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Operagoées Unitarias na Engenharia Quimica A engenharia quimica 6 definida como"... a aplica- ¢40 dos principios das ciéncias fisicas, juntamente com 0s principios da economia e das relacoes humanas, aos, campos que sao diretamente pertinentes aos processos @ 0s equipamentos de processos nos quais se tratam subs- tancias visando a provocar modificacées de estado, de energia ou de composigao...”. "* Esta definigao, bastante vaga, intencionalmente ampla e indefinida no que se refere & amplitude do campo abarcado. Possivelmente, sera tao satisfat6ria quanto qualquer outra definicao apresentada por um engenheiro quimico pratico. Deve-se observar que se realgam, de forma consideravel, os pro- cessos e os equipamentos de processo. O trabalho de muitos engenheiros quimicos seria denominado, com maior propriedade, de engenharia de processo. © proceso pode ser qualquer conjunto de etapas que envolvem moditicagoes de composigao quimica, ou que envolvem certas alteracées fisicas no material que esta sendo preparado, ou processado, ou separado, ou purificado. O trabalho de muitos engenheiros quimicos envolve a escolha das etapas apropriadas, na ordem apropriada, para formular um proceso capaz de concre- tizar uma operagao de manufatura quimica, ou uma sepa- ragao ou purificacao quimicas. Em virtude de cada etapa que constitui um processo estar sujeita a variagoes, 0 engenheiro de processo deve também especificar as con- digoes exatas de realizacao efetiva de cada etapa ‘Amedida que a concepcao do processo evoluie que o equipamento deve ser projetado, o trabalho do enge- rnheiro quimico deségua no do engenheiro mecanico e no do engenheiro civil. A transferéncia da responsabilidade principal do engenheiro de processo para 0 engenheiro mecanico pode ocorrer, satisfatoriamente, em diversas etapas do projeto, e por isso é impossivel definir uma area nitida na qual a responsabilidade deve ser atribuida ao engenheiro quimico, ou uma etapa na qual o engenheiro mecanico deve assumir a responsabilidade sobre o equi- pamento. A época da formulacao da definigao mencionada acima, as ciéncias fisicas citadas eram, principalmente, a quimica e parte da fisica classica. Com 0 progresso da compreensao dos modelos matematicos dos processos quimicos, 0 tratamento da quimica e da fisica dos proces- 808 passou a ser expresso em forma nitidamente mais matematica. O crescente emprego da termodinamica, da dinamica dos fluidos e de técnicas matematicas como as do calculo das probabilidades e da estatistica, a tecnica matricial e a das variéveis complexas tornaram-se uma caracteristica da pratica da moderna engenharia quimica Na maior parte dos processos que esto sendo conduzi- dos em larga escala, no entanto, a quimica foi previa- mente determinada e as modificagées fisicas pertinentes a preparacao e a purificagao das misturas reacionais exi- gem estudo consideravelmente mais amplo que a propria reacao quimica. A aplicagao frequente dos principios da fisica e da fisico-quimica é indispensavel nas etapas do processo que envolvem modificacoes fisicas como a v porizacao, a condensacao ou a cristalizagao. Com a cor- porificagao do processo numa fabrica, o trabalho do en- genheiro quimico unifica-se com o do engenheiro meca- nico projetista, ea ciéncia da mecanica assume papel de importancia crescente. O engenheiro quimico especiali- zado em equipamento deve ter um conhecimento pro- fundo e extenso sobre mecdnica dos materiais. Todo o trabalho de um engenheiro deve ser quantita- tivo e a matematica constitui, por isso, uma ferramenta fundamental para ele. Infelizmente a nossa compreensdo da matematica é, em grande parte, confinada a matema- tica linear; da mesma forma, e também desafortunada- mente, as moléculas quimicas raramente comportam-se de acordo com as regras da matematica linear. Os calcu- los de balancos de energia e de massa, que sao funda- mentais em qualquer investigagao de quaisquer proces- sos, podem ser comumente expressos, com fidedigni- dade e precisao, em termos da matematica linear, desde que sejam exciuidos das consideragoes os processos atémicos e nucleares. Na analise econdmica para deter- minar as condig6es de operacao mais lucrativas — e na contabilidade das receitas de vendas e da distribuig&o da renda entre os lucros @ os custos, incluindo-se as substi- tuigdes na fébrica— os cAlculos mateméticos séo univer- sais, ‘A existéncia ou a andlise de um proceso implica a existéncia de um produto a ser fabricado e pelo qual certos consumidores esto dispostos a pagar. O produto deve ser entregue numa certa quantidade, satisfazendo certas exigéncias de qualidade, e a um preco aceitavel pelo consumidor. Simultaneamente, 0 produto deve co- brir o custo dos materiais, da mao-de-obra e do eq mento, envolvidos na fabricacdo, e contribuir ainda para um lucro superposto a todos os custos. Muitos materiais produzidos pela industria quimica sao planejados, e as fabricas respectivas sao construidas, antes de que o mer- ado potencial seja desenvolvido. Para um produto com- pletamente novo, é preciso estabelecer certas estimativas do volume do mercado e a fabrica deve ser dimensionada proporcionalmente a este volume. Os aspectos referentes as relagdes humanas na en- genharia quimica nao sao, em geral, acentuados no trei- namento dos estudantes universitarios em virtude da ‘grande quantidade de informagées técnicase de métodos que o estudante deve dominar. A auséncia da abordagem destes problemas pode ser que seja um erro, pois os fracassos de engenheiros iniciantes provocados por pro- blemas pessoais séo pelo menos cinco vezes mais tr quentes que os fracassos decorrentes de um treinamento técnico deficiente. Todos os engenheiros deve com- preender que a indistria onde trabalham exige o esfor¢o coletivo da totalidade do pessoal. Informagao valiosa pode ser conseguida com operadores, que tém formagao educacional limitada, mas que ja observaram processos semelhantes. O pessoal que tem “vivéncia” de uma ope- ragao ja observou, com toda a probabilidade, agoes efeitos, e aprendeu métodos de controle precisos que nao podem ser abordados ou descritos apenas pela teoria formal. O trabalho de engenharia de melhor qualidade s6 pode ser feito com a consideragao apropriada de todos os fatos disponiveis, independentemente das suas origens. Um processo novo, ou a melhoria técnica de um outro ja existente, projetado sem a consideracao devida aos ope- radores, esta, em geral, destinado ao fracasso. A partida da operacao de uma fébrica nova, ou a instalagao de uma modificagao técnica, seré muito mais tranquila e muito mais barata se 0 pessoal da operacao compreender os objetivos visados e estiver convencido da corregao dos ‘seus principios. ALGUNS CONCEITOS BASICOS Antes de tentar descrever as operacbes compreendi- das num processo quimico, é preciso introduzir diversos conceitos basicos que devem ser apreendidos para que seja compreensivel a descrigao das operagées. Equilibrio Para qualquer combinago de fases num sistema existe uma condigéo em que a taxa de troca de certas grandezas do sistema (usualmente a massa ou a energia, num processamento quimico) igual a zero; esta combi nacdo dos estados das fases é denominadao equilibrio do sistema, Para todas as situagdes em nao-equilibrio, a dife- renga entre a concentracao de uma certa grandeza, exis- tente numa certa condicdo, e a concentragéo que a mesma grandeza teria no equilibrio, constitui uma forca motriz, ou uma diferenca de potencial, que tendeaalterar © sistema no sentido do atingimento do equilibrio. Por exemplo, conhece-se, de forma geral, a tendéncia de a energia térmica fluir de uma regido de concentragao ele- vada — de um corpo quente — para uma regio de con- centragao baixa — um corpo frio. Analogamente, ¢ bem sabido que a energia elétrica tem a tendéncia de fluir de uma regido de potencial elevado para uma outra de po- tencial baixo, de acordo com a lei de Ohm (I = E/R). A tendéncia de o Acido acético fluir de uma solucéo de Acido acético em agua para uma fase etérea em contato com a solugdo, & uma tendéncia menos conhecida. A descrigao deste equilibrio € consideravelmente mais complicada que a afirmagao da igualdade de temperatu- ras que descreve o equilibrio daenergia das moléculas. As substancias fluem das regides de elevada concentragao (atividade) para as de baixa concentracao (atividade), da mesma forma que 0 calor e a eletricidade fluem das re- gides de alta paraas de baixa concentragao nassituacdes que mencionamos acima. A expressao da condicao de equilibrio familiar a todos no que diz respeito a energia elétrica ou térmica. A “concentragao” desta energia & expressa diretamente como uma voltagem ou uma temperatura. Por isso, dois corpos num mesmo potencial elétrico (voltagem), ou numa mesma temperatura, estarao em equilibrio em rela- G0 a estes tipos particulares de energia. No caso do equilibrio entre um liquido e o seu vapor, 6 razoavelmente conhecida a curva da pressao de vapor. A curva exprime, ‘em unidades de pressao, a "concentracao” do vapor que esta em equilibrio com 0 liquido puro, quando os dois estéo numa temperatura determinada. No caso de uma mistura liquida, 0 equilibrio deve existir entre a fase li- quida e a fase vapor no que diz respeito a cada um dos Componentes e a todos eles em conjunto. Numa mistura bindria a relacao é relativamente simples e descreve a concentracao ou pressao parcial de cada constituinte na fase vapor que esta em equilibrio com um liquido com uma certa composicao, numa temperatura bem determi nada. Como € dbvio, 0 vapor tera composigao diferente quando estiver em equilibrio com liquidos de composi- 6es também diferentes. As expressoes do equilibrio em misturas multicompostas, entre a fase liquida e a fase vapor, ou entre duas fases liquidas com solubilidade par- cial de uma na outra, so mais complicadas. Em cada caso, a condicéo a ser satisteita é a de que o potenci quimico de cada constituinte temo mesmo valor em todas as fases que estao em equilibrio num determinado sis- tema. Forga motriz Quando duas substancias, ou duas fases, que nao estao em equilibrio, sdo justapostas, hé tendéncia de ocorrer modificagéo que provoca uma aproximagéo no sentido da condigao de equilibrio.-A diterenga entre a condigao existente e a condigao de equilibrio é a forca motriz que provoca esta modificagao. A diferenca pode ser expressa em termos das "‘cohcentragoes” das diver- sas propriedades da substancia. Por exemplo, se a Agua liquida com teor baixo de “concentragéo” de energi isto é, com temperatura baixa— for colocada em contato como vapor de agua com elevado teor deenergia—istoé, com temperatura alta — haverd uma transferéncia de ‘energia da fase vapor paraa fase liquidaaté que aconcen- tragao de energia seja a mesma em ambas as fases. Neste caso particular, se a quantidade de liquido for grande em comparagao com 0 vapor, as duas fases transformam-se em apenas uma, com a condensagao do vapor a medida que a sua energia for sendo transferida para a agua Ii- quida fria. O sistema final seré constituido por uma quan- tidade maior de agua liquida, numa temperatura mais elevada que a inicial, e uma quantidade menor de vapor de Agua. Esta combinacao atinge 0 equilibrio com rapidez, numa temperatura em que a pressao de vapor daaguatica igual & pressao da fase vapor. Uma linha semelhante de raciocinio pode ser seguida para 0 caso de dois capacito- tes elétricos, com diferentes "‘concentragdes” (isto 6, com diferentes voltagens) de energia elétrica. Quando os dois sao acoplados eletricamente, a energia elétrica flui da regido de concentracéo mais elevada para a de menor concentragao. Os dois capacitores ficarao na mesma vol- tagem, uma vez atingido o equilibrio. Um tipo menos conhecido de forca motriz ¢ a que atua quando se coloca em contato uma solucao de écido acético em agua com éter isopropilico. As trés substan- cias separam-se, usualmente, em duas fases liquidas, cada qual contendo uma certa quantidade de cada um dos trés componentes. Para se descrever 0 estado de equillbrio é preciso determinar a concentragao de cada uma das trés substancias em cada uma das duas fases, Quando duas fases, que nao estéo em equillbrio, sao reunidas, ocorreré uma transferéncia andloga a transf réncia de energia elétrica e térmica que mencionamos acima. O resultado sera uma transteréncia do éter isopro- pilico para a fase 4gua-dcido e a transferéncia da agua e do acido para a fase etérea, até que 0 potencial de cada constituinte seja idéntico nas duas fases. Nao ha uma expressao cémoda e simples para 0 potencial quimico; por isso, identifica-se habitualmente 0 equilibrio pela quantidade de massas por unidade de volume, ou seja, pela concentragao. A concentragéo massica nao ¢ uma definigo rigorosa, mas as funcdes mais exatas e mais complicadas —atividade, fugacidade, fungao de Gibbs — exigem mais conhecimento de fisico-quimica do que pre- tendemos usar nesta altura. No exemplo precedente, a concentragéo massica de cada componente é diferente em cada uma das duas fases em equillbrio. Em todos os casos que discutimos acima, o poten (concentracdo) de uma substéncia ou mistura num certo estado, comparado com o mesmo potencial no equilibrio,, mostra que ha uma diferenga de potencial que é uma forca motriz, que impele o sistema a modificar 0 seu es- tado até atingir o equilibrio. As forgas motrizes, ou dife- rengas de potenciais de energia ou de massa, tendem a provocar modificagées a uma taxa (temporal) que é dire- tamente proporcional a diferenga entre 0 potencial e 0 potencial no equilibrio. A taxa com que o sistema se altera na diregéo do equilibrio é um dos tépicos principais a ser coberto neste livro. Separagées Como ¢ claro, a separacéo de uma solucéo, ou de outra mistura fisicamente homogénea, exige que haja uma transferéncia preferencial de um constituinte para uma segunda fase que possa ser fisicamente separada da mistura residual. Ilustram este efeito a desumidificagéo do ar pela condensagao ou pelo congelamento de parte da umidade, ou 0 uso de um solvente liquido que é insold- vel no material inerte nao extraido. Na operacao de sepa- ragao pode estar envolvida qualquer de duas fases que tenha uma distribuicdo preferencial dos constituintes & que pode ser facilmente separada do restante. E possivel que seja muito dificil separar duas fases sélidas; um Ii- quido e um gés, ou um s6lido, usualmente, séo separados com facilidade: dois liquidos com densidades aproxima- damente iguais e sem tensdo interfacial podem resistir a todos os meios praticos de separagao, a menos que se altere uma das fases. Configuragdes de fluxo Em muitas operagoes de transteréncia de energia ou de material, de uma fase para outra, 6 necessério colocar ‘em contato duas correntes de fluido para que possa ocor- rer a modificagao no sentido do equilibrio de energia ou de massa ou de ambos. A transferéncia pode ser realizada com as duas correntes fluindo na mesma diregdo (isto 6, com escoamento paralelo). Quando se usa o escoamento Paralelo, o limite da transferéncia que pode ocorrer esta firmemente determinado pelas condigées de equillbrio que serdo atingidas pelas duas correntes que se poem em contato. Porém, se as duas correntes forem justapostas fluindo em direg6es opostas, a transferéncia de massa ou de energia pode ocorrer com intensidade consideravel- mente maior. Esta configuracao de fluxo @ conhecida como escoamento em contracorrente. Como exemplo, é possivel prever qual a temperatura atingida quando se permite que uma corrente de mercério quente e uma outra de Agua fria entrem em equillbrio simplesmente mediante um balango térmico que leva em conta as quantidades relativas das duas correntes, as respectivas temperaturas iniciais ¢ as capacidades calor ficas. Se as correntes escoam simultaneamente de um mesmo ponto de afluéncia para o mesmo ponto de efluéncia, a temperatura de equilibrio esté definida e a respectiva variacao esta indicada esquematicamente na Fig. 1.12. Quando as duas correntes fluem em direcoes ‘opostas — por exemplo, delxando-se o merctirio escoar descendentemente através de uma corrente ascendente de égua— 6 possivel fazer com que a corrente atluente de mercirio quente eleve a temperatura da corrente efluente da agua de arrefecimento até um valor superior ao da ‘temperatura da corrente do mercurio que sai do equipa- mento trocador de calor, conforme esta no esquema da Fig. 1.1b. O principio da contracorrente é usado em mi tas operacées da engenharia quimica, para possibilitar maior transferéncia de uma certa propriedade, a niveis mais elevados que os atingiveis num dnico equilibrio entre correntes paralelas postas em contato. Operagao continua e operacéo descontinua Na maior parte das operagdes quimicas de proces- samento é mais econémico manter 0 equipamento em ‘operagao continua e permanente, com um minimo de perturbagées ou de paradas. Nem sempre esta situagao é conveniente nas operagdes de pequena escala, ou em ‘operagdes onde a agéo da corrosao obriga a reparos freqdentes, ou gracas a diversas outras razées particula- res. Em virtude da maior produtividade do equipamento que opera continuamente e do prego unitério mais baixo Que dai decorte, é em geral vantajoso operar 0 equipa- ‘mento de forma continua. Isto quer dizer que o tempo néo é uma varidvel na andlise de um destes processos, exceto durante os periodos, relativamente curtos, de partidae de Parada. A taxa temporal de transferéncia ou de reacao & importante na fixacao das dimensdes e da capacidade necessérias do equipamento, mas se espera que o de- sempenho seja 0 mesmo hoje, amanha ou no proximo ano, se as condigées operacionais permanecerem as mesmas. As condig6es ndo S40 constantes ao longo do sistema, em nenhum instante, mas as condigdes num Ponto fixo particular so constantes com o tempo. ‘Quando se tem que processar pequenas quantidades de materiais, 6 muitas vezes mais conveniente carregar 0 equipamento com toda a carga necesséria, efetuar 0 pro- cessamento e remover os produtos. Esta operagao ¢ des- continua ou em batelada. Uma operacao que varia com 0 tempo é dita tran- siente ou ndo-permanente, em contraste com o estado permanente, no qual as condig6es sao invariantes com 0 tempo. O restriamento de uma pega de ago num trata- mento térmico, ou a produgao de cubos de gelo num refrigerador doméstico, s80 exemplos de operacées ndo-permanentes. Nas operacdes descontinuas quase Que todo o ciclo & constituido por uma partida transiente seguida por uma parada também transiente. Numa opera- ¢40 continua 0 tempo durante o qual prevalece o tran- siente de partida pode ser extremamente pequeno em ‘comparagao com a operacao em estado permanente. A anélise das operagées transientes, ou das descontinuas, & usualmente mais complicada que a da operacao em es- tado permanente. Gragas a maior simplicidade e a ampla ‘ocorréncia das operacoes em estado permanente no pro- cessamento quimico, o tratamento introdutério se faz em termos de condigées invariantes no tempo. A anélise da operagao transiente ¢ diferente da do estado permanente apenas pela introdugao da variével adicional de tempo. Esta variavel complica a anélise, mas nao a altera no essencial. OPERAGOES UNITARIAS Os processos quimicos podem ser constituidos por uma sequéncia de etapas muito diferentes, que tém prin- cfpios fundamentais independentes da substancia que esta sendo operada e de outras caracteristicas do sis- tema. No projeto de um processo, cada etapa a ser usada pode ser investigada individualmente se forem identifica- das de per si. Algumas etapas so reagoes quimicas, en- quanto outras s40 modificacées tisicas. A versatilidade do engenheiro quimico deve-se ao treinamento em de- compor praticamente um processo complicado em eta- pas fisicas individuais, denominadas as operagoes unité- Tias, e em reacées quimicas. O conceito de operagao, unitéria, na engenharia quimica, esté baseado na flosofia de que uma seqiéncia amplamente variavel de etapas Pode ser reduzidaa operacées simples, ou areacdes, que 80 idénticas independentemente do material que esté sendo processado. Este principio, que se tornou evidente aos engenheiros de vanguarda americanos, durante 0 desenvolvimento da industria quimica nos Estados Uni dos, foi apresentado pela primeiravez, com clareza, por A. D. Little, em 1915 Quaiquer processo quimico, qualquer que seja a sua escala, pode ser decomposto numa série coordenada do que se podem denominar "agées unitérias”, como moagem, misturago, aque- cimento, ustulagao, absorgao, condensagéo, lixiviagéo, precipi tagao, cristalizagao, filtracdo, dissolucao, eletrélise etc. O ni mero destas operagées unitarias bésicas nao é muito grande © relativamente poucas delas esto presentes num proceso parti cular qualquer. A complexidade da engenharia quimica provem da diversidade das condig6es, como a temperatura, a presséo etc., sob as quais as agdes unitérias devem ser realizadas nos diversos processos, e das limitacbes dos materiais de construgdo © do projeto dos equipamentos, impostas pelo caréter fisico e quimico das substancias reagentes.* A lista original das operagées unitérias, mencionada acima, contém uma dazia de agoes, nem todas das quais consideradas operagées unitérias. Desde aquela época foram acrescentadas outras a uma taxa anual modesta, que aumentou nos anos mais recentes. Ha muito tempo ‘840 reconhecidos como operacées unitérias 0 transporte de fluidos, a transferéncia de calor, a destilagdo, a umidi- ficagdo, a absorcao de gases, a sedimentagao, a classifi- cago, a agitagao e a centrifugagdo. Nos anos recentes, com o aumento da compreensao das novas técnicas—ea adaptacao de técnicas antigas, mas raramente usadas — aumentou continuamente 0 numero de separacées, de operacées de processamento ou deetapasnamanufatura ‘que podem ser usadas sem uma alteragao significativa em Processos que cobrem ampla diversidade. Esta é a base de uma terminologia de “operagées unitérias” que nos ‘oferecem uma lista de técnicas que nao podem todas ser cobertas num texto de dimensbes razoaveis. Muito freqdentemente ocorrem modificacées quimi cas no material que esté sendo destilado ou aquecido. NO He Hu How =| “0 I} A Ty 8 Af H04<—T > Ht Temperate 0, Hig Terperatura @ Fig. 1.1 Escoamentoe temperatura num contactor. (a) Correntet aralelas, (b) contracorrente. Nestes casos, a operacao fisica é @ que constitui 0 pro- blema fundamental. Quando a reagao quimica corre si- multaneamente com ela, aborda-se a questéo conside- rando a modificacao provocada nas propriedades fisicas do material. Quando se sabem as velocidades da reacéo quimica e se conhecem os equilibrios, ¢ possivel introduzi-los no modelo matemético do calculo da opera- (¢40 unitaria. A operacao tipica da manufatura quimica envolve al- ‘gumas etapas quimicas que, provavelmente, séo diretas e bem sabidas. Em geral o que se precisa é de equipamen- tos diversos e de operagées extensas para refinar, ou processar ainda mais, as misturas reacionais complexas até que se chegue ao produto final. O resultado est em que 0 trabalho de um engenheiro tipico de processos relaciona-se muito mais com alteracées fisicas do que com as reagées quimicas. A importancia das reagoes quimicas nao deve ser subestimada em virtude da impor- tancia econémica de pequenas methorias nos rendimen- tos percentuais das reagdes. Em muitos casos, uma me- thoria percentual relativamente pequena no rendimento pode justificar operagées e equipamentos de processo consideravelmente mais extensos Todas as operagées unitérias estéo baseadas em principios da ciéncia que sao traduzidos nas aplicacoes industriais em diversos campos da engenharia. O escoa- mento de fluidos, por exemplo, é estudado profunda- mente na hidrodinamica ou na mecdnica dos fluidos. Constitui uma parte importante do trabalho dos enge- nheiros civis, sob o nome de hidrdulica, eé deimportancia primordial na engenharia sanitéria. Os problemas de su- primento e de controle da Agua foram enfrentados por todas as civilizagées. A transferéncia de calor tem sido objeto de muitas investigagées tedricas pelos fisicos e mateméticos; teve parte importante na geragao de energia a partir dos com- bustiveis, conforme o desenvolvimento que Ihe foi im- presso pelos engenheiros mecanicos. A dissipacao de calor, no equipamento elétrico, 6 uma limitagao determi- ante da poténcia deste tipo de maquinas. Outras aplica- goes importantes e representativas so a pirometalurgiae © tratamento térmico de materiais de construgao e de ferramentas. Encontram-se, no setor da industria, exemplos da maior parte das operacées unitérias em aplicagées que se situam na provincia de outros campos de aplicagdes. engenheiro quimico deve efetuar muitas operagdes unita- rias sobre materiais cujas propriedades fisicas e quimicas variam amplamente, sob condig6es extremas de tempera- tura e de pressdo. As operagées unitérias usadas para separar as misturas em substdncias mais ou menos puras do Gnicas & engenharia quimica. Os materiais processa- dos podem ser misturas de ocorréncia natural, ou podem ser produtos de reagées quimicas, que virtualmente nao levam nunca a uma substancia pura, INTEGRAGAO DAS OPERAGOES UNITARIAS Os estudos iniciais das operagées unitarias como etapas independentes constituiram parte importante dos fundamentos sobre os quais se desenvolveu o cresci- mento fenomenal da industria quimica. Numa manufatura complicada, as interagées das etapas forcam o enge- heiro a considerar o proceso total, ou o sistema, como uma sé entidade. Simultaneamente, a compreenséo mai completa das inter-relacdes dos principios fundamentais levou ao agrupamento das operagoes de modo a englobé-lasnum modelo, dentro do qual se ajustam auma mesma expresso matematica das agoes, e que possibi- lita generalizacoes valiosas. ‘A apresentacdo tradicional das operagées unitarias tem sido na forma de um pacote, reunindo-se num mesmo conjunto a informagao tedrica e as informagoes praticas Pertinentes a cada operacao. Nos manuais anteriores, cada operagao foi apresentada de forma independente das outras. E raro ficar evidente, nas apresentagdes introdutérias, que diversas operacoes unitérias se su- perponham nas bases e que estejam relacionadas de ma~ neira complicada umas com as outras. As inter-relagoes ficam mais evidentes nas monografias sobre diversas operacées unitérias em virtude da impossibilidade de apresentacao completa da teoria de uma das operacoes ‘sem levar em conta a influéncia das outras. Especifica- mente, a transferéncia de calor num sistema em escoa- mento nao pode ser apresentada, na sua inteireza, sem evar em consideragao a mecénica dos tluidos; a transfe- réncia de massa nao pode ser divorciada da transferéncia de calor e da mecanica dos fluidos. (O reconhecimento mais amplo das semelhangas bé- sicas 6 uma consequéncia do aumento de informagao, Inversamente, 0 reconhecimento e a exploracao das se- methangas contribuiu para a compreensao mais ampla de cada operagao. Parece, nos dias de hoje, que a comparti- mentalizacao da informacéo, mediante cada operagao unitaria, conduz a uma repeticao desnecessaria e a uma perda de tempo e que o estudo dos principios basicos comuns a um grupo de operagées levara a uma com- reensio mais aprofundada de todas elas. Este livro apresenta, num mesmo tépico, as opera- oes que tém as bases semelhantes, adotando nomencla- tura e conceitos generalizados. Esta apresentacao leva, conforme a experiéncia, a uma economia de tempo na aprendizagem e acredita-se que contribua para maior profundidade de compreensao das operagées, quando as inter-relagbes s40 assimiladas. Andlise das operagées unitérias ‘As operagées unitarias podem ser analisadas e agru- padas mediante a adogao de qualquer entre trés métodos. A operagao unitaria pode ser analisada por meio de um modelo fisico simples que reproduz a acao da operagao; ou pode ser analisada pela consideracao do equipamento usado na operacao; ou entéo pode ser investigada me- diante uma expressao matematica inicial que descreve a aco e 6 verificada contra os dados experimentais do proceso. (© modelo fisico estabelecido por meio do estudo cuidadoso do mecanismo fisico fundamental.O modelo é, entao, aplicado a uma situagao real, seja por meio de uma expressdo matemitica, seja por uma descrigdo fisica. Uma vez que 0 modelo é idealizado, séo necessérias al- gumas correcées na sua aplicacdo as operagées reais. Este tipo de abordagem leva a um desenvolvimento da compreensao das semelhangas basicas entre os princi pios de diversas operacées unitarias. © agrupamento poderia também ser feito em termos das operagées realizadas em equipamentos semelhantes, ‘ou em equipamentos onde ocortem funcées semelhan- tes. Para a maioria das operagées, a arte precedeu a com- Preensdo cientifica, e construiram-se e operaram-se equipamentos na base de um conhecimento fundamental lamentavelmente incompleto. Algumas melhorias, e cer- tos refinamentos, apareceram somente em consequéncia daexperiénciae dos préprios equipamentos, conforme se Poderia esperar. O agrupamento na base do equipa- mento, e das suas fungoes, acarreta 0 risco de se perpe- tuarem os enganos do passado. Uma compreensao apro- fundada da operagao basica parece que contribuirs, com mais probabilidade, para melhorar a propria operacao. ‘As operages poderiam, finalmente, ser agrupadas & luz da semethanga das tormulagoes matematicas basicas que as representam. Este método de agrupamento nao é satisfat6rio, diante da malicia das moléculas frente a ma- temética. Muitas vezes 6 impossivel formular, de forma operavel, as condigdes de contorno necessérias @ solu- ao de uma equacao matematica, ndo s6 em virtude de elas serem ndo-lineares, mas também pela dependéncia que as condigées de contorno numa fase t8m frente as modificagées ocorrentes numa fase adjacente. Cadaum dos trés modos de agrupamento poderia ser usado como base para a exposigao. O do modelo fisico da operagao fundamental 6 a abordagem mais satisfatoria e 6 0 usado neste texto. Sempre que possivel, o modelo fisico é descrito de maneira matematica e o desempenho é expresso mediante relagdes mateméticas deduzidas a partir dos principios fundamentais. Esta formulacao ofe- fece a melhor base para a compreensao e 0 refinamento das operagées nas quais a prética esté na frente da teoria. Esta afirmagao é correta apesar de os modelos serem simplificagbes drasticas e de que a formulacdo ma- tematica do comportamento do modelo néo pode ser transposta perteitamente na express4o do comporta- mento de um protétipo, Deve ficar claro que nao ha qualquer critério univer sal que obrigue uma escolha particular do método de anélise e que todos os fatores que podem contribuir para © problema devem ser levados em conta ao se decidir sobre um modo particular. Qualquer agrupamento exige uma escolha parcialmente arbitraria e sempre deixa de lado algumas operacées que se enquadram mal no es- ‘quema proposto. Estas operagées tém que ser estudadas individualmente. Dois modelos fisicos principais Um modelo amplamente aplicavel para as operacées unitarias € 0 de um dispositivo no qual duas correntes, ou duas fases, sao reunidas, entram em equilibrio e depois do separadas e retiradas. Admite-se que as correntes efiuentes estao em equilibrio e este modelo, por isso, 6 denominado estagio de equilibrio. A determinagao das modificagdes das correntes, que devem ocorrer para ser atingido 0 equilibrio, estabelece uma medida do desem- penho terminal do sistema. O equipamento real 6 valori zado exprimindo-se as modificagdes conseguidas como fragdes, ou percentagens, das modificagoes que ocorre- riam num estagio de equilibrio. Num outro modelo possi- vel para a transferéncia de uma propriedade entre duas correntes, imaginamos os portadores da propriedade, es- timamos 08 respectivos nmeros e as taxas de migracao, e chegamos a uma expresso para a taxa de transferéncia entre as duas correntes mantidas em contato continuo. Esta taxa de transferéncia, multiplicada pelo tempo de contato, leva a uma expresso para a quantidade de trans- feréncia que pode ser conseguida. O modelo do estag de equilibrio pode ser expresso matematicamente por uma equacao de diferencas finitas que relaciona as con- centracées de qualquer propriedade na entrada com as concentragées de equilibrio da mesma propriedade nas correntes efluentes. As técnicas graticas, frequente- mente, sdo mais convenientes de usar que uma equacao de diferencas finitas. A expressao matematica para o mo- delo da taxa de transferéncia é uma equagao diferencial que em alguns casos pode ser integrada sob forma fe- chada, mas que mais amide deve ser resolvida em ter- mos de condigées médias. Uma vez que um grande ni mero de operagées de processamento quimico é de op ragées que so realizadas em estagios ou em contato continuo, os dois modelos s4o amplamente aplicéveis & andlise das operagdes unitérias. ‘Amaioria das operacoes unitarias pode ser estudada com qualquer das duas abordagens. Muitas delas sao efetuadas em certas circunstancias num equipamento de Contato continuo, em outras em equipamento de esté- gios. Em algumas operacées, a vantagem de um ou de outro modo de andlise pode ser evidente. Em muitos outros, porém, aescolha é ditada pela disponibilidade dos dados ¢ das constantes necessarios. Os dados de equi brio constituem uma parte dos recursos em estoque dos fisico-quimicos e sao disponiveis para um grande né- mero de substdncias, nas mais variadas condiges. Até uma certa medida, a conveniéncia de andlise esta relacio- nada ao trabalho de investigadores mais antigos, cujos resultados podem ser interpretados de uma forma mais conveniente para um tipo de andlise mas nao para outro, Aescolha de um método de andlise nao restringe, neces- sariamente, a operacao real a um mesmo modelo. Operagées em estagios Consideraremos em primeiro lugar as operagées em que se usa, frequentemente, 0 contato em estagios. O modelo € 0 de um dispositive no qual duas correntes afiuentes interagem até atingir o equilibriono instante em ‘que abandonam o estagio. O modelo é conhecido comoo de estagio de equilibrio e admite-se que nele as duas correntes dos produtos estéo em equilibrio uma com a outra. O tratamento generalizado nao exige uma especifi- cago da propriedade que serd transferida ou da natureza das fases em contato. A andlise pratica esta baseada na fragao da transferéncia realizada no estagio real em com- aracdo com o estagio de equillbrio. A apresentacao sera feita em termos tao gerais quanto possiveis, sem levar em conta a natureza particular das fases num caso espect- fico. © contato em estagios pode ser ilustrado com as correntes de Agua e mercuirio que discutimos anterior- mente. Conforme esta na Fig. 1.1, as correntes de merc rio e de Agua esto em contato continuo e ha uma transfe- réncia continua de calor da corrente quente para a cor- rente fria. Para o contato em estagios o equipamento é modificado conforme se explica a seguir. Se as correntes de mercurio quente e de agua fria, usadas acima como exemplo, forem intimamente misturadas e depois injeta- das num decantador, onde as duas se separam, as corren- tes de saida estardo, praticamente, na mesma tempera- tura. Atemperatura de equilibrio pode ser prevista porum balango de massa e de energia. Supénhamos que se dis- ponha de dois misturadores-decantadores, um dos quais recebe omerctrio quente e ooutroa agua fria. O mercurio que sai do misturador-decantador mais quente passa para (© misturador-decantador mais frio, e a agua saindo do mais frio vai para o mais quente. Os dois misturadores- decantadores realizarao uma transferéncia de calor maior que apenas um deles. Se o nimero de misturadores- decantadores for aumentado paran, é possivel tirar ainda mais energia do merciirio. Neste caso, o mercirio passa~ ria por elesna ordem 1, 2, 3, .... nea gua na ordemn, ....3, 2, 1. A introducdo de estégios adicionais diminui a quan dade de calor transferida por estagio, pois a diferenca potencial em relagao ao equilibrio torna-se menor, mas a transferéncia total aumenta. Ndo se poderia realizar a operagao especifica mencionada desta maneira, mas muitas operagées de transferéncia usam 0 contato em estdgios. O contato em estdgios é uma forma comum de extrair um componente de uma mistura liquida mediante a solubilizagao preferencial deste componente, ou de um grupo de componentes; 6 o que se faz, por exemplo, na remogao dos componentes formadores de lama contidos nos éleos lubrificantes. As operagées em regime cinético ‘As operagées unitarias que envolvem o contato con- tinuo dependem das taxas cinéticas de transferénciae por isso s4o operagées em regime cinético. Atransferéncia de um grande nimero de propriedades de um material —por exemplo, concentragées de carga elétrica, de momento magnético, concentragées térmicas, massicas ou de mo- mento linear — obedece a uma mesma equagao mate- méatica fundamental que exprime a velocidade da transfe- réncia como uma funcao do gradiente de concentracao Es (4 30 a onde T'=concentragéo da propriedadea ser ransterida o= tempo X = distincia medida na direcao do transporte 8 = constante de proporcionalidade caracteristica do sistema Esta equacdo € denominada, frequentemente, de equagéo de difusdo. E uma expressao geral que se reduz a let de Ohm no caso do fluxo elétrico em determinadas condigées. O estudo aprofundado do transporte de carga elétrica e de momento magnético 6 a importante “teoria do campo eletromagnético” dos engenheiros elétricos. Estes dois tendmenos seguem leis bem estabelecidas © envolvem fatores de proporcionalidade relativamente constantes (conforme 8 na equacao anterior). Uma vez que as condigées de contorno habitualmente podem ser estipuladas, é muito frequente que se possam ter solu- es analiticas para os célculos de engenharia. As subs- tancias quimicas sao menos bem comportadas, do ponto de vista matematico, ¢ as "constantes” de proporcionali- dade so raramente constantes. As condigées de con- torno so mais indefiniveis; por isso, 0s engenheiros qui micos raramente podem aplicar solugdes mateméticas rigorosase elegantes a equacao da difusdo. Parachegara uma solugao da equacdo da difusao possivel simplifica- la numa equacdo de diferencas finitas, valida para condi gOes médias, e resolver-se esta equacéo em lugar da equacdo diferencial Nos casos mais simples, bastante raros no processa- mento quimico, a taxa de transporte é constante com 0 tempo e com a posicao no sistema. A forga motriz pode ser aceita como constante e distribuida sobre uma regiao de comprimento fixo e 4rea constante. As propriedades fisicas nesta regido podem ser aceitas como constantes, de modo que 0 fator de proporcionalidade 6 pode ser aceito também como constante. Estas hipéteses séo as simplificagées que se introduzem para chegar & lei de ‘Ohm na forma usualmente apresentada nos cursos intro- dutérios de fisica. A contrapartida desta lei, no transporte quimico, fica forga motriz/unidade de comprimento Taxa de transporte = ‘As substdncias quimicas raramente satistazem a equagdes matematicas bem arrumadas, e 0 equilibrio quimico esta constantemente alterando as formulagées exatas das condig6es de contorno que permitiriam a reso- lugao rigorosa da Eq.1.1. Por isso, devem ser usadas di- versas médias e aproximagoes para que se tenha uma resposta num intervalo de tempo economicamente acei- tavel. As simplificagoes, usualmente, aproximam-se muito mais da Eq.1.2 do que da equacao da difusdo exata, No caso das operagées controladas pela cinética, a anélise tem que se basear na forca motriz que provoca a modificagao, no tempo durante o qual a forga motriz atua na quantidade de material sobre a qual ela atua. A equa- Ao da difuso, mencionada anteriormente, traduz 0 comportamento transiente de um grande némero de pro- Priedades sob a influéncia de uma forga motriz que pro- voca 0 seu respectivo transporte. Na engenharia quimica, ‘massa, o momento linear e a energia térmica sao as tres Propriedades cujo transporte é a questéo central, na maior parte das vezes. Conforme se disse, estas trés pro- priedades — e também outras propriedades com as quais, 08 engenheiros quimicos lidam com menor frequéncia— t&m um comportamento muito geral: todas elas se desio- cam das regides de elevada “concentragao” para as re- ides de baixas “concentrac6es”. A previsdo exata sobre a grandeza da propriedade que fluira de uma regiéo doa- dora (de uma fonte) para uma regiao receptora (um sorve- douro) pode ser feita se forem conhecidas com precisao a forga motriz, a érea da regio do fluxo e a unidade de resisténcia desta regiao (a constante de proporcionali- dade usada na Eq.1.1, portanto). Em toda a investigagao das operacées baseadas nas taxas de transporte, nao se pode sobreestimar a importancia de uma nitida com- preensao do significado da ‘concentracao”. Em todos os casos, a concentragao exprime a quantidade da proprie- dade por unidade de volume da fase que esta sendo pro- cessada. A quantidade transferida pode ser expressa, usualmente, em uma unidade absoluta de medida da grandeza, como, por exemplo, Btu ou libra-mol. Pode também ser expressa como a diminuigéo da concentra- 40 da propriedade numa quantidade conhecida da fase, ‘que tem uma capacidade também conhecidaem relacaoa esta propriedade. Por exemplo, uma quantidade de ener- gia que deixa um sistema, na forma de calor, pode ser expressa em termos do ndmero de Btu ou de calorias de energia. Pode também ser expressa em termos da dimi- nuigéo da temperatura de uma quantidade conhecida da fase. Estas generalizacées ficaréo mais evidentes & me- dida que as diferentes operagées forem analisadas e as grandezas transportadas forem expressas em termos das. varias unidades possiveis. Em virtude de os principios basicos do transporte serem idénticos para o caso das trés propriedades, faremos uma andlise inicial em termos completamente gerais antes de especificar uma proprie- dade particular numa certa operacao. Opera jado no-permanente ‘Aequacao da difuséo, Eq. 11,6 aplicdvel para a trans- feréncia numa direcao apenas e esta transferéncia é uma. fungo do tempo. A transferéncia, no entanto, pode ocor- rerem mais de uma direcao. A resolugao rigorosa exige 0 conhecimento das condigées de contorno e das varidveis que interagem. As técnicas de célculo automatizado fazem com que as solugées sejam bastante acessiveis © adotam, em geral, os métodos baseados em diferencas finitas CONSIDERAGOES GERAIS ‘As exigéncias primérias para aplicar os principios das operagées unitarias so a compreensio dos principios fisicos fundamentais e a tradugao destes principios em expresses matematicas. Na prética da engenharia qui- mica, porém, é preciso sempre incorporar valores numé- ricos e obter uma resposta pratica, ‘© mesmo problema pode ser encontrado por um en- ‘genheiro de projeto, ao detalhar um equipamento, ou por um engenheiro de operagao, ao ensaiar o desempenho de um equipamento instalado, ou por qualquer engenheiro que tente realizar melhorias quantitativas ou qualitativas. Por isso é necessario que se tenham técnicas mateméti cas ou gréficas capazes de permitir a previsao de qual- quer resposta desconhecida para um sistema particular, independentemente de esta incégnita ser uma composi 40, uma quantidade de massa, uma temperatura, ou 0 nimero de estgios necessérios para realizar um certo e determinado enriquecimento, relativo a qualquer pro- priedade do sistema Embora este livro seja dedicado exclusivamente aos principios das operagées unitérias da engenharia qui- mica, deve-se acentuar para o engenheiro quimico em formagao que as operagées unitarias constituem apenas um setor da engenharia quimica. 0 objetivo real da enge- haria quimica é a engenharia do processo mais econd- mico. As operagées unitérias séo técnicas para se chegar aeste proceso, mas nao se pode deixar que fiquem fora de consideragao os outros principios cientificos impor- tantes que devem ser reconhecidos. O methor processo 86 pode ser projetado levando-se em consideracao a quimica, a cinéticae a termodinamica basicas, como reconhecimento adequado das limitagoes impostas pelos materiais de construcao e vocalizadas pelos auxiliares da fabrica. O projeto do equipamento envolverd o trabalho de engenheiros treinados em disci- plinas que nao s4o cobertas, normalmente, pelo enge- heiro quimico. O objetivo final da engenharia & 0 do acumulo do lucro.a partir da operacao. O maior retorno do lucro, depois de todos os custos serem contabilizados, exige a plena exploragéo de todos os fatores técnicos envolvidos, exige a existéncia de relagdes humanas favo- raveis na equipe de producdo, e impée o conhecimento detalnado da quantidade de produto que pode ser ven- dida para que se tenha o maximo lucro possivel. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 1. Constitution of the American Institute of Chemical Engineers. 2. Little, A.D., Report to the Corporation of M.I.T., as quoted in Silver Anniversary Volume, A.1.Ch.E. (1933), 7. Operagées em Estagios Parte 1 Quase todos os processos quimicos exigem a separagao de uma fase sélida, ou liquida, ou gasosa, nos seus componentes. Estas separagdes sao realizadas, freqiien- temente, mediante o contato da fase com uma outra, de modo que parte dos compo- nentes seja transferida de uma para outra. As duas tases s4o, depois disto, separadase sofrem um processamento complementar. ‘As matérias-primas, as correntes intermediarias e os produtos finais sao purifica- dos, muitas vezes, por meio de um processo de separagao. Assim, na fabricacdo do gelo seco, o diéxido de carbono ¢ removido da mistura com o ar mediante o contato entre o gas e um liquido (por exemplo, uma solugao de dietanolamina) que dissolve 0 di6xido de carbono mas nao o ar. O didxido de carbono puro é entao recuperado pelo simples aquecimento da solugdo de dietanolamina. Oconceito deprocesso de separacéo inclui as operagdes unitérias que envolvem a separaco dos componentes gracas a transferéncia de massaentre as tases. A separa- ao completa de fases — como na filtracao — também pode ser incluida no conceito. Vamos tratar nesta altura somente das operagées em que ocorre a transferéncia de componentes entre as fases; deixaremos a separagao de sistemas heterogéneospolité- sicos para a Parte Ill, Nesta classe de processos, a escolha da operagéo unitaria a ser usada depende das propriedades fisicas da mistura a ser separada. Como ¢ evidente, a ‘separagao é mais facil se for baseada numa propriedade fisica que varia bastante entre ‘0s componentes a serem separados. (© equipamento usado nas operagdes de transferéncia de massa depende das fases a serem processadas, conforme a discussao do Cap. 2. Em alguns casos, as fases ‘880 repetidamente reunidas e depois separadas 4 medida que passam pelo equipa- mento. O estagio de equilibrio 6 0 modelo fisico usado para analisar as operagoes de transferéncia de massa nas quais as fases so alternadamente reunidas e separadas, varias vezes. O termooperagées em estagios retere-se aos processos de separagao que podem ser descritos pelo modelo de um estagio de equilibrio. Estas operacées consti tuem o conteddo dos sete capitulos seguintes. Em outros tipos de equipamento, as duas fases ficam continuadamente em con- tato, de modo que a grandéza da transferéncia de massa depende explicitamente da taxa de transferéncia e do tempo de contato. Neste caso, o modelo fisico deve incluir os fatores da taxa de transferéncia de massa e do tempo de contato. Estas operacées cinéticas sero consideradas nas Partes Ile Ill, No Cap. 16, as operagées de transterén- cia de massa sao analisadas mediante um modelo de contato continuo. Os cAlculos basicos necessdrios para projetar 0 equipamento para as diversas operacées em estagios sao fundamentados em conceitos idénticos. Esta segéo consi- dera os conceitos gerais envolvidos no projeto de processos de separacao em varios, estagios. As diferengas das diversas operagées em estagios sao discutidas com deta- thes, mas sempre que possivel as operagées sao desenvolvidas de maneira unificada. Os procedimentos de célculo sao ilustrados com exemplos provenientes de operacbes em estagios bem caracteristicas. © Cap. 2 introduz as varias operagoes de transferéncia de massa e descreve 0 equipamento tipico usado nestas operacoes. As relagdes de fase, sobre as quais se baseiam os processos de separagao, sao analisadas no Cap. 3. Os Caps. 4 até 6 desenvolvem um método geral de cdlculo de operagées em estagios e em estado Permanente. No Cap. 7 discutem-se alguns métodos simplificados, e o Cap. 8 desen- Volve 0s métodos de célculo para operacdes em estagios de sistemas multicompostos. No final da Parte | aparece uma listagem completa da notagao geral adotada e da sua aplicacao a operagées particulares. O leitor 6 aconselhado, com énfase, a recorrer freqlentemente a esta listagem e a estudé-la com cuidado durante a leitura dos capitulos seguintes. Operacgées de Transferéncia de Massa Quando se colocam em contato duas fases de com- posigées diferentes, pode ocorrer a transferéncia de componentes de uma fase para a outra, ou vice-versa Esta 6 a base fisica das operacdes de transteréncia de massa. Se as duas fases ficam em contato durante um intervalo de tempo suficiente, acabam por atingir um es- tado de equilibrio e dai por diante nao existe mais a trans- feréncia liquida dos componentes entre elas. Na mal dos casos que tém interesse para as operagoes de transfe- réncia de massa, as duas fases so apenas parcialmente misciveis, de modo que no equilibrio ainda existem duas fases que podem ser separadas uma da outra. Usual- mente, estas duas fases tém composicées diferentes & estas composicoes sao também diferentes das que ti- nham as fases no instante do contato inicial. Por isso, as uantidades relativas dos componentes que sao transfe- ridas entre as fases séo diferentes, de modo que se con- segue uma separagao entre eles. Em condigées apropria- das, 0 contato ea separagao repetida das fases pode levar a uma separagao quase completa dos componentes. A base fisica para os processos de separagao que utilizam equipamento multiestégio— como o que aparece na Fig. 2.16 a diferenga de composigoes das fases em equill- brio. Processos de separacao ‘Quando o engenheiro entrenta o problema de separar certos componentes contidos numa mistura homogénea, utiliza as diferengas de propriedades dos constituintes da mistura para conseguir o seu objetivo. Examina as diver- sas propriedades quimicas e fisicas dos constituintes da mistura para determinar qual delas oferece a maior dife- renga entre os componentes, pois uma diferenga maior possibilitara, em geral, uma separagao mais facil e mais econémica. Como é natural, o engenheiro deve conside- rar diversos outros fatores para chegar a escolha final do proceso separativo. As exigéncias de energia, o custo ea disponibilidade dos materiais de processo e de constru- 940, a integragao das etapas no processo quimico global, sao fatores que contribuem para determinar 0 processo de separacao que 6 economicamente mais atrativo, As operagées unitérias sao pertinentes aos processos separativos que dependem apenas das diferencas das propriedades fisicas e nao do comportamento quimico. Estes processos ou se fundamentam sobre uma diferenga a composicao das fases em equilibrio ou sobre uma diferenga na taxa de transferéncia de massa dos consti- tuintes da mistura. Na explanacao seguinte, discutiremos Processos de separagao que usam estas duas bases fisi- cas. Nesta se¢ao 0 nosso interesse primario esta centrado as separacées baseadas nas diferengas de composigao das fases em equilibrio. Os principios de separagéo com base nas taxas de transferéncia serdo discutidos outra vez, com mais mindcia, na Parte Il Destilagao (O processo de separacao mais amplamente usado na industria quimica é a destilagéo. Esta operacdo unitaria 6 também denominada fracionamento ou destilagao fra- cionada. A separacao dos constituintes esta baseada nas rengas de volatilidade. Na destilagao, uma fase vapor entra em contato com uma fase liquida, e ha transteréncia de massa do liquido para o vapor e deste para aquele. O liquido e o vapor contém, em geral, os mesmos compo- nentes, mas em quantidades relativas diferentes. O Ii Quido esta no seu ponto de bolha" e o vapor em equilibric no seu ponto de orvalho:* HA transferéncia simultanea de massa do liquido pela vaporizacao, e do vapor pela con- densacao. O efeito final é 0 aumento da concentragao do componente mais volatil no vapor e do componente ‘menos volatil no liquido. A vaporizacao e a condensacao envolvem os calores latentes de vaporizacao dos compo- entes, e os efeitos termicos devem, por isso, entrar nos calculos da destilacdo. Numa solucao ideal (por exemplo, uma solucao de benzeno e tolueno), a volatilidade pode “Detinido no Cap. 3 NA Fig. 2.1 Processos de separagdo numa refinaria de petréleo. O furfural, um liquido organico proveniente de cascas de carvalho, dissolve seletivamente os componentes indesejaveis presentes ‘num éleo lubrificante. No processo figurado na gravura, o 6le0 lubrificante passa pelo tubo de grande diametro que entra, pela esquerda, na coluna de extracao, situada entre as duas colunas de destilagao mais altas, a esquerda do centro. O turtural 6 inje- tado no topo da coluna e sai pela base, com os componentes indesejaveis. O 6leo lubrificante puriticado sai pelo topo. AS colunas restantes que aparecem destinam-se a destilagao e & extragao para a recuperagao do solvente, @ para a purificagao ‘mais apurada do produto — isto 6, do 6leo lubrificante desejado, (Cortesia da Fostor Wheeler Energy Corp.) ser relacionada diretamente & presséo de vapor dos com- Ponentes puros. Nas soluc6es nao-ideais (por exemplo, uma mistura de etanol e 4gua), nao existe uma relagao simples. Discutiremos esta questéo, com maior ampli- tude, no Cap. 3. A destilacao é amplamente usada para separar as misturas liquidas em componentes mais ou menos puros. Em virtude de a destilacao envolver a vapo- rizagao e a condensacao da mistura, séo necessérias, grandes quantidades de energia Uma grande vantagem da destilagao esté em que nao se precisa adicionar nenhuma substéncia para efetivar a separacao. Conforme se vera na discussao que vem a seguir, muitos outros processos de separacao requerema adigéo de outro componente que devera ser removido, numa etapa posterior do processo separativo. A tempe- raturae 0 volume dos materiais em ebuligao dependem da pressao. As pressdes elevadas podem ser usadas para diminuir 08 volumes ou aumentar as temperaturas a fim de facilitar a condensacao; pode ser que se precisem de pressées baixas para abaixar 0 ponto de ebuligao além do Ponto de decomposigao térmica. As aplicagoes da destilagao tém a mais ampla diversi- dade. O oxigénio puro, usado na fabricagao do aco, nos foguetes e nas aplicacdes médicas, é produzido pela des- tilagdo do ar que foi previamente liquefeito. O petréleo cru 6 separado inicialmente em diversas fragoes (como os gases leves, a nafta, a gasolina, 0 querosene, os dleos combustiveis, os dleos lubrificantes e 0 asfalto) em gran- des colunas de destilagao. Estas fragdes sao processadas posteriormente em produtos acabados e a destilagao é freqientemente utilizada nas etapas intermediarias da obtengao destes produtos finais. ‘A destilacao, muitas vezes, é realizada em equipa- mento multiestagio; também se utiliza equipamento a contato continuo. Absorgao e dessorcao de gas ‘A absorcéo de gas envolve a transferéncia de um componente soltivel de uma fase gasosa para um absor- vente liquido relativamente nao-volatil. A dessor¢ao € 0 processo inverso, 0 da remogao de um componente de um liquido pelo contato com uma fase gasosa Nos casos mais simples de absorgao de gas, 0 absor- Vente liquido nao se vaporiza, e 0 gas contém apenas um constituinte soluvel. Por exemplo, a aménia ¢ absorvida de uma mistura de ar e am6nia pelo contato do gas coma gua liquida na temperatura ambiente. A aménia é solivel nna gua, mas o ar é quase insoluvel. A 4gua, por sua vez, ‘quase nao se vaporiza na temperatura ambiente. Por isso, a unica transferéncia de massa 6 da aménia da fase ga- ‘Sosa para o liquido. A medida que a aménia passa para 0 liquido, a sua concentracéo aumenta até que a aménia dissolvida fica em equilibrio com a que est na fase ga- sosa, Atingido o equilibrio, nao ha mais transferénciaefe- tiva de massa. Nos casos mais complicados da absorgao é possivel que varios componentes sejam absorvidos e que parte do absorvente se vaporize. Alguns destes casos sa0 aborda- dos no Cap. 8 No equipamento de absorgao, o absorvente liquide esta abaixo do seu ponto de bolha e a fase gasosa esta muito acima do seu ponto de orvaiho. Uma outra dite- renga entre a destilagao e a absorgao de gs: as fases liquida e gasosa nao contém todas os mesmos compo- nentes, Os efeitos térmicos na absorgao s4o devidos ao calor de solugao do gas absorvido, em contraste com os calores de vaporizacao e de condensacao que participam da destilagao. ‘A absorgao envolve a adigao de um componente ao, sistema (isto é, do absorvente liquido). Em muitos casos, 0 soluto deve ser removido do absorvente. Esta remogao pode ser feita numa coluna de destilacao, ou num equi- pamento de dessorgao, ou mediante outro processo se- parativo, ‘A dessoreao, ou extragéo, é a operagao oposta da absorgao. Neste caso, 0 gas solivel 6 transferido do I- quido para a fase gasosa em virtude dea concentracaono liquido ser maior que a concentragao de equilibrio com 0 98s. Por exemplo, pode-se extrair a aménia de uma solu- 40 aquosa mediante o borbulhamento de ar através da solugao. O ar na entrada nao contém aménia, enquanto 0 liquido a contém; hé entao uma transferéncia do liquido para 0 gas. Aabsorgao ea extragao sao amplamente adotadas na industria quimica. O Acido cloridrico ¢ produzido pela absorgao do cloreto de hidrogénio gasoso em-agua. A fermentacao aerdbia dos lodos de esgoto exige’a absor- {go de ar. A carbonatagao das bebidas refrigerantes en- volve a absor¢ao de diéxido de carbono; ocorre uma certa, dessorgao quando se abre a garrafa e a pressao 6 redu- 2ida. ‘A absorgéo e a extragao sao realizadas em equipa- mento a varios estagios e, em medida menor, em equipa- mento a contato continuo. Extragao Ilquido-liquido Uma mistura liquida pode, as vezes, ser separadapelo contato com um segundo solvente liquido. Os componen- tes da mistura sao soliveis, em diferentes graus, no sol- vente. No caso ideal, o componente a ser extraido é soli- vel no solvente, e os outros componentes sao insoliveis. Entao o soluto é 0 Gnico componente transferido da mis- tura inicial para a fase do solvente. A mistura inicial torna-se orefinado a medida que dela se extrai o soluto. A fase solvente transforma-se no extrato @ medida que aco- Ihe 0 soluto. Na pratica, todos os componentes sao, pos- sivelmente, soldveis num certo grau uns nos outros, € a separacao 86 6 vidvel quando as solubilidades so sufi- ientemente diferentes. Em qualquer caso, ocomponente extraido (inerte) deve ser suticientemente insoluvel para se formarem duas fases que possam ser extraidas. Aextragao liquido-liquido também é denominadaex- tragao por solvente. Os principios sao ilustrados nos capi tulos seguintes mediante sistemas com trés componen- tes: um soluto, um solvente e um segundo solvente. A apresentagao supersimplificada destes principios ¢ feita agora, com proveito, para ser posteriormente esclarecida. ‘A separacao de um componente de uma solugéo homo- génea se faz pela adicao de um outro constituinte, insolavel, o solvente, no qual o componente desejado da solugdo, 0 soluto, 6 preferencialmente soluvel; neste sol- vente o soluto difunde-se com uma velocidade caracteris- tica até que sejam atingidas as concentracées de equill- brio em cada uma das fases. Por exemplo, 0 soluto acido acético pode ser separado de uma solugao aquosa pelo contato com o solvente éter isopropilico. Embora a gua seja ligeiramente solivel no éter, ela tem o papel do refi- nado, praticamente insolivel. ‘A extracao por solvente 6 usada para remover com- ponentes indesejaveis dos éleos lubrificantes e de outras fragdes do petréleo cru, para separar o nidbio do tantalo, para produzir acido fostérico concentrado, e em muitas outras aplicagées. Emprega-se nao sé equipamento em estagios, mas também equipamento de contato continuo. Na maior parte dos casos, & necessério separar, nos seus componentes, o extrato resultante Extragao sélido-liquido Os componentes de uma fase sélida podem ser sepa- rados pela dissolucao seletiva da parte soluvel do sélido Por meio de um solvente apropriado. Esta operacao tam- bém 6 denominada lixiviagdo ou lavagem. O sdlido deve estar finamente cominufdo, de modo que o solvente guido entre em contato com todo ele, Usualmente 0 com- Ponente desejavel é soluvel, eo restante do solido 6 inso- lavel. © soluto deve entao ser recuperado da solugao do extrato, numa outra etapa de separacao. Um exemplo quotidiano da extragao sblido-liquido © da feitura do café. Neste caso, os constituintes solaveis, do café moido séo separados dos finos insoliveis pela solubilizagao em gua quente. Se o café for fervido du- rante um tempo muito longo, a solugao atingiré o equili- brio com os sélidos restantes. A solugao é separada, no coador, dos finos residuais. A extragao sélido-liquido também 6 usada indus- triaimente na fabricagao do café soluvel, para recuperaro café solavel da borra. Outras aplicagées industriais i cluem a extragao do dleo de soja, usando-se hexano como solvente e a recuperagao do uranio de minérios de baixo teor pela extracao com solugées de Acido sulfirico ou de carbonato de sédio. Em virtude de uma das tases ser slida, que nao flui como um fluido, ¢ necessario usar tipos especiais de equipamento para a extragéo sblido- liquido. Adsorgao A adsorgdo envolve a transferéncia de um consti- tuinte de um fluido para a superficie de uma fase sélida Para completar a separacao, o constituinte adsorvido deve entao ser removido do sélido. A fase fluida pode ser ou um gas ou um liquido. Se diversos constituintes S80 adsorvidos em graus diferentes, é possivel, muitas vezes, separé-los em estados relativamente puros. Muitos sao os adsorventes sélidos que se usam. Fa- lando de forma definida, o conceito de adsorvente apli- ca-se usual mente a um sdlido que mantém o soluto na sua superficie pela acao de forgas fisicas. Como exemplo, temos a adsorgao de vapores organicos pelo carvao. Se- para-se industrialmente a fragdo mais leve do gés natural mediante um leito mével de adsorvente. A maioria dos outros processos industriais usa leitos fixos e processos descontinuos ou ciclicos em lugar de equipamento com varios estagios, pois ¢ dificil movimentar o sélido. ‘As peneiras moleculares* constituem-se por adsor- ventes sintéticos especiais que podem ser usados para separar as misturas por diferengas das dimensdes mole- culares, ou da polaridade ou da saturagao de ligacoes carbénicas. Por exemplo, as moléculas de agua sao rel: tivamente pequenas e muito polares, de modo que sao preferencialmente adsorvidas pelas peneiras moleculares adsorventes. Assim, estes adsorventes sao Uteis na seca- ‘gem dos gases e dos liquidos. As peneiras moleculares estao sendo empregadas para separar as parafinas nor- mais contidas nas correntes de hidrocarbonetos, nas refi- narias de petréleo, para utilizé-las na manutatura de de- tergentes biodegradaveis. Bastante aparentados com a adsor¢ao 80 0s proce: 08 separativos que retém os solutos nos sélidos por meio de diversas agdes. Um destes processos & a troca iénic na qual o soluto fica retido por uma reagao quimica com uma resina sélida trocadora de ions." * Conforme esta implicito no nome, os ions em solugo podem ser removi- dos por este processo, que ¢ amplamente adotado para produzir agua ultrapura. Outras aplicagoes incluem a re- Cuperagao de antibidticos de mostos fermentados e a separagao das terras raras. ‘Aclatratagao 6 um fendmeno fisico que tem encon- trado aplicagées na separacao de misturas, com base na forma das moléculas. O clatrato s6lide atrai e retém molé- culas com uma forma particular. Por exemplo, um pro- ‘cesso industrial separa o paraxileno do metaxileno pela captura do primeiro num clatrato. Estes dois composts tm propriedades fisicas e quimicas quase idénticas, de modo que 0s processos convencionais de separagao n&o podem ser utilizados. O clatrato pode ser considerado um tipo especial de adsorvente. As resinas trocadoras de fons, as peneiras molecula- res € 0s clatratos sao relativamente caros em compara- go com os adsorventes convencionais —carvao e silica gel, por exemplo. Por isso, os adsorventes especiais s20 usados em separagdes que nao podem ser realizadas por ‘meios mais convencionais. Estes processos de separacao especiais s4o efetuados em processos descontinuos, com leitos fixos do adsorvente, preferentemente aos proces- 808 que operam com equipamento em varios estagios ou a fluxo continuo. ‘As operagées de transferéncia de massa que envol- vem a transferéncia de uma fase sblida so denominadas, algumas vezes, processos de soredo, incluindo-se ai todos os tipos de forgas atrativas sdlidas. Uma mistura de varios solutos adsorviveis pode ser separada por meio de um leito fixo de adsorvente. Inicial- mente, injeta-se um pequeno volume da mistura no leito, onde ela é completamente adsorvida junto a entrada. De- ois passa-se um fluxo continuo do solvente através do leito. Parte da mistura do soluto é dessorvida e arrastada com o solvente. A velocidade com que cada soluto passa pelo leito depende do seu equilibrio de adsor¢éo com 0 Sélido. Se um componente for fortemente adsorvido pelo sdlido, a sua passagem através do leito é lenta, enquanto que um componente fracamente adsorvido movimenta-se rapidamente através do leito até abandoné-lo. Por isso, 08 ‘componentes saem do leito em instantes diferentes e po- dem, assim, ser separados. Este proceso de separacao 6 a cromatografia.* A separagao cromatografica é um mé- todo amplamente usado na anélise quimica de pequenas amostras. As aplicagées industriais em larga escala sao limitadas. A separagao das terras raras, com resinas tro- cadoras, que mencionamos anteriormente, é um exemplo de separagao cromatografica. Separacées por membranas ‘Alguns processos de separacao envolvem a transfe- réncia de massa através de uma delgada membrana plas- tica.' Embora estas operagées tenham aplicacées relati- vamente limitadas, tém vantagens em potencial para pro- blemas especiais de separa¢ao. A teoria da separacao por membrana nao esta completamente desenvoivida, mas ‘como primeira aproximagao a separagao pode ser consi- derada como uma questao de tamanho molecular. As moléculas pequenas passam, com maior facilidade, atra- vés dos pequenos poros da membrana. Por isso, se hou- ver uma forca motriz “empurrando” as moléculas através da membrana, as menores sao seletivamente separadas. Algumas moléculas maiores também passam. de modo que a separacao nao ¢ perfeita A didlise & um proceso de separacéo no qual se transfere massa através de uma membrana gracas a forga motriz proveniente de um gradiente de concentragao."* Na aplicagao industrial de maior vulto, separa-se o hidro- xido de sddio de uma solugéo aquosa com hemicelulose, na fabricagao do raiom viscose. A solugao escoa por um lado da membrana enquanto a Agua pura escoa pelo ou- tro. O hidréxido de sédio ¢ impelido através da membrana em virtude da diferenga de concentragao entre a solucéo € a 4gua pura, mas a hemicelulose, que esta em suspen- sao coloidal na solugdo, 6 de dimensoes muito grandes para passar através dos poros da membrana. A didlise também 6 usada para recuperar o acido sulfurico, nos liquidos de rejeito das retinarias de cobre e na purificagao do sangue no rim artificial Acletrodidlise utiliza uma diferenca de potencial elé- trico como forga motriz para os ions nas solucées.* Os fons positivos passam através de uma membrana apro- priada & medida que sao atraidos para o terminal nega- tivo, e 08 fons negativos passam na posi¢ao oposta atra- vés da membrana, para o terminal positivo. Desta forma, podem ser removidos no s6 ions positivos, mas também negativos. ‘A eletrodialise tem uso moderno na recuperagao de rejeitos acidos e na remogao do sal da égua salobra de pogo. Pode também ser util na purificagdo da agua do mar, na hipétese de os custos da membrana, e do dispén- dio de poténcia, poderem ser reduzidos. Adialise e a eletrodialise envolvem a transferéncia de massa através de uma membrana, de uma fase para uma outra fase. As duas fases sd0 completamente misciveis, de modo que a membrana também serve para impedir a mis- turagao das duas. Um processo de separagao por membrana, desenvol- vido recentemente, utiliza uma diferenca de pressao para forcar as moléculas do solvente através da membrana, enquanto as moléculas do soluto ficam retidas. Este pro- ‘cesso nao envolve a transferéncia de massa entre as fa- ses. E mais semelhante a filtracdo, em que as particulas sélidas suspensas sa0 separadas de um liquido por meio da passagem forcada da mistura através de um meio fil- trante poroso, de modo que o liquido passa mas o sdlido Permanece retido. O uso de uma membrana possibilita uma “filtragao” andloga de solugdes homogéneas que nao podem ser separadas por um filtro comum. Por esta raz&o 0 processo & denominado ultrafiltragéo. A press4o aplicada deve ser maior que a pressao osmética; o pro- cesso, por isso, € as vezes denominado osmose inver- tida.® Com 0 uso de membranas iénicas apropriadas tam- bém é possivel separar sais iGnicos de baixa massa mole- cular além de moléculas de grandes dimensées. Entao a carga da membrana serve para impedir a passagem dos fons carregados, de modo que somente o solvente 6 capaz de passar. A osmose invertida esta sendo usada como proceso de remogao da agua pura contida na agua do mar, em operagées de grande escala. ‘Adifusao em fase gasosa é um processo de separa- ‘go que tem uma semelhanga superficial com a ultrafil- tragao, embora o seu mecanismo fisico seja diferente. Na difuséo em fase gasosa uma mistura de gases ¢ forgada através de uma barreira metalica porosa.? 0 componente gasoso com massa molecular mais baixa passa mais rapi- damente através da barreira, de modo que o gas difundido fica mais rico neste componente. Somente se passa pela barreira uma fracao do gs. O restante, que ficou parcial- mente empobrecido no componente mais leve, € remo- vido para um processamento posterior. A compressao do gas implica grandes custos de poténcia, de modo que a difusdo em fase gasosa s6 tem uma Unica aplicacao in- dustrial importante: a separagao do uranio-235 do uranio-238. As usinas de difusdo em fase gasosa — no valor de bilhdes de délares — operam para efetuar esta separagéo e obter o U** necessario para o uso como combustivel nuclear. Outros processos de separacao Algumas operagées unitérias importantes envolvema separagao dos componentes de uma mistura, mas as ope- rages néo séo, habitualmente, agrupadas com os pro- cessos usuais de separacao. ‘Aevaporacdo, acristalizagao easecagem envolvema transferéncia simultanea de calor e de massa. Na evapo- ragéo, uma solugao liquida é concentrada pela vaporiz. go de uma parte do solvente. As exigéncias térmicas sao, grandes em virtude de o calor latente de vaporizagao do solvente ter que ser fornecido ao sistema, A evaporacao tem muitas aplicagbes industriais, sempre que se tenha que concentrar quaisquer solugées. O que se denomina correntemente de destilacao da agua do mar é, na reali- dade, um processo evaporativo para recuperar a agua potavel. Quando uma solugao ¢ evaporada até que fica satu- rada pelo soluto, 0 prosseguimento da evaporagao, ou 0 tesfriamento, leva a precipitagao dos cristais sélidos. Esta éabase fisica dacristalizagao, uma operacao unitaria que se usa para separar os solutos da solugao. A cristalizagao € usada industrialmente na fabricagao de muitos sais inorganicos. Pode ser também usada para separar mistu- ras de sais pela cristalizagao fracionada. Aevaporagaoe a cristalizagao estao discutidas, detalhadamente, no Cap. 19. Asecagem separa um liquido de um sélido pela vapo- rizagao do liquido. Esta importante operacao unitaria esta coberta no Cap. 18. A desumiditicagao separa um componente, na tase vapor, de uma fase gasosa, mediante o resfriamento do gas até que o vapor se condense. Esta operacao de trans- feréncia de massa 6 a base do condicionamento de ar; esté abordada no Cap. 17. ‘As misturas multitasicas podem ser separadas em duas ou mais fragdes por varias operagoes. Neste caso, a mistura de fases deve ser heterogénea; isto 6, as fases devem ser fisicamente diferentes uma da outra, mesmo que possam estar finamente divididas e intimamente mis- turadas. As misturas de particulas sélidas podem ser se- paradas em diferentes tamanhos pelo peneiramento, pela elutriagéo, pelo peneiramento em tase liquida (mediante jigs), ou pela classificagao. As particulas solidas podem ser separadas de liquidos por fltragao, por centrifugagao ou por sedimentagdo. As fases liquidas imisciveis também podem ser separadas por centrifugacao, como no sepa- rador de creme de leite tipico. Os sdlidos podem ser separados dos gases ou dos liquidos, e os liquidos dos gases, nos ciclones separadores. Estas operagées de se- Paragao nao envolvem a transferéncia de massa, no con- ceito habitual que se adota; por isso nao sao operacoes de transferéncia de massa. Os componentes j4 sdo fisica- mente diferentes, de modo que um procedimento meca- nico e nao uma transferéncia de massa 6 o que se deseja para separd-los. As operac6es de separagdo mecanica a0 mencionadas aqui para acentuar a grande variedade de principios fisicos sobre os quais estao baseadas as separagoes. Parte delas esta discutida no Cap. 22 Esta segao apresentou resumidamente as operacées unitérias que separam os componentes de uma mistura. As separagdes que podem ser descritas pelo modelo fi- sico de um estagio de equilibrio estéo discutidas nos diversos capitulos seguintes. Muitos dos outros proces- sos de separacdo estao discutidos na Parte Ill deste livro, O conceito de estagio Um estagio pode ser definido como uma unidade de ‘equipamento onde entram em contato intimo duas fases diferentes, que sao depois separadas mecanicamente. Durante o contato, diversos componentes difusiveis da mistura se redistribuem entre as fases. As duas fases re- sultantes aproximaram-se do equilibrio e, portanto, tém ‘composicées diferentes das composicées iniciais das fa- ‘ses. Por meio dos contatos e separagdes sucessivos das fases diferentes (operacao em varios estagios), S80 possi- veis grandes modificagées nas composicoes das fases. Num estégio de equilibrio as duas fases fica bem mistu- radas durante um intervalo de tempo suficiente para que se estabeleca 0 equilibrio termodinamico entre as fases que efluem do estagio. No equilibrio, nao mais é possivel qualquer modificagao global da composicao das tases, uma vez fixadas as condigées de operacao. No equipa- mento industrial real, nao é em geral pratico esperar um tempo suficiente para que a mistura das tases atinja o equilibrio. Por isso, o estégio real nao efetua uma moditi- cacao de composi¢éo téo grande quanto a modificagao do estagio de equillbrio. Aeficiéncia de estagio é detinida como a razao entre a modificagao de composi¢ao num estagio real ea modificagao de composi¢ao no estagio de equilibrio. As eficiéncias de estagio, no equipamento in- dustrial, variam de alguns poucos por cento até cerca de 100%, Em virtude de 0 estagio de equilibrio proporcionar a maior modificagao possivel da composigao, para um dado conjunto de condigées operacionais, ele é também denominado estagio ideal ou tedrico. Mesmo que as con- digdes de equilibrio sejam raramente atingidas no equi- pamento real, o estdgio de equilibrio é um modelo fisico Util para a andlise das operagées em estagios. Conforme é freqientemente o caso na engenharia quimica, o modelo fisico é uma versao idealizada de uma unidade real do equipamento, O céilculo das caracteristicas do equipamento para as ‘operagdes industriais em varios estagios envolve a de- terminagao do numero de estagios de equilibrio seguido pela utilizagao da eficiéncia de estagio para se ter 0 nu- mero real de estagios necessarios. A eficiéncia de estagio 6um “fator de correcao” para transformar o modelo fisico do estagio de equilibrio numa aplicacao pratica de esté- gios reais de um equipamento industrial. As eficiéncias de estagio dependem dataxa de transferénciade massa, edo tempo e da area de contato num dnico estagio. Estes fatores sao fungdes complicadas da geometria do estagio @ das taxas de escoamento das fases. No Cap. 16 discuti- remos a estimativa das eficiéncias de estagios. Equipamento para operacées em estagios 0 equipamento para as operacdes em estagios tem grande diversidade de dimensdes e de detalhes de cons- trugao, mas apresenta também grandes semelhangas. Em geral cada estagio do equipamento mistura completa- mente as duas fases afluentes, de maneira completa, de modo que o material possa ser transferido tao rapida- mente quanto possivel de uma para a outra fase. Cada estagio deve entao separar as duas fases resultantes, da forma mais completa nas dadas circunstancias, e trans- porté-las para os estagios adjacentes. Alguns equipamen- tos industriais podem ser constituidos por um Unico esté- gio; empregam-se, porém, mais habitualmente, unidades em varios estagios, com escoamento em contracorrente entre as duas fases. A operacao em estagios multiplos possibilita maiores variacoes na composicao das duas fases do que as variacdes que se podem obter em um s6 estagio. O equipamento para a misturagao e a separagao das duas fases depende das caracteristicas fisicas das pro- prias fases. A fase L pode ser um liquido ou um s6lido finamente dividido; a fase V pode ser um gas, um vapor ou um liquido, dependendo do processo de separagao. Os gases ¢ 0s liquidos escoam com facilidade de um estagio Para outro, mas os sélidos sao mais dificeis de transferir. Por esta razao, as operacées em estagios, em que o sblido se movimenta em contracorrente a uma fase liquida, s40 menos comuns. Os sélidos finamente divididos podem ‘escoar como fluidos, e por isto esta técnica 6 usada para movimentar sélidos. Em outros casos, 0 sélido tem que ser mecanicamente transportado de estagio paraestagio. Em virtude de razdes econémicas, os estagios devem efetuar, da forma mais simples possivel, 0 contato e a separacao. Por exemplo, a forga gravitacional 6 usada para separar as fasese promover 0 escoamento, em todas as circunstancias possiveis, para evitar a necessidade de equipamento dispendioso como bombas e centrifugado- No 1 - Fig. 2.2 Vista de um borbulhador desmontado. O duto ascen- dente, que aparece na parte de baixo da figura, fica soldado & hapa. O gas flui através dele e passa pela campanula, saindo elas tendas verticais, quando entao é dispersado na fase liquida. Estacobreas fendas da campanuiado borbulhador. (Vulcan Mg, 0. res. Por outro lado, onde a separacao ¢ dificil, pode ser inevitdvel 0 uso de equipamento caro. Contato gas-liquido Agrande diferenca de densidade entre os gasese os!I- quidosfazcomqueaseparacao das tasessejarelativamen- te facil. As duas fases podem ser misturadas pelo borbu- thamento ascendente do gas no liquido. As bolhas de gas. separam-se do liquido, formando uma fase continua ga- 08a, quando atingem a superficie da fase liquida. Os estagios s4o construidos em coluna vertical, de modo que Vista do prato superior Vertes ses NS SY cecidete Setzenere Esenament do guido _| Esenamento do gs Fig. 2.3 Prato com borbuthadores, a fluxo cruzado, para o con- tato de duas fases tluidas. O escoamento do gés esta indicado elas setas finas, enquanto o do liquido é representado pelas Betas cheias. Os borbulhadores dispersam o gas no liquido. S40 Projetados para tornar minimo o vazamento do liquido através dos canais do gés. Fig. 2.4 Prato com borbulhadores e fluxo cruzado. Os verte- dores-metélicos, ao longo dos lados direito e esquerdo do prato, mantém 0 liquido num nivel suficientemente alto para cobrir as fendas nas campanulas dos borbulhadores. O liquid escorre pela placa, vindo do prato situado acima do que esta na foto, € sobre este, paraa esquerda. Depois, escorre por cima do vertedor transversal do prato na direcao do vertedor e da tomada descer dente no tado direito. O vertedor deentrada mantém um nivel liguido que cobre a parte mais baixa da tomada descendente, de modo que 0 gas ndo pode cortar caminho através desta tomada, 0 prato que aparece tem seis pés (1,8 m) de diametro @ & cons- truido em cobre para uso numa coluna de destilacao de 20 pratos ‘numa destilaria de bebidas. (Cortesia de Vulcan Mfg. Co.) oliquido possa fluir descendentemente, por gravidade, de estagio para estagio. O gs escoa para cima em virtude da diferenga de pressdo mantida por um compressor ou por um soprador ou por um refervedor. Os estagios reais numa coluna vertical sao denominados pratos ou bande- jas. Sugeriram-se diversos tipos de pratos; considerare- mos aqui apenas alguns. Durante muitos anos os pratos Fig. 25 Bandeja perfurada com fluxo cruzado. Vé-se a parte rior da bandeja, com o vertedor descendente no fundo. Os 1caixes que correm do topo para baixo destinam-se a dar resis- téncia estrutural a montagem, assim como os tirantes de suporte que correm horizontalmente no prato. (Cortesia da Vulcan Mig. Co.) com borbulhadores foram os mais usados nas colunas de destilagao e de absorgao. O borbulhador (Fig. 2.2) € proje- tado de modo a dispersar afase gasosa em bolhasfinas no seio do liquido. Ele também impede que 0 liquido desca pelas passagens do gas quando este flui a velocidade baixa. Os borbulhadores s4o construidos em muitas for- mas e tamanhos diversos. Na Fig. 2.3 aparece uma configuracao de fluxo tipica numa coluna com borbulhadores. O liquido escoa trans- versalmente nos pratos e passa, pela tomada descen- dente, para o prato inferior. O gas flui ascendentemente através do borbulhador, em contato com o liquido. A Fig. Vista do rato superior Veredor sescencente Eseoamento éo iqudo scoameto do 98s 1 Fig. 2.6 Bandejas com prato perturado e vertedor circular parao contato de duas fases fluidas. As setas finas indicam 0 escos- mento do gas e as chelas, 0 do liquido. O gas dispersa-se no iquido sobre cada bandeja pela passagem através de pequenos orificios no prato. 23 uma representagao simplificada esquematica de uma coluna com borbulhadores. Na Fig. 2.4 aparece um prato com borbulhadores. As colunas com borbulhadores podem ser operadas num amplo intervalo de velocidades de escoamento, com ele- vadas eficiéncias de estégio. A quantidade de liquido que fiui pelas passagens do gas é pequena, e pode-se manter ‘num nivel desejado a altura do liquido em cada prato. Por isso, 0 contato gas-liquido é bom, numa ampla faixa de taxas de escoamento e mantém-se relativamente cons- @ Fig. 2.7 Opérculos de vaivula; aparecem dois tipos. Quando o {luxe do gas diminui, os opérculos descem sobre. superticie da tante as eficiéncias de estagio. Em virtude de serem relati- vamente caros, os pratos com borbulhadores cederam lugar a tipos mais modernos de bandeja, que séo descri- tos a seguir. Nos anos recentes, os pratos perfurados tornaram-se muito populares gracasa simplicidade e ao baixo custo. O tipo mais comum desta peca de equipamento é a bandeja perfurada, conforme o exemplo a fluxo cruzado que apa- rece na Fig. 2.5. Outro tipo, com outra configuragao de fluxo, 6 0 que esté na Fig. 2.6. De acordo com o nome, a bandejae selam a abertura, impedindo o escoamento do liquide. (a) Modelo A-1. (b) Modelo V-1. (Cortesia da Giitsch, Inc.) bandeja perfurada ¢ uma chapa metélica provida com centenas de orificios circulares. O didmetro destes orifi- cios é, usualmente, de 1/8 a 1/2 in (0,3-1,2 cm). 0 liquido escoa sobre a chapa e as bolhas atravessam 0 liquido, ascendendo nele, depois de passar pelos orificios. Quando a velocidade do gés é grande, 0 escoamento do liquido através das perfuragées 6 obstado pelo gas. Nas baixas velocidades de gas ocorre um vazamento sério. Este vazamento pode reduzir de forma significativa a efi- ciéncia de estagio. No projeto do equipamento esta é uma limitago dos pratos perfurados que deve ser cuidadosa- mente analisada. Uma modificagao mais moderna dos pratos perfura- dos simples ¢ a bandeja valvulada. As perfuragoes numa bandeja valvulada s40 cobertas por opérculos méveis, conforme os que aparecem na Fig, 2.7. Os opérculos sao levantados pelo gés que flui para cima através das perfu- ragdes, e abaixam-se sobre oorificio quando avelocidade do gés diminui. Desta forma reduzem-se o vazamento do liquido em pressées baixas. Além disso, as valvulas dire- cionam gas horizontalmente no liquide, proporcio- nando misturagao mais completa que nos pratos perfura~ dos simples, onde o gas passa vertical mente pela camada liquida. As perfurages nas bandejas valvuladas sao, tre- glentemente, maiores que nos pratos perfurados simples —atingem até 3/2 in (3,8 cm) de didmetro. Na Fig. 2.8 aparece uma coluna tipica, valvulada, com equipada com bandejas valvuladas e fluxo cruzado. (Cortesia da Glitsch, Ine.) escoamento cruzado. As bandejas valvuladas podem ope- rar num intervalo de velocidades de escoamento mais amplo que os pratos perfurados. O custo destas bandejas fica entre o dos pratos com perfuracées simples e o das, bandejas com borbulhadores. As eficiéncias de estagio ‘840 elevadas ¢, num amplo intervalo de velocidades do gs, s40 quase constantes. Em muitas aplicacoes os pra- tos com borbulhadores foram substituldos pelas bande- jas perfuradas ou pelas valvuladas. © projeto de contactores gas-liquido envolve pro- blemas complexos de mecanica dos fluidos. As referén- cias7, 9 @ 12 da0 0s procedimentos detalhados de projeto Para as colunas multiestagios. Vamos dar aqui apenas um resumo simplificado dos problemas. A fungao primaria de um prato € a de proporcionar o contato estreito entre a totalidade do gas e a totalidade do liquido. 0 espaco que fica imediatamente acima do prato deve estar cheio por uma mistura de gas e liquido em agitagao violenta. Para que as duas fases se separem deve haver, no entanto, um espago livre entre os pratos O diametro do prato é determinado primordialmente pelo volume da fase gasosa que passa pela torre. Nao & desejével ter o gas a uma velocidade muito alta, ao passar pelos pratos, poisiisto provoca uma queda também alta de pressao. Esta queda de pressao pode impor maior distan- ciaentre 0s pratosa fim dese ter uma pressaohidrostatica suficiente para o liquido escoar de um prato para outro. A queda de pressdo da fase gasosa deve ter valores espe- cialmente baixos nas colunas que operam sob vacuo, O escoamento de liquido sobre 0 prato deve propor- cionar uma profundidade suficiente para a cobertura adequada dos canais de gas, em todas as velocidades do gs. Isto pode exigir configuracdes complicadas do es- ‘coamento, com diversas entradas e saidas nos pratos de grandes dimensoes. A Fig. 2.9 mostra um prato vaivulado com 0 fluxo dividido, e a Fig. 2.10 mostra a construcao escalonada de um prato de 40 pés (12 m) de didmetro, necessaria para que a profundidade do liquido seja razoa- velmente uniforme. A profundidade do liquido esta go- vernada pela taxa de escoamento do liquido ¢ pela altura do vertedor de saida. A queda de pressao na fase gasosa depende também da altura do liquido sobre os canais do 98s. Por isso, a altura do liquido deve ser conveniente ara cobrir os canais — mas nao pode ser excessiva, pois pode provocar uma perda excessiva de pressao. Oarraste 6 transporte de um prato para o superior, de goticulas de liquido pela fase gasosa. Este transporte & indesejavel pois abaixa efetivamente a eficiéncia de esté- gio. O arraste ocorre em velocidades elevadas de escoa- mento; por isso 0 diémetro da coluna deve ser ajustado para dar uma velocidade de gas (para uma vazao massica determinada) que torne minimo o arraste. O arraste abaixa a eficiéncia de estagio e assim acarreta a existén- cia de estgios adicionais, para se ter a separacao des jada. € possivel que para se evitar o arraste se tenha que ter uma coluna de didmetro maior. Por isso, 6 necessario fazer um balango econémico ao se determinar qual o grau de arraste que deve ser eliminado. Embora a formagéo de espuma num prato propor- cione maior area superficial de contato gas-liquido e por isso taxas de transferéncia de massa mais elevadas, 0 espumejamento excessive enchera com a espuma o es- Paco entre os pratos e acarretaré um arraste muito grande. Fig. 2.9 Bandeja valvulada com a configuragao do fluxo bipar- tida. 0 liquide escoa do prato que fica acima, através dos verte- dores descendentes, e cai sobre as duas areas cegas retangul res que aparecem na bandeja, Depois escoa, nos dois sentidos, para os vertedores diametrais e para os que estéo nas bordas (delineados pelos vertedores perifericos). (Cortesia da Giitsch, Inc.) Fig. 2.10 Uma bandeja vaivulada @ escalonada. Esta bandeja tem um didmetro tao grande (40 pés, 12 m) que tem que ser ‘escalonada para assegurar a profundidade uniforme do liquido. ‘A secdo da bandeja, na parte anterior da figura, ainda nao foi instalada. O vertedor descendente, para a bandeja que tica abaixo desta, esté no didmetro central, além do qual aparecem os tts planos de vélvulas borbulhadoras. A tela metélica, que esté arcialmente instalada no lado direito, frente, auxiliaa remo¢ao de goticulas liquidas do gas que escoa ascendentemente, vindo de baixo. Bandejas com estas dimensdes sao usadas na destila- {G40 do petroleo cru. (Cortesia da Glitsch, Inc.) ‘Ainundagéo da coluna ocorre quando hé um arraste excessive ou quando ha actimulo demasiado de liquido novertedor descendente. A inundacao é 0 resultado de se tentar fazer passar ou muito gas ou muito liquido através dacoluna. Um ponto fundamental ao se escother o diame- tro da coluna é o de evitar a inundacao. O espacamento entre os pratos deve ser suficiente para que acima da espuma no liquido haja um espaco livre, de modo a minimizar-se 0 arraste. Nas colunas grandes, o espaga- mento dos pratos deve ser pelo menos de dois pés (0,60 m), para permitir que o pessoal da manutengoopere entre as bandejas. Um espacamento maior entre os pratos leva a uma torre mais alta cujo custo, por isso, & mais, elevado. Novamente é necessério fazer um balango eco- némico entre o espacamento dos pratos e o arraste. Um espagamento menor leva a uma coluna mais curta, mais baixa, mas leva também a um arraste que forca a adigao de mais pratos e a0 aumento da altura e do custo da coluna. Nos pratos perfurados & preciso escolher cuidado- samente a dimensao e o numero de orificios. Os orificios maiores provocam queda de pressao pequena, mas dao uma dispersdo de g4s muito deficiente. Uma areatotal dos orificios que seja grande dé uma queda de pressao pe- quena, mas também provoca uma velocidade baixa do g4s, 0 que pode causar um vazamento excessivo do li- Quido. Contato liquido-liquido Numa extracao por solvente, dois liquidos imisciveis devem ser intimamente misturados e depois separados. No contato liquido-gas, a grande diferenca entre as fases possibilita o uso da gravidade para promover 0 escoa- mento e dispersar 0 g4s no liquido; na extragao, a dife- renca entre as fases dos dois liquidos ¢ pequena, de modo que a gravidade 6 menos eficiente para a dispersdo das tases. Ndo se usam bandejas com borbulhadores ou ban- dejas valvuladas para a extracao Ifquido-liquido, pois 0 escoamento induzido pela gravidade nao acarreta uma disperso adequada das fases. A fase mais leve que as- cende pela bandeja nao é suficientemente dividida em goticulas ao passar pelos borbulhadores ou pelos orifi- Cios valvulados. ‘As bandejas perfuradas, com vertedores descenden- tes, so bastante usadas para 0 contato liquido-liquid embora a construgao da coluna seja diferente da dest nada ao contato gas-liquido. Qualquer das duas fases, a do liquido leve ou a do pesado, pode ser dispersa. Para se teruma boa disperséo na bandejaperfurada, o liquide que ndo motha a bandeja deve ser 0 disperso. O liquido que moiha preferencialmente a bandeja deve ser a fase conti- nua. Desta forma, a fase dispersa liberta-se com rapidez da bandeja e forma pequenas gotas. Uma coluna tipica, com a fase leve dispersada, é a que aparece na Fig. 2.11a. Esta coluna tem a aparéncia de uma coluna de bandeja perfurada para o contato gas-liquido, e 0 liquido leve faz papel andlogo ao do gs. A coluna em que a fase pesada esta dispersa (Fig. 2.11b) é basicamente uma coluna de fase leve dispersada, porém invertida, Os vertedores, nesta coluna, passam o liquido leve para cima, e a fase pesada é dispersada embaixo de cada bandeja. As perfu- ragdes nas bandejas perfuradas vao de 1/8 até 1/4 in (0,3-0,6 cm) em diametro. O numero de orificios numa bandeja esta determinado pela taxa de escoamento total da fase dispersa. Numa disperséo adequada, 0 liquido deve ter uma velocidade signiticativa ao passar pelos ori- ficios. A altura do liquid na bandeja esta determinada ela pressao necesséria para se ter a taxa de escoamento desejada através das perturagdes. Por exemplo, na Fig. 2.11b, a altura da tase pesada acima da bandeja deve ser suficiente para impolir a fase através das perfuragées a uma taxa necesséria para se ter uma boa dispersao. Aarea do vertedor da fase continua é escolhida de modo.aque se tenha uma velocidade de escoamento suficientemente baixa para impedir que as goticulas da fase dispersa sejam arrastadas pelo vertedor. A Fig. 2.1 mostra duas colunas de extragao em estgios multiplos. (Os misturadores mecanicos sao usados para disper- sar as fases mais completamente do que possivel numa coluna de bandejas perfuradas. Depois da misturacao intima, a mistura das duas fases passa para um tanque de decantagao onde as fases podem separar-se pela acao da gravidade. Estas unidades séo misturadores-decanta- dores. Na Fig. 2.12a aparece um diagrama esquemético de um misturador-decantador. Para se ter separagao em varios estagios os misturadores-decantadores sdo usa- dos em série (Fig. 2.12b) © grau de misturacao é uma varidvel independente, controlada pela modificagao da velocidade e da forma do rotor. Embora seja desejavel uma misturagao completa, é possivel que se forme, quando a agitagao for muito enér- gica, uma emulsao que nao pode ser separada pela de- cantacao gravitacional. O tamanho do tanque decantador 6 determinado pelas taxas de escoamento e pela taxa de decantacao das duas fases. Quando as densidades das fases sao quase iguais, a decantago € muito lenta, de modo que se pode necessitar de uma centrifugadora. A centrifugadora fornece uma forga centrifuga muito mais aida do S2ida do louise tquido ‘ere eve t ‘naga do Tiuido poe esata lqudo 2 esaeo Esra sal c 1a isto sat pao vu 24 Colunas de bandejas perfuradas, para extracio Tiquido-iquido. (a) A fase di c dispersa. Rotor movida ‘moter nasa da {ase (posaa) >= vad fer y Sain da fase extragao liquido- isturadas pelo rotor. A mistura escoa para um tanque de sedimentagéo, onde as 1 Portanto, a primeira temperatura escolhida, 40°C, 6 muito baixa. Facamos T = 130°C. Teremos: Pg = 365,4 x 10°N/m?; Py = 188.6 x 10? N/m?; Py = 72,4 x 10® N/m®, 0,2x 108 0,3 x 108 3,65 x 10° 1,586 x 10° 0,5 x 108 eX. = 0,93<1 0,724 108” Portanto, a temperatura desejada ¢ menor que 130°C. Vamos admitir que T = 128°C. Neste caso: Py = 351,6 X 10° N/me; P; = 151,7 x 10° N/m?; Py = 67,2 x 10° N/m, 0,2 x 108 3,516 x 10 0,3 x 108 1,817 x 10 4 015x108 0,672 x 10° ,00 O resultado a 128°C é suficientemente preciso paraque se aceite ser este 0 ponto de orvalho do vapor. No ponto de orvalho, a primeira goticula de liquido condensado tem uma composigao na qual a presséo de cada componente da fase liquida 6 igual a pressao parcial do mesmo componente no vapor. Por isso, a composigao da primeira gota do liquido em equilibrio como vapor, que se forma no inicio da condensagdo a 128°C, 6 Xe wes = 0,057 xT= Fae = 0,198 s Xx = Taree = 0,744 Os cAlculos de equilibrio de fases, como os do Exemplo 3.3, podem ser efetuados com facilidade num computa- dor digital. No entanto, a expressao do equilibrio de fase tem que aparecer sob forma analitica. Quando se pode ‘empregar a lei de Raoult, 6 preciso ter também uma ex- pressdo para a pressdo de vapor. A equagao de Antoine ajusta‘se a maioria dos dados de presséo de vapor: log P, = Ay + B,/(C, + 7) (3.10) onde ‘A, B,C, = constantes empiricas. (Ver 0 Apéndice D-2e com os valores para alguns liqui- dos comuns.) Quando se deseja calcular o ponto de bolha para uma mistura ternéria que obedece a lei de Raoult, a combina- do do balango de massa com a lei de Raoult e com a equagao de Antoine dé X,(10)Aa*BallCo+T) 4 x, (1Q)ABtBoMCo+T) + X,(10)ActBellCetT) = p As constantes da pressdo de vapor, juntamente com a composigao inicial do liquide e com a pressao total, so conhecidas, ¢ esta equagao pode ser resolvida na tempe- ratura do ponto de bolha que é a Unica incégnita presente. Um procedimento sistematico de convergéncia numé- rica, como 0 método de Newton, é necessario para com- pletar a resolugao terativa. © ponto de orvalho e o ponto de bolha, de uma solu- ‘sao bindria, séo fung6es da composicao, conforme est na Fig. 3.2 para o sistema benzeno-tolueno. As curvas so calculadas a partir de dados de pressao de vapor, admi- tindo que a lei de Raoult é valida para este sistema. O Ponto de cane € 0 ponto de bolha coincidem quando x, 0ex, ,0, pois estas composigdes represen- tam 0 tolueno puro @ 2 benzeno puro, respeciivamente Os valores das temperaturas correspondentesacadauma destas composigdes S40 0s pontos de ebuligéo dos com- Ponentes puros. Quando se aquece uma solugao Iiquida, com a fragéo molar do benzeno igual a 0,4 (este proceso esta repre- sentado na Fig. 3.2 pela reta vertical ascendente), 0 inicio da vaporizagao, no ponto de bolha da solucao (ponto a) & a 203,5°F. A primeira bolha de vapor em equilibrio, for- mada também a 203,5°F tem a composigao dada pelo onto b —tragao molar do benzeno 0,625. Amedidaquea temperatura aumenta (dea até c) a quantidade de liquido evaporado também aumenta, até que a Ultima gota de liquido vaporiza-se a 215°F (d). Durante 0 processo de vaporizagéo, a composigao do liquido varia de 0,4 até 0.215 e ado vapor de 0,625 até 0,4, tudo em fracao molar do benzeno; a composigao global da mistura de liquido e vapor, no entanto, permanece constante e dada pela fra- ‘g40 molar do benzeno igual a 0,4. A regido do plano do diagrama que fica abaixo da curva do ponto de bolha representa a fase liquida. Um liquido @ uma temperatura abaixo da do seu ponto de bolha 6 um liquido sub-resfriado; 0 liquido no ponto de bolha @ um liquido saturado. Analogamente o vapor no ‘seu ponto de orvalho é chamado vapor saturado. Entre as ‘curvas do ponto de bolha e as de ponto do orvalho ha uma regio de duas fases em que coexistem um liquido satu- rado e um vapor saturado. As quantidades relativas de liquido e de vapor, na regio de duas fases, podem ser calculadas por um balango de massa (ver o Cap. 4). Acima da curva do ponto de orvalho est uma regido de vapores superaquecidos. ‘As solugdes ndo-ideais podem ter curvas de tempera- tura contra composigéo que diferem substancialmente das que aparecem na Fig. 3.2. A Fig. 33, por exemplo, apresenta dois sistemas nao-ideais, o formado pelo iso- propanol ¢ cloreto de propileno e o constitulde por ace- tona e cloroférmio. Cada um destes sistemas forma um aze6tropo —isto 6, uma solugao Iiquida que tem um vapor ‘em equilibrio cuja composicao ¢ idéntica a do liquido. Na composicao do aze6tropo, o ponto de orvaiho e 0 ponto de bolha coincidem e a solugdo liquida vaporiza-se a uma temperatura fixa. Esta conclusdo pode ser evidenciada pela regra das fases. Num sistema bindrio liquido-vapor, podem existir duas variéveis independentes. Em geral, especifica-se a presséo e fica restando apenas uma variavel. A definicdo de aze6tropo estabelece a composi- ‘Gao das duas fases, igualando a de uma ada outra,e esta restri¢ao elimina a varidvel independente final. Por isso, a temperatura fica fixa num Gnico valor. Por exemplo, no stema isopropanol-cloreto de propileno, as composi- {96e5 do liquido e do vapor em equilibrio ficam iguais quando a fragao molar do isopropanol é igual a 0,68. Uma vez que nesta composicao os pontos de orvalho e de otha coincidem, a mistura seré vaporizada numa temp ratura Unica, conforme acontece com um liquido puro. Por isso, 0s azeétropos séo também chamados de solu- 96es com ponto de ebulic¢ao constante. Este azedtropo ebule numa temperatura que é mais baixa que o ponto de ‘ebuligao do isopropanol puro ou do cloreto de propileno puro. Os sistemas deste tipo so denominados solugdes com minimo de temperatura de ebuli¢ao. Por outro lado, 0 sistema acetona-cloroférmio tem um azedtropo de maximo de temperatura de ebuligdo, com a fragao molar da acetona igual a 0,34 (Fig. 3.36). Um grafico que ¢ freqdentemente util 6 0 da Fig. 3.2, com os dadosx, ye T sob pressio constante. Porém, ao se desejarem balangos de massa nas relagdes de fase, numa Certa pressio, pode ser que a temperatura nao seja deter- minavel. Nestes célculos 0 grafico dex contray, conforme a Fig. 3.1, 6 muito mais util. Se necessario junta-seaestea curva de T contra x ou contra y Na destilagao, ¢ em outros processos de transferén- cia de massa, é preciso efetuar nao s6 célculos de balango de massa mas também calculos de balanco de energia Esta energia é, em geral, aentalpia, definida como aener- gia interna mais 0 produto PV (ver 0 Cap. 20). Na Fig. 3.4 aparecem os dados de entalpia contra concentragao para © sistema etanol-Agua e no Apéndice D, os do sistema aménia-égua e nitrogénio-oxigénio. A entalpia molar esta No eixo das ordenadas e a fragéo molar do componente mais volatil est no elxo horizontal. Qualquer ponto no diagramadefineaentalpiaeacomposicaode umasolugao bindtia. Podem-se organizar diagramas andlogos a estes, ‘comas fragdesméssicas, em lugar das fragdesmolares, no eixo das composicées. A entalpia de uma mistura bindria é uma grandeza relativa, tomada a partir de um certo estado arbitrario de referéncia para os componentes puros. Por exemplo, na Fig. 3.4, as entalpias do etanol puro e liquido a 32°F ea da gua pura liquida, também a 32°F, s4o escolhidas como zero. As solugées de etanol e Agua podem ter entalpias rentes de zero, a 32°F, em virtude da variagdo da entalpia na solubilizagao ou na diluicdo. As variacdes so pequenas para o sistema etanol-Agua. As solugées liqui- das, em temperaturas diferentes de 32°F, terao entalpias diferentes de zero em virtude da variacao de entalpia no processo de aquecimento e que é determinada pela capa- cidade calorifica da solugao e pela modificacao datempe- ratura. Se uma mistura liquida for vaporizada, a sua ental- ia aumentaré de uma grandeza igual ao calor latente de vaporizagao. Todas as variagdes de entalpia séo conside- radas ao se construir um diagrama entalpia-composi¢ao de um sistema binério, usando dados experimentais para as capacidades calorificas, os calores de solucdo @ 0s calores de vaporizacdo. Na Fig. 3.4 a curva identificada por H representa os vapores nos respectivos pontos de orvalho (vapores satu- rados) e a curva identificada por h representa os liquidos nos pontos de botha (liquidos saturados). A distdncia ver- tical entre as curvas é, portanto, o calor latente de vapori- zagao de uma solugao. Entre as duas curvas hé uma re- {ido bifdsica, de liquido e vapor. Para determinar os pon- tos das curvas de vapor saturado e de liquido saturado que estao em equilibrio, usa-se a curva de equilibrio da Parte inferior do diagrama. Escolhe-se um valor y, na i 5 1. H,elpa eo iio ou 8 aor, Btn. =5.000 ° oz 4 08 08 10 “flo mole oa vo auto Fig. 3.4 Diagrama entalpia-composigao para o sistema etano!- __a 32°F; etanol liquido a 32°F. (Com a permissdo de John Wiley; ‘4gua na pressio de 1,0 atm.*Estados de referéncia: Agualiquida _copirraite © 1950.) rc tar ae apt 00 ~~02~—=«OSSCSSC rato ard earl nue Fig. 3.5 Equilibrio vapor-liquido para o sistema lcoo! etilico- gua, a varias presses constantes. (Com a permissao do Amer. Inst. of Chem. Eng.; copirraite © 1983.) curva da entalpia do vapor(H). Mediante a curva de eq} brio, pode ser determinado o valor de x, que est em equilibrio com y,. O valor de x, pode entdo ser plotado na curva da entalpia do liquido (h). Traca-se entao umalinha de amarragao ligando os dois pontos representativos das 7086 aH 4 H iH, ea do seo va, ant 08. 08 04 ego ml ead vo ape £ 0 02 of 06 of 19 haga mt Go eal re es Resolucao de Exemplo 3.4. composigées que estéo em equillbrio. Na regio bitésica, as retas identificadas por valores da temperatura sao li- nhas de amarragao. Quando se dé a temperatura de equilibrio, as compo- sigbes do vapor e do liquido sao determinadas a partir de um grético de temperatura contra composigéo, comooda Fig. 3.32 para o sistema C3H,OH—C3H,Cl.. A regio abaixo da curva de liquido saturado representa liquidos sub-resfriados. Nesta regido aparecem curvas de tempe- ratura constante, isto 6, isotermas. No sistema etanol- ‘4gua, 08 calores de solucao e de diluicéo so pequenos, de modo que as isotermas sao curvas quase retas, o que indica entalpia constante. Acima da curva do vapor satu- rado esté a regio dos vapores superaquecidos. Nos casos tipicos, o aumento da pressio eleva a tem- peratura em que ocorre o equilibrio vapor-liquido e tam- bém diminui a nitidez da separagao entre as composi¢es de vapor e liquido. Este efeito esté ilustrado, para o sis- tema etanol-dgua, na Fig. 3.5. Na pressdo atmosférica, uma solugao liquida com a fragao molar do etanol igual a 0,2 esté em equillbrio com um vapor no qual a fracao molar do etanol é 0,53, enquanto que a 300 psia (20,4 atm) a mesma solugao esta em equilibrio com um vapor de fragao molar 0,42 em etanol. Quando a pressao di composigéo do azedtropo também se modifica, tornan- do-se mais rica em etanol. Exemplo 3.4. Qual éa composigéo do vapor em equi- librio com um liquido saturado com a fracdo molar do etanol igual a 0,5 ¢ a da 4gua também igual a 0,5? Resolugéo. Na Fig. 3.6, traca-se uma reta vertical, para baixo, a partir da curva da entalpia do liquido, na abscissa x, = 0,5. O valor de equilibrio y, ¢ determinado Pela intersegao desta vertical com a curva de equilibrio e Pode ser lido no eixo das ordenadas, a direita, como y, = 0,66. Para transportar este valor para 0 eixo horizontal, traga-se uma reta horizontal, a partir da curva de equili- brio, até a diagonal, e depois uma vertical, para cima, até encontrar-se a curva da entalpia do vapor saturado. O ponto na curvaH pode ser ligado ao ponto inicial na curva h porumalinha de amarracao. Atemperatura de equilibrio pode ser determinada levando-se em conta a Fig. 3.4. E igual aproximadamente a 176°F. Exemplo 3.5. Determinar as composigoes das fases presentes nas seguintes condicées: (a) Etanol e agua, a 17°F e 1 atm. A concentragao global do etanol é de 50%. (b) Aménia e €gua a 1 atm, com x, (c) Etanol e Agua, a 100°F e 1 atm. (2) Aménia e agua a 100 psia (6,8 atm), H = 10.000, fragao molar global da aménia NH, = 0.5. (e) Aménia e agua, a 100 psia (6,8 atm), H = 20.000, fragao molar global da aménia = 0,4. Resolugées. (a) As composi¢ées séo determinadas, com facilidade, pela Fig. 3.4. A linha de amarragéo em 17°F intercepta as curvas de ponto de bolha e de ponto de orvalho nas composigdes de equilibriox, = 0,42 ey, 0,63. (b) Com a curva de equilibrio do Apéndice D, em x, 0,3 se tem y, = 0,93 (c) Uma vez que a composicéo nao é dada, a mistura nao pode ser localizada, com exatidao, na Fig. 3.4. No entanto, a 100°F todas as misturas de etanol e agua sao \iquidos sub-restriados, conforme aparece na isoterma de 10°F. Portanto, somente uma fase liquida estard pre- 3. sente a 100°F e 1 atm, e no hé vapor de equilibrio. (d) No diagrama do Apéndice D localiza-se o ponto H = 10.000 Btu/Ib-mol, z, = 0,5. Uma vez que o ponto esta numa regiao de duas fases, haveré um liquido e um vapor ‘em equilibrio. E preciso entéo determinar a linha de amar- ragdo que passa pelo ponto. Faz-se uma primeira aproxi- magao tragando-se uma reta pelo ponto, com um coefi- iente angular intermediério aos coeficientes angulares das isotermas de 250 ¢ 200°F. Os valores de x, @ de ys obtidos pelas intersegées da linha de amarragao hipoté- tica com as curvas de entalpia so comparados aos valo- res dados na parte inferior do diagrama de equillbrio. Os valores corretos 880 x, = 0,17 ey, = 0,74. (@) O ponto H = 20.000 Btu/Ib-mol, z, = 0,4 6 local zado no diagrama do Apéndice D. Uma vez que fica na regido de vapor superaquecido, haverd somente uma tase vapor de composicao y, = 0,4. Os calculos da absorgao de gés exigem com freqaén- cia dados de equilibrio entre 0 gs dissolvido numa fase liquida e a fase gasosa. Os equilibrios podem ser expres- 808, muitas vezes, ou pela lei de Henry ou pela lei de Raoult para osoluto. Quando as equagdesndo séo exatas, ¢ possivel tabelar os dados ou locé-los num diagrama de equilibrio. Por exemplo, na absorcao da aménia, contida numa mistura de ar e aménia, pela agua, é possivel des- prezar a pequena solubilidade do ar na égua, e tabelar a concentragéo da aménia na fase liquida em fungéo da pressdo parcial da aménia no gés (Apéndice D).. EQUILIBRIOS LiquiDo-LiauiDO Na extragdo em fase liquida, transfere-se um compo- nente de uma solucao para outra fase liquida que é relati- vamente insoldvel na primeira solugao. Nos casos mais simples, 0 soluto ¢ dividido entre duas fases liquidas inso- ldveis. Os dados de equilibrio para este caso podem ser registrados como as raz6es entre as massas de soluto e solvente em cada uma das fases em equillbrio. Um exem- plo € 0 da reparti¢ao do nitrato de uranila entre uma solugdo de Acido nitrico ¢ um solvente organico, con- forme esta na Fig. 3.7 Em muitos casos, 0s dois solventes séo parcialmente soluveis um no outro; além disso, a concentragao do soluto pode influenciar a solubilidade mitua dos solven- tes. Nestes casos, os dados de equilibrio devem ser plota- dos num diagrama de equilibrio ternario. A aplicagao da regra das fases aos sistemas bifasicos e ternérios mostra que podem existir trés varidveis independentes. Neste caso, existem quatro variaveis possiveis: a temperatura, a pressdo e as concentragées de dois dos componentes. A concentrago do terceiro componente nao é indepen dente pois calcula-se a partir das outras duas. As concen tragdes dos dois componentes, no entanto, nao so intei- ramente independentes, pois se impoe a condicdo de estarem duas fases em equilibrio. Portanto, sendo dadas a temperatura, a pressdo e uma concentragao, as duas ou- tras concentragées sao também determinadas e fixas. Cant do UOANO. ms erica, em malo do ote 0 Or 02 03 04 05 ne 07 ‘encneato do UMNO ra ae ages, em movi de gst Fig. 3.7 Distribuigdo do nitrato de uranila entre solugdes aquo- sa de Acido nitrico ¢ um solvente organico, a 25°C-* Solvente organico: fostato de tributlla a 30%, em volume, no querosene. A concentragao de Acido nitrico (Cima) esté em moles do Acido por litro de agua. (Coma permissaodaAmer. Chem. Soc.;copirraite® 1958.) os| — \S i \ Fos i g = ui Bow i | > |_| |] ] | 0 | | | 2 | i T | | TLL «| | 1 ~ a7 a a6 oF Yo sey Redo ma ot co os | i i | | 4 | bos || 2 PT] i | ‘ { 3 } |. | 202 4 i —j_|_} |_| | | o | 1 ¢ a aa 05 a to 1 ao misc soln sbso vaca aga Fig. 3.8 Sistema éter isopropllico-écido acético-4gua, a 20°C e ‘0b a pressio atmostérica.* (Com a permissdo da Amer. Chom. Soc.; copirraite © 1951.) Os dados para os sistemas ternérios sao langados, muitas vezes, em diagramas de equilibrio plotados em triangulos equildteros. Nos célculos de engenharia, o triangulo retangulo € mais conveniente para o langa- mento dos dados, pois na construgéo do diagrama podem-se usar os papéis milimetrados comuns, com as coordenadas cartesianas ortogonais. Quando os cAlculos envolvem apenas concentragées baixas do soluto, basta plotar uma parte do diagrama, usando-se uma escala ho- rizontal ampliada, para proporcionar maior exatidéo grafic 0 sistema ternério éter isopropilico-Acido acético- 4gua (Fig. 3.8) € representativo de sistemas em que ape- nas um par de liquidos é parcialmente soldvel enquanto os outros dois pares séo completamente soluveis. Na Fig. 3.8 cada vértice do tridngulo representa um componente puro: 0 Angulo reto é o da agua pura; o vértice superior, o do éter isopropilico puro; e o vértice a direita, 0 do écido acético puro. Em geral, o vértice do angulo reto repre- senta uma fase pura constituida pelo componente princi Pal do refinado que nao é extraido (b);" o vértice superior representa o solvente puro usado na extragao (c); € 0 vértice & direita € 0 soluto puro (a) a ser extraido do refinado pelo solvente. O lado horizontal do triangulo representa misturas de soluto e de inerte, sem a presenca dosolvente. O lado vertical do triangulo representa mistu- rasde inerte e solvente. Uma vez que x, + Xp+ x<= 1, basta langar no diagrama as concentracées de apenas dois componentes. O terceiro pode ser sempre calculado por diferenca. No diagrama triangular reto, 6 mais facil locali- zaro ponto de um sistema plotando-se a fragéo massica (%0uy,) do soluto e a frago méssica (x. ou y.) do solvente. A fracdo massica do inerte(x, ou y.) nao precisa ser locada, O lado inclinado do triangulo de composigao fepresenta misturas onde x, = 0 ou yy = 0. O eixo de coordenadas para o componente b 6, na realidade, uma perpendicular tracada ao lado inclinado e pasando pelo Vértice do Angulo reto. Uma vez que nao se usa este terceiro eixo, omitimo-lo da figura. Qualquer ponto no interior do triangulo representa um sistema ternério. Para algumas composicées globais, sistema existe como uma 86 fase liquida, enquanto para outras o sistema esta dividido em duas fases liquidas. A curva nopgr (Fig. 3.8) separa a regido bifdsica (a es- querda) da regiéo monofésica (a direita) e 6 uma curva de solubilidade. As composic6es das fases em equilibrio devem estar sobre a curva de solubilidade. Um sistema na parte inferior da curva de solubilidade (como por exemplo q) tem uma elevada concentragao do inerte e é denomi nado a fase do refinado. Um sistema na parte superior da curva de solubilidade (como o sistema 0) € rico no sok vente @ é a fase do extrato. As composigoes das fases que esto em equilibrio podem ser ligadas por uma linha de amarragéo como o-q. Alternativamente, as composi¢ées de equillbrio podem ser determinadas pelo uso da curva de equilibrio, na parte inferior do diagrama. No ponto eritico (ou ponto de entrelagamento) (p) a linha de amar- ragdo reduziu-se a um ponto, pois nele o extrato eo refinado so idénticos. Observe que a curva de equilibrio termina no ponto critico em Xs = Vs O sistema dietilenoglico-estireno-etilbenzeno re- presentativo de sistemas nos quais dois, entre trés pares ‘enominado 0 inert, aul por de liquidos, s4o parcialmente soluveis (Fig. 3.9). Neste sistema o extrato @ 0 refinado sao representados por cur- vas independentes, e nao existe ponto critico. A curva do extrato 6, neste diagrama, muito curta e inconveniente Para 0 cAlculo de estagios. Esta situacdo pode ser reme- diada recalculando-se os dados numa base livre de so! vente e plotando-se os pontos resultantes. No eixo hori zontal langa-se massa do soluto XqYa= ——__ massa do soluto__ tmassa do soluto + massa do inerte No eixo vertical plota-se massa do solvente *.¥,.=5 aa ee ——__ massa do soluto + massa do inerte Odenominador de cada uma destas variéveis éamisturaa ser separada, um dos componentes sendo o soluto e 0 ‘outro sendo 0 componente que nao seré signiticativ mente extraido (inerte). A base para a determinagao des- tas composic6es 6, portanto, livre de solvente. Este mate- rial, isento de solvente, pode ser caracterizado em termos da concentracéo de um componente — logicamente o soluto —, conforme se faz com x, e y,, Qualquer quanti dade de solvente pode ser aduzida por unidade de mate- rial isento de solvente. Com estas definigdes, X, + X= 1¢ X pode assumir qualquer valor. Da mesma forma, ¥, + Yp = 1, e Ye pode ter qualquer valor. Por exemplo, para 0 solvente puro ¥. ¢ infinito. Exemplo 3.6. Calcular os dados da Fig. 9.10 a partir dos da Fig. 3.9. Resolugao. Sobre a curva do extrato da Fig. 3.9, quando y, = 0,10, se tem y_ = 0,83. Portanto, yp = 0,07. Base de célculo: 1 Ib deste extrato. massa de soluto massa de soluto + massa de inerte 0,10 = 010 os9 0,10 + 0,07 - massa de solvente "massa de soluto + massa de inerte 0,83 = = 4,88 0,10 + 0,07 Pode-se entao plotar o ponto (Y, = 0,59, Y. = 4,88) como ‘um ponto da curva do extrato na Fig. 3.10. Outros pontos, podem ser calculados desta maneira, ¢ entdo a curva do extrato fica toda tragada. Sobre a curva do refinado da Fig. 3.9, em x, = 0,8, se tem x, = 0,022 e x, = 0,178. Portanto, og 0,022 ——~—— = 0,817; X, = —*—— = 0,022 0,8+0,178 ” Xe 0,8 +0,178 0/0225 Este ponto pode ser locado sobre a curva do refinado da Fig. 3.10. Outros pontos podem ser plotados da mesma ‘maneira para se ter a curva do refinado completa. Uma vez 10, £ soy i mds Go Sroget 0 a6 to se mie ee 02 = _ & a d | i | | i i | | i i on ; + | | i fj 2 1 j | a i 0 02 2 36 oF 10 ago msn stron na cana do etbowane Fig. 3.9 Sistema dietilenoglicol-estireno-etllbenzeno, a 25°C @ ‘800 presséo atmosférica.* (Com a permisséo da Amer. Chem. Soc.; copirraite © 1951.) pol | i 7 aP ao ie Bor | ! ak rhisan! , “i L eo, a 4 oa : | je | 2 has J i : aaa a, ao ie as mass oreo Fig. 3.10 Sistema dietilenoglicol-estireno-etilbenzeno, a 25°C, em base livre de solvente. que a concentragao do solvente no refinado & baixa, a curva quase coincide com X. = 0, para este sistema. As duas partes da Fig. 3.9 exigem outras duas, como na Fig. 3.10, para a representagdo numa base livre de solvente. A concentracao do soluto no material diverso do solvente (soluto + inerte) esta representada no eixo das abscissas de cada parte do diagrama. O eixo das ordena- das, numa parte, é a concentragao do soluto no extrato e na outra parte 6 a quantidade de solvente por unidade de material nao-solvente. (0 paralelismo entre o solvente na extragao liquido-li- quido, o adsorvente sélido na separagao por adsorcéo, ea entalpia na destilagao, sera explorado no Cap. §, onde indicaremos as semelhancas e diferencas. O sistema propano-dcido oleico-6le0 de algodéo (Fig. 3.11) mostra como podem variar, com a temperatura, as solubilidades caracteristicas de um sistema. Neste caso, 0 aumento de temperatura diminui as solubilidades m tuas, ao contrério do caso mais comum em que um au- mento de temperatura provoca um aumento de solubili- dade. Sistemas que formam duas fases em temperaturas mais baixas podem ser completamente soliveis em tem- Peraturas mais altas. A Fig. 3.11 também demonstra o emprego de um triangulo parcial e o de uma mudanga de la, que muitas vezes sao desejaveis para se ter exati- nos célculos graficos. Nenhum dos dados, para este sistema, esté além de x, = 0.5; elimina-se assim 0 dia- grama além deste ponto, ¢ aumenta-se a escala do res- tante, EQUILIBRIOS SOLIDO-GAS Aadsorcao, que ¢ a forma mais comum do estabele- cimento de equilibrio entre gas ¢ sélido, pode ocorrer, conforme se observa, mediante mecanismos fisicos & quimicos. A adsorgao fisica ocorre quando as forcas in- termoleculares de atracao das moléculas na fase fluida e da superficie sélida s4o maiores que as forcas atrativas entre as moléculas do préprio fluido. As moléculas do fluido aderem a superticie do adsorvente sélido, e fica estabelecido um equilibrio entre o fluido adsorvido e a fase fluida restante. Na Fig. 3.12 aparecem diversas isotermas de adsor- do fisica, determinadas experimentalmente, de vapores de hidrocarbonetos puros em silica gel. A adsorgao de uma mistura de gases leva a uma composigéo do adsor- vato diferente da que existe no gés. Por isso é possivel separar misturas gasosas mediante adsorgao seletiva. AS composigées de equilibrio da fase gasosae do adsorvato, para misturas de propano e propeno, aparecem na Fig. 3.13. Este diagrama de equilibrio é muito parecido com 0 da destilacdo (Fig. 3.4) e da extragao em fase liquida (Fig. 3.10). Pode-se estabelecer uma analogia entre o adsor- vente na adsor¢ao, aentalpia na destilagdoe osolventena extracao por solvente. Deve-se observar que a fase gasosa (V) ocorre em Y, = Oe que a fase solida(L) tem valores de X, maiores que zero, em contraste com o diagrama andlogo da extracao em fase Iiquida, como, por exemplo, 0 da Fig. 3.9. (Os dados de uma adsorgdo fisica podem ser expres- 808, muitas vezes, por meio de uma equagao empirica. AS equagdes comuns paraasisotermas de adsorcao incluem X= kp" (3.11) Freundlich: kop =e 3.12 1+kp a Langmuir: X = kap para pequenos valores de p onde - massa do adsorvato unidade de massa do adsorvente p= pressao parcial do gas adsorvido na fase gasosa 1n, ky, kp, ka = constantes emplricas A adsorcao quimica, ou quimissorgao, envolve a mteragao quimica entre o fluido adsorvido e 0 sélido ad- sorvente. Em muitos casos a adsorgao é irreversivel e & dificil separar 0 adsorvato do adsorvente. Por esta razéo somente a adsorgao fisica é apropriada a uma operacao continua em estagios. ‘Aadsorgao ¢ usada para processarliquidos e também gases. Os adsorventes comuns incluem silica gel, carvéo, 10 og 5 06 i | i sate 4 08 : 4310 kN? —} | | | | o2}-— | ——+ + Or : O35 oF face mea ow 020 gos = é 2 i § o10 3 3 a i 5 08 : ese 4310 1N/m? | | Oi 02 03 oA 05 fo seo So oc cama oe de abetio de equilibrio ternario para o sistema proy 1e0 de algoddo.* (Com a permissao do Amer. Inst. Chem. Eng; copirraite © 1942.) 700 rod ort, mi 300) Pape parce 200 100) 0002008 006 008 010 oz ao is 6 tonatmass ea go Fig. 3.12 Isotermas de adsorcao de hidrocarbonetos em silica gel (7). (Com a permissao da Amer. Chem. Soc.; copirraite © 1950) alumina, zedlitos sintéticos e diversas argilas. Uma forma ainda mais simples de equilibrio gés- s6lido € a que ocorre na sublimagao de um sdlido ou na cristalizacao de um sélido a partir de um gas. Neste caso, o conceito de pressao de vapor é usado exatamente nas, mesmas formas que apareceram nas Eqs. 3.4-3.7. Usual- mente, no entanto, somente um componente & capaz de cristalizar, ou de sublimar, e por isso x = 1,0 para a fase condensada. A troca idnica é outra operagao de equilibrio sélido- liquido, mas assemelha-se a uma adsorgéo quimica. A resina sélida de troca iénica é fabricada de modo a incluir um ion que sera substituido por um outro fon determinado numa fase fluida. Um exemplo comum de troca idnica ocorre com os “zeélitos” abrandadores de égua, nos quais os fons sédio da resina séo trocados pelos ions calcio na Agua. As operacées industriais de troca idnica ou sao descontinuas, ou a contato continuo, em lugar de ‘ocorrerem em estagios; por isso, sero analisadas num capitulo posterior. EQUILIBRIOS SOLIDO-LiQuIDO Numa extragao sélido-liquido, um solvente liquido & usado para dissolver um s6lido solivel misturado a um sélido insolivel. Parte da solugao resultante adere a0, res{duo insolivel. Um “‘estégio de equilibrio™: pode ser definido como aquele em que o liquido aderente aos séli- dos que saem do estagio tem a mesma composiao que o extrato liquido que sai do mesmo estagio. E entaéo ne- cessério determinar experimentalmente a massa de li- quido aderente por unidade de sélidos insoluveis. Estes dados podem ser plotados num diagrama ternério, con- a z ae re ue x8 3 19 ; ¥ og| 4 2 BE os 4 E ¢ = 7 | ie oat 4 3 02h 4 BL n rn ky begat eprops (eel aed Pad ep ser Fig. 3.13 Adsorgao simultanea de propane e propeno pelaslica oe opirraite® 'a 25°C.” (Com a permissao da Amer. Chem. Sox 950.) forme esté na Fig. 3.14. As curvas resultantes so as cur- vas da fase densa ou, conforme 0 caso, as curvas da lama; estas curvas nao representam verdadeiras condigoes de equilibrio. No diagrama aparecem também curvas de azo constante entre o solvente @ os inertes e entre a solugdo @ os inertes, além de uma curva determinada experimentalmente para a extragao de 6leo de hipogiosso (espécie de linguado) usando-se éter como solvente. A fase densa pode ser considerada como uma mistura de sélidos inertes e solugao. O vértice do angulo reto repre~ senta 08 s6lidos inertes puros e a hipotenusa do triangulo de composigao representa as solugdes limpidas. Qual quer reta unindo uma solucao limpida, com acomposigao sobre a hipotenusa, ao vértice do Angulo reto, interceptaa curva da fase densa na composigao desta fase em equill- brio com a solugao limpida. Portanto, a parte da reta situada entre a hipotenusa e a curva da fase densa é uma linha de amarragao de equilibrio. A curva da fase densa determina as quantidades relativas de solugdo que adere 108 s6lidos inertes. Os dados da Fig. 3.13 sao representa- ivos de curvas de tase densa. Quando os dados experi- mentais 880 conhecidos, eles devem ser usados. Sendo, sry nga me eben 002 Of 06 0B 1p eye gto mie oct Fig. 3.14 Composigées da fase densa na extragéo sélido- liquido. Curva = Razao constante da Curva? = Razio constanteda Masada solugdo aderente 4 ‘massa de inertes: Curva 3 = Curva experimental para a extragao do 6leo de figado de hipogiosso pelo éter.”™ (Cortesia da Amer. Chem. Soc.) Porém, estes dados limitados, podem-se usar retas como 1/0u 2, ao modo de aproximagoes. 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Comparar os valores da composi¢aocom (08 da Fig. 32. (©) Qual 8 percentagem de vapor que serd condensado se a pressio for lovada para 29,4 psia (2,0 atm)? ‘3.3. Determinar as composicoes das fases menclonadas abaixo em cada um dos seguintes equilbris vaporiquide: {a)A ase vapor em equilbri com um iquido com 21% molares de Q,@ ‘26% molares de Ny, sob pressio atmostérica. (@)A fase iquidaem equilloio com um vapor com 50% molares dea @ 50% molares de 6, sendo de 1,9 a volatilidade relatva de a para . (As fasesliquida vapor para uma mistura de acetonae clorotérmio 8 135°F @ & presséo atmostérica, (4) As tases liquid # vapor para uma mistura com 60% molares de fetanol @ 0 restante de Agua, a 175°F e presséo de uma atmo ‘34. Em cada uma das proposigées seguintes, escoina corretas @ justfique a escotha. (8)"Para um dado sistema, o pontode orvalho 6 (usualmente/sempre) mais (elevado/baixo) que 0 ponto de bolha.” (0) "Numa solugao ideal, a volatiidade relativa (ay) maior que 1,0 Indica que o componente @ puro fervenuma temperatura mais (ata/baixa) ‘que o componente b puro. {(€) "Considerando uma mistura bindria ideal, 0 “componente mi voldt” ferve a uma temperatura mais (alta/baixs) que o "componente ‘menos voliti”, quando cada qual estd no estado puro.” ‘3.8. Um vapor, com 35% molares de propano # 65% motares de ctano, ‘est sendo comprimido a O°C. () Qual a pressio que deve sor aplicada para condensar a metace do vapor (om base molar)? (b) Qual 6 « composi¢&o do liquido formado _admitindo-se que o liquido @ o vapor finals estdo om equilbrio’ () A que pressio ocorrerd © desaparecimento da ctima bolha de vapor? 36. Uma mistura iquida cuja composigéo, em base molar, 6 25% de benzeno 8 75% de tolueno, ¢ aquecida sob a presséo constante de 1,0atm ‘16 a temperatura final de 217°F. Nesta temperatura pressio existe uma mmisturabitésica. Qualé a composigao de cada fasee qual aquanticade do sistema inicil que se vaporizou? 327. Uma mistura liquide, com 30% de isopropanol e 70% de cloreto molar, esté sendo aquecida num vaso achado atéa 2sto atmostérica. ual acomposicto: final de equillrio,e qual éatragdo do 0 toluene igual a0,65, sobapressio de scetona om relago ao clo- rof6rmio, na presséo aimostéric, para as composigbes da fase liquide variando de 0,1 a0,9em tracio mole daacetona, em intervalosde0.1 para 2 fragdo molar ‘3.9. Uma lbra-mol de uma mistura com 60% molares de etanol 40% (1,0 atm, (@) Qual a quantidade de calor que deve ser aduzida pars temperatura até 175°F? Qual 6 0 estado final do sistema? (6) Qual seria a temperatura qual o estado tisico se fossom adiciona- 0s 20 sistema 20.000 Btu (5.040 cal) de calor? 3.10, Dusstibras-mo! de um vapor saturado de amdniae égus DSO @ sob a pressio atmostérica (8) Qual 6 a composicio do vapor e qual a composigio das primeiras gotculas de liquide que se condensam do vapor quando principia © Festamerto? (0) Qual a quantidade de calor que deve ser removida para restriar 0 sistema até 20°F? (6) Qual seré a composig&o das tases presentes, 20087 (q) Em que temperatura o sistema estard completamente conden- ado? ‘2.41, Galcular as volatilidades relativas do N, para 0 O,, sob prassto 49 5.aim, em diversas composicées cobrindo todo 0 dominio de compost bes. 1342. O solutoa 6 igualmente soldvel nos solventes b 6c, quando os soWentes b @ ¢ estdo @m contalo mituo, mas os solventes b ec so completamente insoliveis em todas as concontragoes ce (@) Construir o diagrama de equillbri do sistema arespectiva curva 0 equiorio. {b) Sard possivel recuperar o soluto a de uma mistura de @ ¢ b, Uusando-¢8 0 solvente ¢ num equipamento multiestagio? Explig 1243, Qua, entre as misturas soguintes, formardo duasfasos, equals so as composigces destas tases? (a) Acido acttico 25%, em base de massa, éterisoproplico 30% om ua, «20°C e pressio atmostrica (0) 40% ponderais de Acido acético, 4% ponderais de lio @ 20% ponderals do agua, a 20°C # pressio atmostérica (30% ponderals de Acido acético 6 5% ponderais de égus Isoproplice, a 20°C e pressio atmostérica (G) Em base de massa, 60% de estreno, 20% de dietilenoglicol 6 20% 2 etibonzeno, a 25°C pressto atmostérica. () Em base de massa, 10% do astrano, 70% de cieilenoglicol# 20% a elibonzeno, a 25°C o pressio atmostérica (Embave do massa, 70% de estireno, 10% de detilenoglicol e20% de ‘tibenzeno, « 25°C o prossso atmostérica (g) Em base de massa, 0% de dcido oleico, 60% de propanoe 10% de (90 de algodio, a 85°C © 3420 kN/m. (h) Meama composicio que na parte (g) mas @98,5°C e 4310 kN/m= (0}0.25 moles de UOINO), om um ito de agua contendo 3 moles de HNO,@ um trode solucdo de fostato do tibutliaem querosene, a30%em volume. 314. Doterminar a comp os seguintes equillrios do tase (@)Ates0<0 solvente orgdnico om equilirio comumassolugtoaquosa e808 5 equilbrio a e nitrato de urarila de concentragso 0,3 mol de UOx(NOs, por Iitro de {égua 25°C. A solugto aquosa contém HNO, na concentragko de 1,0 mol por lito de agua {(b) A fase rica em éterisopropiiice em oquillbrio com a tase ric ‘égua contendo Acido acttico a 40% ponderas, na temperatura de 20°C, (0) Oexte ulldrio.com o refinado ne qual, numa base livre de ‘licol, a razto entre a massa do estreno o a soma da massa do estireno ‘om 8 do atiibenzeno 6 igual a 0.6, a 25°C. (8) A concantragao da fase adsorvida em equillorio com uma fase ‘9as08a que contom 50% molares de propano, 50% molares de propeno. 0 silica gel a 25°C. (6) Uma ama densa om ris do soluto © 70% ponderais do solvent. A lama contém 1.5 Ib da solugdo por libra de material insoldvel ‘3.15. Qual deve ser a entalpia removida para resriar-se uma mistura ‘com 60% de 0,0 40% de N, (em base molar) que estécrginalmente como ‘um vapor no ponto de orvalho a § atm, alé uma temperatura suticionte- mente baixa para que nko se forme vapor quando a pressio cair para 1 atm? 22.18 Construirum diagrama de temperature-composicio semelhante ‘a0daFig. 2.2 parao sistema benzeno-ortoileno, a 100 kN/m? de presséo. 3.17. Convertor a& seguintes composicoes para uma base livre de solvonte e fazer um esquema mostrando a localizagio de cada ponto da Fig. 3.10 (a) xa= 0,2, X= 0,7, Xe = 1 {b) xq = 0,2, xp= 0,8, X¢=0,0 (c) xa= 0, xp=0, X= 1,0 3.18. Quatrocentas libras (181 kg) de silica gel so misturadas a 2 ioral de um ps contando propane e propane meio a melo, «25° {@) Determinar a composi da fase gesosa resultate (b) Determinar a fragéo molar do propane no gis adsorvido na silica oot (c) Qual a quantidade de gés adsorvido? {:18. Converter odiagrama do der lsoproplio-écido achico-tu Fig. 38, «uma Davo livre do aolverte 220, Potar as soguinis curvas de fase den pontos sobre cade curva (a) Razto entre massa do solventeaderenta constante e igual e075. (0) Razio onre a massa da solugto aderonte@ a massa dos inrtes conetantee gual € 0.75. ccleulando quatro massa dos inertes Calculos de Estagios de Equilibrio © primeiro passo na analise das operagées multies- tagios € 0 da considerago de um s6 estagio de equilibrio, Neste capitulo, vamos desenvolver os procedimentos para calcular, a partir dos dados disponiveis, as taxas de escoamento desconhecidas das fases e as respectivas composigées. Depois, desenvolvem-se os métodos para calcular o8 sistemas multiestagios. Um pré-requisito para a anélise de um estagio de equilibrio é 0 conhecimento do equilibrio de fase apro- priado para o sistema que esta sendo processado. Em Virtude de os dados de equilibrio serem frequentemente apresentados de forma grafica, 0 uso de métodos graficos de célculo & conveniente. Os procedimentos envolvidos nos calculos gréficos podem também ser aplicados, dire- tamente, a célculos em computador digital. Nos diversos capitulos seguintes, os varios exemplos e problemas s40 muito simples para justificar uma solugao automatizada. Nos problemas mais complicados das operacdes em es- tagios — como na destilagao de sistemas multicompos- tos, analisada no Cap. 8—a resolucau em computador quase indispensavel. Os calculos no computador exigem que os dados existentes estejam numa forma que possa ser introduzida com facilidade na maquina; por ‘exemplo, na forma de constantes para as equacées empi- ricas. A discusso seguinte refere-se, em geral, a célculos efetuados com diagramas ternérios, com os de entalpia contra composi¢éo e com diagramas em base livre de solvente. Os processos so desenvolvidos mediante os diagramas ternérios e depois estendidos aos outros dia- gramas. ESTAGIO DE EQUILIBRIO UNICO Duas correntes entram no estagio de equilibrioe duas correntes saem do estagio (Fig. 4.1). As correntes afluen- tes sao intimamente misturadas para formar uma soma que pode ser simbolizada por 5. Para que tenha utilidade um processo de separagao, esta soma 3 deve estar na regiao de coexisténcia de duas fases. A questo de saber se a mistura 3 existe realmente no estagio nao tem maior importancia; trata-se apenas de um conceito operacional Util. De forma semelhante, a composi¢ao global da mis- tura 3 pode ser simbolizada por z. Os balangos de massa podem ser escritos em termos das unidades convencionais de massa, ou em unidades molares, para um sistema ternario com os componentes a, bec: Balango global de massa: Lo +V2=E (4.1) Balango de massa do componente a: Loxa0 + V2¥a2 = 2Za (4.2) Balango de massa do componente ¢: Loxeo + Va¥e2 = Uze (4.3) Nestas equacées, L, @ V, so as massas totais das cor- rentes afluentes, xio € Yie S40 as respectivas fragdes massicas, e 3 ez séo a massa total e a composicao global da mistura resultante das correntes afluentes. Também se pode escrever uma equagao para o componente b, mas nao seria independente das anteriores, pois x» = 1 — x. x. Se as quantidades ¢ as composigées das correntes afluentes forem conhecidas, ndo s6 a massa (2) mas tam- bém as composigées (z,, z.) podem ser calculadas para a mistura soma, Na mistura 3 ha transferéncia de massa entre as fases até que se estabeleca 0 equilibrio. As fases sao entao separadas e saem do estagio na forma das correntes L, e V,. As composigdes das fases efluentes sao diferentes das afluentes. As composigdes das duas fases efluentes (x, € iT ae kK ae bo —>]_sauitro > by Fig. 41 Estagio de equilibrio isolado. Yn) 840 determinadas pelo equilibrio de fase; as quantid: des (L, € V;) so determinadas pelos balangos de mass EL, +Vy (4.4) Ezy = LiXa1 + Vier (4.5) Eze = hiker + Vier (4.6) ‘As composigdes das fases que abandonam um estagio de equilibrio dependem nao somente das relagoes de equil- brio do sistema, mas também das composigdes e quant dades relativas das duas fases que entram no estagio, Estas diltimas grandezas determinam a composicao da mistura z, que leva entao &s composig6es na saida, me- diante as relagées de equilibrio. As equagées do balango de massa, semelhantes as Eqs.4.1-4.6, podem serescritas para sistemas com qualquer nimero de componentes. Para dois componentes— como por exemplo numa dest lagao bindria — nao ha necessidade das Eqs. 4.3 e 4. pois nao ha componente c. Em geral, para um sistema ‘com n componentes, s4o necessérias n equacoes de ba- lango de massa e n grandezas totais para definir o sis- tema, Exemplo 4.1. Uma solucao liquida equimolecular de benzeno e tolueno esta inicialmente a 250°F e a 100 psia (68 atm). A presséo € reduzida para 30 psia (2,0 atm) enquanto a temperatura é mantida em 250°F. Calcular a fragéo do liquide que 6 vaporizada. Resolugao. A lei de Raoult pode ser usada para cal- cular as composi¢6es do liquido e do vapor no estado final. Do Apéndice D-1 infere-se que as pressoes de vapor, 8 250°F, sa0 P, = 43 psia (2,93 atm) e P; = 20 psia (1,36 atm), Pelo método do Exemplo 3.1, tem-se Bae +2 x5) 1 Assim Xp = 0,435 e 43 Yo 30%" 0,623 Nas Eqs. 4.4 @ 4.5, 3 pode ser usado para identificar a mistura liquida original, de modo que z, = 0,5. As corren- tesL, eV, serdo as quantidades de Iiquido final e de vapor final, respectivamente. Escolhendo como base de célculo 3 = 100 moles, e usando as Eqs. 4.4 e 4.5, encontra-se 100= Ly + Vj 100(0,5) = 0,435L + 0,623V; Resolvendo as duas equagées se tem L, = 65.4, V, Assim sendo, a vaporizagao do liquido original & 34,6%. Exemplo 4.2. Quais séo as composigdes e as quanti- dades das fases efluentes de um estagio de equilibrio no qual as fases afluentes sao as seguintes? Fase L: 100 kg de acido acético, 20 kg de éter isopro- pilico, 80 kg de agua. FaseV: 15kg de Acido acético, 82 kg deéterisopropi- lico, 3 kg de agua. Resolugao. Dos dados apresentados, Lo = 200, X20 V2 = 100, Ya2 05, Xoo = 0,4, xe0 = 0,1 0,18, voz = 0,03, yea = 0,82 Pela Eq. 4.1, =Lo + Vz = 200 + 100 = 300¢ pela Eq, 42, (200)(0,5) + 100(0,15) "2 0,383 Z 300 Analogamente, + a (200)(0,1) + 100(0,82) _ 034 300 © Z»= 1 — 0,383 — 0,34 = 0,277. A composigao desta mistura pode ser localizada na regio de duas fases do diagrama ternario (Fig. 4.2). A mistura separa-se em duas fases, conforme esta indicado pela linha de amarragao que passa porz. A linha de amarragao correta, passando porz, é determinada por tentativas, de acordo com 0 que se descreveu no Cap. 3. As composigées das fases que deixam 0 estagio podem ser lidas no diagrama: x, 0,45, xox = 0,45 © Xex = 0,10: Yas = 0,32, Yor = 0,11 © Yer 0.57. ‘As quantidades de L, e de V, so determinadas pelas Eqs. 4.4045 300=L)+Vy (300) (0,383) = £, (0,45) + V; (0,32) Resolvendo encontra-se L,= 146kg V, = 154 kg Calculos gréficos Os cAlculos numéricos do Exemplo 4.2 podem tam- bém ser efetuados graficamente. Para muitos problemas, 08 procedimentos gréficos sao mais rapidos que os célcu- los numéricos; sao também sujeitos as incertezas ineren- tes a leitura de graficos. Quando os dados de equilibrio s40 apresentados graficamente, os calculos podem ser feitos diretamente no diagrama de equilibrio. O erro en- volvido na leitura do grafico ndo pode ser maior que o erro experimental que incide sobre os dados de equilibrio. técnica gratica que, possivelmente, é a mais impor- tante, @ a da determinacéo da composicéo da mistura resultante da adi¢ao de duas outras. A dedugao seguinte desenvolve as equagées necessérias para justificar a adi- 40 grafica nos diagramas de equilibrio. Ela mostra que a composiao de uma mistura resultante da adigéo de duas outras esté sobre o segmento de reta que une os pontos das composigdes das duas misturas originais. Esta regra 6 denominada a regra da adi¢ao grética. Deduz-se entéo uma relacdo para localizar, sobre 0 segmento de reta, a 19) 7 x oat 0 02 | oat 060819 qs Yas tragao méssica de did acco jo massca de iio a a camada etea 02 04 06 0B 19 “er tragio massica de did actico na camada aquosa Fig. 4.2 Resolugdo do Exemplo 42. composigao da mistura resultante: é aregra da alavanca. Se 3, na Eq. 4.2, for substituido pela expressao daEq. 4a, LoXa0 + Va¥e2 = (Lo + Va)zZe Reunindo os termos em Lye Vz, Lolxs0 — 22) = Valea — Ya2) Reescrevendo a expresso bo _Za—Ya2 V2 xe = Ze (4.7) A Eq, 47 relaciona a composigéo da mistura resul- tante as composigdes e massas das duas misturas origi nais. As composigoes estao expressas em termos do componente a ‘Analogamente, a combinacéo das Eqs. 4.1 ¢ 43 dé, para o componente c, Lo _ 2c — Yer Vo Xeo —Ze (4.8) A combinacao das Eqs. 4.7 ¢ 4.8 @ a reorganizagao dos termos levam a Xeo Ze _ Ze ~Ve2 (49) Xoo ~ 2a Za Yo2 que seré utilizada na aryumentagao geométrica que se- gue. Podemos plotar, conforme esta na Fig. 4.3, as com- posigdes de L, de V2 e de 3 num diagrama ternério. A composigao z, de 5, aparece na Fig. 4.3 num ponto que nao esta necessariamente sobre a reta que liga x ay, @ menos que se mostre sero ngulo a igual ao angulo 6, como que se poderia plotarx, yez sobre uma mesma reta Ora, atangente dea 6 (z. —yca)/(Zs ~ Yaa) @a tangente de B 6 (eo ~ 2.)/(tao ~ 2.) Portanto, da Eq. 4.9, tana = tan B,e0 ponto (z, ¥.) deve estar sobre a reta que une os pontos (2X2) e Wa¥e), conforme mostra a Fig. 4.4. A localizagao exata de (z,z,) esté determinada pelas quantidades relati- vas das fases / eV. As Eqs. 4.7 ¢ 4.8 definem alocalizacao. Qualquer delas 6 a expresso da regra da alavanca. A regra também pode ser enunciada da seguinte maneira se uma mistura L. for adicionada a uma outra mistura V2,a composigéo da mistura resultante 3 esté num ponto sobre ‘osegmento de reta que une as composicées de Loe de Vs, num ponto que divide a reta em dois segmentos de modo que arazao entre a distancia deV.a3,eadistanciadeLya 3, seja igual a Lo/V>. Ou seja, zZ-¥2 xXo-z a2 (4.10) Ree " V2 As distancias entre L, Vze 2 podem ser medidas ao longo do segmento suporte dos trés pontos, mas é mais conve- niente usar uma das escalas de coordenadas, conforme a sugestio da Eq. 4.10. O carater de proporcionalidade in- versa da regra da alavanca esta implicito nas suas conse~ qUéncias. Por exemplo, uma quantidade muito grande da fase L,, adicionada a uma quantidade pequena da fase V;, Constituiria uma mistura 5 cuja composico seria quase que a mesma de L. Entéo, a composigao z de 3 estaria re Fragio moar ov méssca de © a ee Frag molar ou massica de a Fig. 4.3 Prova da regra da adigao. 0] Lo Fragio molar ou missica dec yea 3a ee Fragdo molar ou massca de a Fig. 4.4 Adicéo gratica, muito proxima da composigao x de Le sobre osegmento que liga x ay. Podem-se deduzir outras formas alternadas, da regra da alavanca: (4.11) Se (4.12) Estas equagdes so especialmente uteis para localizar 0 Ponto z. As Eqs. 4.10, 4.11 © 4.12 sao escritas sem os. dices dos componentes. Elas aplicam-se a qualquer dos tres componentes Exemplo 4.3. Resolver o Exemplo 4.2 mediante mé- todo grafico. Resolugo. As composicées de Ly ¢ de V;, dadas no Exemplo 4.2, estdo plotadas na Fig. 4.2. A composicéo z da mistura 3 deve estar sobre o segmento de reta que liga X9@ Ys. A sua localizacao exata esta determinada pela Eq. 410. 2=¥a 200 Xo-z 100 Portanto, a distancia entre y.ez € 0 dobro da distancia de X»Az,e 0 pontoz pode entao ser localizado no segmento de reta, conforme esta na figura. A mesma conclusdo 6 conseqiiéncia da aplicagao da Eq. 4.11 z-y2_2 Xo- v2 3 Portanto, o pontoz estaa dois tergos da distancia dey, até Xe de acordo com a Fig. 4.2, z, = 0,38, 2» = 0,34e 2, = 0,28. Estes valores concordam, dentro da exatidéo do grafico, com os resultados do Exemplo 4.2. Para se terem as grandezas L, e V,, aplica-se a regra daalavanca a linha de amarragao que passa porz e liga x, ey; localizados na curva de solubilidade. A Eq. 4.10 pode ser reescrita para a separagao da mistura X em duas tases: Ay iz-n Vio xyz © segundo membro desta equacdo pode ser estimado ela medi¢ao das disténcias ou, com maior facilidade, ela substituicéo das coordenadas. Para a, Lr _ 0,38 —0,32 Vv 0,45-0,38 = 0,86 ou para b, Os erros das leituras no grafico provocam a discrepancia entre as respostas. O valor deb & mais exato em virtude de as diferengas serem maiores e menos sensiveis ao erro da leitura do grafico. Portanto, 1, = 300 — 153 = 147 kg Estes resultados concordam com os do Exemplo 4.2. ‘Também se pode usar 0 método grafico paraefetuara subtragao das misturas. Adiferenga (A) pode ser expressa por A=L-—V paraa massa total (4.13) Axa = Lx — Vy para qualquer dos componentes 4.14) Se a Eq. 4.13 for reagrupada, A+ V = L, fica claro que a subtracao grafica é equivalente adigao grafica e que se aplica também a regra da alavanca. Neste caso, a compo- sigdo da mistura diferenga, x,, esta sobre 0 segmento de reta que passa porx e pory masse estende para além dex, vindo dey. O exame da Fig. 4.5 mostraa semelhangaentre a adigao grafica e a subtragao, ‘A separacao da mistura = em L, e V;, discutida ante- riormente, pode ser considerada como umasubtragao em que V, 6 0 diminuidor, 3 0 diminuendo e L, a diferenga (ou entéo como a subtragao de L,, tirado de 3, para dar V;) Qualquer das duas partes da Fig. 4.5 pode ser aplicada para determinar as massas de L, e de V,. Um reexame do Exemplo 4.3 sugere 0 procedimento para resolver grati- camente 0s problemas da subtragdo tratando-0s como problemas de adigao. Os procedimentos gréticos podem ser aplicados aos sistemas com dois componentes. Neste caso, todas as composigdes possiveis caem sobre a reta que vai de x, = 0.0 até x, = 1,0. A regra da digo grética afirma entao que, quando duas misturas de ae b sao adicionadas, a composigao da mistura resultante est sobre a reta que passa por x, = 0,0 ¢ x,= 1,0. Pode-se aplicar a regra da alavanca para determinar onde esta, sobre o segmento de reta, o ponto da composi¢ao Os métodos graficos, desenvolvidos em termos dos sistemas ternarios, também se aplicam a outros sistemas que envolvem quaisquer grandezas conservadas. Por exemplo, na destilacao, a massa e a entalpia sao conser- vadas, de modo que é possivel o calculo grafico num diagrama de entalpia-composi¢do. Além da entalpia ine- rente as correntes que entram e que saem do estagio de equilibrio, o balango de entalpia deve também incluir 0 calor adicionado diretamente ao sistema, ou removido do sistema, Além das equagdes do balango de massa (Eqs. 4.1 @ 4.2) 6 preciso escrever 0 balango de entalpia para a adigao das duas correntes: Loho + V2H2 += Shy (4.15) onde fh, é a entalpia da corrente Lo, H; 6 a entalpia da corrente V, es é a entalpia média por unidade de massa da mistura 3. Todas as entalpias so expressas por un dade de massa da corrente. Quando se discute a destila- G80, as correntes sao expressas em moles ou libras-mol, de modo que a entalpia fica em J/mol ou Btu/lb-mol. 0 calor aduzido a mistura éq, em joules (ou Btu). Seo calor for removido, q tem um valor numérico negativo, mas a Eq. 4.15 ainda vale. Nos diagramas entalpia-composicao, aparecem apenas dois componentes, de modo que a Eq sto rete y Le [—>x.2 L+Vez, a Fede subtgio sek ie) |p aes vy * FeJe Fig. 4.5 Comparacdo da igdo grética e da subtragao grafica. 43 ndo é necessaria. A regra da adigéo e a regra da alavanca sao escritas em termos da composicao e da entalpia. Em virtude de a adicao de calor no alterar 0 balango de massa, as Eqs. 4.10 até 4.12 ainda valem para 08 componentesa eb. Portanto, as equacées da regra da alavanca sao validas ao longo dos eixos de composicao. As relag6es da regra da alavanca complicam-se, no eixo das entalpias, em virtude da adi¢ao de calor, repre- sentada pelo termo q. Quando q é nulo, a Eq. 4.15 é diretamente comparavel & Eq. 4.3, ¢ a dedugao das rela- Ges da regra da alavanca tem forma analoga a que se fez Para o sistema ternario. Neste sentido, a entalpia na desti- lagao pode ser considerada como andloga ao solvente ¢ numa extragao. Na extragao, 0 solvente c é usado para separar um componente mais soldvel a de um outro ‘menos solivel b. Na destilagdo, a entalpia é "usada” para separar um componente mais volatil a de um menos volé- til. Quando q nao é nulo, a entalpia da mistura aumenta elo calor adicionado ao sistema. A Eq. 4.15 é 0 balanco de energia correto, mas é dificil deduzir as regras da adigéo e da alavanca em virtude do termoq. No diagrama entalpia-composigao, s6 se plotam os termos de entalpia or unidade de massa (por exemplo, J/mol); porém q é simplesmente uma quantidade de calor (por exemplo, v). Portanto, q tem que ser expresso de forma a poder ser locado no grafico. Suponhamos que o proceso de mistu- ragao seja dividido, imaginariamente, em duas etapas 1. Lee Vp SA0 misturados para dar 5. 2. Adicionam-se q unidades de calor a ¥. © balango de entalpia para a etapa 1 6 LoHo + Vala = Ehy 1 (4.16) onde hs .é a entalpia da mistura antes da adigéo do calor. © balango de entalpia para a etapa 2 ¢ Ehz1 +q= Bhs (4.17) onde h; é a entalpia final depois da adigao de q. A soma destas duas equacées da, conforme se espera, a Eq. 4.15. ‘A segunda equacao pode ser reagrupada para dar (4,18) © termo (hy- hz.) simplesmente 0 calor aduzido & mistura por unidade de massa da mistura (mol ou Ib-mol), conforme esta no primeiro membro da Eq. 4.18. Esta adi- Qo de calor recebe um novo simbolo Qs = Q/E= (hy —hys) ql = (hy —hy1) (4.19) Reagrupando se tem hy Shy — Os (4.20) © termo hs , pode ser considerado como uma entalpia ficticia, definida pela Eq. 4.20. ‘As regras da adigéo e da alavanca podem ser aplic: das Eq. 4.16 para estimar-se h, ,.Uma vez que a forma da Eq. 4.16 6a mesma que ada Eq. 43, as relacdes da regra, daalavanca (Eqs. 4.10-4.12) podem serescritasem termos da entalpia. Por exemplo, ho Hz @ hz, estdo sobre a mesma reta; a Eq. 4.12 fica V2 _ho = her EZ ho-H2 (4.21) Esta equacao pode ser usada para calcular hz, ¢ entéo ou Q; ou hs pode ser determinado, a partir da grandeza que for conhecida. Aadigao de calor poderia ser definida por unidade de massa de L ou de V, em lugar de unidade de massa de 5. ‘Aparecem entao outras equagoes que tém utilidade (ver 0 Exemplo 4.4) Exemplo 4.4. Um liquido saturado, contendo 50% de etanol @ 50% de Agua, em base molar, é aquecido num vaso fechado e previamente evacuado. O liquido vaporiza-se até que a temperatura no vaso atinja 180°F ea presséo 1 atm. (@) Qual a fracdo do liquido original que foi vapori- zada? (b) Qual a quantidade de calor adicionada ao sis- tema, por Ib-mol, para vaporizar o liquido? Resolugao. (a) Uma vez que 0 liquido foi vaporizado num vaso fechado, o vapor formado permanece em con- tato com o liquido e as condigdes de equilibrio serao Prevalecentes. Portanto, o liquido estara no seu ponto de bolha, a 80°F. A sua composigao deve estar sobre a curva da entalpia do liquido saturado, a 180°F, Fig. 4.6. Entdo, o liquido restante contém 26,5% de etanol. O vapor deve estar sobre a curva do vapor saturado, a 180°F, de modo que a frago molar do etanol no vapor é 0,565. Daqul por diante, © problema pode ser resolvido ou por adicao ou por subtracao. No caso da adicao, 0 liquido original é 3 € 0 liquido e vapor finais sao L e V, respectiva- mente; assim, & = L + V.Como subtragao, 0 liquido inicial € Le 0 vapor final 6 V, sendo A 0 liquido remanescente. Isto 6, 0 vapor é subtraido do Iiquido original para dar um liquido final (L ~ V = A). Usa-se a adigao neste exemplo, ¢ deixa-se a subtragdo como exercicio (ver o Problema 4.18), © problema deve ser entao reformutado como um problema de adigao de correntes: 0 liquido de equilibrio L 20,000 15,000 10,000] 5,000 + (xo, a) 7 ~ 2 5 ; I Nteng phe sp ip | 002 0@ 06 0B 19 “es Ya raglo molar de tarot Fig. 4.6 Resolucdo do Exemplo 4.4. © © vapor de equilibrio sao misturados; retira-se entao calor até que a mistura total se transforme num liquido saturado. Este processo ¢ exatamente o contrario do pro- cesso enunciado acima. O calor removido no proceso inverso é exatamente igual ao calor adicionado no pro- cesso direto. Agora é possivel usar as equagdes que foram deduzidas mediante os balancos de massa e de entalpia, para a adicdo de correntes, e resolver 0 problema. Pela regra da alavanca (Eq. 4.12) V2 _ comprimento do segmento Xz —~ = 0,78 = comprimento do segmento xz ou, pela Eq, 4.12 para o componente a: V2 _ Xa0 —Z, 0,265 — 0,50 I 0,78 E Xs0—Ye2 0,265 — 0,565 Portanto, houve a vaporizagao de 78% do liquido original, ‘em base molar. (b) Base de cAlculo: um Ib-mol do liquido original (3). Q: € a grandeza que se quer saber. Esta grandeza é calculada, com maior facilidade, pela Eq. 4.19, desde que fs, @ hy possam ser determinados. A Eq. 4.16 é usada para localizar h x ,. Esta equagao exige que fo, H. @ h x1 estejam sobre uma reta. Pode-se usar a regra daalavanca para determinar a localizagao de h x, mas é mais facil observar que a etapa 2 (Eq. 4.17) ndo envolve a adicao de massa, de modo que a composicéo depois daetapa1éa ‘mesma que depois da etapa 2. Por isso, h x esta locali- zado sobre o segmento de reta entre (xa/ta) © (¥2H.) em 2, = 05, Da Fig. 4.6, Ns , = 17.000 Btu/lb-mol. A mistura 5 6 um liquido saturado, de modo que h ; = 3.500 Btu/Ib- mol. Dai, pela Eq. 4.19, Q; = 3,500 ~ 17.000 = -13.500 Btu/Ib-mol Este Q; € 0 calor adicionado para o proceso inverso. Portanto, 0 calor adicionado para o processo direto é 13.500 Btu/Ib-mol Base livre de solvente Os dados de equilibrio ternario para a extracao podem ser apresentados numa base livre de solvente, conforme a descri¢ao do Cap. 3; 0 diagrama resultante pode ser usado para os célculos graficos. A regra da adigdo e a regra da alavanca sao aplicaveis, mas a ultima relacdo é, algumas vezes, indeterminada. Ao se usar uma base de cAlculo livre de solvente, realca-se o paralelismo entre o solvente numa extracao ea entalpia numa destila- 40. Cada qual pode ser interpretado como o “agente” que provoca a separagao. Os calculos graticos sobre 0 diagrama de equilibrio plotado em base livre de solvente ‘so andlogos aos realizados nos diagramas de entalpia- composigao. Abase livre de solvente 6 conveniente para os célcu- los, mas 6, talvez, um tanto dificil a0 primeiro contato. Quando se considera a massa de uma corrente, o solvente € ignorado, de modo que somente a massa dos compo- nentes ae b 6 considerada. Uma linha (') nos simbolos usados para caracterizar uma corrente sera indicadora de que se esta considerando a corrente numa base livre de solvente. Assim, L' 6a massa dea eb nacorrenteL, A’ 60 fluxo resultante de a e b. Usam-se as razées entre as massas para dar as composicées. Entdo, X,@amassa dec por unidade de massa dea+b. (Note 0 uso de maidsculas para as razdes massicas.) ‘A notagao ¢ as relagoes ficam entéo: massa dos dois componentes (a eb) na fase L, sem levar ém conta o solvente (c) Vv’ = massa dos dois componentes (a eb), na fase V, sem levar em conta o solvente (c). X = massa de qualquer componente (a, b ou c) por unidade de massa de L' Y = massa de qualquer componente (2, b ou c) por unidade de massa de V’ Com esta notagao, X,+ Xp = 1, Xe pode ter qualquer valor Y,+ Yp= 1, Ye pode ter qualquer valor Agora, ¥. 6 a massa de solvente por unidade de material livre de solvente (a mais) e pode ter qualquer valor entre Oe =. Quando se alimenta o estagio com solvente puro, Yes» = 2 € a8 expressoes da regra da alavanca que en- volvem Yan») 840 indeterminadas. Neste caso é preciso efetuar numericamente, e néo graficamente, as adigoes. Exemplo 4.8. Adicionam-se 1.000 kg de c puro a 2,000 kg de uma mistura que contém 50% dea e 50% deb. Determinar a massa e a composicao da mistura resul- tante, na base da massa total e na base livre de solvente. Riesolucdo. Na base da massa total: L = 2000, x, = 0,5, x» = 0,5 V= 1000, y, = 1,0 L+V=2=3000 Do balango de massa 21 = 0,333, zp = 0,333, z- = 0,333 Este ponto z pode ser localizado, pela regra da ala- vanea, sobre a reta que liga x ay (Fig. 4.7). Por outro lado, nna base livre de solvente: L' = 2000, X, = 0,5, Xp = 0,5 V'=0, ¥, = 02 (¥,@ Y, so indeterminados) Portanto L'+V' =%' = 2.000 kg deae deb e Zz sae i Zo , Os Quando Y. = =, vale a regra da adicao, embora nao se Possa usar a regra da alavanca. Pode-se admitir que Y, esteja no infinito, de modo que qualquer reta dirigida para qualquer composigao de Y seré uma reta vertical. Por- (0 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 Kardorte To¥ene sor WE0 °o 1 02 03 04 05 06 0,7 08 09 10 Kas YorZe Fig. 4.7 Comparacdo da adicio na base de massa total e na base livre de solvente. (a) Base da massa total. (b) Base livre de sol- vente. tanto, a composigao da soma Z esta sobre uma reta verti- cal acima de X (isto 6, sobre uma reta entre X @ Y onde Y esté no ~) (Fig. 4.7) ESTAGIOS DE EQUILIBRIO MULTIPLOS Os céilculos numéricos e graticos podem ser aplica- dos a uma série de estgios de equilibrio. Uma série des- tas, como a que esté esquematizada na Fig. 4.8, permite % % % | eo ; tio soo | 1, | eso |u| Lo | Fig. 4.8 Contato multiestagio. maior recuperagéo do componente desejado do que é Possivel num unico estagio. Por exemplo, a fase densa que eflui de um estdgio, numa extragao sélido-liquido, pode ser posta em contato outra vez com o solvente vir- gem para remover 0 soluto adicional. A fase densa deste segundo estagio pode ser novamente lavada, num ter- ceiro estagio, como solvente virgem e assim por diante. A medida que se adicionam estégios, consegue-se maior recuperacao do soluto, mas a concentragao do soluto no extrato fica cada vez menor. Quando houver necessidade de recuperar 0 soluto, ou o solvente, do extrato, podera ser cara a remogao de grandes quantidades do solvente. Nos capitulos seguintes, desenvolvem-se métodos para ter recuperagao alta e solugdes concentradas. Como é evidente, se 0 soluto nao tem valor e ndo houver necessi- dade de recuperé-lo, e se, também, nao for um poluente Indesejavel, os extratos diluidos néo constituem pro- blema. Um exemplo seria 0 da lavagem de um pigmento de tinta insolivel para remogao de tracos da solugo de reagentes de onde se precipitou, inicialmente, o mesmo pigmento. Neste caso, nao vale a pena recuperaros tragos de reagentes, mas € preciso remové-los do pigmento Nesta situacao, o pigmento tem que ser lavado com trés volumes sucessivos de agua pura, num esquema con forme a Fig. 4.8. A agua de lavagem é, entao, rejeitada. Exemplo 4.6. Uma tonelada de um minério de cobre ustulado, com 10% de CuSO,, 85% de ganga insoluvel '5% de umidade, deve ser extraida por lavagem tripla, cada vez com 2.000 kg de agua pura. Os sélidos retém 0,8 kg de ‘solugdo por quilograma de ganga. Qual a composigao da lama tinal, depois de trés lavagens? es Yeo tragio méssia de H,0 092 O04 49 Resolugao do Exemplo 4.6. Resolugao. A curva da tase densa (no caso, da lama) & plotada na Fig. 4.9 a partir dos dois pontos seguintes (base de célculo, 1 kg de ganga): Em x, 0,x, = 08- Xe = ig” O45, og Em x, = 0,1, Xe = 5 x Fem yg Ot = 0,345, 1. Xo 7g 7 0855 O processo esta representado na Fig. 4.8. As composices do minério atiuente (x2) e do solvente puro (y,) estao loca- lizadas na 1,05; Yao 4,0, Yeo = 1,0. No primeiro estagio, Lye V, so misturados e L, e V; saem ‘em equilibrio do estagio. Na lavagem, o equilibrio ocorre quando a solugdo que adere a ganga tem a mesma com- Posicao que a solucéo que representa o extrato. Portanto, a lama é constituida pela ganga, que 6 representada pelo vértice do angulo reto e uma solugao cuja composigao esté sobre o lado obliquo (hipotenusa), pois nao contém sélidos. Uma vez que Le = 1.000 e V = 2.000, a composi- G40 de 3, = Lo + Vo fica localizada pela regra da alavanca. 0.06 0.08: 0,10 ey Yar Mapdo mssica do CuSO, Porém, 3, = L, + V,, eL, 6 constituida pela ganga insolu- vel e uma solucao de composicao y,. Portanto, a mistura L, + V, pode ser imaginada como constituida de ganga e uma solugo. Uma vez que a ganga esta representada pelo vértice do Angulo reto (x, = 0, x, = 1,0, x, = 0,0), a reta passando porx, = 1,0 porz, localiza a composicao da solucao, y,, no ponto de intersegao da reta com a hipotenusa Em virtude de ser L, = 3, - V,, a composigao x, de Ly fica localizada pela intersecao da curva de lama com a rota que passa por 2; e y,. No segundo estagio, L, 6 misturado a Vo € repete-se 0 procedimento anterior. Bq = Ly + Vo = Lz + Vo, etc., como acima. Primeiro é preciso calcular L, mediante um balango de massa no primeiro estagio: £1 _Viz1_ 0,0465 — 0,0333 00333 — 0,0210 °° Va 2x4 L, + V, = 3.000 kg e entéo L, = 1.550 kg e V, = 1.450 kg, Para 0 segundo estagio, o ponto 3; fica localizado pela regra da alavanca inversa com L, = 1.550 @ Ve Entao, a massa de L, fica determinada: Le _Yaz2 _0,99-0,74 Ve zx 0,74-0,44 ” Uma vez que L; + Vz = 3.550, L; = 1.615 kg, Vs = 1.985 kg, Para terceiro estagio, 3, = L; + Vo = Ly + Vaete. Da Fig, 4.9, a composicao da lama no terceiro estagio ¢ 0,16% de CuSO,. A massa da lama (L;) 6 1.555 kg. Entdo, a percen- tagem de CuSO, nao recuperada 6 (0,0016)(1555) _ a {0,10)(1000) “”° Para recuperar o sulfato de cobre das solugées resultan- tes do Exemplo 4.6, seria necessério evaporar uma grande ‘massa de Agua. A massa de agua necessaria para se ter a gua pura em cada estagio 6 grande e as solugées resul- tantes so diluidas. No proximo capitulo discutiremos um dispositivo que leva a um extrato mais concentrado e requer menos solvente para uma dada recuperaco do soluto. PROBLEMAS Propano, 30% de mbutano 40% de mpentano. Quando © vapor for comprimido, (2) Quai sera a prossio no inicio da condensagéo? (©) Qua! serd a pressio quando a metade dos moles in vapor estiverem condensados? (6) Qual sort pressio se todo o vapor for condensado? ‘42. Um liquide com a percentagem molar den-pentano igual a40% ‘ader-hexano igual a60% ost Imente no tano estdo misturados @ 50 moles de ‘roctano, a 70°C. Determina ou das \composigdo, ou as composicbes, das ee, no sistema sob a pressso de (2) 5.000 N/m* (©) 20.000 Wim () 40.000 Nim? 44 Provar que a composicio (x,) de uma ference (a) AsL-v ‘std sobre areta que passa pelas composicbes das dus correntes que se ‘da adigdo © a rogra da combinagdo de misturas que contém quatro componentes? Explique Deduza uma regra da adigdo, euma outra da alavanca. em termos 0s diagramas de entalpia-composicéo. 47. Efetue, mediante procedimento grético,océlculoindicado para composigdo das rs mistu Useum diagrama triangular, co zx.10 elxo horizontal ex, no vertical: (@) Adicionar 0, R eS. 1. Calcular graticamente a composig#o da mistura fin {dos processos mencionados a seguir. Use um diagrama triangular no qual ‘2 Agua fica plotada no oixo vertieal, 0 sano eixo horizontal ixo da hipotenus (8) Evaporacto de 100 kg de égua de 1.000 kg da seguinte mistura: ‘gue, 35%; sal, 20%: aeia, 45%. (b) Misturacdo de2.000kg de 4gua, 5.000kg de: (6) Misturagdo das cuas seguint 1 3.000k9 a 11.000 kg com 40% do araia, 10% de Sgua e 50% do sal 200 kg com 10% de areia, 70% de Agua e 20% de sal ‘A misturagto 6 seguida pela retrada de 250 kg de areiae pela adicio do 150 kg do sal (@) Retirada de 200 ko de solucdo da seguinte mistura: 1.000 kg com 35% de aria, 5% do 4gua, 10% de sal (6) Remogio de 245 kg de uma mistura com 70% de areia, 20% de ‘agua © 10% de sal, da seguinte mistura ia, 10% de gua, 50% o uss misturas eeguintes: 198; x. = 0.12 105, x. = 0,70 (6) Usando (6) Usando 410, Misturam-se ax, para fazer as medidas. duas soguintes fasos: 200 kg de Acido oleico, 20%; deo de algodto, 80%, 400 kg de propano puro, Determinar graicamente @ composig&o da mistura: 4411. Calcular graficamente a composigéo da mistura resultante quando se misturam as trbs seguintes eolucées: '250 kg com 15% de fcido acético @ 65% de Agua, '50 kg de éterisoproplico puro. 100 kg de Acido acético a 20%, Agua a 78% e éter isoproplico a 2% 4.12. Misturam-s0 40 librassmol de Agua, a1 atm @ 60°F, 220 libras- ‘mol de etanol, no seu ponto de orvalho, at atm, A mistura resultante & aquecida (a) Q composighes & QUuantidades das fases resuta 36 que atinjam o equilibio num inico estigio, ‘us fasos mencionadas abaixo. Calculargraticamente a massa a com posicho das duas fasos resultantes. 40 liquido com tragdo molar de nitrogBnio 0,65 @ racto 489°C @ 1 atm. ‘de vapor com uma mistura de oxigénio e nitrogénio no ponte de orvalho a ~ 185°C 6 1 atm, (©) 250 kg de propano puro liquido, a 98,5°C » 625 psia (42.5 atm) 100 kg de um liquide com 30% (om massa) de ido oleico, 70% de ‘00 de carogo de algoddo, a 98,5°C e 625 psia (425 atm). {) 400 toneladas de mingrio de cobre ustulaco com & percentagem Imbssica de CuSO, igual a 12% e a de inertes igual a 88%. 1.000 tonetadas de agus. ‘aro, parte do CuSO, esta diesolvdo nas 1,3 tonelada de égua) (3) Um ibra-mol de um gés com 40% de propano.e 60% de propeno, a pec. 300 1b de silica gel, 2 2550. 4.14. Doduza as Eqs. 4.11 0 412.0 mostre, com um diagram aut fe das equagées nos cAlculos gréticos. ‘416. Calcular 8 quantidade minima de dietilanoglico! que dove ser adicionada a 100 kg de uma solugdo com 80% molares de estireno © 20% molars de etibenzeno pare provocar a formagso de duasfases. Quanto e dietilenoglical deve ser novamente adicionado para que o sistema ‘etorne & consigao monotésica? ‘416. O stetoliquido do seguinte processo a dois estigios 6 equiva lente a0 processo descrito pela Eq. 4.15; 1. Adicionam-se 0 Btu de calor 0 liquide L 2. A mistura rultante é adicionada ao vapor V para dara mistura (@) Usando este procedimento em duas etapas, desenvolver um mé- todo de céloulo pare estimar a entalpia final © a composicdo de 5. (b) Usando um diagrama anslogo ao da Fig. 48, localizar Q, 0 calor sdiclonado por libra-mol do liquido original ‘417, Resolver Exemplo 4.4 usando 0 método desenvolvido no Pr biome 46. 1418, Resolver Exemplo 4.4, usando o método da subtract grética 419. Deduzir uma regra de adigdo grifica © uma regra da alavanca, para se empregarem com coordenadas na base livre de solvent, Oetinir, om euidado, todos o8 termos, "420, Numa praia, aareia contém 85% de ateiainsolivel, 12% de sale {3% de agua. Quer-se ofetuar uma extracto de 1.000 kg desta mistura de ‘mode que depois da secagom ela contenha somonte 0,2% Go sal. Quantas lavagens, com partidas de 2.000 kg de 4gua pura, s8o necessdrias para 9 ureza deselada’ A arelaretém 0,5 kg de agua por quilograma de ‘araa insolove ‘4.21. Doseja-se oxtrar 1.000 kg de uma solugso com 35% ponderais {etc acético om agua, com2.000kg de ster isopropllico puro. Calculer ' percentagem de remogao do dcido acético da fase aquosa para cada ‘uma das seguintes propostas de operacto: (a) O6éter 6 dvidido em quatro tragdes de 500 kg cadauma. Asolugdo ‘aquosa é misturada com uma fragdo de 00kg, a fase etéreas separadaca wvada com a sagunda aquota de 500 kg do 0 aliquots. ‘mas as fragbes otéreas sto de (©) Mosma operacéo que na part 1,000, 500 e 500 kg, (6) Meama operaco que em (a), mas usando-se somen (gens com 667 kg cada uma, (d) Uma dnica lavagom com 2.000 kg de éter. 4.22. Qual aquantidade depropano que deve ser adicionada.a 1 kg 6100 de algodao puro para dar dus fasos? Qual a quantidade extra de ropano que se deve adicioner & mistura bitdsica para que @ mistura retorne & condigdo monotisica? "4.23. Uma libre-mol de gs, com 50% molares de propano © 50% ‘molares 6e propeno, entra em equilbrio com 300 ib de slica gel a25°C + ‘atm. O gs resultante é retirado @ colocado em contato com uma nova ‘bartida de 300 Ib de silica gel virgem. Qual é a composigto final do gés, depois dose efetuarem trésadsorGbes sucessivas com massas.de300 de silica gol? ‘424. Misturam-seintimamente 100kg de uma soluc80 830% dedcido acttico em agua, a 100 kg de ter isopropilico puro, a 20°C. As dues fases resultantes sio separadas, oa tase aquosaé misturada com uma segunda fragio de 100 kg de éterIsoproplico. Novamente formarr-se duas fases. (t) Qual apercentagom do écido acétco, do ldo inicial, que perm rece na solugdo aquoss final? (©) Qual'a massa de 4gua tra contatos? 35. Dez libras-mal de uma solucko a 50% de etanol em agua sto metade damisturainicial ‘0 vapor formado parma- te rida para a fase etérea, nos dois (@) até que temperatura a mistura fol aquecida? (©) qual é a composicdo do vapor formado? (6) ual a quantidade de calor adicionada? 426. Dez motes de vapor saturado (79% de Ny @ 21% do 0,) sto ‘misturados com 20 moles de um quidosaturado (15% GoN,,85%de0,) na pressio atmostérica normal (a) Calcularas quantidact ‘om equilibri. () Qual 6 a tomperatura das tases resultantes em equilibrio? (6) Qualé aenergia que dove ser adicionada para converter em vapor saturado a fase liquida resultante? ‘4.27, Escrever um programa de computador para resolver 0 Exemplo 208 osultantose eas composicdes d 45. (@) © programa deve calcular a recuperagio para qualquer nimero prefixado de lavagens. (@) O programa deve calcularo nimero de estagios necessérios para 90 tor uma recuperacio protixada do CuSO, Operagées Multiestagios em Contracorrente Ao projetar um processo de separagao, o engenheiro tem o objetivo de separar os constituintes de uma mistura ‘em fragées mais ou menos puras. A recuperacdo e a pu- reza dependem da utilizagao terminal a que visa 0 pro- duto. O engenheiro deve ser capaz de projetar a operacao de transferéncia de massa que levard ao produto desejado a0 custo mais baixo. Um unico estagio é raramente bas- tante para levarauma grande recuperagaoeauma pureza elevada. A maior separacao possivel, num s6 estagio, é a ‘que se consegue quando as duas fasesefluentes estéo em equillbrio: em geral, esta separacao nao ¢ adequada. E necessério usar diversos estagios em série para conseguir a separacdo desejada. No Cap. 4 comentamos uma configuragao possivel para os estagios.em série (Fig. 4.8). Conforme ilustramos no Exemplo 4.5, estarconfigu- ragao leva a elevadas recuperacées percentuais do com- Ponente desejado. Caso fosse preciso, a adicdo de estdgios extras poderia levar a recuperagées ainda mais elevadas. Em virtude da adicao de solvente virgem em cada estagio, o soluto recuperado est4 numa solugao muito diluida. Numa etapa seguinte do processo, o soluto Pode ser recuperado do solvente por meio de um pro- cesso evaporative. Esta recuperagao seria, no entanto, ‘cara, pois seria vultosa a quantidade de calor necessaria ara vaporizar 0 solvente. Além disso, em ndo poucos ‘casos, 0 custo do solvente é elevado, de modo que é conveniente usar quantidades menores. Para conservar o solvente e também obter-se um ex- {rato final do produto com maior pureza e mais concen- trado, 0 extrato do titimo estagio (V3 na Fig. 4.8) pode ser usado para injetar o solvente no penultimo estégio. Uma vez que 0 extrato do Ultimo estagio muito diluido, no 6 muito diferente do solvente puro. Desta forma, o extrato do peniltimo estagio pode ser usado, também, para inje- tar 0 solvente no antepeniiltimo estagio. Esta forma de alimentagao 6 estendida a todos os estagios, de modo que, independentemente do nimero de estdgios, so hd uma carga de solvente virgem (a carga do ultimo estdgio) € s6 ha um extrato final (o extrato do primeiro estdgio). Em virtude de a fase V fluir em direcao oposta a fase L, este dispositivo de alimentagao & denominado escoamento em contracorrente. E a contiguragao sempre adotada no equipamento em multiestagios. A forca motriz, paraa transferéncia de massa se mantém, pois o solvente virgem entra em contato com o refinado mais diluido, enquanto o extrato concentrado fica em contato com a fase refinada concentrada que entra no estagio. A opera~ 40 multiestégio em contracorrente possibilita elevada Fecuperacao e elevada pureza. ‘A configuragao de flux em contracorrente simples, que acabamos de descrever, 6 usada para a absorgao, a extracao e a adsorcao. Um exemplo de operagao de trago multiestagio industrial aparece na Fig. 5.1. Embora se use na destilagéo 0 escoamento em contracorrente, a configuracao dos fluxos é mais complicada. No capitulo seguinte a este discutiremos 0 caso. Boa parte da discus- so que vem a seguir sera feita em termos da extracao, ara que se possa ilustré-la; 0s conceitos desenvolvidos, no entanto, aplicam-se a todas as operagdes em estagios. A terminologia das diversas operagoes esta resumida no Cap. 8. Os célculos das operacoes multiestagios s4o usual- mente aplicados a problemas de sintese e de andlise. No projeto de um novo processo, o engenheiro deve sinteti- zar uma operagao em estagios para efetuar a separacdo especificada, Nas operagoes simples em contracorrente, este procedimento implica 0 célculo do numero de estgios necessérios para se ter uma determinada recu- peracao do produto, com uma pureza também especifi- cada. Estes cdlculos utilizam asinformag6es sobre o equi- librio das fases e sobre as taxas de escoamento. Depois de ser determinado 0 numero de estagios de equilibrio, aplica-se a eficiéncia de estégio para ter o numero real de estégios a serem construidos. Entao usam-se as taxas de escoamento das duas fases para calcular as dimensoes fisicas de cada estagio real. Devem ser levados em conta também diversos problemas mecanicos. No procedimento deandlise deum equipamento exis- Fig. 5.1 Extragao em fase liquida de 6leos lubrificantes. As duas torres, a direita do centro, s80 equipamentos de contato a discos rotat6rios, nos quals um solvente, como o propano, é usado para separar 0 leo lubrificante de componentes astalticos inde- sejaveis, numa extragao liquido-liquido. O solvente é injetado la Dase das torres, que operam em paralelo, @ 0 ante impuro entra pelo topo. O solvente dissoive sel © 6leo lubrificante, deixando o asfalto correr para 0 fundo da torre. O extrato do topo entra na coluna de extragao, a esquerda docentro a figura, onde o solvente ¢ evaporado numa operagao, deextracao evaporativa. (Cortesia da Foster Wheeler Energy Co.) tente, o engenheiro deve responder a questo de saber se @ recuperaco, ou a pureza do produto, pode ser melho- rada, se 6 possivel processar maior quantidade de mate- Fial, ou se 0 equipamento pode ser usado em aplicagoes diferentes. Neste caso, o numero de estégios reais é fixo, de modo que o engenheiro calcula qual a recuperagao © qual a pureza que podem ser atingidas com as novas condigdes de operagao. Pode ser possivel, por exemplo, alterar as taxas de escoamento, porém dentro das limita- ‘g6es do equipamento. As modificagées de temperatura ou de pressdo podem alterar favoravelmente 0 equilibrio entre as tases, propiciando o desempenho desejado. E Possivel que um novo solvente, ou um novo adsorvente, ou outro absoreente, eleve a recuperagéo @ possa ser usado no equipamento existente. ‘Além dos principios analisados neste capitulo, a sin- tese e a andlise do equipamento industrial exigem 0 co- nhecimento da mecdnica dos fluidos e do projeto meca- nico, além de uma boa dose de experiéncia pratica ant rior. BALANGOS TOTAIS Os balangos de massa e de entalpia em torno de uma série (ou cascata) de estégios séo denominados os balan- Gos totais. Destes balancos participam somente as cor- rentes que entram ou que saem do processo como um todo. (Os balangos totais podem ser feitos para a cascata generalizada, em contracorrente, que aparece na Fig. 5.2. Os simbolosL, x eh referem-sea massa, acomposicaoea entalpia da fase L em qualquer ponto; os simbolos V, y eH referem-se & massa, a composigao e A entalpia da fase V. Quando a massa esté em quilogramas (ou libras), a com- posicao deve estar em fragdes méssicas e a entalpia em U/kg (ou Btu/Ib). Se a massa for expressa em moles (ou libras-mol), a composigao estaré em fragao molar e a entalpia em J/mol (ou Btu/tb-mol). Os indices inferiores (0, 1... N) referem-se ao estégio de onde a corrente esta fluindo. Quando for preciso distinguir entre os compo- nentes, usam-se indices inferiores literals (a, b ou c).. ‘Um balango total pode ser escrito para qualquer pro- Priedade que se conserve na cascata. Entre estas proprie- dades incluem-se, de forma tipica, a massa total, a massa de qualquer dos componentes e a entalpia. Quando se admite, como se faz aqui, que 0 processo estejaemestado permanente, a quantidade que entra é exatamente igual & quantidade que sai: Balango de massa total: Lot Vy+i = Daly t+ Vy (5.1) Balango de massa de um componente: Loxo + Verner =2zz =Lyxw t+ Vivi — (5.2) A Hy Hy Hyer % % wy Yua % % 1. W Yuen Estigio | stig stig Estigio 1 ie Na ” - Lo ty Lvs Ly ¥ 4 yea aN hg hy hyo hy Fig. 5.2 Contato multiestagio em contracorrente, Normalmente o soluto desejado é carreado pela: Ls; por isso nomeado como a corrente de carga, ou de alimentagao, F. Balango de entalpia: Loho + Verner = Zh = Lyhy + Vy Ay (5.3) Este balango de entalpia admite que nao se adiciona nem se remove calor através das paredes da cascata. O balano de massa do componente pode ser escrito para um dos componentes presentes (Eq. 6.2). Os dois membros extremos das Eqs. 5.1, 5.2 © 5.3 definem os balangos totais. © membro central em cada equacéo ¢ a definigao da massa (3), da composicao (zx) ¢ da entalpia (hz) da soma ficticia 3. Asoma6é icticia pois, por exemplo, a corrente L, no 6, num sentido fisico, adicionada & corrente Vy4,. Esta soma é atil para a resolugao gratica dos balangos totais, conforme discutiremos um pouco para diante. ‘A composigao da soma ficticia define-se pela resolu- géo da Eq. 5.2 em zz e depois pela substituigao, na for- mula, do 3 dado pela Eq. 5.1 Loxo + Vu+i¥nes Lo + Ves Luxu + Viv Ly +V; zz (5.4) Analogamente, a entalpia de 3 ¢ obtida pela combinago das Eqs. 5.16 5.3 bo + Vier tut Vy (5.5) ‘A composigao e a entalpia da soma ficticia podem ser representadas por um ponto num diagrama do equilibrio de fase do sistema (andlogo ao da Fig. 3.4). O ponto sigma Pode ser definido pelas coordenadas deduzidas nas Eqs. 5.46 5.5, Estas equagées sao, simplesmente, as expres- s0es analiticas da regra da adigao, deduzida no Cap. 4.0 exame do grupo no segundo membro da Eq. 5.4 mostra que se trata da soma das massas de um componente dividida pela soma das massas das duas correntes Lye V;. Analogamente, a Eq. 5.5 4a soma das entalpias das duas wer h | Fede of Fete Fig. 5.3 Determinacéo grética do balango de massa total correntes dividida pelas massas totais das correntes. Os clculos que se fazem com as Eqs. 5.4 5.5 sao efetuados, com maior facilidade, mediante método grafico. O proce- dimento esta na Fig. 5.3. Por exemplo, suponhamos que as massas e composig6es das correntes Lo € Vis; Sejam conhecidas. E entéo possivel localizar z; contorme esté No grafico. Entdo, se x» for conhecido, y, pode ser deter- minado pela reta que passa por x, e porz:e intercepta a curva do extrato. Dai, as massas de L, ¢ de V, podem ser calculadas pela regra da alavanca aplicada ao segmento %nd0),. Basta, pois, a Eq. 5.4 para fazer o balanco de massa total do sistema ternério da Fig. 5.3. Por outro lado, parao céloulo num diagrama de entalpia contra composigao, as duas equagoes, 5.4 € 5.5, séo as relevantes, pois é preciso fazer os dois balangos, de massa e de entalpia. CALCULOS DE ESTAGIO A ESTAGIO Em um tipo de célculo do escoamento em contra- corrente, dispde-se de informagao suficiente para calcu- lar o balango total de massa, conforme se esquematizou acima. Depois de se ter usado um balanco total de massa a fim de determinar as condi¢6es terminais da cascata, 6 Possivel efetuarem-se os célculos de estagio a estagio Para determinar o numero de estagios de equilibrio ne- Cessérios para atingir as condicoes terminais desejadas. O célculo pode principiar de qualquer das extremida- des da cascata. Por exemplo, se forem conhecidosy, eH, as relagées de equilibrio dardo x, e h,. Agora é preciso estabelecer a relacdo entre xy, @ Ya, Hz. AS duas corren- tes L, © V2 esto passando uma pela outra entre os estagios 1 e 2. Para calcular a quantidade e a composigao de V, a partir de L,, 6 preciso intraduzir 0 conceito de fluxo-diferenga. Uma vez que no hé acimulo de qualquer constituinte, duma certa propriedade, ou duma certa gran- deza total, o fluxo-diferenga, 6 constante ao longo da cascata. O fluxo-diferenga 6 uma corrente ficticia; 6 a diferenga entre duas correntes que nao so, na realidade, subtraidas uma da outra, © fluxo-diferenga para a direita, na cascata da Fig 5.2, 6definido como adiferengaentre o fluxo paraadireita @ 0 fluxo para a esquerda, ou soja: Fluxo-diferenca total: A= Lo — V1 = by — Vane = by — Vives (5.6) Fluxo-diferenga de um componente: Axy = Loxo — Vivi = bnXn — Vaei¥ner = kxn — Ver ¥nvet (5.7) Fluxo-diferenca de entalpia: hia = Loto — Vit = Lain — Vanes Hoes why — Ver Her (5.8) As Eqs. 5.6, 5.7 @ 5.8 afirmam que 0 fluxo-diferenca é Constante em quaiquer ponto da cascata. Por exemplo, a Eq. 5.6 pode ser demonstrada mediante o seguinte racio- cinio elementar. O fluxo-diterenca de massa total (A), no terminal da esquerda da cascata, é igual 4 massa que escoa para a direita (L.) menos a que escoa para a es- querda (V,). Analogamente, no terminal da direita da cas- cata, 0 fluxo-diferenga total (A) é igual aLy — Vy. Pela Eq. 5.1 Lo — Vi = Ln — Vives Portanto, o fluxo-diferenga total 6 0 mesmo em qualquer extremidade da cascata. 0 fluxo-diferenca total em qual- quer estagio (L, — V»-») 6, conforme se mostra facit- mente, igual ao fluxo-diferenca total em qualquer extre- midade, bastando fazer o balango de massa entre uma extremidade e 0 estgion. Assim, o fluxo total é constante em qualquer ponto da cascata. As Eqs. 5.7 €5.8 podem ser justificadas de maneira idéntica. O conceito de fluxo- diferenga € til em virtude de os fluxos- diferengas serem constantesao longo dacascata. Uma vez que sejam calcu- lados, em qualquer extremidade da cascata, os valores podem ser usados em qualquer outro ponto. Nos calculos Graficos tipicos nao ha, usualmente, necessidade de se determinarem os valores dos fluxos-diferenca, mas 0 conceito ¢ atil quando se fazem os cAlculos de estagio a estagio, conforme o esquema da seguinte discussao. Em virtude de 0 fluxo-diferenca ser definido como sendo positive para a direita, um fluxo-diterenca dirigido para a esquerda tera um valor numérico negativo. Por exemplo, se Vi. for maior que Ly, 0 fluxo-diferenca total A tem, pela Eq. 5.6, um valor negativo, de modo que o fluxo esté, na realidade, dirigido para a esquerda. Isto quer dizer, do ponto de vista fisico, que hd um fluxo de massa maior para a esquerda do que para a direita ‘AEq. 5.7 define 0 fluxo-diferenga de um dos compo- nentes. Por exemplo, se 0 sulfato de cobre deve ser ex- traldo de um minério ustulado (Le) mediante agua (Vy.s), haveré um fluxo-diferenga de ganga insolivel e de sulfato de cobre para a direita e um outro fluxo, de agua, para a esquerda, O termo x, 6 uma composicdo ficticiade A , que resultaria se, na realidade, a corrente V fosse subtraida fisicamente da corrente L. Combinando as Eqs. 6.6¢ 5.7 se tem x Axa _ boxo — Vivi _ bnXn — VnetVner aa bo Ln — Vane Luxw — Verner Ln — Vuer fluxo-diferenga para um componente (5.9) fluxo-diferenga total Os numeradores da Eq. 5.9 sao 0 fluxo-diferenga de qual- quer componente e 0s denominadores sao 0 fluxo- diferenga total. Portanto, se o fluxo-diferenca de um com- Ponente esta numa direcao oposta ao fluxo-diferenca to- tal, x3 tera um valor negativo para este componente. A aplicacao da regra da adigao gréfica as Eqs. 5.6 5.7, para a cascata completa, mostra que x, deve estar sobre a reta7-x, prolongada e também sobre o prolonga- mento de YnyxXw. E 0 que mostra na Fig. 5.4. Para o caso que aparece na figura, Xs, @ Xs» S40 negativos, enquanto Xa. 6 positivo e maior que 1,0. Isto indica que os fluxos-di- ferenga do soluto e do componente principal do refinado estdo em diregdes opostas a do fluxo-diferenca total, mas que 0 fluxo resultante do solvente tem a mesma direcdo que 0 fluxo-diferenca total e € maior que este fluxo- diferenga total. Mesmo para a corrente ficticia A, a soma x, + X_ + Xe deve ser igual & unidade. Portanto, se x, eX» orem negativos, x. deve ser maior que a unidade. O ponto A, localizado mediante as concentragées terminais da cascata, serd usado para fazer os célculos de estdgio a estégio, conforme a discussao seguinte. As Eqs. 5.6, 5.7 @ 5.8 também definem o fluxo- diferenga em qualquer estagio n da cascata. Pode-se ver que o fluxo-diferenga de um componente & constante a0 longo de todos os estagios, no regime permanente, de modo que o ponto delta (x,) é valido para qualquer ponto da cascata. Portanto, uma vez que A = L, ~ Vee que Ax = Lyx, ~ Vij, 0 valor dey, esta sobre a reta¥ax,. 0 ponto também esté sobre a curva do extrato, pois V; esté saindo de um estagio de equilibrio. A determinacao das compo- sigdes das fases, nos estagios sucessivos, pode agora ser feita por meio da utlizacdo alternada dos dados de equili- brio @ do ponto delta. A localizagao de x, a partir de y,, mediante a linha de amarracao, e a localizacao de y2 a partir do ponto delta, 6 o que aparece na Fig. 5.4. Quando Jr for localizado, pode-se plotar x. ¢ assim sucessiva- mente, pela aplicagao alternada dos dados de equilibrioe do ponto delta, até que a composicao do refinado que sai de um estagio supere, ou iguale, a composigéo final dese- jada,x,. O célculo estagioa estagio pode também ser feito nna direcdo oposta, de Xy para ys. A escolha da direcao depende da informagao original que tiver sido dada. Em alguns casos, a percentagem de recuperago do soluto ‘no extrato, em relagao ao valor inicial, é a grandeza espe- cificada. A partir desta informacao é possivel calcular as composig6es de saida. Fig. 5.4 Determinagao grati a estigio. do célculo estagio

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