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Casos Clinicos em Hipnose
Casos Clinicos em Hipnose
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Casos Clínicos em
HIPNOSE
Técnicas hipnoterapêuticas a serviço
da saúde mental e emocional
Fortaleza
2017
Casos clínicos em hipnose:
técnicas hipnoterapêuticas a serviço da saúde mental e emocional
© 2017 Copyright by Cláudio Paulino Chaves
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS
Cláudio Paulino Chaves
Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida total ou parcialmente, sem
autorização prévia por escrito do autor, sejam quais forem os meios empregados:
xerográÀcos, fotográÀcos, mecânicos, eletrônicos, gravação ou quaisquer outros.
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei nº 9.610 de 19/2/1998
e punido pelo artigo 184 do Código Penal.
Os autores desta obra desaconselham a utilização de técnicas
de hipnoterapia por qualquer pessoa que não esteja devidamente
qualiÀcada. A hipnose clínica somente pode ser conduzida e aplicada
por proÀssionais habilitados para o desempenho deste mister.
Revisão
Cláudio Paulino Chaves
José Anastácio de Sousa Aguiar
Luciano Furtado Sampaio
Rogério Castilho
Coordeção editorial
Jon Barros
Projeto gráÀco
Juscelino Guilherme
Bibliotecária
Carmem Araújo
Caso 1
Caso 2
– Sim eu estou.
Depois de concluído o processo, pedi para que Elizabeth
olhasse novamente para a fotograÀa. Ela olhou e começou a
sorrir. Olhou novamente e sorriu mais ainda. Ficamos mara-
vilhados com o resultado. Ela me deu um abraço bem forte e
exultava de alegria: “Deu certo! Deu certo! Eu não acredito que
deu certo. Meu Deus! Eu não sinto mais nada ao olhar para a
imagem dele. Quero voar de tanta alegria”. Despedimo-nos e
Elizabeth foi para casa.
No dia seguinte, às nove da manhã, recebi uma ligação.
Era Elizabeth. Sua voz abafada, demonstrava angústia. “Está
acontecendo algo muito estranho comigo! – disse ela – Tudo
voltou novamente!”. “Como assim? – perguntei. Por favor ex-
plique melhor”. “Saí ontem daí pela manhã me sentindo muito
bem. Estava alegre e cheia de vida. Voltei a ser o que era antes.
Eu estava cheia de esperança. Pensei em voltar para minha vida
naturalmente. Mas à tarde, do nada, comecei a sentir algo estra-
nho. Apenas uma leve sensação de mal estar. Algo sem impor-
tância. Mas aos poucos essa sensação foi aumentando, aumen-
tando, e à noite já estava muito forte. Para dormir tive que tomar
remédio. Pensei várias vezes em lhe telefonar, mas me contive.
Tive uma das minhas piores noites na vida. A primeira vez que
lhe procurei os sintomas eram os mesmos, mas eles estavam di-
retamente associados à Àgura do meu ex-namorado. Agora não!
Nem penso mais nele. A angustia, o vazio interior, o sentimento
de inutilidade e a apatia, são intensos e sem motivos aparentes.
Eu ouvi atentamente todo aquele relato desesperado. Ela
tinha pensamentos suicidas e atribuía à sua incapacidade de
lidar com o fato da separação física e emocional do seu namo-
rado. Me procurara com a intenção de esquecê-lo. Acreditava
que ao remover as lembranças e a sensação da separação vol-
porquê dela confessar ter roubado. Havia, a meu ver, um sinal mui-
to importante na ênfase que ela dera à palavra “roubar” e não “a pe-
gar emprestado”. O que aquilo poderia signiÀcar na cabeça de uma
criança de cinco anos? Talvez ali estivesse a chave da questão.
– Eu sei que roubar é você pegar algo de alguém escon-
dido. Tomar para você nem que a outra pessoa precise. Você
quer tirar dela. Sei que isso é um erro. Isso não está certo.
– Se você sabe que isso não está certo, porque você quer
roubar?
– Porque eu sinto alegria em fazer isso. Eu gosto de pegar
as coisas das pessoas às escondidas. Fico feliz na hora em que
vejo o objeto e acabo querendo pra mim. É algo muito bom. O
fato de pegar é melhor do que o que sinto depois que já tenho
o objeto comigo.
Uauuuuu! Quanta sinceridade, eu pensei. Ela não só gostava
de roubar. Elizabeth sentia grande prazer em fazê-lo e era cons-
ciente do que estava sentindo. E agora? Como conduzir esse pro-
cesso no melhor caminho? Da forma mais conveniente e eÀcaz?
A mente racional fica querendo intervir o tempo todo.
Nessas horas, prefiro agir com a inteligência intuitiva.
Deixar-me levar numa onda de sensibilidade e sintonia
com a outra pessoa. Continuei:
– O que você sente quando sua mãe ou pai descobrem e
lhe punem pelo roubo que você fez?
– Só minha mãe me bate. Meu pai não. Eu Àco com raiva
dela. Ela não quer saber de nada. Só me bate e xinga. Eu sei que
as palavras dela não vão resolver nada.
Por um momento eu senti como se estivesse me afastan-
do do objetivo especíÀco da sessão. A conversa e as descober-
tas estavam agradáveis. Mas parecia que estávamos indo em
outra direção. Tentei retomar o controle dos fatos.
Casos Clínicos em Hipnose:
técnicas hipnoterapêuticas a serviço da saúde mental e emocional |35
Cláudio Paulino Chaves
O desequilíbrio do ‘Animus’; ou
O que signiÀca mesmo ganhar a vida?
O desequilíbrio da Anima;
ou Perfeição ou felicidade?
“É em vão que se vagueia de ciência em ciên-
cia: cada um aprende somente aquilo que
pode aprender.”
Johann W. von Goethe, em “Fausto”
sob forte emoção, que sua Àlha em duas ocasiões em vidas passadas
era sua opositora: a primeira num cenário político na guerra de seces-
são americana; e a segunda, mais recente, no Ànal do século XIX, vie-
ram como homens que disputavam a conquista de uma mesma mu-
lher. Os dados obtidos permitiram potencializar o efeito curativo da
terapia analítica, e atualmente ambas, após compreenderem os sen-
timentos envolvidos que as afastava, permitiram-se o perdão mútuo.
O paciente, em geral, está frequentemente fechado em
um único nível de interpretação simbólica da realidade. Essa
visão de mundo, normalmente, é contaminada pelas questões
não resolvidas de seu passado, que reforçadas por comporta-
mentos em desequilíbrio energético, o leva a fazer o pior, mui-
tas vezes, sabendo, mesmo que inconscientemente, o melhor.
A dor de Cassandra, após experiências de provações,
sofrimentos e solidão, ao mesmo tempo que era motivo de
muita angústia e revolta, foi o canal que a levou a se permitir
a cura, o que desencadeou nela a sequência de atos que lhe
abriam o caminho do reequilíbrio de sua psique.
Após um não breve tratamento, Cassandra perguntou-me
se seria real ou fruto de seu inconsciente os eventos que ela pre-
senciou em vidas passadas. Respondi que ela seria a melhor pes-
soa para responder esta pergunta, posto que o que ela vivenciara
era personalíssimo e somente ela poderia fazer este julgamento.
Após uma breve reÁexão, asseverou: “Realmente, nenhuma pa-
lavra poderia descrever o que senti, vi e vivi, mas o que realmen-
te importa é a minha redenção dos erros passados e a nova opor-
tunidade que estou tendo de recomeçar com consciência e paz”.
Sem qualquer formação terapêutica, Cassandra entendeu
perfeitamente qual deve ser o cerne de toda técnica que se dis-
ponha a aliviar o sofrimento humano: permitir que o indivíduo
realize seu próprio potencial de amor e com essa autodescober-
ta reencontre o caminho da paz que o eleva ao Divino.
Casos Clínicos em Hipnose:
técnicas hipnoterapêuticas a serviço da saúde mental e emocional |85
José Anastácio de Sousa Aguiar
BibliograÀa
MEDO DA HIPNOSE?
HIPNOSE É CIÊNCIA?
HIPNOSE CURA?
HIPNOSE E IMAGINAÇÃO
é grave, sei que poderia ter sido preso ou estar preso por ser cri-
me sério: É o problema da pedoÀlia: Sou pedóÀlo. Fui abusado
sexualmente na minha infância por um tio. Foram muitas vezes,
por alguns anos. Era algo que me dava nojo e raiva. Eu tinha ódio
daquilo, mas não conseguia me libertar. Fui crescendo e passei
a fazer o mesmo com outras crianças. Hoje sinto que era como
se eu quisesse me vingar do que Àzeram comigo. Tudo começou
na adolescência, na escola, com colegas. Na vida adulta passei a
fazer com crianças e adolescentes. Eu olhava para uma criança
ou um adolescente e vinha uma vontade louca, incontrolável, de
abusá-los sexualmente. E não tinha controle, era algo mais forte
do que eu. Quando eu queria resistir para não fazer, era pior, a
vontade Àcava mais forte e terminava procurando-os e fazendo.
Não me casei porque me compensava nisto. Hoje sinto quanto
Àz mal a essas crianças e jovens. Como fui traumatizado, mas
também sei que deixei muitos traumas nas pessoas.” E falou de
uma Praça em Fortaleza onde todos os sábados ia lá para pegar
crianças e ter casos com elas: “Elas se submetiam pelo dinheiro:
Dava dez reais a cada uma. Vendiam jornais. Sei que maltratei e
traumatizei aquelas crianças. Mas hoje eu quero fazer a hipno-
se para me libertar dessa grave doença, a pedoÀlia. Como já me
libertei de outros problemas, inclusive das surras do avô, quero
me libertar desse mal mental. Acredito que conseguirei.”
Técnica utilizada: Comecei com Pedro um relaxamento
e sugeri-lhe sentir-se andando num paraíso, já velho conheci-
do dele na terapia, e enquanto ia andando no paraíso, seguro e
tranquilo, começava a perceber que aquelas crianças e jovens
das quais havia abusado sexualmente no passado iam chegan-
do ao paraíso e ele começava a falar com cada uma delas.
Disse ele: “Elas estão chegando. Estou vendo fulano, vou
ao encontro dele -dizia o nome da criança ou jovem, que aqui,
por ética, preservo. Citando o nome falava: “Perdoe-me por
Casos Clínicos em Hipnose:
128 | técnicas hipnoterapêuticas a serviço da saúde mental e emocional
Capítulo III – Hipnose e seu poder clínico
tudo o que eu Àz com você, pelo mal que lhe causei. Eu o preju-
diquei, estou arrependido e lhe peço perdão. Quero me libertar
e quero que você também se liberte de todos os traumas que
lhe causei. Acredite, você está liberto para sempre, liberto dos
sofrimentos que lhe causei.”
E assim foi fazendo com muitos outros, sempre nomean-
do seus nomes. Abraçava cada um que chegava no paraíso.
Quando foram chagando as crianças da praça ele disse: “Essas
crianças eu não sei dos seus nomes”, mas passava a abraçar
cada uma, repetindo o que dizia para as outras.
Resultado: há sete meses atendo Pedro e ele sempre
confessa: “Sinto uma mudança muito grande em mim. Eu
mesmo admiro a transformação. Olho crianças e adolescentes,
que antes eu Àcava louco por elas, e não sinto mais o que
sentia. A vontade incontrolável de tê-las sexualmente passou.
Foi incrível essa mudança. Não sou mais pedóÀlo!”
Concluindo: Por lidar com o ser humano e seu psiquis-
mo, a hipnose está entre as ciências humanas e da saúde e
compete-lhe trabalhar para libertar o ser humano de traumas
e harmonizá-lo, física, psíquica e emocionalmente. Esse papel
de hipnólogo clínico gera em mim profunda alegria por sentir
que estou ajudando às pessoas a se libertarem de tantos trau-
mas que atormentavam suas vidas.
BibliograÀa
Rogério Castilho
(11) 99145.4001
* contato@rogeriocastilho.com.br
www.rogeriocastilho.com.br
profrogeriocastilho
@rogeriocastilho
www.youtube.com/rogeriocastilho
twitter.com/rogeriocastilho
mim; dava-me uma atenção que acho que nem merecia. EnÀm,
conversávamos sobre política, o que para alguém da minha
idade à época era um espanto. “Diretas, já!” (procure no Goo-
gle), redemocratização, Àm do bipartidarismo. Dentre tantos
assuntos, surgiu minha curiosidade pelo mundo “esotérico” e
o professor me presenteou com uma edição da revista PLANE-
TA. A capa era sobre Umbanda ou Candomblé, não me lembro
bem. Levei para casa e a devorei. Fiquei encantado por aquele
novo mundo que se descortinava para mim. Passei a comprar
a revista e a cada mês me tornava “especialista” no tema de
capa. Estudei Tarô, Cartomancia, Pirâmides, discos voadores,
Radiestesia, Mapa Astral, Leitura de Aura, Iridologia, “Poder
da Mente”. Fiz inscrição na biblioteca pública e passei a ler o
que encontrava sobre os temas. Curiosamente, a Hipnose ja-
mais me chamou a atenção. Inclusive, demorou muitos, muitos
anos para que me interessasse por ela.
Nesta época eu era muito pobre, morava com minha
mãe num cômodo nos fundos do local de trabalho dela, o que
já era um up-grade, porque antes morava na favela. Não ti-
nha dinheiro sequer para comprar livros, quanto mais para
fazer cursos. Para satisfazer a imensa curiosidade, assistia a
todas as palestras gratuitas que podia. E de tudo: esoterismo,
política, artes, culinária, o que houvesse. Ficava olhando e
admirando os palestrantes, atento a como falavam, a como
caminhavam no palco, a como projetavam os slides. Desde
então, decidi o que queria fazer na vida. Só não tinha a menor
ideia de como.
Um dia, assistindo na televisão a um programa de en-
trevistas apresentado pela Bruna Lombardi, conheci o Dr. Lair
Ribeiro e Àquei encantado com a facilidade com que ele falava,
os temas, os termos, a capacidade de citar de memória dados
e mais dados sobre o que pejorativamente chamam de “autoa-
Casos Clínicos em Hipnose:
134 | técnicas hipnoterapêuticas a serviço da saúde mental e emocional
Sobre o Autor
explicativa sobre PNL, não “fui com a cara” dele. Achei a Flora,
sua esposa, muito mais por dentro do tema e das explanações.
Mesmo assim, fui fazer o Practitioner com eles, e posso dizer
sem pestanejar: foi a melhor decisão que tomei na vida! An-
thony Robbins bem diz que é nos momentos de decisão que
nosso destino é traçado, e o meu foi ali. Uma nova vida, repleta
de possibilidades se abriu para mim. Ali me entendi e entendi
um monte de coisas, ali recebi a explicação para muita coisa e
ganhei o manual do meu cérebro. Também foi ali meu primeiro
contato com a Hipnose, já que faz parte da grade curricular do
Practitioner. Foi no sexto e último módulo, eu já estava en-
cantado com os fantásticos resultados que vinha obtendo na
minha vida e na das pessoas que começava a ajudar.
Quando chegou a Hipnose pensei “UAU! PNL por si só
já é sensacional, com Hipnose então!!!” e tive a certeza absoluta
de que era a peça que faltava no meu quebra-cabeças. Ser pa-
lestrante, trabalhar com Humor, ajudar pessoas – e com essa
ferramenta absurdamente simples e eÀcaz? Estava completa
a Gestalt. Só o que faltava era coragem, confesso. Villela me
pressionava, perguntando quando é que eu iria começar a tra-
balhar efetivamente com aquilo tudo e eu saía pela tangente,
“Quando Àzer o Master”, “Quando terminar a faculdade” (es-
tudava Jornalismo), depois disso, depois daquilo. As tradicio-
nais desculpas. Então ele me apresentou a Olimar Tesser, um
hipnotista iniciante que viu em mim a oportunidade de apare-
cer na televisão, e eu vi nele a oportunidade de aprender mais
sobre Hipnose. Ficamos amigos, fomos parceiros num projeto
chamado “H2 - Humor & Hipnose”. Aluguei um teatro por seis
meses e Àcamos em cartaz, apresentando um espetáculo em
que cada um atuava na sua área. Observei bastante, a chamado
Hipnose de Palco é realmente impressionante, principalmen-
te para quem não tem muito conhecimento. Foi um momento
te... Isso, muito bem... Você está indo muito bem... Você sabe
que para comer é preciso ter fome... Pode agora se lembrar de
como é ter fome... aquela fome boa, aquela vontade de comer
alguma coisa gostosa... agora...
P.S. foi dando sinais Àsiológicos de que estava realizan-
do todas as sugestões, positivamente. Finalizei a sessão, per-
guntei como ele estava, disse: com fome! Pedi que aguardasse
um pouquinho e saí da sala. Pedi para que M.J. fosse à padaria
na esquina e comprasse um sanduíche e um suco. Ficou me
olhando e perguntou se eu estava com fome. Sorri e insisti nas
instruções. Em minutos ela voltou com o lanche, que exalava
um agradável aroma, que despertava apetite até em quem aca-
bara de comer. Convidei-a a entrar na sala e oferecer o lanche
ao Àlho. Ao vê-lo devorar o sanduíche com prazer, e gemidos
característicos de quem estava apreciando mesmo a iguaria,
M.J. chorou copiosamente. Confesso que tive que me conter
para não deixar a emoção tomar conta de mim. Alguém ali ti-
nha que comandar a situação, e manter o ar de proÀssiona-
lismo. Hipnoterapeutas sabem do que estou falando; somos
humanos, nos envolvemos com as histórias e, principalmente,
com os resultados. Não foram poucas as vezes em que chorei
junto com os clientes, felizmente apenas quando das resolu-
ções dos casos. Nas anamneses, por piores que sejam as situa-
ções, mantenho-me dissociado, analisando as questões tecni-
camente. Ao Ànal, sim. Vale tudo.
Algumas semanas depois, M.J. me mandou uma foto de
um garotão de óculos escuros, gel nos cabelos, de camiseta
sem mangas. Demorei a reconhecer P.S. naquele retrato. Ele
estava ótimo! Ganhara vários quilos, exibia aquele ar típico
dos adolescentes que começam a se descobrir. Fiquei feliz por
ele, feliz por ela, muito feliz pelos “milagres” que a Hipnose
pode proporcionar.
Casos Clínicos em Hipnose:
146 | técnicas hipnoterapêuticas a serviço da saúde mental e emocional
Capítulo IV – Hipnoterapia na prática: descubra a sua melhor versão
AGRADECIMENTOS
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