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1. Introdução
Ao longo dos anos, e com a evolução das civilizações, a sociedade sentiu a necessidade de
organizar-se através de uma ordem social (regras e normas) alicerçada na normatização das
condutas dos indivíduos. Diante de tais necessidades, nosso trabalho tem o intuito de
analisar a Responsabilidade Civil Aquiliana ou Extracontratual bem como todos os seus
aspectos, visto que esta é parte integrante do corpo normativo que nos circundam no âmbito
social.
3. Conceituação
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a
repará-lo.
É alicerçada no Artigo supra citado do CCB (Código Civil Brasileiro) que a Responsabilidade
Extracontratual também chamada de Aquiliana é definida, sendo assim, citada por Maria
Helena Diniz (1992, p. 567):
A responsabilidade Extracontratual se resulta do inadimplemento normativo, ou seja, da
prática de um ato ilícito por pessoa capaz ou incapaz ( Art. 156 CC), da violação de um dever
fundado em algum princípio geral de direito ( Art. 159 CC), visto que não há vínculo anterior
entre as partes, por não estarem ligadas por uma relação obrigacional. A fonte desta
inobservância é a lei. É a lesão a um direito sem que entre o ofensor e o ofendido preexista
qualquer relação jurídica. Aqui, ao contrário da contratual, caberá à vítima provar a culpa do
agente.
Contudo, existem pressupostos para que alguém tenha o dever de indenizar a outro,são
esses:
1.Ação ou omissão do agente: o ato ilícito pode advir não só de uma ação, mas também de
omissão do agente.
2.Relação de causalidade: entre a ação do agente e o dano causado tem que haver um nexo
de causalidade, pois é possível que tenha havido um ato ilícito e tenha havido dano, sem que
um seja causa do outro.
3.Existência de dano: tem que haver um dano (seja moral ou material), pois a
responsabilidade civil baseia-se no prejuízo para que haja uma indenização.
ulpa.
Brilhantemente Carlos Roberto Gonçalves, nos elucida de forma simples e clara da seguinte
maneira ( 2006, p. 452):
Uma pessoa pode causar prejuízo a outrem por descumprir uma obrigação contratual (dever
contratual), (...). O inadimplemento contratual acarreta a responsabilidade de indenizar as
perdas e danos nos termos do art. 389 do Código Civil. Quando porém, a responsabilidade
não deriva de contrato, mas de infração ao dever de conduta (dever legal) imposto
genericamente no art. 927 do mesmo diploma, diz-se que ela é extracontratual ou aquiliana.
Muito embora a consequência da infração ao dever legal e ao dever contratual seja a mesma
(obrigação de ressarcir o prejuízo causado), o Código Civil brasileiro distinguiu as duas
espécies de responsabilidade, acolhendo a teoria dualista e afastando a unitária,
disciplinando a extracontratual nos arts. 186 e 187 complementando sob regulamentação
nos arts. 927. Grifo Nosso.
(... )
"Ato ilícito, é o fato não autorizado pelo direito, causador de dano a outrem, vislumbrando-
se, no texto do dispositivo legal duas espécies: dolo (ação ou omissão voluntária) e culpa
(negligencia ou imprudência)"
Sendo assim, dando-nos um apanhado geral, Aguiar Dias (1997, p.109) nos enobrece com o
seguinte comentário:
Sem dúvida, a culpa varia de aspectos, o que induz à necessidade de estabelecer distinções.
Mas o fato de perceber e reconhecer que ela pode revestir, ora de forma contratual, ora de
forma extracontratual, de nenhum modo influi na unidade de conceito fundamental. Chironi,
atendendo a isso mostra que culpa é a lesão de direito alheio imputável ao agente, e nisto
reside a unidade de sua substância. (...) O mesmo autor sustenta que não é possível,
entretanto, aplicar indiferentemente as regras da culpa contratual e extracontratual.
• ·Dolo - Não é vicio de vontade, mas sim, elemento interno, que reveste o ato da
intenção de causar o resultado.
• ·Culpa – A vontade é dirigida pelo fato causador da lesão, mas o resultado não é
querido pelo agente.
Foi imprudente o motorista que manobrou o veículo de marcha-ré, não se certificando acerca
da inexistência de outros automóveis estacionados em local próximo. Presente o nexo de
causalidade entre a ação imprudente do réu e o dano provocado no veículo do autor, de
modo a configurar o dever de indenizar. Neste contexto, desnecessário perquirir acerca de
culpa do autor, cujo veículo estava parado. A infração administrativa de trânsito, por si só,
não caracteriza conduta culposo.
[1] Recurso Inominado. Segunda Turma Recursal . Nº 71001619261 – Rio Grande do sul.
6. Considerações Finais
Do que vimos, emanam as evidências, que o nosso Código Civil brasileiro adotou o princípio
da culpa como fundamento genérico das responsabilidades.
7. Referências Bibliográficas
DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro. 6 ed.v.7: Responsabilidade civil.
São Paulo: Saraiva: 1992.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro: v.1: parte geral – 3 ed. São Paulo:
Saraiva, 2006.
(Artigonal SC #1527312)