Documentos de Académico
Documentos de Profesional
Documentos de Cultura
Neste conflito se combinam diversos elementos. Tudo começou como uma disputa pelo território
entre dois movimentos nacionais com diferentes projetos, provocando a intromissão das potências
durante a Guerra Fria, e com o tempo envolveu outros atores regionais, ocasionando conflitos
bélicos, tornando-se cada vez mais complicado, ao mesclar elementos ideológicos, religiosos e a
disputa pelos escassos recursos naturais da região.
Com o passar dos anos, o enfrentamento entre essas duas forças desiguais - O Estado sionista de
Israel e um movimento de libertação nacional, encarnado pela Organização para a Libertação da
Palestina (OLP) – se intensificaram. Esta desigualdade permitiu que Israel ocupasse o território
que serviria de base para a formação do Estado Palestino, mantendo sob o controle militar a
população palestina árabe e revogando seus direitos fundamentais. A ocupação de Gaza e da
Cisjordânia valeu a Israel uma condenação por parte da comunidade internacional, ainda que essa
tenha sido bastante tímida.
Depois da segunda Guerra Mundial e diante da iminente retirada britânica, as Nações Unidas
(ONU) adotaram a resolução 181 (novembro de 1947) criando dois Estados. Essa medida
entregava aos sionistas 56,47% do território da região, e somente 47,53% para o Estado Árabe
Palestino. Este plano foi rechaçado pelos árabes, pois aos seus olhos tal plano legalizava os planos
coloniais pretendidos pelos sionistas.
O novo Estado Sionista de Israel se alinhou prontamente com as potencias européias frente ao
nacionalismo árabe (Guerra pela nacionalização do Canal de Suez em 1956), ganhando apoio
político, econômico e militar. Quando Israel avaliou que estava mais fortalecido do que nunca, um
novo capitulo dessa trágica história foi aberto.
Em 1967, Israel, por motivos de segurança nacional, e pela necessidade de controlar recursos
naturais como o controle da água, desencadeia uma ofensiva militar ocupando as colinas de Golan
na Síria, a península do Sinai egípcio e os territórios palestinos em Gaza e na Cisjordânia
controlando definitivamente da totalidade do território palestino.
Desde essa data então, a Cisjordânia e a faixa de Gaza, se tornam partes do território palestino,
sob ocupação militar israelense. Este regime impôs um estado de exceção permanente, a
perseguição de todos os nacionalistas palestinos, apropriação de seus recursos naturais (terras e
água), a gradual expropriação de terras para instalação de colonos judeus em (1997 foram
instalados mais de 150 mil colonos na faixa de Gaza e na Cisjordânia e outros 170 mil em
Jerusalém), enfim a total subordinação da economia palestina ao estado de Israel.
Durante as primeiras décadas, Israel se consolidou como Estado e promoveu a instalação massiva
de judeus na região. Dispersos entre vários países e divididos internamente a atuação dos
palestinos foi limitada a alguns enfrentamentos pouco eficazes contra Israel. Mas a partir de 1964
começou a crescer a Organização para a Libertação da Palestina (OLP).
A oposição palestina foi se reorganizando no exterior. Durante os anos 1970 y 1980, a OLP
recompôs o tecido nacional palestino. A OLP combinou a ação diplomática com a luta armada para
libertar o território palestino ocupado, porém lentamente a OLP foi aceitando a fórmula da divisão
territorial entre árabes e palestinos sob a condição da livre determinação e o direito de dispor de
um estado soberano que assegurasse o retorno dos refugiados.
Frente à intransigência de Israel e o contínuo apoio de seus aliados externos, nem a via
diplomática nem a luta armada deram resultados. No final do ano de 1987 foi desencadeado um
levante popular palestino na Cisjordânia e na faixa de Gaza. A Intifada, como ficou conhecido o
levante, envolveu um amplo movimento de luta que rechaçava a ocupação provocando uma
imensa comoção internacional e revelando a verdadeira face da ocupação israelense.
No calor da revolta, em junho de 1988, a Jordânia rompeu seus vínculos administrativos com a
Cisjordânia. Em novembro o conselho nacional palestino (parlamento no exílio) declarou o Estado
de Palestina. A situação se tornou cada vez mais insustentável para Israel, que continuava
resistindo a qualquer mudança de política. No entanto, a Intifada somada a guerra do golfo
obrigaram Israel a iniciarem um processo de negociação tutelado pelos EUA. Mas as negociações e
o processo de paz não sobreviveram muito, provando definitivamente que Israel é um estado que
não pode viver em paz com seus vizinhos.