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- Investigar, portanto, o todo social não é fazê-lo exclusivamente pelas
determinações estruturais, mas atentar também para a necessidade de se
reorganizar, para controlar, todos os aspectos da existência do
trabalhador/reorganizar os próprios saberes sobre estas condições.
1956
- Thompson e Saville: Reasoner
- Nova Esquerda: dissidentes do PCGB (Raymond Williams, Raphael Samuel,
Doris Lessing, Saville, os Thompson, entre outros) – New Reasoner (espaço
aberto tanto de debate e divulgação de reflexões da dissidência comunista
quanto de crítica ao stalinismo e à política social-democrata).
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1959
- New Reasoner funde-se com a Universities and Left Review (de estudantes
socialistas de Oxford) = New Left Review. Objetivo: que o marxismo deixasse de
ser uma discussão teórica, vazia e abstrata dos conceitos, e que pudesse também
entrar nos processos sociais. Engajamento em movimentos como o anti-
colonialismo, a Campanha pelo Desarmamento Nuclear ou outros movimentos
democráticos + criação, ao redor da revista, de centros de trabalho e de agitação
socialista dando origem a grupos e clubes (junho de 1960 havia 30 desses
clubes).
- Após um rápido crescimento no final dos anos 50, a Nova Esquerda entrou em
declínio, não conseguindo firmar-se como forte alternativa política na esquerda
britânica.
1963
- Nova geração de intelectuais marxistas assumiu a direção da revista (Perry
Anderson editor) e a maioria dos membros do antigo grupo fundador
experimentou, a partir de então, um forte isolamento e afastamento de uma vida
política mais ativa;
1964
- Publicação de uma série de artigos de Anderson (Origins of the Present Crisis)
e Tom Nairn (Anatomy of the Labour Party) em que buscavam compreender a
nova conjuntura (vitória do partido Trabalhista nas eleições de 1964) a partir de
uma análise sistemática da história britânica do ponto de vista marxista,
buscando abordar o desenvolvimento do capitalismo, a formação e estrutura das
classes sociais, bem como a trajetória das ideologias no país;
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- Sua tese: condenação da incapacidade da classe trabalhadora inglesa tornar-se
uma classe hegemônica (posição oposta a dos historiadores da “primeira” Nova
Esquerda).
Fabianismo
A Fabian Society, esboçada em Londres em 1882-1883, é organizada em 1884 e
dura até 1930. Tem como objectivo inicial contribuir para a reconstrução da
sociedade de acordo com as mais altas possibilidades morais. Entre os fabianos,
George Bernard Shaw, Graham Wallas, Edward Pease, Annie Beasant, H. G. Wells e
o casal Sidney e Beatrice Webb (com o nome de solteira de Beatrice Potter). O
termo apenas se consagra em 1889 com a publicação dos Fabian Essays in
Socialism, organizados e prefaciados por Shaw. Cimentam-se em 1895 quando
promovem a fundação da London School of Economics com o objectivo de dar uma
instrução nas ciências políticas e económicas e de constituirem um centro de
pesquisa sistemática nas ciências sociais. Distanciando-se de Marx, e influenciados
por Proudhon e John Stuart Mill, reinventam um socialismo democrático que esteve
na origem do trabalhismo britânico, influenciando o programa de 1918, Labour and
Social Order, esboçado por Sidney Webb, que se manteve até aos anos conquenta,
quando foram publicados os New Fabian Essays, de 1952. Baseiam-se nos
anteriores radicais utilitaristas, mas, ao contrário da perspectiva de Bentham, que
punha acento tónico nas reformas legislativas, vão, sobretudo, defender reformas
de carácter económico e social, a inevitabilidade do gradualismo. Defendem a
meritocracia e o recurso a peritos competentes para a gestão dos negócios
públicos. Preferem o reformismo ao radicalismo. Assumem-se como defensores da
eficácia da gestão. Utilizam como título o nome do general romano Quintus Fabius
Maximus Verrucosus (morto em 203 a.C), o cuntactor, que venceu Aníbal, apenas o
atacando quando chegou o momento propício, através de uma táctica que tanto foi
subtil como eficaz.
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EDWARD PALMER THOMPSON (1924-1993)
• Filho de família liberal ingressou no Partido Comunista Britânico aos 17 anos;
• Lutou na II Guerra e, posteriormente, participou da reconstrução da Iugoslávia e
da Bulgária na recuperação de ferrovias e construções em geral;
• Morte do irmão (assassinato por fascistas búlgaros) o marcou profundamente.
• Formou-se em História, mas tornou-se professor universitário tardiamente. Foi
professor de escola noturna (para adultos) e ativista político (inclusive no
Movimento pelo Desarmamento Nuclear, especialmente nos anos 80).
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- É uma história escrita a partir do ponto de vista dos vencidos. Reescreve
a história da virada do século XVIII a partir da experiência das vítimas
do progresso.
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b) Sistematizações sobre sua concepção de história e de temas centrais de sua obra,
como o conceito de classe social e a crítica ao modelo de base-superestrutura;
c) Preocupação com o desenvolvimento da pesquisa sobre as formas nacionais
particulares de dominação de classe e de resistência popular (baseadas na
experiência humana concreta) para fundamentar um projeto socialista
democrático e humanista;
d) Foi escrito para polemizar com teses que buscavam no passado as origens da
crise estão vigentes: moderação do Partido Trabalhista, burocratização das
instituições da classe trabalhadora, o conservadorismo e a acomodação com a
estrutura social inglesa (fortemente ancorada no imperialismo e na hierarquia de
classes e, também, a exaustão da Nova Esquerda).
- O que revela sobre Thompson:
a) Sua inflexão em direção ao século XVIII (o que o faria “teorizar” sobre a luta de
classes sem classes), o recurso recorrente ao conceito de “economia moral”, os
primeiros movimentos da sua polêmica com o estruturalismo;
b) A questão da relação entre pesquisa empírica e modelo;
c) A questão da relação entre a parte e o todo, o particular e o universal.
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própria espécie humana com uma catástrofe ecológica. O motor dessa
catástrofe é o “homem econômico”.