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RESUMO
PALAVRAS-CHAVE
SUMÁRIO
Trabalhar com a soltura do preso cautelar é dos temas mais ricos, porque se de
um lado temos, historicamente, a legislação trazendo um vasto “cardápio” de prisões
cautelares, como o flagrante, a prisão preventiva, a prisão temporária, que é de duvidosa
constitucionalidade, do outro lado, numa verdadeira dicotomia, precisávamos ter uma
expressão de atuação em prol da defesa, acima de tudo, para buscar na legislação as
ferramentas para combater aridamente as prisões cautelares. É neste sentido que trata a
liberdade provisória.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A Constituição Federal de 1988 vedou em seu artigo 5o, inciso XLII, apenas a
concessão de liberdade com fiança, silenciando no que se refere à modalidade sub
cogitatione. Não vedou, portanto, a liberdade provisória sem a prestação da fiança, no entanto,
quem tratou desta vedação foi a Lei Ordinária 8.072/90, que trata dos Crimes Hediondos.
1
MARQUES, José Frederico. Elementos de direito processual penal, p. 119.
Em 1995, foi promulgada a Lei 9.455 que inovou na matéria, ao não vedar a
liberdade provisória no crime de tortura, o qual, como é cediço, é crime equiparado aos
hediondos, portanto inafiançável, iniciando a controvérsia.
Isso foi tão contundente que a jurisprudência teve que se manifestar para dizer
que o privilégio da tortura não era extensíveis aos demais crimes hediondos e assemelhados, o
que é uma falta de proporcionalidade manifesta, tortura comportaria liberdade provisória sem
fiança, mas um estupro, um atentado violento ao pudor, um homicídio qualificado não a
comportaria.
Essa discussão teria chegado ao seu fim no ano de 2007, quando a Lei de Crimes
Hediondos foi alterada com a revogação de seu artigo 2º, que dispunha sobre a vedação à
liberdade provisória sem fiança, de modo que os crimes hediondos e equiparados, todos eles
passaram a comportar liberdade provisória sem fiança, a despeito da vedação constitucional já
mencionada.
2
TÁVORA, Nestor. Curso de Direito Processual Penal. p.78
Constituição Federal; estará então afirmando, que os crimes hediondos e assemelhados, todos
eles, não comportam nenhum tipo de liberdade provisória. Logo depois, o Supremo Tribunal
Federal decidiu no mesmo sentido, porém, há de se destacar, que os Tribunais Superiores têm
sido vacilantes nesta matéria, ora admitindo, ora negando a liberdade provisória aos crimes
hediondos e assemelhados.
1. (omissis)
3. (omissis)
Neste sentido:
“Presumir que o crime, por ser inafiançável, tem prisão processual
autorizada até prova em contrário, é vilipendiar o princípio da presunção de
inocência, mesmo para aqueles que encaram tal axioma apenas como
princípio da não-culpabilidade. É inverter o sistema. Destaque-se que, nos
termos do parágrafo único do art. 310, só se mantém a prisão em flagrante,
negando-se a liberdade provisória, naqueles casos em que, se o preso
estivesse solto, seria decretada sua preventiva. Este dispositivo, com essa
interpretação, em tudo e por tudo, respeita as normas constitucionais
referentes à liberdade.” 3
4. Considerações finais
FREITAS, Jayme Walmer de. Crimes hediondos: uma visão global e atual a partir da Lei
11.464/07. Disponível na internet www.ibccrim.org.br 06.09.2007.
TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo Penal - 26ª Edição - Vol. 3 - Editora:
Saraiva Jur. Cursos - 2009
TÁVORA, Nestor. Curso de Direito Processual Penal. 2009- 1ª edição, Ed. Jus Podivm
www.aulaseprovas.org
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www.stf.gov.br
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