Documentos de Académico
Documentos de Profesional
Documentos de Cultura
União Europeia
A União Europeia é uma associação de Estados Democráticos que estabeleceram entre si
um mercado comum com políticas comuns cada vez mais aperfeiçoadas e abrangendo
um maior número possível de domínios.
Um pouco de história
Os Países Fundadores
Foi preciso criar uma relação forte entre estes dois países e reunir os restantes países
europeus a fim de construir uma comunidade com um destino comum. Jean Monnet,
com uma experiência única enquanto negociador e construtor da paz, propôs ao
Ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Robert Schuman, e ao chanceler alemão
Konrad Adenauer criar um interesse comum entre os seus países: a gestão, sob o
controlo de uma autoridade independente, do mercado do carvão e do aço.
A proposta é formulada oficialmente a 9 de Maio de 1950 pela França e acolhida pela
Alemanha, Itália, Holanda, Bélgica e Luxemburgo.
1
As primeiras Comunidades Europeias
O aparecimento das primeiras comunidades europeias surgiu com a criação da CECA, a
Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, em Paris, a 18 de Abril de 1951, da qual
faziam parte os 6 países fundadores. Seguir-se-iam outras realizações, até se chegar à
União Europeia actual, que está prestes a abrir-se ao Leste do continente, de que
esteve demasiado tempo separada, com o colapso do socialismo e da COMECON (O
Comecon ou Council for Mutual Economic Assistance, Concelho para Assistência
Económica Mútua, fundado em 1949, visava a integração económica das nações do
Leste Europeu. O aparecimento da Comecon surgiu no contexto europeu após o final
da Segunda Guerra Mundial, do qual resultou a destruição de parte do continente
Europeu e surgiu como a resposta soviética ao plano edificado pelos Estados Unidos, o
Plano Marshall, que visava apoiar a reconstrução económica da Europa Ocidental.)
Em 1954,devido ao sucesso conseguido pela criação da CECA, os 6 países fundadores
decidiram criar uma organização que zelaria pela defesa e protecção da Europa – a
Comunidade Europeia de Defesa (CED). Mas apesar de todos os esforços dedicados
na construção deste órgão, este fracassou. A grande importância deste evento adveio
exactamente do seu fracasso, uma vez que, a partir de então, os Estados passaram a
adoptar regras mais modestas e progressivas no acto de aproximar os Estados
europeus.
O Tratado de Roma
O Plano Schuman tinha dado origem a uma Comunidade especializada em 2 domínios
decisivos, mas limitados: o Carvão e o Aço. Sob a pressão da Guerra Fria, foram
tomadas iniciativas nos domínios da defesa e da União política, mas a opinião pública
não estava ainda preparada para as aceitar.
Os 6 Estados-Membros da CECA escolheram portanto uma nova área de integração no
domínio económico, A CRIAÇÃO DE UM MERCADO ÚNICO.
Foi então assinado o Tratado de Roma, a 25 de Março de 1957, que instituiu a
COMUNIDADE ECONÓMICA EUROPEIA (CEE), e que criou instruções e mecanismos
de tomada de decisão que permitem dar expressão tanto aos interesses nacionais
2
como a uma visão comunitária.
A COMUNIDADE EUROPEIA CONSTITUI DORAVANTE O EIXO PRINCIPAL EM TORNO
DO QUAL SE VAI ORGANIZAR A CONSTRUÇÃO.
A CEE
De 1958 a 1970, a abolição dos direitos aduaneiros tem repercussões espectaculares: o
comércio intracomunitário é multiplicado por seis, ao passo que as trocas comerciais da
CEE com o resto do mundo são multiplicadas por três. No mesmo período, o produto
nacional bruto médio da CEE aumenta 70%. Seguindo o padrão dos grandes mercados
continentais, como o dos Estados Unidos da América, os agentes económicos europeus
sabem tirar proveito da dinamização resultante da abertura das fronteiras.
Os consumidores habituam-se a que lhes seja proposta uma gama cada vez mais variada de
produtos importados. A dimensão europeia torna-se uma realidade. Em 1986, a
assinatura do Acto Único Europeu permitirá abolir as outras restrições, de ordem
regulamentar e fiscal, que atrasavam ainda a criação de um mercado interno genuíno,
totalmente unificado.
3
bloco soviético.
De seis para nove, de doze para quinze membros, a Europa comunitária vai ganhando
influência e prestígio. Deve manter um modo de decisão eficaz, capaz de gerir o
interesse comum em proveito de todos os seus membros, preservando
simultaneamente as identidades e as especificidades nacionais e regionais que
constituem a sua riqueza.
A 1 de Maio de 2004, dez novos países aderiram à União Europeia, sendo assim, a União
Europeia passou de 15 para 25 Estados-Membros e constitui, a partir de agora, um
espaço político e económico com 450 milhões de cidadãos, incluindo:
- três antigas repúblicas soviéticas (Estónia, Letónia e Lituânia);
- Quatro antigos países-satélite da URSS (Polónia, República Checa, Hungria e
Eslováquia);
- Uma antiga república jugoslava (Eslovénia);
- Duas ilhas mediterrânicas (Chipre e Malta).
Este alargamento histórico da União Europeia, de 15 para 25 membros, conclui um longo
processo de adesão que permitiu a reunificação do povo europeu, dividido durante meio
século pela cortina de ferro e a guerra fria.
Em Janeiro de 2007, foi a vez da Bulgária e a Roménia aderirem à União Europeia.
Tendo passado de seis países membros em 1950 para 25 em 2004 e 27 em 2007, a União
Europeia pode agora, a justo título, reivindicar que representa um continente. Do
Atlântico ao Mar Negro, a União europeia reúne, pela primeira vez, as partes ocidental e
oriental da Europa separadas pela guerra fria há 60 anos.
28 de Março de 1977
O Ministério dos Negócios Estrangeiros português, dirige uma carta ao Presidente do
4
Conselho, onde, em conformidade com a posição tomada pela Assembleia da
República, é pedida a adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia, de
acordo com o disposto no artigo 237º do Tratado que institui a CEE.
20 de Abril de 1978
A Comissão Europeia faz uma comunicação sobre o alargamento onde analisa a situação
dos diferentes sectores da economia portuguesa.
19 de Maio de 1978
A Comissão Europeia pronunciou-se a favor da adesão, tecendo considerações
complementares sobre a forma como Portugal estava a assimilar as políticas e os
regulamentos comunitários e sobre o modo como o poderia fazer futuramente.
6 de Junho de 1978
Conselho de Ministros da Comunidade Económica Europeia pronuncia-se, por unanimidade,
a favor do pedido português.
18 de Dezembro de 1980
É aprovado o acordo, sob forma de troca de cartas entre a Comunidade Económica Europeia
e a República Portuguesa, relativo à criação de uma ajuda de pré-adesão a favor de
Portugal.
17 de Novembro de 1982
Resolução do Parlamento Europeu (JOCE C 334/82, pag.54) reitera a vontade política de ver
a Espanha e Portugal juntarem-se à Comunidade, o mais tardar a 1 de Janeiro de 1984.
25 e 26 de Junho de 1984
O Conselho Europeu de Fontainebleau confirma que as negociações para a adesão de
Espanha e Portugal devem ser concluídas, o mais tardar, até 30 de Setembro de 1984.
Até lá, a Comunidade comprometeu-se a esforçar-se, criando as condições adequadas
para o êxito deste alargamento quer nas negociações com Espanha relativamente ao
sector das pescas quer na reforma da organização comum do mercado do vinho.
5
24 de Outubro de 1984
Em Dublin, é assinada uma Declaração Comum do Conselho Europeu, Governo Português e
Comissão Europeia. É definido o objectivo do novo alargamento da Comunidade se
tornar uma realidade a 1 de Janeiro de 1986.
18 de Dezembro de 1984
É adoptado o segundo acordo de pré-adesão.
31 de Maio de 1985
A Comissão Europeia emite um parecer ao Conselho favorável à adesão, considerando que
o alargamento das Comunidades ao Reino de Espanha e à República Portuguesa
contribuirá, nomeadamente, para consolidar a defesa da paz e da liberdade na Europa.
11 de Junho de 1985
Conselho decide que o Reino de Espanha e a República Portuguesa podem tornar-se
membros da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço. Aceita igualmente os pedidos
de admissão destes países na Comunidade Económica Europeia e na Comunidade
Europeia da Energia Atómica.
Os Principais Tratados da UE
6
1951 – Tratado de Paris (CECA)
A Comunidade Europeia do Carvão e do Aço contribui para a recuperação económica da
Europa ao suprimir as restrições à produção de aço da RFA, permitindo o
estabelecimento de condições de igualdade nos mercados francês e alemão, bem como
o desenvolvimento da exportação comum para outros países.
7
de 1997, e tem por base quatro grandes objectivos:
Fazer dos direitos dos cidadãos o ponto essencial da União Europeia e introduzir um
novo capítulo sobre o emprego;
Suprimir os últimos entraves à livre circulação e reforçar a segurança;
Permitir um reforço da importância da Europa no mundo;
Tornar mais eficaz a arquitectura institucional da União Europeia, tendo em vista os
próximos alargamentos.
Na altura do Tratado de Amesterdão, e por falta de resultados positivos, ficou agendada uma
Conferência Intergovernamental para 2000 com vista a adaptação do funcionamento
das instituições europeias à entrada de novos Estados-Membros.
As Instituições Europeias
8
Os Estados-Membros consentem, com efeito, delegações de soberania a favor de
instituições independentes que representam simultaneamente interesses comunitários,
nacionais e dos cidadãos. A Comissão defende tradicionalmente os interesses comunitários,
cada governo nacional está representado a nível do Conselho da União e o Parlamento
Europeu é directamente eleito pelos cidadãos da União. Direito e democracia constituem,
assim, os fundamentos da União Europeia.
Parlamento Europeu
9
Jerzy Buzek foi eleito Presidente do PE em 14 de Julho de 2009, por um
período de dois anos e meio (até Janeiro de 2012).
Bélgica 22
Bulgária 17
República Checa 22
Dinamarca 13
Alemanha 99
Estónia 6
Grécia 22
Espanha 50
França 72
Irlanda 12
Itália 72
Chipre 6
Letónia 8
Lituânia 12
Luxemburgo 6
Hungria 22
Malta 5
10
Países Baixos 25
Áustria 17
Polónia 50
Portugal 22
Roménia 33
Eslovénia 7
Eslováquia 13
Finlândia 13
Suécia 18
Reino Unido 72
Total 736
11
especialmente da Comissão. Tem poderes para aprovar ou rejeitar as nomeações dos
membros da Comissão, e tem o direito de adoptar uma moção de censura de toda a
Comissão.
O Parlamento contribui ainda para a elaboração de nova legislação, dado que tem de
examinar o programa de trabalho anual da Comissão, determinado quais os novos actos
legislativos que são necessários e solicitando à Comissão que apresente propostas nesse
sentido.
2. Controlo democrático
Quando é indigitada uma nova Comissão, os seus membros são designados pelos governos
dos Estados-Membros, mas não podem ser nomeados sem a aprovação do Parlamento. O
Parlamento realiza audições com cada membro individualmente, incluindo com o Presidente
da Comissão indigitado, e submete à votação a aprovação do conjunto da Comissão.
12
Parlamento, que pode aprovar uma «moção de censura» que implica a demissão de toda a
Comissão.
Em termos mais gerais, o Parlamento exerce o seu controlo através da análise periódica de
relatórios enviados pela Comissão (o Relatório Geral anual, relatórios sobre a execução do
orçamento). Além disso, os deputados do PE endereçam regularmente perguntas à
Comissão, a que os membros da Comissão são, por lei, obrigados a responder.
O Parlamento pode também exercer o seu controlo democrático através da análise das
petições apresentadas por cidadãos e da instituição de comissões de inquérito.
Por último, o Parlamento contribui sempre para as cimeiras da UE (as reuniões do Conselho
Europeu). No início de cada cimeira, o Presidente do Parlamento é convidado a exprimir os
pontos de vista e preocupações do Parlamento sobre assuntos importantes e sobre as
questões que figuram na agenda do Conselho Europeu.
O ministro que tem de participar depende do tema a tratar. Se, por exemplo, o Conselho se
destina a tratar assuntos ambientais, participam na respectiva reunião os Ministros do
Ambiente de todos os países da U.E. Trata-se então do Conselho “Ambiente”.
As relações da U.E com o resto do mundo são tratadas no Conselho “Assuntos Gerais e
Relações Externas”. No entanto, o Conselho, neste tipo de configuração, tem também uma
responsabilidade política mais genérica e, por esse motivo, nas suas reuniões podem
participar outros ministros e secretários de Estado, consoante seja decidido pelos respectivos
13
governos.
• Competitividade
• Agricultura e Pescas
• Ambiente
Cada ministro que participa num Conselho tem competência para vincular o seu governo. Por
outras palavras, a assinatura do ministro obriga todo o seu governo. Além disso, cada
ministro que participa no Conselho é responsável perante o seu Parlamento representa. Está
assim assegurada a legitimidade democrática das decisões do Conselho.
1. Legislação
15
2. Coordenação das políticas dos Estados-Membros
Os países da U.E decidiram que querem ter uma política económica geral baseada numa
estreita coordenação entre as respectivas políticas económicas nacionais. Esta coordenação
é realizada pelos Ministros da Economia e Finanças, que constituem colectivamente o
Conselho dos Assuntos Económicos e Financeiros(“ECOFIN”)
Todos os anos o Conselho “celebra” (isto é, assina oficialmente) vários acordos entre a
União Europeia e países não pertencentes à U.E, bem como com organizações
internacionais. Estes acordos cobrem grandes áreas, como o comércio e a cooperação para
o desenvolvimento, ou tratam de domínios específicos como os têxteis, as pescas, a ciência
e a tecnologia, os transportes, etc.
16
por isso, o Parlamento e a Comissão Europeia têm papéis bastantes limitados. No entanto,
os países da U.E têm muito a ganhar se trabalharem conjuntamente nestas áreas e o
Conselho é o principal fórum em que se concretiza esta “cooperação intergovernamental”
Para poder reagir de forma mais eficaz a crises internacionais, a União Europeia criou uma
“Força de Reacção Rápida”. Não se trata, no entanto, dum “exército europeu”. Os efectivos
continuam a pertencer às respectivas forças armadas nacionais e a permanecer sob o seu
comando nacional, e a sua missão está limitada a assegurar a ajuda humanitária, o
salvamento, a manutenção da paz e outras tarefas de gestão de crises.
Os cidadãos da U.E têm a liberdade de residir e trabalhar no país da U.E que escolherem e,
por isso, devem beneficiar de igualdade de acesso a justiça civil em toda a União Europeia.
Por conseguinte, os tribunais nacionais devem trabalhar em conjunto para assegurar que
uma sentença proferida por um tribunal num determinado Estado-Membro num processo de
divórcio ou de custódia dos filhos é reconhecida em todos os outros países da U.E.
17
movimentação das pessoas suspeitas de tráfico de drogas e de seres
humanos;
Este tipo de questões é tratado pelo Conselho “Justiça e Assuntos Internos”, isto é, pelos
Ministros da Justiça e dos Assuntos Internos dos Estados-Membros. O objectivo é criar um
“espaço de liberdade, de segurança e de justiça” dentro das fronteiras da U.E.
COREPER
A Presidência do Conselho
A Presidência do Conselho é objecto de rotação de seis em seis meses. Por outras palavras,
cada pais da U.E dirige a agenda do Conselho por períodos sucessivos de seis meses,
assegurando a presidência de todas as reuniões e promovendo os compromissos
necessários entre os diversos Estados-Membros.
18
O Secretário-Geral
Nessa capacidade, ajuda a coordenar a acção da U.E no plano mundial. Nos termos de novo
Tratado de Lisboa, o Alto Representante será substituído pelo Ministro dos Negócios
Estrangeiros da U.E.
As decisões do Conselho são adoptadas por votação. Quanto maior for a população de um
país, mais votos este tem, mas o números são ponderados de modo a favorecer os países
com menor população.
Espanha e Polónia: 27
Roménia: 14
Países Baixos: 13
Malta: 3
TOTAL: 345
Comissão Europeia
19
A Comissão é independente dos governos nacionais. Tem por missão representar e defender
os interesses da União Europeia no seu todo. Elabora novas propostas de legislação
europeia, que apresenta ao Parlamento Europeu e ao Conselho.
É também o braço executivo da UE, o que quer dizer que é responsável pela execução das
decisões do Parlamento e do Conselho. Isto significa que a Comissão assegura a gestão
corrente da União Europeia:aplicar as políticas, executar os programas e utilizar os fundos.
Tal como o Parlamento e o Conselho, a Comissão Europeia foi criada nos anos cinquenta ao
abrigo dos Tratados constitutivos.
De cinco em cinco anos, no prazo de seis meses após as eleições para o Parlamento
Europeu, é nomeada uma nova Comissão. O procedimento é o seguinte:
▪ Os governos dos Estados Membros designam por comum acordo o novo Presidente da
Comissão.
▪ Parlamento aprova o Presidente designado da Comissão.
▪ Presidente designado da Comissão, em concertação com os governos dos Estados
Membros, escolhe os restantes membros da Comissão.
▪ Conselho adopta a lista de candidatos por maioria qualificada e transmite-a ao Parlamento
Europeu para aprovação.
▪ Parlamento realiza audiências com cada candidato e dá o seu parecer sobre a totalidade da
equipa.
20
▪ Após aprovação do Parlamento, a nova Comissão é formalmente designada pelo Conselho
deliberando por maioria qualificada.
A Comissão responde politicamente perante o Parlamento, que tem poderes para demitir
toda a equipa mediante a adopção de uma moção de censura. Os Membros da Comissão
devem apresentar a demissão se tal lhes for solicitado pelo Presidente, desde que os
restantes Comissários aprovem esta decisão.
21
1. Apresentar propostas legislativas
Antes de apresentar uma proposta, a Comissão tem de ter conhecimento das novas
situações e problemas existentes na Europa e determinar se a legislação da UE constitui a
melhor solução para os resolver, razão pela qual a Comissão está em contacto permanente
com uma vasta gama de grupos de interesses, bem como com dois órgãos consultivos - o
Comité Económico e Social Europeu e o Comité das Regiões. A Comissão também consulta
os Parlamentos e os governos nacionais.
Se, contudo, a Comissão concluir que é necessária legislação da UE, elabora uma proposta
que, no seu entender, aborda o problema de forma adequada e satisfaz o leque mais
diversificado possível de interesses. Para as questões técnicas, a Comissão consulta peritos
que se reúnem em diversos comités e grupos de trabalho.
22
A Comissão gere igualmente as políticas adoptadas pelo Parlamento e pelo Conselho, tais
como a Política Agrícola Comum. Outro exemplo é a política da concorrência, domínio em
que a Comissão tem poderes para autorizar ou proibir concentrações de empresas. A
Comissão também se certifica de que os países da UE não subsidiam as suas empresas de
forma a provocar distorções da concorrência.
A Comissão é a «guardiã dos Tratados». Tal significa que, juntamente com o Tribunal de
Justiça, a Comissão zela pela correcta aplicação da legislação da UE em todos os
Estados-Membros.
Se concluir que um determinado país da UE não está a aplicar correctamente uma lei
europeia, não cumprindo, por conseguinte, as obrigações jurídicas que lhe competem, a
Comissão tomará as medidas adequadas para corrigir a situação.
Se este procedimento não for suficiente para resolver o problema, a Comissão é obrigada a
remeter o caso para o Tribunal de Justiça, que tem poderes para aplicar sanções
pecuniárias. As sentenças do Tribunal são vinculativas para os Estados-Membros e as
instituições da UE.
23
A Comissão Europeia é um importante porta-voz da União Europeia no contexto
internacional,o que permite aos Estados-Membros falar «a uma só voz» em instâncias
internacionais, tais como a Organização Mundial do Comércio.
A Comissão reúne uma vez por semana, normalmente às quartas-feiras, em Bruxelas. Cada
ponto da agenda é apresentado pelo Comissário responsável pelo pelouro em causa e toda
a equipa toma uma decisão colectiva sobre a matéria.
Imagine-se, por exemplo, que a Comissão considera que é necessário criar legislação da UE
para prevenir a poluição dos rios na Europa. A Direcção-Geral do Ambiente elabora uma
proposta, que terá em linha de conta as consultas prévias realizadas pela Comissão com
representantes da indústria e dos agricultores, bem como com os ministérios do Ambiente e
as organizações ambientais nos Estado-membros. O projecto também é discutido com os
24
outros serviços da Comissão e apreciado pelo Serviço Jurídico e pelo Secretariado-Geral.
Uma vez concluído este trabalho, a proposta é inscrita na agenda de uma próxima reunião
da Comissão. Se for aprovada por, pelo menos, 14 a 27 Comissários, a proposta é adoptada
pela Comissão, passando a contar com o apoio incondicional de toda a equipa. Em seguida,
o documento é submetido à apreciação do Conselho e do Parlamento Europeu.
Tribunal de Justiça
O Tribunal é composto por um juiz de cada Estado-Membro, por forma a que os 27 sistemas
jurídicos da União Europeia estejam representados. No entanto, por razões de eficiência, o
Tribunal quase nunca se reúne em sessão plenária. Reúne normalmente em «Grande
Secção», composta apenas por 13 juízes, ou em secções de três ou cinco juízes.
25
período de seis anos, que pode ser renovado.
A fim de ajudar o Tribunal de Justiça a fazer face grande número de processos que lhe são
submetidos e de proporcionar aos cidadãos uma protecção jurídica mais eficaz, em 1988 foi
criado um «Tribunal de Primeira Instância». Este tribunal (que está associado ao Tribunal de
Justiça) tem competência para proferir sentenças em certas categorias de processos, em
especial acções instauradas por particulares, empresas e algumas organizações ou
relacionadas com a legislação em matéria de concorrência. Este tribunal dispõe também de
um juiz por cada Estado-Membro.
O Tribunal da Função Pública da União Europeia, por seu turno, delibera em litígios entre a
União Europeia e os seus funcionários e agentes. É composto por sete juízes e depende do
Tribunal de Primeira Instância.
O Tribunal pronuncia-se sobre os processos que são submetidos à sua apreciação. Os cinco
tipos de processos mais comuns são os seguintes:
Os tribunais nacionais são responsáveis pelo respeito do direito comunitário em cada país da
UE. Existe, no entanto, um risco de que os tribunais de alguns países interpretem o direito da
UE de forma divergente.
26
Para que tal não aconteça, existe o «pedido de decisão prejudicial». Assim, os tribunais
nacionais, caso tenham uma dúvida quanto à interpretação ou à validade de uma disposição
do direito da UE, podem e, por vezes devem, solicitar ao Tribunal de Justiça que se
pronuncie. A opinião do Tribunal é dada sob a forma de «decisão a título prejudicial».
A Comissão pode intentar este tipo de acção se considerar que um Estado-Membro não
cumpriu as obrigações que lhe incumbem por força do direito comunitário. Qualquer
Estado-Membro pode intentar uma acção por incumprimento.
3. Recurso de anulação
Se o Tribunal verificar que a disposição impugnada não tinha sido correctamente adoptada
ou não se baseava correctamente nos Tratados, pode decretar a sua anulação
5. Acção de indemnização
27
Qualquer pessoa ou empresa que tenha sofrido danos causados por uma acção ou inacção
da Comunidade ou do pessoal comunitário pode intentar uma acção para obter reparação no
Tribunal de Primeira Instância.
Os processos são inscritos no registo da Secretaria do Tribunal. Para cada processo são
nomeados um juiz-relator e um advogado-geral.
A tramitação processual no Tribunal desenrola-se em duas fases: uma fase escrita e uma
fase oral.
Inicia-se então a segunda fase - a audiência pública quese pode realizar-se em secções de
três ou cinco juízes ou na presença de todo o Tribunal (em «sessão plenária»), consoante a
importância ou a complexidade do processo. Na audiência, os advogados das partes
envolvidas apresentam as suas alegações aos juízes e ao advogado-geral, que podem
colocar as perguntas que entenderem pertinentes. Posteriormente, o advogado-geral
apresenta as suas conclusões ao Tribunal, após o que os juízes deliberam e proferem um
acórdão.
28
Tribunal de Contas
O Tribunal de Contas foi criado em 1975. Tem a sua sede no Luxemburgo. O Tribunal
verifica se os fundos da UE, provenientes dos contribuintes, são cobrados de forma
adequada e utilizados de acordo com a lei, de forma económica e para o fim a que se
destinam. A sua missão consiste em assegurar que os contribuintes retirem o maior benefício
possível do seu dinheiro e tem o direito de realizar auditorias junto de qualquer pessoa ou
organização que se ocupe da gestão dos fundos da UE.
O Tribunal é composto por um membro de cada país da UE, nomeado pelo Conselho por um
período renovável de seis anos. Os membros designam entre si o Presidente, por um
período renovável de três anos.
Para que possa desempenhar as suas funções com eficácia, o Tribunal de Contas deve ser
completamente independente das outras instituições, mas manter simultaneamente um
contacto permanente com elas.
Uma das funções mais importantes do Tribunal de Contas é assistir o Parlamento Europeu e
o Conselho, apresentando-lhes um relatório anual sobre o exercício financeiro precedente. O
29
Parlamento analisa pormenorizadamente o relatório do Tribunal antes de decidir se aprova a
forma como a Comissão executou o orçamento. Quando considera as contas correctas, o
Tribunal de Contas envia ao Conselho e ao Parlamento uma declaração de fiabilidade
certificando que o dinheiro dos contribuintes europeus foi bem utilizado.
Por último, o Tribunal de Contas emite pareceres sobre as propostas de legislação financeira
da UE e relativamente às acções comunitárias de luta contra a fraude.
30
- direitos fundamentais;
O artigo 8º do Tratado da CEE, dada pelo artigo 13º do Acto Único, apresenta-nos a
transformação do mercado comum do Tratado de Roma, num mercado único onde
passa a existir um espaço sem fronteiras internas, no qual a livre circulação das
mercadorias, das pessoas, dos serviços e dos capitais é garantida.
31
- dirigir-se para a moeda única;
O euro é a moeda oficial da União Europeia, este existe sobre a forma de notas e moedas
desde Janeiro de 2002 e sob a forma de moeda escritural desde Janeiro de 1999.
O Euro está dividido em notas de 5, 10, 20, 50, 100, 200, 500 euros e moedas de 1, 2, 5, 10,
20, 50 cêntimos e de 1 e 2 euros. Cada uma das moedas que circulam pelos países da EU
tem uma face comum, no entanto, existe uma outra face que não é comum, mas sim que
depende da cunhagem de cada país.
As notas são idênticas, sendo possível identificar a sua origem pela letra que antecede o
número de série que 11 dos 16 membros do Euro usam (L - Finlândia; M - Portugal; N -
Áustria; P - Países Baixos; S - Itália; T - Irlanda; U - França; V - Espanha; X - Alemanha; Y -
Grécia; Z - Bélgica)
32
tornaram-se mais estáveis, pois o valor da moeda é igualmente mais estável.
Da mesma forma, não só os particulares têm benefícios com o euro, também
beneficiados foram os países da EU na medida em que:
• Torna a União Europeia mais competitiva no comércio internacional;
Nem tudo foram boas novas com a adesão ao euro, o que para uns foi vantajoso, para
outros trouxe inconvenientes como:
• Algumas empresas exportadoras, vêem os seus produtos a ficarem mais caros
em relação aos da zona do “dólar” onde as mercadorias são negociadas em
moedas asiáticas como o iene japonês e o “yuan” chinês ou em países cuja
moeda acompanha a evolução da moeda americana;
33
A cidadania da União é a relação vinculativa entre os cidadãos e a União Europeia, definida
com base em direitos, deveres e a participação política dos cidadãos. Complementa a
cidadania nacional e comporta um conjunto de direitos e deveres que vêm associar-se aos
que decorrem da qualidade de cidadão de um Estado-Membro.
Os cidadãos da União gozam dos direitos e estão sujeitos aos deveres previstos no Tratado.
Sob o princípio da não discriminação entre nacionais dos Estados-Membros, a importância
da cidadania da União reside no facto de os cidadãos da União terem direitos genuínos nos
termos da legislação comunitária.
Os direitos fundamentais conferidos pela cidadania em conformidade com a Parte II do
Tratado CE são:
34
• O direito de se dirigir às instituições europeias numa das línguas oficiais e obter uma
resposta redigida na mesma língua;
• O direito de acesso aos documentos do Parlamento Europeu, do Conselho e da Comissão,
sob reserva da fixação de certas condições (artigo 255.º TCE);
• O direito de não discriminação entre cidadãos da União em razão da nacionalidade (artigo
12.º TCE) e o da não discriminação em razão do sexo, da raça, da religião, de uma
deficiência, da idade ou da orientação sexual;
• O direito de igualdade de acesso à função pública comunitária.
Direito à livre circulação e residência dos cidadãos da União e dos membros das suas
famílias
A União adopta uma directiva relativa ao direito de livre circulação e residência dos cidadãos
da União, agrupando as medidas que se encontravam dispersas no complexo corpo
legislativo que até agora tinha regulamentado a matéria. As novas medidas destinam-se,
nomeadamente, a favorecer o exercício do direito à livre circulação e residência dos
cidadãos da União; reduzir ao estritamente necessário as formalidades administrativas;
definir melhor o estatuto dos membros da família; circunscrever a possibilidade de recusar ou
pôr termo à residência.
35
No que se refere a estadas inferiores a três meses, a única formalidade imposta ao cidadãos
da União é a posse de um documento de identidade ou de um passaporte válido. O Estado-
Membro de acolhimento poderá solicitar ao interessado que assinale a sua presença no seu
território num prazo razoável e não discriminatório.
O direito de residência por um período superior a três meses continua a estar sujeito a certas
condições:
36
comprovar que satisfazem a condição relativa aos recursos.
Os membros da família de um cidadão da União que não tenham nacionalidade de um
Estado-Membro devem solicitar um "cartão de residência de membro da família de um
cidadão da União", com uma validade de pelo menos cinco anos, a contar da data da sua
emissão.
Aos cidadãos da União que o solicitem é emitido um documento que certifica o direito de
residência permanente. Os Estados-Membros emitem um cartão de residência permanente
de duração ilimitada e renovável de pleno direito de dez em dez anos aos membros da
família nacionais de um país terceiro. Este cartão é emitido no prazo de seis meses a partir
da introdução do pedido. A continuidade da residência do cidadão poderá ser provada por
qualquer meio de prova utilizado no Estado-Membro de acolhimento.
37
assistência social durante os três primeiros meses de residência a pessoas que não os
trabalhadores assalariados ou não assalariados e os membros da sua família. Os Estados-
Membros também não são obrigados a conceder a essas mesmas pessoas, antes da
aquisição do direito de residência permanente, ajudas de subsistência a estudantes,
incluindo para formação profissional, constituídas por bolsas de estudo ou empréstimos.Os
membros da família, independentemente da sua nacionalidade, terão o direito de exercer
uma actividade económica assalariada ou não assalariada.
O cidadão da União ou um membro da sua família poderá ser afastado do território por
razões de ordem pública, de segurança pública ou de saúde pública. Em nenhum caso a
decisão poderá ser baseada em razões económicas. As medidas relativas à liberdade de
circulação e de residência deverão respeitar o princípio da proporcionalidade e ser
exclusivamente baseadas no comportamento pessoal do cidadão. A existência de
condenações penais não poderá automaticamente justificar uma medida deste tipo.
O comportamento deverá constituir uma ameaça suficientemente grave e actual que afecte
um interesse fundamental do Estado. A caducidade do documento que permitiu a entrada do
cidadão interessado não constitui uma razão justificativa de afastamento.
38
Em caso algum a medida de proibição do território será adoptada com duração
indeterminada. O interessado poderá introduzir um pedido de reanálise da sua situação após
um período máximo de três anos. Além disso, esta directiva prevê diversas garantias
processuais. Em especial, as pessoas em causa têm acesso às vias de recurso judiciais ou,
se for caso disso, administrativas no Estado-Membro de acolhimento.
39
É possível morar enquanto se estuda noutro Estado-Membro?
Os cidadãos da União Europeia, gozam do direito de eleger ou ser eleitos nas eleições
municipais e nas eleições para o Parlamento Europeu, independentemente do país da União
Europeia onde residem.
Quais os requisitos para poder votar ou ser elegível para o Parlamento Europeu?
• Cidadania da UE;
• Residência no Estado-Membro em que for depositado o voto ou em que a pessoa em causa
se apresente como candidato;
• Cumprimento das disposições aplicáveis aos nacionais do Estado-Membro de residência no
que se refere ao direito de voto ou de elegibilidade (princípio da igualdade entre os eleitores
nacionais e os de outros países da UE).
40
nacionalidade têm direito de voto e de elegibilidade nas eleições autárquicas do seu país de
residência, nas mesmas condições que os nacionais deste país.
Na ausência de protecção nacional num país não pertencente à UE, o cidadão tem direito a
beneficiar da protecção de outro Estado-Membro da UE. Esta protecção deve ser concedida
nas mesmas condições de que beneficiam os nacionais desse Estado. (Artigo 20.° do
Tratado que institui a Comunidade Europeia).
Pode apresentar uma petição qualquer cidadão da União Europeia ou residente num Estado-
Membro da União Europeia, qualquer membro de uma associação, empresa, organização
(pessoa singular ou colectiva) com sede social num Estado-Membro da União Europeia.
(Artigo 194º do Tratado CE).
41
• Livre circulação de pessoas, de mercadorias e de serviços, mercado interno;
• Emprego e assuntos sociais;
• Reconhecimento de qualificações profissionais;
• Outras questões relacionadas com a aplicação da legislação da UE.
Pode ser apresentada por um cidadão da União ou por qualquer pessoa singular ou colectiva
com residência ou sede estatutária num Estado-Membro, nos casos de má administração na
acção das instituições e organismos comunitários.
Por vezes, basta que o Provedor de Justiça informe a instituição em questão da recepção de
uma queixa, para que esta corrija imediatamente o problema. Se a queixa não for resolvida
de forma satisfatória durante o inquérito, o Provedor de Justiça tentará, na medida do
possível, encontrar uma solução amigável que resolva o caso de má administração e
satisfaça o(a) queixoso(a). Se a tentativa de reconciliação fracassar, o Provedor de Justiça
42
pode fazer recomendações por forma a resolver o caso. Se a instituição em causa não
aceitar essas recomendações, o Provedor de Justiça pode apresentar ao Parlamento
Europeu um relatório especial sobre o assunto.
Qualquer cidadão da União pode dirigir-se por escrito a qualquer das instituições numa das
línguas previstas no artigo 314º e obter uma resposta redigida na mesma língua.
43
Todos os cidadãos da União Europeia e todas as pessoas singulares ou colectivas que
residam ou tenham a sua sede estatutária num Estado-Membro têm direito de acesso aos
documentos do Parlamento Europeu, do Conselho e da Comissão, mediante algumas regras.
Dois tipos de excepções ao direito de acesso:
Não obstante o enunciado do n.º 2 do Artigo 17.º (ex-artigo 8.º) do TCE "Os cidadãos da
União gozam dos direitos e estão sujeitos aos deveres previstos no presente Tratado", a
cidadania da União não comporta, até à data, quaisquer deveres para os cidadãos da União,
o que representa uma diferença substancial relativamente à cidadania d dos s E Est tados-
Membros.
A Europa e o Mundo
44
As principais organizações internacionais:
46
2. Grupo de Acção Financeira Internacional (GAFI) Q u ic kT im e ª a n d a
d ec o m p resso r
a re n e e d e d to se e th is p ic tu re .
O relatório de avaliação mútua de Portugal, que incide sobre o grau de observância das 40
+ 9 Recomendações e sobre a eficácia do sistema nacional em matéria de prevenção do
branqueamento de capitais e do financiamento do terrorismo foi discutido e aprovado pelos
membros do GAFI na sua I Sessão Plenária de 2006/07, que decorreu entre 11 e 13 de
Outubro de 2007.
O que é a CIEC?
47
Criada em Amesterdão em Setembro de 1948, foi reconhecida em Dezembro de 1949 pela
Bélgica, a França, o Luxemburgo, os Países Baixos e a Suíça.
A CIEC conta actualmente com 16 Estados Membros e 6 Estados com Estatuto de
Observador (Chipre, Lituânia, Rússia, Santa Sé, Eslovénia e Suécia), tendo Portugal aderido
em 1973.
A representação de Portugal na CIEC é assegurada pela respectiva Secção Nacional,
integrada, a título principal, pelo Professor Doutor Miguel Teixeira de Sousa, a Dra. Odete
Jacinto (da Conservatória dos Registos Centrais) e a Dra. Rita Pires Neves (jurista do
GRIEC).
A CIEC concentra a sua actividade na publicação de estudos em matéria de estado civil, na
elaboração de recomendações e sobretudo de Convenções tendentes a harmonizar as
disposições dos Estados Membros nas matérias relativas ao estado e à capacidade das
pessoas, à família e à nacionalidade bem como melhorar as técnicas dos serviços que se
ocupam do estado civil nos respectivos Estados-Parte.
Para o acompanhamento e aprofundamento de determinadas questões são formados grupos
de trabalhos entre os delegados das várias secções nacionais, cujas propostas e conclusões
são discutidas nas reuniões bianuais da Assembleia-geral.
Até à data foram aprovadas e estão em vigor 32 Convenções e 8 Recomendações sobre as
mais variadas matérias, tendo Portugal ratificado 11 dessas convenções.
A Presidência da CIEC é rotativa, de entre as secções nacionais, tendo Portugal assegurado
a sua mais recente Presidência no biénio 2004-2005.
Por ocasião da Assembleia-geral de Setembro de 2005, que teve lugar em Antalya, na
Turquia, ainda sob a Presidência Portuguesa, foi aprovada a Convenção sobre o
Reconhecimento de Nomes, tendo Portugal sido o primeiro país a assinar a referida
Convenção.
Esta Convenção visa facilitar o reconhecimento nos Estado Contratantes dos nomes
atribuídos à luz da legislação nacional aplicável noutro Estado Contratante.
Decorrem neste momento os trabalhos relativos à fraude documental, ao reconhecimento
das parcerias registadas, à informatização, centralização e harmonização da documentação
relevante em matéria de estado civil.
Portugal acompanha e participa activamente nos trabalhos da CIEC, através do Ministério da
Justiça (DGPJ/GRI e DGRN) respondendo a questionários, comunicando legislação vigente
e em preparação bem como jurisprudência nacional nas matérias relevantes.
48
4. Organização para a Cooperação Económica e Desenvolvimento (OCDE)
49
5. Organização de Segurança e Cooperação na Europa (OSCE)
A Organização de Segurança e Cooperação na Europa foi criada nos anos 70, sob o nome
de Conferência de Segurança e Cooperação na Europa (CSCE), como uma plataforma de
diálogo e negociação entre o Este e o Oeste do continente europeu. Resultou dos Acordos
de Helsínquia, assinados a 1 de Agosto de 1975. Os Acordos estavam divididos em três
secções principais, que diziam respeito a: (1) questões relacionadas com a segurança na
Europa; (2) cooperação no campo económico, científico e tecnológico, e do meio-ambiente;
(3) cooperação humanitária. De 1975 até 1990, a CSCE funcionou como uma conferência
contínua.
As novas necessidades de segurança na Europa nos anos 90 levaram a uma mudança
fundamental na CSCE e a um reforço do seu papel. Reflectindo estas mudanças, na cimeira
realizada em Budapeste em 1994 foi reconhecido que o desempenho da CSCE não cabia no
âmbito do que se denomina, normalmente, por conferência. Procedeu-se a uma reforma da
instituição, que se passou a designar por OSCE .
A Carta de Paris, datada de Novembro de 1990, marcou o ponto de viragem na História da
organização: de um papel virado para negociações e diálogo passou a uma estrutura
operacional activa. Assim, foram criadas novas instituições, como o Centro de Prevenção de
Conflitos, em Viena, o Departamento para a Realização de Eleições Livres, em Varsóvia, o
Secretariado, em Praga, e diversos órgãos políticos consultivos.
Em Julho de 1992, um novo documento de Helsínquia criou instrumentos para reforçar a
intervenção da OSCE na protecção dos direitos humanos e para prevenir conflitos e crises.
Surgiu o cargo de Alto Comissário das Minorias Nacionais com a função de intervir em casos
de tensões étnicas que pudessem resultar em conflitos regionais. Em Dezembro de 1992, o
Conselho da OSCE instituiu um novo posto de secretário-geral. Em Dezembro de 1993, um
novo órgão - o Comité Permanente - foi estabelecido em Viena.
Hoje, a OSCE compreende 53 estados, incluindo todos os países da Europa e também os
Estados Unidos da América e o Canadá. De uma maneira geral, pretende servir de
instrumento de prevenção de conflitos e crises, fazendo, para isso, contactos com
representantes locais e iniciando o diálogo entre as partes.
50
A Organização Mundial do Comércio (OMC) é a instituição internacional encarregue das
regras do comércio internacional a nível mundial. A sua principal função consiste em garantir
que o comércio flua da forma mais livre possível, com o objectivo último de aumentar a
prosperidade dos países membros. Além desta função, a OMC é igualmente responsável
pela gestão dos acordos que a compõem, a cooperação com outras organizações
internacionais, a assistência técnica aos países em vias de desenvolvimento e o exame das
políticas comerciais nacionais dos seus membros, assumindo o papel de fórum para as
negociações comerciais internacionais.
Embora a OMC seja uma organização recente, o sistema multilateral de comércio, que foi
originalmente criado no âmbito do GATT, tem cerca de 50 anos. Este sistema foi
desenvolvido através de uma série de negociações comerciais (ou rondas), tendo o último
ciclo de negociações (Uruguay Round, 1986-1994) sido o mais ambicioso de sempre. Os
seus resultados incidiram não apenas sobre o clássico comércio de mercadorias mas
levaram à adopção, pela primeira vez em termos multilaterais, de regras e disciplinas
aplicáveis ao comércio de serviços (General Agreement on Trade in Services - GATS) e aos
aspectos do direito de propriedade relacionados com o comércio (TRIPS). Um outro aspecto
importante foi o da elaboração de um Entendimento sobre a Resolução de Litígios, o qual
veio dar ao sistema de resolução dos conflitos uma maior segurança, pela natureza
fortemente jurisdicional e vinculativa com que o dotou, e uma maior celeridade dos
processos.
Um sistema com esta amplitude e diversidade necessitava de uma organização que lhe
desse unidade e o gerisse de forma coerente. A OMC veio permitir o funcionamento de um
sistema comercial internacional integrado, sólido e eficaz, concretizando, finalmente, o
objectivo de criação de uma organização internacional para regular o comércio internacional.
Estrutura Organizativa
51
O órgão máximo da OMC é a Conferência Ministerial que se reúne, pelo menos, de dois em
dois anos e pode tomar decisões sobre todas as matérias relacionadas com qualquer acordo
multilateral de comércio. Já se realizaram seis Conferências Ministeriais, tendo a última sido
realizada em Hong Kong, em Dezembro de 2005.
Três Conselhos, cada um lidando com uma área de comércio diferente, reportam ao
Conselho Geral: o Conselho do Comércio de Serviços, o Conselho do Comércio de
Mercadorias, e o Conselho dos Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual
Relacionados com o Comércio.
Existe ainda um conjunto de outros comités e grupos de trabalho que reportam directamente
ao Conselho Geral, nomeadamente, o Comité das Compras Públicas e os Grupos de
Trabalho sobre Adesão.
52
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN ou NATO), por vezes chamada
Aliança Atlântica, é uma organização internacional de colaboração militar estabelecida em
1949 em suporte do Tratado do Atlântico Norte assinado em Washington a 4 de Abril de
1949. Os seus nomes oficiais são North Atlantic Treaty Organization (NATO), em inglês, e
Organisation du Traité de l'Atlantique Nord (OTAN), em francês. Em Portugal, utiliza-se mais
frequentemente a palavra NATO (sigla em inglês) por, paradoxalmente, se parecer mais a
uma palavra portuguesa. O seu secretário-geral é, desde 1 de Agosto de 2009, o
dinamarquês Anders Fogh Rasmussen.
História
A organização foi criada em 1949, no contexto da Guerra Fria, com o objetivo de constituir
uma frente oposta ao bloco socialista, que, aliás, poucos anos depois lhe haveria de
contrapor o Pacto de Varsóvia, aliança militar do leste europeu.
Com o desmoronamento do Bloco de Leste no final dos anos 1980, surgiu a necessidade de
redefinição do papel da OTAN no contexto da nova ordem internacional, pois o motivo que
deu origem ao aparecimento da organização e o objetivo que a norteou durante quatro
décadas desapareceram subitamente.
A organização dedicou-se, pois, a esta nova tarefa, com o objetivo de se tornar o eixo da
política de segurança de toda a Europa (isto, é considerando também os países que antes
formavam o bloco adversário) e América do Norte. Assim, começou a tratar-se do
53
alargamento a leste (considerando, nomeadamente, a adesão da Polónia, da Hungria e da
República Checa) e, em 1997, criou-se o Conselho de Parceria Euro-Atlântica, um órgão
consultivo e de coordenação onde têm também assento os países aliados da NATO,
incluindo os países da Europa de Leste o que desagrada à Rússia ao ver afastar-se da sua
esfera de influência.
Na actualidade a Aliança Atlântica exerce grande influência nas decisões políticas europeias.
Estados membros
Membros fundadores
▪ Bélgica, Canadá, Dinamarca, Estados Unidos, França, Islândia, Itália, Luxemburgo,
Noruega, Países Baixos, Portugal e Reino Unido (4 de abril de 1949).
Adesões durante a Guerra Fria
• Grécia e Turquia (18 de Fevereiro de 1952), Alemanha Ocidental (9 de maio de 1955) e
Espanha (30 de maio de 1982).
Adesões de países do antigo bloco de leste
• Alemanha Oriental (reunificada com a Alemanha Ocidental, 3 de outubro de 1990), República
Checa e Polónia (12 de março de 1999), Bulgária, Eslováquia, Eslovénia, Estónia, Letónia,
Lituânia e Roménia (29 de março de 2004), Albânia e Croácia (1 de Abril de 2009).
Fundado em 1946, a sua função principal é deliberar sobre disputas submetidas por Estados
e dar conselhos sobre assuntos legais submetidos pela Assembleia Geral ou pelo Conselho
de Segurança, ou por agências especializadas autorizadas pela Assembleia da ONU, de
acordo com a Carta das Nações Unidas. O Estatuto do Tribunal Internacional de Justiça é o
principal documento constitucional pelo qual se rege o Tribunal.
54
Todos os países que fazem parte do Estatuto podem recorrer ao Tribunal Internacional de
Justiça. Outros Estados poderão fazê-lo verificadas certas condições estipuladas pelo
Conselho de Segurança, o qual pode encaminhar ao Tribunal qualquer controvérsia jurídica.
55