Documentos de Académico
Documentos de Profesional
Documentos de Cultura
Que Es Un Concepto, Deleuze
Que Es Un Concepto, Deleuze
21
m e d i d a en q u e su c o n c e p t o es el d e o t r o —sujeto q u e se presenta
c o m o objeto— especial con relación al yo: éstos son sus dos c o m -
ponentes. Efectivamente, si lo identificamos con u n objeto espe-
cial, el O t r o ya n o es más q u e el o t r o sujeto tal c o m o se m e pre-
senta a mí; y si lo identificamos c o n o t r o sujeto, yo soy el O t r o
tal c o m o m e presento a él. T o d o c o n c e p t o remite a u n p r o b l e m a ,
a u n o s problemas sin los cuales carecería d e sentido, y q u e a su
v e z sólo p u e d e n ser despejados o c o m p r e n d i d o s a m e d i d a q u e se
v a y a n solucionando: nos e n c o n t r a m o s aquí m e t i d o s e n un p r o -
b l e m a que se refiere a la pluralidad d e sujetos, a su relación, a su
presentación recíproca. P e r o t o d o c a m b i a , e v i d e n t e m e n t e , c u a n -
d o creemos descubrir otro p r o b l e m a : ¿en q u é consiste la posi-
ción del O t r o , q u e el o t r o sujeto sólo «ocupa» c u a n d o se m e
presenta c o m o objeto especial, y q u e o c u p o yo a m i vez c o m o ob-
jeto especial c u a n d o m e p r e s e n t o a él? E n esta perspectiva, el
O t r o no es nadie, ni sujeto ni objeto. Hay varios sujetos p o r q u e
existe el O t r o , y no a la inversa. P o r lo t a n t o el O t r o reclama u n
c o n c e p t o a priori del cual d e b e n resultar el objeto especial, el
o t r o sujeto y el yo, y n o a la inversa. E l o r d e n ha c a m b i a d o , t a n t o
c o m o la naturaleza de los conceptos, t a n t o c o m o los p r o b l e m a s a
los que supuestamente tenían q u e d a r respuesta. D e j a m o s a u n
lado la cuestión de saber q u é diferencia hay e n t r e u n p r o b l e m a
en ciencia y en filosofía. Pero incluso e n filosofía s ó l o se c r e a n
conceptos en función de los p r o b l e m a s q u e se c o n s i d e r a n m a l
vistos o mal planteados (pedagogía de! c o n c e p t o ) .
22
ble y diga «tengo miedo» para otorgar una realidad a lo posible
c o m o tal (aun c u a n d o sus palabras fueran mentira). El «yo»
c o m o indicación lingüística n o tiene otro sentido. Ni siquiera
resulta imprescindible: China es un m u n d o posible, p e r o ad-
quiere realidad a partir del m o m e n t o en que se habla c h i n o o
q u e se habla de China en un campo de experiencia dado. Cosa
muy diferente del caso en el q u e China se realiza convirtién-
dose en propio c a m p o de experiencia. Así pues, t e n e m o s u n
concepto del Otro q u e tan sólo presupone c o m o condición' la
determinación de u n m u n d o sensible. El O t r o surge bajo esta
condición c o m o la expresión de un posible. El O t r o es un
m u n d o posible, tal c o m o existe en un rostro q u e lo expresa, y
se efectúa e n un lenguaje q u e le confiere una realidad. E n este
sentido, constituye u n concepto de tres c o m p o n e n t e s insepara-
bles: m u n d o posible, rostro existente, lenguaje real o palabra.
E v i d e n t e m e n t e , t o d o concepto tiene su historia. Este con-
cepto del O t r o remite a Lcibniz, a los mundos posibles d e Leib-
niz y a la m ó n a d a c o m o expresión del m u n d o ; pero n o se trata
del m i s m o problema, p o r q u e los posibles de Lcibniz n o existen
e n el m u n d o real. R e m i t e también a la lógica m o d a l d e las pro-
posiciones, p e r o éstas n o confieren a los m u n d o s posibles la
realidad q u e c o r r e s p o n d e a sus condiciones d e verdad (incluso
cuando Wittgenstein c o n t e m p l a proposiciones d e t e r r o r o d e
dolor n o v e e n ellas modalidades expresables e n una posición
del Otro, p o r q u e deja q u e el O t r o oscile e n t r e o t r o sujeto y un
objeto especial). Los m u n d o s posibles poseen u n a historia muy
larga.' R e s u m i e n d o , decimos d e todo concepto, q u e siempre
tiene u n a historia, a u n q u e esta historia zigzaguee, o incluso lle-
gue a discurrir por o t r o s problemas o por p l a n o s diversos. E n
u n c o n c e p t o hay, las m á s d e las veces, trozos o c o m p o n e n t e s
procedentes d e otros conceptos, q u e respondían a otros proble-
mas y suponían otros planos. N o puede ser d e otro m o d o ya
23
q u e cada c o n c e p t o lleva a cabo u n a n u e v a repartición, adquiere
u n p e r í m e t r o n u e v o , t i e n e q u e ser r e a c t i v a d o o recortado.
P e r o p o r otra p a r t e u n c o n c e p t o t i e n e u n devenir q u e a t a ñ e
e n este caso a u n o s c o n c e p t o s q u e se sitúan en el m i s m o plano.
Aquí, los c o n c e p t o s se c o n c a t e n a n u n o s a otros, se solapan m u -
t u a m e n t e , c o o r d i n a n sus p e r í m e t r o s , c o m p o n e n sus p r o b l e m a s
respectivos, p e r t e n e c e n a la m i s m a filosofía, incluso c u a n d o tie-
n e n historias d i f e r e n t e s . E n e f e c t o , t o d o concepto, puesto q u e
t i e n e u n n ú m e r o finito d e c o m p o n e n t e s , se bifurcará sobre o t r o s
c o n c e p t o s , c o m p u e s t o s d e m o d o d i f e r e n t e , p e r o q u e constituyen
o t r a s r e g i o n e s del m i s m o plano, q u e r e s p o n d e n a p r o b l e m a s q u e
se p u e d e n relacionar, q u e son partícipes d e una co-creación. U n
c o n c e p t o n o sólo exige u n p r o b l e m a b a j o el cual modifica o susti-
t u y e c o n c e p t o s anteriores, s i n o u n a encrucijada d e p r o b l e m a s
d o n d e se junta con o t r o s c o n c e p t o s coexistcntcs. E n el caso del
c o n c e p t o del O t r o c o m o e x p r e s i ó n d e u n m u n d o posible en u n
á m b i t o d e p e r c e p c i ó n , n o s v e m o s i m p u l s a d o s a considerar d e u n
m o d o n u e v o los c o m p o n e n t e s d e este á m b i t o en sí mismo: el
O t r o , n o s i e n d o ya u n sujeto del á m b i t o ni un objeto en el á m -
bito, va a c o n s t i t u i r la c o n d i c i ó n bajo la cual se redistribuyen n o
sólo el objeto y el sujeto, sino la figura y el telón d e f o n d o , los
m á r g e n e s y el c e n t r o , el móvil y la r e f e r e n c i a , lo transitivo y lo
sustancial, la longitud y la p r o f u n d i d a d . . . E l O t r o s i e m p r e es per-
c i b i d o c o m o otro, p e r o en su c o n c e p t o representa la c o n d i c i ó n
d e t o d a p e r c e p c i ó n , t a n t o para los d e m á s c o m o para nosotros. Es
la c o n d i c i ó n bajo la cual se pasa d e u n m u n d o a otro. E l O t r o
h a c e q u e pase el m u n d o , y el «yo» ya t a n sólo designa un m u n d o
p r e t é r i t o («estaba tranquilo...»). P o r e j e m p l o , el O t r o es suficiente
p a r a t r a n s f o r m a r toda longitud e n una p r o f u n d i d a d posible en el
espacio, e i n v e r s a m e n t e , hasta tal p u n t o que, si este c o n c e p t o
n o f u n c i o n a r a d e n t r o del c a m p o p e r c e p t i v o , las transiciones y las
i n v e r s i o n e s se v o l v e r í a n i n c o m p r e n s i b l e s y chocaríamos conti-
n u a m e n t e c o n t r a las cosas, p u e s t o q u e lo posible habría desapa-
r e c i d o . O p o r lo m e n o s , filosóficamente, habría q u e e n c o n t r a r
o t r a razón para q u e n o a n d u v i é r a m o s d á n d o n o s golpes... D e este
m o d o , en u n p l a n o d c t e r m i n a b l e , v a m o s p a s a n d o d e un c o n c e p t o
a o t r o a t r a v é s d e una especie d e p u e n t e : la creación de un c o n -
c e p t o del O t r o con u n o s c o m p o n e n t e s semejantes acarreará la
24
creación d e u n c o n c e p t o n u e v o d e espacio perceptivo, con otros
c o m p o n e n t e s p o r d e t e r m i n a r (no darse golpes, o n o darse d e m a -
siados golpes, f o r m a r á parte de estos c o m p o n e n t e s ) .
H e m o s p a r t i d o d e un ejemplo bastante complejo. ¿ C ó m o pro-
c e d e r d e otro m o d o , p u e s t o q u e n o existen c o n c e p t o s simples? E l
lector p u e d e p a r t i r de cualquier ejemplo q u e sea d e su agrado.
E s t a m o s c o n v e n c i d o s d e q u e extraerá la m i s m a s consecuencias
respecto a la naturaleza del c o n c e p t o o al c o n c e p t o d e concepto.
Para empezar, cada c o n c e p t o remite a otros conceptos, n o sólo
e n su historia, s i n o en su d e v e n i r o en sus c o n e x i o n e s actuales.
Cada c o n c e p t o t i e n e u n o s c o m p o n e n t e s q u e p u e d e n a su vez ser
t o m a d o s c o m o c o n c e p t o s (así el O t r o incluye el rostro e n t r e sus
c o m p o n e n t e s , p e r o el Rostro en sí m i s m o será c o n s i d e r a d o u n
c o n c e p t o q u e p o s e e en sí m i s m o u n o s c o m p o n e n t e s ) . Así pues,
los c o n c e p t o s se extienden hasta el infinito y, c o m o están crea-
dos, n u n c a se c r e a n a partir d e la nada. E n s e g u n d o lugar, lo
p r o p i o del c o n c e p t o consiste en volver los c o m p o n e n t e s inse-
parables dentro de él: distintos, heterogéneos y n o obstante n o
separables, tal es el estatuto de los c o m p o n e n t e s , o lo q u e d e f i n e
la consistencia del c o n c e p t o , su endoconsistencia. Y es q u e re-
sulta q u e cada c o m p o n e n t e distinto presenta u n s o l a p a m i e n t o
parcial, u n a zona d e p r o x i m i d a d o u n u m b r a l d e indiscernibili-
dad c o n o t r o c o m p o n e n t e : por ejemplo, e n el c o n c e p t o del O t r o ,
el m u n d o posible n o existe al m a r g e n del r o s t r o q u e lo expresa,
aun c u a n d o se diferencia d e él c o m o lo expresado y la expresión;
y el rostro a su v e z es la p r o x i m i d a d d e las palabras d e las q u e ya
constituye el portavoz. Los c o m p o n e n t e s siguen s i e n d o distintos,
p e r o algo pasa d e u n o a otro, algo indecidiblc e n t r e ambos: hay
un á m b i t o ab q u e p e r t e n e c e t a n t o a a c o m o a b, en el q u e a y b
se v u e l v e n indiscernibles. Estas zonas, u m b r a l e s o devenires, esta
indisolubilidad, son las q u e d e f i n e n la consistencia interna del
c o n c e p t o . P e r o éste posee t a m b i é n u n a exoconsistencia, con
otros conceptos, c u a n d o su creación respectiva implica la cons-
trucción d e u n p u e n t e sobre el m i s m o p l a n o . Las zonas y los
p u e n t e s son las junturas del concepto.
E n tercer lugar, cada c o n c e p t o será p o r lo t a n t o c o n s i d e r a d o
el p u n t o d e coincidencia, d e c o n d e n s a c i ó n o d e a c u m u l a c i ó n d e
sus propios c o m p o n e n t e s . El p u n t o c o n c e p t u a l r e c o r r e incesante-
25
m e n t e sus c o m p o n e n t e s , subiendo y b a j a n d o d e n t r o d e ellos.
C a d a c o m p o n e n t e e n este sentido es u n raigo intensivo, u n a or-
d e n a d a intensiva q u e n o debe ser p e r c i b i d a c o m o g e n e r a l ni
c o m o particular, sino c o m o una mera s i n g u l a r i d a d —«un» m u n d o
posible, «un» rostro, «unas» palabras— q u e se particulariza o se
generaliza según se le otorguen unos v a l o r e s variables o se le
asigne una f u n c i ó n c o n s t a n t e . Pero, a la i n v e r s a d e lo q u e s u c e d e
c o n la ciencia, n o hay c o n s t a n t e ni variable en el c o n c e p t o , y n o
se d i f e r e n c i a r á n especies variables p a r a u n g é n e r o c o n s t a n t e
c o m o t a m p o c o una especie constante para u n o s i n d i v i d u o s varia-
bles. Las relaciones e n el c o n c e p t o n o s o n d e c o m p r e n s i ó n ni d e
e x t e n s i ó n , sino sólo d e ordenación, y los c o m p o n e n t e s del c o n -
c e p t o n o son c o n s t a n t e s ni variables, s i n o m e r a s variaciones or-
d e n a d a s en f u n c i ó n d e su proximidad. S o n p r o c e s u a l e s , m o d u l a -
res. El c o n c e p t o d e u n pájaro no reside e n su g é n e r o o e n su
especie, sino e n la c o m p o s i c i ó n de sus poses, d e su c o l o r i d o y d e
sus trinos: algo indiscernible, más sineidesia q u e sinestesia. U n
c o n c e p t o es u n a heterogénesis, es decir u n a o r d e n a c i ó n d e sus
c o m p o n e n t e s p o r zonas d e proximidad. E s u n o r d i n a l , u n a i n t e n -
s i ó n c o m ú n a todos los rasgos que lo c o m p o n e n . C o m o los r e c o -
r r e i n c e s a n t e m e n t e s i g u i e n d o un orden sin d i s t a n c i a , el c o n c e p t o
está en e s t a d o d e sobrevuelo respecto d e sus c o m p o n e n t e s . E s t á
i n m e d i a t a m e n t e c o p r e s e n t e sin distancia a l g u n a e n t o d o s sus
c o m p o n e n t e s o variaciones, pasa y v u e l v e a pasar p o r ellos: es
u n a cantinela, u n o p u s q u e tiene su c i f r a .
E l c o n c e p t o es i n c o r p ó r e o , a u n q u e se e n c a r n e o se e f e c t ú e en
los cuerpos. P e r o p r e c i s a m e n t e no se c o n f u n d e c o n el e s t a d o d e
c o s a s e n q u e se e f e c t ú a . C a r e c e d e c o o r d e n a d a s e s p a c i o t e m p o r a -
les, sólo t i e n e o r d e n a d a s intensivas. C a r e c e d e e n e r g í a , sólo t i e n e
intensidades, es a n e r g é t i c o (la energía n o es la i n t e n s i d a d , s i n o el
m o d o e n el q u e ésta se despliega y se a n u l a e n u n e s t a d o d e cosas
extensivo). E l c o n c e p t o expresa el a c o n t e c i m i e n t o , n o la esencia
o la cosa. E s u n A c o n t e c i m i e n t o p u r o , u n a h e c c e i d a d , u n a e n t i -
d a d : el a c o n t e c i m i e n t o d e O t r o , o el a c o n t e c i m i e n t o del r o s t r o
( c u a n d o a su v e z se t o m a e l rostro c o m o c o n c e p t o ) . O el p á j a r o
c o m o a c o n t e c i m i e n t o . E l c o n c e p t o se d e f i n e p o r la inseparabili-
dad de un número finito de componentes heterogéneos recorridos
por un punto en sobrevuelo absoluto, a velocidad infinita. Los
26
c o n c e p t o s son «superficies o v o l ú m e n e s absolutos», unas f o r -
m a s q u e n o t i e n e n m á s objeto q u e la inseparabilidad d e varia-
ciones distintas. 1 E l «sobrevuelo» es el e s t a d o del c o n c e p t o o
su infinidad p r o p i a , a u n q u e los i n f i n i t o s sean m á s o m e n o s
grandes s e g ú n la cifra d e sus c o m p o n e n t e s , d e los u m b r a l e s y
d e los p u e n t e s . E l c o n c e p t o es e f e c t i v a m e n t e , en este s e n t i d o ,
u n acto d e p e n s a m i e n t o , p u e s t o q u e el p e n s a m i e n t o o p e r a a
velocidad i n f i n i t a ( n o o b s t a n t e más o m e n o s grande).
Así p u e s , e l c o n c e p t o es a b s o l u t o y relativo a la vez: reía»
t i v o respecto d e sus p r o p i o s c o m p o n e n t e s , d e los d e m á s c o n -
ceptos, d e l p l a n o s o b r e el q u e se d e l i m i t a , d e los p r o b l e m a s
q u e s u p u e s t a m e n t e d e b e resolver, p e r o absoluto p o r la c o n d e n -
sación q u e lleva a cabo, p o r el lugar q u e o c u p a sobre el p l a n o ,
p o r las c o n d i c i o n e s q u e asigna al p r o b l e m a . Es a b s o l u t o c o m o
totalidad, p e r o r e l a t i v o e n t a n t o q u e f r a g m e n t a r i o . E s infinito
por su sobrevuelo o su velocidad, pero finito por su movimiento
que delimita el perímetro de los componentes. Un filósofo r e a -
justa sus c o n c e p t o s , i n c l u s o c a m b i a d e c o n c e p t o s i n c e s a n t e -
m e n t e ; b a s t a a v e c e s c o n u n p u n t o d e d e t a l l e q u e crece, y q u e
p r o d u c e u n a n u e v a c o n d e n s a c i ó n , q u e a ñ a d e o resta c o m p o -
nentes. E l filósofo p r e s e n t a a veces u n a amnesia q u e casi l e
convierte e n u n e n f e r m o : N i e t z s c h e , dice Jaspers, «corregía él
m i s m o sus ideas para c o n s t i t u i r otras n u e v a s sin r e c o n o c e r l o
explícitamente; e n sus estados d e alteración, olvidaba las c o n -
clusiones a las q u e h a b í a llegado a n t e r i o r m e n t e » . O Lcibniz:
«Creía estar e n t r a n d o a p u e r t o , pero,., fui rechazado a alta
mar.» 2 L o q u e n o o b s t a n t e p e r m a n e c e absoluto es el m o d o e n
el q u e el c o n c e p t o c r e a d o se p l a n t e a e n sí m i s m o y con los
demás. L a relatividad y la absolutidad del c o n c e p t o son c o m o
su pedagogía y su o n t o l o g í a , su creación y su a u t o p o s i c i ó n ,
su idealidad y su realidad. Real sin ser actual, ideal sin ser
abstracto... E l c o n c e p t o se d e f i n e p o r su consistencia, e n d o -
consistencia y e x o c o n s i s t e n c i a , p e r o carece de referencia-, es
autorreferencial, se p l a n t e a a sí m i s m o y plantea su objeto al
27
m i s m o t i e m p o q u e es creado. El constructivismo u n e lo relativo
y lo absoluto.
Por ú l t i m o , el concepto no es discursivo, y la filosofía no es
una f o r m a c i ó n discursiva, porque n o enlaza proposiciones. A la
c o n f u s i ó n del c o n c e p t o y de la proposición se debe la tendencia
a creer en la existencia d e conceptos científicos y a considerar la
proposición c o m o una auténtica «intensión» (lo q u e la frase ex-
presa): e n t o n c e s , las más de las veces el c o n c e p t o filosófico sólo
se m u e s t r a c o m o u n a proposición carente d e sentido. Esta confu-
sión reina en la lógica, y explica la idea pueril q u e se forma de la
filosofía. Se valoran los conceptos según u n a gramática «filosó-
fica» q u e o c u p a su lugar con proposiciones extraídas de las frases
en las q u e éstos aparecen: c o n s t a n t e m e n t e nos encierran en unas
alternativas e n t r e proposiciones, sin percatarse d e q u e el con-
c e p t o ya se ha escurrido en la p a r t e excluida. El concepto n o
constituye e n m o d o alguno una proposición, n o es proposicional,
y la p r o p o s i c i ó n nunca es una intensión. Las proposiciones se de-
finen p o r su referencia, y la referencia nada tiene q u e ver con el
A c o n t e c i m i e n t o , sino con una relación con el estado de cosas o
d e cuerpos, así c o m o con las condiciones d e esta relación. Lejos
d e constituir u n a intensión, estas condiciones son todas ellas ex-
tcnsionales: implican unas operaciones d e colocación en abscisa
o d e linearización sucesivas q u e i n t r o d u c e n las o r d e n a d a s inten-
sivas e n u n a s c o o r d e n a d a s espaciotemporales y energéticas, d e
e s t a b l e c i m i e n t o d e correspondencias d e c o n j u n t o s delimitados d e
este m o d o . Estas sucesiones y estas correspondencias d e f i n e n la
discursividad e n sistemas extensivos; y la independencia de las
variables e n las proposiciones se o p o n e a la indisolubilidad de las
variaciones e n el concepto. Los conceptos, q u e tan sólo poseen
consistencia o unas ordenadas intensivas fuera d e las coordena-
das, e n t r a n l i b r e m e n t e e n unas relaciones d e resonancia no dis-
cursiva, o bien p o r q u e los c o m p o n e n t e s d e u n o se convierten en
c o n c e p t o s q u e tienen otros c o m p o n e n t e s s i e m p r e heterogéneos,
o bien p o r q u e n o presentan e n t r e ellos n i n g u n a diferencia d e es-
cala a n i n g ú n nivel. Los c o n c e p t o s son centros d e vibraciones,
cada u n o e n sí m i s m o y los unos e n relación con los otros. Por
esta razón t o d o resuena, e n vez d e sucedersc o corresponderse.
N o hay razón alguna para q u e los c o n c e p t o s se sucedan. Los con-
28
ceptos en t a n t o q u e totalidades fragmentarias n o constituyen ni
siquiera las piezas d e u n rompecabezas, p u e s t o q u e sus períme-
tros irregulares n o se corresponden. F o r m a n efectivamente u n a
pared, p e r o u n a pared d e piedra en seco, y si se toma el conjunto,
se hace m e d i a n t e caminos divergentes. Incluso los puentes d e u n
c o n c e p t o a o t r o son también encrucijadas, o rodeos q u e n o cir-
cunscriben n i n g ú n c o n j u n t o discursivo. Son puentes móviles. N o
resulta e q u i v o c a d o al respecto considerar q u e la filosofía está e n
estado d e p e r p e t u a digresión o digresividad.
Resultan d e ello importantes diferencias e n t r e la enunciación
filosófica d e conceptos fragmentarios y la enunciación científica
de proposiciones parciales. Bajo u n p r i m e r aspecto, toda e n u n c i a -
ción es d e posición; p e r o p e r m a n e c e e x t e r n o a la proposición
p o r q u e tiene p o r objeto un estado d e cosas c o m o referente, y p o r
condiciones las referencias q u e constituyen u n o s valores d e v e r -
dad (incluso c u a n d o estas condiciones p o r su cuenta son internas
al objeto). P o r el contrario, la enunciación d e posición es estric-
t a m e n t e i n m a n e n t e al concepto, puesto q u e éste t i e n e por ú n i c o
objeto la indisolubilidad d e los c o m p o n e n t e s p o r los q u e él
m i s m o pasa u n a y otra vez, y q u e constituye su consistencia. E n
c u a n t o al o t r o aspecto, enunciación d e creación o d e rúbrica, re-
sulta i n d u d a b l e q u e las proposiciones científicas y sus correlatos
están rubricados o creados d e igual f o r m a q u e los conceptos filo-
sóficos; así se habla del teorema d e Pitágoras, d e c o o r d e n a d a s
cartesianas, d e n ú m e r o h a m i l t o n i a n o , d e f u n c i ó n d e Lagrange,
exactamente igual q u e de Idea platónica, o d e cogito d e Descar-
tes, etc. P e r o por m u c h o q u e los n o m b r e s propios q u e a c o m p a -
ñan d e este m o d o a la enunciación sean históricos, y figuren
c o m o tales, constituyen máscaras para otros devenires, tan sólo
sirven d e s e u d ó n i m o s para entidades singulares m á s secretas. E n
el caso d e las proposiciones, se trata d e observadores parciales ex-
trínsecos, científicamente definibles con relación a tales o cuales
ejes d e referencia, mientras que, e n c u a n t o a los conceptos, se
trata d e personajes conceptuales intrínsecos q u e o c u p a n tal o cual
p l a n o d e consistencia. N o sólo d i r e m o s q u e los n o m b r e s p r o p i o s
sirven para usos muy diferentes e n las filosofías, en las ciencias o
las artes: o c u r r e lo m i s m o con los e l e m e n t o s sintácticos, y parti-
c u l a r m e n t e con las preposiciones, las conjunciones, «ahora bien»,
29
«luego»... La filosofía p r o c e d e p o r frases, p e r o n o s i e m p r e son
proposiciones l o q u e se extrae d e las frases e n general. Sólo dis-
p o n e m o s por el m o m e n t o d e u n a hipótesis m u y amplia: d e frases
o d e u n equivalente, la filosofía saca conceptos (que no se c o n f u n -
d e n c o n ideas generales o abstractas), mientras q u e la ciencia
saca prospectos (proposiciones q u e n o se c o n f u n d e n con juicios), y
el a r t e saca perceptos y afectos (que t a m p o c o se c o n f u n d e n c o n
p e r c e p c i o n e s o sentimientos). E n cada caso, el lenguaje se v e so-
m e t i d o a penalidades y usos incomparables, q u e n o d e f i n e n la di-
f e r e n c i a d e las disciplinas sin constituir al m i s m o t i e m p o sus cru-
z a m i e n t o s perpetuos.
EJEMPLO I
30
J-
3>
31
b l c m a para q u e el c o g i t o cartesiano pueda aparecer), o incluso q u e
s e desarrollara en otro plano. El p l a n o cartesiano c o n s i s t e en recha-
zar c u a l q u i e r presupuesto objetivo e x p l í c i t o , e n el q u e cada c o n -
c e p t o remitirá a otros c o n c e p t o s (por e j e m p l o , el h o m b r e a n i m a l -
racional). I n v o c a e x c l u s i v a m e n t e una c o m p r e n s i ó n prcfilosófica, e s
d e c i r u n o s presupuestos implícitos y subjetivos: t o d o el m u n d o sabe
q u é s i g n i f i c a pensar, ser, y o (se sabe h a c i é n d o l o , s i é n d o l o , d i c i é n -
d o l o ) . Es una distinción m u y nueva. U n p l a n o s e m e j a n t e e x i g e u n
c o n c e p t o p r i m e r o q u e n o t i e n e q u e p r e s u p o n e r nada objetivo.
H a s t a el p u n t o de q u e el problema es: ¿cuál es el p r i m e r c o n c e p t o
d e e s t e p l a n o , o por d ó n d e e m p e z a r para q u e se p u e d a d e t e r m i n a r
la v e r d a d c o m o c e r t i d u m b r e subjetiva a b s o l u t a m e n t e pura? E l co-
gito. L o s d e m á s c o n c e p t o s podrán c o n q u i s t a r la objetividad, p e r o
s i e m p r e y c u a n d o estén v i n c u l a d o s por p u e n t e s al c o n c e p t o pri-
m e r o , r e s p o n d a n a p r o b l e m a s s o m e t i d o s a las m i s m a s c o n d i c i o n e s ,
y p e r m a n e z c a n e n el m i s m o plano: así la objetividad adquiere un
c o n o c i m i e n t o verdadero, y n o s u p o n e una verdad r e c o n o c i d a c o m o
p r e e x i s t e n t e o q u e ya estaba ahí.
32
Los planos hay q u e hacerlos, y los problemas, plantearlos, del
mismo m o d o q u e hay q u e crear lc»3 conceptos. El filósofo hace
cuanto está en su mano, p e r o t i e n e d e m a s i a d o q u e hacer para sa-
ber si lo q u e hace es lo mejor, o incluso para p r e o c u p a r s e por
esta cuestión. P o r supuesto, los c o n c e p t o s n u e v o s tienen q u e es-
tar relacionados con problemas q u e sean los nuestros, c o n nues-
tra historia y sobre t o d o con nuestros devenires. P e r o ¿qué signi-
fican c o n c e p t o s de nuestra época o d e u n a é p o c a cualquiera? Los
conceptos n o son eternos, pero ¿se vuelven acaso t e m p o r a l e s por
ello? ¿Cuál es la forma filosófica d e los p r o b l e m a s d e la é p o c a ac-
tual? Si un c o n c e p t o es «mejor» q u e u n o a n t e r i o r es p o r q u e per-
mite escuchar variaciones nuevas y resonancias desconocidas,
porque efectúa reparticiones insólitas, p o r q u e aporta u n A c o n t e -
cimiento q u e nos sobrevuela. ¿ P e r o n o es eso acaso lo q u e hacía
ya el anterior? Y así, si se p u e d e seguir s i e n d o p l a t ó n i c o , carte-
siano, k a n t i a n o hoy en día, es p o r q u e estamos legitimados para
pensar q u e sus conceptos p u e d e n ser reactivados e n n u e s t r o s
problemas e inspirar estos c o n c e p t o s nuevos q u e hay q u e crear.
¿Y cuál es la mejor m a n e r a de seguir a los g r a n d e s filósofos, re-
petir lo q u e dijeron, o bien hacer lo que hicieron, es d e c i r crear
conceptos para unos problemas q u e n e c e s a r i a m e n t e c a m b i a n ?
Por este motivo sienten los filósofos escasa afición p o r las
discusiones. T o d o s los filósofos h u y e n c u a n d o escuchan la frase:
vamos a discutir un poco. Las discusiones están m u y bien para
las mesas redondas, pero el filósofo echa sus dados cifrados sobre
otro tipo d e mesa. D e las discusiones, lo m í n i m o q u e se p u e d e
decir es q u e n o sirven para adelantar en la tarea puesto q u e los
interlocutores nunca hablan de lo mismo. Q u e u n o sostenga u n a
opinión, y piense más bien esto q u e aquello, ¿de q u é le sirve a la
filosofía, mientras no se expongan los p r o b l e m a s q u e están en
juego? Y c u a n d o se expongan, ya n o se trata d e discutir, sino d e
crear conceptos indiscutibles para el p r o b l e m a q u e u n o se ha
planteado. La comunicación s i e m p r e llega d e m a s i a d o p r o n t o o
demasiado tarde, y la conversación siempre está d e m á s c u a n d o
se trata de crear. A veces se imagina u n o la filosofía c o m o una
discusión perpetua, c o m o una «racionalidad comunicativa», o
como una «conversación democrática universal». N a d a m á s lejos
de la realidad y, cuando un filósofo critica a otro, es a partir d e
33
u n o s p r o b l e m a s y sobre un p l a n o q u e n o eran los del otro, y q u e
h a c e n q u e se f u n d a n los conceptos antiguos del mismo m o d o
q u e se puede f u n d i r u n c a ñ ó n para fabricar armas nuevas. N u n c a
se está e n el m i s m o plano. Criticar n o significa más que constatar
q u e u n c o n c e p t o se desvanece, pierde sus componentes o ad-
q u i e r e otros nuevos q u e lo t r a n s f o r m a n c u a n d o se lo sumerge en
u n a m b i e n t e nuevo. P e r o quienes critican sin crear, quienes se li-
m i t a n a d e f e n d e r lo q u e se ha desvanecido sin saber devolverle
las fuerzas para q u e resucite, constituyen la auténtica plaga de la
filosofía. Es el r e s e n t i m i e n t o lo q u e anima a todos esos discuti-
dores, a esos comunicadores. Sólo hablan de sí mismos haciendo
q u e se e n f r e n t e n unas realidades huecas. La filosofía aborrece las
discusiones. Siempre t i e n e otra cosa q u e hacer. Los debates le re-
sultan insoportables, y n o p o r q u e se sienta excesivamente segura
d e sí misma: al contrario, sus incertidumbres son las que la con-
d u c e n a otros derroteros más solitarios. N o obstante, ¿no conver-
tía Sócrates la filosofía en u n a discusión libre e n t r e amigos? ¿No
representa acaso la. c u m b r e d e la sociabilidad griega en tanto q u e
conversación d e los h o m b r e s libres? D e hecho, Sócrates nunca
dejó d e hacer q u e cualquier discusión se volviera imposible,
t a n t o bajo la f o r m a b r e v e d e un agón de las preguntas y de las
respuestas c o m o bajo la f o r m a extensa de una rivalidad de los
discursos. Hizo del a m i g o el a m i g o exclusivo d e l concepto, y del
c o n c e p t o el implacable m o n ó l o g o q u e elimina sucesivamente a
t o d o s sus rivales.
EJEMPLO 11
34
q u e atestigüe la p r e e x i s t e n c i a d e u n a objetividad, bajo la f o r m a d e
una diferencia d e t i e m p o capaz d e m e d i r el d i s t a n d a m i e n t o o la
proximidad d e l c o n s t r u c t o r e v e n t u a l . Y e s que, e n el p l a n o plató-
n i c o , la v e r d a d s e p l a n t e a c o m o algo presupuesto, ya p r e s e n t e . A s i
es la Idea. E n el c o n c e p t o p l a t ó n i c o d e Idea, primero adquiere un
s e n t i d o m u y p r e c i s o , m u y d i f e r e n t e d e l q u e tendrá e n D e s c a r t e s : e s
lo q u e p o s e e o b j e t i v a m e n t e u n a c u a l i d a d pura, o l o q u e n o e s otra
c o s a m á s q u e l o q u e es. Ú n i c a m e n t e la Justicia e s justa, el V a l o r va-
l i e n t e , así s o n las I d e a s , y h a y I d e a d e m a d r e sí hay u n a m a d r e q u e
s ó l o es m a d r e ( q u e n o h u b i e r a s i d o hija a su vez), o p e l o , q u e s ó l o
e s p e l o (y n o s i l i c i o t a m b i é n ) . Se d a p o r s u p u e s t o q u e las c o s a s , p o r
el c o n t r a r i o , s i e m p r e s o n o t r a c o s a q u e lo q u e son: e n el m e j o r d e
los casos, n o p o s e e n p o r l o t a n t o m á s q u e e n s e g u n d a s , s ó l o p u e d e n
pretender la c u a l i d a d , y t a n s ó l o e n la m e d i d a e n q u e participan de
la Idea. E n t o n c e s el c o n c e p t o d e I d e a t i e n e los c o m p o n e n t e s si-
g u i e n t e s : la c u a l i d a d p o s e í d a o q u e hay q u e p o s e e r ; la I d e a q u e p o -
see e n primeras, e n t a n t o q u e imparticipable; aquello q u e pretende
a la c u a l i d a d , y t a n s ó l o p u e d e p o s e e r l a e n s e g u n d a s , t e r c e r a s , cuar-
tas...; la I d e a p a r t i c i p a d a , q u e v a l o r a las p r e t e n s i o n e s . D i r í a s e el Pa-
d r e , u n p a d r e d o b l e , la hija y l o s p r e t e n d i e n t e s . Ésas c o n s t i t u y e n las
ordenadas i n t e n s i v a s d e la I d e a : u n a p r e t e n s i ó n s ó l o estará f u n d a d a
p o r una v e c i n d a d , u n a p r o x i m i d a d m a y o r o m e n o r q u e se « t u v o »
respecto a la Idea, e n el s o b r c v u e l o . d e u n t i e m p o s i e m p r e anterior,
necesariamente anterior. El tiempo bajo esta forma de anterioridad
p e r t e n e c e al c o n c e p t o , e s c o m o su zona. C i e r t a m e n t e , n o e s e n e s t e
p l a n o g r i e g o , e n e s t e s u e l o p l a t ó n i c o , d o n d e el c o g i t o p u e d e surgir.
Mientras subsista ta p r e e x i s t e n c i a d e ta I d e a ( i n c l u s o bajo la f o r m a
cristiana d e a r q u e t i p o s e ñ el e n t e n d i m i e n t o d e D i o s ) , el c o g i t o p o -
drá ser preparado, p e r o n o l l e v a d o a c a b o . Para q u e D e s c a r t e s c r e e
este c o n c e p t o será n e c e s a r i o q u e «primero» c a m b i e s i n g u l a r m e n t e
d e sentido, q u e a d q u i e r a u n s e n t i d o subjetivo, y q u e e n t r e la i d e a
y el alma q u e la f o r m a c o m o sujeto s e a n u l e toda d i f e r e n c i a d e
t i e m p o (de ahí la i m p o r t a n c i a d e la o b s e r v a c i ó n d e D e s c a r t e s c o n -
tra la r e m i n i s c e n c i a , c u a n d o d i c e q u e las i d e a s innatas n o s o n «an-
tes», s i n o «al m i s m o t i e m p o » q u e el a l m a ) . Habrá q u e c o n s e g u i r
u n a i n s t a n t a n e i d a d d e l c o n c e p t o , y q u e D i o s cree i n c l u s o las v e r d a -
des. Será n e c e s a r i o q u e la p r e t e n s i ó n c a m b i e d e naturaleza: e l pre-
t e n d i e n t e deja d e recibir a la hija d e las m a n o s d e u n padre para n o
debérsela m á s q u e a sus propias hazañas caballerescas..., a su p r o p i o
m é t o d o . La c u e s t i ó n d e saber si M a l e b r a n c h e p u e d e reactivar u n o s
componentes platónicos e n un plano auténticamente cartesiano, y a
35
q u é p r e c i o , d e b e r í a ser a n a l i z a d a d e s d e e s t a p e r s p e c t i v a . P e r o s ó l o
pretendíamos mostrar que un concepto siempre tiene unos compo-
n e n t e s q u e p u e d e n i m p e d i r la a p a r i c i ó n d e o t r o c o n c e p t o , o p o r el
c o n t r a r i o q u e esos m i s m o s c o m p o n e n t e s s ó l o p u e d e n a p a r e c e r a
costa d e l d e s v a n e c i m i e n t o de otros conceptos. N o obstante, un
c o n c e p t o n u n c a t i e n e v a l o r p o r lo q u e i m p i d e : s ó l o v a l e p o r su p o -
s i c i ó n i n c o m p a r a b l e y su c r e a c i ó n p r o p i a .
S u p o n g a m o s q u e se a ñ a d e u n c o m p o n e n t e a u n c o n c e p t o : es
p r o b a b l e q u e estalle, o q u e p r e s e n t e u n a m u t a c i ó n c o m p l e t a que
i m p l i q u e tal v e z o t r o p l a n o , e n c u a l q u i e r c a s o o t r o s p r o b l e m a s . E s
lo q u e s u c e d e c o n el c o g i t o k a n t i a n o . K a n t c o n s t r u y e sin d u d a u n
p l a n o « t r a s c e n d e n t a l » q u e h a c e i n ú t i l la d u d a y c a m b i a u n a vex. m á s
la n a t u r a l e z a d e los p r e s u p u e s t o s , P e r o es e n v i r t u d d e este p l a n o
m i s m o p o r l o q u e p u e d e d e c l a r a r q u e , si «yo p i e n s o » e s u n a deter-
minación que implica en este sentido una existencia indeterminada
(«yo soy»), n o p o r e l l o s e s a b e c ó m o e s t e i n d e t e r m i n a d o se v u e l v e
determinable, ni a partir d e e n t o n c e s bajo q u é f o r m a a p a r e c e c o m o
determinado, Kant «critica» por lo tanto a Descartes por haber di-
cho: soy una sustancia pensante, puesto que nada fundamenta se-
mejante pretensión del Yo. Kant reclama la introducción de un
componente nuevo en el cogito, el que Descartes había rechazado:
el tiempo precisamente, pues sólo en el tiempo se encuentra deter-
minable mi existencia indeterminada. Pero sólo estoy determinado
en el tiempo como yo pasivo y fenoménico, siempre afectable, ino-
dificable, variable. He aquí que el cogito presenta ahora cuatro
componentes: yo pienso, y soy activo en esc sentido; tengo una
existencia; esta existencia sólo es determinable en el tiempo como la
de un yo pasivo; así pues estoy determinado como un yo pasivo que
se representa necesariamente su propia actividad pensante como un
Otro que le afecta. No se trata de otro sujeto, sino más bien del sujeto
que se vuelve otro... ¿Es acaso la senda de una conversión del yo a
otro? ¿Una preparación del «Yo es otro»? Se trata de una sintaxis
nueva, con otras ordenadas, otras zonas de indisccrnibilidad garanti-
zadas por el esquema primero, después por la afección de uno mismo
a través de uno mismo, que hacen inseparables Yo y el Yo Mismo.*
36
había creado el cogito como concepto, pero expulsando el tiempo
como forma de anterioridad para hacer de este un mero modo de
sucesión que remitía a la creación continuada. Kant rcimroducc el
tiempo en el cogito, pero un tiempo totalmente distinto del de la
anterioridad platónica. Creación de concepto. Hacc del tiempo un
componente de! cogito nuevo, pero a condición de proporcionar a
su vez un concepto nuevo del tiempo: el tiempo se vuelve forma de
interioridad, con tres componentes: sucesión pero también simulta-
neidad y permanencia. Cosa que implica a su vez un concepto
nuevo de espacio, que ya no puede ser definido por la mera simul-
taneidad, y se vuelve forma de exterioridad. Es una revolución
considerable. Espacio, tiempo, Yo pienso, tres conceptos originales
unidos por unos puentes que constituyen otras tantas encrucijadas.
Una ráfaga de conceptos nuevos. La historia de la filosofía no sólo
implica que se evalúe la novedad histórica de los conceptos creados
por un filósofo, sino la fuerza de su devenir cuando pasan de unos
a otros.
37
palabras no i m p l i q u e n intenciones o argucias. Si se decidiera re-
servar el c o n c e p t o a la ciencia, se trataría de una mera cuestión
d e palabras a u n a costa d e e n c o n t r a r otra palabra para designar el
q u e h a c e r d e la filosofía. P e r o las más de las veces se procede de
o t r o modo. Se empieza p o r atribuir el p o d e r del concepto a la
ciencia, se d e f i n e el c o n c e p t o a través de los procedimientos
creativos d e la ciencia, se lo m i d e con la ciencia, y después se
p l a n t e a si n o queda u n a posibilidad para que la filosofía f o r m e a
su vez conceptos d e s e g u n d a zona, q u e suplan su propia insufi-
ciencia a través d e u n vago llamamiento a lo vivido. D e este
m o d o Giíles-Gaston G r a n g e r empieza por definir el concepto
c o m o una proposición o u n a f u n c i ó n científicas, y después ad-
m i t e q u e p u e d e pese a t o d o haber unos conceptos filosóficos q u e
sustituyan la referencia al objeto por el correlato d e u n a «totali-
dad d e lo vivido». 1 Pero, d e hecho, o bien la filosofía lo ignora
t o d o del concepto, o bien lo conoce con pleno d e r e c h o y de pri-
m e r a m a n o , hasta el p u n t o de no dejar nada para la ciencia, q u e
p o r lo demás n o lo necesita para nada y que sólo se ocupa de los
estados de las cosas y d e sus condiciones. La ciencia se basta con
las proposiciones o f u n c i o n e s , mientras que la filosofía por su
p a r t e n o necesita i n v o c a r una vivencia que sólo otorgaría una
vida fantasmagórica y extrínseca á unos conceptos secundarios
exangües en sí mismos. E l c o n c e p t o filosófico n o se refiere a lo
vivido, por c o m p e n s a c i ó n , s i n o q u e consiste, p o r su propia crea-
c i ó n , e n establecer u n a c o n t e c i m i e n t o que* sobrevuela toda vi-
v e n c i a t a n t o c o m o c u a l q u i e r estado d e las cosas. Cada c o n c e p t o
talla el a c o n t e c i m i e n t o , lo perfila a su m a n e r a . La grandeza d e
u n a filosofía se valora p o r la naturaleza d e los acontecimientos a
los q u e sus c o n c e p t o s n o s incitan, o q u e nos hace capaces d e ex-
t r a e r d e n t r o d e unos c o n c e p t o s . P o r lo t a n t o hay q u e desmenuzar
hasta sus más recónditos detalles el vínculo único, exclusivo, d e
los conceptos c o n la filosofía e n t a n t o q u e disciplina creadora. E l
c o n c e p t o p e r t e n e c e a la filosofía y sólo p e r t e n e c e a ella.
38