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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS

Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Social


Jéssica Teixeira Ferreira

Da Ação
Hannah Arendt

À luz das palavras de Arendt, é possível inaugurar seu discurso sobre a ação em
um sentido iluminador:

A pluralidade humana, condição básica da ação e do discurso, tem o


duplo aspecto de igualdade e diferença. Se não fossem iguais, os
homens seriam incapazes de compreender-se entre si e aos seus
ancestrais, ou de fazer planos para o futuro e prever as necessidades
das gerações vindouras. Se não fossem diferentes, se cada ser humano
não diferisse de todos os que existiram, existem ou virão a existir, os
homens não precisariam do discurso ou da ação para se fazerem
entender. Com simples sinais e sons, poderiam comunicar suas
necessidades imediatas e idênticas (ARENDT, 2007, p. 188).
A pluralidade humana, entendida como a diferença equivalente entre todos os
homens, define o caráter contingente da ação, ou mesmo, a fragilidade dos negócios
humanos, como veremos adiante. Em suma, para Arendt (2007, p. 189), “ser diferente
não equivale a ser outro”, à revelia da alteridade, apresentada como uma das “quatro
características básicas e universais que transcendem todas as qualidades particulares”.

Ambos os autores, Arendt e Heidegger, retomam o sentido do conceito de ação a


partir do pensamento grego, como archein, ou melhor, como o modo de vida, o modo de
se executar determinado ofício ou atividade – em termos heideggerianos, como o modus
de ser do ente que nós mesmos sempre somos.

Para a autora, o discurso é a marca distintiva do homem, uma vez que a


permanência dos atos no mundo se dá por meio de narradores capazes de traduzir o
sentido dos atos à sociedade. É apenas com as ações, distinta por Hannah como
atividades exercidas única, exclusiva e diretamente entre os homens, mediadas pelo
discurso, que é possível reverter as consequências do valor do labor e do trabalho nas
sociedades modernas.

Nesse sentido, a ação não apenas tem uma relação muito íntima com a parte
pública do mundo que é comum a todos nós, mas ela é a única atividade que constitui
esse espaço: “a ação e a fala criam um espaço entre os participantes que pode encontrar
sua localização própria quase em qualquer tempo e em qualquer lugar”

Questionamento:

A ação pode ser considerada puramente política?

Partindo então do pressuposto, baseado no pensamento de Hannah Arendt, de


que a política não é domínio, de que não se baseia na distinção entre governantes e
governados e nem é mera violência, mas ação em comum acordo, ação em conjunto,
sendo reflexo da condição plural do homem e fim em si mesma, já que não é um meio
para objetivos mais elevados, como, por exemplo, a preservação da vida, significando
liberdade, somos levados a perguntar se esses juízos naturalizados não seriam falsos e
perigosos, isto é, será que ao se desconhecer a “verdadeira política”, Partindo então do
pressuposto, baseado no pensamento de Hannah Arendt, de que a política não é
domínio, de que não se baseia na distinção entre governantes e governados e nem é
mera violência, mas ação em comum acordo, ação em conjunto, sendo reflexo da
condição plural do homem e fim em si mesma, já que não é um meio para objetivos
mais elevados, como, por exemplo, a preservação da vida, significando liberdade,
somos levados a perguntar se esses juízos naturalizados não seriam falsos e perigosos,
isto é, será que ao se desconhecer a “verdadeira política”, ao confundir “aquilo que seria
o fim da política com a política em si”

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