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Pessoa
poesía in
, LOS POEMAS DE
ALVARO DE CAMPOS 1
OBRAS
© M ig u e l C a s a d o , 2012, delprólogo
© A b a d a E d it o r e s , s . l . , 2012
de lá presente edición
C alle del G o b e rn a d o r, l8
2 8 0 1 4 M ad rid
T e l . : 91 429 6882 / fax: 91 429 7507
www. ab ad aed ito res. com
p ro d u c c ió n G u a d a l u p e GlSBERT
ISBN 9 7 8 -8 4 -1 5 2 8 9 -1 3 -5 [o b ra c o m p le ta]
ISBN 9 7 8 -8 4 - 1 5 2 8 9 -4 4 -9 [vol. III]
IBIC DCF
d e p ó sito leg al M -1 9 0 7 2 -2 0 1 2
p r e im p r e s ió n D a l u b e r t A llé
im p r e s ió n LavEL
Fernando
Pessoa
poesía in
/ LOS POEMAS DE
A lvaro d e C a m p o s 1
EDICION BILINGÜE DE
J u a n B arja y J u a n a I n a r e jo s
PROLOGO DE
M ig u e l C asado
NOTAS DE
J u a n B arja
«OBRAS»
A B A D A EDITORES
PARA UNA LECTURA DE ÁLVARO DE CAMPOS
M ig u e l Casado
6 MIGUEL CASADO
e s tru c tu ra q u e así se o fre c e p re s e n ta , e n p r im e r lu g a r, u n
breve p ó rtic o de poem as iniciales —e n cuyas circu n stan cias m e
d e te n d r é u n m o m e n to e n se g u id a —. E n se g u n d o lu g a r, u n a
z o n a d o m in a d a p o r los c u a tro g ra n d e s p o e m a s ex ten so s de
P essoa-C am pos —las dos O das aparecidas e n Orpheu, la Salutación
a Walt Whitman y El paso de las cosas—, e n tre los q u e van in tercalad o s
o tro s de m e n o r a m p litu d o frag m en to s de odas q u e n o cuaja
r o n p o r co m p leto ; pese a las d im e n sio n e s de este p e r io d o , se
tra ta ap e n as de lo escrito e n tres o c u a tro añ o s, e n tre 1914 y
igi7> qtie sin em b arg o constituye el c e n tro d e esta p o é tic a y a
lo q u e m ás a te n c ió n h a b ré de p resta r. F in alm en te , se rec o g en
lo s m u y n u m e ro s o s p o e m a s q u e llev an d esd e a h í al ú ltim o
fe c h a d o , d el 21 de o c tu b re d e 1 935, e n el u m b r a l ya d e la
m u e rte de Pessoa, o c u r r id a el 3 0 de n o v ie m b re ; y u n a cu es
tió n inevitable: la sem ejanza o diferen cia, c o n tin u id a d o r u p
tu ra , e n tre to d o este la rg o d e s a rro llo fin a l y a q u e l n ú c le o
explosivo de la escritu ra a trib u id a a C am pos.
8 M IG UEL CASADO
n id o ú n ic o d e l p e r m a n e n te d e s p la z a m ie n to y c o m o ló g ic a
q u e vuelve fo rz o so su fracaso : « m i p a tr ia es el lu g a r d o n d e
n o esto y » .
Si casi to d o A lvaro de C a m p o s, casi to d o Pessoa, están in
nuce aquí, el p o e m a « C a rn a v a l» v iene a c o m p letar el p ró lo g o ;
el p r o p io títu lo ya a p u n ta a u n a te m atiza ció n d e las m áscaras,
las m á scaras-p erso n as. E l te d io —el viejo spleen— es el m a rc o e n
q u e se p ersig u e in ú tilm e n te la p r o p ia id e n tid a d y el carnaval
o fre c e u n a p is ta , n o de p o r d ó n d e p u e d e e je rc e rse la b ú s
qued a, sin o de có m o d e sb o rd a rla, p o n e rs e a c u b ie rto de ella:
« H o y , q u e to d o s so n m áscaras, te ves / gesto -m áscara, ahí, e n
lo p r o f u n d o » . T o d o lo q u e vaya a h acerse a p a r tir d e e n t o n
ces n o será m ás q u e u n p re c a rio a p u n ta la m ie n to d e este lu g a r
vacío, d esp laz ad o , h a b ita d o so lo p o r el d eseo d e n e g a rse :
« ¡ Q u e n o haya co m o u n alm a a c o m p o n e rm e / c o n co rd eles
o alam b res q u e se a g u a n te n , / c o n m ad eras y h ie rr o s q u e n o
fa lte n / y m e d e n u n id a d al so s te n e rm e !» .
10 MIGUEL CASADO
cio n es estéticas u n iv e rsa le s], sin o de las c o n d ic io n e s y p o s i
b ilid a d e s d e la c re a c ió n p o é tic a a lr e d e d o r d e l 8 o o , b a jo la
d ic ta d u ra clasicista de W e im a r» 6. Y ta m b ié n es e n u n a fech a
y u n lu g a r d e te r m in a d o s d o n d e P e s s o a - C a m p o s e s c rib e :
« E s a g e n te es ig u a l, yo soy d iv e rso , / n i e n tr e lo s p o e ta s se
m e a c e p ta ría . / A v e c e s n i s iq u ie r a e s c rib o e n v e rso , / y, lo
q u e digo, n u n c a lo d ir ía n » .
E l sim b o lis m o n o es el c a n o n de A lv aro d e C a m p o s,
d e sd e lu e g o ; H o m e r o , S h a k e sp e a re y P e tra rc a s e rá n lo s
n o m b re s q u e m ás subraye; m e n c io n a rá ta m b ié n a M ilto n o
Shelley, a lu d irá a M allarm é: el O lim p o es ya u n iv ersal, co m o
s in d u d a las le c tu ra s de Pessoa lo so n . P e ro es re le v a n te q u e
a lg u ie n de f o r m a c ió n e in c lin a c io n e s ta n a n g lo fila s c o m o
P esso a -C am p o s, salp iq u e su d isc u rso de p alab ras e n fran cés,
c ifre la g lo ria lit e r a r ia e n la p u b lic a c ió n e n e d ito r ia le s o
revistas p a r is in a s 7 y te n g a s ie m p r e ta n in d is c u tib le m e n te
p re se n te el m ag iste rio de B a u d elaire, ab o cad o a vivir y e sc ri
b ir co m o « e l h o m b r e d e la m u lt itu d » 8. E l n o m b r e clave de
este m u n d o , d el n u ev o e s p íritu u r b a n o de la p o esía s in au ra,
es, sin em b arg o , C esário V erde, ra tific a n d o c o n ello el c o m
p o n e n t e p o lé m ic o , in m e d ia to , q u e m u e v e a P esso a: « o h
C e sá rio V erd e, o h M a estro / d el " S e n tim ie n to d e u n O c c i
d e n ta l” » , se lee e n « D o s fra g m e n to s de O d a s » y, to d av ía e n
1 9 3 0 , se v o lv e rá a r e n d i r h o m e n a je al p o e ta q u e e ra capaz
—dice C a m p o s— de e m o c io n a rs e h a sta las lá g rim as a n te u n a
fac tu ra , sen sib le co m o él a la m o d e rn a vida co m ercia l: « H e
en g alan ad o , e n m i co ra zó n , la Plaza de F igu eira p a ra ti / y n o
hay r in c ó n q u e n o vea a través tu y o » .
A lv aro d e C a m p o s n o es u n sim b o lis ta ; p e r o P esso a
p o n e esp ecial in te r é s e n m o s tra r q u e e n este esp acio estuvo
su m a triz p o é tic a —al m a rg e n de lo q u e e n seg u id a h a b rá q u e
12 M IG UEL CASADO
d e n a id e n tific a rs e c o n el fu tu ris m o , la p r im e r a d e las v a n
g u a rd ia s h is tó ric a s : la e x a lta c ió n d e la m o d e r n id a d ,
h a c ie n d o énfasis e n la n u ev a te c n o lo g ía de la in d u s tr ia y los
tr a n s p o r te s , el m a q u m is m o , y el im p u ls o d e la e c o n o m ía ,
v alo re s c o m o la v e lo c id a d o la fu e rz a , el to n o ex clam ativ o ,
ta ja n te m e n te aseverativo. G o m o h a escrito M a rjo rie P erlo ff:
« E l m o m e n to fu tu ris ta fu e la breve fase u tó p ic a d el m o d e r
n is m o te m p r a n o e n q u e lo s a rtista s se s e n tía n el c o m ie n z o
d e u n a n u e v a e ra q u e se ría m ás e x c ita n te , p r o m e t e d o r a e
in s p ira d o ra q u e n in g u n a de las q u e la h a b ía n p r e c e d id o » 9.
Y, pese a q u e su e s tu d io n o lo te n g a e n c u e n ta , a pocas
situ acio n es se ad a p ta ta n b ie n el co n c e p to de P e rlo ff co m o al
e fím e ro fu tu ris m o p o rtu g u é s, ag ru p a d o e n to r n o a la revista
Orpheu: a u n q u e solo a lg u n o s de sus m ie m b ro s , y so b re to d o
los artistas p lá stic o s, a s u m ie ra n e n to n c e s la e tiq u e ta , r e s u l
ta b a ob v ia la s in to n ía e n tr e el m u n d o d e s p le g a d o p o r lo s
fu tu rista s ita lian o s o rusos y el q u e c o n s tru ía A lvaro d e C a m
p o s, ta n re a c io a c u a lq u ie r a d s c r ip c ió n q u e lo e n c a s illa ra
co m o se n sib le a lo s cam b io s e n el relieve d e la r e a lid a d q u e
vivía. E l ta m b ié n , p o r ta n to , v in o a p ro c la m a r e n voz alta la
c e le b ra c ió n y el im p u lso de la nu ev a sociedad , la p ro x im id a d
de la u to p ía : « m e da el m o d e rn o o rg u llo de vivir u n a ép o ca
e n la cual es ta n fácil / q u e se m e zc len las razas, y q u e se tr a s
p o n g a n los espacios, y q u e se p e rc ib a fá c ilm e n te la to ta lid a d
d e las cosas, / q u e se goce la vida re a liz a n d o g ra n n ú m e r o de
s u e ñ o s » . Las m á q u in a s se le a p a r e c e n a P e s s o a -C a m p o s
c o m o u n a n u e v a r e f e r e n c ia e s té tic a y ex iste n c ia l: « ¡A h ,
p o d e r ex p re sarm e to ta lm e n te cual se expresa u n m o to r , / ser
c o m p le to ta l c o m o u n a m á q u in a ! » . Y , j u n t o a to d a esta
a tm ó s fe ra y estas to m a s de p a r ti d o , se a s u m e n ig u a lm e n te
rasgos de ép o ca co m o el peso d e las in te rje c c io n e s y o n o m a -
topeyas, d e las zo n as d e tex to casi m e ra m e n te fo n é tic a s , las
v a ria c io n e s tip o g rá fic a s. A p e s a r d el p o c o tie m p o q u e d u r ó
la o fensiva social y estética d e l f u tu ris m o p o rtu g u é s , d a u n a
14 MIGUEL CASADO
extensos de C a m p o s, la lib e rta d del ritm o se e n g ra n a e n u n a
p o d e ro sa capacidad constructiva, e n u n a se n sib ilid ad extrem a
p a ra las v a ria c io n e s to n a le s , p a r a lo s ca m b io s d e tempo, p a ra
a u n a r la d isp e rs ió n y la c o n c e n tra c ió n ; y el verso lib re resu lta
se r el v e h íc u lo im p r e s c in d ib le d e ese tr a b a jo , el ú n ic o q u e
p o d r ía p e r m itir lo . Pocas veces, desde q u e los p o etas se a tr e
v ie r o n a e x p lo ra rlo , h a a lca n za d o ta n ta a ltu ra , ta n to p o d e r
m usical y expresivo.
13 « U n a ta r d e , s e n té a la B elleza e n m is r o d illa s . Y la e n c o n tr é
am arga. Y la i n s u l t é » : e n el p r in c ip io de U na tem porada en el infierno.
14 F e rn a n d o Pessoa, Teoría poética. E d ic ió n de J o s é L u is G arcía M a rtín .
T ra d u c c ió n d e J o s é A n g el C ille ru e lo . G ijó n , Jú c a r, 1 9 8 5 , p . 1 0 4 .
« E n su in o r g a n ic id a d re la tiv a —d e s c rib e E d u a r d o L o u -
re n ç o —, la Oda triunfal conlleva u n d e s a rro llo claro , m u sic a l
m e n te e s tru c tu ra d o , de tie m p o s fu e rte s, h iste riz a d o s p o r la
in te rje c c ió n [ ...] , y tie m p o s d e re p o s o , descriptiv o s y e n u n
ciativos, c o n u n a a b ru p ta depresión e n c ie rto m o m e n to , m arca
d e fáb rica de A lvaro de C a m p o s q u e de r e p e n te se r e tira d el
ju e g o , y q u e se va a r e p e tir e n lo s o tro s g ra n d e s p o e m a s » 16.
Y , e n e fe c to , las lín e a s g e n e ra le s s o n se m e ja n te s e n tr e esos
c u a tro p o em as, a u n q u e n o lo s o n las d im e n sio n e s, la v a rie
d a d , la o r q u e s ta c ió n ; la Oda marítima c a b ría e n ese r e tr a to ,
p e r o es ta m b ié n el p o e m a m ás e x te n so d e P esso a, el q u e
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o fre c e m ás m a tic es rítm ic o s y e m o c io n a le s, la c u lm in a c ió n
d e esta p o é tic a d e p e c u lia r, p e r s o n a l futurismo, ya casi e n el
u m b ra l de p e r d e r su n o m b r e a p o c o de h a b e rlo to m a d o .
E s m u y c o n o c id o el p r i n c i p i o d e la Oda marítima: el
p a se a n te q u e m u y de m a ñ a n a se acerca al m u e lle y, so lita rio ,
« m ir a n d o hacia la b a r r a » e n la e m b o ca d u ra d el río , c o n te m
p la u n le ja n o p a q u e b o te q u e p a re c e v e n ir h a c ia el p u e r to ;
ju n t o c o n el espacio real d el p o e m a , se h ace p re s e n te el q u e
será c o rre la to d e su m o v im ie n to im a g in a rio : « d e n t r o d e m í
u n volante em pieza ya a g irar, m uy le n ta m e n te » . E l b arc o y el
v o la n te se van m o v ie n d o y d ib u ja n el largo p o em a, « c o m o si
u n itin e ra rio de im a g in a ció n -se n sac ió n se desarro llase c o n el
trayecto de los navios; com o si u n 'p u n to m a teria l’ se m oviese
p a ra trazar el d iagram a del s e n tir » 17.
E n tr a a q u í e n to n c e s la re fle x ió n acerca d el viaje, m ie n
tras el m u n d o m a rítim o —las nuevas técnicas d e la n avegación
y sus m a q u in a ria s, y las del p u e r to —p e rm ite co n serv ar cierta
p re s e n c ia d e u n a a rq u e típ ic a m o d e r n id a d , cada vez m e n o s
c e n tra l e n el d e sa rro llo d el p o e m a . L a reflex ió n se tre n z a c o n
la im a g in a c ió n y sus v a ria d ísim o s r itm o s van d e te r m in a n d o
lo s r e to r n o s d e l « v o la n te » , su te n s ió n o su v e lo c id a d . E n
alg u n o de sus giros, o tra cara d el m a r se abre, m o stra n d o u n
abism o de tie m p o e n sí: tra d ic ió n , e te rn id a d , lu g a r p o r exce
le n c ia m e tafísico ; q u iz á sea esta p e rsp e c tiv a la q u e, e s tim u
la n d o u n fo n d o m ítico e n el m o v im ie n to im a g in a rio , al g rito
in a rtic u la d o d e u n viejo m a rin o in g lés, favorece q u e la O d a
se p re c ip ite e n u n a esp ira l de d e lirio : es la fuerza ya c o n o c id a
del deseo la q u e hace trizas a h o ra to d o s los d iq u e s d e la raz ó n
(salvo el rig o r co n stru ctiv o y m u sical del p o e m a ).
L o sin ie s tro y lo b r u ta l, el la d o m ás c ru d o d e esa fuerza,
d e s e m b o c a n e n u n e sc e n a rio de v io le n cia, d e d e s e n fre n a d o
sadism o, q u e p u e d e e n s o ñ a r co m o m o m e n to s d e éxtasis s e n
s o ria l lo s p e o re s c rím e n e s de la c o lo n iz a c ió n e u r o p e a o los
q u e se d ir ig e n c o n tr a lo s m ás d é b ile s . E l d e se o del_yo se
G o m o se ve, el r e c o r r id o b ip o la r d e las O d a s s u p o n e u n a
s u e rte de r e p e tic ió n ta n tá lic a , u n casi to c a r n o se sabe q u é
am b ig u o cielo p a ra cada vez d esp eñ a rse e n u n in f ie rn o in te
r i o r . E n el caso d e la Salutación a Walt Whitman, a u n q u e el
esq u em a se re p ro d u c e , so n la existencia de u n in te r lo c u to r y
su cu alid ad de p o e ta las q u e im p r im e n su sello sin g u lar. A u n
s in q u e P essoa lo h u b ie r a r e c o n o c id o , n o h a b r ía re s u lta d o
d ifíc il p e r c ib ir la raíz w h itm a n ia n a de lo s p o e m a s extensos:
su p e r m a n e n te v o ca ció n h ím n ic a , el so ste n id o énfasis excla
m ativo, la sintaxis yuxtapuesta, h ip e rn o m in a l, e n u m erativ a,
la te n d e n c ia a lo s p a ra le lis m o s y a n á fo ra s q u e c o m p o n e n
r e c u rr e n te s le ta n ía s, la p e c u lia r alian z a de la e x a lta ció n y el
p ro sa ís m o , etc., a b o n a n esta le c tu ra , m ás allá de los p o sib les
o ríg en e s c o m u n e s q u e p u e d a n r e m itir a Blake o lo s r o m á n
tico s alem a n es. P ara la m a y o ría de los crítico s, el e n c u e n tro
c o n la o b ra de W h itm a n —q u e, pese a la fo rm a c ió n inglesa de
su ad o lescen cia e n D u rb a n , h u b o de ser p o s te rio r—le a p o rta
a P essoa el m a rc o d e la r u p t u r a a q u e su e v o lu c ió n te n d ía .
S in e m b a rg o , q u iz á n o q u e p a h a c e r v a lo ra c io n e s a b so lu ta s
18 MIGUEL CASADO
c o m o la d e E d u a r d o L o u r e n ç o , p a r a q u ie n W h itm a n « lo
su stra jo de u n a vez p o r to d a s a las d e c a d e n c ia s fo rm a le s d e
u n sim b o lis m o q u e n o a c ab a b a d e a b a n d o n a r , y lo d ir ig ió
c o n u n a avidez de n e ó fito hacia el tu m u lto y la v astedad d e la
e x p e rie n c ia h u m a n a , h ac ia el r o s tr o d e la c o tid ia n id a d m ás
p u ja n te y p r ó x im a » 18. La r e c o n s tr u c c ió n q u e P esso a q u iso
h a c e r de su raíz sim bolista, las fre c u e n te s referen c ias fra n c e
sas, las a fin id a d e s em o cio n a le s e ideo ló g icas c o n B a u d e la ire
y c o n C e sário V erde, el c o n o c im ie n to de M a llarm é, la i n d u
d ab le v o lu n ta d de s in to n iz a r c o n el « m o m e n to f u tu r is ta » ,
p e ro ta m b ié n el peso de los clásicos ingleses o la d e n s id a d de
sus le c tu ra s filo só ficas, h a c e n p e n s a r e n W h itm a n co m o u n
d e s e n c a d e n a n te , c o m o u n c a ta liz a d o r de fo rm a s , m ás q u e
c o m o u n a m a tr iz p e r s o n a l. Ya se sabe q u e las in f lu e n c ia s
n u n c a ac tú a n de m a n e ra ta n rec tilín e a, sin o q u e —co m o b ie n
explicó V aléry— s u e le n p a r ti r d e zo n as acceso rias o la te n te s
de la o b ra q u e in flu y e . A u n q u e v e rd a d e ra m e n te la Salutación
le o fre c e a W h itm a n el p e d e s ta l d e u n r e c o n o c im ie n to q u e
p o co s p o etas h a n te n id o e n la e s c ritu ra de o tro s.
Es c ie rto q u e el m u n d o w h itm a n ia n o tie n e n u m e ro s o s
p u n to s d e c o n ta c to c o n el de P e s s o a -C a m p o s (la h u e lla d e
u n a sexualidad h o m o se x u a l y p ro v o c a d o ra , o la p re se n c ia de
la té c n ic a m o d e rn a ju n t o al m ito n e o -a rc á d ic o a m e ric a n o ),
p e r o n o c o in c id e n am b o s e n su n ú c le o fu n d a m e n ta l, e n lo
q u e d e te rm in a su ac en to , se o p o n e n in c lu so . La ce le b ra c ió n
in d is c rim in a d a de la existencia e n c u e n tra su eje, e n el p o e ta
d e l Canto a mí mismo, e n u n a p a s io n a d o n a rc is is m o p o sitiv o
—« e sto y p r e n d a d o d e m í m is m o ... hay ta n to d e m i ser y ta n
s u c u le n to , / cada m o m e n to y to d o lo q u e o c u r r e m e h a c e
estre m e ce r de a le g ría » 19—, q u e p a re c e el envés d el vacío exis
te n c ia l y el n a rc is is m o n eg a tiv o d e A lv aro d e C a m p o s . E n
to d o caso, a h í q u e d a n p o r p a r te d e éste las d e c la ra c io n e s de
fid e lid a d —« s e g ú n se n tiste to d o , sie n to t o d o ; y a q u í estam os,
18 E d u a rd o L o u re n ç o , op. c i t , p . 8 6 .
19 W alt W h itm a n , H ojas de hierba. T r a d u c c ió n de J o s é L u is C h a m o s a y
R osa R a b ad án . M a d rid , E sp asa-C alp e, 2011, p . 143*
20 M IG UEL CASADO
d e ja n m ayor lu g a r a la im a g in a c ió n y a la c o n s tru c c ió n d e u n
p ro ta g o n is ta m ás p e c u lia r —v ia je ro , in g e n ie r o , s o lita rio u n
ta n to p e rv e rso —, m ie n tr a s e n o tr o s se tr a n s p a r e n ta u n j o
m u c h o m ás su m erg id o e n avatares co tid ian o s, en so rd e c id o e n
su tra n sc u rso . P ero se g u ra m en te estas d iferen c ia s d e se n sib i
lid a d n o s o n decisivas, n o c o n s titu y e n lo f u n d a m e n ta l d e
estos p oem as; m ás b ie n , p arece p o sib le in te n ta r leerlo s, a c e r
carse a sus p rin c ip a le s n ú cleo s y a la lógica de su m o v im ie n to ,
co m o a h o ra tra ta ré de h a c e r c o n u n a m ira d a d e c o n ju n to .
21 G e o rg e S te in e r , E n el castillo de B arbazul. T ra d u c c ió n d e H e r n a n d o
V alencia. M a d rid , G u a d a rra m a , 1977’ P- 14"
22 E d u a rd o L o u re n ç o , op. c i t , p . 94-
22 M IG UEL CASADO
D esde el p rin c ip io de la Oda triunfal, se ap recia q u e la g eo
m e tría q u e suele asociarse c o n la m á q u in a , la in v isib le e n e r
gía q u e la alim e n ta , sus frías su p e rfic ies e in e rte s m ie m b ro s,
sin p e r d e r la re fe re n c ia de su estricto carácter físico, a d q u ie
r a n u n a vida ta n in te n sa y se vayan ca rg an d o d e in sin u a c io n e s
eróticas; m ás allá de las n u m e ro sa s figuras fálicas d isem in ad as
p o r el p o em a, se e n c o n tra rá « lú b r ic o » el g iro de las g rúas, o
se h a b la rá d e la « p r o m is c u a f u r ia d e se r p a r te - a g e n te / d el
r o d a r fé rre o y co sm o p o lita / de los ágiles t r e n e s » . « U n a id ea
g en ial de C a m p o s —h a escrito A la in B a d io u — es m o s tra r q u e
la o p o sic ió n clásica e n tre el m a q u m ism o y el im p u lso es c o m
p le ta m e n te rela tiv a . C a m p o s es el p o e ta d e l m a q u in is m o
m o d e rn o , y de las gran d es m e tró p o lis [...] , co n ceb id o s co m o
dispositivos de cre ació n , co m o analogías n a tu ra le s » 23. Sigue
así ab ierta la p o sib ilid a d de la le c tu ra deleuzian a, q u e Jo s é G il
h a p ro p u e sto e n sus sugerentes trab a jo s so b re Pessoa2425; p e ro ,
m ás allá de este e n fo q u e vitalista, seg u iría q u e d a n d o la cu es
tió n del lím ite , de la exterioridad.
E se estar fuera, r o m p e r el m a rc o d e lo r a c io n a l ( p o r
m u c h o q u e la té c n ic a u tilic e co m o in s tru m e n to la ra z ó n , sus
m ecan ism o s carecen de e lla ), es quizá lo ú n ic o q u e m á q u in as
y an im ales c o m p a rte n . Y, así, la o tr a lín e a d e fuga d e l deseo
p esso an o es la a n im a lid a d . Ya observó K a th ry n B is h o p -S a n -
chez el re c u rso de las O d a s al estado a n im a l d el celo 23, q u e a
veces, lla m a tiv a m e n te , p u e d e r e u n i r o b je to s té c n ic o s y sexo
23 A la in B a d io u , « U n e tá c h e p h ilo s o p h iq u e : é tre c o n te m p o r a in de
P esso a» , e n C o llo q u e de C erisy, Pessoa. Unite, diversité, obiiquité. E d ic ió n
d e Pascal D e th u r e n s y M a ria -A lz ira S eixo. P arís, C h r is tia n B o u r -
gois, 2 0 0 0 , p . 145-
24 V er so b re to d o Fernando Pessoa ou a metafísica das sensações. T ra d u c c ió n del
fra n c é s al p o r tu g u é s d e M ig u e l S e rra s y A n a L u isa F aria. L isb o a ,
R eló g io d ’A gua, s.f.
25 K a th ry n B ish o p -S a n c h e z , « B e ija r to d as as p ro stitu ta s: deslocaliza-
ção d a m u lh e r e a p o é tic a da m o d e r n id a d e em A lvaro de C a m p o s » ,
e n : A n n a M . K lo b u ck a y M a rk S ab in e (e d s.), O corpo em Pessoa. Corpo-
ralidade, género, sexualidade. T r a d u c c ió n al p o r tu g u é s de H u m b e r to
B rito . L isboa, A ssírio & AI vim , 2 0 1 0 , p . 25§-
26 G eo rg e S te in e r, op. c i t , p . 25-
24 M IG UEL CASADO
le s » , o h a c e r q u e W h itm a n re c ib a ca lific ac io n es asociadas a
u n im a g in a rio h o m o se x u a l: u n a m a s c u lin id a d m u sc u lo sa y
cicló p ea, « e l M o m e n to de tr o n c o d e s n u d o y ca lie n te co m o
u n fo g o n e r o » , m ítico s m a rin e ro s q u e e n c o n tra m o s ta m b ié n
e n L o rc a o e n F assb in d er.
S o n éstas im ágenes n ítid a s y c o n u n a f u n c ió n c e n tra l e n
la e x p re s ió n d e l d e se o , p u e s v ie n e n m u y e x p líc ita m e n te
c o n e c ta d a s c o n el im p u ls o m a s o q u is ta d e lo s p o e m a s d e
C a m p o s: « L o s m a rin e r o s m e lle v a ro n p re s o . / M e ap la sta
r o n las m a n o s e n lo o sc u ro . / M o r í te m p o r a lm e n te d e s e n
t i r l o » . E s el lu g a r e n q u e se in s e rta , e n n u m e ro s a s o c a sio
nes, la fan ta sía d e se r m u je r —« lo s b raz o s de to d o s los atletas
m e a p r e ta r o n , vuelto sú b ita m e n te f e m e n in o , / y ta n sólo de
p e n s a r e n eso m e desm ayé e n tre m ú sc u lo s s u p u e s to s » —, q u e
n u n c a f u n c io n a co m o u n a id e n tific a c ió n , sin o co m o e x p re
s ió n a r q u e típ ic a d e s u m is ió n y p a siv id a d , d e o b je to sex u al
d o m in a d o y s u s c e p tib le d e d e s tru c c ió n . E n té r m in o s d e
é p o c a , q u e n o r e s u lta n a h o r a fác iles d e a s u m ir , se tr a ta r ía
q u iz á d e u n a m e tá f o r a , de u n a f o r m a d e c ifr a r el d e se o d e
m u e rte , de p é r d id a d e la id e n tid a d .
E n efecto, la fan ta sía de ser m u je r ap arece e n co n tex to s
de v iolencia ex p e rim en tad o s c o n u n a sensib ilid ad m aso q u ista
—« y o p o d r ía m o r ir tr itu r a d o q u iz á p o r u n m o to r / c o n ese
se n tim ie n to de deliciosa en treg a de la m u je r p o se íd a » —, p e ro
suele tra ta rse d e u n p r im e r m o m e n to y p r o n to ese equívoco,
im a g in a rio placer, cede paso a u n ansia im p e rio sa d e au to d es-
tru c c ió n , cada vez m ás exaltada: « ¡A rro ja d m e a los altos h o r
nos! / ¡T irad m e, sí, debajo de los trenes! / ¡A zotadm e a b o rd o
de n av io s!» . E sta d e m a n d a alcanza extrem os q u e h a ría n p e n
sar e n u n e ro tism o de la to r tu r a , e n la lín e a d esarro llad a p o r
B ataille. G osificado e n o b je to de violencia, el p erso n a je vuelve
a e n c o n tra r u n a salida hacia el e x te rio r de lo h u m a n o . A sí, en
m e d io del d elirio c o n los piratas, p u e d e en c o n tra rse esta aspi
r a c ió n q u e p a re c e de o tr o o r d e n : « ¡ H u i r c o n v o so tro s d e la
civilización! / ¡P erder c o n vosotros la n o c ió n de m oral! / ¡Sen
t i r q u e ca m b ia m i h u m a n id a d e n la le ja n ía ! » . L a fu ria
m a ch ista y sádica q u e se d e s e n c a d e n a v e n d ría a se r ta m b ié n
u n a re p re s e n ta c ió n fallida, m o n s tru o s a m e n te desplazada, de
26 M IG UEL CASADO
p e ro resu lta decisiva p a ra c o n s titu ir la voz de A lvaro d e C a m
p o s y re c o n o c e r e n ella el n ú cleo del p e n sa m ie n to de Pessoa.
Sensacionista, sí, la im a g in a c ió n c o n s tru y e c o n se n s a c io
n es. C u a n d o la Oda triunfal d ec la ra su a m o r p o r to d o s los e le
m e n to s rep rese n tativ o s de la m o d e rn id a d , dice h a c e rlo « c o n
el o jo , el o íd o y el o lf a t o » . C u a n d o el p a s e a n te d e la Oda
marítima ex p resa c u á n to le c o n m u e v e n lo s b a rc o s, su m ir a d a
va a c erca n d o y se p a ra n d o los p la n o s —«visto s d esde ab ajo , de
los b o tes, altos m u ro s de c h a p a » —, m ie n tra s to d o s los dem ás
se n tid o s se a b re n , se im p r e g n a n d e o lo r , ro z a n las cu e rd as.
P essoa e s c rib e a q u í c o n la s e n c illa efic ac ia d e las im á g e n e s
físicas q u e n o b u sc a n tra d u c irs e e n sig n ificad o , o d eja q u e el
p o e m a se deshaga e n o n o m a to p ey a s, e n g rito s in a rtic u la d o s,
q u e s o n m a te r ia lm e n te el s o n id o p o r e n c im a d e l c u a l las
p alab ras se e n to n a n .
E l cu e rp o e n te ro es el ó rg a n o sen so rial sin p arcelas y, e n
su p e r c e p c ió n p o te n c ia d a , la n itid e z y el reliev e d e las d e s
c rip c io n e s se afila d e u n m o d o q u e in c lu s o el visual C a e iro
desco n o cía: « o s c u ra b la n c u ra d e l agua, / in v isib le p e lu sa e n
lo s z a rz a le s» . L a p e r c e p c ió n alcan za lo c o n tr a d ic to r io , las
caras ocu ltas d e las cosas, lo s estados d e á n im o , la a m b ig ü e
dad, las laten cias q u e ap en as p u e d e n fo rm u la rse —« e s e g rito
in g lé s, a n tiq u ís im o , / el q u e re s u m e ta n v e n e n o s a m e n te , /
p a ra alm as com plejas co m o lo es la m ía, / la lla m a d a co n fu sa
de las ag u a s» . P o r eso, sensaciones y em o cio n e s n o se d e s lin
d an , y to d a la p e r s o n a se ve im p lic a d a e n sus efecto s, r e m o
vida, afectada p o r ellos: « S u e n a e n el acaso d el río u n p itid o ,
su en a ta n sólo u n o , / y tie m b la el suelo de m i p siq u ism o to d o
e n t e r o » . Y así p u e d e P e s s o a -C a m p o s m o s tra r el m o d o e n
q u e u n j o —u n tú, el p e rso n a je W h itm a n e n este caso—se c o n s
tituye: « ¡ T ú , lo q u e eras, tú , lo q u e veías, sí, tú , lo q u e oías,
/ su je to y o b je to , activo y pasivo, / tú a q u í y allí, tú e n to d a s
p arte s, / círc u lo c e rra n d o las p o sib ilid a d es d e s e n tir » .
Q u ie n e n s u e ñ a la Oda marítima e n c u e n tra e n lo s d e s m a
n e s p ir a ta s « u n a s in f o n ía d e s e n sa c io n e s in c o m p a tib le s y
a n á lo g a s » , y te je r su tra m a se le c o n v ie rte e n to n c e s e n u n a
p e r m a n e n te o b s e rv a c ió n d e lo se n sib le , u n m ic ro s c ó p ic o
ejercic io d e te n d e r co n e x io n e s, d e a fila r las zo n as co rta n te s,
P e ro m a tiz a el p o e ta : « Q u e r r í a te n e r to d o s lo s s e n tid o s,
in c lu y en d o ta m b ié n la in te lig e n c ia » , y es q u e el re tra to q u e
d aba in c o m p le to c o n los estricto s d atos sen so riales. L os tex
to s de C a m p o s, q u e se calificó d e « e x p lo r a d o r d e to d a s las
selvas in te r n a s d e l r a c io c in io » , h a c e n s ie m p re p r e s e n te la
in te lig e n c ia , a la q u e lla m a n « a n t e n a s e n s ib le » o to m a n
co m o s in ó n im o de la im a g in a c ió n . Se d ir ía q u e la activ id ad
in te le c tu a l es el p iv o te e n q u e g ira el h ilo de las sen sac io n es
p a ra c o n s titu irs e e n im a g in a c ió n ; e n u n p o e m a p o s te r io r a
las O d as, Pessoa u tiliz a estos e le m e n to s p a ra d e s c rib ir có m o
la p e rc e p c ió n c o n stru y e el re la to d e la ex p e rien c ia: « e n t r a n
p a r a a d e n tr o alg u n o s días a través de la s e n sa c ió n q u e ello s
van causando e n m i c e re b ro , q u e n o tie n e ojos p a ra v e rlo s» .
E ste c o m p o n e n te de in te rio riz a c ió n a través del p e n s a m ie n to
re su lta c e n tra l p a ra e n te n d e r la actividad im ag in ativ a y d arle
su m á x im o p o d e r . T al ce rte z a le lleva a C a m p o s a to m a r la
im a g in a c ió n co m o fo rm a de la to ta lid a d creativa, e x p re sió n
de c o n ju n to d el m o v im ie n to c re a d o r d el p o e m a , e id e n tif i
carla c o n el « v o la n te » q u e guiab a el ritm o de la Oda marítima,
o h a b la r d e ella c o m o el m o m e n to e n q u e se e n g a n c h a n y
em p iez an a a n d a r las « c o rre a s de tra n sm isió n d el a lm a » .
28 M IG UEL CASADO
Es im p o r ta n te e n te n d e rlo así, p o r q u e , e n el f u n c io n a
m ie n to de la im a g in a ció n , p are cería e n p rim e ra in stan c ia q u e
c o in c id e n , de m o d o p a ra d ó jic o , la ac tiv id ad in te le c tu a l y la
su sp e n sió n de la conciencia: « c o m o u n vendaval d e ca lo r del
esp íritu , / n u b e a rd ie n te de polvo n u b la n d o m i lucidez e n te
r a m e n te / y h a c ié n d o m e v e r y s o ñ a r esto só lo c o n p ie l y
v e n a s» ; es algo así co m o si el c u e rp o se cegara e n su p r o p ia
in s p ira c ió n y c o n s ig u ie ra e n to n c e s, a ciegas, o b te n e r su
m áxim a p o te n c ia . E so se ría la visión —y h a b r á u n a re fe re n c ia
explícita a B lake e n u n p o e m a f irm a d o p o r C a m p o s—, u n
efecto de la velocidad m ism a del p en sam ien to , u n a aceleración
vertig in o sa e n la p r o d u c c ió n de id e a s-e m o c io n e s q u e v ien e a
d esb o rd a r el lím ite in m e d ia to de la conciencia, es d ecir, a sus
p e n d e r alg u n as de sus fu n c io n e s d e c o n tro l: d e ló g ica, de
v ero sim ilitu d , de ju ic io m o ra l. L a actividad im aginativa sería
co m parable a la m e n te de la in fan cia, u n p aré n tesis e n el se n
tid o de rea lid ad , situarse al m a rg e n de algunos códigos so cia
les. U n ca m b io de m u n d o , p a ra vivir e n aq u e l q u e el p e n s a
m ie n to de u n o m ism o d is p o n e co m o e s c e n a rio : « u n a la rg a
lín e a q u e p arece estar p in ta d a e n m i a lm a » .
Estas c o n d ic io n e s p e r m i te n q u e sea e n la im a g in a c ió n
d o n d e se h ac e p o s ib le « s e n tir to d o de to d a s las m a n e r a s » ,
d o n d e es p o sib le p re g u n ta rs e « ¿ p o r q u é m is sen sac io n es se
rele v an ta n d e p ris a e n tr e e lla s ? » Es el lu g a r e n q u e el sensa-
cionismo p u e d e to m a rse co m o u n a b s o lu to : « M i im a g in a c ió n
es u n A rco de T riu n fo , / d eb a jo de ella pasa la to ta lid a d d e la
V id a » . S o lo q u e e n to n c e s se d e s c u b r e n m u c h o s n iv eles d e
r e a lid a d p a ra le lo s e n t r e sí, o q u e se c ru z a n s in i n t e r r u m
p irse , y la re a lid a d d eja de se r u n ív o c a, p ie rd e su c e r tid u m
b re ; e n d efin itiv a, n o hay c o rte e n tre re a lid a d e im a g in a c ió n
—« to d a s las cosas so n , e n v erd a d , excesivas / y la to ta lid a d de
lo re a l es exceso, v io le n c ia , / a lu c in a c ió n e x t r a o r d i n a r ia
m e n te n í t i d a » —, s in o d if e r e n c ia e n t r e q u ie n e s las viven,
m u ltip lic id a d de sujetos, in c o n m e n s u ra b ilid a d d e su resp e c
tivo vivir. L a v a rie d a d de las g en tes es « ig u a l q u e e n el c in e
m a tó g ra fo , e n u n a sala ta m a ñ o de to d o el U n iv e r s o » .
E ste esta tu to de realidad de lo im a g in a rio , ta n expresivo y
c o n v in c e n te e n el v ig o r d e las s e n sa c io n e s , re s u lta , sin
30 M ÍG UEL CASADO
g en c ia s. A sí, p u e d e m ir a r c ó m o n u e s tr o p la n e ta g ira e n el
espacio —« r u e d a , b o la g ra n d e , h o r m ig u e ro d e c o n c ie n cia s,
tie r r a , / ru e d a , a u r o r e a d a , a ta r d e c id a » — c o n u n a in m e n s a
c a p a c id a d d e m a te r ia liz a c ió n , c o n u n a a d m ir a b le v ir tu d
p rá c tic a , y p u e d e ta m b ié n p r o p o n e r l e al « v o la n te » d e su
actividad im aginativa q u e asu m a u n p o d e r o m n ím o d o y u n i
versal, f u e r a d e to d o c u e r p o : « m a n te n t e só lo tú , v o la n te
a b s tra c to e n lo s a ire s, / c o m o S e ñ o r s u p r e m o d e la h o r a
e u ro p e a , m e tálico , e n c e lo » .
« L o su b lim e —vuelvo a K a n t—, solo p o r q u e p u e d e p e n
sar lo in f in ito co m o u n todo, d e n o ta u n a fac u ltad d el e s p íritu
q u e su p e ra to d a m e d id a de los s e n tid o s » 32. Q u e d a te n d id o ,
p u es, el nexo e n tre la im a g in a c ió n y la m etafísica.
32 Ib id e m , p . 19b.
33 C f. J o s é G il, Fernando Pessoa ou a m etafísica..., ed . c it., p . 112.
34* F e rn a n d o Pessoa, El regreso de los dioses, ed. c it., p . 321.
35 Ibidem, 3 2 0 .
32 M IG UEL CASADO
in c ie rto o rig e n , espectrales ta lv e z : « e n esa h o r a cuya m is e
r ic o r d ia es ta n to r tu r a d a y excesiva, / cuyas so m b ra s v ie n e n
de c u a lq u ie r o tr a cosa q u e n o s o n las cosas, / cuyo p aso n o
a rra s tra p a ñ o s so b re el suelo de la V id a S e n s ib le ...» —h e m o s
v u e lto c o n estas im á g e n e s a la é p o c a d e las O d a s, a u n o s
fra g m e n to s q u e , e n t r e la Triunfal y la Marítima, se rv ía n d e
p a ré n te sis e n la ap o teo sis se n so ria l. L os se n tid o s se s u s p e n
d e n , n o tie n e n acceso a este o r d e n de e x iste n c ia , q u e , n o
o b sta n te , se d ec la ra co m o rea l. S en sib le e n o tr a d im e n s ió n .
Q u ie b r a d el co n c e p to de re a lid a d . L ín eas de fuga.
Se toca e n este p u n to algo relativo a la te n s ió n d el deseo
de la q u e h ab lé an tes: su exigencia, su v o lu n ta d d e a b s o lu to ,
de todo o nada, ya c o n te n ía e n p o te n c ia esta clase de q u ie b ra , de
d e s b o rd a m ie n to . J u n t o a los d e s a rro llo s v isio n a rio s, Pessoa
h a id o in tro d u c ie n d o im ágenes q u e tra ta b a n de tra e r a la re a
lid a d la u to p ía to ta liz a d o ra , p o r e je m p lo e n la fig u ra d e los
g ran d es barco s oceánicos, cuyo ta m a ñ o y capacidad d e d u r a
c ió n y d istan cia a d q u ie re n v alor m e ta fó ric o , p r o p o n e a r q u e -
típicas arcas: « c o n te n e r e n sí to d a especie de traje, d e ro s tro ,
de r a z a » . E n su te n d e n c ia a la ab stracció n , A lvaro d e C a m p o s
p r e f ie r e s e g u ra m e n te u s a r té r m in o s m ás esp ecu lativ o s q u e
p u e d a n ex p re sa r algo a n á lo g o , a p o r ta n d o ta m b ié n u n a u ra
m a te m á tic a c o m o de lo s c a m p o s d e e n e rg ía d e la c ie n c ia
m o d e rn a : « la M eta invisible de to d o s esos p u n to s d o n d e n o
e s to y » .
E ste p u n to d e p u n to s in tr o d u c e la re fe re n c ia p la tó n ic a ,
ta n arraig a d a e n el p e n s a m ie n to d e P e sso a -C a m p o s (in clu so
se m e n c io n a varias veces al m ism o P la tó n co m o n ú c le o p r i
m e ro de u n a tr a d ic ió n s in c irc u n s ta n c ia s ). A sí, e n el ju e g o
de m in ú s c u la s y m ayúsculas, el m u e lle y el M u e lle , lo s e le
m e n to s d e l p o e m a e m p ie z a n a a le ja rs e a b s tra y é n d o s e y
a d q u ir ie n d o o tra s d im e n s io n e s : C o s a s-R e a le s, E s p ír itu s -
C osas, D ista n c ia A b so lu ta , P u ra L e ja n ía ... Es c o m o si cada
ser, cada cosa, in c lu so cada se n sac ió n , se e sc in d ie ra , se d es
d o b la ra e n d o s clases d e e x iste n c ia : u n a se n sib le , o tr a v ir
tu a l; u n a física, o tr a e n el s e n tid o . J o s é G il h a v isto e n este
p ro c e s o u n a f u n c ió n s e m e ja n te a la m e n c io n a d a p a r a lo s
g ra n d e s b a rc o s : « e l M u e lle tra z a la 'f r o n t e r a i n t e r n a ’ d el
34 M IG UEL CASADO
r
de u n sig n o de época, p r e s e n te asim ism o e n J u a n R a m ó n
Jim é n e z . E n té rm in o s q u e q u e r r ía n a m p lia r las viejas c o rre s
p o n d e n c ia s sim bolistas al n uevo m a q u in is m o : « la e n e rg ía es
to d a la m ism a, la naturaleza es to d a lo m is m o ... / L a savia de la
savia de los árb o les es la m ism a en e rg ía q u e a h o ra m ueve / las
ru e d a s de la lo c o m o to r a » . Es u n a e fu s ió n d e u n id a d c o n el
c o n ju n to de lo q u e existe: « G a lo p a d a p an teísta de m í m ism o
avan zan d o p o r d e n tr o de to d a s las c o s a s» . Es la e x a lta ció n
n a rc isista deljio, c o n v e rtid a e n tó p ic o de esta c o n c e p c ió n :
« Y O , u n u n iv e rso p e n s a n te e n c a rn e y h u e s o » , « e l e s p íritu
q u e da la v ida ¡e n este in s ta n te soy Y O ! » . .. , y q u e a veces
alcanza u n a fó rm u la p o ética m e n te exacta: « e l sen tid o -y o de la
palab ra In fin ito » .
L íneas de fuga. P arece h a b e r e n el P esso a-C a m p o s d e las
O das u n a do b le conciencia. P o r u n lado, el ansia d e to talid ad ,
c o n su extrem a a m b ic ió n y sus in c o m p a tib ilid a d e s resp e cto a
lo que existe, solo se p o d ría saciar m etafísicam en te e n u n D ios
to ta l —n o u n D io s m o ra l, n i eje m p la r, n i in sc rito e n n in g ú n
sistem a re lig io so —; e n u n a c o n c re c ió n , concreto absoluto, d el
T o d o . P o r o tr o la d o , la v in c u la c ió n —a u n im a g in a ria —c o n el
se r-to d o h ip e rtro fia alyo a la vez q u e lo disuelve; es u n a p a ra
doja fre cu e n te e n la líric a m o d e rn a , in te n sa e n Pessoa: ser a la
vez « e l s u p ra -G a m ó e s» —co m o alguna vez sug irió —y n ad ie.
G u a n d o , p o r m o m e n to s o e n la época p o s te rio r, b aja el
to n o de exaltación, la tra sc e n d e n c ia n o v iene co m o d e s a rro
llo de u n a lógica de vida o d e p e n s a m ie n to , sin o e n f u n c ió n
d e l h o r iz o n te de la m u e rte . Se in te n ta a larg ar h asta d esp u és
de ella la validez d el p ersp e ctiv ism o —ese se r m u c h o s, v e r de
m u c h a s m a n e ra s , s e n tir , e tc .—, im a g in á n d o la c o m o o tr o
p u n to de vista p o sib le, quizá el q u e u n ifiq u e a los d em ás, o se
c o n c ib e u n d esa rro llo de la n a tu ra le z a e n el q u e se g e n e ra ría
u n su p le m e n to de se n tid o —« N o c h e A bsoluta, y tal vez D ios,
co m o u n a L u n a E n o r m e p e r o s ig n if ic a n d o » , y eso s e ría la
tra s c e n d e n c ia . S e rá n m o v im ie n to s q u e c a b e n e n u n m a rc o
especulativo, p o sib ilid a d e s in sc rita s e n lógicas d adas, ta lv e z
te n u e ap a g am ien to d el d e s e o .
L a m u e rte y su falta de ex p lica ció n se a so m a n ta m b ié n á
o tro de lo s d esa rro llo s p esso an o s de la m ism a p re g u n ta . A la
36 M IG UEL CASADO
fa n ta s m a g o riz a d o [ . . . ] , el d e la p a s iv id a d e r ó t i c a » 38. C ité
an tes u n o s versos e n q u e las fig u ra s d e este im p u lso obsesivo
v e n ía n a re s u m irs e e n u n e x p líc ito d e se o d e c o s ific a c ió n :
« h a c e d de m í v u estro esclavo y v u estra c o s a » . Y, e n té rm in o s
m ás suaves, se a ñ a d iría la fre c u e n c ia c o n q u e la p e rc e p c ió n o
la im a g in a c ió n de alg ú n o b je to c o n llev a n la ilu s ió n d e c o n
v e rtirse e n él. E n to d o s estos casos, c o n u n a s u o tras c o n n o
ta cio n e s, la d in á m ic a s u je to -o b je to sigue la m ism a p a u ta : el
paso al lu g a r d e l o b je to .
A u n q u e , e n o casiones, se su g iera u n efecto p o te n c ia d o r
de la p r o p ia p e rso n a lid a d e n esta ac titu d , u n efecto b u m e rá n
b u scad o a c o n c ie n c ia —« y o p e rte n e z c o a to d o p a ra p e r te n e -
c e rm e c re c ie n te m e n te a m í m is m o » —, m ás b ie n lo s d e s p la
zam ien to s y tra sfo rm a c io n e s d el su jeto al o b je to g e n e ra n u n a
re ite ra d a d in á m ic a de exteriorización, u n a salida de sí, n e g a c ió n
de c u a lq u ie r in tim id a d , d e c u a lq u ie r esp acio d e e n c u e n tro
p e r s o n a l —« n i sé q u e existo h a c ia d e n t r o » . Ya se c o m e n tó
c ó m o el elo g io y la id e n tif ic a c ió n c o n las m á q u in a s y la
nueva te c n o lo g ía te n ía n ta m b ié n este carácter. D eja d e h a b e r
a h í, c o n m u c h a f re c u e n c ia , d o s esp ac io s e n r e la c ió n , p a r a
p r o p o n e r so lo u n o : « t o d o está e n el e x te r io r , p o r q u e el
e x te rio r re su lta d e l p o n e r s e d e l revés, h a c ia fu e ra , m i i n t e
r i o r » 39. A sí, el c o n tin u o le n g u aje apelativo, el gesto d e h a c e r
in te r lo c u to r e s d e to d o s lo s e le m e n to s , s e ría u n a f o r m a d e
n e g a r la c o n v e rs a c ió n i n t e r i o r —« y o , e n f in , u n d iá lo g o
c o n tin u o , / u n h a b la r -e n -a lto in c o m p r e n s ib le » —, d e tr a d u
c ir e n fá b u la d e d iá lo g o lo q u e e n s e n tid o e s tric to es u n
m o n ó lo g o ; y el p r o p io én fa sis d e lo h ím n ic o se ría la r e s
p u e s ta in m e d ia ta al r u id o q u e d o m in a la v id a m o d e rn a , u n
m a n te n e r la co n v e rsac ió n c o n m e ra f u n c ió n fática, im p e d ir
q u e el h a b la —al verse sile n c ia d a — p u d ie r a in te r io riz a rs e . O
có m o , e n el p o e m a q u e rela ta u n viaje e n coche p o r la c a rre
te ra de S in tra , la p rim itiv a se n sac ió n de lib e rta d se co n v ierte
e n s e n s a c ió n d e e n c ie r r o , el c o c h e p asa d e s e r m á q u in a
L a im a g in a c ió n d e sp le g a d a e n las O d a s tie n e u n a fu e rz a
a r r o lla d o ra , a rra s tra c o n su r itm o , c o n sus im á g en e s, y, sin
e m b arg o , a q u í y allá, se ap re cia e n ella u n a fisu ra, a través de
la c u a l se ve s e p a ra rs e al su je to d e l p o e m a d e l su je to d e la
e n u n c ia c ió n , aljyo p ro ta g o n is ta del_yo-voz. B astaría c o n u n a
vez p a r a q u e q u e d a r a d e s le g itim a d o el m u n d o im a g in a rio
c o m o m u n d o s u fic ie n te , c o m o verdad p o é tic a , y n o p u e d o
s u p o n e r q u e se tra te de algo in a d v e rtid o p a ra Pessoa —m a es
tr o c o n s tru c tiv o co m o n u n c a e n estos p o e m a s—, sin o d e su
in v ita c ió n a q u e leam o s e n ese in te rstic io , e n esa leve d is ta n
cia: « m i im a g in a c ió n se n ieg a d e re p e n te a a c o m p a ñ a rm e » .
A sí o c u r r e c u a n d o el a le ja m ie n to d el v a p o r q u e z a rp a vacía
de a rg u m e n to la Oda marítima, p o n ie n d o u n c ie rre sim é tric o a
38 M IG UEL CASADO
la in ic ia l lle g a d a d e l p a q u e b o te ; el s u je to d ic e h a b e r sid o
devuelto « a m i triste z a » , a « la h o r a rea l y ta n d e sn u d a co m o
u n m u e lle sin b a r c o s » . E l e s trid e n te v iajero d e épocas y c r í
m e n es, de o cé an o s y ciudades, e ra u n h o m b r e triste , vivía e n
o tra re a lid a d , ¿ q u é se tra jo de allá?
P e ro la fis u ra es m ás p a te n te c u a n d o se p r o d u c e e n u n
m o m e n to de en e rg ía rítm ic a , y es la p r o p ia voz q u e lo cu e n ta
la q u e, a la vez, a n u la la p o sib le r e a lid a d d el re la to ; r e c u é r
d e n se a q u e llo s verso s: « lo s b ra z o s d e to d o s lo s atletas m e
a p re ta ro n , vuelto sú b itam e n te fe m e n in o , / y ta n sólo d e p e n
sar e n eso m e desm ayé e n tre m ú sc u lo s su p u e s to s » ; el p la c e r
q u e se d a b a e n la im a g in a c ió n ya e ra im a g in a rio e n ella
(« so lo de p e n s a r » , « s u p u e s to s » ), d o b le m e n te vetado co m o
real. P o rq u e c u a lq u ie r m ira d a es, an tes q u e u n a p e rc e p c ió n
de o b je to , u n p u n to de vista: « y o cabeza abajo a h í e n el c e n
tro d e m i p r o p ia co n c ie n cia de m í m is m o » .
E l p e r s o n a je A lv aro de C a m p o s rea liza sus acto s e n
seg u n d o g rad o : se sie n te se n tir, se im a g in a im a g in a n d o , se ve
m ir a n d o . S u a u to c o n c ie n c ia le d istan c ia c o n s ta n te m e n te de
sus sensacio n es. A v ec es, so rp re n d e m o s u n ju ic io m o r a l q u e
d escu b re a a lg u ie n p a ra liz a d o p o r u n a lu c h a in te r n a , e n vez
de r e m i tir a u n a v e n tu re ro ex a ltad o y s in e s c rú p u lo s —« e s a
an sia de cosas e n to d o a b o m in a b le s y cru e le s / q u e r o e cu al
celo a b s tra c to n u e s tro s m ís e ro s c u e r p o s » —. O tr a s veces es
difícil acep tar s in sospecha de ir o n ía q u e co n sid ere caballeros
an d a n te s de la m o d e rn id a d a los viajantes de co m ercio , o q ue
se enorgullezca de h a b e r id o e n el b arco q u e p e rd ió u n tr ip u
la n te , ah o g a d o e n u n a isla d el P acífico , y de h a b e rse c o n ta
g ia d o d e esa « g l o r i a » . O d ic e s e n tir « u n a t e r n u r a a h o ra
in e x p lic a b le » . O e n la im a g e n se in tr o d u c e u n a se n sa c ió n
que p arece p ro c e d e r de fu e ra de ella, de fu e ra d e su co n tex to :
« s u e ñ o to d o esto c o n m ie d o a alg u n a cosa re sp irá n d o m e p o r
d etrá s de la n u c a » . O se ap re cia e n o tro s p e rso n a je s la esci
s ió n e n tr e d o s e m o c io n e s sim u ltá n e a s , im p r e g n a n d o la
escena de u n d e s d o b la m ie n to q u e sería fo rz o so : u n a fam ilia
despide a alg u ien q u e rid o e n el m u e lle , « c o n cu id ad o visible
y subjetivo / de n o ca er al agua e n m e d io de la e m o c ió n » . E
in sistir e n subjetivo m o stra ría q u e u n a co n c ie n cia a te n ta detrás
40 N o estoy h a b la n d o , o b v ia m e n te , de la d iv isió n e n h e te r ó n im o s de
F e rn a n d o Pessoa, ta l co m o él la co n v ierte e n relato y e n ab an ico de
p o é tic a s , s in o d e la d iv isió n d e l p e r s o n a je A lvaro d e C a m p o s y de
q u ie n dicejyo e n lo s p o em as a él a trib u id o s p o r Pessoa.
40 M IG UEL CASADO
p a r a a c tu a r so b re esto s o b je to s ir re a le s , es p re c is o q u e yo
m ism o m e d esd o b le, m e haga irre a l» ^ 1. L a voz d e C a m p o s va
m ás allá: « d e s h e c h o e n tro z o s c o n s c ie n te s » . O b ie n , d esd e
o tr o la d o : « so y so la m e n te u n a se n sa c ió n sin p e rs o n a q u e le
c o rre sp o n d a , / u n a a b s tra c c ió n d e a u to c o n c ie n c ia » .
41 J e a n -P a u l S a rtre , op. c i t , p . 2 4 0 -
42 MIGUEL CASADO
lo h a h e c h o —esto es im p o rta n te —al cabo de u n d iscu rso cuyo
p rin c ip a l in te ré s e ra la e scritu ra, la poesía.
E l p o e m a te r m in a c o n u n a ra d ic a l d e c la ra c ió n d e in c a
pacidad e im p o ten cia, que co n trad ice el grueso d e su d e s a rro
llo , y cuyo im p a c to em o tiv o se in c lin a m u c h o m ás a lo p e r
so n a l q u e a la re fle x ió n p o é tic a . E l s e n tid o se tra sla d a , casi
d e g o lp e , a la n a d a , o a n a d a . A lc a n z a in c lu s o al p r o p io
W h itm a n , e x p u lsa d o f in a lm e n te d e su m ito : « ¡ M e p a r o ,
e scu c h o y m e re c o n o z c o ! / / E l s o n id o d e m i voz cayó e n el
a ire s in vida. / Yo m e q u e d é igual, y tú estás m u e r t o » . Y la
q u eja fin a l, ya a solas p o r c o m p le to : « ¡ C o r a z ó n p o r s a n a r ! ,
¿ q u i é n m e salva d e t i ? » C o m o e n o tr o s p o e m a s d e P essoa
—in c lu y e n d o alg u n o s de los firm a d o s p o r C a e iro —, el c e n tro
y la g rie ta se s itú a n e n el m ism o lu g a r; c u a n d o la voz llega a
su p u n to m ás alto , el p o e ta ya está in tu y e n d o , e n u n a s ín te
sis fa ta l, lo s p aso s q u e lo a n u la r á n . L a Salutación a c tú a , así,
c o m o b isa g ra e n t r e el v u elo im a g in a rio d e las O d a s y el
re la to de la d e s e s p e ra c ió n ex iste n c ia l y d e l fracaso q u e va a
c o n s titu ir el resto de la o b ra de A lvaro de C a m p o s. Es c ie rto
q u e —co m o d ije —solo h a n cam b iad o las p r o p o rc io n e s , p e ro ,
a la vez y c o n ello , el cam b io es rad ic al.
P o r eso, n o p u e d o c o n c o r d a r d e l to d o c o n E d u a r d o L o u -
re n ç o , c u a n d o a firm a q u e es e n El paso de las horas d o n d e a p a
re c e la voz d e A lv aro de C a m p o s q u e ya n o ca lla rá h a sta la
m u e rte de Pessoa, p u e s h a b ía a p a re c id o c la ra m e n te a n te s.
A u n q u e sí resu lte m uy su g eren te —y m uy expresiva d el m u n d o
d el ú ltim o de los g ran d es p o em as extensos—la c o n c re c ió n e n
p o é tic a q u e h a c e d e su ju ic io : « la s o m b ra m e la n c ó lic a de
C esário triu n f a e n él sobre la de W h itm a n d efin itiv am en te , el
C esário d el crep ú scu lo de los in m ó v iles s u e ñ o s » 42. E n cu a l
q u ie r caso, El paso de las horas, a u n q u e vuelva a alcanzar las a ltu
ras de la ex altación h ím n ic a , se p ro y ec tará e n el esce n ario de
la vida c o tid ia n a y se o r ie n ta r á h ac ia la in v e stig a ció n —m ás o
m e n o s a lte ra d a p o r el m o v im ie n to im ag in ativ o — e n to r n o al
44 M IG UEL CASADO
de a u ra d el p o e ta m o d e rn o , p e rc ib id a de n u ev o tras el breve
p a ré n te sis de en tu sia sm o q u e d istin g u ió a algunas d e las v a n
g u a rd ia s (d e l f u tu r is m o a d a d á o el s u r re a lis m o ) . E n u n a
p r e f ig u r a c ió n d e l c o n o c id o c u e n to d e B o rg e s, A lv aro d e
C a m p o s d ic e e n c o n tr a r s e e n 1 9 3 2 c o n sig o m is m o c u a n d o
te n ía v e in te a ñ o s m e n o s: n o se re c o n o c e n , n o hay siq u ie ra
d iálogo e n tre lo s dos, silen cio so lo , u n a m ira d a .
E l c a m b io al té r m in o d e lo s g ra n d e s p o e m a s e x te n so s
es, so b re to d o , to n a l y de p u n to de vista. C o m o h e d ic h o , n o
hay p ro p ia m e n te elem e n to s nuevos, sin o m o d ific a c ió n d e las
p ro p o rc io n e s . A u n q u e la te n d e n c ia a lo exclam ativo se m a n
tie n e , se ap lic a a h o r a a la q u e ja , al la m e n to ; la lu z se o sc u
rece, el m u n d o se hace an g o sto . Y el p u n to d e vista es c o n fe
s io n a l. N o lo d ig o e n el m is m o s e n tid o d e G a sp a r S im õ es:
« c o n el a n d a r del tie m p o A lvaro de C a m p o s ev o lu cio n a, y es
él q u ie n e x p o n e h asta el fin a l d e la vida d e Pessoa lo q u e e n
este p id e e x p re s ió n c o n f e s io n a l d i r e c t a » 44, s in o —r e p i t o -
corno p u n to de vista. Q u e u n a p o é tic a sea c o n fe sio n a l n a d a
dice acerca de las rela cio n e s e n tre ely o d el p o e m a y u n su jeto
e x te r io r a él, re a l o fic tic io —la e x a c titu d d e lo s d a to s se rá
cosa de lo s b ió g ra fo s y d e l re la to q u e e la b o r e n , p e r o n o le
atañ e al le c to r—. L o c o n fe sio n a l es u n d e te rm in a d o p u n to de
vista —u n a voz q u e se expresa e n p r im e ra p e rs o n a y se re fie re
a la vida p e rs o n a l de q u ie n h ab la—, u n a to n a lid a d , u n acen to
de v erd ad , u n a atm ó sfera.
46 MIGUEL CASADO
d e h a c e rlo , le v a n ta b a la n c e d e su v ida: la falta d e lo g ro s , el
se n tim ie n to de fracaso, la le ja n ía irre sta ñ a b le d e aq u e llo q u e
u n o fu e, d e se m b o c a n p o r sistem a e n la d u d a acerca d e l p r o
p io ser, de la id e n tid a d , d el s e n tid o de la existen cia —o b ie n ,
m ás allá de d u d a r, n ie g a n to d o ello . L o h a c e n c o n u n a c o n s
ta n cia q u e co n v ierte la r e ite ra c ió n e n el o b je to p rin c ip a l, e n
la idea, casi p o r en cim a de lo q u e se ocu p a de d ecir. ¿ Q u é hay,
q u é se ju eg a, e n esa re p e tic ió n fatigada y ag o tad o ra? , ¿cu ál es
el o tro lado, el lado de allá, de u n énfasis ta n cargado de e n e r
gía e n el fracaso, e n el n o se r? La m ism a re a lid a d se vacía de
realidad. A parece e n los poem as u n curioso fe n ó m e n o g ram a
tical: la fo rm a im p e rs o n a l hay d a c o n tra n a tu ra e n u n i n f in i
tivo, q u e desgaja del tie m p o la existencia, q u e irrealiza lo qu e
sería su d ire c ta , sen cilla, c o n s ta ta c ió n : hay. « ¿ Q u é es h a b e r
ser, qué es h a b e r seres, q u é es h a b e r co sas?» , o « e ste h o rrib le
ser q u e es h a b e r s e r» .
46 Ib id e m , p . 190.
48 M IG UEL CASADO
E n la re ite ra c ió n , la n e g a c ió n « f lo ta n te » , la reticen c ia ,
la ir o n ía , la sim p le c o n tig ü id a d , se apoya Pessoa p a r a c o n s
t r u i r lo s p o e m a s c o n u n p r o c e d im ie n to d e s liz a n te , cuyo
tra n s c u rs o d ig resiv o d ila ta la c o n s tru c c ió n d e u n s e n tid o
hasta alejarse de ella, m ie n tra s va d e ja n d o fu ertes im p acto s de
se n tid o e n cada u n a de sus co n e x io n e s y g iro s. Es el caso d el
p o e m a de la c a rre te ra de S in tra , cuyo m o v im ien to va p e rfe c
ta m e n te h ilv a n ad o sin r u p tu r a de p rin c ip io a fin y cuyo s e n
tid o , s in e m b a rg o , va c a m b ia n d o e n cada u n a d e las lín e a s
q u eb ra d as d el d isc u rso , c o n cada u n o de sus g iro s. U n p o c o
co m o el p r o p io C h e v ro let q u e va c o n d u c ie n d o el p e rso n a je y
q u e p arece seguir u n curso a u tó n o m o , m ie n tra s el c o n d u c to r
n o consigue p re sta rle a te n c ió n n i al coche n i al c a m in o n i al
d estin o p ro p u e sto : u n deslizam iento e n tre v o lu n ta rio e in v o
lu n ta r io , c o n s c ie n te e in c o n s c ie n te , p r o p io d el j o y a je n o ,
subjetivo e im p u e sto p o r las c irc u n sta n c ia s, i r co m o d ejarse
llevar, p e ro n o d e ja r de ir. V eo e n ese viaje q u e n o p r e te n d e
d irig irse a n in g u n a p a rte n i ta m p o c o llegar, u n caso b rilla n te
d e la e s c ritu ra q u e tr a to d e evocar. Y la e n s o rd e c id a p e r o
c o n s ta n te in v e stig a ció n f o rm a l d e Pessoa n o te r m in a ah í: es
m u y n o ta b le c ó m o m u c h a s veces lo s p o e m a s d e la ú ltim a
época se deslizan hacia la p é rd id a d el p o e m a , los m o tiv o s n o
se e n g r a n a n , se re p e le n , o la r e ite r a c ió n se o b tu r a ya p o r
c o m p le to , d esh ilá n d o se el cu rso p o é tic o fu e ra d e to d a ra z ó n
rítm ica, e n u n a v aria n te ex isten cialm en te cargada d e aqu ello s
te x to s q u e R im b a u d d e p r o n t o in te r r u m p í a e s c rib ie n d o
« e t c .» « E sto s versos —d irá Pessoa— están fu e ra d e m i r itm o .
/ Yo ta m b ié n estoy fu e ra de m i r i t m o » .
T o d a la o b r a d e P essoa, es b ie n sa b id o , g ira e n t o r n o a la
p re g u n ta p o r la id e n tid a d : desde la c re a c ió n de la h e te r o n i-
m ia a to d a s las fra ses q u e m ás se h a n p o p u la riz a d o —« e l
p o e ta es u n f in g i d o r » , p o r e je m p lo —. A lo la rg o d e estas
p áginas, h a id o a p a re c ie n d o el p a rp a d e o de este c o n flic to e n
las fisu ras de la im a g in a c ió n o e n la d in á m ic a d e a lte rn a n c ia
e n tr e el su je to y el o b je to , e n la a d o p c ió n ú ltim a d e u n a
p o é tic a c o n f e s io n a l o e n la c o n c e p c ió n d e la v id a co m o
e n f e rm e d a d . H e evitad o c e n tr a r m e e n ello p a r a n o r e p e tir
50 M IG UEL CASADO
o tr o s , q u e ta m b ié n d ic e n jio , r e s u lta a b ie r ta m e n te p o lis é -
m ica: p u e d e to m a rs e co m o n u e v a y m ás p o d e ro s a f o rm a de
la id e n tid a d —« to d o s lo s e s tre m e c im ie n to s d e las h o ja s s o n
d e l m is m o á r b o l » — o c o m o su p é r d id a —« v o y s ie n d o yo a
través de u n a g r a n c a n tid a d d e p e r s o n a s s in se r, / y así voy
s ie n d o to d o m e n o s y o » —. S e g u r a m e n te , ésta es la le c tu r a
m ás f re c u e n te p a r a el p r o p io P e s s o a -C a m p o s , y u n a d e las
causas m a y o re s de su a n g u s tia ; p e r o eso n o im p id e q u e se
su c ed a n ta m b ié n las im ág en es q u e tr a ta n de d a r c u e n ta d e la
unidad d el su je to , sea co m o p ro y e c to o co m o sen sac ió n , ig u al
q u e las q u e e v o c an el g ra d o d e ir r e a lid a d c o n q u e p e r c ib e
c u a n to lo r o d e a . C r e o q u e , e n el c o n ju n to d e la p o e s ía d e
A lv aro d e C a m p o s , esto q u e d a s in re so lv e r, c o m o algo
in tr ín s e c a m e n te ir r e s o lu b le , e x p e rie n c ia y p e n s a m ie n to
irre p a ra b le m e n te c o n tra d ic to rio s .
52 M IG UEL CASADO
n a rra tiv o : los re c u e rd o s s o n detalles, e le m e n to s su elto s, c o n
fre c u e n c ia r e p e tid o s , re la c io n a d o s c o n lu g a re s d if e r e n te s ,
n o a c o rd e s d e l to d o e n tr e sí; v a rio s a p u n ta n a u n a in e s p e
ra d a in fa n c ia r u r a l e n la vida d el in g e n ie ro , ta n p o c o d a d o al
ca m p o . U n a casa c o n v en tan a s s o b re el T ajo, p o r e n c im a de
alg u n o s te jad o s; la o tra m a rg e n d el r ío , las eras a m e d io d ía ;
ju e g o s e n la q u in ta , el n iñ o n o sabía álgebra; p a n c o n m a n
teq u illa . O tro s d atos r e m ite n a u n a ép o ca m ás re m o ta , co m o
p r o c u r a n d o u n a a rq u e o lo g ía de la a u s e n c ia d e la m a d re : la
cu n a, los fa ld o n e s de encaje del b a u tiz o .
L a in fa n c ia es u n n ú c le o o p ac o , in te g ra d o p o r fo siliz a
dos datos em blem áticos, ajenos a m o v im ie n to y vida, s in o tra
h u e lla p e rs o n a l q u e la in te n s id a d q u e la voz d el p o e m a p o n e
e n ellos. N o se a b re , co m o la im a g in a c ió n . Es u n m ito q u e,
p r o p ia m e n te , n o g e n e ra s e n tid o d e la m a n e r a e n q u e lo
h a c e n lo s m ito s , s in o q u e lo p re se rv a la te n te e n su o s c u r i
d a d , c o m o u n a cá p su la de s ile n c io . P a ra g u a rd a rs e se
re g re sa . S o lo lo s m u e rto s e s tá n vivos a h í, su m is te r io lleg a
c o n el te m b lo r de aq u ella vida.
Signos
58 POESÍA III
¡Tan poco heráld ica la vida!
¡Tan sin tro n o s y oropeles cotidianos!
¡Tan sentirse desnuda, ta n h u eca de sí m ism a!
A hogadm e, oh ru id o de la acción, en el sonido de vu estro s
[espacios oceánicos!
S o n h a r u m so n h o é p e r d e r o u tr o . T ris to n h o
fito a p o n te p esad a e c a lm a ...
C a d a so n h o é u m ex istir d e o u tr o so n h o ,
o e te rn a d e s te rra d a e m ti p r ó p ria , ó m in h a alm a!
5 S in to em m e u c o rp o m ais c o n s c ie n te m e n te
o r o d a r estre m e cid o d o c o m b o io . P á r a ? ...
C o m u m co m o q u e in te n to in te r m ite n te
de [ ...] m a l ro d a , estaca. N u m a estação, clara
de re a lid a d e e g en te e m o v im e n to .
io O lh o p ’ra f o ra ... G esso ... E stagno em m im .
R esfolgar da m á q u in a ... C a ríc ia de v en to
p e la ja n e la q u e se a b re ... E sto u d e s a te n to ...
P a r a r ... se g u ir... p a r a r ... Isto é sem fim .
O o h o r r o r da chegada! 0 h o r r o r . 0 n u n c a
15 chegares, ó f e r ro em tr é m u lo seguir!
A m a rg e m da viagem p ro s s e g u e ... T ru n c a
a re a lid a d e , passa ao la d o d o ir
e p e lo la d o in te r io r da H o ra
foge, usa a e te rn id a d e , vive...
ao Sobrevive ao m o m e n to [...] vai!
S u av em en te ... suavem ente, m ais suavem ente e d e m o ra
[ ...] e n tra n a g a re ... R a n g e -se ... estaca... È agora!
T u d o o q u e fu i de s o n h o , o e u - o u tr o q u e tive
resv a la-m e p e la a lm a ... N e g ro declive
60 POESÍA III
S oñar u n sueño es p e rd e r o tro.
T riste contem plo el pu en te, ta n pesado y en calm a...
Cada sueño es existencia de o tro sueño,
¡oh etern a d esterrad a en ti m ism a, o h m i alma!
POESÍA III
25 v a resbalando, hundiéndose, p a ra siem pre se va;
de m i p ro p ia conciencia aquel Yo que no obtuve
ahí, en m i in te rio r, de m í se cae.
64 POESÍA III
Los vapores van lentos por el m ar...
tanto que ver, y tanto que abarcar.
En su eterno presente, en la pupila,
islas lejanas, costas despuntando
5 en la grandeza oceánica y tranquila.
S o n h o - desolação!
O m eu desejo e téd io das viagens,
cansado anseio do m eu co r a çã o -
cidades, brum as, m argens
de rios desejadas para olh ar...
Gosta triste, erm o mar
barulhando segredos,
negru m e cortiçado dos rochedos
d o n d e pulsa chiando a espum a na água—
—frio pela con sciên cia dos m eus nervos—.
D e não estar eu a ver-vos, ód io-m ágoa!
O T éd io! só pensar estar a v er -v o s...
POESÍA III
a la sombra de un roble solitario,
mientras paso, un m endigo, a descansar.
¡Sueño-desolación!
35 Oh m i deseo y tedio de los viajes
-cansado anhelo de m i co r a zó n -,
ciudades, brumas, márgenes
de ríos que deseo contem plar...
Costa hecha de tristeza, yerm o mar
40 m urm urando secretos,
acorchada negrura en los roquedos
donde late la espuma sobre el agua
- fr ío en la conciencia de m is n erv io s-.
¡Por no estaros viendo, odio-lástim a!,
45 ¡y tedio sólo de pensar en veros!...
M in u to exterior pulsan d o em m im
65 m in u ciosam en te, en treon d u lan d o
n um a oscilada indecisão sem fim
m eu corpo in e r te ... Sigo, recostando
m in h a cabeça n o vidro que m e trem e
de en co n tro à con sciên cia o m eu ser todo;
7° para que viajar? O téd io vai ao lem e
de cada m eu angustiado m o d o .
68 POESÍA III
todo esto cansa; sólo im aginado,
tengo en m i alma ya el tedio de los viajes.
¿Qué quiero ser? ¿Qué deseo querer?
60 Que yo cierre los ojos y el tren sea
solam ente un tem blor que llena el ser
de cuerpo y m ente que ya nada desean
y qué es vivir no quieren ya saber...
I
[A Raul de Campos]
Q u a n d o o lh o p a ra m im n ã o m e p e rc e b o .
T e n h o ta n to a m a n ia d e s e n tir
q u e m e extravio às vezes ao sair
das p r ó p ria s sensações q u e eu rec eb o .
N e m n u n c a , p r o p ria m e n te , re p a re i
io se n a v erd a d e sin to o q u e sin to . E u
se re i tal q u al p a re ç o em m im ? S erei
ta l q u al m e ju lg o v e rd a d e ira m e n te ?
M esm o a n te as sensações so u u m p o u c o ateu ,
n e m sei b e m se so u eu q u e m em m im sen te.
70 POESÍA III
T res so n eto s
I
[A Raúl de Campos]
III
[A Daisy M ason]
72 POESÍA III
II
III
[A Daisy Mason]
74 POESÍA III
(aunque tú no lo sepas) que m orí.
10 Hasta a él, a quien tanto creí amar,
nada le importará. Después ve a dar
E p o r u m m ecanism o de desastres,
um a engrenagem com volantes falsos,
15 que passo entre visões de cadafalsos
n u m jard im o n d e há flores n o ar, sem hastes.
76 POESÍA III
O p ia r io
78 POESÍA III
Expío un crim en, oculto en m i maleta,
que un m i abuelo h izo con esmero.
De la horca los nervios tensos cuelgan,
caí en el opio com o en el vertedero.
P o r isso eu to m o ó p io . E u m re m é d io .
S o u u m convalescente d o M o m e n to .
M o ro n o r é s - d o -c h ã o d o p e n s a m e n to
e v er passar a V id a fa z -m e té d io .
F u m o . C a n so . A h u m a te r r a a o n d e , e n fim ,
m u ito a leste n ã o fosse o oeste já!
P ra q u e fu i v isitar a ín d ia q u e h á
se n ã o h á ín d ia senão a alm a em m im ?
S o u desgraçado p o r m e u m o rg a d io .
O s ciganos r o u b a r a m m in h a S o rte .
Talvez n e m m esm o e n c o n tr e ao p é d a m o rte
u m lu g a r q u e m e a b rig u e d o m e u f rio .
V o lto à E u ro p a d e s c o n te n te , e em so rtes
de v ir a se r u m p o e ta so n a m b ó lic o .
E u so u m o n á rq u ic o m as n ã o católico
e gostava d e ser as coisas fo rte s.
POESÍA III
Me parece que no vale la pena
ir hasta Oriente y ver la India y China.
La tierra es semejante y pequeñina
y de vivir sólo hay una manera.
82 POESÍA III
Querría tener creencias y dinero,
ser tanta gente insípida que vi.
Después de todo, no soy sino, aquí,
80 en un barco cualquiera, un pasajero.
84 POESÍA III
105 Soy de la clase de esos portugueses
que, tras ser la India descubierta,
se quedó sin trabajo. Muerte cierta.
He pensado ya en esto m uchas veces.
O a b s u rd o co m o u m a f lo r da ta l Ín d ia
q u e n ã o v im e n c o n tr a r n a ín d ia , nasce
n o m e u c é re b ro fa rto de c a n sa r-se .
160 A m in h a vida m u d e-a D eu s o u fin d e - a ...
86 POESÍA III
Esto va a acabar m al, aún ha de haber
sangre y una pistola com o fin.
155 Este desasosiego que hay en m í
no hay form a en que se pueda resolver.
88 p o e s ía mi
hasta que al fin me metan al cajón.
Yo nací mandarín de condición,
me faltan el sosiego, el té y la estera.
Cada m o m en to é u m carnaval im en so
io em que ando m isturado sem querer.
So p en so n isso m aça-m e viver
e eu, que am o a in tensidad e, acho isto in ten so
90 POESÍA III
Carnaval
E co n tu d o eu estou com o n in gu ém
30 de am oroso acordo com isto tu d o ...
N ão en co n tro em m im , quando m e estudo,
diferença entre m im e isto que tem
92 POESÍA III
entre m is sensaciones tropezando;
falto de apoyo sigo, mas temblando,
aquí, en la ciudad, a pleno día [...]
94 POESÍA III
engaño es la confianza en qué ha de ser...
[...]
50 M iro a ése, com o yo, que viene ahí...
[...]
Lo bien que se ha vestido [...]
una necesidad que él ha tenido,
mas sin que tenga tal necesidad.
Q u e p o u c a g en te a m u ita g e n te aqui!
E sto u cansado, co m c é re b ro e cansaço.
V ejo isto , e fico, e x tre m a m e n te a q u i
so z in h o co m o te m p o e co m o espaço.
S o u m a io r o u m e n o r ? C o m m ãos e pés
e b o c a falo e m e x o -m e n o m u n d o .
H o je , q u e to d o s são m áscaras, és
u m se r m áscara-g esto s, em tão f u n d o ...
V idas, re a lm e n te se m is tu ra m ,
o q u e e ra c é re b ro acaba s e n tim e n to ,
m in h a u n id a d e m o r r e ao re le n to .
POESÍA III
Es Carnaval, y están las calles llenas.
Hechos de sensaciones todos van.
75 Tengo intenciones, pensamiento, ideas...
no puedo tener máscara ni pan.
Carnaval de [...]
b eb en d o p ’ra se sentir alegres e outros,
no ou tros b eb en d o com o eles [ ...] se sentem ,
ten d o de ser alegres [...]
98 POESÍA III
[...]
Carnaval de [...]
bebiendo por sentirse alegres y otros,
lio bebiendo otros com o ellos [...] tal se sienten,
siendo alegres por fuerza [...]
N ão haver [...]
130 N ão haver, não [...]
N ão haver. N ão Haver!
II
II
III
III
5 A m icroscóp io de desilusões
fin d ei, p rolixo nas m inúcias fú teis...
M inhas con clusões práticas, in ú teis...
M inhas con clusões teóricas, con fu sõ es...
108 POESÍA li l i
¿Corriendo? Sí, mas relativam ente...
10 Arre, acabemos con las distinciones,
la sutileza, el intersticio, el entre,
la metafísica de las sensaciones.
112 poesía mi
rugiendo, chirriando, susurrando, retum bando, ferreando,
25 haciéndom e un exceso de intensas caricias en el cuerpo, y una
[sola en el alma.
(jY ser tan alto que no pudiera entrar por puerta alguna!
¡Ah, el m irar es en m í perversión sexual directam ente!)
215 Eia com b oios, eia p on tes, eia h otéis à hora do jantar,
eia aparelhos de todas as espécies, férros, bru tos, m ín im o s,
¿Qué im porta todo esto, pero en verdad qué im porta todo esto
a ese fúlgido y rubro ruido contem poráneo,
al ruido cruel y delicioso de la actual civilización?
210 Todo eso borra todo, salvo sólo el Momento,
el M om ento de tronco desnudo y caliente com o u n fogonero,
el M om ento estridente, ruidoso y m ecánico,
el M om ento dinám ico que es el paso de todas las bacantes
del hierro y el bronce y la gran borrachera del m etal.
126 P O E S IA 111
instrum entos de extrem a precisión, aparatos de triturar y de
[cavar,
nuevos ingenios, brocas, máquinas rotativas!
¡Eia! ¡eia! ¡eia!
220 ¡Eia electricidad, nervios enfermos de lo que es la Materia!
¡Eia telegrafía sin hilos, simpatía metálica propia del Inconsciente!
¡Eia túneles, eia canales, Panamá, Kiel, Suez!
¡Eia todo el pasado dentro del presente!
¡Eia todo el futuro que ya se halla dentro de nosotros!
225 ¡Eia! ¡eia! ¡eia!
¡Frutos del hierro y lo ú til del árbol-fábrica más cosmopolita!
¡Eia! ¡eia! ¡eia! ¡eio-hô-ô-ô!
N i sé que existo hacia dentro. Giro, cruzo, m e ingenio,
y m e enganchan de todos los trenes,
2?o m e izan en cada uno de los m uelles,
giro en las hélices de todos los navios.
¡Eia! ¡eia-ho! ¡eia!
¡Soy el calor m ecánico y la electricidad!
¡Eia! ¡y los railes y los cuartos de máquinas, y soy toda Europa!
235 ¡Y eia y hurrah, por m í-tod o y por todo, máquinas trabajando,
[eia!
V em , vagam ente,
vem , levem ente,
vem sozinha, solen e, com as m ãos caídas
ao teu lad o, vem
i° e traz os m ontes lon gín q u os para ao pé das árvores próxim as,
fu n d e n u m cam po teu tod os os cam pos que vejo,
faze da m ontanh a u m b loco só do teu corpo,
apaga-lhe todas as diferenças que de lo n g e vejo,
todas as estradas que a sobem ,
15 todas as várias árvores que a fazem verd e-escu ro ao lo n g e,
todas as casas brancas e com fu m o entre as árvores,
e deixa só um a luz e outra luz e m ais outra
na distância im precisa e vagam ente perturbadora,
na distância subitam ente im possível de percorrer.
20 N ossa Senhora
das coisas im possíveis que procuram os em vão,
dos so n h os que vêm ter co n n o sco ao crepúsculo, à janela,
Ven tú vagamente,
levemente,
ven solemne y sola, con las manos caídas
a tu lado, ven
y acerca los montes más remotos a los árboles próximos,
fúnde en un campo tuyo los campos que veo,
haz de la montaña un solo bloque, uno con tu cuerpo,
bórrale todas esas diferencias que veo de lejos,
todos los caminos que la suben,
todos los varios árboles que la hacen verde oscuro a lo lejos,
todas las casas blancas y con humo ahí, entre los árboles;
deja sólo entonces una luz y otra luz y otra más
en la distancia imprecisa, vagamente también perturbadora,
en la distancia imposible ya de recorrer.
Nuestra Señora
de las cosas imposibles que buscamos en vano,
de los sueños que vienen a encontrarnos al crepúsculo, estando a
[la ventana,
V em soleníssim a,
so len íssim a e cheia
de u m a o c u lta v o n ta d e de so lu çar,
40 talvez p o r q u e a alm a é g ra n d e e a vida p e q u e n a ,
e to d o s os gestos n ã o saem d o n o sso c o rp o
e só alcançam os o n d e o n o sso b ra ç o chega,
e só vem os até o n d e chega o n osso o lh a r.
V em , d o lo ro sa ,
45 M a te r-D o lo ro s a das A ngú stias dos T ím id o s,
Turris-Ebúrnea das T ristezas dos D esprezad o s,
m ão fresca so b re a testa em fe b re dos h u m ild e s,
sa b o r de água so b re os láb io s secos d os C an sad o s.
V em , lá d o fu n d o
5° d o h o r iz o n te lívido,
vem e a r r a n c a - m e ,
d o solo de an g ú stia e de in u tilid a d e
o n d e vicejo.
A p a n h a -m e d o m e u so lo , m a lm e q u e r esq u ecid o ,
55 fo lh a a fo lh a lê em m im n ã o sei q u e sin a
Ven tú , dolorosa,
45 M a ter D olorosa de las graves A ngustias de los T ím idos,
Turris Ebúrnea de todas las T ristezas de los que son Despreciados,
fresca m an o en la fren te enfebrecida de todos los h u m ild es,
sabor de agua en los labios secos de todos los Cansados.
Ven, desde el fondo
50 del h o riz o n te lívido,
v en y arrán c am e
al suelo de esta angustia e in u tilid a d
sobre el cual reverdezco.
Recógem e a h o ra de m i suelo, m a rg a rita olvidada,
55 h oja a h o ja lee en m í n o sé qué sino
75 V em so b re os m ares,
so b re os m ares m aio res,
so b re os m ares sem h o riz o n te s p reciso s,
vem e passa a m ão p e lo d o rso d e fera,
e a c a lm a -o m is te rio sa m e n te ,
80 ó d o m a d o ra h ip n ó tic a das coisas q u e se ag itam m u ito !
V em , cu id ad o sa,
vem , m a te rn a l,
p é a n te p é e n fe rm e ira an tiq u íssim a , q u e te sen taste
à cab ec eira dos deuses das fés j á p e rd id a s,
85 e q u e viste n asce r Jeo v á e J ú p ite r ,
e so rris te p o r q u e tu d o te é falso e in ú til.
Ven, cuidadosa,
v en tú , m a tern al,
de puntillas, viejísim a en fe rm e ra , que te habías sentado
a la cabecera de los dioses de las fes y a perdidas,
85 y que viste n ac er a Jeh o v á y a Jú p iter,
y que sonreiste po rq u e todo te es in ú til y falso.
II
II
U m h o r r o r so n á m b u lo e n tre luzes q u e se ac en d e m ,
u m p av o r te r n o e líq u id o , e n c o sta d o ás esq u in as,
15 co m o u m m e n d ig o de sensações im possíveis
q u e n ã o sabe q u e m lhas possa d a r ...
Q u a n d o e u m o r re r ,
q u a n d o m e fo r, ig n o b ilm e n te , co m o to d a a g en te,
p o r aquele ca m in h o cuja id eia se n ão p o d e en c a ra r de fren te,
20 p o r aq u e la p o r ta a q u e, se p u d éssem o s asso m ar, n ão
[asso m aríam o s,
p a ra aq u e le p o r to q u e o cap itão d o N avio n ã o co n h e ce ,
seja p o r esta h o r a c o n d ig n a dos té d io s q u e tive,
p o r esta h o r a m ística e e s p iritu a l e an tiq u íssim a,
p o r esta h o r a e m q u e talvez, h á m u ito m ais te m p o d o q u e
[parece,
25 P latão s o n h a n d o v iu a id e ia de D eus
e sc u lp ir c o rp o e ex istência n itid a m e n te plausível
d e n tr o d o seu p e n s a m e n to ex te rio riz a d o co m o u m cam p o .
35 C ru z a as m ãos so b re o jo e lh o , ó c o m p a n h e ira q u e e u n ão
[te n h o n e m q u e ro te r,
C uando m e m u era,
cu ando m e vaya, ta n in n o b lem en te com o todos,
p o r aquel cam ino cuya idea n o es posible en c a ra r de fren te,
20 p o r aquella p u e rta p o r la cual, au n q u e nos p u d iéram o s asom ar,
[no nos asom aríam os,
p ara llegar a aquel p u erto que el capitán del N av io n o conoce,
que sea en esta h o ra, condigna con el tedio que yo tuve,
en esta h o ra m ística, espiritu al y antiqu ísim a,
en esta h o ra en la que tal vez, hace m u ch o m ás tiem p o del que
[nos parece,
25 pudo P lató n soñando v e r la idea de Dios
esculpirse en cuerpo y existencia n ítid am e n te plausible
al in te rio r de su pensam iento, ex terio riza d o com o u n cam po.
T o d a a m a n h ã q u e ra ia ra ia se m p re n o m e sm o lu g a r,
n ã o h á m a n h ã s so b re cidades, o u m a n h ãs so b re o cam p o
à h o ra em que o dia raia, em q u e a luz estrem ece a erg u e r-se.
io T o d o s os lu gares são o m e sm o lu g a r, to d a s as te rra s são a
[m esm a,
e é e te rn a e de to d o s os lugares a frescura q u e sobe p o r tu d o
e [...]
20 A m u lh e r q u e c h o ra b a ix in h o
e n tre o r u íd o d a m u ltid ã o e m vivas...
O v e n d e d o r d e ru as, q u e te m u m p reg ão esq u isito ,
ch eio de in d iv id u a lid a d e p a ra q u e m r e p a r a ...
E u a d o ro to d a s as coisas
30 e o m e u coração é u m alb erg u e a b e rto to d a a n o ite .
T e n h o p e la vida u m in te re sse ávido
q u e b u sca c o m p re e n d ê -la s e n tin d o - a m u ito .
A m o tu d o , a n im o tu d o , e m p re sto h u m a n id a d e a tu d o ,
aos h o m e n s e às p ed ra s, às alm as e às m á q u in as,
35 p a ra a u m e n ta r co m isso a m in h a p e rso n a lid a d e .
P e rte n ç o a tu d o p a ra p e r te n c e r cada vez m ais a m im p r ó p r io
e a m in h a am b ição e ra tra z e r o u n iv e rso ao colo
co m o u m a c ria n ça a q u e m a am a b eija.
45 D á - m e lírio s, lírio s
e rosas ta m b é m .
45 D am e lirios, lirios
y rosas tam bién.
143 LO S PO E M A S D E ÁLVARO D E C A M PO S 1
T u d o se fu n d e n o m o v im e n to
[...]
E cada a rb u sto fita d o
n e m é o te rc e iro q u e está a se g u ir.
N u m d ia n o m e u f u tu ro em q u e chova assim ta m b é m
5 e eu , à ja n e la , d e r e p e n te m e le m b re d o d ia d e h o je ,
p e n s a re i eu « a h nesse te m p o e u era m ais fe liz »
o u p e n s a re i « a h , q u e te m p o tris te fo i a q u e l» !
A h , m e u D eu s, e u q u e p e n s a re i deste d ia nesse d ia
e o q u e serei, de q u e fo rm a ; o q u e m e será o passado q u e
[h o je só p re s e n te ? .
io O a r está m ais d esag asalh ad o , m ais f r i o , m ais triste
e h á u m a g ra n d e d ú vida de c h u m b o n o m e u c o ra ç ã o ...
O s ó m n ib u s o u os eléctrico s o u os au to m ó v eis...
O novo aspecto das ru as de novas te rra s ...
A paz q u e p a re c e m te r p a ra a no ssa d o r,
o b u líc io alegre p a ra a no ssa tristeza,
lo a falta d e m o n o to n ia p a ra o n o sso coração c a n sa d o !...
A s praças n itid a m e n te q u a d ra d a s e g ran d es,
as ru a s co m as casas q u e se a p ro x im a m ao fim ,
as ru a s transversais rev e lan d o sú b ito s in teresses,
e através disto tu d o , co m o u m a coisa q u e in u n d a e n u n c a
[tra n sb o rd a ,
15 o m o v im e n to , o m o v im e n to ,
rá p id a coisa c o lo rid a e h u m a n a q u e passa e fica ...
O s p o r to s co m navios p a ra d o s,
excessivam ente navios p ara d o s,
co m b arc o s p e q u e n o s ao p é , e s p e ra n d o ...
154 p o e s ía m
¡Ah, prim eros m inutos d entro de los cafés de las nuevas ciudades!
¡El llegar de m a ñ a n a h asta los m uelles o a las estaciones,
llenos de u n silencio reposado y claro!
Los p rim ero s paseantes p o r las calles de las ciudades a las que
[se llega
5 y el especial sonido que el c o rre r de las h o ras ad o p ta e n los
[viajes...
a S a n ta R ita P in to r
O lh o de lo n g e o p aq u e te , co m u m a g ra n d e in d e p e n d ê n c ia de
[alm a,
e d e n tro de m im u m v o la n te com eça a g ira r, le n ta m e n te .
20 O s p a q u e te s q u e e n tra m de m a n h ã n a h a r r a
tra z e m aos m eu s o lh o s consigo
o m is té rio alegre e triste de q u e m chega e p a rte .
T ra z e m m e m ó ria s d e cais afastados e d o u tr o s m o m e n to s ,
I 6O POESÍA III
O da M a r ít im a
164 p o e s ía m
construim os los hombres
nuestros m uelles que hay en nuestros puertos,
nuestros m uelles construidos en piedra actual por encim a del
[agua verdadera,
que después de construidos se anuncian de pronto
60 com o Cosas-Reales, Espíritus-Cosas, Entidades hechas de
[Almas-Piedra
en ciertos m om entos nuestros de sentim iento-raíz
cuando en el m undo-exterior parecería que se abre una puerta
y, sin que nada se altere,
todo se revela ser diverso.
¡Ah, las remotas playas, ah, los m uelles así vistos de lejos,
y, después, playas próxim as y m uelles ya vistos de cerca.
El m isterio de cada partida y de cada llegada,
la inestabilidad dolorosa y la condición incom prensible
too de este imposible universo
a cada hora m arítim a sentido ya cada vez más en propia piel!
El absurdo sollozo que nuestras almas derraman
sobre las extensiones de diferentes mares e islas a lo lejos,
sobre islas remotas de unas costas dejadas pasar,
105 sobre el crecer nítido de puertos, con casas y gente,
para ese navio que se acerca.
POESÍA III
14-5 m irando desde cerca hacia los mástiles que se afilan allá, en lo
[más alto,
rozándose al contacto de las cuerdas, bajando las incóm odas
[escalas,
olisqueando la m ezcla untuosa, m etálica y m arítim a que exhala
[todo aquello...
Pues los navios, cuando se ven de cerca, son otra cosa y son la
[ m ism a cosa,
dan la m ism a nostalgia e idéntica ansia, pero de otra manera.
185 ¡Ah, los paquebotes y los viajes, el q u e-n o -se-co n o zca -el-
[paradero
de Fulano-de-tal, aquel m arino, conocido nuestro!
¡Y, ah, la gloria de saber así que un hombre que iba con nosotros
m urió ahogado junto a una isla del Pacífico!
¡Nosotros, que andábamos con él, vam os a contárselo ahora a
con legítim o orgullo, con confianza invisible [todos,
190 puesta en que todo eso posea u n sentido más bello y más vasto
que el haberse perdido ese barco en que iba
y haberse ido al fondo al entrarle agua en los pulmones!
¡Ah, los paquebotes, los barcos de transporte de carbón y los
[barcos de vela!
195 ¡Cómo ahora escasean —ay de m í- los barcos de vela en los mares!
C ham am p or m im as águas,
cham am p or m im os mares.
C ham am p or m im , levantando um a voz corpórea, os lon ges,
A h ò ò - ò ò - ò - ò - ò - ò ò - ò ò ------ yyyy...
S ch o o n er a h ò - ò - ò ò - ò - ò - ò ---- yyyy---)
POESÍA III
220 y cada una de las épocas marítimas que hubo en el pasado están
[ahora llamando.
• t \ \ \ \ \ \ \ \ \ \ \
Aho o-o o -o -o -o -o 0-0 o------- yyyy...
Schooner ahò-ò-ó ò -ò -ò -ó — yyyy...}
N o m a r, n o m a r, n o m a r, n o m a r,
eh! p ô r n o m a r, ao v en to , às vagas,
a m in h a vida!
S algar de esp u m a a rrem e ssa d a p elo s v en to s
m e u p a la d a r das g ran d e s viagens.
F u stig a r d e água c h ic o te a n te as c a rn es d a m in h a av e n tu ra,
rep a ssar de frio s oceân ico s os ossos d a m in h a existência,
flagelar, c o rta r, e n g e lh a r de v en to s, d e esp u m as, d e sóis,
m e u se r c icló n ico e a tlâ n tic o ,
m e u s n erv o s p o sto s co m o enxárcias,
lir a nas m ãos d os ventos!
POESÍA III
y llegar por fin, com o vosotros, a extraordinarios puertos!
¡Huir con vosotros de la civilización!
¡Perder con vosotros la noción de moral!
?+o ¡Sentir que cambia m i hum anidad en la lejanía!
¡Beber con vosotros en los mares del sur
nuevas m ezclas salvajes, nuevos trastornos del alma,
nuevos fuegos centrales en m i volcánico espíritu!
¡Ir con vosotros y desnudarme —¡ah! ¡fuera!-
345 m i vestido tan civilizado, m i blandura de acciones,
m i m iedo innato a las cárceles
y m i serena vida,
asentada y estática, reiterada y reglada!
Darby M ’Graw-aw-aw-aw-aw!
Darby M ’Graw-aw-aw-aw aw-aw-aw-aw!
Fetch a-a-aft the ru -u -u -u -u -u -u -u -u -u -u -u m , Darby!
D arby M ’G ra w -a w -a w -a w -a w !
D arby M ’G ra w -a w -a w -a w a w -a w -a w -a w !
Fetch a - a -a f t the r u -u -u -u -u -u -u -u -u -u m , D arby!
A h ó - ó - ó - ó - ó - ó - ó - ó - ó - ó - ó ----------yyyy...
S ch o o n er a h ó - ó - ó - ó - ó - ó - ó - ó - ó - ó - ó - ó ----------- yyyy...
• 1 / / / / / / / / / / /
A h o -o -o -o -o -o -o -o -o -o -o ----------- yyyy. •*
r . 1 i / / / / / / / / / / / / /
Schooner a h o -o -o -o -o -o -o -o o - o -o -o -o - - 7777 -
O m e u s p e lu d o s e ru d e s h e ró is d a av e n tu ra e d o crim e!
M in h a s m a rítim a s feras, m a rid o s da m in h a im aginação!
A m a n te s casuais da o b liq u id a d e das m in h a s sensações!
490 Q u e r ia ser A q u e la q u e vos esperasse n o s p o rto s ,
a vós, o d ia d o s am ad o s de seu sangu e d e p ira ta n o s so n h o s!
P o rq u e ela te ria convosco, m as só em e s p írito , raivado
so b re os cadáveres n u s das v ítim as q u e fazeis n o m ar!
P o rq u e ela te ria a c o m p a n h ad o vosso crim e, e n a org ia oceânica
495 seu e s p írito de b ru x a d a n ç a ria invísivel em v o lta d o s gestos
dos vossos c o rp o s, dos vossos cutelo s, das vossas m ãos
[estra n g u lad o r as!
E ela em te rra , esperando-vos, q u a n d o viésseis, se acaso viésseis,
ir ia b e b e r n o s ru g id o s d o vosso a m o r to d o o vasto,
to d o o n e v o e n to e sin is tro p e rfu m e das vossas v itó rias,
5°o e através dos vossos espasm os silvaria u m sab b at d e v e rm e lh o e
[am arelo!
525 A h , to r tu r a i- m e p a ra m e curardes!
M in h a c a rn e —fazei d ela o a r q u e os vossos cu telo s atravessam
an tes de c a íre m so b re as cabeças e os o m b ro s!
M in h a s veias sejam os fatos q u e as facas trespassam !
M in h a im a g in a çã o o c o rp o das m u lh e re s q u e violais!
530 M in h a in te lig ê n c ia o convés o n d e estais d e p é m a tan d o !
M in h a vida to d a, n o seu c o n ju n to n ervoso, h istérico , ab su rd o ,
o g ra n d e o rg an ism o de q u e cada acto d e p ira ta ria q u e se
[co m eteu
fosse u m a célula c o n sc ie n te — e to d o eu tu rb ilh o n a s s e
A h , os piratas! os piratas!
198 p o e s ía mi
al igual que u n a inm ensa p o d red u m b re, o n deando de m odo que
[yo fu e ra aq u e llo !-.
535 A rreb atad a a tal velocidad, velocidad trem en d a, desm edida,
la enfebrecida m á q u in a de m is visiones siem pre d esbordantes
g ira cuando, v olante, m i conciencia,
es apenas u n círculo nebuloso silbando en el aire.
199 LO S PO E M A S D E ALVARO DE C A M PO S 1
A ân sia d o ilegal u n id o ao fero z
a ân sia das coisas a b s o lu ta m e n te c ru é is e ab o m in áv eis,
q u e r ó i co m o u m cio ab stra cto os nosso s c o rp o s fra n z in o s ,
560 os nosso s nerv o s fe m in in o s e delicado s,
e p õ e g ran d e s feb res loucas n o s nosso s o lh a re s vazios!
O b rig a i- m e a a jo e lh a r d ia n te de vós!
H u m ilh a i- m e e b a te i-m e !
Fazei de m im o vosso escravo e a vossa coisa!
565 E q u e o vosso desp rezo p o r m im n u n c a m e a b a n d o n e ,
ó m e u s senh o res! ó m e u s senh o res!
605 F IF T E E N M E N O N T H E D E A D M A N ’S C H E S T .
Y O - H O - H O A N D A B O T T L E O F RU M !
E h - e h - e h - e h e h - e h -e h ! E h - e h - e h - e h - e h - e h - e h ! E h e h -
[eh e h - e h - e h - e h !
H é - la h ô - la h ô H O - O - O - ô ô - l a h á - á - á -------- ààà!
A H Ó - Ó - Ó - Ó - Ó - Ó Ó - Ó - Ó Ó Ó -------- yyy!...
610 S C H O O N E R A H Ó - Ó - Ó - Ó - Ó - Ó - Ó - Ó - Ó - Ó ------- y y y y » . . .
D arb y M ’G raw -aw -aw -aw -aw -aw !
D A RBY M ’G RA W -A W -A W -A W -A W -A W -A W !
¡E h -e h -e h -e h eh -e h -e h ! ¡E h -e h -e h -e h -e h -e h -e h ! ¡E h e h -e h
[eh -eh -eh -eh !
¡H é -lah ô -lah ô -la H O -O -O -ô ô -la h á -á -á -------ààà!
¡A H O -O -O -O -O -O 0 - 0 - 0 O O -------jy y ! ...
610 SC H O O N E R A H Ó -Ó -Ó -Ó -Ó -Ó -Ó -O -Ó -Ó - -yyyy!.
¡D arby M ’G ra w -a w -a w -a w -a w -a w !
¡DARBY M ’GRAW-AW-AW-AW-AW-AW-AW!
E h -e h -e h -e h -e h -e h -e h -e h -e h -e h -e h -e h -e h !
615 E H -E H -E H -E H -E H -E H -E H -E H -E H -E H -E H -E H !
E H - E H - E H - E H - E H - E H - E H - E H - E H - E H E H -E H !
E H -E H -E H -E H -E H -E H -E H -E H -E H -E H -E H -E H !
E H -E H -E H -E H -E H -E H -E H -E H -E H -E H -E H -E H !
P a rte -s e em m im q u a lq u e r coisa. O v e rm e lh o an o ite c e u .
620 S e n ti de m ais p a ra p o d e r c o n tin u a r a se n tir
E s g o to u -s e -m e a alm a, fic o u só u m eco d e n tro d e m im .
D ecresce sen siv elm en te a v elo cid ad e d o v o la n te.
T ir a m - m e u m p o u c o as m ã o s dos o lh o s os m e u s so n h o s.
D e n tr o de m im h á só u m vácuo, u m d e se rto , u m m a r
[ n o c tu r n o .
625 E lo g o q u e sin to q u e h á u m m a r n o c tu r n o d e n tr o d e m im ,
sobe dos lo n g es dele, nasce d o seu silên cio ,
o u tr a vez, o u tr a vez, o vasto g rito an tiq u íssim o .
D e re p e n te , com o u m relâm pago de som , q u e n ão faz b a ru lh o
[mas te rn u r a ,
su b ita m e n te a b ra n g e n d o to d o o h o r iz o n te m a rítim o ,
630 h ú m id o e so m b rio m a ru lh o h u m a n o n o c tu r n o ,
voz de sereia lo n g ín q u a c h o ra n d o , c h a m a n d o ,
vem d o f u n d o d o L o n g e, d o f u n d o d o M ar, d a alm a dos
[A bism os,
e à to n a dele, co m o algas, b o ia m m eu s so n h o s d esfe ito s__
A h ò ò - ò ò ò ò ò - ò ò ò ò ------ yy..
635 S c h o o n e r a h ò - ò - ò ò - ò ò ò ò - ò - ò - ò ------ yyy.......
A h , o o rv alh o so b re a m in h a exitação!
O fre sc o r n o c tu r n o n o m e u o c e a n o in te rio r!
Eis tu d o em m im de r e p e n te a n te u m a n o ite n o m a r
cheia d o e n o rm e m isté rio h u m a n íssim o das o n d as n o c tu rn a s.
640 A lu a sobe n o h o riz o n te
204 P O E S ÍA II!
¡F E T C H A -A -A F T T H E R U -U -U -U -U -U M , D A R BY !
¡E h-eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh-eheh-eh-eh!
615 ¡E H -E H -E H -E H -E H -E H -E H E H -E H E H -E H -E H !
¡E H -E H -E H -E H -E H -E H -E H -E H -E H -E H E H -E H !
¡E H -E H -E H -E H -E H -E H -E H -E H -E H -E H -E H !
. t \ \ \ \ \ \ \ \ \ \ \
Ano o -o o o o o -o o o o ----- yy..
o í | \ \ \ \ \ \ \ \ \ \ \ \
635 S chooner a h o -o -o o -o -o o o o -o -o -o - " 77
-
U m a inexplicável te rn u r a ,
u m re m o rs o com o v id o e la crim o so
p o r to d a s aquelas vítim as —p r in c ip a lm e n te as crian ças —
655 q u e so n h e i fazen d o ao s o n h a r- m e p ira ta an tig o ,
em o çã o com ovida, p o r q u e elas fo ra m m in h a s vítim as;
te r n a e suave, p o r q u e n ã o o f o ra m re a lm e n te ;
u m a te r n u r a con fu sa, co m o u m v id ro em b ac iad o , azulada,
ca n ta velhas canções n a m in h a p o b re alm a d o lo rid a .
U na te rn u ra a h o ra inexplicable,
u n rem o rd im ien to , conm ovido llorand o ,
p o r todas esas víctim as -s o b re todo los n iñ o s -
655 que h e hecho soñando ál ir soñándom e com o an tig u o p irata,
em oción conm ovida, p o rq u e fu ero n m is víctim as,
pero tie rn a y suave p o r n o serlo realm ente;
y así, u n a te rn u ra az u la d a y confusa, de cristal em pañado,
ca n ta viejas canciones en m i alm a doliente.
M as to d o este te m p o n ã o estive a r e p a ra r p a ra n ad a .
T u d o isto fo i u m a im p re ssão só da p ele, co m o u m a carícia.
T o d o este te m p o n ã o tir e i os o lh o s d o m e u so n h o lo n g ín q u o ,
675 d a m in h a casa ao p é d o rio ,
d a m in h a in fâ n c ia ao p é d o rio ,
das ja n e la s d o m e u q u a rto d a n d o p a ra o r io d e n o ite ,
e a paz d o lu a r esp arso n as águas!...
M in h a velha tia, que m e amava p o r causa d o filh o qu e p e r d e u ...,
680 m in h a velha tia costum ava a d o r m e c e r- m e c a n ta n d o -m e
(se b e m q u e eu fosse j á crescid o dem ais p a ra isso )...
L e m b ro -m e e as lágrim as caem sobre o m e u coração e lav am -n o
[da vida,
e e rg u e -se u m a leve b ris a m a rítim a d e n tro d e m im .
A s vezes ela cantava a « N a u C a tr in e t a » :
208 P O E S ÍA III
670 U na gaviota pasa,
y es m a y o r m i te rn u ra .
685 A h í va la N ao Catrineta
sobre las aguas d el m a r...
212 POESÍA Hl
Y m e esfuerzo y logro tr a e r n u ev am en te a los ojos del alm a,
tr a e r de n uevo, p ero a través a h o ra de u n a im ag in ació n casi
[literaria,
720 la fu ria de la p ira te ría y la m a tan z a, el apetito paladeable casi
[del saqueo,
de la in ú til m a ta n z a de m ujeres y niños,
de la to r tu r a fútil, sólo p o r d istraernos, de pasajeros pobres,
y la sensualidad de d estro zar y de ro m p er las cosas m ás queridas
[de otros;
pero a h o ra sueño todo esto con m iedo a alg u n a cosa
[respirándom e p o r detrás de la nuca.
A h ô - ô - ô - ô - ô - ô - ô - ô - ô - ô - ô - ô — yyy........
A h ô - ô - ô - ô - ô - ò - ô - ô - ô - ô - ô - ô - ô - ô - ô - ô __ yyy........
S c h o o n e r a h ô - ô - ô - ô - ô - ô - ô - ô - ô - ô - ô - ô - ô - ô - ô - ô ...... yy..............
• l A A A A A A A A A A A A
A n o -o - o -o -o -o -o -o -o -o -o -o .. ..yyy.......
• 1 A A A A A A A A A A A A A A A
A h o -o -o -o -o -o -o -o -o -o -o -o -o -o -o ..... y y y.......
o í i A A A A A A A A A A A A A A A A
S chooner ah o - o -o -o - o -o - o - o -o - o - o -o - o -o - o - o ..... y y ...........
POESÍA 111
¡He aquí o tra v ez el m u n d o real, ta n bondadoso p a ra con los
[nervios!
H elo a esta h o ra m a tu tin a en la que v a n e n tra n d o poco a poco
[los barcos que llegan tem p ran o .
T u d o isto h o je é co m o se m p re fo i, m as h á o co m ércio ;
e o d e s tin o c o m ercia l dos g ran d e s v apores
e n v a id e c e -m e d a m in h a época!
800 A m is tu ra de g en te a b o r d o dos navios d e passageiros
d á -m e o o rg u lh o m o d e rn o de viver n u m a época o n d e é tão fácil
m is tu ra re m -s e as raças, tr a n s p o r e m -s e os espaços, v er co m
[facilid ad e to d a s as coisas,
e go zar a v ida re a liz a n d o u m g ra n d e n ú m e ro d e so n h o s.
H oy todo esto es tal com o siem pre fue, pero adem ás está el
[com ercio;
¡el destino com ercial de los grandes vapores
m e hace estar orgulloso de m i época!
800 L a m ezcla de gente a bordo que viaja en los navios de pasajeros
m e d a el m o d e rn o orgullo de v iv ir u n a época en la cual es ta n
[fácil
que se m ezclen las razas, y que se trasp o n g an los espacios, y
[que se p erciba fácilm ente la to ta lid a d de las cosas,
que se goce la v id a rea liza n d o g ra n n ú m e ro de sueños.
815 U m c o n h e c im e n to de b o r d o te m ta n ta in d iv id u a lid a d e ,
e u m a a ssin a tu ra de c o m a n d a n te de navio é tão b e la e m o d e rn a !
R ig o r c o m ercia l d o p r in c íp io e d o fim das cartas:
Dear Sirs —Messieurs — A m igos e S n rs,
jours faithfully — ... nos salutations empressées...
820 T u d o isto é n ã o só h u m a n o e lim p o , m as ta m b é n b elo ,
e te m ao fim u m d estin o m a rítim o , u m v ap o r o n d e e m b a rq u e m
as m e rc a d o ria s de q u e as cartas e as factu ras tra ta m .
POESÍA III
835 viajes p o r m ar, donde todos som os com pañeros
de m a n e ra especial, cual si u n m isterio m a rítim o
a p ro x im a ra n u estras alm as y nos h iciera ser, p o r u n m o m en to ,
tran sito rio s p atrio tas de alg u n a p a tria in c ierta
desplazándose etern a en la in m e n sid a d de las aguas!
84-0 ¡G randes hoteles del In fin ito , transatlán tico s míos!
¡Con el cosm opolitism o to ta l y perfecto de n u n c a detenerse
y co n ten e r en sí to d a especie de traje, de ro stro , de raza!
POESÍA III
L u cen los tejados de los edificios del m uelle,
b rilla todo este lado en la c iu d a d ...
P arte, déjam e, v uélvete
895 al principio navio en m ita d del río, destacado y n ítid o ,
y después navio que v a h acia la b arra, m ás p equeño y negro,
y después vago p u n to en el h o riz o n te (¡o h , an g u stia m ía!),
p u n to que se hace cada vez m ás vago en el h o riz o n te ...,
y después y a n ada, sólo yo y m i tristeza,
90 0 y la g ra n ciu d ad llena de sol
y la h o ra real y ta n desn u d a com o u n m uelle sin barcos,
y el giro len to de la g rú a que com o u n com pás g ira
p a ra así ir tra z a n d o u n sem icírculo de n o sé qué em oción
en el tu rb a d o silencio de m i alm a...
D e p o is d e l e r o s e u d r a m a e s t á t i c o
«O M A R IN H E IR O » EM « O r P H E U I»
D e p o is de doze m in u to s
d o seu d ra m a 0 Marinheiro,
e m q u e os m ais ágeis e astu to s
se se n te m co m so n o e b ru to s,
5 e de s e n tid o n e m c h e iro ,
diz u m a das v eladoras
co m la n g o ro sa m agia:
O r a isso m e sm o é q u e e u ia
io p e r g u n ta r a essas se n h o ra s ...
D espués de doce m in u to s
de su d ra m a E l M a r in e r o ,
en el que ágiles y astutos
se sienten con sueño y b rutos,
5 y de sentido n i olerlo,
urna de las veladoras
con dulce m agia decía:
O r a p o rra !
N e m o r e i ch eg o u , n e m o A fo n so C o sta m o r r e u q u a n d o caiu
[d o c a rro abaixo!
E fic o u tu d o n a m esm a, te n d o a m ais só os alem ães a m e n o s ...
E p a ra isto se f u n d o u P ortugal!
¡Pues vaya!,
¡ni el re y llegó, n i Afonso Costa m u rió cu ando se cayó del coche!
Y así todo siguió igual, tenien d o sólo de m ás los alem anes de
[m enos...
¡Y p a ra esto h ay P ortugal!...
[A Raul Leal]
C la rin s n a n o ite ,
c la rin s n a n o ite ,
c la rin s su b ita m e n te d istin to s n a n o ite ...
C la rin s n a n o ite ,
c la rin s... n a n o ite ,
IO
c l a r i - i - i - i - i n s ........
E de cavalgada,
é de cavalgada, de cavalgada,
é de cavalgada, de cavalgada, de cavalgada
o r u íd o , r u íd o , r u íd o ag o ra j á n ítid o .
[A R a ú l L e a l]
C larines en la noche,
clarines en la noche,
clarines súbitam ente distintos en la noch e...
C larines en la noche...
en la noche,
10 c la ri-i-i-i-in e s .....
Es de cabalgada,
es de cabalgada, de cabalgada,
es de cabalgada, de cabalgada, de cabalgada
el ru id o , el ru id o , ru id o ah o ra y a nítido.
H e la - h ô - h ô ô ô ... h e la h ô - h ô ô ô ô ô .........
R u íd o lo n g ín q u o e p ró x im o n ã o sei p o r q u ê
da g u e rra e u r o p e ia ... R u íd o d e u n iv e rso d e c a tá stro fe ...
q u e vai m o r r e r p a ra além de d o n d e ouv im o s e v em o s?
3° E m q u e f ro n te ira s d e u a m o r te ren d e z -v o u s
ao d e s tin o das n açõ es?
O A g u ia Im p e ria l, cairás?
R o ja r -te - á s , n e g ra a m o rfa coisa em sangue,
p e la te rr a , o n d e sob o te u cair
35 ain d a tens m arcado o sinal das tuas garras p ara antes fo rm a r o voo
q u e deste so b re a E u ro p a c o n fu sa ?
t t 1 1 A 1 A A A 1 1 1 A 1 A A A A A \
H ela -h o -h o o o ... h elah o -h o o o o o ....... \
D eu s seja c o n n o s c o ...
C h o r a n a n o ite a S e n h o ra de M isericó rd ia ,
to r c e n d o as m ãos, de m o d o a o u v ir-s e q u e elas se to rc e m
n o silên c io p r o fu n d o .
O o m a io r h o r r o r de te re m cessado os clarin s,
q u e sons in d e ciso s n o s traz o q u e su b stitu i o v en to
n e sta p r o f u n d a p alid ez dos q u e m a ta ra m ?
85 Q u e m é q u e v em ? O q u e se vai d a r?
Q u e m com eça a so lu ç ar n a calm a n o ite in tra n q u ila ,
m e u ir m ã o ? A ir m ã de q u e m ? O an o s d e in fâ n c ia
em q u e e u olhava da ja n e la os so ld ad o s evia os u n ifo rm e s
e a san g ren ta e carn al realidade das coisas n ã o existia p ara m im !...
9° C h o q u e de cavaleiros o n d e ?
A rtilh a ria , o n d e , o n d e , o n d e ?
O d o r da in d e cisão co m agitações inexplicáveis à su p e rfíc ie d e
[águas estag n ad as...
O m u r m ú r io in c o m p re e n sív e l da m o r te co m o q u e v en to nas
[fo lh a g en s...
O p av o r ce rto de u m a re a lid a d e d ese n h a d a p elo s espelhos
[in d e c iso s... 95
95 (L ágrim as n as tu as m ãos
e p lá c id o o te u o lh a r ...
E tu , a m o r, és u m a re a lid a d e ta m b é m ...
A h , n ã o se r tu d o sen ão u m q u a d ro , u m q u a d ro q u a lq u e r...
E q u e m sabe se tu d o n ã o será u m q u a d ro e a d o r e a aleg ria
95 (L á g rim as en tu s m anos,
plácido tu m ir a r...
Pero tú , am or, eres rea lid ad ta m b ién ...
¡Ah, que n o sea todo sino u n cu ad ro , u n c u ad ro cualquiera!...
Y quién sabe si todo no será sólo u n cuad ro , y el dolor, la alegría
E tu d o é u m a p o e ira in c e rta , u m a n u v e m d e g e n te a n ó n im a
q u e o v en to da estratégia levanta em fo rm a s diversas,
135 e em o n d a s s o p ra e n tre os m e u s o lh o s aten to s
e o S o l da v erd a d e e te rn a , e a e n c o b re s in istra m e n te .
M a rc h a triu n f a l, o n d e a u m te m p o e n ã o a u n te m p o ,
o n d e n u m a sim u ltan eid ad e p o r tran sp arên cias u n s de o u tro s,
su rg em , ap arecem , a g lo m e ra m -se em m in h a co n sciên cia,
140 os g u erreiro s de todos os tem pos, os soldados de todas as raças,
as co uraças de to d a s as o rig en s,
as arm as b ra n c a s de to d as as forjas,
as h o ste s co m p o stas de usos m arciais de to d o s os exércitos.
248 poesía m
¡La G uerra!
145 A nte m í, desfilando, civilizaciones g u erreras...
las civilizaciones de todos los tiempos, com o las de todos los lugares...
sobre u n p an o ra m a que es confuso y lúcido,
fo rm a n d o escuadras m ezcladas y n o m ezcladas, exentas y
[com pactas, pero ta n sólo escuadras
en extenso desfile sucesivo y, a pesar de eso, al m ism o tiem po.
150 P asan..., ,
pasan y yo, yo que m e en c u en tro ex tend id o en la h ie rb a
—sólo p asan los carros, v an pasando, hasta que luego cesan, p ara
[nosotros m is m o s-
yo los veo, y m i espanto n o se siente interesad o o calm o,
n i los ve n i tam poco los deja de ver,
155 y ellos p asan p o r m í com o u n a som bra pasa p o r las aguas.
¡Ah, la p o m pa an tig u a, y la p o m pa m o d e rn a , ah , los u n ifo rm es e
[ingenios g u errero s,
la etern a fu ria irrem ed iab le p ro p ia de los com bates,
los m uertos, siem pre en la m ism a y m isteriosa m u erte - c o n el cuerpo
[en el suelo Q y qué es el m undo , después de todo, adonde?).
Los h eridos gim iendo de igual m odo en los m ism os cuerpos
160 y el cielo, el cielo etern o e insensible, p o r e n cim a de todo!
H elahoho! Helahoho!
POESÍA 111
(D o n d e puso la p ata t u caballo, Atila, ah o ra vuelve y a a crecer la
po rq u e todo renace, y la n a tu ra le z a va cu b rien d o [hierba,
lo que qued a después de las conquistas).
170 ¡O h an tenas de h ie rro -ca sco s en p ic o - de B ism ark!
¡H elahoho! ¡helahoho!
poesía ui
¡Helahoho! ¡helahoho!
195 A bsurdo C risto de la expiación de todos los crím enes y todas las
[violencias,
m i c ru z d e n tro de m í, ah í está, h irsu ta , escaldando, queb ran d o
y todo duele en m i alm a, ta n ex ten sa com o u n U niverso.
Por aquellos, madre mía, que murieron, por los que cayeron en la
dlôn-ôn-ôn-ôn... [lucha...
235 Por aquellos, madre mía, mutilados por efecto del combate...
ti A A A A
dlon-on-on-on...
Por aquellos cuya novia en adelante va a esperarlos en vano...
11 A A A A
dlon-on-on-on...
Siete veces siete veces se marchitan las flores del jardín...
11 A A A A
240 dlon-on-on-on...
Y sus cadáveres van a ser el polvo, universal y anónimo...
11 A A A A
dlon-on-on-on...
mientras ellos, quién sabe, madre mía, siempre vivos, y con
[esperanza...
locos, madre, locos, porque los cuerpos mueren y el dolor no
[muere...
245 dlôn-dlôn-dlôn-dlôn-dlôn-dlôn...
¿Qué ha sido de aquél que era ese niño que tuviste al pecho?...
dlón...
¿Quién puede saber cuál de esos muertos de ahí? desconocidos, es
[tu hijo?...
dlón...
250 Si aún estás guardando en el cajón de la cómoda sus babis de niño...
todavía en las cajas que hay en la despensa sus viejos juguetes...
D e aq u i, de P o rtu g a l, to d a s as épocas n o m e u c é re b ro ,
s a u d o -te , W alt, sa ú d o -te , m e u irm ã o em U n iv erso ,
5 ó se m p re m o d e rn o e e te r n o , c a n to r d o s c o n c re to s ab so lu to s,
c o n c u b in a fogosa d o u n iv e rso d isp e rso ,
g ra n d e p e d e ra sta r o ç a n d o - te c o n tra a d iv e rsid ad e das coisas,
sexualizado pelas p e d ra s, pelas árvores, pelas pessoas, pelas
[p ro fissõ es,
cio das passagens, dos e n c o n tro s casuais, das m eras observações,
io m e u e n tu sia sta p elo c o n te ú d o de tu d o ,
m e u g ra n d e h e r ó i e n tra n d o p e la M o rte d e n tr o aos p in o te s,
e aos u rro s , e aos g u in ch o s, e aos b e rro s s a u d a n d o -te em Deus!
C a n to r da f ra te rn id a d e fe ro z e te r n a co m tu d o ,
g rande dem ocrata epidérm ico, contíguo a tu d o em c o rp o e alma,
15 carnaval d e to d a s as acções, b a c an a l de to d o s os p ro p ó sito s,
irm ã o gém eo de to d o s os a rra n c o s,
J e a n -J a c q u e s R ou sseau d o m u n d o q u e havia d e p r o d u z ir
[m áq u in as,
H o m e r o d o insaisissable d o flu tu a n te ca rn al,
S hakespeare d a sensação q u e com eça a a n d a r a v ap o r,
2Ó 4 POESÍA III
20 M ilto n -S h elley del h o riz o n te de la E lectricid ad fu tu ra!
¡íncubo de todos los gestos
y espasm o h acia d en tro de todos los objetos ex terio res,
souteneur de todo el U niverso,
ra m e ra de todos los sistem as solares, m ancebo de Dios!
65 A b ra m - m e to d a s as p ortas!
P o r fo rç a q u e h e i- d e passar!
M in h a se n h a ? W alt W h itm a n !
Mas não d ou senha n e n h u m a ...
Passo sem explicações...
7° Se for preciso m eto den tro as p ortas...
S im — e u fra n z in o e civilizado, m e to d e n tro as p o rta s,
p o r q u e n este m o m e n to n ã o so u fra n z in o n e m civilizado,
sou E U , u m universo p e n sa n te de carn e e osso, q u e re n d o passar,
Q u e n e n h u m filh o da p u ta se m e atravesse n o ca m in h o !
O m e u c a m in h o é p e lo in f in ito fo ra até ch e g ar ao fim !
Se so u capaz de cheg ar ao fim o u n ã o , n ã o é co n tig o , d e ix a -m e
[ir...
E co m ig o , co m D eu s, co m o s e n tid o - e u d a p alavra I n f in ito ...
85 P rà fre n te!
M e to esporas!
S in to as esp o ras, so u o p r ó p r io cavalo em q u e m o n to ,
p o r q u e eu , p o r m in h a v o n ta d e de m e co n su b stan c ia r co m D eus,
p o sso se r tu d o , o u p o sso se r n a d a , o u q u a lq u e r coisa,
90 c o n fo rm e m e d e r n a g a n a ... N in g u é m te m n a d a co m iss o ...
L o u c u ra furio sa! V o n ta d e de g a n ir, de saltar,
de u r r a r , z u rra r, d a r p u lo s, p in o te s , g rito s co m o c o rp o ,
d e me cramponner às ro d a s dos veículos e m e te r p o r baixo,
de m e m e te r a d ia n te d o g iro d o ch ico te q u e vai b a te r,
95 de m e
de se r a cadela de to d o s os cães e eles n ã o b astam ,
de ser o v o la n te de to d a s as m á q u in a s e á v elo cid ad e te m lim ite ,
de se r o esm agado, o deix ad o , o deslo cad o , o acabado,
e tu d o p a ra te c a n ta r, p a ra te sa u d a r e
100 D an ç a co m ig o , W alt, lá d o o u tr o m u n d o esta fú ria ,
salta com igo n este b a tu q u e q u e e sb arra co m os astros,
D e s e n c a d e io -m e co m o u m a tro v o ad a
em p u lo s da alm a a ti,
120 co m b a n d a s m ilita re s à f re n te p ro lo n g o a s a u d a r - te ...
C o m u m g ra n d e c o rte jo e u m a fú ria de b e r r o s e saltos
estard alh aço a g r ita r - te
e d o u - te to d o s os vivas a m im e a ti e a D eu s
e o u n iv e rso a n d a à ro d a de n ó s co m o u m c a rro c e i co m m ú sica
[d e n tro d o s no sso s crâ n io s,
125 e te n d o luzes essenciais n a m in h a e p id e rm e a n te r io r
eu , lo u c o de m u sica l sib ilar é b rio das m á q u in a s,
tu céleb re, tu te m e rá rio , tu o W alt — e o in s tin to ,
tu a se n su alid ad e p o n to ,
eu a se n su alid ad e c u rio sa m e n te n asce n te até d a in te lig ê n cia,
13 ° tu a in te lig ê n c ia ...
M e desencadeno com o u n a to rm e n ta
d ando grandes saltos del alm a h acia ti.
120 Con bandas m ilitares siem pre al fren te, m e p ro lo n g o ah o ra
[salu d án d o te...
y con u n g ra n cortejo y u n a g ra n fu ria de b errid o s y brincos,
con estru en d o , g ritán d o te,
te doy todos los vivas, a m í, a ti y a Dios,
y el u niverso g ira sobre nosotros, com o u n carru sel con m úsica
[d en tro de n u estro s cráneos,
125 y, tenien d o luces esenciales en m i piel an terio r,
voy, loco p o r el ebrio y music-ál silbar que h acen las m áquinas,
tú célebre, tú te m erario , tú W alt - c o n tu in s tin to - ,
tú la sensualidad, y n a d a m ás;
yo la sensualidad cu riosam ente naciente incluso h asta de la
[inteligencia,
150 esa inteligencia que tú eres...
E to d o s estes ru íd o s n a tu ra is, h u m a n o s, d e m á q u in a s
to d o s eles vão ju n to s , tu m u lto c o m p le to d e tu d o ,
¡Hé-lá!, vo y a lla m a r
al estrepitoso privilegio de i r a saludarte
al h u m a n o h orm igueo de todo el U niverso,
185 todos los m odos de las em ociones,
todas las form as de los p ensam ientos,
todas las ruedas, todos los volantes, com o todos los ém bolos del
I [alm a.
H eiá, que g rito,
y en u n cortejo desde M í h asta ti, con g ra n estru en d o ,
190 algarabía rea l y m etafísica,
con b u lla de cosas p o r d en tro , sin nexo,
276 P O E S Í A III
¡ave, salve, viva, gran bastardo de Apolo,
tú, amanté fogoso e im potente de las nueve musas y las gracias,
funicular del Olimpo hasta nosotros y de aquí al Olimpo,
fúria de lo m oderno concretado en m í,
el espasmo traslúcido de ser,
flor de acción de los otros,
fiesta de que haya Vida,
locura por no haber vida bastante para que u no sea todos,
pues ser es ser bastardo y sólo Dios servía!
¡TÚ, que cantaste todo, y que dejaste todo por cantar!
¿Quién puede vibrar más que su cuerpo en su cuerpo?
¿Quién podría tener más sensaciones que las sensaciones por tener?
¿Quién es bastante cuando nada basta?
¿Quién puede estar completo cuando una sola brizna de la hierba
enraíce fuera de su corazón?
POESÍA III
ir, com o las cosas, con su peso, al fondo del m ar,
con v o lu p tu o sid ad que y a se e n c u e n tra m u y lejos de mí!
1
¡Colocadm e grilletes sólo p a ra rom perlos!
¡Sólo p a ra rom perlos con los dientes, y que los dientes sangren,
245 gozo m asoquista, y espasm ódico a sangre, de la vida!
N u m a grande m arche au xf l a m b e a u x - t o d a s - a s - c i d a d e s - d a -
[Europa,
n u m a g ra n d e m a rc h a g u e r r e ir a a in d ú s tria e co m é rc io e ócio ,
n u m a g r a n d e c o r r id a , n u m a g ra n d e s u b id a , n u m a g ra n d e
e s tro n d e a n d o , p u la n d o , e tu d o p u la n d o com igo, [descida
265 salto a s a u d a r-te ,
b e r r o a s a u d a r-te ,
d esen c ad eio -m e a sa u d a r-te , aos p in o te s, aos p in o s, aos guiños!
H é -lá
28 O POESÍA III
Luego vino m i alma a lam er en el suelo de m i encierro privado,
250 y la carraca de las imposibilidades esquivando m i ansia de ofender.
\
¡Ave, salve, viva!...
O n d e n ã o so u o p r im e ir o , p r e f ir o n ã o se r n a d a , n ão estar lá,
o n d e n ã o p o sso ag ir o p r im e iro , p r e f ir o só v er ag ir os o u tro s.
O n d e n ã o p o sso m a n d a r, an tes q u e ro n e m o b e d e c e r.
310 V a m o -n o s e m b o ra de S er.
L a rg u em o s de vez, d efin itiv a m e n te , a ald eia -V id a ,
o a rra b a ld e -M u n d o d e D eus,
e e n tre m o s n a cid ad e à av e n tu ra, ao rasgo,
ao auge, lo u c a m e n te ao I r ...
3J5 la rg u e m o s de vez.
P a rta m o s p a ra o n d e se fiq u e .
O e stra d a p a ra n ã o -h a v e r-e stra d a s!
T erm in us n o Não-Parar!
H e ia o q u ê ? H e ia p o r q u ê ? H e ia p r a o n d e ?
H e ia até o n d e ?
H e ia p r a o n d e , co rcel su p o sto ?
400 H e ia p r a o n d e , co m b o io im a g in á rio ?
H e ia p r a o n d e , seta, p ressa, velocid ad e,
to d a s só eu a p e n a r p o r elas,
to d a s só e u a n ã o tê -la s p o r to d o s os m e u s n erv o s fo ra .
( Q u a n d o p a rte o ú ltim o c o m b o io ? )
A expressão, a b o rto a b a n d o n a d o
em q u a lq u e r v ã o -d e -e sc a d a da rea lid ad e .
B o n e co s da m in h a in fâ n c ia co m q u e m eu im aginava m e lh o r
[q u e h o je ...
a q u ím ic a p o r baixo d o Aquijaz,..,
e o m e sm o c a n d e e iro h o je ilu m in a d o ,
e ap e n as o silen c io j á sem n o s d iz e r q u e o fazem p o r se te re m
[calado.
P ara sa u d a r-te ,
43° p a ra s a u d a r-te co m o se deve s a u d a r-te
p rec iso to r n a r os m eus versos corcel,
p rec iso to r n a r os m eus versos co m b o io ,
p rec iso to r n a r os m e u s versos seta,
p rec iso to r n a r os versos pressa,
435 p rec iso to r n a r ós versos ñas coisas d o m u n d o .
T u d o cantavas, e em ti cantava tu d o —
to le râ n c ia m a g n ífica e p r o titu íd a
a das tu as sensações de p e rn a s abertas
p a ra os d etalh es e os c o n to rn o s d o sistem a d o u n iv e rso .
2 9 4 P O E S Í A III
+25 el dolor, fiebre que h o y es sólo quím ica, a lo lejos, allá, en la
[excavada lad era,
a la m ism a h o ra en que él solía volver a la casa,
P a ra saludarte,
450 salu d arte ta l com o se debe,
es preciso que haga corcel de m is versos,
he de h ac er u n tre n ya con m is versos,
he de h ac er de m is versos u n a flecha,
de m is versos prisa,
455 de m is versos todas las cosas del m undo .
Q u e m so u eu , afin a l, p o r q u e te sa ú d o ?
Q u e m co m n o m e e lín g u a e sem voz?
A la b u ta p r o s titu ta d o ca ld e a m e n to de [...]
N o s altos f o rn o s de m im !
296 P O E S Í A III
4+5 ¿Qué es.el h ac er versos sino confesar que la v id a n o basta,
y ta m b ié n qué es el a rte sino u n olvidarse de que es esto sólo?
¡Adiós pues, Walt, adiós!,
h asta lo in definido m ás allá del F in.
E spéram e, siA hí es posible esperar.
+50 D im e, W alt, ¿cuándo p a rte el u ltim o tren?
¿C uándo parte? (SÍ, cuando p a rtim o s)...
M in h a sa u d a ç ã o -a rra n c o !
Q u e m co m o tu s e n tiu a vida in d iv id u a l d e tu d o ?
Q u e m co m o tu esg o to u s e n tir -s e —a vida—s e n tir - n o s ?
Q u e m co m o tu te m se m p re o so b re se le n te p o r p r ó p r io
47° e tr a n s h o r d a p o r n o r m a d a n o r m a - f o r m a d a V id a ?
A m in h a alegria é u m a raiva,
o m e u a rra n c o u m c h o q u e
(pá!)
em m im ...
A b ra m to d a s as p o rtas!
480 P a rta m os v id ro s das jan elas!
O m ita m fechos n a vida d e fechar!
O m ita m a vida de fe c h a r da v ida de fechar!
Q u e fe c h a r seja estar a b e rto sem fechos q u e le m b re m ,
q u e p a r a r seja o n o m e alvar d e p ro sse g u ir,
485 q u e o fim seja se m p re u m a coisa abstracta e ligada,
flu id a a to d a s as h o ra s de passar p o r ele!
E u q u e ro re sp ira r!
¡Mi arranque-saludo!
Mi alegría, u sa rabia,
mi arrancada, un choque,
(¡pafQ
en mí...
F ro n te ira s em nada!
D ivisões em nada!
Só E u .
P ara c a n ta r-te ,
5°° p a ra s a u d a r-te
e ra p re c iso escrever aq u e le p o e m a su p re m o ,
o n d e , m ais q u e em to d o s os o u tro s p o em as su p re m o s,
vivesse, n u m e síntese c o m p leta feita de u m a an álise sem
[esq u e cim en to s,
to d o o U n iv e rso de coisas, de vidas e de alm as
5°5 to d o o U n iv erso de h o m e n s, m u lh e re s, crianças,
to d o o U n iv erso de gestos, de actos, de em o çõ es, d e
[p en sa m en to s,
to d o o U n iv erso das coisas q u e a h u m a n id a d e faz,
das coisas q u e a c o n te c e m à h u m a n id a d e -
p ro fissõ es, leis, re g im e n to s, m e d ic in a s, o D e stin o ,
5!0 escrito a e n tre c ru z a m e n to s, a in te rsec çõ e s c o n stan tes
n o p a p e l d in â m ic o dos A c o n te c im e n to s,
n o p a p iru s r á p id o das co m b in aç õ es sociais,
302 p o e s ía III
en el palimpsesto de las emociones incesantemente renovadas.
Todos os raios partam a falta que nos faz não ser Deus
para ter poemas escritos a Universo e a Realidades por nossa
[carne
e ter ideias-coisas e o pensam ento Infinito!
Para ter estrelas reais dentro do m eu pensam ento-ser,
54° nom es-núm eros nos confins da rainha em oção-a-Terra.
P ro v em o s e n ã o escrevam os,
am em o s e n ã o can tem o s,
m etam os dois tiro s de revólver n a p rim e ira cabeça co m ch ap éu
e n ão façam os o n o m a to p e ia s in ú te is e vãs n o n o sso verso,
5 60 n o n o sso verso escrito a f rio , e d e p o is à m á q u in a e d ep o is
[im p resso .
Probemos, no escribamos.
Amemos, no cantemos.
Y metamos dos tiros de revólver en la primera cabeza con
[sombrero.
Mas no hagamos inútiles, vanas onomatopeyas aquí en nuestro
[verso,
aquí, en nuestro verso escrito en frío, después escrito a máquina,
[y después impreso.
POESÍA III
580 n u n c a com o se d a n e n la canción todos aquellos ritm o s que
N u n ca , n u n c a com o [...] [sugiera!
n u n c a log raré sino copiarles u n eco a las cosas,
copiar el reflejo de las cosas reales, ahí, en el espejo em pañ ad o de
[m í.
Y la m u e rte de todo en m i sensibilidad O í116 v ib ra ta n to !),
585 real y e te rn a sequía del río lúcido de m i im aginación.
¡Q uiero ca n tarte, W alt, m as n o p uedo cantarte!
Yo quiero d arte el canto que te convenga a ti,
pero n i a ti n i a n ada, - n i a m í ta n siquiera, ¡ay de m í! - doy u n
[can to ...
Soy u n sordom udo b errean d o en v o z alta todos y cada u n o de
[sus gestos,
590 soy u n ciego observando, todo alre d ed o r de la m ira d a , u n
[todo-invisible.
313 n o t a s
61-63 «Soñar» [v. 1], « o tr o -jo » [v. 21], « jo que no obtu ve» [v. 26,
las cursivas son mías]. Como en el poema anterior y en la
mayor parte de los siguientes (no será necesario señalarlo
en anotaciones sucesivas), el polo existencial de esta
poética (que coincide en ello con Caeiro, como con Piran
dello o Unamuno por poner tan sólo dos ejemplos), en el
intento —siempre fracasado- de fijar la identidad como
ficción, destruye (deconstruye: sobre el texto) la fijación
de toda identidad -q u e sólo puede fingirse (pro-ducirse,
re-velarse) en tanto que ‘soñada’- .
315 NOTAS
77 [ O p i a r i o ] Ficticiamente fechado en «marzo de 1 9 1 4 , en el
canal de Suez, a bordo», y publicado en el primer número
de Orpheu en marzo de 1915- El opio, que da título al
poema, se inscribe igualmente, desde Quinçey (en sus
Confesiones de un opiómano, y de nuevo a través de Baude
laire, L osparaísos artificiales ante todo) en el corazón de la
poética - y en especial la estética- simbolista. El asunto,
aquí superficial, se vuelca en la temática del viaje y su cró
nica imaginaria y humorística.
316 P O E S ÍA III
83 v. 81. El verso nos remite aquí en dos diferentes direccio
nes (contradictorias y complementarias). El no tener
«personalidad» marca las diferencias con Pessoa - y con
las personas de Pessoa-; y así también con Alvaro Campos
- la ‘persona’ supuesta del poeta o el supuesto poeta ‘no-
persona’- . En el poema siguiente, «Carnaval», reaparece,
de nuevo, este problema - e n el verso 70: «Sólo es decente
ser otra p e rso n a » (las cursivas son m ías), y, por lo tanto,
siempre una ‘distinta’ que difiere su propio ser persona, y
que lo difiere a cada v e z -.
317 NOTAS
sando la «ebriedad» y la «torpeza», w . 19-22)—. Ahí se
abre el mom ento , la incesante dilatación del tiempo en la
que se «m ide» nuestra «vida» (y. 64) -«cad a instante es
un cuerpo», se nos dice en el verso 60 antecedente-, ese
«momento inmenso» que arrebata en un «dejarse ir» sin
resistencia (w . 9-10) ante el aluvión de los iguales [el alu
vión de «todos» que constituyen nuestra semejanza
-« é s e , como yo, que viene ahí» (v. 5 0 ) - y, por lo tanto,
nuestra(s) diferencia(s): «esa gente es igual, yo soy
diverso» (y. 77)]. Pero también elj o , como es sabido, se
diferencia aquí en sus person as (en su ‘constelación’ cons
titutiva). Pues el poeta, que se sabe otro [la lección de
Rimbaud - « j e e stu n a u tr e » , convertida aquí en impera
tivo en el sentido ético del término: «sólo es decente ser
otra persona» (vid . el verso 70, ya comentado en nota
de la p. 83 anterior), muestra su carácter conflictivo:
«dolores de ser yo siempre otra gente» (v. 1 0 5 ); im pe
rativo que rige y al que aspira contradictoriam ente,
buscando superar ese conflicto de manera inconsciente e
irresponsable, igualmente cada uno de los «otros»:
«...bebiendo por sentirse alegres y otros / [ . . . ] otros como
ellos [...] tal se sienten», w . 109-110-; nótese que aquí
reaparece, a través de la imagen del alcohol, el motivo de
lo a rtific ia l en relación a la diseminación/multiplicación
de la (s) persona(s); sobre esto, remito a m i análisis de
Baudelaire en sus Paraísos artificiales (vid. Juan Barja, «La
palabra de cruce», en Ausencia,y fo rm a , Madrid, 2008, cf.
especialmente pp. 50-51) y a su evidente conexión con el
‘arabesco’ en Alian Poe] viene a desplegarse en este ‘caso’
en sus distintas cristalizaciones y disoluciones incesantes
(tan sucesivas como simultáneas); citaremos aquí algunos
versos que no precisan nuevo comentario: «desplazán
dome siempre [ . . . ] / de mi psiquismo» (w . 27-28); «des
cubriendo quién soy» (v. 44); «voy anónimo, [ . . . ] / fuera
de mí, en busca de quien soy» ( w . 145-146); «aquella
319 NOTAS
nace (y se niega) la constelación de los ‘propios’ poetas
‘de’ Pessoa.
321 NOTAS
amado -«¡C om o os amo yo a todos, / cómo os amo de
todas las maneras» (w . 86-87), «hasta qué extremo todos
mis sentidos se encuentran en celo por vosotros!» (v. 91),
«amo [...] a todo igual que una fiera. / ¡Os digo que os
amo carnívoramente, / pervertidamente / [ . . . ] / cosas
todas modernas» (vv. 1 0 5 - 1 0 9 ) — y completamente
poseído: «os poseo como a una hermosa mujer» (v. 116).
Una situación que va a invertirse, hasta en el sentido más
estricto, en las próximas líneas del poema y sobre el
cuerpo de las restantes odas, en las que el poeta es poseído
- y lo es además hasta el extremo: poseído-violado-
asesinado, «como una mujer» precisamente-.
323 NOTAS
‘nuevo’: se trata de un momento-en-movimiento, y uno que
está hecho de «estar yendo dentro al mismo tiempo» en
«todo el m undo» (yv. 193-194), pues su «borrachera»
dionisíaca («hierro-metal-y-bronce», v. 214) es «Momento
dinámico» -v . 213- Çnietzscheano). Lo ahí ‘nominado’ es
ese libro: el discutido - y aun reciente- ensayo sobre el Ori
gen de la tragedia ; pero es que ese origen es aquí.
325 NOTAS
mente y declaradamente religioso -incluyendo un motivo
religioso—en toda la poética de Campos (situación similar
es la que ofrece el poema VIII, poema dedicado al N iñ o -
Dios, de E l g u a rd a d o r de rebaños de Caeiro —vid. vol. I,
pp. 54—65 de la presente edición de la Poesía de Fernando
P esso a -). Tono que todavía se prolonga en los versos
siguientes (ese «Cristo vivo todavía» -v . T i—, «Dios que
tal vez exista realmente» —v. 74— o aquellos «Jehová y
Júpiter» realmente ‘nacidos’, dioses de una «fes» hoy «ya
perdidas» —w . 84—85- emparejados ahí, extrañamente,
como viejos patronos de dos simétricos «Antiguos Testa
m entos»), impregnados de noche y de nostalgia mientras
se va apagando toda voz (v. 96).
327 NOTAS
El reclamarse de las sensaciones (v. 42) y el sentimiento de
copertenencia -q u e ahí afirma y re-construye la forma y
la estructura ‘personal’ (w . 2 9 -1 7 )- corresponden ahí del
mismo modo a la herencia y el mundo caeirianos [sólo en
este sentido pueden aceptarse y entenderse los dos últimos
versos del poema («Dam e lirios, lirios / y rosas también»;
w . 4 5 -4 6 ) que vienen a cerrar en pleno ‘campo’ - y con
una cita popular- un poema que empieza y se desarrolla en
la ciudad].
145 Al final del poema aún pueden verse dos versos y medio
que han sido tachados. Su texto es el siguiente: «Quimera
moderna do movimento / da ansia da fuga nós mesmos, /
estatua partida». («L a moderna quimera del m ovi
miento, / nuestra ansia de fuga, nosotros, / estatua par
tida...»).
331 NOTAS
que contiene el sentimiento - lo Anticuado, la Historia, la
Distancia, contrapuestos ahí a lo «Actual»—). Y, en el cen
tro de dicho desarrollo, el «sentido» del «muerto» (y de
la «m uerte»; individual, como proyecto —tal como lo
hemos visto en los versos 163-164 anteriores-), específica
mente proclamado en los versos 185-193- Eso es justamente
-ese «sentido», señalado en el verso 191- lo que le otorga
al «viaje» su sentido. Ambos temas así se configuran como
el tema total -M uelle-Absoluto (y. 54) que se cifra al final
de la «Distancia» (pero una que es siempre inabarcable).
333 n o t a s
el «apasionado llamamiento al asesinato» que ellos no
dudaron en lanzar)]. Respecto al contenido - y al carác
te r - musical de la «O da», se nos hace aquí audible
-sob re el te x to - la combinación de la v o z sola - la del
poeta como protagonista (com o primer ‘sujeto’ más
paciente que agente, que sufre lo que hace en/del
p oem a )- con la voz colectiva —los piratas que entonan, a
coro, sus canciones—.
203 v. 590. «De vuestro desprecio del dom inio» (las cursivas son
mías). Se expresa aquí el motivo anárquico (vid. supra lo
que ya hemos señalado - e n nota a pp. 187-205- en el
mismo sentido sobre Brecht).
335 NOTAS
entre estos textos, entre estos ‘momentos’ del poema que
es ahí, también, como un collage en bruto —algo que es
además característico de lo epocal de esta poesía, que antes
hubiera sido inconcebible-). Luego, en el v. 712, vuelve de
nuevo —y c o n m a y o r violencia— la renovación de la
«m atanza» -p ero ahora regresa sobre un tono volunta-
rista, forzado e impostado, dado que ahora sin duda cono
cemos ( y la voz que nos habla ya conoce) su condición
ficticia («literaria», a través de la «imaginación», v. 719,
como sueño que «sueña» quien nos habla -q u izá mejor
aquí: eso que habla- pero con «miedo» -a h o r a - a «alguna
cosa [...] por detrás de la nuca», respirándole, v. 724;p o r
detrás de la imagen otra imagen c¡ue vigila, en abismo, los dos
sueños).
339 n o t a s
243 v. 77. P erpopu lu m d a t ju r i: da al pueblo sus derechos (en
latín en el original).
341 NOTAS
259 v. 252. Somewhere in France: en algún sitio, en Francia (en
inglés en el original).
343 NOTAS
la oda, que renace en la época moderna en torno al período
ilustrado -s o n los casos de Klopstock y de Holderlin (el
segundo a partir de «El Archipiélago»)-, pasa por Whit
man (con su impronta bíblica, aunque también en él de
tono clásico) para dar, tras el caso excepcional sin duda de
Pessoa - y el del Pound de los Cantos, aunque ahí el proceso
de collage y montaje es m uy distinto, no pudiendo
encuadrarse de manera estricta en este ‘género’- , en León
Felipe (su «Oda rota» -en tre otras m uchas- sería, ahí,
otro caso clave), Lorca (ya mencionado y anterior, espe
cialmente desde el año 1910), Juan Ramón (versión en
verso de su «Espacio»), Saint-John Perse o Seferis, por
citar solamente algunos grandes. Situar a Pessoa en el cen
tro de esa tradición es importante para desmentir - o quizá,
mejor dicho, refutar— esa supuesta condición de ‘isla’
-caso ‘original’ e ‘irrepetible’- donde suele ‘aislarlo’ cierta
crítica que se mantiene, miope y ‘escondida’, en la
estrechez de lo ‘nativo’ (en contradicción con un poeta, y
con unas poéticas concretas, encarnadas, reales, que son sin
duda todo lo contrario, tanto en sus raíces europeas - e l
poeta «arde por tener toda Europa entera en su cerebro»,
dice el verso 159- como en su vocación - e n su proyecto:
«Portugal - Infinito», v. 1 - universal).
345 NOTAS
miento, como, en ella, es también ‘ese’ poeta: ese «tú» que
es ahí sujeto-objeto sobre el espacio de su enunciación-.
347 NOTAS
289 v. 366. Reaparecen juntos, en el verso, los temas de lo
moderno y el spleen.
P rólogo
« P a ra una lectu ra de Álvaro de C am p os» 5
por Miguel Casado
Advertencia 55
N otas 313
Juan Barga