se tanto ao controle difuso, como ao concentrado.

5.2.) Sistema Concentrado

As ações diretas no sistema concentrado tem por mérito a questão da inconstitucionalidade


das leis ou atos normativos federais e estaduais.

Não se discuti nenhum interesse subjetivo, por não haver partes (autor e réu) envolvidas no
processo. Logo, ao contrário do sistema difuso, o sistema concentrado possui natureza
objetiva, com interesse maior de propor uma ADIN para discutir se uma lei é ou não
inconstitucional e na manutenção da supremacia constitucional.

Sabe-se que o Supremo Tribunal Federal é o órgão de cúpula do Poder Judiciário e o


guardião da Constituição Federal, e o Superior Tribunal de Justiça é o guardião da
Constituição Estadual, assim cada um julga a ADIN dentro do seu âmbito. Se houver
violação da CF e CE, respectivamente, quem irá julgar é o STF e o STJ.

Só se propõe a inconstitucionalidade, quem tiver legitimidade para isso (art. 103, CF),
quando a lei ou ato normativo violar diretamente a Constituição Federal, ou Estadual.

Casos em que não cabe a ADIN:


 Leis anteriores a atual constituição- se propõe em casos de leis contemporâneas a
atual Constituição. É permitido a análise em cada caso concreto da compatibilidade ou não
da norma editada antes da atual constituição com seu texto. É o fenômeno da recepção,
quando se dá uma nova roupagem formal a uma lei do passado que está entrando na nova
CF.
 Contra atos administrativos ou materiais.
 Contra leis municipais

Quem estiver com legitimidade para propor uma ADIN, não pode pedir a sua desistência,
pois a mesma é regida pelo princípio da indisponibilidade, nem cabe a sua suspensão. No
controle concentrado também não cabe a intervenção de terceiros.

O STF tem o feito da “Ampla Cognição”, ou seja, amplo conhecimento para julgar o
processo. Não está limitado aos fundamentos do requerente (pedido mediato), está apenas
ao pedido imediato.

Ações que fazem parte do Sistema Concentrado

1) Ação declaratória de inconstitucionalidade (ADIN):

a) Genérica

Tem por objetivo retirar do ordenamento jurídico a lei contemporânea estadual ou federal,
que seja incompatível com a CF, com a finalidade de obter a invalidade dessa lei, pois
relações jurídicas não podem se basear em normas inconstitucionais. Dessa maneira fica
garantida a segurança das relações.

Fica a cargo do Supremo Tribunal Federal, a função de processar e julgar, originariamente,


a ADIN de lei ou ato normativo federal ou estadual.

Tem legitimidade para propor uma ADIN, todos aqueles que estão prescritos no artigo 103
CF. O STF exige a chamada “Relação de Pertinência Temática”, que nada mais é do que a
demonstração da utilidade na propositura daquela ação, interesse, utilidade e legitimidade
para propô-la. Isso é usado nos casos em que os legitimados não são universais, que estão
no artigo 103, incisos IV, V e IX.

Não é a mesa do Congresso Nacional quem propõe a ADIN, e sim a Mesa da Câmara e do
Senado.
A propositura de uma ação desse tipo, não está sujeita a nenhum prazo de natureza
prescricional ou de caráter decadencial, pois de acordo com o vício imprescritível, os atos
constitucionais não se invalidam com o passar do tempo.

O procedimento que uma ação direta de inconstitucionalidade deve seguir está prescrito na
Lei No 9.868/99.

Uma vez declarada a inconstitucionalidade da lei ou ato normativo em discussão, a decisão


terá os seguintes efeitos:

 Ex tunc, retroativo como conseqüência do dogma da nulidade, que por ser


inconstitucional, torna-se nula, por isso perde seus efeitos jurídicos.
 Erga omnes, será assim oponível contra todos.
 Vinculante, relaciona-se aos órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública
Federal, Estadual e Municipal. Uma vez decida procedente a ação dada pelo STF, sua
vinculação será obrigatória em relação a todos os órgãos do Poder Executivo e do
Judiciário, que daí por diante deverá exercer as suas funções de acordo com a interpretação
dada pelo STF. Esse efeito vinculante aplica-se também ao legislador, pois esse não poderá
mais editar nova norma com preceito igual ao declarado inconstitucional.
 Represtinatório, em princípio vai ser restaurada uma lei que poderia ser revogada.

São relacionada com a matéria que foi discutida a declaração de inconstitucionalidade de


uma determinada lei. O STF não pode ir além da matéria discutida. Logo, todo julgado está
limitado ao pedido que foi feito ao juiz. Dessa maneira, a decisão irá versar apenas sobre a
ADIN. Essa decisão poderá ser através de sentença (decisão de um juiz monocrático), ou
acórdão (decisão do tribunal colegiado).

Quem será atingido pela decisão do STF são aqueles que participaram da relação jurídica
processual: o Poder Executivo, legislativo, Judiciário, STF e também toda a sociedade.

Depois de formada a decisão da coisa julgada, sua eficácia será preclusiva, ou seja, aquela
questão uma vez decidida não poderá ser mais discutida. A decisão judicial é uma lei entre
as partes.

O juiz não pode desconsiderar a decisão dada como inconstitucional pelo STF, e sim passar
a cumpri-la deixando de aplicar. Quando o juiz insistir em aplicar a lei já decidida como
inconstitucional, ocorrerá a reclamação constitucional, que é um instrumento que busca a
preservação da competência e garantir a autoridade da decisão do STF (art.102 CF I).

Conseqüências da declaração de inconstitucionalidade de uma lei nos casos julgados:


ocorre o ajuizamento de ação decisória, dentro do prazo de dois anos. Após esse período se
dá a coisa soberanamente julgada (pretensão bem maior de imutabilidade da decisão). Após
ter o título judicial, as partes podem ajuizar outro processo embargando (contestando) a
decisão.

Artigo 26 lei 9868/99 - Embargo declaratório é um meio de impugnação de decisão judicial


“endo processual” (dentro do processo). Não tem a finalidade de reformar ou invalidar a
decisão judicial de um julgado, e sim buscar esclarecer algo que não decisão dada pelo STF
ficou omisso, contraditório ou obscuro. Poderá ter um efeito modificativo (infringente),
quando for o caso de omissão que possa resultar na modificação de um julgado.

b) Por omissão

A Constituição Federal determinou que o Poder Público competente adotasse as


providências necessárias em relação a efetividade de uma determinada norma
constitucional. Dessa maneira, quando esse poder cumpre com a obrigação que lhe foi
atribuída pela CF, está tendo uma conduta positiva, garantindo a sua finalidade que é a de
garantir a aplicabilidade e eficácia da norma constitucional.

Assim, quando o Poder Público deixa de regulamentar ou criar uma nova lei ou ato
normativo, ocorre uma inconstitucionalidade por omissão. Resulta então, da inércia do
legislador, falta de ação para regulamentar uma lei inconstitucional. Essa conduta é tida
como negativa. E é a incompatibilidade entre a conduta positiva exigida pela Constituição e
a conduta negativa do Poder público omisso, que resulta na chamada inconstitucionalidade
por omissão.

Os mecanismos usados para evitar a inércia do Poder Público são o Mandado de Injunção
na via difusa e a ação direta de inconstitucionalidade por omissão na via concentrada.

Os legitimados para esse tipo de ADIN são os mesmos da ADIN genérica e o procedimento
a ser seguido também.

Ao declarar a ADIN por omissão, o STF deverá dar ciência ao Poder ou órgão competente
para, se for um órgão administrativo, adotar as providências necessárias em 30 dias. Caso
seja o Poder Legislativo, deverá fazer a mesma coisa do órgão administrativo, mas sem
prazo preestabelecido. Uma vez declara a inconstitucionalidade e dada a ciência ao Poder
Legislativo, fixa-se judicialmente a ocorrência da omissão, com seus efeitos.

Os efeitos retroativos da ADIN por omissão são ex tunc e erga omnes, permitindo-se sua
responsabilização por perdas e danos, na qualidade de pessoa de direito público da União
Federal, se da omissão ocorrer qualquer prejuízo.

Dessa maneira a a da decisão nesse tipo de ADIN tem caráter obrigatório ou mandamental,
pois o que se pretende constitucionalmente é a obtenção de uma ordem judicial dirigida a
outro órgão do Estado.

Não cabe a concessão de medida liminar nos casos de ADIN por omissão.

c) Interventiva

A representação interventiva é uma medida excepcionalíssima prevista no artigo 34, VII da


CF e fundamenta-se na defesa da observância dos Princípios Sensíveis. São assim
denominados, pois sua inobservância pelos Estados-membros ou Distrito Federal no
exercício de suas competências, pode acarretar a sanção politicamente mais grave que é a
intervenção na autonomia política.

Dessa maneira, toda vez que o Poder Público, no exercício de sua competência venha a
violar um dos princípios sensíveis, será passível de controle concentrado de
constitucionalidade, pela via de ação interventiva.

Quem decreta a intervenção é o chefe do Poder Executivo (Presidente da República), mas


depende da requisição do Supremo Tribunal Federal, o qual se limitará a suspender a
execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade.

Esse tipo de ADIN pode ser espontânea ou provocada. A espontânea é aquela que é
decretada por vontade própria. Já a provocada é provocada por algum poder ou órgão.

A representação interventiva é uma ação que possui uma natureza (finalidade) jurídico-
político. Ao ser violado o princípio sensível pelo governo e o STF processar e julgar
procedente a representação interventiva, o Presidente da República fica obrigado a expedir
o decreto interventivo, sustando os efeitos da lei, para que deixe de utilizá-la por ser
inconstitucional.

Assim, declara a inconstitucionalidade formal ou material da lei ou ato normativo estadual.


Essa é a dimensão jurídica. Caso o governo insista, o Presidente vai expedir um novo
decreto afastando o governador do cargo. Com isso, decreta a intervenção federal no
Estado-membro ou Distrito Federal, constituindo-se um controle direto, para fins concretos.
Essa a dimensão política.

Na ADIN por intervenção, não é viável a concessão de liminar.

A legitimidade para a propositura da ação direta de inconstitucionalidade por intervenção,


está prevista na CF, artigo 36, III.

Essa espécie de ADIN é provocada por requisição. Uma vez decretada a intervenção, não
haverá controle político, pois a CF exclui a necessidade de apreciação pelo Congresso
Nacional. Sua duração, bem como os limites, serão fixados no Decreto presidencial, até que
ocorra o retorno da normalidade do pacto federativo.

2) Ação declaratória de constitucionalidade (ADC):

A ação declaratória de constitucionalidade é uma modalidade de controle por via principal,


concentrado e abstrato, cuja finalidade da medida é muito clara : afastar a incerteza jurídica
e evitar as diversas interpretações e contrastes que estão sujeitos os textos normativos.

Há casos em que câmaras ou turmas de um mesmo tribunal firmam linhas jurisprudenciais


contrárias. Isso tudo envolve um grande número de pessoas, onde por essa razão se faz
necessário uma segurança jurídica acerca das razões de interesses públicos, a qual é
estabelecida pela ação direta de constitucionalidade, para assim tornar mais rápida a
definição do Poder Judiciário.
De acordo com o artigo 102 da CF, cabe ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar a
ação declaratória constitucional.

Em relação a legitimidade para a propositura dessa ação a Carta Magna elenca em seu
artigo 103 e também no parágrafo 4.. Todos os agentes políticos e órgãos previstos no
dispositivo constitucional possuem legitimação universal e extraordinária, bem como
capacidade postulatória.

Apenas poderá ser objeto desse tipo de ação, lei ou ato normativo federal, com o pedido de
que se reconheça a compatibilidade entre determinada norma infra constitucional e a
Constituição.

Uma vez proposta a ação declaratória, não caberá mais desistência e nem intervenção de
terceiros. A decisão será irrecorrível em todos os casos, admitindo-se apenas interposição
de embargos declaratórios.

A declaração de constitucionalidade tem eficácia contra todos e efeito vinculante em


relação aos órgãos do Poder Judiciário e a Administração Pública federal, estadual e
municipal.

Enfim, uma norma que era válida agora mais do que nunca continua sendo, apenas tendo
sido reafirmada sua força impositiva.

3) Argüição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF):

A argüição de descumprimento de preceito fundamental é uma ação constitucional, pois


está prevista na Constituição Federal que funciona como parte integrante e complementar
do sistema concentrado.

Seu texto vem previsto na CF, artigo 102, parágrafo 1o e foi regulamentada pela lei no
9882/99.

De acordo com o que reza a lei 9882/99, em seu parágrafo 1o, a ADPF terá a finalidade de
“evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do poder público”.Pode se
entender que preceitos fundamentais são decisões políticas e rol de direitos e garantias
fundamentais.

Assim, a ADPF tem duas finalidades que são a preventiva e repressiva, de evitar ou reparar
lesão não só a preceito fundamental, mas também de ato do poder público seja este
normativo ou administrativo.

A doutrina se utiliza duas espécies de ADPF, que são:

a) Argüição autônoma- pode ser inserida no artigo 1o da lei em questão, por ter como
objetivo prevenir ou reprimir lesão a algum preceito fundamental, resultante de ato do
poder público. Logo, essa espécie tem como pressuposto a inexistência de qualquer outro
tipo de meio eficaz que possa evitar a lesividade.

b) Argüição incidental- essa espécie enquadra-se no inciso I do artigo e lei anteriormente


citados. A argüição incidental, ou por equiparação em relação ao seu objeto, é mais restrita
e exigente. Isso se justifica pelo fato de que para propô-la deve existir controvérsia de
extrema relevância a lei ou ato normativo federal, estadual, ou municipal e tam bem as
anteriores a atual constituição.

Nas duas espécies de ADPF, compete ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar a
ação de acordo com os procedimentos corretos. Essa ação é proposta perante o STF, o qual
irá apreciar a questão para posteriormente, caso ache procedente, processar e julgar.

De acordo com o artigo 2o, I da lei, pode ajuizar uma ADPF os mesmos legitimados para a
ADIN, onde estes são os que estão previstos no artigo 103 da CF. Os legitimados têm que
se ater a alguns requisitos como capacidade postulatória, legitimação universal e a relação
de pertinência temática.

O teor do princípio da subsidiariedade (que é visto por muitos como uma regra) está
inserido no artigo 4o parágrafo 1o da lei 9882/99. Desse artigo pode-se entender que ele
possui requisitos extremamente específicos, que torna essa regra tão importante que com a
ausência dele, não poderia ser proposta uma ADPF.

Como regra geral, o juízo da subsidiariedade, há de ter em vista a verificação da exaustão


de todos os meios eficazes de afastar a lesão no âmbito judicial.
É através desse princípio que torna-se possível a utilização de ADPF, quando não existir
nenhum outro meio de caráter objetivo, apto a acabar, de uma vez por todas, a controvérsia
constitucional relevante, de forma ampla, imediata e geral.

O fato primordial é a solução que esse princípio é capaz de produzir, por ter uma natureza
objetiva, seu caráter é vinculante e contra todos.

Com isso, a subsidiariedade desse princípio deve ser invocada para casos estritamente
objetivos. Onde a realização jurisdicional possa ser um instrumento disponível capaz de
sanar, de maneira eficaz a lesão causada a direitos básicos, de valores essenciais e preceitos
fundamentais contemplados no texto da CF.

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