atributos perfectos de l a D i v i n i d a d , s i n o l a posibi-

l i d a d d e e x p l i c a r l o s a l a m e r a l u z de l a r a z ó n .
E n su dimensión estrictamente filosófica, h a b r í a que
c o n s i d e r a r l o s Diálogos, c u a l e s q u i e r a q u e s e a n sus
l i m i t a c i o n e s ^ c o m o u n o d e los p i l a r e s f u n d a m e n t a - DIALOGOS SOBRE
les d e l p e n s a m i e n t o m o d e r n o e n t o r n o a l t e m a d e l LA RELIGIÓN NATURAL
t e í s m o e s p e c u l a t i v o . P e r o es d i f í c i l h a b l a r d e los
e s c r i t o s d e H u m e s i n m e n c i o n a r s u a f i c i ó n p o r los
a n á l i s i s d e c a r á c t e r p s i c o l ó g i c o . E n e l caso de los
Diálogos, el lector e n c u e n t r a frecuentes incursiones
en lo que, según t e r m i n o l o g í a a c t u a l , podríamos
hoy l l a m a r u n a "psicología del temperamento reli-
g i o s o " . C o n ser t e m a d e n o p o c o i n t e r é s , n o es ésta
l a o c a s i ó n p a r a d e t e n e r s e e n e l i n t e n t o d e desen-
t r a ñ a r p o r m e n u d o l a s n o t a s q u e d e f i n i r í a n este
aspecto d e l p e n s a m i e n t o h u m e a n o .
H e m o s seguido p a r a nuestra traducción la edición
d e N o r m a n K e m p S m i t h , q u e r e p r o d u c e c o n fide-
l i d a d l a d e 1779. E n l o p o s i b l e , se h a p r o c u r a d o c o n -
servar l a f o r m a y p u n t u a c i ó n originales. L a s notas
d e l t r a d u c t o r v a n e n c e r r a d a s e n t r e c o r c h e t e s , y , <t • J
fin de evitar complicaciones innecesarias, siguen la
n u m e r a c i ó n d e las q u e p e r t e n e c e n a l t e x t o d e H u m e .
CARLOS MELLIZO.
U n i v e r s i d a d de W y o n i i n g ,
I n v i e r n o , 1973.
PANFILO A HERMIPO
Se h a h e c h o n o t a r , a m i g o H e r m i p o , q u e a u n q u e
los filósofos a n t i g u o s i m p a r t í a n l a m a y o r í a d e s u s
enseñanzas e n f o r m a d e d i á l o g o , este m é t o d o d e
composición h a sido m u y poco practicado en épo-
cas m á s r e c i e n t e s , y a p e n a s s i h a t e n i d o é x i t o e n
manos d e los q u e se h a n a t r e v i d o a i n t e n t a r l o . U n a
argumentación exacta y regular, tal y como ahora
se espera d e l a s i n v e s t i g a c i o n e s f i l o s ó f i c a s , o b l i g a
a u n hombre, de m a n e r a n a t u r a l , a emprender u n
camino^didáctico y m e t ó d i c o q u e l e p e r m i t a e x p l i c a r
inmediatamente, y sin preámbulo alguno, el punto
al q u e se d i r i g e ; y , de a h í e n a d e l a n t e , p r o c e d e r s i n
i n t e r r u p c i ó n a d e d u c i r las p r u e b a s s o b r e l a s q u e
su a r g u m e n t a c i ó n se f u n d a . P r e s e n t a r u n sistema
en f o r m a de c o n v e r s a c i ó n r e s u l t a m u y p o c o n a t u -
r a l ; y m i e n t r a s q u e e l q u e e s c r i b e u n d i á l o g o desea,
al a p a r t a r s e d e l e s t i l o d i r e c t o , d a r i m a i r e m á s l i -
bre a s u t r a b a j o y e v i t a r l a a p a r i c i ó n d e u n autor
y u n lector, c o r r e e l rief^go d e t o p a r s e c o n o t r o i n -
c o n v e n i e n t e m á s g r a v e y d a r l a i m a g e n d e l peda-
gogo y e l discípulo. P o r otra parte, si v a desarro-
llando l a discusión en u n a m b i e n t e de a m i g a b l e
camaradería sirviéndose de u n a v a r i e d a d de asun-
tos m a r g i n a l e s y c o n s e r v a n d o u n e q u i l i b r i o e n t r e
los d i a l o g a n t e s , a m e n u d o p i e r d e t a n t o t i e m p o e n
preparaciones y transiciones, q u e e l lector difícil-
mente se v e r á c o m p e n s a d o , p o r m u c h a s q u e s e a n
las a m e n i d a d e s i n h e r e n t e s a l d i á l o g o , a l p e r d e r e l
orden, l a b r e v e d a d y l a p r e c i s i ó n q u e h a n t e n i d o
que s a c r i f i c a r s e .
Sin e m b a r g o , h a y a l g u n o s t e m a s q u e se a d a p t a n
mejor a l a e s c r i t u r a d i a l o g a d a y q u e se a j u s t a n a
25
ella más que al m é t o d o de composición directo y
simple.
C u a l q u i e r p u n t o de d o c t r i n a q u e sea t a n evidente
que apenas a d m i t a discusión, pero que, a l m i s m o
t i e m p o , sea t a n importante q u e e x i j a ser i n c u l c a d o
continuamente, parece r e q u e r i r l a f o r m a dialogada
p a r a ser t r a t a d o . D e este m o d o , l a n o v e d a d d e l es-
tilo puede compensar l a v u l g a r i d a d del asunto, l a
v i v a c i d a d de l a conversación puede dar más fuerza
a lo q u e q u i e r e decirse, y l a v a r i e d a d de puntos de
v i s t a e x p u e s t o s p o r los d i f e r e n t e s p e r s o n a j e s p u e d e
hacer q u e l a o b r a n o resulte n i tediosa n i r e d u n -
dante.
Por otra parte, c u a l q u i e r asunto de filosofía que
sea t a n oscuro e incierto q u e l a razón h u m a n a no
p u e d a d e t e r m i n a r s e c o n e x a c t i t u d respecto a él.
p a r e c e a c o n s e j a r n o s q u e sea t r a t a d o — s i d e c i d i m o s
t r a t a r l o — e n f o r m a de d i á l o g o y c o n v e r s a c i ó n . A
los h o m b r e s razonables p u e d e permitírseles d i f e r i r
en a q u e l l o de lo q u e n a d i e puede estar razonable-
m e n t e seguro. S e n t i m i e n t o s opuestos, i n c l u s o s i n
llegar a conclusión a l g u n a , p r o p o r c i o n a n i m agra-
d a b l e e n t r e n i m i e n t o ; y s i e l a s u n t o es c u r i o s o e
interesante, e l l i b r o nos servirá p a r a s e n t i m o s e n
c i e r t o m o d o a c o m p a ñ a d o s y u n i r á l o s dos p l a c e r e s
más grandes y más puros de l a vida h u m a n a : el
estudio y l a convivencia.
F e l i z m e n t e , t o d a s estas c i r c u n s t a n c i a s se d a n e n
e l t e m a d e l a religión natural. ¿ Q u é v e r d a d h a y t a n
c i e r t a y e v i d e n t e c o m o l a existencia, de u n Dios,
v e r d a d q u e h a n reconocido las épocas más igno-
r a n t e s d e l a h i s t o r i a y p o r l a q u e los g e n i o s m á s
r e f i n a d o s se h a n e s f o r z a d o a m b i c i o s a m e n t e e n p r o -
d u c i r nuevas pruebas y argumentos? ¿Qué verdad
hay t a n i m p o r t a n t e c o m o ésta, q u e c o n s t i t u y e e l
f u n d a m e n t o d e t o d a s n u e s t r a s e s p e r a n z a s , l a base
26
más s e g u r a d e l a m o r a l , e l m á s f i r m e s o p o r t e d e l a
s o c i e d a d y e l ú n i c o p r i n c i p i o q u e n o d e b e r í a estar
ausente n i p o r u n m o m e n t o d e n u e s t r o s p e n s a m i e n -
tos y m e d i t a c i o n e s ? P e r o a l t r a t a r d e e s t a v e r d a d
evidente e i m p o r t a n t e , ¿cuántas cuestiones oscuras
n o se p l a n t e a n a c e r c a d e l a naturaleza d e ese d i -
v i n o Ser, d e sus a t r i b u t o s , sus d e c r e t o s y s u p l a n de
providencia? T a l e s cuestiones siempre h a n sido
objeto d e d i s p u t a s e n t r e l o s h o m b r e s ; y , p o r l o q u e
se r e f i e r e a e l l a s , l a r a z ó n h u m a n a n o h a a l c a n z a d o
n i n g u n a d e t e r m i n a c i ó n c i e r t a . S i n e m b a r g o , estos
temas s o n t a n i n t e r e s a n t e s , q u e n o p o d e m o s r e p r i -
mir l a i n q u i e t u d de t o r n a r a i n v e s t i g a r sobre ellos,
a sabiendas de q u e sólo l a d u d a , l a i n c e r t i d u m b r e
y la contradicción h a n sido hasta ahora el resul-
tado d e los e s t u d i o s m á s e x a c t o s .
R e c i e n t e m e n t e h e t e n i d o o c a s i ó n d e o b s e r v a r esto
cuando, según m i costumbre, pasaba p a r t e de l a
estación v e r a n i e g a e n c o m p a ñ í a d e C L E A N T E S , y es-
tuve p r e s e n t e e n las c o n v e r s a c i o n e s q u e s o s t u v o c o n
F I L Ó N y D E M E A , d e las c u a l e s y a te i n f o r m é b r e v e -
m e n t e h a c e p o c o . P e r o c o m o m e d i j i s t e q u e te h a -
bía p i c a d o l a c u r i o s i d a d , d e b o n e c e s a r i a m e n t e e n -
t r a r c o n m á s d e t a l l e e n l o q u e f u e r o n sus r a z o n a -
m i e n t o s , y e x p o n e r los v a r i o s s i s t e m a s q u e p r o p u -
sieron e n l o r e f e r e n t e a m a t e r i a t a n d e l i c a d a c o m o
lo es l a r e l i g i ó n n a t u r a l . E l n o t a b l e c o n t r a s t e e n t r e
sus d i f e r e n t e s p e r s o n a l i d a d e s h i z o q u e t u c u r i o s i d a d
fuese a ú n m a y o r , c u a n d o c o m p a r a s t e l a s e x a c t a s
i n t e r v e n c i o n e s f i l o s ó f i c a s d e C L E A N T E S c o n e l des-
cuidado escepticismo de F I L Ó N , o l a a c t i t u d de a m -
bos c o n l a r í g i d a e i n f l e x i b l e o r t o d o x i a d e D E M E A .
M i c o r t a e d a d c o n v i r t i ó m e e n m e r o testigo d e sus
d i s p u t a s . Y esa c u r i o s i d a d n a t u r a l , p r o p i a d e los
primeros años de l a v i d a , h a i m p r e s o t a n p r o f u n d a -
mente e n m i m e m o r i a t o d a l a c a d e n a d e sus a r g u -
mentos, q u e , s e g ú n espero, n o o m i t i r é n i c o n f u n d i r é
n i n g u n a p a r t e c o n s i d e r a b l e d e l o q u e a l l í se d i j o .
PARTE 1
Panfilo • • ••;
A l l e u n i r m e c o n los v i s i t a n t e s q u e h a b í a e n c o n -
trado sentados e n l a b i b l i o t e c a de C l e a n t e s , D e m e a
felicitó a C l e a n t e s p o r e l g r a n e s m e r o c o n q u e se
había ocupado de m i educación, y p o r l a infatiga-
ble constancia y p e r s e v e r a n c i a q u e tenía p a r a c o n
todas sus a m i s t a d e s .
Demea
E l padre de P a n f i l o , d i j o , f u e t u a m i g o í n t i m o ; e l
h i j o es t u d i s c í p u l o , y b i e n p o d r í a c o n s i d e r á r s e l e
como t u h i j o a d o p t i v o , a j u z g a r p o r los desvelos
q u e te h a s t o m a d o e n e n s e ñ a r l e t o d a r a m a d e l a
ciencia y de l a l i t e r a t u r a q u e p u d i e r a serle d e u t i l i -
d a d . E s t o y p e r s u a d i d o d e q u e n o careces n i d e p r u -
d e n c i a n i ele e s p í r i t u d e t r a b a j o . Y , p o r t a n t o , te
haré sabedor d e u n a m á x i m a q u e y o h e o b s e r v a d o
con m i s p r o p i o s hijos, y q u e m e gustaría saber has-
ta q u é p u n t o c o i n c i d e c o n l o q u e t ú h a c e s . E l m é -
todo q u e y o s i g o e n s u e d u c a c i ó n se f u n d a e n e l
d i c h o d e u n a n t i g u o : " Q u e los e s t u d i a n t e s d e f i l o -
sofía a p r e n d a n p r i m e r o l a l ó g i c a , l u e g o l a é t i c a ,
después l a f í s i c a , y , e n ú l t i m o l u g a r , l a n a t u r a l e z a
de los D i o s e s " ^. S e g ú n é l , e s t a c i e n c i a d e l a t e o l o g í a
n a t u r a l , a l ser m á s p r o f u n d a y a b s t r u s a q u e n i n -
guna, r e q u i e r e l a m á x i m a m a d u r e z e n e l j u i c i o de
los e s t u d i a n t e s q u e se a p l i c a n a e l l a ; y s ó l o uría
m e n t e e n r i q u e c i d a c o n todas l a s o t r a s c i e n c i a s p u e -
de estar e n d i s p o s i c i ó n d e t r a t a r l a .
^ d i s i p o apud Plut. de repug. Stoicorum [cap. 9, 1035 a, g].
 Filón
¿ T a n t o t a r d a s , d i j o F I L Ó N , e n e n s e ñ a r a tus h i j o s
los p r i n c i p i o s d e l a r e l i g i ó n ? ¿ N o se c o r r e e l p e l i g r o
de q u e d e s c u i d e n o r e c h a c e n p o r c o m p l e t o esas
o p i n i o n e s de las q u e t a n p o c o h a n o í d o d u r a n t e
el c u r s o de s u e d u c a c i ó n ?
Demea
Es solamente e n s u aspecto científico, sujeto a l r a -
zonamiento y a la controversia h u m a n a , en lo que
he p r e f e r i d o r e t r a s a r e l e s t u d i o de l a t e o l o g í a n a -
t u r a l , r e p l i c ó D E M E A . S e m b r a r e n sus a l m a s l a se-
m i l l a de l a p i e d a d fue m i p r i m e r c u i d a d o ; preocu-
p á n d o m e d e i n c u l c a r l e s los p r e c e p t o s y l a d o c t r i n a ,
y t a m b i é n , según espero, m e d i a n t e e l b u e n e j e m p l o ,
i m p r i m o p r o f u n d a m e n t e e n sus t i e r n a s a l m a s u n
h á b i t o d e r e s p e t o h a c i a los p r i n c i p i o s d e l a r e l i g i ó n .
C u a n d o están estudiando c u a l q u i e r otra ciencia,
les s e ñ a l o l a i n c e r t i d u m b r e q u e se e n c i e r r a e n c a d a
p a r t e , l a s e t e r n a s d i s p u t a s d e los h o m b r e s , l a o s c u -
r i d a d d e t o d a f i l o s o f í a y las e x t r a ñ a s y r i d i c u l a s
c o n c l u s i o n e s a l a s q u e h a n l l e g a d o a l g u n o s d e los
g e n i o s m á s g r a n d e s , s i g u i e n d o los p r i n c i p i o s de l a
m e r a razón h u m a n a . Así, h a b i e n d o i n c u l c a d o en
sus m e n t e s l a h u m i l d a d y l a d e s c o n f i a n z a e n los po-
deres d e l a p r o p i a r a z ó n , n o t e n g o e s c r ú p u l o a l g u -
n o e n p r e s e n t a r l e s los g r a n d e s m i s t e r i o s de l a r e l i -
gión, a s u m i e n d o q u e no caerán en el peligro de
ser c o m o esos f i l ó s o f o s a r r o g a n t e s , q u e p u e d e n atre-
v e r s e a r e c h a z a r l a s d o c t r i n a s y las o p i n i o n e s m á s
f i r m e m e n t e establecidas.
Filón ' " • =• •
T u t e m p r a n a precaución por esparcir en las almas
de tus h i j o s l a s e m i l l a de l a p i e d a d es, c i e r t a m e n t e ,
una medida m u y razonable, y hasta necesaria en
estos t i e m p o s i r r e l i g i o s o s y p r o f a n o s q u e v i v i m o s ,
dijo F I L Ó N . Pero lo que me a d m i r a p r i n c i p a l m e n t e
30
de t u p l a n de e d u c a c i ó n es t u m é t o d o de s a c a r p r o -
vecho de los p r i n c i p i o s de l a f i l o s o f í a y d e l a c i e n -
cia, los c u a l e s , a l i n s p i r a r l a s o b e r b i a y l a e x c e s i v a
a u t o e s t i m a , h a n v e n i d o a ser, e n t o d o s los t i e m p o s ,
un e l e m e n t o d e s t r u c t i v o d e los p r i n c i p i o s de l a re-
ligión. L a s gentes c o m u n e s q u e n o e s t á n f a m i l i a r i -
zadas c o n l a c i e n c i a y l a p r o f u n d a i n v e s t i g a c i ó n , a l
observar las i n t e i m i n a b l e s d i s p u t a s de los i n s t r u i -
dos, h a n s o l i d o t e n e r m u c h a s r e s e r v a s c o n r e s p e c t o
a l a filosofía, y, de esta m a n e r a , se h a n r e a f i r m a d o
m u c h o más e n los p u n t o s f u n d a m e n t a l e s de l a teo-
logía q u e les f u e e n s e ñ a d a . L o s q u e h a n e n t r a d o
un p o c o e n e l e s t u d i o y l a i n v e s t i g a c i ó n , a l e n -
c o n t r a r a p a r e n t e s certezas e n las d o c t r i n a s m á s
nuevas y m á s e x t r a o r d i n a r i a s , p i e n s a n q u e n a d a es
demasiado d i f í c i l p a r a l a r a z ó n h u m a n a ; y, s a l t á n -
dose p r e s v m t u o s a m e i i t e todas l a s b a r r e r a s , p r o f a n a n
los mxás í n t i m o s s a n t u a r i o s d e l t e m p l o . P e r o c o n f í o
en q u e C l e a n t e s e s t a r á de a c u e r d o c o n m i g o e n q u e
una vez q u e h e m o s a b a n d o n a d o l a i g n o r a n c i a — e l
remedio más seguro— q u e d a todavía u n a posibili-
dad de i m p e d i r ese l i b e r t i n a j e p r o f a n o . D e j e m o s
que los p r i n c i p i o s de D e m e a se d e s a r r o l l e n y p r o s -
peren; p e r s u a d á m o n o s h o n d a m e n t e de l a d e b i l i d a d ,
la ceguera y los e s t r e c h o s l í m i t e s d e l a r a z ó n h u -
m a n a ; c o n s i d e r e m o s l a i n c e r t i d u m b r e y las c o n t r a -
dicciones s i n c u e n t o c o n q u e se e n c u e n t r a , i n c l u s o
al e s t u d i a r a s u n t o s d e l a v i d a c o m ú n y d e l a p r á c -
tica; t e n g a m o s p r e s e n t e s los e r r o r e s y los e n g a ñ o s
de los m i s m o s s e n t i d o s , las d i f i c u l t a d e s i n s u p e r a b l e s
que r o d e a n los p r i m e r o s p r i n c i p i o s de todos los
sistemas, las c o n t r a d i c c i o n e s q u e v a n a p a r e j a d a s a
las i d e a s d e m a t e r i a , c a u s a y e f e c t o , e x t e n s i ó n , es-
pacio, t i e m p o , m o v i m i e n t o , y , e n u n a p a l a b r a , a
todo l o r e l a c i o n a d o c o n l a c a n t i d a d : e l o b j e t o d e
la ú n i c a c i e n c i a c a p a z de a l c a n z a r a l g u n a c e r t e z a
o e v i d e n c i a . C u a n d o estas d i f i c u l t a d e s s o n e x p u e s t a s
bien a las c l a r a s —cosa q u e s u e l e n h a c e r a l g u n o s
filósofos y c a s i todos l o s t e ó l o g o s — , ¿ q u i é n p u e d e
31

tener l a suficiente c o n f i a n z a en l a frágil f a c u l t a d
d e l a r a z ó n , p a r a t o m a r e n s e r i o sus d e t e r m i n a c i o -
nes r e s p e c t o a p u n t o s t a n s u b l i m e s , t a n a b s t r u s o s
y tan alejados de l a v i d a c o m ú n y de l a e x p e r i e n -
cia? C u a n d o l a c o h e r e n c i a entre las partes de u n a
p i e d r a , o, i n c l u s o , l a c o m p o s i c i ó n d e esas p a r t e s
q u e l a c o n v i e r t e n e n e x t e n s a , c u a n d o estos o b j e t o s
f a m i l i a r e s —digo— son t a n i n e x p l i c a b l e s y c o n t i e n e n
c i r c u n s t a n c i a s t a n encontradas y c o n t r a d i c t o r i a s en-
tre sí, ¿ c o n q u é s e g u r i d a d p o d r í a m o s d e c i d i r respec-
to a l o r i g e n d e los m u n d o s o s e g u i r l a s h u e l l a s d e
su h i s t o r i a de e t e r n i d a d a eternidad? ;;Í Í
Panfilo
M i e n t r a s F i l ó n p r o n u n c i a b a estas p a l a b r a s , p u d e
o b s e r v a r u n a s o n r i s a e n los r o s t r o s d e D e m e a y
Cleantes. L a sonrisa de D e m e a parecía implicar
u n a a b i e r t a s a t i s f a c c i ó n p o r l o q u e a c a b a b a d e de-
c i r s e ; p e r o e n l a s f a c c i o n e s d e C l e a n t e s p u d e atis-
b a r u n a i r e de ironía, c o m o si él h u b i e r a captado
e n los r a z o n a m i e n t o s de F i l ó n u n d e j o de b u r l a
maliciosa.
Cleantes • . - i * '• • •
L o q u e tú. Filón, propones, dijo C L E A N T E S , estriba
e n e d i f i c a r l a fe religiosa sobre el escepticismo fi-
losófico; y piensas q u e si l a certeza o e v i d e n c i a son
desterradas de c u a l q u i e r otro objeto de investiga-
ción, irán a refugiarse e n las doctrinas teológicas,
y allí a d q u i r i r á n u n a f u e r z a y a u t o r i d a d superiores.
Q u e t u e s c e p t i c i s m o sea t a n a b s o l u t o y s i n c e r o co-
m o p a r e c e , es a l g o q u e s a b r e m o s d e n t r o d e p o c o ,
c u a n d o se d i s u e l v a e s t a r e u n i ó n . P u e s e n t o n c e s po-
d r e m o s v e r s i sales p o r l a p u e r t a o p o r l a v e n t a n a ,
y si r e a l m e n t e dudas q u e t u cuerpo tiene g r a v e d a d
y puede herirse en l a caída, tal y como asegura la
o p i n i ó n p o p u l a r , f u n d a d a e n ' l o s engañosos sentidos
y e n l a a ú n m á s e n g a ñ o s a e x p e r i e n c i a . Y esta c o n -
sideración, D e m e a , a c a s o p u e d a s e r v a p a r a d i s i p a r
nuestra animadversión h a c i a esta d i v e r t i d a secta de
los escépticos; p u e s s i e n r e a l i d a d se t o m a r a n c o m -
pletamente e a serio l o q u e d i c e n , d e j a r í a n de mo-
lestar a l m u n d o c o n sus d u d a s , c a v i l a c i o n e s y d i s -
p u t a s ; y si l o q u e d i c e n es s o l a m e n t e u n a b r o m a ,
p o d r á , q u i z á , c e n s u r á r s e l e s p o r sus c h i s t e s d e m a l
gusto, p e r o n o p o d r á c o n s i a e r á r s e l e s p e l i g r o s o s n i
para el estado, n i p a r a l a filosofía, n i p a r a l a re-
nglón. ,
iLii r e a l i d a d , a m i g o F i l ó n , c o n t i n u ó , p a r e c e c i e r t o
que, a u n q u e u n n o m b r e , e n u n m o m e n t o a e b u e n
aumor, y después de intensa reflexión sobre las
muchas contraüicciones e imperfecciones de l a razón
humana, pueda renunciar absolutamente a toda
c i e e n c i a y o p i n i ó n , es i m p o s i b l e q u e p e r s e v e r e e n
este esceptici&mo t o t a l y l o i n c o r p o i e a s u c o n d u c t a ,
siquiera p o r espacio de u n a s h o r a s . P u e s c u a n d o los
objetos e x t e r n o s e j e r z a n u n a p r e s i ó n s o b r e é i , y l a s
pasiones l e s o l i c i t e n , s u m e l a n c o l í a f i l o s ó f i c a se
u i s i p a r á c o m o e l h u m o ; y p o r m á s q u e estos e s c é p -
ticos v i o l e n t e n s u p r o p i o t e m p e r a m e n t o , s e r á n i n -
capaces d e c o n s e r v a r l a p o b r e a p a r i e n c i a d e escep-
t i c i s m o c o n q u e se r e v i s t e n . A d e m á s , ¿ q u i é n l e s
o b l i g a a v i o l e n t a r s e d e e s t a m a n e r a ? E s t a es u n a
cuestión a l a q u e n i ellos m i s m o s p o d r í a n d a r u n a
respuesta consistente c o n sus p r i n c i p i o s escépticos.
D e m a n e r a q u e , v i s t a s l a s cosas e n c o n j u n t o , n a d a
es m á s r i d í c u l o q u e l o s p r i n c i p i o s d e l o s a n t i g u o s
pirrónicos, s i éstos i n t e n t a r a n e x t e n d e r p o r d o q u i e -
r a e l escepticismo q u e a p r e n d i e r o n e n sus escuelas
y que j a m á s debería haber salido de ellas.
E n este s e n t i d o , p a r e c e h a b e r u n a g r a n s e m e j a n z a
e n t r e l a s e c t a d e los estoicos y l a d e los pirrónicos,
a p e s a r d e s u p e r p e t u o a n t a g o n i s m o . A m b a s sectas
se a p o y a n e n e l p r i n c i p i o e r r ó n e o d e q u e l o q u e
u n h o m b r e p u e d e h a c e r a l g u n a s veces y e n a l g u n a s
33
 c i r c u n s t a n c i a s , p u e d e h a c e r l o s i e m p r e y e n todas las
c i r c u n s t a n c i a s . C u a n d o l a m e n t e , p o r m e d i o de re-
í l e x i o n e s estoicas, se e l e v a a u n s u b l i m e e n t u s i a s m o
d e v i r t u d y v a l e r o s a m e n t e se a t r e v e a c o m p r o m e -
terse c o n c u a l q u i e r especie d e h o n o r o c o n e l b i e n
p ú b l i c o , n i e l más g r a v e dolor c o r p o r a l n i los m a -
y o r e s s u f r i m i e n t o s p r e v a l e c e r á n s o b r e s u a l t o sen-
t i d o d e l d e b e r . S i d e h e c h o y e n r e a l i d a d t a l es e l
caso a l g u n a s veces, c o n m u c h o m a y o r r a z ó n p o d r á
u n f i l ó s o f o — e n c e r r a d o e n s u e s c u e l a o e n s u estu-
d i o - - l o g r a r a l c a n z a r i m e n t u s i a s m o así, y s o p o r t a r ,
e n s u i m a g i n a c i ó n , e l m á s a g u d o d o l o r o e l suceso
m á s c a l a m i t o s o q u e l e sea p o s i b l e c o n c e b i r . P e r o ,
¿ c ó m o p o d r á s o s t e n e r d e m a n e r a c o n s t a n t e ese e n -
t u s i a s m o ? L a i n c l i n a c i ó n d e s u m e n t e se d i s i p a , y
é l n o p u e d e h a c e r l a v o l v e r c u a n d o se l e a n t o j e ; las
distracciones le a p a r t a n de s u c a m i n o ; las desgracias
le s o b r e v i e n e n c u a n d o m e n o s l a s e s p e r a ; y e l q u e
e r a filósofo se c o n v i e r t e g r a d u a l m e n t e e n u n hom-
bre común.
Filón Í; r: . 'i:' '..M;*' ' o ; , . Í3>^ ^-''^r ^
A d m i t o t u c o m p a r a c i ó n e n t r e los estoicos y los es-
cépticos, replicó F I L Ó N . P e r o podrás observar, a tu
vez, q u e , a u n q u e e n e l e s t o i c i s m o e l a l m a n o p u e d e
m a n t e n e r s e a l n i v e l d e los akísim^os v u e l o s d e l a
f i l o s o f í a , s i n e m b a r g o , a u n e n los m o m e n t o s e n q u e
cae m á s a b a j o , retiene algún r e s i d u o de lo q u e fue
s u p r i m e r a d i s p o s i c i ó n ; y los e f e c t o s d e l r a z o n a -
m i e n t o de u n estoico b r o t a r á n en su c o n d u c t a coti-
d i a n a y p o d r á n apreciarse en e l tono g e n e r a l de
sus a c c i o n e s . L a s a n t i g u a s e s c u e l a s , e s p e c i a l m e n t e l a
de Z e n ó n , p r o d u j e r o n e j e m p l o s d e v i r t u d y d e cons-
t a n c i a q u e son asombrosos en e l t i e m p o presente.
V a i n W i s d o m a l l a n d false P h i l o s o p h y . !
Yet w i t h a pleasing sorcery c o u l d c h a r m
p a i n , for a w h i l e , or a n g u i s h ; a n d excite "i;
í a l l a c i o u s H o p e , or a i r a t h e o b d u r a . e b r e a s t
w i t h s t u b b o r n P a t i e n c e , as w i t h t r i p l e s t e e l
i>e l a m i s m a m a n e r a , s i u n h o m b r e se h a a c o s t u m -
b r a d o a las c o n s i d e r a c i o n e s e s c é p t i c a s s o b r e l a i n -
c e r t i d u m b r e y los estrechos l í m i t e s d e l a r a z ó n
h u m a n a , n o las o l v i d a r á p o r c o m p l e t o c u a n d o de-
tenga s u a t e n c i ó n e n o t r o s a s u n t o s ; y e n l o c o n c e r -
n i e n t e a todos sus p r i n c i p i o s f i l o s ó f i c o s y a sus r a -
z o n a m i e n t o s —pues n o m e a t r e v o a d e c i r q u e t a m -
bién e n s u c o n d u c t a — se d i f e r e n c i a r á d e q u i e n e s
j a m á s se f o r m a r o n o p i n i ó n a l g u n a s o b r e e l caso, o
(le q u i e n e s h a y a n a b r i g a d o s e n t i m i e n t o s m á s f a v o -
rabies a c e r c a de l a r a z ó n h u m a n a .
H a b l a n d o de h a s t a q u é p u n t o p u e d e u n o l l e v a r sus
principios especulativos de escepticismo, concedo
(j^ue e l e s c é p t i c o t i e n e q u e a c t u a r , v i v i r y c o n v e r s a r
como los d e m á s h o m b r e s ; y n o está o b l i g a d o a d a r
oLra r a z ó n de esto q u e l a p r o p i a n e c e s i d a d q u e l e
o b l i g a a c o m p o r t a r s e así. S i a l g u n a v e z l l e v a s u s es-
p e c u l a c i o n e s m á s a l l á de l a n e c e s i d a d q u e l e c o n d i -
ciona, y filosofa sobre asuntos materiales o morales,
se s e n t i r á a t r a í d o p o r u n c i e r t o p l a c e r y u n a satis-
i a c c i ó n q u e h a l l a r á a l e n t r e g a r s e a esa m a n e r a d e
actuar. A d e m á s , e l e s c é p t i c o c o n s i d e r a q u e t o d o e l
m u n d o , i n c l u s o e n l a v i d a c o t i d i a n a , se v e o b l i g a d o ,
en m a y o r o m e n o r m e d i d a , a p r o f e s a r esta f i l o s o f í a ;
que, desde n u e s t r a m á s t i e r n a i n f a n c i a , h a c e m o s
c o n t i n u o s p r o g r e s o s f o r m a n d o p r i n c i p i o s m á s ge-
nerales d e c o n d u c t a y de r a z o n a m i e n t o ; q u e , c u a n -
ta más e x p e r i e n c i a a d q u i r i m o s , y a m e d i d a q u e
n u e s t r a r a z ó n se v a d e s a r r o l l a n d o , n u e s t r o s p r i n c i -
^ [ J O H N M I L I O N , Paradise Lost, L i b r o I I : ; \f\,,
Vano es todo Saber, y falsa la Filosofía. ' i
Sin embargo, con su magia encantadora, pueden suavizar
el dolor o la angustia por algún tiempo, y despertar
[en nosotros
una Esperanza engañosa, o reforzar el obstinado pecho
con una Paciencia tan sólida como el acero].
35
 pios v a n haciéndose más generales y compretien-
s i v o s ; y q u e l o q u e l l a m a m o s filosofía n o es o t r a
cosa q u e u n a o p e r a c i ó n más r e g u l a r y m e t ó d i c a de
l a m i s m a especie. F i l o s o f a r a c e r c a d e tales a s u n t o s
n o es n a d a e s e n c i a l m e n t e d i f e r e n t e d e r a z o n a r so-
bre l a v i d a cotidiana; y l o único q u e hemos de
e s p e r a r d e l a f i l o s o f í a es u n a m a y o r e s t a b i l i d a d y ,
quizá, u n m a y o r acercamiento a l a verdad, e n v i r t u d
del método más exacto y cuidadoso con que procede.
P e r o c u a n d o d i r i g i m o s l a m i r a d a m á s allá de los
asuntos h u m a n o s y d e las p r o p i e d a d e s d e los cuer-
pos q u e n o s r o d e a n ; c u a n d o l l e v a m o s n u e s t r a s es-
p e c u l a c i o n e s a esas d o s e t e r n i d a d e s q u e y a c e n a n t e s
y d e s p u é s d e l p r e s e n t e e s t a d o d e cosas — a l a c r e a c i ó n
y formación del universo, a l a existencia y propie-
d a d e s d e los e s p í r i t u s , a l o s p o d e r e s y o p e r a c i o n e s
de u n Espíritu universal que existe s i n p r i n c i p i o n i
f i n y q u e es o m n i p o t e n t e , o m n i s c i e n t e , i n m u t a b l e ,
i n f i n i t o e inefable—, m u y lejos t e n d r í a m o s q u e estar
de l a m á s d é b i l t e n d e n c i a escéptica p a r a n o temer
que nos hallásemos tratando de asuntos que caen
por completo fuera del alcance de nuestras faculta-
des. S i e m p r e q u e c o n f i n e m o s n u e s t r a s e s p e c u l a c i o -
nes a l c o m e r c i o , o a l a m o r a l , o a l a p o l í t i c a , o a
l a crítica, cabe l a p o s i b i l i d a d de q u e apelemos e n
cada m o m e n t o al sentido común y a l a experiencia,
que servirán p a r a reforzar nuestras conclusiones
filosóficas y p a r a , a l m e n o s e n parte, a h u y e n t a r las
sospechas q u e t a n j u s t a m e n t e a l b e r g a m o s c o n t r a
todo r a z o n a m i e n t o q u e sea m u y s u t i l y r e f i n a d o .
P e r o , e n los r a z o n a m i e n t o s teológicos, carecemos
de esta v e n t a j a ; y d e b e m o s estar p e r s u a d i d o s de q u e
nos h a l l a m o s f r e n t e a objetos q u e s o n d e m a s i a d o
grandes p a r a n u e s t r a c a p a c i d a d , a pesar de q u e re-
querirían, más que n i n g ú n otro, e l q u e nuestra
m e n t e e s t u v i e r a f a m i l i a r i z a d a c o n e l l o s . StJmos co-
m o forasteros e n u n país e x t r a ñ o , a quienes todo
debe r e s u l t a r l e s sospechoso, pues e n t o d o m o m e n t o
c o r r e n e l r i e s g o d e v i o l a r l a s leyes y c o s t u m b r e s d e
36
las gentes c o n q u i e n h a n de v i v i r y c o n v e r s a r . N o
sabemos h a s t a q u é p u n t o d e b e m o s c o n f i a r e n n u e s -
tros m é t o d o s c o m u n e s d e r a z o n a m i e n t o • c u a n d o
tratamos c o n u n a s u n t o s e m e j a n t e , y a q u e , i n c l u s o
en l a v i d a o r d i n a r i a y l i m i t á n d o n o s a u n a p r o v i n -
cia d e l s a b e r q u e es e s p e c i a l m e n t e a p r o p i a d a p a r a
ellos, n o p o d e m o s e x p l i c a r l o s d e b i d a m e n t e y s ó l o
nos v e m o s i m p u l s a d o s p o r u n a s u e r t e d e i n s t i n t o
o necesidad a l e m p l e a r l o s .
T o d o s los e s c é p t i c o s a s e g u r a n q u e , c u a n d o se c o n s i -
dera l a r a z ó n d e u n m o d o a b s t r a c t o , es l a r a z ó n
la q u e p r o p o r c i o n a a r g u m e n t o s i n v e n c i b l e s c o n t r a
sí m i s m a ; y q u e n u n c a p o d r í a m o s r e t e n e r l a m e n o r
convicción y s e g u r i d a d e n a s u n t o a l g u n o , s i n u e s -
tros s u t i l e s y r e f i n a d o s a r g u m e n t o s e s c é p t i c o s n o
fueran corregidos p o r a r g u m e n t o s más n a t u r a l e s ,
derivados d e los s e n t i d o s y l a e x p e r i e n c i a . P e r o es
evidente q u e c u a n d o n u e s t r o s a r g u m e n t o s se d e j a n
a r r a s t r a r p o r l a s e x i g e n c i a s de l a v i d a c o t i d i a n a ,
el más r e f i n a d o e s c e p t i c i s m o v a p e g a d o a s u s t a l o -
nes y s i r v e p a r a o p o n e r s e a e l l o s y p a r a i n t r o d u c i r
una s u e r t e d e e q u i l i b r i o . N i n g u n o d e l o s d o s t i p o s
de a r g u m e n t o s t i e n e m á s p e s o q u e e l o t r o . A s í ,
pues, l a m e n t e d e b e r á p e r m a n e c e r s u s p e n d i d a e n -
tre los d o s ; y es e s t a m i s m a s u s p e n s i ó n o e q u i l i b r i o
lo q u e c o n s t i t u y e e l t r i u n f o d e l e s c e p t i c i s m o .
Cleantes
L o que yo, a m i g o Filón, observo con respecto a ti
y a todos l o s e s c é p t i c o s e s p e c u l a t i v o s , d i j o O L E A N -
T E S , es q u e v u e s t r a d o c t r i n a y v u e s t r a s p r á c t i c a s
están s u j e t a s a v a r i a c i ó n , t a n t o s i t r a t á i s c o n l o s
puntos m á s a b s t r u s o s d e l a t e o r í a , c o m o s i l o h a -
céis c o n l a c o n d u c t a d e l a v i d a o r d i n a r i a . S i e m p r e
que u n a e v i d e n c i a se m a n i f i e s t a , os a d h e r í s a e l l a ,
a pesar d e v u e s t r o p r e t e n d i d o e s c e p t i c i s m o ; y t a m -
bién p u e d o o b s e r v a r q u e a l g u n o s d e l o s d e v u e s t r a
secta s o n t a n d o g m á t i c o s c o m o esos q u e h a c e n g r a n -
37
 des p r o f e s i o n e s d e certe/n y seguricL'ul. P e r o , ¿no
sería r i d í c u l o , e n v e r d a d , q u e u n h o m b r e i n t e n t a r a
r e c h a z a r las e x p H c a r i o n e s de N e w t o n acerca del
m a r a v i l l o s o f e n ó m e n o d e l a r c o i r i s , s ó l o p o r q u e esa
e x p l i c a c i ó n d a u n análisis m i n u c i o s o de los rayos
de l a l u z , y ése es u n a s u n t o d e m a s i a d o r e f i n a d o
p a r a l a c o m p r e n s i ó n h u m a n a ? ¿ Y q u é d i r í a s t i i de
a l g u i e n q u e , n o t e n i e n d o i i a d a q u e o b j e t a r a los
argumentos de Copérníco v G a l i l e o sobre el movi-
m i e n t o d e l a t i e r r a , d e j a r a de a c e p t a r l o s a p o y a n -
d o s e e n e l p r i n c i p i o g e n e r a l d e q u e esos a s i m t o s son
demasiado grandiosos y demasiado remotos para
ser e x p l i c a d o s p o r l a l i m i t a d a y e n g a ñ o s a r a z ó n de
la h u m a n i d a d ?
Hay, ciertamente, como bien has observado, i m a
clase de escepticismo c e r r i l e isrnorante q u e hace
q u e e l h o m b r e c o m ú n a l b e r e j u c u n p r e j u i c i o gene-
ral contra todo aquello q u e n o entiende fácilmente
y q u e l e i n d u c e a r e c h a z a r t o d o p r i n c i p i o q u e re-
q u i e r a , p a r a ser p r o l j a d o y e s t a b l e c i d o , u n r a z o n a -
m i e n t o e l a b o r a d o . E s t a e s p e c i e d e e s c e p t i c i s m o es
fatal para el conocimiento, n o para la religión;
p u e s nos e n c o n t r a m o s c o n q u e a q u e l l o s q u e l o p r o -
fesan en m a y o r grado, a m e n u d o d a n su asenti-
m i e n t o n o sólo a las grandes verdades d e l teísmo
y l a teología n a t u r a l , sino t a m b i é n a las opiniones
m á s a b s u r d a s q u e l a s u p e r s t i c i ó n t r a d i c i o n a l les
h a m e t i d o e n l a cabe/a. C r e e n f i r m e m e n t e e n las
b n i j a s , si b i e n n o c r e e r á n n i p r e s t a r á n l a m e n o r
a t e n c i ó n a l a m á s s e n c i l l a p r o p o s i c i ó n de E u c l i d e s .
P e r o los e s c é p t i c o s r e f i n a d o s y f i l o s ó f i c o s c a e n e n
otra inconsistencia de n a t u r a l e z a opuesta. L l e v a n
a d e l a n t e sus i n v e s t i g a c i o n e s h a s t a los m á s a b s t r u s o s
r i n c o n e s d e l a c i e n c i a , y s u p r o p ó s i t o se v e r e c o n i -
pensado a c a d a paso por las evidencias c o n q u e v a n
e n c o n t r á n d o s e . L a n a t u r a l e z a d e l a l u z es v e r d a d e -
r a m e n t e a n a l i z a d a ; e l v e r d a d e r o s i s t e m a d e los c u e r -
pos celestes es d e s c u b i e r t o y c o m p r o b a d o . P e r o la
n u t r i c i ó n d e los c u e r ¡ios por m e d i o d e l a l i m e n t o
, 3 8 ; ry'" ' • : : v ' ' . . v V , . . I
í es todavía u n m i s t e r i o i n e x p l i c a b l e ; l a c o h e s i ó n d e
| las partes de l a m a t e r i a es t o d a v í a i n c o m p r e n s i b l e .
i Estos escépticos, p o r t a n t o , e s t á n o b l i g a d o s , e n c a d a
i cuestión, a c o n s i d e r a r p o r s e p a r a d o c a d a e v i d e n c i a
1 particular, y a otorgar su a s e n t i m i e n t o de m a n e r a
i' proporcional a l g r a d o de e v i d e n c i a que, en cada
^ caso, son capaces d e a d q u i r i r . E s t o es l o q u e h a c e n
¡ en las c i e n c i a s n a t u r a l e s , m a t e m á t i c a s , m o r a l e s y
| políticas. ¿ P o r q u é n o h a c e n l o m i s m o , m e p r e g u n -
r to yo, e n l a c i e n c i a t e o l ó g i c a y r e l i g i o s a ? ¿ P o r q u é
f han de r e c h a z a r s e g l o b a l m e n t e l a s c o n c l u s i o n e s d e
i' esta n a t u r a l e z a , s ó l o e n v i r t u d d e l a g e n e r a l p r e s u n -
| ción q u e d a p o r s u p u e s t a l a i n s u f i c i e n c i a d e l a r a -
I zón h u m a n a , y n o se d i s c u t e n p o r s e p a r a d o l a s e v i -
l dencias p a r t i c u l a r e s q u e v a n a l c a n z á n d o s e ? ¿ N o es
|j esta c o n d u c t a t a n d e s i g u a l u n a p r u e b a c l a r a d e
¡ prejuicio y de pasión?
j Decís q u e n u e s t r o s s e n t i d o s s o n e n g a ñ o s o s ; que
^ nuestro e n t e n d i m i e n t o es e r r ó n e o ; q u e n u e s t r a s
L ideas, i n c l u s o a q u e l l a s q u e se r e f i e r e n a los o b j e t o s
'i más f a m i l i a r e s — l a e x t e n s i ó n , l a d u r a c i ó n , e l m o v i -
[ miento—, e s t á n l l e n a s d e a b s u r d o s y c o n t r a d i c c i o n e s .
[ M e desafiáis a r e s o l v e r las d i f i c u l t a d e s o a r e c o n c i -
| l i a r las c o n t r a d i c c i o n e s q u e v a i s d e s c u b r i e n d o . P e r o
5 yo n o tengo c a p a c i d a d p a r a u n a e m p r e s a t a n e n o r -
l me, n i tengo t i e m p o p a r a d e d i c a r m e a e l l a . A d e m á s ,
: me p a r e c e q u e es s u p e r f i n a : v x i e s t r a p r o p i a c o n d u c -
|^ ta, e n c a d a c i r c u n s t a n c i a , r e f u t a v u e s t r o s p r o p i o s
L principios y m u e s t r a l a f i r m e c o n f i a n z a que e n el
í fondo t e n é i s e n las d o c t r i n a s r e f e r e n t e s a i a c i e n c i a ,
\ a la moral, a l a p r u d e n c i a y a l a conducta que ha-
I béis r e c i b i d o . ' « U
I
Nunca daré m i asentimiento a u n a opinión tan
I
tosca c o m o l a q u e i m c e l e b r a d o e s c r i t o r ^ m a n t i e n e
|
cuando d i c e q u e los e s c é p t i c o s n o s o n u n a secta d e
^
filósofos, s i n o , s i m p l e m e n t e , u n a secta d e m e n t i r o -
* L'art de penser [ANTOINT ARNAUI.D: La Logique oii l'ai l
| de penser, 1662].
;Í9
sos. S i n e m b a r g o , m e p e r m i t o a f i r m a r ( e s o e r o q u e
sin o f e n d e r a n a d i e ) q u e s o n u n a secta d e b r o m i s t a s
V d e guasones. Pero, p o r l o q u e a m í respecta, cuan-
d o m e apetezca d i s t r a e r m e y d i v e r t i r m e , elegiré,
c i e r t a m e n t e , u n e n t r e t e n i m i e n t o d e n a t u r a l e z a me-
nos i n q u i e t a n t e y a b s t r u s a . U n a c o m e d í a , u n a n o -
v e l a o, c o m o m u c h o , l a l e c t u r a d e l a h i s t o r i a pare-
c e n e n t r e t e n i m i e n t o s m á s n a t u r a l e s q u e esas abs-
tracciones y sutilidades metafísicas.
E n v a n o haría el escéptico l a distinción entre la
ciencia y l a vida o r d i n a r i a , o entre u n a ciencia v
o t r a c i e n c i a . L o s a r g u m e n t o s e m p l e a d o s e n todas
e l l a s s o n , e n rigor, d e n a t m a l e z a s e m e j a n t e y con-
tienen la m i s m a fuerza y evidencia. P e r o si hubiera
alguna diferencia, l a ventaja caería d e l lado de la
teología y de l a religión n a t u r a l . M u c h o s principios
de l a m e c á n i c a están f u n d a d o s e n r a z o n a m i e n t o s
rnuy abstrusos, v , s i n embarsro, n o h a y h o m b r e q u e
tenga a l g u n a s pretensiones e n e l c a m p o d e l a cien-
c i a — n i s i q u i e r a si es u n e s c é p t i c o e s p e c u l a t i v o —
q u e a l b e r g u e l a m e n o r d u d a s o b r e esos p r i n c i p i o s .
E l s i s t e m a copernicano i m p l i c a l a p a r a d o j a más
sorprendente, m á s c o n t r a r i a a nuestras concepcio-
nes n a t u r a l e s , a l a s a p a r i e n c i a s y a n u e s t r o s s e n t i d o s .
C o n t o d o , h a s t a l o s m o n j e s y l o s i n q u i s i d o r e s se v e n
a h o r a obligados a d e j a r d e oponerse a é l . M i pre-
g u n t a , a m i g o F i l ó n , es é s t a : ¿ D e b e u n h o m b r e d e
talante liberal y de amplios conocimientos albergar
e s c r ú p u l o s —en g e n e r a l , v s i n h a c e r d i s t i n c i o n e s -
c o n r e s p e c t o a l a h i p ó t e s i s r e l i g i o s a q u e está f u n -
d a d a e n l o s a r g u m e n t o s m á s e v i d e n t e s y q u e —a
m e n o s q u e se e n c u e n t r e c o n o b s t á c u l o s a r t i f i c i a l e s —
t i e n e t a n f á c i l acceso a l a m e n t e d e l h o m b r e ?
A q u í podemos observar, continuó C L E A N T E S di-
rigiendo sus palabras a D E M E A , u n a circunstancia
bastante curiosa q u e h a tenido lugar e n l a historia
de l a s c i e n c i a s . D e s p u é s d e l a u n i ó n d e l a f i l o s o f í a
(on l a religión poptdar, con l a p r i m e r a implanta-
ción d e l C r i s t i a n i s m o , n a d a e r a m á s c o r r i e n t e e n t r e
los maestros r e l i g i o s o s qxie sus d e c l a m a c i o n e s e n
contra d e l a r a z ó n , d e l o s s e n t i d o s y d e t o d o p r i n -
cipio q u e se d e r i v a s e d e l a m e r a i n v e s t i g a c i ó n h u -
m a n a . T o d o s l o s t e m a s d e l o s antÍ8:uos a c a d é m i c o s
fueron a d o p t a d o s p o r l o s P a d r e s , v d e s d e e n t o n c e s
se h a n p r o p a g a d o , d u r a n t e siglos, p o r t o d a s l a s es-
cuelas V p u l p i t o s d e l a C r i s t i a n d a d . L o s r e f o r m a -
dores a b r a z a r o n los m i s m o s n r i n c i n i o s d e r a z o n a -
miento, o, p o r m e i o r d e c i r l o , d e d e c l a m a c i ó n : v
todos los p a n e g í r i c o s s o b r e l a s e x c e l e n c i a s d e l a f e .
estuvieron s i e m p r e s a l p i c a d o s d e severos s:olpes v
sátiras c o n t r a l a r a z ó n n a t i n - a l . TTn f a m o s o p r e l a d o *
de l a íelesia r o m a n a - h o m b r e d e m u v a m n l i o s co-
nocimientos q u e e s c r i b i ó i m a d e m o s t r a c i ó n d e l C r i s -
tianismo— h a c o m p u e s t o t a m b i é n t m t r a t a d o q u e
contiene todas l a s f r i v o l a s o b í e c i o n e s d e l m á s P^P-
n u i n o Y niás d e t e r m i n a d o pirronismo. L O C K F narece
haber sido e l p r i m e r c r i s t i a n o q u e se a v e n t u r ó a
a f i r m a r a b i e r t a m e n t e q u e l a fe n o e r a o t r a r o s a
que t m a especie d e l a razón: q u e l a relisrión s o l a -
mente e r a u n a r a m a d e l a f i l o s o f í a , y q u e u n a c a -
dena d e arg-umentos s e m e i a n t e s a l a q u e p u d i e r a
establecer t m a v e r d a d d e t i p o m o r a l , o p o l í t i c o , o
físico, p o d r í a e m p l e a r s e s i e m p r e p a r a d e s c u b r i r to-
dos los p r i n c i p i o s d e l a t e o l o g í a , t a n t o n a t u r a l co-
mo r e v e l a d a . F l m a l u s o o u e B A Y L F V o t r o s l i b e r -
tinos h i c i e r o n d e l e s c e p t i c i s m o d e l o s P a d r e s y d e
los p r i m e r o s r e f o r m a d o r e s d i o l u g a r a q u e , c o m o
reacción, e l j u i c i o s o p a r e c e r d e M r . L O C K E se d i f u n -
diera a m p l i a m e n t e . Y a s í . h o y es a d m i t i d o s i n reser-
vas p o r l o s q u e e j e r c i t a n s u r a z ó n y se d e d i c a n a l a
filosofía q u e u n ateo y u n escéptico son casi l o mis-
mo. Y así c o m o es c i e r t o q u e m u y p o c o s h o m b r e s
profesan v e r d a d e r a m e n t e l o s p r i n c i p i o s d e l p r i m e -
• Monseñor H U E T . [ P E T E R D A N I E L H U E T , Obispo de Afranches:
Traite philosophique de la. faiblessc de l'esprit humain, 1723].
ro, q u i s i e r a y o c r e e r q u e s o n t a m b i é n m u y pocos los
q u e m a n t i e n e n s e r i a m e n t e los d e l s e g v m d o .
Filón , í g entonces u n a g r a n i n f l u e n c i a s o b r e l a s m e n t e s d e
¿Recuerdas, d i j o F i i . Ó N , el magnífico dicho de f'
L o r d B a c o n a este r e s p e c t o ?
Cleantes |
Que u n p o c o de f i l o s o f í a h a c e a u n h o m b r e ateo, l\
y q u e m u c h a filosofía lo convierte a l a religión.
replicó C L F . A N T E S .
Filón \ clérigos h a n c a m b i a d o p o r c o m p l e t o s u s i s t e m a de
T a m b i é n es ésa u n a o b s e r v a c i ó n m u y j u i c i o s a , d i j o '
F I L Ó N . P e r o l o q u e y o t e n í a e n l a c a b e z a e r a ese i
o t r o o a s a j e e n e l q u e , t r a s h a c e r m e n c i ó n del
i n s e n s a í o d e l s a l m o d e D a v i d , q u e se d i c e e n su \
c o r a z ó n q u e D i o s n o e x i s t e , este g r a n f i l ó s o f o oh- :
s e r v a q u e los ateos de h o y d í a m u e s t r a n ser doble- »
m e n t e i n s e n s a t o s , y a q u e n o s ó l o n o se c o n t e n t a n
con d e c i r s e e n sus c o r a z o n e s q u e D i o s n o existe, _
s i n o q u e t a m b i é n se a t r e v e n a p r o n u n c i a r esa i m -
p i e d a d c o n l o s l a b i o s . D e a h í q u e p e q u e n doble-
m e n t e d e i n d i s c r e c i ó n y de i m p r u d e n c i a . U n a s gen-
tes así, p o r m u c h o f e r v o r q u e p u s i e r a n e n sus afir-
m a c i o n e s , n o p o d r í a n ser, s e g ú n y o p i e n s o , gentes
de m u c h o temer.
A u n q u e c o r r o e l r i e s g o d e q u e m e c l a s i f i q u e s entre
e s t a clase d e i n s e n s a t o s , n o p u e d o e v i t a r c o m u n i - |
c a r t e a l g o q u e se m e h a o c u r r i d o a l o í r l a h i s t o r i a
d e l e s c e p t i c i s m o r e l i g i o s o e i r r e l i g i o s o c o n q u e has
e s t a d o a m e n i z á n d o n o s . Y e l l o es q u e m e p a r e c e q u e
hay f u e r t e s s í n t o m a s d e p o l í t i c a c l e r i c a l e n e l des- !
a r r o l l o d e t o d o este a s u n t o . D u r a n t e l a s é p o c a s ig-
norantes, c o m o las q u e s i g u i e r o n a l a disolución
d e l a s a n t i g u a s e s c u e l a s , los c l é r i g o s l l e g a r o n a
pensar q u e el ateísmo, el deísmo o c u a l q u i e r otra
clase d e h e r e j í a s ó l o p o d í a n p r o c e d e r de u n p r e s u n -
i2
tuoso hacerse c u e s t i ó n de las o p i n i o n e s r e c i b i d a s y
de l a c r e e n c i a de q u e l a r a z ó n e s t a b a a t a n a l t o n i -
vel como c u a l q u i e r o t r a cosa. L a e d u c a c i ó n t e n í a
los h o m b r e s , y casi i g u a l a b a e n f u e r z a a esas suge-
rencias de los s e n t i d o s y d e l e n t e n d i m i e n t o c o m ú n ,
por las cuales h a s t a e l e s c é p t i c o c o n m a y o r deter-
m i n a c i ó n d e b e r e c o n o c e r s e g o b e r n a d o . P e r o e n los
tiempos presentes, c u a n d o l a i n f l u e n c i a d e l a e d u -
cación h a d i s m i n u i d o t a n t o , y los h o m b r e s , e n v i r -
tud de un i n t e r c a m b i o m á s a b i e r t o c o n e l m u n d o ,
han a p r e n d i d o a c o m p a r a r los p r i n c i p i o s p o p u l a r e s
de d i f e r e n t e s n a c i o n e s y é p o c a s , n u e s t r o s sagaces
filosofía y h a b l a n e l l e n g u a j e d e los estoicos, d e los
píntameos y d e los peripatéticos, y n o e l d e los pi-
rrónicos y académicos. S i d e s c o n f i a m o s de l a r a z ó n
h u m a n a , n o t e n e m o s o t r o p r i n c i p i o q u e nos l l e v e
la r e l i g i ó n . Y así, e s c é p t i c o s e n u n a é p o c a y d o g -
máticos e n o t r a —según sea i m o u o t r o s i s t e m a e l
que s i r v a p a r a q u e estos r e v e r e n d o s c a b a l l e r o s l l e -
ven a c a b o s u p r o p ó s i t o d e s i t u a r s e p o r e n c i m a d e
la h u m a n i d a d — , e s t á n seguros d e f a b r i c a r s e s u p r i n -
cipio y s u d o g m a f a v o r i t o s .
Cleantes
Es m u y n a t u r a l , d i j o C L E A N T E S , q u e los h o m b r e s
nbracen esos p r i n c i p i o s c o n los q u e m e j o r p u e d a n
defender sus d o c t r i n a s ; y n o n e c e s i t a m o s r e c u r r i r
a ningún tipo de política c l e r i c a l p a r a j u s t i f i c a r
una a c t i t u d q u e , a f i n d e c u e n t a s , es t a n r a z o n a b l e .
Y seguramente n o h a y n a d a q u e p u e d a c o n t r i b u i r
tanto a q u e p r e s u m a m o s q u e u n o s p r i n c i p i o s s e a n
verdaderos, c o m o e l q u e éstos t i e n d a n a c o n f i r m a r
la v e r d a d e r a r e l i g i ó n y s i r v a n p a r a c o n f u n d i r l a s v a -
nas c a v i l a c i o n e s d e ateos, l i b e r t i n o s y l i b r e p e n s a -
dores de todas las d e n o m i n a c i o n e s .

PARTE II
Dernea
D e b o c o n f e s a r t e , a m i g o C l e a n t e s , d i j o D E M E A , que
m e s o r p r e n d e s o b r e m a n e r a e l m o d o c o n q u e h a s ido
e x p o n i e n d o este a r g u m e n t o . A j u z g a r p o r e l tono!
d e t u d i s c u r s o , se p e n s a r í a q u e h a s e s t a d o mante-'
n i e n d o l a e x i s t e n c i a d e u n D i o s , e n c o n t r a d e las'
v a n a s c a v i l a c i o n e s d e ateos e i n f i e l e s , y q u e te has
v i s t o e n l a n e c e s i d a d d e c o n v e r t i r t e e n c a m p e ó n de
ese p r i n c i p i o , f u n d a m e n t a l e n t o d a s l a s religiones.
N i n g ú n h o m b r e , o, a l m e n o s , n i n g ú n h o m b r e con
s e n t i d o c o m ú n , j a m á s h a m a n t e n i d o u n a d t i d a se-
r i a c o n r e s p e c t o a u n a v e r d a d t a n c i e r t a y evidente
d e p o r sí. L a c u e s t i ó n n o está e n l a existencia de
D i o s , s i n o e n s u naturaleza. E s t o es l o q u e juzgo
i n c o m p r e n s i b l e y d e s c o n o c i d o p a r a n o s o t r o s , debido
a las i m p e r f e c c i o n e s d e l e n t e n d i m i e n t o h u m a n o . L a
e s e n c i a d e esa M e n t e s u p r e m a , sus a t r i b u t o s , su
m o d o d e e x i s t e n c i a , l a m i s m a n a t u r a l e z a d e s u du-
r a c i ó n : s o n estos a s u n t o s y t o d a s l a s c a r a c t e r í s t i c a s
q u e se r e f i e r e n a u n S e r t a n d i v i n o l o q u e r e s u l t a
m i s t e r i o s o p a r a los h o m b r e s . F i n i t a s , d é b i l e s y cie-
gas c r i a t u r a s , d e b e r í a m o s h u m i l l a r n o s a n t e s u au-
gusta presencia; y, conscientes de nuestras limita-
c i o n e s , adorí^r e n s i l e n c i o sus p e r f e c c i o n e s i n f i n i t a s
q u e n i n g ú n o j o v i o , n i n g ú n o í d o o y ó , n i j a m á s pe-
n e t r a r o n e n e l corazón h u m a n o . E s t a s perfecciones
i n f i n i t a s e s t á n o c u l t a s a l a c u r i o s i d a d h u m a n a por
una espesa n u b e , y es u n a p r o f a n a c i ó n t r a t a r de
i n d a g a r a t r a v é s d e esa s a g r a d a o s c u r i d a d . P u e s la
t e m e r i d a d de entremeterse en lo que son l a natura-
l e z a y e s e n c i a d e D i o s , sus d e c r e t o s y a t r i b u t o s , está
muv p r ó x i m a a la i m p i e d a d de negar s u existencia.
44
P e r o p a r a q u e n o p i e n s e s c|ue n u piedad h a a n u -
l a d o p o r c o m p l e t o m i filosofía, apoyaré m i opinión,
si es q u e n e c e s i t a a l g ú n a p o y o , e n l a a u t o r i d a d d e
u n g r a n f i l ó s o f o . P o d r í a c i t a r a t o d o s los t e ó l o g o s
que, casi desde l a f u n d a c i ó n d e l C r i s t i a n i s m o , h a n
tratado de este y d e o t r o s a s u n t o s d e t e o l o g í a . P e r o
me l i m i t a r é a h o r a a m e n c i o n a r a u u p e n s a d o r q u e
ha sido c e l e b r a d o t a n t o p o r s u p i e d a d c o m o p o r
su filosofía. S e t r a t a d e l P a d r e M A L E B R A N C H E , q u e
recuerdo se e x p r e s a b a d e esta m a n e r a i ; " N o se de-
bería l l a m a r a D i o s e s p í r i t u p a r a e x p r e s a r p o s i t i v a -
mente l o q u e es, t a n t o c o m o p a r a s i g n i f i c a r q u e
no es m a t e r i a . E s u n S e r i n f i n i t a m e n t e p e r f e c t o , y
no p o d e m o s d u d a r de e l l o . P e r o d e l m i s m o m o d o
que n o d e b e r í a m o s i m a g i n a r , i n c l u s o s u p o n i é n d o l o
corpóreo, q u e está r e v e s t i d o d e u n c u e r p o h u m a n o
—como a s e g u r a n ios aníropornorfislas bajo el pre-
texto de q u e esa f i g u r a sería m á s p e r f e c t a q u e n i n -
guna—, t a m p o c o d e b e r í a m o s i m a g i n a r q u e e l espí-
r i t u de D i o s t i e n e i d e a s h u m a n a s o e n c i e r r a a l g u n a
semejanza c o n n u e s t r o e s p í r i t u , b a j o p r e t e x t o d e
que n o c o n o c e m o s n a d a t a n p e r f e c t o c o m o l a m e n t e
del h o m b r e . M á s b i e n d e b e r í a m o s c r e e r q u e , así
como c o m p r e n d e l a s p e r f e c c i o n e s d e l a m a t e r i a s i n
ser algo m a t e r i a l . . . , así t a m b i é n c o m p r e n d e l a s
perfecciones d e l o s e s p í r i t u s c r e a d o s , s i n ser e s p í r i t u
tal y c o m o n o s o t r o s c o n c e b i m o s u n e s p í r i t u . S u
verdadero n o m b r e es El que es, o, e n o t r a s p a l a -
bras, u n S e r s i n r e s t r i c c i ó n a l g u n a . T o d o S e r , e l S e r
infinito y u n i v e r s a l " .
Filón
Ante u n a a u t o r i d a d t a n e m i n e n t e c o m o l a q u e a c a -
bas d e c i t a r n o s , y h a b i d a c u e n t a de q u e p o d r í a s
habernos c i t a d o o t r a s m i l m á s , p a r e c e r í a r i d í c u l o
que y o i n s i s t i e r a e n l o q u e h a s d i c h o o e x p r e s a r a
mi a p r o b a c i ó n d e t u d o c t r i n a , a m i g o D e m e a , d i j o
' Recherche de la vérité, lib. 3, cap. 9.
 I F I L Ó N . Pues, c i e r t a m e n t e , t o d a vez q u e ixombres
I « r a z o n a b l e s t r a t e n d e estos a s u n t o s , n o se h a r á n cues-
* t i ó n d e l a existencia de l a D e i d a d , s i n o solamente
i d e s u naturaleza. L a primera verdad, como muy
I b i e n h a s d i c h o , es i n c u e s t i o n a b l e y e v i d e n t e d e p o r
I sí. N a d a e x i s t e s i n u n a c a u s a ; y l a c a u s a o r i g i n a l
I de este u n i v e r s o (sea e l l a l o q u e i u e r e ) es l o q u e
i l l a m a m o s Dios; y a él adscribimos piadosamente
I t o d a s l a s clases d e p e r í e c c i ó n . C u a l q u i e r a q u e p o n g a
r r e p a r o s a e s t a v e r ü a d í u n d a m e n t a l m e r e c e t o d o s los
I castigos q u e p u e d e n caer sobre los filósofos, a saber,
P el ridículo, el desprecio y l a desaprobación. Pero
''I c o m o t o d a p e r f e c c i ó n es r e l a t i v a , n u n c a d e b e r í a m o s
j i m a g i n a r q u e c o m p r e n d e m o s l o s a t r i b u t o s d e este
h d i v i n o Ser, n i tampoco d e b e r í a m o s s u p o n e r que
I sus p e r f e c c i o n e s e n c i e r r a n a l g u n a s e m e j a n z a o a n a -
I l o g i a c o n las perfecciones de u n a c r i a t u r a h u m a n a .
I , 'Z. J u s t a m e n t e le a t r i b u i m o s l a sabiduría, e l pensa-
I 1 miento, el dcm de p r o v i d e n c i a y el conocimiento,
; p o r q u e ésas s o n p a l a b r a s m u y h o n o r a b l e s e n t r e los
i % tiombres, y n o tenemos o t r o lenguaje n i otros con-
l. I ceptos c o n los q u e podamos expresar n u e s t r a adora-
I c i ó n p o r é l . P e r o c u i d é m o n o s m u y m u c h o de p e n s a r
i que nuestras ideas corresponden e n m o d o alguno a
s sus perfecciones, o q u e sus a t r i b u t o s t i e n e n a l g u n a
] s e m e j a n z a c o n l a s c u a l i d a d e s q u e se d a n e n t r e l o s
h o m b r e s . É i es i n f i n i t a m e n t e s u p e r i o r a n u e s t r a
l i m i t a d a comprensión, y más debe considerársele
como objeto de adoración en el templo, que como
t e m a d e discusión e n las escuelas,
í E n r e a l i d a d , a m i g o C l e a n t e s , c o n t i n u ó , n o es n e -
c e s a r i o r e c u r r i r a ese e s c e p t i c i s m o a f e c t a d o q u e t a n -
t o te m o l e s t a p a r a a r r i b a r a e s t a c o n c l u s i ó n . N u e s -
tras ideas n o l l e g a n m á s lejos de l o q u e a l c a n z a l a
e x p e r i e n c i a . N o tenemos e x p e r i e n c i a de los a t r i b u -
tos n i d e l a s o p e r a c i o n e s d i v i n a s . N o n e c e s i t o c o n -
c l u i r m i silogismo, p o r q u e tú m i s m o puedes inferir
l a c o n c l u s i ó n . Y es u n p l a c e r p a r a m í ( y e s p e r o
46
que t a m b i é n p a r a t i l o sea) v e r c ó m o , e n este caso,
el a j u s t a d o r a z o n a m i e n t o y l a p r o f u n d a p i e d a d l l e -
gan a l a m i s m a c o n c l u s i ó n , y e s t a b l e c e n l a a d o r a b l e ,
misteriosa e i n c o m p r e n s i b l e n a t u r a l e z a d e l S e r s u -
premo.
Cleantes • ^ •, . '
Para no perder el t i e m p o e n c i r c u n l o q u i o s , d i j o
C L E A N T E S dirigiéndose a D e m e a , y p a r a evitar u n a
respuesta a l a s p i a d o s a s d e c l a r a c i o n e s d e F i l ó n , e x -
plicaré b r e v e m e n t e e l m o d o c o m o y o c o n c i b o este
asunto. M i r a d e l m u n d o e n d e r r e d o r , c o n t e m p l a d l o
en s u t o t a l i d a d y e n c a d a p a r t e , y v e r é i s q u e n o
es o t r a c o s a q u e u n a g r a n m á q u i n a , s u b d i v i d i d a
en u n n ú m e r o i n f i n i t o ele m á q u i n a s m á s p e q u e ñ a s ,
que a s u v e z a d m i t e n s u b d i v i s i o n e s h a s t a e l g r a d o
de r e b a s a r l o q u e i o s s e n t i d o s y l a s f a c u l t a d e s h u -
manas p u e d e n c o n c e b i r y e x p l i c a r . T o d a s estas v a -
rias m á q u i n a s , e i n c l u s o s u s p a r t e s m á s d i m i n u t a s ,
están a j u s t a d a s e n t r e sí c o n u n a e x a c t i t u d q u e p r o -
duce l a a d m i r a c i ó n d e t o d o s l o s h o m b r e s q u e l a s
contemplan. L a curiosa adaptación de los medios
a los f i n e s q u e p u e d e o b s e r v a r s e e n l a n a t u r a l e z a
se a s e m e j a c o n e x a c t i t u d — a u n c j u e los e x c e d e c o n
mucho— a los p r o d u c t o s de carácter h u m a n o : ideas,
pensamiento, sabiduría e inteligencia. P o r tanto,
como u n o s e f e c t o s se a s e m e j a n a l o s o t r o s , n o s ve-
mos o b l i g a d o s a i n f e r i r , s i g u i e n d o l a s r e g l a s d e l a
a n a l o g í a , q u e l a s c a u s a s t a m b i é n se a s e m e j a n , y
que e l A u t o r d e l a n a t u r a l e z a es e n c i e r t o m o d o
similar a l a mente del h o m b r e , a u n q u e e n posesión
de f a c u l t a d e s m u c h o m á s p o d e r o s a s , p r o p o r c i o n a l e s
a la grandeza de l a o b r a que h a ejecutado. P o r me-
dio d e este a r g u m e n t o a posteriori, y sirviéndonos
únicamente de él, p r o b a m o s de m o d o t e r m i n a n t e
la e x i s t e n c i a de u n a D e i d a d , y s u s e m e j a n z a c o n l a
mente e i n t e l i g e n c i a h u m a n a s .
Demea
M e voy a tomar l a libertad, Cleantes, dijo D K M L A ,
de decirte abiertamente que si n o p u d e aprobar
d e s d e u n p r i n c i p i o t u c o n c l u s i ó n r e f e r e n t e a l a se
m e j a n z a e n t r e l a D e i d a d y l o s h o m b r e s , m u c h o me-
n o s p u e d o a p r o b a r l o s m e d i o s d e q u e te h a s v a l i d o
p a r a establecer d i c h a c o n c l u s i ó n . ¡ Q u é cosal ¡ N a d a
d e d e m o s t r a c i o n e s s o b r e e l S e r d e D i o s l ¡ N a d a de
argumentos abstractos! ¡ N a d a de pruebas a priorü
¿ E s q u e t o d a s estas cosas s o b r e l a s q u e h a s t a a h o r a
tanto h a n i n s i s t i d o los filósofos n o s o n m á s que
falacias y sofismas? ¿Es q u e acaso n o podemos, al
t r a t a r d e este i ^ u n t o , l l e g a r m á s a l l á d e l o s l í m i t e s
de l a e x p e r i e n c i a y l a p r o b a b i l i d a d ? N o diré que
esto sea t r a i c i o n a r l a c a u s a d e D i o s ; p e r o , s i n d u d a
a l g u n a , a d o p t a n d o esa a c t i t u d de afectada candidez,
das a los ateos m u c h a s m á s v e n t a j a s de las q u e p u -
d i e r a n o b t e n e r c o n sus r a z o n a m i e n t o s y a r g u m e n -
taciones.
Filón
E l r e p a r o p r i n c i p a l q u e y o p o n g o a este a s u n t o ,
d i j o EiLÓN, n o se d e b e a q u e C l e a n t e s p i e n s e q u e
todos l o s a r g u m e n t o s r e l i g i o s o s h a y a n d e r e d u c i r s e
a l a e x p e r i e n c i a , s i n o a q u e estos a r g u m e n t o s n o
p a r e c e n ser l o s m á s c i e r t o s e i r r e f u t a b l e s q u e p u e -
den darse e n u n o r d e n e x p e r i m e n t a l . Q u e u n a pie-
dra h a d e caer, q u e e l fuego h a d e q u e m a r , q u e l a
t i e r r a t i e n e s o l i d e z , s o n cosas q u e h e m o s o b s e r v a d o
m i l y m i l veces; y c u a n d o nos e n c o n t r a m o s a n t e u n a
r e a l i d a d de esta n a t u r a l e z a , n o d u d a m o s e n i n f e r i r
la conclusión a q u e estamos acostumbrados. L a
e x a c t a s e m e j a n z a q u e e n c o n t r a m o s e n c a d a caso
nos d a u n a p e r f e c t a s e g u r i d a d e n otro caso s i m i l a r .
No p u e d e buscarse o desearse u n a e v i d e n c i a tan
f u e r t e c o m o l a q u e e n c o n t r a m o s de este m o d o . P e r o
desde e l m o m e n t o e n q u e empezamos a apartarnos
d e l a s e m e j a n z a e n t r e l o s casos, l a e v i d e n c i a d i s m i -
nuye proporcionalmente. Y puede llegar el punto
48
eti q u e esa s e m e j a n z a se c o n v i e r t a e n u n a analogía
muy d é b i l , s u j e t a a e r r o r e i n c e r t i d u m b r e . D e s p u é s
de h a b e r e x p e r i m e n t a d o c ó m o es l a c i r c u l a c i ó n d e
la sangre e n l a s c r i a t u r a s h u m a n a s , p o d e m o s a s e g u -
rar, s i n d u d a r l o , q u e t a m b i é n t i e n e l u g a r e n l o s
individuos T i t o y M a e v i o ; p e r o si p a r t i m o s de l a
p a r t i c u l a r c i r c u l a c i ó n d e l a s a n g r e q u e se d a e n l a s
ranas y e n los peces, es s o l a m e n t e u n a s u p o s i c i ó n
-ciertamente bien fundamentada— l a que, por ana-
logía, nos h a c e p e n s a r q u e t a m b i é n h a d e d a r s e e n
los h o m b r e s y e n o t r o s a n i m a l e s . E l r a z o n a m i e n t o
analógico es m u c h o m á s d é b i l c u a n d o i n f e r i m o s l a
circulación d e l a s a v i a e n l o s v e g e t a l e s , a p a r t i r
de n u e s t r a e x p e r i e n c i a s o b r e l a c i r c u l a c i ó n d e l a
sangre e n los a n i m a l e s ; y a q u e l l o s q u e se h a n e m -
peñado e n s e g u i r i n e x o r a b l e m e n t e e s t a a n a l o g í a i m -
perfecta se h a n e n c o n t r a d o c o n q u e , t r a s e x p e r i -
mentos m á s e x a c t o s , s u s u p o s i c i ó n e r a e q u i v o c a d a .
Si vemos u n a c a s a , a m i g o C l e a n t e s , c o n c l u i m o s c o n
la- m a y o r c e r t e z a q u e t u v o u n a r q u i t e c t o o c o n s -
tructor, y a q u e es ése u n t i p o d e e f e c t o q u e , s e g ú n
hemos e x p e r i m e n t a d o , p r o c e d e d e ese t i p o d e c a u s a .
Pero, s i n d u d a a l g u n a , n o te a t r e v e r á s a a f i r m a r
que e l u n i v e r s o e n c i e r r a u n a s e m e j a n z a t a l c o n u n a
casa, q u e n o s p e r m i t a i n f e r i r c o n l a m i s m a s e g u r i -
dad l a e x i s t e n c i a d e u n a c a u s a s i m i l a r ; y t a m p o c o
te atreverías a a f i r m a r q u e , e n este caso, l a a n a l o -
gía es a b s o l u t a y p e r f e c t a . L a d e s e m e j a n z a e n t r e
una casa y e l u n i v e r s o es t a n a b r u m a d o r a , q u e l o
único q u e p o d r í a s p r e t e n d e r s e r í a , q u i z á , l a c o n j e -
tura o l a v a g a s u p o s i c i ó n d e q u e l a s c a u s a s d e esas
dos r e a l i d a d e s se p a r e c e n e n a l g o . E n c u a n t o a l a
manera c o n q u e e s a p r e t e n s i ó n s e r í a r e c i b i d a p o r
el m u n d o , es a s u n t o q u e p r e f i e r o d e j a r a t u c o n s i -
deración.
Cleantes
No h a y d u d a d e q u e s e r í a m u y m a l r e c i b i d a , d i j o
C L E A N T E S . Y y o m e r e c e r í a ser c e n s u r a d o y d e s p r e -
49
c i a d o s i m e a t r e v i e r a a d e c i r q u e las p r u e b a s sobre I
l a e x i s t e n c i a d e l a D e i d a d n o p a s a n d e s e r meras f
c o n j e t u r a s . P e r o , ¿es v e r d a d e r a m e n t e t a n p o c o se- í
m e j a n t e l a r e l a c i ó n q u e tiene l u g a r e n t i e los medios
y l o s f i n e s c u a n d o los r e f e r i m o s a u n a c a s a y c u a n d o ;
los r e f e r i m o s a l u n i v e r s o ? ¿Es t a n poco semejanu- -
en ambas realidades l a e c o n o m í a de las causas ii- i
n a l e s , e l o r d e n , l a p r o p o r c i ó n y l a o r g a n i z a c i ó n de I
las p a r t e s ? L o s p e l d a ñ o s d e u n a e s c a l e r a h a n sid(
c l a r a m e n t e diseñados p a r a q u e las p i e r n a s d e l hom- i
b r e p u e d a n s u b i r p o r e l l o s ; y esta i n f e r e n c i a es cier- I
ta e i n f a l i b l e . L a s p i e r n a s d e l h o m b r e h a n s i d o t a m - f
b i e n d i s e ñ a d a s p a r a a n d a r y s u b i r ; c o n c e d o que í
e s t a i n f e r e n c i a n o es t a n a b s o l u t a m e n t e c i e r t a , de- I
b i d o a l a d e s e m e j a n z a q u e t ú h a s m e n c i o n a d o hace P
un momento. Pero, ¿merece realmente el nombre |
de m e r a suposición o conjetura?
Dernea
¡Santo Cielol —exclamó D E M E A , interrumpiendo
le—. ¿ D ó n d e e s t a m o s ? ¡ D e f e n s o i e s celosos d e l a re-
l i g i ó n se p e r m i t e n a f i r m a r q u e l a s p r u e b a s d e D i o s
n o a l c a n z a n u n a e v i d e n c i a p e r f e c t a ! Y t ú . F i l ó n , de
q u i e n h e d e p e n d i d o p a r a p r o b a r e l m i s t e r i o ado-
r a b i e d e l a N a t u r a l e z a D i v i n a , ¿ a s i e n t e s a h o r a a las
e x t r a v a g a n t e s o p i n i o n e s d e C l e a n t e s ? P u e s , ¿ q u é otro
c a l i f i c a t i v o se m e r e c e n ? O m e j o r , ¿ p a r a q u é p e r d e r
e l t i e m p o e n c e n s u r a r l a s , c u a n d o y a es f a l t a s u f i -
ciente e l q u e h a y a n sido expuestas y defendidas
ante e l j o v e n P a n f i l o por s u maestro?
Filón
Pareces n o caer en l a c u e n t a , replicó F I L Ó N , de que
yo d i s c u t o c o n C l e a n t e s s i g u i e n d o s u p r o p i o mé-
t o d o , y d e q u e , a l m o s t r a r l e l a s p e l i g r o s a s conse-
c u e n c i a s d e sus a f i r m a c i o n e s , e s p e r o c o n s e g u i r q u e
a l f i n a l c o m p a r t a n u e s t r a o p i n i ó n . P e r o , s e g ú n ob-
s e r v o , es l a r e p r e s e n t a c i ó n q u e h a h e c h o C l e a n t e s
50
del a r g u m e n t o a posterion lo que más confusión
te p r o d u c e . Y p e n s a n d o q u e ese a r g u m e n t o m u y
probablemente p u e d e d e j a r de a t r a e r t u a t e n c i ó n
y desvanecerse e n e l a i r e , l o d e s f i g u r a s e n t u p e n s a -
miento h a s t a e l p u n t o de q u e p i e r d a t o d o s u v e r -
dadero s i g n i f i c a d o . A h o r a b i e n ; a p e s a r d e l o m u -
cho que d i s i e n t o , e n o t r o s aspectos, d e los p e l i g r o -
sos p r i n c i p i o s d e C l e a n t e s , d e b o r e c o n o c e r q u e . é l
ha presentado l i m p i a m e n t e s u a r g u m e n t o . A s í , p u e s ,
voy a t r a t a r d e p r e s e n t a r t e e l a s u n t o d e t a l m o d o
que vengas a l i b e r a r t e de i o s e s c r ú p u l o s q u e a h o r a
aDrigas c o n r e s p e c t o a é L v ^ ; *n :*
íji u n h o m b r e h i c i e r a a b s t r a c c i ó n d e t o d o l o q u e
conoce o h a v i s t o , y se s i r v i e r a t a n s ó l o d e s u s p r o -
pias ideas, s e r í a a b s o l u t a m e n t e i n c a p a z d e d e t e r m i -
nar q u é clase d e e s c e n a r i o d e b i e r a s e r e l u n i v e r s o ,
o de d a r p r e f e r e n c i a a u n e s t a d o d e cosas s o b r e
otro. P o r q u e , c o m o n a d a d e l o q u e p u e d e c o n c e b i r
claramente p o d r í a e s t i m a r s e i m p o s i b l e o c o n t r a d i c t o -
.. rio, c a d a q u i m e r a d e s u f a n t a s í a e s t a r í a i g u a l m e n t e
I tuiidamentada; y tampoco podría d a r razón suticieii-
| te de p o r q u é a p o y a u n a i d e a o s i s t e m a e n p a r t i c u -
| lar, y r e c h a z a o t r o s q u e s o n i g u a l m e n t e p o s i b l e s .
I A s i m i s m o , c u a n d o a b r i e r a ios o j o s y c o n t e m p l a r a
el m u n d o t a l y c o m o r e a l m e n t e es, l e s e r í a i m p o s i -
ble a l p r i n c i p i o d a r c o n l a c a u s a d e c a d a f e n ó m e -
no, m u c h o m e n o s c o n l a c a u s a d e l a t o t a l i d a d d e
las cosas d e l u n i v e r s o . P o d r á d e j a r q u e s u i m a g i -
nación d i s c u r r a l i b r e m e n t e ; y , d e este m o d o , e l l a
le t r a e r á u n a i n f i n i t a v a r i e d a d d e o p i n i o n e s y r e -
presentaciones. T o d a s e l l a s s e r á n p o s i b l e s . Y a l ser
igualmente posibles, n u n c a p o d r á e x p l i c a r s e d e m a -
nera s a t i s f a c t o r i a p o r q u é h a d e p r e t e r i r u n a e n
lugar d e l a s o t r a s . S ó l o l a e x p e r i e n c i a p u e d e i n d i -
carle l a v e r d a d e r a c a u s a d e c u a l q u i e r f e n ó m e n o .
A h o r a b i e n , a m i g o D e m e a : s e g ú n este m é t o d o d e
razonamiento, hemos d e c o n c l u i r ( t a l y c o m o el
mismo C l e a n t e s l o h a c e i m p l í c i t a m e n t e ) que el
o r d e n , e l a r r e g l o o e l a j u s t e d e l a s c a u s a s finales
n o es d e p o r sí n i n g u n a p r u e b a d e d e s i g n i o , y so-
l a m e n t e r e f l e j a l o q u e se d e s p r e n d e d e n u e s t r a ex-
p e r i e n c i a . S i n o s l i m i t a m o s a l o q u e p o d e m o s co-
n o c e r a priori, h e m o s d e d e c i r q u e l a m a t e r i a pue-
d e c o n t e n e r e n sí m i s m a e l p r i n c i p i o d e l o r d e n , tal
y c o m o p u e d e c o n t e n e r l o l a m e n t e . Y n o h a y ma-
y o r d i f i c u l t a d e n c o n c e b i r q u e los v a r i o s e l e m e n t o s
se o r g a n i c e n d e p o r sí p e r f e c t a m e n t e , e n v i r t u d de
u n a c a u s a d e s c o n o c i d a e u i t e r n a , q u e c o n c e b i r que
las ideas de ellos e n u n a g r a n d i o s a m e n t e univer-
s a l se o r g a n i c e n d e l m i s m o m o d o , e n v i r t u d d e u n a
c a u s a i g u a l m e n t e d e s c o n o c i d a e i n t e r n a . S e concede
q u e a m b a s s u p o s i c i o n e s s o n i g u a l m e n t e posibles.
P e r o l a e x p e r i e n c i a nos m u e s t r a (según Cleantes)
que h a y u n a diferencia entre ellas. Amontonemos
varias piezas d e m e t a l , s i n f o r m a n i f i g u r a algunas,
y v e r e m o s q u e s o n i n c a p a c e s d e c o n v e r t i r s e p o r sí
m i s m a s e n u n r e l o j . L a p i e d r a , e l c e m e n t o y la
m a d e r a , s i n u n a r q u i t e c t o q u e o r g a n i c e estos mate-
riales, n o p o d r á n erigirse e n u n a casa. S i n embargo,
vemos q u e las ideas d e l a m e n t e h u m a n a , e n v i r t u d
d e u n a d e s c o n o c i d a e i n e x p l i c a b l e e c o n o m í a , se
o r g a n i z a n d e t a l m o d o q u e p u e d e n f o r m a r e l pro-
yecto d e u n reloj o de u n a casa. L a e x p e r i e n c i a ,
por tanto, p r u e b a q u e e n l a m e n t e h a y u n princi-
pio original de orden, y n o en l a materia. A partir
d e efectos s e m e j a n t e s , i n f e r i m o s c a u s a s s e m e j a n t e s .
Y c o m o l a o r d e n a c i ó n d e l o s m e d i o s a l o s f i n e s en
e l u n i v e r s o es s i m i l a r a l a q u e se d a e n u n a m á -
q u i n a de invención h u m a n a , podemos concluir que
l a s c a u s a s d e u n a y o t r a r e a l i d a d t a m b i é n h a n de
ser s e m e j a n t e s . _, - _ „,j,.., , ,,.-,-,•'( i de s i t u a c i ó n , d e e d a d , d e l a d i s p o s i c i ó n d e l a i r e o
D e b o reconocer q u e m e escandalicé desde u n p r i n -
c i p i o a n t e e s t a s e m e j a n z a q u e se e s t a b l e c e e n t r e l a
D e i d a d y las criaturas h u m a n a s . Y n o puedo dejar
de pensar q u e d i c h a semejanza i m p l i c a t a l degra-
d a c i ó n d e l s u p r e m o Ser, q u e n i n g ú n teísta c a b a l
52
podría s o p o r t a r l a . A s í , p u e s , D e m e a , v a l i é n d o m e d e
tu ayuda, i n t e n t a r é d e f e n d e r l o q u e t a n j u s t a m e n t e
llamas e l a d o r a b l e m i s t e r i o d e l a n a t u r a l e z a d i v i n a ,
y refutaré este a r g u m e n t o d e C l e a n t e s , s u p u e s t o
que n u e s t r o a m i g o esté d e a c u e r d o c o n l a e x p o s i -
ción q u e h e h e c h o d e s u r a z o n a m i e n t o .
Panfilo
U n a vez q u e C l e a n t e s h u b o d a d o s u c o n f o r m i d a d ,
F I L Ó N , tras h a c e r u n a b r e v e p a u s a , h a b l ó d e e s t a
manera:
Filón ' í.'' ' •• ''.r^' • •
Que todas l a s i n f e r e n c i a s r e f e r e n t e s a l o s h e c h o s es-
tán f u n d a d a s e n l a e x p e r i e n c i a , y q u e todos l o s r a -
zonamientos e x p e r i m e n t a l e s e s t á n f u n d a d o s e n l a
suposición d e q u e c a u s a s s e m e j a n t e s d a n l u g a r a
efectos s e m e j a n t e s y q u e e f e c t o s s e m e j a n t e s d a n
lugar a causas s e m e j a n t e s , es a s u n t o q u e a h o r a n o
voy a d i s c u t i r d e t e n i d a m e n t e c o n t i g o , a m i g o C l e a n -
tes. P e r o te r u e g o q u e o b s e r v e s l a e x t r e m a d a p r e -
caución c o n q u e l o s i n v e s t i g a d o r e s c u i d a d o s o s t r a n s -
fieren sus e x p e r i e n c i a s d e u n caso a o t r o s casos se-
mejantes. A m e n o s q u e l o s d i f e r e n t e s casos s e a n
exactamente s i m i l a r e s , d e s c o n f í a n d e a p l i c a r s u s
observaciones p a s a d a s a c u a l q u i e r o t r o f e n ó m e n o
particular. C a d a a l t e r a c i ó n d e las c i r c u n s t a n c i a s
ocasiona u n a d u d a c o n r e s p e c t o a l f e n ó m e n o e n
cuestión; y se r e q u i e r e n n u e v o s e x p e r i m e n t o s p a r a
probar c o n c e r t e z a q u e l a s n u e v a s c i r c u n s t a n c i a s n o
son de m a y o r i m p o r t a n c i a . U n c a m b i o d e v o l u m e n ,
de los c u e r p o s a d y a c e n t e s s o n p a r t i c u l a r e s q u e p u e -
den d a r l u g a r a l a s m á s i n e s p e r a d a s c o n s e c u e n c i a s .
Y a menos q u e estemos c o m p l e t a m e n t e f a m i l i a r i -
zados c o n los o b j e t o s , es i m a g r a n t e m e r i d a d espe-
rar c o n f i a d a m e n t e q u e , d e s p u é s d e u n o c u a l q u i e r a
de estos c a m b i o s , u n f e n ó m e n o s e a s e m e j a n t e a
53
 otro q u e h a y a caído con a n t e r i o r i d a d bajo nuestra
o b s e r v a c i ó n . E s a q u í d o n d e se v e c ó m o e l p a s o lento
y c o n c i e n z u d o d e los f i l ó s o f o s se d i s t i n g u e d e k
m a r c h a precipitada con que procede el hombre
c o m t i n , q u i e n , a l u c i n a d o p o r l a m á s p e q u e ñ a seme-
j a n z a , es i n c a p a z d e l m e n o r d i s c e r n i m i e n t o o con-
sideración.
¿ C r e e s tú, C l e a n t e s , q u e h a s d o n s e r v a d o t u f r i a l d a d
y t e m p l e f i l o s ó f i c o c u a n d o te h a s a t r e v i d o a dar
u n paso t a n g r a n d e como e l q u e i m p l i c a comparar
e l u n i v e r s o c o n l a s casas, l o s b a r c o s , l o s m u e b l e s ,
las m á q u i n a s , e i n f e r i r , p a r t i e n d o de su semejanza
e n a l s r u n a s c i r c u n s t a n c i a s , l a s e r n e i a n z a d e s u s cau-
sas? E l p e n s a m i e n t o , l a c a p a c i d a d d e p r o y e c t a r y
l a i n t e l i g e n c i a , t a l y c o m o los e n c o n t r a m o s e n los
h o m b r e s y e n otros a n i m a l e s , n o son más q u e uno
d e l o s p r i n c i p i o s d e l u n i v e r s o , c o m o l o p u e d e n ser
el calor, o el frío, la atracción o l a repulsión, y
cientos de otros q u e a d i a r i o caen b a i o nuestra
o b s e r v a c i ó n . H a l l a m o s q u e es p o r m e d i o d e u n a
causa a c t i v a c o m o algunas partes de l a naturaleza
p r o d u c e n a l t e r a c i o n e s e n o t r a s p a r t e s . P e r o , ¿se pue-
d e t r a n s f e r i r c o n p r o p i e d a d u n a c o n c l u s i ó n d e las
partes a l todo? L a g r a n d e s o r o p o r c i ó n q u e existe
e n t r e é s t e y a q u é l l a s , ^no o r o h í b e t o d a c o m p a r a c i ó n
e inferencia? P a r t i e n d o de nuestras observaciones
sobre e l c r e c i m i e n t o del cabello, apodemos llegar
a saber algo de l a gestación dé u n h o m b r e ? ¿Podría
e l p a r t i c u l a r v u e l o de u n a h o i a , p o r m u y perfecta-
m e n t e q u e lo c o n o c i é r a m o s , i n s t r u i r n o s acerca del
proceso vegetativo de u n árbol? P e r o a u n suponien-
d o q u e t o m á r a m o s l a s operaciones que xma parte
de l a n a t u r a l e z a ejerce sobre otra como f u n d a m e n -
t o p a r a f o r m a r n o s u n i n i c i o a c e r c a d e l origen del
t o d o ( l o c u a l n o p u e d e a d m i t i r s e ) , q u e d a r í a sin
r e s o l v e r esta c u e s t i ó n : ¿ p o r q u é s e l e c c i o n a m o s l u i
principio tan insignificante, tan débil y tan limi-
t a d o c o m o l o es l a r a z ó n y l a c a p a c i d a d d e p r o y e c -
t a r q u e e n c o n t r a m o s e n los a n i m a l e s q u e h a b i t a n
54
este p l a n e t a ? ¿ Q u é p a r t i c u l a r p r i v i l e g i o p u e d e te-
ner esta p e q u e ñ a a g i t a c i ó n d e l c e r e b r o q u e l l a m a -
mos pensamiento, p a r a que hagamos de ella el mó-
dulo d e l u n i v e r s o e n t e r o ? N u e s t r a p a r c i a l i d a d a l
enjuiciar a n u e s t r o f a v o r l o q u e n o s p e r t e n e c e es
algo q u e t i e n e l u g a r e n t o d a s l a s o c a s i o n e s ; p e r o
una filosofía c o n s c i e n t e y c u i d a d o s a d e b e r í a e s t a r
prevenida c o n t r a u n a i l u s i ó n t a n n a t u r a l .
Estoy t a n l e j o s d e a d m i t i r q u e l a s o p e r a c i o n e s d e
una'parte puedan proporcionarnos alguna justa
conclusión r e f e r e n t e a l o r i g e n d e l t o d o , c o n t i n u ó
FILÓN, que n i siquiera admitiré q u e u n a parte pue-
da establecer u n a r e g l a s o b r e o t r a p a r t e si é s t a y
aquélla se e n c u e n t r a n m u y d i s t a n c i a d a s e n t r e sí.
¿Hay a l g ú n f u n d a m e n t o r a z o n a b l e p a r a c o n c l u i r
que los h a b i t a n t e s d e o t r o s p l a n e t a s p o s e a n p e n s a -
miento, i n t e l i g e n c i a , r a z ó n o a l g o s e m e j a n t e a l a s
facultades q u e se d a n e n los seres h u m a n o s ? C u a n -
do l a n a t u r a l e z a h a d i v e r s i f i c a d o d e t a l m o d o s u
forma d e o p e r a r e n este p e q u e ñ o g l o b o , ¿ p o d e m o s
imaginar q u e e l l a se r e p i t a i n c e s a n t e m e n t e a l o
largo y a l o a n c h o d e este u n i v e r s o t a n e n o r m e ?
Y si e l p e n s a m i e n t o , c o m o es j u s t o s u p o n e r , e s t á
limitado a este e s t r e c h o r i n c ó n d e l c o s m o s , e i n c l u -
so a q u í t i e n e u n a e s f e r a d e a c c i ó n t a n l i m i t a d a ,
¿con q u é d e r e c h o p o d e m o s a s i g n a r l e e l ser l a c a u s a
original d e t o d a s l a s cosas? L a c o r t a v i s i ó n d e u n
campesino q u e h i c i e r a d e s u e c o n o m í a d o m é s t i c a
una r e g l a g e n e r a l p a r a l a a d m i n i s t r a c i ó n d e l o s
reinos sería, e n c o m p a r a c i ó n , u n s o f i s m a p e r d o n a b l e .
Pero a u n q u e se n o s a s e g u r a r a q u e h a y e n l a t o t a l i d a d
del u n i v e r s o u n p e n s a m i e n t o y u n a r a z ó n s e m e j a n -
tes a los d e l h o m b r e , y a u n q u e l a s o p e r a c i o n e s d e
estas f a c u l t a d e s f u e s e n e n a l g ú n o t r o l u g a r m á s e m i -
nentes y m á s d e c i s i v a s d e l o q u e e n este p l a n e t a
lo son, t a m p o c o v e o p o r q u é las o p e r a c i o n e s d e u n
mundo c o n s t i t u i d o , o r g a n i z a d o y a j u s t a d o p u e d e n
extenderse, h a b l a n d o c o n p r o p i e d a d , a u n m u n d o
q u e está t o d a v í a e n e s t a d o e m b r i o n a r i o y se encuen- la p r u d e n t e l e s e r v a d e S i m ó n i d e s , q u i e n , s e g ú n
t r a e n p r o c e s o d e c o n s t i t u i r s e y o r g a n i z a r s e . Me- la c o n o c i d a h i s t o r i a 2, a l ser p r e g u n t a d o p o r H i e r o
d i a n t e l a o b s e r v a c i ó n , p o d e m o s s a b e r a l g o referente iQué es Dios?, p i d i ó u n d í a p a r a p e n s a r l a r e s p u e s t a ,
a l a e c o n o m í a , acción y n u t r i c i ó n de u n animal y luego dos días m á s , y así c o n t i n u ó p i d i e n d o q u e
y a c o n s t i t u i d o . P e r o d e b e m o s a n d a r c o n m u c h a cau- se le p r o l o n g a r a e l p l a z o , s i n d a r n u n c a u n a d e f i n i -
t e l a a l t r a n s f e r i r esas o b s e r v a c i o n e s a l c r e c i m i e n t o ción o u n a d e s c r i p c i ó n ? ¿ P o d r í a s , i n c l u s o , c e n s u r a r -
d e u n f e t o e n e l v i e n t r e m a t e r n o , y c o n m u c h a más me si y o h u b i e r a r e s p o n d i d o d e s d e u n p r i n c i p i o
si l a s t r a n s f e r i m o s a l a f o r m a c i ó n d e l s e m e n vivo que no lo sabia y h u b i e r a r e c o n o c i d o q u e esa c u e s -
e n l o s ó r g a n o s g e n i t a l e s d e l m a c h o . H a l l a m o s que tión r e b a s a b a c o n m u c h o e l a l c a n c e d e m i s f a c u l -
l a n a t u r a l e z a , i n c l u s o p o r l o q u e se d e s p r e n d e de tades? P o d r á s l l a m a r m e e s c é p t i c o y f r i v o l o c u a n t a s
n u e s t r a l i m i t a d a e x p e r i e n c i a , posee i m n ú m e r o in- L veces gustes; p e r o d e s p u é s d e h a b e r m e e n c o n t r a d o
f i n i t o d e p r i n c i p i o s q u e se m a n i f i e s t a n c a d a v e z ! con las i m p e r f e c c i o n e s y h a s t a l a s c o n t r a d i c c i o n e s
q u e e n d i c h a n a t u r a l e z a se d a u n c a m b i o d e p o s i - P ' en que cae l a r a z ó n h u m a n a a l t r a t a r d e o t r o s m u -
c i ó n o d e s i t u a c i ó n . Y n o p o d e m o s p r e t e n d e r de chos asuntos q u e s o n m á s c e r c a n o s a n o s o t r o s , n o
t e r m i n a r , s i n c a e r e n e l m á x i m o g r a d o d e t e m e - ^ puedo e s p e r a r q u e s u s e n d e b l e s c o n j e t u r a s a l c a n c e n
r i d a d , q u é nuevos y desconocidos p r i n c i p i o s acíua mayor é x i t o e n u n a c u e s t i ó n t a n s u b l i m e y t a n
r í a n s o b r e e l l a e n u n a s i t u a c i ó n t a n n u e v a y desco- apartada d e n u e s t r a e s f e r a d e o b s e r v a c i ó n . C u a n d o
nocida como la formación del universo. se h a o b s e r v a d o q u e d o s especies d e o b j e t o s s i e m p r e
van u n i d a s , p u e d e inferirse, p o r l a f u e r z a d e l a cos-
S i u n a p a r t e p e q u e ñ a d e este g r a n s i s t e m a es, en tumbre, l a e x i s t e n c i a d e u n a , t o d a v e z q u e se vea
u n corto p l a z o de t i e m p o , t a n imperfectamente la e x i s t e n c i a d e l a o t r a . P e r o s e r í a d i f í c i l d e e x p l i -
conocida por nosotros, ¿cómo podríamos pronun- ^ car c ó m o p u e d e d a r s e este t i p o d e a r g u m e n t o c u a n -
c i a r n o s d e m a n e r a d e f i n i t i v a s o b r e e l o r i g e n ciel do los objetos, c o m o o c u r r e e n este caso, s o n ú n i c o s ,
todo? . . • ^- • - • individuales y carentes de p a r a l e l o o d e s e m e j a n z a
¡ A d m i r a b l e c o n c l u s i ó n ! L a p i e d r a , l a m a d e r a , el específica. ¿ H a b r á a l g u i e n q u e se a t r e v a a d e c i r se-
l a d i i l l o , e l h i e r r o y e l l a t ó n s o n i n c a p a c e s de orga- riamente q u e u n u n i v e r s o o r g a n i z a d o d e b e s u r g i r
n i z a r s e — e n e l t i e m p o p r e s e n t e y e n este m i n ú s c u - de u n p e n s a m i e n t o y u n a r t e s e m e j a n t e s a l o s d e l
l o p l a n e t a q u e l l a m a m o s T i e r r a — s i n l a a y u d a del hombre, p o r q u e t e n e m o s e x p e r i e n c i a d e este h e c h o ?
arte y las ideas h u m a n a s ; p o r lo tanto, e l universo Para a c e p t a r u n r a z o n a m i e n t o así, n e c e s i t a r í a m o s
n o p o d r í a a l c a n z a r o r i g i n a l m e n t e s u o r d e n y ajuste como r e q u i s i t o e l h a b e r t e n i d o e x p e r i e n c i a s o b r e
sin la intervención de algo s i m i l a r a l arte humano. el o r i g e n d e l o s m u n d o s , y n o b a s t a r í a , c i e r t a m e n t e ,
P e r o , ¿es q u e u n a p a r t e d e l a n a t u r a l e z a p u e d e ser que h u b i é r a m o s v i s t o q u e los b a r c o s y l a s c i u d a d e s
l a n o r m a d e o t r a p a r t e m u c h í s i m o m á s extensa? son u n p r o d u c t o d e l a r t e y d e l p e n s a m i e n t o h u -
¿ P u e d e ser u n a n o r m a p a r a e l t o d o ? ¿ C ó m o puede manos.
ser u n a p a r t e d i m i n u t a l a e n c a r g a d a d e establecer
l a r e g l a d e l u n i v e r s o ? ¿Es l a n a t u r a l e z a e n una Panfilo
s i t u a c i ó n p a r t i c u l a r i m a n o r m a c i e r t a p a r a otra Estaba F i l ó n h a b l a n d o de este m o d o v e h e m e n t e
situación completamente diferente? - a m i m o d o de ver entre f o r m a l y guasón— cuan-
¿ P o d r á s , C l e a n t e s , c e n s u r a r m e si s i g o e n este p u n t o 2 [Véase: C I C E R Ó N , De natura Oeorum, L i b . I , 2 2 ] .
56 57
 d o o b s e r v ó a l g u n o s gestos d e i m p a c i e n c i a e n C l e a n *
tes, y e n t o n c e s se c a l l ó i n m e d i a t a m e n t e .
Cleantes
L o tínico q u e tengo q u e decir, i n t e r v i n o C L E A N T E S ,
es q u e n o d e b e r í a s a b u s a r d e l o s t é r m i n o s , n i uti-
l i z a r e x p r e s i o n e s p o p u l a r e s p a r a d e s t r u i r argumen-
tos f i l o s ó f i c o s . Y a s a b e s q u e e l h o m b r e c o m ú n hacd
u n a d i s t i n c i ó n e n t r e l a r a z ó n y l a e x p e r i e n c i a , in-
c l u s o e n a q u e l l o s casos e n q u e a q u e l l o d e l o q u e se;
t r a t a se r e f i e r e ú n i c a m e n t e a a s u n t o s d e hecho.;
P e r o n o s e n c o n t r a m o s c o n q u e , s i e m p r e q u e la
razón es a n a l i z a d a c o n p r o p i e d a d , r e s u l t a q u e no
es o t r a c o s a q u e u n a e s p e c i e d e e x p e r i e n c i a . P r o b a r
m e d i a n t e l a e x p e r i e n c i a q u e e l origen d e l universo
p r o c e d e d e u n a m e n t e , n o es m á s c o n t r a r i o a l a co-
m ú n m a n e r a d e h a b l a r q u e p r o b a r q u e e l movi-
miento de l a tierra procede del m i s m o principio.
Y u n a p e r s o n a q u e g u s t a r a d e e m b r o l l a r l a s cosas
podría p o n e r l e a l sistema de C o p é r n í c o las mismas
objeciones q u e tú has puesto a m i s razonamientos.
¿Es q u e a c a s o — p o d r í a d e c i r — h a y o t r o s p l a n e t a s
c o m o l a T i e r r a a l o s q u e h a s v i s t o m o v e r s e ? ¿Es
que acaso. . .? ,^
Filón • -'^
¡ S i l , e x c l a m ó F I L Ó N i n t e r r u m p i é n d o l e . H a y otras
T i e r r a s . ¿ N o es l a L u n a o t r a T i e r r a a l a q u e v e m o s
m o v e r s e e n t o r n o a s u c e n t r o ? ¿ N o es V e n u s o t r a
T i e r r a en la que observamos el m i s m o fenómeno?
¿ N o son las r e v o l u c i o n e s d e l S o l , p o r analogía, u n a
c o n f i r m a c i ó n d e l a m i s m a t e o r í a ? ¿ Q u é s o n todos
los p l a n e t a s s i n o d i f e r e n t e s T i e r r a s q u e g i r a n alre-
d e d o r d e l S o l ? ¿ N o s o n los p l a n e t a s L u n a s q u e
giran en torno a Júpiter y Saturno y que, unidos a
estos p l a n e t a s p r i m a r i o s , d a n v u e l t a s a l r e d e d o r d e l
S o l ? E s t a s a n a l o g í a s y s e m e j a n z a s , j u n t o c o n otras
q u e n o h e m e n c i o n a d o , son las únicas p r u e b a s del
s i s t e m a copernicano; y a t i te corresp>onde i a tarea
de considerar si p u e d e s e c h a r m a n o d e a l g u n a a n a -
logía de l a m i s m a clase p a r a a p o y a r t u t e o r í a .
E n r e a l i d a d , C l e a n t e s , c o n t i n u ó , e l m o d e r n o siste-
ma de l a a s t r o n o m í a h a s i d o d e t a l m a n e r a a c e p t a d o
por todos los i n v e s t i g a d o r e s , y se h a c o n v e r t i d o e n
parte t a n e s e n c i a l d e n u e s t r a t e m p r a n a e d u c a c i ó n ,
que, por l o c o m ú n , n o n o s d e t e n e m o s a e x a m i n a r c o n
escrúpulo las r a z o n e s s o b r e l a s c u a l e s se f u n d a . H o y
ya es u n a s u n t o d e m e r a c u r i o s i d a d e l e s t u d i a r a
los p r i m e r o s a u t o r e s q u e t r a t a r o n d e e s t a c u e s t i ó n
y que h u b i e r o n d e h a c e r f r e n t e a u n s i n f í n d e
prejuicios, v i é n d o s e o b l i g a d o s a p r e s e n t a r a l p ú -
blico sus a r g u m e n t o s d e m i l m a n e r a s d i f e r e n t e s a l
objeto de q u e se h i c i e r a n p o p u l a r e s y r e s u l t a r a n
convincentes. P e r o si e x a m i n a m o s l o s f a m o s o s D i á -
logos ^ d e G A L I L E O r e f e r e n t e s a l s i s t e m a d e l m i m d o ,
encontraremos q u e a q u e l g r a n g e n i o , u n o d e l o s
más s u b l i m e s q u e h a n e x i s t i d o , l o p r i m e r o q u e h a c e
es c o n c e n t r a r todos sus e s f u e r z o s e n l a t a r e a d e p r o -
bar que n o h a y u n a b a s e q u e n o s p e r m i t a h a c e r u n a
distinción e n t r e las s u s t a n c i a s e l e m e n t a l e s y l a s
celestes. L a s e s c u e l a s , p a r t i e n d o d e l a s i l u s i o n e s d e l
sentido, h a b í a n l l e v a d o esa d i s t i n c i ó n d e m a s i a d o
lejos, y h a b í a n e s t a b l e c i d o q u e l a s s u s t a n c i a s celes-
tes e r a n e t e r n a s , i n c o r r u p t i b l e s , i n a l t e r a b l e s e i m -
pasibles; y h a b í a n a s i g n a d o a l a s s u s t a n c i a s ele-
mentales las c u a l i d a d e s o p u e s t a s . P e r o G A L I L E O ,
empezando c o n l a L u n a , p r o b ó s u s e m e j a n z a , e n
cada p a r t i c u l a r , c o n l a T i e r r a : s u f i g u r a c o n v e x a ,
su o s c u r i d a d n a t u r a l c u a n d o n o e s t a b a i l u m i n a d a ,
su d e n s i d a d , l a d i s t i n c i ó n e n t r e l o s ó l i d o y l o lí-
quido, las v a r i a c i o n e s d e sus fases, l a s i l u m i n a c i o n e s
mutuas de l a T i e r r a y d e l a L u n a , sus e c l i p s e s m u -
tuos, las i r r e g u l a r i d a d e s d e l a s u p e r f i c i e l u n a r ,
etcétera. D e s p u é s d e m u c h a s o b s e r v a c i o n e s de e s t a
clase, r e f e r e n t e a t o d o s l o s p l a n e t a s , l o s h o m b r e s
vieron c o n c l a r i d a d q u e esos c u e r p o s p o d í a n c o n -
' [Dialogo clei cine massimi sisletni del mondo (1632) ].
 s i d e r a r s e p r o p i a m e n t e c o m o o b j e t o s de e x p e r i e n c i a ,
y q u e la semejanza q u e m o s t r a b a n e n s u naturaleza
nos p e r m i t í a e x t e n d e r los m i s m o s a r g u m e n t o s y
t r a s p o l a r los m i s m o s f e n ó m e n o s d e u n o b j e t o a otro.
E n este c a u t e l o s o p r o c e d e r d e los a s t r ó n o m o s pue-
des, C l e a n t e s , l e e r t u p r o p i a c o n d e n a c i ó n , o, m e j o r
d i c h o , p u e d e s v e r q u e e l a s u n t o d e l q u e t ú te ocu-
p a s e x c e d e los l í m i t e s d e l a r a z ó n e i n v e s t i g a c i ó n
h u m a n a s . ¿ P r e t e n d e r á s m o s t r a r n o s q u e se d a u n a
s i m i l a r i d a d así e n t r e l a c o n s t r u c c i ó n d e u n a casa
y l a g e n e r a c i ó n d e l u n i v e r s o ? ¿ H a s v i s t o a l g u n a vez
l a n a t u r a l e z a e n u n a s i t u a c i ó n t a l q u e se a s e m e j e a
i a p r i m e r a o r d e n a c i ó n d e los e l e m e n t o s ? ¿ H a s pre-
s e n c i a d o l a f o r m a c i ó n d e los m u n d o s y t e h a s entre-
t e n i d o e n o b s e r v a r e l p r o g r e s o c o m p l e t o d e u n fe-
n ó m e n o , d e s d e s u p r i m i t i v a o r g a n i z a c i ó n h a s t a su
c o n s u m a c i ó n f i n a l ? S i es así, c u é n t a n o s t u e x p e r i e n -
cia y exponnos tu teoría.
PARTE I I I
Cleantes
¡Es c u r i o s o v e r c ó m o e l a r g u m e n t o m á s a b s u r d o ,
en manos d e u n h o m b r e h a b i l i d o s o y c o n i n g e n i o ,
puede a d q u i r i r u n a i r e d e p r o b a b i l i d a d ! , r e p l i c ó
C L E A N T E S . ¿ N O te d a s c\ienta. F i l ó n , d e q u e fue
necesario q u e C o p é r n í c o y s u s p r i m e r o s d i s c í p u l o s
probaran l a s e m e j a n z a e n t r e l a m a t e r i a t e r r e n a y
la celeste p o r q u e v a r i o s * f i l ó s o f o s , c e g a d o s p o r l o s
viejos sistemas y g u i a d o s p o r a l g u n a s a p a r i e n c i a s
sensibles, h a b í a n n e g a d o e s t a s e m e j a n z a ? S i n e m -
bargo, n o es n e c e s a r i o e n m o d o a l g u n o q u e l o s teís-
tas p r u e b e n l a s e m e j a n z a q u e h a y e n t r e l a s o b r a s
de l a n a t u r a l e z a y l a s d e l a r t e , p o r q u e e s t a e v i d e n -
cia es i n n e g a b l e y c l a r a d e p o r sí. U n a m a t e r i a i g u a l
exige u n a f o r m a s e m e j a n t e ; ¿ q u é m á s p u e d e r e q u e -
rirse p a r a m o s t r a r q u e e x i s t e u n a a n a l o g í a e n t r e
sus causas, q u e e l s i t u a r e l o r i g e n d e t o d a s l a s cosas
en u n a i n t e n c i ó n y u n p r o p ó s i t o d i v i n o s ? T e d i r é
con f r a n q u e z a q u e tus o b j e c i o n e s n o t i e n e n m á s
valor q u e las a b s t r u s a s y v a n a s c a v i l a c i o n e s d e esos
filósofos q u e n i e g a n e l m o v i m i e n t o . P o r t a n t o , d e -
ben ser r e f u t a d a s d e l a m i s m a m a n e r a : c o n e j e m -
plos e i l u s t r a c i o n e s , e n v e z d e c o n a r g u m e n t o s se-
rios y f i l o s ó f i c o s . " t.
Así, pues, s u p o n g a m o s q u e se o y e r a e n l a s n u b e s
una voz a r t i c u l a d a , m u c h o m á s f u e r t e y m e l o d i o s a
de lo q u e c u a l q u i e r a r t e h u m a n o p u d i e s e a l c a n z a r ;
Supongamos q u e e s t a v o z se e x t e n d i e r a e n u n m i s -
mo i n s t a n t e s o b i e t o d a s las n a c i o n e s , y h a b l a r a a
cada n a c i ó n e n s u propio lenguaje y dialecto; su-
pongamos que las palabras pronunciadas no sólo

c o n t u v i e r a n u n s e n t i d o y u n s i g n i í i c a d o cabales,
s i n o q u e t a m b i é n i m p a r t i e r a n u n a e n s e ñ a n z a su-
m a m e n t e v a l i o s a , d i g n a de u n Ser benevolente,
s u p e r i o r a l a h u m a n i d a d ; ¿ p o d r í a s d u d a r u n mo-
m e n t o e n l o r e í e r e n t e a l a c a u s a de esa voz? ¿No
l a s i t u a r í a s i n m e d i a t a m e n t e e n a l g u n a s u e r t e de
d e s i g n i o o de p r o p ó s i t o ? S e g ú n y o l o v e o , l a s mis-
m a s o b j e c i o n e s ( s i m e r e c e n ese n o m b r e ) q u e se
p o n e n a l sistema teísta, p o d r í a n t a m b i é n esgriiiiii-
se c o n t r a e s t a i n í e r e n c i a .
¿ N o p o d r í a s d e c i r q u e t o d a s l a s c o n c l u s i o n e s relati-
v a s a l o s a s u n t o s d e h e c h o se f u n d a n e n l a e x p e r i e n -
c i a ; q u e c u a n d o o í m o s e n l a o s c u r i d a d u n a v o z ar-
t i c u l a d a y de ahí d e d u c i m o s q u e h a y u n hombre,
es ú n i c a m e n t e l a s e m e j a n z a e n los e f e c t o s l o que
n o s l l e v a a c o n c l u i r q u e h a y u n a s e m e j a n z a corres-
p o n d i e n t e e n l a s c a u s a s , p e r o q u e e s t a v o z extraor-
d i n a r i a , e n v i r t u d de s u f u e r z a , de s u a m p l i t u d y
d e s u f l e x i b i l i d a d p a r a a d a p t a r s e a t o d o s l o s idio-
m a s e n c i e r r a u n a a n a l o g í a t a n d é b i l c o n respecto
a c u a l q u i e r v o z h u m a n a , q u e c a r e c e m o s d e razón
p a r a s u p o n e r a n a l o g í a a l g u n a e n sus respectivas
causas^ y q u e , c o n s e c u e n t e m e n t e , a q u e l l a s p a l a b r a s
r a c i o n a l e s , s a b i a s y c o h e r e n t e s h a n p r o c e d i d o de
u n a c a u s a d e s c o n o c i d a , d e a l g o así c o m o u n soplo
a c c i d e n t a l d e l v i e n t o , y n o de u n a razón o inteli-
g e n c i a d i v i n a ? P o d r á s v e r c l a r a m e n t e a l o q u e se
r e d u c e n t u s o b j e c i o n e s s i m e d i t a s s o b r e estas varias
e l u c u b r a c i o n e s q u e a c a b o d e e x p o n e r t e . Y espero
q u e v e a s t a m b i é n q u e n o h a y p o s i b i l i d a d d e que
p o s e a n m á s f u e r z a e n u n caso q u e e n o t r o .
P e r o , a f i n d e a c e r c a r n o s m á s a este t e m a d e l uni-
verso, h a r é otras dos suposiciones q u e n o i m p l i c a n
n i a b s u r d o n i i m p o s i b i l i d a d . S u p o n g a m o s q u e hu-
biera u n lenguaje n a t u r a l , universal, invariable,
c o m ú n a todos los i n d i v i d u o s d e l l i n a j e h u m a n o ,
y q u e l o s l i b r o s f u e s e n p r o d u c c i o n e s n a t u r a l e s que
se p e r p e t u a r a n d e l a m i s m a m a n e r a q u e l o s a n i m a l e s
62
"í.
y los vegetales, m e d i a n t e l a d e s c e n d e n c i a y l a p r o -
pagación. V a r i a s m a n i f e s t a c i o n e s d e n u e s t r a s p a s i o -
nes c o n t i e n e n u n l e n g u a j e u n i v e r s a l : t o d a s l a s bes-
tias poseen u n l e n g u a j e n a t u r a l , q u e , a u n q u e es
l i m i t a d o , es i n t e l i g i b l e p a r a las d e m á s especies. Y
como e l n ú m e r o d e p a i t e s y l a c o m p l e j i d a d d e l a
más r e f i n a d a c r e a c i ó n l i t e r a r i a s o n i n f i n i t a m e n t e
menores q u e l o s d e l m á s s i m p l e o r g a n i s m o v i v o ,
l a g e n e r a c i ó n d e u n a Iliada o u n a Eneida es u n a
suposición m á s f á c i l q u e l a g e n e r a c i ó n d e c u a l q u i e r
animal o p l a n t a .
Supongamos, p o r t a n t o , q u e entras e n t u b i b l i o -
teca, así p o b l a d a d e v o l ú m e n e s n a t u r a l e s q u e c o n -
tienen los r a z o n a m i e n t o s m á s r e f i n a d o s y l a m á s
exquisita b e l l e z a . ¿ T e s e r í a p o s i b l e a b r i r u n o d e
ellos y d u d a r d e q u e s u c a u s a o r i g i n a l e n c e r r a r a
una g r a n a n a l o g í a c o n r e s p e c t o a l a m e n t e y a l a
inteligencia? C u a n d o u n l i b r o así f u e s e c a p a z d e
razonar y d i s c u r r i r ; d e e x p o n e r , d i s c u t i r y r e f o r z a r
sus p u n t o s d e v i s t a y s u s t e m a s ; d e t r a t a r u n a s v e -
ces a s u n t o s r e l a c i o n a d o s c o n e l i n t e l e c t o p u r o , y
otras veces r e l a c i o n a d o s c o n l o s a f e c t o s ; d e r e c o g e r ,
disponer y a d o r n a r c a d a c o n s i d e r a c i ó n q u e f u e s e
relativa a l h i l o p r i n c i p a l , ¿ p o d r í a s a ú n p e r s i s t i r e n
tu aserto d e q u e t o d o e l l o , , e n e l f o n d o , c a r e c e r e a l -
mente d e s i g n i f i c a d o , y q u e l a p r i m e r a f o r m a c i ó n
de este v o l u m e n e n l o s ó r g a n o s g e n e r a d o r e s d e s u
padre o r i g i n a l n o p r o c e d i ó d e u n p e n s a m i e n t o p l a -
n i f i c a d o r ? Y a sé q u e t u o b s t i n a c i ó n n o a l c a n z a u n
tai g r a d o d e f i r m e z a ; h a s t a t u j u e g o e s c é p t i c o y
tu g u a s o n e r í a se v e r í a n a v e r g o n z a d o s p o r u n a b -
surdo t a n p a t e n t e .
Si h u b i e r a a l g u n a d i f e r e n c i a e n t r e este e j e m p l o q u e
te h e p r o p u e s t o . F i l ó n , y e l h e c h o r e a l d e l u n i v e r -
so, l a v e n t a j a c a e r í a d e l l a d o d e este ú l t i m o . L a
anatomía de u n a n i m a l p r o p o r c i o n a p r u e b a s de
una m e n t e p l a n i f i c a d o r a q u e s o n m u c h o m á s c o n -
vincentes q u e las q u e se d e s p r e n d e r í a n d e l e e r a
63
L i v i o o a T á c i t o ; y c u a l q u i e r objeción que pudie-
r a s p r o p o n e r c o n t r a e l p r i m e r caso, v o l v i e n d o a
i n s i s t i r e n l o d e s c o n o c i d o y e x t r a o r d i n a r i o q u e es
e l e s c e n a r i o d e l a p r i m e r a f o r m a c i ó n d e los m u n -
dos, sería u n a o b j e c i ó n q u e p o d r í a a p l i c a r s e con
el m i s m o derecho a nuestra supuesta biblioteca
viviente. Así, pues. Filón, decídete s i n ambigüeda-
des n i e v a s i o n e s : o a f i r m a s q u e u n l i b r o r a c i o n a l
n o es p r u e b a s u f i c i e n t e d e q u e t e n g a u n a c a u s a
r a c i o n a l , o a d m i t e s q u e u n a c a u s a d e este t i p o d e b e
asignarse a todas las obras de l a n a t u r a l e z a .
D é j a m e aquí señalar también, continuó O L E A N T E S ,
q u e este a r g u m e n t o r e l i g i o s o , e n l u g a r d e v e r s e de-
b i l i t a d o p o r ese e s c e p t i c i s m o q u e t a n t o te g u s t a ,
t o m a d e é l m á s f u e r z a , y l i e g a a ser m á s f i r m e e
indiscutible. E x c l u i r todo argumento o razonamien-
t o d e c u a l q u i e r c l a s e , o es u n a a f e c t a c i ó n , o es u n a
insensatez. L a profesión h e c h a por todo escéptico
q u e s e a r a z o n a b l e se l i m i t a a r e c h a z a r l o s a r g u -
mentos q u e sean abstrusos, remotos y excesivamente
r e f i n a d o s . U n e s c é p t i c o así, se a d h i e r e a l s e n t i d o
c o m ú n y a los s i m p l e s i n s t i n t o s d e l a n a t u r a l e z a ,
y d a s u a s e n t i m i e n t o a a q u e l l a s r a z o n e s q u e se le
presenten c o n t a l g r a d o d e e v i d e n c i a q u e él n o pue-
d a r e c h a z a r l a s , a m e n o s q u e se v i o l e n t e e n g r a d o
s u m o . A h o r a b i e n , los a r g u m e n t o s d e l a religión
n a t u r a l son c l a r a m e n t e d e esta clase. Y sólo l a más
p e r v e r s a y o b s t i n a d a m e t a f í s i c a t e n d r í a e l v a l o r de
rechazarlos. C o n s i d e r a y a n a l i z a e l ojo; o b s e r v a su
estructura y organización, y d i m e , guiándote por
tus p r o p i o s s e n t i m i e n t o s , si l a i d e a de u n a mente
o r g a n i z a d o r a n o se te i m p o n e c o n u n a f u e r z a i g u a l
a l a de u n a sensación. S i n d u d a a l g u n a , l a conclu-
s i ó n m á s e v i d e n t e e s t á a f a v o r d e l a e x i s t e n c i a de
u n a m e n t e p l a n i f i c a d o r a ; y r e q u i e r e tiempo, refle-
x i ó n y e s t u d i o t r a e r a c o l a c i ó n esas f r i v o l a s , s i b i e n
abstrusas objeciones q u e p u e d e n servir de apoyo a
los i n f i e l e s . C u a l q u i e r a q u e d e t e n g a s u a t e n c i ó n en
64
el m a c h o y l a h e m b r a d e c a d a e s p e c i e , e n l a c o r r e s -
p o n d e n c i a d e sus p a r t e s e i n s t i n t o s , e n sus p a s i o n e s
y en e l c u r s o d e s u s v i d a s a n t e s y d e s p u é s d e l a
generación, d e b e r e c o n o c e r q u e l a p r o p a g a c i ó n d e
las especies es a l g o q u e se a a p o r n a t u r a l e z a . S o n
millones y m i l l o n e s l o s e j e m p l o s d e e s t a c l a s e q u e
hacen s u a p a r i c i ó n e n c a d a p a r t e d e l u n i v e r s o ; y
no h a y l e n g u a j e q u e p u e d a t e n e r u n s e n t i d o m á s
iuteligible e i r r e s i s t i b l e q u e e l d e l c u r i o s o a c o p l a -
miento de l a s c a u s a s f i n a l e s . ¿ Q u é e x t r a o r d i n a r i o
grado de d o g m a t i s m o s e r í a p r e c i s o a l c a n z a r p a r a
rechazar estos c o n v i n c e n t e s a r g u m e n t o s n a t u r a l e s ?
Nos p o d e m o s e n c o n t r a r c o n a l g u n a s b e l l e z a s l i t e r a -
rias q u e , a u n q u e p a r e c e n ser c o n t r a r i a s a l a s r e g l a s ,
se a p o d e r a n a e n u e s t r o s a f e c t o s y a n i m a n l a i m a -
ginación, a p e s a r d e q u e se o p o n e n a todos l o s p r e -
ceptos d e l a c r í t i c a y d e l o s e s t a b l e c i d o s m a e s t r o s
del a r t e . Y s i e l a r g u m e n t o e n f a v o r d e l t e í s m o f u e -
ra, c o m o t ú p r e t e n d e s , c o n t r a d i c t o r i o a l o s p r i n c i -
pios de l a l ó g i c a , s u u n i v e r s a l e i r r e s i s t i b l e i n f l u e n -
cia p r u e b a c l a r a m e n t e q u e p u e d e h a b e r a r g u m e n -
tos de u n a n a t u r a l e z a i r i e g u i a i - s e m e j a n t e . P o r m u -
chas v u e l t a s q u e se l e d é a l a s u n t o , m m u n d o o r -
denado y u n l e n g u a j e c o h e r e n t e y a r t i c u l a d o se
recibirán s i e m p r e c o m o p r u e b a i r r e f u t a b l e d e u n
designio y u n a i n t e n c i ó i \
Concedo q u e , a l g u n a s veces, o c u r r e q u e l o s a r g u m e n -
tos r e l i g i o s o s n o h a n t e n i d o l a d e b i d a i n f l u e n c i a
en los i g n o r a n t e s s a l v a j e s y e n l a s p e r s o n a s p o c o
c u l t i v a d a s . P e r o e l l o n o h a s i d o así e n v i r t u d d e
que estos a r g u m e n t o s s e a n o s c u r o s y d i f í c i l e s , s i n o
porque e s t a c l a s e d e p e r s o n a s j a m á s se h a n h e c h o l a
menor c u e s t i ó n a c e r c a d e e l l o s , ¿ D e d ó n d e p r o v i e n e
la c u r i o s a e s t r u c t u r a d e u n a n i m a l ? D e l a c o p u l a -
ción d e sus p a d r e s . Y éstos, ¿ d é d ó n d e p r o v i e n e n ?
De sus p a d r e s . A p o c o d e i n i c i a r s e u n a c a d e n a d e
preguntas, los o b j e t o s se s i t ú a n a u n a d i s t a n c i a t a l ,
que estas g e n t e s se v e n p e r d i d a s e n l a o s c u r i d a d
65
f • . • •
y e n l a c o n f u s i ó n , y n i s i q u i e r a se s i e n t e n p i c a d a s
p o r l a c u r i o s i d a d d e l l e v a r s u i n v e s t i g a c i ó n más
l e j o s . P e r o esto n o es n i d o g m a t i s m o n i escepticis-
m o , s i n o m e r a estupidez: u n estado m e n t a l muy
d i f e r e n t e a l d e t u d i s p o s i c i ó n e s c u d r i ñ a d o r a e in-
quisitiva, m i ingenioso amigo. T ú puedes descubrir
las causas a p a r t i r de los efectos; puedes c o m p a r a r
los o b j e t o s m á s d i s t a n t e s y r e m o t o s ; y t u s errores
m á s g r a n d e s n o p r o c e d e n d e l a e s t e r i l i d a d d e tu
p e n s a m i e n t o e i n g e n i o , sino de u n a f e r t i l i d a d dema-
s i a d o e x u b e r a n t e , q u e a g o s t a t u n a t u r a l s e n t i d o co-
m ú n c o n u n a profusión d e objeciones y escrúpulos
innecesarios.
Panfilo
A q u í p u d e observar, H e r m i p o , que Filón estaba un
p o c o a z a r a d o y c o n f u n d i d o ; p e r o m i e n t r a s estaba
d u d a n d o antes de d a r u n a respuesta, por suerte para
é l , D E M E A i n t e r v i n o e n l a c o n v e r s a c i ó n y l e sacó
del apuro, ^ Todos los sentimientos
J>emfa
C l e a n t e s , d i j o , t u e j e m p l o r e l a t i v o a los l i b r o s y a l
lenguaje, a u n siéndome f a m i l i a r , debo a d m i t i r que
t i e n e m u c h a f u e r z a r e f e r i d o a este a s u n t o : p e r o
¿ n o h a y t a m b i é n a l g ú n p e l i g r o e n e s t a m i s m a cir-
c u n s t a n c i a , y n o c o r r e m o s e l riesgo de ser presun-
tuosos a l i m a g i n a r q u e c o m p r e n d e m o s l a D e i d a d
y q u e tenemos a l g u n a i d e a adecuada de s u natura-
l e z a y a t r i b u t o s ? C u a n d o l e o u n l i b r o , p e n e t r o en
l a mente y e n l a i n t e n c i ó n d e l autor; de alguna
m a n e r a , rae h a g o é l p o r u n i n s t a n t e , y t e n g o u n
s e n t i m i e n t o y u n c o n c e p t o i n m e d i a t o d e l a s ideas
q u e p o b l a b a n s u i m a g i n a c i ó n c u a n d o é l estaba
dedicado a componer e l l i b r o . P e r o n u n c a podemos
a c e r c a r n o s a l a D e i d a d c o n u n a p r o x i m i d a d así.
S u s c a m i n o s n o s o n l o s n u e s t r o s . S u s a t r i b u t o s son
p e r f e c t o s , p e r o i n c o m p r e n s i b l e s . Y este l i b r o d e l a
66
naturaleza contiene u n i n e x p l i c a b l e y gigantesco
enigma, m u c h o m á s m i s t e r i o s o q u e e l q u e p u d i e r a
contener c u a l q u i e r d i s c u r s o o r a z o n a m i e n t o i n t e -
ligible.
C o m o sabes, los a n t i g u o s platónicos e r a n los m á s
devotos y r e l i g i o s o s de los f i l ó s o f o s p a g a n o s . Y , s i n
embargo, P l o t i n o d e c l a r a e x p r e s a m e n t e q u e el
intelecto o e l e n t e n d i m i e n t o n o p u e d e ser a d s c r i t o
a la Deidad, y que nuestra más perfecta adoración
del Ser s u p r e m o n o c o n s i s t e e n a c t o s d e v e n e r a -
ción, de r e v e r e n c i a , de g r a t i t u d o d e a m o r , s i n o e n
una misteriosa a u t o a n i q u i l a c i ó n o t o t a l vixtinción
de todas n u e s t r a s f a c u l t a d e s . Q u i z á estas i d e a s s e a n
demasiado e x a g e r a d a s , p e r o , e n c u a l q u i e r caso, d e b e
reconocerse q u e a l p r e s e n t a r a l a D e i d a d de u n a
manera t a n i n t e l i g i b l e y c o m p r e n s i b l e , y t a n seme-
jante a l a m e n t e h u m a n a , s o m o s c u l p a b l e s d e l a
más estrecha y b u r d a p a r c i a l i d a d , y n o s h a c e m o s a
nosotros m i s m o s e l m o d e l o d e t o d o e l u n i v e r s o .
del a l m a h u m a n a —la grati-
tud, e l r e s e n t i m i e n t o , e l a m o r , l a a m i s t a d , l a a p r o b a -
ción, l a c e n s u r a , l a p i e d a d , l a e m u l a c i ó n , l a e n v i d i a -
encierran u n a c l a r a r e f e r e n c i a a l e s t a d o y s i t u a c i ó n
de u n h o m b r e , y e s t á n c a l c u l a d o s p a r a p r e s e r v a r l a
existencia y p r o m o v e r l a a c t i v i d a d d e u n ser h u m a n o
en u n a s d e t e r m i n a d a s c i r c u n s t a n c i a s . P a r e c e , p o r
tanto, p o c o r a z o n a b l e t r a n s f e r i r tales s e n t i m i e n t o s
a una e x i s t e n c i a s u p r e m a , o s u p o n e r q u e esa exis-
tencia se v e i n f l u i d a p o r e l l o s . A d e m á s , los f e n ó -
menos d e l u n i v e r s o n o a p o y a r í a n e s t a t e o r í a . T o d a s
nuestras ideas q u e se d e r i v a n d e n u e s t r o s s e n t i d o s
son falsas e i l u s o r i a s , y, c o n s i g u i e n t e m e n t e , n o p u e d e
suponerse q u e t e n g a n , l u g a r e n u n a i n t e l i g e n c i a svi-
prema. Y c o m o l a s i d e a s d e l o s s e n t i d o s i n t e r n o s ,
miito c o n l a s d e l o s s e n t i d o s e x t e r n o s , c o m p o n e n
todo e l e q u i p o t l e l e n t e n d i m i e n t o h u i r i a n o , p o d e -
mos c o n c l u i r q u e . n i n g u n o d e l o s materiales del
pensamiento p u e d e n ser e n m o d o a l g u n o seme-
67
 j a n t e s e n Ja inteligencia humana y en la divina. V
p o r Jo q u e se r e f i e r e a Ja manera d e p e n s a r , ¿cómo
p o d e m o s l i a c e r c o m p a r a c i ó n a l g u n a e n t r e ambas
o s u p o n e r q u e se a s e m e j a n e n a l g o ? N u e s t r o pensa-
m i e n t o es f J u c t u a n t e , i n c i e r t o , e f í m e r o , s u c e s i v o y
c o m p u e s t o : y s i q u i s i é r a m o s l i b r a r l o d e estas cir-
c u n s t a n c i a s , a n i q u i l a r í a m o s p o r c o m p l e t o s u esencia,
y s e r í a e n ese c a s o h a c e r u n a b u s o d e los t é r m i n o s
el p r e t e n d e r a p l i c a r l e e l n o m b r e d e p e n s a m i e n t o o
r a z ó n . S i , s e g ú n p a r e c e , es i n d i c i o d e p i e d a d y de
r e s p e t o c o n s e r v a r esos t é r m i n o s c u a n d o m e n c i o n a -
m o s a l S e r s u p r e m o , d e b e r í a m o s r e c o n o c e r q u e su
s i g n i f i c a d o , e n este caso, es t o t a l m e n t e i n c o m p r e n -
sible, y q u e las e n f e r m s d a d e s de n u e s t r a naturaleza
n o n o s p e r m i t e n a l c a n z a r i d e a a l g u n a q u e se corres-
p o n d a e n lo más m í n i m o con l a inefable s u b l i m i d a d
d e los a t r i b u t o s d i v i n o s .
PARTE IV
Cleantes
Me parece e x t r a ñ o , d i j o C L E A N T E S , q u e t ú , D e m e a ,
persona t a n s i n c e r a e n l a c a u s a d e l a r e l i g i ó n , d e -
fiendas t o d a v í a l a m i s t e r i o s a e i n c o m p r e n s i b l e n a t u -
raleza de D i o s , e i n s i s t a s c o n t a n t o v i g o r e n q u e n o
hay n i n g ú n m o d o d e s e m e j a n z a e n t r e É l y l a s
criaturas h u m a n a s . C o n c e d o s i n v a c i l a r q u e D i o s
posee m u c h o s p o d e r e s y a t r i b u t o s q u e n o c o m p r e n -
demos; p e r o s i n u e s t r a s i d e a s y s u a l c a n c e n o s o n
adecuados n i se c o r r e s p o n d e n c o n s u r e a l n a t u r a -
leza, n o sé q u é q u e d a e n este a s u n t o q u e m e r e z c a
nos sigamos o c u p a n d o d e é l . ¿Es e l n o m b r e d e D i o s ,
sin s i g n i f i c a d o a l g u n o , d e u n a i m p o r t a n c i a t a n
grande? ¿ Q u é es l o q u e a v o s o t r o s l o s místicos, que
mantenéis l a a b s o l u t a i n c o m p r e n s i b i l i d a d d e D i o s ,
os separa d e los e s c é p t i c o s o los ateos, q u e a s e g u r a n
que l a p r i m e r a c a u s a d e T o d o es d e s c o n o c i d a e i n i n -
teligible? S u t e m e r i d a d t i e n e q u e ser m u y g r a n d e ,
si después d e r e c h a z a r q u e e l o r i g e n d e l u n i v e r s o
se debe a u n a m e n t e — q u i e r o d e c i r u n a m e n t e q u e
se asemeje a l a m e n t e h u m a n a ( p u e s n o c o n o z c o
otra)— p r e t e n d e n t o d a v í a a s e g u r a r c a t e g ó r i c a m e n t e
la e x i s t e n c i a d e o t r a c a u s a i n t e l i g i b l e ; y s u c o n -
ciencia d e b e s e r m u y e s c r u p u l o s a s i r e h u s a n l l a m a r
a esa c a u s a u n i v e r s a l y d e s c o n o c i d a D i o s o D e i d a d ,
y se n i e g a n a a t r i b u i r l e c u a n t a s s u b l i m e s v i r t u d e s y
apelativos c a r e n t e s d e s i g n i f i c a d o t e n g á i s a b i e n
pedirles.
Demea
¿Quién p o d r í a i m a g i n a r , r e p l i c ó D E M E A , q u e C l e a n -
tes, e l t r a n q u i l o y f i l o s ó f i c o C l e a n t e s , i n t e n t a r a r e -
69
f u t a r a sus antagonistas a p l i c á n d o l e s u n mote, y,
tal y c o m o h a c e n los f a n á t i c o s e i n q u i s i d o i - e s d e l a
época, recurriese a l insulto y a l a declamación, en
l u g a r d e s e r v i r s e d e r a z o n a m i e n t o s ? ¿ O es q u e n o se
d a c u e n t a d e q u e estos a s u n t o s s o n f á c i l m e n t e r e v e r -
s i b l e s y q u e e l a p e l a t i v o d e antropomorfista es t a n
deplorable e i m p l i c a consecuencias t a n peligrosas
c o m o l a s q u e c o n t i e n e e l e p í t e t o d e místico con el
que m e has honrado? E n realidad, Cleantes, lo que
d e b e s h a c e r es c o n s i d e r a r q u é es l o q u e a f i r m a s
cuando representas a l a D e i d a d como algo semejante
a l a m e n t e y a l e n t e n d i m i e n t o h u m a n o s . ¿ Q u é es e l
alma del hombre? U n compuesto de varias facul-
tades, pasiones, s e n t i m i e n t o s , ideas — u n i d o s todos
ellos, c i e r t a m e n t e , e n u n solo y o o p e r s o n a , pero
d i s t i n t o s e n t r e sí—. C u a n d o e l y o r a z o n a , l a s i d e a s
q u e f o r m a n p a r t e d e s u d i s c u r s o se a r r e g l a n s e g ú n
u n c i e r t o o r d e n q u e n o se m a n t i e n e í n t e s r r o p o r u n
m o m e n t o , s i n o q u e d e j a lug^ar a u n a n u e v a o r d e n a -
ción. N u e v a s opiniones, nuevas pasiones, nuevos
afectos y n u e v o s s e n t i m i e n t o s h a c e n s u aparición
v d i v e r s i f i c a n c o n t i n u a m e n t e l a escena m e n t a l , pro-
duciendo en ella l a más grande v a r i e d a d y l a más
rápida sucesión q u e imaginarse puede. ¿ C ó m o puede
ser esto c o m p a t i b l e c o n esa p e r f e c t a i n m u t a b i l i d a d
V s i m p l i c i d a d q u e todos los teístas a u t é n t i c o s atri-
b u y e n a D i o s ? M e d i a n t e el m i s m o acto —dicen
ellos— D i o s v e el pasado, el presente y el f u t u r o ;
su a m o r y s u o d i o , s u m i s e r i c o r d i a y s u i u s t i c i a s o n
xma m i s m a o p e r a c i ó n ; está t o d o É l e n c a d a p u n t o
del espacio y e n cada i n s t a n t e d e l t i e m p o . C a r e c e
de sucesión, d e cambio, de crecimiento, de dismi-
n u c i ó n . L o q u e É l es n o i m p l i c a l a m á s l e v e s o m b r a
d e d i s t i n c i ó n o d i v e r s i d a d . Y l o q u e es e n e s t e m o -
mento, l o h a sido y lo será, s i n n i n g ú n n u e v o j u i c i o ,
sentimiento u operación. Permanece fijo en u n sim-
ple y p e r f e c t o estado; t a m p o c o p u e d e decirse, h a -
b l a n d o c o n p r o p i e d a d , q u e u n a c t o s u y o es d i f e r e n t e
d e o t r o , o q u e i m j u i c i o o i d e a se h a f o r m a d o e n
7^
él y d e j a r á s u l u g a r , p o r s u c e s i ó n , a otro juicio o
idea d i f e r e n t e .
Cleantes
Estoy d i s p u e s t o a a d m i t i r , d i j o O L E A N T E S , q u e esos
que m a n t i e n e n l a p e r f e c t a s i m p l i c i d a d d e l S e r S u -
premo d e l a f o r m a q u e t ú h a s e x p l i c a d o s o n místi-
cos p o r c o m p l e t o , y d e b e n c a r g a r c o n t o d a s l a s c o n -
secuencias q u e y o h e d e d u c i d o d e s u o p i n i ó n . S o n ,
en u n a p a l a b r a , a t e o s , s i n d a r s e c u e n t a d e e l l o .
Pues a u n q u e se c o n c e d a q u e l a D e i d a d p o s e e a t r i -
butos q u e n o c o m p r e n d e m o s , n u n c a d e b e r í a m o s
otorgarle u n o s a t r i b u t o s q u e s e a n absolutamente
incompatibles c o n esa n a t u r a l e z a i n t e l i g e n t e q u e
le es e s e n c i a l . U n a m e n t e c u y o s a c t o s , s e n t i m i e n t o s
e ideas n o s o n d i s t i n t o s y s u c e s i v o s , u n a m e n t e q u e
sea t o t a l m e n t e s i m p l e e i n m u t a b l e , es u n a m e n t e
que c a r e c e d e p e n s a m i e n t o , d e r a z ó n , d e v o l u n t a d ,
de s e n t i m i e n t o , d e a m o r , d e o d i o ; o, e n u n a p a l a b r a ,
no es u n a m e n t e e n a b s o l u t o . E s a b u s a r d e l o s t é r -
m i n o s d a r l e e s t e a p e l a t i v o , p u e s , s e g ú n eso, t a m b i é n
podríamos h a b l a r d e u n a extensión l i m i t a d a s i n
figura, o de u n n ú m e r o s i n c o m p o s i c i ó n .
Filón
T e r u e g o q u e consideres, elijo F I L Ó N , q u i é n e s s o n
el o b j e t o d e t u s c e n s u r a s . H o n r a s c o n e l a p e l a t i v o
de ateos a c a s i t o d o s l o s c a b a l e s y o r t o d o x o s r e l i -
giosos q u e se h a n o c u p a d o d e e s t e a s u n t o ; y , d e
a c u e r d o c o n t u s r a z o n a m i e n t o s , a c a b a r á s p o r ser t ú
solo e l ú n i c o t e í s t a v e r d a d e r o d e l m u n d o . P e r o si
todos l o s i d ó l a t r a s s o n a t e o s , c o m o j u s t a m e n t e d e b e
afirmarse, y t a m b i é n l o s o n los t e ó l o g o s c r i s t i a n o s ,
¿qué s u c e d e c o n e l t a n c e l e b r a d o a r g u m e n t o q u e
se d e r i v a d e l c o n s e n s o u n i v e r s a l d e l a h u m a n i d a d ?
C o m o sé q u e n o te i m p r e s i o n a n m u c h o l o s n o m b r e s
y las a u t o r i d a d e s , t r a t a r é d e m o s t r a r t e c o n a l g u n a
m a y o r c l a r i d a d l o s i n c o n v e n i e n t e s d e ese a n t r o p o -
71
m o r f i s m o q u e has a d o p t a d o , y probaré q u e n o hay
base p a r a suponer q u e el m u n d o obedece a r m plan
f o r m a d o e n l a m e n t e d i v i n a , c o m p u e s t o de dife-
rentes ideas, y o r d e n a d a s éstas d e l m i s m o m o d o que
se o r g a n i z a e n l a c a b e z a d e u n a r q u i t e c t o e l p l a n
d e l a c a s a q u e se p r o p o n e c o n s t r u i r .
D e b o d e c i r q u e n o es f á c i l v e r l a v a l i d e z d e t u
s u p o s i c i ó n , t a n t o s i c o n s i d e r a m o s e l a s u n t o d e s d e el
p u n t o d e v i s t a d e l a razón, c o m o si l o tomamos
d e s d e e l p u n t o d e v i s t a d e l a experiencia. P u e s en
c u a l q u i e r a d e l o s d o s casos e s t a m o s o b l i g a d o s a
s u b i r m á s a l t o s i q u e r e m o s e n c o n t r a r l a c a u s a de
esta c a u s a q u e t ú c o n s i d e r a s s a t i s f a c t o r i a y con-
cluyente.
S i l a razón (quiero decir la razón abstracta, derivada
d e i n v e s t í s r a c i o n e s a priori) n o f u e r a m u d a e n lo
q u e se r e f i e r e a l a c a u s a y a l e f e c t o , se a v e n t u r a r í a
p o r l o m e n o s a p r o n u n c i a r esta s e n t e n c i a : q u e u n
m u n d o m e n t a l o u n i v e r s o de ideas r e q u i e r e una
causa, de igual m o d o q u e u n m u n d o m a t e r i a l o
u n i v e r s o d e o b i e t o s r e q u i e r e l a s u y a ; y s i l a orde-
n a c i ó n e n a m b o s es s i m i l a r , d e b e n r e q u e r i r u n a
c a u s a s i m i l a r . P o r q u e , ¿ q u é h a y e n este asunto
q u e d e b a ocasionar u n a diferente conclusión o in-
f e r e n c i a ? D e s d e u n p u n t o d e v i s t a a b s t r a c t o , l o s dos
son e n t e r a m e n t e semejantes; y n o h a y u n a d i f i c u l -
t a d q u e se r e f i e r a a u n a s u p o s i c i ó n , q u e n o sea
c o m ú n a las dos.
Y c u a n d o p e d i m o s a l a experiejicin q u e nos diga
a l ^ o — i n c l u s o e n estas c u e s t i o n e s q u e y a c e n m á s
allá d e s u esfera de acción—, t a m p o c o e l l a percibirá
n i n g u n a d i f e r e n c i a m a t e r i a l e n t r e estas dos clases
de m u n d o s , s i n o q u e los e n c o n t r a r á gobernados por
p r i n c i p i o s s i m i l a r e s , y d e p e n d i e n t e s , e n sus opera-
ciones, de u n a i g u a l v a r i e d a d de causas. T e n e m o s
e j e m p l o s e n m i n i a t u r a d e esos d o s m u n d o s ; n u e s t r a
p r o p i a m e n t e se a s e m e j a a l u i o : u n v e g e t a l o u n
c u e r p o a n i m a l se a s e m e j a n a l o t r o . D e j e m o s , p u e s ,
72
que la e x p e r i e n c i a j u z g u e p a r t i e n d o d e e s t o s e j e m -
plos. N a d a p a r e c e m á s d e l i c a d o , e n l o q u e se r e f i e r e
a sus c a u s a s , q u e e l p e n s a m i e n t o ; y c o m o e*stas c a u -
sas j a m á s a c t ú a n d e l a m i s m a m a n e r a e n d o s p e r -
sonas, n u n c a e n c o n t r a m o s a d o s p e r s o n a s q u e p i e n -
sen e x a c t a m e n t e i g u a l . N i t a m p o c o h a v u n a m i s m a
persona q u e p i e n s e i e : u a l e n d o s p e r í o d o s d i f e r e n t e s
de t i e m p o . U n c a m b i o d e e d a d , d e l a d i s p o s i c i ó n
de su c u e r p o , d e l t i e m p o , d e c o m i d a s , d e c o m p a ñ í a s ,
de l i b r o s , d e l a s p a s i o n e s , s o n p a r t i c u l a r e s , e n t r e
otros m á s m e n u d o s , q u e b a s t a n p a r a a l t e r a r l a
curiosa m a q u i n a r i a d e l p e n s a m i e n t o , v l e c o m u n i -
can m o v i m i e n t o s y o p e r a c i o n e s m u y d i f e r e n t e s . Se-
gún l o q u e p o d e m o s j u z i ^ a r , l o s v e e e t a l e s y l o s c u e r -
pos a n i m a l e s n o s o n m á s d e l i c a d o s e n s u s m o v i -
mientos, n i d e p e n d e n d e u n a m a y o r v a r i e d a d o
de u n a o r d e n a c i ó n m á s c u r i o s a e n s u s p r i n c i p i o s .
¿Cómo, p o r t a n t o , p o d r e m o s e s t a r s a t i s f e c h o s e n l o
referente a l a c a u s a d e ese S e r a q u i e n t ú s u p o n e s
A u t o r d e l a n a t u r a l e z a ? O , see^ún t u s i s t e m a d e
antropomorfismo, ; c ó m o podremos estar satisfechos
en l o r e f e r e n t e a l a c a u s a d e ese m u n d o i d e a l e n
el q u e t i i b a s a s e l m u n d o m a t e r i a l ? ¿ E s q u e n o
tenemos e l m i s m o d e r e c h o p a r a b a s a r ese m u n d o
ideal e n o t r o m u n d o i d e a l o e n u n n u e v o p r i n c i p i o
i n t e l i g e n t e ? P e r o si n o s d e t e n e m o s a h í y n o v a m o s
más l e j o s , ¿ p o r q u é d e t e n e r n o s p r e c i s a m e n t e a h í ?
¿Por q u é n o n o s d e t e n e m o s e n e l m u n d o m a t e r i a l ?
Si así n o f u e r a d e b e r í a m o s s e g u i r n u e s t r o p r o c e s o
m infinitiim. Y ¿qué satisfacción podrá a l g u i e n en-
contrar e n esa p r o g r e s i ó n i n f i n i t a ? R e c o r d e m o s e l
cuento d e l f i l ó s o f o indio y su elefante. N u n c a
encontraría m e j o r a p l i c a c i ó n q u e e n e l presente
asunto. S i e l m u n d o m a t e r i a l d e s c a n s a s o b r e u n
m u n d o i d e a l s e m e j a n t e , este m u n d o i d e a l d e b e des-
cansar s o b r e o t r o , y así s u c e s i v a m e n t e . S e r í a m e j o r ,
por t a n t o , n o m i r a r m á s a l l á d e l m u n d o m a t e r i a l
que t e n e m o s a n t e n o s o t r o s . A l s u p o n e r q u e este
 1* < íl
m u n d o m a t e r i a l c o n t i e n e e n sí m i s m o e l p r i n c i p i o
d e s u o r d e n , l o q u e e n r e a l i d a d h a c e m o s es d e c i r
q u e é l es D i o s ; y c u a n t o m á s p r o n t o l l e g u e m o s a
ese d i v i n o S e r , m u c h o m e j o r . C u a n d o se d a u n p a s o
m á s a l l á d e l s i s t e m a m u n d a n o , l o ú n i c o q u e se
c o n s i g u e es d e s p e r t a r u n a a c t i t u d i n q u i s i t i v a q u e
n u n c a es p o s i b l e s a t i s f a c e r .
D e c i r que las diferentes ideas q u e c o m p o n e n la
r a z ó n d e l S e r s u p r e m o se o r d e n a n p o r sí m i s m a s y
p o r s u p r o p i a n a t u r a l e z a es h a b l a r s i n d a r a las
palabras u n significado preciso. Porcjue si h a b l a r
así t u v i e r a s e n t i d o , m e g u s t a r í a s a b e r p o r q u é n o
lo tiene decir q u e las partes d e l m u n d o m a t e r i a l
t a m b i é n se o r d e n a n p o r sí m i s m a s y p o r s u p r o p i a
n a t u r a l e z a . ¿ P u e d e ser i n t e l i g i b l e l a p r i m e r a o p i n i ó n
sin serlo l a segunda?
T e n e m o s , c i e r t a m e n t e , e x p e r i e n c i a d e i d e a s q u e se
o r d e n a n p o r sí m i s m a s v s i n u n a c a u s a conocida.
P e r o n o es m e n o s c i e r t o q u e t e n e m o s r m a e x t > e r i e n c i a
m u c h o más abundante de la materia comportán-
dose i g u a l m e n t e , t a l y c o m o o c u r r e e n l a generación
de los a n i m a l e s y de las p l a n t a s , d o n d e e l análisis
m i n u c i o s o de las causas excede l a comprensión h u -
m a n a . T a m b i é n tenemos e x p e r i e n c i a de sistemas
p a r t i c u l a r e s d e p e n s a m i e n t o y d e m a t e r i a q u e care-
c e n d e o r d e n ; c o m o l a l o c u r a , e n e l p r i m e r caso, v
l a c o r r u p c i ó n e n e l se,2:undo. ¿ P o r q u é , e n t o n c e s , nos
e m p e ñ a m o s e n d e c i r q u e ese o r d e n l e es m á s esen-
c i a l a l p e n s a m i e n t o q u e a l a m a t e r i a ? Y si este
o r d e n r e q u i e r e e n a m b o s casos u n a c a u s a , ¿qué
<ranamos c o n t u s i s t e m a d e b a s a r e l u n i v e r s o d e los
obietos en u n semejante u n i v e r s o de ideas? E l pri-
m e r paso q u e demos nos obligará a seguir cami-
n a n d o p a r a siempre. Sería, por tanto, más juicioso
l i m i t a r nuestras investigaciones a l m u n d o presente,
sin m i r a c más allá. N o puede alcanzarse n i n g u n a
r e s p u e s t a s a t i s f a c t o r i a m e d i a n t e esas e , s p e c u l a c i o n e s
74 \
que e x c e d e n c o n m u c h o los estrechos l í m i t e s d e l
entendimiento h u m a n o .
C o m o t ú , C l e a n t e s , b i e n sabes, e r a c o s t u m b r e e n t r e
los peripatéticos — c u a n d o se p r e g u n t a b a n p o r l a
causa d e a l g ú n f e n ó m e n o — r e c u r r i r a l a s facultades
o cualidades ocultas d e l f e n ó m e n o en cuestión, y
decir, p o r e j e m p l o , q u e e l p a n a l i m e n t a b a e n v i r -
tud de s u f a c u l t a d n u t r i t i v a , y q u e l a sena p u r g a b a
en v i r t u d d e s u f a c u l t a d p u r g a t i v a . P e r o se h a d e s c u -
b i e r t o q u e este s u b t e r f u g i o n o es o t r a c o s a q u e e l
d i s f r a z d e s u i g n o r a n c i a , y q u e estos f i l ó s o f o s , a u n q u e
menos s i n c e r o s , v e n í a n a d e c i r l o m i s m o q u e los
escépticos o q u e l a g e n t e c o m ú n , q i n e n e s c o n f e s a b a n
a b i e r t a m e n t e d e s c o n o c e r l a c a u s a d e estos f e n ó m e -
nos. D e i g u a l m a n e r a , c u a n d o se p r e g u n t a c u á l es
la c a u s a q u e p r o d u c e e l o r d e n d e l a s i d e a s d e l S e r
Supremo, ¿podéis vosotros, los a n t r o p o m o r f i s t a s , d a r
otra r a z ó n q u e n o s e a d e c i r q u e es u n a f a c u l t a d
racional, y q u e é s a es l a n a t u r a l e z a d e D i o s ? P e r o
puede s e r d i f í c i l d e d e t e r m i n a r p o r q u é u n a res-
puesta s i m i l a r n o es i g u a l m e n t e s a t i s f a c t o r i a p a r a
j u s t i f i c a r e l o r d e n d e l m u n d o , s i n r e c u r r i r a ese
Creador inteligente en e l q u e t i i insistes. Bastaría
con d e c i r q u e ese orden constituye l a naturaleza
de l o s o b j e t o s m a t e r i a l e s , y q u e t o d o s e l l o s c o n -
t i e n e n d e s d e s u p r i n c i p i o u n a facultad de o r d e n y
p r o p o r c i ó n . P e r o eso n o es m á s q u e c o n f e s a r n u e s t r a
ignorancia de u n a foirna más artificiosa y elabo-
rada. N i n g u n a d e estas d o s h i p ó t e s i s t i e n e , p u e s ,
p r i m a c í a s o b r e l a o t r a , s i se e x c e p t ú a e l q u e u n a d e
ellas v a m á s e n c o n s o r i a n c i a c o n l o s p r e j u i c i o s
populares.
CAe antes
Has expuesto t u a r g u m e n t o c o n g r a n énfasis, re-
plicó - C L E A N T E S , y n o p a r e c e s d a r t e c u e n t a d e l o
fácil q u e es r e f u t a r l o . I n c l u s o e n l a v i d a o r d i n a r i a ,
si y o a s i g n o u n a c a u s a a u n s u c e s o c u a l q u i e r a , ¿es
75
 u n a objeción. Filón, el que no p u e d a asignarle una mismas c o n t i n u a r a n s i e n d o , a f i n d e c u e n t a s , t o t a l -
c a u s a a e s a c a u s a , n i r e s p o n d e r a t o d a n u e v a pre- mente i n e x p l i c a b l e s . P e r o es s e g u r o q u e n o l e s p a -
g u n t a q u e se m e p u e d a h a c e r ? ¿ Q u é f i l ó s o f o s po- reció s a t i s f a c t o r i o e x p l i c a r u n e f e c t o p a r t i c u l a r m e -
d r í a n s o m e t e r s e a u n a r e g l a t a n r í g i d a ? : los filósofos diante u n a c a u s a p a r t i c u l a r c u y a j u s t i f i c a c i ó n n o
q u e c o n f i e s a n q u e l a s c a u s a s ú l t i m a s s o n total- fuera m a y o r q u e l a d e l e f e c t o m i s m o . U n s i s t e m a
m e n t e d e s c o n o c i d a s , y se d a n c u e n t a d e q u e l o s ideal, o r d e n a d o d e p o r sí, s i n u n d e s i g n i o q u e l e
p r i n c i p i o s m á s r e f i n a d o s e n los c u a l e s ellos b a s a n preceda, n o es m á s e x p l i c a b l e , n i e n l o m á s m í n i m o ,
ios f e n ó m e n o s s o n p a r a e l l o s t a n i n e x p l i c a b l e s c o m o que u n s i s t e m a m a t e r i a l q u e a l c a n z a s e s u p r o p i a
lo s o n los m i s m o s f e n ó m e n o s p a r a l a g e n t e c o m ú n . organización d e l a m i s m a m a n e r a . N o h a y m á s d i -
E l o r d e n y arreglo de la n a t u r a l e z a , l a c u r i o s a orde- ficultad e n a c e p t a r e s t a ú l t i m a s u p o s i c i ó n q u e e n
nación de las causas finales, l a c l a r a u t i l i d a d e _^ceptar l a p r i m e r a .
i n t e n c i ó n d e c a d a p a r t e y ó r g a n o d e c l a r a n p o r sí
mismas, e n el mas claro i d i o m a , l a existencia de
u n A u t o r o c a u s a inteligente. L o s cielos y l a tierra
se u n e n e n e l m i s m o t e s t i m o n i o . X o d o e l c o r o d e
la naturaleza r o m p e en u n h i m n o de alabanza a
su C r e a d o r . S ó l o tú, o casi ú n i c a m e n t e tú, p e r t u r b a s
esta g e n e r a l a r m o n í a . T ú i n i c i a s u n a serie d e d u d a s
a b s t r u s a s , d e c a v i l a c i o n e s y d e o b j e c i o n e s ; ¿ m e pre-
g u n t a s c u á l es l a c a u s a d e e s t a c a u s a ? N o l o s é ; n o m e
i m p o r t a ; eso es a l g o q u e n o m e a t a ñ e . H e e n c o n - -
trado a la D e i d a d , y aquí detengo m i investigación.
Q u e sigan m á s lejos los q u e s e a n m á s sabios o m á s
decididos. f
Filón ' i.
Y o n o p r e t e n d o ser n i u n a c o s a n i l a o t r a , r e p l i c ó
F I L Ó N : y p o r eso m i s m o q u i z á j a m á s d e b e r í a h a b e r -
i n t e n t a d o llegar t a n lejos, especialmente, p o r q u e
me doy cuenta de que a l f i n a l habré de confor-
m a r m e con l a m i s m a respuesta que, s i n ulteriores»
molestias, podría h a b e r m e satisfecho desde u n prin-
cipio. Si voy a continuar ignorando por c o m p l e t e
las causas, y n o p u e d o e x p l i c a r a b s o l u t a m e n t e n a d a , j
n o veo n i n g u n a v e n t a j a e n r e m o v e r n i por u n ins-
t a n t e l a s d i f i c u l t a d e s q u e se m e p r e s e n t e n c o n t o d a
su fuerza. L o s n a t u r a l i s t a s h a n e x p l i c a d o m u y justa-
m e n t e los efectos p a r t i c u l a r e s a s i g n á n d o l e s c a u s a s
m á s g e n e r a l e s , a u n q u e esas c a u s a s g e n e r a l e s e n sí
76
 Si T ' U L i o [ C i C E R Ó N J e s t i m ó q u e e s t e r a z o n a m i e n t o
era t a n n a t u r a l q u e l l e g ó a p o n e r l o e n b o c a d e
su Epicúreo:
P A R T E V Q u i b u s e n i m o c u l i s a n i m i i n t u e r i p o t u i t ves-
ter P l a t o f a b r i c a m i l l a m t a n t i o p e r i s , q u a cons-
Filón truí a D e o atque a e d i f i c a r i m u n d u m facit?
Pero, a f i n de m o s t r a r t e algunos i n c o n v e n i e n t e s más q u a e m o l i t i o ? q u a e f e r r a m e n t a ? q u i vectes?
d e t u a n t r o p o m o r f i s m o , c o n t i n u ó F I L Ó N , te ruego quae m a c h i n a e ? q u i m i n i s t r i t a n t i m u n e r i s fue-
e x a m i n e s n u e v a m e n t e t u s p r i n c i p i o s . Efectos seme- r u n t ? q u e m a d m o d u m a u t e m o b e d i r e et p a r e r e
jantes requieren causas semejantes. É s t e es e l a r g u - v o l u n t a t i a r c h i t e c t i aer, i g n i s , a q u a , t é r r a po-
m e n t o e x p e r i m e n t a l ; y t a m b i é n d i c e s q u e é s t e es t u e r u n t ? 2.
el único a r g u m e n t o teológico. S s cierto q u e cuanto
m á s s e m e j a n t e s s e a n l o s e f e c t o s q u e se o b s e r v a n , Si este a r g u m e n t o — d i g o — t u v o a l g u n a f u e r z a e n
y c u a n t o m á s s e m e j a n t e s s e a n l a s c a u s a s q u e se i n - edades p a s a d a s , ¿ c u á n t a m á s f u e r z a n o t e n d r á e n
fieren, tanto más fuerza adquirirá el argumento. el p r e s e n t e c u a n d o l a s f r o n t e r a s d e l a N a t u r a l e z a
A m e d i d a q u e se v a y a n d i s t a n c i a n d o c u a l q u i e r a se h a n e n s a n c h a d o m u c h í s i m o m á s y u n a e s c e n a t a n
de los dos, d i s m i n u i r á l a p r o b a b i l i d a d , y e l experi- m a g n í f i c a c o m o l a q u e p r e s e n c i a m o s se h a a b i e r t o
m e n t o será menos concluyente. ante n o s o t r o s ? H o y r e s u l t a a ú n m e n o s r a z o n a b l e e l
i n t e n t a r f o r m a r n o s u n a i d e a d e u n a c a u s a t a n des-
T o d o s los n u e v o s d e s c u b r i m i e n t o s e n astronomía
mesurada, p a r t i e n d o t a n sólo de n u e s t r a e x p e r i e n -
q u e p r u e b a n l a i n m e n s a g r a n d e z a y m a g n i t u d de
cia y d e l o s p r e c a r i o s p r o d u c t o s d e l a i n v e n c i ó n y
las o b r a s d e l a n a t u r a l e z a s o n a r g u m e n t o s adicio-
el p e n s a m i e n t o h u m a n o s .
nales e n favor de l a D e i d a d , según el verdadero
s i s t e m a teísta. P e r o , s e g ú n t u h i p ó t e s i s d e teísmo Los d e s c u b r i m i e n t o s que nos h a p r o p o r c i o n a d o el
e x p e r i m e n t a l , esos m i s m o s d e s c u b r i m i e n t o s se con-
v i e r t e n e n o b j e c i o n e s c o n t r a t i a l a l e j a r s e e l efecto
es capaz de llevar entre sus manos?
y b o r r a r s e s u s e m e j a n z a c o n los efectos d e l arte y ¿Y hace a l a vez rodar todos los cielos?
el p e n s a m i e n t o h u m a n o s . P o r q u e si L U C R E C I O , in- ?Y quién con los influjos celestiales j.
cluso aceptando el antiguo sistema del mundo, en general las tierras fertiliza
pudo exclamar: y hace que en todo tiempo nos socorran?
( T r a d u c c i ó n del " A b a t e M a r c h e n a " , versos 1517-1523.
Espasa-Calpe, M a d r i d , 1946) ] . ^«i^^fe*
Q u i s regere iro.mensi s u m m a m , q u i s h a b e r e p r o f u n d i = De Natura Deorum, L i b . 1 [8: .J^^^f l
I n d u m a n u v a l i d a s p o t i s est m o d e r a n t e r h a b e n a s ? ¿Con q u é clase de visión intelectual p u d Q ¿ b ^ é i ; v a r '
Q u i s p a r i t e r coelos o m n e s c o n v e r t e r e ? et omries vuestro P l a t ó n esta fábrica de tan e x t r a i f f ^ n a f f a %•
I g n i b u s a e t h e r i i s térras s u f f i r e feraces? complicación p a r a representarse el munddH#Bm% algo
O m n i b u s i n q u e l o c i s esse o m n i t e m p o r e p r a e s t o ? ^. organizado y construido por Dios? ¿Cónílj*^ue ^
emprendida u n a tarea tan vasta? ¿ Q u é iñi^trümentos,
^ {De Rerum Naturá\. 11, 1095. máquinas y obreros fueron empleados en ella? ¿Cótn
[ . . . ¿ q u i é n de vosotros d a r á leyes pudieron el aire, el fuego, el agua y Ja tierra obedecer
^ a l universo, Y sus valientes riendas , , y someterse a Ja voluntad del arquiteclM^].
 í
luicroscopiü a l poner ante nuestros ojos u n nuevo ¿que p r e t e n s i o n e s p o d r í a m o s a l b e r g a r , d e a c u e r d o
u n i v e r s o e n m i n i a t u r a s o n o b j e c i o n e s p a r a t i , y son coa tus s u p o s i c i o n e s , e n Jo t o c a n t e a l a a s i g n a c i ó n
a r g u m e n t o s p a r a m í . C u a n t o m á s l e j o s l l e v a m o s las de este a t r i b u t o a l d i v i n o S e r ? I n s i s t i r á s t o d a v í a
i n v e s t i g a c i o n e s de este t i p o , m á s estamos obligados en q u e a l a l e j a r t a n t o a D i o s d e t o d a s e m e j a n z a
a i n f e r i r q u e l a causa de todo está inmensamente con l a s c r i a t u r a s h u m a n a s e s t a m o s a c e p t a n d o u n a
alejada de lo h u m a n o y de c u a l q u i e r objeto que
hipótesis a r b i t r a r i a y e s t a m o s , a l m i s m o t i e m p o ,
caiga bajo l a experiencia y l a observación humanas.
üCDüitando l a s p r u e b a s e n t a v o r d e s u e x i s t e n c i a .
¿Y q u é m e d i c e s d e los d e s c u b r i m i e n t o s e n anato-
Segundo: S e g ú n t u t e o r í a , n o t i e n e s r a z ó n p a r a a d s -
mía, química, botánica?. . .
cnbir l a p e r f e c c i ó n a l a D e i d a d , n i s i q u i e r a u n a
períección c o n f o r m e a s u c a p a c i d a d f i n i t a , o p a r a
Cleantes
suponer q u e D i o s e s t á l i b r e d e e r r o r , f a l t a o i n c o -
Éstos n o son, ciertamente, objeciones, replicó C L E A N - herencia e n s u s a c t u a c i o n e s . H a y m u c h a s d i f i c u l t a -
T E S . S e l i m i t a n a d e s c u b r i r n o s n u e v o s e j e m p l o s de des i n e x p l i c a b l e s e n l a s o b r a s d e l a n a t u r a l e z a , l a s
artesanía y de planificación. S o n l a i m a g e n de una cuales, S I a d m i t i m o s q u e p u e d e p r o b a r s e a priori
mente q u e llega hasta nosotros a p a r t i r de i n n u - la e x i s t e n c i a d e u n A u t o r p e r f e c t o , se r e s o l v e r í a n
merables objetos.
y vendrían a ser s o l a m e n t e d i f i c u l t a d e s a p a r e n t e s ,
surgidas d e l a l i m i t a d a c a p a c i d a d d e l h o m b r e , q u i e n
Filón
es i n c a p a z d e c o m p r e n d e r r e l a c i o n e s i n f i n i t a s . P e -
A ñ a d e q u e se t r a t a d e u n a m e n t e como la huina- ro, s e g ú n t u m é t o d o d e r a z o n a m i e n t o , e s t a s d i f i c u l -
na^ dijo FILÓN.
tades s o n d i f i c u l t a d e s d e p o r s í , y q u i z á h a b r í a q u e
volver a i n s i s t i r d i c i e n d o q u e s o n n u e v o s e j e m p l o s
Cleantes
de l a s e m e j a n z a q u e g u a r d a n c o n r e s p e c t o a l a r t e
No conozco otra, replicó CLEANTES. ^y a l p e n s a m i e n t o h u m a n o s . P o r l o m e n o s , d e b e s r e -
conocer q u e n o s r e s u l t a i m p o s i b l e d e c i r , d e b i d o a
Filón nuestros l i m i t a d o s p u n t o s d e v i s t a , s i e s t e s i s t e m a
contiene g r a n d e s e r r o r e s , o s i , p o r e l c o n t r a r i o , m e -
Y cuanto más parecida, mejor, insistió FILÓN. rece q u e l o a d m i r e m o s c o n s i d e r a b l e m e n t e , s i l o
comparamos c o n c u a l q u i e r o t r o s i s t e m a r e a l o posi-
Cleantes ble. ¿ P o d r í a u n s i m p l e c a m p e s i n o , s i s e l e l e y e r a
Desde luego, dijo CLEANTES. \ la Eneida, afirmar que el poema era absolutamente
Filón . . . r > impecable, o c o l o c a r esta p r o d u c c i ó n e n e l l u g a r
Pues bien, d i j o F I L Ó N con u n aire de satisfacción que l e c o r r e s p o n d e e n t r e l a s d e m á s c r e a c i o n e s d e l
y de t r i u n f o ; a n o t a las consecuencias de t u postura. ingenio h u m a n o ? ¿ P o d r í a h a c e r l o s i n h a b e r v i s t o
Primero: P o r este m é t o d o d e r a z o n a m i e n t o r e n u n c i a s ninguna otra obra?
a otorgar l a i n f i n i t u d a c u a l q u i e r a de los atributos Incluso d a n d o p o r v á l i d o q u e este m u n d o f u e r a
d e l a D e i d a d . P u e s , c o m o l a c a u s a h a d e ser p r o p o r - una p r o d u c c i ó n p e r f e c t a , q u e d a r í a s i n r e s o l v e r l a
c i o n a d a a l efecto, y e l efecto, en t a n t o q u e cae d e n t r o cuestión d e s i t o d a s l a s v i r t u d e s d e e s t a o b r a p o -
d e l a e s f e r a d e n u e s t r o c o n o c i m i e n t o , n o es i n f i n i t o , drían s e r j u s t a m e n t e a d s c r i t a s a l a r t e s a n o q u e l a
80 81
 hizo. S i observamos u n barco, ¿qué idea exagerada
lio n o s f o r m a m o s s o b r e e l i n g e n i o d e l c a r p i n t e r o
q u e a r m ó u n a m á q u i n a t a n u t i l y h e r m o s a ? Sin
emoargo, ¿qué sorpresa n o nos n e v a m o s cuando
d e s c u b r i m o s q u e se t r a t a d e u n s i m p l e m e c á n i c o
q u e i m i t ó a o t r o s m e c á n i c o s y c o p i ó u n a r t e que
a e s p u é s de u n a l a r g a sucesión de épocas, y tras in-
n u m e r a b l e s p r u e b a s , e r r o r e s , d e l i b e r a c i o n e s y con-
t r o v e r s i a s , se p e r t e c c i o n o g r a d u a l m e n t e ? ¿ i o n m u -
chos los m u n d o s q u e h a n p o d i d o ser r e m e n d a d o s y
p a r c h e a d o s a l o l a r g o d e l a e t e r n i d a d a n t e s d e lor-
m a r s e e l s i s t e m a q u e a h o r a v e m o s ; m u c h o e l tra-
b a j o p e r d i d o , m u c l i o s l o s i n t e n t o s e s t é r i l e s que,
a l o l a r g o d e u n t i e m p o i n i i n i t o , h a n p o d i d o tener
l u g a r e n e l l e n t o y c o n t i n u o a p r e n d i z a j e d e l arte
d e n a c e r m u n d o s , i i n estos a s u n t o s , ¿ q u i é n puede
d e t e r m i n a r d o n d e está l a v e r d a d ? ¿ Q u i é n puede
s i q u i e r a c o n j e t u r a r , e n t r e u n g r a n n u m e r o a e hi-
pocesis q u e p u e d e n p r o p o n e r s e y e n t r e u n n ú m e r o
a ú n m a y o r q u e p u e d e n t o d a v í a i m a g i n a r s e , cuál
es l a m a s p r o o a b i e f '
¿Qué s o m o r a ae argumento puedes proponernos,
p a r t i e n d o a e t u l u p o t e s i s , q u e p u e d a p r o b a r la
u n i d a d de Uios;", c o n t i n u ó F I L Ó N . U n g r a n núme-
r o d e h o m b r e s se r e ú n e n p a r a c o n s t r u i r u n a casa
o u n barco; p a r a erigir u n a ciudad, p a r a dar íorma
a u n a s o c i e d a d . ¿ P o r q u é n o se h a n d e h a b e r u n i d o
varias D e i d a d e s en l a tarea de p l a n e a r y organizar
u n m u n d o ? E s t o se a s e m e j a m u c h o m á s a l o s a s u n -
tos h u m a n o s . R e p a r t i e n d o e l t r a b a j o e n t r e v a r i o s ,
p o d e m o s l i m i t a r m u c h o m á s ios a t r i b u t o s de cada
u n o , y p o d e m o s l i b r a r n o s d e ese p o d e r y c o n o c i m i e n -
to a b s o l u t o s q u e se s u p o n e n c a r a c t e r í s t i c o s d e u n
D i o s y q u e , según tú, sólo s i r v e n p a r a d e b i l i t a r la
p r u e b a de s u e x i s t e n c i a . Y si u n a s c r i a t u r a s tan
insensatas y d e p r a v a d a s c o m o l o son las criaturas
h u m a n a s p u e d e n u n i r s e f r e c u e n t e m e n t e p a r a dar
f o r m a a u n p l a n y ejecutarlo, ¡con cuánta mayor
82
la/ón p o d r á n h a c e r l o esas D e i d a d e s o E s p í r i t u s a
los q u e d e b e m o s s u p o n e r m u c h o m á s p e r f e c t o s 1
M u l t i p l i c a r l a s c a u s a s s i n n e c e s i d a d es, c i e r t a m e n t e ,
una p r á c t i c a c o n t r a r i a a l a v e r d a d e r a f i l o s o f í a . P e -
lü esCe p r i n c i p i o n o se r e f i e r e a l p r e s e n t e c a s o . S i
tu t e o r í a h u b i e s e p r o b a d o c o n a n t e r i o r i d a d l a e x i s -
tencia d e u n D i o s a i q u e se l e s u p u s i e s e e n p o d e r
de todos l o s a t r i b u t o s r e q u e r i d o s p a r a l a p r o d u c -
ción d e l m u n d o , c o n c e d o q u e s e r í a i n n e c e s a r i o
(aunque n o a b s u r d o ) s u p o n e r l a e x i s t e n c i a d e a l g u n a
utra D e i d a d . P e r o m i e n t r a s s i g a e n p i e i a c u e s t i ó n
de s i esos a t r i b u t o s e s t á n u n i d o s e n u n s u j e t o o
repartidos e n t r e v a r i o s s e r e s i n d e p e n d i e n t e s , ¿ e n
qué f e n ó m e n o s n a t u r a l e s p o d r e m o s a p o y a r n o s p a -
la d e c i d i r l a c o n t r o v e r s i a ? S i e m p r e q u e v e a m o s u n
cuerpo s u b i r e n u n a d e t e r m i n a d a e s c a l a , e s t a m o s
seguros, a p e s a r d e q u e se e s c o n d a a n u e s t r a v i s t a ,
de q u e u n c o n t r a p e s o i g u a l h a d e d e s c e n d e r p o r
la e s c a l a o p u e s t a ; p e r o n o s e s t á p e r m i t i d o d u d a r
SI este c o n t r a p e s o es u n c o n g l o m e r a d o d e c u e r p o s
distintos o u n a m a s a u n i d a y u n i f o r m e . Y s i e l c o n -
trapeso r e q u e r i d o e x c e d e c o n m u c h o a c u a l q u i e r
cosa d e l a s q u e h e m o s v i s t o u n i d a s e n u n s o l o
cuerpo, l a p r i m e r a s u p o s i c i ó n s e r á m á s p r o b a b l e y
natural q u e l a s e g u n d a . U n ser i n t e l i g e n t e d e u n a
potencia y u n a c a p a c i d a d t a n g r a n d e s c o m o l a s q u e
serian n e c e s a r i a s p a r a p r o d u c i r e l u n i v e r s o , o — p a -
ra h a b l a r e n e l l e n g u a j e d e l a f i l o s o f í a a n t i g u a —
un a n i m a l t a n p r o d i g i o s o , e x c e d e t o d a a n a l o g í a y
comprensión.
Pero h a y a l g o m á s , C l e a n t e s : i o s h o m b r e s s o n m o r -
tales y r e n u e v a n s u e s p e c i e m e d i a n t e i a g e n e r a c i ó n ;
esto les es c o m ú n a t o d a s l a s c r i a t u r a s v i v i e n t e s .
Los d o s g r a n d e s s e x o s d e l o m a s c u l i n o y l o f e m e n i -
no, d i c e M i l t o n , d a n v i d a a l m u n d o . ¿ P o r q u é
esta c i r c u n s t a n c i a t a n u n i v e r s a l y e s e n c i a l d e b e s e r
e x c l u i d a d e esas l i m i t a d a s y n u m e r o s a s D e i d a d e s ?
He a q u í , p u e s , q u e n o s e n c o n t r a m o s c o n q u e l a
83
i c o g o n í a d e los t i e m p o s a n t i g u o s h a c e de n u e \ MI
Cleantes
presencia entre nosotros.
R e c h a z o p o r c o m p l e t o t o d a s esas s u p o s i c i o n e s , g r i -
¿Y p o r q u é n o c o n v e r t i r n o s e n perfectos antropo-
tó C L E A N T E S ; s i n e m b a r g o , n o m e p r o d u c e n h o r r o r ,
m o r f i s t a s ? ; ¿ p o r q u é n o a f i r m a r q u e D i o s o los Dio-
especialmente a l h a b e r sido e n u n c i a d a s d e esa m a -
ses s o n c o r p ó r e o s y t i e n e n o j o s , n a r i z , b o c a , orejas,
nera t a n c ó m i c a c o n q u e l a s h a s e x p u e s t o . P o r e l
etcétera? E p i c u r o m a n t e n í a que ningún hombre
contrario, m e c o m p l a c e n c u a n d o v e o q u e , m e d i a n t e
h a b í a v i s t o l a r a z ó n , e x c e p t o r e v e s t i d a d e u n a figu-
esta i n d u l g e n c i a e x t r e m a c o n q u e h a s d a d o r i e n d a
r a h u m a n a ; p o r t a n t o , l o s d i o s e s h a n d e t e n e r fi-
suelta a t u i m a g i n a c i ó n , n o h a s p o d i d o l i b r a r t e
g u r a h u m a n a . Y e s t e a r g u m e n t o q u e h a s i d o tan
de l a h i p ó t e s i s d e u n d e s i g n i o p l a n i f i c a d o r e n e l
m e r e c i d a m e n t e r i d i c u l i z a d o p o r C i c e r ó n , es, según
universo, s i n o q u e h a s t e n i d o q u e r e c u r r i r a e l l a
tú, sólido y filosófico.
en c a d a m o m e n t o . A e s t a c o n c e s i ó n m e a d h i e r o
E n u n a p a l a b r a , C l e a n t e s : U n h o m b r e q u e s i g a tu con f i r m e z a ; y e s t o es l o q u e c o n s i d e r o f u n d a m e n t o
hipótesis será capaz, quizá, de asegurar o conjeturar suficiente p a r a l a r e l i g i ó n . ' >
q u e e l u n i v e r s o se o r i g i n ó a l g u n a v e z a p a r t i r de
a l g o q u e p o d r í a m o s l l a m a r u n p l a n ; p e r o , m á s allá
d e e s t o , l e s e r á i m p o s i b l e d e t e r m i n a r u n a s o l a cir-
c u n s t a n c i a m á s , y l e q u e d a r á d e s p u é s l a t a r e a de
c o n c r e t a r c a d a p u n t o de s u t e o l o g í a sirviéndose
ú n i c a m e n t e d e l a s m á s a r b i t r a r i a s f a n t a s í a s e hipó-
t e s i s : e s t e m u n d o , s i se l e c o m p a r a c o n n i v e l e s de
p e r f e c c i ó n s u p e r i o r e s , es m u y d e f i c i e n t e e i m p e r -
f e c t o . S e g ú n l o q u e é l p u e d e s a b e r , p o r t a n t o , sola-
m e n t e f u e e l p r i m e r y tosco e n s a y o d e u n a D e i d a d
i n f a n t i l , q r e d e s p u é s l o a b a n d o n ó , a v e r g o n z a d a de
s u p o b r e a c t u a c i ó n ; este m u n d o es s o l a m e n t e la
o b r a d e u n a D e i d a d s u b o r d i n a d a , y es o b j e t o de
i r r i s i ó n p a r a s u s s u p e r i o r e s ; este m u n d o es e l pro-
d u c t o de l a vejez y s e n i l i d a d d e u n D i o s ancianí-
s i m o , y , d e s p u é s d e s u m u e r t e , h a b o g a d o a l a de-
riva, moviéndose en v i r t u d de a q u e l p r i m e r impul-
so y f u e r z a a c t i v a q u e r e c i b i ó d e é l . J u s t a m e n t e ,
D e m e a , d a s s e ñ a l e s d e e s t a r h o r r o r i z a d o a l o í r estas
e x t r a ñ a s s u p o s i c i o n e s ; p e r o estas s u p o s i c i o n e s , y m i l
m á s d e l a m i s m a c l a s e , s o n d e C l e a n t e s , y n o mías.
D e s d e e l m o m e n t o e n q u e se s u p o n e n f i n i t o s los
a t r i b u t o s d e l a D e i d a d , t o d o esto t i e n e l u g a r . Y ,
p o r m i p a r t e , h e d e d e c i r q u e u n s i s t e m a d e teolo-
g í a t a n a r b i t r a r i o n o es m e j o r q u e l a a b s o l u t a ca-
rencia de sistema alguno.
84 .

P A R T E V I
Demea
Será c i e r t a m e n t e i m a fábrica m u y débil la que
p o d r á erigirse sobre f u n d a m e n t o t a n inestable, d i i o
D E M E A . P u e s m i e n t r a s estemos indecisos acerca de
si h a y u n a D e i d a d o m u c h a s , o d u d e m o s s o b r e si
esta D e i d a d o D e i d a d e s a las q u e d e b e m o s nuestra
existencia son perfectas o imperfectas, subordinadas
o s u p r e m a s , m u e r t a s o v i v a s , ¿qué g r a d o d e con-
fianza podremos depositar e n ellas? ¿ Q u é devoción
o reverencia podremos dedicarles? ¿Qué veneración
u o b e d i e n c i a les d i s p e n s a r e m o s ? T a t e o r í a d e l a
r e l i g i ó n se c o n v i e r t e e n a l g o c o m p l e t a m e n t e i n i i t i l
p a r a todos los propósitos de l a v i d a ; e i n c l u s o e n lo
q u e se r e f i e r e a sus c o n s e c u e n c i a s e s p e c u l a t i v a s ,
la i n c e r t i d u m b r e de d i c h a teoría h a c e d e e l l a algo
totalmente precario e insatisfactorio. ^ ^
Filón •-'
A f i n de c o n v e r t i r l a en algo aún más insatisfactorio,
d i j o F I L Ó N , se m e o c u r r e o t r a h i p ó t e s i s q u e d e b e
a d q u i r i r u n aire de p r o b a b i l i d a d a p a r t i r d e l mé-
todo de razonamiento en el que Cleantes tanto h a i n -
sistido: q u e efectos semejantes d e b e n s u r g i r de c a u -
sas s e m e j a n t e s . É s t e es e l p r i n c i p i o q u e é l s u p o n e
ser e l f u n d a m e n t o d e t o d a religión. P e r o h a y toda-
vía u n p r i n c i p i o de l a m i s m a clase, n o m e n o s cier-
to, y q u e se d e r i v a d e l a m i s m a f u e n t e d e e x p e r i e n -
c i a , a s a b e r : q u e a l l í d o n d e se observe que varias
circunstancias conocidas son semejantes, también
hallaremos q u e l a s d e s c o n o c i d a s h a b r á n d e s e r se-
m e j a n t e s . D e esta m a n e r a , si v e m o s las e x t r e m i d a -
86
(íes d e u n cuerno humana, concluimos que estarán
acompañadas de una cabeza humana, aunque ésta
se oculte a n u e s t r a m i r a d a . S í v e m c s a t r a v é s d e un
f^águfero e n una pared una pequeña parte del S o l , .
concluimos aue, s i echáramos a b a f o Ja pared, po-
dríamos v e r l a t o t a l i d a d d e e s t e c u e r p o . E n s u m a :
este m é t o d o d e r a z o n a m i e n t o es t a n o b v i o y f a m i -
liar, q u e n o p u e d e a l b e r g a r s e e l m e n o r e s c r ú p u l o
con r e s p e c t o a s u s o l i d e z .
A h o r a b i e n ; si e x a m i n a m o s e l u n i v e r s o e n l a m e -
dida e n q u e é s t e c a e b a i o e l á m b i t o d e n u e s t r o
conocimiento, v e n d r e m o s a darnos cuenta de que
e n c i e r r a u n a gjan s e m e j a n z a c o n u n a n i m a l o u n
cuerpo orsranizado, v d e q u e n a r e c e estar a c t i v a d o
ñor u n p r i n c i p i o s i m i l a r d e v i d a y m o v i m i e n t o . E n
él. u n a c o n t i n u a c i r c u l a c i ó n d e l a m a t e r i a n o p r o - -
duce d e s o r d e n : u n c o n t i n u o d e s g a s t e e n c a d a p a r t e
es r e p a r a d o i n c e s a n t e m e n t e ; l a m á s a j u s t a d a i n -
fluencia r e c í p r o c a p u e d e ser p e r c i b i d a a través d e
todo e l s i s t e m a ; y c a d a p a r t e o m i e m b r o , a l r e a l i -
zar sus f u n c i o n e s p r o p i a s , a c t ú a t a n t o p a r a s u p r e -
servación c o m o p a r a l a p r e s e r v a c i ó n d e l todo. P o r
t a n t o , v o i n f i e r o q u e e l m u n d o es u n a n i m a l , y q u e
la D e i d a d es e l alma d e l m u n d o q u e a c t ú a s o b r e
él y q u e es a c t i v a d a p o r é l .
T ú , C l e a n t e s , e r e s p e r s o n a d e m a s i a d o i n s t r u i d a co-
mo p a r a s o r p r e n d e r t e a n t e esta o p i n i ó n , p u e s sabes
que f u e m a n t e n i d a p o r casi todos los teístas d e l a
antigüedad y q u e p r e v a l e c e e n todos sus d i s c u r s o s
V r a z o n a m i e n t o s . P u e s a u n q u e a l g u n a s veces los
filósofos a n t i g u o s r a z o n a n a p a r t i r d e l a s c a u s a s f i -
nales, c o m o s i p e n s a r a n q u e e l m u n d o es l a o b r a
de D i o s , p a r e c e q u e s u n o c i ó n f a v o r i t a es l a d e
considerarlo como su cuerpo, cuya organización le
hace estar a l s e r v i c i o de él. Y d e b e r e c o n o c e r s e q u e
( c o m o e l u n i v e r s o se a s e m e j a m á s a u n c u e r p o h u -
m a n o q u e a las obras p r o d u c i d a s p o r l a i n v e n c i ó n
y e l a r t e h u m a n o s ) , caso d e cjue n u e s t r a l i m i t a d a
87
 analogía pudiese extenderse con alguna propiedad
a t o d a l a n a t u r a l e z a , p a r e c e q u e l a i n f e r e n c i a es
más j u s t a e n e l caso de l a a n t i g u a t e o r í a q u e en
el de l a m o d e r n a .
Hay t a m b i é n otras m u c h a s ventajas en l a a n t i g u a
teoría, q u e l a h i c i e r o n ser a d o p t a d a p o r los a n t i -
guos teólogos. N a d a h a b í a q u e r e p u g n a r a más a
todas sus nociones, n i n a d a h a y q u e r e p u g n e más
a la experiencia común, que u n a mente sin cuerpo,
una m e r a s u s t a n c i a e s p i r i t u a l q u e e s c a p a b a a sus
sentidos y comprensión, y de l a c u a l no habían
o b s e r v a d o nin|oún e i e m p l o e n t o d o e l á m b i t o d e l a
naturaleza. Conocían el a l m a y el cuerpo porque
h a b í a n s e n t i d o los dos: d e l m i s m o m o d o , c o n o c í a n
en a m b o s u n o r d e n , u n a r r e g l o , r m a o r g a n i z a c i ó n
o m a q u i n a r i a i n t e r n a : y tenía q u e parecerles razo-
n a b l e t r a n s f e r i r esta e x p e r i e n c i a a l u n i v e r s o y su-
poner que el alma y el cuerpo divinos también
eran coetáneos y que ambos poseían u n orden v
i m a r r e g l o n a t u r a l m e n t e i n h e r e n t e s a ellos e inse-
parables de ellos.
H e a q u í , p u e s , C l e a n t e s , v m a n u e v a e s p e c i e d e an-
tropomorfismo sobre la que puedes meditar, y u n a
teoría q u e parece no estar sujeta a dificultades
c o n s i d e r a b l e s . S i n d u d a t ú estás m u y p o r e n c i m a
d e prejuicios sistemáticos para encontrar u n a mayor
d i f i c u l t a d en suponer que u n cuerpo a n i m a l posea
originalmente u n orden y i m a organización, bien
d e p o r sí, b i e n d e b i d o a c a u s a s d e s c o n o c i d a s , q u e
en suponer u n orden similar perteneciente a la
m e n t e . P e r o e l prejuicio vulgar, que establece que
el c u e r p o y e l a l m a d e b e n a c o m p a ñ a r s e m u t u a m e n -
te, n o d e b e r í a s e r a b a n d o n a d o p o r c o m p l e t o , y a q u e
e s t á f u n d a d o e n l a experiencia vulgar, l a ú n i c a g u l a
q u e t ú a f i r m a s s e g u i r e n estas i n v e s t i g a c i o n e s teo-
lógicas. Y si tú a f i r m a s q u e n u e s t r a l i m i t a d a expe-
r i e n c i a n o es u n a n o r m a e s t a b l e m e d i a n t e l a c u a l
podemos juzgar sobre el i l i m i t a d o á m b i t o de la na-
88
turaleza, habrás a b a n d o n a d o por completo t u pro-
pia h i p ó t e s i s , y d e b e r á s a d o p t a r d e s d e e s t e m o m e n t o
nuestro misticismo, c o m o tú lo l l a m a s , y a d m i t i r
la a b s o l u t a i n c o m p r e n s i b i l i d a d d e l a n a t u r a l e z a
divina.
Cleantes
C o n c e d o q u e e s t a t e o r í a n o se m e h a b í a o c u r r i d o
a n t e s , a p e s a r d e q u e es b a s t a n t e n a t u r a l , r e p l i c ó
C L E A N T E S . Y n o puedo expresar m i opinión sobre
ella a h o r a m i s m o , d e b i d o a l p o c o t i e m p o q u e h e
tenido p a r a e x a m i n a r l a y pensarla.
Filón
Eres, ciertamente, m u y escrupuloso, d i j o FILÓN.
E n e l caso d e q u e y o e x a m i n a r a u n o d e t u s siste-
mas, n o e m p l e a r í a n i l a m i t a d de esa p r e c a u c i ó n
y reserva a l a hora de empezar a ponerle objeciones
y dificultades.
Cleantes
E n ese c a s o , r e p l i c ó C L E A N T E S , t e d i r é q u e a m í
m e p a r e c e q u e , a u n q u e e l m u n d o se a s e m e j a a u n
c u e r p o a n i m a l e n m u c h a s c i r c u n s t a n c i a s , esta ana-
l o g í a es d e f i c i e n t e e n o t r o s m u c h o s p a r t i c u l a r e s d e
capital i m p o r t a n c i a : el m u n d o n o tiene órganos
de s e n t i d o ; n o h a y e n él sede p a r a u n p e n s a m i e n t o
o razón; carece de u n o r i g e n preciso de s u m o v i -
m i e n t o y a c c i ó n . E n s u m a , p a r e c e e n c e r r a r u n a se-
mejanza más estrecha con u n vegetal q u e c o n u n
a n i m a l , y, p o r tanto, t u inferencia a f a v o r de u n
a l m a d e l m u n d o p a r e c e q u e , p o r a h o r a , n o es s a t i s -
factoria.
E n segundo lugar, parece que t u teoría i m p l i c a l a
e t e r n i d a d d e l m u n d o ; y é s t e es u n p r i n c i p i o q u e ,
según y o pienso, p u e d e ser r e f u t a d o c o n las m á s
poderosas r a z o n e s y p r o b a b i l i d a d e s . A este respec-
to s u g e r i r é u n a r g u m e n t o s o b r e e l c u a l , s e g ú n creo.
 n o h a i n s i s t i d o ning^ún e s c r i t o r . A q u e l l o s a r g u m e n -
tos q u e s e b a s a n e n e l oriqren r e c i e n t e d e l a s a r t e s
y las c i e n c i a s , a pesar d e q u e sus i n f e r e n c i a s n o
c a r e c e n d e f u e r z a , p u e d e n ser r e f u t a d o s m e d i a n t e
consideraciones derivadas de la naturaleza de la
s o c i e d a d h u m a n a , q u e se e n c u e n t r a e n un c o n t i n u o
estado d e r e v o l u c i ó n e n t r e l a ís^norancia y e l cono-
cimiento, la libertad y la esclavitud, la riqueza y
l a p o b r e z a . D e esta m a n e r a , n o s r e s u l t a i m p o s i b l e ,
partiendo de nuestra l i m i t a d a experiencia, prede-
c i r q u é sucesos p u e d e n o n o p u e d e n esperarse. E l
saber a n t i e u o y l a h i s t o r i a parecen h a b e r estado
e n g:ran riesero d e p e r e c e r t r a s l a i n v a s i ó n d e l a s
n a c i o n e s b á r b a r a s ; y s i estas c o n v u l s i o n e s h u b i e r a n
d u r a d o u n poco más o hubiesen sido algo más vio-
l e n t a s , es m u y p r o b a b l e q u e n o h u b i é s e m o s c o n o -
cido l o q u e ocurrió en el m u n d o hace unos pocos
s i g l o s . Y n o s ó l o eso. P u e s si n o h u b i e r a s i d o p o r
l a superstición de los P a p a s q u e c o n s e r v a r o n a l g u n a
j e r g a latina a f i n de m a n t e n e r la a p a r i e n c i a de
u n a i g l e s i a a n t i g u a y u n i v e r s a l , esa l e n g u a h a b r í a
s i d o o l v i d a d a p o r c o m p l e t o ; e n c u y o caso, t o d o e l
m u n d o o c c i d e n t a l , a l ser t o t a l m e n t e b á r b a r o , n o
h u b i e r a estado en disposición de recibir la lengua
v e l s a b e r griegos q u e les f u e r o n entregados tras
e l s a q u e o d e Constantinopla. C u a n d o e l saber y los
libros h u b i e r a n desaparecido, hasta las artes me-
c á n i c a s h a b r í a n d e c a í d o c o n s i d e r a b l e m e n t e ; y es
fácil de i m a g i n a r q u e las fábulas o la tradición
h u b i e r a n a d s c r i t o a a q u é l l a s u n o r i g e n m u y poste-
r i o r a l q u e e n r e a l i d a d t u v i e r o n . P o r t a n t o , este
argumento vulgar contra la eternidad del m u n d o
y^arece u n p o c o p r e c a r i o .
P e r o a q u í parece estar el f u n d a m e n t o de otro argu-
m e n t o m e j o r . L ó c u l o f u e e l p r i m e r o q u e t r a j o los
c e r e z o s d e Asia a Europa, a pesar de q u e t a n bien
se c r í a n esos á r b o l e s e n m u c h o s c l i m a s europeos,
q u e c r e c e n e n los b o s q u e s s i n q u e n a d i e los c u i d e .
¿Es posible q u e d u r a n t e toda u n a e t e r n i d a d n i n g ú n
90
europeo v i a j a s e n i m c a a Asia y p e n s a r a t r a s p l a n t a r
u n f r u t o t a n delicioso a s u p r o p i o país? O si e l
árbol f u e a l g u n a vez t r a s p l a n t a d o y p r o p a g a d o ,
¿cómo p u d o h a b e r perecido después? L o s i m p e r i o s
p u e d e n c r e a r s e y e x t i n g u i r s e , l a l i b e r t a d y l a es-
c l a v i t u d se s u c e d e n a l t e r n a t i v a m e n t e , l a i g n o r a n -
cia y e l s a b e r se t u r n a n ; p e r o e l c e r e z o s i e m p r e
p e r m a n e c e r á e n l o s b o s q u e s d e Orecia, España e Ita-
lia, y n u n c a se v e r á a f e c t a d o p o r l a s r e v o l u c i o n e s
de l a s o c i e d a d h u m a n a .
N o h a c e d o s m i l a ñ o s qvie l a s v i ñ a s f u e r o n t r a s p l a n -
tadas a Francia, a pesar de q u e n o h a y c l i m a e n e l
m u n d o q u e l e s sea m á s f a v o r a b l e . N o h a n p a s a d o
tres s i g l o s d e s d e q u e l o s c a b a l l o s , l a s v a c a s , l a s o v e -
jas, los cerdos, los p e r r o s , e l m a í z f u e r o n c o n o c i d o s
e n América. ¿Es p o s i b l e q u e d u r a n t e las r e v o l u c i o -
nes d e t o d a u n a e t e r n i d a d n o h u b i e r a s u r g i d o u n
C o l ó n qvie h u b i e s e e s t a b l e c i d o u n ? c o m u n i c a c i ó n
e n t r e Europa y a q u e l c o n t i n e n t e ? S e g ú n eso, t a m -
bién p o d r í a m o s i m a g i n a r q u e los h o m b r e s u s a r o n
medias d u r a n t e diez m i l años y q u e n o t u v i e r o n
sentido p a r a pensar en u n a s ligas c o n q u e sujetár-
selas. T o d a s e s t a s cosas p a r e c e n s e r p r u e b a s c o n -
vincentes de la j u v e n t u d , o mejor, de l a i n f a n c i a
del m i u i d o c o m o algo f t m d a d o e n l a o p e r a c i ó n de
principios más constantes y firmes q u e aquellos p o r
los q u e l a s o c i e d a d h u m a n a se g o b i e r n a y d i r i g e .
H a r í a f a l t a u n a total c o n v u l s i ó n de los e l e m e n t o s
para d e s t r u i r todos los a n i m a l e s y vegetales euro-
peos q u e p u e d e n e n c o n t r a r s e a h o r a e n e l m u n d o
occidental.
Filón
¿ Y q u é a r g u m e n t o tienes en c o n t r a de tales c o n -
v u l s i o n e s ? , r e p l i c ó F I L Ó N . Se p u e d e n d e s c u b r i r p o r
toda l a faz de l a t i e r r a p r u e b a s fuertes y casi i n -
contestables d e q u e c a d a p a r t e d e este g l o b o h a
permanecido completamente cubierta de agua d u -
r a n t e e d a d e s e n t e r a s . Y a u n q u e se s u p u s i e r a q u e
91
 ellos, hasta en el más pequeño detalle, admitir
e l o r d e n es i n s e p a r a b l e d e l a m a t e r i a e i n h e r e n t e
alguna otra disposición.
a e l l a , l a m a t e r i a p u e d e m u y b i e n ser s u s c e p t i b l e
d e m u c h a s y g r a n d e s r e v o l u c i o n e s a l o l a r g o de Si a l g u i e n e s t u v i e r a i n c l i n a d o a r e s u c i t a r l a a n t i g u a
períodos i n t e r m i n a b l e s de d u r a c i ó n eterna. L o s cam- teología p a g a n a q u e m a n t e n í a , según s a b e m o s p o r
bios i n c e s a n t e s a los q u e c a d a p a r t e s u y a está su- Hesíodo, q u e este g l o b o e s t a b a g o b e r n a d o p o r 3 0 . 0 0 0
j e t a p a r e c e n s u g e r i r esas o t r a s transformaciones deidades q u e s u r g i e r o n de los desconocidos poderes
g e n e r a l e s ; a u n q u e , a l m i s m o t i e m p o , se p u e d e ob- de l a n a t u r a l e z a , t ú , C l e a n t e s , o b j e t a r í a s q u e n a d a
s e r v a r q u e t o d o s l o s c a m b i o s y c o r r u p c i o n e s d e los se g a n a c o n e s t a h i p ó t e s i s , y q u e es i g u a l m e n t e
q u e hemos tenido e x p e r i e n c i a n o son s i n o transi- fácil s u p o n e r q u e todos los h o m b r e s y a n i m a l e s
ciones de u n estado de o r d e n a otro, y q u e l a ma- —seres m á s n u m e r o s o s p e r o m e n o s p e r f e c t o s — t a m -
teria n o p u e d e n u n c a p e r m a n e c e r e n u n estado de bién s u r g i e r o n i n m e d i a t a m e n t e d e u n o r i g e n si-
total d e f o r m i d a d y confusión. L o que vemos en milar. L l e v a l a m i s m a inferencia u n paso más allá,
las p a r t e s p u e d e i n f e r i r s e e n e l todo. P o r l o m e n o s , y encontrarás u n a numerosa sociedad de Deidades
é s e es e l m é t o d o d e r a z o n a m i e n t o s o b r e e l q u e t ú tan e x p l i c a b l e s c o m o u n a D e i d a d u n i v e r s a l q u e
a p o y a s t o d a t u t e o r í a . Y si y o e s t u v i e r a o b l i g a d o a posee e n sí m i s m a l o s p o d e r e s y p e r f e c c i o n e s d e l a
d e f e n d e r a l g ú n sistema p a r t i c u l a r de esta n a t u r a l e z a , sociedad e n t e r a . Así, p u e s , debes r e c o n o c e r q u e to-
cosa q u e n u n c a h a r í a p o r p r o p i a v o l u n t a d , n o esti- dos estos s i s t e m a s d e e s c e p t i c i s m o , p o l i t e í s m o y
m o más plausible otro que no fuera el que adscri- teísmo descansan, según tus principios, e n u n a ba-
be a l m u n d o u n p r i n c i p i o d e o r d e n eterno e i n h e - se s e m e j a n t e , y q u e n i n g u n o d e e l l o s t i e n e v e n t a j a
r e n t e a é l , a u n q u e se v e a a f e c t a d o p o r g r a n d e s y sobre los otros. D e a h í p u e d e s d e d u c i r l a f a l a c i a
c o n t i n u a s r e v o l u c i o n e s y a l t e r a c i o n e s . P u e s esto re- de tus principios.
suelve de u n a vez todas las d i f i c u l t a d e s . Y si l a
s o l u c i ó n , a l ser t a n g e n e r a l , n o r e s u l t a e n t e r a m e n t e
c o m p l e t a y s a t i s f a c t o r i a , es a l m e n o s u n a t e o r í a a
l a q u e más p r o n t o o m á s t a r d e t e n d r e m o s q u e re-
c u r r i r , sea c u a l f u e r e e l s i s t e m a q u e profesemos.
¿ C ó m o p o d r í a n las cosas h a b e r s i d o t a l y c o m o s o n
si n o h u b i e r a u n p r i n c i p i o i n h e r e n t e o r i g i n a l o
algún orden en a l g u n a parte, y a en el pensamiento,
ya en l a materia? E s indiferente que demos prefe-
rencia al primero que a la segunda. L a casualidad
n o tiene c a b i d a e n n i n g u n a hipótesis, y a sea escép-
tica o religiosa. T o d o está ciertamente g o b e r n a d o
p o r leyes f i r m e s e i n v i o l a b l e s . Y si l a m á s r e c ó n d i t a
e s e n c i a d e las cosas se n o s m o s t r a r a a b i e r t a m e n t e ,
descubriríamos entonces u n a escena de l a q u e a l
presente n o podemos tener idea. E n lugar de a d m i -
r a r e l o r d e n d e l o s seres n a t u r a l e s , v e r í a m o s c l a -
ramente que fue absolutamente imposible para
92

l'ARTE V U
Filón
Pero he aquí, continuó F I L Ó N , que a l e x a m i n a r
e l a n t i g u o s i s t e m a r e f e r e n t e a l a l m a d e l m u n d o se
m e viene de p r o n t o a l a cabeza u n a n u e v a i d e a que,
s i es j u s t a , e s t a r á m u y p r ó x i m a a d e s t r u i r t o d o t u
razonamiento e incluso las p r i m e r a s inferencias e n
las q u e h a s d e p o s i t a d o t a n t a c o n f i a n z a . S i e l u n i -
verso e n c i e r r a u n a m a y o r s e m e j a n z a - c o n los c u e r p o s
a n i m a l e s y los vegetales q u e c o n las obras d e l arte
h u m a n o , es m á s p r o b a b l e q u e s u c a u s a se a s e m e j e
m á s a l a c a u s a d e los p r i m e r o s q u e a l a d e l a s se-
g u n d a s , y , así, se d e b e r í a a d s c r i b i r s u o r i g e n a l a
g e n e r a c i ó n o a los procesos vegetativos, antes q u e
a l a razón o a l designio. T u conclusión, incluso
s i g u i e n d o t u s p r o p i o s p r i n c i p i o s , es, p o r l o t a n t o ,
imperfecta y deficiente.
Demea
T e ruego, d i j o D E M E A , que amplíes t u argumento
u n poco más, p o r q u e n o puedo comprenderlo d e l
todo, d i c h o d e esa m a n e r a c o n c i s a c o n q u e l o h a s
expuesto.
Filón
Nuestro amigo Cleantes asegura, t a l y como tú mis-
m o lo has oído, q u e como n i n g u n a cuestión de
hecho puede probarse de otra f o r m a q u e n o sea
mediante l a experiencia, l a existencia de u n a D e i -
d a d n o a d m i t e p r u e b a a l g u n a q u e se a d q u i e r a p o r "
o t r o s m e d i o s , r e p l i c ó F I L Ó N . E l m u n d o , d i c e é l , se
asemeja a las obras de i n v e n c i ó n h u m a n a ; por t a n -
94
to, s u c a u s a d e b e t a m b i é n a s e m e j a r s e a l a c a u s a d e
aquéllas. Q u i z á podemos señ al ar a q u í q u e l a ope-
ración de u n a p a r t e m u y p e q u e ñ a de l a n a t u r a l e z a ,
es d e c i r , d e l n o m b r e , a c t u a n d o s o b r e o t r a p a r t e
m u y p e q u e ñ a , es d e c i r , l a m a t e r i a i n a n i m a d a q u e
esta a s u a l c a n c e , es l a r e g l a p o r l a c u a l C l e a n t e s
j u z g a acerca de los orígenes d e l todo. C l e a n t e s m i -
ue o b j e t o s q u e s o n e n o r m e m e n t e d e s p r o p o r c i o n a d o s
e n t r e sí, c o n l a m i s m a y ú n i c a r e g l a . P e r o , a f i n
de d e j a r de l a d o todas las objeciones q u e s u r g e n
en este a s u n t o , y o a f i r m o q u e n a y o t r a s p a r t e s d e l
universo (además de las m á q u i n a s de invención
humana) que encierran u n a mayor semejanza con
la f á b r i c a d e l m u n d o y q u e , p o r tanto, p r o p o r c i o -
nan u n a mejor conjetura acerca del origen univer-
sal d e este s i s t e m a . E s t a s p a r t e s s o n l o s a n i m a l e s y
ios v e g e t a l e s . S e n c i l l a m e n t e , e l m u n d o se a s e m e j a
m á s a u n a n i m a l o a u n v e g e t a J "^ue a u n r e l o j o a
u n a m á q u i n a d e h a c e r p u n t o . í. . c a u s a , p o r t a n t o ,
es m á s p r o b a b l e q u e se a s e m e j e a l a c a u s a d e l o s
primeros, c a u s a d e los p r i m e r o s es l a g e n e r a c i ó n
o los procesos vegetativos. Así, pues, p o d e m o s i n -
f e r i r q u e l a c a u s a d e l m u n d o es a l g o s i m i l a r o a n á -
l o g o a l a g e n e r a c i ó n o a los p r o c e s o s v e g e t a t i v o s .
Demea.
Pero, ¿cómo puede concebirse q u e el m u n d o p u e d a
s u r g i r d e a l g o s i m i l a r a los procesos vegetativos o
a l a generación?
Filón
Muy fácilmente, replicó F I L Ó N . D e l a m i s m a ma-
n e r a que u n árbol d e j a caer s u s e m i l l a e n l a tierra
q u e está p r ó x i m a a él y p r o d u c e otros árboles, así
e l g r a n v e g e t a l , e l m u n d o o este s i s t e m a p l a n e t a r i o ,
p r o d u c e e n sí m i s m o c i e r t a s s e m i l l a s q u e , a l e s p a r -
cirse p o r e l caos q u e le r o d e a , g e r m i n a n y d a n l u g a r
a otros nuevos m u n d o s . U n cometa, p o r e j e m p l o .
95
 es Ja s e m i l l a d e u n m u u d u ; y d e s p u é s d e q u e l i a
m a d u r a d o c o m p l e t a m e n t e tras p a s a r de sol a sol y
de e s t r e l l a a estrella, cae s o b r e los elementos s i n
í o r m a q u e p o r t o d a s p a r t e s r o d e a n este u n i v e r s o ,
e i n m e d i a t a m e n t e florece e n otro n u e v o sistema.
O s i , a f i n de v a r i a r (pues n o veo o t r a v e n t a j a )
s u p o n e m o s q u e este m u n d o es u n a n i m a l , o c u r r i -
r í a l o s i g u i e n t e : u n c o m e t a es e l h u e v o d e este
a n i m a l ; y d e l m i s m o m o d o q u e u n avestruz depo-
sita s u h u e v o e n l a a r e n a , y ésta, s i n n i n g ú n otro
cuidado, i n c u b a el huevo y produce u n nuevo ani-
mal, así. . .
Demea
Y a te e n t i e n d o , d i j o D E M E A . P e r o ¡ c u a n d i s p a r a t a -
d a s y a r b i t r a r i a s s o n estas s u p o s i c i o n e s ! ¿ Q u é datos
t i e n e s p a r a f o r m u l a r esas e x t r a o r d i n a r i a s c o n c l u -
siones? ¿Es l a leve e i m a g i n a r i a s e m e j a n z a d e l m u n -
d o c o n u n v e g e t a l o u n a n i m a l s u f i c i e n t e p a r a es-
tablecer l a m i s m a i n f e r e n c i a respecto a ambos? U n o s
objetos que, e n general, s o n t a n i n m e n s a m e n t e
diferentes ¿pueden regularse por u n a m i s m a norma?
Filón
E x a c t o , e x c l a m ó F I L Ó N . É s e es e l a s u n t o e n e l c u a l
h e e s t a d o i n s i s t i e n d o t o d o este t i e m p o . H e a f i r m a -
d o c o n s e g u r i d a d q u e c a r e c e m o s d e datos p a r a esta-
blecer sistema a l g u n o de c o s m o g o n í a . N u e s t r a expe-
r i e n c i a , t a n i m p e r f e c t a e n sí m i s m a y t a n l i m i t a d a
en e x t e n s i ó n y d u r a c i ó n , n o p u e d e p r o p o r c i o n a r n o s
n i n g u n a c o n j e t u r a p r o b a b l e c o n respecto a l a tota-
l i d a d d e l a s cosas. P e r o s i t u v i é r a m o s l a n e c e s i -
dad de apoyarnos e n a l g u n a hipótesis, ¿por q u é
regla, pregunto, deberíamos determinar nuestra
elección? ¿Hay a l g u n a o t r a regla además de l a m a -
y o r s e m e j a n z a d e l o s o b j e t o s q u e se c o m p a r a n ? ¿ E s
que una p l a n t a o u n a n i m a l , que surgen respectiva-
m e n t e d e los p r o c e s o s v e g e t a t i v o s o d e l a g e n e r a c i ó n .
96
Jio e n c i e r r a n " l u i a m a y o r s e m e j a n z a c o n e í m u n d o
que I h i q u e e n c i e r r a u n a m á q u i n a a r t i f i c i a l , s u r g i d a
de l a razóniy e l d e s i g n i o ? ^,
Demea
P e r o , ¿ c u á l es este p r o c e s o v e g e t a t i v o y esta gene-
ración d e q u e h a b l a s ? , d i j o D K M E A . ¿ P u e d e s e x p l i c a r
sus o p e r a c i o n e s y a n a l i z a r esa m a g n í f i c a e s t r u c t u r a
i n t e r n a de l a c u a l d e p e n d e n ?
Filón
Puedo hacerlo, por lo menos, en l a m i s m a m e d i d a
en q u e C l e a n t e s p u e d e e x p l i c a r l a s o p e r a c i o n e s d e
la r a z ó n y a n a l i z a r esa e s t r u c t u r a i n t e r n a d e l a c u a l
depende, replicó F I L Ó N . Pero, s i n r e c u r r i r a n i n g u -
na d e esas e l a b o r a d a s d i s q u i s i c i o n e s , m e b a s t a v e r
a i m a n i m a l p a r a i n f e r i r ; u e se o r i g i n ó a p a r t i r d e
la g e n e r a c i ó n ; y eso l o i i a g o c o n l a m i s m a c e r t e z a
con q u e t ú c o n c l u y e s q u e i m a c a s a h a s i d o c o n s t r u i -
da de a c u e r d o c o n u n p l a n . L a s p a l a b r a s generación
y razón i n d i c a n s o l a m e n t e c i e r t o s p o d e r e s y e n e r -
gías d e l a n a t u r a l e z a c u y o s efectos s o n c o n o c i d o s ,
p e r o c u y a e s e n c i a es i n c o m p r e n s i b l e ; y n i n g u n o
de estos d o s p r i n c i p i o s g o z a d e p r i v i l e g i o s o b r e e l
o t r o c u a n d o se q u i e r e e s t a b l e c e r u n a r e g l a q u e a b a r -
que l a totalidacl de l a n a t u r a l e z a .
En r e a l i d a d , D e m e a , puede esperarse razonable-
mente que, c u a n t o más a m p l i a s sean las perspecti-
vas c o n q u e m i r a m o s l a s cosas, m e j o r n o s c o n d u -
c i r á n éstas h a c i a l a s c o n c l u s i o n e s q u e se r e f i e r e n
a asuntos t a n e x t r a o r d i n a r i o s y magníficos. Sola-
m e n t e e n este p e c j u e ñ o r i n c ó n d e l u n i v e r s o h a y
c u a t r o p r i n c i p i o s —razón, instinto, generación, ve-
getación— q u e s o n s e m e j a n t e s e n t r e sí y q u e s o n
c a u s a s d e e f e c t o s s e m e j a n t e s . ¿ C u á l es e l n ú m e r o
de principios que naturalmente podemos suponer
q u e se d a n e n e l i n m e n s o y v a r i o á m b i t o d e l u n i -
v e r s o , y q u e v e r í a m o s si p u d i é r a m o s v i a j a r d e p l a -
n e t a a p l a n e t a y de s i s t e m a a s i s t e m a a f i n d e e x a -
Q7 • •',
 m i n a r c a d a p a r t e de esta p o d e r o s a fábrica? C a d a
u n o d e estos c u a t r o p r i n c i p i o s a r r i b a m e n c i o n a d o s
(y c i e n m á s q u e e s t á n a l a d i s p o s i c i ó n d e n u e s t r a s
conjeturas) p u e d e proporcionarnos u n a teoría por
medio de l a c u a l juzgar acerca d e l origen del m u n d o ;
y es d e u n a p a r c i a l i d a d e n o r m e y p a l p a b l e c o n f i n a r
e x c l u s i v a m e n t e n u e s t r a v i s i ó n a ese p r i n c i p i o q u e
r i g e l a s o p e r a c i o n e s d e n u e s t r a s m e n t e s . S i este p r i n -
c i p i o f u e s e m á s i n t e l i g i b l e p a r a este p r o p ó s i t o , u n a
p a r c i a l i d a d así s e r í a e n c i e r t o m o d o e x c u s a b l e ; pe-
r o l a r a z ó n es, e n s u f á b r i c a y e s t r u c t u r a i n t e r n a s ,
a l g o t a n p o c o c o n o c i d o p a r a n o s o t r o s c o m o l o es
el i n s t i n t o , o l a vegetación; y, quizá, h a s t a l a v a g a
e i n d e t e r m i n a d a p a l a b r a naturaleza a l a q u e el
h o m b r e c o m ú n todo l o refiere, n o sea, e n e l f o n d o ,
m á s i n e x p l i c a b l e . L o s e f e c t o s d e estos p r i n c i p i o s
nos s o n c o n o c i d o s p o r l a e x p e r i e n c i a ; p e r o los p r i n -
cipios m i s m o s y s u m o d o de operación son total-
m e n t e d e s c o n o c i d o s ; y n o es m e n o s i n t e l i g i b l e n i se
a j u s t a m e n o s a l a exp>eriencia d e c i r q u e e l m u n d o
surgió de u n proceso vegetativo a p a r t i r de u n a
semilla desprendida de otro m u n d o , que decir que
surgió d e u n a razón d i v i n a o de u n p l a n , e n e l sen-
tido en que Cleantes lo entiende.
Demea
Pero, según a m i m e parece, d i j o D E M E A , si e l
m u n d o tuviera u n a cualidad vegetativa y pudiera
p l a n t a r l a s s e m i l l a s d e n u e v o s m u n d o s e n e l caos
i n f i n i t o , este p o d e r s e r í a u n a r g u m e n t o m á s e n f a v o r
de u n designio e n e l a u t o r d e l u n i v e r s o . P o r q u e ,
¿de d ó n d e p o d r í a s u r g i r u n a f a c u l t a d t a n m a r a v i -
l l o s a s i n o d e u n p l a n ? ¿ C ó m o p u e d e s u r g i r e l or-
d e n d e a l g o q u e n o p e r c i b e ese o r d e n q u e es i m -
p a r t i d o p o r ese m i s m o a l g o ?
Filón ?' ' •• • • , ••>'.',
S o l a m e n t e necesitas m i r a r a t u a l r e d e d o r p a r a q u e '
p u e d a s s a t i s f a c e r t e e n l o q u e se r e f i e r e a esa p r e - , .
gunta, replicó F I L Ó N . U n árbol confiere orden y
o r g a n i z a c i ó n a ese o t r o á r b o l q u e s u r g e d e é l . Y
esto l o h a c e s i n c o n o c e r e l o r d e n . L o m i s m o h a c e
un a n i m a l en su cría; u n pájaro en su nido. L o s
e j e m p l o s d e esa c l a s e s o n m á s f r e c u e n t e s e n e l m u n -
do que aquellos otros e n q u e e l o r d e n surge d e l a
razón y l a planificación. D e c i r q u e todo e l o r d e n
q u e h a y e n los a n i m a l e s y vegetales procede e n úl-
t i m a i n s t a n c i a d e u n d e s i g n i o , es a f i r m a r a l g o s i n
p r o b a r l o . Y este p u n t o i m p o r t a n t í s i m o s ó l o p u e d e
a l c a n z a r s e c o n c e r t e z a p r o b a n d o , a priori, que el
o r d e n está l i g a d o p o r n a t u r a l e z a a l p e n s a m i e n t o , y
que n o puede pertenecer a l a m a t e r i a , n i de suyo,
ni en v i r t u d de p r i n c i p i o s originales y desconocidos.
Pero hay algo más, D e m e a . Esta objeción que tú
p r o p o n e s n o p u e d e ser n u n c a "•^Uizada p o r C l e a n t e s ,
si a n t e s n o r e n u n c i a a l a u c t e n s a q u e h a h e c h o
contra u n a de m i s objeciones. C u a n d o y o pregunté
a c e r c a d e l a c a u s a d e esa r a z ó n e i n t e l i g e n c i a s u -
premas e n las q u e él resuelve todo, m e d i j o q u e l a
i m p o s i b i l i d a d d e satisfacer tales p r e g u n t a s n o p o d í a
ser c o n s i d e r a d a , c o m o u n a o b j e c i ó n e n n i n g u n a es-
p e c i e d e f i l o s o f í a . Debemos detenernos en alguna
parte, d i c e é l ; nunca está al alcance de la capacidad
humana explicar las causas últimas o mostrar las úl-
timas conexiones de los objetos. Es suficiente con que
los' pasos que demos estén apoyados en la experien-
cia y la observación. P u e s b i e n ; es i n n e g a b l e q u e
l a g e n e r a c i ó n y l o s p r o c e s o s v e g e t a t i v o s , así c o m o
la razón, son p r i n c i p i o s de o r d e n e n l a n a t u r a l e z a .
E s t o l o s a b e m o s p o r e x p e r i e n c i a . S i y o h a g o des- .
c a n s a r m i s i s t e m a d e c o s m o g o n í a e n los d o s p r i -
m e r o s y n o e n e l ú l t i m o , eso es a l g o q u e d e p e n d e ,
de m i elección. E l asunto está a b i e r t o a m i p r o p i o
a r b i t r i o . Y c u a n d o C l e a n t e s m e p r e g u n t a c u á l es
l a c a u s a d e esa g r a n f a c u l t a d v e g e t a t i v a o g e n e r a t i -
va, y o tengo e l m i s m o derecho de p r e g u n t a r l e a
él por l a causa de su g r a n p r i n c i p i o razonador.
H e m o s acordado entre él y y o p r o h i b i r n o s f o r m u l a r
 tales c u e s t i o n e s ; y es a e l , p r i n c i p a l m e n t e , a q u i e n
le i n t e r e s a respetar el a c u e r d o e n l a presente oca-
sión. J u z g a n d o lo i m p e r f e c t o e i l i m i t a d o de n u e s t r a
experiencia, l a generación tiene algunos privilegfios
s o b r e l a r a z ó n ; p u e s v e m o s c a d a d í a s u r g i r l a se-
g i m d a de l a p r i m e r a , y n u n c a l a p r i m e r a d e l a se-
gunda.
T e ruego q u e compares las consecuencias de ambas
p o s t u r a s . E l m u n d o , d i g o y o , se a s e m e j a a u n a n i -
m a l ; p o r l o t a n t o , es u n a n i m a l y s u r g i ó d e l a ge-
n e r a c i ó n . C o n f i e s o q u e los p a s o s d e m i a r g u m e n t o
son m u y grandes; s i n embargo, h a y algún p e q u e ñ o
aspecto de a n a l o g í a e n c a d a paso. E l m u n d o , d i c e
C l e a n t e s , se a s e m e j a a u n a m á q u i n a ; p o r lo- t a n t o , t
es u n a m á q u i n a , y s u r g i ó d e u n p l a n o d e s i g n i o .
L o s pasos q u e a q u í se d a n s o n i g u a l m e n t e g r a n d e s ,
y l a a n a l o g í a es m e n o s e v i d e n t e . Y s i é l i n t e n t a
l l e v a r mi h i p ó t e s i s u n p a s o m á s l e j o s e i n f e r i r u n •
designio o u n a razón p a r t i e n d o d e l g r a n p r i n c i p i o
de l a g e n e r a c i ó n e n e l c u a l y o i n s i s t o , t a m b i é n •
puedo yo, con mayor a u t o r i d a d , usar la m i s m a l i -
b e r t a d l l e v a n d o m á s a l l á su h i p ó t e s i s e i n f i r i e n d o
u n a teogonia o generación d i v i n a a p a r t i r de s u
p r i n c i p i o de razón. T e n g o , p o r lo menos, u n a v a g a '
s o m b r a d e e x p e r i e n c i a , q u e es l o m á x i m o q u e p u e - '
de alcanzarse c u a n d o estamos t r a t a n d o d e l presente
a s u n t o . P u e s es u n h e c h o , o b s e r v a d o e n i n n u m e r a -
bles o c a s i o n e s , q u e l a r a z ó n s u r g e d e l p r i n c i p i o
de l a generación y que n o surge j a m á s de n i n g ú n
otro p r i n c i p i o . - -
A H e s í o d o y a t o d o s los a n t i g u o s m i t ó l o g o s l e s s o r -
p r e n d i ó t a n t o esta analogía, q u e e x p l i c a r o n u n i v e r -
salmente el o r i g e n de l a n a t u r a l e z a r e f i r i é n d o l o ,
a la copulación y al nacimiento animal. T a m b i é n ,
P l a t ó n — s e g ú n p a r e c e q u e d e b e ser e n t e n d i d o l o ,
q u e d i c e — a d o p t a l a m i s m a n o c i ó n e n s u Timeo. , y d e q u e esas c a p r i c h o s a s f a n t a s í a s q u e n o s h a s
L o s b r a h a m a n e s aseguran que e l m u n d o surgió de
u n a a r a ñ a i n f i n i t a q u e t e j i ó t o d a esta m a s a c o m -
lUO
p l i c a d a c o n los h i l o s q u e s u r g í a n de sus e n t r a ñ a s ,
y q u e luego a n i q u i l a todo o parte de l o q u e h a
hecho absorbiéndolo de n u e v o y reintegrándolo a
s u p r o p i a e s e n c i a . É s t a es u n a e s p e c i e d e c o s m o g o n í a
q u e n o s r e s u l t a r i d i c u l a p o r q u e u n a a r a ñ a es u n
a n i m a l p e q u e ñ o e insignificante, cuyas operacio-
nes n o p u e d e n s e r v i r d e m o d e l o p a r a t o d o e l u n i -
v e r s o . P e r o , e n c u a l q u i e r caso, es u n a n u e v a espe-
cie d e a n a l o g í a q u e se d a i n c l u s o e n este g l o b o q u e
h a b i t a m o s . Y si h u b i e r a u n p l a n e t a c o m p l e t a m e n t e
p o b l a d o d e a r a ñ a s ( l o c u a l es m u y p o s i b l e ) , e s t a
i n f e r e n c i a sería allí algo tan n a t u r a l e i r r e f u t a b l e
como l a que en nuestro planeta adscribe e l origen
d e t o d a s l a s cosas a u n ' " ' l i g n i o e i n t e l i g e n c i a , t a l y
c o m o l o e x p l i c a b a C l e a n t e s . P o r q u é u n s i s t e m a or-
denado n o puede surgir de l a p a n z a l o m i s m o q u e
p u e d e h a c e r l o d e l c e r e b r o , es a l g o a l o q u e C l e a n t e s
encontrará difícil dar u n a razón satisfactoria.
Cleantes
D e b o decirte. Filón, replicó C L E A N T E S , que no hay
n i n g ú n h o m b r e v i v i e n t e a q u i e n le v a y a m e j o r que
a t i l a tarea de l e v a n t a r d u d a s y objeciones; pues
esta tarea q u e has e m p r e n d i d o parece serte, de
alguna manera, natural e inevitable. T a n grande
es t u f e r t i l i d a d i n v e n t i v a , q u e n o m e a v e r g ü e n z o
de r e c o n o c e r m e i n c a p a z de resolver r e g u l a r m e n t e ,
y a h o r a m i s m o , tantas d i f i c v d t a d e s —y t a n a p a r t a -
das d e l h i l o p r i n c i p a l de n u e s t r a discusión— c o m o
has levantado ante mí. S i n embargo, puedo ver,
e n general, s u falacia y error. Y no m e cabe l a me-
n o r d u d a d e q u e t ú te h a l l a s a h o r a m i s m o e n e l
m i s m o caso, y de q u e n o e n c o n t r a r í a s l a s s o l u c i o -
nes c o n t a n t a f a c i l i d a d c o m o h a s p r o p u e s t o t u s
o b j e c i o n e s . P o r e l c o n t r a r i o , te d a r á s c u e n t a d e q u e
el sentido c o m ú n y la razón están en contra tuya,
expuesto podrán, quizá, sumergirnos en l a confu-
sión, pero j a m á s p o d r á n convencernos.

P A R T E VIII
Filón ' P e r o esto i m p l i c a , d i j o D E M E A , q u e l a m a t e r i a
L o q u e tú atribuyes a l a f e r t i l i d a d de m i invención,
replicó F I L Ó N , pertenece enteramente a la natura-
l e z a d e l a s u n t o . E n c u e s t i o n e s q u e se a d a p t a n a l
estrecho á m b i t o de l a razón h u m a n a h a y , p o r lo
c o m ú n , u n a s o l a d e t e r m i n a c i ó n q u e es c a p a z d e
mostrarse probable o convincente; y a u n hombre
q u e esté e n s u s a n o j u i c i o todas las d e m á s s u p o -
siciones le p a r e c e r á n absurdas y quiméricas. P e r o
en asuntos c o m o e l presente, c i e n opiniones con-
tradictorias p u e d e n contener a l g u n a especie de ana-
logía imperfecta, y l a invención tiene aquí a m p l i o
t e r r e n o p a r a a b r i r s e p a s o p o r sí m i s m a . S i n h a c e r
u n g r a n esfuerzo m e n t a l , creo q u e podría propo-
n e r en u n i n s t a n t e otros sistemas de cosmogonía
que tuvieran cierta apariencia de verdad, aunque
de entre m i l o u n m i l l ó n d e sistemas, sólo u n o —ya
el t u y o , y a u n o de los m í o s — f u e r a e l v e r d a d e r o .
Por e j e m p l o : ¿ q u é ocurriría si yo r e v i v i e r a l a a n t i -
f g u a h i p ó t e s i s epicúrea? Se h a e s t i m a d o c o m ú n m e n -
te, y c r e o q u e c o n j u s t e z a , q u e ese s i s t e m a es e l
m á s a b s u r d o q u e se h a p r o p u e s t o h a s t a l a f e c h a .
Y s i n embargo, creo que, h a c i e n d o e n él u n a s pocas '
alteraciones, podría revestirse de u n a cierta apa-
r i e n c i a de p r o b a b i l i d a d . E n l u g a r de s u p o n e r q u e
l a m a t e r i a es i n f i n i t a — c o m o l o h a c e E p i c u r o —
s u p o n g a m o s q u e es f i n i t a . U n n ú m e r o f i n i t o d e
p a r t í c u l a s s ó l o es s u s c e p t i b l e d e t r a n s p o s i c i o n e s f i -
nitas; y, a lo largo de u n a duración eterna, debe
suceder que cada posible o r d e n o posición tenga I
l u g a r u n n ú m e r o i n f i n i t o de veces. E s t e m u n d o , p o r
lo t a n t o , c o n todos sus sucesos, h a s t a e l m á s p e q u e -
102 '^'•'-'•'•^ ' .
ñ o de ellos, h a sido antes p r o d u c i d o y destruido,
y será o t r a vez p r o d u c i d o y d e s t r u i d o s i n restric-
ción n i limitación algunas. N a d i e que tenga u n a
i d e a de los poderes de l o i n f i n i t o , e n c o m p a r a c i ó n
con l o f i n i t o , p o d r á p o n e r r e p a r o s a esta c o n c l u s i ó n .
Demea
puede adquirir movimiento sin necesidad de nin-
gún agente v o l u n t a r i o o p r i m e r motor.
Filón . . "f.j • -'r.--. •
¿ Y q u é d i f i c u l t a d h a y p a r a a d m i t i r esa s u p o s i c i ó n ? ,
replicó F I L Ó N . C a d a suceso, antes d e l a e x p e r i e n -
c i a , es d i f í c i l e i n c o m p r e n s i b l e ; y c a d a s u c e s o , des-
p u é s d e l a e x p e r i e n c i a , es i g u a l m e n t e f á c i l e i n t e -
l i g i b l e . E n m u c h o s casos, e l m o v i m i e n t o — d e b i d o
a la gravedad, a la elasticidad, a la e l e c t r i c i d a d -
comienza e n l a m a t e r i a , s i n q u e h a y a n i n g ú n agen-
te v o l u n t a r i o c o n o c i d o ; y s u p o n e r s i e m p r e , e n es-
tos c a s o s , u n a g e n t e v o l u n t a r i o d e s c o n o c i d o es u n a
m e r a hipótesis q u e no lleva consigo n i n g u n a venta-
j a . Q u e e l m o v i m i e n t o se o r i g i n e e n l a m a t e r i a
m i s m a es a l g o q u e p u e d e c o n c e b i r s e a priori, de
l a m i s m a m a n e r a q u e p u e d e c o n c e b i r s e q u e se o r i -
gine a partir de u n a mente o inteligencia.
Además, ¿por qué n o puede haber sido el movi-
miento propagado mediante u n impulso a lo largo
de toda la eternidad, quedando todavía l a m i s m a
o c a s i l a m i s m a r e s e r v a d e ese i m p u l s o c o n t e n i d a
e n e l u n i v e r s o ? T a n t o se g a s t a e n l a c o m p o s i c i ó n
d e l m o v i m i e n t o c o m o se r e c u p e r a p o r s u d e s c o m p o -
s i c i ó n . Y , c u a l e s q u i e r a c|ue s e a n l a s c a u s a s , es c i e r t o
el h e c h o de q u e l a m a t e r i a está y s i e m p r e h a estado
en u n a agitación c o n t i n u a , según a l c a n z a n a v e r l o
la experiencia y la tradición h u m a n a i . Probable-
mente, n o h a y a h o r a en el u n i v e r s o n i u n a partí-
c u l a de m a t e r i a q u e esté e n a b s o l u t o reposo.
103
 E s t a m i s m a consideración q u e nos h a salido a l
paso e n e l transcurso de n u e s t r a discusión, conti-
nuó F I L Ó N , también nos sugiere u n a n u e v a hipóte-
sis d e c o s m o g o n í a q u e n o es a b s o l u t a m e n t e a b s u r -
da e improbable. ¿Hay u n sistema, u n orden, u n a
e c o n o m í a d e cosas p o r m e d i o d e los c u a l e s l a m a -
t e r i a p u e d a m a n t e n e r esa a g i t a c i ó n p e r p e t u a q u e
parece serle esencial, c o n s e r v a n d o a l m i s m o t i e m p o
u n a c o n s t a n c i a e n las f o r m a s q u e produce? H a y ,
c i e r t a m e n t e , u n a e c o n o m í a así, p u e s , de h e c h o , t a l
es e l c a s o e n e l m u n d o p r e s e n t e . E l c o n t i n u o m o v i -
miento de l a materia, por lo tanto, a lo largo de u n
n i i m e r o d e t r a n s p o s i c i o n e s q u e es m e n o r q u e i n f i -
nito, d e b e p r o d u c i r esta e c o n o m í a u o r d e n ; y, p o r
s u p r o p i a n a t u r a l e z a , ese o r d e n , u n a v e z e s t a b l e c i d o ,
se s o s t i e n e a sí m i s m o d u r a n t e m u c h o t i e m p o , s i es
(¡ue n o lo h ac e p o r toda l a e t e r n i d a d . P e r o s i e m p r e
q u e l a m a t e r i a esté t a n e q u i l i b r a d a , a r r e g l a d a y
ajustada, como p a r a continuar en perpetuo movi-
m i e n t o , c o n s e r v a n d o , a l m i s m o t i e m p o , l a cons-
t a n c i a de sus f o r m a s , su s i t u a c i ó n d e b e r á tener ne-
c e s a r i a m e n t e esa a p a r i e n c i a de a r t e y p l a n i f i c a c i ó n
q u e o b s e r v a m o s a l presente. T o d a s las partes de
c a d a f o r m a d e b e n e s t a r r e l a c i o n a d a s e n t r e sí, y d e -
ben también g u a r d a r u n a relación con el todo; y
el todo debe g u a r d a r u n a r e l a c i ó n c o n las otras
partes d e l u n i v e r s o , c o n e l e l e m e n t o e n e l c u a l esa
f o r m a s u b s i s t e , c o n l o s m a t e r i a l e s d e q u e se s i r v e
p a r a r e p a r a r sus pérdidas y deterioros, y con cual-
q u i e r o t r a f o r m a q u e le sea h o s t i l o a m i s t o s a . U n
c l e f e c t o e n a l g u n o d e estos p a r t i c u l a r e s d e s t r u i r á
la f o r m a , y l a m a t e r i a de q u e está c o m p u e s t a q u e -
d a r á e n l i b e r t a d y se p r e c i p i t a r á e n u n a s e r i e d e
m o v i m i e n t o s irregulares y de fermentaciones hasta
unirse de n u e v o e n alguna otra f o r m a regular. S i n o
h u b i e r a u n a f o r m a dispuesta a r e c i b i r l a , y si la
c a n t i d a d de esta m a t e r i a c o r r o m p i d a f u e r a m u y
grande en el universo, el universo m i s m o estarla
desordenado, y n o pasaría d e ser, o b i e n e l d é b i l
104
e m b r i ó n d e u n m u n d o e n s u s c o m i e n z o s qifie se v e -
ría, d e este m o d o , d e s t r u i d o , o b i e n l a p o d r i d a
o s a m e n t a d e u n m u n d o e n v í a s d e d i s o l u c i ó n , co-
mo consecuencia de su vejez y enfermedad. E n
c u a l q u i e r c a s o , un c a o s t e n d r í a l u g a r h a s t a q u e u n a
cantidad finita, pero numerosísima, de revolucio-
nes p r o d u j e r a p o r f i n a l g u n a s f o r m a s c u y a s p a r t e s
y órganos e s t u v i e r a n t a n ajustados q u e f u e s e n ca-
paces d e s o s t e n e r l a s e n m e d i o d e l a c o n t i n u a s u -
cesión de l a m a t e r i a .
Supongamos ( e n vui inte to p o r v a r i a r n u e s t r a
forma de expresión) que m a t e r i a fuese a r r o j a d a
por u n a f u e r z a ciega y s i n control, y q u e quedase
en u n a p o s i c i ó n c u a l q u i e r a . E s e v i d e n t e q u e e s t a
p r i m e r a p o s i c i ( j n d e b e r í a ser, c o n t o d a p r o b a b i l i d a d ,
la más confusa y desordenada q u e imaginarse pue-
d e , s i n s e m e j a n z a a l g u n a c o n esas o b r a s q u e s o n
producto de la planificación h u m a n a y que mues-
t r a n , a d e m á s de u n a simetría e n sus partes, u n
ajuste de los medios a los fines y u n a t e n d e n c i a a
l a a u t o p r e s e r v a c i ó n . S i l a f u e r z a a c t i v a d o r a cesase
después de esta o p e r a c i ó n , l a m a t e r i a p e r m a n e c e r í a
por siempre en desorden, y continuaría siendo u n
i n m e n s o caos, s i n n i n g u n a p r o p o r c i ó n o a c t i v i d a d .
Pero supongamos que la fuerza activadora, cualquie-
r a q u e ésta fuese, p e r m a n e c i e r a en l a m a t e r i a . E n -
tonces, a q u e l l a p r i m e r a p o s i c i ó n d a r í a l u g a r i n m e -
diatamente a u n a segunda que, m u y probablemen-
te, s e r í a t a n d e s o r d e n a d a c o m o l a p r i m e r a . Y a s í
sucesivamente, a l o largo de m u c h a s sucesiones de
cambios y revoluciones. J a m á s u n orden o posición
particular permanecerían inalterados. L a fuerza
original, a l seguir estando activa, conferiría a l a
materia u n a perpetua i n q u i e t u d . Sería p r o d u c i d a
c a d a s i t u a c i ó n p o s i b l e , e, i n s t a - t á n e a m e n t e , c a d a
situación posible sería d e s t r u i d a . S i por u n m o m e n -
to a p a r e c i e s e u n d e s t e l l o d e o r d e n , sería a l i n s t a n t e
desplazado y confundido por l a fuerza incesante
que a c t i v a todas las partes de l a m a t e r i a .
105

Así, e l u n i v e r s o t r a n s c u r r i r í a , d u r a n t e m u c h o tiem-
po, e n u n a c o n t i n u a sucesión de caos y d e s o r d e n .
Pero, ¿no sería posible q u e f i n a l m e n t e , s i n perder
su m o v i m i e n t o y f u e r z a a c t i v a ( q u e hemos supues-
to i n h e r e n t e s a él) , l o g r a s e c o n s e r v a r u n a u n i f o r -
m i d a d de apariencia, e n m e d i o de l a c o n t i n u a fluc-
t u a c i ó n y m o v i m i e n t o d e s u s p a r t e s ? T a l es e l c a s o
q u e , a l p r e s e n t e , se d a e n e l u n i v e r s o . C a d a i n d i -
v i d u o y cada parte de cada i n d i v i d u o están cam-
b i a n d o constantemente; y, s i n embargo, el todo
p e r m a n e c e , a p a r e n t e m e n t e , i g u a l . ¿Es q u e acaso n o
nos está p e r m i t i d o e s p e r a r q u e l a m a t e r i a p u e d a
a l c a n z a r u n a p o s i c i ó n d e esta índole? O m e j o r : ¿Es
q u e a c a s o n o t e n e m o s la» g a r a n t í a d e q u e e s a p o -
sición h a de darse a lo largo de las eternas revolu-
ciones d e u n a m a t e r i a q u e n o sea g u i a d a p o r n a d i e ?
S i m e d i t a m o s u n p o c o este a s u n t o h a l l a r e m o s q u e
si l a m a t e r i a es c a p a z d e a l c a n z a r ese a j u s t e d e
a p a r e n t e e s t a b i l i d a d e n sus f o r m a s , c o n s e r v a n d o ,
al m i s m o tiempo, la real y perpetua revolución o
m o v i m i e n t o d e sus p a r t e s , e n t o n c e s v e r e m o s q u e
hemos dado con u n a solución a la dificultad, y que
e s t a s o l u c i ó n , s i n o es l a v e r d a d e r a , es, p o r l o m e -
nos, p l a u s i b l e .
E s , por lo tanto, u n a pérdida de t i e m p o i n s i s t i r en
los usos d e las partes de los a n i m a l e s o vegetales
y e n e l c u r i o s o ajuste de las m i s m a s . M e gustaría
saber c ó m o u n a n i m a l p o d r í a e x i s t i r si, sus partes
n o e s t u v i e r a n a j u s t a d a s d e esta m a n e r a . ¿Es q u e n o
sabemos que u n a n i m a l perece inmediatamente
c u a n d o d e s a p a r e c e este a j u s t e , y q u e l a m a t e r i a , e n
estado de corrupción, trata de buscar u n a n u e v a
f o r m a ? C i e r t a m e n t e o c u r r e q u e las partes d e l m u n -
do están tan b i e n ajustadas que, i n m e d i a t a m e n t e ,
a l g u n a f o r m a r e g u l a r r e c l a m a r á e s a m a t e r i a co-
r r o m p i d a . S i n o f u e r a así, ¿ p o d r í a s u b s i s t i r e l
m u n d o ? ¿ N o se d i s o l v e r í a , c o m o e n e l c a s o d e l a n i -
m a l , y pasaría p o r u n a serie de estados y situaciones
hasta que, después de i m a enorme, a u n q u e finita.
sucesión cayera p o r f i n e n u n a posición como la
presente, o e n o t r a parecida?
Cleantes ,
B i e n has d i c h o , replicó C L E A N T E S , q u e esta hipóte-
sis se te o c u r r i ó d e p r o n t o , e n e l t r a n s c u r s o d e n u e s -
tra discusión. Pues, si h u b i e r a s tenido t i e m p o de
e x a m i n a r l a , te h a b r í a s d a d o c u e n t a m u y p r o n t o d e
las o b j e c i o n e s i n s u p e r a b l e s a q u e d i c h a hipótesis
se e x p o n e . D i c e s q u e n i n g u n a f o r m a p u e d e s u b s i s -
t i r , a m e n o s q u e p o s e a esos p o d e r e s y ó r g a n o s q u e
se r e q u i e r e n p a r a s u s u b s i s t e n c i a ; c o n t i n u a m e n t e ,
y sin interrupción, debe buscarse u n n u e v o orden
o economía hasta dar con i m o que pueda mante-
n e r s e p o r sí m i s m o . P e r o , st á n e s t a h i p ó t e s i s , ¿ d e
d ó n d e p r o v i e n e n las múltiples comodidades y ven-
tajas q u e los h o m b r e s y los a n i m a l e s t i e n e n ? D o s
ojos y dos oídos n o son a b s o l u t a m e n t e necesarios
p a r a l a subsistencia de l a especie. L a r a z a h u m a n a
podría haberse propagado y preservado a u n q u e no
e x i s t i e r a n los caballos, los p e r r o s , las v a c a s , las ove-
j a s y t o d o s esos f r u t o s y p r o d u c t o s i n n u m e r a b l e s
q u e n o s s i r v e n d e s a t i s f a c c i ó n y d i s f r u t e . S i n o se
h u b i e r a n c r e a d o los c a m e l l o s p a r a e l u s o d e l h o m -
b r e q u e h a b i t a e n los arenosos desiertos d e Á f r i c a
y A r a b i a , ¿se h a b r í a d i s u e l t o e l m u n d o p o r eso? S i
n o se h u b i e r a d e s c u b i e r t o e l m e t a l i m a n t a d o p a r a
d a r a l a a g u j a d e l a b r ú j u l a esa ú t i l y m a r a v i l l o s a
d i r e c c i ó n , ¿se h a b r í a n e x t i n g u i d o i n m e d i a t a m e n t e
l a sociedad y l a especie h u m a n a s ? A u n q u e los p r i n -
cipios de l a n a t u r a l e z a son, en general, m u y f r u -
gales, los e j e m p l o s d e esta clase e s t á n l e j o s d e ser
e x c e p c i o n a l e s ; y c a d a u n o d e e l l o s es p r u e b a s u f i -
ciente de u n d e s i g n i o —de u n b e n e v o l e n t e desig-
nio— que dio origen al orden y arreglo del uni-
verso.
Filón
N o tengo escrúpulo^ e n admitir que esa hipótesis
107
 q u e h e e x p u e s t o es m u y i n c o m p l e t a e i m p e r í c i . i a .
E s o es a l g o q u e p u e d e s c o n c l u i r c o n s e g u r i d a d ,
d i j o F I L Ó N . P e r o m i p r e g u n t a es: ¿ p o d e m o s e s p e r a r
r a z o n a b l e m e n t e u n r e s u l t a d o m e j o r h a c i e n d o otros
intentos de n a t u r a l e z a semejante? ¿Podemos confiar
e n e r i g i r u n s i s t e m a d e c o s m o g o n í a q u e n o esté s u -
jeto a excepciones y que n o contenga n i n g u n a cir-
cLmstancia que repugne a nuestra limitada e i m -
perfecta e x p e r i e n c i a o a l a a n a l o g í a de l a n a t u r a l e z a ?
Ciertamente, tampoco tu teoría puede pretender
alcanzar u n a v e n t a j a sobre las otras, a pesar de
q u e h a s c a í d o e n e l antropomorfismo, la mejor
m a n e r a de m a n t e n e r u n a c o n f o r m i d a d con l a ex-
periencia c o m ú n . Juzguémoslo u n a vez más. E n
todos los casos q u e h e m o s t e n i d o o c a s i ó n d e v e r ,
l a s i d e a s s o n c o p i a s d e los o b j e t o s r e a l e s , y s o n
m e r a m e n t e i m i t a t i v a s , n o a i q u e t í p i c a s - l o d i r é así
p a r a e x p r e s a r m e en términos cultos—. T ú inviertes
ese o r c i e n y d a s a l p e n s a m i e n t o l a p r i o r i d a d . E n
todos los casos q u e h e m o s t e n i d o o c a s i ó n d e v e r ,
el pensamiento no tiene i n f l u e n c i a sobre l a materia,
a e x c e p c i ó n d e esas o c a s i o n e s e n q u e l a m a t e r i a e s t á
tan c e r c a n a a él q u e llega a darse u n a i n f l u e n c i a
recíproca. N i n g ú n a n i m a l puede m o v e r nada in-
m e d i a t a m e n t e , a n o ser los m i e m b r o s de s u p r o p i o
cuerpo; y, ciertamente, l a i g u a l d a d de l a acción y
la r e a c c i ó n parece ser u n a ley u n i v e r s a l de l a n a t u -
raleza; p e r o t u teoría i m p l i c a u n a c o n t r a d i c c i ó n de
esta e x p e r i e n c i a . E s t o s e j e m p l o s , j u n t o c o n m u c h o s
más q u e sería fácil r e u n i r ( p a r t i c u l a r m e n t e l a supo-
sición de u n a m e n t e o sistema de p e n s a m i e n t o que
sea e t e r n o , o, e n o t r a s p a l a b r a s , u n a n i m a l i n g e n e -
r a b l e e i n m o r t a l ) , estos e j e m p l o s , d i g o , p u e d e n e n -
señarnos a todos u n a s o b r i e d a d a l a h o r a de con-
denarnos mutuamente, y pueden hacernos ver que,
c o m o j a m á s n i n g ú n s i s t e m a de esta clase d e b e r í a
ser a c e p t a d o p a r t i e n d o d e u n a l i g e r a a n a l o g í a , t a m -
poco n i n g ú n s i s t e m a d e b e r í a ser r e c h a z a d o p o r c u l p a
de a l g u n a p e q u e ñ a i n c o n g r u e n c i a . P u e s éstas son
d i f i c u l t a d e s de las q u e n a d i e p o d r í a p r o c l a m a r jus-
t a m e n t e q u e se h a l l a e x e n t o .
E s u n h e c h o r e c o n o c i d o q u e t o d o s l o s siste'inas r e l i -
giosos e s t á n sujetos a g r a n d e s e i n s u p e r a b l e s d i f i c u l -
tades. C a d a c o n t e n d i e n t e t r i u n f a c u a n d o le ^ toca
su t u r n o , m i e n t r a s l l e v a a d e l a n t e s u a t a q u e y ex-
]x>ne l o s a b s u r d o s , l a s b a r b a r i d a d e s y l a s p e r n i c i o s a s
o p i n i o n e s d e s u a n t a g o n i s t a . P e r o todas estas d i s c u -
siones, c o n s i d e r a d a s e n c o n j u n t o , n o h a c e n o t r a cosa
s i n o p r e p a r a r u n a v i c t o r i a p a r a 1 escéptico, el cual
d i c e q u e n o h a y s i s t e m a a l g i m u , r e f e r e n t e a estos
a s u n t o s , q u e d e b a ser a c e p t a d o . Y d i c e e s o p o r l a
sencilla razón de q u e j a m á s deberíamos asentir a
n i n g ú n a b s m d o , c u a l e s q u i e r a q u e sean los asuntos
que tratemos. U n a total suspensión d e l j u i c i o parece
ser a q u í l a s o l u c i ó n m á s r a z o n a b l e . Y s i , c o m o
puede observarse c o m ú n m e n t e , n o hay ataque n i
defensa q u e p u e d a a l c a n z a r e l é x i t o c u a n d o los
t e ó l o g o s d i s c u t e n e n t r e sí, ¿ n o c a e r á la- v i c t o r i a f i n a l
e n m a n o s d e l escéptico, e l c u a l está s i e m p r e a l a
o f e n s i v a , e n c o n t r a d e t o d a l a h u m a n i d a d ^, y q u e
no tiene n i n g u n a fortificación o c i u d a d de resi-
d e n c i a q u e é l se v i e r a , e n a l g u n a o c a s i ó n , e n l a
necesidad de defender?
' [ E l texto en inglés dice witJi all rnankind. S i n embargo,
,imücndo la sugerencia de N . K. S M I T H (op. cit., p. 187) se
ha susfitiiiciü lüith por against, ya que parece ser éste el sen-
liilo más j n o b a b l e de la fiase, de acuerdo con el contexto].
P A R T E I X ; " * )%
Demea
Pero si son tantas las dificultades que acompañan
a l a r g u m e n t o a posteriori, d i j o D E M E A , ¿no nos iría
m e j o r a d h i r i é n d o n o s a ese s i m p l e y s u b l i m e a r g u -
m e n t o a priori que, a l ofrecernos u n a demostración
i n f a l i b l e , corta de raíz toda d u d a y d i f i c u l t a d ? T a m -
b i é n m e d i a n t e este a r g u m e n t o p o d e m o s p r o b a r l a
infinitud de los a t r i b u t o s d i v i n o s , cosa que, m u c h o
m e temo, n o puede alcanzarse con certeza de n i n -
g u n a o t r a m a n e r a . P o r q u e , ¿ c ó m o p u e d e u n efecto
q u e , o es f i n i t o o, p o r l o q u e n o s o t r o s s a b e m o s , m u y
b i e n p u e d e s e r l o , c ó m o p u e d e u n e f e c t o así —<ligo—
s e r l a p r u e b a d e u n a c a u s a i n f i n i t a ? T a m b i é n es
muy d i f í c i l , s i es q u e n o a b s o l u t a m e n t e i m p o s i b l e ,
deducir l a u n i d a d de l a N a t u r a l e z a D i v i n a partiendo
de l a m e r a c o n t e m p l a c i ó n de las obras de l a n a t u -
raleza; y n i siquiera l a u n i f o r m i d a d del p l a n , si l a
d i é r a m o s p o r s u p u e s t a , nos p r o p o r c i o n a r í a segu-
r i d a d r e s p e c t o a ese a t r i b u t o . S i n e m b a r g o , e l a r g u -
m e n t o a priori. . .
Cleantes ' =
P a r e c e s e s t a r r a z o n a n d o , D e m e a , c o m o s i esas v e n -
tajas y conveniencias d e l a r g u m e n t o abstracto f u e r a n
pruebas completas de s u solidez, i n t e r r u m p i ó O L E A N -
T E S . P e r o l o q u e e n m i o p i n i ó n n e c e s i t a r í a m o s sería,
en p r i m e r l u g a r , d e t e r m i n a r q u é a r g u m e n t o , d e los
q u e p e r t e n e c e n a e s t a n a t u r a l e z a , es e l q u e t ú e l i g e s ;
d e s p u é s , c o n s i d e r á n d o l o p o r sí m i s m o — y n o p o r
sus c o n s e c u e n c i a s útiles— p r o c e d e r e m o s a d e t e r m i n a r
el v a l o r q u e debemos otorgarle.
llü
Demea
E l a r g u m e n t o sobre el c u a l y o insistiría, replicó
D E M E A , es e l m á s c o m ú n . T o d o l o q u e e x i s t e d e b e
t e n e r u n a c a u s a o r a z ó n d e s u e x i s t e n c i a , y a q u e es
a b s o l u t a m e n t e i m p o s i b l e q u e a l g o se p r o d u z c a a
sí m i s m o o s e a l a c a u s a d e " u p r o p i a e x i s t e n c i a . A s í ,
pues, a l r e m o n t a r n o s d e /s e f e c t o s a l a s c a u s a s ,
debemos, o b i e n c o n t i n u a r e n u n a i n f i n i t a sucesión
sin ú l t i m a c a u s a a l g u n a , o b i e n r e c u r r i r a u n a c a u s a
ú l t i m a q u e s e a necesariamente existente. Q u e l a
p r i m e r a s u p o s i c i ó n es a b s u r d a o u e d e p r o b a r s e d e
esta m a n e r a : E n l a i n f i n i t a c a d e n a o s u c e s i ó n d e
c a u s a s y e f e c t o s , c a d a e f e c t o p a r t i c u l a r se v e d e t e r -
minado a existir por el poder y eficacia de la causa
que i n m e d i a t a m e n t e le precedió; p e r o l a t o t a l i d a d
de esa c a d e n a o sucesión e t e r n a , c o n s i d e r a d a e n
c o n j u n t o , n o es d e t e r m i n a d a o c a u s a d a p o r n a d a ,
y, s i n e m b a r g o , es e v i d e n t e q u e r e q u i e r e u n a c a u s a
o r a z ó n , d e l m i s m o m o d o q u e es r e q u e r i d a p o r
cualquier objeto particular que empieza a existir
en e l t i e m p o . E s r a z o n a b l e p r e g u n t a r s e p o r q u é
esta p a r t i c u l a r sucesión d e causas e x i s t i ó desde l a
eternidad, y n o c u a l q u i e r o t r a sucesión, o n i n g u n a
sucesión e n absoluto. S i n o h u b i e r a u n ser necesaria-
mente existente, c u a l q u i e r suposición que formá-
r a m o s s e r í a i g u a l m e n t e p o s i b l e ; p u e s n o es m á s
a b s u r d o s u p o n e r q u e n o e x i s t i e r a nada desde l a
e t e r n i d a d , q u e s u p o n e r l a e x i s t e n c i a de esa sucesión
de causas q u e constituye e l u n i v e r s o . ¿ Q u é fue, pues,
lo q u e d e t e r m i n ó q u e e x i s t i e s e algo e n l u g a r d e
nada y c o n c e d i ó e l s e r a u n a p a r t i c u l a r p o s i b i l i d a d ,
d e j a n d o a l m a r g e n las otras? S i d e c i m o s q u e f u e r o n
u n a s causas externas a esa sucesión, nos d a r e m o s
pronto cuenta de que d i c h a sucesión n o p e r m i t e
n i n g u n a c a u s a así; si d e c i m o s q u e f u e l a casualidad,
nos d a m o s c u e n t a de q u e esa p a l a b r a c a r e c e de sig-
n i f i c a d o . ¿ F u e , e n t o n c e s , l a nada? P e r o l a n a d a n o
p u e d e n u n c a p r o d u c i r .cosa a l g u n a . D e b e m o s , p o r
lo t a n t o , r e c u r r i r a u n Ser n e c e s a r i a m e n t e e x i s t e n t e
q u e l l e v a e n sí m i s m o l a razón d e s u e x i s t e n c i a , y a l
cual no puede suponérsele inexistente sin incurrir
en u n a e x p r e s a contradicción. P o r consiguiente, con-
c l u i m o s q u e d e b e h a b e r u n S e r así, y q u e ese S e r
es u n a D e i d a d . . ^
Cleantes • • '•' ' ^, •. • - - ,
A u n q u e se q u e p o n e r o b j e c i o n e s es e l m a y o r p l a c e r
d e F i l ó n , n o voy a d e j a r l e e s t a v e z q u e s e ñ a l e l o s
p u n t o s d é b i l e s d e este r a z o n a m i e n t o m e t a f í s i c o ,
d i j o C L E A N T E S . P u e s v e o c o n t a n t a e v i d e n c i a los
j j o b r e s f u n d a m e n t o s e n q u e se b a s a , y l o p o c o c j u e
c o n t r i b u y e a l a causa de l a v e r d a d e r a p i e d a d y de
la religión, q u e yo m i s m o voy a a v e n t u r a r m e a
mostrar su falacia. . i ; que, d e ser conocidas, h a r í a n q u e s u no-existencia
E m p e z a r é h a c i e n d o l a o b s e r v a c i ó n d e c]ue h a y u n
absurdo evidente en pretender demostrar u n asunto
de hecho, o e n i n t e n t a r p r o b a r l o m e d i a n t e a r g u m e n -
tos a priori. N a d a puede demostrarse, a menos que
su contrario i m p l i q u e u n a contradicción. N a d a
que pueda concebirse distintamente i m p l i c a u n a
contradicción. T o d o lo q u e podemos concebir como
existerite, podemos t a m b i é n c o n c e b i r l o c o m o n o exis-
tente. P o r lo tanto, n o h a y n i n g ú n Ser c u y a no-
existeiícia i m p l i q u e u n a contradicción. Consecuente-
m e n t e , n o h a y n i n g ú n Ser c u y a e x i s t e n c i a sea demos-
trable. Este r a z o n a m i e n t o lo considero decisivo, y
estoy d i s p u e s t o a a p o y a r e n é l e l resto d e t o d a l a
c o n t r o v e r s i a . ,;:
Se p r e t e n d e q u e l a D e i d a d es u n S e r n e c e s a r i a m e n t e
e x i s t e n t e ; y se i n t e n t a e x p l i c a r l a n e c e s i d a d d e s u
e x i s t e n c i a a s e g u r a n d o q u e , si c o n o c i é r a m o s toda s u
e s e n c i a o n a t u r a l e z a , p e r c i b i r í a m o s q u e a é l l e es
i m p o s i b l e n o e x i s t i r , c o m o es i m p o s i b l e q u e d o s
"Y d o s n o s e a n c n a t r o . P e r o es e v i d e n t e q u e eso n o
T^ivvede. sv\ee.de,T Tcv\e:wxxa?> \\v\e.sx.xa?, iac\\\vad<t-5, ¿v^aw
. cQVívo \ -i>ow -iX Y^e.'^^wvc. '^ive.-mYte. T V O S \ci\{\
\iOS^^iV^, <ív\ c\\'A\v:\\\\e.T vf\.oví\e.Yv\.o, eoxvce\>\ V A
encia de lo que en u n p r i n c i p i o concebimos como
existente; y l a mente no puede jamás verse e n l a
necesidad de suponer que u n objeto permanezca
s i e m p r e e n s u ser, d e l a m i s m a m a n e r a q u e n o s
vemos s i e m p r e e n l a necesidad de concebir q u e dos
y d o s s o n c u a t r o . P o r l o t a n t o , l a s p a l a b r a s exis-
tencia necesaria c a r e c e n d e s i g n i f i c a d o , o, l o q u e es
lo m i s m o , n o t i e n e n u n s i g n i f i c a d o consistente.
P e r o h a y algo m á s : D e acuc l o c o n esta p r e t e n d i d a
explicación de l a necesidad, ¿por qué n o decimos
q u e e l u n i v e r s o m a t e r i a l es e l S e r n e c e s a r i a m e n t e
existente? N o nos atrevemos a a f i r m a r q u e conoce-
mos todas las cualidades de l a m a t e r i a ; y, según
lo que somos capaces de d e t e r m i n a r , q u e d a l a posibi-
lidad de que la materia contenga algunas cualidades
n o s p a r e c i e s e a l g o t a n c o n t r a d i c t o r i o c o m o q u e doí
y dos f u e r a n c i n c o . S ó l o e n c u e n t r o u n a r g u m e n t o
c£ue s e a c a p a z d e p r o b a r q u e e l m u n d o m a t e r i a l n o
es e l S e r n e c e s a r i a m e n t e e x i s t e n t e : y e s t e a r g u m e n t o
se d e r i v a d e l a c o n t i n g e n c i a d e l a m a t e r i a y l a f o r m a
d e l m u n d o . Se h a d i c h o q u e " p u e d e concebirse que
c u a l q u i e r p a r t í c u l a de m a t e r i a sea a n i q u i l a d a , y
p u e d e concebirse q u e c u a l q u i e r f o r m a sea a l t e r a d a .
P o r l o t a n t o , u n a t a l a n i c j u i l a c i ó n o a l t e r a c i ó n es
s i e m p r e p o s i b l e " i . P e r o p a r e c e ser u n a a c t i t u d m u y
parcial no percibir que el mismo argumento puede
aplicarse igualmente a l a D e i d a d , e n l a m e d i d a en
que tenemos u n a concepción de Dios, y considerando
que l a mente puede, por lo menos, i m a g i n a r l o como
no e x i s t e n t e , o i m a g i n a r q u e sus a t r i b u t o s p u e d e n
ser a l t e r a d o s ; y n o h a y r a z ó n p a r a e s t a b l e c e r q u e
esas c u a l i d a d e s n o p u e d a n p e r t e n e c e r a l a m a t e r i a ;
pues, s i e n d o c o m p l e t a m e n t e d e s c o n o c i d a s e i n c o n -
c e b i b l e s , j a m á s i^uede p r o b a r s e q u e s e a n i n c o m p a -
tibles c o n e l l a .
Añadamos a esto que, si trazamos una sucesión
 eterna d e objetos, parece a b s u r d o e l que nos pre-
guntemos por u n a causa general o u n p r i m e r Autor.
¿ C ó m o p u e d e tener u n a causa algo q u e existe desde
toda l a e t e r n i d a d , si esa relación i m p l i c a u n a prio-
r i d a d en el tiempo y u n p r i n c i p i o de existencia?
A s i m i s m o , e n u n a cadena o sucesión de objetos q u e
s e a d e e s t a í n d o l e , c a d a p a r t e es c a u s a d a p o r l a
p a r t e q u e l a p r e c e d e , y es, a s u v e z , c a u s a d e l a p a r t e
q u e l a s i g u e . ¿ D ó n d e e s t á l a d i f i c u l t a d ? E l todo, d i c e s
tú, n e c e s i t a u n a c a u s a . Y y o r e s p o n d o q u e l a u n i ó n
d e esas p a r t e s e n u n t o d o , c o m o l a u n i ó n d e v a r i a s
regiones e n u n país, o l a u n i ó n de v a r i o s m i e m b r o s
distintos e n u n cuerpo, n o tiene i n f l u e n c i a e n l a
n a t u r a l e z a d e l a s c o s a s . S i y o te m o s t r a r a l a s c a u s a s
p a r t i c u l a r e s d e c a d a p a r t e i n d i v i d u a l e n u n a colec-
ción de veinte partículas de materia, m e parecería
muy poco razonable que luego me preguntaras -por
l a c a u s a d e esas v e i n t e p a r t í c u l a s , t o m a d a s e n con-
j u n t o . P u e s eso e s t á y a s u f i c i e n t e m e n t e e x p l i c a d o
al e x p l i c a r l a causa de c a d a u n a de las partes.
Filón
A u n q u e los a r g u m e n t o s q u e tú, C l e a n t e s , has u t i l i -
zado p o d r í a n m u y b i e n e x i m i r m e de a ñ a d i r n u e v a s
dificultades, n o m e resisto a q u í a insistir sobre otro
asunto, d i j o F I L Ó N . H a sido observado p o r los arit-
m é t i c o s q u e , si se s u m a n l o s n ú m e r o s q u e c o m p o n e n
las c i f r a s q u e s o n p r o d u c t o s d e l 9, e l r e s u l t a d o d e
e s a s u m a s i e m p r e es u n 9 o u n o d e i o s p r i m e r o s
p r o d u c t o s d e l 9 . A s í , t o m a n d o l a s c i f r a s 18, 2 7 , 3 6
— q u e s o n p r o d u c t o s d e l 9 — se l l e g a a l n ú m e r o 9
s u m a n d o 1 y 8, 2 y 7, 3 y 6. X a m b i é n l a c i f r a 3 6 9
es u n p r o d u c t o d e l 9 ; y s i s ú m a n o s l o s n ú m e r o s
3, 6 y 9 t e n d r e m o s c o m o r e s u l t a d o 18, q u e es u n o
d e l o s p r i m e r o s p r o d u c t o s d e l 9 2. A o j o s d e u n
o b s e r v a d o r superficial, esta m a r a v i l l o s a r e g u l a r i d a d
p u e d e ser a d m i r a d a c o m o u n a c o n s e c u e n c i a d e l a
" République des Lettres, Aoút, 1685.
\\
c a s u a l i d a d o de u n designio. P e r o u n algebrista
e x p e r t o c o n c l u i r á i n m e d i a t a m e n t e q u e eso es e l
r e s u l t a d o d e u n a n e c e s i d a d , y d e m o s t r a r á q u e se
d e s p r e n d e d e l a m i s m a n a t u r a l e z a d e estos n ú m e r o s .
¿ N o es, a c a s o , p r o b a b l e , p r e g u n t o y o , q u e t o d a l a
e c o n o m í a d e l u n i v e r s o esté c o n d u c i d a p o r u n a nece-
sidad semejante aunque no haya álgebra h u m a n a
capaz de proporcionar u n a clave q u e resuelva l a
d i f i c u l t a d ? Y , e n l u g a r de a d m i r a r e l o r d e n d e los
seres n a t u r a l e s , ¿ n o p o d r í a s u c e d e r q u e , s i f u é r a m o s
capaces d e p e n e t r a r l a t u r a l e z a í n t i m a de los
cuerpos, viésemos claramen,._ por q u é f u e absoluta-
mente imposible que jamás admitieran cualquier
o t r a disposición? ¡Es t a n p e l i g r o s o i n t r o d u c i r esta
idea de l a necesidad e n el presente asunto! ¡Con
q u é n a t u r a l i d a d n o s l l e v a a u n a i n f e r e n c i a q u e es
directamente opuesta a l a hipótesis religiosa!
P e r o , d e j a n d o d e l a d o t o d a s estas a b s t r a c c i o n e s , c o n -
tinuó F I L Ó N , y limitándonos a cuestiones más f a m i -
liares, m e aventuraré a añadir u n a observación: e l
a r g u m e n t o a priori h a s i d o pocas veces c o n s i d e r a d o
como algo m u y convincente. H a tenido é x i t o entre
gentes o r i e n t a d a s a l a metafísica y a c o s t u m b r a d a s
a los r a z o n a m i e n t o s abstractos. E s t a s gentes, h a -
biendo e n c o n t r a d o e n e l estudio de las m a t e m á t i c a s
que el e n t e n d i m i e n t o llega frecuentemente a l a ver-
dad n e g a n d o las a p a r i e n c i a s y t r a n s i t a n d o p o r las
t i n i e b l a s , h a n t r a s p l a n t a d o este m i s m o h á b i t o d e
p e n s a r a cuestiones e n las q u e n o d e b e r í a ejercitarse.
Las d e m á s gentes — i n c l u s o a q u e l l a s personas de
b u e n sentido e i n c l i n a d a s a favor de l a religión—
s i e n t e n s i e m p r e q u e h a y a l g u n a d e f i c i e n c i a e n estos
argumentos, a u n q u e quizá n o son capaces de ex-
p l i c a r d i s t i n t a m e n t e d ó n d e r a d i c a l a f a l t a . Y esto
es u n a p r u e b a c i e r t a d e q u e l o s h o m b r e s s i e m p r e
d e r i v a r o n y s i e m p r e d e r i v a r á n sus s e n t i m i e n t o s r e l i -
g i o s o s d e o t r a s f u e n t e s q u e n o s e a n Jas q u e p r o -
p o r c i o n a esta especie d e r a z o n a m i e n t o .

P A R T E X
Demea
C o n c e d o q u e , s e g ú n m i o p i n i ó n , rcp-í\:ó D K ? .
c a d a h o m b r e siente de a l g u n a m a n e r a l a v e r d a d de
l a r e l i g i ó n e n e l f o n d o d e s u p e c h o , y q u e ese s e n t i -
miento surge de considerar su p r o p i a d e b i l i d a d y
miseria, consideración q u e le lleva a buscar protec-
c i ó n e n ese S e r d e l q u e é l y t o d a l a n a t u r a l e z a
dependen. T a n llenas de ansiedad o de tedio están
hasta las mejores situaciones de l a v i d a , q u e el
f u t u r o es t o d a v í a e l o b j e t o d e t o d a s n u e s t r a s espe-
ranzas y nuestros temores. Incesantemente m i r a m o s
hacia adelante, e intentamos, m e d i a n t e oraciones,
a c t o s d e a d o r a c i ó n y s a c r i f i c i o s , c a l m a r esos p o d e r e s
desconocidos q u e por experiencia sabemos q u e son
capaces d e afligirnos y o p r i m i r n o s . ¡ Q u é miserables
criaturas somos! ¿Qué recurso encontraríamos en
m e d i o d e los i n n u m e r a b l e s m a l e s de l a v i d a si l a
religión n o nos sugiriese algunos métodos de recon-
c i l i a c i ó n c o n D i o s y a p a c i g u a s e esos t e r r o r e s q u e
incesantemente nos agitan y atormentan?
Filón > de cada i n d i v i d u o .
Estoy ciertamente persuadido, dijo F I L Ó N , de que
el m e j o r y ú n i c o m é t o d o de l o g r a r q u e todo e l
m u n d o p o s e a e l d e b i d o s e n t i d o r e l i g i o s o es e l d e
p o n e r de m a n i f i e s t o l a m i s e r i a y e n f e r m e d a d de
los h o m b r e s . Y p a r a este p r o p ó s i t o , l a v i r t u d d e l a
e l o c u e n c i a y u n graia p o d e r i m a g i n a t i v o s o n más
necesarios q u e las v i r t u d e s d e l r a z o n a m i e n t o y l a
d i s c u s i ó n . P u e s , ¿es n e c e s a r i o p r o b a r l o q u e t o d o e l
m u n d o s i e n t e e n s u i n t e r i o r ? S ó l o es n e c e s a r i o h a c e r ,
116
si e l l o f u e r a p o s i b l e , q u e l o s i n t i é r a m o s m á s ínti-
mamente y con más fuerza.
Demea
L a gente, replicó D E M E A , está s u f i c i e n t e m e n t e con-
v e n c i d a de esta g l a n d e y m e l a n c ó l i c a v e r d a d . L a s
miserias de l a v i d a , la i n f e l i c i d a d d e l h o m b r e , las
generales corrupciones de n u c r a n a t u r a l e z a , l a i n -
satisfacción q u e nos produce el disfrute de placeres,
r i q u e z a s , h o n o r e s : estas frases h a n d e v e n i d o c a s i p r o -
v e r b i a l e s e n todos los i d i o m a s . ¿ Y q u i é n p u e d e
d u d a r l o - q u e todos los h o m b r e s d e c l a r a n f u n d á n d o s e
en sus s e n t i m i e n t o s i n m e d i a t o s y e n l a e x p e r i e n c i a ?
Filón
E n este p u n t o , d i j o F I L Ó N , los i n s t r u i d o s e s t á n c o m -
pletamente de acuerdo con l a gente c o m ú n . Y en
t o d a s l a s l i t e r a t u r a s — t a n t o sagradas como profa-
nas— e l t e m a d e l a m i s e r i a h u m a n a es a l g o e n l o
q u e se h a i n s i s t i d o c o n l a i n á s p a t é t i c a e l o c u e n c i a
q u e l a tristeza y l a m e l a n c o l í a son capaces de ins-
p i r a r . L o s poetas, q u e h a b l a n según los dictados de
su s e n t i m i e n t o , s i n sistema, y c u y o t e s t i m o n i o t i e n e ,
por tanto, l a m á x i m a autoridad, a b u n d a n en imá-
genes d e esta n a t u r a l e z a . D e s d e H o m e r o h a s t a e l
D r . Y o u n g , t o d o s l o s í>oetas h a n s e n t i d o q u e n i n g u n a
o t r a r e p r e s e n t a c i ó n d e las cosas p o d r í a h a b e r e s t a d o
más de acuerdo con el sentimiento y l a observación
Demea
Y si queremos apoyarnos e n autoridades, replicó
D E M E A , n o tenemos que buscar m u c h o p a r a encon-
trarlas. E c h a u n a o j e a d a a esta biblioteca de C l e a n -
tes, M e a v e n t u r a r é a a f i r m a r q u e s i se e x c e p t ú a n
aquellos autores que tratan de ciencias particula-
res, t a l e s c o m o l a q u í m i c a o l a b o t á n i c a , e n l a s q u e
no h a y ocasión de tratar con l a v i d a h u m a n a , n i
117
 siquiera liabrá u n escritor a q u i e n el sentimiento
de l a m i s e r i a h u m a n a no le h a y a m o v i d o a l a queja
y a l a c o n f e s i ó n d e ese s e n t i m i e n t o e n a l g ú n p a s a j e
d e s u o b r a . P o r l o m e n o s , es m u y p r o b a b l e q u e a s í
sea. Y según l o q u e y o p u e d o r e c o r d a r , j a m á s n i n g ú n
autor h a sido tan extravagante como p a r a negar
dicho sentimiento.
Filón
A q u í debes e x c u s a r m e , d i j o F I L Ó N . L e i b n i z l o negó,
y es q u i z á e l p r i m e r o ^ q u e se a v e n t u r ó a m a n t e n e r
una opinión t a n audaz y paradójica; p o r lo menos,
fue e l p r i m e r o q u e h i z o de e l l a algo e s e n c i a l a s u
sistema filosófico.
Demea
Y e l h e c h o de q u e f u e r a el p r i m e r o , replicó D E M E A ,
¿ n o f u e capaz d e h a c e r l e c a e r e n l a c u e n t a d e s u
e r r o r ? ¿Es éste u n a s u n t o e n e l c u a l los filósofos
p u e d e n p r e t e n d e r h a c e r d e s c u b r i m i e n t o s , esf>ecial-
m e n t e s i se c o n s i d e r a n t o d o s l o s s i g l o s q u e l l e v a m o s
a l a espalda? ¿Puede h o m b r e a l g u n o , sirviéndose
de u n a s i m p l e negación (pues e l asunto apenas si
admite razonamiento) , echar abajo el testimonio
u n á n i m e de l a h u m a n i d a d , f u n d a d o en el senti-
miento y en l a conciencia?
¿Por q u é debería el h o m b r e , añadió D E M E A , pre-
t e n d e r e x i m i r s e d e algo q u e a f e c t a a todos los otros
animales? C r é e m e , F i l ó n : t o d a l a t i e r r a está ator-
mentada y desorientada. H a y u n a guerra perpetua
entre todas las c r i a t u r a s vivientes. L a necesidad y
el h a m b r e e s t i m u l a n a los fuertes y decididos; el
m i e d o , l a a n s i e d a d y e l t e r r o r s a c u d e n a los débiles
y endebles. L a entrada e n l a v i d a produce angustia
^ E s t a m i s m a actitud h a b í a sido m a n t e n i d a por el D r . K I N G
[De Origine Mali, 1702] y algunos otros, con anterioridad a
L - E i B N i z . Pero n i n g u n o a d q u i r i ó tanta fama como ese filósofo
alemán.
118
en e l n i ñ o r e c i é n n a c i d o y e n sus a t r i b u l a d o s p a d r e s
la d e b i l i d a d , l a i m p o t e n c i a y e l desasosiego estar
presentes e n c a d a etapa d e esa v i d a , l a c u a l c o n
cluye finalmente rodeada de agonía y horror.
Filón
O b s e r v a t a m b i é n , d i j o F I L Ó N , los c u r i o s o s a r t i f i c i o
que la naturaleza emplea con ^ f i n de h a c e r má;
a m a r g a l a e x i s t e n c i a d e c a d a se^ v i v i e n t e . L o s m á ;
fuertes h a c e n presa d e los más débiles y los tiener
en u n p e r p e t u o estado de t e r r o r y a n s i e d a d . X a m
bien los más débiles, a su vez, h a c e n a menud<
presa d e los m á s fuertes, y los i r r i t a n e i n c o m o d a i
sin d e j a r l o s t r a n q u i l o s . C o n s i d e r a esa i n n u m e r a b L
r a z a d e l o s i n s e c t o s , q u e , o b i e n se r e p r o d u c e n e i
el c u e r p o de c a d a a n i m a l , o b i e n , v o l a n d o a l r e d e d o r
c l a v a n e n é l s u a g u i j ó n . E s t o s i n s e c t o s se v e n a s i
vez a t o r m e n t a d o s p o r o t r o s q u e s o n a ú n m e n o r e
q u e e l l o s . Y , así, p o r d e l a n t e y p o r d e t r á s , p o r a r r i b :
y p o r a b a j o , c a d a a n i m a l se v e r o d e a d o d e e n e m i g o
que buscan incesantemente su miseria y destrucción
Demea
S ó l o e l h o m b r e , d i j o D E M E A , p a r e c e ser, e n p a r t e
una e x c e p c i ó n a esta regla. P u e s , u n i é n d o s e ei
sociedad, puede fácilmente d o m i n a r leones, tigre
y osos, c u y a m a y o r f u e r z a y a g i l i d a d n a t u r a l e s l e
c a p a c i t a n p a r a hacer presa en él.
Filón
¡ A l c o n t r a r i o ! , g r i t ó F I L Ó N . E s p r i n c i p a l m e n t e ei
el caso d e l h o m b r e d o n d e las u n i f o r m e s y con;
t a n t e s m á x i m a s d e l a n a t u r a l e z a se p r e s e n t a n c o
m a y o r e v i d e n c i a . E l h o m b r e , b i e n es v e r d a d , p u e d
a g r u p a r s e p a r a s u p e r a r a t o d o s s u s e n e m i g o s reale.
y p u e d e d o m i n a r t o d o e l m u n d o a n i m a l ; p e r o ¿n
se c r e a i n m e d i a t a m e n t e d e n t r o d e sí m i s m o e m
m i g o s imaginarios, los d e m o n i o s d e s u fantasía, q u
119
lo v i s i t a n c o n terrores supersticiosos y d e s t r u y e n
c a d a d i s f r u t e d e l a v i d a ? S u p l a c e r , s e g ú n é l se i m a -
g i n a , es c o n s i d e r a d o p o r e l l o s c o m o u n c r i m e n ; s u
a l i m e n t o y reposo p r o d u c e e n ellos u n resentimiento
y u n a o f e n s a ; h a s t a c u a n d o se h a l l a d o r m i d o , s u s
sueños le p r o p o r c i o n a n n u e v a m a t e r i a p a r a e l m i e d o
y l a ansiedad; y hasta l a muerte, el refugio contra
todos los otros m a l e s , s ó l o l e p r e s e n t a l a a m e n a z a
de interminables e i n n u m e r a b l e s sufrimientos. N o
molesta el lobo al tímido ganado, como molesta la
s u p e r s t i c i ó n a l a l m a a n g u s t i a d a de los m i s e r a b l e s
mortales.
Además, Demea, considera lo siguiente: Esta m i s m a
sociedad c o n l a a y u d a d e l a c u a l d o m i n a m o s a las
bestias salvajes, nuestros enemigos n a t u r a l e s , ; q u é
nuevos enemigos n o l e v a n t a c o n t r a nosotros? E l
h o m b r e es e l p e o r e n e m i g o d e l h o m b r e . L a o p r e -
sión, l a i n j u s t i c i a , el desprecio, el i n s u l t o , l a vio-
lencia, l a sedición, l a guerra, l a c a l u m n i a , l a trai-
c i ó n , e l f r a u d e : m e d i a n t e t o d a s estas c o s a s , l o s h o m -
b r e s se a t o r m e n t a n m u t u a m e n t e . Y m u y p r o n t o
d i s o l v e r í a n esa m i s m a s o c i e d a d q u e h a n f o r m a d o ,
a n o ser p o r e l t e m o r d e q u e les a q u e j a s e n a ú n
mayores males después de su separación.
Demea
P e r o a u n q u e esas a m e n a z a s e x t e r n a s , d i j o D E M E A ,
q u e p r o v i e n e n d e los a n i m a l e s , d e los h o m b r e s y de
todos los e l e m e n t o s , n o s a s a l t a n f o r m a n d o u n a
p a v o r o s a c o l e c c i ó n d e s u f r i m i e n t o s , t o d o e s o es n a d a
e n c o m p a r a c i ó n c o n l o s q u e se o r i g i n a n d e n t r o d e
nosotros mismos y q u e surgen de l a d e s e q u i l i b r a d a
condición de nuestra mente y nuestro cuerpo. ¿Cuán-
tos s o n l o s q u e p a d e c e n e l t o r m e n t o d e l a e n f e r -
medad? E s c u c h a la patética enumeración del poeta:
I n t e s t i n e stone a n d ulcer, colic-pangs,
daemoniac frenzy, m o p i n g melancholy,
and moon-struck madness, p i n i n g atrophy.
120
m a r a s m u s a n d wide-wastíng pestilence.
D i r é was the tossing, deep the groans:
\Despair
t e n d e d t h e sick, busiest f r o m couti to c o u c h .
A n d o v e r t h e m t r i u m p h a n t Death nis dart
shook, b u t d e l a y ' d to s t r i k e , t h o ' oft i n v o k ' d
w i t h VOW3, as t h e i r c h i e f g o o d a n d f i n a l h o p e 2.
Los desórdenes de l a m e n t e , c o n t i n u ó D E M E A , a u n -
q u e m á s secretos, q u i z á n o s o n m e n o s d e p r i m e n t e s
y mortificantes. E l remordimiento, l a vergüenza, l a
angustia, l a r a b i a , l a desilusión, l a ansiedad, e l mie-
do, e l d e s á n i m o , l a d e s e s p e r a c i ó n : ¿ q u i é n h a p a s a d o
por l a v i d a sin padecer alguna cruel invasión de
estos t o r t u r a d o r e s ? ¿ C u á n t o s s o n l o s q u e , s i c j u i e r a
de pasada, h a n e x p e r i m e n t a d o m a y o r e s sensaciones?
E l t r a b a j o y ^a p o b r e z a —-tan a b o r r e c i d o s p o r t o d o
el m u n d o — son l a c a r g a s e g u r a de u n a g r a n m a y o r í a ;
y esas p o c a s p e r s o n a s p r i v i l e g i a d a s q u e d i s f r u t a n e l
ocio y la opulencia n u n c a alcanzan e l pleno con-
tento y l a v e r d a d e r a f e l i c i d a d . T o d o s los bienes de
la v i d a r e u n i d o s n o harían feliz a u n h o m b r e , si
b i e n todos los m a l e s r e u n i d o s l e h a r í a n c i e r t a -
mente desdichado; y basta con que u n m a l tenga
l u g a r ( ¿ q u i é n p u e d e l i b r a r s e d e todos los males?) ,
o c o n q u e esté a u s e n t e u n b i e n ( ¿ q u i é n puede
p o s e e r l o s t o d o s ? ) , p a r a q u e l a v i d a se c o n v i e r t a e n
algo poco deseable.
•'^ [ J O H N M I L T O N , Paradise Lost, L i b r o X I :
Cálculos intestinales y úlceras, cólicos agudos,
frenesí d e m o n í a c o , m e l a n c o l í a pensativa,
demencia l u n á t i c a , atrofia devastadora, .
m a r a s m o y peste destructora.
Crueles eran las sacudidas, profundos los gemidos:
[la Desesperación
i b a de lecho en lecho visitando a los enfermos.
Y sobre ellos la Muerte b l a n d í a su espada,
pero se demoraba en asestarles el golpe, a pesar de que
[ellos l a invocaban
como a su m á x i m o bien y última esperanza].
121

S i u n e x t r a ñ o h i c i e s e d e p r o n t o s u a p a r i c i ó n e n este
m u n d o , y o le m o s t r a r í a , p a r a d a r l e u n e j e m p l o de
los m a l e s q u e a q u í t i e n e n l u g a r , u n h o s p i t a l l l e n o
de enfermedades, u n a prisión poblada de malhe-
chores y d e l i n c u e n t e s , u n c a m p o de b a t a l l a sem-
b r a d o de cadáveres, u n a f l o t a n a u f r a g a n d o e n el
océano, u n a nación consumiéndose bajo l a tiranía,
el h a m b r e o l a peste. P e r o , s i q u i s i e r a m o s t r a r l e e l
aspecto alegre de l a v i d a , a f i n de d a r l e u n a noción
d e sus p l a c e r e s , ¿a d ó n d e p o d r í a l l e v a r l o ? ¿A u n
b a i l e ? ¿A u n a ó p e r a ? ¿A l a c o r t e ? S i a s í l o h i c i e r a ,
esta p e r s o n a e x t r a n j e r a p o d r í a m u y b i e n pensar
q u e le estaba m o s t r a n d o u n a v a r i e d a d más d e l tedio
y l a tristeza.
Filón
N o h a y f o r m a d e e v a d i r s e d e estas r e a l i d a d e s i n s o s -
l a y a b l e s , d i j o F I L Ó N , a m e n o s q u e se s a c a r a n a
r e l u c i r d i s c u l p a s q u e sólo a g r a v a r í a n más los hechos.
¿ P o r q u é — p r e g u n t o y o — todos los h o m b r e s e n todos
l o s t i e m p o s se h a n q u e j a d o i n c e s a n t e m e n t e d e l a s
miserias de la vida? " N o tenían vma razón justa
para hacerlo", podría decirme alguien. "Esas quejas
provenían t a n sólo de su disposición negativa, an-
siosa y p e s i m i s t a " . ¿ Y podría haber u n f u n d a m e n t o
r a á s c i e r t o q u e ese t e m p e r a m e n t o i n f e l i z p a r a j u s t i -
ficar l a m i s e r i a de q u e nos hablan?, respondería yo.
" P e r o , si f u e r a n r e a l m e n t e t a n infelices c o m o asegu-
ran, ¿por q u é p e r m a n e c e n e n l a v i d a ? " , p r e g u n t a m i
antagonista. Y yo respondo:
Not s a t i s f i e d w i t h U f e , a f r a i d o£ d e a t b . » .
í.sta es \ s e c r e t a c a d e n a q u e n o s a m a x x a . e\
'm?,\s.\.\ eV, "e.?> \ x n a e-x.c^\s\X.e7, d e u n o s c w a n t o s espi»
' 3 fjoHN M i L r o N , Paradise Lost. L i b r o X I :
N o están satisfechos de l a v i d a , y tienen rnicdo
t; de l a muerte^.
r i t u s r e f i n a d o s , y é s t o s se h a n e n c a r g a d o d e e x t e n d e :
ese a f á n e n e l r e s t o d e l a h u m a n i d a d " . ¿ Y e n que
c o n s i s t e esa d e l i c a d e z a q u e t ú c e n s u r a s ? , p r e g u n t o y o
¿ N o es, a c a s o , u n a m a y o r s e n s i b i l i d a d p a r a t o d o s l o
p l a c e r e s y d o l o r e s d e l a v i d a ? Y s i e l h o m b r e qu<
p o s e e u n t e m p e r a m e n t o d e l i c a d o y r e f i n a d o es as
por v i v i r m u c h o más a l e r t a q u e e l resto d e l m u n d o
y r e s u l t a q u e s ó l o c o n s i g u e s e r m á s i n f e l i z , ¿qui
j u i c i o deberíamos f o r m a r en general de l a v i d :
h u m a n a ? [ " D e j a a los h o m b r e s e n p a z " , d i c e n u e ;
tro adversario, " y ellos estarán contentos, y a q u
son a r t í f i c e s v o l u n t a r i o s d e s u p r o p i a d e s d i c h a " . .
¡No!, r e p l i c o y o . U n a a n s i o s a l a n g u i d e z se s i g u e d
su r e p o s o . E l d e s e n g a ñ o , l a v e j a c i ó n y l a dificulta»
constituyen su a c t i v i d a d y a m b i c i ó n ]
Cleantes
P u e d o o b s e r v a r a l g o de l o q u e d i c e s e n a l g u n a s pej
sonas, replicó C L E A N T E S . P e r o debo confesar q u e y
n o s i e n t o n a d a , o m u y p o c o d e eso d e n t r o de m
y p i e n s o q u e ese s e n t i m i e n t o n o es t a n c o m ú n c o m
tú dices.
Demea
Si tú n o sientes e n t u i n t e r i o r l a m i s e r i a h u m a n ;
exclamó D E M E A , debo felicitarte por u n a singul;
r i d a d tan a f o r t u n a d a . Otros, q u e d a b a n señales c
v i v i r e n l a p r o s p e r i d a d , n o se a v e r g o n z a r o n d e pr<
c l a m a r sus q u e j a s e n e l t o n o m á s m e l a n c ó l i c o q r
* [Según yo pienso, el pasaje que he puesto entre corchel
resulta algo p a r a d ó j i c o si se tiene en cuenta l o que precec
T a m b i é n es oscuro considerándolo en sí m i s m o . H e preferii
traducir literalmente el texto o r i g i n a l , en lugar de aventur
ima traducción Jihre que sería, m á s que otra cosa, u n a inte
pretación del p á r r a f o . JÉstas son las palabras de M u m e :
Let men remain at rest, says our adversary; and
they will be easy. They are willing artificers of their
own misery . . . No! reply I; an anxious languor fo-
^ llows their reposa: Disappointment, vexation, trou-
ble, their activity and ambition].
puede imagirarse. Detengamos nuestra atención en t r a d i c c i o n e s ) c o n q u e se e s t á n q u e j a n d o , a l a v e z ,
el a f o r t u n a d o y g r a n E m p e r a d o r C a r l o s V cuando, d e l a b r e v e d a d d e l a v i d a y d e sus v a n i d a d e s y
c a n s a d o d e l p o d e r í o h u m a n o , d e j ó todos sus e x t e n - sufrimientos.
sos d o m i n i o s e n m a n o s d e s u h i j o . E n l a d e c l a r a c i ó n
que hizo con motivo de aquella ocasión memorable, Filón í
r e c o n o c i ó p ú b l i c a m e n t e que la gran prosperidad que ¿ Y es p o s i b l e , C l e a n t e s , d i j o F I L Ó N , q u e d e s p u é s d e
siempre había disfrutado se había visto mezclada todas estas r e f l e x i o n e s y d e i n f i n i t a s m á s q u e p o d r í a n
con tantas adversidades, que podía decir sincera- traerse a colación, continúes aferrado a t u antro-
mente que jamás había experimentado un instante p o m o r f i s m o y asegures q u e los a t r i b u t o s m o r a l e s
de satisfacción o contento. P e r o , ¿es q u e a c a s o l a de l a D e i d a d , su j u s t i c i a , benevolencia, generosidad
v i d a r e t i r a d a q u e b u s c ó c o m o r e f u g i o le propor- y r e c t i t u d s o n d e l a m i s m a n a t u r a l e z a q u e estas
cionó u n a m a y o r felicidad? Si damos crédito al m i s m a s v i r t u d e s s e g ú n se d a n e n l a s c r i a t u r a s h u -
i n f o r m e de su hijo, hemos de decir q u e su arre- m a n a s ? R e c o n o c e m o s q u e s u p o d e r es i n f i n i t o ; t o d o
p e n t i m i e n t o t u v o l u g a r desde el m i s m o día de su l o q u e É l q u i e r e se h a c e ; n i e l h o m b r e n i n i n g ú n
abdicación. a n i m a l son felices; p o r l o tanto. É l desea s u infe-
L a b u e n a f o r t u n a d e C i c e r ó n , cuyos p r i m e r o s orí- l i c i d a d . S u s a b i d u r í a es i n f i n i t a ; j a m á s se c o n f u n d e
genes f u e r o n i n s i g n i f i c a n t e s , l l e g ó a a l c a n z a r e l m á - al elegir los m e d i o s q u e le l l e v e n a c u a l q u i e r f i n ;
x i m o b r i l l o y renombre; y, sin embargo, ¡cuántas pero el curso de l a n a t u r a l e z a no tiende a l a feli-
q u e j a s s o b r e l o s m a l e s d e l a v i d a c o n t i e n e n sus cidad del hombre o del a n i m a l ; por lo tanto, no
cartas f a m i l i a r e s y sus discursos filosóficos I Y , en- h a s i d o e s t a b l e c i d a p a r a este p r o p ó s i t o . N o h a y e n
contrándolo de acuerdo con su p r o p i a experiencia, toda la gama del conocimiento h u m a n o u n a s infe-
cita a Catón, al grande y afortunado Catón, el cual r e n c i a s q u e sean t a n ciertas e i n f a l i b l e s c o m o éstas.
a f i r m a b a e n s u v e j e z q u e , s i se l e h u b i e r a o f r e c i d o ¿En qué sentido, por lo tanto, puede decirse que
una nueva vida, habría rechazado la que en realidad s u b e n e v o l e n c i a y g e n e r o s i d a d se a s e m e j a n a l a b e n e -
había vivido. v o l e n c i a y g e n e r o s i d a d de los h o m b r e s ?
P r e g ú n t a t e a t i m i s m o , o a c u a l q u i e r a de tus cono- L a s viejas preguntas de E p i c u r o están todavía sin
cidos, s i les g u s t a r í a v i v i r o t r a vez los ú l t i m o s diez respuesta: .; ; , ,.,„.„,„
o veinte años de su existencia. " ¡ N o ! " dirían. " P e r o ¿ E s q u e q u i e r e e v i t a r e l m a l y es i n c a p a z d e h a c e r l o ?
los p r ó x i m o s v e i n t e a ñ o s s e r á n m e j o r e s " : E n t o n c e s , es q u e es i m p o t e n t e . ¿ E s q u e p u e d e , p e r o
n o q u i e r e ? E n t o n c e s es m a l é v o l o . ¿ E s q u e q u i e r e y
A n d f r o m the dregs of Ufe, h o p e to receive
puede? E n t o n c e s , ¿de d ó n d e p r o v i e n e e l m a l ?
í w h a t the first sprightly r u n n i n g c o u l d not
' [ g i v e T ú , Cleantes, atribuyes a l a n a t u r a l e z a (creo que
justamente) u n propósito y u n a intención. Pero
Y a s í , a l f i n a l , se e n c u e n t r a n ( p u e s t a l es l a e n o r m e te p i d o q u e m e d i g a s : ¿ c u á l es e l o b j e t o d e ese
m i s e r i a V i n m a n a , q u e l i e g a \\asta r e c o n e i V i a t l a s c o n - curioso a r t i f i c i o y m a q u i n a r i a q u e e l l a h a d e p o s i t a d o
en todos los a n i m a l e s ? ¿Es sólo l a p r e s e r v a c i ó n d e
ios i n d i v i d u o s y l a propagación de la especie? Pare-
cería suficiente para su propósito, si el universo se
\ c\ue \os pximexos m a n a n t i a l e s ivo p u d i e r o n darles].
124
l i m i t a r a a eso y n o m o s t r a s e n i n g ú n c n i d a d o n i
p r e o c u p a c i ó n p o r l a f e l i c i d a d d e l o s seres q u e l o
c o m p o n e n . N o h a y r e c u r s o p a r a esta f i n a l i d a d ; n o
hay m a q u i n a r i a a l g u n a q u e nos p r o p o r c i o n e placer
o s o s i e g o ; n o es p o s i b l e h a l l a r l a p u r a a l e g r í a y e l
c o n t e n t o ; n o h a y n i n g u n a cosa g r a t a q u e n o apareje
consigo u n a necesicíad o u n a falta. O , p o r lo q u e l a h u m a n i d a d es i n f e l i z y e s t á c o r r o m p i d a , e n -
m e n o s , l o s p o c o s f e n ó m e n o s d e e s t a n a t u r a l e z a se tonces h a b r e m o s t e r m i n a d o de u n a vez p o r todas
ven a b r u m a d o r a m e n t e s u p e r a d o s e n n ú m e r o p o r los c o n l a r e l i g i ó n . P u e s , ¿ c u á l es e l p r o p ó s i t o d e e s t a -
fenómenos, m u c h o mayores en i m p o r t a n c i a , de na- blecer los a t r i b u t o s n a t u r a l e s d e l a D e i d a d , si los
turaleza opuesta. atributos morales son dudosos e inciertos?
N u e s t r o sentido m u s i c a l , l a a r m o n í a y l a belleza de Demea
c u a l q u i e r clase nos p r o p o r c i o n a n u n a satisfacción
Te apresuras demasiado, replicó D E M E A , a l apro-
q u e n o es a b s o l u t a m e n t e n e c e s a r i a p a r a l a p r e s e r -
v e c h a r t e d e l a s o p i n i o n e s m á s i n o c e n t e s y rnás g e n e -
vación de l a especie. P e r o , p o r o t r a parte, ¿qué
ralmente aceptadas por toda l a h u m a n i d a d , y a que
dolores insoportables n o t i e n e n l u g a r —dolores i n -
son a c e p t a d a s , i n c l u s o , p o r las p e r s o n a s r e l i g i o s a s y
testinales, cálculos renales, jaquecas, dolor de mue-
devotas. N a d a m e sorprende más q u e el q u e juzgues
las, r e u m a t i s m o — h i r i e n d o la maquinaria animal
este a s u n t o d e l a d e b i l i d a d y m i s e r i a h u m a n a s c o m o
en u n a p e q u e ñ a m e d i d a o de u n a m a n e r a i n c u r a b l e ?
u n s í n t o m a de a t e í s m o y p r o f a n a c i ó n . ¿Es q u e los
L a alegría, l a risa, el juego y la j u e r g a parecen
f e r v i e n t e s sacerdotes y los p r e d i c a d o r e s q u e h a n de-
satisfacciones gratuitas q u e n o tienen otra f i n a l i d a d ;
d i c a d o s u f é r t i l r e t ó r i c a a estos a s u n t o s n o h a n d a d o
el tedio, l a m e l a n c o l í a , e l d e s c o n t e n t o y l a supers-
f á c i l m e n t e u n a solución a todas las d i f i c u l t a d e s que
t i c i ó n s o n d o l o r e s d e l a m i s m a n a t u r a l e z a . ¿Cciimo
p o d í a n p r e s e n t a r s e ? E s t e m u n d o es s ó l o u n p u n t o ,
puede desplegarse l a benevolencia D i v i n a en el
si se l e c o m p a r a c o n e l u n i v e r s o ; e s t a v i d a es u n
s e n t i d o q u e le d a i s v o s o t r o s , los a n t r o p o m o r f i s t a s ?
m o m e n t o , s i se l a c o m p a r a c o n l a e t e r n i d a d . L o s
N a d i e , a e x c e p c i ó n de los místicos —como tú gustas
males presentes, por lo tanto, son rectificados en
l l a m a r n o s — , p u e d e e x p l i c a r esta e x t r a ñ a m e z c l a de
otras regiones y e n algún f u t u r o período de exis-
fenómenos, haciéndolos derivar de atributos infini-
tencia. Y los ojos d e l h o m b r e , abiertos a u n a más
tamente perfectos pero incomprensibles.
a m p l i a p e r s p e c t i v a d e las cosas, s o n c a p a c e s d e v e r
Cleantes toda l a c o n e x i ó n de las leyes generales y p u e d e n
descubrir, con espíritu de adoración, l a benevolen-
¿ P o r f i n h a s t r a i c i o n a d o . F i l ó n , tus p r o p i a s i n t e n - cia y r e c t i t u d de l a D e i d a d a través d e todos los
ciones?, d i j o C L E A N T E S s o n r i e n d o . D e b o confesar i n t r i n c a d o s recovecos de su p r o v i d e n c i a .
q u e e l hecho de q u e estuvieses t a n de acuerdo con
D e m e a m e sorprendió u n poco; a h o r a veo q u e lo
Cleantes
q u e estabas h a c i e n d o e r a p r e p a r a r u n secreto a t a q u e
¡No!, exclamó C L E A N T E S . ¡No! Estas suposiciones
contra mí. Y tengo que reconocer que has dado con
un asunto d i g n o de t u espíritu de oposición y con- arbitrarias j a m á s p u e d e n admitirse, pues son con-
t r o v e r s i a . S i p u e d e s d e s c u b r i r este p u n t o y p r o b a r trarias a los patentes e i n c o n t r o v e r s i b l e s asuntos de
h e c h o . ¿ C ó m o p u e d e c o n o c e r s e u n a c a u s a , s i n o es
126 a p a r t i r de sus efectos? ¿ C ó m o p u e d e p r o b a r s e u n a
h i p ó t e s i s s i n o es a p o y á n d o n o s e n l o s f e n ó m e n o s
aparentes? F u n d a m e n t a r u n a hipótesis e n otra hipó-
tesis es e s t a r c o n s t r u y e n d o e n e l v a c í o . Y l o m á x i m o
q u e p o d e m o s a l c a n z a r m e d i a n t e estas c o n j e t u r a s y

f i c c i o n e s es a s e g u r a ) l a m e r a p o s i b i l i d a d d e n u e s t r a
o p i n i ó n , s i n p o d e r j a m á s , a p o y á n d o n o s e n tales
términos, establecer su r e a l i d a d .
E l único método de apoyar l a benevolencia D i v i n a
—y é s t e es e l m é t o d o q u e y o a d o p t a r í a s i n r e s e r v a s -
consiste en negar a b s o l u t a m e n t e l a m i s e r i a y l a i n -
j u s t i c i a h u m a n a s . X u s representaciones son exage-
radas; tus visiones melancólicas son ficticias en
g r a d o s u m o ; t u s i n f e r e n c i a s s o n c o n t r a r i a s a los
h e c h o s y a l a e x p e r i e n c i a . L a s a l u d es m á s c o m ú n
q u e l a e n f e r m e d a d ; e l p l a c e r es m á s c o m t i n q u e e l
d o l o r ; l a f e l i c i d a d es m á s c o m ú n q u e e l s u f r i m i e n t o .
Y p o r c a d a vejación c o n q u e nos e n c o n t r a m o s , con-
s e g u i m o s , si las c o n t a m o s , c i e n satisfacciones.
Filón
A d m i t i e n d o t u p o s i c i ó n , r e p l i c ó F I L Ó N , l a c u a l es
d u d o s a en extremo, debes n o obstante a d m i t i r que
si e l d o l o r es m e n o s f r e c u e n t e q u e e l p l a c e r , es i n f i -
n i t a m e n t e más d u r a d e r o y v i o l e n t o . U n a h o r a de
d o l o r es a m e n u d o c a p a z d e i n f l u i r e n t o d o u n
día, u n a s e m a n a o u n mes de comunes, insípidos
d i s f r u t e s ; ¿y c u á n t o s d í a s , s e m a n a s y m e s e s p a s a n
m u c h a s personas p a d e c i e n d o los tormentos más agu-
d o s ? M u y r a r a s v e c e s e l p l a c e r es c a p a z d e h a c e r n o s
a l c a n z a r e l éxtasis; y n o h a y n i n g ú n caso e n q u e
ese é x t a s i s p u e d a p e r m a n e c e r u n m o m e n t o e n s u
m á s a l t o g r a d o . N u e s t r a d i s p o s i c i ó n d e á n i m o se
e v a p o r a ; l o s n e r v i o s se r e l a j a n , t o d o e l e d i f i c i o se
d e r r u m b a y e l gozo d e g e n e r a r á p i d a m e n t e e n f a t i g a
y m a l e s t a r . P e r o ¡cuántas veces. D i o s m í o , cuántas
veces e l d o l o r a l c a n z a e l g r a d o d e t o r t u r a y a g o n í a I
Y cuanto más dura, más agonía y tortura propor-
c i o n a . L a p a c i e n c i a se agota, e l v a l o r l a n g u i d e c e ,
la m e l a n c o l í a hace presa e n nosotros, y n a d a , a n o
ser l a e x t i r p a c i ó n d e l a c a u s a o e l m o t i v o q u e n o s
p r o d u c e ese d o l o r , es c a p a z d e c u r a r e l m a l . P e r o
n o s o t r o s , g u i á n d o n o s d e n n e s t r a n a t v i r a l Insewsatev.,
Y7A
m i r a m o s esa c u r a c o n h o r r o r y c o n s t e r n a c i ó n aúri
más grandes. ;
P e r o , a f i n d e n o i n s i s t i r m á s e n estos a s u n t o s , a
pesar de q u e son ciertos, evidentes e i m p o r t a n t e s ,
continuó F I L Ó N , d é j a m e t o m a r m e l a l i b e r t a d de
advertirte, Cleantes, que has llevado l a controversia
a u n terreno enormemente peligroso, y que, s i n
d a r t e c u e n t a , estás i n t r o d u c i e n d o u n escepticismo
total e n los elementos m á s esenciales d e l a teología
n a t u r a l y l a revelada. ¡Fíjate en l o q u e dices! ¡ Q u e
no hay método de encontrar u n justo f u n d a m e n t o
para l a religión, a menos que partamos de l a feli-
cidad de l a v i d a h u m a n a , y mantengamos que la
e x i s t e n c i a c o n t i n u a d a e n e s t e m u n d o , c o n t o d o s susj
dolores, enfermedades, vejaciones y locuras presentes,
es a l g o q u e e s t a r í a m o s d i s p u e s t o s a e l e g i r y d e s e a r l
E s t o es c o n t r a r i o a l o s s e n t i m i e n t o s y a l a expe-j
r i e n c i a d e t o d o e l m u n d o ; es c o n t r a r i o a u n a a u t o -
r i d a d t a n establecida, q u e n a d a sería capaz de derro-
c a r l a . N o hiLy p r u e b a s d e c i s i v a s q u e p u e d a n e s g r i -
m i r s e f r e n t e a e s t a a u t o r i d a d ; t a m p o c o es p o s i b l e
q u e t ú lleven l a c u e n t a , estimes y c o m p a r e s todos
los d o l o r e s y todos los p l a c e r e s q u e t i e n e n l u g a r en
las v i d a s d e l o s h o m b r e s y l o s a n i m a l e s . Y , a s í , a]
basar todo t u sistema de religión e n u n p u n t o que,
por s u m i s m a n a t u r a l e z a , debe p o r s i e m p r e ser i n
c i e r t o , c o n f i e s a s t á c i t a m e n t e que_ ese s i s t e m a es
igualmente incierto.
P e r o s i te c o n c e d i é r a m o s l o q u e n u n c a s e r á c r e í d o
o, c u a n d o m e n o s , l o q u e n u n c a s e r á s c a p a z d e p r o
bar, a saber: q u e las felicidades de esta v i d a exceder
sus d e s g r a c i a s , t a m p o c o g a n a r í a s n a d a . P o r q u e este
n o es, d e n i n g u n a m a n e r a , l o q u e e s p e r a m o s d e U E
poder infinito, de u n a i n f i n i t a sabitlurla y de una
infinita bondad. ¿Por qué existe siquiera u n m a l
e n e l m u n d o ? C i e r t a m e n t e q u e n o es d e b i c i o a l a
c a s u a l i d a d . 'Entonces p r o v i e n e d e a l g u n a c a u s a , ¿ P r o -
v i e n e d e l a i n t e n c i ó n d e l a D e i d a d ? P e r o É l es p e r -
\2,9
í e c t a m e n t e b e n e v o l e n t e . ¿Es este m a l c o n t r a r i o a s u lianza. Pero, a menos que violentemos extraordina-
i n t e n c i ó n ? P e r o É l es t o d o p o d e r o s o . N a d a p u e d e riamente nuestro parecer, no hay n i n g u n a conside
c o n m o v e r lá s o l i d e z de este r a z o n a m i e n t o t a n b r e v e , ración sobre la v i d a h u m a n a o sobre l a condición
tan claro y tan decisivo, a menos que afirmemos de l a h u m a n i d a d q u e n o s p e r m i t a i n f e r i r l o s a t r i
q u e estos a s u n t o s e x c e d e n t o d a l a c a p a c i d a d l i u m a n a butos m o r a l e s o saber algo de esa i n f i n i t a b e n e v o
y que nuestros criterios de lo verdadero y lo falso l e n c i a , d e ese i n f i n i t o p o d e r y d e e s a i n f i n i t a s a b i
n o p u e d e n a p l i c a r s e a q u í . Y e s t o es a l g o e n l o q u e d u r í a q u e ú n i c a m e n t e d e b e m o s d e s c u b r i r c o n loí
h e v e n i d o insistiendo todo el tiempo y q u e tú has o j o s d e l a f e . A h o r a , C l e a n t e s , te t o c a a t i e m p u ñ a i
rechazado desde e l p r i n c i p i o , con desdén e indig- los p e s a d o s r e m o s y s o s t e n e r t u s s u t i l i d a d e s f i l o s o
nación. ficas f r e n t e a los d i c t a d o s d e l a c l a r a r a z ó n y d e h
experiencia.
P e r o i n c l u s o estoy dispuesto a a b a n d o n a r esta t r i n -
chera, a f i n de que n o me aprisiones en ella. Voy
más allá, y concedo q u e el dolor o l a m i s e r i a d e l
h o m b r e es compatible con la bondad y poder infi-
nitos de l a D e i d a d , i n c l u s o e n e l sentido q u e tú das
a estos a t r i b u t o s . ¿ Q u é g a n a s c o n t o d a s estas c o n -
c e s i o n e s ? U n a m e r a c o m p a t i b i l i d a d p o s i b l e n o es
s u f i c i e n t e . P o r q u e l o q u e t i e n e s q u e h a c e r es probar
estos p u r o s , a b s o l u t o s e i n i m a g i n a b l e s a t r i b u t o s , p a r -
t i e n d o ú n i c a m e n t e de los i m p u r o s y confusos fenó-
m e n o s q u e t i e n e s a n t e t i . ¡ L a t a r e a es p r o m e t e d o r a l
Y a u n q u e los f e n ó m e n o s f u e s e n p u r o s y s i n m e z c l a ,
e l h e c h o d e ser f i n i t o s los c o n v i e r t e e n algo i n s u f i -
ciente p a r a t u propósito. ¡Con cuánta m a y o r razón
si s o n t a n inconsistentes y discordantes!
A q u í , C l e a n t e s , es d o n d e m e e n c u e n t r o m á s s a t i s -
fecho de m i razonamiento. E s aquí d o n d e t r i u n f o .
A n t e s , c u a n d o discutíamos sobre los a t r i b u t o s n a t u -
rales de l a inteligencia y el designio, necesité u t i l i -
zar toda m i sutilidad escéptica y metafísica para
evitar q u e m e superases. E n m u c h a s consideraciones
s o b r e e l u n i v e r s o y sus p a r t e s , p a r t i c u l a r m e n t e e n
l o q u e se r e f i e r e a e s t a s ú l t i m a s , i a b e l l e z a y e l a j u s t e
de las causas finales nos s o r p r e n d e c o n u n a f u e r z a
t a n i r r e s i s t i b l e , q u e t o d a s l a s o b j e c i o n e s se n o s
muestran como vanas cavilaciones y sofismas (y yo
creo, c i e r t a m e n t e , q u e n o s o n o t r a cosa) ; n o p o d e m o s
i m a g i n a r c ó m o sería posible prestarles l a m e n o r con-

J'ARTE X I
Cleantes
iSío t e n g o e s c r ú p u l o e n c o n f e s a r , d i j o O L E A N T E S ,
q u e s i e m p r e he albergado l a sospecha de q u e l a
f r e c u e n t e r e p e t i c i ó n d e l a p a l a b r a infinito, con la
c u a l n o s e n c o n t r a m o s e n los escritos de todos los
teólogos, suena más a panegírico q u e a filosofía,
y q u e los p r o p ó s i t o s d e l r a z o n a m i e n t o — i n c l u s o re-
f e r i d o s a l t e m a d e l a r e l i g i ó n — se v e r í a n mejor
servidos si nos limitáramos a usar expresiones más
precisas y más moderadas. L o s términos admirable,
excelente, magnífico en grado superlativo, sabio y
santo, son y a suficientes p a r a abastecer l a i m a g i n a -
c i ó n d e los h o m b r e s ; y c u a l q u i e r o t r o a p e l a t i v o q u e
v a y a m á s lejos q u e éstos, a d e m á s d e h a c e r n o s caer
e n el absurdo, n o tiene i n f l u e n c i a a l g u n a e n nues-
tros afectos y s e n t i m i e n t o s . Así, p ue s , si a l t r a t a r
del presente asunto abandonamos toda analogía
h u m a n a —según p a r e c e , D e m e a , ser t u i n t e n c i ó n -
m u c h o m e temo que abandonemos toda religión y
q u e seamos incapaces de retener n i n g ú n concepto
sobre e l g r a n objeto de nuestra adoración. S i con-
servamos nuestra analogía h u m a n a , siempre nos
e n c o n t r a r e m o s c o n q u e es i m p o s i b l e r e c o n c i l i a r e l
m a l q u e está m e z c l a d o c o n e l u n i v e r s o , y los i n f i -
nitos atributos de D i o s ; c o n m u c h o m a y o r razón,
n o s s e r í a i m p o s i b l e p r o b a r esos a t r i b u t o s d i v i n o s
p a r t i e n d o d e l a m e z c l a d e m a l q u e se d a e n e l u n i -
verso. Pero, suponiendo q u e el A u t o r de l a natu-
r a l e z a gozase de u n a p e r f e c c i ó n f i n i t a — a u n q u e m u y
s u p e r i o r d e l a q u e s o n capaces los h o m b r e s — po-
d r í a m o s d a r u n a e x p l i c a c i ó n s a t i s f a c t o r i a d e los
males naturales y morales, y cada f e n ó m e n o espino-
so p o d r í a s e r e x p l i c a d o y a j u s t a d o : P u e d e s e r eso
gido u n m a l menor, a f i n de e v i t a r otro más g r a
de; las i n c o n v e n i e n c i a s p u e d e n estar s o m e t i d a s
alcance de u n a f i n a l i d a d deseable; y, e n u n a pal!
bra, la benevolencia, regulada por l a sabiduría
l i m i t a d a p o r l a necesidad, puede m u y b i e n d a r li
gar a u n m u n d o c o m o el presente. T ú , F i l ó n , sien
p r e estás listo a p r o p o n e r n u e v a s p e r s p e c t i v a s , r
flexiones y analogías. Y m e gustaría oír, con detall
y s i n i n t e r r u p c i ó n , l o q u e te p a r e c e e s t a n u e v a te«
r í a ; s i es q u e m e r e c e t u a t e n c i ó n , p o d e m o s r e d i
cirla luego, con más calma, a u n a formulación.
Filón ' ^ •.
M i s s e n t i m i e n t o s n o m e r e c e n q u e se l e s r o d e e d
misterio, replicó F I L Ó N . Por lo tanto, sin ningún
c e r e m o n i a , te d i r é l o q u e se m e o c u r r e c o n r e s p e c t
a este a s u n t o . O r e o q u e d e b e a d m i t i r s e q u e s i
u n a i n t e l i g e n c i a m u y l i m i t a d a , a l a q u e supondrá
mos completamente desconocedora d e l universo, s
le asegurase q u e e r a el p r o d u c t o d e u n Ser m u
b u e n o , sabio y poderoso, a u n q u e f i n i t o , esta i n t e l
g e n c i a se f o r m a r í a de antemano, b a s á n d o s e e n sv
c o n j e t u r a s , u n a n o c i ó n d e ese S e r , q u e s e r í a m u
d i f e r e n t e d e l a q u e h a l l a m o s q u e s e f o r m a basar
dose e n l a e x p e r i e n c i a ; t a m p o c o i m a g i n a r í a , f u r
d á n d o s e s ó l o e n estos a t r i b u t o s d e l a c a u s a q u e 1
h a n d i c h o , que el efecto p u d i e r a estar t a n l l e n o d
v i c i o , m i s e r i a y d e s o r d e n , t a l y c o m o se l e a p a r e q
e n s u v i d a . S u p o n i e n d o a h o r a q u e e s t a p e r s o n a fud
se t r a í d a a l m u n d o , h a b i é n d o s e l e a s e g u r a d o q u
era e l producto de u n Ser t a n s u b l i m e y benevc
lente, quizá le sorprendería su desilusión, per
n u n c a a b a n d o n a r í a s u p r i m e r a c r e e n c i a , s i ésta estr
viese f u n d a d a e n u n a r g u m e n t o m u y sólido, y a q u
esa i n t e l i g e n c i a l i m i t a d a t e n d r í a q u e d a r s e c u e n t
de su p r o p i a ceguera e ignorancia, y tendría q u
a d m i t i r q u e m u y bien podría h a b e r m u c h a s solu
c í o n e s a estos f e n ó m e n o s , q u e p o r s i e m p r e e s c a p a
133
•i
s e n a s u c o m p r e n s i ó n . P e r o s u p o n i e n d o q u e esta
c r i a t u r a , c o m o es e n r e a l i d a d e l c a s o d e l h o m b r e ,
no h u b i e r a sido convencida con a n t e r i o r i d a d de l a
existencia de u n a suprema inteligencia, benevolen-
te y p o d e r o s a , s i n o q u e se l e h u b i e r a d e j a d o a d q u i -
r i r esta creencia basándose e n las apariencias de las
c o s a s , e n t o n c e s l a s i t u a c i ó n se v e r í a c o m p l e t a m e n t e
a l t e r a d a , y esta p e r s o n a n o e n c o n t r a r í a n u n c a r a -
zones q u e le i n d u j e r a n a d e d u c i r u n a t a l c o n c l u -
sión. P o d r í a estar c o n v e n c i d a de los estrechos lími-
tes d e s u e n t e n d i m i e n t o , p e r o e s t o n o l a a y u d a r í a
a f o r m a r u n a i n f e r e n c i a con respecto a la b o n d a d
de unos poderes superiores, ya que debería f o r m u -
l a r esta i n f e r e n c i a p a r t i e n d o d e l o q u e sabe, y n o
d e l o q u e i g n o r a . C u a n t o m á s se e x a g e r e s u d e b i l i -
d a d e i g n o r a n c i a , t a n t o m á s se h a r á d e é l u n a p e r -
s o n a i n c a p a z ; pues albergará l a g r a n sospecha de
q u e esos a s u n t o s e s t á n m u y l e j o s d e l a l c a n c e d e s u s
facultades. P o r lo tanto, h a b r í a l a obligación de
r a z o n a r c o n él b a s á n d o s e ú n i c a m e n t e e n los fenó-
m e n o s conocidos, d e j a n d o d e l a d o c u a l q u i e r supo-
sición o c o n j e t u r a a r b i t r a r i a .
S i y o , C l e a n t e s , te m o s t r a r a u n a casa o u n p a l a c i o
e n el c u a l n o h u b i e r a u n a sola habitación conve-
n i e n t e o agradable, d o n d e las ventanas, puertas,
c h i m e n e a s , p a s i l l o s , e s c a l e r a s y e l r e s t o d e l a eco-
nomía del edificio fueran origen de ruido, confu-
sión, fatiga, o s c u r i d a d y frío y calor extremados,
ciertamente censurarías l a planificación del edificio,
sin detenerte en consideraciones. E n v a n o el arqui-
tecto utilizaría toda suerte de sutilidades p a r a pro-
b a r t e q u e si esta p u e r t a o a q u e l l a v e n t a n a f u e s e n
modificadas, dicha alteración produciría males ma-
yores. Y l o q u e él d i c e p o d r í a ser r i g u r o s a m e n t e
cierto: l a modificación de u n a parte, dejando i n -
tactas las otras d e l edificio, podría crear a ú n m a -
yores i n c o n v e n i e n c i a s . P e r o tú seguirías a f i r m a n d o
que, e n .general, si el arquitecto h u b i e r a tenido
preparación b u e n a s i n t e n c i o n e s , p o d r í a Vvaber
p i a n i t i c a d o todo el c o n j u n t o e n s a m b l a n d o las pai
tes d e t a l m a n e r a q u e t o d o s o c a s i t o d o s l o s i n c o r
venientes h u b i e s e n e n c o n t r a d o remedio. S u ignc
r a n c i a p a r a c o n f e c c i o n a r u n p l a n o así, y t a m b i é i
su i g n o r a n c i a p a r a l l e v a r l o a c a b o n o p o d r á n cor
vencerte de q u e la realización de d i c h o p l a n o e
imposible. Siempre que encuentres inconveniencia
y deformidades en el edificio, condenarás al arqui |
tecto, s i n e n t r a r e n m a y o r e s detalles.
Para abreviar, me limitaré a repetir m i pregunta
¿ E s e l m u n d o , c o n s i d e r a d o e n g e n e r a l , y t a l y com<
se n o s m u e s t r a e n e s t a v i d a , d i f e r e n t e d e l q u e u i ¡
h o m b r e u o t r o ser i g u a l m e n t e l i m i t a d o e s p e r a r í :
de antemano de u n a D e i d a d m u y poderosa, sabi;
y b e n e v o l e n t e ? A s e g u r a r q u e n o es d i f e r e n t e s e r í ;
u n e x t r a ñ o prejuicio. Y de aquí concluyo que, aur
s i e n d o e l m u n d o t o d o l o c o n s i s t e n t e q u e se q u i e r í
—permitiéndonos ciertas suposiciones y c o n j e t u r a s -
c o n l a i d e a d e esa D e i d a d , n o p u e d e j a m á s d a r n o ;
p i e p a r a i n f e r i r l a e x i s t e n c i a d e e s a D e i d a d . N o s«
n i e g a l a c o n s i s t e n c i a d e u n m o d o a b s o l u t o ; s ó l o s<
niega l a i n f e r e n c i a . L a s conjeturas, especialmentí
c u a n d o l a i n f i n i t u d es e x c l u i d a d e i o s a t r i b u t o s
D i v i n o s , p u e d e n ser q u i z á s u f i c i e n t e s p a r a p r o b a i
u n a consistencia, pero n u n c a pueden proporcional
fundamento adecuado para u n a inferencia.
P a r e c e n s e r cuatro las c i r c u n s t a n c i a s de las cuales
p r o v i e n e n todos o l a m a y o r p a r t e d e los m a l e s que
m o l e s t a n a l a s s e n s i b l e s c r i a t u r a s ; y n o es i m p o s i
b l e q u e t o d a s estas c i r c u n s t a n c i a s n o s e a n n e c e s a r i a s
e i n e v i t a b l e s . Sabernos tan poco d e lo q u e sobrepasa
la v i d a c o m ú n , e i n c l u s o de la v i d a c o m ú n m i s m a ,
q u e e n l o q u e se r e f i e r e a l a e c o n o m í a , d e l u n i v e r s o
n o h a y c o n j e t u r a , p o r d i s p a r a t a d a q u e sea, q u e n o
p u e d a ser j u s t a , n i t a m p o c o h a y c o n j e t u r a , p o r
p l a u s i b l e q u e parezca, q u e n o p u e d a ser e r r ó n e a .
L o q u e es p r o p i o d e l e n t e n d i m i e n t o h u m a n o , e n
su profunda ignorancia y oscuridad, es ser escépti-
co o, p o r l o m e n o s , c a u t e l o s o ; y s i n o d e b e a d m i t i r
n i n g u n a hipótesis, m u c h o menos debe a d m i t i r las
hipótesis q u e no están apoyadas en l a a p a r i e n c i a o
e n l a p r o b a b i l i d a d . Y a f i r m o q u e é s t e es e l c a s o
c u a n d o h a b l a m o s de todas las causas d e l m a l y de
las c i r c u n s t a n c i a s d e las q u e d e p e n d e . N i n g u n a
d e e l l a s se m u e s t r a a l a r a z ó n h u m a n a c o n e l m e -
n o r g r a d o de necesidad; por lo tanto, n o podemos
suponerlas necesarias, a menos q u e desatemos irres-
ponsablemente nuestra imaginación.
L a primera c i r c u n s t a n c i a q u e i n t r o d u c e e l m a l es
esa p l a n i f i c a c i ó n o e c o n o m í a d e l a c r e a c i ó n a n i -
m a l , según l a c u a l los dolores, l o m i s m o q u e los
placeres, son empleados p a r a i n c i t a r a l a acción a
todas las c r i a t u r a s , y p a r a h a c e r l a s estar a l e r t a e n
la gran tarea de la autoconservación. A h o r a bien,
según le parece a l e n t e n d i m i e n t o h u m a n o , sólo el
p l a c e r , e n sus v a r i o s g r a d o s , b a s t a r í a p a r a este p r o -
pósito. X o d o s los a n i m a l e s p o d r í a n encontrarse en
u n e s t a d o d e c o n s t a n t e s a t i s f a c c i ó n ; y c u a n d o les
surgieran algunas necesidades naturales, como l a
sed, el h a m b r e o e l c a n s a n c i o , e n l u g a r d e sentir
dolor, podrían sentir u n a disminución de s u pla-
c e r q u e l e s h a r í a b u s c a r p r o n t a m e n t e ese o b j e t o
q u e l e s es n e c e s a r i o p a r a s u s u b s i s t e n c i a . L o s h o m -
bres p o n e n tanto e m p e ñ o e n perseguir e l placer
c o m o e n e v i t a r e l d o l o r ; o, p o r l o m e n o s , m u y b i e n
p o d r í a n h a b e r sido constituidos de esa m a n e r a . P a -
rece, pues, e v i d e n t e , q u e sería p o s i b l e l l e v a r ade-
l a n t e los m e n e s t e r e s v i t a l e s s i n n e c e s i d a d d e d o l o r
a l g u n o . ¿ P o r q u é , e n t o n c e s , e l a n i m a l es u n s e r s u s -
c e p t i b l e d e e x p e r i m e n t a r esa s e n s a c i ó n ? S i los a n i -
m a l e s p u e d e n estar l i b r e s de d o l o r d u r a n t e u n a
h o r a , p o d r í a n estar p e r p e t u a m e n t e e x i m i d o s de él.
F u e p r e c i s o q u e sus ó r g a n o s e s t u v i e s e n p l a n i f i c a d o s
de u n a determinada manera, a f i n de que produ-
j e s e n esa sensación dolorosa, de i g u a l m o d o q u e
fueron dotados con l a capacidad de ver, de oír y
de e x p e r i m e n t a r otras sensaciones. ¿Aventuraremos
q u e u n a p l a n i f i c a c i ó n así f u e n e c e s a r i a — s i n v e r
136
l a s r a z o n e s a p a r e n t e s d e este h e c h o — y nos a t r e v e
m o s a b a s a m o s e n esa c o n j e t u r a , c o m o s i e l l a fue
la verdad más evidente?
Pero l a capacidad de sentir dolor no bastaría pa
p r o d u c i r l o , s i n o se d i e r a u n a segunda circunstanc
a s a b e r : e l h e c h o d e q u e e l m u n d o se g u í e p o r r e g í
generales. T a m p o c o esto parece necesario p a r a i
S e r m u y p e r f e c t o . E s v e r d a d q u e s i t o d o se c o n d
jera según voliciones particulares, el curso de
n a t u r a l e z a se v e r í a c o n s t a n t e m e n t e i n t e r r u m p i c
y ningún h o m b r e podría emplear su razón en
c o n d u c t a de l a v i d a . P e r o , ¿no p o d r í a n otras ve
clones r e m e d i a r este i n c o n v e n i e n t e ? E n s u m a : ¿
podría la D e i d a d exterminar todo m a l , dondequ
r a q u e é s t e se e n c o n t r a s e , y p r o d u c i r t o d o b i e n , s
n i n g u n a p r e p a r a c i ó n y s i n l a r g o s p r o c e s o s d e cí
sas y e f e c t o s ?
Además, debemos considerar aue, de acuerdo c
la presente economía del m u n d o , el curso de l a i
t u r a l e z a , a u n q u e se s u p o n e e x a c t a m e n t e r e g u l
a n o s o t r o s n o n o s n a r e c e así, y h a y m u c h o s a c ó n
cimientos q u e son inciertos y q u e n o coinciden c
lo que esperábamos. L a salud y l a enfermedad,
calma y la tempestad, j u n t o con u n i n f i n i t o r
m e r o d e otros accidentes cuyas causas s o n descoi
cidas y variables, tienen gran i n f l u e n c i a en l a su
te d e l o s i n d i v i d u o s p a r t i c u l a r e s y e n l a p r o s p e r i d
de las sociedades públicas. Y , c i e r t a m e n t e , t o d a
v i d a h u m a n a , de a l g u n a m a n e r a , d e p e n d e de ta
accidentes. P o r l o t a n t o , u n ser q u e c o n o c i e r a
p r i n c i p i o s secretos d e l u n i v e r s o , p o d r í a f á c i l m e n
m e d i a n t e v o l i c i o n e s p a r t i c u l a r e s , c a m b i a r esos ac
dentes p a r a el b i e n de l a h u m a n i d a d , y h a c e r <
m u n d o entero u n m u n d o feliz, s i n l a necesidad
q u e ese s e r se m a n i f e s t a r a e n n i n g u n a o p e r a c i c
U n a f l o t a c u y o p r o p ó s i t o f u e s e b e n e f i c i o s o pí
la sociedad, podría navegar siempre c o n v i e n t o
vorable. L o s príncipes prudentes podrían disfru
137
de b u e n a s a l u d y larga v i d a . L a s personas que h u -
biesen n a c i d o para el poder y la a u t o r i d a d , podrían
estar dotadas de b u e n t e m p e r a m e n t o y disposicio-
nes v i r t u o s a s . U n o s pocos sucesos c o m o éstos, r e g u -
l a r y s a b i a m e n t e d i r i g i d o s , c a m b i a r í a n l a faz d e l
m u n d o ; y s i n e m b a r g o , n o p o r eso se p e r t u r b a r í a
e l c u r s o d e l a n a t u r a l e z a , n i se c o n f u n d i r í a l a c o n -
ducta h u m a n a más que con l a presente economía
d e l a s cosas, u n a e c o n o m í a e n l a q u e l a s c a u s a s s o n
secretas, v a r i a b l e s y c o m p l e j a s . A l g u n a s p e q u e ñ a s
modificaciones en el cerebro de Calígula c u a n d o
éste e r a a ú n n i ñ o p o d r í a n h a b e r h e c h o de él u n
T r a j a n o . U n a ola u n poco más alta que las demás,
capaz de enterrar a César y a su destino e n e l f o n d o
del océano, podría haber restaurado la libertad a
u n a p a r t e c o n s i d e r a b l e d e l g é n e r o h u m a n o . E s po-
s i b l e q u e h u b i e r a r a z o n e s pod-^rosas, p o r l a s c u a l e s
l a p r o v i d e n c i a n o i n t e r v i n o d e esta m a n e r a ; p e r o
esas r a z o n e s s o n d e s c o n o c i d a s p a r a n o s o t r o s . Y a u n -
que l a m e r a suposición de q u e dichas razones exis-
t i e s e n p o d r í a salvar u n a c o n c l u s i ó n r e f e r e n t e a l o s
a t r i b u t o s d i v i n o s , es s e g u r o q u e n u n c a s e r í a s u f i -
c i e n t e p a r a establecer u n a c o n c l u s i ó n de esta í n d o l e .
S i t o d o e n e l u n i v e r s o se c o n d u c e s e g ú n l e y e s ge-
nerales y si los a n i m a l e s p u e d e n padecer e l dolor,
casi parece i m p o s i b l e q u e n o tenga l u g a r algún m a l
en las fricciones de l a m a t e r i a y en l a v a r i a d a con-
c u r r e n c i a y oposición d e las leyes generales. S i n
e m b a r g o , esos m a l e s s e r í a n m u y escasos, s i n o f u e r a
p o r l a tercera circunstancia que yo me proponía
m e n c i o n a r , a saber: l a g r a n f r u g a l i d a d c o n q u e los po-
deres y las f a c u l t a d e s s o n d i s t r i b u i d o s e n c a d a ser
p a r t i c u l a r . T a n b i e n ajustados están los órganos y
c a p a c i d a d e s de todos los a n i m a l e s , y t a n b i e n cola-
b o r a n p a r a su preservación, que, en lo q u e alcanza
l a h i s t o r i a o l a t r a d i c i ó n , p a r e c e q u e n o se h a d a d o
e n e l u n i v e r s o l a e x t i n c i ó n de u n a sola especie.
C a d a a n i m a l e s t á s u f i c i e n t e m e n t e d o t a d o ; p e r o es-
ta d o t a c i ó n le h a sido c o n c e d i d a con u n a e c o n o m í a
138
tan escrupulosa, q u e c u a l q u i e r d i s m i n u c i ó n consi-
derable destruiría necesariamente a la c r i a t u r a . T o -
d a v e z q u e u n p o d e r se i n c r e m e n t a , t i e n e l u g a r u n
a b a t i m i e n t o p r o p o r c i o n a l e n los otros poderes. L o s
animales q u e destacan p o r s u v e l o c i d a d s u e l e n ca-
r e c e r d e f u e r z a . L o s q u e p o s e e n estas d o s c u a l i d a -
des, s o n i m p e r f e c t o s e n a l g u n o s o t r o s s e n t i d o s , o
se v e n o p r i m i d o s p o r l a s m á s e x i g e n t e s n e c e s i d a d e s .
L a e s p e c i e h u m a n a , c u y a m a y o r v i r t u d es s u r a -
z ó n ' y s a g a c i d a d , es, e n t r e t o d a s l a s d e m á s e s p e c i e s ,
l a q u e t i e n e m á s n e c e s i d a d e s y l a qtre m u e s t r a m á s
d e f i c i e n c i a s e n l o q u e se r e f i e r e a l a s v e n t a j a s d e l
cuerpo. N o tiene más vestidos, armas, alimentos,
refugios o c u a l q u i e r o t r a c o m o d i d a d v i t a l , q u e los
que le p r o p o r c i o n a s u p r o p i a i n v e n c i ó n o i n d u s -
tria. E n breve, la naturaleza parece haberse hecho
i m cálculo e x a c t o de las necesidades de sus c r i a t u -
r a s ; y c o m p o r t á n d o s e c o m o u n amo exigente, sólo
h a c o n c e d i d o los dones y poderes q u e son estricta-
n i e n t e p r e c i s o s p a r a a t e n d e r l a s n e c e s i d a d e s q u e se
p r e s e n t e n . U n padre generoso h a b r í a c o n c e d i d o es-
tos p o d e r e s c o n m a y o r p r o d i g a l i d a d , a f i n d e p r o t e -
ger a s u s c r i a t u r a s d e p o s i b l e s a c c i d e n t e s y a f i n d e
asegurar su f e l i c i d a d y bienestar, i n c l u s o e n l a más
desafortunada concurrencia de circunstancias ad-
v e r s a s . S i así f u e r a , e l c u r s o d e l a v i d a n o h a b r í a
estado t a n r o d e a d o de precipicios, los cuales, a
poco q u e nos a p a r t e m o s d e l v e r d a d e r o c a m i n o — y a
sea p o r e r r o r o n e c e s i d a d — , n o s h a c e n c a e r e n l a
m i s e r i a y e n l a r u i n a . Se nos d e b e r í a h a b e r p r o
visto de a l g u n a reserva, de algunos fondos q u e nos
asegurasen l a f e l i c i d a d ; y los podeies y necesidades
n o d e b e r í a n h a b e r s i d o a j u s t a d o s s e g ú n u n a eco-
n o m í a t a n r í g i d a . E l A u t o r d e l a n a t u r a l e z a es i n -
c o n c e b i b l e m e n t e p o d e r o s o ; s u f u e r z a se s u p o n e e n o r -
me, por n o decir absolutamente inagotable. N o hay,
pues, n i n g u n a razón —según lo q u e nosotros pode-
m o s j u z g a r — q u e l e o b l i g u e a o b s e r v a r esa estricta
f r u g a l i d a d e n e l t r a t o c o n sus c r i a t u r a s . H u b i e r a
139
sido m e j o r , caso de q u e sus poderes f u e s e n e x t r e -
madamente limitados, que hubiese creado menc«
a n i m a l e s y q u e los hubiese dotado c o n m á s facul-
t a d e s p a r a l a f e l i c i d a d y l a c o n s e r v a c i ó n . N o se c o n -
sidera p r u d e n t e a u n constructor q u e pone por obra
u n p l a n q u e rebasa las reservas con las q u e cuenta
para terminarlo.
C o n e l f i n de r e m e d i a r l a m a y o r í a d e los males de
la v i d a h u m a n a , yo n o p i d o q u e el h o m b r e tenga
las alas d e l á g u i l a , l a r a p i d e z d e l c i e r v o , l a f u e r z a
d e l b u e y , los c o l m i l l o s d e l león, o l a a r m a d u r a pro-
tectora del cocodrilo o el rinoceronte; n i m u c h o
menos p i d o q u e posea l a sagacidad de u n ángel o
q u e r u b í n . M e c o n t e n t a r í a c o n q u e se i n c r e m e n t a s e
u n s o l o p o d e r o f a c u l t a d d e s u a l m a ; q u e se l e
dotase con u n a m a y o r propensión a l a i n d u s t r i a y
al trabajo, con u n a actividad m e n t a l más vigorosa,
con u n a tendencia más constante a l negocio y a la
aplicación; q u e toda l a especie poseyera, de u n mo-
do natural, u n a diligencia igual a la que llegan a
alcanzar muchos individuos mediante el hábito y
la reflexión. L a s más beneficiosas consecuencias,
libres de todo m a l , serían el resultado necesario e
i n m e d i a t o a e estas c o n c e s i o n e s . C a s i todos los m a -
les m o r a l e s y n a t u r a l e s d e l a v i d a h u m a n a se o r i g i -
n a n e n l a i n a c t i v i d a d ; y si n u e s t r a especie, por l a
constitución o r i g i n a l de su estructura, estuviese
e x e n t a d e este v i c i o o e n f e r m e d a d , se s e g u i r í a i n -
m e d i a t a m e n t e el perfecto cultivo de l a tierra, l a
m e j o r a d e las artes y m a n u f a c t u r a s y l a e x a c t a eje-
c u c i ó n d e todos los e m p l e o s y deberes; y los h o m -
b r e s a l c a n z a r í a n d e u n a v e z p o r t o d a s ese e s t a d o
de l a s o c i e d a d a l q u e l l e g a n t a n i m p e r f e c t a m e n t e
los g o b i e r n o s m e j o r a d m i n i s t r a d o s . P e r o c o m o l a
c a p a c i d a d d e t r a b a j o es u n p o d e r — e l m á s v a l i o s o
de todos—, l a n a t u r a l e z a parece estar d e t e r m i n a d a ,
según sus p r i n c i p i o s h a b i t u a l e s , a conceder a l h o m -
b r e ese p o d e r e n u n a m e d i d a m u y e s c a s a y a c a s t i -
g a r l o s e v e r a m e n t e p o r svis d e f i c i e n c i a s , e n l u g a r d e
\4Q
r e c o i n p e n s a r l o p o r sus logros. D e t a l m a n e r a h a
p l a n i f i c a d o l a n a t u r a l e z a e l m o d o de ser d e l h o m -
b r e , q u e s ó l o l a n e c e s i d a d m á s v i o l e n t a es c a p a z
de o b l i g a r l o a t r a b a j a r ; y esta m i s m a n a t u r a l e z a se
sirve de las necesidades d e l h o m b r e p a r a superar,
al m e n o s en p a r t e , esa f a l t a de d i l i g e n c i a , y p a r a
concederle a l f i n u n a p e q u e ñ a p a r t e de esa f a c u l -
tad de l a q u e j u z g ó o p o r t u n o p r i v a r l e n a t u r a l m e n t e .
Se v e a q u í q u e n u e s t r a s d e m a n d a s s o n m u y h u m i l -
des, y , p o r l o t a n t o , q u e s o n e x t r a o r d i n a r i a m e n t e
razonables. S i estuviésemos p i d i e n d o los dones de
u n a m a y o r sagacidad o de u n a m a y o r c a p a c i d a d
de j u i c i o ; si d e m a n d á s e m o s u n g u s t o m á s d e l i c a d o
para apreciar l a belleza o u n a m a y o r sensibilidad
dirigida a expresar mejor nuestra actitud benevo-
lente o amistosa, entonces podría echársenos e n
cara que estábamos intentando romper el orden
de l a n a t u r a l e z a , y q u e q u e r í a m o s e n s a l z a r n o s a
u n grado de existencia más alto; podría echársenos
en c a r a q u e los dones r e q u e r i d o s p o r nosotros, a l
no ajustarse a nuestra categoría y condición, nos
s e r í a n p e r n i c i o s o s . P e r o es d u r o , y m e a t r e v o a r e -
p e t i r l o , es d u r o q u e , h a b i e n d o s i d o d e p o s i t a d o s e n
u n m u n d o t a n lleno de servidumbres y necesidades,
d o n d e p r á c t i c a m e n t e c a d a s e r y c a d a e l e m e n t o es
n u e s t r o e n e m i g o o r e h u s a o t o r g a r n o s a s i s t e n c i a . . .,
tengamos también que l u c h a r contra nuestro pro-
pio t e m p e r a m e n t o y nos veamos desprovistos de
esa f a c u l t a d q u e ú n i c a m e n t e p o d r í a protegernos
c o n t r a estos m ú l t i p l e s m a l e s .
L a cuarta c i r c u n s t a n c i a d e l a q u e p r o v i e n e n l a m i -
s e r i a y l a e n f e r m e d a d d e l u n i v e r s o es e l m o d o d e -
f i c i e n t e c o n q u e se h a n e s t a b l e c i d o l o s p r i n c i p i o s
de l a g r a n m á q u i n a de l a n a t u r a l e z a . D e b e reco-
nocerse q u e pocas s o n las partes d e l u n i v e r s o q u e
parecen n o servir para ningún propósito, y cuya
desaparición n o p r o d u c i r í a n i n g ú n desorden o de-
fecto e n e l todo. L a s partes están acopladas entre
sí, y n o p u e d e m o d i f i c a r s e u n a d e e l l a s , s i n q u e
141 ^
esa m o d i f i c a c i ó n afecte a l resto, e n m a y o r o m e n o r
medida. Pero, a l m i s m o tiempo, debe observarse
q u e n i n g u n a d e esas p a r t e s o p r i n c i p i o s , a p e s a r
de s u u t i l i d a d , está a j u s t a d a c o n l a p r e c i s i ó n sufi-
ciente q u e le p e r m i t a l i m i t a r s e a l á m b i t o e x i g i d o
p o r s u u t i l i d a d . T o d a s y c a d a u n a de las partes
pueden, e n cualquier momento, desplazarse hacia
u n e x t r e m o u o t r o . U n o se v e t e n t a d o a i m a g i n a r
q u e a esta g r a n o b r a d e l u n i v e r s o le f a l t ó e l últi-
m o toque del constructor, a juzgar por lo poco
t e r m i n a d a s q u e están las p a r t e s , y p o r l a t o s q u e d a d
de los golpes de c i n c e l c o n q u e e l t r a b a j o h a sido
e j e c u t a d o . Así, los v i e n t o s s o n necesarios p a r a tras-
l a d a r e l v a p o r a lo a n c h o de l a superficie terrestre,
y p a r a a y u d a r a los h o m b r e s e n l a n a v e g a c i ó n ; pero,
¿no o r i g i n a n a m e n u d o tempestades y huracanes
q u e son completamente perniciosos? L a s lluvias son
necesarias p a r a a l i m e n t a r a todos los a n i m a l e s y
p l a n t a s de l a t i e r r a ; p e r o , ¿cuántas veces r e s u l t a n
i n s u f i c i e n t e s ? ; ¿ c u á n t a s veces s o n excesivas? E l ca-
l o r es u n r e q u i s i t o d e t o d a v i d a y v e g e t a c i ó n , p e r o
n o s i e m p r e se e n c u e n t r a e n l a p r o p o r c i ó n d e b i d a .
L a s a l u d y prosperidad d e l a n i m a l dependen de l a
m e z c l a y s e c r e c i ó n d e los h u m o r e s y j u g o s d e l cuer-
p o ; p e r o las partes n o d e s a r r o l l a n r e g u l a r m e n t e l a
f u n c i ó n q u e l e s es p r o p i a . ¿ Q u é c o s a h a y m á s ú t i l
q u e todas las pasiones d e l a l m a , l a a m b i c i ó n , l a
vanidad, el amor, l a ira? Y s i n embargo, ¿cuántas
veces n o r e b a s a n sus l í m i t e s y c a u s a n las m a y o r e s
convulsiones e n l a sociedad? N o h a y n a d a ventajoso
en el u n i v e r s o que, o b i e n p o r exceso, o b i e n por
d e f e c t o , n o se c o n v i e r t a c o n f r e c u e n c i a e n a l g o p e r -
n i c i o s o ; t a m p o c o se h a p r o t e g i d o l a n a t u r a l e z a ,
mediante e l requisito de l a precisión, c o n t r a todo
d e s o r d e n o c o n f u s i ó n . Q u i z á l a i r r e g u l a r i d a d n o es
n u n c a t a n g r a n d e c o m o p a r a d e s t r u i r especie algu-
n a , p e r o a m e n u d o es s u f i c i e n t e p a r a s u m e r g i r a l o s
individuos en la miseria y en la ruina.
A s í . p u e s , d e l a c o n c u r r e n c i a d e estas cuatro c i r c u n s -
142
tancias proviene la totalidad o la m a y o r parte del
m a l n a t u r a l . S i todas las c r i a t u r a s v i v i e n t e s f u e s e n
incapaces de sentir el dolor, o si el m u n d o fuese ad-
m i n i s t r a d o según voliciones particulares, el m a l n u n -
ca h a b r í a h e c h o s u e n t r a d a e n e l u n i v e r s o ; y si los
a n i m a l e s h u b i e r a n s i d o dotados c o n u n a m a y o r re-
serva de poderes y f a c u l t a d e s , s o b r e p a s a n d o las de-
m a n d a s d e l a n e c e s i d a d e s t r i c t a , o si l o s v a r i o s
principios del universo hubiesen sido estructurados !
con e x a c t i t u d y conservaran siempre el justo medio
y temperamento, hubiera tenido lugar u n m a l m u y
pequeño, en comparación con el que sentimos al I
p r e s e n í •. ¿ Q u é d i r e m o s , p u e s , c o n o c a s i ó n d e t o d o j
esto? ¿ D i r e m o s q u e e s t a s c i r c u n s t a n c i a s n o s o n n e -
cesarias y q u e p o d r í a n h a b e r s i d o a l t e r a d a s fácil-
mente e n l a planificación del universo? E s t a con-
clusión parece demasiado presuntuosa p a r a cria-
t u r a s t a n ciegas e i g n o r a n t e s c o m o somos. S e a m o s
más modestos e n nuestras conclusiones. C o n c e d a m o s
que si l a b o n d a d de D i o s (quiero decir u n a bon-
d a d c o m o l a h u m a n a ) p u d i e r a ser e s t a b l e c i d a p o r
r a z o n e s a priori de a l g ú n v a l o r , estos f e n ó m e n o s ,
a pesar de su imperfección, n o serían suficientes
p a r a echar a b a j o a q u e l p r i n c i p i o , s i n o que, de a l -
gún m o d o , podrían reconciliarse con él. N o obstante,
a s e g u r e m o s q u e , c o m o e s t a b o n u a d n o es e s t a b l e c i d a
de u n m o d o antecedente, sino q u e debe deducirse
p a r t i e n d o de los f e n ó m e n o s , n o p u e d e h a b e r f u n -
d a m e n t o p a r a u n a i n f e r e n c i a de esa í n d o l e m i e n t r a s
s e a n t a n n u m e r o s o s los m a l e s d e l u n i v e r s o , h a b i d a
c u e n t a d e q u e , t a l y c o m o e l a s u n t o es c o n c e b i d o
p o r e l e n t e n d i m i e n t o h u m a n o , d i c h o s m a l e s po-
drían haber sido remediados m u y fácilmente. Y o
soy l o s u f i c i e n t e m e n t e escéptico p a r a s u p o n e r q u e
l a m a l d a d q u e se m u e s t r a e n e s t o s f e n ó m e n o s
—pese a t o d o s m i s r a z o n a m i e n t o s — p o d r í a s e r c o m -
p a t i b l e c o n esos a t r i b u t o s q u e t ú s u p o n e s e n i a
D i v i n i d a d ; p e r o l o q u e es s e g u r o es q u e d i c h o s
a t r i b u t o s n o p u e d e n p r o b a r s e p a r t i e n d o d e i o s fe-
143
l í e m e n o s . U n a c o n c l u s i ó n a s í n o se d e b e a l escep-
t i c i s m o , s i n o q u e se d e s p r e n d e d e l o s f e n ó m e n o s
y d e n u e s t r a c o n f i a n z a e n los r a z o n a m i e n t o s q u e
n a c e m o s a p a r t i r d e esos f e n ó m e n o s .
D e t e n t e a m i r a r el u n i v e r s o . ¡ Q u é profusión de
seres a n i m a d o s y o r g a n i z a d o s , s e n s i b l e s y a c t i v o s !
A d m i r a s esta p r o d i g i o s a v a r i e d a d y f e c u n d i d a d .
P e r o i n s p e c c i o n a c o n m á s d e t e n i m i e n t o esas e x i s t e n -
c i a s v i v i e n t e s , l o s ú n i c o s seres q u e m e r e c e n n u e s t r a
a t e n c i ó n . ¡ C u a n i i o s t i l y d e s t r u c t i v o es s u c o m p o r -
t a m i e n t o m u t u o l ¡ Q u e incapaces son todos ellos
p a r a p r o c u r a r s e s u p r o p i a i e i i c i d a d l ¡ Q u é despre-
c i a b l e s u o d i o s o s se m u e s t r a n a l o s o j o s d e u n o b -
s e r v a d o r ! ¡JtLl t o d o n o p r e s e n t a o t r a c o s a q u e l a
i d e a de u n a n a t u r a l e z a ciega, i m p r e g n a d a de u n
e n o r m e p r i n c i p i o v i v i i i c a d o r , y a r r o j a n d o de s u
seno, s i n d i s c r i m i n a c i ó n y s i n a m o r m a t e r n a l , a sus
deformes lujos prematuros!
A q u í , e l s i s t e m a d e l o s tnaniqueos se p r e s e n t a c o m o
u n a nipótesis adecuada p a r a resolver l a dificultad;
y , s i n d u d a , este s i s t e m a es a c e p t a b l e e n m u c h o s
aspectos. A l d a r u n a e x p l i c a c i ó n p l a u s i b l e de l a
extraña mezcla de bien y m a l que aparece en l a
v i d a , e s t e s i s t e m a es m á s p r o b a b l e q u e l a s h i p ó t e s i s
comunes. Pero si consideramos, p o r o t r a parte, l a
perfecta u n i f o r m i d a d y acuerdo entre las partes d e l
universo, n o descubriremos en él el m e n o r trazo
de l a l u c h a entre u n Ser benévolo y otro malévolo.
H a y , ciertamciite, u n a oposición de dolores y place-
res e n los s e n t i m i e n t o s d e las c r i a t u r a s q u e s o n ca-
p a c e s d e s e n t i r ; p e r o , ¿ n o se d e s a r r o l l a n t o d a s l a s
operaciones de l a n a t u r a l e z a m e d i a n t e u n a oposi-
ción de p r i n c i p i o s : lo caliente y lo frío, lo húme-
d o y l o seco, l o l i g e r o y l o pesado? L a v e r d a d e r a
c o n c l u s i ó n es q u e l a f u e n t e o r i g i n a l d e t o d a s l a s
c o s a s es a l g o c o m p l e t a m e n t e d i f e r e n t e a t o d o s es-
tos p r i n c i p i o s , y n o p r e f i e r e e l b i e n a l m a l , m á s
144
ejue p r e f i e r e l o í r í o a l o c a l i e n t e , l o s e c o a l o h i j
medo, o lo ligero a lo pesado.
P u e d e n f o r m u l a r s e cuatro h i p ó t e s i s a c e r c a d e l a s p r i
m e r a s c a u s a s d e l u n i v e r s o : q u e esas c a u s a s estéi
dotadas de perfecta b o n d a d ; q u e tengan perfect
malicia; que contengan en su seno u n a oposición
siendo a la vez buenas y m a l a s ; q u e no encierre]
n i b o n d a d , n i m a l i c i a . L a m e z c l a q u e se d a e n l o
f e n ó m e n o s es i n c a p a z d e p r o b a r l o s d o s p r i m e r o
p r i n c i p i o s , y a q u e éstos son p u r o s ; l a uniformida»
y s e g u r i d a d de las leyes generales p a r e c e n o p o n e r s
al tercer p r i n c i p i o . E l cuarto, p o r lo tanto, paree
ser, c o n m u c h o , e l m á s p r o b a b l e .
L o q u e he d i c h o c o n respecto a l m a l n a t u r a l pue
de también aplicarse a l m a l m o r a l , con a l g u n a li
gera variación, o s i n variación a l g u n a ; y n o teñe
mos m a y o r razón p a r a i n f e r i r q u e l a r e c t i t u d de
S e r s u p r e m o se a s e m e j a a l a r e c t i t u d h u m a n a , q u i
p a r a i n f e r i r q u e s u b e n e v o l e n c i a se a s e m e j a a 1;
h u m a n a . Se p e n s a r á q u e t e n e m o s m a y o r m o t i v <
p a r a e x c l u i r de él los s e n t i m i e n t o s m o r a l e s , t a l '
c o m o nosotros los sentimos, y a q u e e l m a l m o r a l
en opinión de muchos, p r e d o m i n a más sobre el biei
moral, de lo que p r e d o m i n a el m a l n a t u r a l sobn
el b i e n n a t u r a l .
P e r o a u n q u e esto n o d e b e r í a ser a d m i t i d o , y a u n
cpie d e b e d e c i r s e q u e l a s v i r t u d e s d e l a h u m a n i d a c
s o n m u y s u p e r i o r e s a l o s v i c i o s , es u n h e c h o q u i
m i e n t r a s se d é a l g ú n v i c i o e n e l u n i v e r s o , v o s o t r o s
los a n t r o p o m o r f i s t a s , e n c o n t r a r é i s g r a n d e s d i f i c u l
tades e n e x p l i c a r l o . D e b e r é i s a s i g n a r l e u n a causa
s i n r e c u r r i r a l a c a u s a p r i m e r a . P e r o c o m o tod<
efecto d e b e tener u n a c a u s a , y esa c a u s a d e b e teñe;
o t r a , o b i e n os v e r é i s o b l i g a d o s a l l e v a r l a p r o g r e
s i ó n in infinitum, o b i e n tendréis q u e deteneroi
e n ese p r i n c i p i o o r i g i n a l q u e es l a c a u s a ú k i m s
de todas las cosas. . .
145
Demea
¡Altol ¡Alto!, gritó D E M E A . ¿A d ó n d e vas a p a r a r
d a n d o r i e n d a s u e l t a a t u i m a g i n a c i ó n ? Y o m e alié
c o n t i g o a £in d e p r o b a r l a n a t u r a l e z a i n c o m p r e n -
s i b l e d e l d i v i n o Ser, y p a r a reliutar los p r i n c i p i o s
de C l e a n t e s , e l c u a l está dispuesto a m e d i r l o todo
s e g ú n l a s n o r m a s h u m a n a s . P e r o a h o r a te v e o c a e i
en todos los t ó p i c o s d e los m a y o r e s l i b e r t i n o s e
infieles, y traicionando l a santa causa que en m i
p r i n c i p i o p a r e c í a s h a b e r a b r a z a d o . ¿Es q u e eres,
secretamente, u n enemigo más peligroso que el
mismo Cleantes?
Cleantes
¿Y h a s t a r d a d o t a n t o t i e m p o e n d a r t e c u e n t a ? , re-
plicó C L E A N T E S . Créeme, D e m e a : tu amigo Filón,
desde e l p r i n c i p i o , h a estado d i v i r t i é n d o s e a costa
n u e s t r a . Y d e b e m o s r e c o n o c e r q u e los a t o l o n d r a d o s
razonamientos de nuestra v u l g a r teología l e h a n
dado u n a magnífica o p o r t u n i d a d p a r a ponernos en
ridículo. L a absoluta d e b i l i d a d de l a razón h u -
m a n a , l a absoluta i n c o m p r e n s i b i l i d a d de l a na-
turaleza divina, la enorme miseria universal y la
aún más miserable condición h u m a n a son cierta-
mente asuntos que, extrañamente, h a n merecido el
m á x i m o f a v o r d e los t e ó l o go s y doctores o r t o d o x o s .
E n é p o c a s d e e s t u p i d e z e i g n o r a n c i a , estos p r i n c i -
pios p u e d e n ser profesados s i n riesgo a l g u n o ; y
c j u i z á n o h a y a v i s i ó n d e l a s cosas q u e s i r v a m e j o i
p a r a p r o m o v e r l a s u p e r s t i c i ó n , q u e este f o m e n t a i
la ciega confusión, la i n s e g u r i d a d y l a m e l a n c o l í a
del g é n e r o h u m a n o . P e r o e n el t i e m p o presente. . .
Filón
No censures tanto, le i n t e r r u m p i ó F I L Ó N , l a igno-
r a n c i a d e estos r e v e r e n d o s c a b a l l e r o s . E l l o s s a b e n
c ó m o c a m b i a r s u a c t i t u d , de a c u e r d o c o n los tiem-
pos. A n t i g u a m e n t e , era u n a s u n t o teológico de g r a n
146
popularidad el mantener que la vida h u m a n a era
v a n i d a d y m i s e r i a , y e l e x a g e r a r todos los m a l e s y
enferrnedades q u e a q u e j a n a los h o m b r e s . P e r o e n
estos ú l t i m o s a ñ o s , v e m o s q u e l o s t e ó l o g o s e m p i e z a n
a retractarse de su p r i m e r a postura, y a f i r m a n —aun-
q u e t o d a v í a m u e s t r a n a l g u n a i n d e c i s i ó n — q u e e n esta
v i d a h a y más bienes que males, más placeres que
dolores. C u a n d o l a religión descansaba enteramente
sobre e l t e m p e r a m e n t o y el p a p e l de l a educación,
se p e n s ó q u e e r a c o n v e n i e n t e f o m e n t a r l a m e l a n -
colía, y a q u e la h u m a n i d a d no podía r e c u r r i r más
p r o n t a m e n t e a los p o d e r e s d i v i n o s , d e o t r a m a n e r a
q u e n o fuese a q u e l l a disposición. P e r o c o m o los
hombres han aprendido a formar principios y a
s a c a r c o n c l u s i o n e s , es n e c e s a r i o a h o r a c a m b i a r e l
e m p l a z a m i e n t o de las baterías y hacer uso de unos
a r g u m e n t o s q u e p o r l o m e n o s s e a n capaces de re-
sistir u n somero escrutinio y análisis. E s t a trans-
f o r m a c i ó n es l a m i s m a ( y se c r i g i n a e n l a s m i s m a s
causas) q u e a q u e l l a otra a l a q u e me referí c u a n d o
hablábamos del escepticismo.
Panfilo
F i l ó n c o n t i n u ó h a b l a n d o de esta m a n e r a , m o s t r a n -
do s u espíritu de o p o s i c i ó n y su c e n s u r a a las o p i -
niones establecidas. Pero p u d e observar que a D e -
m e a n o le h a b í a g u s t a d o l a ú l t i m a p a r t e d e l dis-
c u r s o . Y m u y p o c o d e s p u é s , se e x c u s ó c o n a l g ú n
pretexto y abandonó la reunión.

P A R T E X I I
Panfilo
Una v e z q u e se h u b o m a r c h a d o D e m e a , C l e a n t e s
y Filón continuaron la conversación de l a siguiente
manera:
Cleantes ' "
M u c h o me temo, dijo C L E A N T E S , q u é nuestro amigo
se v e r á m u y p o c o i n c l i n a d o a r e s u c i t a r e s t e t e m a d e
discusión c u a n d o t u estés d e l a n t e . Y , p a r a d e c i r t e
la v e r d a d . F i l ó n , d e b o r e c o n o c e r q u e y o m e e n c u e n -
t r o m á s a g u s t o d i s c u t i e n d o d e este t e m a t a n s u b l i -
m e e i n t e r e s a n t e , h a b l a n d o c o n c a d a u n o de voso-
tros p o r s e p a r a d o . T u e s p í r i t u d e c o n t r o v e r s i a , j u n -
to con t u a b o r r e c i m i e n t o de l a c o m ú n superstición,
te l l e v a a e x t r a ñ a s c o n c l u s i o n e s c u a n d o e s t á s m e -
tido en u n razonamiento. Y n o h a y n a d a sagrado
y v e n e r a b l e , i n c l u s o ante tus p r o p i o s ojos, q u e de-
jes a s a l v o de tus ataques.
Filón ¡ tes d e l a f i l o s o f í a ; y a s í , t o d a s l a s c i e n c i a s c a s i n o s
D e b o c o n f e s a r , r e p l i c ó F I L Ó N , q u e soy m e n o s c a u -
teloso e n este a s u n t o d e l a r e l i g i ó n n a t u r a l q u e e n
n i n g ú n o t r o . Y e l l o es así p o r q u e sé q u e , t r a t a n d o
d e estos t e m a s , n u n c a p o d r é c o r r o m p e r los p r i n c i -
pios de n i n g ú n h o m b r e de sentido c o m ú n , y por-
q u e estoy s e g u r o d e q u e n i n g ú n h o m b r e a n t e c u y o s
o\os '^o a p a r exea c o r n o w n a pex's.oTva. ?,e.Tv.\.\d^o eo-
\a.\vs\ \'a.xcv^^ ^ - í C f ^ >\\vac S.\v\.^x>;^x^\?ic<¿\^^ ^'cttscsfc-a. -a^ \5D¿\
\\\\^\\¿\Ci\v^%. " T x x m v y c a o , CXe.-a.xvVe.-s» — t o x \. t e n g o
t o t a l c o n ü a n z a — , t ú t e d a s c u e n t a d e q u e a pesar
del a i r e l i b e r t i n o q u e doy a m i conversación, y a
148
pesar d e m i a f i c i ó n p o r los r a z o n a m i e n t o s curiosos,
no h a y n a d i e q u e tenga u n sentido religioso i m -
preso e n su a l m a más p r o f u n d a m e n t e q u e yo, n i
n a d i e q u e preste u n a más p r o f u n d a adoración a l
d i v i n o S e r , t a l y c o m o é s t e se d e s c u b r e a l a r a z ó n
en e l i n e x p l i c a b l e p l a n y a r t i f i c i o d e l a n a t u r a l e z a .
Un propósito, u n a intención y u n designio son
c o s a s q u e se m u e s t r a n c o n u n a e v i d e n c i a i n d i s c u t i -
ble, y q u e son a d m i t i d a s h a s t a p o r los pensadores
más descuidados y estúpidos; y n o h a y h o m b r e , p o r
a b s u r d o q u e sea e l s i s t e m a q u e profese, q u e p u e d a
n e g a r s i e m p r e e s a e v i d e n c i a . Que la naturaleza no
hace nada en vano es u n a m á x i m a e s t a b l e c i d a e n
todas las escuelas, y q u e surge de la m e r a contem-
plación de las obras de l a n a t u r a l e z a , s i n necesidad
de propósito religioso alguno; y p a r t i e n d o de u n a
f i r m e convicción de esta v e r d a d , u n a n a t ó m i c o q u e
hubiese descubierto u n nuevo órgano o canal no
estaría satisfecho hasta d a r t a m b i é n c o n el descu-
brimiento de su uso e intención. U n gran funda-
m e n t o d e l s i s t e m a copernicano es l a m á x i m a q u e
a s e g u r a que la naturaleza actúa sirviéndose de los
métodos más simples, y que siempre escoge los me-
dios más adecuados a los fines; y frecuentemente,
los a s t r ó n o m o s , s i n p e n s a r s i q u i e r a e n e l l o , esta-
b l e c e n este s ó l i d o f u n d a m e n t o d e l a p i e d a d y l a
r e l i g i ó n . L o m i s m o se p u e d e o b s e r v a r e n o t r a s p a r -
llevan, s i n q u e nosotros r e p a r e m o s e n ello, a l re-
c o n o c i m i e n t o d e u n p r i m e r A u t o r inteligente; y,
p o r l o c o m ú n , l a a u t o r i d a d d e e s t a s ciencias es t a n -
to m á s f u e r t e c u a n t o m á s i n d i r e c t a es l a p r o f e s i ó n
religiosa q u e contienen.
Es u n g r a n p l a c e r p a r a m í e s c u c h a r a G a l e n o
cuando r a z o n a acerca de l a e s t r u c t u r a d e l c u e r p o
\vumano. L a a n a t o m í a d e u n h o m b r e , d i c e él ^, des-
ap. cf; GALOV/, ¿?/>¡fra Y/S£^, yf^, ^s. á:P/ s/¿y/.
• • ]
c u b r e m á s de 600 m ú s c u l o s diferentes; y c u a l q u i e -
r a q u e p r e s t e l a m e n o r a t e n c i ó n a este h e c h o , se
d a r á c u e n t a d e q u e e n c a d a u n o d e estos m ú s c u l o s
la n a t u r a l e z a tiene q u e h a b e r acoplado, por lo me-
nos, diez diferentes c i r c u n s t a n c i a s , p a r a alcanzar el
f i n q u e se p r o p u s o : u n a f i g u r a a d e c u a d a , u n a m a g -
n i t u d j u s t a , u n a p e r t i n e n t e d i s p o s i c i ó n de los d i f e -
rentes fines, l a posición d e l todo, tanto p o r l a par-
te s u p e r i o r , c o m o p o r l a p a r t e i n f e r i o r , l a d e b i d a
i n s e r c i ó n d e los d i s t i n t o s n e r v i o s , v e n a s y a r t e r i a s ;
d e t a l f o r m a , q u e sólo e n los m ú s c u l o s h a y m á s de
6.000 p l a n t e a m i e n t o s e intenciones, q u e h a n teni-
d o q u e ser f o r m a d o s y ejecutados. G a l e n o c a l c u l a
q u e h a y 284 huesos; y los distintos propósitos a q u e
se d i r i g e c a d a u n o , m á s d e c u a r e n t a . ¡ Q u é p r o d i -
g i o s a m u e s t r a d e a r t i f i c i o , i n c l u s o e n estas partes
s i m p l e s y h o m o g é n e a s ! P e r o si c o n s i d e r a m o s l a p i e l ,
los l i g a m e n t o s , los vasos, las g l á n d u l a s , los h u m o -
res, los v a r i o s m i e m b r o s d e l c u e r p o , ¡ c u á n t o más
a u m e n t a nuestro asombro, en proporción directa al
n ú m e r o y a l a c o m p l e j i d a d de las partes t a n per-
fectamente ajustadas! A m e d i d a que avanzamos en
estas i n v e s t i g a c i o n e s , d e s c u b r i m o s n u e v o s escenarios
de arte y sabiduría. P e r o aún somos capaces de
a d i v i n a r m u c h a s m á s escenas q u e están f u e r a de
n u e s t r o a l c a n c e y q u e se d a n e n l a r e f i n a d a e s t r u c -
t u r a i n t e r n a d e l a s p a r t e s , e n l a e c o n o m í a d e l ce-
r e b r o , e n l a fábrica de los vasos seminales. T o d o s
e s t o s a r t i f i c i o s se r e p i t e n e n c a d a d i f e r e n t e e s p e c i e
animal, con u n a maravillosa variedad y con u n a
e x a c t a a d e c u a c i ó n q u e se a j u s t a a l a s d i f e r e n t e s i n -
tenciones que l a naturaleza tuvo a l formar cada u n a
d e las especies. Y si l a i n f i d e l i d a d de G a l e n o , i n -
c l u s o c u a n d o l a s c i e n c i a s n a t u r a l e s se h a l l a b a n to-
davía e n u n estado imperfecto, n o p u d o competir
c o n l a f u e r z a de a q u e l l a s evidencias, /cuánta n o
será l a obstinación p e r t i n a z de u n filósofo de nues-
t r o t i e m p o q u e se a t r e v a a h o r a a p o n e r e n d u d a
la suprema inteligencial
- 151
S i y o m e e n c o n t r a s e c o n u n o d e e s t o s f i l ó s o f o s (le
c u a l e s , g r a c i a s a D i o s , s o n m u y escasos) , le p r e g u r
taría: Suponiendo que hubiese u n D i o s que no s
manifestara i n m e d i a t a m e n t e a nuestros 'sentido;
¿sería p o s i b l e q u e nos d i e r a m a y o r e s p r u e b a s d
su e x i s t e n c i a q u e las q u e a p a r e c e n r e p a r t i d a s p o
toda l a faz de l a n a t u r a l e z a ? ¿ Q u é p o d r í a h a c e r u i
S e r d i v i n o así, s i n o c o p i a r l a p r e s e n t e e c o n o m í a di
cosas, c o n v e r t i r m u c h o s d e s u s a r t i f i c i o s e n alg«
t a n p a t e n t e q u e n i n g u n a m e n t e e s t ú p i d a pudies<
confundirlos, p r o p o r c i o n a r algunos datos q u e n o
l l e v a r a n a atisbar artificios m u c h o m a y o r e s q u e de
m u e s t r a n su s u p e r i o r i d a d sobre n u e s t r a escasa ca
p a c i d a d de comprensión, y o c u l t a r a las imperfecta;
c r i a t u r a s m u c h o s otros? A h o r a b i e n ; según toda;
las r e g l a s d e l j u s t o r a z o n a m i e n t o , d e b e aceptarst
s i n d i s c u s i ó n u n h e c h o , c u a n d o é s t e es a p o y a d o p o i
todos los a r g u m e n t o s q u e s u p r o p i a n a t u r a l e z a a d
m i t e , i n c l u s o c u a n d o estos a r g u m e n t o s n o s e a n e r
sí m i s m o s m u y n u m e r o s o s o e f e c t i v o s . ¡ C o n c u á n t c
m a y o r razón, p o r l o t a n t o , d e b e a p l i c a r s e esto en
e l p r e s e n t e caso, d o n d e n o h a y i m a g i n a c i ó n h u m a
n a q u e p u e d a contar el n ú m e r o de argumentos, n i
hay entendimiento q u e pueda estimar su poder
de c o n v i c c i ó n !
Cleantes
Y o añadiría a lo q u e tú tan bien has expuesto, d i j o
C L E A N T E S , que u n a gran ventaja del principio del
t e í s m o es q u e p r o p o r c i o n a e l ú n i c o s i s t e m a d e cos-
m o g o n í a q u e p u e d e ser i n t e l i g i b l e y c o m p l e t o y
cjue, a l m i s m o t i e m p o , p u e d e p r e s e r v a r u n a f u e r t e
analogía con lo que a d i a r i o vemos y experimen-
t a m o s e n e l mundo. T a comparación entre el uni-
verso y una máquina de invención humana es algo
tan obvio y n a t u r a l , y p u e d e j u s t i f i c a r s e c o n t a n -
tos e j e m p l o s n a t u r a l e s d e o r d e n y d e p l a n i f i c a c i ó n ,
q u e t i e n e q u e convencer por f u e r z a a todas las
mentes s i n prejuicios, y tiene q u e r e c i b i r u n a apro-
b a c i ó n u n i v e r s a l . T o d o e l q u e i n t e n t e d e b i l i t a r es- claramente certificada por la razón; y si, conside-
ta t e o r í a n o p u e d e p e n s a r q u e t e n d r á é x i t o a l t r a t a r r a n d o estas a n a l o g í a s , n o s h a c e m o s c u e s t i ó n d e si
d e s u s t i t u i r l a p o r o t r a q u e sea p r e c i s a y d e t e r m i - p o d e m o s l l a m a r a D i o s mente o inteligencia, a pe-
nada; deberá limitarse a proponer dudas y dificul- sar d e l a vasta d i f e r e n c i a q u e r a z o n a b l e m e n t e s u -
tades, y, m e d i a n t e r e m o t a s y a b s t r a c t a s v i s i o n e s d e p o n e m o s se d a e n t r e é l y las m e n t e s h u m a n a s , ¿ n o
las cosas, a l c a n z a r esa s u s p e n s i ó n d e l j u i c i o q u e s e r á es e s t o u n a m e r a c o n t r o v e r s i a v e r b a l ? N i n g ú n h o m -
el m á x i m o l o g r o a l q u e le c o n d u z c a n sus deseos. b r e p u e d e n e g a r l a s a n a l o g í a s q u e se d a n e n t r e
P e r o , a d e m á s d e q u e e s t e e s t a d o m e n t a l es e n sí a m b a s c l a s e s d e e f e c t o s ; y es c a s i i m p o s i b l e q u e n o s
m i s m o i n s a t i s f a c t o r i o , n u n c a p u e d e ser m a n t e n i d o n e g u e m o s a p r e g u n t a r p o r sus causas. L a l e g í t i m a
c o n c l u s i ó n d e e s t a p r e g u n t a es q u e l a s c a u s a s t a m -
c o n f i r m e z a f r e n t e a esos h e c h o s i n d i s c u t i b l e s q u e
bién contienen u n a analogía; y si n o nos contenta-
c o n t i n u a m e n t e nos l l e v a n a l a hipótesis religiosa.
m o s c o n l l a m a r a Dios o a l a Deidad la primera
L a n a t u r a l e z a h u m a n a p u e d e a d h e r i r s e c o n obsti-
y s u p r e m a causa, y deseamos c a m b i a r l a expresión,
nación y perseverancia a u n sistema a b s u r d o y fal-
¿ q u é p o d r e m o s l l a m a r l a s i n o Mente o Pensamiento,
so, s i s e v e i m p u l s a d a p o r l a f u e r z a d e l p r e j u i c i o ;
h a b i d a cuenta de l a semejanza considerable que
p e r o c r e o q u e es i m p o s i b l e m a n t e n e r o d e f e n d e r l a
e n c i e r r a c o n ellos?
ausencia de sistema a l g u n o frente a u n a doctrina
q u e se v e a p o y a d a p o r o b v i a s y p o d e r o s a s razoxaes, A t o d o s l o s h o m b r e s s e n s a t o s les d i s g u s t a n l a s d i s -
por l a inclinación n a t u r a l y por el i n f l u j o de l a edu.- putas verbales q u e tanto a b u n d a n e n las investiga-
cación p r i m e r a . ciones filosóficas y teológicas; y v i e n e n a caer e n
l a c u e n t a d e q u e e l ú n i c o r e m e d i o a este a b u s o de-
Pilón be e n c o n t r a r s e h a c i e n d o d e f i n i c i o n e s c l a r a s , p a r t i e n -
do de las ideas precisas q u e d e b e n usarse e n todo
E s t i m o q u e u n a s u s p e n s i ó n d e l j u i c i o es t a n poco>
r a z o n a m i e n t o y d a n d o a los términos q u e son em-
p o s i b l e e n e l presente caso, r e p l i c ó F I L Ó N , q u e m e
pleados u n uso estricto y u n i f o r m e . P e r o h a y u n a
inclino a pensar que, más frecuentemente de lo que
clase de c o n t r o v e r s i a q u e , p o r c u l p a d e l a m i s m a
i m a g i n a m o s , u n a m e r a c u e s t i ó n d e p a l a b r a s h a he-
n a t u r a l e z a d e l l e n g u a j e y de las ideas h u m a n a s ,
cho s u a p a r i c i ó n en esta controversia. Q u e las obras
s i e m p r e se v e e n v u e l t a e n p e r p e t u a a m b i g ü e d a d y
de l a n a t u r a l e z a e n c i e r r a n g r a n a n a l o g í a c o n los
n u n c a p u e d e , p o r m á s q u e se t o m e n t o d a s u e r t e d e
p r o d u c t o s d e l a r t e es u n h e c h o e v i d e n t e ; y , s e g ú n
p r e c a u c i o n e s , y a p e s a r d e q u e se u t i l i c e n d e f i n i c i o -
todas las reglas d e l b u e n r a z o n a m i e n t o , debería-
nes c l a r a s , a l c a n z a r u n g r a d o r a z o n a b l e d e c e r t e z a
mos i n f e r i r que, en lo referente a dichas obras na-
y p r e c i s i ó n . T a l e s s o n las c o n t r o v e r s i a s q u e se r e f i e -
turales y dichos productos artificiales, las causas
ren a los grados de u n a c u a l i d a d o c i r c u n s t a n c i a .
de ambos h a n de e n c e r r a r u n a p r o p o r c i o n a l analo-
Los hombres discuten eternamente si Aníbal fue u n
gía. P e r o c o m o t a m b i é n h a y d i f e r e n c i a s conside-
gran hombre, o u n hombre extraordinario, o u n
rables entre u n a s y otros, tenemos razón p a r a su-
l i o m b r e s u p e r l a t i v a m e n t e e x t r a o r d i n a r i o ; los h o m -
p o n e r q u e t a m b i é n se d a u n a p r o p o r c i o n a l d i f e -
bres d i s c u t e n s o b r e e l g r a d o d e b e l l e z a q u e p o s e í a
r e n c i a e n t r e sus c a u s a s . E n c o n c r e t o , deberíamos
Cleopatra, o sobre el epíteto de a l a b a n z a d e l q u e
a t r i b u i r a l a causa s u p r e m a u n g r a d o de p o d e r y
L i v i o o T u c í d i d e s s o n m e r e c e d o r e s . Y esas c o n t r o -
d e e n e r g í a m u c h o m á s a l t o d e l c^^ue o b s e r v a m o s e n
versias j a m á s l l e g a n a n i n g u n a d e t e r m i n a c i ó n . Esos
Y a V w J i m a m d a d . A . s l \ e-K\sten.c\ d e wTva " D e i d a d es
 q u e se e n z a r z a n e n e s t a c l a s e d e d i s p u t a s p u e d e n
m u y b i e n estar de a c u e r d o e n lo q u e sienten y sólo
d i f e r i r e n los t é r m i n o s q u e u s a n , o v i c e v e r s a . Y
s i n e m b a r g o , n u n c a s o n capaces de d e f i n i r los tér-
m i n o s d e m o d o q n e p u e d a n ser e n t e n d i d o s p o r l o s
d e m á s ; p o r q u e los g r a d o s d e estas c u a l i d a d e s , a
d i f e r e n c i a d e l o s q u e t i e n e n l u g a r c u a n d o se h a b l a
de l a c a n t i d a d o el n ú m e r o , n o son susceptibles de
u n a m e d i d a e x a c t a q u e p u d i e r a seo: e l p u n t o d e
referencia de toda la controversia. A poco que ana-
licemos esta cuestión d e l teísmo, nos d a r e m o s cuen-
t a d e q u e e s t a d i s p u t a es d e l a m i s m a n a t u r a l e z a
y q u e , p o r l o t a n t o , es m e r a m e n t e v e r b a l , y q u i z á
aún más incurablemente ambigua. Y o pregunto al
teísta si n o está de a c u e r d o e n q u e h a y u n a enor-
me e inconmensurable diferencia —inconmensura-
ble por incomprensible— entre la mente humana
y l a divina. C u a n t o m á s r e l i g i o s o sea, t a n t o m á s
i n c l i n a d o se v e r á a d a r u n a r e s p u e s t a a f i r m a t i v a
a m i pregunta, y estará más dispuesto a m a g n i f i c a r
' l a d i f e r e n c i a ; i n c l u s o l l e g a r á a a s e g u r a r q u e esta
d i f e r e n c i a es d e u n a n a t m a l e z a t a l , q u e n u n c a se-
ría posible m a g n i f i c a r l a en demasía. L u e g o m e di-
r i g i r í a y o a l a t e o — e l c u a l d i g o q u e s ó l o es a t e o
n o m i n a l m e n t e , s i e n d o i m p o s i b l e q u e l o sea de ver-
dad—, y le preguntaría si, partiendo de l a coheren-
cia y l a aparente simpatía entre todas las partes de
e s t e m u n d o , a c a s o n o se d a u n c i e r t o g r a d o d e a n a -
logía entre todas las operaciones de l a n a t u r a l e z a ,
en toda situación y en todo tiempo; le preguntaría
si l a d e s c o m p o s i c i ó n de u n t u b é r c u l o , l a generación
de u n a n i m a l y l a estructura del pensamiento h u -
m a n o no son energías que probablemente encierran
e n t r e sí a l g u n a r e m o t a a n a l o g í a . E s i m p o s i b l e q u e
pudie.se n e g a r l o ; l o a c e p t a r á s i n v a c i l a r . D e s p u é s
d e h a b e r o b t e n i d o esta concesión, a ú n l e e m p u j a -
ré u n p a s o m á s e n s u r e t i r a d a , y l e p r e g u n t a r é si
n o es p r o b a b l e q u e e l p r i n c i p i o q u e o r i g i n a l m e n t e
a r r e g l ó este u n i v e r s o , y q u e a ú n a h o r a s i g u e m a n -
154 { 155
teniéndolo, encierre también alguna inconcebible
a n a l o g í a c o n las otras o p e r a c i o n e s d e l a n a t u r a l e z a
y, e n p a r t i c i ü a r , c o n l a e c o n o m í a d e l a m e n t e y e l
p e n s a m i e n t o h u m a n o s . P o r m u c h o q u e le cueste
hacerlo, terminará por dar su asentimiento. ¿Cuál
es, e n t o n c e s — g r i t o y o a a m b o s a n t a g o n i s t a s — , e l
objeto de v u e s t r a discusión? E l teísta a d m i t e que
l a i n t e l i g e n c i a o r i g i n a l es m u y d i f e r e n t e d e l a r a -
zón h u m a n a ; e l a t e o a d m i t e q u e e l p r i n c i p i o o r i -
ginal del orden encierra alguna remota analogía
c o n e l l a . C a b a l l e r o s , ¿es q u e e s t á n u s t e d e s d i s p u e s t o s
a enzarzarse e n r m a discusión respecto a los g i a d o s ,
e iniciar u n a controversia que no admite ningún
significado preciso n i , consecuentemente, determi-
n a c i ó n a l g u n a ? Si fuesen ustedes t a n obstinados
c o m o p a r a h a c e r eso, n o m e e x t r a ñ a r í a q u e , s i n
darse c u e n t a de ello, t e r m i n a s e n p o r i n t e r c a m b i a r
sus p o s i c i o n e s . P o r u n a p a r t e , e l t e í s t a e x a g e r a r á l a
desemejanza entre el Ser siq^remo y las débiles,
imperfectas, variables, efímeras y mortales criatu-
ras. E l ateo, a su vez, m a g n i f i c a r á l a a n a l o g í a entre
todas las o p e r a c i o n e s de l a n a t m a l e z a e n c a d a m o -
mento, situación y posición. Consideremos, pues,
dónde yace el verdadero p i m t o de la discusión. Y
si e l a t e o y e l t e í s t a n o p u e d e n e s t a r s e s i n d i s c u t i r ,
q u e i n t e n t e n , p o r l o m e n o s , c u r a r . s e d e ese e s p í r i t u
de a n i m o s i d a d r e c í p r o c a .
Aquí, Cleantes, tenemos también que reconocer que
como las obras de la n a t u r a l e z a t i e n e n u n a a n a l o g í a
m u c h o m a y o r c o n l o s e f e c t o s d e nuestro arte y pla-
n i f i c a c i ó n , q u e c o n l o s e f e c t o s d e nuestra justicia y
b e n e v o l e n c i a , h a b r e m o s de i n f e r i r r a z o n a b l e m e n t e
q u e h a y u n a m a y o r s e m e j a n z a e n t r e los a t r i b i i t o s
n a t u r a l e s d e l a D e i d a d y los a t r i b u t o s h u m a n o s
d e esa c l a s e , q u e l a q u e se d a e n t r e l o s a t r i b u t o s
m o r a l e s d e D i o s y los d e las c r i a t u r a s . P e r o , ¿cuál
es l a c o n c l u s i ó n q u e p o d e m o s s a c a r d e l o a n t e r i o r ?
S ó l o ésta: q u e las c u a l i d a d e s m o r a l e s de los h o m -
lires son m á s i m p e r f e c t a s q u e las c u a l i d a d e s n a t u r a -

les. P u e s , c o m o es a d m i t i d o q u e e l S e r s u p r e m o
es a b s o l u t a y e n t e r a m e n t e p e r f e c t o , t o d o a q u e l l o
q u e se a l e j e d e esa p e r f e c c i ó n s u p r e m a se a l e j a r á
t a m b i é n d e l a n o r m a a b s o l u t a d e l o p e r f e c t o 2.
Éstos son, C l e a n t e s , m i s v e r d a d e r o s s e n t i m i e n t o s c o n
r e s p e c t o a este a s u n t o . Y , c o m o b i e n s a b e s , é s t o s
son los s e n t i m i e n t o s q u e s i e m p r e h e m a n t e n i d o .
P e r o t a n g r a n d e es m i v e n e r a c i ó n p o r l a r e l i g i ó n
v e r d a d e r a c o m o l o es m i a b o r r e c i m i e n t o d e l a s
supersticiones vulgares; y siento u n placer especial,
d e b o c o n f e s a r l o , e n l l e v a r los p r i n c i p i o s d e l a su-
perstición h a c i a e l a b s u r d o , y, a veces, h a c i a l a
i m p i e d a d ; t ú te d a s m u y b i e n c u e n t a d e q u e , a
pesar d e q u e los f a n á t i c o s s i e n t e n m u c h o m a y o r
aversión h a c i a lo ú l t i m o que h a c i a l o p r i m e r o , son,
p o r l o c o m ú n , c u l p a b l e s d e l a s dos cosas.
Cleantes
Debo decirte, replicó C L E A N T E S , que m i inclinación
s i g u e u n c a m i n o c o n t r a r i o . U n a r e l i g i ó n , p o r co-
r r o m p i d a q u e e s t é , s i e m p r e es m e j o r q u e l a a u s e n -
cia a b s o l u t a de r e l i g i ó n . L a d o c t r i n a de u n estado
f u t u r o es t a n f u e r t e y n e c e s a r i a p a r a a s e g u r a r l a
2 Parece evidente que l a disputa entre los escépticos y los dog-
máticos es enteramente verbal o que, por lo menos, sólo se
refiere a los grados de d u d a y de certeza que debemos ad-
m i t i r q u e se dan en todo razonamiento. Y , en el fondo, esas
disputas son, por lo c o m ú n , cuestión de p a l a b r a s ; no admiten
ninguna determinación precisa. N i n g ú n filósofo dogmático
niega que hay dificultades e n l o que se refiere a l conocimiento
sensible y a l conocimiento científico, y que esas dificultades
son absolutamente irresolubles si nos enfrentamos a ellas
según u n m é t o d o lógico y regular. N i n g ú n escéptico niega
que, a pesar de estas dificultades, nos vemos en la necesidad
absoluta de pensar, creer y razonar sobre toda suerte de asun-
tos, y hasta de enunciar afirmaciones con seguridad y con-
fianza. P o r lo tanto, l a ú n i c a diferencia entre estas dos sectas
—si es q u e merecen ese n o m b r e — estriba en q u e el escéptico,
llevado por el h á b i t o , el capricho o l a inclinación natural,
prefiere insistir en las dificultades; y el d o g m á t i c o , llevado
por razones semejantes, prefiere insistir en la necesidad.
156
•—•
t . , . • •-^ . ?
moral, que nunca deberíamos abandonarla o d
c u i d a r l a . P o r q u e s i l a s r e c o m p e n s a s y c a s t i g o s te:
porales t i e n e n u n efecto t a n g r a n d e c o m o e l qi
\'emos a d i a r i o , ¿ c u á n t o m a y o r e s n o s e r á n l o s ef<
tos q u e h e m o s d e e s p e r a r a n t e l a i d e a d e u n a %
c o m p e n s a y u n castigo i n f i n i t o s y eternos?
Filón
Si l a s u p e r s t i c i ó n v u l g a r f u e r a t a n s a l u d a b l e pa:
la s o c i e d a d , d i j o F I L Ó N , ¿ c ó m o p o d r í a a b u n d a r
h i s t o r i a en tantas p r u e b a s de q u e l a superstició
h a t e n i d o c o n s e c u e n c i a s p e r n i c i o s a s e n l o s asunt<
públicos? Facciones, guerras civiles, persecucione
subversiones en el gobierno, opresión, esclavitud
é s t a s s o n l a s t r i s t e s c o n s e c u e n c i a s q u e t i e n e n lug£
c u a n d o l a superstición prevalece e n las a l m a s h i
m a n a s . C a d a v e z q u e se m e n c i o n a e l e s p í r i t u r e í
gioso e n u n a n a r r a c i ó n h i s t ó r i c a , estamos segure
d e q u e a c o n t i n u a c i ó n se n o s r e l a t a r á n t o d a s l a
d e s g r a c i a s a l a s c u a l e s ese e s p í r i t u r e l i g i o s o d i o I t
gar. Y n o h a y épocas más prósperas y felices q u
a q u e l l a s e n q u e n i se m e n c i o n a n i se c o n s i d e r a e
espíritu religioso.
Cleantes
L a r a z ó n d e e s t a o b s e r v a c i ó n es e v i d e n t e , r e p l i c c
C L E . \ N T E S . L a t a r e a p r o p i a d e l a r e l i g i ó n consistí
en r e g u l a r los corazones d e los h o m b r e s , h u m a n i
zar s u c o n d u c t a , i n f u n d i r l e s e l e s p í r i t u d e t e m p l a n
za, d e o r d e n y d e o b e d i e n c i a ; y c o m o e s t a t a r e a e;
s i l e n c i o s a y se l i m i t a a f o r t a l e c e r l o s m o t i v o s d e h
m o r a l i d a d y l a j u s t i c i a , c o r r e e l p e l i g r o d e ser p a
s a d a p o r a l t o y c o n f u n d i d a c o n esos otr-os m o t i v o s
C u a n d o l a r e l i g i ó n se c o n v i e r t e e n u n a r e a l i d a d se
p a r a d a y a c t ú a s o b r e los h o m b r e s c o m o si f u e r a
u n p r i n c i p i o i n d e p e n d i e n t e , e n t o n c e s se a p a r t a d e
l a e s f e r a q u e l e es p r o p i a y se c o n v i e r t e e n u n m e r o
disfraz para la subversión y la ambición.
157 y"- !
i'
i - . . -
I
Filón
Y eso o c u r r i r á c o n t o d a r e l i g i ó n , d i j o F I L Ó N , e x -
c e p t o c o n a q u e l l a q u e sea d e í n d o l e r a c i o n a l y
f i l o s ó f i c a . T u s r a z o n a m i e n t o s p u e d e n ser e l u d i d o s
m á s f á c i l m e n t e q u e l o s d a t o s q u e y o te m u e s t r o .
E s t e a r g u m e n t o t u y o n o es c o r r e c t o : " S i l a s r e c o m -
pensas y castigos t e m p o r a l e s t i e n e n u n efecto t a n
g r a n d e c o m o e l q u e v e m o s a d i a r i o , el efecto será
m u c h o m a y o r s i esas r e c o m p e n s a s y c a s t i g o s s o n
i n f i n i t o s y e t e r n o s " . T e r u e g o q u e consideres e l ape-
go q u e t e n e m o s a las cosas presentes, y l o p o c o q u e
n o s p r e o c u p a n esos o b j e t o s q u e s o n r e m o t o s e i n c i e r -
tos. C u a n d o l o s t e ó l o g o s d e c l a m a n c o n t r a l a c o n -
d u c t a c o m ú n d e l m u n d o , s i e m p r e d i c e n q u e este
p r i n c i p i o es e l m á s f u e r t e q u e i m a g i n a r s e p u e d e ( l o
c u a l es v e r d a d ) ; y d e s c r i b e n a c a s i t o d a l a h u m a -
n i d a d c o m o s i é s t a se v i e s e i n f l u i d a p o r d i c h o p r i n -
cipio, y s u m e r g i d a en el más p r o f u n d o letargo y
d e s p r e o c u p a c i ó n e n l o r e f e r e n t e a s u s i n t e r e s e s re-
l i g i o s o s . Y , a l m i s m o t i e m p o , esos m i s m o s tec')logos,
c u a n d o r e f u t a n a sus antagonistas especidativos,
s u p o n e n q u e l o s m o t i v o s d e l a r e l i g i ó n s o n t a n po-
d e r o s o s , q u e s i n e l l o s s e r í a i m p o s i b l e q u e l a socie-
d a d c i v i l e x i s t i e s e ; y n o se a v e r g ü e n z a n d e u n a
contradicción tan p a l p a b l e . E s cierto, según lo mues-
t r a l a e x p e r i e n c i a , q u e l a m á s p e q u e ñ a b r i z n a de
h o n e s t i d a d y b e n e v o l e n c i a n a t u r a l e s tiene u n efecto
e n l a c o n d u c t a d e l o s h o m b r e s q u e es m u c h o m a y o r
q u e e l q u e p r o d u c e n esas a c t i t u d e s g r a n d i l o c u e n t e s
sugeridas por teorías y sistemas teológicos. L a i n -
clinación n a t u r a l de u n h o m b r e actúa incesante-
m e n t e sobre él; s i e m p r e está presente e n su a l m a ,
y se m e z c l a c o n t o d a s s u s a c t i t u d e s y c o n s i d e r a c i o -
nes; p o r e l c o n t r a r i o , s i e m p r e q u e los m o t i v o s re-
ligiosos ejercen a l g u n a i n f l u e n c i a , ésta tiene u n
l í m i t e y es c a s i i m p o s i b l e q u e se c o n v i e r t a e n u n a
disposición h a b i t u a l d e l a l m a . L a fuerza de l a más
\iCi^e.\:0'5>-iv, «gfSiLN^^íLCk., \os 't\\ó's>oVo'5>, \\vivcv\ta-
m e n t e p e c ^ u e ñ a s i se l a c o m p a r a c o n \ d e l i m ^ j u l s o
159
m á s d é b i l ; y , s i n e m b a r g o , es c i e r t o q u e l a g r a v e d a d
más pequeña prevalecerá a l a larga sobre el i m -
pulso más poderoso, debido a q u e no hay n i n g ú n
i m p u l s o q u e p u e d a ser r e p e t i d o c o n u n a constan-
c i a i g u a l a l a q u e se d a e n l a a t r a c c i ó n y g r a v i -
tación.
L a i n c l i n a c i ó n n a t u r a l g o z a d e o t r a v e n t a j a : y es
que arrastra consigo todo el ingenio y l a agudeza
de l a m e n t e ; y c u a n d o llega e l m o m e n t o de e n f r e n -
tarse a los p r i n c i p i o s r e l i g i o s o s , b u s c a todos los m é t o -
dos y f o r m a s de e l u d i r l o s , a l c a n z a n d o e l é x i t o casi
s i e m p r e . ¿ Q u i é n p u e d e d i l u c i d a r los s e n t i m i e n t o s d e l
h o m b r e y d a r u n a e x p l i c a c i ó n a esos e x t r a ñ o s a t a -
q u e s y e x c u s a s c o n l o s q u e l a g e n t e se s a t i s f a c e c u a n -
d o d e f i e n d e sus i n c l i n a c i o n e s n a t u r a l e s c o n t r a sus
d e b e r e s r e l i g i o s o s ? E s t o es a l g o q u e e l m u n d o e n t i e n -
d e m u y b i e n ; y n a d i e q u e n o sea u n i n s e n s a t o de-
jará de fiarse de l i n h o m b r e porque h a oído que
d i c h o h o m b r e , m e d i a n t e el estudio y i a filosofía,
a l b e r g a u n a serie de d u d a s especulativas acerca de
los a s u n t o s teológicos. Y a l t r a t a r c o n u n a p e r s o n a
q u e hace grandes profesiones de religión y devo-
c i ó n , ¿ n o es v e r d a d q u e m u c h o s q u e s o n c o n s i d e -
r a d o s p r u d e n t e s se p o n e n e n g u a r d i a p o r q u e te-
m e n q u e esa p e r s o n a l o s e n g a ñ e y d e f r a u d e ?
A d e m á s , h e m o s d e t e n e r e n c o n s i í l e r a c i ó n q u e los
filósofos q u e c u l t i v a n l a r a z ó n y l a r e f l e x i ó n nece-
s i t a n m e n o s d e esa c l a s e d e m o t i v a c i o n e s r e l i g i o s a s
p a f a m a n t e n e r s e d e n t r o d e los l í m i t e s d e l a m o r a l ;
y q u e los h o m b r e s v u l g a r e s , q u e q u i z á t e n g a n ne-
cesidad d e ellas, son a b s o l u t a m e n t e incapaces de
darse c u e n t a de que la religión p u r a nos dice q u e
D i o s está satisfecho c o n q u e nos l i m i t e m o s a prac-
ticar l a v i r t u d dentro de la conduct a h u m a n a . L a s
r e c o m e n d a c i o n e s d e Ja D i v i n i d a d s o n i n t e r p r e t a d a s
g e n e r a l m e n t e c o m o s i se t r a t a s e d e c u m p l i r c o n p r e -
ceptos s u p e r f i c i a l e s , o d e e x p e r i m e n t a r a r r e b a t o s
de éxtasis, o de mostrar una credulidad fanática. No
necesitamos retroceder a los tiempoa antiguos, ni
visitar regiones remotas p a r a encontrar ejemplos
cíe e s t a d e g e n e r a c i ó n . H a y a l g u n o s , e n t r e n o s o t r o s ,
cjue s o n c u l p a b l e s d e e s a a t r o c i d a d , u n a a t r o c i d a d
c]ue n o f u e c o n o c i d a e n l a s s u p e r s t i c i o n e s griegas
y egipcias, y que consiste en atacar expresamente
la m o r a l i d a d y decir q u e , c u a n d o nos a p o y a m o s en
ella, somos i r r e m i s i b l e m e n t e abandonados d e l favor
divino.
P e r o a u n q u e l a s u p e r s t i c i ó n o e l f a n a t i s m o n o es-
tuviese en ojíosición directa con l a m o r a l i d a d , siem-
pre dará l u g a r a consecuencias desastrosas, y a q u e
distrae n u e s t r a atencicin de lo r e a l m e n t e i m p o r t a n t e ,
d a l u g a r a n u e v a s y s u p e r f i c i a l e s clases d e m é r i t o
e introduce u n a distribución a b s u r d a de alabanzas
y censuras; además, debilita extraordinariamente
esos c o m p r o m i s o s q u e e l h o m b r e t i e n e c o n l o s m o -
tivos n a t u r a l e s de l a j u s t i c i a y e l h u m a n i t a r i s m o .
D e l m i s m o modo, u n principio de acción que no
pertenezca a los m o t i v o s f a m i l i a r e s q u e a n i m a n l a
c o n d u c t a h u m a n a sólo tendrá f u e r z a sobre el tem-
p e r a m e n t o e n contadas ocasiones, y será necesario
sacarlo a flote m e d i a n t e u n constante esfuerzo, a
f u i d e q u e e l f a n á t i c o p i a d o s o p u e d a estar satisfe-
cho con su p r o p i a conducta y p u e d a llevar a cabo
s u s d e v o t a s t a r e a s . C o n a p a r e n t e f e r v o r , se p o n e n
en práctica m u c h o s ejercicios religiosos en m o m e n -
tos e n l o s q u e e l c o r a z ó n se s i e n t e f r í o e i n d i f e r e n t e .
Y d e e s t a í o r m a , se v a a d q u i r i e n d o p o c o a p o c o u n
h á b i t o d e d i s i m u l o , y e l f r a u d e y l a h i p o c r e s í a se
convierten en los principios d o m i n a n t e s . D e aquí
p r o v i e n e l a e x p l i i c a c i ó n de esa o b s e r v a c i ó n c o m t i n
q u e a f i r m a q u e e l m á x i m o celo religioso y l a más
p r o f u n d a h i p o c r e s í a , l e j o s d e ser i n c o m p a t i b l e s , s u e -
l e n estar u n i d o s e n u n m i s m o i n d i v i d u o .
E s fácil i m a g i n a r c u a n nefastas son las consecuen-
cias de estos h á b i t o s e n l a v i d a c o m ú n ; t o d a vez
q u e los i n t e r e s e s religiosos a n d a n d e p o r m e d i o , n o
hay m o r a l i d a d a l g u n a que tenga f u e r z a suficiente
160
p a r a c o n v e n c e r a l f a n á t i c o e n t u s i a s t a . P e r o cor]
l a c a u s a es l o a b l e , j u s t i f i c a q u e l o i n t e n t e m o s a
todos los m e d i o s posibles. v
E l hecho de l i m i t a r constantemente l a atención
u n i n t e r é s t a n i m p o r t a n t e c o m o l o es l a s a l v a c i c
e t e r n a es c a p a z d e e x t i n g u i r t o d o s l o s a f e c t o s b e r
\ o l e n t e s , y es c a p a z d e d a r l u g a r a u n e g o í s m o a
s o l u t o . Y c u a n d o se f o m e n t a u n m o d o d e s e r a
es m u y f á c i l q u e se d e j e n d e l a d o l o s p r e c e p t o s g
nerales de la caridad y del amor.
Así, e n a q u e l l o s casos e n q u e p r e d o m i n a s u f u e r z
los m o t i v o s de l a v u l g a r s u p e r s t i c i ó n n o t i e n e n m
cha influencia en la conducta general, n i actúan c
u n a m a n e r a q u e sea f a v o r a b l e a l a m o r a l i d a d .
¿ H a y u n a n o r m a iDolítica m á s c i e r t a e i n f a l i b l e q i
acjuella que dice que debe limitarse estrechamen
el n ú m e r o y e l p o d e r de los sacerdotes, y q u e
m a g i s t e r i o c i v i l d e b e s i e m p r e m a n t e n e r e l cett
y l a espada l e j o s d e u n a s m a n o s t a n p e l i g r o s a s ? ¡
el espíritu de l a religión p o p u l a r f u e r a t a n beneí
cioso p a r a l a sociedad, h a b r í a p r e v a l e c i d o u n a n o
r n a p o l í t i c a d e c a r á c t e r o p u e s t o . C u a n t o s m á s sace
d o t e s h a y a , y c u a n t a m á s a u t o r i d a d y r i q u e z a s p«
sean, más a u m e n t a r á el espíritu religioso. P e r o a u i
q u e l o s s a c e r d o t e s t i e n e n a s u c a r g o l a g u í a d e est
e s p í r i t u , ¿ p o r q u é n o p o d e m o s e s p e r a r qxre se d
e n ellos u n a v i d a m á s s a n t a y u n a m a y o r benevc
l e n c i a y m o d e r a c i ó n , a p e s a r d e q u e e s t á n entr<
g a d o s a l a r e l i g i ó n , l a i n c u l c a n c o n s t a n t e m e n t e e:
los demás y tienen q u e h a b e r a s i m i l a d o p o r fuerz
algo de lo que enseñan?
¿De d ó n d e p r o v i e n e e l que, de hecho, lo m á x i m
<]ue u n m a g i s t r a d o p r u d e n t e p u e d e p r o p o n e r coi
r e s p e c t o a las r e l i g i o n e s p o p u l a r e s sea e l c o n v e r t í j
las e n u n a a c t i v i d a d i n o f e n s i v a y t r a t a r de i m p e d i i
t a n t o c o m o sea p o s i b l e , q u e sus c o n s e c u e n c i a s p e í
n i c i o s a s a f e c t e n a l a sociedad? P e r o c a d a intent<
q u e h a c e p o r l l e v a r a c a b o este h u m i l d e p r o p ó s i t »
161
está r o d e a d o de i n c o n v e n i e n t e s . S i e l m a g i s t r a d o
s u p r e m o a d m i t e u n a s o l a r e l i g i ó n e n t r e sus s u b d i -
tos, t i e n e q u e s a c r i f i c a r s e — c o n r i e s g o d e d a r l u g a r
a u n levantamiento-- el respeto por l a libertad pú-
b l i c a , p o r l a c i e n c i a , l a r a z ó n , e l t r a b a j o e, i n c l u s o ,
por su propia independencia. Si permite que haya
una v a r i e d a d d e s e c t a s — l o c u a l es l a n o r m a m á s
p r u d e n t e — d e b e c o n s e r v a r u n a i n d i f e r e n c i a filosó-
fica con respecto a todas y cada u n a de ellas, y
p o n e r coto a las pretensiones de l a secta m á s po-
d e r o s a ; s i n o l o h a c e así, n o p o d r á e s p e r a r o t r a
cosa q u e d i s p u t a s s i n t é r m i n o , riñas, facciones, per-
secuciones y conflictos civiles.
C o n c e d o q u e l a v e r d a d e r a r e l i g i ó n n o t i e n e estas
perniciosas consecuencias; pero debemos tratar de
l a r e l i g i ó n t a l y c o m o é s t a se h a d a d o c o m ú n m e n t e
e n e l m u n d o ; n o se t r a t a a q u í d e l t e m a d e l t e í s m o
e s p e c u l a t i v o , e l c u a l , c o m o es u n a e s p e c i e d e l a
filosofía, debe c o m p a r t i r las i n f l u e n c i a s beneficio-
sas d e l o s p r i n c i p i o s f i l o s ó f i c o s , y , a l m i s m o t i e m p o ,
d e b e padecer esa i n c o n v e n i e n c i a q u e s u p o n e el cjuc
s ó l o m u y p o c a s p e r s o n a s se o c u p e n d e é l .
L o s j u r a m e n t o s s o n a l g o q u e es r e q u e r i d o e n t o d a s
las s a l a s d e j u s t i c i a , p e r o es c u e s t i o n a b l e q u e s u
autoridad surja de n i n g u n a religión popular. E s
la s o l e m n i d a d e i m p o r t a n c i a de l a ocasión, l a esti-
ma por l a p r o p i a r e p u t a c i ó n y e l h e c h o de refle-
x i o n a r sobre los intereses generales de l a sociedad
lo q u e p r i n c i p a l m e n t e i m p o n e respeto a l a h u m a -
n i d a d . L o s j u r a m e n t o s é ñ los puestos a d u a n e r o s y
los j u r a m e n t o s políticos n o son m u y tomados e n
s e r i o , n i s i q u i e r a p o r a q u e l l o s q u e se d i c e n p a r t i -
darios de los p r i n c i p i o s de l a h o n e s t i d a d y de l a
r e l i g i ó n . Se p i e n s a j u s t a m e n t e q u e las d e c l a r a c i o -
nes de u n c u á q u e r o d e b e n c o n s i d e r a r s e i g u a l e s e n
v a l o r a los j u r a m e n t o s de c u a l q u i e r o t r a p e r s o n a .
S é q u é P o l i b i o ^ a t r i b u y e a l a f i l o s o f í a epicúrea el
" L i b . V I , cap. 54.
162
h e c h o d e q u e l a f e griega p e r d i e s e c o m p l e t a m e n t e
s u p r e s t i g i o ; p e r o sé t a m b i é n q u e l a f e púnica tenía,
tan m a l a r e p u t a c i ó n e n los t i e m p o s a n t i g u o s c o m o
la q u e t i e n e n e n los t i e m p o s m o d e r n o s los testimo-
n i o s d e l o s irlandeses, a u n q u e n o deberíamos decir
q u e estas d o s c o m u n e s o b s e r v a c i o n e s o b e d e c e n a l a
m i s m a r a z ó n . N o es p r e c i s o d e c i r q u e l a f e d e l o s
griegos estaba desprestigiada antes d e q u e l a filo-
s o f í a epicúrea adquiriese preponderancia; y Eurípi-
des e n u n p a s a j e q u e te i n d i c a r é , h a e s c r i t o c o n -
tra s u p r o p i a n a c i ó n , y a p r o p ó s i t o d e este a s u n t o ,
una sátira de u n a dureza considerable.
Cleantes
Ten cuidado. Filón, replicó C L E A N T E S . T e n cui-
d a d o : n o lleves l a cuestión t a n lejos, y n o dejes q u e
tu celo e n l a l u c h a c o n t r a l a falsa religión d e b i l i t e
t a m b i é n t u r e s p e t o p o r l a v e r d a d e r a . N o te a p a r t e s
d e ese p r i n c i p i o q u e es e l ú n i c o y g r a n c o n s u e l o
de l a v i d a , y nuestro apoyo p r i n c i p a l e n m e d i o de
todos los a t a q u e s d e l a a d v e r s a f o r t u n a . L a r e f l e -
xión más placentera que l a imaginación h u m a n a
p u e d e s u g e r i r es l a d e u n t e í s m o a u t é n t i c o q u e h a c e
de nosotros productos de u n Ser perfectamente bue-
no, s a b i o y p o d e r o s o ; d e u n S e r q u e n o s c r e ó p a r a
q u e fuésemos felices, e l c u a l , a l h a b e r i m p l a n t a d o
en nosotros u n i n c o n m e n s u r a b l e deseo de b i e n , p r o -
longará nuestra existencia por toda l a eternidad, y
nos llevará a q u e v e a m o s escenas de u n a v a r i e d a d
i n f i n i t a a f i n d e s a t i s f a c e r esos d e s e o s , y p a r a h a c e r
q u e n u e s t r a f e l i c i d a d sea c o m p l e t a y p e r m a n e n t e .
S i l a c o m p a r a c i ó n se m e p e r m i t e , d i r é q u e , d e s p u é s
d e ese m i s m o S e r , l o s seres m á s f e l i c e s q u e u n o p u e -
d e i m a g i n a r s e s o n a q u e l l o s q u e se a c o g e n b a j o s u
tutela y protección.
Filón
Estas imágenes, dijo FILÓN, son sumamente pla-
* Ifigenia in Tauride.
163
centeras y atractivas; y p a r a el v e r d a d e r o filósoío
son más q u e meras imágenes. Pero, i g u a l q u e e n el
c a s o a n t e r i o r , l o q u e a q u í o c u r r e es q u e , p o r l o
q u e se r e f i e r e a l a m a y o r p a r t e d e l a h u m a n i d a d ,
esas i m á g e n e s se e s t i m a n i l u s o r i a s , y q u e l o s t e r r o r e s
d e l a r e l i g i ó n p r e v a l e c e n , p o r l o c o m ú n , s o b r e los
consuelos que ella proporciona.
E s a d m i t i d o q u e los h o m b r e s r e c u r r e n a l a devo-
c i ó n m á s p r o n t a m e n t e c j u e n u n c a c u a n d o se h a l l a n
afligidos por el sufrimiento o deprimidos por la
e n f e r m e d a d . ¿No es e s t o u n a p r u e b a d e q u e e l
espíritu religioso está más lejos de l a alegría que
de l a tristeza?
Cleantes
P e r o los hombres, c u a n d o están afligidos, encuen-
tran consuelo en l a religión, replicó O L E A N T E S .
Filón
A l g u n a s v e c e s , d i j o F I L Ó N . P e r o es n a t u r a l i m a g i -
n a r q u e c u a n d o se p o n g a n a r e f l e x i o n a r s o b r e esos
seres d e s c o n o c i d o s , se f o r m a r á n u n a n o c i ó n d e e l l o s
q u e esté d e a c u e r d o c o n l a tristeza y m e l a n c o l í a
j i r o p i a d e s u a c t u a l estado de á n i m o . C o m o conse-
c u e n c i a d e eso, o b s e r v a m o s q u e l a s i m á g e n e s h o r r i -
p i l a n t e s p r e d o m i n a n e n todas las r e l i g i o n e s ; y nos-
otros m i s m o s , después de h a b e r ensalzado e x t r e m a -
d a m e n t e n u e s t r a s d e s c r i p c i o n e s d e l a D e i d a d , cae-
mos en l a contradicción más patente al afirmar
c j u e e l n ú m e r o d e l o s c o n d e n a d o s es i n f i n i t a m e n t e
s u p e r i o r a l n ú m e r o de los elegidos.
M e aventuraré a decir que jamás u n a religión popu-
l a r nos h a descrito e l estado de las a l m a s separadas
fie f o r m a t a l q u e l a h u m a n i d a d h a y a p o d i d o desear
dicho estado. Estas hermosas representaciones de
l a religión son meros productos de l a filosofía. Por-
q u e c o m o e l h e c h o d e l a m u e r t e se i n t e r p o n e e n t r e
l o q u e a h o r a v e m o s y l a s p r o m e s a s d e l f u t u r o , esa
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c i r c u n s t a n c i a es t a n d e s a g r a d a b l e p a r a l a n a t u r a h
z a h u m a n a , q u e e n s o m b r e c e t o d a s esas r e g i o n e
que yacen más allá de l a muerte, y sugiere a 1
mayor parte de la h u m a n i d a d l a i d e a de Cerberc
las F u r i a s , los d e m o n i o s y t o r r e n t e s d e f u e g o
azufre.
E s v e r d a d q u e e l m i e d o y l a e s p e r a n z a a j a a r e c e n e;
l a r e l i g i ó n p o r q u e estas dos p a s i o n e s a g i t a n e l a
m a h u m a n a en momentos diferentes, y cada u n
d e e l l a s se f o r m a u n a i d e a d e l a D i v i n i d a d c o n f o r m
c o n s u s e x i g e n c i a s . , P e r o c u a n d o u n h o m b r e est
en u n a disposición alegre, y goza de buenas apt
tudes p a r a e l trabajo, p a r a l a v i d a social y par
d i s f r u t a r c o n c u a l q u i e r clase de e n t r e t e n i m i e n t o
se d e d i c a n a t u r a l m e n t e a esos m e n e s t e r e s y n o p i e r
s a e n l a r e l i g i ó n . C u a n d o e s t á m e l a n c ó l i c o y d<¡
prirnido, n o tiene o t r a cosa q u e h a c e r más q u
obsesionarse c o n los terrores d e l m u n d o invisibhj
y s u m e r g i r s e a ú n m á s e n s u p r o p i a tristeza.. P u e d
suceder, ciertamente, q u e después q u e h a y a impr<
so p r o f u n d a m e n t e e n s u p e n s a m i e n t o e i m a g i n a c i ó
las o p i n i o n e s religiosas, t e n g a l u g a r u n c a m b i o e
su s a l u d o e n las circunstancias, q u e le r e s t i t u y a
su b u e n h u m o r ; y que, a l albeigar n u e v a m e n t e e
peranzas optimistas respecto a l f u t t n o , v a y a a l otr
e x t r e m o y se s i e n t a a l e g r e y t r i u n f a n t e . P e r o , e
c u a l q u i e r caso, d e b e r e c o n o c e r q u e , c o m o e l t e r r c
es e l p r i n c i p i o o r i g i n a r i o d e l a r e l i g i ó n , es e l t e r r c
la pasión que en ella siempre predomina, y qu
la religión sólo a d m i t e breves i n t e r v a l o s de placei
N o es n e c e s a r i o d e c i r q u e e s t o s a r r e b a t o s d e e x c t
s i v a y e n t u s i a s t a alegría, a l d e j a r los á n i m o s e x h a u l
tos, p r e p a r a n e l c a m i n o a i g u a l e s a r r e b a t o s d e s t
persticioso terror y de pesimismo; n o h a y estad
m e n t a l más feliz que el que proporcionan l a c a l m
y l a e c u a n i m i d a d . P e r o es i m p o s i b l e c o n s e r v a r u j
e s t a d o así c u a n d o u n h o m b r e p i e n s a q u e se h a l l
en u n a profunda oscuridad e incertidumbre, S U Í
p e n d i d o e n t r e J a e t e r n a f e l i c i d a d y eJ s u f r i m i e n t o
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