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(*) UZIEL SANTANA

Por que os Cristãos – evangélicos e católicos – são contrários à


aprovação dos Projetos de Lei 122/2006, que tramita no Senado
Federal, e 6418/2005, que tramita na Câmara Federal?
Já escrevemos aqui nesta coluna semanal, a respeito do tema da denominada “homofobia”.
Já explicamos que se trata de um delito semântico atestar que toda e qualquer manifestação
contrária às práticas homossexuais significa homofobia, isto é, violência ou incitação à
mesma, pois uma coisa é o respeito à opção e predileções que cada um tem; outra, muito
diferente, é a imposição dessas opções e predileções a quem assim não consente.
Já assentimentos explicativamente, também, que a Constituição Federal assegura que a
simples expressão de condenação moral, filosófica ou religiosa ao homossexualismo não se
constitui em discriminação, mas em constitucional, legítimo e legal exercício da liberdade
de manifestação do pensamento, consciência e crença religiosa.
Do mesmo modo, já assentimos, demonstrativamente, que, nos termos em que estão os PL's
122/2006 e o substituvivo do 6418/2005, esses, uma vez aprovados, viriam a se tornar leis
que, nas suas naturezas constitutivas, seriam inconstitucionais, ilegítimas e heterofóbicas.
Os cristãos de todo o Brasil – de norte a sul – nessa mesma perspectiva analítica, têm se
posicionado de igual modo e, em assim sendo, têm declarado através de elucidativos e
concludentes manifestos os fundamentos do seu pensamento e posição. “Pois não nos
envergonhamos do Evangelho em quem temos crido”, assim dizemos.
Nesse sentido, o Movimento Cristão em Sergipe e na Paraíba tem assim afirmado que:
1) Somos contra a aprovação dos PL's 122/2006 e 6418/2005, porque estes, ao
criminalizarem toda e qualquer manifestação contrária ao homossexualismo e às suas
práticas, ferem o direito fundamental que cada cidadão tem de, livremente, manifestar-se,
expressar-se e opinar sobre qualquer tipo de conduta moral ou tema social. A Constituição
Federal garante a todos, como mandamento jurídico inviolável, o direito de se posicionar, a
favor ou contrariamente, em relação a qualquer fato social ou comportamento humano.
Vivemos sob a égide de um sistema constitucional que estabelece, ainda, como objetivo
fundamental da República Federativa do Brasil a construção de uma sociedade livre, justa e
plural, sem espaço para qualquer tipo de discriminação, inclusive a religiosa, como fazem
os dois PL's.
2) Somos contra a aprovação dos PL's 122/2006 e 6418/2005, porque estes cerceiam o
direito constitucional fundamental que temos de liberdade de consciência, crença e culto.
Ao afirmarem que toda e qualquer manifestação contrária ao homossexualismo – incluindo
aqui sermões e textos bíblicos que se posicionam contra as práticas homossexuais –
constitui-se em crime de homofobia – isto é, violência contra os homossexuais – o Projeto
está a estabelecer no Brasil o mais terrível tipo de legislação penal, típica de Estados
totalitários, os Crimes de Mera Opinião. Repudiamos, veementemente, tal tentativa de
censura e limitação das liberdades individuais e coletivas, pois manifestar-se contrariamente
– sem violência – a respeito de um comportamento nada mais é do que o exercício
constitucional, legítimo e legal do direito de liberdade de consciência e crença.
3) Somos contra a aprovação dos PL's 122/2006 e 6418/2005, porque a Constituição
Federal nos afirma e estabelece que, ao contrário do que se quer realizar – isto é, tornar
crime manifestações religiosas, filosóficas, científicas e políticas reprovando as práticas
homossexuais – “ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de
convicção filosófica ou política” (CF, art. 5º, VIII).
4) Somos contra a aprovação dos PL's 122/2006 e 6418/2005, porque tais proposições
legislativas, por serem de natureza penal e não simplesmente civil, demonstra-nos que o
objetivo não é combater a violência contra os homossexuais, mas sim impor tal condição a
todos e torná-la imune de críticas ou de posicionamentos contrários. A idéia das
proposições legislativas referidas não é conscientizar ou incluir; a idéia é “colocar na
cadeia” qualquer do povo que seja contrário ao homossexualismo e manifesta essa sua
posição moral e de consciência. Isso nos resta claro, tendo em vista os projetos de lei serem
de natureza criminal. Se assim não o fosse, nós nos solidarizaríamos e apoiaríamos tal
iniciativa legislativa, porque também somos contra toda e qualquer tipo de violência.
5) Somos contra a aprovação dos PL's 122/2006 e 6418/2005, porque entendemos que o
nosso Ordenamento Jurídico – seja através da Constituição Federal, seja através das demais
leis ordinárias ou complementares deste país, já contemplam as reivindicações de proteção
que os adeptos dos PL's buscam implementar. Por exemplo, se qualquer cidadão sofrer
contra si um ato de violência, seja ela física, psicológica ou moral, já temos leis penais
suficientes para serem usadas num caso como esse. Por qual razão, então, se querer
privilegiar, concedendo super-direitos, verdadeiros privilégios, a um grupo específico?
Todos são iguais perante a lei! E se há necessidade de maior proteção a um grupo específico
que se criem políticas públicas de atendimento e não leis penais que visam colocar o
restante da sociedade na cadeia!
6) Ademais, cremos na Bíblia como única regra de fé e prática e, em assim sendo, Deus
criou o ser humano a Sua imagem e semelhança como homens e mulheres que se unem,
religiosa e legalmente, em casamento para a constituição de uma família fundamentada nos
princípios e valores da fé cristã. Para nós, a Bíblia, ao estabelecer como pecado o
homossexualismo, fá-lo do mesmo modo como o faz para outros tantos tipos de pecado, tais
como, a prostituição, o adultério, a inveja, a idolatria, o homicídio, o incesto, a pedofilia, a
mentira, a glutonaria, a maledicência, o roubo e etc. Assim, cremos que toda e qualquer
conduta pecaminosa deve ser reprovada, porque o pecado afasta o homem e a sociedade de
Deus.
7) Por assim ser, crendo na Bíblia como única regra de fé em prática, sabemos que cada um
dará conta de si mesmo a Deus, de modo que, as escolhas e predileções que cada um faz
aqui neste mundo acontecem, porque Ele nos deu o livre-arbítrio. Deus, através da sua
Palavra, aponta-nos o Caminho, a Verdade e a Vida em que devemos andar. Por isso,
pregamos, baseados na Bíblia, contra o pecado e amando o pecador. Mas a mensagem da
Palavra de Deus é para os que, voluntariamente, abrem o seu coração para a Salvação em
Cristo Jesus. O Cristianismo não é impositivo. Ele dá espaço para que o ser humano faça a
sua escolha. É assim que a Igreja atua na sociedade: respeitando a liberdade de cada um,
mesmo que esta vá de encontro à Palavra de Deus. Somos, assim, porque o nosso Deus não
nos fez seres adestrados, ao contrário, Ele nos deu total liberdade para decidirmos sobre as
nossas vidas. Ele não nos quer à força ou sob coação. Para nós, quem nos convence do
pecado, é o Espírito Santo de Deus e, por assim ser, nada é por força ou por violência.
8) Assim, conclamamos a Sociedade Brasileira e os Poderes Constituídos da República
Federativa do Brasil, especialmente, o Senado Federal e a Câmara dos Deputados, a se
unirem contra estes Projetos de Lei (PL 122/2006 e PL 6418/2005), inconstitucionais e
ilegítimos, que restringem, de modo absoluto, direitos e garantias fundamentais do ser
humano e da sociedade em geral, que foram conquistados, historicamente, a preço de muito
sangue, suor e lágrimas. Todos são iguais perante a lei. Que não haja nenhum tipo de
discriminação promovida pelo próprio Estado, nem que este queira impor – colocando o
aparato policial e o sistema prisional a serviço disso – a toda uma sociedade – que, no nosso
caso, é eminentemente cristã – o modo de ser de um grupo específico, seja ele qual for, seja
ele minoria ou maioria.
(*)Cristão, Advogado e Professor da UFS (ussant@ufs.br)

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