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AS O desafio da mudanga Estudos humanizados devem ser guias para compreender as limitacSes fisicas, mentais e intelectuais Dee APRENDER BRINCANDO PODE AJUDAR A CONTROLAR DISTURBIOS Envelhecer bem Amadurecer exige resiliéncia e & respeito pertinentes ao valor que 2 toda trajetéria de vida merece 5 PSIQUIATRA MARIA CRISTINA DE STEFANO FALA SOBRE O SUICIDIO ENTRE JOVENS Saude na ponta das Agulhas POP ON Cee On nonce Ou acesse www.escala.com.br FF /editoraescalaoficial A acupuntura atua em pontos especificos do corpo para aliviar dores, prevenir e tratar doencas. Conheca a historia e os fundamentos desse conhecimento milenar chinés, © passo a passo para aliviar sintomas em casa com técnicas de acupressao e reflexologia, além de dicas de alimentagao para equilibrar as energias Yin e Yang do seu organismo. ro > Sa \JANAS BANCAS E LIVRARIAS ! L 4 escdla escal O editorial PS ae Gauci Viel, editora O uso da tecnologia e a modernidade liquida sta ediglo da revista Psique CiénciaSiVida busca nos unir medida que investiga nosso afastamento por meio das redes sociais na era virtual. A soliddo na intemet se desdobra pela condigao real do individuo, que encontra no campo cibernético uma persona pela qual passa a viver (ou ni) sua vida. © Dossié fila mais sobre 0 que eriamos no espago virtual, que nada mais 6 do que uma vtrine, uma amostra da nossa ralidade, mesmo que essa sejaforjada por nds. E por meio dela buscamos ser reconhecidos. Ainda sentimos, por vezes, a falsa sensagio de inclusto, Isso porque os personagens que criamos podem niio corresponder 20 nosso individuo real, eriado apenas para surprir um desejo da sociedade, tazendo assim a ideia de aproximaglo com 0 outro, Nesse sentido, vivemos numa era em que 0 sociélogo polonés Zygmunt Bau- ‘man chama de modemidade liquida. Isto € a sociedade se torna amora, pois as _peronas que ctiamos Virtualmente se confundem com quem realmente somos. A cconsequéncia disso sio relagdes amorosasfrigeis, pessoas assoladas pela depres- ‘so, desapego desenfreado e um acelerado processo de individualizacdo, enfim, od ‘uma mulkdao de solitrios. Bsa liqudez ¢ fagilidade também assolam as relag6es familiares Esta ediga0 ainda aborda os efeitos da tecnologia no seio familiar e em como toda uma geragtio foi concebida sob o uso desenfreado dos meios teenolbgicos. Porém, em nossa dis- cuss no culpanos os avangos digs pel fstamento dis elas humana Ls ‘mas sim nosso proprio comportamento diante desse avango. Pais € filhos, adultos e criangas precisam reavaliar 0 uso dos aparatos tecno- logicos em seu cotidiano. Os cuidadores, de fato, sto responssiveis pela supe- rexposigdo ao oferecerem, por exemplo, a tecnologia para distrair ou entreter a crianga quando ela chora ou demanda atengio. Isso causa um efeito nocivo, pois cessa a comunicacao afetiva, regada a troca de olhares, contato singelo ¢ atengao saudavel. Com o excesso, as criangas si0 expostas a mazelas como: dificuldade de socializagio € conexio com outras «da mesma idade, isolamento e troca de brincadeiras a0 ar livre, gerando problemas a satide, como a inatividade fisica ea falta de vitaminas pela nfo exposigo a0 sol, o sedentarismo € até problemas alimentares. Claro que a tecnologia em si nao € vila, pois ela pode ser aliada no aprendizado infantil, possibilitando acesso a0 mundo da educaglo e da cultura sem limites. Tudo depende do uso que fazemos dela, ¢ este, sim, € nosso ‘maior desafio: estabelecer quais sfo as fronteiras que dividem 0 comportamento saudavel do exagerad. Sugerimos aqui o dilogo € a conversa para que pais € filhos possam definir, juntos, a melhor maneira de usar seus aparatos teenol6gicos. Esperamos que isso possa gerar uma discussio interativa e resgatar a boa ‘comunicagao entre familiares. Boa leitural Gliucia Viola ewe faceboak com/PortallspacodaSaber “Tornow-se chocantemente dbvio que a nassa tecnologia excedew a nossa humanidade” Albert Einstein LA ENTREVISTA Psiquiatra Maria Cristina De Stefano aborda o aumento nos {indices de suicidio, principalmente entre jovens SECOES 06 EM CAMPO 4%61N FOCO. 48 PSICOPOSITIVA 20PSICOPEDAGOGIA 22 RECURSOS HUMANOS 32. COACHING 34LIVROS 60 NEUROCIENCIA 62 PERFIL, 64DIVA LITERARIO 66CINEMA 80 EM CONTATO. 82PSIQUIATRIA FORENSE, O universo digital tem 0 dom de aproximar as pessoas, porém da vida, principalmente porque 0 Solid@o na web também pode distancia-las anonimato nas redes estimula a ilusio MATERIAS Enfrentando a terceira idade Fica cada mais vez clara a necessidade de respeitar essa fase da vida e saber conviver da melhor maneira com os idosos 24 Psicologia poética Os saraus como fenémeno, sociocultural que manifestam espacos de didlogo advindos da psique individual e coletiva Brincar para aprender As formas lidicas de aprendizado, traduzidas em jogos e brincadeiras, facilitam a compreensio de matérias, desenvolvem aptidées e ajudam a controlar transtornos Olhar profundo sobre as deficiéncias Limitagdes mentais, intelectuais e fisicas necessitam ser entendidas por meio de estudos embasados e humanizados, 0 que nem sempre acontece giro escala “AVANCA, DEMOCRACIA”” REVISTA SOCIOLOGIA - EDICAO Na revista Sociologia 75, nas bancas, uma entrevista com o cientista politico Humberto Dantas mostra a contribuicao do intelectual para a edu- cacao politica € a formagao de consciéncias democriticas em varias frentes pelo Brasil. Conhecido por seu bordao “Avanca, democracia!”, Dantas € pro- fessor, pesquisador e palestrante de Ciéncia Politica, Democracia, Cidadania € Educacao Politica em diversas ONGs, empresas € institui¢des de ensino superior, tais como a Fipe, o Insper, a Fundagio Escola de Sociologia e Politica de Sao Paulo, Idesp, Movimento Voto Consciente, Johnson & John- son, Itati-Unibanco, Fecomércio-SP, entre outras. Também colaborador do espago virtual do jornal O Estado de S. Paulo, com blog proprio, ele afirma que 0 pais vem, de fato, avangando em seus mecanismos democriticos, mo- vimento que se intensificou a partir da década de 1980. “O arcabouco legal para a democracia existe no Brasil, a forma como lidamos com ele é onde pecamos mais”, entende Dantas. EDUCACAO EMOCIONAL REVISTA ARTE-EDUCA - EDICAO 18 Na revista Arte-Eduea 18, leitura obrigatéria para arte-educadores, com, discussdes e referéncias pedagogicas e atividades para aplicacio em sala de aula, a psic6loga escolar Miriam Rodrigues discute a relagao entre Arte ¢ edu- cacao emocional. Atuante na Wish Bilingual School e professora convidada do Instituto Sedes Sapientiae no curso Aprendizagem Emocional, a especia- lista € idealizadora da Educagao Emocional Positiva, programa de orientagao para pais e educadores e profissionais da satide que visa prevenir depressio, ansiedade, violencia, bullying € transtornos psicossomiticos nas criangas € adolescentes, por meio do desenvolvimento das competéncias socioemocio- nais € da promogao das habilidades para o bem-estar. Além de discorrer sobre Arte € emocio, Miriam comenta a nova Base Nacional Curricular Co- mum (BNC), que dispée sobre o desenvolvimento intencional de habilida- des socioemocionais dos estudantes em uma proposta inserida no curriculo escolar. Para ela, nfo s6 alunas € alunos, mas também professores precisam de apoio para desenvolvé-las. E da pistas de como isso pode ser feito. won prtalenteida.come ESD it que cndiatida 5 NEUROCIENCIAS E COGNICAO VALE A PENA O ESFORCO? DESCOBERTAS AS REGIOES CEREBRAIS MAIS ENVOLVIDAS NESSE TIPO DE DECISAO. A cada escolha, 2 mente pesa os custos versus os beneficios de realizé-a, ealeu- Jando se determinado esforgo vale a pena ou nao. Algumas estruturas cerebrais envol- vidas nesse process0 jé foram identificadas. Uma delas, no entanto, parece ter papel central no momento de decisio e a descoberta foi publicada intemacionalmente, nos Anais da Academia Nacional de Ciencias (PNAS), ap6s pesquisa de psic6logos da Universidade de Emory (BUA), O cértex cingulado anterior dorsal, a insula anterior € 0 e6rtex pré-frontal ventro- medial itinham sido vistosem a¢ao durante esse tipo de deliberagao humana, pormeio de neuroimagens. Essas freas so responsiveis, respectivamente, grosso modo, por fazer um link entre processos cognitivos e emocionais, pelo processamento das emo- Ges e de tarefas cognitivas. O cbrtex cingulado parece estar, por sua ver, fortemente envolvido nos processos que exigem pesar entre esforco ¢ recompensa. Mais pre mente no céleulo dovalorsubjetivo desta iltima natomada dedecisao. Ja quando éne- cessirio computar esforcos, as duas outras estruturas so as que mais entram em ago. A pesquisa em questio, diferentemente das anteriores, envolveu situagGes re da que controladas, de escothas vivenciadas por voluntirios que se submeteram a ressoniincia magnética funcional. As descobertas dio pistas para o entendimento de sintomas de doencas como esquizofrenia e depressio, por exemplo, que envolvem, a perda da motivagio. Para SABER MAIS: Amanda R. Arulpragasam, Jessica A. Cooper, Makiah R. Nuutinen, Michael T. ‘Treadway. Corticoinsular circuits encode subjective value expectation and violation for effortfal goal-directed behavior. Proceedings of the National Academy of Sciences, 2018; 201800444 DOK: 10.1073/pnas. 1800444115, 6 pique cendatida por jussara Goyano oo RESPIRACAO E ATENCAO. ‘Um novo estudo realizado por pesquisadores do Trinity College de Dublin, anda, explica pela primeira vez a ligacio neurofsiologica entre respira ce atengao, confirmando beneficios de pritcas meditativas baseadas no ritmo respiratério, como a meditagio iogue e 0 mindfulness. A pesquisa mostra pela primeira vez que a respirago afeta diretamente os niveis de um mensageiro quimico natural no eérebro chamado noradrenalina, Este mensageiro quimico éliberado quando somos desafiados, estamos curiosos, focados ou emocionalmente estimulados, ¢, se produzidos, nos niveis certs, ajuda © cérebro a desenvolver novas conexdes, como um fetiizante cerebral. maneira como respiramos, em outras palawrss,afeta dliretamente a quimica de nossos cérebros de uma maneira que pode melhorar nossa tengo e melhorar nossa sade cerebral Na pesquisa, os partcipantes que se concentravam bem enquanto realizavam uma tarefi que exigia muita atengio tinham smnior sineronizagio entre seus padres de respiragio e sua atengio do que aqueles ue tinham foco ruim, mostrando que © inverso (car para sincronizar a respraao) também & benéfico para 0 organismo, como ‘num sistema de retroalimentagio entre essas das a6 PARA SABER MAIS: Michael Christopher Mdaychuk, Paul M. Dockiee, Redinond G, OConnel, Peter R Murphy, Joshua H. Basters, lan H. Robertson, Coupling of respiration and attention via the locus coeruleus: Elects of meditation and pranayama, Pycpysioky 2018; €13091 DOE 10.11/psyp.13091 ve patalenpacdenher em be VIDA ETICA JULGAMENTO MORAL HIPOTETICO COMPORTAMENTO NA VIDA REAL Jm estudo publicado na revis- ta Prychological Science mostra que pesquisas realizadas até hoje sobre julgamento moral podem nao ser uma boa referéncia comportamen- tal. No novo levantamento, veri- ficou-se que 0s individuos apre~ sentavam reagdes diferentes em situagdes reais, frente a resultados demonstrados em situagdes seme- Ihantes, porém hipotéticas Diante de dilemas morais, as pessoas tendem a se concentrar mais no resultado de suas decisbes € menos em princfpios morais abso- Jutos quando confrontadas com um cenirio da vida real em oposica0 a um censrio hipotético, explicam os pesquisadores ve ptalenpacenaber cam br O PES ADEL O ne REUNIAO R EM PUBLICO PODE SER MA. cont NCIAR SUBSTANTIVOS, DIZ DIFICIL AO PESQL Vo em questiio ou daquilo que vai pronunciar? Um estudo recente, liderado pela Uni- leitora, leitor, hesita ao falar em paiblico? Isso depende da circunstancia versidade de Amsterda, Holanda, mostra que 0 processamento da linguagem no cérebro pode ter um papel importante nesse momento, algo evidenciado quando desaceleramos a fala € chegamos a usar recursos sonoros para preencher 0 si fo antes da proxima palavra: é... ahm... uhm. Pronunciar substantivos, diz a pesquisa, € 0 momento que mais requer esse tipo de pausa. Ela é menos feequente antes de verbos, como descobriram os pes- quisadores envolvidos na observagao de gravagdes em diferentes idiomas, de di- ferentes culturas, desde falas de moradores da floresta amazOnica, da Sibéria, do Himalaia e do deserto do Kalahari, até de nativos no inglés e no holandés. Isso ocorreria porque tais palavras representam ideias novas no discurso, € planejar o seu uso torna-se uma tarefa complexa do ponto de vista linguistico, em qualquer idioma, O estudo, que necessita de aprofundamento, € pista para novas estratégias de aprendizado de idiomas e achados importantes na investigagao de distirbios que envolvam 0 processamento da linguagem, Comportamental na Lifes. E-mai aterdimer ARIA CRISTINA wptalincteidacam be Maria Cristina De Stefano, médica psiquiatra, perdeu o filho por suicidio em 2012 e se especializou nessa maneira de traduzir 0 sofrimento humano em uma forma de terminar com a propria vida Por Lucas Vasques ecentemente, trés es- tudantes de colégios privados de Sao Pau- lo se suicidaram. O assunto despertou a atengio de pais, educadores e profissionais da Grea de saide e logo suscitou a seguinte questdo: € possivel dizer que ha uma tendéncia ao suicidio entre jovens? Formada em Medi- cina pela Faculdade de Ciéncias de Santos e psiquiatra, a De Stefano é uma especialista no tema e diz que o suicidio nao escolhe classe social. “Temos milhares de casos no di- vulgados, que acontecem silencio- samente. E preciso ter um olhar atento com todos os que esto em volta, observar comportamentos Lucas Vasques ¢ jase ecolabora nesta publcacso. em diferentes ambientes, além de orientar a como lidar com frustra- es, estimular vinculos afetivos e manter um didlogo”, reflete. Maria ina, que também foi médica sanitarista e professo- ra de Satie Pablica na Faculdade de Medicina de Jundiai, perdeu © filho Felipe De Stefano Balster por suicidio, em 2012. Desde en- to, tem trabalhado na prevengio por meio de palestras para espe- s da Grea de saiide, estu- dantes universitarios e membros de entidades. Além das palestras, a psiquiatra langou a segunda edi- cdo ilustrada do livro Suicfdio: a Epidemia Calada, Editora Ofici ci pe dendatida 9 E 3M CRESCIDO Os INDICES DE SUICIDIO DE CRIANG: ADOLESCENTES NO BRASIL Nas CLTIMAS DEcaDas. DE 2000 a 201: AUMENTARAM 6546 ENTRE 10 E 14 ANOS E 59% ENTRE 15 & 19 ANOS OW SEIA, Mats DO QUE A MEDIA DE 408 DA POPLLACAO, QUE IA B alta. QUAIS OS FATORES QUE LE- VAM A 1880? Max das €as tentativas esto sendo mais bem avaliadas por serem de notificagto con pulsbria pelos servigos de safe € através dos registros legais. Mesmo assim, esti- rma-se que ha subnotificago em cerea de 4086 das ocorréncias ~ tanto pela no no- tificagao quanto por acidentes que nao foram identificados como atos suicidas. Indepencentemente da faixa etaria, se~ gundo a Organizagio Mundial da Sade (OMS), ocorre um suicidio a cada 40 mi- nutos no Brasil € a cada 40 segundos no Quismna: As ocorréncias suici- mundo. Nessas fases da infincia e ado- lescéncia ha dificuldade de identficar os sinais, hi a resisténcia familiar e, conse~ quentemente, a dificuldade de diagné tico. O suicidio € multifatorial ~ nfo ha apenas um motivo, situagio etc. -,sendo decorrente de doencas mentais graves associadas a fatores sociais, pessoais, fi nanceiros € até culturais, RECENTEMENTE, TRES BSTUDANTES DE COLEGIOS PRIVADOS DE ELITE DE SAO PAULO SE SUICIDARAM, MESMO S\BENDO Durante toda a adbolescéncia ocorrem alteragoes neuroligicas importantes. Essas modificagbes decorrem de alteragio na forma, no numero e nas sinapses, dai ser chamada de “poda neuronal” 10 paige inna (QUE E DIFICIL ANALISAR OS CASOS ESPECE- FICAMENTE, A SENHORA ACREDITA QUE & POSSVEL DIZER QUE HA UMA TEN DE SUICIDIO ENT Manus Caistiva: O suicidio nao escolhe a JOVENS? classe social €& preciso refrgar que de- corre de doengas mentais graves e varia das, conhecidas por sua epidemiologia, ‘Temos milhares de casos no divulgado que acontecem silenciosamente.E pres so ter umn olharatento com todos os que esto em volta, observar comportamen- tos em diferentes ambientes ~ na escola em casa ete. ~ alm de orientar como lidar com frustragées, estimular vinculos afetivos € manter um dislogo. AINDA EM RELAGAO AOS CASOS DOS SUI- CIDIOS DOS COLEGIOS, INFORMIACO! INICIAIS DAVAM CONTA DE QUE AS OCOR- RENCIAS TINHAM RELACAO COM JOGOS E APLICATINOS QUE CIRCULAM NAS REDES SOCIAIS. O QUE FAZ COM QUE s B APLICATIVOS TENHAM Tat CLA NO COMPORTAMENTO D 'A-LOS AO SUIC ES JOVENS, 0? A PONTO DE Maia Cuistina: Durante toda a adoles- céncia ocorrem alteragdes neurolégicas importantes, preparando o sistema ner- voso central (SNC) para a maturidade psiquica. Bssas modificagdes decorrem de alteragées na f sinapses, daf ser chamada de “poda neu- ronal’. Esse nome vem do mesmo habi- to de podar as frvores durante o inver- no para que novos galhos, flores ¢ fratas brotem na primavera/verdo. Os neurd- nios que vao se desenvolvendo perma- necerio ativos para todo 0 restante da vida psiquica. Nessa fise, hi extrema vulnerabilidade das fimgSes neurol6gi- cas, dai tantos padecimentos da ado- lescéncia, implementados também. por alteragdeshormonais concomitantes. Esse quadro jf foi definido como sindro- me da adolescéncia normal. Por mais de 10 ou 15 anos desse periodo, qual- quer exposigao a traumas, exigéncias abusivas, doengas, acidentes ou diversas ‘ocorréncias com possivel dano psiquico pode levar a doencas psiquistricas, no ‘momento ou no futuro. © acesso a in- temet em busca de diversio, das mais inocentes até as mais perversas, pode sim causar impactos ao cérebro em evo- luclo, principalmente se hé imaturidade rnos mecanismos de autoprotegao, falha na identificacto de riscos, sugestionabi- lidade, agressividade latente, alteragbes da personalidade, doengas familiares, centre as mais variadas... Devemos alertar {que estamos vivenclo numa cultura com- petitiva, que se ut formas de agressividade e da violencia za muito das diversas ‘wv pntalincae daca br Os neurénios que vao se desenvolvendo permanecenio attvos para o restante da vida psiquica. Hé vulnerabtlidade das fungies neuroligicas e dat tantos os padecimentos da adolescéncia implementados também por alteragées hormonats concomitantes para fazer prevalecer os seus valores. O Jovem pouco tem consci ago subjetiva. Pode se sentir inadequa- do, frégil ou mesmo incompetente para © enfretamento liicido do que se apre- senta como “normal”, ¢ a morte pode ser ‘uma saida para a desisténcia do enfrenta- ‘mento, sentida como fracasso, feustracio de si mesmo, da familia ¢ da sociedade, Normal nao é sindnimo de comum. ia dessa situ- Como ExPLICAR A POLEMICA DO JOGO Ba- BIA AZUL, QUE ESTIMULAVA CRIANGAS E ADOLESCENTES 4 COMETEREM SUICIDIO? Mania Cristina: Baleia Azul no era 96 tum jogo, mas um desafio para a morte, ESSAS OCORRENCIAS LEVARAM 08 COLE- GIOS A PROMOVER ATIVIDADES COM AL NOS E PAIS, COM O OBJETIVO DE OFERECER ORIENTAQOES SOBRE O TEMA. ACREDITA (QUE A ESCOLA TEM UM PAPEL IMPORTANTE ESSE PROCESO? PoR QUE? Maia Causina: As questées mais graves que ocorrem na saiide social demandam ‘grande empenho em informagio para Iniciar ages que sejam efetivas em pre- vengio, controle e atendimento ripido € controle de ocorréncias patolégicas. A hhumanidade sempre esti exposta a epide- mis € endemias, de maior ou menor gra- Vidade. A discussio conjunta de mecanis- mos de prevengio de danos é um direito da sociedade e do cidadio, por isso so essenciais informagbes éticas, idoneas € responsiveis sobre a educagao para a sai- de, como ja fizemos com a Aids, com a dengue e seus correlatos, com a tubercu- lose, com a paralisia infantil, doencas hoje “contidas’ nfo 36 com vacinas, mas coma divulgagio do como e do porqué vacinar. won ptaleneteidacombe ALIAS, ESSES FATOS PODEM FAZER A CCOLAS REPENSAREM SUAS PRATICAS, UMA. VEZ QUE 0 SUICIDIO, HISTORICAMENTE, FOL UM TEMA CONSIDERADO TABU B, POR 1880, IGNORADO EM SAL DE AULA? Maia Caisrins: Convivemos com di- versos temas dificeis, pouco ventilados, € 0 pior deles é a morte. No mundo oci- dental é muito desagradavel e constran- gedor conversar sobre a morte, como se por si s6 ja estivéssemos em risco. Mas, afinal, de qual morte estamos falando? Existem muitas delas! Morte morrida, morte matada, morte acidental, morte por velhice, morte por amor, morte por homicidio de si mesmo, que pode ser a pior delas. O tema nao é tabu apenas em sala de aula, mas em qualquer ambiente tem que tenhamos seres humanos. Exis- te um curso de pés-graduagao em Sui- cidologia endo € s6 para profissionais de satide, mas para todos que estiverem interessados ou atuam com a morte por ony suicidio ~ ou seja, sf0 sociblogos, assis- tentes sociais, antropdlogos, militares. ALGUNS ESTUDOS INDICAM QUE QUESTOES COMO SEXUALIDADE, DIFICU DAR COM FRUSTRAGOES, BU ITOS INTERNOS NATURAIS DA IDADE FUNCIONAR COMO GATILHO PARA O SUICIDIO. O QUE ACHA DESSA TEORIA? Mania Cuistina: A natureza da vida é a morte dos mais velhos e que os flhos en- terrem os pais; a inversio dessa situagio traz. amangura, culpa, desespero, incredi- bilidade, rancor com Deus e a busca de culpados diretos ¢ indiretos. O tabu nao 6 86 com o suicidio, mas também com o suicida, com sua familia, com as doengas mentais, com os profissionais que lidam ‘com doenga mental, contra as medicagies psiquidtricas, contra os hospitais ea neces- sidade de interac. As familias sto cha- madas “sobreviventes’, pois nunca mais conseguem viver de forma plena, saudavel ‘ou comum; ha sempre a referéncia 20 sui- ida, Toma-se comum 0 afastamento das convivéncias, sejam sociais ou familiares. Ninguém sabe como agir, 0 que falar € nao falar. E 0 pior $80 0s suicidios sub- sequentes, como se a morte fosse doenga contagiosa € mortal. Existem, sim, diver- sos gatilhos para a atuago suicida e nem sempre tao dbvios. As doengas mentais, (© acesso a iteret em busca de dversio, das mais inacentes até as mals perversas, pode causar cerebro em evo immpactos piqueciencateida 11 No quadro sindrome da adolescéncia normal, por mats de 10 ou 15 anos, qualquer exposiga@o @ traumas, exigéncias abustvas, doengas, acidentes ou ocorréncias com posstvel dano psiquico pode levar a doencas psiquidtricas no momento ou no futuro dentro das doengas todas que nos aco- metem, softem influéncias biologica, pst aqicas € ambientais, em maior ov menor paricipagdes, associadas a outros fatores sociais, cultusis, morais,religiosos, entre otros. Até suiciios em massa podem acontecer, pela extrema vulnerabilidade © sugestionabilidade humana. A buses de alivio para a imensa dor psiq mede exforgos. Sbemos hoje que 0 sti cida ndo quer morrer, quer buscar alivio para seus padecimentos infindéveis, insu- porta tGnel escuro e intermindvel de autocritica, desénimo, desespero e desesperanga, se cotidianos, sem ver saida desse NA. VERDADE, SEMPRE EXISTIRAM E TODAS ESSAS ¢ ATORMENTARAM A TERM ADO PERIODO DA VIDA, MAS OS CASOS DE MENTE DOS JOVENS DURANTE D SUICIDIO QUASE NUNCA TIVERAM RELACAO COM ELES ATE POUCO TEMPO. POR QUE ATU ALMENTE 0S JOVENS NAO ESTAO SABENDO LIDAR COM ESSES DILE Mania Cristi vas informagOes sobre essas situagdes € A suicidologia traz no- podemos aventar que a comunicagio em massa, a vida urbana, a dificuldade de ser escutado € no s6 ouvido, a preméncia das atividades, de horitios exiguos para tudo e para todos, as muitas mudancas na 12 paige inna familia € na vida social, mesmo com os avangos tecnolégicos, nfo esto acon panhados de satisfagi0, de prazer nas relagdes humanas, de momentos de pa- cificagao mental, de si jos oportunos € necessérios entre tantas ex qualidade de vida com savide mental das criangas, dos adultos e dos idosos, MUrTOS RSPECIALISTAS DIZEM QUE AS RE- DES SOCIAIS PASSAM A IMPRESSAO DE QUE TODOS ESTAO FELIZES, 0 QUE PODE PRO- E DEPRESSAO NOS JOVENS (QUE NAO SE SENTEM ASsIM. COMO AVALIA VOCAR ANGUSTI ESSA QUESTAO? Manis Cxustiva: Uma das patologias so- ciais que mais acometem nossa sociedade humana € a comparak 0. Seja entre mim © vocé, seja entre 08 outros, seja entre mim € 05 valores alheios © assim por diante. O que sentimos como din auidos nos torna pequenos, inseguros, humilhados, raivosos € medioeres, e uma infinidade de sentimentos. A comparacdo Eo instrumento da competi € nos faz esquecer que cada ser humano € Os jovens precisam do grupo de identi- ficagio para encontrar seu semelhante, praticar atividades de seu agrupamento de ideias, ideais comuns. Alguns grupa- mentos humanos podem persistir por décadas, outros terio vida breve, cir cunstanciais. Alguns fardo diferenga para sempre em nosso existir, outros silo mo- mentineos. O importante € permanecer nna propria tegridade de valores para 0 bem-estar individual. Viver se comparan- do pode ser um grande desastre mental para © autoconhecimento, para autoestima € autoconfianga. Os jovens se medem através dos olhos e apreciagdes ve dos pais, dos amigos € da sociedade, e nem sempre isso pode ser saudavel para ambos. EM QUE MEDIDA A CLASSE SOCIAL TEM RE- LAGAO COM 0 SUICIDIO ENTRE 0S JOVENS, POIS, SEGUNDO ALGUNS P 1COLOGOS, NA ELITE 0 JOVEM E MUITO MS COBRADO PARA TER UM ALTO DESEMPENHO, PASSAR EMUMA OTMA FACULDADE, TER UMA CAR IEIRA DE SUCESSO,PSTUDAR FORA DO Pas E CORRETO DIZER QUE 0S JOVENS RICOS TM MAIS CHANCES DE SE MATAR DO QUE 05 DF CLASSE SOCIAL MAS BAKA? Mawa Custis: Infelizmente, 0 su dio € democrétco ¢ nio exime classes muito se 46, muito ser exigio’. As ex- peciativas de sucesso com parametros de ganho financeiro, acesso social, aqui de bens € recursos, notoriedade midis- tica, premiagdes € reconhecimento sto para poucos notiveis ~ entre milhdes ‘wv pntalincae daca br 3 |A.comunicacdo em massa, a vide ubaa,adiftculdade de ser escutado © no 6 ouvido nao est30 acomparhadas de satisfacso, de prazer nas elagdes huranas de seres humanos ~ e no garantem fe- licidade perene! Mas os jovens admiram € se espelham em seus idolos como pos- siveis candidatos aos mesmos ganhos valores, Frustragoes,fracassos, deslusdies, decepgbes, perdas de todos os géneros todas as formas, insucesso © mudangas podem ser fatais, perante expectativas exageradas, garantidas e esperadas para si mesmo, para a escola ou ficuldade, para a familia e até para a sociedade. “Vida & aquilo que acontece quando a gente tinha outros planos”, frase de John Lennon de- fine bem que viver é uma aventura repleta de riscos, surpresas € desafios © nao ha ‘garantias estendidas. A SENHORA PERDEU UM FILHO, QUE SE SuICIDOU, E MUITO DIFICIL DETECTAR IN- DICIOS E SINTOMAS DE QUE 0 JOVEM ESTA COM PROBLEMAS SUFICIENTES QUE PODEM LEVA-LO A UMA ATITUDE RADICAL, UMA VEZ QUE ESSA FAIXA BTARIA VEM CARRE- GADA DE CONFLITOS INTERNOS? QUAIS OS SINAIS QUE PODEM SINALIZAR © QUE SK DIFICULDADES NORMAIS DA IDADE E 0 QUE SAO PROBLEMAS INSUPORTAVEIS QUE PO- DEM ACARRETAR EM SUICIDIO? Mania Caustiva: Meu filo morreu aos 34 anos, Nao era adolescente. Por ser ex- tremamente intligente, culto ¢ informa- do, ele desenvolveu um ceticismo eritico, amargurado, satiico e mal-humorado won ptaleneteidacombe perante a vida, que nos alertava sobre tuma provavel depressio, sempre negada por ele. Virias vezes conversamos sobre a possibilidade de iniciar Psicoterapia, 20 que ele afirmava ser capaz de dissimular € enrolar o terapeuta. Se negava a fazer uso de medicagdo € dizia ser capaz de enfrentar seus problemas sozinho, © que de fato sempre aconteceu. Apesar das minhas preocupagdes € alertas, 0 seu s0- fimento era Obvio. Ele favia afirmagbes de passage sobre “a vida ser um saco” € da falta de perspectivas para viver. Os sui- cidas de fato dissimulam, ocultam n30 contam seus padecimentos, mantendo 0 dia a dia como se nada estivesse aconte- cendo em suas mentes perturbadas € em extremo softimento. Em algum momen- to, de forma sibita ¢ imediata, vio dar fim a sua vida, ap6s meses ou anos de ideacao, intengio e preparacio para 0 ato em si. Com ele nao foi diferente e somen- te depois soubemos de conversas, frases soltas e "brincadeiras" com a ideacdo busca ativa de formas de se matar. Essas atitudes so comuns no processo suici- da, diffceis de identificar para todos os conviventes. Problemas insuportaveis, de dificil comunicagao, com diversas comor- bidades, como as dependéncias quimicas (DQ, principalmente o alcoolismo, po- dem ser impedimentos para buscar ajuda por si mesmo. A vulgaridade do alcoo- lismo como habito cultural € no como doenga mental gravissima, ja que o slcool etilico € neurotéxico, apesar de ser legal subestima a identificagio como depen- déncia quimica de maior prevaléncia e de maior morbimortalidade entre todas as demais DQ, seja de licitos ou de ilictos. Meu flho passou 0s iltimos trés anos de sua vida em abuso € mau uso de bebidas aleodlicas, o que 0 levou & morte. As fes- tas tipo open bar tém sido causadoras de quadros de aleootismo agudo, chamado intoxicagio alco6lica com risco iminente de morte por faléncia de miltiplos ér- ‘R808, principalmente SNC e figado, sem chances de sobrevivéncia, Esse cendrio se agrava quando da ingestio concomitante de energéticos, anfetaminas, cocaina, en- tre outras substancias neurotoxicas. {AO SUICIDIO PORQUE, ENTRE OUTROS FATO- RES, TENDEM A SER MAIS IMEDIATISTAS E IMPULSIVOS. CONCORDA COM 1880? Mania Cxisniva: Sim, ha impubividade, imediatismo e muita pressa em ser adulto. ‘A “queima de etapas” nessa fase da vida precipita vivéncias que muitas vezes cau- sardo sequelas graves. A nogao ou a fata de nogio da sequéncia e consequéncia a alos © decisdes, as reagdes de rebeldia 20s valores € padrdes sociais, a busca de As questies mats graves que surgem na satide social denandam grande empenho em informagao para iniciar agoes que sejam efetivas em prevengao, controle e atendimento répido e no controle de ocorréncias patolégicas piqueciencateita 13 superagao sem as devidas atribuigées de responsabilidade (estar habilitado a dar respostas) podem levar a0 dano imediato u posterior a0 psiquismo. Na adolescén- cia ocomem trés lutos inevitaveis: 0 Into do corpo infantil, 0 luto pela perda dos pais da infincia € o ato das fantasias in- fantis Se esses ltos nao forem bem elabo- ralos e substitufdos por valores consisten- tes para uma vida adulta com maturidade, sabedoria e satisfagio com as proprias decisdes, a pessoa pode manter dindmicas inconsistentes desajustes no desempe- rho existencial, prejudicando toda uma vida pessoal, familiar e profissional. CORRETO APIRMIAR QUE © CRESCIMEN- 10 DO SUICIDIO ENTRE JOVENS ATINGE (OMENS? EM CASO POSITIVO, E TAS E BSQU SEXO MASCUI Mania Caistixa: Os homens utilizam métodos mais agressivos/violentos € efi cientes de morrer ¢ as mulheres tentam mais € so menos eficientes, Sabemos pela literatura médica que a cada trés tentativas ha um desfecho fatal e que, em média, acontecem sete vezes mais sui- jos masculinos para um feminino. O indice de suicidabilidade mede as caracte- risticas mais proviveis para a ocorréncia suicida, que sao: homem, de 13 229 anos, solteiro ou divorciado, sem filhos, que A humanidade sempre est exposta a epidemias e endemias, de mator ou menor gravidade. Ai discusstio conjunta de mecanismos de prevengioo de danos € um direito da soctedade e do cidaddo, por 1830 sito informagoes Eticas e tdOneas essencials ‘mora sozinho, desempregado; ocorréncia de doenga mental e dependéncia quimica agravam mais ainda a chance de morrer. [As doencas mentais relatadas podem ser fatores que desencadeiam sintomas per- cebidos no inicio da vida adulta, ‘Mortas pessoas QUE SE MATAM DAO SINAIS DE SUA INTENCAO. IDEIAS DO TIPO “ELE ESTA AMEACANDO © SUICIDIO. SOMENTE PARA MANIPULAR OS OUTROS” PODEM PRE- JUDICAR A IDENTIFICAGAO DO PROBLEMA? Mania Cuistina: Entre os diversos mitos que cercam 0 suicidio alguns beiram a perversidade, como "96 esta fazendo isso para chamar a atengio", “quem quer se Stbe-sepaaierstra medica que acada ts tenatvas ha um destecha ftdeque emmeda, xortecem sues mascuros araum feminiro matar nao fala’, “isso € coisa da sua ca- beca’, “isso tudo vai passar”, “calma, vocé ainda € jovem € vai superar tudo isso”, “quanta bobagem", “voce esta fazendo tempestade em copo d’igua’, “o meu pro- blema é pior que o seu problema”, “pare com mimimi” ou “vai reclamar com ou- tro” Todas essas afirmagdes interrompem ou desestimulam a necesséria ventilagio dos sentimentos de angistia, desamparo e desespero, levando & conclusio de que ninguém quer escutar € sua presenca no serd sentidal Devemos lembrar que ouvir € escutar sio atividades muito diferentes. uvir € espontineo e um processo neu- rol6gico, mas escutar € uma atitude da nossa vontade e precisa de atengiio foca- da, silencio, acolhimento © empatia, Ser simpatico e fazer apreciagdes superficiais e desatentas esto muito distantes do que ‘uma pessoa em vias de se matar precisa. sticiDto NESSA FAIXA ETARIA PODE SER Ieacho, POIS A PESSOA COMUNICA EM MORTE 0 (QUE NAO CONSEGUE COMUNICAR EM VIDA? Manus Cuistina: Os processos de comu- nicagao humana sao tantos ¢ to comple- xos que no podem ser aqui analisados. ‘Todos nbs procuramos expressar emo- es e sentimentos de alguma forma, as vezes mais, outras vezes menos inteligi- veis para 0s outros humanos. Ainda usa- ‘mos artificios como as poesias, as cartas, e-mails, misicas, brincadeiras, zombarias, _gritos desesperados, choros de tons dife- rentes, lamentagées, reclamagées. cons- tantes, isolamentos, figas, até siléncios profindos € enigmaticos. Dizem que problema est em quem ouve € no em quem fila, Por isso, € tao urgente escutar- ‘mos uns a08 outros antes de abdicar do CONSIDERADO UM ATO DE COMUN! direito a vida e morrer calado. E posdvet DENTIACAR SE 0 SUICIDIO EN- ‘TRE JOVENS F UM ATO CONSIDERADO 1 PULSIVO OU PREMEDITADO? Maia Causa: O ato pode ser impul- sivo e de um imediatismo fatal, ou pode hhaver um suicidio sem se querer mor- rer, quando a atuagio explosiva e sibita ‘wo potleneaedacmnbr nao deixa margem para a sobreviv cia ~ esse tipo de ocoréncia & chama- do “paras carro podem ser atos suicidas e no sto identificados como tal, até porque nao hi cartas de despedida ou outros aspec- tos suspeitos. Existe também 0 absoluto contririo disso que € 0 “suicidio cxdni- £0", como tabagismo, alcool pertenso desleixado, 0 diabético que nao cuida de sua situago mérbida e por ai vain. E 0 chamado “tanto faz, ja que vou mas deixa a seu redor a fio”. Muitos acidentes de propria impoténcia perante as necessé- rias mudangas para a vida, EXISTE UM PERFIL DEFINIDO DO JOvEM SUICIDA EM POTENCY TE? O QUE PREUDICARIA MAIS AINDA. A icackO? Mania Cuistina: Os jovens, mas no so- mente eles, podem ter em mente 0 suici- dio como fim para sua dor psiquica, Uns vo agir nessa diregio, outros ito em diregio contraria, em busca de solugdes, significados para 0 seu viver, mudangas de paradigmas e “dar a volta por cima” para ter um horizonte de possiblidades. 0 que fiz. a diferenca nfo se sabe de ante- (OU ISSO NAO EXIS- IDEN Convivemos com diversos temas dificets, pouco ventilados, e 0 pior deles Ea morte. No mundo ocidental € mutto desagradével e constrangedor conversar sobre a morte, como se por st 56 Ja estivéssemos em risco. Mas, afinal, de qual morte estamos falando? wptalincteidacam be As Tavs desc erte os pos ingens, erie os agricores raves dos pete, ere a popuacao LGBT sao darmartes, portarto assurio demarda espato eidogo indo. O de. Neury José Botega, professor da Unicamp © mestre em Suicidologia, aponta que a falta de esperanga é a mais grave das sensagSes limite e que a desis- tencia da mesma € mortal EM SUA OPINIAO, QUAIS AS RAZOES MAIS COMUNS QUE LEVAM 0S JOVENS A ENTRA- REM EM DEPRESSAO, 0 QUE PODE CAUSAR osuiciDio? Mania Quustina: A depressio grave € 0 transtomo bipolar so responsiveis por cerca de 304 das ocorréncias suicidas nos diversos estudos mundiais sobre 0 tema. Se associados com as dependéncias qui- micas, 0s indices alcancam quase 60%. Brasil € 0 8° pais no mundo em suicfdios. As taxas de suicidio entre os povos indi- genas, entre os agricultores, através dos pesticidas, entre a populagio LGBT sto alarmantes. Portanto, esse assunto de- ‘manda respeito e muito dislogo, acompa- nhado de perseveranga PARA 0 ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA? Mara Custis: O Brasil € signatécio dda Carta de Intengao da Redugao dos Suicidios no Mundo, que hi 10 anos foi redigida pela OMS. No momento, ainda silo timidas as ages no Brasil para a redugio em 10% a0 ano no niimero de casos. Ao contrario, as notificagies es- to aquém das ocorréncias. Nao existem Caps ou Caps-AD suficientes para as de- mandas mais simples em savide mental, ha poucas equipes minimas compostas por um psiquiatra, um assistente social € profissional de enfermagem para essas agées especificas, mesmo nas regides mais desenvolvidas. Como & POSSVEL EVTAR UM suIciDto cTE ENTRE 05 JOV Mania Cxistina: Prevengio, prevengio € mais prevencio através de rodas de conversa, debates sobre o tema, escla- recimentos ¢ informagées baseadas em fontes legitimas, em apoio atento e cons- tante sobre mudangas de comportamento € do desempenho escolar, alerta perante sonoléncia €/ou agitago em sala de aula, perda de interesse em assuntos antes inte- ressantes, agressividade verbal imotivada, violencia fisica com estigmas e cortes em simesmo, automatilagses € uso constante de mangas compridas, mesmo no calor. Em casa, isolamento, teimosias, nervo- sismo € explosies desproporcionais,ficar acordado ¢ ficar dormindo em horérios inadequados, troca do dia pela noite, reagbes de choro ou raiva aparentemente imracionais ou desproporcionais, ¢ muitas escutas sem réplicas e tréplicas, eS PRINCIPAL iquecicnciacila 15, @) in foco por Michele Miller DISCIPLINA no dominio sobre as EMOCOES ENTENDA POR QUE A AUTODISCIPLINA ESTA MAIS RELACIONADA AO BOM DE QUE A RESULTADOS EM TESTES DE INTELIGE! ostumamos associar rotina a algo chato ¢ sem graca pelo simples fato de que € sempre bom sair dela. Para as crian- as, que adoram novidades, fazer uma coisa diferente pode ser muito empol- gante, Mas para que possamos curtir esses momentos € preciso haver uma rotina a ser quebrada. Sem ela, os dias passam a ser cabticos, a alimentacao € © sono so prejudicados, a crianca nao desenvolve a persisténcia € nao exercita © controle da atengio. [A relago com a atenclo pode nao ser Gbvia, mas € direta: toda atividade que requer concentragio exige esforco, traz um desconforto que nos leva a adiar a tarefa até 0 tltimo momento. Se jé te- ‘mos um tempo determinado para ativi- dades nas quais precisamos nos concen- trar, nao damos chance a procrastinagao, Entre criangas, a rotina é uma forma de tirar seu poder de decisao; de nao deixar espaco para que decidam quan- do fario a tarefa, por exemplo. Isso as poupa de uma ansiedade desnecessaria acionada pela projecio do momento desconfortavel de estudo. Um horario muito flexivel e variivel para as obriga- es também da margem para que elas Tutem contra esse momento no apenas com procrastinagao ou distragées, mas com birras e desobediéncia. 16 pique cinciatvida A rotina esta relacionada ao compor- tamento porque se impée, fecha espago para negociagées € toma-se inquestio- navel. Quando eriamos e seguimos uma rotina, paramos de consultar a vontade € partimos & aco. Disciplina € exatamente isso: colocar ‘acto acima da vontade e dos sentimen- tos, Nao se trata de obediéncia e sim de assumir um compromisso ~ geralmente consigo mesmo - € cumprito, indepen- dentemente das condigdes emocionais. Ela nos ensina a termos mais controle POR TORNAREM-SE AUTOMATICAS, AS, ‘TAREFAS REALIZADAS SISTEMATICAMENTE EXIGEM UM ESFORCO MENTAL MENOR E PERMITEM QUE OS RECURSOS COGNITIVOS SEJAM. EMPREGADOS EM MOMENTOS MAIS CRIATIVOS E PRODUTIVOS MPENHO ACAI sobre as proprias emogdes ¢ a focarmos nna produtividade, no processo. Ao di- recionarmos a atengio aquilo que nos comprometemos a fazer, somos trans- formados pela agio € deixamos de ser dominados pelos desejos. Estabelecer hordrios para as_ativi- dades das quais costumamos fugir, por exigirem esforco cognitivo ou fisico, nos permite maior produtividade e ganho de destreza em qualquer dominio ~ pois © desenvolvimento de habilidades neces- sariamente passa pela repeti¢ao, per- sisténcia e disciplina, atributos que se recusam a se submeter 4 disposiglo. Se esperamos que uma crianca desenvolva sozinha € naturalmente habilidades de seu interesse, acabamos privando-a da satisfagio de se descobrir capaz. de Fazer algo com maestria e de perceber que 0 exercicio programado transforma 0 es- forgo inicial em uma ago automstica, realizada de forma Sigil e com prazer. ‘Ao experimentar 05 ganhos relaciona- dos a ago sem procrastinacao, as crian- gas aprendem a se autodiseiplinar ~ uma capacidade que est mais relacionada 20 bom desempenho académico que a resul- tados em testes de QU. Foi o que desco- briram pesquisadores da Universidade da Pensilvania em um estudo longitudinal com adolescentes a partir de uma série de questionarios relacionados aos habitos ‘wo potleneaedacmnbr i 3 A conclusio foi de que autodisciptina € tum preditor preciso de notas e frequén- cia académica, com impacto maior nesses quesitos que testes de intli A disciplina € uma virtude muito presente nos ensinamentos do. pensa- mento oriental. & um dos fundamen- tos da terapia japonesa Morita, voltada para a transformagio por meio da ago. Em Constructive Living, um de seus li- vros sobre essa visio oriental, 0 flésofo David Reynolds destaca: “Escrevo mais sobre rotinas que sobre variedade (em- bora ambas sejam importantes), porque a maioria das pessoas que encontro sio naturalmente atraidas pela variedade, por mudangas, pela dispersao, Blas ne- cessitam da estabilidade da rotina para superar a tendéncia de serem controla- das por seus sentimentos” Apesar de parecer uma afirmagao contraditéria em uma primeira leitura, a rotina nos gratifiea com mais espaco para a criatividade. Isso porque 20 cum- won ptaleneteidacombe pritmos uma agenda livramos nossa mente das pequenas decisdes e, portan- to, da atengio que novas situagdes ou ambientes requerem. Por tomarem-se automaticas, as tarefas realizadas siste- maticamente exigem um esforgo mental menor € permitem que 0s recursos cog- nitivos sejam empregados em momentos mais criativos e produtivos. Isso quer dizer que, como define Reynolds, variedade, ou seja, novidades, também é importante no nosso proces- s0 de criago e producio. Somos natu- ralmente t0 vidos por novidades, que silo elas ~ endo a rotina e a repeticao Retertncta A = que ativam o sistema de recompensa do cérebro, nos fazendo querer mais. No entanto, uma vida produtiva € criativa depende do equilibrio entre 0 inesperado € © costumeiro, de um direcionamento inteligente de energia. As obras inovadoras e os trabalhos mais admiréveis no surgem do caos nem aparecem por acaso para alguns ra- ros sortudos que foram escolhidos pela inspiragio. Pelo contrério: eles podem parecer quando menos esperamos, mas s6 escolhem aqueles que enfrentaram os Jongos, lentos ¢ pouco romanticos per dos de dedicagio e disciplina. ed Duckworth & Seligman. Self-discpine outdoes 19 in predicting academic paformance of ‘xolescents Psychological Science. v.16,n 12, dez 2008, p95 944, Michele Miler ¢ jomsista,pesqusadora. especaista em Neurociéncias Neuropsicologia Educacional eCiéncis da Educacéo. Pesquisa e apica ‘estrategias para o desenvolvimento da inguagem Seus projetos elexlos ‘estdo reunidos no site ww michelernulercombe pape cinciteida 7 } psicopositiva por Lilian Graziano sr la Mmatou oO gato APESAR DO QUE ATESTA O DITO POPULAR, A CURIOSIDADE MOVE O MUNDO E, MAIS DO. QUE ISSO, DESPERTA PAIXOES. NA PSICOLOGIA POSITIVA ELA E UMA FORCA PESSOAL como nas diferentes ditaduras, sejam aumentar seu conhecimento. Por isso, costuma ser receptivo as experiéncias e flexivel quanto A possibilidade de experimentar novos comportamentos e situagées. B 6 justamente por essa 2a, que aquele que possui a curiosidade como forga talvez seja 0 tipo de pessoa mais adequado para viver no mundo que vivemos hoje, també como mundo VUCA, sigla criada pelos militares americanos para descrever os conhecido novos desafios que os lideres contem- porineos so obrigados a enfrentar. Formada pelos substantivos volatilida- de (volatility), incerteza (uncertainty), complexidade (complexity) € ambigui- se porilespaconsbercombe dade (ambiguity), a sigla também des- creve as principais caracteristicas do mundo atual. A volatilidade correspon- de ao aumento da magnitude & frequ- éncia das muda incerteza diz respeito a menor clareza que experimentamos em as que enfrentamos relagio ao faturo; a complexidade de- fine a interdependéncia e a intercone- x0 entre os elementos que compdem ESSA CARACTERISTICA } UMA FORCA DERIVADA DA VIRTUDE, DA SABEDORIA, COMPREENDIDA COMO UMA QUALIDADE COGNITIVO. EMOCIONAL QUE POSSIBILITA A AQUISICAO E O USO DO CONHECIMENTO NOS ASSUNTOS HUMANOS 2 nossa realidade, € a ambiguidade, por sua vez, remete A auséncia cada vez mais presente de respostas Gnicas € certas em relagio a0 mundo em que vivemos. Nesse contexto, 0 curioso sai na frente, sobretudo por sua flexibilida- de e desejo de explorar 0 novo, o nun- ca visto, 0 nao sabido. isso nao € tudo. Tenho 0 pri- 27 anos e, ultimamente, tenho refle- tido sobre o quanto essa forga pessoal da curiosidade tem feito pelo nosso re- estar 20 lado de alguém que faz curso ponés ¢ ukulele, jo por arco € flecha, alquim € Psicologia Positival crito em nenhum tipo Nunca vi isso que a curiosidade tem ac de “arejar” relacionamentos além de, é claro, despertar paixdes! ES len Grazano¢ psiccioga e doutoreem Psicologia pela USP com curso de extensdo em Vihudese Forcas Pessoas pelo VIA hshfute on Character, ELA Eprofessora cy versa € detora do nsituto de PiccogiaPostiva e Comportamento, conde oferece atendmentoclrico, consults erpresatle cursos na rea srazino@psiccogizositvacomr Pique snciatvida 19 por Maria Irene Maluf 4 nota 10! » .PROBLEMAS y COMPORTAMENTAIS Ly Ze : 4 INFANTIS - TEM ENORME INFLUENCIA NAS RELACOES FAMILIARES E SOCIAIS E POR ISSO E IMPORTANTE NOS DETERMOS PARA UMA BREVE REFLEXAO SOBRE O ASSUNTO Lf) "A vida prepara-se pela vidal” Freinet (1896-1966) Igumas variveis determinam 0 ‘comportamento de uma crianga: seu temperamento, idade cro- inologica € seu. desenvolvimen- to emocional,fsico e cognitivo, am dos sentimentos de seguranca emocional, au- toimagem ¢,é claro, a sua hist6ria de vida. HG a idade certa para determinados ‘comportamentos, pois estes soa forma de comunicag#o com 0 meio ambiente, uma expécie de resposta aos estimulos recebidos € elaboradios pelo sistema nervoso. ‘A birra, por exemplo, € natural nos dois ou trés primeiros anos de vida, pois a crianga tem dificuldade em lidar com a frustragio devido a sua imaturidade, i clusive neurolégica. Além disso, treina sua identidade e autonomia como em um jogo, que cabe a0 adulto compreender e conter quando necessario, Mas com o passar do tempo, comporta- :mentos esse tipo passam ater outras cono- tagGes € influenciam na qualidade de vida aprendizagem e socializagio da crianga. Nos primeiros 36 meses, o tempera: ‘mento infantil rege 0 comportamento, ou seja, ha criangas por natureza mais calmas, mais acessiveis€ outras que tém menor to- lerdincia a contraredade, mais dificuldades de adaptagao a rotinas,regras, comandos. Mas a formagio gradual de sua autoi- mage, a percepcao de valor que a crianga atribui asi mesma, o ajustamento as nor- ‘mas familiares, as crengas incutidas pelas vivencias e exemplos familiares, 0 amadue recimento do sistema nervoso, as novas experigncias fsicas, mentais e sociais vio fazer com que comece a se comportar de ‘maneira mais equilibrada, porém ainda ins- tsvel, que varia muito no quanto se sente querida, aprovada ou rejeitada. Nao se per- ceber amada, aceita, pertencente a0 grupo familiar faz, com que a forma de tentar ak ceancar um pouco de atengio nem sempre seja a mais conveniente. O problema € que, muitas vezes, esse sentimento dos filhos & tuma surpresa para os prOprios pais, que acreditam estar demonstrando seus cuida- won prtaltpacdonber comb CRIANCAS E ADULTOS SE BASEIAM EM CRENCAS ERRONEAS PARA TENTAR OBTER APROVACAO. CLARO QUE HA COMPORTAMENTOS INADEQUADOS PROMOVIDOS PELA IMPULSIVIDADE INFANTIL dos, seu amor incondicional e sua confian- cgaem suas criangas. Assim, criangas € adultos se baseiam. fem crengas errdneas para tentar obter aprovacao! Claro que ha comportamentos inadequados promovidos pela impalsivida- de infantil, cansago fisico € mental, doenga fou incapacidade de vencer a fustragio, ‘mas de modo geral podlemos, a partir dos estudos de Dreikurs, entender quatro clas- ses de objetivos errados na educagiio € co- :municagio com nossos filhos: _ATENCAO NEGATIVA se a crianga perce- bbe que com seu mau comportamento deixa 6 adulto istado, preocupado ou culpado, la vai se comportar sempre assim, pois consegue, de alguma maneira, a atencio (ainda que negativa) deles! E atencao € si- rndnimo de amor, valorizagio. Pope NeGamvo: € uma forma de auto- valorizagio perigosa pois d margem a ten- tar obter 0 controle sobre o adulto de modo muito incerto, Em geral os confltos gerados sfio duradouros e deixam marcas aftivas na tianga € no relacionamento com os pais ‘VINGANcA INFANTIL: promove satisfag0 Ccompensatéria quando a crianga se sente desvalorizada, Compreender onde erramos € mostrarthe nossos sentimentos ajudam, 1a vencer suas frustragbes € a se comportar de outra forma, Ignorar a mé conduta € sugerir novas tarefas, as quais sabe-se que aucrianga se sars bem, em geral resolvem DESisTENCIA OU INCAPSCIDADE ASSUMIDA: destnimo e desencorajamento fazem com ‘que a crianga busque sempre 0 fracasso ‘como modo de obter atenciio ¢ 0 expressa ‘com comportamentos que confirmam essa cerenca dos pais. Portanto, valorizarthe 0 fempenho € erescimento & uma forma de ‘mudar a situagao, ‘Nunca é demaislembrar que pais exces- sivamente autoritarioscriam filhos introver- tidos, com reduzidas condigdes de decisio, baixa autoestima, mas também desafiado- es, confltuosos, rebeldes, pois copiam a linguagem paterna. Pais muito negigentes fem relagio a normas e regras criam filhos ‘igualmente despreparados para a vida aut6- ‘noma: apesar de geralmente parecerem ser independentes, eles soffem com a sobre- ‘carga emocional que as decisdes precoces brigam. E se comportam igualmente mal, ppara conseguir atengo € seguranga com a5, respostas dos adultos. Esse conhecimento € dil para que os familiares consigam entender que grande parte dos problemas que enfrentam com. ‘6 comportamento dos filhos advém de seu ‘pe6prio comportamento, E preciso apren- dra lida, ensinar e manter um ambiente de seguranga emocional, harménico, com regras € consequéncias claras a0 seu no ‘cumprimento, Criangas precisam desses cuidados para desenvolver comportamen- tos adaptativos positivos, maturidade, es- ponsabildadle e autocontrole. ‘Condutas desjustadas na vida familiar € social repercutem na escola e no aprovei- tamento pedagégico. E podem sugerir 20s, leigos problemas de neurodesenvolvimento, «que na verdade so apenas comportamen- tis. Uma mudanga na forma de perceber a mensagem embutida no comportamento infant €amelhor maneira de avaiagio, tes de qualquer outra providéncia, = Mara ene Nal ¢ especblstaem Psicopedegogia. Educacéo Especial e Neuroaprendizagem, Foi presidente nacional da Associaga0 Breslera de Psicopedagogis- ABPp (gest 2005/07) € autera deatigas erm publcacdes nacional e htemacionas.Coordena curso de cespeciaizacdo em Newroaprendzagem.reneralu{@uclcombr pique cenciatvida 21 e 7 » , recursos humanos a UM MODELO DE PERSONALIDADI IDO DE PODE SER CONSTRI APENAS COM A OBSE CONSIDERA INFLUEN rovavelmente todos conhecem alguém que quando adentra 0 ambiente atrai a atengio de to- dos mesmo sem pronunciar uma s6 palavra. Independentemente do cargo que ocupe na empresa, essa pessoa pos- sui o que muitos chamam de m mo pessoal. Parece uma forga de at silenciosa, que transforma certas pessoas ‘em referéncias de poder e sabedoria. 22 prijuecitnciatvita pessoal MAGNI TES NO O que ha nelas essa atmosfe- +a positiva de atragto? Pode ser replicado para se alcangar 0 mesmos resultados? No universo comportamental tudo € possivel com técnica, esforco € pri- tica. Mas para que possamos direcio- nar nossas energias para a criagto de far que modele um personagem, de grande magnetismo pessoal € neces- sério que saibamos quais so os pontos por Jodo Oliveira TICA FORMA INCONSCIENTE ACAO DAS PESSOAS QUE SI AMBIENTE DE TRABALHO exibidos por na pessoa nes- se perfil de excelénci 1- Vor e fila: Tanto homens quanto mulheres, no perfil de grande poder pes- soal, possuem uma fluéncia mais lenta que (seu grupo de contato, ‘Também mantém tum tom de voz mais grave sem cruzar a ha do estere6tipo. Jamais falam répico, as sabem usar as pausas para criar um toque emocional em suas frases, 2 Movimentos gerais: Uma pessoa de grande poder nao tem pressa. Anda devagar, nao balanga os bragos além da fea do corpo a0 caminhar € mantém 0 queixo em 90° em relacio ao pescogo (nem mais nem menos). 3+ Movimentos das mios: Jamais ‘uma pessoa de grande poder pessoal ira falar movimentando as maos acima da linha do 0ss0 esterno (peito). Bssa ges- ticulagdo expressa uma grande insegu- ranca do falante e, como nosso avatar € muito seguro de si, ele jamais se movi- menta dessa forma. 4-Olharcentrado: Pode-se notarque 0 olhar das pessoas magnéticas é sempre expressivo, No entanto, a0 questionar os que convivem diretamente com elas, 0 ew prtalespacdnaber came PARA QUE SE MODELE UM PERSONAGEM DE GRANDE MAGNETISMO PESSOAL E NECESSARIO QUE SAIBAMOS QUAIS sAO OS PONTOS PRINCIPAIS EXIBIDOS POR UMA PESSOA NESSE PERFIL DE EXCELENCIA. que realmente tém de diferente poucos irdo responder corretamente: elas pis- cam menos e mais devagar. Esses so 0s quatro pontos mais ¢o- rmuns naqueles que exercem uma forte atratividade, os que emanam poder no ambiente. Muitos so assim naturalmente € outros tantos treinaram o proprio perfil comportamental para incorporarem essa calma natural que existe nos poderosos. Para os que desejam expandir, de forma natural, esse dom apresentamos aqui quatro priticas de exercicios que podem ajudar a delinear esse perfil: 1 Voz. de autoridade: Basta colocar alguns objetos sobre a mesa € coman- dar, a si mesmo, a movimentagao deles. Com uma vor. calma e tranquila, porém altiva, diga 0 seu nome e para pegar um ou outro objeto, € depois, ainda com 0 comando de vor, ordene que 0 objeto seja de novo colocado no mesmo lugar. A mente ira “ver” que tudo que € dito com aquela voz, ocorre no mundo real. Criando assim uma notivel seguranga na fluéncia verbal. Jodo Olvera ¢doutorem Saxe Pia pscclogo e dear de Cursos do sito de Potobgia Sere Cescarjwavwisecpschy. Ente seus Ios esti Reaconeno em (ise Perceba Quando os Frableras Comecam. Tents 35 Soles! Jogos pra Gstso de Fessoas Ma‘afena para o Desewvoleento Organzacionat Mente Himan Enterdia Meter a Pscolage do Vida e Saba Quem Est su Frente ~Andse Corrparrmental pes Bpresstes Fac @ Copras Wak Etna, 2 Movimentos de corpo: Tomar consciéncia do proprio corpo requer tengo, Para isso € necessério que uma pritica de meditagio seja incorporada no dia a dia das pessoas que desejam ‘manter uma marcha bem estruturada. Yoga pode ajudar muito no desenvolvi- ‘mento dessa consciéncia corporal. 3+ Mios © pés mais seguros: Para evitar muita movimentagao a0 fa- lar, uma boa pritica € pressionar os de- does dos pés dentro dos sapatos. Nao ha ‘como a outra pessoa perceber mesmo se 05 pés estiverem & mostra (sapatos fe- ‘ininos). Nas maos a dica é unir 0s trés dedos: polegar, indicador € anelar. De forma suave € sutil essa postura com as ‘ios parece natural e as inibe de dese- nnhar no ar o que falamos, 4 Olhar magnético: Essa € uma tée- nica milenar tibetana, 0 melong, us0 de espelhos para desenvolver um olhar pe- netrante € magnético. Qualquer espelho serve para esse treino, Basta olhar a pro- pria imagem e tentar permanecer 0 maior ‘tempo possivel sem piscar. Sem esforgo, sem perder uma expressiio de calma na- tural, ficar dois minutos sem piscar pode ‘causar um impacto bem forte mesmo que ‘pessoa com quem fala jamais perceba 0 que ocorre de diferente. Atengio para as limitacdesfisicas de cada pessoa. Ususrios de lentes de contato, por exemplo, tera0 enorme dificuldade nesse exercicio e, de ato, para eles iss0 nao é aconselhavel. A pritica desses exercicios ilo iri transformar vooé em um lider natural fem 15 dias, Mas com a constante ob- servaglo de pessoas que voc’ mesmo considera influentes no ambiente, mais, detalhes virio A tona de forma conscien- te, Assim, dentro de algum tempo sera possivel criar 0 seu pr6prio modelo de personalidade magnética. Um perfil de poder pessoal somente seu. ° piquecieadateida 23 we ‘TERCEIRA IDADE A VALORIZACAO DA MATURIDADE E importante educar criancas e jovens sobre as questdes pertinentes ao valor e respeito que a terceira idade merece, fazendo com que tenham uma visdo ho privilegiada sobre os idosos Por Daniele Vanzan (ae nvelheceré um processo de enfrentamento de desafios. ‘Algumas medidas que me- xem com padres das apo- sentadorias deram ainda ‘mais instabilidade a esse quadro, Como lidar com essa fase da vida cheia de inse- sgurangas relacionadas satide, as finangas, a0 ninho vazio, As perdas, aos utosetc.? 24 priqutiaciasida Bi inegivel que envelhecer parece estar se tornando cada dia mais di- ficil. Além das dificuldades basicas inerentes a qualquer pessoa idosa, a situacao atual do pais, que mexe com os padrdes da aposentadoria e com © direito a dignidade e sustento de muitos idosos, tem tornado essa fase da vida ainda mais sofrida para todos. Daniele Vanzan psicologa e expecialsta em Fsicclogia Juridica, Fomou-se postriormente em Terapia de Vida Passa (Trop Regressiva) e ConstelacSo Stémica,Aluamenl,alende e minisia cursos para lerapeuiasnteressados nessas seas de aluacSo. Autora de doslivos infants pel tora Boa Nova:Nao Consigo Desgrudar da Mamse, que versa sobre a ansiedade de separacdo.e Eu Sou oR de Tedo o Munco, que abotda aproblematica das ciancas que tém ditculdade de acetar ites. S30 lito CAUSAS E FATORES re AN al LAS Lu. Néo se pode associar deficiéncia intelectual e doenca mental. Na primeira, 0 individuo tem atraso no desenvolvimento, jé a segunda engloba condigdes que causam alteracdo de humor e comportamento e podem afetar o desempenho na sociedade Por Anna Lou Olivier ‘Ann Lou Olver € picopedagoga.pscoleapeuta Especlsta em Medicina Compertanertal acharelem Artes Cencase Artes ‘Views Detectra do Distrbo da Dislewa Aqua’ Acquted Dyslexia, Precursra da Mulerap, desenvcvedorae nrodutora da Brinquedoteca alada apendzager no ras europa e Crsdra do Meta Terapia do Equllorio TolUniverslE autora de de vos ‘idicos e como academia tem dvesosarigos publicados e aceltos| el comunidad Genta interacial eepecaimente ma Europa. artigo que vocé ler é fruto de muito estudo e vivéncia pratica. Como todos ja devem saber passei a estudar temas terapéuticos quando, aos 16 anos, sofri uma anoxia por afogamen to, ‘adquiri” uma dislexia e, ao ser desenga- nada por 25 especialistas, eu mesma fui procurar minha cura, tornando-me quem sou hoje e com todas as descobertas tera- péuticas que fiz. Por outro lado, abordar outro tipo de defi- ciéncia, a fisica, até marco de 2016 seria bastante dificil para mim, pois eu nem imaginava como ter uma limitagao fisica Apesar de jé ter sofrido graves acidentes nao tive grandes se quelas e, nos casos em que tive sequelas, eu as contornei com muitos estudos/pesquisas e descobertas que sempre trouxe a0 piiblico, Mas, numa queda de escada, tive um metatarso que- brado. Enfrentei algumas intervencées erradas e, com isso, algo que poderia ser até simples de recuperar tornou-se uma longa e dolorosa espera pela cura Passei a ter que me locomover com muletas s6 dentro de casa e, quando raramente saia, necessitava utilizar cadeira de rodas ou carrinhos motorizados. Isso me fez conhecer 0 lado dos cadeirantes, de pessoas que tém limitagdes motoras/loco- motoras e dependem de algum acessério (bengala, muletas, andadores, cadeiras de rodas ete.) para se deslocarem de um lado a outro. Nesse periodo, recebi um convite para palestrar we CAUSAS E FATORES | expenincia de se locomaver com metas permite conhecer 0 universo das pessoas com etcienca @ suas dF culdades na ocomocan Ha diversas definicdes, inclusive de orgaos oficiais que citam tanto a deficiéncia intelectual quanto a mental no mesmo nivel na Assembleia Legislativa de Sa0 Paulo, num forum que discutia os direitos das pessoas com defici- éncia. Entio, uni minha vivéncia pritica com uma rebuscada pe: quisa que fiz. especialmente para © evento. Agora, trago neste arti- go. E atencao, os dados colhidos foram acessados no ano de 2016, com base entre 2010 e 2016. Antes de abordar seguranga es- pecifica na deficiéncia intelectual, mental e/ou fisica, analisemos 0 que & seguranga: substantivo femi- nino. 1. ago ou efeito de tornar (-se) seguro; estabilidade, firme- za. 2. estado, qualidade ou condi- cao de quem ou do que esté livre de perigos, incertezas, assegurado 72 pque cineiatvida de danos e riscos eventuais; situa- 40 em que nada hé a temer. Nessa linha de raciocinio, ni nhum de nés tem, de fato, seguran- ga. Menos ainda quem tem alguma deficiéncia (e seus cuidadores) Tipos de seguranca Scans da informacao (rela- cionada com protegio de um conjunto de informagées, no sen- tido de preservar o valor que po: suem para um individuo ou uma organizacio). Seguranga publica (estado de normalidade que permite o usu- fruto de direitos e o cumprimento de deveres. £ um proce: co, pela necessidade da integracao de um conjunto de conhecimentos e ferramentas estatais que devem interagir a mesma visio, compro- missos e objetivos. Deve ser tam- bém otimizado, pois depende de decisdes rapidas, medidas sanea- doras e resultados imediatos). Seguranga do trabalho pode- -se entender como os conjuntos 0 sistémi- de medidas adotadas visando mi- nimizar os acidentes de trabalho, doengas ocupacionais, bem como CAUSAS E FATORES DE RISCO DA DEFICIENCIA MENTAL A; causes € os fatores de risco que podem lever a deficiéncia mental s8o inumeros e muitas vezes nao se pode definir a causa da deficiéncia mental. Os jé dlassificados assemelham-se aos relatados acima como fatores desen- cadeantes da deficiéncia intelectual. Essa “semelhanca’ nas citacdes das causas rovoca uma constatacdo: se as causes parecem ser as mesmas, como um individuo € atingido intelectualmente e outro mentalmente passa a ser uma uestéo pessoal (cada caso ¢ umn caso). ou seja, um mesmo acidente ou fator desencadeante pode ter uma ‘recepcao’ diferente em cada cerebro atingido, causando uma falha intelectual desde leve até profunda e chegando a uma de- ficiéncia mental também de leve a profunda. Em todos esses casos 0 estirnulo™ ode ser o mesmo, mas a ‘reagio" de cada cérebro atingido é que passa a ser diferenciada, Atengio: essa é uma constatagso minha, n3o hi nada publicado nessa linha de raciocinio até o momento. ‘wv pntalincae daca br + Legislacao * Decreto mr 5296/2004 reguamenta as leis m 10.048/2000 e nm 10.096/2000 A primera dé proridade de atencimerto as pessoas comdeficiéncia emobilidade reduzida.e a segunda define normas e criteros para a prommocao da dade delas, Lei nv 10.098/2000 es lece ron € crtérios para prom: acessibildade das pessoas portadoras, {de deficiencis ou com mobildace redu- ida, De acarda com ela. acessiblidade significa der a e55as pessoas condicoes, para aleancarem e utiizarern com segu- ranca e autonomia proteger a integridade e a capaci- dade de trabalho do trabalhador. E sobre seguranga no trabalho que refletiremos um pouco, dando énfase a drea terapéutica na qual eu estou inserida. Portanto, aborda- remos as principais falhas no tra- tamento de algumas deficiéncias ¢ a problematica enfrentada por cui- dadores e profissionais de satide. Além de tratar desses dois tipos de deficiéncia, abordarei também um pouco sobre a deficiéncia motora, porque estou sentindo na pele as dificuldades que enfrentam os ca: deirantes e pessoas com alguma dificuldade locomotora, Diversas definicées questo da deficiéncia sempre esbarra em dois fatores: Primeiro: mental na que intelectual, Ha diversas definigées, inclu- sive de 6rgios oficiais, que citam tanto a deficiéncia intelectual quanto a mental no mesmo nivel com a seguinte descrigao: “carac- teriza-se por um funcionamento vw poraenievicom Seguran¢a publica € um processo sistémico, pela necessidade da integragao de um conjunto de conhecimentos e ferramentas estatais que devem interagir com a mesma visdo, compromissos e objetivos. Deve ser também otimizada intelectual inferior & média (QU), associado a limitagoes adaptati- vas em, pelo menos, duas éreas de habilidades (comunicacio, au- tocuidado, vida no lar, adaptagao social, saiide e seguranga, uso de recursos da comunidade, determi- nagio, fungdes académicas, lazer e trabalho), que ocorrem antes dos 18 anos de idade™. Porém, hé diferencas significa- tivas, que precisam ser elucidadas: Deficiéncia intelectual: 0 indi- viduo tem atraso no seu desenvol- vimento, dificuldades (distirbios) de aprendizagem (dislexia, disgra- fia, disortografia, discalculia, entre outros), dificuldade para realizar tarefas didrias e interagir com 0 meio em que vive. Existe um com: prometimento cognitive que preju- dica suas habilidades adaptativas. Essa deficiéncia, dependendo de seu grau e comorbidades, pode ser tratada por um psicélogo, psicope dagogo e/ou fonoaudidlogo e, na maioria dos casos, por neurologista (acompanhamento neurolégico) Doenca mental: engloba uma sé. rie de condigdes que causam altera- gio de humor e comportamento & podemafetar o desempenho do indi. viduo na sociedade, Essas alteragoes acontecem na mente do individuo, alterando também sua percepcio da realidade, Em resumo, é uma doenga Seguranga do trabalho € 0 conjunto de medicas adatadas vicndo minimaa acidentes de tabula doer upacionais, bem como proteger a integridade do trabahador peiquectacasvida 73 we CAUSAS E FATORES PARA SABER MAIS. Sobre seguranca DEFICIENCIAS DE MODO GERAL No trabalho que rincipals estatisticas: dados publicados pelo Censo 2010 (segundo a refletiremos, Wikipedia, 0 Censo seguinte foi previsto pare 2015, ao custo de R$ 1 bilhao. Por contenc3o orcamentatia, foi adiado para 2016 e depois adiado daremos énfase a novamente, por tempo indeterminado), area terapéutica Percentual de pessoas com ao menos uma das deficiéncias na qual eu estou investigadas na populacdo residente, segundo os grupos de inserida. Portanto, idade (Brasil - 2010) abordaremos as principais falhas Oat 75% trat t 15 2 64 anos 24.9% no tratamento 165 ou mais 617% de algumas deficiéncias e ‘A populacdo entre 15 e 64 anos demonstra uma estabilidade até os 40 anos. A a problematica partir dal. os numeros crescem muito e aumentam consideravelmente a medi- da que a idade avanca. Isso significa que. no Brasil. a grande maioria de popu- enfrentada por lagao com alguma deficiéncia ¢ de idosos, Essa ¢ uma constatagdo minha, no cuidadores e hd (elém deste meu artigo) uma publicacéo constatando essa estabilidade, 0 oe que ha sao labelas que. se bem anasadas, mosiram a establidade até os 40 Profissionais anos e, na sequéncia, um grande aumento de pessoss com deficiéncia com de satide mais idade, Na populacio acima de 65 anos hé entre 60 e 70% de pessoas com alguma eficiencia. A partir de 80 anos, os numeros aumentam entre 80 © quase 100% da populaco com alguma deficiencia, Fonte: IBGE. Censo Demogratico 2010. Por tipo de deficiéncia, idade e sex 0.a%4 anos: Homens: 48 14 10 10 Mulheres; 59 13 10 o7 15 a 64 anos: Homens: mA 45 45 16 Mulheres: 23:1 40 68 12 65 ou mals: Homens: 413 282 309 28 Mulheres: 517 236 440 30 Como se pode perceber, segundo 0 IBGE, a maioria das deficiéncias ¢ visual em seguida vém as auditivas, em menor ndmero as motoras e em numero ‘As pessoas com 65 ange ou mals $30 praticamente irrisorio, as mentais/intelectuais. responsive por 677% das deficiencias na populacao brasieira segundo dads de 2010 7A pique incintida vw potlincineridacom be psiquidtrica, que deve ser tratada por um psiquiatra, na maioria dos casos, com uso de medicamentos especificos para cada situagao. Pode haver também comprometimento da aprendizagem, mas esse nao é 0 principal disturbio. Entao, a énfase no tratamento se refere ao principal transtorno causador das alterages mentais/psicolégicas, Portanto, nao se pode associar as duas deficiéncias como dados estatisticos. Segundo, os casos de deficiéncia mental ou intelectual, provavelmen- te, devem ultrapassar esses dados publicados. Entao, apenas como base e nio como reali- dade até porque esse Censo (2010), segundo diversas fontes especializa- das em divulgacio para deficientes, foi realizado por amostragem e nao por niimero real. Principais problemas enfren- tados por deficientes intelectuais: + confusao entre mental e intelec- tual, inclusive no diagnéstico & tratamentos; + escassez. de profissionais especia- lizados para deteccao e tratamento; + escassez de _métodos e locais apropriados; + métodos inovadores como a Mul- titerapia esbarram em muita buro- cracia para serem implantados e isso atrapalha também a melhoria dos tratamentos; + dificuldade em se adaptar ao meio escolar, pode sofrer bullying © outros tipos de repr: cularizacio, inclusive por profes- sores que nem sempre estdo prepa- rados para lidar com esses alunos; + dificuldade de formagio e colo- cacao profissional, o primeiro por questoes de metodologia de ensi- no e © segundo por preconceitos de contratantes; + entre outras. Principais problemas enfren- tados por deficientes mentais: entenderemos io ou ridi- De acotce corn @ IBGE. a mafora dae deicircias« visual em seguica ver a uativas: em menor Fumero a5 motoras.@ em mero bem reduzido as menfals/intlectuais A doenga mental engloba uma série de condi¢des que causam alterag¢ao de humor e comportamento e podem afetar o desempenho do individuo na sociedade + 08 mesmos problemas enfrenta- dos pelas pessoas com deficiéncia intelectual e mais; + dependendo do distarbio e grau apresentado, pode ter problemas com identificagdes policiais ou si- tuag6es em que tenham que relatar fatos ou dados pessoais; + pode apresentar problemas de identificagoes de enderegos e da- dos correndo 0 risco de se perder nna rua, em eventos e' + pode passar por mal-educado ou até criminoso em caso de crises (agressividade) em pablico (limi- trofia, autismo, bipolaridade ete.); entre outros, Outra questio preocupante, tanto na deficiéncia intelectual quanto na mental, se desencadeia quando a familia ou cuidadores dis- cordam ow nao entendem 0 método utilizado pelos profissionais que tratam 0 caso. Isso gera atraso no tratamento ¢, algumas vezes, vio- Iencia inclusive com agressées a te- rapeutas (relato de antecipagao de diagnéstico e explicagao do “ganho secundario"). Cuidados importantes Loess em conta as prin- cipais causas, entende-se que, a0 evit-las, podem-se diminuir os casos de deficiéncia intelectual. Os fatores de risco e causas que podem levar a deficiéncia intelectual podem ocorrer, segun- we CAUSAS E FATORES do meu entendimento, em fases pré-natais, perinatais e pés-natais. Pré-natais: Entendendo-se pré- -natais como fatores que ocorrem desde 0 momento da concepgio do bebé até o inicio do trabalho de parto. Perinatais: Fatores que ocorrem durante 0 nascimento e pode-se considerar até 30 dias apés © nascimento, Pés-natais: Subdivi- dem-se em duas formas, a primeira como fatores que ocorrem do 30° dia de vida do bebé até o final da adolescéncia e a segunda, que vai do final da adolescéncia até a ma- turidade, Quanto & doenga mental, pode ser classificada como leve, moderada, severa e profunda. Como exemplos (e causas) de deficiéncia intelectual pode-se citar: Na fase pré-natal as princi- pais ocorréncias sao: Fatores genéticos + Alteragdes (numéricas ou estruturais) provo- cam sindromes, das quais a mais co- nhecida é a sindrome de Down, mas também pode-se citar sindrome do X frdgil e outras menos conhecidas, como sindrome de Angelman, sin- drome Williams, entre outras. + Alteragées génicas (erros inatos do metabolismo): que pro- vocam PKU (doenga de mutagio genética que tem como sintomas a hiperatividade ¢ a oligofrenia, dé- ficit cognitivo), entre outras. Habitos/vicios/doengas da mae que influenciam 0 feto: + Desnutrigao materna. Na populacao acima de 65 anos had entre 60 e 70% de pessoas com alguma deficiéncia. A partir de 80 anos, os numeros aumentam entre 80 e quase 100% da populac¢ao com alguma deficiéncia 5 | 4 Nas deiclncias ifelectuals.o individuo tem ata no seu desenvolvimento, diiculdades, [distubiog de aprencizagem (asleia disgrafa.disortograia ciscalcula, 16 peiquetneatvida ire autos) + Tabagismo, alcoolismo, con- sumo de drogas pesadas, efeitos colaterais de medicamentos tera- togénicos (capazes de provocar danos nos embrides e fetos). + Doengas maternas crénicas fou gestacionais (como diabetes mellitus), + Doengas infecciosas na mae (toxoplasmose, rubéola, DST etc.), na fase perinatal. + Anoxia perinatal ou hipoxia neonatal, que pode ser considera- do como os primeiros trinta dias de vida (pode-se classificar como anoxia a auséncia de oxigenacio no cérebro e hipéxia como dimi- nuigao de oxigenagao cerebral du- rante o nascimento) + Prematuridade e baixo peso: pequeno para idade gestacional (PIG). Em alguns casos, a prematu- ridade pode desencadear uma ano- xia/hipéxia como principal fator. Em outros casos, apenas pela pre- maturidade jé se tem um agravante. + Ictericia grave do recém-nas- cido (kernicterus). Na fase pos-natal que é consi- derada entre 0 30° dia de vida da inga até o final da adolescéncia: + Desnutrigao, desidratacao gra- ve, auséncia de estimulos diversos. + Doengas infecciosas como sarampo, meningite etc. + Intoxicagdes/envenenamen- tos provocados por medicamentos, corantes, _inseticidas/pesticidas, produtos quimicos como chumbo, merciirio ete. + Acidentes: transito, afoga- mento, choque elétrico, asfixia, quedas etc Doenga mental como ja foi dito & doenga psiquidtrica e pre- cisa ser tratada pela Psiquiatria e suas classificagdes; assim como a maioria dos transtornos, pode ser considerada como: Quando o Leve: individuo ‘wo potleneaedacmnbr * Condicionamento classico * Ivan Petrovich Pavlov (1949-1936) foi lum conhecido fisiologista russo. que ganhou rotoriedade especialmente pelo seu trabalho no condicionamento clissico. Fo). inclusive. premiado com 0 Premio Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1904. por suas descobertas sobre 0s processos digestivos de animals Contudo, Favlov entrou definitivamente paraa historia por sua pesquisa em uma area que se apresentou a ele por acaso © papel do condicionamento na psico- logia do comportamento consegue se desenvolver de forma quase normal, frequentar escolas, aleangar uma formagio (profis- sao), se casar, manter uma familia, enfim, tendo um bom tratamento, esse individuo pode ter uma boa qualidade de vida. Moderada: Esse apresenta insuficiéncia no desen- volvimento tanto escolar quanto pessoal. Pode conseguir se sociali- zar desde que tenha um tratamen- to adequado e pode, em alguns ca- sos, trabalhar e se sustentar, desde que se mantenha num programa supervisionado de trabalho. Tam- bém consegue formar familia, mas nem sempre consegue estruturi-la de acordo com a normalidade. Severa: Esse individuo tem pouco desenvolvimento motor e de linguagem. Pode apresentar constantes, instabilidade emocional, geralmente nao conse- gue frequentar uma escola conven- cional, podendo ser treinado para individuo crises won ptaleneteidacombe A deficiéncia mental 6 considerada uma patologia organica neurologica e as causas dessa patologia parecem estar na gestacao problematica ou dificuldades no parto. Esse € 0 consenso nas pesquisas cientificas e de campo atividades que nao exigem disci- plinas escolares e, para conseguir trabalhar, necessita estar em um ambiente controlado e em cons- tante supervisio. Profunda: Esse apresenta profundo retardo men- tal que reflete em sua locomocio. E possivel que adquira habitos de higiene/cuidados _pessoais por uma forma conhecida como individuo “condicionamento operante” (esse método foi desenvol- vido por Burthus Frederic Skinner € consiste em in- centivar ou reprimir uma acio).Seaconsequéncia 6 reforcadora, aumenta a probabilidade de re- peticao, se for punitiva, além de diminuir a pro- babilidade de sua ocorrén- cia futura, gera outros efeitos colaterais. Esse tipo de com- portamento que tem como consequéncia um estimulo afetando sua frequéncia ¢ chamado “comportamen- to operante”. Lembrando que esse é um dos méto- dos de adestramento de animais, sendo o outro método 0 condiciona- mento classico desen- volvido por Pavlov, Como © artigo nao ¢ sobre adestra- mento de animais, nao entra- rei em detalhes, apenas cito para frisar que 0 “condicio- namento operante” 6 utili- zado com algumas variacoes para animais e para humanos com deficiéncia mental profunda, A deficiéncia mental ¢ con- siderada uma patologia orginica neurolégica e as causas dessa pa- tologia parecem estar na gestagio problematica ou dificuldades no parto. Esse é 0 consenso nas pes- quisas cientificas e de campo. Alteragses, cromasssmicas provocem sindromes. as uais a mais conhecida €a sindrome de Down, mas também pode- secitar sncorne 0 fri

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