Documentos de Académico
Documentos de Profesional
Documentos de Cultura
Universidade do Porto
-
Seminário de Ciberjornalismo
Resumo:........................................................................................................................ 3
Introdução..................................................................................................................... 4
Ética da relação Publicidade/Jornalismo........................................................................ 4
Novos meios, novos conflitos........................................................................................ 6
Publicidade intrusiva nos media online ......................................................................... 7
Conclusão ..................................................................................................................... 8
Bibliografia................................................................................................................... 9
2
Resumo: Configura-se como objectivo primordial deste ensaio definir os
conceitos de Publicidade Intrusiva e Anúncio Intrusivo. Todavia, antes disso, vamos
observar de que forma se tem desenvolvido o relacionamento entre o Jornalismo e a
Publicidade, no Jornalismo, em geral, e no Ciberjornalismo, em particular. Dessa
análise, sairá igualmente uma análise aos novos problemas éticos que a passagem do
Jornalismo para a internet veio trazer.
Pretende-se igualmente com este ensaio lançar as bases para a análise concreta
do uso de publicidade intrusiva nos média online portugueses.
3
Introdução
Do ponto de vista legal, tanto em Portugal como noutros países, existem já, há
largos anos, leis que regulam a prática jornalística. Todavia, em nenhuma delas se
encontra referência para os casos específicos em que o conteúdo publicitário se
intrometa no conteúdo jornalístico. Em Portugal, por exemplo, a lei da imprensa apenas
obriga, no número 2 do artigo 28, a que todos os anúncios publicitários sejam
identificados com a palavra publicidade ou com o seu diminutivo, em caixa alta, PUB,
não mencionando nada sobre as fronteiras do conteúdo editorial e publicitário. E se as
regras são pouco claras para os media tradicionais, para o ciberjonalismo existe quase
4
um vazio legal. De acordo com Bastos (in Gamela), “há um património comum de
valores standards partilhados por jornalistas e ciberjornalistas…mas estes debatem-se
com questões, sem precedentes, levantadas, quer pela natureza do meio, quer pela falta
de regras claras em relação a diversas matérias, incluindo as legais”.
“Os jornalistas devem: distinguir aquilo que é notícia daquilo que é publicidade
e evitar formas híbridas que confundam a linha entre as duas”. (Código de Ética da
Sociedade de Jornalistas Profissionais)
5
Em suma, podemos concluir que, à semelhança do que defende Foust (in Bastos,
2009), a distinção entre aquilo que é publicidade e aquilo que é notícia é, normalmente,
clara tanto na imprensa como nos restantes média tradicionais. Já nos ciberjornais a
coisa parece não ser bem assim.
Apesar de tudo, esta realidade pode vir a mudar muito em breve. “À medida
que a natureza do Jornalismo se altera, também seus modelos de financiamento se vão
transformando. Como resultado, os velhos conflitos entre as notícias e a publicidade
foram ampliados e novos problemas surgiram. (Poynter Institute)
6
Publicidade intrusiva nos media online
Em resposta a estas pressões tanto do mercado como das próprias pressões internas e de
forma a resolver da melhor forma as disputas e conflitos entre as notícias e as
publicidades, a Poynter Institute aconselha os ciberjornalistas a seguir os seguintes
princípios:
A integridade editorial é crucial para manter a confiança do público e a
credibilidade da marca.
A parte editorial e de publicidade dos meios de comunicação devem comunicar
abertamente sobre qual será a melhor forma de capitalizar as oportunidades de
crescimento económico online.
7
As pesquisas de Marketing e as metrics são importantes ferramentas para
orientar as decisões relativamente aos conteúdos, mas não devem ser o seu único
critério.
A experiência do consumidor é soberana. Os modelos de publicidade e os
sponsorships devem ser bem avaliados para determinar o seu impacto na
experiência do consumidor. O consumidor deve perceber claramente aquilo que
é conteúdo editorial daquilo que são os interesses publicitários. A publicidade e
os sponsorships devem ser identificados”.
Conclusão
A fronteira entre a publicidade e as notícias nos média online ainda é bastante ténue nos
dias de hoje. Para além de haver um vazio ético no que diz respeito a esta matéria, o
facto de os editores serem pressionados e encorajados pelo próprio mercado a aceitar
publicidade intrusiva favorece o seu aparecimento e desenvolvimento nos ciberjornais.
Deste modo, a Sociedade dos Jornalistas Profissionais aconselha os jornalistas dos
meios tradicionais, assim como os ciberjornalistas, a manterem-se vigilantes e evitar a
publicidade intrusiva de forma a garantir a sua integridade e a credibilidade do média
online a que estiverem afectos. A SPJ acrescenta ainda: “Deve ser estabelecida uma
muralha firme entre as notícias e a publicidade”
8
Bibliografia
9
Livro de Estilo do Público, http://static.publico.clix.pt/nos/livro_estilo/15-
publicidade.html, retirado a 10 de Junho de 2009
Tatum, C. (2007). The bad and the ugly: An examination of ethical lapses of the
past year, < http://www.spj.org/rrr.asp?ref=77&t=ethics>, retirado a 10 de Junho de 2009
10