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INTRODUÇÃO

Se a musica é uma expressão do povo, isso é particularmente verdade no que diz


respeito à música cabo-verdiana. Nela se espelha por inteiro o povo cabo-verdiano, com
a sua índole, a sua cultura, os seus costumes, a sua geografia, o seu clima, as suas
limitações, as suas virtudes como os seus defeitos, a sua originalidade crioula, o seu
sentimento, o seu passado, o seu presente e o seu destino.
E o batuque como uma das manifestações mais antigas de cabo verde não foge a esses
requisitos principalmente agora que está sendo muito divulgada, ganhando foros de
música internacional. O que implica a continuação da preservação deste género musical,
porque a musica é um elemento universal da cultura e com este seremos reconhecidos
por onde quer que estamos.
Batuque como género musical
Como género musical, o batuque caracteriza-se por ter andamento moderato, um
compasso de 6/8 ou 3/4, e tradicionalmente ser apenas melódico, isto é, ser apenas
cantado, sem acompanhamento polfónico, comparado com os outros géneros musicais
de cabo verde, o batuque estrutura-se no canto-resposta, e é o único que apresenta uma
polirritimia, isto é, descobre-se que o mesmo é uma sobreposição de um ritimo de 3
tempos sobre um ritmo de 2 tempos.

Na sua forma tradicional, o batuque organiza-se como se fosse um crescendo


orquestral. Tem dois movimentos. Antigamente, a peça musical começava com uma
introdução na cimboa, que fornecia a linha melódica base. Hoje em dia, o uso deste
instrumento está praticamente extinto. O primeiro movimento é chamado, em crioulo,
de galion. Neste movimento, uma das executantes (batucadeiras), efectua um
batimento polirrítimico, enquanto que as restantes executantes efectuam um batimento
de dois tempos, batendo palmas ou batendo num pano. A cantora solista (cantadeira
profeta) entoa uma melopeia que logo a seguir é repetida (ronca baxon) em uníssono
pelas restantes cantoras (cantadeiras de campanha). Esses versos, provérbios
improvisados, que abordam temas diversos do quotidiano desde o louvar a certas
personalidades até criticas sociais, são chamados finaçon. Esta estrutura de canto
resposta contínua até o segundo movimento.

O segundo movimento é chamado de txabeta. Este movimento corresponde a


um clímax orquestral, em que todas as executantes efectuam o mesmo batimento
polirritmico em uníssono, e todas as cantoras cantam o mesmo verso em uníssono, que
funciona como refrão.

Modernamente, o batuque tem sido composto de outra forma por compositores


recentes. A música apoia-se num suporte polifónico (sequencia de acordes), e apresenta
uma estrutura similar aos outros géneros musicais de cabo verde, em que as estrofes
musicais vão alterando com um refrão.
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Batuco como dança tradicional
Como dança o batuque tradicional desenrola-se segundo um ritual preciso.
Numa sessão do batuque, um conjunto de intérpretes (quase sempre unicamente
mulheres) organizam-se em círculo num cenário chamado terreru. Esse cenário não
tem de ser um lugar específico, pode ser um quintal de uma casa ou no exterior, numa
praça pública, por exemplo.

A peça musical começa com as executantes (que podem ou não ser


simultaneamente (batucaderas e cantaderas) desempenhando o primeiro movimento,
enquanto que uma das executantes dirige-se para o interior do circulo para efectuar a
dança. Neste primeiro movimento a dança é feita apenas com o oscilar do corpo, com
movimento alternado das pernas a marcar o tempo forte do ritmo.
No segundo movimento, enquanto as executantes interpretam o ritmo e o canto
em uníssono, a executante que esta a dançar muda a dança. Neste caso, a dança (ku
tornu) é feita com um requebrar das ancas, conseguido através de reflexões rápidas dos
joelhos, acompanhando o ritmo. Quando a peça musical acaba, a executante que estava
a dançar retira-se, outra vem substitui-la, e inicia-se uma nova peça musical. Estas
interpretações podem arrastar-se por horas.

Enquadramento histórico do batuque

O batuque é provavelmente o género musical mais antigo de cabo verde, mas só


há registos escritos acerca do batuque a partir do século xix. Presentemente só se
encontra na ilha de Santiago, e é no Tarrafal onde se vive com mais intensidade este
género musical. Todavia, há indícios que já existiu em todas as ilhas de cabo verde.

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No entanto um autor chamado Carlos Gonçalves, afirma que o batuque não seria
um género musical transposto do continente africano. Seria adaptação de alguma dança
africana (qual?), que depois teria desenvolvido características próprias em cabo verde.

O batuque sempre foi hostilizado pela administração portuguesa, por ser


considerado “africano”, e pela igreja, mas foi durante a política do Estado novo que essa
perseguição foi mais forte. O batuque chegou a ser proibido nos centros urbanos, e
chegou a estar moribundo a partir dos anos 50. Depois da independência houve um
interesse em fazer ressurgir certos géneros musicais. Mas é na década de 90 que o
batuque teve um verdadeiro renascimento, com jovens compositores (Orlando pantera,
Tcheka, Vadu, etc.) fazendo trabalhos de pesquisa e conferimento de uma nova forma
ao batuque, sendo também interpretado por jovens cantores (Lura, Mayra Andrade,
Nancy Vieira, etc.).

O significado e o objectivo do batuque


Antigamente, o batuque revestia-se de um significado social. Era
desempenhados em dias santos, em certas ocasiões cerimoniais, em festas, antes e
durante os casamentos. Há estudiosos que especulam os movimentos de dança de
batuque evocam o acto sexual, e o objectivo seria promover a fertilidade da noiva.

Hoje em dia o batuque perdeu o seu significado original. Foi transformado num
espectáculo de palco, e é desempenhado em actos oficiais, em festas ou é utilizado por
certos grupos para dar um exemplo do folclore de cabo verde.

A missão do batuque
O batuque tem a missão de continuar a ser um género musical que identifica a cultura
cabo-verdiana e por conseguinte preservar os traços da cultura cabo-verdiana que estão
preste a se perder.

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Tipos de batuque

 “Batuque” de Bulimundo
Interpretado por Bulimundo no álbum batuque (Ed. Bulimundo, Ref. Lp 2233-
1980)
 ”Raboita de Rubõ Manel” de Orlando pantera
Interpretado por Mayra Andrade no álbum “Di Korpu Ku Alma” (Ed. Lusáfrica,
paris 2004)
 ”Nha Kumadri”de Lateral de Rolando Semedo
Interpretado por Nancy Vieira no álbum “Lus” (Ed. HM Música, Lisboa-2007)

O passado e o presente do batuque

Admite-se que o batuque possa ter existido em outros pontos do arquipélago,


povoados a partir do Santiago, mas actualmente, nesses moldes, existe unicamente
nesta ilha. Assim como o funaná, tem a sua origem no meio rural, mas a migração
dos camponeses para a cidade da praia, capital do pais, levou ao aparecimento de
grupos na zona urbana e a emigração fez com que surgissem também grupos em
países europeus.

Tal como aconteceu com o funaná na década de 80 do século xx, por volta do
ano 2000 surge um movimento de apropriação do ritmo do batuque por parte de uma
nova geração de compositores e intérpretes, levando a uma renovação deste género
musical.

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Finaçon

Finaçon é o canto singelo porque começa o batuque, um prelúdio a solo


acompanhado pela viola ou pela cimboa, (instrumento unicórdio de tipo africano).
Este cântico é sempre improvisado sobre os mais variados motivos. Uma herança
directa das tradições africanas. Tal como batuque a finaçon também é composto pela
tchabeta, torno e cântico.

Este género musical também interpretado essencialmente por mulheres, aparece


ligado ao batuco. É uma espécie de cantigas ao desafio, tomando a forma de uma
ladainha circular, normalmente triste e quase hipnótica.

Definição dos elementos básicos do batuque e


finaçom

Tchabeta é a parte principal do batuque, consiste na elaboração do ritmo


com o bater das palmas e das mãos sobre um pano enrolado que se coloca entre as
peras, de modo a se obter uma caixa de ressonância. Trata-se de uma simulação de
tambores, uma vez que os escravos que chegaram as ilhas, possivelmente não
encontraram o inóspito ambiente do arquipélago o material ideal para a fabricação
dos seus instrumentos tradicionais (troncos, arvores, peles de animais etc.)

Torno é uma dança tipicamente africana, com o rebolar das nádegas, em


que se simula o acto sexual.

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Cânticos elaborados quase sempre de improviso, com versos que as vezes
podem ser picantes, satirizam e criticam acontecimentos da vida social ou pessoal
ou então cantar sobre qualquer tipo de brincadeira.

Figuras do batuque e finaçon

Nha Nacia Gomi, Nha Bibinha Cabral, Nha Gida Mendes – estas são cantadeiras
de finaçom cuja produção foi recolhida e encontra se registada em livros. A
primeira, a única viva das três, tem gravações editadas no CD, assim como Nha
Mita P’rêra. Entretanto, nos últimos anos têm aparecido discos de vários grupos,
como Pó di terra e Terrero, entre outros.

Analise da situação do batuque


Neste momento o batuque esta na sua máxima força desde início da sua história,
uma vez que está sendo muito divulgado e apoiado pelas entidades que promove a
cultura cabo-verdiano, ganhando então um estatuto de música internacional. Então
podemos dizer que o batuque está num bom caminho, beneficiando de patrocínios
de gravações de CDs, vídeo-clips e vários convites para espectáculos, o exemplo
disso foi a actuação de um grupo do batuque no festival do Gambôa aqui na praia.

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ANEXO 1.
Batuque e finaçon

O batuque, considerado a manifestação musical de carácter mais nitidamente africano do


arquipélago, é outro exemplo de algo que, após permanecer por décadas restrito às festas de baptizados e
casamentos na zona rural de Santiago, emerge agora como representação artística de Cabo Verde incluído
na programação oficial do país em eventos como a Expo 92 em Sevilha, Projecto Música de Cabo Verde
3 a Expo 98 em Lisboa e o Festival of American Folklife, da Smithsonian Institution, nos EUA, em
1995, dedicado à cultura de Cabo Verde. Embora se admita que possa ter existido em outros pontos do
arquipélago, povoados a partir de Santiago, nos dias de hoje, em Cabo Verde, o batuque (ou batuco)
existe unicamente nesta ilha, embora já não exclusivamente no interior, pois o êxodo rural levou ao
aparecimento de grupos na capital. De há alguns anos para cá surgiram alguns grupos em Portugal, no
seio de associações de imigrantes cabo-verdianos voltados para a valorização das tradições do país.
Contudo, durante muito tempo o batuque foi considerado “selvagem” pela mentalidade colonialista e
repudiado pela Igreja, devido à sensualidade da dança que o acompanha. Trata-se de um grupo de
percussionistas-vocalistas, normalmente mulheres, que têm como instrumento um pedaço de tecido
enrolado (às vezes envolvido num saco plástico) que, sentadas em semicírculo, prendem entre as coxas. A
forma de emprego desse tecido já foi diferente: no romance O Escravo, de José Evaristo de Almeida,
publicado pela primeira vez em 1856 e cuja acção é situada em 1835, a faixa de tecido aparece esticada
sobre as coxas, “qual pele em afinado tambor”, e não enrolada. Uma frase musical é cantada por uma
solista e repetida pelo grupo. Esse canto desdobra-se em duas modalidades: sambuna (de carácter mais
lúdico e rítmico) e finaçon, que versa sobre temas do quotidiano, estigmatizando ou louvando condutas
ou personagens, podendo também tecer reflexões de ordem existencial. Determinadas batucadeiras,
célebres pela habilidade na improvisação, são portadoras de uma verdadeira “filosofia” popular. Ao longo
da sessão, a “chabeta” (som produzido por essa percussão, embora por vezes se utilize o termo para
designar o tecido usado como instrumento) acelera e entra em cena uma dançarina para “dá cu torno” –
dança centrada no requebrar dos quadris, quase sem sair do lugar. Nha Bibinha Cabral, Nha Gida Mendi e
Nha Nácia Gomi são nomes que já mereceram trabalhos de investigação e recolha, que resultaram em
livros editados pelo Instituto Cabo-Verdiano do Livro (ICL). A última, das três a única viva, teve as suas
cantigas gravadas e editadas na Suécia e prepara-se para entrar em estúdio. António Denti d´Oru, por sua
vez, teve recentemente um disco lançado em França, numa série dedicada às músicas tradicionais de
várias partes do mundo.

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Considerações gerais do batuque

Hoje em dia o batuque é considerado um exemplar do Património Cultural


imaterial de cabo verde, que deve ser respeitado como herança cultural; é uma
manifestação que representa e prestigia o nosso país.
Consideramos o batuque como característico da ilha do Santiago, com origens
africanas por isso foi muito reprimido e proibido durante a época colonial por ser
considerado como ofensivo a boa moral, mas conseguiu sobreviver; apesar de tudo o
batuque oferece-nos um prisma único por onde se filtra a própria Historia de cabo
verde.

Orçamento/balanço do trabalho

Conclusão

No âmbito da disciplina de Animação Turística, debruçamos a falar do batuque.


Ao longo da pesquisa e da realização do trabalho o nosso objectivo foi sempre o de
aumentar e fundamentar o nosso conhecimento a cerca do assunto. Analisando o
batuque desde a sua origem até a sua situação actual, concluímos que o batuque é
uma forma de expressão musical e cultural muito harmoniosa onde trados na sua
totalidade a diversão e o bem-estar entre as populações.
Bibliografia

- Documentos partilhados;

- FRAGATA, Revista de bordo da TACV – cabo verde airlines, nº 14 Outubro


1997

- http: // Wikipedia. Org/wiki/Batuque – (cabo-verde)

- LOPES FILHO, João – Introdução à cultura cabo-verdiana, Praia-2003.


ÍNDECE

1……………………………………………………….Batuque como género musical

2 ……………………………………………………….Batuque como dança tradicional

2.1……………………………………………………...Enquadramento histórico batuque

3……………………………………………………….Significado e objectivo do batuque

4……………………………………………………….Tipos do batuque

5. ………………………………………………………Finaçon

6. ………………………………………………………Figuras do batuque e finaçon

7……………………………………………………… Anexo

8……………………………………………………… Considerações gerais.

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