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Junho de 2000 BOLETIM INFORMATIVO GFIP IAL age a EGIL Formal das Empresas NST CNT CZ PREVIDENCIA SOCIAL ae geet en oeas Renae zauLiZ) © 2000 ~ Ministério do Previdéncia e Assisténcio Social E permitida 0 reproducéo parcial ov total desta obra desde que citade « fonte. Tiragem: 500 exemplores Secretario Executive Esplanada dos Ministérios, bloco F, 7 andor, salo 704 Tel.: (61) 317-5444 Fax: (61) 224-0565 CEP: 70059-900 - Brostlio-DF Edigio. Vistribuigdo: Assessorio de Lomunicacéo Social Esplanada dos Ministérios, Bloco F, 82 andar Tol: (61) 224-0914 / 224-7816 Fox: (61) 225-7490 / 226-7372 CEP: 70054-900 - Brasilio-DF Impresso no Brasil / Printed in Brazil Sumario Apresentacao Woldeck Ornélas 3 GFIP: Um Salto em Direcéo & Maior Efici na Previdéncia Social José Cechin 4 Consideracées Iniciais sobre 0 Boletim Informative GFIP Alexandre Zioli Femandes Eduardo do Silva Pereira 15 ‘Anexo | GFIP — Guia de Recolhimento do FGTS elnformacées & Previdéncia Social 24 ‘Anexo Il Relacdo dos cédigos FPAS segundo a afividade do emareso 22 Anoxo Ill Cédiges de Terceiros 25 ‘Anexo IV Relacto dos Cédigos de Recolhimento — Campo 25 do GHP 25 ‘Anexo V_ Relacéo dos Cédigos para os Categorias de Trabalhoder - Compo 30 da GFP 26 ‘Anexo VI Relaco dos Cédiges de Ocoréncia para Exposicéo dos Trobalhadores o Agentes Nocivo = Campo 33 da GFIP 27 ‘Anexo VII Relacéo dos Cédigos de Movimentacao — Campo 35 do GFP. 27 ‘Anexo Vill Agregacdo ullizado paro construcdo dos 10 grupos de otividade econémica baseada no classificagéo do CNAE 28 Boletim Informative GFPI - Avaliacéo de Dados: Alexandre Zioli Fernandes 30 Anexo Estatistico 38 Parte | — Dados Regionais - Agosto de 1999 40 Parte Il - Series Temporois ~ Brasil 55 Dados Internacionais de Catalagacdo no Publicacao (CIP) Biblioteca. Segdo de Processos Técnicos ~ MTE 8688 Boletim informative GFIP : indicadores do mercado de trabalho formal das empresas. / Ministério da Previdéncia e Assisténcia Social ~ v. 1, n. 1 (2000) Brosilia : MPAS, 2000. Guia de Recolhimento do Fundo de Gorantia do Tempo da Servico @ Informagéee & Pravidéncio Social (GFIP) 59 p. 1. Mercado de trabalho. 2. Empresa. 3. Indicador fecandmicn. |. Brasil. Ministiria da Previdancin » Assisténcia Social. Secretaria Executiva. ||, Fundo de Garantia do Tempo de Servico (Brasil) (FT) COD : 331.12 GFIP: Um Salto em Diregao a Maior Eficiéncia na Previdéncia Social |. Antecedentes A Previdéncia Social, como organizada no Brasil, cabe reconhecer direitos a beneficios previdenciérios, concedé-los e pagé-los regularmente, todos, empregados e empregadores, paguem a totalidade de suas contribuicées de acordo com © que a Lei estabelece, e formular a politica de direitos & contnbuigoes, assentada no equilibrio atuarial e com visdo de longo prazo. assegurar-se que AYé a construcéo do Cadasiro Nacional de Informacées Sociais, CNIS, e, mais precisamente, até 0 surgimento da Guia de Recolhimento do Fundo de Gorantia por Tempo de Servico Informacées @ Previdéncia Social, GFIP. a Previdéncia somente tomava conhecimento de seus segurados no momento em que compareciam a um posto solicitando um beneficio (2 unica ‘excegdo sdo os contribuintes individuais, para os quai se faz, hé bastante tempo, o registro das contribuicdes recolhidas em carné). Comecova, neste momento, a longa via crucis do segurado para provar: seus tempos de servico (de contribuicéo, apds a Fmanda Constitucional N2 20, de 16 de dezembro de 1998); suas remuneracées; periodes trabalhados em condicées especiais, que podem ser computados com um muluplicador; que as proprias condicoes de trabalho eram efetivamente especiais, mediante laudos técnicos por ele contratados unto a profissional ou entidade devidamente copacitados. Depois de tudo isto, os balcées da burocracial E inconcebivel o existéncia de uma seguradora que néo conheca seus segurados, néo mantenha Lm registro confidvel de seus pertis ou dos prémios por eles recolhidos. As possibilidades de condutas inadequadas, tanto por parle dos segurados quanto dos operadores da companhia de seguros, seriam muito grondes e, com alta probobilidade, a empresa no sobreviveria em um mercado competitive. [ Sectelério Executive do MPAS José Cechin (") A Previdncia Social deixou de manter o registro individualizado de seus segurados (contribuintes) desde o unificacéo dos Insitutos de Aposentadorias Pensdes, os antigos IAPs, no Instituto Nacional de Previdéncia Social, INPS, em 1966 (Decreto Lei n® 72, de 21/11/66). © INPS, entéo criado, n&o tinha que competir com ninguém nem era comparado com outros sistemas previdenciérios mundo afora. A relativa juventude do sistema brasileiro (muitos Coninibuintes por beneficiGrio, em sistema de reparticéo simples) permitio beneficios generosos mesmo com contribuicoes médicas. Por isso nao era questionado nem desafiado. A burocracia tendia a ser vista pelos funcionérios do Governo como um problema do cidadéo, do segurado, e no do INPS. Ademais, que mal poderia haver na burocracia em um pofs de méio-de-obra abundante ¢ borata? Horas perdidas nas filas néo fariam falta ©. burocracia garantiria alguns empregos o mais. Alinal, ndo seria a tradicéo cortorial, arraigade na cultura brasileira, uma evidente demonstracéo deste nefasto aspecto de nosso sociedade? A percepcéo dos beneficios que poderiam advir com 0 registro individualizado de todos os contribuintas, de seus tempos de contribuicio @ respectivas remuneracées, no é nova. Ainda na década de 1980, cuidou © Governo de editor 0 Decreto N° 97.936, de 10 de julho de 1989, que determinava a criacao do Cadastre Nacional do Trabalhador, posteriormente convertido no Cadasiro Nacional de Informag6es Sociais, CNIS, (lei N2 8.490, de 19 de novembro de 1992) Muita discusséo ocorreu entre a dato do Decreto € a eletiva implementacéo, ainda em estigio experimental, do CNIS, em 1994 A polémica, orientada pelo Decreto de criacgéo do Cadastro, girava em torno da necessidade de haver um documento préprio e Unico de coleta das informacées que iriam compor o cadastro. Todos os outros instrumentos de coleta, como a Relacéo Anual de Informacées Sociais, RAIS, ¢ 0 Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, CAGED, instituido pela Lei N° 4.923/95, deveriam ser subsfituidos por este novo assim que seu formato estivesse detinido e passasse a ser exigido. ideal néo podia ser mais nobre; jé a forma ndo podia ser mais burocrética e onerosa para os empregadores. Nao cogitaram os parlicipantes daqueles debates que, em épocas de desregulamentacéo, de abertura comercial, de énfase no assim chaimudo custo Brasil (custo externo as empresas mas que em muito afeta sua copacidade competitiva em um mundo crescentemente globalizado}, a insisténcia na idéia seria 0 cominho certo para o fracosso. Deveria ser repelido o simples pensomento de se exigir do empregador mais um documento, especialmente quando as informagées pre- tendidas j4 s60 coletadas por varios outros instrumentos, com custos significativos para os declarantes bem como para 0 Governo, que precisaria estabelecer nova sistematica de coleta processamento. A proposicéo de um projeto de lei instituindo a exigéncia desse novo formulério de coleta de informagées, caso os encarregodos do assunto tivessem chegado a um acordo, feria causado forte reagdo naqueles que finhom 0 poder de deciséo e estavam preocupados com 0 excesso de burocracia & de custo Brasil e, com certeza, iriam rejeitar a proposigéo. Sabiamente, © Ministro da Previdéncia, em 1994, decidiv montar um CNIS experimental com «0s informacées jé disponiveis no Governo Federal, provenientes da RAIS, do CAGED e da Relacéo em Empregades apresentada para depésilos do FGTS nas contas individuais dos trabalhadores. A iiniciativa objetivava, essencialmente, demons- trar a viahilidade técnica do CNIS. Este cadastro seria composto por duas bases cadostrais, a de empregadores e a de empregados, e dois arquivos, 0 de vinculos (relagéo de emprego) ¢ 0 de remuneracdes. As informagées mais antigas remontam ao inicio da RAIS, em 1976, Todos os empregadores formais (registrados no CGC ou no Cadastro Especifico do INSS, CEI) bem como fodos os seus empregados formalmente registrados devem ter constado do CAGED, quando admitidos ou demitidos, do FGTS com os recolhimentos mensais e da RAIS, constando, dessa forma, também do CNIS. Em 1995, 0 projeto de montagem e operacéo do CNIS perdeu prioridade para uma idéia ‘ambiciosa de dolar a adminisiragéio de Previdéncia Social de um complexo sistema de gestéo computacional, operando em tempo real, em que cada operacéo feita por empregadores ou coniribuintes individuois na rede bancéria serio registrada nas respectivas contas correntes de um banco virtual do Previdéncia. Embora o sistema fosse de alta complexidade, de custo elevado de dificil concepeau e implemenlagao, jd que ndo havia similar em operagéo no mundo, a este projeto foi conferida a maior prioridade e o CNIS devia ser descontinuado. A alegacéo era de que os dados de entrada néo eram confidveis, 0 processo de coleta das informacées primérias néo era de dominio do Previdéncia mas de terceiros com outras prioridades, os informacées assim coletadas se destinavam & producéo de estatisticas econdmicas e sociais, néo devendo ser uflizadas para outros efeitos, e 0 cadastro em si néo permitiria uma evolucéo significativa nas técnicas de gesléo previdenciério. Entre despender recursos em um projeto porcial e defeituoso, como se dizia em relagdo ao CNIS, ou ousar uma solucdo definitiva para a administracéo com 0 projeto infitulado Sistema de Gestéo da Previdéncia Social, SGP 0 Ministério hovia escolhido a segunda. Essas alternativas de continuar consiruindo (CNIS ou adotar o SGP foram examinadas, durante © primeiro semesire de 1995, por um comité interministerial. O Ministério da Previdéncia e Assisiéncia Social e « Dataprev defendiam o modelo SGP enquanto que os integrantes dos outros ministérios, inclusive convidados do setor privado, rejeitavam esta opcdo pela falla de clareza da proposta, pela sua complexidade, custo ¢ ineditismo. Continuar a construgéo e inicior ‘operacao do CNIS era a opgao preferida por estes outros. Nao obsiante essas ponderacées do comité, 0 CNIS foi descontinuado e as equipes do projeto foram desmanteladas. Os investimentos continuavam no novo projeto do SGP. que chegou «@ ober a aprovagio da diretoria do INSS, no primeiro semestre de 1995. Il. A decisGo de concluir o CNIS Convencer « administragéio do Ministério do necessidade e conveniéncia de prosseguir com o BOLETIM INFOEMATIVO GFIP — A. 1, N. 1, junho/2000. CNIS foi uma primeira e dificil etapa. Argumentou- se que o CNIS seria, indispensavelmente, um elemento central em qualquer sistema computacional de gestéo da Previdéncia. Nao se poderia conceber gestdo eficiente sem um cadastro completo dos segurados e o registro dos vinculos empregaticios e remuneracées. O CNIS seria, necessariamente, parte do novo modelo de gestdo, 0 SGP como proposto até aquela data. Se assim, por que néo seguir por partes, iniciando por ulgo [6 lestado experimentalmente, de utilidade imediata e necessario em qualquer circunstancia? Uma ver criado, colocado em operacdo e tendo produzido resultados, seria muito mais facil prosseguir na modernizagio da gestéo. Vole registrar que nesta fase os técnicos que hoviam estado envolvidos com a questo tinham ficado descrentes da possibilidade de concluséo do CNIS pelo Ministério, especialmente se operado pela Dataprev, Néo obstante este ceticismo, decidiu-se, ap6s exaustivos debates, que © projelo SGP deveria aguardar outra oportunidade e 0 CNIS deveria ser concluido e posto em operagéo. O CNIS prosseguiria, na forma de condominio, a ser gerido por um Comité Executive, composto pelos secretérios executives dos Ministérios do Previdéncia, que o coordenario, do Trabalho e da Fazenda. Assim o projeto SGP como proposto (projeto ‘turn-key’}, deveria aguardar nove oportunidade para depois que 0 CNIS estivesse em operacdo. Para completar o CNIS e manté-lo permanentemente atualizado, foram celebrados convénios entre este Ministério, o Ministério do Trabalho e a Caixa Econémica Federal, para a recepcéo regular das informagées que comporiam © CNIS bem como prevendo a disponibilizagéo de seus dados aos participantes do condominia © cadastro conteria a relacéo mensal nominal de todos os empregados que conslassem da RAIS, do CAGED ou do FGTS, com as respectivas remuneracées (conforme declaradas no RAIS ou conforme depésito do FGTS nas constas individuais). Todas os informacées provenientes de qualquer uma desias trés fontes seriam mantidas no cadastro, sempre com a identificagéo da origem. Os empregadores seriam identificados pelo CGC ou pelo CEI, ¢ os empregades pelo nGmero do PIS (cadastrado pela Caixa), do PASEP {pelo Banco do Brasil) ou de contribuinte individual (pelo proprio INSS). Para os contribuintes individuais, 0 CNIS registra © valor mensal recolhido individualmente per meio do carné. © CNIS, uma vez em operacdo, permitiria 0 confronto de provas declaradas pelo candidato {relacéo de vinculos, tempo de servico em cada vinculo, relacéo dos salérios tomados como base para o célculo do beneficio) com os dados hisloricamente fornecidos pelas empresus na RAIS. ‘ou no CAGED ou que foram base de recolhimento do FGTS. Com estes confrontos, ficaria mais dificil fraudar beneficios (pelo menos sem a interferéncia, conhecimento ou conivéncia de servidores da caso). Declarantes e candidatos, sabedores do confronto das informacées declaradas para efeitos de requisicao de beneficio com os constantes dos regisiros hist6ricos, seriam mais cuidadosos com ‘0s dados apresentados. As informacées do CNIS também permitiriam melhor controle no pagamento do seguro desemprego e do abono solarial por parte do Ministério do Trabalho. Todos estes usos comegaram a ocorrer assim que o CNIS foi completado com os dados histricos. Jé se reaistram importantes economias conseguidas pela néo concesséo de beneficios aqueles que ndo tinham o direito. Muitos outros usos viriam a ser possiveis e efetivamente demandados, posteriormente e & medida em que © CNIS ganhava visibilidade, por tribunais de contas, administracées publicas de entes federados, insfituicgdes de seguranco poblico, agentes de financiamentos habitacionais com cobertura do Fundo de Compensacées de Variagées Salariais. Ainda néo seria possivel, no entanto, aulomatizar © concesséo de beneficios previdencidrios por causa da origem dos dados, coma ser visto a Segui II, O CNIS e a Fiscalizagéo Antes de discorrer sobre a inadequacéo dos dados histéricos do CNIS para a concessio cutomética de beneficios convém relotar a importante contribuicéo que as informacées desse cadastro exerceram na detinicéo do plano de fiscalizacéo do INSS. Dado que o CNIS se compée, como visto, dos cadastros de empregadores e trabalhadores e dos arquivos de vinculos (empregado com seu empregador) remuneracées, 6 possivel estimar, com boa preciséo, a contribuicdo previdenciério mensal ou anual de cada empregador, chamada de contribuicéo potencial. A comparocéo desta contribuigéo potencial com a efetivamente recolhida co INSS pela Guia de Recolhimento da Previdéncio Social, GRPS, atualmente simplificada pare Guia da Previdéncia Social, GPS, fornece uma estimativa da evaso ou sonegacdo de contribuigdes previdencidrias. A discrepancia entre «.contribvigéo potencial ea efetivamente recolhida 6 uma presungéo de evaso ou sonegacéo; precisa se comprovada pela acéo fiscal. Isto porque ha situacdes em que a discrepéncia pode ser devida a variados fatores como: falhas no cadastro, nos casos de ndo identificagéo do contribuinte como entidade filantrépica, que goza da isencéo da cota patronal; algumas sitvacées olipicas de contratacées de avulsos, com a cata patronal recolhida pelo tomador do servico em ver de pelo empregador direto; prefeituras que mantém regime préprio de contratacéo, com FGTS. para seus funciondrios © regime de previdéncia custeado pelo proprio tesouro municipal; ‘erros’ de preenchimento da RAIS. A automatizacéo do cobranca de qualquer discrepancia que viesse @ ser encontrado nos cruzamentos no futuro era parte da estratégia de desenvolvimento mas que requeria profundas mudancas no sistema de coleta das informacées bem como 0 aperfeicoamento dos bancos de dodos e dos métodos de cruzamento. O primeiro cruzomento destas informacées foi desenhado e implementado no inicio de 1996, com bose nos dados da RAIS constantes do CNIS, referentes ao ano base de 1994. Observe-se que neste ano © Pais teve tras moedas distintas, 0 Cruzeiro Real, a Unida Real de Valor (URV) e o Real, razdo pela qual foram encontrados muitos erros de preenchimento da RAIS e o dados necessitaram ser filrados antes de seu uso. Mos 0 maior dificuldade encontrada nao foi na concepcio e realizacdo do cruzamento e sim na resisténcia oferecida pela linha de fiscalizacdo, que clegava a baixa possibilidade de sucesso da iniciativa, Argumentava a fiscalizacéo que as discrepancias apuradas compulacionalmente seriam muito diferentes do que a fiscalizacéo poderia encontrar na pratica ou, em outras polavras, as indicacées do cruzamento seriam falsas. Como a tiscalizagéo néo dispunho de elementos convincentes em defesa de sua posigéo, pois nunca realizara extensivamente qualquer tipo de cruzamento de informacées € dos poucos casos testados nao havia registro dos resultados, decidiv-se adotar o instrumento e coletar evidéncias de sua eficacia em cada fiscalizagdo recomendada por esse mélodo. A expectativa era de que o insirumento poderia fornecer um poderoso indicador de provével sonegacao. Aceita essa posicéo, a fiscalizacéo, ainda que relutantemente no inicio, passou a ser dirigida pelo mapa estimado da sonegacdo presumida. Fiscais deixaram de visitor empregadores na esperanca de encontrar ‘alguma evasio e passaram a se dirigir aqueles fem que havia grande suspeita a priori de contribuicdes devidas e ndo recolhidas. Pela primeira vez, 0 plano fiscal foi produto de uma técnica cientifica de investigacao, de uma listagem de maiores suspeitos produzida pela méquina. Nunca é demais salientar a importéncia politica deste paso: « maquina & que passa a ser © plonejador da ago fiscal, imune, portanto, 00 colorido politico de ambos, empregador e entidade fiscalizadora. O insirumento serve aindo para acompanhor © resultado do trabalho de fiscalizacdo de cada fiscal individualmente, uma ver que este vai & empresa com o encargo de verificar a existéncia de uma discrepéncio, opontada « priori, entre o valor esperado de coniribuicdo e « efetivamente realizada. Se néo encontrada, € solicitado a ele que forneca as razdes da frustracéo da expectative. A reailizagéio do cruzamanto paranos sucessivos comprovou a eficdcia do instrumento: em trés quartos dos casos a indicagio do cruzamento 6 corteta, isto é, a indicagdo de existéncia de contribuigdo devida e nao recolhida é verdadeira. Do mesmo forma, em termos de valor, oproximadamente trés quartos do montante apontado como provavel sonegacéo & efetivamente identificado pela acdo fiscal Atvalmente, todo o plano de fiscalizagéo 6 desenhado com base na estimativa de discrepéncia entre contribuicde potencial ¢ efetivamente registrada junho/'2000, BOLETIM INFOEMATIVO GFIP — A. 1, N. 1, IV. A efetividade do CNIS para a concessdo automatica de beneficios Cumprida a etapa de construcéo do CNIS, montado um sistema de atualizacéo mensal permanente e iniciada a operacéo de confronto de dados nos concess6es de beneficios, fazia-se necessério repensar os finalidades do cadastro Cadostro 160 valioso néo poderia ficar restrito a confronto de dados e combate a fraudes e & sonegagdo. Faziu-se necessério ulilizd-lo pura reduziro burocracia no reconhecimento de direitos previdenciérios, isto 6, utilizar os informacées registradas no CNIS como prova do cumprimento dos requisitos para o alcance de um beneficio previdenciério. A idéia era o de dispensar 0 segurado do énus da prova de seus direitos previdencidrios. Esta deveria caber exclusivamente 4 prépria Previdéncia Social. Pora tonto, as informacées registradas no CNIS precisariam ser fidedignas, correspondendo efetivamente aos vinculos, as remuneracées tomadas como base de contribuicéo e as condigées de trabalho de cada empregado. Desta forma, ao segurado competiria apenas assegurar-se que suas efetivas condicées de trabalho e remuneracéo fossem corretamente € contemporaneamente registradas no Cadastro. Assim 0 Cadostro ragistraria todas as informagées que vao compondo o direito previdencidrio do trabalhador, que se acumula em funcéo de seu tempo de trabalho e efetiva contribuicéo. No futuro, quando surgisse a necessidade de solicitar um beneficio previdenciério, tudo 0 que caberia ao segurado seria apenas sua identificacéo pessoal perante a Previdéncio, que teria guardados todos os dados relatives oo reconhecimento automético do direito. Néo hd que se menosprezar o alcance, jé no curto prazo, da medida. Pouco menos da metade das solicitagées de beneficios se originam nos beneficios por incapacidade - ouxilios doenca, acidente ou invalidez. Estes beneficios, que decorrem de situacées de perda de capacidade de trabalho por eventos fortvitos, néo programdveis, ao contrario da aposentadoria que € programével, im caréncia pequena, de um ano, € 0 valor mensal do beneficio é a média simples de 80% dos maiores salérios de contribuicéo a partir de julho de 1994 ou da filiagéo a0 INSS, se reclizada posteriormente a essa data. Assim, em pouco tempo de operacéo do CNIS em novas boses seria possivel desburocratizar 0 reco- nhecimento de direitos de quase a metade das solicitacdes mensais. A automatizacéo, além de desburocratizar procedimentos e conferir maior seguranca no reconhecimento do direito, reduz custos operacionais para a Previdéncia. Para que isto fosse possivel fazia-se necessério adolar novus formus de alimentagae do CNIS. Ao invés de compilar as informacées usvais oriundas do FGTS, CAGED e RAIS era preciso ter fonte adequada e prépria para a alimentacao do Cadastro. As informacées deveriam espelhar as remuneracées efetivamente percebidos pelos empregades, sobre as quais incidiv contribuigéo previdenciéria, pora que pudessem cumprir com @ finalidade da concesséo automética de beneficios. Em suma, 0 objetivo era a construgdo de contas individuais de contribuicdo a Previdéncia Social, possibilitando, deste forma, aprofun- damentos da Reforma da Previdéncio imple- mentada com o Emenda de N¥ 20. Sem essa informacées, coletadas e armozenadas por conta do Previdéncia, no se poderia nem mesmo imaginar a adocéo do critério de iquolar a soma dos beneficios recebidos durante 0 periodo de usufruto do beneficio &s contribuicées vertidas & Previdéncia Social, feito pela Lei N° 9.876/99. Nenhume das fontes de olimentacao do CNIS finha por propésito 0 registro dos informagées necessérias para © reconhecimento de direitos previdenciérios. As informacdes da RAIS sao declaradas onualmente pelos empregadores para «@ disponibilizacéo de estatisticos econémicas sociais ¢ ndo mantém, necessariamente, vinculagéo com solérios de contribuicdo nem se destinam ao registro das direitos acumulades. A demora na coleta e processamento dos informacées, de cerca de ano e meio, 6 outro obstaculo cos propésites pretendidos. A relagéo de empregados e valores de depésito do FGTS sGo informacées mais precisas mas, novamente, «a base de incidéncia do FGTS ndo coincidia com ce bose de incidéncia do INSS, isto 6, com o salério de contribuigéo. A uniformizagéo das bases ‘ocorreu no primeiro semestre de 1998, com a finalidade de simplificacdo de controles tanto para ‘os contribuintes quanto para o Governo. O CAGED, por sua vez, somente informava remuneragées na admissio e na demissdo. As fontes tradicionais de alimentacéo do CNIS permitiam muitas operagées de checagem e controle mas n@o a automatizacéo do reconhecimento de direitos previdenciérios. A solucdo para esta dificuldade, orgumentava- se neste Ministério, era valer-se do poder de Estado dos empregadores 0 preenchimento mensal de uma declaracéo juramentada, desvinculada de pagamento, conlende lodus as informacées necessérias para o reconhecimento de direitos previdenciérios. Cada empregador deveria fomecer & Previdéncia Social, todos os meses, a relacdo completa dos empregados, com «0s remuneracées tomadas como base de célculo da contribvigdo. Neste ponto, ressurgia 0 pendor impositivo e burocréiico das comiss6es anteriores € que fracassaram por quase uma década na tentative de obter o desejado documento préprio. e exi Admitida a inviabilidade de mais um documento préprio, partiv-se para descobrir caminhos alternativos, que ndo representassem ‘oumento de burocracias e de custos para as empresas. Nao foi dificil achar a alternative, mas como envolvia cooperacéo com outras entidades colém dos deste Ministério, havia que superar os temores internos a respeito do possivel wulnerabilidade decorrenie da dependéncia de terceiros. A Guia de Recolhimento do FGTS, jé ulilizada na carga rotineira do CNIS, poderie ser @ alternativa, uma ver que grande parte das informagées de que a Previdéncia necessitava pora © reconhecimento automatico de direitos jé constova desta Guia. Obviamente, varias modificagées seriam necessérias, O desatio a ser imediotamente enfrentado era o de obter cooperagéo do Ministério do Trabalho, érgéo supervisor da FGTS, e da Caixa Econémica Federal, como operadore do Fundo. Foi ossim que nasceu a idéio da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Servico e Informagées & Previdéncia Social, GFIP no primeiro semestre de 1996. Nao se fratava de quia nova, mas de modificacéo de quia do FGTS existente. Por esta razéo, ndo se faria necessério estabelecer nova rede de coleta nem nova sistemética de processamento das informagées. Também no se exigiriam dos declarantes informacées novas que néo estivessem facilmente disponiveis nos folhas de pagamento das empresas. A GFIP deveria relatar todos os fatos necessérios ao reconhecimento de direitos bem como todos os tatos geradores de contribt previdenciérias. Assim, o GFIP deveria continuar listondo todos ‘0s empregados com os respectivos identificadores. Mas, diferentemente da guia do FGTS anterior, 0 GFIP deveria listar as remuneracées em vez de valor do depésito do FGTS bem cc as condicées especiais de trobalho por tipo, 0 que permite a contagem de tempo em miltiplos (dispensando, para periodos pés GFIP. laudos técnicos da exposigdo a agentes nocivos, que so onerosos para o trabalhador e dificeis de obter, especialmente para periodos jé muito afastados do presente); as movimentacées de empregados (admiss6es ¢ demiss6es}; © 0 status de coda empregado (licencas, férias, afastamentos, maternidade). Deveria também listar os pagamentos da empresa a auténomos, as reliradas pro-labore dos controladores e sécios diretores, 0 patrocinio a clubes de futebol profissional e a receita de espetaculos esportivos desses clubes, eo comercializacéo priméria de produtos caricolas, porque cada um desses itens constitui fato gerador de coniribuicéo previdenciéria, A GFIP passaria a ser o instrumento de coleta das informacées que alimentariam o CNIS e que serviriam para o reconhecimento automético de direitos previdenciérios, desburocratizando procedimenios e facililando o vida dos segurados, inclusive daqueles que eventualmente perdem suas documentagées e com elas, 0 registro dos direitos. Naquela ép0co, adiantado o ano de 1996, ainda distante da promulgacéo da Emendo Constitucional N2.90, que viria @ descons- fitucionalizar @ férmula de célcvlo do valor do beneficio previdenciério (fim do regra constitu- cional da média simples dos éltimos 36 salérios mensois de contribuigéc) ja se vislumbrova necessidade do registro individualizado das contribuicdes para tornar possiveis mudancas nas reqras de célculo que observassem principios de equilibrio alvarial, como j observado Constatova-se a necessidade de alongar 0 periodo de salérios tomado como base para o célculo do valor do beneficio. Mas esta necessidade ndo poderia ser fornada reolidade se o Previdéncia BOLETIM INFOEMATIVO GFIP — A. 1, N. 1, junho/2000. continuasse o depender das informacées trazidas pelos préprios candidatos ao beneficio. Seria elevada a probobilidade de se observar candidalos sem condicées documentar os salérios de contribuigéo do inicio da vide de trabalho. CNIS, a0 registrar os saldrios de contribuicéo de fode a vida do segurado, esté de fato consiruindo «8 contas individuais de contribuicdo 6 Previdéncia Social, ampliando o leque de possibilidades de reformar 0 sistema previdenciério existente. Com 1g promulgagdo du Emenda de N2 20, a existéncia do CNIS possibilitou a imediata adocéo do nova formula de célculo, com alongamento progressivo do perfodo-base dos salérios de contribuicdo. A GFIP serviria também como confisséo das contibuicées correntes, permitindo que se distinga © inadimplente, aquele que declara os valores devides mas néo os pagou por qualquer raz6o, do sonegador, aquele que néo declara ov omite informacées da GFIP A Lei atualmente fixa multas em dobro sobre as contribuicdes omitidas da GFIP € 0 projeto de lei de crimes contra a Previdéncio, aprovado na Cémara dos Deputados em maio de 2000 em regime de urgéncia Constitucional, {ipifica como crime a omissio ou adulteracao de informag6es da GFIP.fixando pena de priséo para © infrotor. Este foto significa um importante avanco nas relagées dos empregadores com a Previdéncia. Até 0 GFIP a Previdéncia Sociol néo sabia qual era a coniribuicéo efetivamente devida pelas empresas. No dia dois de cada més, as empresas comporeciam & rede bancéria conveniada pora fazer seus recolhimentos, conforme seus préprios entendimentos e conveniéncias. Somente a ado fiscal no empresa poderia detector contribuicées devidas e ndo recolhidos. Uma ver identificadas @ natificadas, assistia direito & empresa de se defender no esfera administrative mediante longos € custosos procedimentos de defesa e recurso Com 0 novo sistema, uma declaragéo de Contribuigdo devide sem o correspondente recolhimento serd identificada pelo computador e cobrada automaticamente, dispensando os procedimentos administrativos, e, se néo paga no prazo, inscrita automaticamente em divide ativa para cobranca judicial. Néo pode haver maior presuncéo de cerleza, liquidez e exigibilidade para «@.cobranca judicial do que uma divida confessada espontaneamente pelo contribuinte. A agGo fiscal, partir do GFIP. deve ser orientada para verificar 0 correto preenchimento do Guia, notificando erros ¢ omissées. Faz-se necessério repisar que 0 propésito bésico da GFIP é o colela e registro historico dos informacées essenciais para o reconhecimento de direitos previdenciérios dos trabalhadores e demais segurodos do Previdéncia Social, Pora tanto, é vital que 0 fomecimento correto e tempestivo dessas informagées seja obrigalério para todos os empregadores. Assim a lei que instituiu a obrigatoriedade da Guia, estobeleceu multas administrativas pela néo entrega ou pela omisséo ou adulteracéo dos informacées decloradas. Erros de preenchimento também, acarretam multas ‘administrativas. De igual maneiro, desvinculou- se 0 cumprimento da obrigacéo de informar daquele de pagar, para que dificuldades financeiras passageiras ndo inviabilizossem a entrega do Guia e a coleta dos informacées. Isto fo) feito para que esteja protegide o direito integral do trabalhador, quanto a seus vinculos (empregos), sua remuneracao que compoe o salario-base de contribuigéo, ¢ para a identificacdo efetiva e univoca de cada trabalhador. As informacées da FIP tém fé pdblica perante a Previdéncia Social: nomes que constem da Guia teréo seus direitos cessegurados, conforme dados informados pelos empregadores @ armazenados nos registros do Previdéncia. Recomenda-se, portanto, a permanente vigilancia por parte dos trabalhadores para que verifiquem, periodicamente, se seus nomes esto constando da GFIP, com a remuneracéo integral, assim como com as condicdes de trabalho (se esteve, no més de referéncia, habitualmente exposto a agentes nocivos). Ao assim proceder, 0 trabalhador estar garantinda a canstrucéio correta dos dados que sero tomados, ne ocasiéo propria, pare reconhecer o direito adquirido a um beneficio previdenciério bem como para colcular 0 seu valor. O segurado sera, desta forma, um poderoso fiscal dos coniribuigées previdenciérias. Para que ele possa exercer esta faculdade, o Ministério jé disponibiliza, em sua rede de agéncios tronsformadas, quiosques de auto atendimento em gue © segurado, mediante a obtencao de uma senha, pode verificar se seu nome consta do CNIS com a romuncracéo © demais informacées corretas. E também intencdo do Ministério, enviar periodicamente para o endereco de cada segurado um exirato com suas informacées registradas no banco de dados. Quaisquer erros ‘ou omissdes de intormagdo poderéo ser corrigidos enquanto ainda for tempo, isto , antes que a passagem do tempo venha a impossibilitar a prova de que 0 segurado esté com a razo, como costuma ocorrer com muitos empregados dos varias empresas que desaparecem e ndo deixam registros. Protege-se, desta forma, o segurado lambém a Previdéncia Social que poderé buscar eventuais contribuicées nao pagas no tempo antes do seu decaimento. V. Aimplantagéo da GFIP A efetiva implantagéo da GFIP demandou a solugGo para um conjunto de dificuldades técnicas e politicas. No plano politico, necessitava-se implontar um sistema compartilhado enire o Ministério da Previdéncia e Assisténcia Social, o Ministério do Trabolho e a Caixa Econémica Federal. © novo sistema somente funcionaria em cooperagio estreita entre esles trés atores, As entidades envolvidas perderiam autonomia jé que qualquer modificaco no sistema exigiria 0 interveniéncia das trés. Neste ponto adicionava- se mais um temor, infundado, por certo, mas que oferecia um efetivo obstdculo & implementacéo da idéia. Temia-se que ao associar as contribuicdes ao INSS e ao FGTS houvesse perda de arrecadacéo, isto 6, aqueles que sonegassem ‘openas uma das duos contribuicées passariam a sonegar as duas. Este temor esiova tanto no Previdéncia quanto no Trabalho e Caixa: cade lado julgava que 0 sonegacéo era maior no outro. Obviamente, as duas entidades néo poderiam estar certas simultaneamente. Ademais, 0 argumento pecava pela lagica pois a instituigéio de obrigacées ossessérias, com penalidades odicioncis pelo seu descumprimento, néo poderia induzir contribuintes co aumento do sonegacéo sendo que 0 oposto. Na verdade néo havi evidéncias empiricos que pudessem mostrar em qual das duas contribuigées a sonegacdo era moior Para dirimir a dificuldade, estimou-se a folha total do Pais, para o segundo semesire de 1996, tomando como base « arrecadacéo do FGTS e a do INSS. Como esperado, as duas estimativas opresentaram resultados semelhantes, indicando que a sonegacéo tinha a mesma proporcéo no FGTS e no INSS. A nivel micro, no entanto, as discrepéncias eram signiticativas pois algumas empresas recolhiam o INSS mas néo o FGTS coutras faziam exatamente o contrério, AGFIP comecou a operar em todo 0 Brasil em joneiro de 1999. Nao se constatou, para esse ano, queda de arrecadacéo no FGTS nem no INSS, a0 contrdrie, ndo obstanle o significativa queda do massa salorial, de cerca de 7% em termos reais, 0s arrecadacées do FGTS e do INSS mantiveram ‘os mesmos valores reais do ano anterior. Uma dos razées da proposta era justamente @ de uniformizar ombos os recolhimentos, ou de cobrar cutomaticamente quoisquer diferencas entre os dois. Uma dificuldade técnica de maior monta, cinda néo inteiramente resolvida, est6 no caréter da Guia. Para a Previdéncia Social é uma guia declaratéria desvinculada de pagamento, como {6 observado. O recolhimento do INSS continua no dia dois de cada més e é feito em guia propria Para o FGTS, a GFIP é a prépria guia de recolhimento, e vence no dia sete de cada més. Teria sido interessante se a GFIP tivesse sido decloratéria para ambos. Esta diferenca esié fazendo com que muitos empresas opresentem duas GFIPs, uma com o valor que seré recolhido nas contas individuais do FGTS e outra, declaratéria, para a Previdéncia Social, de forma que © empregador nao incorra nas multas previdenciérias pela omissdo de trabalhadores ou de suas remunerac6es. Alegavam os técnicos do Ministério do Trabalho, além do aspecto técnico da maior possibilidade de desencontros entre declaracées e recolhimentos no caso da GFIP ser declaratéria para ambos, que o FGTS é parte integrante do salério, mesmo que na forma de poupanca compulséria, e que, portanto, néo se poderia admitir declaracao de divida sem o respectivo e imediato recolhimento. Na prética, essa postura parece equivocada na medida em que eqiivale a néo desejar conhecer o volume total de recolhimentos que deveria estor ocorrendo 0 FGTS para conhecer exclusivamente os recolhimentos realizados. Ainda com @ intuito de simplificar @ vida dos ontribuintes bem como o processamento do Guia, g g > 2 5 g 3 g Zz z 3 g definiu-se em lei, no primeiro semesire de 1998, que as bases de incidéncia do FGTS e do INSS seriam idénticas, Assim, declarada a remuneragéo de cada trabalhador, um sistema computacional pode caleular 0 valor do recolhimento ao FGTS bem como as diversas parcelas do recolhimento G0 INSS (parte descontada dos empregados de 8%, 9% ov 11%, conforme o salérro e até o telo de contribuigéo, cota patronal de 20%, adicionais patronais de 1%, 2% ou 3% a titulo de riscos umbientais do trabalho e de 6%, 9% ou 12% para ‘empregados expostos a agentes nocivos que tém direito o aposentodorios aos 25, 20 ov 15 anos de efetiva e continuada exposicéo) e aos terceiros do assim chamado sistema *S” Projeto desta envergadura néo se implementa sem o consentimento e a aprovacéo dos empregadores © dos segurados. Tomou-se 0 cvidado de ouvir antecipadamente as confederacées patronais representativas daqueles que deveriam se adaptor & Guia reformulada Assim, ainda no primeiro semestre de 1996, a ‘dia do GFIP foi apresentada a cada uma das entidades represeniativas dos empregadores, as quatro confederacdes patronais nacionais (CNI, CNC, CNT, CNA) e @ federacéo de bancos (FEBRABAN), com uma exposicéio dos motivos da alteracéo, enfatizando a eliminacéo do énus da prove por parte dos segurados, com a conseqiente reducéo de documentagéo a ser fornecida pelas empresas e a simplificacéo da guia de recolhimento. As préprias empresas teriam reduzida sua burocracia, portanto, seus custos de fomecimento de decloracées e atestados bem como de dias de trabalho perdidos por afastamento para trator dos interesses do empregado junto & Previdéncio. Umo vez concebido © projeto e estando disponiveis os detalhes aperacionais realizou-se uma conteréncia na sede da FIESP com as principais entidades de classe patronais de Séo Paulo bem como as principais confederacées nacionais. Neste mesmo sentido foram também importantes as diversas apresentacées feitas ao Conselho Curador do FGTS. Apés dois anos e meio de intensos trabalhos de varias equipes do Ministério da Previdéncia, do INS, da Dataprey, do Ministério do Trabalho eda Caixa Econémica Federal, coordenadas pela Secretaria Executiva do Ministério da Previdéncia, © GFIP foi adotade em todo 0 territério Nacional «© partir da competéncia janeiro de 1999. Junto com ela fornou-se possivel uma importante simpliticagao da Guia de Kecolhimento da Previdéncia Social, GRPS, pois a GFIP além de coletar os informacées para o reconhecimento de direitos, também teve o propésito de coletar informag6es pora os controles da arrecadacéo propria e a dos terceiros do sistema "S”. Adotou- 80.0 principio da separacéo entre fluxes financeiros e fluxes de informagéo. A GFIP deveria Iratar de todas as informacées relevantes para o reconhecimento de direitos e para a cobranca e fiscalizacéo das contribuigées. O fluxo financeiro precisa ser simples para ser célere e de conhecimento imediato da Previdéncia. © fluxo de informacées & necessariomente mais complexo, tendendo, portanto, a ser mais moroso. Seguindo este principio, simplificou-se o GRPS, que coletava varias informagées em seus 21 campos a serem preenchidos pelos empregadores e copturados pelos caixas do bancos, convertendo-a na Guia do Previdéncia Social, GPS, praticamente idéntica @ da Receito Federal. A simplificagao trouxe vantagens para as empresas, para a rede bancéria orrecodadora e para a Previdéncia que pode negociar uma redu¢éo nas tarifas de arrecadacéo por conta da simplificocdo {reducéio de mais de 30%). Hoje, decorridos 14 meses de sua implantagéo, © GFIP 6 uma realidade. Mais de dois milhdes de estabelecimentos a declaram mensalmente, compreendendo um conjunto de mais de 18 milhdes de empregados e mais de um milhéo de ‘auténomos que prestam servicos a empresas. A massa salarial mensal total declarada ultrapassa RS 11,5 bilhdes, resultando em um salério médio mensal de RS468,00. A GFIP contém uma riqueza extraardinéria de informacées do mercado formal de trabalho das empresas. Nao se trata de pesquisa amostral, trato-se de uma declaracéo iromentado, obrigatéria, universal, isto é, para todos os empregadores. Até o momento ndo existia uma coleta de informacées assim abrangente. A GFIP traca uma radiografio mensal do mercado formal de trabalho das empresos: numero de estabelecimentos, separando os aderentes do SIMPLES dos néo aderentes, seus empregados, seus status (licencas, admissées, demissées, moternidade, etc.), respectivas remuncracées, remuneracdes médias, movimentacées de trabalhadores, exposicéo a agentes nocivos, quantidades de solérios-familia pagos, tudo isso por estado do federacéo, por setor de afividade, por porte do estabelecimento, e outros mais. O Ministério da Previdéncia e Assisténcia Social inicio, com este boletim, « divulgacéo regular das informagées mais relevantes do GFIP. Estas primeiras informagées cobrem os primeiros oito. meses de 1999, H6 um considerdvel airaso nesta divulgagéo. A razdo deve ser encontrada nas dificuldades de se implantar um sistema de grande porte, de razodvel complexidade, de abrongéncia nacional e compariilhado entre diversos érgéos do Governo Federal. Thar por caminhos nunca nies tlhados pode apresentar surpresas que néo finham como serem previstes. Havie que informar e treinar os milhdes de estabelecimentos contribuintes, preparar sistema informatizado de preenchimento do GFIP e cdlculo da contribuicéo. devida © emisséo da GPS, preparar a rede boncéria para o recebimento e reenvio das guias coletadas, aumentar a capacidade de digitacdo por parte do agente operader, preparar sistemas para a captura das informacées ¢ carga no CNIS, checor a consisténcia das informacées, desenvolver os sistemas de processamento das informacées para confronto com as Guias de recolhimento, desenhar novos sistemas para o reconhecimento de direitos e concess6o de beneficios bem como para a cobranga automética de contribuicées declaradas endo pagas, alterar conceitos de fiscalizacéo, e assim por diante. E natural que no caminho se encontrem obsticulos ndo previstos e, tolvez, nem mesmo previsiveis. Atualmente, hé uma defasagem média de pouco mais de sessenta dias entre os fatos geradores eo registro das informagées no CNIS. Ao final de abril estavam senda carragadas as informacées do més de fevereiro, entregues na rede bancéria no dia 6 de marco. © desatio, no momento, é encurtareste tempo Para tanto, os Minisiros da Previdéncia e Assisténcia Social ¢ do Trabalho e Emprego editaram portaria fixando © cronograma para a obrigatoriedade da entrega da GFIP em meio eletrénico, iniciado pela Regiéo Sul, no competéncia abril e completando na competéncia ‘agosto para a Regido Sudeste. \ partir de agosto, todos os estabelecimentos deverdo entregar 0 Guia em meio eletrénico, Ganha-se em rapidez, elimina-se a digitocéo, portanto, a interferéncia humana no meio do caminho, eliminando-se erros de digitacdo e aumentando-se a contiabilidade dos dados. Somente em digitacdo 0 Ministério deixaré de arcar com um custo anual de RS 50 milhoes. O sistema eletrénico adotado ainda néo esté atvalizado com os possibilidades do tecnologia conlemporanea. QO. proxi passo, desenvolvimento pela CAIKA, seré 0 entrega da GFIP por Internet. Nesta modalidade, 0 énico responsével pelo conteédo da Guia seré o estabelecimento declarante, como deve ser. As informagées poderdo estar disponiveis poucas horas depois de prestados pelas empresas. Acarga no CNIS seré muito mais répide, permitindo a efetiva dispensa de provas documentais para a maioria dos casos. O atraso na divulgagéo das informacées seré devido exclusivamente co tempo requerido para 0 processamento. Tudo 0 que se requer de agora em diante soo mudangos de postura e alitudes por parte das diretorias de beneficios e de fiscalizacéo e correcadacao do INSS para fazerem uso das informac6es que estéio ficando disponiveis « com elas desburocratizar 0 reconhecimento de direitos ©. concessdo de beneficios 0 adotar novos procedimentos de fiscalizagéo, cobranca e orrecadacéo. VI. Equipes de trabalho O Boletim complementa um longo proceso de desenvolvimento ¢ implantacao da GFIP para ‘© qual concorreram muitas pessoas de varias institu Este longo projeto néo teria sido possivel sem «@ interferéncio decisiva do Ministro Reinhold Stephanes, que compreendeu sua importéncia prestou todo 0 apoio politico necessério; do Ministro Waldeck Omélas, que abracou © projeto ‘em andamento e com seu entusiosmo deu-lhe um grande estimulo, tendo lutado para superar as dificuldades que iam surgindo no caminho. Seu apoio foi decisivo para a unificagéo das bases de incidéncia do FGTS e do INSS, para simplificacéo. da guia de recolhimento e, especialmente, pora BOLETIM INFOEMATIVO GFIP — A. 1, N. 1, junho/2000. que as informacées que ora se tornam disponiveis neste Boletim pudessem ser produzidas com rapidez. Contou-se também com os opoios dos Ministros do Trabalho Paulo Paiva, Edward Amadeo e Francisco Dornelles bem como dos Presidentes da Caixa Econémica Federal Sérgio Cutolo e Emilio Carazzai Foram muitas as pessoas que, com dedicacéo intensa, zelo e disciplina, gerenciaram o desenvolvimento © a implanlagéo do projelo. A coordenacdo geral coube « Edmir Simoes Moita 0 Eduardo da Silva Pereira, ambos da Secretaria Execuliva do Ministério do Previdéncia e Assisiéncia Social. A persisténcia e objetividade de suas ag6es deve-se 0 sucesso do empreendimento. A tarela de coordenacéo geral néo foi pequena. Havia que mobilizar vérias equipes de trabalho em variados assuntos, desde a eliminacéo de divides e a tomada de deciséo quanto aos aspectos legais das contribuig6es previdenciérias até tecnologias da informacéo, bancos de processamentos. O desenvolvimento da GFIP revelou fragilidades na fiscolizagio e arrecadacéo, imprecis6es legois, e divergncias de interpretacéo da complexa legislacéo previdenciéria. Pela primeira vez foi necessério um trabalho sistemético de andlise das bases de incidéncio dos contribuicdes ao FGTS e a0 INSS. A arrecadacéo e fiscalizacéo da Previdéncio passaram a ser mais transparentes e objetivas o partir da GFIP e do programa computacional de célculo das contribuicées. dados e Os Presidentes da Dataprev, Ruy Lourenco Marlins e Ramon Eduardo Barros Barreto, suas equipes nas diversas linhas de atuacéo, especialmente os do CNIS, foram sempre solicitos € prontos para mobilizar suas melhores capacidades da empresa para atender as demandas que o desenvolvimento e a implementacéo requeriam, uma vez tomada a deciséio de prosseguir com 0 CNIS e implantar a GFIP A Diretoria de Arrecadacéo do INSS mobilizou equipes com servidores de todo o Brasil para uxiliar nas definiges que se faziam necessdrias, no treinamento de seus quadros e na reorientocdo dos equipes de fiscalizacéo. No Ministério do Trabalho, as equipes da Secretaria Executiva e da Secretaria de Inspecdo do Trabalho colaboraram para o sucesso do projeto. Na Caixa, contou-se com o inestimével, empenho da Diretoria responsével pelo FGTS e das éreas de sistemas que trabalharam com afinco pare preparor a tempo as versées operacionais, para adotor passos de modemizacao e rever ‘rabolhos jé feitos sempre que novos mudangas legais afetavam boses de incidéncia ou férmulas de célculo. Vole lembra que durante o desenvolvimento © implementacéo do projeto, especialmente durante 0 ano de 1998, foram muitas ¢ frequentes as mudancas legais. E pois com muita satisfacéo que apresentamos este Boletim ao publico em geral e especialmente 008 pesquisadores € profissionais que buscam informacées sobre o mercado de trabalho no Brasil,

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