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Quarta-feira, 10 Dezembro, 2008 3 23:38:31 t.u. 3 António Caldeira
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Dos @ @ 
 
 (canteiros de pedras livres) dos grémios da
˜     (que em 1425, no manuscrito Mathew Cooke punha como
primeira regra, ³£ @ @
@     @
  @
  
@
           
@³«) resta a simbologia que veio a
ser usada pela ˜    organizada na criação da Grande Loja de
Londres na taberna Goose and Gridiron. Das Constituições de Anderson de 1723 às
alegadas @ condenadas dos  

da P2 vai a diferença da regra para o abuso.
Porém, pelo meio do aperfeiçoamento pessoal chega-se ao deslumbramento do poder. À
parte as concepções que têm consequências práticas, o problema maior não é o @ @
especulativo da   
 nas   @ filosóficas, mas as decisões de poder tomadas
pelos irmãos que condicionam a democraticidade e transparência franca das sociedades.

Também em Portugal.

Em Portugal, a Maçonaria foi alargando, ao longo da ˜      


    , um poder que parecia ter culminado na  .

 , que teria informação abundante da polícia política, jantava com o seu amigo
Bissaya-Barreto (singularmente exaltado por José Sócrates em Coimbra em 26-11-
2008) às quartas-feiras e, apesar da perseguição formal e da interdição assinada por
Carmona (!«), tolerou-a.

c    , quando chega, não é liderada pelas conspirações dos  @  @ dos
ritos dos
 @ nas  @ de casas finas ou pela inércia burguesa dos grupos de Budas
sentados de Paris, mas pelos capitães curtidos no combate face às   @ @, RPG-7,
morteiros, minas e @ @, que tinham visto a sombra da derrota nas selvas e savanas
de África.
Mesmo assim, políticos que eram os seus membros, a Maçonaria reorganizou-se e
infiltrou-se na nova sociedade política. Da reduzida expressão e implantação que teria a
Maçonaria portuguesa em Abril de 1974, vai acumulando adesões com a justificação da
necessidade de organização secreta democrática anti-comunista e anti-fascista. Uma
espécie de ' 
 

 à portuguesa.

O    c , o poder da Maçonaria cresceu num ritmo exponencial. E


cresceu sem oposição. Quem lhe podia resistir tinha perdido força e vontade. E quem
lhe podia resistir era a  . Na Igreja (aqui considerada como hierarquia e povo de
Deus), considere-se principalmente a Igreja diocesana e das ordens, Opus Dei,
Companhia de Jesus e, mais tarde, Renovamento Carismático.

A Igreja, diocesana e das ordens, passou à defesa pela manutenção do seu reduto de
proselitismo e influência local.

A Opus Dei, que tinha a vantagem da integração de leigos e disciplina rígida, e que
tinha conseguido certo ascendente sobre o marcelismo com o fornecimento de quadros e
depois ainda, com nova geração de quadros, no cavaquismo, acabou engolfada pela
ânsia de liberdade dos seus membros, a recusa de novas adesões ao seu regime
espartano pelos jovens da   
 e da  
, e a escandalosa
promiscuidade politico-económica de elites suas com o nóvel poder maçon. @
 @  
! @«

Os jesuítas concentraram-se na formação moral de universitários e nas missões de


África e América Latina.

E os novos movimentos eclesiais, nos quais avulta o discreto e apolítico Renovamento


Carismático, dedicam-se à oração e transformação pessoal.

Os católicos não conseguiram reagrupar-se institucionalmente em organizações da


sociedade civil e nos partidos criados, de Freitas do Amaral e Sá Carneiro, nem depois,
apesar de alguns episódios e momentos.

O ultra-conservador heterodoxo O   c˜ , saltou, por cima de


insucessos eleitorais, de instrutor do processo José Ribeiro dos Santos a apoiante de
Mário Soares, do corporativismo à esquerda anti-imperialista, de católico tradicionalista
a ministro dos Negócios Estrangeiros de José Sócrates!«

 ! "  , 


  pelos dominicanos (com Frei Mateus e Frei Bento
Domingues), fascinado pela teologia moderna, confrontado no seu conservadorismo
familiar da burguesia portuense pelas luzes do liberalismo, pressionado na sua
independência pelos cortesãos e aristocratas da capital, suspenso da formalidade
portuense nos saraus do Botequim de Natália Correia, dividido entre os olhos de Isabel
e o esquife de Snu, viu-se desafortunadamente apertado entre a sua militância católica,
uma mulher e o povo.

! "  ˜  numa noite de névoa e, com ele, a esperança reformadora da


Aliança Democrática. Freitas, uma reencarnação idiosincrática do marcelismo,
desiludiu-se com os resultados eleitorais e saltando, sobre o centro prometido, aliou-se à
esquerda.
'   não resolveram o problema de identidade e representação. Balsemão era
espúrio à base eleitoral do PSD e Adriano foi já um ocaso caprichoso, depois de em
1968 ter sido preterido pela suposta ousadia marcelista. A seguir veio a austeridade
cavaquista e o desenvolvimentismo europeísta, combatidos pelos jovens turcos de
Monteiro, manipulados no PP e no semanário Independente por Paulo Portas e,
indirectamente, por Marcelo Rebelo de Sousa.

E se " , católico, até chegou a favorecer um sector tecnocrático de formação Opus


Dei, e o acolheu à sua protecção mais tarde, não consequiu conter o crescendo do poder
maçon, que aumentou as adesões na proporção directa do agravamento da crise
economico-social. Já # , heteroxo, e político, para a sua ascensão e consolidação
aliou-se a sectores da Maçonaria regular, mal compensados pelos jovens católicos
aristocratas, numa mistura na qual o povo cristão não se revê. Depois, o heterodoxo

     , que se demitiu depois de um conflito pessoal com Portas,
aproximou o PSD da Doutrina Social da Igreja, à qual o papa João Paulo II retirou o
estatuto de ideologia quando escreveu a Carta Encíclica Sollicitudo Rei Socialis de 30-
12-1987:

³A doutrina social da Igreja não é uma terceira via» entre capitalismo liberalista e colectivismo marxista,
nem sequer uma possível alternativa a outras soluções menos radicalmente contrapostas: ela constitui por
si mesma uma categoria. Não é tampouco uma ideologia, mas a formulação acurada dos resultados de
uma reflexão atenta sobre as complexas realidades da existência do homem, na sociedade e no contexto
internacional, à luz da fé e da tradição eclesial. A sua finalidade principal é interpretar estas realidades,
examinando a sua conformidade ou desconformidade com as linhas do ensinamento do Evangelho sobre
o homem e sobre a sua vocação terrena e ao mesmo tempo transcendente; visa, pois, orientar o
comportamento cristão. Ela pertence, por conseguinte, não ao dominio da ideologia, mas da teologia e
especialmente da teologia moral.³

Os seguintes não desatam o nó górdio da dependência: Marques Mendes negoceia,


Menezes entende-se e Manuela Ferreira Leite não tem poder suficiente para alterar a
relação de forças, desproporcionada, como quase tudo hoje em Portugal, pelas
vergonhosas pusilanimidade e promiscuidade das elites e pela (ainda ) abulia do povo.

Num mundo em convulsão, em que a anomia é uma ameaça insuportável para o homem,
os aflitos moralmente à deriva recorrem às corporações secretas, como ocorreu na
transição da Idade Média para a modernidade, para obter protecção e promoção.
Quando a sociedade se abre, as elites fecham-se São cantos de cisne das forças
realmente anti-democráticas, inigualitárias, segregacionistas. Quando mais a crise
apertou, mais cresceu o recrutamento e menos possível se tornou a acção política fora
da
  . A iniciação maçónica tornou-se uma espécie de passaporte para o
exercício político. ' ˜     
   ˜ #  $ %  
 ˜ &     ˜       c$ '  ˜ ˜$ 
  ˜ .

Depois de recrutar pacientemente os líderes, foi mais fácil engrossar as hostes. E quem
incha, degenera. Da austeridade republicana clássica que não admitia sequer diferentes
orientações sexuais, chegou onde sabemos, onde toda a sociedade política sabe. Em vez
de podar os ramos podres, com a firmeza que os seus princípios impõem e o País
precisava, preferiu escondê-los na sala, debaixo da carpete do salão, fingindo que não há
homens e mulheres em Portugal que perceberam claramente o volume, o cheiro e as
movimentos debaixo do tapete. Mais ainda: a perplexidade dos homens de bem
informados é que não consta um só protesto de qualquer dos seus membros pela
cobertura do lixo. Não sabemos se houve, que a organização é secreta, mas não
consta« O que sabemos foi que houve homens insuspeitos que decidiram varrer o lixo
para debaixo do tapete da  - e nessa tarefa se sujaram e feriram a dignidade da
própria organização. Quanta porcaria vale a manutenção de um regime!«

O panorama político institucional da Maçonaria é diverso, mas as tonalidades são


marginais. No tradicional #   , onde raro é o membro dirigente
masculino que não é maçon (além de que a Maçonaria feminina tem aumentado muito o
seu recrutamento e há também lojas mistas) - e quem não frequenta agora as sessões, ou
obteve um formal @  "
 (demissão), não deixa de ser quem foi« -, no #O,
onde penetrou pela facção histórica republicana e os negócios, no "O onde foi, no
final dos anos setenta, a principal fonte de recrutamento político e onde é historicamente
(!) uma facção muito poderosa. Já o #" concorre com a Maçonaria e os seus membros
não pertencem à organização. E os militantes tradicionais do (   ) 
tinham no trotskismo também uma mundividência distinta - embora o partido não tenha
evitado o 
@  de socialistas maçons desiludidos do PS.

A criação da
    do chamado rito escocês em Portugal, permitiu um
grupo, heteroxo nos seus objectivos, mas que acolhe também um sector radicalmente
anti-cristão muito activo, alternativo à tradicional Maçonaria irregular portuguesa de
rito francês, definida, desde sempre, pela sua oposição 
  à Igreja Católica. Mas
nenhuma das facções conseguiram resolver com consenso, ou até tratado de paz, a
preponderância socio-política, nem sequer as suas guerras intestinas.

Acredito que muitos maçons tenham aderido à organização por causa dos seus
    filosóficos de livre pensamento e até do sonho de fraternidade. Não falo do
ritual 
 #
 porque os seus membros, se sentem-se confortáveis com a sua prática,
devem ter a liberdade de o manterem e não serem diabolizados por isso. O que me
separa da Maçonaria - se é que me separo de qualquer outro membro do mesmo género
humano a que todos pertencemos -, além da divergência ideológica, é o secretismo da
organização, a sua falta de escrutínio e o favorecimento dos irmãos sobre os demais
cidadãos, mais grave na ideia de desprezo orgânico pela lei do Estado e as suas
instituições. Isto é, os seus princípios de liberdade, igualdade e fraternidade, acabam por
ser fins de subordinação da sociedade em vez de serem princípios de subordinação
própria à sociedade. Ora, todo o homem é irmão de qualquer outro, pois pertencem ao
mesmo género: não é moralmente admissível a submissão de outro homem só porque
não possui a mesma condição secreta elitista. Nem é legítimo do ponto de vista
democrático esconder dos eleitores a condição decisiva de  - ou a pertença a
outras organizações secretas ou discretas.

Não está em causa, nem pode estar, a livre pertença à Maçonaria ou a livre participação
nesta organização. Compreendo que a influência da Maçonaria em Portugal tenha
chegado ao cúmulo de levar o Oitavo Congresso dos Juízes portugueses a estabelecer,
em 23-11-2008 na Póvoa de Varzim, um ³Compromisso Ético dos Juízes Portugueses -
Princípios para a Qualidade e Responsabilidade´ onde se recomenda ³O juiz não integra
organizações que exijam aos aderentes a prestação de promessas de fidelidade ou que,
pelo seu secretismo, não assegurem a plena transparência sobre a participação dos
associados³, como a Maçonaria, o que José Maria Martins aplaude - mas já me
conformaria com a  ˜   *     + de pertença dos
magistrados, de políticos e de outras funções de Estado, a esta organização ou outras.
Todavia, aquilo que percebemos na evolução da humanidade é que o actual domínio
quase-absoluto é a véspera do estertor desse comando. Vivemos uma era de escrutínio e
liberdade; o secretismo da Maçonaria é uma espécie de resistência última à incerteza da
liberdade e à competição do mérito. Como veio, o domínio político quase-absoluto da
Maçonaria sobre a política portuguesa vai. Não irá apenas na torrente da evolução
tecnológica, que já é decisiva, mas pelo reerguer da vontade livre e clara dos
portugueses.

In O$ $ o, 09 de Dezembro de 2008

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