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JUDITH MARTINS-COSTA Livre-Docente pela Universidade de So Paulo, Professora da Faculdade de Dirito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Dovtora em Dieito pela USP. COMENTARIOS AO NOVO CODIGO CIVIL Do Inadimplemento das Obrigacées Volume V ‘Tomo II (Arts. 389 420) Coordenador SALVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA om | Ne Ga FORENSE Rio de Janeiro 2009 TRIBUNAL DE JUSTIGA DE SAO PAULO RIRIIOTECA LOcaLizeGao I edigao 2008 2 ediga0 — 2009 © Copyright Judith Mertns-Costa CIP Brasil, Caalogagto-ne-fnte Sindicato Nacional ds Eaitores de Livros, RI Martins-Costa, Judith, 1952 — ‘Comentirios ao novo Cdigo civil, volume V, tomo Il: do inadimplemento das obrigagBes. ldith Martins-Cosa.~ Rio de Janeiro: Forens, 2008. CConteid:v. 5, U. Artigas 389 2420 Incl bibliografia A Miguel Reale hinior, companheio na aventura de ISBN 978-85-309-2656-4 carla dia, companheiro também na redagio destes Comen 1. Brasil. (Cédigo civil (2002). 2. Obrigap6es (Diteito). I. Titulo, trios. 3043s cpu 347. a Em memiria de meu pai, Professor Anténio de Al- O titular cuja obra seja fraudulentamente reproduzids, divulgada ou de qualquer for- meida Martins Costa Neto, quem primeiro me fez com- 1a utiliza poderérequerer a spreensio das exemplaresreproduzidos ou a suspensio da ee one anaes divulgag, sem prejuizo da indenizaco cabivel (ar. 102 da Lets 9.610, de 19.02 1998). ‘Quem vender expuser 3 vends,ocula,adquir, distribu, iver em depdsiv ou uiizar Direito cobra ou fonograma reproduzidos com aude com afinalidade de vende, ober gano, vanta- 2m, proveit,lucto dito ou indirto, para ou para outer, sera solidariamente responsi ‘Yel como conrafator, nos trmos dos artigos precedents, respandendo coruacontaiores © Jmportader eo distibuidor em caso de reprodisio no extenor (art. 108 da Lei 9.61098) 'AEDITORA FORENSE se responsibliza pels vcies do produto no que concerme & sua edigfo, a compreendidas a impressio ea apesentagdo afi de possbilitar ao const t tmidor bem manused-lo el-lo. Os vicios relacionados a atualizagdo da obra, 208 conceitos E Esse estimulo ao “reforgo” ao cumprimento, & bem verdade, se presenta por meio de uma coagao indireta ao devedor, de um “cons- trangimento de sua vontade, impulsionando-o ao regular cumprimento da obrigacdo principal, sob a coergo das conseqiéncias derivadas da aplicagao da pena” Assim ocorrerd, por exemplo, quando, na fixagio do seu montante, determina-se um valor deliberadamente acima daquele que & previsivel 2 PONTES DE MIRANDA, Francisco Cnlean, Tratado de Dito Privad Rio de ano: Bors, 1959, ome XXVI.§ 3.12 p. 59. 23 BONTES DE MIRANDA, Francisco Cavalcanti. Tutado de DiretoPrvado. Rio de Ini: Bors, 1959, mo XXVI § 112.9. 58 14 LAREN, Kae, Dencho de oligeiones. Tradso espaol de Jane Santos Bri: Maid Revista de Derecho Paivado, 1958, tomo 1.369, 38 SILVA PEREIRA, Cio Miro snags de Dito Civ We, Riad lane Foease, 201, vol, 3°19, 9, GOMEZ, Jun José Blanco, La Cusula Penal en lat Obligacones Civils: reac ote la reoctn peakpc propyl sami dao. Mai: Dyson, 16. as DO INADIMLEMENTO DAS OMEGA OH para o dano, justamente para que essa quantia possa funcionar como resultante da obrigagao de indeni- um incentive maior do que aquel zar.” Tem-se, portanto, coligada fnga0 garantista (para o credor), uma fungio preventiva (do inadimplemento) ¢ dissuaséria (para 0 de- vedor), ainda que nao garanta, efetivamente, que a obrigagao principal sera cumprida e nem outorgue nenhuma preferéneia ao credor, como a due Ihe ¢ alcangada por uma garantia real. O papel dissuasério, em re~ Jago ao devedor, esté em que este é constrangido a estimar que é mais vantajoso cumprit a obrigagao do que suportar a pena Ao exigir a cldusula penal o credor estara “a colocar a pena no lugar da prestagaio inicial, pelo que 0 cumprimento daquela impediré, obviamente, de exigir a indenizagdo”.® Por isso ndo ha, nessa espécie, a possibilidade de opgao: pactuada a cléusula ¢ 0 devedor nao cumprindo culposamente a prestagio, ao credor caberé exigir, a titulo sancionaté- rio, a ckiusula penal, que teré caréter substitutivo a prestagao, pois seu valor contempla a satisfacao do interesse do credor.” Ha, portanto, a Feunio de dois aspectos: a pressdo ao devedor mais o oferecimento, a0 credor, de uma prestagdo satisfativa, A finalidade compulsiva da cldusula penal também ¢ obtida por ‘uma outra espécie (a rigor, uma subespécie de clausula penal coerciti- vva) qual seja, a cldusula penal puramente coercitiva 27 PINTO MONTEIRO, Anti Cliwale Penl ¢indenzagdo. Coimbra: Almedina, 1999, p 653.654 28 PINTO MONTEIRO, Antonio. Cliuule Penal « Indenizogdo. Coimbra: Almesina, 1999, 648 29 PINTO MONTEIRO, Antonio. “Clusla Pera ¢ ComportamentoAbusivo do Credo Re vinta Rrasiera de Direte Comparada Rio de Janeiro: Iai de Dice Comparado Lase- Brasil 25. pp, 11617. 2004 a9 2.2.5, Cldusula penal puramente coercitiva Nesse caso 0 montante acordado nao valeré como substituigao a presta¢ao devida, mas se agregard a indenizago (ou & prestagao a final realizada). Tal ocorre quando a cléusula penal é pactuada com 0 intuito “exclusivamente compulsivo-sancionatério”.” Atua como estimulo a0 adimplemento, através da ameaga, a0 devedor, de ter que efetuar uma outra prestaco, mais gravosa, a especificidade residindo no fato de a cldusula ser acordada como um plus, como algo que acresce & execugio specifica da prestagao ou a indenizago pelo inadimplemento. Nenhum problema haveré ao estabelecimento dessa cldusula se os ontratantes se ativerem aos limites de validade e de licitude postos no proprio Ordenamento, Especialmente nos contratos pactuados por adesio (cmbora ndo exclusivamente nestes) & dever do intérprete averiguar se a cliusula no € lesionéria e se nfo desborda, manifestamente, da boa-fé ddos bons costumes e da finalidade econdmica e social do negécio. Acessa espécie de cléusula penal nao & necessariamente estranho lum carter punitivo, evidenciado, por exemplo, nos casos em que as partes acordam que, nio cumprindo no prazo ou cumprindo defei- tuosamente a obrigagdo, 0 devedor pagaré determinada soma a uma insttuigdo de caridade. Nao haveria, ai, nenhuma “indenizagao”, nem “substitutividade” na prestago, mas pura coagao ao cumprimento, com vantagem para o terceiro (instituigao de caridade) legitimado a receber, sendo-he por tudo estranho o caréter indenizatério. O carster punitivo desta espécie de cléusula penal tem sido obscurecido, no s6 em face a regra do art. 412, como em razdo de antigos preconceitos contra 0 30 PINTO MONTEIRO, Antonio. "Clusla Peale Comportameao Abusive do Cred n Re ite Braier de Dito Comparado. Rio de Jani nso de Diet Compare Lise. Brasileiro, 25,p 124, 2008 oo bo INADIMPLEMENTO DAS OBRIGACOES (art £08) acolhimento de qualquer coisa que se assemelhe a uma “pena privada” aver motivo algum que possa justificar qualquer reticéncia a respeito, pois “é sufi- ina fungao coercitiva da clausula penal no Direito Privado. Autores, como Gémez, eréem cientemente sabido” que a gen pouco tem a ver com a categoria conceitual das penas civis, no haven- do porque esconder 0 fato de que a eventual coergdo/sangao do devedor into, inadimplente persegue, realmente, um fim de castigo proprio, di segundo 0 caso, de uma execugao forgada, ou de um ressarcimento do dano.” O fato é que, entendendo-se a palavra “pena privada” num sen- ‘ido amplo, com o cariter de “punigao acordada entre privados” ndo se pode negar & cléusula ~ quando a finalidade € coercitiva, e nao mera- ‘mente indenizatoria —o papel de sancionar o culpado pela mora ou pelo inadimplemento.” 31 down edo chp empress “reppin” nso do lero pe ‘el Asin SERPA LOPES, Miguel Ma Cased Dre Ci riers Gee ees por oe Sep Sts Man Ri ates Basen 2000 0° 716.155 Alun « FOLACCO.Refemos exe coment on tl tapes neo “OS Das ese no Drei Bras ea Nts ba Reps’ MARTING COSTA, Init (Or) 4 Recon do Dit Priva: refs dos pine goranas «dees Constr Femdom no Diets Pride So as: React 200 pe 408-446 Lembrando ole dad en hi, send o oa ta ups prada € hiss sn decent, procrnos Slo tas hat gue Do amar pera ova lo contends pn sia ple pa” cone ‘elo unnerved", ma oo ots Se puntos so dela cones nine io cere eset honor) epost 4e nen, sai ao Dare esa pelo Dato Pel Pi, Mats cece Yotaee so eae “Uses Abts de Pro Patina ~ te damages ¢» Do rset’ em co gtr com Mara Ss Pp Reve CE Cen de Esta, Jets do Cento esti Fed, ep, 153,205 Cabelas tn evita AURIS. vo 100 pp 229-262 dere 209) 32 GOMEZ a Ine Bano La Cla Penal Oiacio Chie atin nr etn pra a prac pray semen Sl dao Maa kaon 1 tt 3 STHage nop 84579MS, Rel Min A Peder, 3 Tame 22032007, DI de 3845307, p. 35, Ementa Consumer Mino nea, 1 Encuentro ‘encintto dr drgseo Apa rin dnminn de comin manson or {erect comin apo veces fo csi ma depend ane, a 2.2.6. srengas nos regimes juridicos Diante dessa distingao entre as espécies aponta-se a existéncia de certas peculiaridades na incidéncia do regime juridico, 0 que € al «ado por via de argumentos de ordem légica, sistemitica e teleol6gi ca, Por exemplo, se a cléusula penal foi pactuada como clausula de perdas e danos (finalidade de prévia liquidagao do dano), 0 juizo sobre a redugao do dano, previsto no art. 413, deverd ter em conta o crité- rio da proporcionalidade, pois a natureza da clausula é francamente indenizatéria. 16 se foi pactuada cldusula penal em sentido estrito, ou puramente coercitiva (finalidade compulsivo-sancionatéria, visando- se gerar presstio no devedor de modo a estimulé-1o ao adimplemento), © foco esté no cumprimento, nao no dano.* O juizo sobre o grau da redugo, portanto, atuard diferentemente quer se trate de uma ou de outra espécie.™ ‘Também assim a consideragao da regra do art. 416, segundo a qual rio & necessdrio que 0 credor alegue prejuizo: se o devedor provar a inexisténcia do prejuizo haverd consequéncias diferentes caso se trate de uma cldusula penal de fixagao das perdas ¢ danos ou de uma cléusula expresso pode desgar oa os jus remunertrios simplemente, ors os jars remunest- os os urs moratérias, os fnaent, or oe remuneatrcs os jos morris ¢ ‘muta corral; pra efeitos rics, sje qual fr oun ques Ihe 2, po vencimento otto sto exigives,cumulasvament, or jue remuneratiios (pas mater «base eon. tia do nego) 05 jos de mor (para devetimola a demora 0 cinpimento da ebigo) «a ml conta (aa puro nadnplemeta)(.) 34 FERREIRA DA SILVA, Jorge Cesntnacinplemen das brig, Biblioteca de Direito CGvil-Esndosem Homenagem a Miguel Reale, So Pau: Revie ds Teibunns, 2007 vol 19.241 38. PINTO MONTEIRO, Antoni. "Cliusula Perle Comporsmento Abusive do Creer Re- ‘sta Bras de DietoComparado. Rio de Ineo Inet de Dito Coraparnde Lise Bra 2° 25, p. 126,200 penal em sentido estrto, como melhor apontaremos nos comentarios Aquela regra, conquanto, a depender do regime adotado e estando dian- te de uma cliusula de fixagdo antecipada de indenizagao, a prova do devedor quanto & auséncia de dano, por exemplo, possa repereutir na exigibitidade e na revisto da cléusula 2.3. As modalidades de cliusula penal: moratéria e compensatoria As espécies — clausula penal de fixagao de perdas ¢ danos, clausula penal coercitiva (cléusula penal em sentido proprio) e clausula penal puramente coercitiva ~ estio conectadas duas modalidades: a clausula penal moratéria ¢ a cldusula penal compensatéria, cuja distingao funda- mental esté na consequéncia juridiea que produzem.* 2.3.1. Cliusula penal moratoria Diz-se que a cléusula penal é moratéria quando se aplica em virtude ‘de mora do devedor e sem prejuizo da exigéncia da prestago principal” Seu trago essencial esté na possibilidade de acumulagdo com a obrigaga0o principal, como veremos ao comentar os arts. 409 ¢ 411. A clausula penal moratoria em geral é imputada a finalidade de coagir ao cumprimento, como € caracteristico da eldusula penal puramente coercitiva, pois em ‘ambas a pena € acrescida & prestagdo principal, nio tendo cariter substi- tutivo (finalidade puramente coercitiva, item 2.1.5., supra). 36 FERREIRA DA SILVA, Jvge Ces nadinplemeno das Origa. Bibles de Divito Civil Bstaios em Homenagem a Miguel Reole. Sto Paulo: Revista dos Tbunis, 2007, vol 2p.238 31 WALD, Amol. Crso de det ch brasileiro, OBriasbe e coma, p. 162 oa 2.3.2. Cliusula penal compensator Accléusula penal compensatoria se substitui a obrigagdo principal, sendo, nesse sentido, satisfativa, isto é, substitui a execugo do dever originalmente previsto, como veremos a0 comentar os arts. 409 e 410. Em regra, essa modalidade é a utilizada quando a finalidade buscada pelas partes ¢ de estipular previamente as perdas ¢ danos (finalidade ressarcitéria ou “cléusula de previsdo de perdas ¢ danos”) ou quando ha © inadimplemento definitivo da prestagio. Porém, existe a possibilida- de de pactuar cliusula penal compensatoria (substitutiva da prestagao principal) para o inadimplemento de clausula especial e para os casos de inadimplemento parcial 2.33. Sintese da posigio adotada A perspectiva dualista aqui adotada permite o discernimento entre fungdes, eficdcias tipicas, finalidades e espécies das cldusulas penais conforme o seguinte esquema sintético: ()) Fungao de indenizar. Eficdcia de substituir a prestagio original- ‘mente pactuada. Finalidade de liquidar previamente o dano. Espécie: cléu- sula penal compensatéria (substitutiva) dita “cldusula de perdas e danos”. (ii) Fungdo de coagir ao cumprimento: a) eficécia de substituir a prestagdo originalmente pactuada. Finalidade coercitivalsatisfativa para o credor, na medida em que substitui a prestagdo originalmente pactuada, Espécie: clausula penal compensatéria (compensa na medida ‘em que substitui a prestagao originalmente pactuada), dita cliusula pe- nal em sentido estrito; b) eficdicia de acrescer a prestagao originalmente pactuada. Finalidade puramente coercitiva, para levar ao cumprimento. Espécie: cliusula penal moratéria (nao substitui a prestago original, oa DO INADIMPLEMENTO DAS ODRIGACOES (ast 408) acrescenta um valor que € acumulado ao da prestagao original), dita clausula penal puramente coercitiva (iii) Hipoteses em que ha eficdcia alternativa (ou substituir ow compensar): a) inexecugao de apenas algumas das obrigagdes pactua- das ou quando pactuada clausula penal em seguranga de alguma cléusu- la especial: pode ser cléusula compensatéria (substitutiva) ou moratéria (cumulativa);* b) violagae positiva do contrato: pode ser cléusula com- pensat6ria (substitutiva) ou moratoria (cumulativa).” 2.3.4. Importancia da perspectiva funcional na sociedade contem- pordnea Da conjugagdo entre as distintas finalidades, fungées, especies, modalidades e conseqiténcias juridicas da cldusula penal resulta con- sistir a eldusula penal numa figura complexa, verdadeiramente multi- funcional, motivo pelo qual deve o julgador, antes de aplicar qualquer das regras legais incidentes a cléusula penal, apurar 0 escopo ou fi- nalidade buscada pelos contraentes com a estipulago da pena, a fim de qualificar a espécie acordada pelas partes, cabendo registrar que a designagio dada pelos contraentes conquanto indiciaria, nem sempre ¢ rigorosamente indicativa da finalidade.® O decisivo seré o exame do contetido da cléusula, cabendo averiguar se as partes pactuaram ser a soma devida mesmo na auséncia de qualquer dano; o tipo de obrigago que sanciona; os interesses em jogo; os usos habitualmente seguidos no segmento do mercado em que pactuado 0 contrato considerado; a 38 Ver comentitios ao art. 409, tens 24525; 25.1 6252. 39° Vercomentis ao art 40, tom 2 40 PINTO MONTEIRO, Antonio. Clana Pena Idenando, Coimbra: Almein, 1999p. 640 es relagao entre o valor da pena ¢ os danos previsiveis:" ¢ todas as demais circunstincias aptas a esclarecer a sua finalidade.*® ‘A cuidadosa ¢ prévia qualificagdo da espécie, bem como a con- sideragao das circunstincias do caso, so imprescindiveis em face da ‘multifuncionalidade da cléusula penal que, ademais, tem exponencial importéncia na época atual, na qual cresce um renovado “direito dos mercadores”, direito dos grandes empresérios: fugindo do Judiciério, procuram as grandes empresas resolver os seus litigios por meios como a negociagdo € a arbitragem® pois entre os “grandes contratantes” & a propria Economia que se serve de meios de pressito sobre o devedor. Apresenta-se, assim, a ckéusula penal como medida privada “capaz de fortalecer o proprio mecanismo contratual e de zelar pelo respeito dos compromissos assumidos”.** Essa questio, por sua complexidade sociolégica nao pode, por “bvio, ser aqui analisada, cabendo tdo-s6 referir — concernentemente a0 emprego da cléusula penal — que os problemas que dai advém nao podem ser escamoteados: a propria licitude da clausula penal deve ser apreciada tendo em vista no apenas o seu teor e as limitagbes legais acerca do quantum eventualmente incidente, mas, igualmente,o tipo de relagdo obrigacional na qual inserida a qualidade dos sujeitos envolvi- 411 Seovalorexcoder valor miximo ds aes se peers conch que nfo se eta de ma cise nde eo ancipdaeconvencoml do quanta indnizatr, antes vata frat ompiséa da pens, o que caracteriza cliusla penal em sentido esto, Porm xe cola, ‘onto ¢ aot, clarecendo autor: “Aree ene o valor soma eo dos danse Hors 6 er poi un facie dcisivo pa a uifcago da epécic eon ais quando se ee Tiguido o sentido que ot contaentes quam efctvamcsestrbuirhe Assim ato dvedor conkosaa vote rel do credor, apradeess, é ese seo quc deve var aciula saa fue a soma scordada nf e mote abectameote aden ee Sin (PINTO MONTERO, ‘Antonio. Clngula Perle Indenizort, Cama: Ameins, 1989, p. 840 «642. 42 PINTOMONTEIRO, Astnio.Cldwala Pc Indenzpte, Comte Alena, 199, p40. 8 Lein 9307, de 23 de sctembeo de 1986 ‘M__PINTO MONTEIRO, Anni. Cline Pl Inept, Coimba: Almedin, 1993, p. 659, as dos ea funcdo que ai for concretamente chamada a desempenhar. Estes fatores, coligados, tém como norte de avaliagao, a clausula geral do art. 187 do Cédigo Civil A contextualizagao é necesséria porque a figura da ckiusula penal serve admiravelmente bem a crescente demanda de meios de pressao sobre 0 devedor, na medida em que ~ como jé observamos ~ a clausu- la penal admite, para além das duas grandes finalidades (fazer pressao € indenizar), duas modalidades (moratoria ¢ compensatéria). O “fazer presso”, no entanto, est sujeito aos limites da licitude, néo se admi- tindo, numa ordem econémica normativamente regulada, que 0 poderio econémico prevalega sem freios, a ponto de se concluir que a “natureza do mercado” seja nao apenas dominante, mas, por igual, absolutamente determinante. 2.4, Noco de clausula penal, segundo a perspectiva adotada Feitas essas distingdes podemos j4 concluir o exame da nogio de cléusula penal. Trata-se de um instituto que acopla uma dualidade de ‘manifestagdes,** podendo ser estipulada ou como sangdo-— isto é, como ‘medida compulséria-sancionatéria, para incitar 0 devedor ao fiel cum- primento do pactuado — ou como indenizagéio — vale dizer, por meio do estabelecimento forfataire das perdas e danos no caso de inadimple- ‘mento culposo. No sentido estrito a cléusula penal tem, pois, a natureza de uma sango que pode ser estabelecida como pressio ao devedor, nada acres- cendo a indenizagao, pois se coloca como alternativa & prestagio ori- 45 Acapresto¢ de PINTO MONTEIRO, Anton, Clause Penal eIndenizard. Coimbra: Al seina, 1989p 674 or /0 cov160 cw ginalmente devida; ou como pura sang, nao substituindo a presta- 40, mas acrescendo a esta (ou & indenizagao pelo inadimplemento). Quando pactuada como cliusula de liquidagao antecipada das perdas e danos, participa da natureza indenizatéria, nao tendo cardter coercitivo ‘nem sancionatério. 3. Distingao entre cléusula penal, cliusula de garantia, sangio pe- cunidria compulséria e outras formas de sangio e de indenizaco predeterminada Os problemas praticos que a cliusula penal intenta resolver estilo ligados ao cumprimento da obrigagao. Porém, no ¢ 0 nico instituto voltado a esse escopo, razdo pela qual no devemos confundir a cléu- sula penal com outras figuras que, direta ou indiretamente, se voltam & similar objetivo. Vejamos, em largos tragos, alguns desses institutos. a) Sango pecuniéria compulséria (astreintes, ou multas comi- natérias). Tal qual a cléusula penal, as penas cominatérias constituem ‘uma saneo compulséria de natureza pecuniéria. Distinguem-se, toda- via, ambas as figuras por variados tragos: as penas cominatérias nao so um “substitutivo” da indenizago, antes configurando uma forma indireta de coergo sobre o devedor, imposta pelo juiz, por meio de uma ameaga pecuniaria, configurando um instrumento de Direito Publico, derivado ou da lei ou da imposigao judicial e nao da autonomia priva- da; ndo tém caréter punitivo, apenas coercitivo; tém como destinatario © réu, € nfo 0 autor ou outros sujeitos do proceso; podem ser fixadas independentemente do pedidl; sto estabelecidas por periodo de tempo, como dia ou hora, ¢, inclusive, seu valor pode ser alterado para mais 46 CPC, as. 287,461,461. 68 «645; CDC, a os N10 DAS ORRIGALOHS (au. 4 0u para menos, conforme se mostre irrisério ou excessivo, a critério do indo o art. 412 do Cédigo Juiz, nao sendo, pois, ne varietur e nao in Civil? ) Arras (sinal). Trataremos das arras a0 comentar os arts. 417 & ss., para ld remetendo a distingao. ©) Cliusulas de garantia. Clausulas ou convengdes de garantia sto aquelas em que se estipula uma obrigagao de garantia, vale dizer: 0 devedor assegura ao credor determinado resultado, assumindo o risco da ndo-verificagio do mesmo qualquer que seja a sua causa.** Trata-se, em sintese, de uma promessa de indenizagao, caso o resultado nao seja obtido, nem a impossibilidade objetiva exonerando devedor, uma vez que esse, expressamente, assumiu o risco da nio verificagio do efeito ou resultado pretendido.” $6 por esses tragos genericamente alinhados ercebe-se a disting&o relativamente a cldusula penal que exige a culpa (€ nfo 0 risco) como elemento de incidéncia 4) Clausulas limitativas de indenizacio. As cliusulas de nao. denizar (seja a cléusula de néo-indenizar em sentido préprio, sejam as cléusulas de limitago da indenizag0) consistem em um acordo prévio entre as partes que decidem por afastar ou limitar 0 efeito da reparacao de um dano eventualmente produzido na relaggo entre os contratantes.{" 47 V. MARINO, Liz Oitheme, Tula Especfica. 2, So Paulo: Revista dos Tibuaais, 2001, mais rcentemente AMARAL, Githeme Rizzo. As selfs eo Proviso Chl Bro Lileto~ Malas do art 61 do CPC eearar. Pat Alegre: Livtara do Adopt, 2008 48 PINTO MONTEIRO, Antonia. Clea Penal e Indenzcdo Cintas: Ales, 1999, p. 265, escaresendo:o temo “ara” tem, nese context tn sgifiade especie ine ‘convene desinada 2 ora odevedor om orisco da resero, iso & fet ceponden, ‘ndependentemente de ul sua ou de qualquer ccna de feja maior que ea spe oo eumprimento de presto, {9 INTO MONTEIRO, Aono. Citwule Ponte indenzasn Coimbra: Almedian, 199, p. 265 39 Conqusnto muito ras, no sto vedas cussed nondenza scar cxtaconata, incplmete nas relogdes de viinbansa, 09 So, como a cléusula penal, cléusulas acessorias, previamente ajusta- das, servindo, igualmente, a similar finalidade de suprimir a incerteza da liquidagdo para 0 devedor do dano, “evitando o risco de, na apuragio do prejuizo, se computarem conseqUiéncias que estejam além ou aquém das naturalmente derivadas do acontecimento prejudicial, a saber, 0 inadimplemento” " Porém, as distingées entre os institutos existem: conforme o con- tefido da cldusula de ndo-indenizar a vitima do dano pode restar sem ‘qualquer reparagio, ou restar limitada a um valor maximo, espécie de teto, pelo que se apura o dano que serd indenizado até aquele teto, ¢ no mais; jé na cldusula penal se estipula um valor fixo” que serve, muitas vezes, como liquidagdo prévia do dano.” Além do mais, por vezes a cléusula penal nem exerce fungao indenizatéria, antes desempenhando uma fungo de estimulo do cumprimento voluntério e integral da obri- gagio, diante da ameaga do devedor de incorrer na pena, Assim, a and~ lise funcional discerne a cléusula penal da cléusula de ndo-indenizar. Demais disto, mesmo quando a fungo desempenhada pela cléu- sula penal seja a liquidar previamente as perdas e danos — hipétese na ‘qual se poderia supor uma aproximago maior entre as duas figuras ~ ha istingo também, consistente no fato de a cléusula penal dispensar a prova do dano (embora a extenso do dano possa acabar vindo a tona na 51 AGUIARDIAS, Jose Clic nv ndenizar(chamada clnsula de responsabilidad) io de Jane: Revista Fores, 1947, 16 52 ALMEIDA COSTA, Mario uli. Dio dar obrigasdex ed, Coimbra: medina, 205. p 138, verbs: ".) a lula pana tm alr f= nom mats nom menos gue os Prfueos se aprerentom na reldade inferior eu superionss.2 seu guano” E cet oe © Cig9 ‘eres redoyd da clu poral at 413), mas por rates de eqs, no ceo de bn [oso er ido cumprida em parted ponalidade ser maniesamente exer, 9 030, Portal, pra aan ed. 38 MONTFIRD, Amun Pint. Cats Amira € de exisdo de responsaitdad ct Coimbra: Aled, 2003, p. 136. 630 IMPLEMENT DAS OBRIGACOE hipotese de desproporgao entre dano ¢ indenizagao em caso de eventual revisio judicial), enquanto que tal prova se faz necessaria diante de uma cléusula de limitago de responsabilidade, cujo montante indenizatério corresponderd nao ao teto pré-fixado, mas guardara equivaléncia com © dano indenizavel. ‘4) Sangées de indole disciplinar (penas associativas). As sangbes im- postas por uma assoviago aos seus membros, de acordo com os estatutos, no caso de os associados violarem regras estatutirias; ou aquelas impostas pela entidade patronal ao trabalhador que no respeite os deveres laborais, conforme estabelecido no regulamento da empresa, no consttuem propria ‘mente ckiusulas penais.* As penas associativas, previstas em estatutos ou regulamentos, ou as penas disciplinares, previstas em regulamentos da er- presa, derivando da submissdo do associado ou do empregado aqueles estatu- tos ou regulamentos, tém cariter eminentemente disciplinar e, nesta medida, “divergem da cléusula penal, ndo obstante a sua possivel qualificagio como penas de direito privado”.® Além do mais, enquanto 0 devedor moroso ou inadimplente incorre automaticamente na cléusula penal nascida do consen- 0, a pena associativa carece ser imposta pelos érgios associativos por meio de um procedimento formal, apto a fazer cumprir os deveres associativos, passando, pois, por um juizo valorativo ulterior Porém, no ambito do con- tralo de trabalho de atleta, a Lein® 9.615/98 qualifica expressamente como 4 Segundo Pinto Monto as opine sobre 0 tema, "object de vivo debate no diet compa ‘ao ivden-e ert a ree do carter de cldusla penal a xa anges; a abo de tm carer de “cus peral atic, eabendo a exteasto do respetvo seximejuriio, por ‘suiargio (PINTO MONTEIRO, Aono. Clssula Penal e ndenagdo. Coimbra: Aled 15,1989, 14). 58 PINTO MONTEIRO, Antoni, Cunla Peal idenzapdo, Cobra: Almetia 1958p 152 pp. 1-161 ot cléusula penal” a pena imposta ao atleta que deixa 0 clube em que contrata- do, rompendo o contrato. Poré, esta “cléusula penal desportiva’™—que veio, rigor, substituira figura do “passe” Kausula penal do Cédigo Civil apesar da identidade do nomem legs, tendo, entre outras € inconfundivel com a caracteristcas, finalidade marcadamente compensatéria ds entidades despor- tivas pela quebra do chamado pacto de permanéneia,* além de ter sua fonte na lei e no ex voluntate, Diferente é quando as partes ~trabalhadores ¢ em- pregadores — fixam cléusula penal em Dissidio Coletivo ou em Convengo Coletiva ou quaisquer acordos intersindicais normativos, que tém natureza contratual ndo elidida por sua proclamada “natureza normativa”, uma vez ser ‘0 contrato legitima forga normativa, apenas sendo essa especialmente garan- tida, no caso dos Dissidios ¢ Convengées Coletivas, pela autoridade estata Para essa, legitimas cldusulas penis, aptca-se 0 regramento do Cédigo Ci- vil, com atengao, naturalmente, as peculiaridades da relagdo de emprego. ¢) Sangées premiais. O “caréter premial” de certas regras legais, foi objeto da and ise de Norberto Bobbio que perceben a ocorréncia de uma “fungio promocional do Direito”: as regras juridicas nao se 57 Sepindo a eyo dada pla Lai ot 10672 de 2003 a0 at. 28 da Le 961598, sonrto detratubofmado ene o alle acatidade de rica despotva“deverk conte, bristrs+ ‘mene, clue pel paras bipSteses de desounprimena, ompinerto oa vests wise ral" Eno 52 domesmo eto, prev aeficcia de dislugs d vind desert do tit om esdade desporiva conratate (vacuo esse dsigadamente aces a0 repectvo inca taba) eae cute hips, pelo pagent de clusla penal as leans do ‘pnt dagule artigo, Oespa-stnda le aesbeleer tt prs valor cana pena ($7) tm coma eras de sun edo (§§ 5. $8 Come jt deridi oJudcisioTababisa(exempliicatvameat, Proc. TRY, 6 Rep 0270 203311-06-00-7, 1 Tu, Jz Vad oe Silva de Cavan)“ clas pena de gue tata, © caput do artigo 28 da Le #96158 favorece apenas so cabe, no aso de dsviaculagso ‘oat a vigdcia do canto de table profsional Tanto € asim, que 0 § 5° do meme “dsponivo permite xajto de um valor iimitado eesti de tal pena quads beaver ‘pus ultra do vical cabalhisa pan fs de ward ntraciona,evidencando ‘que o descurpinesto do parade € plo ate, ea plo cute, ver que guts se wane pars o exterior aque, esto es 59 Amalia 6 contd, contovena, como melhor vremos 0 comenar oar 412 oa limitam a proteger/sancionar e a reprimir/coagit, mas podem ter uma funedo de encorajar ou a promover condutas.” Exemplos dessas sao as regras legais ¢ as cliusulas contratuais por meio das quais ¢ estipulado que, se 0 devedor cumprir segundo certas condigdes (por exemplo, se pagar antes do prazo, ou se pagar “a vista”), ganha certo prémio, como ‘um desconto; ou, contrariamente, aquelas regras que estipulam a perda ‘de uma determinada vantagem, como o desconto, Para qualificar a figu- +a (que pode ter diversos nomes ou “etiquetas”, como “abono pontuali- dade”)" & necessario euidado, pois pode consistir, ou nao, em cléusula penal. Nao o sera se consistir na atribuigdo de vantagem, mas poderd ser se a vantagem estava contratualmente ajustada, e se a sua perda se deve & mora ou ao inadimplemento.® f) Multas legais. A cléusula penal é inconfundivel com a multa revista em lei (seja fixada pelo juiz. ou por érgio da administragao piblica)* Como melhor veremos ao pontuar os pressupostos da cléu- sula penal, ela carece ser estabelecida em negécio juridico, portanto, enquanto a fonte da cléusula penal é ex voluntate, a fonte das multas & 6 RORBIO, Note. Dalla Suara ala fnsione-raov td ceria del dio. Eaiione 1 Coruna, 197 Sulla Funzion Promorionae dl Dt, Milo: Ri: Tri. d Dire Proc hv, 1969, op. 1319 seg. 61 GONCALVES, Carls Robeno, Dist cl rostlebo: ora gra dex orgy Si Saraiva, 2006, YL fp. 386, 62 OST ju qualicou como claus pense as liu de perder das parcelas pags no Tenbito de onto de compromiseo de compra even de indvel (Semados antes do aves to do CDC), em cao de resolu por imacimplemena do compromise compre. Como Consens pine oatigo 924 do Ciao Cl de 1916 (conespoodente co vente a. ‘13 prasad penaldade (. REsp. n° 298.6119? c, na doutia, TAVARES, Fernanda Circ, Ox instrument de equllrocorratal no Cigo Civile no Cig de Defes do [Coasuidr: estado da cls penal eda curls de no ncenizay,m MARQUES, Cla (orp) A nove ese do coat. Sao Pau, Revit os Tribus, 2007, pp. 36028 6) Ygv0 Deceto st 3179, de 21 de stmbo d 1999, qu pte sobre epecifias oda an es alicia hs conde ativiades esis a0 meio ambiente, staelece ne art 2 que & ‘oto das eras adminitaivas ambiental € pana com mis simples dscrita mae 63 ex lege, 0 que nao significa que a estipulagao do valor da clausula penal ‘do possa softer limitagao em virtude de dispositivo legal, a exemplo do art. 1.336, § 1°, do Cédigo Civil 4, Os pressupostos da fattispecie do art. 408 Determina o comando legal incorrer em cléusula penal o devedor ue, culposamente, néo cumpre a obrigagao ou incorre em mora. So, portanto, pressupostos a incidéncia da regra: a) existéncia de cléusula penal, pois essa hd de ter sido pactuada, conjuntamente com a obrigacio principal ou mesmo posteriormente, ‘mas antes do inadimplemento; ) 0 incumprimento imputavel ¢ culposo, pois nem todo o tipo de incumprimento ativa a exigibilidade da cléusula penal, mas s6 aquele atributvel & culpa do devedor, como agora resta expresso no art. 408; Esse incumprimento pode ser definitivo (total ou parcial) ow a vio- lagdo positiva do contrato, ou pode consistir na mora No Cédigo de 1916, a regra do art. 921 determinava incorrer em cléusula penal o devedor “desde que se venga o prazo da obrigagio, ou, se © nflo hi, desde que se constitua em mora”, mediante interpelago, nessa tiltima hipétese. Nao se falava, portanto, em inadimplemento por culpa. Porém, como observamos nos comentirios aos arts, 394 ¢ 397, © entendimento doutrinério praticamente dominante exigia a culpa no suporte fitico da mora, de modo que a culpa era, segundo essa corrente, “pressuposto implicito”. O art. 408, diferentemente, deixa claro, com todas as letras, a0 buscar o advérbio “culposamente”, que se ha de exigir a existéncia da culpa para atuar a cléusula penal. Mesmo que entendamos que a mora ‘nif exija, necessariamente, a culpa ~ como expusemos nos comentérios 63 i | | | bo INADIMPL EME ES (ants 408 6 409) ‘08 arts. 394 ¢ 397 — ha de se convir que, agora, além da mora, ha de haver, para o efeito da atuagao da clsusula penal, a culpa, por expressa disposigao legal. E que, diante de seu caréter de pena, a atuagao da cléusula penal requer nao apenas a imputabilidade, mas que esta seja informada pelo principio da culpa. Aplica-se, naturalmente, o regramento priprio a constituigao em mora, jé examinado no comentario ao art. 397 € seu parigrafo tn co. Por igual, a mora obedece ao fenémeno da transformabilidade em inadimplemento absoluto, se, a teor do parigrafo ‘nico do art. 395, a prestagdo tornar-se inutil a0 credor, ‘Art, 409, A cldusula penal estipulada conjuntamente com 8 obrigacio, ou em ato posterior, pode referir-se A inexeeucio completa da obrigagio, a de alguma cléusula especial ou sim- plesmente & mora. Direito Anterior — No Direio anterior ao Codigo de Beviligqua, ear semen er sia po vind down sea em rato da priia, no que concerne «primeira parte, seja em razio do Dizeito Romano, no que diz com a segunda parte (Ine, 3, 15,§ 7; 45, 71; Cd, 2, $6, 1.1, neo). No Esbog, de ‘Teixeira de Freitas, as. 99, 1" 2" alineas. No Cio de 1916, rts, 916.917, LLogislagde Comparada ~ Cédigo Civil Francés at. 1.226.e art. 1.2275 CCAdigo Civil Alemio, parigrafo 339; Cédigo Civil Argentino, art. 652; Codigo Civil Chileno at. 1.535; Cédigo Civil Uruguaio, ant. 1.363 COMENTARIOS 1, Nova estrutura e Ambito de aplicagio (© vigente Codigo retine num mesmo dispositive as regras que, anteriormente, vinham expostas nos arts. 916 ¢ 917, em nada alterando, os !

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