Ensinamento Semanal Comunidades Bnei Noach Brasil

Leitura Semanal da Parashá: Números 13:1-15:41

Sabedoria Chassídica

Na questão material, devemos sempre olhar para aqueles que estão em pior situação que nós
e agradecer a D´us misericordioso pelas bênçãos que Dele temos recebido.

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 Estórias Chassídicas
Até que ponto uma pessoa deve ser considerada responsável pelos seus atos?

Em algumas jurisdições existe o conceito legal de “impulso irresistível”, que pode ser usado
como defesa nos assim chamados “crimes passionais”. Ao que parece, supõe-se que sob uma
determinada intensidade de emoções, a capacidade da pessoa de controlar suas ações é
reduzida. Isto é compatível com o conceito de homem como Homo sapiens, ou um macaco
intelectual; pois, afinal de contas, o simples intelecto pode ser altamente inadequado para
refrear uma paixão violenta.

O nome que a Torá usa para definir o homem é Adam, uma palavra formada pela letra alef
e pela palavra dam (literalmente sangue). A tradição ensina que o alef representa o Aluf, o
que significa “Mestre do Universo”, e dam é a estrutura física de carne e sangue do homem.
Assim, o homem não é Homo sapiens, mas Homo spiritus, um ser cujo lado físico está
sujeito ao domínio do espírito, à força Divina dentro dele. Consequentemente, não pode
haver “ impulso irresistível”. Mesmo que possamos entender que uma pessoa ceda a uma
forte tentação, isto não é uma justificativa. O homem pode controlar-se, se assim o desejar;
ele é sempre responsável.

Rebe Mordechai de Nesciz desejava muito ter um talit catan feito de lã produzida na Terra
Santa, após muitos esforços, ele obteve um pedaço de lã e o entregou a um de seus alunos,
para que ele preparasse o talit catan.

Infelizmente, quando cortava a abertura da cabeça, o aluno dobrou o tecido uma vez a mais,
de forma que, ao invés de um só buraco, formaram-se dois. Ele percebeu que estragara
completamente o traje que seu Mestre almejara por tanto tempo. Com enorme receio, ele
mostrou a Rebe Mordechai a lã inutilizada, na certeza de que seria severamente repreendido
por sua negligência.

Rebe Mordechai olhou para o tecido com muita tristeza, enxugou uma lágrima em sua face,
e sorriu para o jovem: “Está tudo muito bem”, disse ele. “Não se aflija. ”

“Tudo bem? ” Exclamou o aluno. “Mas eu estraguei completamente o seu talit catan!”

“Não, meu filho”, disse Rebe Mordechai. “”Este talit catan deveria mesmo ter dois buracos.
Um para a abertura da cabeça, e o segundo para testar Mordechai e ver se ele perderia a
paciência. ”

Às vezes as pessoas têm a intenção de realizar mitzvot e não percebem que em seu fervor de
cumprir uma mitzvá elas podem estar transgredindo de outras maneiras. Rebe Mordechai
sabia que por mais importante que fosse a mitzvá do tzitzit, se ele permitisse que a sua raiva
se manifestasse a mitzvá seria anulada. As prioridades do Rebe Mordechai estavam muito
bem ordenadas.

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 Estudo das 7 Leis de Noé

O Código de Noé - Histórias destinadas a se encontrarem.

Louvai ao Eterno, ó vós, todas as nações! Louvado seja Ele por todos os povos! Porque imensa é Sua
constante bondade para conosco, e para sempre durará Sua fidelidade. Louvado seja o Eterno. Haleluiá!
(Salmo 117)

Este salmo é constituído por apenas dois versos, que combinados, englobam toda a
humanidade. O primeiro verso refere-se a todos os povos da Terra e o segundo verso
abrange a todos os judeus. Estes dois versículos convergem para imagem de Deus como
centro de toda a criação; juntam-se eternamente em um único ponto de unicidade, ao mesmo
tempo transcendente e único aonde deus está em Deus.

Este ponto de unidade não é facilmente visto ou sentido, motivo este causador de muitos
tumultos ao longo da história do mundo. No entanto, em um só lugar, ao mesmo tempo,
esse ponto de unidade foi revelado milagrosamente pelo próprio Criador. Assim Ele desejou
em sua sabedoria, para que todos os Seus filhos - a raça humana - possam conhecê-lo e Nele
acreditar, levando-O no coração até a chegada da era messiânica. E quando este momento
chegar é porque estaremos prontos - nos termos de deus - para recebê-Lo como o Rei sobre
o Universo. Esta revelação essencial precisa apenas de um único acontecimento comandado
por deus que seja testemunhado e registrado. E que seja preservado para a posteridade.

Essa revelação ocorreu no Monte Sinai, no ano hebraico 2448 (1312 AC).

Naquela época, a voz de deus o nome de deus e a Unidade de deus, estavam claramente
reveladas. Mas Ele em sua sabedoria viu que era melhor guardar esta revelação do povo
judeu, mesmo sendo eles os guardiões deste conhecimento. Desta forma, a habilidade de
viver intensamente com a revelação foi retida.

Deus, porém, designou Moisés (Moshe em hebraico) como Seu profeta, para que Moisés
recebesse e transmitisse todos os Seus mandamentos para as gerações futuras
(Deuteronômio 21-28). Nestes mandamentos estão compactados a sabedoria divina em
formas de palavras escritas para que pudessem ser absorvidos pela mente humana limitada.
Este registro, os cinco livros de Moisés, Deus chamou de Torá, o que significa, “instrução”
e Ele transmitiu, juntos com os ensinamentos para os judeus como legado eterno.
(Deuteronômio 33:4). Junto a esta dádiva foi confiado uma grande responsabilidade; A Torá
não “apenas” detalha as 613 leis judaicas (das quais os 10 mandamentos representam apenas
uma pequena fração). Inclui também as 7 Leis de Noé para todos os não judeus, as quais
deus instruiu a Noé dezesseis gerações antes da outorga da Torá.

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Com a ascensão dos judeus como nação na terra de Israel, as regiões próximas, especialmente
pessoas que escolheram residir na terra Santa, houve um despertar para as 7

Leis de Noé. Pelo fato de os judeus terem passado por sucessos e derrotas durante 440 anos
anteriores a construção do Templo pelo Rei Salomão, e 410 anos durante o período, em que
o Templo ficou de pé, causou um enfraquecimento da busca por parte das regiões próximas
em relação as 7 Leis de Noé.

Nos tempos do Segundo Templo sagrado (350AEC – 70 DEC) um grande movimento dos
“Tementes aos Céus” foi ativado no império romano. Estes eram os gentios que aderiram
ao deus Único de Israel, deus este que os direcionava para a fidelidade religiosa dos sábios
judeus e ao Templo Sagrado.

É praticamente impossível encontrar fontes imparciais sobre este assunto fora do Talmud e
do Midrash porque após a destruição do Templo estes gentios que guardavam as leis da Torá,
tornaram-se os primeiros alvos das forças da religião romana pagã e posteriormente das de
novas religiões que disputaram com a autoridade divina da Torá.

Após a destruição do Segundo Templo e a Diáspora do povo judeu entre as religiões hostis
ao judaísmo, foi-se necessário a preservação das 7 Leis de Noé. E assim procederam os
sábios, preservando a tradição oral da Torá através de registros escritos. As leis da Torá
praticadas pelos gentios permaneceram puramente como debates acadêmicos por muitos
séculos.

Além de Rabbi Elijah Benamozegh (França, 1823-1900) que utilizou o termo “Noahide” para
nominar os que guardavam as 7 Leis, não havia nenhum escrito contemporâneo sobre o
código de Noé dirigido aos gentios. Apesar de o 7º Rebe de Lubavitch, o Rabino Menachem
Mendel Schneerson (1902-1994) ter iniciado uma série de discursos detalhados sobre o
código de Noé logo no início de sua liderança (1950), foi na década de 80 que o Rebe fez um
chamado urgente a todas as nações para que cumprissem as 7 leis. Convocou também a todos
os judeus para que instruíssem e influenciassem aos gentios sobre a importância desta
observância.

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 Cartas do Rebbe

HONRAR A TORÁ E AQUELES QUE A ESTUDAM

Em resposta à sua carta de Rosh Chodesh Kislêv, na qual você escreve que o médico o está
aconselhando a realizar uma cirurgia em seu olho:
Certamente seria desnecessário lembrar-lhe que você deve ser bem escrupuloso em sua
observância do Kidush e da Havdalá, uma vez que isto exerce influência sobre a “luminária
dos olhos do homem”.
O mesmo acontece em relação a um esforço adicional para honrar a Torá e aqueles que a
estudam – em conformidade com o versículo que diz: “A mitsvá é uma vela, e a Torá é a
luz”. Como deus recompensa “medida por medida”, esta conduta [escrupulosa] servirá para
fortalecer e realçar a sua visão, a “luminária” de seus olhos.
Estabeleça sessões regulares de estudo da parte revelada da Torá e da parte exotérica – Torá
HaChassidut -, fazendo-o de forma plena e ampla, e em boa saúde.
Com bênçãos para uma rápida recuperação.

(Igrot Codesh, vol. 7 p. 80)