FILOSOFÍA MODERNA
dejará, en última instancia, aclarado
en q u é m e d i d a permanece a l g u n a subs-
t a n c i a , y t a m b i é n el c a m b i o e n l a s cosas,
o bien d a r á s u m a n o a l a v e r d a d .
16. A decir v e r d a d , h a y m u c h a s r a -
zones p a r a sospechar que n i y o h e c o m -
prendido adecuadamente e l p e n s a m i e n -
to de S t u r m n i él h a c o m p r e n d i d o e l
mío. M e h a confesado e n a l g u n a parte
q u e se puede, e i n c l u s o se debe, creer,
h a s t a cierto punto, que les h a sido con-
cedido a l a s cosas, como e n propiedad,
una partícula del poder divino, es decir,
según m i opinión, u n a e x p r e s i ó n , u n a
i m i t a c i ó n o efecto p r ó x i m o d e l m i s m o ,
pues el poder m i s m o de l a D i v i n i d a d n o
se puede d i v i d i r en partes. V é a s e lo que
m e h a t r a s m i t i d o y repetido e n el l u g a r
de l a Física Electiva y a citado a l co-
mienzo de este e n s a y o . E s o , s i se inter-
p r e t a a l tenor dé s u e x p r e s i ó n , e n el
m i s m o sentido con que decimos que
a l m a es u n a p a r t í c u l a del soplo d i v i n o ,
entonces n u e s t r a c o n t r o v e r s i a h a ter-
m i n a d o . P e r o no m e a t r e v o a a f i r m a r
que s e a é s t e s u p e n s a m i e n t o porque
difícilmente puede c o m p r o b a r q u e h a y a
d i c h o algo parecido a esto e n p a r t e a l -
guna, o q u e acepte l a s consecuencias
que de t a l d o c t r i n a se s e g u i r í a n . A n t e s
bien, m e d o y c u e n t a de que n o se h a -
l l a n m u y de acuerdo con esa d o c t r i n a
las afirmaciones que hace c o n frecuen-
cia, y s u D i s e r t a c i ó n A p o l o g é t i c a tiende
a todo l o c o n t r a r i o . C u a n d o dirigió por
escrito algunas objeciones a m i t e o r í a
sobre l a f u e r z a i n t r í n s e c a de l a s cosas,
e x p u e s t a e n Acta eruditorum de L e i p z i g
en e l mes de m a r z o de 1694, y que pone
m á s t a r d e e n claro m i ensayo dinámico,
publicado en las mismas Actas, abril
Consideraciones sobre la doctrina de un Espíritu Universal
(Redactado en Lützenburg, cerca de Berlín, 1703)
M u c h a s personas agudas h a n c r e í d o
y creen h o y t o d a v í a que n o h a y m á s
que u n espíritu, e l c u á l es u n i v e r s a l y
a n i m a el u n i v e r s o y sus p a r t e s : a c a d a
u n a de é s t a s de acuerdo c o n s u estruc-
t u r a y a c o m o d á n d o s e a los ó r g a n o s que
h a l l a ; a l i g u a l que u n m i s m o soplo de
aire h a c e sonar de m o d o diferente los
diversos t u b o s de u n ó r g a n o . Y que,
así, c u a n d o u n a n i m a l tiene s u s ó r g a n o s
en n o r m a l disposición, h a c e e l efecto de
u n a l m a p a r t i c u l a r , m a s c u a n d o esos
ó r g a n o s se h a l l a n corrompidos, a q u e l
a l m a p a r t i c u l a r t ó m a s e e n n a d a o re-
gresa, por a s i decir, a l o c é a n o del E s p í -
ritu U n i v e r s a l .
de 1695, u n a v e z q u e h u b o recibido m i
respuesta, m a n i f e s t ó c o n g r a n benevo-
l e n c i a q u e no h a b í a entre nosotros n i n -
g u n a diferencia y q u e t o d o se r e d u c í a
a m e r a s d i s c r e p a n c i a s verbales ; y c u a n -
do y o , después de m e d i t a r sobre e l
asunto, h u b e de h a c e r algunas o b s e r v a -
ciones, él, t o m a n d o e l p a r t i d o contrario,
fijó entre n u e s t r a s d o c t r i n a s m u c h a s
diferencias, que y o reconozco ; y a pesar-
de todo m e h a v u e l t o a escribir reciente-
m e n t e diciendo que entre nosotros n o
m e d i a n m á s que diferencias de t é r m i -
nos y que esto m e s e r í a m u y grato. P o r
ello h e querido, c o n o c a s i ó n de l a ú l t i m a
Disertación Apologética, dejar expuesta
l a c u e s t i ó n de t a l m a n e r a q u e p u e d a
determinarse c o n f a c i l i d a d c u á l es l a
opinión de c a d a u n o y c u á l de ellas e s
l a v e r d a d e r a . P o r l o d e m á s , l a g r a n pe-
n e t r a c i ó n de este h o m b r e egregio y s u s
facultades de e x p o s i c i ó n s o n tales q u e
p e r m i t e n esperar de s u c o l a b o r a c i ó n n o
p o c a l u z e n u n p r o b l e m a de t a n t a i m -
p o r t a n c i a ; e incluso, p o r esta m i s m a
r a z ó n , creo que m i l a b o r no s e r á d e l
todo i n ú t i l s i es que le h a de d a r o c a s i ó n
de e x a m i n a r e i l u s t r a r c o n s u a c o s t u m -
b r a d a h a b i l i d a d y f i r m e z a de j u i c i o
algunos puntos de i m p o r t a n c i a de l a
presente c u e s t i ó n que h a s t a a h o r a lo¿>
autores h a n pasado por alto, y y o , s i n o
m e e n g a ñ o , he s u p l i d o en n o p e q u e ñ a
parte, c o n p r i n c i p i o s t o m a d o s desde
a r r i b a y de g r a n alcance, c o n los c u a l e s
parece ser posible reconstruirse y e n -
m e n d a r s e u n s i s t e m a de filosofía e q u i -
distante entre el de l a m a t e r i a y el de l a
f o r m a , conjugando y s a l v a n d o d e b i d a -
mente a ambas.
A m u c h o s p a r e c i ó que A r i s t ó t e l e s
h a s u s t e n t a d o u n a opinión afín, opinión
r e n o v a d a por A v e r r o e s , célebre filósofo
á r a b e . Cree é s t e que e n nosotros reside
u n intellectus agens o e n t e n d i m i e n t o
a c t i v o y u n intellectus patiens o enten-
d i m i e n t o p a s i v o ; que e l primero, p r o -
cedente de fuera, s e r i a eterno y u n i v e r -
s a l en todos, pero que e l entendimiento
p a s i v o , p a r t i c u l a r a c a d a uno, a b a n d o n a
al hombre con la muerte. É s t a h a sido
t a m b i é n l a d o c t r i n a de algunos P e r i p a -
t é t i c o s , desde h a c e d o s o tres siglos,
como P o m p o n a t i u s , C o n t a r e n u s y otros;
vestigios de t a l o p i n i ó n se h a l l a n en e l
difunto N a u d é , c o m o nos l o m a n i f i e s t a n
 LEIBNIZ
s u s cartas y los « N a u d a e a n a », i m p r e -
s a s poco h a .
E n s e ñ a b a n aquellos P e r i p a t é t i c o s s u
d o c t r i n a e n secreto a sus discípulos m a s
í n t i m o s e inteligentes, m i e n t r a s q u e e n
público s e g u í a n l a n o r m a de decir que
t a l d o c t r i n a e r a efectivamente v e r d a -
dera para l a Filosofía — bajo l a cual
e n t e n d í a n por excelencia l a de A r i s t ó -
teles — , pero q u e e r a f a l s a p a r a l a fe ;
y de a q u í se originaron, por f i n , l a s
d i s p u t a s sobre l a doble v e r d a d , i d e a
c o n d e n a d a e n e l ú l t i m o concilio de
Letrán.
M e h a n d i c h o que l a r e i n a C r i s t i n a
m o s t r a b a u n a g r a n inclinación h a c i a
e s t a opinión, y c o m o N a u d é , s u biblio-
tecario, e s t a b a de ella i m b u i d o , es m u y
probable que d i e r a a l a R e i n a las infor-
m a c i o n e s q u e é l p o s e í a sobre esas opi-
niones secretas de célebres filósofos, a
los cuales h a b í a conocido en I t a l i a .
S p i n o z a , que n o a d m i t e m á s que u n a
s o l a s u b s t a n c i a , n o se h a l l a m u y dis-
t a n t e de esta d o c t r i n a d e l E s p í r i t u U n i -
v e r s a l Ú n i c o y a u n los n u e v o s C a r t e s i a -
nos, quienes p r e t e n d e n q u e sólo D i o s
es el que o b r a , se a d h i e r e n a ella s i n
d a r s e c u e n t a . P a r e c e ser q u e t a m b i é n
Molinos y algunos otros quietistas re-
cientes — y e n t r e ellos u n autor l l a m a -
do J o h a n n e s A n g e l u s Silesius, que es-
cribió antes q u e Molinos y algunas de
c u y a s obras se h a n reimpreso hace
poco — , c o m o t a m b i é n W e i g e h u s antes
q u e todos ellos, h a n dado e n esta opi-
nión del s á b a d o o reposo de las a l m a s
e n D i o s . É s a es l a r a z ó n por l a que h a n
c r e í d o q u e l a c e s a c i ó n de l a s funciones
p a r t i c u l a r e s e r a el m á s alto estado de
perfección.
V e r d a d es que los filósofos P e r i p a t é -
ticos no h a c í a n a este E s p í r i t u U n i v e r s a l
por completo ; pues, a p a r t e de l a s i n t e -
ligencias q u e a n i m a n s e g ú n ellos a los
astros, a d m i t í a n u n a i n t e l i g e n c i a p a r a
este m u n d o inferior, y esta inteligencia
h a c í a l a f u n c i ó n de entendimiento a c t i v o
e n las a l m a s de los hombres. E r a n lle-
vados a esta d o c t r i n a d e l a l m a i n m o r t a l
u n i v e r s a l p a r a todos los h o m b r e s e n
v i r t u d de u n r a z o n a m i e n t o falso. P o r -
que s u p o n í a n q u e l a d i v e r s i d a d a c t u a l
i n f i n i t a es imposible, y que, por t a n t o ,
n o s e r í a posible q u e h u b i e r a u n n ú m e r o
infinito de a l m a s , c o s a que, s i n embargo,
sería necesaria s i l a s a l m a s p a r t i c u l a r e s
subsistieran. P o r q u e , siendo, e n s u opi-
nión, eterno e l m u n d o y l o m i s m o el
género h u m a n o , y pues que n a c e n s i e m -
pre n u e v a s a l m a s , h a b r í a a h o r a u n a infi-
nitud actual.
269
E s t e r a z o n a m i e n t o e r a p a r a ellos u n a
d e m o s t r a c i ó n . P e r o e s t á lleno de falsos
supuestos. P u e s no les concedemos n i l a
i m p o s i b i l i d a d d e l infinito a c t u a l n i que
el g é n e r o h u m a n o h a y a e x i s t i d o eterna-
mente n i t a m p o c o l a g e n e r a c i ó n de n u e -
v a s a l m a s ; porque los P l a t ó n i c o s ense-
ñ a n l a p r e e x i s t e n c i a de l a s a l m a s y l o s
Pitagóricos enseñan l a metempsícosis
y p r e t e n d e n que cierto n ú m e r o de a l m a s
d u r a siempre, efectuando sus giros.
L a d o c t r i n a del E s p í r i t u U n i v e r s a l es
de s u y o b u e n a , porque todos los q u e l a
e n s e ñ a n a d m i t e n l a e x i s t e n c i a de D i o s ,
bien s e a q u e c r e e n que ese E s p í r i t u U n i -
v e r s a l es s u p r e m o , y entonces e s t i m a n
que es D i o s m i s m o , o b i e n creen, c o n los
cabalistas, q u e pquél h a sido creado por
D i o s , o p i n i ó n que profesaba H e n r i M o -
ras y algunos otros filósofos modernos,
particularmente algunos alquimistas
que c r e y e r o n en u n « a r c h e u s » u n i v e r -
s a l o u n a l m a del m u n d o y h a s t a algunos
h a n sostenido que se t r a t a d e l espíritu
d e l S e ñ o r , que se m u e v e sobre l a s aguas
y del c u a l n o s h a b l a e l c o m i e n z o d e l
Génesis.
P e r o c u a n d o se l l e g a a d e c i r que ese
E s p í r i t u U n i v e r s a l es e l e s p í r i t u ú n i c o
y que n o h a y a l m a s o espíritus p a r t i c u -
lares, o p o r l o menos, q u e esas a l m a s
p a r t i c u l a r e s d e j a n de s u b s i s t i r , creo que
se s o b r e p a s a n l o s l i m i t e s de l a r a z ó n y
que se p r e s e n t a s i n f u n d a m e n t o s u n a
d o c t r i n a de l a que no se t i e n e u n a i d e a
distinta.
E x a m i n e m o s u n poco l a s r a z o n e s a p a -
rentes sobre las que se quiere a p o y a r
esa d o c t r i n a que d e s t r u y e l a i n m o r t a l i -
d a d de las a l m a s y d e g r a d a a l g é n e r o h u -
mano, o mejor dicho, a todas las cria-
t u r a s v i v i e n t e s , d e l r a n g o q u e les corres-
ponde y les h a s i d o s i e m p r e a t r i b u i d o .
P o r q u e m e parece que u n a o p i n i ó n de
t a l n a t u r a l e z a h a de s e r p r o b a d a y no
es suficiente tener de e l l a u n a s i m p l e
f a n t a s í a , q u e no e s t á , e n efecto, f u n d a d a
m á s que p o r u n a c o m p a r a c i ó n ingeniosa
c o n el soplo que a n i m a los ó r g a n o s de
música.
H e m o s t r a d o antes que l a p r e t e n d i d a
d e m o s t r a c i ó n de los P e r i p a t é t i c o s c u a n -
do s o s t e n í a n que no existe m á s que u n
espíritu c o m ú n p a r a todos l o s hombres,
n o tiene f u e r z a a l g u n a y e s t á a p o y a d a
en falsos supuestos. S p i n o z a p r e t e n d i ó
demostrar que n o h a y m á s que u n a
s o l a s u b s t a n c i a e n e l m u n d o , pero tales
demostraciones s o n l a s t i m o s a s o i n i n t e -
ligibles. Y los n u e v o s C a r t e s i a n o s que
c r e y e r o n que s ó l o D i o s o b r a , no h a n
d a d o h a s t a a h o r a p r u e b a alguna. E l
270 FILOSOFIA MODERNA

P a d r e M a l e b r a n c h e parece a d m i t i r a l a n í m i c a s independientes d e l cuerpo y

menos l a a c c i ó n i n t e r n a de los espíritus sus ó r g a n o s , que no p o d í a n j u s t i f i c a r
particulares. de m o d o suficiente. R a z ó n t e n í a n , y
U n a de l a s razones m á s l l a m a t i v a s grande, en querer sostener l a i n m o r -
que se h a n a d u c i d o en c o n t r a de l a e x i s - t a l i d a d d e l a l m a c o m o cosa conforme
t e n c i a de a l m a s p a r t i c u l a r e s es que h a - a l a s d i v i n a s perfecciones y l a m o r a l
b r í a dificultades p a r a e x p l i c a r s u origen. v e r d a d e r a , m a s c o n t e m p l a n d o que l o s
L o s filósofos de las escuelas h a n d i s p u - ó r g a n o s de los a n i m a l e s se desorganizan
t a d o b a s t a n t e sobre e l origen de l a s c o n l a muerte h a s t a corromperse a l f i n ,
f o r m a s , entre l a s cuales c o l o c a n a se c r e y e r o n obligados a recurrir a l a s
las a l m a s . L a s opiniones e s t u v i e r o n de- aliñas separadas, es decir, creer que el
m a s i a d o d i v i d i d a s p a r a que sepamos s i a l m a s u b s i s t í a s i n cuerpo alguno s i n
h a b í a u n a e d u c c i ó n de l a p o t e n c i a de l a d e j a r p o r ello de c o n s e r v a r sus p e n s a -
m a t e r i a , t a l como se s a c a l a f i g u r a d e l m i e n t o s y funciones. Y p a r a m e j o r p r o -
m á r m o l , o s i h a b í a u n a t r a d u c c i ó n de b a r esto, se esforzaron en m o s t r a r q u e
l a s a l m a s , de suerte que u n a n u e v a a l m a y a e n esta v i d a tiene e l a l m a p e n s a m i e n -
n a c i e r a de o t r a precedente, a l m o d o tos abstractos e independientes de l a s
c o m o s e enciende u n fuego c o n otro ideas materiales. A h o r a b i e n , quienes n o
fuego, o s i l a s a l m a s e x i s t í a n y a , y lo que a d m i t í a n t a l estado s e p a r a d o y t a l inde-
ocurre es que ú n i c a m e n t e se d a n a cono- p e n d e n c i a d e l a l m a p o r contrarios a l a
cer d e s p u é s de l a g e n e r a c i ó n del a n i m a l , e x p e r i e n c i a y a l a r a z ó n , se v i e r o n t a n t o
o p o r f i n s i l a s a l m a s s o n creadas por m á s obligados a creer e n l a e x t i n c i ó n
D i o s c a d a v e z que acaece u n a n u e v a del a l m a particular y en l a existen-
generación. c i a del E s p í r i t u U n i v e r s a l como ú n i c a
Q u i e n e s n e g a b a n l a e x i s t e n c i a de l a s s o l u c j ó n .
a l m a s p a r t i c u l a r e s c r e í a n librarse c o n P o r m i parte, h e e x a m i n a d o este
ello de t o d a s l a s dificultades ; m a s esto a s u n t o c o n cuidado y h e m o s t r a d o q u e
es c o r t a r el n u d o e n v e z de desatarlo, y h a y , efectivamente, e n el a l m a ciertas
no t i e n e f u e r z a u n a r g u m e n t o que p r o - m a t e r i a s de p e n s a m i e n t o u objetos de
c e d a d e l m o d o siguiente : l a e x p l i c a c i ó n entendimiento que n o s o n aportados
de l a d o c t r i n a h a i d o v a r i a n d o ; p o r lo por los sentidos exteriores, c o m o p o r
tanto, l a d o c t r i n a , e n s u conjunto, es ejemplo, el a l m a m i s m a y sus funciones
f a l s a . T a l es l a m a n e r a c ó m o los e s c é p - (nihil est in intelleclu quod non fuerit in
ticos r a z o n a n , y s i t a l proceder f u e r a sensu, nisi intellectus ipse), y los que se
a c e p t a b l e , n o h a b r í a apenas n a d a que adhieren a l a opinión d e l E s p í r i t u U n i -
no se pudiera rechazar. v e r s a l lo c o n c e d e r á n f á c i l m e n t e , y a que
L a s experiencias de nuestro t i e m p o le distinguen de l a m a t e r i a . N o obstante,
nos l l e v a n a l a creencia de que las almas, estimo que no h a y n u n c a u n p e n s a m i e n -
y a u n los animales, existieron siempre, to abstracto que n o v a y a a c o m p a ñ a d o
b i e n que en p e q u e ñ o n ú m e r o , y que l a de algunas i m á g e n e s o rasgos m a t e r i a -
g e n e r a c i ó n n o es o t r a c o s a m á s que u n a les y he f o r m u l a d o u n p a r a l e l i s m o exac-
suerte de m u l t i p l i c a c i ó n , desapareciendo to entre lo que p a s a en e l a l m a y lo que
de este m o d o todas l a s dificultades ocurre en l a m a t e r i a , h a b i e n d o demos-
sobre l a g e n e r a c i ó n de l a s a l m a s y l a s t r a d o que el a l m a , c o n s u s funciones, es
formas. algo d i s t i n t o de l a m a t e r i a , pero que, s i n
embargo, e s t á s i e m p r e a c o m p a ñ a d a de
N o se n i e g a c o n esto a D i o s el derecho
ó r g a n o s materiales y q u e t a m b i é n l a s
de c r e a r n u e v a s a l m a s , n i de d a r u n
funciones d e l a l m a v a n siempre a c o m -
grado m á s alto de p e r f e c c i ó n a aquellas
que y a e x i s t e n en l a N a t u r a l e z a , sino que l a ñ a d a s de las funciones de los ó r g a n o s ,
Í
h a b l a m o s sólo de lo que o r d i n a r i a m e n - os cuales l a s deben responder, y todo
te o c u r r e e n l a N a t u r a l e z a , s i n e n t r a r esto es r e c í p r o c o y lo s e r á siempre.
p a r a n a d a e n e l p l a n de l a e c o n o m í a pro- P o r l o que a t a ñ e a l a s e p a r a c i ó n c o m -
)ia de D i o s p a r a c o n l a s a l m a s h u m a n a s , p l e t a entre el a l m a y e l cuerpo, a u n q u e
Í as cuales p u e d e n r e s u l t a r privilegiadas, n a d a p u e d a decirse sobre l a s leyes de l a
porque s o n i n f i n i t a m e n t e superiores a G r a c i a , n i de lo que D i o s h a dispuesto
l a s a l m a s de los a n i m a l e s . p a r a l a s a l m a s h u m a n a s en p a r t i c u l a r ,
M u c h o h a c o n t r i b u i d o t a m b i é n , en m i f u e r a de lo que dice l a S a g r a d a E s c r i -
opinión, a que personas de talento sus- t u r a , pues se t r a t a de cosas que no p u e -
c r i b i e r a n l a d o c t r i n a d e l E s p í r i t u U n i - d e n conocerse por l a r a z ó n y dependen
v e r s a l Ú n i c o , e l que los filósofos p o p u l a - de l a r e v e l a c i ó n de D i o s , n o encuentro,
res h a n expuesto u n a d o c t r i n a respecto s i n embargo, n i n g ú n m o t i v o n i e n l a
a l a s a l m a s separadas y a l a s funciones ReUgión n i en l a F f l o s o f í a que m e obUgue
 LEIBNIZ
a desechar l a d o c t r i n a d e l p a r a l e l i s m o
entre el a l m a y el cuerpo, a d m i t i e n d o
a l a v e z u n a perfecta s e p a r a c i ó n .
P u e s ¿por q u é m o t i v o n o p o d r í a te-
ner el a l m a s i e m p r e u n cuerpo s u t i l ,
organizado a s u m a n e r a , el c u a l p u d i e r a
t o m a r u n d í a l o que p r e c i s a r a de s u
cuerpo v i s i b l e e n l a r e s u r r e c c i ó n , y a que
a los b i e n a v e n t u r a d o s se les a t r i b u y e u n
cuerpo glorioso y los antiguos P a d r e s de
l a I g l e s i a concedieron a los ángeles u n
cuerpo s u t i l ?
E s t a d o c t r i n a se h a l l a de acuerdo,
por o t r a parte,- c o n el o r d e n de l a
N a t u r a l e z a , f u n d a d o sobre e x p e r i e n -
cias, pues las observaciones de h á b i -
les experimentadores nos m u e s t r a n que
los a n i m a l e s n o c o m i e n z a n s u v i d a
c u a n d o e l v u l g o cree, y que los a n i m a l e s
seminales o las simientes a n i m a d a s h a n
existido desde e l p r i n c i p i o de l a s cosas,
y e l o r d e n y l a r a z ó n r e c l a m a n q u e lo
q u e h a existido desde u n p r i n c i p i o no
acabe n u n c a j a m á s ; y que así c o m o l a
g e n e r a c i ó n n o es m á s que e l crecimiento
de u n a n i m a l t r a n s f o r m a d o y desarro-
llado, l a m u e r t e n o s e r á m á s que u n a
disminución d e l a n i m a l t r a n s f o r m a d o y
desarrollado, pero e l a n i m a l permane-
c e r á siempre d u r a n t e las t r a n s f o r m a -
ciones, c o m o e l gusano de s e d a y l a m a -
riposa continúa siendo u n mismo ani-
m a l . E s o p o r t u n o o b s e r v a r a q u í que l a
N a t u r a l e z a tiene esta b o n d a d y h a b i l i -
d a d de descubrirnos sus secretos e n a l -
gunas p e q u e ñ a s m u e s t r a s , p a r a que po-
d a m o s f o r m a r n o s u n j u i c i o de lo d e m á s ,
dado que t o d o se corresponde y g u a r d a
a r m o n í a . E s lo que nos m u e s t r a e n l a
t r a n s f o r m a c i ó n de l a oruga y otros i n -
sectos — porque t a m b i é n las moscas
p r o c e d e n de gusanos — p a r a hacernos
a d i v i n a r que e x i s t e n transformaciones
p o r doquier. Y las experiencias sobre los
insectos h a n e c h a d o por t i e r r a l a opi-
nión v u l g a r de q u e esos a n i m a l e s se
originan e n los alimentos, s i n necesidad
de l a f e c u n d a c i ó n .
Así, t a m b i é n l a N a t u r a l e z a nos h a
m o s t r a d o e n l o s p á j a r o s u n ejemplo de
l a g e n e r a c i ó n de todos los a n i m a l e s p o r
medio de h u e v o s , cosa que a h o r a los
nuevos descubrimientos h a n hecho y a
admitir.
I g u a l m e n t e l a s experiencias o b t e n i -
d a s con e l m i c r o s c o p i o h a n demostrado
Que l a m a r i p o s a n o es m á s q u e u n a evo-
lución de l a oruga, pero sobre t o d o que
las simientes contienen y a l a planta o
el a n i m a l formados, b i e n que estos ne-
cesiten p o s t e r i o r m e n t e u n a transfor-
m a c i ó n , n u t r i c i ó n o crecimiento p a r a
271
convertirse en u n o de los a n i m a l e s que
nuestros sentidos n o r m a l e s p e r c i b e n .
Y así c o m o los insectos m á s p e q u e ñ o s
se e n g e n d r a n m e d i a n t e l a p r o p a g a c i ó n
de l a especie, d e l m i s m o m o d o se h a
de j u z g a r de esos p e q u e ñ o s a n i m a l e s
s e m i n a l e s ; quiero decir : que t a m b i é n
ellos se o r i g i n a n de otros a n i m a l e s se-
m i n a l e s a ú n m á s p e q u e ñ o s , y de este
modo forzosamente h a n c o m e n z a d o a
existir c o n el m u n d o . L o c u a l c o n c u e r d a
m u y bien con l a Sagrada E s c r i t u r a ,
pues é s t a i n s i n ú a que l a s s i m i e n t e s
e x i s t i e r o n a n t e s que n a d a .
E n el s u e ñ o y en l o s d e s v a n e c i m i e n t o s
nos h a ofrecido l a N a t u r a l e z a u n e j e m -
p l o que n o s p e r m i t e j u z g a r q u e l a m u e r -
te n o es u n a c e s a c i ó n de t o d a s l a s f u n -
ciones, sino ú n i c a m e n t e u n a suspensión
de a l g u n a s de ellas m á s c a r a c t e r í s t i c a s .
E n otro l u g a r he e x p l i c a d o u n p u n t o
i m p o r t a n t e , que a l n o ser t o m a d o en
c u e n t a c o m o debía, h i z o d a r a l a s gen-
tes c o n m á s f a c i l i d a d e n l a o p i n i ó n de
l a m o r t a l i d a d del a l m a ; y es que h a y
u n g r a n n ú m e r o de p e q u e ñ a s p e r c e p -
ciones, iguales y e q u i l i b r a d a s entre sí,
s i n relieve a l g u n o n i n a d a notable, por
lo c u a l n o se puede u n o d a r c u e n t a de
ellas n i recordarlas. M a s pretender, por
ello, c o n c l u i r q u e en ese caso e l a l m a n o
ejerce f u n c i ó n alguna, es l o m i s m o q u e
creer c o n el v u l g o q u e existe e l v a c í o
o l a n a d a donde n o se p r e s e n t a u n a m a -
t e r i a de bulto, o creer q u e l a T i e r r a n o
se m u e v e porque s u m o v i m i e n t o n o se
percibe a l s e r uniforme y s i n s a c u d i d a s .
Poseemos i n f i n i d a d de p e q u e ñ a s per-
cepciones q u e s e r í a m o s i n c a p a c e s de
d i s t i n g u i r : u n r u i d o ensordecedor, como,
por ejemplo, el m u r m u l l o d e l pueblo
reunido, se compone de los p e q u e ñ o s
m u r m u l l o s de l a s personas particulares,
los cuales n o les p e r c i b i r í a m o s por Sepa-
rado, pero les o í m o s , pues de lo c o n t r a -
rio no o i r í a m o s e l c o n j u n t o . P u e s del
m i s m o m o d o , c u a n d o el a n i m a l e s t á
p r i v a d o de s u s ó r g a n o s capaces de pro-
porcionarle percepciones b i e n distintas,
no se sigue de a h í q u e n o le queden
otras percepciones m á s p e q u e ñ a s y u n i -
formes, n i que se h a l l e p r i v a d o de todos
sus ó r g a n o s y de todas l a s percepciones.
S u s ó r g a n o s se e n c u e n t r a n entonces
encubiertos y reducidos a p e q u e ñ o v o -
l u m e n , pero el o r d e n de l a N a t u r a l e z a
exige que todo inicie de n u e v o s u des-
arrollo y r e t o m e u n d í a a u n estado
susceptible de ser observado y que h a y a
en estas v i c i s i t u d e s cierto progreso b i e n
reglamentado, lo que s i r v e p a r a m a d u -
r a r y perfeccionar l a s cosas.
272 FILOSOFÍA
A l parecer, e l m i s m o D e m ó c r i t o h a
n o t a d o ya- esta r e n o v a c i ó n de los a n i -
males, p u e s P l o t i n o c u e n t a q u e ense-
ñ a b a u n a resurrección.
T o d a s e s t a s consideraciones nos d e j a n
ver c ó m o n o solamente las almas indi-
v i d u a l e s , s i n o a u n los m i s m o s a n i m a l e s
s u b s i s t e n y que n o h a y r a z ó n a l g u n a
para admitir u n a extinción completa
de l a s almas o bien u n a destrucción
completa del a n i m a l y, por consi-
guiente', q u e n o es necesario r e c u r r i r
a un Espíritu Universal y Único, ni
p r i v a r a l a N a t u r a l e z a de sus perfec-
ciones p a r t i c u l a r e s y subsistentes. L o
c u a l s e r í a r e a l m e n t e n o tomar- b i e n e n
c o n s i d e r a c i ó n e l orden y l a a r m o n í a .
H a y t a m b i é n m u c h a s cosas e n l a doc-
t r i n a d e l E s p í r i t u U n i v e r s a l Ú n i c o que
no pueden mantenerse y que e n t r a ñ a n
d i f i c u l t a d e s m a y o r e s a ú n q u e l a s de l a
d o c t r i n a corriente.
Ofrezco algunas a c o n t i n u a c i ó n . S e
n o t a e n s e g u i d a que l a c o m p a r a c i ó n d e l
aire q u e h a c e s o n a r de m o d o diferente
los distintos tubos del ó r g a n o a g r a d a a
l a i m a g i n a c i ó n , pero n o e x p l i c a n a d a , o
m á s b i e n i n s i n ú a l o c o n t r a r i o de l a
v e r d a d . P o r q u e ese soplo g e n e r a l de
los t u b o s n o es m á s q u e u n a s u m a
c u a n t i t a t i v a de los soplos p a r t i c u l a r e s ;
c a d a t u b o e s t á lleno de s u aire, e l c u a l
puede i n c l u s o p a s a r d e u n t u b o a otro,
de suerte q u e e s t a c o m p a r a c i ó n estable-
c e r í a m á s b i e n l a e x i s t e n c i a de a l m a s
particulares y favorecería también la
d o c t r i n a de l a t r a n s m i g r a c i ó n de las*
a l m a s de u n cuerpo a otro, a l m o d o
c o m o e l a i r e puede c a m b i a r de t u b o .
Y s i se p i e n s a q u e e l E s p í r i t u U n i -
v e r s a l es c o m o u n o c é a n o c o m p u e s t o
d e i n f i n i d a d de gotas, q u e se h a n s e p a -
rado cuando a n i m a n u n organismo par-
t i c u l a r y se r e ú n e n a s u o c é a n o d e s p u é s
d e l a d e s t r u c c i ó n de los ó r g a n o s , se
esboza u n a idea harto material y burda,
q u e n o c o n v i e n e a l a s u n t o y se c o m -
S l i c a e n l a s m i s m a s d i f i c u l t a d e s que
e v a consigo l a c o m p a r a c i ó n c o n e l
aire. P o r q u e c o m o e l O c é a n o es u n
a m a s a m i e n t o de gotas, D i o s s e r í a por
este c a m i n o u n agregado de t o d a s l a s
almas, poco m á s o menos del mismo
m o d o q u e u n enjambre/de a b e j a s es u n a
r e u n i ó n de esos p e q u e ñ o s a n i m a l e s ;
m a s c o m o el d i c h o e n j a m b r e n o es, él
m i s m o , u n a v e r d a d e r a s u b s t a n c i a , es
c l a r o q u e de esa m a n e r a el. E s p í r i t u
U n i v e r s a l n o s e r í a u n v e r d a d e r o ser
p o r sí m i s m o , y e n l u g a r de d e c i r q u e
es e l s ó l o E s p í r i t u , s e r i a p r e c i s o d e c i r
q u e n o es e n sí m i s m o n a d a y que e n l a
MODERNA
Naturaleza no existen m á s que almas
p a r t i c u l a r e s , c u y o c o n j u n t o s e r í a aquel
Espíritu.
A p a r t e de q u e l a s g o t a s r e u n i d a s en
el o c é a n o d e l E s p í r i t u U n i v e r s a l , des-
p u é s de l a d e s t r u c c i ó n de s u s ó r g a n o s ,
s e r i a n realmente a l m a s q u e s u b s i s t i r í a n
s e p a r a d a s de l a m a t e r i a , y así v o l v e -
r í a m o s a c a e r e n l o q u e se t r a t a b a de
evitar, sobre t o d o s i esas gotas g u a r d a n
algo de s u estado p r e c e d e n t e o t i e n e n
a ú n algunas funciones, y p o d r í a n i n -
cluso a d q u i r i r l a s m á s s u b l i m e s a ú n e n
ese o c é a n o de l a D i v i n i d a d o d e l E s p í -
ritu U n i v e r s a l .
Y s i se p r e t e n d e q u e esas a l m a s r e u -
n i d a s a D i o s n o t i e n e n funciones pro-
pias, se cae e n u n a o p i n i ó n c o n t r a r i a
a l a r a z ó n y a t o d a s a n a filosofía, c o m o
es e l s u p o n e r q u e a l g ú n ser subsistente
p u d i e r a llegar j a m á s a u n estado e n el
q u e se h a l l a d e s p r o v i s t o de t o d a f u n -
ción o impresión. Pues u n a cosa reu-
n i d a a o t r a n o d e j a de t e n e r s u s f u n -
ciones p a r t i c u l a r e s , l a s cuales, r e u n i d a s
a l a s funciones, de l a s o t r a s cosas, d a n
por r e s u l t a d o l a s f u n c i o n e s d e l t o d o ; de
lo co n t rari o , e l todo n o p o s e e r í a n i n g u n a
función s i las partes no las tuvieran
a s u vez.
A d e m á s , h e d e m o s t r a d o e n otro l u g a r
q u e c a d a ser g u a r d a p e r f e c t a m e n t e
t o d a s l a s impresiones que h a recibido,
a u n q u e esas i m p r e s i o n e s n o se n o t e n
p o r separado, p o r q u e se h a l l a n j u n t o
s c o n o t r a s m u c h a s . Así, e l a l m a , r e u n i d a
a l o c é a n o de l a s a l m a s , c o n t i n u a r í a
siendo e l a l m a p a r t i c u l a r que antes
h a b í a sido, p e r o s e p a r a d a .
Y esto h a c e v e r que es m á s r a z o n a -
ble y conforme a l proceder de l a N a t u -
r a l e z a que l a s a l m a s p a r t i c u l a r e s s u b -
s i s t a n e n los m i s m o s a n i m a l e s y n o
f u e r a , e n D i o s , de m o d o q u e se c o n s e r v e
n o s o l a m e n t e e l a l m a , s i n o t a m b i é n el
animal, como expliqué anteriormente y
en o t r a s p a r t e s ; a d m i t i e n d o a s í q u e
-las a l m a s p a r t i c u l a r e s c o n t i n ú e n s i e m -
p r e e n f u n c i ó n , es decir, e n l a s f u n c i o n e s
p a r t i c u l a r e s q u e les c o n v i e n e n y que
contribuyen a l a belleza y a l orden d e l
u n i v e r s o , e n v e z de r e d u c i r l a s a l s á -
b a d o d i v i n o de los q u i é t i s t a s , l o q u e
s e r í a u n estado de h o l g a z a n e r í a e i n u -
tilidad. Pues en cuanto a l a visión bea-
t í f i c a de l a s a l m a s b i e n a v e n t u r a d a s , es
t a m b i é n compatible con las funciones
de s u s cuerpos gloriosos, los cuales n o
d e j a r á n de ser o r g á n i c o s a s u m a n e r a .
M a s s i a l g u i e n quiere sostener q u e
n o h a y a l m a s p a r t i c u l a r e s , e n absoluto,
ni aun en v i d a cuando la función del
 LEIBNIZ
s e n t i m i e n t o y el p e n s a m i e n t o se ejerce
c o n a y u d a de los ó r g a n o s , s e r á refutado
p o r n u e s t r a experiencia, l a c u a l —• en
m i parecer — nos e n s e ñ a que s o m o s
u n a cosa m u y p a r t i c u l a r q u e p i e n s a ,
p e r c i b e y quiere, y que somos d i s t i n t o s
d e los otros que p i e n s a n y quieren o t r a
c o s a . D e otro m o d o se cae e n e l s e n t i r
d e S p i n o z a o de otros autores afines,
q u i e n e s p r e t e n d e n que existe u n a s o l a
s u b s t a n c i a , a s a b e r : D i o s , que p i e n s a ,
cree y quiere u n a c o s a e n m í , a l a v e z
q u e p i e n s a , cree y quiere todo l o con-
t r a r i o e n otro. B a y l e puso b i e n de m a n i -
fiesto el r i d í c u l o de esa opinión en a l -
gunos p a s a j e s de s u D i c c i o n a r i o .
O bien, si no h a y en l a N a t u r a l e z a
m á s q u e e l Espíritu U n i v e r s a l y l a
m a t e r i a , de n o s e r e l E s p í r i t u U n i v e r -
s a l m i s m o q u i e n cree y quiere cosas
o p u e s t a s en diferentes personas, s e r á
forzoso decir que es l a m a t e r i a l a que
e s diferente y a c t ú a e n m o d o d i v e r s o ;
pero s i l a m a t e r i a a c t ú a , ¿ p a r a q u é
necesitamos el E s p í r i t u U n i v e r s a l ? S i
l a m a t e r i a n o es m á s que u n p r i m e r
e l e m e n t o p a s i v o , o b i e n u n ser p u r a -
m e n t e p a s i v o , ¿ c ó m o se le p u e d e n a t r i -
b u i r esas acciones? E s , pues, m á s r a z o -
n a b l e creer q u e a d e m á s de D i o s , q u e
e s e l agente s u p r e m o , h a y u n a c a n t i -
d a d de agentes p a r t i c u l a r e s , y a que
existen g r a n c a n t i d a d de acciones y
pasiones p a r t i c u l a r e s y opuestas, q u e
n o c a b r i a a t r i b u i r a u n m i s m o sujeto,
y estos agentes n o s o n o t r a c o s a que
las almas particulares.
E s t a m b i é n s a b i d o que e x i s t e n g r a -
d a c i o n e s e n todas l a s cosas. H a y u n a
i n f i n i d a d de grados entre u n m o v i -
m i e n t o , c o m o q u i e r a que se le i m a g i n e ,
? r el completo reposo, entre l a d u r e z a y
a fluidez p e r f e c t a q u e n o ofrezca resis-
t e n c i a alguna, entre D i o s y l a n a d a .
Igualmente h a y también u n a infinidad
d e gradaciones entre u n ser activo, de
l a n a t u r a l e z a q u e se q u i e r a , y u n ser
p u r a m e n t e p a s i v o . Y , por consiguiente,
n o es razonable a d m i t i r n a d a m á s que
u n solo ser a c t i v o , es decir, e l E s p í r i t u
U n i v e r s a l y u n solo ser p a s i v o , es decir,
l a materia.
E s preciso considerar t o d a v í a que l a
n i a t e n a n o es u n a c o s a opuesta a D i o s ,
a m o que m á s b i e n h a b r í a que oponerla
a l ser a c t i v o l i m i t a d o , es decir, a l a l m a
o a l a f o r m a . P o r q u e D i o s es el ser s u -
premo opuesto a l a n a d a , de l a c u a l
resulta lo m i s m o l a m a t e r i a q u e l a s
formas, y el ser p u r a m e n t e p a s i v o es
273
algo m á s que l a n a d a , puesto que
es c a p a z de a l g u n a cosa, m i e n t r a s que a
l a n a d a n o se le puede a t r i b u i r n a d a e n
absoluto. D e e s t a suerte, es necesario
colocar a l l a d o de c a d a p a r t e singular
de l a m a t e r i a , f o r m a s p a r t i c u l a r e s , es
decir, a l m a s y espíritus que le corres-
ponden.
N o quiero r e c u r r i r a q u í a u n argu-
m e n t o d e m o s t r a t i v o , q u e he u s a d o e n
otro lugar, b a s a d o e n l a s u n i d a d e s o
cosas simples, donde q u e d a n c o m p r e n -
d i d a s l a s a l m a s p a r t i c u l a r e s ; argu-
m e n t o q u e forzosamente nos obliga, n o
sólo a a d m i t i r l a s a l m a s p a r t i c u l a r e s ,
sino a confesar t a m b i é n que esas a l m a s
son i n m o r t a l e s por n a t u r a l e z a y t a n i n -
destructibles como el u n i v e r s o . Y m á s
a ú n : q u e c a d a a l m a es, a s u m a n e r a y
s i n n i n g u n a i n t e r r u p c i ó n , u n espejo
del u n i v e r s o y contiene en s u seno u n
orden q u e se corresponde c o n el del
m i s m o u n i v e r s o , y que las a l m a s v a r í a n
y representan e n u n a i n f i n i d a d de modos
diferentes todos y todos verdaderos, y
m u l t i p l i c a n , por así decir, e l u n i v e r s o
t a n t a s veces como es posible, de suerte
que por ese c a m i n o se a p r o x i m a n a l a
D i v i n i d a d e n l a m e d i d a de l o posible,
de acuerdo c o n sus diferentes grados,
y d a n al universo toda l a perfección
de que é s t e es c a p a z .
D e s p u é s de t o d o l o d i c h o , no acierto
a ver qué razón o pretexto puede h a -
llarse p a r a c o m b a t i r l a d o c t r i n a de l a s
a l m a s p a r t i c u l a r e s . A q u e l l o s q u e así lo
h a c e n , d i c e n q u e l o q u e e n nosotros
p a s a es u n efecto d e l E s p í r i t u U n i -
v e r s a l . P e r o los efectos de D i o s s o n
subsistentes, p o r no decir q u e i n c l u s o
l a s modificaciones y los efectos de l a s
c r i a t u r a s s o n de a l g u n a m a n e r a d u r a -
deros y que s u s impresiones se j u n t a n
solamente, s i n llegar a destruirse.
E n t o n c e s , s i de acuerdo c o n l a r a z ó n
y las experiencias, c o m o a c a b a m o s de
ver, e l a n i m a l subsiste s i e m p r e c o n sus
percepciones m á s o menos d i s t i n t a s y
con ciertos ó r g a n o s , y s i , consiguiente-
mente, este efecto de D i o s subsiste s i e m -
pre e n s u s ó r g a n o s , ¿por q u é n o h a de
ser lícito l l a m a r l o a l m a y a f i r m a r que
ese efecto de D i o s es u n a l m a i n m a t e -
rial e i n m o r t a l , que i m i t a de a l g ú n
modo a l E s p í r i t u U n i v e r s a l , y a que,
por o t r a parte, esta d o c t r i n a e v i t a to-
d a s l a s dificultades, como se e v i d e n c i a
por l o que a c a b a m o s de decir aquí
y e n otros escritos dedicados a este
asunto?