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SAÚDE, SEGURANÇA DO TRABALHO E MEIO AMBIENTE

** Paulo Francisco Pereira

O médico italiano Bernardino Ramazzini sempre perguntava aos seus


pacientes qual a ocupação que exerciam. Estabelecendo uma interrelação entre
uma série de doenças e o exercício de determinadas profissões, o médico
italiano, hoje considerado o pai da Medicina do Trabalho, publicou, em 1700, a
obra intitulada “De Morbis Artificum Diatriba”, onde descreve uma série de
doenças relacionadas ao exercício de determinadas profissões.

O ideal da Revolução Francesa liberdade, igualdade e fraternidade traduziu-se


no campo trabalhista, basicamente, na consagração dos princípios da liberdade
de trabalhar e da liberdade de contratar.

A liberdade de contratar, tendo em conta a abstenção do Estado, se


manifestava na determinação livre dos direitos e obrigações do contrato pelas
próprias partes. O contrato de locação de serviços no âmbito civil é que regulava
as relações de trabalho.

A liberdade de trabalhar caracterizava-se pelo direito de associação, tendo em


vista a convicção de que o sindicato interferia no equilíbrio entre a oferta e a
procura, como também na liberdade individual, ao apoiar os trabalhadores, filiados
ou não, a não contratar, abaixo do limite das condições mínimas de trabalho.

Conquanto tenha a obra de Bernardino Ramazzini, a primeira totalmente


voltada à disciplina hoje denominada “Medicina do Trabalho”, reafirmado a
interdependência entre determinadas profissões e certas doenças, o advento do
liberalismo aliado à Revolução Industrial, levou a um desequilíbrio social.

Na prática, a liberdade de contratar inexistia, porque o trabalhador tinha que se


submeter às condições estabelecidas pelo empregador, que era a parte
economicamente mais forte. Por isso, a liberdade de contratar levava a uma
intensa exploração da força de trabalho. As condições de trabalho precaríssimas,
com jornadas de trabalho de duração absurda, baixos salários, péssimas
condições de segurança e higiene de trabalho, utilização abusiva da mão-de-obra
da mulher e do menor, levavam, inevitavelmente, a baixas condições de vida,
grande risco de acidentes e de todo tipo de doenças, altíssimo índice de
mortalidade e de invalidez causadas por acidentes do trabalho.
Tentando conter o acentuado liberalismo, que se traduziu em um Direito liberal
individualista, surgem as primeiras concepções pregando uma intervenção do
Estado nas relações de trabalho em nome do interesse coletivo. O movimento dos
trabalhadores propõe a institucionalização de novos direitos.

As primeiras leis que então surgem expressam uma série de conquistas da


classe trabalhadora que, não se conformando mais com condições indignas de
trabalho, passam a reivindicar jornada menor de trabalho, ambientes de trabalho
menos agressivos à saúde e proteção do trabalhador na velhice, na doença e na
invalidez.

Otto von Bismarck criou uma série de seguros: o seguro social propriamente
dito em 1881; o seguro-enfermidade em 1883; a proteção contra acidentes de
trabalho em 1884; o seguro contra velhice e invalidez em 1889. A Lei de
Acidentes do Trabalho foi promulgada na Itália em 1883, na Alemanha em 1884 e
na França em 1898. Já antes da criação da OIT foi adotada uma convenção sobre
o emprego de fósforo branco na fabricação de palitos de fósforo.

A nova consciência ambientalista em nível mundial, principalmente a partir da


década de 70, proporcionou uma revisão nas concepções tradicionais de
ambiente de trabalho concebidas pelo Direito da Seguridade Social e pelo Direito
do Trabalho.

A Organização das Nações Unidas (ONU), a Organização Internacional do


Trabalho (OIT) e a Organização Mundial de Saúde (OMS) desempenharam um
papel ativo na propagação dessas novas idéias.

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** Paulo Francisco Pereira


Tecnólogo em Saúde e Segurança do Trabalho

Setembro/2010

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