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HISTÓRICO DA PENA DE MORTE

Alguns povos tiveram comportamentos inacreditáveis, embora deles


mesmos tenhamos herdado maravilhas.

No Egito, a pena de morte remonta à antiguidade; assemelha-se ao


comportamento animal: abandona um membro da espécie à senha de
outros predadores quando o percebe incapaz, por fraqueza ou doença. Era
assim que faziam: jogavam o condenado às feras, sejam leões, tigres,
crocodilos, serpentes, aranhas peçonhentas, além das aves de rapina e
peixes carnívoros.

Entre os hebreus, havia penas expiatórias e corporais terríveis contra a


idolatria, a blasfêmia pública e as leis religiosas. A pena era pecuniária para
os delitos contra a propriedade. Nos crimes de morte, os parentes da vítima
tinham direito de matar o assassino. Nos delitos contra o pudor havia pena
de morte para o adultério homossexualismo e o estuprado devia casar-se
com sua vítima. Muitas dessas penas estão escritas nos livros da Bíblia
Sagrada (Gênesis, Êxodo, Levítico, Deuteronômio) .

Na Babilônia, o Código Sagrado de Hamurabi - Rei Babilônico (1728-


1687a.C.) - estabelecia as penas: açoite, multa, de talião (“olho por olho
dente por dente”;”vida por vida”) e de morte em vinte e nove
oprotunidades.

Na Índia, através do Código de Manu a pena era uma instituição pública


imposta pelo rei e era de morte e de expulsão da casta.

No Grécia, com Dracon, a única pena era a de morte. Uma de suas


modalidades era a precipitação, isto é, o lançamento de bebês quando
apresentassem defeitos físicos, do alto do monte Taigeto, Esparta (cidade
militiar).

Entre os romanos, após o julgamento “pater família”, surgiu a lei das XII
Tábuas com as seguintes penas: açoite, multa, de talião, de morte, prisão,
desterro, escravidão, infâmia, privação de cidadania e confiscação.

Para os Germânicos, concedia-se até a faculdade aos grupos familiares, de


vingarem os crimes cometidos contra seus parentes.

As modalidades de pena de morte utilizadas na Idade Média e Moderna


foram: enfossamento - o condenado é atirado a uma fossa, um buraco e
sobre ele se coloca terra ou outra matéria que venha a asfixiar. Na França,
as mulheres cumpriam esta pena, pois conforme a moral da época, “seria
indecente pendurá-las deixando aparecer as pernas até a altura do joelho”;
esmagamento - submete-se o corpo do condenado a pressões físicas que
culminam por romprer ou quebrar ossos do esqueleto e triturar órgãos
essenciais. Bastante usada em sessões de tortura, inclusive nos tempos
inquisitoriais: empalação - faz-se penetrar pelo orifício anal um pedaço de
pau pontiagudo, fazendo atravessar o corpo da vítima por vezes saindo pela
boca, peito ou costas e em determinados casos isso se fazia de maneira que
não ferisse letalmente os principais órgãos com o objetivo de prolongar,
assim, o padecimento; fatiação ou esfolamento - matava-se a vítima
fatiando-a ou mesmo despelando-a. Muito utilizada na França e Inglaterra
ao longo da Guerra dos 100 anos; retalhamento - secciona-se os membros
do condenado, usando um machado, cutelo sabre ou serrote. Praticado na
França e Espanha até fim do século XVIII; fogueira - pena mais utilizada
durante a Inquisição .

A tendência do mundo Contemporâneo é a abolição da pena capital. Os


Códigos Penais do mundo todo obedecem a algumas normas:

a) só se pune na certeza. Havendo dúvidas, absorve-se;


b) passando determinado tempo, o delito não pode mais ser punido;
c) a fixação da pena deve levar em conta a personalidade do agente, os
motivos do crime e as circunstâncias agravantes e atenuantes;
d) a lei nova, se beneficia o réu, deve ser a ele aplicada quanto ao crime
cometido na vigência da lei velha;
e) deve ser respeitado o amplo direito de defesa;
f) ninguém além, do poder público, pode executar a pena;
g) a pena não passa da pessoa do delinquente, savo nos casos de obrigação
de reparar o dano ou de decretação de perdimento de bens casos em que,
ante a morte deste, os hedeiros responderão até o total do patrimônio
herdado;
h) o crime deve ser anteriormente definido em lei.

Com relação ao Brasil: quando colônia de Portugal, os que aqui viviam,


estavam sujeitos às Ordenações Portuguesas, nas quais estava a pena de
morte. Proclamada a Independência, em 1822, a pena de morte veio a
figurar no Código Penal do Império em 1830. Com a proclamação da
República, em 1889, e a promulgação do novo Código Penal, em 1890, a
pena de morte foi abolida, só admitindo esta no caso da legislação militar
em tempo de guerra.

Com a Revolução de 1930, Getúlio Vargas assume o poder. Em 1934 é


entregue a Nova Constituição, a qual proíbe a pena de morte, com exceção
da legislação militar em caso de guerra com país estrangeiro. Após a
intentona comunista de 1935, foram aprovadas três emendas
constitucionais. A primeira delas equiparou a comoção infestina grave, com
finalidade subversiva das instituições políticas e sociais, ao estado de
guerra.

Assim, nesses casos, era possível a aplicação da pena de morte.

A Constituição de 1937, que marca o início da ditadura do Estado Novo é de


caráter altamente autoritário, restringindo os Direitos Individuais e Sociais e
prevendo a pena de morte no art. 122, item 13, que, de foma bastante
incoerente, encontra-se prevista justamente na parte dos Direitos e
Garantias Individuais. Nota-se o caráter anticomunista do texto, que se
refere à “ditadura de uma classe social”.

A democracia irá durar de 1946 a 1964, quando um golpe militar depõe o


presidente João Gulart que tentava iniciar reformas sociais de base que
feriam os interesses do capital internacional no Brasil. Em 1968, o processo
político no país radicaliza-se ainda mais com o AI-5. Sucessivamente foram
editados novos Atos Institucionais, dentre os quais o n°14, que prevê a pena
de morte (alterando, assim, a redação do texto da constitucionall). Este Ato
Institucional fazia referência à guerra revolucinária, ou subversiva, e a
guerra psicológica adversa que perturbavam o país, atingindo a Segurança
Nacional.

Nota-se que, no período Republicano, a pena de morte, quando admitida,


tem um caráter eminentimente político.

As leis de Segurança Nacional de 1978 e j1983, revogaram a pena de


morte, substituindo-a por reclusão.

No entanto a pena de morte está prevista em nosso código penal militar, no


art.55

para aplicação somente em tempos de guerra, em alguns casos, como:


traição, favorecimento do inimigo e tentativa contra a soberania do Brasil.

A atual constituição também admite a pena de morte, única e


exclusivamente nos casos de guerra declarada, ao dispor, em seu autigo5°,
XLVII: “Não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada,
nos termos do art. 84, XIX”. A Constituição Federal de 1988 não só proíbe
que a lei infraconstitucional venha estabelecer pena de morte no seu art.
5°, inciso XLVII, com também proíbe que seja objeto de deliberação a
proposta de emenda à constituição que vise estabelecer pena de morte.

Carlos Ayres Brito, em “Inconstitucionalidade do plebiscito sobre a pena de


morte”, ressalta que: “o plebiscito é meio de o povo se investir na função
legislativa comum, substituindo o legislador ordinário. Não mais que isto. A
fuga desta coordenada só pode ocorrer nos casos apontados pela própria
Constituição e eles se esgotam nas matérias de que tratam os arts. 18 (§§3°
e 4°) das disposições permanentes e o n° 2 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórios. Logo, não é pela via da consulta popular direta
que se vai instituir uma medida que a Lei Maior excomunga, como a pena
de morte”.

Portanto, nem através da emenda poderá se recriar a pena de morte no


Brasil, pois o art.60 §4° transformou todos os direitos e garantias individuais
em cláusulas pétrias da constituição (imodificáveis).

3 - ARGUMENTOS CONTRÁRIOS À PENA DE MORTE

Modernamente, os partidários da abolição da pena de morte usam de


argumentos de ordem moral, até considerações de caráter prático e social.

Em relação aos argumentos de ordem moral, diz-se ao fato de que a justiça


humana toma às mãos, juízos e prerrogativas inerentes à Onipootência
Divina, rompendo definitivamente o laço de solidariedade que nos une com
os outros homens, criados como nós, à imagem e semelhança de Deus.

Quanto aos argumentos de ordem social e prático, podem ser assim


enumerados:
1-A irreparabilidade da pena de morte, que não oferece recurso contra os
erros fudiciais, sendo este, sem dúvida um dos argumentos mais fortes e ao
qual não cabe réplica.

2-A pena de morte não tem o caráter intimidativo que seus defensores lhe
atribuem, pois as características demonstram que nos países onde existe a
pena de morte, o índice de criminalidade chega a ser maior e os crimes
mais sofisticados (estímulo a violência).

3-A pena de morte não intimida certos criminosos, tais como aqueles que
são portadores de uma insensibilidade moral total, os assassinos
profissionais,os apaixonados e os fanáticos, que delinquem por motivos
sociais (fome, miséria, desemprego, etc.) ou políticos.

Este último caso é o que “normalmente ocorre nas ditaduras, que tornam a
pena de morte como modo de reprimir qualquer oposição política dirigida
contra o regime. Foi o que aconteceu na Itália facista, na Alemanha nazista,
no Brasil de Getúlio Vargas e na Cuba de Fidel. Pode-se dizer que o fato da
pena de morte receber tão generosa acolhida nos regimes autoritários só
pode ser explicado pela utlidade que possui como arma repressiva contra
seus opositores” . BRITO, Ricardo, A pena de morte e os Direitos Humanos,
pgs.47-48.

4-Há uma inclinação mundial para abolição da pena de morte. o


ordenamento jurídico internacional está preocupado em evitar retrocessos
(e anacronismos); criando, assim, normas que previnem o retorno da pena
capital nos ordenamentos nacionais.

5-A pena de morte é discriminatória. Segundo estatísticas levantadas nos


EUA, a maior parte dos condenados são negros, homens e receberam
apenas uma educação escolar primária. Já no Brasil, a realidade nos
constata que apenas os pobres são condenados, e se a pena de morte fosse
aplicada voltar-se-ia somente contra os pobres.

6-”A pena demorte é contrária a dignidade humana, pois o homem não é


mais uma res; a escravidão e a servidão não existem, e o modo de
produçào é baseado no trabalho livre e no capital. A pena de morte por
ofender a vida, agride a história e entrava a evolução da humanidade”.

CONCLUSÃO

A pena, de acordo com a política criminal dos povos democráticos, tem por
fim a recuperação do indivíduo - e não seu isolamento -, objetivando, acima
de tudo, a sua reintegração na sociedade. A pena de morte é, virtualmente,
o oposto a esta política; é completamente irracional, contrária à filosofia do
direito

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