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Funcionalismos ¢ teorias dos sistemas Como a sociotogia americana sedistinguit no comego do sécu- Jo XX pela protiferasio de sondsgens empiricas muitas vezes frag- ‘mentadas, houve quem perguntasseem que medida clas poderiam, Por acumulagdo, concorrer para oestabelecimento de uma verda- deira ciéneia, Por isso, preocupagio em forjar um quacro analiti- 0 integrador constitu a font, partir dos anos 1930, de novas ecundagdes tedricas, em primeio lugar o funcionalism explicitamente ou ni (0 organicismo de Spencer em Como numerosasteorias seminais em ci€ncias socias,o funcio- nalismo possui a sua proprie hstiria, seus pais fundadores, suas correntes derivadas... A fim de seriar esses desenvolvimentos, é ‘costume agora distinguir a0 menos irs formas de funcionatismo: 1econheceu o maior suces (com AR, :) Balizas 13 ¢ 14), #=Fancionalismosecte ‘ral dos Sistemas, 1968) Assim, como o calor de uma pega € regulado gragas aumapareiho termostitico, 0 social pode com eftito ser coneebido como um sistema dotado de anéis de retroagio que ligam e regu- lam variaveis de saida e varidveis de entrada, Este modelo excon~ Baliza 13 | CED [Em antopologia, o funcionalismo adquire seu titulo de nobre- za gragas a Bonislaw Malinowski (1884-1942), Ausriaco de na cenra, inglés por adogo, Malinowski esti fazendo pesquisas na Austilia quando explode a Primeira Guta Mundial. Emborasob suspeita de estar mancomunado com o inimigo, Malinowski eon- segue que o eaviem em missdo de pesquisa em teas controlales pela Austrilia, mas que ele mal conhecia, O antropélogo permane- ce assim algum tempo na Nova Guiné, e mais tarde nas Itbas Tro- briand, Suas observagSes fornecem material para 0 famoso lio primeiros lineamentos d por outro Lad ‘A primeira teoria supoe que todas a8 socie- jades humanas se desenvolvem segundo um mesmo esquemsa evo- lutivo preestabelecido, A segunda, ao contrivio, explica as transfor- ‘mages societais pela difusdo de inovagdes locais, inovagies que, por contato cultural, se transmitiriam de uma soviedade paraa outa jue ele redige para s Enciclopédia Bri | uma sociedade forma um todo cujas partes desempenham uma fun- 0 nesessria par. equilirio do conjunto. das suas fangs. Cem este innit, Malinowski efetua ume constata- <0: como a naturezs humana é ita de tel modo que “Yodo ser hum ro deve comer, respi, dormir, reproduzir-se, elimina ses detitos, conde quer que este, eseja qual fora sua civilizaglo" (Uc teoriacé entfica da cultura, 944 fed. francesa, 1968, p. 86) (AS aBeieddeD ‘comuns a tos os sees humanos frmam invariantes naturuis, cada sociedade organiza 8 seu jeitoo sex tatamento cultural, Os eitxios ‘do bom, do belo, da excelénci sexu. slo portanto definidos de di- ferentes maneiras dea sociedade para outra, Esse jeito de organi Zar a Vide social gere necessidadescatividades derivadas (2ducayio, Desquise, ates, religio, dieito, morl..)que, embora sejam irreme- iavelmenteespeeificos a cac cuturafsto SOAS AGES POPU felagio instrumental 20s imperativos orgdnicos (necessiade de so- ‘breviver, de se manter bern de sie. || do, na esteira de Durkheim, a légica do totemismo ou ainds a dos sistema de erengas,ceterminadss pla nccessidade cultural de formar | || Spencer, Radeliffe-Brown defende igualmente uma forma de e vol || lapiaeo institucional (mmanutengio de uma ordem social ea ada Baliza 14 Estrutura e fungi mas sociedades primitivas (Alfred Reginald Radeliffe-Brows) ‘Amplamente influenciado por Durkheim © Mauss, Alfied Regi- nald Radclifre-Brown (1881-1955) 60 segundo antropéloge que dei- xn uma duradoura marca pessoal sobre as primeiras teses funcionalis- {ase estruiuralistas. Paradoxalmente pouco inclinado ao trabalho de ‘campo, este britinico que lecions emrauitos paises é apesar de tudoo ee || ios contribaigdo que uma atividade parcial da atvidade total de autor de importantes estudes sobre o tabu, as relagbes de grace, a nog de estrutura social, os sistemas de parentesco...Os esciitos principais de Radcliffe-Brown se acham coligidos em(Bsiiaia Sigh edad primiivaeja inteodugzo ele redige em 1 952 A @PRBIGRD|Rsrica de Radcliffe Brown ¢ GSBHRIBGIE BSE ab dasio de uma antropologia social que cle define explicitarmente ‘como teoria comparativa das formas da vida social nos “primitivos" ‘Ramo particular da sociologia comparada, tem esta por missio ana- lisar as mudangas ¢ permanéncias das sociedades. Das socieclades Primitivas, Radeliffe-Brown procura facilitara inteligéncia avatian- mitos. Neste titimo caso, a chave hermenéutica que se oferece & | simplest eomo as relagSes de oposigao forjam a arguitetura clemen- tarde todo pensamento inumano, 05 mitos ¢ os ritos devem assim set lidos como expresséo da socializagdo do mundo natural, Ts. como cionismo adaptativo, Seu er, trés processos quedominam i re- sulagio da sociedade; «adaptapo ecolégica ap meio ambiente, « Tago cullurab (sociaizacio dos individuos). Esta andlise encomtra.o Beirplenio desenvolvimento com a importagio para o campo do so- cial de probleméticas utilizdas pelascincias do viveate. A biolo- gia Radcliffe-Brown vai pedir de empréstimo, por exemplo, amncto- dologia classficatéria, a vontade de compreender os ragos especif- 0s de cada sistema e a conviceo de ser possivel encontrar leis 2e- ris relativas ds sociedades mumanas. Enfim, discima de tudo) Rid cliffe-Brown encampa as nogSes de estruturae fungio, A estrutura social desigra uma disposigdo ordenada de partes ou elementos que compem um todo, um conjunto relativameat pe- ‘manente derelages que ligam as pessoas umas as outras (as estrats- "a8 de puretesco, por cxcmplo)ediferenciam a0 mestmOUeiipali Giviog @ classes pel0 seu papel social. Quanto Afungip, nio Hay : ges ‘aie us ales AEN ee das melas Adapt Brergia méxima (condigdes) Ambiente -orpanica “Parsons. Essai sur leur evolution comparée (1966). Pais, Dunod, 1973 p. 36. fisico ‘Quadro 2 i; 7 a7 a3 § > Se z a = z gh gga i = é a 'e a3 & 23 se gh gy ag ae gai ate ge — fad & | 3 23)5 g |g ea dlae 3 722 a[i2 A) g S2glaee i a <8 s/S28 _ f° : | i a = | i 7 i i az i ay | ef | 23 ge @ s/f: aif 28 a 2 Quanto a sociedade, “tipo de sistema social, nfo imports em que Universo de sistemas sociais, que atinge o nivel mais elevado de au- tonomia, enquanto sistema em relagio com o seu meio ambiente” (Sociedades, ed, francesa, 1973), ela mesma constituida de subsis- ‘temas que respondem a0 quidruplo imperativo funcional descrito anteriormente (Quadro 2). Com o auxilio de inputs, cada subsistema produz. ou(puts que sdo postos a servigo dos outros subsistemas. palavras, a definigio d lealismo & coletividade societal, simultancamente aqueles que de- correm da pertenga global & sociedade ¢ aqueles que tangem as di- ferentes categorias de status e papéis diferenciados no interior da sociedade” (0 sistema das sociedades modernas; ed. francesa, 1973). O Jealismo que leva, por exemplo, os homens a prestar servigo militar em nome do interesse geral se acomoda cada vez ‘mais nas sociedades modemnas com uma pluralidade de papéis, tudo repousa sobre um conjunto institucionalizado de valores ¢ de ‘normas que circunscrevem os direitos e deveres das coletividades ‘bumanas (familias, empresas, igrejas...) e configuram a escala da estratificagao e do prestigio social. ‘As sooiedades modemas possuem a seguinte parti- cularidade: joral, reli- gio, arte, ciéncia ganham autonomia e se diferenciam. A (ibidem). A protegio da integridade da comunidade societal, a defesado territério, a manu- tengo da ordem piblica... definem essas misses que necessitam para o seu cumprimento da aplicagdo de sanges (policia, exército) da interpretagio das regras (sistema judiciério) enti (produg&o de bens ¢ servigos), Em colaboragio ‘com Neil Smelser, Parsons (Economy and Society, 1956) mostra ue as quatro fungées AGIL comrespondem outras tantas formas determinantes da gestéo dos recursos: 0 capital eos investimentos (A), a produgio (G), a organizaglo (papel e fungio da classe em- presarial) (J © 0s compromissos de ordem econsmica (L) ‘meio simbélico de comunicagio que lhe é ey (capacidade de motivar decisdes intencionais da parte de outras ‘unidades sociais) (value commitment) “‘copacidade de tomar — e manter — decisées que sio vincu- lantes pars a coletivicade de referéncia e para os seus membros, na medida em que seu status comporta a obrigaglo de se submeter a suas decisées” bem simbélico que facili- tea troca de bens ¢ servigos, Embora tivesse inaugurado a sua obra por uma severa critica da teoria evolucionista, o priprio Parsons se vé tentado, em seus ‘lkimos escritos, por esta concepeio da historia (cf. 0 ditico Socie- dades © O sistema das sociedades modernas). Mas, complexo ¢ refinado, este evolucionismo nio hesita em reconhecet a plurali dade das trajetrias, a existéncia de estados societais variados, a multiplicidade das causas histéricas.. Buscando ainda recursos, pelas necessidades da analogia, na ciéncia biolégica, Persons pro- ‘cura mapear as grandes etapas que marcam a evolugdo das socie- ades. A seu ver, uma capacidade de adaptagiio sempre mais im- portante adquirida, por exemplo, gragas a processos de diferencia- 0 e de segmentagin, dé sentido a este devir historico. Da ciber- na igualmente, uma outra idéia importante: Nast concede um posto tral jue correspondem, termo a termo, as fungdes basicas elencadas acima: trata-se a. (an 5). We D. e,em primeiro lugar, umproce 0 ques Texto 22 PARSONS — Um paradigma da mudanga evolutiva Enire os processos de madanga,o tipo mais importante em uma perspectiva evolutiva é 0 aumento da capacidade de adap. taga0, quer no seio de ums Sociedade que cria um novo tipo de csirutura quer, gragas a difusio cultural ed implicagio de outros fatores combinados com o novo tipo de estrutura, em outras So- Ciedadesetalvez em periodos uteriores. (..| Os desenvolvimen- tos provenientes de uma matrize os casos de aumento adaptativo | | maisimediato (como por exemplo.o surgimento de organizagdies ‘burocréticas em grande escala em certos impérios) a0 que parece ppodem ser aalisados em termos de um paradigma comum (..). Hem primeiro lugar o provesso de diferenciagéo, Umawni- dade, um subsistema ou uma categoria de unidades ou de subsis- temas que tenha um lugar tinico e relativamente bem definido em uma sociedade se divide em unidades ou em sistemas (orcl- nariamente dois) que diferem ao mesmo tempo estruturale fun- cionelmente em seu papel diante do sistema geral. Pera dar um excrnplo familiar jé citado,o lar organizado em fungo dos lagos de parentesco tal como existe nas sociedades camponesas & 20 mesmo tempo a unidade de residéncia e a unidade priméria da rodug4o agricola, Em certs sociedades, no entanto, » maior arte do tabalopodutv & feeds por undadesespcializa- das, oficinas, fibrices ou eseritirios, onde trabatham pessoas: que sio igualmente membros de nicleos familiares, Assim, dois ‘grupos de paptis¢ de coletividades se diferenciaram ¢ suas fun- ‘9Ses se Separaram, Deve tamisém haver uma diferenciagio no ni- ‘el ds normas euma cera expedalizagio dos modsos de valo- res para adapti-los as duas situagbes[...] Os processos de diferenciagio, Portanto, apresentam novos problems de iigrago pan stern. AS operagdes de dans oudiverssciegoras de nidadet exists deve seroorde, nadas onde antes sé existia uma tinica categoria, Assim, no que diz respeto as paps de empregos produtivos, aid fala no pode mas sapevisioara pogo em» nome do ser papel domestic. Dai eats isto 6, € nesessério estraturas da comunidade local ‘Uma melhore adaptativaexige portanéo, que ws capacidades funcionas especintizicas sejam liberadas dos seus vincu's com 8 unidades estrus mais dfsas. Apcla-se entio a recursos ‘mais gersis que sio independents das fortes de onde provéen. Poressas rezbes, os processos dedferenciagiio e de melhorapo- diem exigit a incluso, como status do memibro de plenodirito fo sco da comunidad, de grupos até entio excluidas, ue ad- uirinim capecdades egitanas para dar Sua contribuigdo ao fun- ionamento do sistema Um ilkimo aspecto do proceso de mudanga 6 0 que dizres- pit 4 suas reiagGes com o sista de valores da Sociedade ‘Nao importa qual sj o tipo desistema de valores, ele & sempre caracterizado por um modelo partewar, de tal sorte que, quando insttucionalizado,estabeleoe una preferéncia cela por un tipo sera desistemn soci, Pormeie dauilo que denominames a6, DecificaGo, uma valorizagio i ett € soletreda” em todas as ‘suas iplicagdes para os diferentes subsistemas (T. Parsons. So. ctétés.. OP. cit, p, 28-29), em mE oc com mais cficdcia que antesfii@ RSA diferenciagio ver a ser, noutras palavras, ‘amarca de um mecanismo que produz sempre maior adaptebilida- de e complexidade da organizagio social, A GHIIERERGHD) recess que Parsons considers respond em segundo liga « un GHGS especializadas como a fabrica ou os escritsrios), (cisdo entre (a aquisigzo, por exemplo, de direitos juridicos, politicos ou sociais). (mais complexo ‘que o precedente) Quando aborda empiricamente o problema, forma de expresso que da aos seres humanos os tmeios para conservar e dif indir os Assim armadas, (GBBTERIa. Depois de examina sociedad primitvas (aborige- hes da Austrélia, shilluks do Alto Nilo sudanés), socicdades arcai- £2s (como 0 Antigo Egito ou os impérios da Mesopotémnia), irmpé- ios intermedidrios “histéricos” (China, india, Roma, impérios muguimanos) incapazes de aceder definitivamente a modernidade om vista de sua dificuldade para integrar os valores ao conjumto de uma sociedade complexa, Parsons conclui que “de maneira geral, ‘Quanto mais baixo se acha um sistemana escala da evolugdo socio. culkural, tanto mais 0s seus sistemss social e cultural se articulam cempiricamente e tanto menos sio independentes um do outro” (So- (que fe- . por este moti- ciedades. Op. cit ) EB) (bers0 do judaismo} cundou uma cultura secular importante) vo, Com eftito, para Parsons, a origem comum das se encontra verdadeiramente nas ju depois da queda do Império Romano do Ocidente. Este quadros constitucionais, © desenvolvimento da cidadania bem como 0 crescimento de trés tipos de organizagées (os mereados, a boroorecia eas assoiSes) van coma ease destech da mo- dernidade (ASWSSGASGER iniSHALEARAS (0s EUA em primero lugar), onde prevalecem os valores do sucesso individual, onde se desenvolvem as profissdes cientificas ¢ técnicas, onde se sacrali- zam a familia nuclear e a neutralidade afetiva, onde impera a eco- nomia de mercado. nfo a diltima palavra neste caso: por esic motivo, na opinido de Parsons, (O sistema das so- cledades Op. cit). 2.1, Merton, critico e renovador do funcionalismo Educado na Harvard de Pititin Sorokin, de Talcott Parsons e do. lisleors ne Lawrence J. Henderson, Robert

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