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  • Agroecossistemas

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    Wallace Gomes
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    Capítulo sobre agroecossistemas

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    agroecossistemas

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    Agroscossistemas 0s apoccossitemas (ou ja, ecosistemas fericelas) aresentam tna dependéncia enereet- a de regides distantes © uma safda que exerce lum impacto sobre elas, da mesma forma que as clades. Ao contrévio das cidades, naturalmente, 08 agroecossstemas possuem um componente au. tols6fico, verde, como parte integral, Os agrow. cossstemas diferem dos ecossistemas naturals ou seminaturas que wutlliam a energia solat, tis como lagos,flozestas etc, em tiés maneiras basi cas: (L) a enetgia auxiliar que aumenta ou subs dla a entrada de energia solar esta sob o controle do homem, consistindo em trabalho humano € animal, fertilizantes, pestiidas, gua de itigagao, combustivel para mover a maquinaria eto: (2) a diversidade de organismot esta muito reduzida (vovamente pela ago humana) para maximizat 2 produgo de um determinado.alimento ot ‘outro produto; e (3) as plantas animals dom? nantes softem a sclegfo artificial e nZ0 a solegd0 natural. Em outras palavras, 0s agroecossstemas so projetados e gerenciados para candlizar uma conversio maxima de energia solar e de outros tipos de energa em produtos comestieis,straés sée um duplo processo: (1) empregando’enersia ausilar para executar trabalho’ de manutengao dus, em sistemas naturis, seta realizado pela energia solar, permitindo asim que mals enctgia Solar seja convertida diretamente em alimento; © (2) pela selepio genética de plantas comes Yeis © animais domésticos adaptados para otim: ar 2 produgio nesse ambiente espetilizado © subsidiado com energia. Como ocorre com todo uso intonsivo e especaizado da terra, além dos boneficios, existem custos, que incluemn erosfo do solo, « poluigio pelo escoamento de pestice das e fertilizantes, o-alto custo dos subsidios de combustivel © a ‘aumentada vulnerabiidade 4s mudangas meteorologicas efx pragas Aproximadamente 10% da area terrestre do mundo nfo coberta de golo é cultvads, conver tida principaimente a parti de campos flores {as naturas © também de desertose brejos, Mais 20% da area terrestre & pasto, destinado a pro- ducio animal em vez de vegztal. Desta forma, aproximadamente 30% do mundo terres € de. dicado & agropecuiria. Recentes andlises com: Preensivas da situasdo mundial de alimentos en tizam o fato de que todas as melhores terra, ou Seja, as torras mais faclmente cultivadas com a tecnologia atual, jé estfo sendo usadas. Ester. der a sgricultura para terrenos adicionais © me. nos adequados seré muito caro e poderd exigir novos tipos de agroccossstemas (v. relatério do President's Science Advisory Committee, 1967, ¢ ©, elatorio da National Academy of ‘Science, 1977). Correndo-se 0 risco de uma simplifcagdo ex- cessiva, 05 agroecossistemas podemse dividir em dois tips basicos 1. Agricultura préindustrial — uto-suficiente e com o emprego intensivo de mio-de-dbra (0 trabalho humano e animal fornece 0 subsidio de energia); prove alimentos para 0 agrcultor 51 (¢ sua femilia) © para venda ou troca em mer ceados locas 2 Agricultura intensiva, mecanizada, com subst dio de combustivel (miquinas e substancias quimicas fornecem o subsidio de energia) roduz alimentos (em excesso para as neces dades locais) para exportagio e cométcio, des- ta forme transformando o alimento em mer cadoria ¢ importante forca do mercado na economia, em vex de produtos e servigos ape ‘as para a manutengéo da vida. Cerca de 60% das terras agricolas do mundo situam-se na categoria pre-industrial, grande parte localizando-se nos paises menos desenvolvidos da Asia, Africa e América do Sul, que exibem gram des populagées humanas. Uma ampla variedade de tipos de agriculture adaptou-se a condigdes lo- ‘ais de solos, égua e clima, mas, para os propés fos de uma discussio goral, predominam td ti- os: () sistemas pastoris, (2) agricultura itine- Fante (“derrubada-queimada”) e (3) sistemas pet Manentes nomecanizados, com itrigagio por inundagZo, por exemplo. © pastoreio de gado bovino e de outtos ani ‘mais domésticos ocorte em regiées dridas e semi ‘tidas (especialmente nas savanas e campos turais da Africa), @ populagio humana subsis- ‘indo de produtos animals tais como leite, came © couro, A agricultura itinerante, outrora prati< cada em toda parte do mundo, ainda se pratica largamente nas areas tropicais florestadas. Depois de se derrubarem manchas de floresta ¢ de se ueimarem os escombros (0s quais podem ficar, alternativamente, no chfo, para proteger as cul turas), cultiva-se 0 solo durante uns poucos anos até os mutrientes estarem esgotados © lixiviados do solo. A seguir, o local é abandonado para se ejuvenescer, com a seocupacdo natural pela flo. esta. A agricultura permanente ngo-mecanizada Persiste hd séculos no Sudeste Asiitico e alhutes, alimentando mithdes de pessoas com stirpreen. dente eficiéneia. Os mais produtivos entre estes azroccossistemas recebem subsidios de irrigaga0 Por inundagio, seja naturalmente, através de en. hentes sazonais a0 longo de rios e em deltas frtcis, seja por inundagdes aititicialmente con. ‘troladas, como nos antigos arrozais irigados por Contrariamente 40s termos. “primitivos” ¢ “subsistencia”” que muitas vezes hes. sfo.atri- bbuidos, os sistemas pré-industriis podem see bas. tante sofisticados, freqiientemente funcionando harmoniosamente ‘com os ecossistemas naturas, Tais sistemas podem ser muito eficientes em ter mos de alimento produzido por unidade de energia gasta. Rappaport (1967, 1971), por exemplo, encontrou que em tomo de 24 milhses de keal de alimento s30 produzidos por hectare, com um gasto de 1,4 milhio de keal de mio-de. obra humana, no cultivo de hortas complexas de culturas mistas em Nova Guiné, uma razao de 16 ara 1 em calorias de sada contra calorias de cn: 52 trada, Em contraste, muitos agroecossistemas me ccenizados consomem tanta enespia (ou mais) na forma de subsidios quanto produzem como ali- ‘mento, Se a longevidade for considerada uma me dida de sucesso, entZo 0 arrozal de inundacao, que existe hd milhares de anos nas Filipinas e em ‘outras partes, deve ser considerado digno de pre- servagio, prineipalmente porque a rizicultura mo- dema, que depende intensamente de combusti- veis e fertilizantes baratos, pode nfo apresentar condigdes de sobreviver além da idade do pe- txéleo. (Os sistemas préindustrials, entretanto, mesmo 0s bem-adaptados, permanentes e energeticamen- te eficientes, no produzem excedentes de ali- ‘mentos suficientes para abastecer enormes cida- des, a menos que a area agricola de “entrada” feja muito grandee os meios de transportar, reservar ¢ armazenar a comida oriunda de reas Aistantes sejam eficientes. Além disso, sfo neces: sirias muitas horas de trabalho, como qualquer lum que cuide com sucesso de uma horta casei, produzindo seu proprio alimento (com um pe- ‘queno excedente para os vizinhos ou para vender ‘ou trocar), pode confirmar. Portanto, a agricul turanfo-industrializada consegue conservar a enetgia com eficiéneia, mas é menos produtiva em termos de alimento produzido por agricultor f geralmente produz menos por area em compa- ragdo com a agricultura intensiva e mecanizada Como ocorre quase sempre, ganhar uma vante gem significa desistir de outra vantagem: todo be- neffcio tem 0 seu custo. Conforme jf foi indicado, a agricultura me- canizada tem capitalizado sobre a disponibilida. de de fatores relativamente baratos ~ combust vel, fertilizantes e agrotéxicos (0s dois dltimos gastando grandes quantidades de combustivel na sua fabricagio) ~ ¢, naturalmente, da tecnologia avangada, nfo apenas na Fazenda mas na genéti 3, no processamento de alimentos eno ‘marketing. Num espago de tempo incrivelmente curto (relative & grande duragdo da historia agri Cola), a azropecuiia dos Estados Unidos e de ou- ros. paises industralizados transformowse a partir de pequenas fazendas, com uma grande percentagem das pessoas ganhando a vida nas Areas rurais, numa situago em que apenas 4% da poptlagio cultiva extensdes cada vez. maiores, produzindo mais alimento em menos terra. A produtividade dos agroecossistemas com subs ios de combustivel em aproximadamente 40% das terres agricolas do mundo aliviou, pelo menos temporariamente, a desesporada corrida entre 0 crescimento da populacéo humana e a produgdo alimenticia. As perspectivas indicam que a corti dda vaise tornando novamente mais acirrada, 3 ‘medida que sobe 0 custo dos subsidios e que um rndmero cada vez maior de paises ndo consegue alimentarse, sendo obrigado a importar do grupo muito reduzido de paises, como os Estados Unk

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