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DIREITO
CONSTITUCIONAL
- APOSTILA 01 -
Prof. Cordeiro
ESTADO
ELEMENTOS DO ESTADO
População
Território
É o espaço (terra, mar e ar) em que o Estado faz valer sua vontade,
correspondendo ao “âmbito de validez da ordem jurídica” (Hans Kelsen).
O elemento terrestre é composto do solo e do subsolo. O primeiro corresponde à
superfície de produção e o segundo à profundeza de exploração econômica. A linha de
fronteira limita o território entre dois ou mais países e tem, em paralelo, a faixa de fronteira
de 150 Km de largura (no Brasil), a partir da linha, com o fim de garantir a defesa do
território nacional.
Nosso mar territorial equivale à distância de 12 milhas (12 x 1.852m) a partir da
maré baixa. A zona contígua (24 milhas) e a zona econômica exclusiva (200 milhas) não
integram o território para fins de exercício da soberania, mas o país exerce fiscalização e
polícia, no primeiro, e exploração exclusiva dos recursos naturais, no segundo.
O espaço aéreo é a coluna de ar existente sobre o território em que o país exerce
sua soberania (solo e mar territorial). Resolução da ONU estabelece que o espaço sideral é
internacional, podendo os Estados exercerem a soberania até a ionosfera, isto é, até 500
Km de altura.
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Maximilianus Cláudio Américo Führer
Direito Constitucional 1 Profº Cordeiro
Pró-Concurso de Pernambuco
Poder
Ordenamento jurídico
FORMAS DE ESTADO
GOVERNO2
Onde fixam-se as principais finalidades do país (Estado), ou seja, é o setor
essencialmente político. Através deste, planeja-se a atuação do Estado para que este
desempenhe as suas finalidades precípuas.
Este setor é composto pelo Poder Executivo e pelo Poder Legislativo. Estes dois poderes,
através de seus órgãos (presidência, governadorias, prefeituras, ministérios e
secretarias de governos, câmaras dos deputados, câmara de vereadores e senado),
procuram determinar os principais objetivos, deveres e políticas públicas de uma nação.
A função de governo possui a finalidade essencial de comandar e traçar objetivos para
que outro setor do Estado (a Administração Pública em sentido estrito ou Administração
Pública propriamente dita) os executem na prática, pois o Governo não tem
responsabilidade profissional pela Administração, mas quem tem essa responsabilidade
é a Administração Pública.
O setor de governo manda, a Administração Pública em sentido estrito obedece e
executa.
FORMAS DE GOVERNO
É o modo pelo qual o Estado se organiza com o fim de exercer o poder político.
As mais comuns são a Monarquia (soberano é o monarca), cujas características
são a hereditariedade e a vitaliciedade; e a República (soberana é a vontade do
povo), com as marcantes notas da eletividade e da temporariedade.
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Planejamento ou atividade política.
Direito Constitucional 3 Profº Cordeiro
Pró-Concurso de Pernambuco
SISTEMAS DE GOVERNO
CF=> Art. 1º, Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce
por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta constituição.
O parágrafo único acima delineia que a ação política do Estado brasileiro se dará pelo
povo, na qualidade de legítimo TITULAR do poder, embora o exercício possa se dar pelo
modo DIRETO (plebiscito, referendo e iniciativa popular) ou INDIRETO (parlamentares
eleitos pelo voto).
A CONSTITUIÇÃO
Para José Afonso da Silva, in Curso de Direito Constitucional Positivo – José Afonso
da Silva, pág. 40,, “É a lei fundamental do Estado, sistema de normas jurídicas, escritas ou
costumeiras, que regula a forma do Estado, a forma de seu governo, o modo de aquisição
e exercício do poder, o estabelecimento de seus órgãos, os limites de sua ação, os direitos
fundamentais do homem e as respectivas garantias. Em síntese, a constituição é o conjunto
de normas que organiza os elementos constitutivos do Estado”.
Direito Constitucional, segundo a ótica do Professor José Afonso da Silva, Op. Cit., às fls
36, é o ramo do Direito Público, em que são dispostos, interpretados e sistematizados os
princípios e as regras fundamentais do Estado enquanto ente. Sua natureza é de direito
público, tendo em vista a prevalência da vontade unilateral do Estado sobre os seus
“súditos”; seu objeto, o estudo dos elementos componentes (a anatomia) do Estado.
DIREITO CONSTITUCIONAL
Direitos são faculdades postas à disposição das pessoas, físicas ou jurídicas, pelo
ordenamento jurídico de um Estado para, por intermédio de seu exercício, fruírem do gozo
que lhes é permitido ou não lhes seja proibido. Serão individuais quando importarem a uma
única pessoa; coletivos, quando a utilidade disser respeito a um grupo de pessoas.
As garantias, por sua vez, são expressas por meio dos instrumentos postos à
disposição dessas pessoas com o objetivo de efetivar o uso, o gozo e a fruição desses
direitos mesmos.
A previsão desses direitos coloca-se em elevada posição hermenêutica em relação
aos demais direitos previstos no ordenamento jurídico, apresentando diversas
características:
CF=> Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
• ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da lei;
• é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis
e militares de internação coletiva;
A liberdade para criação de obras literárias, cênicas, dramatúrgicas etc. não fica à
mercê de censura ou licença do poder público. Enquanto censura é a reprovação, antes ou
Direito Constitucional 8 Profº Cordeiro
Pró-Concurso de Pernambuco
após a edição ou exibição de uma obra, com o fim de evitar ou retirá-la de circulação; a
licença seria a necessidade de pedido prévio para exibir algo ou algum trabalho.
Obviamente que cabe ao poder público examinar e proceder à classificação
educativa de programas para exibição à sociedade, isso com o objetivo de lhes determinar a
adequação de local, horário, faixa etária etc., para exibição.
Todos têm o direito a se reservar e manter inalterada sua vida íntima e de sua
família, sem a afetação dos valores cultuados. A intimidade é pessoal, enquanto a vida
privada se estende ao campo profissional e social.
“A proteção à honra consiste no direito de não ser ofendido ou lesado na sua
dignidade ou consideração social”, conforme professa Celso Bastos Ribeiro.
O direito à imagem está mais perto quando dos relacionamentos externos. O Texto
Maior proíbe a distorção da imagem de alguém por outrem.
Portanto, havendo a violação de qualquer desses valores, o ofensor responde
civilmente (em pecúnia ou dinheiro) pelos danos (estragos), materiais ou morais, que
eventualmente cause ao ofendido.
A regra geral é que ninguém pode ter sua correspondência devassada, aberta,
bisbilhotada ou investigada sob qualquer pretexto.
A Ordem Maior protege a correspondência escrita (p. ex. cartas, cartões etc.),
comunicação telegráfica (p. ex. código morse), comunicação de dados (p. ex. “Internet”) e
comunicação telefônica.
Quanto à comunicação telefônica, a própria Constituição abre a exceção, ou seja,
poderá ser rastreada (‘grampeada’), desde que ocorram conjuntamente os seguintes
requisitos:
1) haja ordem de um Juiz (não se admite ordem de Delegado ou de Promotor);
2) a quebra do sigilo sirva para investigar a ocorrência de crime (p. ex., durante
um inquérito) OU para instruir (fazer prova) em processo penal;
3) exista uma lei elencando os casos em que o Juiz pode dar a ordem de quebra
do sigilo telefônico.
Se uma informação não está protegida por segredo de justiça ou sigilo oficial, todos
têm o direito constitucional de tomá-la e conhecê-la.
Por outro lado, há informações de que uma pessoa somente tem acesso a elas, em
razão de sua profissão, como, p. ex., o advogado, o repórter, o ministro religioso etc.;
nessas circunstâncias em que a informação fora obtida por um profissional sob sigilo da
fonte de onde veio, porque não pode ou não quer vir a público, o profissional não está
obrigado a revelar a fonte de onde surgiu a notícia, desde que sejam apresentadas as
provas da veracidade das informações.
A livre reunião em local público, para fins pacíficos e sem armas, não se confunde
com o direito de associação, posto que a associação tem objeto múltiplo definido pelos
associados e, geralmente, é criada para existir por tempo indeterminado; enquanto que a
reunião é aglutinação eventual e, atingido o objetivo (que nem sempre é objeto), dissolve-
se sem qualquer formalidade (p. ex., protesto dos sem teto, evento de religiosos etc.).
Não é necessário que os interessados requeiram autorização para realizar o evento,
como condição de não poderem efetivar a reunião, mas há á, porém, a exigência de prévio
aviso à autoridade constituída, cuja finalidade é apenas de segurança, balizamento de
trânsito etc., e se perfaz com uma simples comunicação.
É de se anotar, ainda, que, sendo um direito conferido a todos e a qualquer um, não
pode um evento coincidir com outra reunião marcada, por outro grupo, para o mesmo local.
Sabe-se que é livre a criação ou instituição de associações para fins lícitos e que o
Estado não pode, por barreira de status constitucional, intervir na gestão de seus interesses
e negócios; contudo, poderá surgir um caso, p. ex., em que a entidade associativa se desvie
da finalidade lícita ou tenha sido formada por meio irregular à luz do direito.
Em tais hipóteses, dentre outras, poderão ter suas atividades suspensas
(paralisação temporária do funcionamento) por ordem de Autoridade Judicial. A dissolução
(ou extinção) compulsória (ou obrigatória), como medida extrema que faz desaparecer o
próprio ente associativo, exige que a ordem da Autoridade Judicial se dê por ato de
sentença com o trânsito em julgado, isto é, decisão contra qual não cabe mais nenhum
recurso possível ou previsto no direito.
a) a associação deverá estar expressamente autorizada, seja por lei, seja pelos
estatutos sociais ou seja diretamente pelo associado para um caso específico a
fim de exercerem a representação;
Repetindo a regra do caput, esse inciso reitera que a propriedade será livremente
exercida, observado, como será visto adiante, o atendimento à função social.
Para o direito à propriedade, é o exercício do uso, do gozo (ou fruição) e da
disposição de um bem por um indivíduo que poderá mantê-lo e reclamá-lo contra as
eventuais investidas de terceiros.
c) interesse social => é aquela que visa a atender a ordenação de uma cidade,
segundo o seu plano diretor, como ocorre nas desapropriações para instalação
de moradias populares.
• a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família,
não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua
atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu
desenvolvimento;
A Lei n.º 4.504/64, Estatuto da Terra, diz que Imóvel Rural, é o prédio rústico, de
área contínua, qualquer que seja a sua localização, que se destine à exploração extrativa
agrícola, pecuária ou agro-industrial, quer através de planos públicos de valorização, quer
através de iniciativa privada.
A mesma Lei define a Propriedade Familiar, como o imóvel rural que, direta e
pessoalmente explorado pelo agricultor e sua família, lhes absorva toda a força de trabalho,
garantindo-lhes a subsistência e o progresso social e econômico, com área máxima fixada
para cada região e tipo de exploração, e eventualmente trabalhado com a ajuda de
terceiros.
Para fins de aplicação do inciso constitucional, Pequena Propriedade é o imóvel
rural de área compreendida entre 1 (um) e 4 (quatro) módulos fiscais (esses serão
determinados em razão de cada região e das atividades rurais desenvolvidas).
Penhora é a reserva de bens (móveis e/ou imóveis), por determinação judicial em
processo regular, necessários e suficientes para a satisfação de um débito. Ela não ocorrerá
sobre a pequena propriedade rural trabalhada pela família, com o fim de satisfazer os
pagamentos de débitos que tenham sido contraídos para financiar a atividade produtiva
dessa família na pequena propriedade.
Autor é aquele que elabora ou cria uma obra de natureza literária, artística ou
científica, seja ela escrita, filmada, fotografada etc. O exercício dos direitos sobre a obra
produzida é exclusividade sua, ou seja, é vitalício.
Aos herdeiros fica garantido o direito de exploração da obra após a morte do autor,
até que haja o transcurso do prazo de proteção e a obra entre ou caia em domínio público.
Atualmente esse prazo é de 70 (setenta) anos, contados a partir do dia 1º de janeiro do ano
subseqüente ao falecimento do autor.
• a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua
utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos
nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o
desenvolvimento tecnológico e econômico do país;
A regra geral é que a patente de invenção vigorará pelo prazo de 20 (vinte) anos e a
de modelo de utilidade pelo prazo de 15 (quinze) anos, contados da data de depósito.
Aqui não há exclusividade, como para autores de obras, mas apenas o privilégio de
uso temporário. Tal se justifica em razão do interesse da coletividade para usar das
facilidades do inventor com o fim de alcançar maior desenvolvimento tecnológico (acesso à
praticidade e utilidade dos estudos teóricos) e econômicos (geração de riquezas) do Brasil.
• a sucessão de bens de estrangeiros situados no país será regulada pela lei brasileira em
benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a
lei pessoal do "de cujus";
• todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular,
ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
sociedade e do Estado;
O órgão requerido somente não prestará as informações que estejam sob sigilo e
que comprometam ou possam vir a comprometer a segurança da sociedade (agrupamento
de pessoas politicamente organizadas) e do Estado (pessoa jurídica de direito público
interno com capacidade política).
O inciso somente registra o direito de todos pedirem algo, em defesa, aos poderes
públicos, ou exercitar a denúncia, quando conhecida a prática de ilegalidade (ato contrário à
lei), ou abuso de poder (ato externamente de conformidade com a lei, mas praticado com
excesso ou desvio de poder).
Por outro lado, garante o recebimento de certidão para instruir ou fazer prova do
direito ou esclarecer situação relativa ao interessado.
• a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
agente; 4º) ter o direito entrado a fazer parte do patrimônio do indivíduo, ou ter constituído
o adquirente na posse de um estado civil definitivo; 5º) não ter sido ainda exigido ou ainda
consumado esse direito, isto é, não ter sido ainda realizado em todos os seus efeitos” (in
Retroatividade das Leis Civis. São Paulo, Duprat & Comp., 1909. P. 15).
Ato jurídico perfeito é o que já está consumado de acordo com a lei vigente no
tempo em que o ato se efetuou. A nova lei não poderá modificar essa situação jurídica
estabelecida (p. ex.: suponhamos que a lei atual não exigisse a concordância dos demais
filhos na doação de um imóvel pelo pai para um outro de seus filhos; realizado e concluído o
ato jurídico exatamente de acordo com essa lei e efetivada a doação, a lei nova que passe a
exigir a concordância para os atos dessa natureza, não desconstituirá o ato proposto no
caso).
Finalmente, a coisa julgada é, como dito antes, a decisão por sentença judicial
contra a qual não cabe mais qualquer recurso possível ou admitido no direito.
• é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa => ninguém será considerado culpado até que haja uma
sentença penal condenatória com o trânsito em julgado, sendo assegurado aos
acusados o exercício do contraditório e da ampla defesa, com os meios e
recursos admitidos em direito;
b) o sigilo das votações => o Júri Popular, formado pelo Conselho de Sentença,
cuja composição é de 7 (sete) pessoas comuns da sociedade local, decidirá pelo
voto secreto se o acusado for ou não culpado da conduta a ele atribuída. Caso
não houvesse a garantia de segredo do voto, possivelmente ninguém se disporia
a responsabilizar um semelhante seu, até mesmo por receio de retaliações e
vinganças;
• não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
De qualquer modo, uma conduta somente será considerada crime se, antes de sua
ocorrência, houver uma lei definindo o fato como crime. Do mesmo modo, a pena somente
será aplicada se estiver previamente fixada em lei.
Vimos no estudo dos princípios das relações internacionais que o Brasil repudia o
racismo em qualquer de suas formas. Nosso Ordenamento não admite a segregação ou
sujeição de uma sobre outra raça humana, considerando a hipótese, a ser delineada em lei
própria, como uma conduta que não comporta a prestação de fiança, para responder ao
processo em liberdade, nem tampouco que o tempo influencie no direito do Estado de
perseguir e processar o eventual autor da prática repudiada (contra a prática de racismo
não ocorrerá a prescrição).
O condenado pelo fato deverá cumprir pena de reclusão, ou seja, iniciará sob o
regime penitenciário fechado, recluso, trancado em estabelecimento prisional de segurança
máxima ou média.
Não haverá, portanto, tais benefícios aos que tenham praticado os crimes de tortura,
de tráfico ilícito de entorpecentes ou de outras drogas alucinógenas, o de terrorismo e os
tidos como hediondos.
Hediondos são os crimes já tipificados (fixados) no ordenamento jurídico, mas que,
em razão da repulsa horrenda que causam aos sentimentos mais caros do ser humano,
além da sordidez que imprimem nos valores ideais da dignidade, são classificados num
elenco em que se negam diversos benefícios aos crimes praticados na sua forma simples.
São os seguintes:
I - homicídio, quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que
cometido por um só agente, e homicídio qualificado;
II - latrocínio;
III - extorsão qualificada pela morte;
IV - extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada;
V – estupro;
VI - atentado violento ao pudor;
VII - epidemia com resultado morte;
VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a
fins terapêuticos ou medicinais;
O inciso não demanda maiores explicações, eis que os conceitos já foram assentados
em linhas passadas.
c) multa => é, também, uma penalidade em pecúnia, nas que não reveste
o caráter ressarcitório ou indenizatório (infrações de trânsito);
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX =>
assim, somente haverá a possibilidade de aplicação de PENA DE MORTE quando
o Presidente da República declarar guerra em decorrência de agressão
estrangeira;
c) de trabalhos forçados => trabalho forçado seria o que o detento tivesse que
cumprir contra a sua vontade. Não se confunde com trabalho pesado (quebrar
pedra, carregar pesos etc.). Seria forçado o detento que fosse obrigado pelo
Estado a cortar papel para confetes;
e) cruéis => são as penas que causam sofrimento físico e/ou psíquico ao
condenado.
• às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus
filhos durante o período de amamentação;
O legislador constituinte percebeu que as apenadas são as mães e não seus filhos
recém-nascidos e no período de aleitamento materno. Prestigia-se o direito da criança de
receber o “leite da vida”, evitando que a pena da mãe se estenda, transcendendo, aos filhos
infantes.
Cumpre ao Estado criar todas as condições no que concerne a instalações físicas
(estabelecimentos prisionais especiais com trocador, berçário etc.), saúde (atendimento
pediátrico), assistência (assistentes sociais, orientações higiênicas, psicólogos etc.).
3
Maximilianus C. A. Führer.
Direito Constitucional 21 Profº Cordeiro
Pró-Concurso de Pernambuco
O Brasil não tem força jurídica para extraditar qualquer indivíduo estrangeiro e, por
maiores razões, os brasileiros natos ou naturalizados, em face da prática de crime político
ou de opinião.
Destacamos que é possível a extradição de estrangeiros, assim como a de
brasileiros naturalizados, exceto se se tratar dos crimes descritos no inciso em estudo – os
de natureza política ou de opinião.
No tocante às nomenclaturas utilizadas no estudo da extradição, faz-se necessário
a explanação dos institutos da EXPULSÃO, bem como da DEPORTAÇÃO, nos seguintes
termos4:
• ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
Litigantes, como indica o texto, são as partes que litigam ou que fazem parte ou
estão em lide ou litígio. Lide é, a grosso modo, uma disputa em torno de algo (um direito),
onde uma parte quer ou pretende, p. ex., exercitar um poder sobre um objeto e a outra
parte resiste à pretensão da primeira porque também quer exercitar esse mesmo poder
com exclusividade (conflito de interesses).
Acusados são os indivíduos a quem se atribui a prática de alguma infração de
natureza criminosa, contraventora ou transgressora da disciplina.
4
Tais institutos serão comentados em conformidade com o Estatuto do Estrangeiro.
5
Alexandre de Morais. Direito Constitucional, 7ª edição. Editora Atlas, São Paulo. 2004.
Direito Constitucional 22 Profº Cordeiro
Pró-Concurso de Pernambuco
• será admitida ação privada nos crimes de ação pública, SE esta não for intentada no
prazo legal;
b) ação penal privada => é a ação penal intentada ou promovida diretamente pelo
ofendido ou por seu representante legal, fazendo-o por meio de QUEIXA
dirigida ao juiz competente para conhecer e julgar a ação proposta (p. ex.:
estupro, salvo se a vítima não puder pagar as despesas do processo ou se o
crime foi cometido pelo pai, padrasto, tutor ou curador da vítima).
tríduo, entender-se-á que não tem o que aditar, prosseguindo-se nos demais termos do
processo.
• ninguém será preso senão em flagrante delito OU por ordem escrita e fundamentada
de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou
crime propriamente militar, definidos em lei;
São deveres inafastáveis da autoridade que realizar uma prisão qualquer, expedir
as necessárias comunicações ao Juiz, informando-lhe quem foi capturado e preso e em que
local está à disposição do Estado.
Por outro lado, surge o direito do preso de comunicar à sua família, ou a outra
pessoa que assim o desejar (amigo, patrão, padre, pastor etc.), isso com o objetivo de
preservar a integridade do preso, viabilizar os atos necessários à sua defesa, evitar os
abusos e excessos contra o tutelado etc.
Esclareça-se que a comunicação prevista na segunda parte do inciso é alternativa.
Ou seja, ou avisa à família ou avisa à pessoa indicada pelo preso. Em qualquer hipótese,
ainda terá direito a chamar seu advogado, que não se inclui no rol do dispositivo.
• o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu
interrogatório policial;
É um direito assegurado à pessoa tutelada saber quem está efetuando sua prisão,
bem como o nome e o grau de autoridade do responsável pelo interrogatório. São aspectos
importantes da solenidade e formalidades inquisitoriais, cujas inobservâncias, às vezes,
revelam ilegalidade ou abuso no procedimento e conduzem à nulidade em benefício do
detido.
O nosso Código de Processo Penal, no que respeita à prisão em flagrante, p. ex.,
diz, no art. 301, que “Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes
deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito”.
A Constituição quer personificar a autoridade constituída (autoridade policial e
agentes) ou a autoridade investida eventual (qualquer do povo).
Ilegal é o ato prisional que inobserva os requisitos inafastáveis previstos na lei para
lhe dar lisura ou regularidade.
A prisão procedida com inobservância dos mandos da lei DEVE SER aberta
(revogada ou reconsiderada) pela autoridade JUDICIAL que a determinou (por pedido direto
de reconsideração do ato, onde se evidenciem as ilegalidades) ou por autoridade, também
judicial, de instância superior (por intermédio de habeas corpus, p. ex.).
• ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade
provisória, com ou sem fiança;
julgado, ou, em qualquer caso, se houver no processo prova de ser o réu vadio, o réu livrar-
se-á solto independentemente de fiança, no caso de infração, a que não for, isolada,
cumulativa ou alternativamente, cominada pena privativa de liberdade ou quando o máximo
da pena privativa de liberdade, isolada, cumulativa ou alternativamente cominada, não
exceder a 3 (três) meses.
A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração punida
com detenção ou prisão simples.
Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz, que decidirá em 48 (quarenta e
oito) horas.
Nos casos de prisão em flagrante pela prática de crime contra a economia popular
ou de crime de sonegação fiscal, a liberdade provisória somente poderá ser concedida
mediante fiança, por decisão do juiz competente e após a lavratura do auto de prisão em
flagrante;
• não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento
voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
Pelo simples fato de dever, ninguém será preso no Brasil, desde que a dívida não
seja decorrência, obviamente, de fato típico criminoso. Mesmo aí, a prisão não seria pela
dívida, mas sim pela prática de infração penal.
São elencadas duas hipóteses em que o devedor meramente civil poderá ser preso:
b) depositário infiel => é o que não devolve a coisa que lhe foi entregue em
depósito. Seja voluntário ou necessário o depósito, o depositário que o não
restituir, quando exigido, será compelido a fazê-lo, sob pena de prisão não
excedente a 1 (um) ano, e a ressarcir os prejuízos.
REMÉDIOS JURÍDICOS
não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza, quando o
processo for manifestamente nulo, quando extinta a punibilidade.
O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou de
outrem, bem como pelo Ministério Público, independente de atuação de advogado, além da
ordem poder ser dada ‘ex officio’ (independente de pedido e mediante verificação de
iminência ou efetiva coação ilegal) por qualquer juiz ou tribunal, sendo gratuita sua
impetração.
Não é excesso lembrar que a Constituição veda a concessão de habeas corpus para
os casos de punições disciplinares militares (§ 2º do art. 142).
Injunção, para o vernáculo, significa imposição, ordem, força etc. Pois bem!
Verificada a ausência de norma que viabilize o exercício de um direito ou garantia
constitucionalmente assegurada, mas pendente dessa norma regulamentadora, o
interessado manejará a ação de injunção requerendo à autoridade judiciária competente a
ordem ou imposição de obrigação para que o Poder Público regulamente a situação em que
seu direito não está sendo praticado por falta de regulamento.
Não se discute legalidade ou ilegalidade de leis nem se busca resolver litígios
concretos com base no direito posto (positivado ou vigente). Quer-se demonstrar a
impossibilidade de exercitar um direito, desde logo assegurado pela Constituição, em face
da omissão na edição de norma regulamentadora, reclamando-se uma via para o seu
exercício.
Interessante anotar que, segundo nossa doutrina e jurisprudência atual, o
julgamento do mandado de injunção somente e apenas constata a AUSÊNCIA OU OMISSÃO
DA NORMA REGULAMENTADORA de UM DIREITO OU LIBERDADE CONSTITUCIONAL
ASSEGURADOS ou, ainda, a IMPOSSIBILIDADE DO EXERCÍCIO DAS PRERROGATIVAS
INERENTES À NACIONALIDADE, À CIDADANIA E À SOBERANIA (esta é relativa à popular e
não à soberania estatal), fazendo a comunicação ao órgão responsável pela omissão e
determinando a regulamentação do dispositivo em determinado prazo, mas não poderá ele
próprio, o Poder Judiciário, em face da independência dos Poderes, legislar a matéria
pendente de normatividade.
• conceder-se-á “habeas-data”:
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso,
judicial ou administrativo;
• qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor,
salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista etc., das esferas
Federal, Estadual ou Municipal), a nulidade de ato lesivo à moralidade administrativa, a
nulidade de ato lesivo ao meio ambiente e a nulidade de ato lesivo ao patrimônio histórico e
cultural.
Sabemos que cidadão é o nacional em pleno exercício de seus direitos cívicos e
políticos (v. g., direito ao voto); esses dizem respeito à fiscalização do patrimônio e dos
interesses sociais coletivos, a fim de evitar os desmandos e ingerências na coisa pública (ou
de todos), objetivando a preservação dos valores para a entrega às gerações futuras.
“Na conceituação atual, lesivo é todo ato ou omissão administrativa que desfalca o
erário ou prejudica a Administração, assim como o que ofende bens ou valores artísticos,
cívicos, culturais, ambientais ou históricos da comunidade”. (Hely Lopes Meirelles)
A Constituição exige: propositura só por ELEITOR, ato ILEGAL e conseqüência
LESIVA.
Finalmente, o inciso isenta das despesas processuais o cidadão que propôs a ação
com direção, consciência cívica, retidão de propósito etc., ao mesmo tempo em que deixa
firme a responsabilidade pelo seu pagamento se estiver litigando em comprovada má-fé (p.
ex.: utilizar a ação para impedir o agir administrativo de adversário político etc.).
• o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além
do tempo fixado na sentença;
No inciso acima, duas são as situações em que o Estado responderá civilmente (com
pecúnia ou dinheiro):
a) no caso de condenação por erro judiciário => para Luiz Antônio Soares Hentz,
“opera com erro o juiz sempre que declara o direito a um caso concreto, sob
falsa percepção dos fatos; a decisão ou sentença divergente da realidade
conflita com os pressupostos da justiça, entre os quais se insere o
conhecimento concreto dos fatos sobre os quais incidirá a norma jurídica”. Para
o ilustre Professor, as principais causas do erro judiciário são: a) erro ou
ignorância; b) dolo, simulação ou fraude; c) erro judiciário decorrente da
culpa; d) decisão contrária à prova dos autos; e) erro provocado não
imputável ao julgador; f) errada interpretação da lei; g) erro judiciário
decorrente da aplicação da lei”;
b) deixar alguém preso além do tempo determinado em sentença => o juízo das
execuções penais não pode permitir que o apenado permaneça por mais tempo
que o imposto na sentença penal condenatória. A presente situação distingue-
se da anterior: lá há erro judiciário; aqui, excesso no cumprimento de pena ou
ilegalidade no ato de prisão.
b) a certidão de óbito;
• são gratuitas as ações de "habeas corpus" e "habeas data", e, na forma da lei, os atos
necessários ao exercício da cidadania.
O inciso incluído pela EC nº 45/2004 quer dar rapidez e utilidade aos processos em
curso tanto no âmbito administrativo quanto no judicial. A determinação de asseguração, no
entanto, padece de efetividade imediata, pois que a Constituição, embora com boa
intenção, utilizou-se de conceitos vagos e imprecisos quando adotou as expressões
‘razoável duração’ e ‘meios que garantam a celeridade’, sem estabelecer os indigitados
prazos e respectivos mecanismos ou instrumentos à materialização.
No entanto, em se verificando certos instrumentos normatizados nos diplomas
legais infraconstitucionais, como, por exemplo, o Código de Processo Civil, podemos
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OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:
Fianlmente, a CF diz, nos parágrafos do artigo 5º, que as normas definidoras dos
direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata, sendo, pois, de eficácia plena ou
contida (restringível), e que os direitos e garantias expressos no Texto não excluem outros
decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em
que a República Federativa do Brasil seja parte.
A propósito das relações estabelecidas em decorrência do direito internacional, o
Texto Magno atualmente dispõe que os tratados e convenções internacionais sobre direitos
humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois
turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às
emendas constitucionais.
Além disso, o Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja
criação tenha manifestado adesão.
CF=> art. 6º. São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o
lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência
aos desamparados, na forma desta constituição.
Os direitos sociais foram meramente indicados no artigo 6º, CF, acima posto, mas
explicitados em Títulos, Capítulas ou Seções próprias, consoante se verá oportunamente.
A grosso modo, porém, sociais são os direitos inerentes ao bem-estar social e,
notadamente, os que visam à prestação de assistência à saúde da população, o amparo dos
desvalidos na velhice ou no infortúnio laborativo ou econômico-social etc., objetivando o
crescimento da comunidade, oportunizando os meios, e o pleno desenvolvimento do
homem, enquanto tal, construindo uma sociedade solidária etc.
CF => art. 7º. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:
Trabalhador é toda pessoa que exerce atividade produtiva. Não se confunde com
empregado (trabalhador subordinado, para serviço não eventual, a empregador
determinado com quem mantém relação de emprego e mediante o pagamento de salário
periódico) que é espécie do gênero. Assim, também como os empregados, são espécies de
trabalhadores:
c) os temporários => são os que trabalham para uma empresa que é contratada
por tempo certo e determinado para a prestação de um serviço (João,
digitador, é contratado da empresa ‘A’, prestadora de serviços de digitação
para as empresas ‘B’; a relação jurídica trabalhista de João é com a empresa
‘A’, que não se beneficia dos trabalhos de digitação feitos em favor de ‘B’; por
sua vez, a empresa ‘B’ não exerce os poderes de orientação, fiscalização e
disciplinar sobre João, que não é seu empregado; o contrato entre as empresas
é de natureza civil);
Trabalhador rural é “... a pessoa física que presta serviços de natureza rural a
empregador, mediante remuneração de qualquer espécie” (art. 3º, § º, letra ‘a’, Lei
Complementar n.º 11/71).
A Constituição, embora não faça de modo direto, dirige seu conteúdo protetivo para
o trabalhador empregado, entendido este como “aquele que vende seu trabalho a outrem,
sob uma condição de subordinação” (Celso Ribeiro Bastos).
• relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos
termos da lei complementar que preverá indenização compensatória, dentre outros
direitos;
A relação jurídica de prestação de serviço de uma pessoa física para outra pessoa,
física ou jurídica, de natureza não eventual, estando o primeiro sob a dependência do
segundo, e mediante salário, não pode, em princípio, ser rompida sem qualquer motivo que
justifique o afastamento do empregado.
Caso ocorra, no entanto, será a dispensa considerada imotivada ou arbitrária e,
assim, o empregador pagará uma indenização em dinheiro em favor do empregado.
Atualmente, o valor da indenização é de 40% (quarenta por cento) sobre o valor do
crédito de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço a que tem direito o empregado.
Obs.: A lei complementar n.º 110/2001 elevou o valor da multa para 50%
(cinqüenta por cento) sobre os mesmos valores indicados, mas o empregado continua
recebendo os mesmos 40% (quarenta por cento), sendo o restante destinado ao pagamento
da atualização monetária não implementada quando dos planos econômicos Collor e Verão.
Vê-se que, além de ser uma lei casuísta, é de duvidosa constitucionalidade.
Somente será concedido o seguro ao empregado que, por ato totalmente estranho à
sua vontade, perdeu o emprego.
O Programa de Seguro-Desemprego tem por finalidade prover assistência financeira
temporária ao trabalhador desempregado em virtude de dispensa sem justa causa, inclusive
a indireta, e auxiliar os trabalhadores na busca ou preservação do emprego, promovendo,
para tanto, ações integradas de orientação, recolocação e qualificação profissional.
Observado o preenchimento dos requisitos legais pelo trabalhador desempregado
involuntariamente, o gozo do benefício será conferido em quotas de salário-desemprego por
um período variável na lei específica que rege a matéria, contado da data de dispensa que
deu origem à primeira habilitação.
É um direito exclusivo e intransferível, ou seja, somente o que perdeu
involuntariamente o emprego poderá solicitá-lo e não poderá ser passado de um
beneficiário para outra pessoa qualquer. A concessão cessará quando desaparecidas as
razões do deferimento do direito.
A Constituição garante o pagamento de, pelo menos, um salário mínimo, que terá o
mesmo valor no território Nacional, com estabelecimento e reajuste periódico em lei.
Pelo dispositivo em estudo, os vetores do mínimo unificado são o suporte para
atendimento das despesas de moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário,
higiene, transporte e previdência social, o que, hoje, não traduz a realidade econômica,
sendo uma quimera o mandamento constitucional.
Piso salarial não se confunde com salário mínimo. O primeiro é o mínimo fixado
para a categoria laborativa, a título de salário profissional, por intermédio de negociações
coletivas entre os sindicatos patronais e de empregados, não podendo o empregador, que
eventualmente disponha do trabalho de participantes da categoria, pagar-lhe menos que o
salário mínimo profissional. O segundo, já o vimos, é o mínimo básico para qualquer
trabalhador.
Se, p. ex., o nosso salário mínimo nacional é de R$ 100,00 (cem reais), e, por
intermédio das negociações coletivas, os vigilantes, como categoria profissional organizada,
conquistaram o salário base de R$ 200,00 (duzentos reais), os empregadores de vigilante
somente poderão pagar como mínimo profissional esse segundo valor sobre o qual incidirão,
eventualmente, horas extras, adicional noturno etc.
Após garantir o mínimo geral e o mínimo profissional, a Magna Carta vem garantir
aos que trabalham sob regime de remuneração variada, como, p. ex., os que percebem
comissões sobre vendas, o recebimento de pelo menos um salário mínimo, eis que ele
representa a quantidade menor em dinheiro capaz de atender as necessidades vitais do
trabalhador e de sua família, sem a qual o trabalhador será ultrajado em sua condição e
dignidade de pessoa humana.
justo que seu trabalho viesse a ser igualmente remunerado como o dos trabalhadores
diurnos.
Portanto, a Constituição determina o pagamento de um adicional noturno sobre o
salário contratual (atualmente num mínimo de 20%), devido pelos serviços prestados entre
22h de um dia e 5h do outro, isso para os trabalhadores urbanos.
O adicional noturno do trabalhador rural é específico e no mínimo de 25% (vinte e
cinco por cento):
Tem direito ao benefício todo empregado das empresas indicadas na lei, qualquer
que seja o valor e a forma de sua remuneração, sendo devido na proporção do número de
filhos menores, de qualquer condição (natural ou adotado), até 14 anos de idade.
O benefício será custeado mediante o sistema de compensação, cabendo a cada
empresa, qualquer que seja o número e o estado civil de seus empregados, recolher, para
esse fim, ao Instituto de Seguridade a que estiver vinculada, a contribuição que for fixada
em correspondência com o valor da quota percentual.
O pagamento das quotas do salário-família será feito pelas próprias empresas,
mensalmente, aos seus empregados, juntamente com o do respectivo salário,, procedendo-
se ao reembolso o, mensalmente, dos pagamentos das quotas feitos aos s seus empregados,
na forma da lei, mediante desconto do valor respectivo no total das contribuições recolhidas
ao Instituto de Seguridade a que forem vinculadas..
• duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro
semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante
acordo ou convenção coletiva de trabalho;
• gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário
normal;
h) para amamentar o próprio filho, até que este complete 6 (seis) meses de idade,
a mulher terá direito, durante a jornada de trabalho, a 2 (dois) descansos
especiais, de meia hora cada um. Quando o exigir a saúde do filho, o período
de 6 (seis) meses poderá ser dilatado, a critério de autoridade competente.
• redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e
segurança;
• aposentadoria;
• assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até seis anos de idade
em creches e pré-escolas;
garante o benefício assistencial aos menores de 6 (seis) anos que estejam na condição de
filhos ou dependentes do trabalhador.
A prestação da assistência determinada pelo inciso poderá ocorrer de modo direto,
quando o empregador mantenha estabelecimentos para assegurar o cumprimento da
determinação constitucional, ou indireto, na hipótese de o empregador ressarcir ou
reembolsar as despesas com creches ou pré-escolas do empregado com filhos e
dependentes entre 0 (zero) e 6 (seis) anos de idade.
Acordos (aqueles que ocorrem em nível de empresa) e convenções (os que se dão
em nível de categorias econômicas e profissionais) coletivas de trabalho são as duas
espécies de negociações coletivas (= autocomposição dos conflitos coletivos de trabalho),
agora com status (reconhecimento) em nível constitucional. Significa dizer que os
trabalhadores dispõem desses dois instrumentos para tratarem dos assuntos que dizem
respeito aos seus interesses e direitos na relação com seus empregadores, visando a criar
melhores condições na prestação dos serviços ou aumentar os direitos mínimos previstos na
norma trabalhista básica.
Conforme visto em linhas anteriores, é por meio dessas negociações (acordos ou
convenções) que os trabalhadores poderão ter aumentado o percentual de hora extra,
redução da jornada de trabalho, fixação de prazos mais dilatados para as licenças e
estabilidades provisórias etc. Os assuntos tratados por composição negocial poderão cuidar
de todos os direitos trabalhistas, desde que não reduzam os limites já garantidos pelas leis
postas no ordenamento.
Não é despiciendo lembrar que tanto os acordos quanto as convenções coletivas de
trabalho devem ter a participação dos sindicatos das categorias profissionais
(trabalhadores) e econômicas (empregadores), como condição de validade das negociações
estabelecidas.
• ação, quanto a créditos resultantes das relação de trabalho, com prazo prescricional de
cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a
extinção do contrato de trabalho;
Todos são iguais perante a lei e sem distinção de qualquer natureza, como bem
assenta o artigo 5º, CF/88, estudado acima.
O pagamento de salário, o exercício de funções e as exigências para contratação de
alguém não podem variar em razão de o candidato ao emprego ser homem ou mulher,
jovem ou idoso, amarelo ou branco, casado ou solteiro, gordo ou magro etc.
O caso concreto é que vai determinar a ocorrência ou não de discriminação
trabalhista. Não se pode alegar discriminação, p. ex., quando uma empresa exigir
candidatas do sexo feminino para trabalhar em salões de depilação feminina.
A Constituição não está, por esse inciso, igualando o trabalho ou o trabalhador braçal
ao artístico ou intelectual. A proibição é precisamente no sentido de que o ordenamento
jurídico não pode, sob qualquer pretexto, deixar de tutelar, proteger ou normatizar as
diferentes espécies de trabalho.
Não poderá haver distinções que excluam da proteção qualquer tipo de trabalho,
desde que configurados os elementos do contrato de trabalho, segundo a lição de Valentin
Carrion, às fls. 37 de seus Comentários à Consolidação das Leis do Trabalho, Saraiva/2002.
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - SUM.205 - Tem direito a salário integral o menor não
sujeito à aprendizagem metódica.
Doméstico é a pessoa física, homem ou mulher, que trabalha para outra (s) pessoa
(s) física (s), prestando serviços de natureza contínua e de finalidade não lucrativa, no
âmbito residencial do empregador doméstico (p. ex.: arrumadores, cozinheiros, jardineiros,
babás etc.).
O regime constitucional de proteção é específico, justificando-se porque o
empregado doméstico não presta serviços de natureza lucrativa para o seu empregador.
Nos moldes das explanações supra, são-lhes assegurados:
a) salário mínimo;
b) irredutibilidade do salário;
f) licença à gestante;
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g) licença-paternidade;
h) aviso prévio;
i) aposentadoria.
A ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício
mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a
promulgará, atendidos os princípios estabelecidos na Constituição Federal e na Constituição
do respectivo Estado.
O Distrito Federal, que não pode ser dividido em Municípios, reger-se-á por lei
orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois
terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos na
Constituição Federal, cabendo-lhe as competências legislativas reservadas aos Estados e
Municípios.
Desde os tempos antigos até a idade moderna houve pouca evolução nos conceitos e
sistemas de Estado. No período medieval, particularmente centralizador, o poder estava
concentrado nas mãos de um monarca absoluto, vivendo-se então, de certa forma, sob
o Estado de Polícia, quando o direito público se resumia numa só verdade: “O rei não
erra; o rei não lhe fará mal”. Tais citações inspiravam-se fortemente na infeliz união
entre o Estado e a Igreja, de onde veio a noção de que o poder real seria concedido por
Deus, daí resultando a infalibilidade do seu exercício e, como corolário, a absolutismo
pleno, bem representado pela máxima de Luís XIV, Rei da França: “O Estado sou eu”.
Esse tipo de filosofia política não deixava espaço para o desenvolvimento do Direito
Administrativo.
Somente com os movimentos revolucionários e filosóficos ocorridos na França e na
Inglaterra e que se passou a buscar um modelo de Estado diferente, inspirando-se
particularmente nos escritos dos antigos filósofos gregos, como Platão, por exemplo.
A partir daí o atual conceito de Estado foi sendo desenvolvido, com destaque para o
Barão de Montesquieu, que a partir dos estudos que realizou nas obras de John Locke,
explicitou, no livro “O Espírito das Leis”, que o poder real tinha em si concentradas três
formas de manifestação, a saber: A LEGISTATIVA, A EXECUTIVA E A JUDICIÁRIA.
Até os dias de hoje essa tripartição serve de modelo para os Estados modernos, sendo
que a cada qual dessas manifestações de poder corresponde uma função peculiar, mas
não exclusiva. Diz o Art. 2º da CRFB: “São poderes da União, independentes e
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.” Assim sendo, não há
hierarquia entre eles.
Como ente personalizado, o Estado tanto poder atuar no campo do Direito Público como
no do Direito Privado, mantendo sempre sua única personalidade de Direito Público, pois
a teoria da dupla personalidade do Estado acha-se definitivamente superada.
Esse é o Estado Democrático de Direito, ou seja, o Estado cujo poder emana do povo e é
juridicamente organizado sendo obediente às suas próprias leis.
Destarte, não existirá um Estado Democrático de Direito, sem que haja (divisão de
funções) Poderes de Estado, independentes e harmônicos entre si, bem como previsão de
direitos e garantias individuais.
As três funções básicas foram adotadas pela CF, expressas no art. 2º:
Não existe subordinação, pois atuam de modo independente, bem como não devem
existir conflitos entre eles, devido ao objetivo de todos os poderes: assegurar o bem
comum.
A função legislativa: estabelecer as regras de direito gerais e impessoais, impostas
coativamente a todos.
A função executiva: administração do Estado, de acordo com as leis elaboradas pelo
Legislativo.
A função judiciária: atividade de distribuição da justiça e aplicação da lei ao caso
concreto, em situações de litígio.
A separação dos poderes não é rígida, pois existe uma “interferência” de um poder
no outro, ou seja, um poder desempenha sua funções, mas ao mesmo tempo fiscaliza o
outro poder (conhecido como sistema de freios e contrapesos). Também não é absoluta,
posto que nenhum poder exercita apenas as suas funções típicas, sendo necessário
ressaltar que cada um dos chamados poderes possui uma função predominante (funções
típicas), que o caracteriza como detentor de uma parcela da soberania estatal, além de
outras funções previstas no texto constitucional (funções atípicas), senão vejamos:
O Poder Executivo é responsável por sancionar ou vetar os projetos de lei do Poder
Legislativo, bem como edita medidas provisórias com força de lei (art. 62; 66, § 1° );
O Poder Legislativo tem o dever de julgar anualmente as contas do Poder Executivo
(art. 49, IX, CF);
É de competência do Poder Executivo nomear os Ministros dos Tribunais Superiores
do Poder Judiciário, após prévia aprovação do Congresso Nacional (art. 52,III; e 84, XIV);
O chefe do Poder Executivo é julgado pelo Poder Legislativo nos casos de crimes de
responsabilidade;
O chefe do Poder Executivo é julgado pelo Poder Judiciário nos casos de crime
comum.
PODER LEGISLATIVO
No que respeita ao Poder Legislativo as funções típicas são legislar e fiscalizar,
tendo ambas o mesmo grau de importância. Destarte, se por um lado a CF estabelece as
regras de processo legislativo (elaboração das leis), de outro, determina que ao Congresso
compete a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial
da União (art. 70, CF).
A função típica parlamentar de fiscalização, pode ser classificada em:
Legislar, por seu turno, revela-se como expressão de editar leis, inovando a Ordem
Jurídica Positiva por meio de atos de caráter geral, abstratos e coercitivos.
Na viga das funções atípicas estão administrar e julgar. Exerce função executiva
quando administra seus bens e instalações (licitações e contratos); e a judicante, quando o
Senado Federal julga o Presidente da República pelos crimes de responsabilidade
(julgamento político em que funciona como Presidente da seção do Supremo Tribunal
Federal).
No exercício de suas funções, os membros do Poder Legislativo estão resguardados
por um rol de prerrogativas, imunidades e incompatibilidades que compõem o chamado
Estatuto dos Congressistas, como se verá.
• O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal (art. 44, CF).
O termo legislatura não deve ser confundido com sessão legislativa. Enquanto esta
é anual e compreendida entre 15 de fevereiro a 30 de junho e 1º de agosto a 15 de
dezembro, compondo-se assim de dois períodos, a primeira (legislatura) compreende o
período de quatro anos, sendo certo afirmar que cada legislatura tem quatro seções
legislativas.
• O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito
Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população,
procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma
daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta
Deputados.
Não é excesso lembrar que não mais existem, atualmente, Territórios Federais no
Brasil e, caso tornem a existir, que eles não têm personalidade jurídica política, fazendo
parte do ente político que o criou. Assim, somente têm autonomia administrativa, faltando-
lhes autonomia política, como expressão da capacidade para autogoverno por meio da
edição de leis.
Com os quatro Deputados Federais, expressam, de modo sui generis, a vontade de
seu povo na composição da representação nacional. Não sendo pessoas jurídicas políticas,
isto é, não sendo Unidades Federativas, não têm representantes no Senado Federal.
• Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três senadores, com mandato de oito
anos.
Eis a razão por que a cada eleição os Estados e o Distrito Federal elegem, numa
eleição, 1 (um) Senador e, na outra, 2 (dois) Senadores, alternadamente, restando
respeitado o prazo da legislatura e possibilitando-se que o legítimo representante da
Unidade Federativa exerça os oito anos do mandato para o qual fora escolhido.
Deliberar nada mais é do que tomar ou adotar uma decisão após discussão acerca
de determinado assunto, matéria ou negócio.
A regra geral de QUORUM de votação estabelecida é que cada uma das Casas
(Câmara dos Deputados e Senado Federal) ou de suas Comissões (permanentes ou
provisórias, simples ou mistas) deverá ter a aprovação da maioria relativa de seus
membros, salvo se outro modo for determinado pela Constituição Federal.
Maioria simples ou relativa é aquela em que, estando presentes metade mais
um dos integrantes do órgão, exige o voto da metade mais um dos presentes.
Maioria absoluta é a exigência de voto favorável de mais da metade dos
integrantes da Casa Legislativa ou Comissão.
Maioria qualificada, na Constituição Federal do Brasil, é a que exige voto
favorável de 3/5 dos membros.
P. ex.: Suponha-se que o Senado Federal conte com 100 (cem) parlamentares.
Então,
2) a maioria simples será representada por metade mais um dos presentes à seção,
sendo composto, para a hipótese, de 26 (vinte e seis) votos favoráveis (aprovação
de Leis Ordinárias);
PODER EXECUTIVO
A exemplo do que foi dito quanto ao Legislativo, depois de cuidar do Estado nos
aspectos de sua formação (criação), organização (composição) e distribuição de
competências, a Constituição passa a normatizar o aspecto FUNCIONAL dos Poderes
constituídos.
Executar, como expressão de atender aos preceitos determinados nas leis,
administrando a coisa pública por meio de atos de caráter concretizador da vontade da lei, é
função típica do Poder Executivo.
Assim, a função primordial do Poder Executivo é administrar o Estado de acordo
com as leis elaboradas pelo Poder Legislativo, constituindo-se em órgão constitucional,
cujas funções precípuas são a prática dos atos de chefia de Estado E de governo,
exercidas conjuntamente pelo Presidente da República, por ser o nosso sistema de governo
o presidencialista, ou seja, é uma forma monocrática, onde a duas funções convergem em
uma só autoridade.
As funções atípicas são as legislativas, como examinadas no item anterior (p. ex.:
editar medidas provisórias e leis delegadas), e julgadoras (p. ex.: processo disciplinar
administrativo).
Nas disposições constitucionais, temos:
• Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político,
obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos.
Ocorrendo a situação descrita, não haverá segundo turno de votação para escolha
do Chefe do Executivo Nacional. A eleição é direta e será vencedor o que tiver recebido
metade mais um dos votos válidos.
Tomando o primeiro exemplo acima, imagine-se que o candidato ‘A’ obteve 255
votos, ‘B’ teve 250, ‘C’ também 250 e ‘D’ recebeu 145 votos. Os 100 restantes foram nulos
e em branco, portanto, inválidos e não computáveis. Considerando o empate entre os dois
ocupantes do 2º lugar, quem irá para o segundo turno com ‘A’?
Cabe à Justiça Eleitoral verificar, pois, quem é o mais idoso entre os candidatos ‘B’ e
‘C’ e, em seguida, conferir-lhe a habilitação para concorrer no segundo turno.
Por intermédio de tal ato político solene público, o Congresso Nacional, na condição
de legítima representação do POVO (Deputados Federais) e das Unidades Federativas
(Senadores), concede posse ao candidato eleito à Presidência da República, habilitando-o ao
exercício das funções inerentes ao cargo.
• Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o Vice-Presidente,
salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago.
A vacância (estado do que está vago, sem ocupante) da Presidência, que admite
comprovação de fato alheio à vontade do eleito (p. ex.: força maior decorrente de doença),
gera efeitos diversos em relação ao tempo de sua ocorrência, como se verá abaixo.
• o Vice-Presidente da República, além de outras atribuições que lhe forem conferidas por
lei complementar, auxiliará o presidente, sempre que por ele for convocado para
missões especiais.
• Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para
ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional,
na forma da lei.
Não é excessivo lembrar que será admitido o pleito, em busca da reeleição ao cargo
de Presidente, apenas para o período imediato e por única vez, não sendo obrigatório o
afastamento das funções executivas (desincompatibilidade), salvo se o Presidente visar
concorrer a outro cargo (p. ex.: Deputado Federal).
1. Não podem ser contrário às leis, nem criar direitos ou obrigações, ou seja, não alteram
a lei (princípio da legalidade). O regulamento depende da lei, nela encontrando seu
fundamento de validade.
2. Não são admitidos pelo nosso ordenamento jurídico os regulamentos autônomos ou
independentes, editados com o fim de suprir as lacunas da lei.
DO PODER JUDICIÁRIO
• O tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto fundamentado de
dois terços de seus membros, assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação
até fixar-se a indicação;
• Não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder
além do prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho
ou decisão;
• Nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores poderá ser
constituído órgão especial com o mínimo de onze e o máximo de vinte e
cinco membros, para o exercício das atribuições administrativas E
jurisdicionais DELEGADAS DA COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL PLENO,
provendo-se metade das vagas por antigüidade e a outra metade por eleição pelo
tribunal pleno;
essas regras são de observância obrigatória para todo e qualquer órgão ou Poder de
qualquer das esferas de governo.
São Tribunais Superiores o STF, o STJ, o TSE, o STM e o TST, destacando-se que a
regra do quinto constitucional, salvo quanto ao TST, não se aplica aos Tribunais Superiores,
que possuem regras específicas para sua composição (art. 94).
TSE = composição de, no mínimo, 7 (sete) Juízes (vide arts. 118 e 119). De se
ressaltar que a CF somente exige requisitos especiais para os dois Juízes pertencentes à
advocacia, uma vez que os outros são membros do STF e do STJ. Obrigatoriamente, o
Presidente e o Vice-presidente do TSE serão Ministros do STF, eleitos pelos sete Juízes
eleitorais e o Corregedor Eleitoral será Ministro do STJ, igualmente eleito (art. 119,
parágrafo único).
TST = a composição é de 27 (vinte e sete) Ministros, escolhidos dentre brasileiros
com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, nomeados pelo Presidente da
República após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, observada a regra do
quinto constitucional (art. 94).
O STM é composto por 15 (quinze) Ministros, sendo 10 militares e 05 civis. Ver art.
123 da CF
• Exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério.
Significa que os Juízes somente podem ocupar o cargo de magistrado para o qual
foram nomeados e mais um cargo ou função pública de professor.
A novidade (quarentena) também trazida ao Texto Maior pela EC 45/04 visa coibir
uma prática que se propagava de modo muito comum perante o Poder Judiciário, isto é, a
utilização da influência de antigos ocupantes de cargos na magistratua ativa, já agora na
atividade ou no exercício da advocacia. O preceptivo revela preocupação com a moralização.
De qualquer sorte é bom que seja frisado tratar-se de regra de impedimento
relativo, pois que não inibe o total exercício da profissão advocatícia por então membros do
Judiciário, pois que, por exemplo, um Juiz do trabalho aposentado, no território de
jurisdição do órgão do qual tenha se afastado, pode livremente exercer a advocacia perante
outros Juízoa ou Tribunais, como é o caso da Justiça Federal comum, Justiça Estadual,
Justiça Eleitoral etc.
Além disso, não há óbices para a imediata advocacia perante outros tribunais com
jurisdição distinta daquele em que se deu o afastamento. Assim, não existem impedimentos
para que um desembargador aposentado do Tribunal de Justiça de Alagoas inicie,
imediatamente após sua aposentação, o exercíio do patrocínio advocatício perante o
Tribunal de Justiça de qualquer outro ente da Federação.
ofensivo, entendidas estas como os crimes (não entram as contravenções penais) a que a
lei comine pena máxima não superior a dois anos, ou multa.
Ao Juizado Especial Federal Cível compete processar, conciliar e julgar causas de
competência da Justiça Federal até o valor de 60 (sessenta) salários mínimos, bem como
executar as suas sentenças.