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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

BÁRBARA ARAÚJO CAMPOS

RELATÓRIO 1

Belém
2019
BÁRBARA ARAÚJO CAMPOS

RELATÓRIO 1

Primeiro documento apresentado como


parte das exigências para avaliação
parcial referente a disciplina “Teoria da
Elasticidade” do Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Civil.

Orientador: Prof. Dsc. Bernardo Nunes


de Moraes Neto.

Belém
2019
1. GENERALIZAÇÃO DA LEI DE HOOKE

Ao considerarmos um ponto em um estado de tensão triaxial, deformações normais


associadas a essas tensões serão desenvolvidas no mesmo ponto. Elas podem ser
relacionadas pela relação de coeficiente de Poisson e pela lei de Hooke para casos
uniaxiais. De forma a manter a explicação de forma mais didática, considera-se as
deformações na direção x geradas pelas tensões axiais no estado de tensão triaxial. O
mesmo raciocínio se dará para as outras direções do plano. Assim, em outras palavras,
não somente a aplicação da tensão na direção x gerará deformação, mas também a
aplicação de uma tensão y também acarretará uma deformação na direção x, assim como
a tensão na direção z.

Então, quando σx é aplicada, o elemento alonga-se segundo a expressão:

𝜎𝑥
𝜀′𝑥 = Equação 1
𝐸

A aplicação da tensão σy gera uma contração na direção x (efeito de Poisson), como


mostra a equação 3. A mesma situação ocorre devido a tensão σz no elemento. Dessa
forma, a partir da relação do coeficiente de Poisson (equação 2) substitui-se a referida
expressão na lei generalizada de Hooke, e assim deriva-se as demais equações 3 e 4:

𝜀𝑦
𝜈=𝜀 Equação 2
𝑥

𝜎𝑦
𝜀′′𝑥 = 𝜈 Equação 3
𝐸

𝜎𝑧
𝜀′′′𝑥 = 𝜈 Equação 4
𝐸
Portanto, se considerarmos que o material é linear elástico e está sujeito a pequenas
deformações, a superposição dos efeitos é válida. Assim, se somarmos as três
deformações sofridas na direção x, chega-se na seguinte relação:

𝜎𝑥 𝜎𝑦 𝜎𝑧
𝜀′𝑥 + 𝜀′′𝑥 + 𝜀′′′𝑥 = 𝜀𝑥 = +𝜈 + 𝜈
𝐸 𝐸 𝐸

1
𝜀𝑥 = 𝐸 𝜎𝑥 − 𝜈(𝜎𝑦 + 𝜎𝑧 ) Equação 5

Analogamente, através do mesmo procedimento pode-se encontrar as expressões


generalizadas para as deformações 𝜀𝑦 e 𝜀𝑧 , definindo assim a Lei de Hooke generalizada
em função do estado de tensões que o corpo está submetido:

1
𝜀𝑦 = 𝐸 𝜎𝑦 − 𝜈(𝜎𝑥 + 𝜎𝑧 ) Equação 6

1
𝜀𝑧 = 𝐸 𝜎𝑧 − 𝜈(𝜎𝑥 + 𝜎𝑦 ) Equação 7

De igual modo, se considerarmos uma tensão de cisalhamento τxy aplicada ao elemento,


o material se distorcerá somente devido a uma distorção por cisalhamento 𝛾, não
causando outras deformações axiais no material. Equitativamente, τyz e τxz provocarão
deformações por cisalhamento τyz e τxz respectivamente. Assim, a lei de Hooke para
tensão de cisalhamento pode ser descrita pelas equações a seguir:

1 1 1
𝛾𝑥𝑦 = 𝐺 , τ𝑥𝑦 ; 𝛾𝑦𝑧 = 𝐺 , τ𝑦𝑧 ; 𝛾𝑥𝑧 = 𝐺 , τ𝑥𝑧 Equação 8

No entanto, em situações reais em laboratório, valores de tensões no plano não são


conhecidos, mas sim as deformações. Dessa forma, é viável reescrever as equações 6, 7
e 8 em função das deformações. Para isso, utilizou-se relações constitutivas que
relacionam as tensões com as deformações com auxílio de um sistema matricial.
Tensões ?

Carregamentos Deformações

Deslocamentos

Figura 1: Relação de equações

A relação mais geral dá-se pelas expressões:

𝜎𝑥 = 𝐶11 𝜀𝑥 + 𝐶12 𝜀𝑦 + 𝐶13 𝜀𝑧 + 𝐶14 𝛾𝑥𝑦 + 𝐶15 𝛾𝑥𝑧 + 𝐶16 𝛾𝑦𝑧

𝜎𝑦 = 𝐶21 𝜀𝑥 + 𝐶22 𝜀𝑦 + 𝐶23 𝜀𝑧 + 𝐶24 𝛾𝑥𝑦 + 𝐶25 𝛾𝑥𝑧 + 𝐶26 𝛾𝑦𝑧

𝜎𝑧 = 𝐶31 𝜀𝑥 + 𝐶32 𝜀𝑦 + 𝐶33 𝜀𝑧 + 𝐶34 𝛾𝑥𝑦 + 𝐶35 𝛾𝑥𝑧 + 𝐶36 𝛾𝑦𝑧

𝜏𝑥𝑦 = 𝐶41 𝜀𝑥 + 𝐶42 𝜀𝑦 + 𝐶43 𝜀𝑧 + 𝐶44 𝛾𝑥𝑦 + 𝐶45 𝛾𝑥𝑧 + 𝐶46 𝛾𝑦𝑧

𝜏𝑥𝑧 = 𝐶51 𝜀𝑥 + 𝐶52 𝜀𝑦 + 𝐶53 𝜀𝑧 + 𝐶54 𝛾𝑥𝑦 + 𝐶55 𝛾𝑥𝑧 + 𝐶56 𝛾𝑦𝑧

𝜏𝑦𝑧 = 𝐶61 𝜀𝑥 + 𝐶62 𝜀𝑦 + 𝐶63 𝜀𝑧 + 𝐶64 𝛾𝑥𝑦 + 𝐶65 𝛾𝑥𝑧 + 𝐶66 𝛾𝑦𝑧

As expressões podem ser relacionadas através de uma equação matricial, onde:

{𝜎} = [𝐶]{𝜀}; no qual é a matriz constitutiva inversamente:

{𝜎}[𝐶]−1 = {𝜀}

Onde a matriz {𝜀} é descrita por:


A inversa da matriz acima é:

A partir disso, chega-se as seguintes expressões para tensões:

𝐸
𝜎𝑥 = ((1 − 𝜈)𝜀𝑥 + 𝜈(𝜀𝑦 + 𝜀𝑧 ))
(1 − 𝜈)(1 − 2𝜈)

𝐸
𝜎𝑦 = ((1 − 𝜈)𝜀𝑦 + 𝜈(𝜀𝑥 + 𝜀𝑧 ))
(1 − 𝜈)(1 − 2𝜈)

𝐸
𝜎𝑧 = ((1 − 𝜈)𝜀𝑧 + 𝜈(𝜀𝑥 + 𝜀𝑦 ))
(1 − 𝜈)(1 − 2𝜈)

Ao somarmos as equações acima, chega-se em:

𝐸
𝜎𝑥 + 𝜎𝑦 + 𝜎𝑧 = ((1 − 𝜈)(𝜀𝑥 + 𝜀𝑦 + 𝜀𝑧 ) + 2𝜈(𝜀𝑥 + 𝜀𝑦 + 𝜀𝑧 )
(1 − 𝜈)(1 − 2𝜈)

𝐸
3𝜎𝑚 = ((1 + 𝜈)(𝜀𝑥 + 𝜀𝑦 + 𝜀𝑧 ))
(1 − 𝜈)(1 − 2𝜈)

Dessa maneira:

𝐸 𝐸
3𝜎𝑚 = 1−2𝜈 𝜀𝑚 = 𝜎𝑚 = 1−2𝜈 3𝜀𝑚
2. RELAÇÃO ENTRE E, G E POISSON

Para determinar a relação entre os módulos de elasticidade, de cisalhamento e coeficiente


de Poisson considera-se um estado de tensões onde o material está sujeito a cisalhamento
puro, ou seja, onde todas as tensões normais em um plano tridimensional são nulas. A
figura 2 apresenta a representação do referido estado de tensões. A análise de forma
gráfica do plano de tensões torna-se mais viável em termos de facilidade de cálculo.
Assim, considerando as relações do círculo de Mohr apresentadas em 9, tem-se que as
tensões máximas e mínimas são respectivamente τxy e – τxy. Através das mesmas relações
verifica-se que para que a situação ocorra, é necessário que o plano esteja orientado a 45°
em relação a x no sentido anti-horário.

Figura 2: Estado de cisalhamento puro

σ𝑥 −σ𝑥 2
R = √( ) + τ2𝑥𝑦 = τ𝑥𝑦
2
σ𝑥 −σ𝑥
σ1,2 = ± + 𝑅 = σ1 = τ𝑥𝑦 ; σ2 = −τ𝑥𝑦 Equação 9
2
τ𝑥𝑦
sen(2θ) = τ = 1 = 𝜃 = 45°
{ 𝑥𝑦

Dessa forma, substituindo o valor de tensão máxima e encontrando o valor de σy e σz, que
respectivamente são -τxy e zero, e aplicando os respectivos resultados na equação
generalizada de Poisson mostrada na equação 10, pode-se encontrar a seguinte
deformação máxima em x (εxmax):

1∙τ𝑥𝑦 ∙(1+𝜈)
ε𝑥 = = ε𝑚𝑎𝑥 Equação 10
𝐸

É possível relacionar a deformação máxima, que também distorce o elemento ao longo


do eixo x’, com a deformação por cisalhamento por meio das equações de transformação
da deformação, pois ao considerar um estado de cisalhamento puro, as deformações em
x e em y (εx e εy) são nulas. Assim, encontra-se a deformação máxima a partir da equação:

ε𝑥 +ε𝑦 ε𝑥 −ε𝑦 2 𝛾 2
ε1,2 = ± √( ) + (2 ) Equação 11
2 2

Desenvolvendo a equação, a deformação máxima pode ser descrita em função da


distorção como descrito em:

𝛾
ε𝑚á𝑥 = 2 Equação 12

Considerando a lei de Hooke para o cisalhamento (equação 13), substitui-se o valor de


𝛾 na equação 12, resultando na relação mostrada em 14:

τ𝑥𝑦 = 𝐺𝛾 Equação 13

τ𝑥𝑦
ε𝑚á𝑥 = Equação 14
2𝐺

Igualando as equações 14 e 10 e desenvolvendo as relações, tem-se que:


𝐸
𝐺 = 2(1+𝜈) Equação 15
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

HIBBELER, R.C. Resistência dos Materiais, Sétima edição, Livros Técnicos e


Científicos Editora, São Paulo, 2010.

TIMOSHENKO, S.P. & YOUNG, D.H. (1965) Theory of Structures, Segunda Edição,
McGraw-Hill, New York, 1965.

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