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AS FACES DA PEDRA BRUTA

AUTORES :IIR.: DA Loj.: Natureza


e Fraternidade nº 2833
INTRODUÇÃO

O Maçom estudioso e consciente


compreenderá que para bem
conhecer nossa Instituição dos dias
atuais é mister volver nossos olhos ao
passado e pesquisar nossas origens,
nossa filosofia, o contexto social
daqueles tempos e a lenta, mas
firme, evolução da Arte Real na
busca constante da Verdade e do
aperfeiçoamento moral do Homem,
enquanto elemento social e gregário.
E ao vislumbrar a riqueza de seu
conteúdo histórico descobrirá a cha-
ma que o conduzirá pela senda do
aprendizado que se principiou no dia
de sua Iniciação Maçônica e perdu-
rará por toda sua existência.
A Maçonaria tomou emprestado
para si, a fim de enriquecer seus ensi-
namentos morais e filosóficos, gran-
de parte dos símbolos de outras or-
dens c personagens bíblicos.
E é através de símbolos e de ana-
logias que a Arte Real transmite, atra-
vés das gerações, seus segredos aos
verdadeiros Iniciados.
E qual é este segredo que a tantos
atormenta e causa suspeições?
Podemos, com certeza, deduzir
que este segredo é o Saber, pois o
homem iluminado pela verdade apre-
endida do significado veiado dos sím-
bolos maçônicos não será subjugado
pela ignorância, pela ignomínia dos
governos tirânicos e pelo domínio dos
falsos profetas. Nosso Ilustre Ir/.
Raimundo Ro-drigues ensina-nos que
'Todo homem que pensa é sempre um
homem de idéias; saber é possuir con-
ceitos; ter idéias é ter conhecimentos
da realidade". Nada enriquece mais
o espírito do homem do que o verda-
deiro conhecimento de si mesmo.
E o Grau Um da maçonaria é a
base da pirâmide da sabedoria e fun-
damenta-se, essencialmente, no ensi-
namento filosófico" Conhece-te a ti
mesmo".
Para auxiliar nossa busca a este
conhecimento íntimo, pessoal e in-
transferível propusemo-nos a elabo-
rar este pequeno estudo, imbuídos de
toda humildade e cientes de nosso des-
preparo, neste início da caminhada.
A PEDRA BRUTA

A Pedra Bruta é o símbolo sínte-


se do grau de Aprendiz Maçom. Mas.
o que é um símbolo?
Vejamos esta magnífica definição
de Abner Cohen que nos permitirá
apreender todo o significado desta
palavra e aplainará as veredas da com-
preensão do simbolismo maçônico:
"são símbolos os objetos, atos, con-
ceitos ou forma de linguagem que
acumulam, ambiguamente, vários sig-
nificados diferentes e que, simultane-
amente, evocam emoções e sentimen-
tos, impelindo o homem à ação,\
A Pedra Bruta, em sua massa in-
forme, confunde-se com a matéria
humana da qual o homem é formado.
E, isto se ajusta à realidade, conside-
rando-se que o homem possui em sua
composição física os mesmos elemen-
tos da pedra, especialmente, o cálcio
que constitui nosso esqueleto.
A Pedra Bruta representa o Apren-
diz latente que perdura em todos nós
e o trabalho de desbaste de nossas
imperfeições. Representa, também, a
inteligência e os sentimentos do Ho-
mem no estado primitivo, áspero e
despolido.
Em nossa Iniciação Maçônica
quando recebemos a Luz somos con-
duzidos ao Altar do Primeiro Vigilan-
te para que nos seja ministrada a pri-
meira instrução, ou seja. aprender a
desbastar a Pedra Bruta, e aquelas ires
pancadas simbólicas representam
nosso aprendizado, o início de nosso
aperfeiçoamento, do d es ba s t e de
nossos excessos e de nossos vícios e
paixões.
Iniciação, do latim "initiatio". de
"iníciare", que designava, entre os
romanos antigos, a admissão em seus
ritos secretos e sagrados. É. portanto,
a ação ou efeito de iniciar, dar ou re-
ceber a noção ou conhecimento de
coisas desconhecidas e, em conse-
qüência, mudanças cm nossas vidas.
Nada do que existe no mundo dos
sentidos é duradouro.
Heráclito. filósofo grego, nos en-
sina que tudo está em constante mo-
vimento e nada dura para sempre, as-
sim, não podemos entrar duas vezes
no mesmo rio. pois quando entrarmos
pela segunda vez tanto o rio quanto
nós já estaremos mudados.
Ele elaborou também o conceito
dos opostos pelo qual tanto o bem
quanto o mal são necessários para que
possamos dar valor às coisas boas.
Na Maçonaria. o corolário do con-
ceito dos opostos c o Painel Mosaico
que simboliza as classes sociais, as
opiniões, as raças e a união que deve
haver entre os Irmãos. Ele é compos-
to de pedras brancas e pretas que sim-
bolizam, também, a pureza e os víci-
os e paixões, o bem e o mal que en-
frentamos em nossas vidas, o contras-
te entre negativo e positivo. As pe-
dras são unidas por um cimento, sím-
bolo da união dos maçons e invisível
para o profano que só vê os ladrilhos,
a via larga ou exotérica,
passando alternadamente da cor
branca para a preta, da luz para as
trevas. O Iniciado, ao contrário,
segue uma via estreita, é a via
esotérica, que passa entre o branco e
o preto, evitando os obstaculos.
E é com base neste conceito que
desenvolvemos nossos estudos
procurando encontrar o elo que
equilibra a balança entre os
pecados e as virtudes a luz do
simbolismo do grau de Aprendiz.
OS PECADOS E AS VIRTUDES
A Escada de Jacob é um símbolo
religioso (bíblico) e também, um sím-
bolo iniciático, figura no Painel do
Grau de Aprendiz.
Conforme ensina Jules Boucher,
os três degraus da Escada represen-
tam, sucessivamente, no Painel do
Grau, o plano físico, o plano astral e
o plano psíquico que correspondem à
divisão ternária do ser humano em
corpo, alma e espírito. Na base, no
centro e no topo desta Escada desta-
cam-se três símbolos que representam
as virtudes teologais, a Fé, represen-
tada pela Cruz; a Esperança, repre-
sentada pela Âncora, e a Caridade,
representada pelo Cálice.
Além das virtudes teologais temos
as virtudes cardeais porque todas as
demais se agrupam em torno delas,
são: a prudência, a justiça, a fortale-
za e a temperança.

Por virtude entendemos a


disposição habitual e firme de
fazer o bem.
E o impulso da alma que nos in
duz à prática do bem, a dar o
melhor de nós mesmo com todas as
nossas forças sensíveis e espirituais
para nossa evolução moral.
Cultivar estas virtudes é a base
sobre a qual construimos nosso
Templo interior, o templo ideal ele-
vado no silêncio da meditação .É o
desbaste da Pedra Bruta: é a resposta
solene do Aprendiz, quando lhe é
perguntado "O que vindes aqui fa-
zer?" "Vencer as minhas paixões, sub-
meter a minha vontade e fazer novos
progressos na Maçonaria".
Mas, quantas faces teriam uma
Pedra Bruta? O numero pode ser in-
definido. Simbolicamente depende de
cada Maçom, de suas imperfeições.
Nossa missão, neste trabalho, é
vincular os pecados capitais, que re-
presentam as fraquezas humanas, às
faces da Pedra Bruta e contrapor aos
pecados uma Virtude como um antí-
doto poderoso e sagrado e, por ana-
logia, atribuir a esta Virtude uma fer-
ramenta com o simbolismo maçôni-
co do grau de Aprendiz.

A IRA E O PERDÃO

A Ira é um sentimento intenso de


ódio, rancor, geralmente dirigido a
uma ou mais pessoas em razão de al-
guma ofensa ou insulto. A Ira é fre-
qüentemente representada na arte por
uma mulher rasgando suas roupas.
É sinônimo de fúria, procedimen-
to precipitado, sem considerar as con-
seqüências. Atualmente, a vida coti-
diana incita o homem à violência, à
competitividade desenfreada pela
posse e pelo poder.
O oposto deste vício é o Perdão.
Precisamos reaprender os ensinamen-
tos da boa convivência entre Irmãos.
e com todos os semelhantes.
Perdoar é enaltecer o espírito;
porém, transigir com a maldade é in-
centivar a discórdia. Atribuímos à vir-
tude do perdão a Trolha que simboli-
za a tolerância e a indulgência com
que o Maçom deve tratar seu Irmão.
Sejamos justos e ponderados.

A AVAREZA E
DESPRENDIMEN
TO

A avareza é a característica
de quem é obcecado por
adquirir e acumular bens
materiais: da pessoa sovina a
quem falta generosidade.
Os artistas representam a
avareza ,por um pecador segurando
uma bolsa ou por uma harpia
atacando o avarento guardando
dinheiro.
Quando o apego aos bens materi
ais atinge um nível de idolatria,
sobretudo ao dinheiro, a pessoa
passa a ama-lo como a um deus.
Toma-se escrava da riqueza, e no
seu altar queima perigoso incenso.

O oposto deste vício é o


desprendimento. Sejamos, pois,
desprendidos destes apegos que
desorganizam nossos sentimentos de
solidariedade e fraternidade.
"O homem não se torna
bom por possuir coisas boas, mas, ao
contrário, torna boas as coisas que
possui sabendo usá-las bem".
Atribuímos à virtude do despren
dimento a Régua de 24 polegadas ins-
trumento cujo simbolismo incita-nos

a medir nossas atitudes durante as 24


horas do dia. usando nosso tempo de
forma útil e construtiva, e representa
o emblema do aperfeiçoamento e da
retidão. A Régua também é uma fer-
ramenta do Aprendiz, embora alguns
Ritos não a considerem. Ela é
necessária para definir os limites do
esquadrejamento da Pedra Bruta;
simboliza a lei, a ordem e a
inteligência que devem comandar
todas as atividades do Maçom.

A INVEJA E A
BENEVOLÊNCIA

A Inveja é o desejo violento de


possuir o bem alheio, é o desgosto ou
pesar pelo bem ou pela felicidade de
outrem. É a cobiça que alimenta as
piores atitudes do ser humano levan-
do-o a atitudes impensadas e injusti-
ficadas.
Ela é freqüeniemente representa-
da como uma mulher a comer o cora
ção arrancado do seu próprio peito
A inveja é companheira inseparavel
daquele que não suporta o sucesso dos
outros, que não se conforma com o
bem-estar de seu Irmão.
A virtude oposta a este vício é a
Benevolência o desejo de fazer o
bem
às pessoas. Cada um de nós
precisa dos outros em diversas
circunstancias , pois não podemos
viver sozinhos. Ser benevolente é
ter complacência
afeto e estima.
Atribuímos á virtude da benevolência
o Nível que representa igualdade
social e seu simbolismo tem como
máxima ai noções de medida,
imparcialidade,tolerância e igualdade
, lembra-nos que ninguém entre nós
deve procurar dominar os outros É a
Jóia do Primeiro Vigilante.

A GULA E A TEMPERANÇA

A Gula é o apego excessivo à co-


mida, é comer além do necessário
para se alimentar. Assim como o sexo
é instintivo no homem, o desejo de
alimentação representa a sobrevivên-
cia. Porém, a gula é o desregramen-
Fo, o desejo incontrolável de comer
e, por extensão de possuir coisas ma-
teriais.
A gula é personificada tanto por
figuras corpulentas e vorazes como
por animais ligados aos vícios carnais,
notadamente o porco.
A virtude oposta a este vício é a
temperança, qualidade de quem é
moderado em seus apetites e paixões,
è o agir com sobriedade em seu com-
portamento, sem exagerar nos praze-
res. Esta virtude é fortemente reco-
mendada aos Iniciados pelos Rituais
Maçonicos, devendo ser o Maçom
senhor de si mesmo.
Atribuímos à virtude da Tempe-
rança o Prumo símbolo da profunde-
za do conhecimento e de uma retidão
que previne todo desvio oblíquo,
simboliza o equilíbrio e nos incita à
evolução moral e intelectual. É o
símbolo do Segundo Vigilante.

A LUXÚRIA E A FIDELIDADE

A Luxúria é a dissolução dos cos-


tumes morais, a.libertinagem e a
lascívia desregradas.
Os artistas medievais a represen-
tavam como uma mulher com uma
cobra a alimentar-se em seu seio. A
sociedade atual possui recursos téc-
nicos e científicos jamais alcançados
pelo homem, porém, carece de prin-
cípios morais e de uma base familiar
sólida em virtude do excesso de per-
missividade.
O oposto deste vício é a Fidelida-
de naturalmente nos referimos, aqui.
aos bons costumes, ao respeito pelo
nosso Templo que é nosso corpo e à
necessidade de fugir da fornicação e
da insensatez.
Atribuímos à virtude da Fidelida-
de o Esquadro que também é uma das
Três Grandes Luzes da Maçonaria é
o símbolo da Terra onde se desenca-
deiam as paixões humanas e relacio-
na-se com a Matéria, que simboliza,
retifica e ordena representando de um
lado a ação do homem sobre a maté-
ria, e do outro, a ação do homem so-
bre si mesmo.
O Esquadro é o emblema da mo-
ralidade, da justiça e da equidade e
constitui a Jóia do Venerável Mestre.

O ORGULHO E A
HUMILDADE

O Orgulho é o conceito exagera-


do de si próprio, é a arrogância, a pre-
sunção de que alguém é superior aos
demais. É sinônimo da soberba e tal-
vez um dos pecados ou defeitos mais
grave. E representado com freqüên-
cia como uma mulher com um pavão.
"O orgulho antecede a destruição,
e um espírito arrogante uma queda".
(Prov. 16:18)
Para vencer o orgulho é necessá-
rio que cultivemos a Humildade, pois
o humilde não é vaidoso, não é arro-
gante nem prepotente. Ser humilde é
o aprendizado que devemos nos es-
forçar para encontrar na filosofia do
Grau de Aprendiz. Atribuímos à vir-
tude da humildade o Compasso que é
uma das Três Grandes Luzes da Ma-
çonaria e é o símbolo das relações do
Maçom com seus Irmãos e com os
demais homens. O compasso repre-
senta a harmonia e a compreensão de
uma realidade superior e a modera-
ção de nossos desejos.

A PREGUIÇA E A
DILIGÊNCIA

A Preguiça é a aversão ao traba-


lho. Podemos facilmente constatar
quantas pessoas passam seus dias no
mais completo ócio, seja por fraque-
za moral ou por falta de orientação.
Perdem suas vidas e oportunidades de
alcançar o sucesso ou o aperfeiçoa-
mento moral e intelectual por puro
desinteresse e descaso com o estudo
e com o trabalho. A Preguiça é fre-
qüentemente simbolizada por um por-
co ou um homem obeso conduzindo
uma besta de carga.
O oposto deste vício é a Diligên-
cia, o Trabalho que e o corolário do
Grau de Aprendiz. O Aprendiz deve
ter como objetivo alcançar o desen-
volvimento de suas qualidades laten-
tes, morais e sociais, através do
aprimoramento intelectual e cultural
com leituras, pesquisas e a prática da
fraternidade e da solidariedade.
Atribuímos à virtude da diligên-
cia o Maço e o Cinzel símbolos do
trabalho do Aprendiz no desbaste da
Pedra Bruta. Os Aprendizes traba-
lham com o Maço e o Cinzel para
desbastar a Pedra.Bruta. O Maço
atua sobre o Cinzel e simboliza a
força de caráter a serviço da razão e da
inteligência. No plano místico,
representa o espírito atuando sobre a
matéria. O Cinzel ou Escopro
simboliza a razão e a inteligência e,
no plano esotérico, representa o
físico ou a matéria.

CONCLUSÃO:

Para mudarmos, realmente, temos


que fazer uma profunda reflexão com
muita seriedade sobre nós mesmos;
procurar conhecer nossas fraquezas e
defeitos. A Arte Real propõem que
sejamos exemplos para a sociedade
quanto à morai e aos bons costumes
e, assim, é necessário que estejamos
preparados para vencer nossas pai-
xões, evitando o brilho das luzes efê-
meras do poder e os degraus escorre-
gadios da fama, que excitam e muitas
vezes aviltam o ser humano.
É necessário que sejamos livres
para ser árbitros de.nossas vidas e
juizes de nossas decisões. A Maço-
naria abomina os vícios, a escravidão,
o jugo de alguém sobre outrem pela
força ou qualquer coação. Nenhum
escravo pode ser senhor de seus atos.
Homens de bons costumes são o
esteio da sociedade, a base da famí-
lia e a certeza da educação moral e
social das pessoas de seu convívio.
Sejamos defensores da honra, de nos-
sas famílias e de nossa pátria.

Bibliografia:
A Pedra Bruta - Rizzardo da Camino
Simbologia dos Painéis - Almir San-
tana
Simbolismo do 1 Grau - Rizzardo
da Camino
Cartilha do Aprendiz - José Castel-
lani
Ritual do Grau de Aprendiz - GOB
Caderno de Estudos Maçônicos
-Carvalho Neves Estudos
Maçônicos - Sobre Simbolismo -
Nicola Aslan Os Símbolos e seus
Significados -Jack Tresidder
Os Pecados e as Virtudes Capitais -Prof.
Felipe Aquino Curso de Filosofia -
Régis Jolivet • A Bíblia .
A Simbólica Maçônica - Jules
Boucher

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