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Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ
ÓRGÃO ESPECIAL
Recurso: 0062211-56.2020.8.16.0000
Classe Processual: Direta de Inconstitucionalidade
Assunto Principal: Inconstitucionalidade Material
Autor(s): JOSÉ RODRIGUES LEMOS
Polo Passivo(s): Município de Cascavel/PR
Câmara Municipal de Cascavel/PR
Defende que a legislação objurgada também viola o princípio da prioridade absoluta das
crianças e adolescentes, previsto no artigo 277 da Constituição Federal, de acordo com o qual é dever da
família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem o direito à educação.
Aponta, ainda, contrariedade aos artigos 206 da Constituição Federal, 1º, 2º e 14, da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação (Lei nº 9394/1996) e 12, V, 184 e 186 da Constituição do Estado do
Paraná.
Por meio da decisão de mov. 9.1, determinei a intimação do autor para emendar a inicial,
ao efeito de a) indicar especificamente as normas da Constituição do Estado do Paraná que teriam sido
violadas pelo ato normativo vergastado, assim como os fundamentos jurídicos em relação a cada uma das
impugnações; b) promover a juntada de cópia integral do processo legislativo que deu origem à norma ora
questionada.
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Ao mov. 14.1, concedi ao autor nova oportunidade de emendar a inicial, para expor os
fundamentos jurídicos de seu pedido de declaração de inconstitucionalidade da norma impugnada e trazer
aos autos cópia do processo legislativo que originou a lei vergastada.
O autor emendou a inicial (mov. 25.1), apontando que a Lei municipal nº 7.160/2020, de
Cascavel, violou o disposto nos artigos 66, IV, 12, V, 17, VI, 165, 177, 178, 179, 184 e 186 da
Constituição do Estado do Paraná. Juntou os documentos de movs. 25.2 a 25.21.
Retornaram-me conclusos.
É o relatório.
Com efeito.
Tal provimento só pode ser concedido em face do fumus boni juris e do periculum in
mora, que devem exsurgir, com clareza, da petição inicial, a partir dos fundamentos
jurídicos e fáticos necessários para seu julgamento. Muito embora o controle seja
PROJUDI - Recurso: 0062211-56.2020.8.16.0000 - Ref. mov. 27.1 - Assinado digitalmente por Maria Jose de Toledo Marcondes Teixeira:1850
19/11/2020: NÃO CONCEDIDA A MEDIDA LIMINAR. Arq: Decisão
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abstrato, aspectos fáticos podem reforçar ou afastar a presença desses requisitos.
Isso porque, guardadas as limitações próprias desta fase de cognição superficial, conquanto
relevantes os fundamentos lançados na inicial e nas petições de emenda, mormente em face da recente
decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal nos autos de Recurso Extraordinário nº 888.815/RS[5],
não vislumbro a presença do periculum in mora, o que impede a concessão imediata da pretendida
cautelar, mesmo porque o autor sequer fundamentou onde residiria o prejuízo decorrente de eventual
demora na concessão da providência por ele almejada.
IV. Por outro lado, considerando que a matéria arguida na presente ação direta de
inconstitucionalidade assume inegável relevância social, bem como, em prestígio à celeridade e economia
processuais, impõe-se adotar o rito abreviado para o processamento do feito, na forma dos artigos 12 da
Lei nº 9.868/99 e 260 do Regimento Interno desta Corte.
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VII. Finalmente, tendo-se em vista a relevância da matéria, a representatividade do
postulante e a pertinência temática, admito o ingresso da Associação Nacional de Educação Domiciliar
(mov. 16.1) como amicus curiae, em conformidade com o disposto no artigo 7º, §2º, da Lei nº 9.868/99.
[2] Como exemplos, menciono a ADI nº 1748184-0, Rel. Des. Luís Carlos Xavier, DJe 22/01/2019; ADI
1.475.135-8, Rel. Des. Jorge Wagih Massad, DJe 21/01/2016 e a ADI nº 1.583.131-7, Rel. Des. Paulo
Cezar Bellio, DJe 02/02/2017.
[3] MARTINS, Ives Gandra da Silva; MENDES, Gilmar Ferreira de. Controle Concentrado de
Constitucionalidade. 3ª ed. Saraiva: São Paulo, 2009. p. 331-332.
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direito público subjetivo do aluno ou de sua família ao ensino domiciliar, inexistente na legislação
brasileira”.”
Magistrado