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COMPORTAMENTO DE GRUPOS DE ESTACAS COM BLOCO RiGIDO EM MACICOS DE SOLO ESTRATIFICADOS aralysis of the Behaviour of Vertically Loaded Pile Groups with a Rigid Cap in Layered Soils Cleide Jeane Ribeiro Bacelar* Pedricto Rocha Filho** Celso Romanel*** RESUMO — O comportamento de grupos de estacas com bloco rigido em macigos de solo estratificados, sob carregamento vertical estitico, & investigado através de um método de andlise baseado em versio simplificada do método dos elementos de contomo, sugerida inicialmente para meios elisticos homogéneos por Poulos (1968). Com base em estimativas dos valores de recalque obtidas através de Programa computacional, avalia-se a influéncia da estratificagdo do macigo de solo nos efeitos de grupo e nos valores dos recalques de topo das estacas componentes, considerando-se alguns grupos com configuragdes usuais tipicas da engenharia de fundagdes. Resultados foram obtidos para dois perfis estratigrificos basicos: solo homogéneo e o formado por duas camadas distintas. Do ponto de vista Pritico, estes resultados indicaram que os fatores de redugo de grupo no sio significativamente influenciados pela estratigrafia, rigidez e comprimentos relativos das estacas, indicando ser possivel efetuar-se um calculo aproximado da estimativa do recalque de grupos de estaca em meio estratificado @ partir da determinagao do recalque de uma estaca isolada em um semi-espago ou estrato de solo homogéneo. SYNOPSIS ~ The behaviour of vertically loaded pile groups with a rigid cap in layered soils is investigated through an approach based on a simplified version of the boundary element method, as suggested by Poulos (1968) for the case of an homogeneous elastic half-space. Settlement estimates are obtained through a computer program. The influence of the soil layering on the group effects as well as on the settlement of individual piles in the same group are also investigated in this research. Groups with common geometrical configuration resting on some basic soil profiles (single and double layered systems) have been considered. Under the practical point of view, the results indicated that the reduction factors are not significantly influenced by the soil layering, pile-stiffness factors and length-to-diameter ratios. An approximate method for estimating the settlement of pile groups in layered soil profiles, based ‘on the settlement of a single pile in an homogeneous soil profile, is proposed in this work. 1-INTRODUGAO As tiltimas décadas assistiram a uma gradual mudanga nos critérios de dimensionamento de grupo de estacas, passando-se de procedimentos essencialmente empiricos para métodos racionais baseados em principios da mec&nica do continuo, para mais fielmente representar 0 comportamento dos diversos materiais envolvidos em problemas de engenharia de fundacdes, como 0 solo, 0 aco e 0 concreto. * Doutoranda, Pontificia Universidade Catdlica do Rio de Janeiro. E-mail: cleide@eiv pue-rio.br. ** Professor Doutor, Pontificis Universidade Catélica do Rio de Janeiro. E-mail: rocha@eiv pue-rio.br. Professor Doutor, Pontificia Universidade Catélica do Rio de Janeiro. E- Geotecnia n° 93 — Nov. 01 61 Esta mudanga foi consequéncia de varios fatotes, como o uso extensivo de fundagdes em estacas, © reconhecimento de que estacas apresentam recalques e que estes devem ser controlados, a crescente disponibilidade de microcomputadores para automatizacao dos Procedimentos de calculo e, principalmente, 0 desenvolvimento de poderosas técnicas numéricas como 0 método dos elementos finitos. © método dos elementos finitos é ainda a mais versitil das técnicas numéricas para simulagao de problemas de engenharia. Pode representar um comportamento nio linear do solo, considerar efeitos de interagdo estaca-solo, simular a completa histéria de carregamento da fundagao englobando as fases de instalagio da estaca, reconsolidagio e reestruturaao do solo adjacente ¢ o subseqitente carregamento da fundagio, etc. Tais andlises, ainda que valiosas Pot permitirem uma melhor compreensio dos detalhes de comportamento da fundagio ¢ da importancia relativa dos diversos fatores intervenientes, no sio facilmente incorporadas na Pratica corrente dos projetos de engenharia devido complexidade da formulago matematica dos modelos computacionais bem como, e principalmente, pelas dificuldades na determinagio em ensaios de campo ou de laboratério dos diversos parametros necessarios ao modelo, alguns dos quais sem significado fisico. Um razodvel compromisso entre a grande complexidade de sofisticados modelos hhuméricos e @ inaceitivel simplicidade dos métodos empiricos, foi sugerida por Poulos (1968) com a utilizagio de uma versio simplificada do método dos elementos de contorno, diretamente aplicada ao estudo do comportamento de estacas, Em geral, solugdes analiticas ou numéricas para estacas isoladas ou grupos admitem que o tacigo de solo possa ser representado por um semi-espaco elistico linear, isottépico © homogéneo (Poulos, 1968; Poulos e Mattes, 1969; Mattes e Poulos, 1969; Poulos e Davis, 1980, entre outros) ou por um semi-espaco linear, isotrépico, cujo médulo de elasticidade cresce lincarmente com a profundidade (Poulos, 1979; Banerjee e Davies, 1978, entre outros). Solugdes para o comportamento de fundagdes profundas em macigos de solo estratificados nao parecem ter sido sistematicamente estudadas na literatura, apesar da ocorréncia freqiente deste tipo de depésito de solo na natureza. Toma-se assim de muito interesse para um projeto racional de fundagdes a disponibilidade de solugdes especificas, obtidas através de anélises Paramétricas que contemplem a influéncia da estratigrafia do macigo, notadamente os aspectos relativos a profundidades e espessuras das camadas de solo ¢ contrastes relativos dos valores dos parimetros mecanicos entre camadas adjacentes, Uni método aproximado para céleulo do recalque de grupos de estacas em macigos de solo estratificados é apresentado neste trabalho, A partir de uma adaptagdo da solugio de Mindlin (Mindlin, 1936), considerando-se médulos de elasticidade de um meio homogéneo equivalent, obtidos por diferentes critérios, foram feitas diversas andlises paramétricas comparando-se os resultados do recalque de grupos de estaca obtidos em macigos de solo homogéneo e formado por dupla camada, Para as situagdes investigadas, os resultados indicaram que os fatores de redugao de grupo sto pouco afetados pela estratigrafia, rigidez. ¢ comprimentos relativos das estacas, sugerindo que uma estimativa aproximada do recalque de grupo de estacas em solos estratificados possa set realizada com base no valor do recalque de uma estaca isolada em um solo homogéneo e isotrépico. As préximas segdes desenvolvem ¢ exemplificam a aplicagao desta técnica de cAlculo de recalques, proposta neste trabalho. 2— RECALQUE DE GRUPOS DE ESTACA EM SOLOS ESTRATIFICADOS Valores do recalque de grupo de estacas sio calculados através de programa computacional, que implementa uma versio simplificada do método dos elementos de 62 } contorno, originalmente proposta por Poulos (1968) para estudo do comportamento de grupos de estaca em um semi-espago linearmente elistico, isotrépico e homogéneo. Para os grupos de estacas analisados neste trabalho, considerou-se também que o bloco de coroamento é infinitamente rigido e transmite um carregamento vertical de resultante Pg céntrica, o que permite considerar que os recalques de topo nas estacas componentes do grupo sejam iguais entre si. grupo é constituido por N estacas, subdividindo-se o fuste de cada estaca em 7 elementos cilindricos, conforme Fig. 1, sobre cujas superficies laterais atuam tensdes cisalhantes uniformemente distribuidas, e um elemento adicional (n+1), correspondente a base circular da ponta da estaca, onde atua um carregamento normal uniformemente distribuido. net i Py Py ESTACAk — ESTACAL Fig. 1 - Distribuicdo de tensdes no fuste (p; € p,) € na base (ps) das estacas k e I de um grupo de Nestacas. Admitindo-se que nao ocorram deslizamentos relativos na interface solo-estaca, 0 recalque do solo adjacente ao elemento i da estaca k (sp) & determinado pela seguinte combinagao linear: Nm sPe= D> s Put a t com s Put Tag Pit @) h sbi onde spyy & 0 recalque do solo adjacente ao elemento ji da estaca k devido as tensdes cisalhantes atuantes no elemento j da estaca J, d; é 0 didmetro da estaca J, py representa as tensdes cisalhantes no elemento j da estaca J, sy 6 0 médulo de elasticidade equivalente do solo com valor igual 4 média entre os médulos de elasticidade das camadas i ¢ j € Iy) é 0 fator de 63 | | influéncia do recalque do solo adjacente ao elemento i da estaca k devido as tenses cisalhantes atuantes no elemento j da estaca Valores do fator de influéncia Jy; podem ser obtidos através da integrago das equacdes de Mindlin (Mindlin, 1936), listadas no apéndice. Uma integrago analitica foi executada para 0 elemento (n+1) da base da estaca, na direcZo radial, e para os n elementos do fuste das estacas, na diregio do comprimento das mesmas. Uma integrago numérica foi feita na diresdo circunferencial, em termos do angulo @, através de um algoritmo adaptativo baseado no esquema de quadratura de Gauss-Legendre com 8 ¢ 12 pontos de integragao, simultaneamente. Esta técnica de quadratura com diferentes niimeros de pontos de integrago permitiu melhor controlar 0 erro numérico no valor final do fator de influéncia Ji ‘AS equagdes de Mindlin so rigorosamente validas para o caso de um semi-espago homogéneo, isotrépico € linearmente elistico. Para situagdes de solos estratificados, um valor aproximado do fator de influéncia {yy foi estimado introduzindo-se nas equacdes de Mindlin valores de médulo de elasticidade equivalentes Esy , determinados pela seguinte média Es, + Eg Es, 7) @) Poulos (1979) considera Ey 0 médulo de elasticidade do solo adjacente ao elemento i, onde se calcula 0 recalque, ¢ Ey 0 médulo de elasticidade do solo adjacente ao elemento j, onde se aplicam as tenses. Yamashita ef al. (1987) sugerem que os valores de Es, e Ey sejam determinados através de médias ponderadas (Eqs. (4) e (5)) que incorporam a influéncia dos médulos de elasticidade dos solos adjacentes aos elementos i ¢ j, inclusive das m camadas situadas abaixo da ponta das estacas do grupo. Peli ton Botkin) + 2+ BsBsli-) + Bort Bib linn) t+ Besse) +--+ Bnom-iEsinom) Bg Pobcnat* BaEane) + nt Bak ie) tnt BebaGn) + ot Brom sfsorm) Baits Bap tot Bap #T# By tot Beton Busnes 4) Eg tent Boss pat) tot BesEsljai) + Ey + Bi Baya tont Bag By tlt (5) Os valores dos fatores de ponderagio , utilizados nas expresses acima foram os recomendados por Yamashita et al (1987) i com a=0.5 (6) Para andlise de grupos de estacas em estrato de solo de espessura finita, os efeitos da presenga de um substrato rigido podem ser considerados nas andlises através da aproximagao de Steinbrenner (Steinbrenner, 1934) ou pelo método das imagens (d’Appolonia ¢ Romualdi, 1963). 64 3 - CONSTANTES DE PROPORCIONALIDADE De acordo com Poulos (1968), 0 parimetro mais comumente empregado na andlise do recalque de grupos de estaca é a razio de recalque Rs definida por recalque médio do grupo Ry =—______eemlane mio do grupo ___ 0 recalque de uma estaca isolada submetida a carga média °¢/, Em muitos casos é mais conveniente expressar-se 0 recalque do grupo em termos do fator de reducio de grupo Rg , expresso por recalque médio do grupo recalque de uma estaca isolada submetida & carga total P; (8) O valor de Rg representa a redugo observada no valor do recalque de um grupo de estacas em relagio ao recalque de uma estaca isolada p; submetida ao mesmo carregamento vertical Pg, Para um grupo de N estacas, a razo de recalque Rs é diretamente relacionada ao fator de redugdo de grupo Rg por Re = Rs/N @) A determinagio do recalque do topo de uma estaca isolada (p;) de comprimento L e diametro d sob carregamento vertical P em um semi-espago linearmente elistico, isotrépico € homogéneo pode ser feita por (Poulos e Davis, 1980): _ Pe toe ReRe Pr Eyd (10) onde Jp é fator de influéncia determinado para uma estaca incompressivel, sob carregamento vertical em um semi-espago homogéneo também incompressivel (v, = 0.5), Rx , Ry » Ry Si0 fatores de corregio devido 4 compressibilidade da estaca, a espessura finita da camada de solo € a0 coeficiente de Poisson do solo, respectivamente, ¢ Es € 0 médulo de elasticidade do macigo de solo homogéneo. Fatores de reducdo de grupo Rg foram numericamente determinados para os grupos de estacas da Fig. 2 considerando-se valores de comprimento relativo L/d = 10, 20, 30 e 40, rigidez relativa K= 1000, 2000, 3000 ¢ 5000 e coeficiente de Poisson do solo vs = 0.40. O fuste de cada estaca foi discretizado em 10 elementos ¢ 0 macigo de solo estratificado caracterizado por trés perfis estratigraficos tipicos, mostrados na Fig. 3. No caso de solos estratificados, a rigidez relativa foi definida como (ly onde £, é 0 médulo de clasticidade da estaca, Ea, ¢ 0 médulo de elasticidade equivalente do solo ao longo do fuste da estaca e 65 area da secdo transversal sélida da estaca nd?/4 Grea da segdo transversal total da estaca Ry J (para estaca s6lida). (a) 4 estacas (b) 5 estacas| (©) 8 estacas Fig. 2— Geometria dos grupos de estacas analisados, com bloco de coroamento rigido. Superficie do terreno Superficie do terreno Superficie do terreno T a 7 SE iE, > ' 2,3} h L_ | L=comprimento 1 daestica Base Rigida Base Rigida Base Rigida Caso 1 Caso 2 Caso 3 Fig. 3 - Perfis estratigraficos dos macigos de solo analisados. O miédulo de elasticidade equivalente ao longo do fuste das estacas de comprimento L pode ser aproximadamente determinado por (Poulos e Davis, 1980) ne Fa-(Z) 6h (12) onde £; ¢ h, representam o médulo de elasticidade e espessura da camada i, respectivamente, das M diferentes camadas de solo ao longo do fuste das estacas. De acordo com Poulos e Davis (1980), © valor do recalque calculado com 0 médulo equivalente da Eq. (12) concorda satisfatoriamente com aqueles determinados por processos de clculo mais rigorosos, nos casos 66 em que 0 contraste dos médulos de elasticidade entre as camadas sucessivas nio for muito grande. O constraste entre valores do coeficiente de Poisson vs nio sto considerados porque este parimetro tem importincia secundaria na determinac3o do recalque de estacas carregadas verticalmente. ‘A distribuigio do fator de redugiio de grupo Rg em fungdo do espagamento relativo entre estacas s/d é apresentada nas Figs. 4 a7 para o grupo de 4 estacas da Fig. 2(a). Da aniilise destes graficos, pode-se verificar que: a) a influéncia da rigidez relativa K no fator de redugdo do grupo Rg cresce com 0 comprimento relativo L/d; b) curvas para iguais valores de L/d sio razoavelmente paralelas nos trés perfis estratigréficos estudados, como mostra a Fig. 7 para L/d = 30, sugerindo a seguinte relagio: ipl ot Pa Rey Pi 7 Cys (constante) (3) ps RG Pi ou 2p? at PG _ RG, Bi PG oe (constante ) (14) Mt pe RG PT onde p'¢, pc. p'c sao os recalques do grupo de estacas, sob mesma carga Pa, nos perfis dos casos 1, 2 ¢ 3, respectivamente, da Fig. 3, R’c , R’g , R'g sio os correspondentes fatores de redugiio de grupo, para iguais valores de K, L/d e side p';, p°), p's Sao 0s recalques de uma estaca isolada, sob mesma carga vertical Pz , nos perfis dos casos 1, 2 ¢ 3, respectivamente. Para analisar a variagao destas constantes de proporcionalidade C;; ¢ C:s com a rigidez relativa K e com 0 comprimento relative L/d nos diferentes perfis de solo da Fig. 3, foram apresentadas as curvas das Figs. 8, 9, 10 e 11, de onde se permite concluir que as razSes entre 0s recalques do grupo p'g /p'c (ouC;:)e p’g/p'g (ou Cx): a) praticamente néo variaram com a configuragio do bloco, apresentando valores bastante semelhantes entre si nas andlises paramétricas realizadas com os grupos de 4, 5 ¢ 8 estacas da Fig. 2; b) _praticamente no foram influenciadas pela rigidez relativa K das estacas, sendo muito pouco afetadas pelo valor do comprimento relativo L/d, principalmente nos casos em que Lid > 20; c) dependem da estratigrafia do macigo de solo, o que pode ser facilmente constatado a0 se comparar os valores calculados para os diferentes pertis de solo, para o mesmo grupo de estacas e com iguais valores de L/d. 4—EXEMPLO DO CALCULO DE RECALQUE DE GRUPO DE ESTACAS. Das conclusdes obtidas na anilise dos grificos das Figs. 8, 9, 10 e 11, é possivel entio prever-se o valor aproximado do recalque de um grupo de estacas, ou de uma estaca isolada, em mucico de solo estratificado, com base no recalque de topo de uma estaca isolada de ‘mesmas caracteristicas em um semi-espago homogénco. O exemplo a seguir ilustra as etapas do processo de célculo proposto neste trabalho. 67 1.000) 0.875! Lid= 10) 0.75 ees ea = K=3000. R, o6 = 5000 os et | 0.250) 0112 + — K= 1000. Fig. 4 — Fator de redugao do grupo Rg vs. espagamento relative das estacas s/d para grupo de quatro estacas com bloco rigido, Perfil do solo: caso 1. Fig. 5 - Fator de redusdo do grupo Rg vs. espagamento relativo das estacas s/d para grupo de quatro estacas com bloco rigido. Perfil do solo: caso 2. 68 sei B95) —Jud= 2077 Eo 0.625; eee Re os [| + K=5000 “| 0.375) == in Fig. 6 — Fator de redugdo do grupo Rg vs. espagamento relativo das estacas s/d para grupo de quatro estacas com bloco rigido. Perfil do solo: caso 3. 1 | | van | merce: Sear enema | Fig. 7 — Similaridade entre as curvas da variagdo do fator de redugo de grupo Rg como espagamento relativo das estacas s/d para 0 caso L/d = 30. 69 1.25 K= 1000 1.00 5 : = S 0.75 mH Cy5-Bestacas Or C,y-8estacas —O— Cyy-Sestacas —O- C,- Sestacas te Cy - 4 estacas Cy -estacas 0.50 10 20 30 40 50 Lid Fig. 8 — Constantes de proporcionalidade C,, ¢ C,, para grupos de 4, 5 ¢ 8 estacas com bloco rigido no perfil do caso 1 (K = 1000). 125 K=2000 1.00 z g eee 5 o 0.75 Be Cy Bestacas Cy - Sestacas [J -® Cy-Sestacas —O- Cy, Sestacas te Cy 4estacas A Cy 4estacas 0.50 10 20 30 40 50 Lid Fig. 9 ~ Constantes de proporcionalidade C,; € C,, para grupos de 4, 5 e 8 estacas com loco rigido no perfil do caso 2 (K = 2000). 70 g 5 & 0.75. Cy - Bestacas Gy - Bestacas —O C,,- Sestacas —O- C,,- Sestacas a Cy destacas Cy -4estacas 0.50 10 20 30 40 50 Lia Fig. 10 ~ Constantes de proporcionalidade C,, ¢ C;, para grupos de 4, 5 e 8 estacas com bloco rigido no perfil do caso 1 (K = 3000). 1.25 & &é 0.75 C= Bestacas Cy - Bestacas —O C5-S estacas —O- Cyy- Sestacas a Cj; -4estacas A Cy, 4estacas 0.50 . x = 0 20 30 40 50 Lid Fig. 11 — Constantes de proporcionalidade C,, ¢ C3, para grupos de 4, 5 ¢ 8 estacas com bloco rigido no perfil do caso 2 (K = 5000). 71 Considere 0 grupo de seis iguais estacas de concreto (diémetro d= 1 m e comprimento L=30 m), conforme mostra a Fig. 12a), submetido ao carregamento vertical Pg = 60 MN em um macigo formado por quatro diferentes camadas de solo (Fig. 12b)). As estacas 1, 3, 4 ¢ 6 stio chamadas do tipo A enquanto que as estacas 2 ¢ 5 de tipo B. As cargas no topo das estacas tipo A e B séo também designadas como P, ¢ Pg, respectivamente. sm Sm i 2 3 Sm os 6 (a) P=60MN P=60MN P= 60MN ae oo! aL =a 7s | ] | L 104 5 Fg a Eq a d=im d=1m { s.5q| ial ce + : B,=4Ener L=254 “27 AE gee rn L v & Base Rigida ‘Base Rigida (b) @ Para todos os casos, vs .30 para todas as camadas, Eger = 10 MPa e K=2000. Fig. 12 - Geometria do grupo de seis estacas sob carregamento vertical em diferentes perfis de solo. a) 0 perfil real de solo ¢ idealizado como um perfil simplificado de dupla camada (Fig. 12c)) similar ao caso 2 da Fig. 3, anteriormente estudado através de andlises paramétricas, para o qual as constantes de proporcionalidade C), ¢ C2; foram determinadas nas Figs. 8, 9, 10 ell. Para o perfil de solo analisado neste exemplo, 0 médulo de elasticidade equivalente, calculado pela Eq. (12), resulta em Eq, = 20.6 MPa (Fig. 12c) e Ey = E,=40 MPa, 72 b)_O recalque de uma estaca isolada (p,) sob carregamento unitario em um semi-espago homogéneo com médulo de elasticidade E,, = 20.6 MPa pode ser determinado pela Eq.(10), com os valores de Jp, Rx , Ry, Ry obtidos de abacos especificos publicados por Poulos e Davis (1980). a 20.6%1.0 _ 1 0.075% 1.05 0.850.925 = 0.003006m (15) O recalque do grupo de estacas no semi-espago homogéneo da Fig. 12d), sob carregamento vertical Pg, pode entio ser calculado através da seguinte combinagao linear (Poulos, 1968): Wek 1 Pau + iP. f (16) onde p; ¢ 0 recalque do topo de uma estaca isolada sob carga unitaria (Eq, (10)), P; é a carga no topo da estaca /¢ aj, ¢ 0 fator de interagao entre as estacas k ¢ / do grupo, definido por: oy _recalque adicional na estaca k devido & carga aplicada na estacal recalque da estaca k sob sua propria carga a7 © Quadro 1 mostra os valores do fator de interag3o ay considerando-se L/d = 25 ¢ K = 2000 (Poulos e Davis, 1980). juadro 1 — Fator de interago ay para o de seis estacas da Fig. 12a) Estaca | (tipo A) Estaca 2 (tipo B) Distancia entre ; Distancia entre as Estacal as el ay estacas 2e/(t) ey SSS T 0 : 3 0.42 2 5 0.42 oO - 3 10 0.27 5 0.42 4 5 0.42 7.07 035 5 7.07 035 5 0.42 6 12 0.25 7.07 035 s recalques no topo das estacas tipo A e tipo B, calculados pela expresso (15), resultam entio em Pa = P,( 1.94 Py + 0.77 Py) = 0.003006( 1.94 Py +0.77 Py) Pa = P( 1.54 P, + 1.42 Py) = 0.003006( 1.54 Py + 1.42 Py) (18a) (18b) 73 Como para um grupo de estacas com bloco rigido o recalque é 0 mesmo no topo de todas as estacas (P, = pp), as cargas aplicadas P, ¢ Ps podem ser determinadas das equagdes acima e da condigao que Pc = 4P, + 2P_ Py = 1.47MN (19a) Py =7.06MN (19b) Permitindo entio que o recalque do grupo de estacas no semi-espago homogéneo possa ser estimado pelas Eqs. (18a) ou (18b) como Pa = Py =0.08323m (20) ©) Com base nos valores da razlo entre recalques C3: obtidos por andlise paramétrica (Fig. 9), a estimativa do recalque do grupo de estacas no perfil estratigréfico real (Fig. 12) pode ser feita pela Eq. (14), considerando-se p°¢ = pa = Pp PE = C25 x pS = 1.000.08323 = 0.08323m 1) O Quadro 2 mostra a excelente concordancia verificada entre os valores obtidos através deste simples procedimento de célculo indireto e de uma anilise direta do comportamento do grupo de estacas no perfil de solo com 4 camadas através do programa computacional. Quadro 2 ~ Comparagao entre os valores de recalque (em metros) obtidos para o grupo de 6 estacas pelo método de calculo inditeto e pelo programa computacional Calculo Indireto Programa Computacional (cstrato h = 2L) estrato h = 2L) (0.08323 0.08298 5-CONCLUSAO Neste trabalho foi investigado o comportamento do recalque de grupos de estacas (4, 5 e 8 estacas) com bloco rigido em alguns meios estratificados. A variagio do fator de redus3o de stupo Re com o espagamento relativo s/d, a rigidez relativa das estacas (1000 < K <$000), comprimento relativo (10 < L/d < 50) e estratigrafia foi estudada através de andlises Paramétricas com um programa computacional baseado em versio simplificada do método dos elementos de contomno, Constantes de proporcionalidade foram entio determinadas, Possibilitando uma estimativa do recalque do grupo no meio estratificado a partir do valor do ecalque de uma estaca isolada em um meio homogéneo equivalente, através de um método de clculo indireto, aqui proposto e exemplificado. Os resultados de recalque obtidos pelo céleulo indireto, simples ¢ répido, concordam satisfatoriamente com aqueles determinados através de uma analise direta pelo programa computacional, no exemplo apresentado e em diversas outras situagdes jé analisadas pelos autores. 74 AGRADECIMENTOS Os autores agradecem 4 CAPES pelo financiamento da dissertagio de mestrado do primeiro autor (Bacelar, 1999), associada com o presente trabalho. APENDICE So apresentados os fatores de influéncia para caleulo dos deslocamentos verticais causados pela aplicagio de uma forga axial estatica no topo de uma estaca, a.1) Fatores de influéncia do deslocamento vertical de um ponto / devido as tensdes cisalhantes atuantes no elemento j (J) A geometria de um elemento cilindrico, tipico do fuste de uma estaca, é mostrada na Fig. A. 1, Para um ponto genérico i na massa de solo, o valor de J; é dado por a 1y=2 f fr d0-de (Al) pst 8 € 0 comprimento do elemento = L/n. onde ,J é 0 fator de influéncia do deslocamento vertical devido a aplicago de uma carga axial ¢ Da formulagdo de Mindlin (Mindlin, 1936), 0 fator de influéncia p/ é expresso por: (4 v) {36 G4), (127 +84) o-m) cast" beta Sa(i-v)|RF R; Ry Ry (A.2) 2 2 onde z=h+e,z)=h-c , REL 8 xd cos 1207 en=S+0 xd cos +2? A integral com relagdo 20 parimetro ¢ (Eq. (A.1)) pode ser avaliada analiticamente, resultando em: Li+y) a. ~ a1 v)in(z, + D,) + 8(0 — 20+ v2 (z+ D)+ * ga(I-v)|D, 4 Bizz/r? —4h—(3—4v)e} | ltr? 2 2*/r? | (a3) D D onde A e r sao definidos na Fig. A. 1, D, = 22)? e D=(r? 42%) os limites de integrago na Eq. (A.3) soz; para h—(j-1)5 a h- j6 © z para h+(j-1)8 a h+ jd A integral com relagio a @ é convenientemente avaliada através de quadratura (integragao numérica) 75 S°Uh {] a pL ae | | Blonenon —a4 ED oy t a =| Blemento j Fig. A. 1 ~ Geometria basica de uma estaca isolada. a.2) Fatores de influéneia do deslocamento vertical de um ponto / devido 4 tensio normal atuante na base da estaca (I) A geometria da base da estaca é mostrada na Fig. A. 2. Considerando-se um alargamento da base da estaca, o raio da base r; (= d;/2) é admitido diferente do raio do fuste da estaca. fator de influéncia do deslocamento de um ponto i genérico da massa de solo devido 4 tenstio normal atuante na base da estaca é dado por: ly -4 Sor redr-d0 oo onde ,J é determinado pela Eq. (A.2) considerando-se c=nd=L, RP = Raa? +x2 +r? —2rxcosO e 22 +2 76 (aa) +2747? —2rxc0s0, ° Rg superficie \ i ° NY Fig. A. 2— Geometria da base circular da estaca. A integragao em relagdo a coordenada r pode ser resolvida analiticamente, resultando em: Jotrar= HN este tolls nl [Xp + 2r)-24]+ 0 0 + (5 12v + 8v? WY, + Alnl2fX, + 2r~24))s (3— ave? 202 + 20? (4r— 8) + (B- A? ix, 77 + 6¢e2"(2—¢} ah dA ft? (A5) yx," 3e-47)x, (x, B-# ” onde Ro? =z; +x?, A=xc0s0, Xo=r?-2Ar+Ry?, X, ji 2Ar+B, B=R? +4c? +4ez, € 223420 A integragfo com relacdo a 0 deve ser avaliada numericamente. a.3) Fatores de influéncia do deslocamento vertical do centro da base da estaca devido as tensdes cisalhantes atuantes no elemento j (I) Para o deslocamento do centro da base devido as tensdes cisalhantes atuantes no elemento J, temos que: 46 Iyan for de (A6) 8 © integrando da Eq. (A.6) é fomecido pela Eq. (A.3) considerando-se h=L, D2? +d?/4 eD? = 2) +d?/4 a4) Fatores de influéneia do deslocamento vertical do centro da base da estaca devido a tensio normal atuante na prépria base (3) Para o deslocamento vertical da base como resultado das tensdes normais atuantes na propria base, é desejavel fazer-se uma aproximagio para incorporar o efeito da rigidez da base, multiplicando-se 0 deslocamento do seu centro pelo fator n/4, Este fator representa a razio entre o deslocamento de uma placa circular infinitamente rigida na superficie de um semi- espaco linearmente elastico, isotrépico, homogéneo e o deslocamento no centro de uma placa circular perfeitamente flexivel e uniformemente carregada. a n't te “FP 7a fe! redr (A7) onde »J € fornecido pela Eq. (A.2) considerando-se c=nd=L, R,? =4c? +r?, Rare 250. A integral da Eq. (A.7) pode ser avaliada analiticamente, resultando em: a(l+ 4, (5-8v) ft 1 a 1 BED oye -tarsov' fea) E8 7 Mob) 5 Solano 24 onde (eet) ez=2,+2c=2L 78 | REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS Bacelar, C. J. R. Implementagdo Numérica para Andlise do Comportamento de Grupos de Estacas em Macicos Estratificados. Rio de Janeiro. Dissertagio de Mestrado em Engenharia Civil. Pontificia Universidade Catélica do Rio de Janeiro, 1999. Banerjee, P. K. and Davies, T. G. The Behaviour of Axially and Laterally Loaded Single Piles Embedded in Non-homogeneous Soils. Géotechnique, v.28, n.3, pp.309-326, 1978. D'Appolonia, E. and Romualdi, J. P. Load Transfer in a Step-taper Pile. Journal of Soil Mechanics and Foundations Division, ASCE, v.89, SM2, pp.1-25, 1963 Mattes, N. S. and Poulos, H. G. Settlement of Single Compressible Pile. Journal of Soil Mechanics and Foundations Division, ASCE, v.95, SM1, pp.189-207, 1969. Mindlin, R. D. Force at a Point in the Interior of a Semi-Infinite Solid. 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