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VII C O N V E N Ç Ã O D E

C O N T A B I L I D A D E -
R I O G R A N D E D O S U L

CANELA – RS
18 A 2 0 DE AGOSTO DE 1999

UM MODELO TEÓRICO

PARA A AVALIAÇÃO

DO SISTEMA DE

CONTROLE INTERNO

NO SETOR PÚBLICO
Contadores:
Adão Cravem da Silva
Auditor Público Externo TCE- RS ( Aposentado)
Ivan Parizotto
Auditor Público Externo TCE- R S
Jader Branco Cavalheiro
Auditor Público Externo TCE- R S
José Carlos Garcia de Mello
A u d i t o r P úb l i c o E x t e r n o T C E -
Paulo César Flores
Auditor Público Externo TCE- R S
UM MODELO TEÓRICO PARA
A AVALIAÇÃO DO
SISTEMA DE CONTROLE INTERNO
página

I - Introdução:
1) Histórico e Natureza do Controle Público........................................................................01

II - Sistema de Controle Interno


1) Sistema de Controle Interno e seus aspectos relevantes: Humanos,
Estruturais e Organizacionais .........................................................................................01
2) Princípios Básicos de um Sistema de Controle Interno....................................................03
3) Objetivos do Sistema de Controle Interno........................................................................03
4) A Importância da Avaliação do Sistema de Controle Interno..........................................04

III.- Controle Interno na Administração Pública


1) O Sistema de Controle Interno, o Princípio da Eficiência, as Normas de Finanças Públicas
e o Regime de Gestão Fiscal Responsável( EC nº 19/98 e art.163 da CF).............................04
2) A responsabilidade pelo e no Sistema de Controle Interno................................................07
3) A Instituição, Manutenção e a Finalidade do Sistema do Controle Interno -..
Fluxograma básico..................................................................................................................07
4) O Sistema de Controle Interno como apoio ao Controle Externo......................................08

IV- A avaliação do Sistema de Controle Interno


1) Os reflexos dos controles na gestão pública.......................................................................09
2) Apresentação de uma teoria de avaliação do sistema de controle interno..........................09
a) Coleta dos dados – Questionário e verificação da consistência dos dados informados......10
b) A verificação e análise da eficiência/ eficácia – forma objetiva.........................................10
2.1) Explicitação dos elementos de avaliação.........................................................................10
2.2) Avaliação do sistema de controle interno –critérios objetivos........................................10
2.3) Apuração geral da avaliação do sistema de controle interno – Exemplo........................15
2.4) Conclusão acerca da avaliação realizada no exemplo.....................................................15
3) Avaliação do sistema de controle interno: finalidade interna e externa.............................15
3.1) Finalidade interna – acompanhamento histórico.............................................................15
3.2) Finalidade externa – controle externo pelos tribunais de contas - classificação dos
órgãos/entidades auditadas......................................................................................................16

V – Conclusão...................................................................................................... 18

VI – Bibliografia....................................................... ........................................... 20

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I - INTRODUÇÃO
1 ) HISTÓRICO E NATUREZA DO CONTROLE PÚBLICO

O exercício do poder, não raro, induz a abusos, impondo-se, por esse motivo, a criação de
controles para o uso do poder. Nesse contexto, quanto mais poder, maior o controle.
A busca do controle sobre o poder vem desde a antigüidade. Pinto Ferreira (Curso de Direito
Constitucional, Ed. Saraiva, São Paulo, 1974, 1º Vol.) refere que, em Atenas, havia uma Corte de Contas
constituída de dez oficiais, eleitos anualmente pela Assembléia popular, encarregada da fiscalização das
Contas Públicas. Na antiga Roma, o Senado tinha também, entre outras, a missão de apurar a
responsabilidade dos que manuseavam o dinheiro público.
Modernamente, o controle das contas públicas é feito de vários modos, em vários países, variando
a sua forma de acordo com o sistema político e as peculiaridades sociais e culturais de cada povo.
O controle que um Poder ou autoridade exerce sobre outro é desempenhado sob os aspectos
administrativo, judicial e político. O controle administrativo é exercido no âmbito do próprio poder ou da
unidade da administração. O controle judicial decorre do princípio de que a lei não excluirá da apreciação
do Judiciário lesão ou ameaça a direito. O controle político (legislativo) abrange as ações da
Administração Pública, não só pelo crivo da constitucionalidade e legalidade, como também à luz da
supervisão administrativa e política, sob os enfoques orçamentário, programático e operacional. A atual
Constituição Federal deu mais ênfase ao controle na Administração Pública, dispondo sobre a
obrigatoriedade da existência dos seguintes controles:
a) controle interno, a ser mantido no âmbito de cada Poder (art. 74).
b) controle externo, a cargo do Legislativo, com o auxílio do Tribunal de Contas, no âmbito de
cada esfera de Governo (arts. 70 a 73).
Diante desse prestígio, decorrente da missão que lhe reserva a Lei Maior do País, aliado à
plenitude democrática e do Estado de Direito é que se exige cada vez mais a revitalização dos sistemas de
controle das contas e das finanças públicas.
Nesse contexto, surge a necessidade de aperfeiçoamento do controle interno exercido dentro da
própria administração, por unidade especializada a ela subordinada, cuja finalidade não é apenas orientar
o Estado quanto à legalidade da despesa, mas sobretudo de fazer cumprir essa missão constitucional
estabelecida em seu art. 74.
II – SISTEMA DE CONTROLE INTERNO
1 ) SISTEMA DE CONTROLE INTERNO E SEUS ASPECTOS RELEVANTES:
HUMANOS, ESTRUTURAIS E ORGANIZACIONAIS
O estabelecimento de um sistema de controle interno requer alguns requisitos imprescindíveis
para a sua boa aplicação. Dentre outros, podem ser listados os seguintes:
- o conhecimento adequado do ambiente a que o mesmo se destina;
- os objetivos da instituição a que se destina;
- o universo que será objeto do controle;

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- tipos de controle (total, por amostragem, permanente, periódico, físico, financeiro, por lote,
individual, etc.)
De modo simples, pode-se afirmar que sistema de controle interno compreende um conjunto de
normas e procedimentos coordenados entre si, visando à vigilância dos atos e fatos administrativos para
que os mesmos sejam praticados de acordo com as disposições legais e regulamentares vigentes e não se
afastem dos objetivos planejados.
O Sistema de Controle Interno é constituído de vários subsistemas que devem atuar de forma
harmônica e integrada para atender à dupla finalidade: auxiliar o administrador na tomada de decisões e
apoiar o controle externo, em sentido amplo, no controle da máquina administrativa governamental.
Destacam-se dois tipos de sistemas: o formal e o substantivo. O controle formal tem como
objetivo constatar se os atos administrativos mantêm consonância com a legislação que os embasou. O
controle substantivo objetiva a avaliação, em termos quantitativos e qualitativos, da eficiência, eficácia e
economicidade com que foram ou estão sendo aplicados os recursos públicos, bem como assegurar que
eles se encontrem protegidos contra o desperdício, perda, uso indevido ou desvios.
No Sistema de Controle Interno, destacam-se três aspectos básicos: Humanos, Estruturais e
Organizacionais.
a) Aspectos Humanos
A estabilidade da máquina administrativa do setor público assenta-se, basicamente, na existência
do Servidor Público de Carreira, pois um não sobrevive sem o outro. O Decreto-Lei 200/67, em seu artigo
94, bem indica a importância do servidor público, no contexto daquela outrora reforma administrativa,
como sendo a sustentação mestra da Administração Governamental. Um outro requisito indispensável ao
funcionamento dos órgãos públicos é a independência dos agentes que realizam as atividades de controle
interno. Exceto o Poder Judiciário, os demais poderes são administrados por agentes políticos transitórios
na máquina estatal ( governantes e secretários.) Essa realidade tende a resultar na descontinuidade
administrativa dos órgãos públicos, caso não houvesse o servidor do quadro efetivo, cabendo a este
assegurar as condições necessárias à continuidade administrativa no setor público.
b) Aspectos Estruturais
Desde a Reforma Administrativa Federal, através do DL 200/67, ficou claramente explicitada a
necessidade de que a Administração Pública fosse estruturada sob a forma de sistema.
Raramente há um claro entendimento do que significa o Sistema de Controle Interno.
Em um Sistema de Controle Interno, cada uma das Unidades que compõe a administração de um
Órgão Público deve cumprir plenamente o seu papel para não prejudicar outra ou, via de conseqüência, o
todo. De nada adiantaria uma Contabilidade perfeita, havendo defeitos insanáveis na área de pessoal,
gerando informações falsas e distorcidas.
Além do bom funcionamento das partes, é indispensável que as tarefas administrativas sejam
distribuídas de forma a não permitir que nenhuma Unidade ou pessoa controle as suas próprias ações. O
sistema deverá ser estruturado a partir de um organograma claro e objetivo, com definições de

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responsabilidades e autoridades, observada a imprescindível segregação de funções, com vista ao
cumprimento dos seus objetivos básicos.
c) Aspectos Organizacionais
O setor público, notadamente na esfera municipal, não tem mantido um cuidado de forma
adequada dos aspectos organizacionais.
Embora o setor público seja rico em normativas legais, tais como as Leis Orgânicas, os
Regimentos Internos, os Estatutos dos Funcionários Públicos e a própria Constituição Federal, que
estabelece princípios e regras gerais, carece da existência de: um organograma claro; manuais
disciplinando atividades básicas; instruções de trabalho estabelecendo rotinas específicas. Enfim, falta
disciplinamento analítico das ações tanto administrativas como operacionais.
2 ) PRINCÍPIOS BÁSICOS DE UM SISTEMA DE CONTROLE INTERNO
Para que um sistema de controle interno consiga atingir os objetivos propostos, deve observar os
seguintes princípios básicos de controle aplicáveis aos seus elementos:
a- Estrutura Organizacional - ser simples, flexível, claras linhas de autoridade e
responsabilidade, separação (segregação ) de funções, manual de organização, organograma;
b- Procedimentos e Métodos - claros, estabelecimento de manuais, fluxogramas, estabelecer
níveis de autorização, nenhuma pessoa pode abarcar uma operação na sua totalidade;
c- Sistemas de Informação- planejamento para informação integral ( usuário) - estabelecer
unidades emissoras e receptoras da informação, flexibilidade diante de mudanças na organização e
equipamentos, simplicidade de operação ( menor possibilidade de erro) , relação de custo/benefício;
- Sistema Contábil : doutrina, plano de contas, manual de contas, manual de procedimentos
contábeis, registro sistemático dos dados, meios para processar;
d- Pessoal - seleção, treinamento e avaliação, eficiência, rotação de férias, fianças, moralidade;
e- Unidade de Controle Interno - posição hierárquica adequada , independência de operações,
pessoal capacitado para a função de auditoria interna ( fiscalização ), pessoal interdisciplinar;
3) OBJETIVOS DO SISTEMA DE CONTROLE INTERNO
Diz-se, pois, que o controle interno da atividade administrativa tem por objeto os atos e fatos
administrativos, sem perder de vista a natureza da entidade controlada, assim como seus objetivos. O
controle interno exercitado no âmbito de uma família certamente terá objetivos diferentes daquele
exercitado numa empresa de fins lucrativos, assim como este difere do desenvolvido nas entidades de fins
ideais e nos entes públicos.
Portanto, precede a instituição de um sistema de controle interno o conhecimento detalhado dos
objetivos da entidade onde o mesmo será implementado.
Tome-se, a título de exemplo, o controle de estoque. Nas empresas privadas, o valor do estoque é
o elemento mais importante, pois seu valor monetário compõe o custo das vendas ou, se matéria-prima,
agrega-se ao custo do produto que, comparado ao preço de venda, evidencia o lucro bruto, escopo de toda
empresa de fins lucrativos.

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Nas entidades de fins ideais e especialmente nos entes públicos, o enfoque é outro. Interessa
muito mais a qualidade do bem, sua utilidade para a prestação de um bom serviço, do que propriamente
seu valor monetário. Este, embora necessário para homogeneizar bens heterogêneos (redução a um
mesmo denominador), não tem maiores expressões no elenco patrimonial. Neste caso, a importância do
controle está intimamente ligada à existência do material, suas condições físicas e sua utilidade na
debelação das necessidades públicas ou coletivas; seu aspecto qualitativo é o preponderante em qualquer
avaliação. De maneira resumida, pode-se afirmar que o objetivo do sistema de controle interno é a
redução de desperdícios nas operações, identificar e evitar perdas prováveis; estabelecer cotejamento das
metas previstas com as metas alcançadas em sent ido amplo, ou seja, de departamentos, de setores, de
pessoas; assegurar a precisão e a confiabilidade nas informações internas. É um instrumento da
Administração para alcançar a eficiência.
4) A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE CONTROLE INTERNO
O tamanho e a complexidade das organizações modernas têm impossibilitado a supervisão direta
de todas as operações por parte dos dirigentes superiores e obrigou-os a delegar parte de suas funções de
controle a outros profissionais que, com a devida independência, coletam dados estratégicos, táticos e
operacionais para lhes carrear as informações necessárias sobre o comportamento operacional da
entidade.
Tal atividade, organicamente estruturada em Unidade de Avaliação de Controle Interno, constitui-
se em desdobramento da Administração Superior e penetra em toda a organização, para identificar
possíveis falhas, desvios, erros, ou deficiências, como instrumento eficaz de retroalimentação, tendo
como objetivos:
1º) informar e assegurar permanentemente a Administração Superior sobre todas as áreas
relacionadas com o controle, seja contábil, administrativo, financeiro, operacional e jurídico; 2º) preservar
os interesses da organização contra ilegalidades, erros, desvios ou irregularidades na utilização de
recursos; 3º) velar para a consecução das metas fixadas; e 4ª) recomendar os ajustes necessários, com
vista a promover a eficiência operacional.
A completa organização e a eficácia do Sistema de Controle Interno é de inteira responsabilidade
da Administração. Se bem organizado, cumpre mantê-lo sob contínua vigilância, pois as falhas de seu
funcionamento têm reflexos infalíveis no destino do empreendimento, podendo, juntamente com os seus
resultados, comprometê-lo inteiramente. Essa ausência de responsabilidade fatalment e envolverá o
Administrador perante os acionistas, a lei ou os contribuintes. E, no controle dos gastos públicos, os
contribuintes são representados pelo Poder Legislativo e pelo Tribunal de Contas.
III – CONTROLE INTERNO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
1 ) O SISTEMA DE CONTROLE INTERNO, O PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA
EFICIÊNCIA E O PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR SOBRE NORMAS DE FINANÇAS
PÚBLICAS (ART. 163 DA CF)
O controle interno da atividade administrativa, de modo amplo, envolve a vigilância de todos os
atos e fatos administrativos do gestor público. Assim, a contratação de prestadores de serviços, a

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admissão de servidores, a lotação de pessoal, o recebimento de uma receita ou a efetivação de uma
despesa, tudo interessa ao controle interno.
Nesse sentido, nem os atos ou fatos políticos escapam ao controle interno, posto que sua
repercussão pode, mediata ou imediatamente, causar sérios problemas à autoridade responsável e forte
impacto na gestão pública, com profundo reflexo sócio-econômico; pode, enfim, melhorar ou tumultuar
seriamente o cotidiano de uma sociedade.
A atividade de controle interno está presente em todas as áreas e órgãos administrativos e
desenvolve uma função fundamental: colocar à disposição da autoridade administrativa a possibilidade
de, mesmo à distância, acompanhar o desenvolvimento das atividades através de um adequado canal de
informações que possa fluir a partir de um bom sistema de controle interno. É, ainda, a partir de uma
gama de informações recebidas que torna possível a correção do curso das operações ou serviços públicos
e que assegura a correta aplicação dos recursos alocados.
Não se deve perder de vista, entretanto, que, para o exercício de um bom sistema de controle
interno, é indispensável uma estrutura de informações capaz de possibilitar um adequado
acompanhamento das atividades; de nada adiantaria um bom planejamento e decisões eficientes, se não
houver o conhecimento de como e quando se processou determinada ordem expedida.
De forma simplificada, é possível exemplificar de como um sistema de informações deve
funcionar para possibilitar o controle interno. Tomando-se, como exemplo, uma ordem expedida: trocar a
luminária do poste frontal ao nº 1.020, da rua do Riacho. A decisão foi tomada e a ordem foi transmitida;
será que a mesma foi cumprida? É indispensável que haja um retorno para que a autoridade tome
conhecimento se a tarefa foi ou não cumprida. Interessa ao Governante ( que age), ao servidor público
(que executa e registra) e à sociedade ( que recebe a aplicação dos recursos).Graficamente o fato pode ser
assim representado:
Retorno da informação parte a ordem (trocar luminária...)
(luminária substituída,
ou,...) Autoridade
superior (expede
a ordem)
Governante

SOCIEDADE
(APLICAÇÃO
DE RECURSOS)

Órgão
executor
(recebe a
Informa à autoridade ordem) cumpre, ou não, a
superior sobre o cum- Servidor tarefa
primento da ordem Público

Pelo gráfico apresentado, observa-se que a autoridade que expede a ordem tem o retorno da
informação colocando-a a par de como a mesma foi cumprida ou os motivos do seu não cumprimento.
Inicialmente, o controle interno dá-se através de uma ação hierárquica no âmbito dos próprios
órgãos, onde a autoridade superior exercita o controle sobre seus subordinados, isto é, a vigilância se
processa em uma cadeia descendente onde cada autoridade exerce o controle sobre a autoridade
subordinada e esta sobre seus subordinados, e assim, sucessivamente; a seguir pelo controle entre órgãos,
onde cada órgão exerce controle sobre o outro. Exemplo desse tipo de controle é o exercido pelo órgão

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fazendário sobre os demais, especialmente através de seu organismo de contabilidade - órgão técnico
típico de controle interno, ou o exercido pelo órgão de planejamento em relação aos objetivos
programados, etc.
Interessante destacar que, na área federal e estadual, o sistema de controle interno é estabelecido
em cada poder, conforme preceitua o art. 70, de nossa Carta Magna; nos Municípios, todavia, o legislador
constitucional entendeu que o Sistema de Controle Interno deve ser estabelecido pelo Poder Executivo (
art. 31).
Apesar de a Constituição Federal determinar a obrigatoriedade da existência de um sistema de
controle interno, esse ainda está distante de grande parte das Administrações Públicas. As seguidas leis e
normas disciplinadoras da atividade pública só têm aumentado ainda mais a função e a responsabilidade
dos controles. A inclusão do princípio constitucional da eficiência, que possui relação direta com a
finalidade dos controles, e, atualmente, o projeto de lei que deverá dispor sobre as finanças públicas (CF,
163) reforçam os mandamentos constitucionais no que tange à necessidade de instituição de sistema de
controle eficiente.
Os princípios constitucionais consubstanciam-se em verdadeiras colunas de sustentação do
Direito e impõem uma hierarquia de observância obrigatória das demais normas, assim como pelos atos
praticados pelos agentes públicos, que devem obedecer aos princípios constitucionais da legalidade,
impessoalidade, moralidade e publicidade. Nesse elenco, foi acrescido pela Emenda Constitucional nº
19/98 o princípio da eficiência, que busca revestir a Administração, sem prejuízo dos demais princípios,
de resultados satisfatórios, através de meios adequados, intencionando beneficiar, em última instância,
quem é o "cliente" da Administração Pública: o usuário-cidadão.
O projeto de lei complementar que regulamentará o art. 163 da Constituição Federal, segundo a
sua exposição de motivos, faz parte de inovações estrut urais na Administração Pública e integra o
conjunto de medidas do Programa de Estabilidade Fiscal - PEF. O projeto alicerça-se num conjunto de
princípios definidores de uma gestão fiscal responsável; reveste-se de normas de observância para o
planejamento financeiro e orçamentário, administração de pessoal, dívida pública, operações de crédito,
regras limitadoras ao administrador em final de mandato, regras sobre os regimes próprios de previdência,
estabelecimentos e avaliações de metas fiscais com a elaboração de relatórios de desempenho fiscal do
ente da Federação, como elemento de garantia de desempenho e da transparência da gestão pública.
Considerando-se que a Administração Pública deverá passar sempre pelo crivo dos princípios
constitucionais e normas de controle de gestão previamente estabelecidas, a operacionalização dos
objetivos passa inexoravelmente pelo funcionamento do sistema de controle interno, como meio de
atingir a finalidade de todas as normas: a preservação dos interesses da sociedade. Tem-se, portanto, que
o objetivo do sistema de controle, de promover a eficiência, eficácia, efetividade e a economicidade das
operações, confunde-se, inclusive, com a própria finalidade institucional de todas as normas, a de
preservar o patrimônio público.

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2 ) A RESPONSABILIDADE PELO E NO SISTEMA DE CONTROLE INTERNO
Compreendendo o controle interno o plano de organização e todos os métodos e medidas
adotadas pela Administração para salvaguardar seus ativos, desenvolver com eficiência suas operações, a
fim de garantir a concretização de seus fins, é preciso que os integrantes da sua Administração, bem como
os que fazem parte das atividades intermediárias e operacionais se conscientizem da sua necessidade para
que seja executado, em toda a sua plenitude, a fim de alcançar plenamente as metas e objetivos
planejados.
Mas, é óbvio que essa conscientização deve partir da Administração Superior dentro de uma
organização ou entidade, pois é ela que deve ditar as normas e procedimentos necessários para atingir
seus objetivos, cabendo à Auditoria Interna o papel de verificar se os controles são ou não eficientes.
Em realidade, o fato de a Auditoria Interna atuar sobre o controle interno não significa que não
possa integrá-lo com outra função, a de prevenção de danos e prejuízos, assegurando que os controles
funcionem a contento.
Exemplificativamente: o controle patrimonial de um órgão público deve estar segmentado, ou
seja, a carga patrimonial deve ser individualizada por setor, com a emissão do competente Termo de
Responsabilidade. Mas, é a Administração que deve estabelecer as normas para emissão dos Termos de
Responsabilidade, das guias de movimentação interna, bem como para a realização de inventários
periódicos, etc.
Não havendo Termo de Responsabilidade, não sendo prática a realização de inventário de bens, é
claro que a responsabilidade recai sobre o dirigente máximo do órgão ou entidade.
Daí que se observa a importância da existência do controle interno, a fim de que se possa apurar
responsabilidades, dar transparência aos praticados pelo Administrador público, etc.
3) A INSTITUIÇÃO, MANUTENÇÃO E FINALIDADE DO SISTEMA DE CONTROLE
INTERNO – FLUXOGRAMA BÁSICO
O dever de instituição do sistema de controle interno, por parte da Administração, decorre de
mandamento constitucional, previsto nos arts. 31 e 74, com responsabilidade da Administração do órgão.
Dentre os requisitos para a instituição e funcionamento, encontra-se, além dos mandamentos
constitucionais, a vontade-dever-poder político da cúpula da administ ração, razão pela qual, aliás, o
principal motivo por que a maioria das administrações públicas não tem sistema de controle organizado.
Além dessa vontade política, o órgão/entidade deve dispor, para a implantação e garantia de
funcionamento, de uma estrutura mínima e adequada para o sucesso da implantação, ou seja, elaborar
inicialmente um organograma estruturado (estrutura), com definições impessoais e permanentes
(organizacionais), aliado a um pessoal qualificado (humanos).
A legislação e regulamentação é de fundamental importância e necessária para o funcionamento
do sistema. Aos Municípios a Constituição Federal estabeleceu a fiscalização pelo sistema de controle
interno, mas na forma da lei instituidora. Assim, tem-se que a lei local deverá dispor sobre a forma em
que se dará a fiscalização, contudo essa lei não deverá ser por demais específica, devendo ficar as
minúcias de como fiscalizar a cargo de regulamentação por outros atos normativos e manuais. Esse

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procedimento, além de cumprir com a lei, é um elemento facilitador na aplicação dos procedimentos
instituídos.
O Funcionamento do sistema deve oferecer segurança razoável para que os objetivos gerais do
órgão/entidade sejam cumpridos de forma eficiente e eficaz. Além disso, deve exigir de seus integrantes e
da Administração uma atitude positiva e cooperativa; as pessoas envolvidas devem ter integridade
pessoal, qualificação profissional e ter um nível de competência que os permita entender a importância de
desenvolver e manter bons controles; o registro dos atos e fatos devem ser racionalmente executados e
organizados, com registros realizados de forma imediata, com autorizações legais e documentais que
permitam as ações desenvolvidas; segregação de funções, como elemento indispensável ao equilíbrio das
tarefas.
O Controle e aprimoramento do sistema, também denominado de supervisão, necessário e
indispensável em qualquer atividade, também deve ser efetuado em relação aos controles efetuados.
Nesse sentido, é o objetivo do presente trabalho destacar a relevância de uma avaliação sistemática,
normatizada e registrada de forma que permita o acompanhamento;
Com o funcionamento, avaliação e aprimoramento do sistema de controle interno, as informações
geradas pelo sistema permitem: referente à Administração, auxiliar na tomada de decisões; aos Tribunais
de Contas, o auxílio em sua missão constitucional; e à sociedade, uma maior qualidade na prestação de
serviços e uma maior transparência na execução das políticas públicas. Os componentes de registro,
acompanhamento e verificação das políticas públicas, com benefícios para a própria Administração e para
o controle pelos Tribunais e pela sociedade, permitem o controle e a avaliação da gestão. Vide
fluxograma ao final do trabalho, pg. 19.
A gestão pública, de forma eficiente, com efetivo controle e avaliação garante a preservação dos
interesses da sociedade: uma administração pública capaz de executar, em consonância com os princípios
da legalidade, moralidade, impessoalidade, publicidade e eficiência, os programas de governo que
necessita; podendo-se concluir, portanto, que o sistema de controle constitui-se em meio para o
atingimento das atividades-fim da administração pública.
4) O SISTEMA DE CONTROLE INTERNO COMO APOIO AO CONTROLE EXTERNO
E AO CONTROLE DA SOCIEDADE
Conforme o inciso IV do art. 74 da Constituição Federal, um dos encargos do controle interno é
justamente o de "apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional".
Esse apoio poderá se dar, por exemplo, pela realização de auditorias ou pela ciência ao órgão
fiscalizador de qualquer irregularidade ou ilegalidade conhecida. Mas, sobretudo, pela simples existência
do controle interno, pois, em muitas situações, não há como se cobrar eficácia do controle externo sem a
existência daquele.
A existência do controle interno, antes de apoiar o controle externo no exercício de sua missão
constitucional, serve para evidenciar a transparência dos atos e fatos administrativos de uma organização
ou entidade pública.

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Por exemplo: uma máquina agrícola, colocada à disposição dos munícipes pela Prefeitura,
mediante o ressarcimento de determinado valor por hora trabalhada, deve ter suas horas controladas numa
planilha e o relógio acoplado à máquina deve estar em perfeito funcionamento. Caso contrário, não há
como se identificar uma irregularidade na quantidade de horas cobradas a maior ou a menor de
determinado usuário.
Essa necessidade ficou ainda mais valorizada com a inclusão do §3º no artigo 37 da atual
Constituição Federal, através da Emenda Constitucio nal nº 19, estabelecendo que a Lei disciplinará as
formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta.
IV- A AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE CONTROLE INTERNO
1)- REFLEXOS DO CONTROLE INTERNO NA GESTÃO PÚBLICA
O controle interno é ferramenta indispensável à tranqüilidade do administrador público. Nos
regimes democráticos, os agentes políticos geralmente são pessoas com alto grau de talento para
administrar, mas destituídos, na sua maioria, de conhecimento técnico. Por isso mesmo, dependem de
servidores adequadamente preparados para o desempenho de suas tarefas normais e da execução de seu
plano de governo.
Por certo, a função de governante não é nada fácil, pois, embora cercado de pessoas da mesma
greide partidária, estas também podem ter interesses pessoais próprios. Assim, o governante dificilmente
tem a informação correta, e em tempo hábil, do que, onde e de como estão sendo cumpridas suas
determinações. É nesse ponto que entra o sistema de controle interno como um instrumento capaz de, a
um só tempo, manter um fluxo atualizado de informações gerenciais para a tomada de decisões e
proporcionar tranqüilidade ao Executivo pelos atos praticados por seus auxiliares e servidores. O caminho
mais adequado é o estabelecimento de um sistema de controle interno, cujos reflexos imediatos se fazem
sentir de modo a:
1-impedir que sejam procedidas operações em desacordo com os planos estabelecidos; 2-.
proporcionar uma racionalização na aplicação dos recursos públicos; 3- evitar que sejam praticados atos
em desacordo com as disposições legais e regulamentares; 4- colocar à disposição do administrador um
fluxo de informações capaz de proporcionar um planejamento mais adequado das atividades a serem
desenvolvidas e, em decorrência, oferecer elementos atualizados para a elaboração dos orçamentos; 5-
proporcionar tranqüilidade ao governante pela constante ação de vigilância sobre as operações
desenvolvidas; 6- tornar mais segura a ação administrativa, uma vez que, dispondo de informações
corretas e atualizadas, pode decidir com maior eficácia e escolher prioridades mais urgentes.

2) APRESENTAÇÃO DE UM MODELO TEÓRICO DE AVALIAÇÃO DO


SISTEMA DE CONTROLE INTERNO
Verificada a importância do sistema de controle interno para a Administração, como instrumento
para a obediência aos princípios constitucionais e de garantia para o Administrador e à Sociedade, o
objetivo do trabalho, de apresentar uma teoria de avaliação do sistema, centra-se no último dos princípios
que deve norteá-lo: a supervisão dos controles. Conclui-se, como garantia para que o sistema de controle
atinja as suas finalidades, que os controles sejam sistematicamente aprimorados. No trabalho de
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supervisão e aprimoramento, uma das maneiras do exercício dessa tarefa é o estabelecimento de uma
avaliação objetiva; para isso é necessário que se possa estabelecer parâmetros de comparação que
permitam avaliar a evolução dos controles, medindo os atributos que devem possuir, como a consistência
das informações fornecidas e a eficiência e eficácia das medidas adotadas.
Nesse sentido, o modelo teórico de avaliação que propomos constitui-se em um conjunto de
medidas que forma uma teoria de avaliação e tem por objetivo, em um primeiro estágio, obter as
informações sobre a instituição e os procedimentos de controle por ela adotados e, em seguida,
estabelecer uma análise sobre a consistência das informações, a eficiência e eficácia dos controles
exercidos, através de estabelecimento de procedimentos básicos aos quais são atribuídas pontuações
individuais por procedimento, sendo o resultado final as avaliações de cada subsistema e do sistema em
sua integralidade.
O sistema de avaliação proposto, compõe-se de dois estágios:
a) Coleta dos dados – questionário e verificação da consistência dos dados
informados;
b) A verificação da eficiência/eficácia - forma objetiva.
2.1) Explicitação dos elementos de Avaliação
Mister para o entendimento dos requisitos a que se submete a avaliação, o esclarecimento do que
seja eficiência e eficácia. A eficiência está ligada aos meios, ou seja, à maneira de atingir um fim, ou a
utilização adequada de recursos, traduzindo-se de certa forma, pela economicidade. A eficácia está ligada
ao resultado final. Portanto, medir a eficácia é determinar o grau em que os objetivos são atingidos; medir
a eficiência, é determinar se as operações ao atingir o fim proposto estão revestidas de economicidade,
presteza, rendimento, melhor resultado dentro das opções possíveis. Para o estabelecimento do grau das
pontuações entre os diversos subsistemas que compõem o sistema de controle interno, os procedimentos
analisados devem ser classificados e pontuados considerando o volume de operações e a probabilidade de
erros e/ou fraudes possíveis, de acordo com critérios previamente estabelecidos, como a semelhança de
operações com órgãos/entidades de mesmas características. Propomos, para entendimento, um exemplo
de avaliação, que conterá três itens examinados: o sistema formal de controle e os subsistemas de
Contabilidade e Compras. Salienta-se que a avaliação deverá, na prática, integrar todos os subsistemas e
conter outros procedimentos necessários de controle interno, que podem ser divididos em duas situações:
aqueles procedimentos comuns a todas as organizações que devam possuir o auto-controle e aqueles
procedimentos que são característicos da instituição a que pertence o controle, de acordo com suas
peculiaridades. Contudo, com a demonstração do exemplo, buscamos tornar elucidativa a teoria de
avaliação do sistema de controle interno proposta.
2.2) Avaliação do Sistema de Controle Interno por Critérios Objetivos
A avaliação do sistema por critérios objetivos consiste em atribuir valor de importância a cada
item do subsistema ou do controle formal, que deve formar subtotais e permitir a emissão de um conceito
objetivo da qualidade do sistema. Assim, a título de exemplo, podemos estabelecer que:
Total de pontos avaliados - ponderação percentual: 100%. - BASE 10
10
1) Sistemas formais de controle : Ponderação atribuída – 40%
2) Subsistemas de Controle : 60%, distribuídos:
2.1) Contabilidade: 30%
2.2) Compras: 30%
A pontuação parcial de cada subsistema será obtida pela média aritmética entre a pontuação
obtida pelo questionário após a verificação de sua consistência, a eficácia e a eficiência.
Para uma correta compreensão do proposto, passa-se à definição dos elementos e critérios que
integram o exemplo:
♦ Na coluna itens verificados, constam os procedimentos necessários a um bom
funcionamento do subsistema de controle avaliado e o grau de valoração que possui cada item em relação
à avaliação total do subsistema, com possíveis pontuações parciais. Os itens questionados são passíveis de
duas ou três respostas pelo sistema de controle interno: Sim – Não – Parcialmente. O direc ionamento do
questionário para respostas satisfatórias é sim, podendo atribuir pontuação menor em caso de resposta
“Parcialmente”.
♦ A coluna informado demonstra a pontuação obtida de acordo com a resposta obtida dos
responsáveis pelo sistema de controle interno;
♦ A coluna consistência demonstra os pontos que o sistema de controle perdeu no
confronto, realizado pelo analista, entre o que foi informado e a situação real do órgão entidade,
considerando especificamente o questionamento observado na coluna itens verificados;
♦ A coluna final demonstra a pontuação merecida pelo subsistema no item avaliado, depois
de o analista verificar a conformidade do informado com a situação real. A soma da pontuação obtida
nessa coluna é integrante de uma das três notas que formará a pontuação do subsistema.
♦ A coluna da verificação da Eficiência/Eficácia compõe-se de verificações a serem feitas
pelo analista, que se relacionam com a eficiência/eficácia do procedimento de controle proposto, onde são
atribuídas as pontuações com idêntica valoração ao procedimento questionado. Essa coluna é composta
por duas verificações, em que somadas à coluna final, obter-se-á a pontuação total do subsistema.
♦ A nota do subsistema é obtida pela soma das três notas obtidas (pontuação total), divida
por três, sendo considerado insuficiente o subsistema que atingir nota inferior a 6,0.

11
• Sistema Formal de Controle
Pontuação questionário
Infor- Consis- Final Verificação da Eficiência/Eficácia
Itens Verificados
mado tência
O Sistema de Controle Interno foi instituído por 3 (1) 2 A legislação, normas e manuais são Há constante Atualização e
lei, regulamentado o seu funcionamento por atos cumpridos ? aperfeiçoamento com vista à
simplificação e economicidade de
normativos que identifiquem a rotina dos S -( 3 )
processos/procedimentos?
trabalhos como manuais e fluxogramas ? N (- ) S -( 3 )
X Sim ( 3 ) Não ( - ) Parcialmente ( 2 ) X P( 2 ) (2) X N(- ) (0)
O Órgão/entidade possui Organograma com a 3 (1) 2 As atribuições e as responsabilidades Existe controle formalizado que meça o
descrição das atribuições das Unidades condizem com o organograma ? cumprimento das atribuições de maneira
a identificar os responsáveis pelo
Orçamentárias e Administrativas, com definições S -( 3 ) cumprimento/descumprimento das
de responsabilidades N (- ) tarefas?
X P( 2 ) ( 2 ) S -( 3 ) N ( - ) X P ( 2 ) (2)
X Sim ( 3 ) Não ( - ) Parcialmente ( 2 )
Todas as tarefas Adm inistrativas são realizadas no 2 - 2 Mesma avaliação da Eficácia (2)
X S -( 2 )
Órgão/Entidade:
N( - ) (2)
X Sim ( 2 ) Não ( - )
O Órgão/entidade designou formalmente a uma 2 - 2 O sistema de controle interno/UCI As recomendaçõ es realizadas pelo
Unidade as atribuições de Controle Interno? exerce a fiscalização/acompanhamento sistema de controle interno/UCI, são
da Gestão, demonstrando seu trabalho acatadas e/ou discutidas, na sua
X Sim ( 2 ) Não ( - ) em relatórios e/ou documentos ao finalidade ?
Administrador e o disponibiliza ao
Controle Externo ? Sim ( )
Sim ( 2 ) X Não ( - )
X Não ( - ) Parcialmente ( 2 ) ( 0 )
Parcialmente ( 1 ) ( 0 )
Subtotais 10 (2) 8 6 4
Média Final (8 + 6 + 4 )/3 = 6

12
‚ Contabilidade
Pontuação questionário
Verificação da Eficiência/Eficácia
Infor- Consis- Final
Itens verificados .
mado tência
São levantados mensalmente, em data pré-fixada, 1 - 1 A Administração recebe regularmente Os relatórios são utilizados como
os balancetes da receita, da despesa e de os balancetes levantados pela
embasamento para tomada de decisões?
Contabilidade?
verificação dos lançamentos contábeis ? S -( 3 )
S -( 3 )
X N(-)
Sim ( 3 ) Não ( - ) X Esporadicamente ( 1 ) N (- )
P( 2 ) ( -)
X P( 2 ) (2)
Existem procedimentos de conciliação mensal dos 3 (1) 2 São apuradas as diferenças e São identificadas as causas das
saldos contábeis (ativo e passivo financeiro, ativo corrigidas no mesmo período? diferenças e apuradas as
responsabilidades e/ou medidas de
e passivo permanente) S -( 3 )
correção para que não mais ocorram no
N (- ) próximo período?
X Sim ( 3 ) Não ( - ) Parcialmente ( 2 )
X P( 2 ) ( 2 ) S -( 3 ) N ( - ) X P ( 2 ) (2)
O órgão/entidade possui legislação que discipline 2 - 2 As prestações de contas são realizadas São efetuadas atualizações,
a prestação de contas de entidades beneficiadas nos prazos, com os documentos simplificações, prestadas orientações,
com recursos públicos ? adequados e com aprovação pelo em função das diligências, que visem a
sistema de controle? simplificação com garantia da
X Sim ( 2 ) Não ( - ) transparência da prestação, assim como
S -( 2 )
aplicação das penalidades em caso de
N (- ) descumprimento?
X Parcialmente ( 1 ) ( 1 ) S -( 2 ) X N ( - ) P ( 1 ) (- )
Possui o Órgão/entidade Plano de contas 2 - 2 O registro dos atos e fatos são ?
atualizado com suas necessidades, com descrição realizados de acordo com os princípios
contábeis e o Plano de Contas? Sim ( )
individualizada da função contábil de cada conta?
Sim ( 2 ) X Não ( - )
Não ( - ) Parcialmente ( 2 ) ( 0 )
X Sim ( 3 ) Não ( - ) Parcialmente ( 2 ) X Parcialmente ( 1 ) ( 1 )
Subtotais 8 (1) 7 6 2
Média Final (7 + 6 + 2 )/3 = 5

13
ƒ Compras
Pontuação questionário
Infor- Consis- Final Verificação da Eficiência/Eficácia
Itens Verificados
mado tência
O órgão/entidade possui cadastro de fornecedores 3 - 3 Nas licitações e/ou compras realizadas O órgão/entidade possui banco de dados
atualizado ? são convidados ou pesquisados preços de preços de mercado de produtos
dos fornecedores cadastrados ? comumente adquiridos pela
Administração?
X Sim ( 3 ) Não ( - ) Parcialmente ( 1 ) S -( 3 ) N ( - ) X P ( 2 ) (2) S -( 3 ) X N ( - ) P ( 2 ) (- )
Existe acompanhamento da execução de contratos 3 - 3 O acompanhamento tem resultado em
As ocorrências dos contratos são benefício para a Administração, como
de fornecimento ? registradas por servidor com cumprimento de prazos, refazimento de
X Sim ( 3 ) Não ( - ) Parcialmente ( 2 ) capacidade técnica para o imperfeições, ou em caso de
acompanhamento ? inadimplência há a apuração de
X S -( 3 ) N ( - ) P ( 2 ) ( 3 ) responsabilidades ?
S -( 3 ) N ( - ) X P ( 2 ) (2)
É realizado levantamento dos custos com veículos 2 (1) 1 É procedido a análise do desempenho São tomadas decisões a nível de
da frota frente as despesas administração, baseadas no nas despesas
e máquinas, incluindo combustíveis, peças, mão-
demonstradas no levantamento, levantadas e seu histórico, como a
de-obra, encargos, serviços e outros gastos procedendo a apuração das causas dos adoção de uma política de manutenção
inerentes à manutenção da frota ? desvios de médias de consumo e/ou preventiva, estoques mínimos de peças
gastos ? de reposição mais freqüente e outras?
X Sim ( 2 ) Não ( - ) Parcialmente ( 1 )
S -( 2 ) N ( - ) X P ( 1 ) (1) S -( 2 ) X N ( - ) P (-)
O assessor jurídico analisa previamente os atos 2 - 2 O assessor jurídico aponta as As falhas apontadas, são corrigidas, não
convocatórios e minutas de contratos, bem como irregularidades contidas nas minutas, tornando-se a se repetirem ?
acompanha o processo de licitação? com base na legislação vigente ?
X Sim ( 2 ) X Sim ( 2 )
Não ( - ) Não ( - )
X Sim ( 2 ) Não ( - ) Parcialmente ( 2 )
Parcialmente ( 1 ) ( 2) Parcialmente ( 1 ) (2)
Subtotais 10 (1) 9 8 4
Média Final (9 + 8 + 4 )/3 = 7

14
2.3) APURAÇÃO GERAL DA AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE CONTROLE INTERNO
– EXEMPLO

Item / Subsistema avaliado Avaliação Ponderação Pontuação


individual
Sistema Formal de Controle 6 40% 2,4
Contabilidade 5 30% 1,5
Compras 7 30% 2,1
Total - 100% 6,0

2.4) Conclusões acerca da avaliação realizada no exemplo

Verifica-se que, apesar de o Órgão/Entidade informar através dos questionários que


possui um subsistema formal, de Contabilidade e de Licitações e Compras capazes de cumprir o
papel atribuído pela Constituição e pelas técnicas de boa administração (atingindo pelo
questionário informado média superior a nove); há um equívoco na interpretação sobre a
instituição e finalidade dos controles por parte da Administração, pois em análise dos critérios
de consistência e eficiência/eficácia a pontuação obtida é considerada apenas suficiente –
avaliação 6,0.
3) Apuração do Sistema de Controle Interno: finalidade interna e externa
O conhecimento dos controles realizados no órgão/entidade, suas limitações e
vantagens, permite o acompanhamento histórico, ou seja, verificar se as tarefas de auto-controle
da administração estão sendo qualificadas ou se tornando insatisfatórias no cumprimento do seu
papel institucional. O apoio ao Controle Externo realizado pelo Tribunal de Contas, se constitui
em uma das missões que deve ser cumprida pelo sistema de controle interno, dessa forma, os
relatórios de acompanhamento e avaliação permitirão ao Tribunal de Contas ampliar ou
diminuir a extensão de seus trabalhos, dispensando o tempo necessário para aqueles assuntos
que mais requeiram atenção, e, principalmente, certificar -se da contribuição do controle interno
sobre as políticas públicas realizadas e previstas pelo poder público.
3.1) Finalidade Interna: O acompanhamento histórico
O acompanhamento histórico se prestará à demonstração da evolução da qualidade dos
controles no tempo, em três níveis: geral, de todo o sistema; parcial, de cada subsistema; e
individual, por item de controle. Exemplificando, poderíamos ter a seguinte evolução dos
controles em determinado órgão/entidade:

Item / Subsistema avaliado Pontuação Pontuação Pontuação


X1 X2 X3
Sistema Formal de Controle 2,4 3,0 3,0
Contabilidade 1,5 2,0 2,5
Licitações e compras 2,1 2,0 2,0
Total 6,0 7,0 7,5

15
Pelo histórico apresentado no órgão/entidade, podemos concluir que o controle formal e a
contabilidade vem crescendo em qualidade, todavia o setor de compras não tem conseguido
implementar aquelas medidas indicadas como necessárias nas avaliações em cada exercício,
cabendo ao órgão identificar as causas e desenvolver trabalho no sentido de alcançar as metas
de qualidade estabelecidas.
3.2) Finalidade Externa: Controle Externo pelos tribunais de contas - classificação
dos órgãos auditados
O Controle Externo exercido pelos Tribunais de Contas possui dentre suas funções: a
pedagógica e a fiscalizadora. Essas funções devem ser diretamente aplicadas ao sistema de
controle interno. Pedagógica, no sentido de auxiliar e orientar os órgãos auditados,
principalmente pela emissão dos relatórios; fiscalizadora, no sentido de exigir desse controle
que cumpra com as sua missão constitucional, prevista no art. 74 da Constituição Federal e 76
da Constituição Estadual.
Uma significativa parte das irregularidades encontradas nos órgãos auditados está
diretamente relacionada com o grau de organização e qualidade do sistema de controle interno,
que é a quem compete, precipuamente, o controle prévio e concomitante das ações, avaliando,
inclusive, o cumprimento das políticas públicas estabelecidas pela Administração. A auditoria
operacional a que se refere a Constituição Federal, impraticável ainda de ser exercida em sua
plenitude pelos Tribunais de Contas, em razão da ausência de estratégias de verificação, falta de
pessoal, recursos materiais e sobrecarga de trabalho derivada dos processos originados de
auditorias convencionais, deve originariamente, pela sua natureza, ser exercida pelo sistema de
controle interno, nos termos da lei instituidora. Com um controle intensificado e com o devido
acompanhamento da qualidade dos sistemas de controle interno, além de maximizar as
potencialidades de recursos humanos para auditorias prioritárias, onde haja uma maior rapidez
na atuação do controle externo; os tribunais, que por vezes restringem sua verificação dos atos
da administração em relação ao que a administração faz e como faz, podem fechar o cerco em
termos de fiscalização pública, de forma indireta, atingindo o porquê faz e para quem faz,
através do desenvolvimento de técnicas de auditoria e acompanhamento do sistema de
controle interno.
O acompanhamento pelo Tribunais permitiria que fossem estabelecidos parâmetros de
comparação entre órgãos e entidades com características assemelhadas ( inclusive comparações
com municípios de mesmo porte) e o acompanhamento individual de cada órgão/entidade com o
seu processo de Prestação ou Tomada de Contas, otimizando, assim, sua atividade finalística e
ampliando o seu campo de atuação. Desta maneira, formar-se-ia o ranking, de utilização para
estatística interna, de qualidade dos sistemas de controle interno dos órgãos/entidades
jurisdicionados. Exemplificadamente:

16
Avaliações Variação Variação Variação
Órgão/Entidade X2/X1 X3/X2 X3/X1
19X1 19X2 19X3
1º Município “A” 6 7 9 +1 +2 +3
2º Município “B” 7 7 8 -x- +1 +1
3º Municí pio “C” 5 6 7 +1 +1 +2
4º Município “D” 6 6 6 -x- -x- -x-
5º Município “E” 5 6 6 +1 -x- -x-
Variação por exercício dos controles 29 32 36 +3 +4 +5

Dentre as conclusões que podem ser extraídas do exemplo, de acompanhamento que


poderia ser estabelecido e seus benefícios, destaca-se:
a) A avaliação individual, com variações por exercício, que pode ser utilizada
como instrumento auxiliar de planejamento das auditorias e permitir uma verificação do
aumento/diminuição da qualidade dos trabalhos realizados com vistas ao aprimoramento dos
sistemas de controle interno;
b) O acompanhamento conjunto da qualidade dos sistemas de controle e suas
variações exercício por exercício ou exercícios intercalados;
c) A disseminação da importância ao sistema de controle e o estabelecimento de
ranking proporcionaria incentivo aos órgãos e Administradores para a instituição e
aprimoramento do sistema, com vista a melhorar a qualidade de seus serviços prestados e
aprovação de suas contas perante o Controle Externo.

17
V–Conclusão
As necessidades públicas cada vez aumentam mais em relação aos recursos
disponíveis.
Com a edição da lei de responsabilidade fiscal cada vez mais os governantes
terão que otimizar os recursos disponíveis para atender às demandas sociais cada vez maiores.
É notório que há desperdício. Muitas vezes os administradores não sabem
quanto, como, onde e por que estão gastando, muitas vezes não havendo interesse e preparo
necessários para o processamento de ações de acompanhamento.
Existe uma real carência de exames e verificações daquilo que está sendo
realizado pelo poder público.
O que fazer? Como fazer? Quando começar? Por onde começar?
Foi o que se procurou responder, de forma sucinta neste trabalho.
As técnicas modernas de administração e de controle orçamentário revelam que
o caminho é manter sistemas apropriados de quantificação dos objetivos e metas, mensuração
dos custos e apuração dos resultados. Sem esses indicadores, as avaliações realizadas não
passam de superficiais notícias, mais com características de comunicação social do que
propriamente um relatório gerencial, onde estejam contidas as informações necessárias para
uma correta tomada de decisões.
Entendemos que a resposta para todas estas indagações que versam sobre o
desperdício e mau gerenciamento dos recursos públicos está sobreposta, inicialmente, sobre a
ausência de sistema de controle interno.
A implantação efetiva de um sistema de controle interno, a cargo de servidores
recrutados através de concursos , é necessária. Mas a decisão deve ser da Alta Administração,
incentivando a instituição e a manutenção do sistema de controle interno, permitindo com isso a
correção de erros, desvios e possibilitando a correção dos rumos, através da realimentação dos
processos de programação, apoiando, inclusive, as ações gerenciais estratégicas e táticas do
Órgão.
O trabalho apresentado “Um Modelo Teórico para a Avaliação do Sistema de
Controle Interno” buscou exatamente apresentar uma proposta para que tenhamos parâmetros
iniciais de como está funcionando o sistema, através de avaliações e comparativos internos e
externos, oportunizando o conhecimento de uma série histórica do próprio órgão e também em
relação a outros de mesmo porte. Isso é a base para a realização da tão falada eficiência que se
requer no serviço público.
Se escrevemos sobre isso é porque acreditamos nisso. Como técnicos
aguardamos e torcemos para que alguém da área governamental com poder decisório tome a
iniciativa de levar adiante nossa proposta, aprofundando e sedimentando a idéia/dever aqui
apresentada.
De uma simples idéia deu-se início a esse trabalho, que até a sua finalização
passaram-se quase dois meses.
O futuro é hoje. Quem dará o próximo passo ou o pontapé inicial?
Agradecemos a colaboração dos colegas Auditores Públicos Externos PAULO
ORLANDO SILVA DE MENEZES, DEODORO MIGUEL BRANCHI E FLAVIO FLACH
que, de uma forma ou de outra, contribuíram com material, informações, sugestões e críticas
para que o trabalho pudesse ser realizado.
Por último, em especial, agradecemos ao Exmo. Senhor Presidente do Tribunal
de Contas do Estado do Rio Grande do Sul - Conselheiro PORFÍRIO PEIXOTO, a sua Chefia
de Gabinete e a sua Coordenação Geral pela oportunidade, apoio e incentivo para que
pudéssemos elaborar esse trabalho.

30/Junho/1999

18
Sistema de Controle Interno: Objetivo da Obrigatoriedade pela CF
Dever de Instituição - Requisitos - Funcionamento - Controle/Aprimoramento - Utilização/Benefícios - Transparência - Finalidade

19
VI – B I B L I O G R A F I A

1. Brasil. Constituição da República Federativa do Brasil (1988). São Paulo.


Saraiva, 1988
2. Constituição do Estado do Rio Grande do Sul. Porto Alegre. Corag, 1989.
3. MACHADO Jr., José Teixeira, COSTA REIS, Heraldo da. A Lei 4320
Comentada . Rio de Janeiro. IBAM, 1995.
4. MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Municipal Brasileiro. São Paulo.
Malheiros Editores Ltda, 1993.
5. NASCIMENTO, José Ola vo do. Um Plano de Contas para Prefeituras.
Porto Alegre, 1979.
6. HABCKOST, Fernando Tadeu Soledade. Contabilidade Governamental:
Uma Abordagem Prática. - Porto Alegre. Sagra, 1991.
7. ANGÉLICO, João. Contabilidade Pública. São Paulo. Atlas. 1989.
8. SILVA, Adão Cravem da. Plano de Contas para Prefeituras Municipais.
Porto Alegre., COATAM, 1973.
9. NASCIMENTO, José Olavo do. O Orçamento Público: Aspectos
Relevantes. Porto Alegre. Ed. do Autor, 1986.
10. LUPORINI, Carlos Eduardo Mori. PINTO, Nelson Martin s. Sistemas
Administrativos: Uma Abordagem Moderna de O&M. São Paulo.
Atlas, 1985.
11.. MARTINS, Osmar Scarparo - Controle Interno Municipal Revista TCE
Ano XI - N° 18-1° SEMESTRE DE 1993-
12. VIANA- Cibilis da Rocha – O Estudo da Gestão na Contabilidade-
Alguns Aspectos em que pode ter útil desenvolvimento- Porto alegre-
1955
13. VIANA, Cibilis da Rocha –Teoria Geral da Contabilidade - Aspectos em
que pode ter útil desenvolvimento- Porto alegre -1955
14. RAVANELLO, Holy – A Consolidação dos Balanços Públicos - Seus
fundamentos teóricos e aspectos técnicos- Ed. Universitária- Porto
Alegre- 1958
15. MARCANTONIO, Arnaldo – L’a Azienda Dello Stato –Ed. Sinfré, 1950

20

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