Documentos de Académico
Documentos de Profesional
Documentos de Cultura
RECOMENDAÇÕES PARA O
PLANEJAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO
DAS AÇÕES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO NAS
SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE
Brasília
2010
APRESENTAÇÃO INTRODUÇÃO
O planejamento é fundamental na gestão do Sistema Único de Saúde, tendo por Este documento, visa orientar o planejamento das ações de alimentação e nutrição
objetivo desenvolver ações de forma permanente, articulada, integrada e realizada a nos municípios que recebem recursos federais para a estruturação e implementação
partir do compromisso solidário das três esferas de gestão. Existem várias das ações de alimentação e nutrição.
metodologias para sua elaboração, mas o planejamento deve ser sempre um
processo participativo e ascendente envolvendo gestores, trabalhadores e usuários. Desde 2006 o Ministério da Saúde repassa recursos financeiros para incentivar a
estruturação e a implementação das ações de Alimentação e Nutrição no âmbito das
Planejar é a arte de elaborar o plano de um processo de mudança, definir Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, com base na Política Nacional de
prioridades, mobilizar recursos e vontades em prol de objetivos conjuntamente Alimentação e Nutrição cujo recurso financeiro é transferido do fundo nacional de
estabelecidos, que oriente o cotidiano das práticas de saúde. É um processo de saúde para o fundo municipal de saúde. No ano de 2009 foi publicada a Portaria nº
analisar e entender um sistema, avaliar suas capacidades, formular suas metas e 2.324, de 6 de outubro, que definiu o incentivo financeiro para os estados e
cursos alternativos de ação para atingir essas metas e objetivos, e também definir os municípios com população igual ou superior a 150mil habitantes.
instrumentos de monitoramente e avaliação da efetividade das ações e planos.
(Mattus) A Portaria nº399/06 divulga o Pacto pela Saúde 2006 ‐ Consolidação do SUS com
seus três componentes: Pactos Pela Vida, em Defesa do SUS e de Gestão e aprova
Portanto, no setor da saúde, o planejamento é o instrumento que permite melhorar suas Diretrizes Operacionais, além de definir os instrumentos básicos para o
o desempenho, aperfeiçoar a produção e elevar a eficácia e eficiência dos sistemas planejamento no âmbito do SUS: o Plano de Saúde e suas Programações Anuais de
no desenvolvimento das funções de proteção, promoção, recuperação e reabilitação Saúde e Relatório Anual de Saúde.
da saúde.
Considerando as ações e programas prioritários elencados pela Coordenação‐Geral
da Política de Alimentação e Nutrição e os instrumentos legais de planejamento do
Sistema Único de Saúde, apresentamos as recomendações para o planejamento
municipal.
PLANEJAMENTO PÚBLICO INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO EM SAÚDE
NORMAS CONSTITUCIONAIS E LEGAIS
Nas leis orgânicas da saúde (8.080 e 8.142/90) estão consubstanciados os principais
O Planejamento e o Orçamento Público compreendem a elaboração e execução de elementos norteadores para organização do planejamento, destacamos que todo o
três leis – o plano plurianual (PPA), as diretrizes orçamentárias (LDO) e o orçamento processo deve ser construído com a participação efetiva do conselho de saúde.
anual (LOA) – que, em conjunto, materializam o planejamento e a execução das
políticas públicas. Plano Municipal de Saúde (PS)
Deve apresentar as intenções e os resultados a serem buscados no período de
Plano Plurianual (PPA) estabelece o plano para os próximos quatro anos, sendo que quatro anos, os quais são expressos em objetivos, diretrizes e metas. Define a
o poder executivo deve elaborá‐lo até agosto do primeiro ano de governo. política de saúde no município a partir das informações epidemiológicas,
socioeconômicas e do relatório proveniente da conferência municipal de saúde. O
Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) orienta a elaboração e execução do Plano de Saúde é a base para a execução, o acompanhamento, a avaliação e a gestão
orçamento e serve de orientação da LOA. Até o final de abril de cada ano o executivo do sistema de saúde.
apresenta ao Legislativo, que deve devolvê‐la até o fim de junho.
Programação Anual de Saúde (PAS)
Lei Orçamentária Anual (LOA) define detalhadamente o orçamento financeiro para Operacionaliza as intenções expressas no Plano de Saúde. Nela são detalhadas as
o ano seguinte e deve ser aprovada até o final de setembro. Portanto, os programas ações, as metas e os recursos financeiros que operacionalizam o respectivo Plano,
e ações previstas na LOA terão vinculação financeira prevista no orçamento assim como apresentados os indicadores para a avaliação (a partir dos objetivos, das
municipal. diretrizes e das metas do Plano de Saúde e discutidos no conselho de saúde).
Referência Legal Relatório Anual de Gestão (RAG)
Constituição Federal – Art.165 e 195. Apresenta os resultados alcançados, apurados com base no conjunto de indicadores,
Lei Complementar n. 101/2000. que foram indicados na Programação para acompanhar o cumprimento das metas
nela fixadas.
Material de Apoio
Publicação CONASEMS: Participação Social no SUS: o Olhar da Gestão Municipal. Referência Legal
Série Cadernos de Planejamento/MS – Vol. 3 Portaria n. 3.232, de 28 de dezembro de 2006.
Portaria n. 3.176, de 24 de dezembro de 2008.
Portaria n. 2.751, de 11 de novembro de 2009.
Material de Apoio
Série Cadernos de Planejamento – PlanejaSUS/MS
Leitura Recomendada
O Plano como aposta. Carlos Matus. Tradução do texto de Carlos Matus feita por
Frank Roy Cintra Ferreira. São Paulo em perspectiva. 5 (4): 28‐42 out/dez. 1991.
PLANEJAMENTO DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA
No processo de planejamento das ações de alimentação e nutrição no âmbito Objetivo
municipal, torna‐se imprescindível o conhecimento das principais políticas do Oferecer um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que
abrangem a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico,
Ministério da Saúde que expressam as diretrizes para organização da gestão e da
o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde.
atenção a saúde no Sistema Único de Saúde nas três esferas de gestão.
Diretrizes programáticas
‐ Possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços de saúde e efetivar a
POLÍTICA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO integralidade da assistência a saúde, entre outros.
Objetivo Referência Legal
Promover e assegurar o direito humano à alimentação adequada e reduzir os riscos Portaria nº. 648 de março de 2006.
relacionados aos determinantes e condicionantes da situação de saúde e Material de apoio:
alimentação da população brasileira. www.saude.gov.br/dab
Diretrizes programáticas
‐ Ações intersetoriais com vistas ao acesso universal aos alimentos;
‐ Garantia da segurança e qualidade dos alimentos; POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA SAÚDE
‐ Monitoramento da situação alimentar e nutricional;
‐ Promoção de práticas alimentares e estilos de vida saudáveis; Objetivo
Promover a qualidade de vida e reduzir vulnerabilidade e riscos à saúde relacionados
‐ Prevenção e controle de distúrbios e doenças nutricionais;
aos seus determinantes e condicionantes – modos de viver, condições de trabalho,
‐ Desenvolvimento de linhas de investigação;
habitação, ambiente, educação, lazer, cultura, acesso a bens e serviços essenciais.
‐ Desenvolvimento e capacitação de recursos humanos.
Diretrizes programáticas
Referência Legal Reconhecer na promoção da saúde uma parte fundamental da busca da equidade,
Portaria nº. 710 de julho de 1999. da melhoria da qualidade de vida e de saúde.
Material de apoio: Referência Legal
www.nutricao.saude.gov.br Portaria nº. 687 de março de 2006.
Leitura Recomendada Material de Apoio
Arruda BKG, Arruda IKG. Marcos referenciais da trajetória das políticas de www.saude.gov.br/promocaodasaude
alimentação e nutrição no Brasil. Ver.Bras.Saúde Materno Infantil 2007; 7(3): 319‐26.
SISVAN ‐ MONITORAMENTO DA SITUAÇÃO ALIMENTAR E Instrumentos para a operacionalização do SISVAN:
NUTRICIONAL ‐ Equipamentos antropométricos: balança pediátrica e de plataforma; infantômetro
(estadiômetro infantil ou horizontal), estadiômetro vertical e fita métrica;
O Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) tem como objetivo principal ‐ Calculadora, planilha ou disco para a identificação do Índice de Massa Corporal
promover uma informação contínua sobre as condições alimentares e nutricionais da (IMC);
população e os fatores que as influenciam. Constituindo‐se em uma ferramenta ‐ Declaração de nascido vivo e/ou Caderneta de Saúde da Criança, Caderneta de
epidemiológica bastante utilizada para definir as necessidades de saúde e auxiliar o Saúde do Adolescente, Caderneta de Saúde do Idoso, Caderneta de Saúde de
Gestantes.
planejamento dos serviços.
‐ Gráficos ou tabelas de crescimento infantil e tabelas de valores de IMC para
classificação do estado nutricional do adolescente, segundo sexo;
Considerando que no país as situações de insegurança nutricional perpassam todas
‐ Mapa de acompanhamento do SISVAN para crianças, adolescentes, adultos, idosos
as fases da vida em diferentes magnitudes, recomenda‐se a ampliação da cobertura e gestantes;
da vigilância alimentar e nutricional para todos os grupos populacionais. Podem ser
‐ Planilhas de Tanner para identificação do desenvolvimento puberal do adolescente;
adotados critérios, baseados no perfil epidemiológico nacional, para definir e
‐ Gráficos ou tabelas para avaliação do estado nutricional da gestante segundo IMC
evidenciar os grupos populacionais mais vulneráveis a agravos de nutrição e saúde,
por semana gestacional; e
por exemplo:
‐ Formulário de marcadores do consumo alimentar do SISVAN.
• vulnerabilidade etária: abrange crianças menores de dois anos, gestantes e idosos
com mais de 60 anos; Além de:
• vulnerabilidade por morbidade: abrange casos de indivíduos com diagnóstico co • Realizar processos de educação permanente em serviço; e
de doenças crônicas não‐transmissíveis, com especial atenção para portadores de • Divulgar periodicamente as informações provenientes do Estado Nutricional das
hipertensão arterial, diabetes mellitus e obesidade; pessoas acompanhadas.
• vulnerabilidade social: corresponde aos beneficiários de programas sociais, de
doação de alimentos ou de transferência de renda, como o Programa Bolsa Família, Referência Legal
povos e comunidades tradicionais, moradores sem teto, pessoas em situação de rua, Portaria nº 2.246, de 18 de outubro de 2004.
acampados e moradores de áreas desprovidas de serviços públicos essenciais.
Material de Apoio
Protocolo do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional – SISVAN na Assistência à
O planejamento referente à implantação ou ampliação do SISVAN no nível municipal
Saúde. http://nutricao.saude.gov.br/publicacoes.php
abrange diferentes estratégias que visam preparar as unidades básicas de saúde e
organizar o fluxo de informações do SISVAN. Uma ferramenta muito importante para
Leitura Recomendada
o monitoramento alimentar e nutricional do público atendido na atenção básica à Indicadores de Vigilância Alimentar e Nutricional – Brasil 2006.
saúde é o SISVAN Web. Este deve ser alimentado regularmente com informações http://nutricao.saude.gov.br/publicacoes.php‐ Coutinho, J.G. et al. A organização da
referentes ao estado nutricional e ao consumo alimentar de indivíduos de todas as Vigilância Alimentar e Nutricional no Sistema Único de Saúde: histórico e desafios
fases da vida, de forma a se traçar o perfil alimentar e nutricional da população do atuais. Rev. Bras. Epidemiologia 2009; 12(4): 688‐99.
município.
REDUÇÃO E MONITORAMENTO DO BAIXO PESO ∙ Fortalecer a implementação do Programa Nacional de Suplementação de Ferro e o
Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A;
A erradicação da pobreza e da fome está entre os objetivos consignados nos ∙ Apoiar ações de estímulo ao aleitamento materno exclusivo até os seis meses e
compromissos estabelecidos pelos Estados–Membros das Nações Unidas. Para complementar até os 2 anos de idade, pelo menos e estimular e apoiar a
tal, os desafios são: reduzir pela metade, até 2015, a proporção da população que implantação da Estratégia Nacional para a Alimentação Complementar Saudável;
vive abaixo da linha da pobreza e a proporção da população que sofre com a fome. ∙ Monitorar a alimentação e utilização do sistema informatizado de vigilância
Trabalhar nessas metas exige programas de geração de renda, redução da elevada alimentar e nutricional (SISVAN Web) para o diagnóstico nutricional individual e
desigualdade entre ricos e pobres e direito à alimentação saudável para todos. coletivo.
PACTO PELA VIDA PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA ‐ PBF
Entre as iniciativas do Ministério da Saúde, realizadas por intermédio da Historicamente o Ministério da Saúde, por intermédio da Coordenação‐Geral da
Coordenação‐Geral da Política de Alimentação e Nutrição, destacamos a inclusão de Política de Alimentação e Nutrição, apresentou várias iniciativas para o
indicadores na pactuação 2010 e 2011, proveniente do Pacto pela Saúde, com o enfrentamento e redução da fome e desnutrição, programas que estabeleciam,
objetivo de reduzir e monitorar a prevalência de baixo peso em crianças menores de desde a entrega de alimentos até a transferência de renda vinculada a
5 anos. condicionalidades.
Pacto pela Vida e de Gestão – Pactuação 2010 e 20111 O Programa Bolsa Família‐PBF apresenta uma linha de continuidade nesta forma de
As prioridades, objetivos, metas e indicadores dos Pactos pela Vida e de Gestão enfrentamento da fome e desnutrição, ele integra a estratégia “Fome Zero”, que tem
representam o compromisso entre os gestores do SUS em torno de prioridades que o objetivo de assegurar o direito humano à alimentação adequada, promovendo a
impactam nas condições de saúde da população. segurança alimentar e nutricional e contribuindo para a erradicação da extrema
pobreza e para a conquista da cidadania pela parcela da população mais vulnerável à
Indicadores do Objetivo V ‐ Reduzir e monitorar a prevalência de baixo peso em fome.
crianças menores de 5 anos.
Indicador 21 ‐ Percentual de crianças menores de cinco anos com baixo peso para Referência Legal
idade. Portaria nº 2.669, de 3 de novembro de 2009 – Pactuação
Indicador 22 – Percentual de famílias com perfil saúde beneficiárias do Programa Lei 10.836, de 09 de janeiro de 2004 – Bolsa Família
Bolsa Família acompanhadas pela atenção básica. Decreto nº 5.209, de 17 de setembro de 2004 – Bolsa Família
Ações estratégicas que podem contribuir para o alcance das metas: Material de Apoio
∙ Estimular que o grupo de risco nutricional seja priorizado para realizar o Instrutivo da Pactuação 2010/11: http://portalweb04.saude.gov.br/sispacto/
acompanhamento periódico do crescimento e desenvolvimento, com atenção Dez passos para alimentação saudável
especial ao público mais vulnerável, como os beneficiários do Programa Bolsa Família Cadernos de Atenção Básica n. 23 – Nutrição Infantil
e outras populações em situação de vulnerabilidade econômica, social e de saúde;
∙ Supervisão das equipes de Saúde da Família e discussão periódica dos resultados Leitura Recomendada
alcançados; http://www.ibfan.org.br/
http://portal.saude.gov.br/portal/saude/cidadao/visualizar_texto.cfm?idtxt=30133
OBESIDADE ‐ Organizar a linha de cuidados ao indivíduo portador da obesidade, considerando
todos os níveis de atenção, promovendo, desta forma, a integralidade da assistência.
As doenças e agravos não transmissíveis vêm aumentando e, no Brasil, são a
‐ Disseminar a cultura da alimentação saudável e seus atributos em consonância com
principal causa de óbitos em adultos, sendo a obesidade um dos fatores de maior
os princípios do Guia Alimentar para crianças menores de dois anos e o Guia
risco para o adoecimento neste grupo.
Alimentar para a População Brasileira;
Diagnóstico Nutricional – Avaliação do Estado Nutricional ‐ Apoiar e fortalecer o desenvolvimento de ações que promovam e garantam a
adoção de práticas alimentares mais saudáveis no ambiente escolar;
A prevenção e o diagnóstico precoce da obesidade são importantes aspectos para a
promoção da saúde e redução de morbimortalidade, não só por ser um fator de risco ‐ Incentivar o consumo de frutas e hortaliças, especialmente os alimentos regionais;
importante para outras doenças, mas também por interferir na qualidade da vida.
Referência Legal
A Vigilância Alimentar e Nutricional, por intermédio do SISVAN, tem o objetivo de
Portaria nº. 710, de julho de 1999.
fazer o diagnóstico descritivo e analítico da situação alimentar e nutricional da
Portaria Nº 1.569, de 28 de junho de 2007.
população do seu município.
Material de Apoio
Organização da Atenção à Saúde
Protocolo do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional – SISVAN na assistência a
Saúde: http://nutricao.saude.gov.br/publicacoes.php
‐ Identificar os principais determinantes e condicionantes que contribuem para
Caderno de Atenção Básica n. 12‐ Obesidade/MS
aumento significativo da obesidade;
Guia Alimentar para a População Brasileira/MS
‐ Realizar o monitoramento do estado alimentar e nutricional da população por meio Guia Alimentar para crianças menores de 2 anos/ MS
do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional – SISVAN Web, implementado‐o em Diretrizes e Recomendações para o Cuidado Integral nas DCNT:
todas as unidades básicas de saúde; http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/volume_8_completo.pdf
‐ Utilizar os dados do monitoramento (SISVAN Web) para o planejamento de ações Leitura Recomendada
em âmbito municipal e local; ‐ Série Pactos pela Saúde: Diretrizes e orientações para o cuidado integral nas
DCNT/MS
‐ Promover educação permanente dos profissionais de saúde em relação à temática
‐ Estratégia Global para Promoção da Alimentação Saudável, Atividade Física e
da obesidade e doenças crônicas não transmissíveis.
Saúde/OMS
‐ Organizar o processo de trabalho na atenção básica, nas equipes da estratégia ‐ Gigante, Denise et al. Prevalência de excesso de peso e obesidade e fatores
saúde da família e dos núcleos de apoio à saúde da família (NASF) para realizar associados, Brasil, 2006. Rev Saúde Pública, v. 43 (Supl 2): p. 83‐89, 2009.
diagnóstico individual e coletivo, desenvolver os cuidados alimentares e nutricionais
e promover a alimentação saudável em relação a obesidade;
DEFICIÊNCIA DE MICRONUTRIENTES Programa Nacional de Suplementação de Ferro
As ações do Ministério da Saúde para reduzir a prevalência da deficiência de O Programa Nacional de Suplementação de Ferro consiste na suplementação
micronutrientes na população brasileira estão apoiadas na suplementação com preventiva com sulfato ferroso para todas as crianças de 6 meses a 18 meses de
sulfato ferroso e megadoses de vitamina A; fortificação das farinhas de trigo e milho idade, gestantes a partir da 20ª semana e mulheres até o 3º mês pós‐parto.
enriquecidas com ferro e ácido fólico e a adição de iodo no sal para consumo
humano e na educação alimentar e nutricional. Identificação e acompanhamento do público a ser assistido
Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A Cada município deverá adotar a sua estratégia para a identificação da população que
será atendida e rotineiramente acompanhada, podendo ser:
‐ Por demanda espontânea nas unidades de saúde (identificação durante as
Para prevenir e controlar a deficiência de vitamina A, o Ministério da Saúde faz
consultas regulares do Crescimento e Desenvolvimento infantil e do Pré‐natal);
aquisição e distribuição de cápsulas de vitamina A na concentração de 100.000 UI
‐ Por busca ativa, realizada através dos Agentes Comunitários de Saúde, Equipe
para crianças de 6 a 11 meses de idade e na concentração de 200.000 UI para
Saúde da Família;
crianças de 12 a 59 meses de idade e para as puérperas (mulheres no pós‐parto ‐ Em campanhas de vacinação e em maternidades;
imediato, antes da alta hospitalar), nos Estados da Região Nordeste e no Estado de ‐ Por meio da indicação de parceiros que atuam na prevenção e controle dos
Minas Gerais (Vale do Jequitinhonha e Vale do Mucuri). distúrbios nutricionais em nível local como, por exemplo, os líderes da Pastoral da
Criança, dentre outras.
Estratégias para prevenir a deficiência de vitamina A
‐ Educação nutricional com ênfase na diversificação da dieta e estímulo e aumento Referência Legal
do consumo de alimentos fontes de vitamina A e fomento à produção e cultivo Portaria n. 730, de 13 de maio de 2005.
desses alimentos;
‐ Suplementação com megadoses de vitamina A. Material de Apoio
‐ Cadernos de Atenção Básica n. 20: Carências de Micronutrientes
Referência Legal ‐ Manual Operacional do Programa
Portaria n. 729, de 13 de maio de 2005. http://nutricao.saude.gov.br/ferro.php
Material de apoio Leitura Recomendada
Vitamina A Mais – Programa Nacional de Suplemetnação de Vitamina A Informe de Atenção Básica nº 46
http://nutricao.saude.gov.br/documentos/vita/manual_vita.pdf http://dtr2004.saude.gov.br/dab/docs/publicacoes/informes/psfinfo46.pdf
Cadernos de Atenção Básica n. 20: Carências de Micronutrientes
http://nutricao.saude.gov.br/vita.php Sistema de Gerenciamento dos Programas de Suplementação
Com o objetivo de acompanhar a execução dos Programas de Suplementação por
Leitura Recomendada meio das informações sobre o número de pessoas (crianças, gestantes e mulheres no
Boletim de Carências Nutricionais pós‐parto) que receberam quais e quantos suplementos mês a mês, foi criado um
http://nutricao.saude.gov.br/documentos/boletim_carencias_nutricionais_vita_a.pdf sistema de gerenciamento para cada programa.
Para cadastrar a Secretaria Municipal de Saúde, acesse a página da CGPAN http://nutricao.saude.gov.br/iodo.php
(http://www.saude.gov.br/nutricao) clique em Acesso Restrito e digite em Usuário, o
número do IBGE do município e em Senha, aquela alfanumérica gerada pela CGPAN Leitura Recomendada
(caso não possua, entre em contato com a coordenação estadual). Clique em Boletim de Carências Nutricionais
“Cadastro da Secretaria Municipal de Saúde”. Informe o CNPJ e clique em “Enviar”. http://nutricao.saude.gov.br/documentos/boletim_carencias_nutricionais.pdf
Em seguida, confirme ou altere os dados que aparecerão na tela.
Programa Nacional de Controle dos Distúrbios por Deficiência de
Iodo
No Brasil, o Ministério da Saúde preconiza a iodação do sal desde a década de 1950,
por ser a estratégia mais efetiva, de menor custo e de mais fácil implementação. O
Programa Nacional de Controle dos Distúrbios por Deficiência de Iodo (Pró‐Iodo ),
coordenado pelo Ministério da Saúde, em parceria com outros órgãos e entidades, é
uma das ações mais bem sucedidas no combate aos distúrbios por deficiência de
micronutrientes. Seu objetivo é promover a eliminação virtual sustentável dos
Distúrbios por Deficiência de Iodo (DDI).
Linhas de ação do PRÓ‐IODO
O Pró‐Iodo apresenta as seguintes linhas de ação:
I ‐ monitoramento do teor de iodo do sal para consumo humano;
II ‐ monitoramento do impacto da iodação do sal na saúde da população;
III ‐ atualização dos parâmetros legais dos teores de iodo do sal destinado ao
consumo humano; e
IV ‐ implementação contínua de estratégias de informação, educação, comunicação
e mobilização social.
Referência Legal
Portaria Nº 2.362, de 1º de dezembro de 2005
Resolução ‐ RDC Nº 130, de 26 de maio de 2003
Material de Apoio
Manual Técnico e Operacional do Pró‐Iodo
Cadernos de Atenção Básica n. 20: Carências de Micronutrientes
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO NA ATENÇÃO BÁSICA A baixa oferta de ações de alimentação e nutrição na rede de unidades básicas de
saúde, ou a sua baixa incorporação na atuação das equipes de saúde, implica em
limitar o cumprimento dos princípios da integralidade, universalidade e
Núcleo de Apoio à Saúde da Família‐NASF
resolubilidade da atenção à saúde. Para superar esse desafio, é preciso, além de
A inserção das ações de Alimentação e Nutrição na Atenção básica favorece a
fomentar a inserção das ações de alimentação e nutrição, no âmbito das estratégias
discussão e a implementação das diretrizes da Política Nacional de Alimentação e
de atenção à saúde, de forma multidisciplinar, promover o apoio e a incorporação
Nutrição (PNAN), potencializa a prática de promoção da alimentação saudável junto
qualificada do nutricionista, especialmente na rede básica de saúde (fonte: matriz).
aos profissionais e a comunidade, situa a alimentação e nutrição na perspectiva do
Direito Humano à Alimentação Adequada, permitindo uma visão ampliada do
Processo de trabalho do nutricionista no NASF
processo saúde e doença, a partir do processo de trabalho multidisciplinar e
‐ Elaboração do planejamento, implementação, monitoramente e avaliação das
interdisciplinar.
ações de alimentação e nutrição no território de cada equipe da saúde da família;
Eixos Estratégicos ‐ O trabalho remete à compreensão de uma tecnologia de gestão denominada de
‐ Promoção de práticas alimentares saudáveis, em âmbito individual e coletivo, em “apoio matricial”, que apresenta as dimensões de suporte: assistencial e técnico‐
todas as fases do ciclo de vida; pedagógico, dentre as possibilidades de organização do trabalho, destacamos:
‐ Contribuição na construção de estratégias para responder às principais demandas ‐ Formulação de projeto terapêutico singular/discussão de casos;
assistenciais quanto aos distúrbios alimentares, deficiências nutricionais, desnutrição ‐ Atendimento em conjunto;
e obesidade; ‐ Ações programáticas em saúde;
‐ Desenvolvimento de projetos terapêuticos, especialmente nas doenças e agravos ‐ Visitas domiciliares em conjunto com os profissionais da saúde da família;
não‐transmissíveis; ‐ Educação em saúde dos profissionais da saúde da família.
‐ Realização do diagnóstico alimentar e nutricional da população, com a identificação
de áreas geográficas, segmentos sociais e grupos populacionais de maior risco aos Referência Legal
agravos nutricionais, bem como identificação de hábitos alimentares regionais e suas Portaria nº. 710, de julho de 1999.
potencialidades para promoção da saúde. Portaria nº 648, de março de 2006.
‐ Promoção da segurança alimentar e nutricional fortalecendo o papel do setor Portaria nº 154, de janeiro de 2008.
saúde no sistema de segurança alimentar e nutricional, instituído pela Lei nº 11.346,
de 15 de setembro de 2006, com vistas ao direito humano à alimentação adequada. Material de Apoio
Cadernos de Atenção Básica 23 ‐ NASF
Alimentação e Nutrição no NASF Matriz das Ações de Alimentação e Nutrição na Atenção Primária
As ações de alimentação e nutrição a serem desenvolvidas pelos profissionais dos Manual de Orientações das Ações de Alimentação e Nutrição no NASF
Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) conjuntamente com as Equipes da http://nutricao.saude.gov.br/publicacoes.php (Matriz e Manual)
Saúde da Família, orientam‐se pelos princípios da universalidade, da acessibilidade e
da coordenação do cuidado, do vínculo e continuidade da atenção, da integralidade, Leitura Recomendada
da responsabilização, da humanização, da equidade, da interdisciplinaridade, do CAMPOS, G.W.S; Domitti, A. Apoio matricial e equipe de referência: uma
trabalho intersetorial e da participação social. metodologia para a gestão do trabalho interdisciplinar em saúde Cad. Saúde Pública,
Rio de Janeiro, 23(2):399‐407, fev, 2007.
ESTRATÉGIA NACIONAL PARA A ALIMENTAÇÃO Material de Apoio
Estratégia Nacional para a Alimentação Complementar Saudável: Caderno do Tutor.
COMPLEMENTAR SAUDÁVEL ‐ ENPACS
Dez Passos para uma Alimentação saudável: Guia Alimentar para Crianças Menores
A introdução de alimentos na dieta da criança após os seis meses de idade deve de 2 anos.
complementar as numerosas qualidades e funções do leite materno, que deve ser Cadernos de Atenção Básica n. 23 – Saúde da Criança: Nutrição Infantil
mantido preferencialmente até os dois anos de vida ou mais.
Preparações regionais para crianças dos 6 aos 24 meses
Além de suprir as necessidades nutricionais, a partir dos seis meses a introdução da Dez Passos para uma Alimentação Saudável: Folder
alimentação complementar aproxima progressivamente a criança aos hábitos
alimentares de quem cuida dela e exige todo um esforço adaptativo a uma nova fase http://nutricao.saude.gov.br/publicacoes.php
do ciclo de vida, na qual lhe são apresentados novos sabores, cores, aromas, texturas
e saberes. Procura‐se contemplar a formação de hábitos alimentares saudáveis Leitura Recomendada
desde a infância, com a introdução da alimentação complementar em tempo Impactos da implementação dos dez passos da alimentação saudável para crianças:
oportuno e de qualidade, respeitando a identidade cultural e alimentar das diversas ensaio de campo randomizado. Cadernos de Saúde Pública, 21 (5):1448‐1457; 2005.
regiões brasileiras. Metodologias Ativas de ensino‐aprendizagem na formação profissional em saúde:
debates atuais. Ciência & Saúde Coletiva, 13 (Supl 2):2133‐2144, 2008.
A ENPACS é uma estratégia definida para fortalecer as ações de apoio e promoção à
Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças de
alimentação complementar saudável no Sistema Único de Saúde. Tem por objetivo
Primeira Infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras.
incentivar a orientação alimentar como atividade de rotina nos serviços de saúde.
Para garantir o alcance e a efetividade da proposta formou‐se um núcleo operacional Guia Alimentar para crianças menores de 2 anos
de facilitadores capacitados pela Rede Internacional em Defesa do Direito de http://nutricao.saude.gov.br/publicacoes.php
Amamentar ‐ IBFAN Brasil e a Coordenação‐Geral da Política de Alimentação e
Nutrição do Ministério da Saúde. Esse núcleo operacional capacitou uma rede de
tutores estaduais, em todas as unidades da federação, que são responsáveis por
multiplicar as oficinas nas Unidades Básicas de Saúde de seus municípios.
O objetivo da oficina é habilitar tutores em alimentação complementar, por meio da
educação critico‐reflexiva, capacitando‐os para a multiplicação e formação de novos
tutores e para a realização de oficinas de trabalho em alimentação complementar
nas Unidades de Atenção à Saúde.
Para realizar a capacitação da ENPACS em seu município, entre em contato com a
sua Coordenação Estadual.
INTERSETORIALIDADE
Material de Apoio
A promoção da alimentação saudável e adequada, como componente da qualidade Caderno de Atenção Básica nº 24 – Saúde na Escola.
de vida , destaca‐se no âmbito das políticas públicas saudáveis, da governabilidade, Manual Operacional para profissionais da saúde e da educação: promoção da
da gestão social integrada, da intersetorialidade, das estratégias dos municípios alimentação saudável.
saudáveis e do desenvolvimento local. No nosso entendimento, estes são
mecanismos operacionais concretos para a implementação da estratégia da
promoção da saúde e da qualidade de vida, com ênfase particular no contexto do SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL
nível local. Do ponto de vista conceitual, a intersetorialidade procura superar a visão
isolada e fragmentada na formulação e implementação de políticas e na organização Todo mundo tem direito a uma alimentação saudável, acessível, de qualidade, em
do setor saúde. (BUSS, 2000) quantidade suficiente e de modo permanente. Isso é segurança alimentar e
nutricional. Ela deve ser totalmente baseada em práticas alimentares promotoras da
PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA saúde, sem nunca comprometer o acesso a outras necessidades essenciais. Esse é
um direito do brasileiro, um direito de se alimentar devidamente, respeitando
O Programa Saúde na Escola ‐ PSE surge como uma política intersetorial entre os particularidades e características culturais de cada região.
Ministérios da Saúde e da Educação, na perspectiva da atenção integral (prevenção,
promoção e atenção) à saúde de crianças, adolescentes e jovens do ensino público Espera‐se que o setor saúde seja protagonista na busca pela intersetorialidade, com
básico, no âmbito das escolas e unidades básicas de saúde, realizadas pelas Equipes vistas a alavancar as discussões que envolvem a Segurança Alimentar e Nutricional e
de Saúde da Família. O Programa está organizado em cinco componentes: o Direito Humano à Alimentação Adequada das populações.
‐ Avaliação clínica e psicossocial;
‐ Ações de promoção da saúde e prevenção das doenças e agravos; Referência Legal
‐ Educação permanente e capacitação de profissionais da Educação e Saúde e de Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional – LOSAN (Lei n.11.346, de 15 de
jovens; setembro de 2006)
‐ Monitoramento e avaliação da saúde dos estudantes; e
‐ Monitoramento e avaliação do Programa. Material de Apoio
http://nutricao.saude.gov.br
Na prática o PSE aponta que as equipes de Saúde da Família e da Educação Básica www.presidencia.gov.br/consea
devem constituir uma estratégia para a integração e a articulação permanente entre
as políticas e ações de educação e de saúde, com a participação da comunidade Leitura Recomendada
escolar. BUSS, Paulo Marchiori. Promoção da saúde e qualidade de vida. Ciênc. saúde
coletiva [online]. 2000, vol.5, n.1, pp. 163‐177. ISSN 1413‐8123.
Referência Legal Ação Brasileira pela Nutrição e Direitos Humanos (ABRANDH). Direito Humano à
Portaria Interministerial n. 1.010, de 8 de Maio de 2006. Alimentação Adequada no Contexto da Segurança Alimentar e Nutricional. Brasília,
Decreto Presidencial nº 8286, de 5 de Dezembro de 2007. DF: ABRANDH, 2010. 204p.
Portaria MS Nº 2931, de 4 de Dezembro de 2008.
Portaria MS nº 3146, de 17 de Dezembro de 2010.