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? 2 o 3 3 » > » > B > > B » B » a a > > a B & a 3S sio referéncias obriga- L6rias aos pesquisadores em Historia da Educa- gio, mesmo que ainda no possuam a forma que agora adquirem - a de livro. A pesquisa da historiadora Marta Maria Chagas de Carvalho sobre a Associagiio Brasileira de Educagio pode ser considerada um marco da’ historiografia da educagZo no Brasil e, prineipalmente, um dos icones de sua renova- go. ‘A autora foi pesquisa- dora participante do projeto Histéria Social da Infancia no Brasil do Nucleo de Estudos Avangados em Historia a Infancia, do Centro de Documenfagio e Apoio a Pesquisa em Historia da Educagio, CDAPH. Na ocasiao, elaborou o MARTA MARIA CHAGAS DE CARVALHO MOLDE NACIONAL F FORMA CIVICA: HIGIENE, MORAL E TRABALHO NO PROJETO DA ASSOCIACAO BRASILEIRA DE EDUCACAO (1924-1931 ) Be GPOPIPPSISUESESMHEDSD sie ww Molde Nevional ¢ Forma Civica CAPITULO A EDUCAGAO NA ENCRUZILHADA, QUE ENCRUZILHADA? O Large da Sé agora esté se medlificcnde aito. Nem parece 0 Largo da Sé de dantes. Dames era menor, Tinka casas com tetos para fora ¢ a igreja com una porgdo de carros. Nayueles bon gente iad missa mas como derreberan a igreia € nasceu outa geracio que x6 eida das jogos de futebol, ¢ do biche, ninguém mais vai a inissa. O Largo da Sé comegau «i ficar diferente por causa das Companias Miituas ¢ das casus de Bombons que sto umas verdadeiras roubalheiras mas que em compensaciiy ai consiruiram os primeiras arranha- edus que nem chegan a metade dos tltinos arvanhe. céus que niv chegarde de certo d metade des fituros arraniha-céus. O Largo da Sé é& sem pevigo de contestagda, 0 ponto de conjungdo das Ruas 15 de Novembro ¢ Direita que também sdo sem perigo de comtestagao. as principais de Sto Paulo (1. Quande um estrungeiro saudoso regressa & patria e procure tempos a Marts Maria C Largo da Sé. encontra no lugar a Praga da Sé mesma coisa, (Oswald de Andrade — = Ensaio de apreeiagio nirvanistt pelo St Ponie-Grande-novo-tico”. in Memérias Senti de Jodo Miramar, Serafim Ponie-Grande. Janeiro, Civilizagio Brasileira, 1971, pg. 173). ragas de Cavalli Mas Seratin mentais Rio de Mode Nacional ¢ Forna Civica nde \vevede «Vem prinepalmente de Ferm informagdo de que se verificou no pars un movimento SK Fenovador em edueagiio qu > principalmente com reforntas dos sistemas eseekires ene \! alguns Estados. da Federagdo. teria sul hinannizade& ~ expandido pela ago da Associagio Brasileita cde Fduewy io, O iniciady na dela Ge 20, leitor de A Cultura Brasileira € condusidy por Azevedo lacompanhar, nos capitulos Wl e IV da tercens pure da Obra. 6 é descrito como marcha gloriosa e avassielatlora do / batendo-se em diversas frentes contra o “veltwe", of tradicional” € 0 “arcaico”. Ter-se-ia estabelecido no pais\~ “sob a pressio de causas econdinicas, socials € politicas”. ¢ \dessa “fermentagao de idéias” que, depois dia Guerra de 1914 ¢ “alastrava por todos os dominios culturais, tin nove estas do qual eam “Sintomas” 0 movimento f enovacéo educacional, « Semana de Arte Modema ea hevoltas tenentistas. Espraiava-se por text pate Fernando Azevedo, “um sentiment cad vez mats vi desconfianga em relugo uo antigo estado de coiss © estabelecidas € uma aspiragio, v conteddo € ao sentido das retormas. mas nein por Isso me vigorosa quanto vontade de destruigie ¢ de mudanyas . sociais € politicas”.’ Este sentient: © esta aspiragdo constitufam-se, segundo o Autor conn t principais de uma “mentalidade revolucionciris que se vinha formando numa atmosfera carregada de cletrictdade” q “teria de desfechar. em 1930, numa revolucie de _maror envergadura”.? Desfecho do movimento yseensional “novo”, a Revolugio de 1930 teia coneretizade principais aspiragbes do movimento educacions) “ja se hitvia criado uma conscigncia edueacional: € algumas aspiracies dle cultura, como a criagio de um Ministério de Educagio. « ainda quant ac econdmi -e imtensidade”.” 2» Marta Maria Chagas de Carvalho rcorgantzayan do casino secunditio © superior e a instituigio ada _universidade. jd se integravam no programa de uma correnie bastante torte para deixar de influir sobre 0 governo revoluciondnio, @ encontrayam, no novo ambiente, as condigdes mais favordiveis & sua execugao”. Ao facilitar intensificar a circulagdio de idéias e as trocas culturais, a Revolugiio de 1930 teria também potencializado o debate educacional que vinha sendo travado desde a década anterior Com “a rejeigio, pelo novo governo, da politica de neutralidade escolar, consagrada pela Constituigao de 1891, 10 do ensino religioso nas escolas puiblicas”, a teria levado 0 debate educacional, a “agitagio de idéias que havia quase dez anos. lavrava em tomo’ dos problemas pedagdgicos € culturais", a-seu-*maior- grau, de O que € descrito como marcha. gloriosa, ascensional c inexoriivel do “novo, em 20, transmuda-se neste momento em renbida batalha do “novo” coniza.. “yelho". A apacigio rrudicionalismo X renovagao & algaca a categoria explicativa principal, sendo exclusiva, dos embates que entio se verificavam, como se evidencia: na seguinte passagen cunserever dominio Nites se pode, porém, vis dessay futas, no terreno pedugégico, a uma discordéincta ou opasigéa entre a politica escolar da Igreja & @ nova politica de educagao que adotava, como pontos de programa alguns principios repelidos por aquela, como a coeducagio ¢ a laicidade do ensino, Essas lutas complicaram-se sem divida, tornande se mais dsperas @ acesas, no seu desenvolvimento com 0 conflite de jdeologias, de esquerda e de direita, comunistas e fascistas, que Molde Nacional ¢ Férma Civica at Jiundaran na Europa, sobre o regime de wn partido ¢ ‘em nome de um ideal de classe, raga ou de nugda, & que entdio repercutiu ‘no Brasil mais ou menos violentamente, pela organisagao e pelas atividudes de partidos extremistas, Mas desencadeadas pela agao da Iyreja contra algumas das idéias reformadoras: sacudidas € turvadas pelos choques ¢ dowtvinas extremadas, ¢ de tentativas de infiltragdes de partidos subversives, essas campanhas de renovagae escolar fiveram, nas suas origeiis ¢ conservaram, em todo 0. seu curso, a oposigie, que & mn Jaro normal € constante em todas as suciedades, entre novos & vethos, entre wadicionalistas © renovadores, ¢ que, tendo-se mantido larvada on mut dissinulada, no primeiro momento, se tornou aberta quando surgivam as circinstdincias favordveis dy vepresilias & as resistencias yO discurso de Fernando Azevedo em A Cultura Brasileira = produzide durante o Estado Novo ~ consagta, em aspectos relevantes, a meméria, entdo oficial, sobre a historia recente do pais. Ruptura com a “politica oligdnquica”, a Revolugiio de 30 propunha-se como o desfecho necessirio da insatistagio politica dos anos 20, capturada como embate contra o arcaico, Concretizada, teria potenciado a circulugao de idéias. eas trocas culturais. Com isto, teria possibilitado a infiltragio de doutrinas extremadas e partidos subversivos que turvarin as cristalinas dguas do embate entre novos @ velhos, tradieionalistas e renovadores. O Estado Novo ~.€ 0 que-fie sugerido - vinha repor em seu curso correto a marcha avassaladora do novo sobre o velho, depurando-a. No passado assim efetuado é que Fernando de Azevedo 22 Marta Maria Chagas de Carvatho consti6i © lugar do movimento edueacional dos anos 20 30. A oponigio trudicionaiisias X renovedares funciona como regra de ordenagiio de seu diseurso. E els que wticuls como nnarrativa de eventos conexos ay realizagdes “renovadoras”, ax. O movimento educacional dos anos 20 € unificado como marcha aseensionada pelo novo. Apés 30, & esquadrinhado peta oposigaio “renovadores” que dele apaga x sua conexie cont os conilitos politico-ideologicos do perfodo. Assim, se a narrativa que se constisi sobre © miovimento educacional dos anos 20 constituind “tradicionalistas” —& umalgama po.tica ives dispares. a narrati ate ini elaborada sobe 0 period 193 ideoldgica como embate entre tradicionalistas © renovadores no somente constitui e exquadrinhis wim campo pertinente de imterpretagio como acaba por se projetar wma leitura retrospectiva da décadla amterios © “nove” para Fernando de Azevedo. tal con aparece ‘caracierizado em permeando os capiturlos em exame, tem ts acepgtes, basicamente: Ue) permeabilizagiio do pais aos valores culturais da Europa ¢ dos Estados Unidos do pés-guerna, com desta especial para ws “reformas educacionais com que se sonhava forjar uma humanidade nova em que se concentravam as iltimas esperaagas de uma vida melhor, da restavragdo da paz pela escola € da forniagio de um nove espitito, mais ajustado fis condigdes e necessidades de um novo tipo de civilizagao";® * 2) adaptagio do sistema escolar “as exigéncias de uma sociedude nova, de forma industrial, em franca evolugio para ja social © econdmica”, sem que fosse descurada “‘condigdes especiticas de meio social brasileiro, ainda no profundamente atingido pelo efeitos da revolugio industrials 37, interpreta a hata Molde Nacional ¢ Forma Civtea agdio do sistema educacional em nivel nacional nantes *) unit por uma “politica org@nica tragada pelis clites 20 em outros teimos, 0 que ert entendlike por ums © nacional de educagao’ Estas ués acepgdes de “novo disscntinulis pein teste entrectuzam-se de forma a enfeixar © significado de movimento ascensional do “nove” naguilo que € reteride, como “marcha resoluta para uma politica nacienal de eduicdgaio” cujo objetivo principal seria minar © papel dos + sistemas educativos estaduais na “conservagdn & difysio Ue tipos de ensino tradicionais € das Velhas culturas”, abrinde caminho para uma escola que, identifi nova sociedade urbano-industrial permeada por valores. culturais estrangeiios, siesse st atwar nacionalmente, direcionada pelo Estilo instéing “renovagio” e “democratizagdo” social” 4yA Cultura Brasileira tem sido, inegacct mente, 1 abr de feréncia mais importante para os Estudos do _chamado movimento de renovugie educacional Previsvonists movimento © porta-voz por cle credencrulo, Feimindo de Azevedo se autoconstituiw como seu pie pl steep langar-se & redagio de A Cura Brassterst. qu pretendia dovtr thos embates pedagogicos nela relatados. [sto, combina ¢ de protagonista de acontecimentos de cujo significado renovador é © avalista no relato que faz. determina unre sitwagio de produgdo de sea discurse que nie tem sido suficientemente aquilatada. Uma critica lo test zévedo A luz do exame de sua insergae politica Nos anos 30 Le de um estudo sobre 0 modo pelo qual. enquanto sujetto de enunciagdo, ele se posiciona no discurse cue produz sobre \movimento, ndo foi empreendida ainda gale cent os watlores © constie ‘ria € muito menos eny set sit tg do punho de e 2 ® 2 2 o > 2 s 2s ® 2 . > 2 ? . > s , > > o 24 Marta Maria Chagas de Carvatho A navrativa de Femando de Azevedo opera com descrigdes do moviments educucional nas décadas de 20 € 30 que este trabalho se piopte problematizar. Na medida em que textos de Azevedo so uma das principais fontes dos estudos de historia da edueagio no perfodo, a problematizagio também incide sobre muitas das descrigSes correntes nesses estudos. -olm primeiro lugar, pretende-se criticur a oposigao ‘vudicionalisias X renovadores enquanto categoria deseritiva que biparte © movimento em dois campos nitidamente diferenciactos ¢ antag6nicos. No movimento educacional em 20 nao estiveran engajados apenas apologistas do “novo”, sendo possivel distinguir, nele, “tadicionalistas” e “renovadores”. As diferengas cote cles, contudo, foram relativamente conppatibilizacias. “Renovadores” ¢ “tradicionalistas” moviam- se mum mesmo campo de debates. Propunham a questéo educacional prepondetamemente da ética da “formagio da nucionlidacle”. Por isso, nas propostas, as semelhangas ram mais selevantes que as diferengas. Tratavase de um projeto marcadamente elitista cujo suposto principal era o de que a “nagio” 6 poderia constituit-se por um trabalho de dirego das “elites”. Com isso, por exemple. o sentido “modernizador” dominante nas propostits dos “renovidlores” sediados na ABE nfo foi ~ como laz crer Azevedo ¢ como alguns estudos repropdem — 0 da critica do cardter excludente da escola, B apenas no final da década de 20, a partir de algurhas intervengdes isoladas, que emergem propostas de superagdo do carter dualista do sistema escoku. Assim, nfo € possivel atribuir aos “renovadores” de 20, sediados na ABE, o pupel de arautos da a do carsiter exeludente da escola, cémo faz Jamil Cury : nha seguunte puaysa Molde Nacional « Forma Civica 25 Até 1930, us uecessidades do pais ainda comportavum, com a oligarquia no poder, un tipo de educagéio voliada para a satisfagde dos ineresses aligérguicos: ormamenw cultural dos quedros da buroeracia do profissoes liberais. Neste sentido, eamplax camacas det populagio eram —marginalicadas clo educauive escolar. A educaydo atende exclusivanente as ‘elites’. fo) As novas formas de divisio do trabalho. em parte proweadas pela diminuigao dos lagos inperialistas durante a Primeira Grande Guerra, obrigan a que a classe dominante comece « acenar a educagde como forma de mobilidade e ascensdo social para as classes populares. A décaula de 20 herda do dlecénio anterior a nta verbal contra 0 analfabetismo, O pertodo, mais conturbudo pelo desenvolvimento do modo de prodigde capitalister acelerador do desenvolvimento urbano-industvial, criet um clima de ansiedade pelo bem estar social e onal, (..) Enfim comega a se fazer presente no Brasil a idéia de Reconstruyao social pela Reconstrucdo educacional. A reforma da escola & ndo 36 sua ampliagao seria 0 mével dos fauros homens ‘construtores’ da grandeza do pais (0) Estes anseios escolanovistas influenciaram 0 quadro educacional da épaca, especialmente nas éreas nde vinewladas a Igreja Catéliea. posicionava claramente a favor do ensino acadéimico ¢ classista, alguns denunciam a preenchimentos Exnulo ¢ dos process yicanto esta xe educdores 26 Marte: Maria Chagas de Carvative manutengéa do cariter excludente da escola, sew aanacronisina ¢ seu caréter pouco prétice a) De modo geral, estes defensores do escolanovismme cstvun vineniados G Associagdo Brasileira de Eiucesde (ABE). criada em 1927 (sic) A ABE grande mimero de educadores brasileiras © promovic, de tempos em tempos, as Conferéncias Nucionais de Educagiin, onde eram diseutidas linlas de sugesties referentes ao ‘prob congregava wn us educacional."" Se em 20 houve propostas “modernizadoras”, seu sentido nito foi o de “acenair 1 educagio como forma de mobilidade € ascensio social para as classes populares”. Articuladas no Ambito de um projeto de construgio da “nacionalidade”, tais, propostas privilegiaram ao a satisfagdio de wna demands da populagdo ¢ sim a eletivagio de um particular projeto da sociedade. Correspondiam, assim, 2 modalidade tipica de conexio entre mudanga social e mudanga cducacional que Celso Beisiegel identificou nos projetos da “elite liberal” dos primérdios di Independéncia eno programa dos republicanos, privilegiando a educagiio come instrumento de conformaga des individuos a uma sociedade almejada.' O sentido medlerizador day propostas dos “renovadores” sediados na ABE manteve relagdo com 0 que Fernando de Azevedo chamou de “exigéncias de um sociedaule nova, de forma industrial”. Mas € preciso entender, agai, © sentido em que se resgatir o Lema da industrializagao nos projetos que circulam na ABE. Esie sentido foir principalmente, 0 de responder a problemas politicos € sociais que a presenga dit Fabrica gerava. Neste escopo. propostas “modernizadoras” Molde Nacional ¢ Forma Civiest Ddiferiam das 1 esse contiale incorporando novos —miétodos, educacionais, totnando a fabric: da sociedade. Tratava-se, neste caso, de programar, em moldes mais adequados “as exigéncias de una sociedide nova, de forma industrial”, mecanismes ce controle social =p Alguas_historiadores 12m registrado, tecentemente. 8 “aluagHo de reformadores atentos para os problemas da [brie ‘no decorrer da década de 20; “Médicos higienistas engenheiros, educadores, cada um com angulos diferentes de percepgdo. captavam na presenca do operarinte na cidade os sinais de periculosidade que o mundo fabri prodwaia”.'* Estudando os dispositivos de produgdo di “utopia da cidade disciplinar” em Sdo Paulo, de 1890 a 1930. Marguveth Rago. por exemplo, detecta essa percepgio na origem sfe anima “vast empresa de moralizagio” que se inicia nas primeiris décadkas do século: “Indicios de uma anormalidade social, os pratices populares de vida © lazer dos trabathedores Fabris, dos improdutivos, dos pobres, das mulheres public que vaguciam ubandonadas nas ruas vic se ornunde byte de profunda preocupagiio de médicws | auoridades pablicas, de setores da barguesta tnd s inickers do ‘adicionalistas” por progrnvar feemieas © modelos come paradigms dt escola ¢ filantropos e reformadores sociaiy mits dee uh -osécuio XX"."" Esta empresa de moriizagio comega it se redefinir, segundo a Autora, como substituigdo da “hibrie; satdnica” pela “fébrica higiénica”. Tal redefinigio “pode ser alae soetal, segundo, percebida em diversos campos di ath tuma racionalidade que glorifi técnica © do progresso” Decea re as iddivs da eéneia. da Mais especificarnente, Edgar de 1917-1920. a stray a partir das greves te de as pomuais racionalizagao", de intimeras est intimeras falas tseiamalizaddars Marta Maria Chagas de Carvatho reivindicando euch: uma para sium saber sobre 0 tratamento da questio operdria”.'* A partir do final dos anos 20, afirma o Autor, “qualquer teoria de governo ou qualquer solugio politico-institucianal passava pelo reconhecimento do pressuposto fundamental da economia politica ~ a fébrica como ideal civilizatério da sociedade”.' Haveria assim, nesses anos, “um tema da industrializagZo procurando alcangar todos 0s sciores da sociedade, sendo suficientemente amplo para moldar as mais diversas instituigdes até 0 ponto de elas convergirem em diregdo a um problema fundamental: a organizagio do processo de trabalho”."” L Nelaboragiio desse “ideal eivilizat6rio da sociedade” sob a empresa da fébrica constitui, neste wabalho, um campo discursive que ele se propée mapear com a finalidade de Figus os prvycios iloy reformadores sociais atuantes na ABE. Ensino técnico, métodos pedagégicos “modernos”, Uispositives de selegiio de “aptidées” ¢ de encaminhamento profissional so alguns dos signos que possibilitario observar da escola operada pela ABE, segundo o modelagio ht escola sob este paradigma nao & entretanio, 0 tinico segistio do tema da industrializagao nos projetos que circularam na ABE nos anos 20. Se neste Iegivtro © tema se traduzia num projeto de remudelagio da excoki, no uutro o tema denotava um projeto de moralizagiio lo espago urbane Como espago de concentrugio de operdrios © deweupades em tomo da fibrica, neste outro registro a cidade & propasia como objeto de intervengao destinada impor uma convivéneia harmoniosa das classes sociais. Sepue-se anjur a perspectiva de Edgar de Decca de que a implantagio’ «la industria demanda a construgio de uma Molde Nacional ¢ Forma Civica 29 social incontestavel”."” A construgio desta hegemonia implica a “produgtio de um saber especializado” que pode tornar-se “mecanismos de coergio que atuam diretumente sobre a organizagio da vida e do trabalho na sociedade™. PP Ela nfo € 0 resultado do desenvolvimento das forgas produtivas, mas se elabora nos “movimentos cotidianos de uma fura e de um conflito que a prépria fibriea institui, tanto dentro como fora dela”.”” Essa posigio leva Edgar de Decca a localizar na década de 20, no Brasil, wma “complementaridade de atuagiu dos reformadores e dos industriais..."."' Criticando interpretagdes consagradas na historiografia, na sociologia, na politica e na economia, que definem a vitéria da fabrica numa sociedade a partir dat eficécia on ineficicia da agio ecendmica da burguesia”, o Autor afirma que essa vitéria “requer 0 concurso permanente de outros agentes sociais que etaboram na vida cotidiana mesma fabrica como fato social incontestivel Agora, & possivel resgatar a primeira das aeepgbes do “nove” de Femando de Azevedo. deslocando-a de mode a problematizar sua incomporagao nos estudes de histéria da -peducagio do periodo. B inegivel que © movimento educacional incorporon “valores culturais da Europa, dos Estados Unidos do pés guerra” e que nisto residiu muito de sua “novidade”. Tal incorporagio nao foi, contudo, marca de uma ingenticlade ou boa intengao progressista equivocada dos reformadores, como postulam diversos estudos." Foi, antes, ~ sustenta.se aqui -, 0 sinal de uma percepefio aguda das possibilidades disciplinares: dos novos métodos. Nio se tratava do lugar-comum das iuéias viajantes. Nao escapaya uos “renovadores” que tais métodos tinham sido “gerados a0 Bees SC TCPOOSCOTBSHUUUL LE. seio das usinas”, A organizagao da sociedad e «a esvoks sobys hegemonia cultural que fuga apurecer a fibrica come “fato ele © modelo dit fibricw foi umd prineipais crivos da 30 Marta Muria Chagas de Carvatl apropriagio entio efewwada, Proferida por Lourengo Filho como presidente ka ABE, em 1935, na abertura da Vil Confeténcia Nacional de Educagio (que, prenunciando © Estado Novo, tinha, melancolicamente, como tnico tema de Uebates @ Educagio Fisica), a passagem que se segue € especialmente explicitadora do sentido “modernizador” dominante nas propostss “renovadoras” desde 20: Nugites lui que procuran resolver os problemas dle eficiéncia, mesma dt cust das liberdeales individuais Outras, que preferem manter todos as ditanwes dle wne romidintea liberdace tividual, perega eniwna a efiviéucia.. Entre tais extremos, simplistas cnbos € auubos perigosos, os estudistas mais avisadas comeyain uw compreender que “eficiéncia com fiberdode’ ow liberdade conn eficiéneia’ x6 sun cadinho se fendem ~ ec ese & 0 da educacde, Dificuldades ou defeitos de eduicugcio, dificuldades ¢ defeitos de disciptina social & portant, de efiviénci A critica principal que se faz neste trabalho A oposicio spove'F*velho” no uso de Fernando de Azevedo em A Culura Brasileira € que ela_despolitiza o_ movimento sducacional, Seqtickis desta despolitizagie atingem, de modos diversos, os estudos de hisiéria da educagio sobre 0 periodo. Aqui, éeve-se situar mais precisamente a questio relativamente & ABE. E também interessante, neste caso, o le Fernando de Azevedo. partir do rela __ Ao desetever 0 movimento educacional da década de 20, Azevedo poe em relevo 0 papel da ABE em sua dinamtizagio @ expansio, Afirmando que sua importineia residiu en ter jatinagdo” doy estorgos 7 funeionado como “fora de © Molde Nacional ¢ Form esparsos dos educadores que vinham cnpentanlose ma apforma dos sistemas estaduais de educay’ gregando * os educadores do Rio de Janeiro, pondo-os ntate uns com 0s outros, abrindo oportunidades para debate largo sobre doutrinas @ reformas, freqientemente de en) conteido intelectual confuso e contraditério, © conveeunle para congressos ou conferéncias de edueagio".? a ABL ters sido “am dos instruments mais .eficazes ste Gilusto do pensamento pedagégico europeu € norte-americi mais importantes, se ndio 0 maior centro debates para 0 estudo e soluedia de problem. eis ventilados por todas as formas, em ingucr comunicados & imprensa, em cursos de congressos que promoveu nas capitais dos especial, as Conferéncias Nacionais, pony Associagao, “aproximando educadores de tolos «x Estalos € congregando-os em diferentes centros cultrais do pats teriam propiciado 0 que chamou de “march resolute para uma politica nacional de edux a (- Tao importante papel atribuido & Assoc no. e wm dos 0 Brasiteira de. “7ABducagio tem conduzido a historiografia sobre o movimento hha década de 20 a supor que na Associagio esiives kcongregados. desde esta década, os integrantes dquele que. partir de 1930, seria conhecido como grupo dos Pronentos da Educagiio Nova, Se, de fato, parcela deste gripe teve rizosivel patticipagio nas Conferéncias Nacionais de Exucagto. a inaior parte dele nao integiou a ABE, Esta nio chegou a ser, uranic a década. de 20, uma Associa tenes fexistido apenas © funcionado como ABE 9 Departamente catioca da entidade. Este Departamento, que loi promotor dis nificative dos |Conferéncias Nacionais, congregou ntimero sig catdlicas que seriam adversirios dos mesmes Proneitos. wees VE KGOEPGUOESESSTEDIIOEADY Marta Maria Chagas de Carvatho partir do trabatho de Jorge Nagle sobre Educucdo ¢ Sectedude sc Primeira Repiblica,™ tornou-se_impossivel relerit-se uo movimento educacional do perfodo sem utilizar 2 nomenclatura «ue rio pars expressay oS momentos distintos desse movimento com suas caracteristicas: “entusiasmo pela educayio", “olimismo pedag6gico” ¢ “profissionais em educag’o” © “entusiasmo pela educagiio” caracterizar-se-ia pela importincia atribuida a educugdo, constituida como o maior | dos problemas nucionais, problema de cuja sclugdo adviria © equacionamento de todos os outros. Q “otimismo pedagégico” manteris, do “entusiasmo”, a crenga no poder da educayae, imas iid de qualquer tipo de edueagio, enfatizande a1 importineia da “nova” pedagogia na formagao do homem novo, A expresso “profissionais da educagiio” designa a nycneia de “téenico”, no movimento designado como “otimina Wicuudy a ciescente dissucian que s© produz no movimento entre problemas sociais, ‘os © econdinicos e problemas pedagdgicos.” 7 Ente para Nagle uma anterioridade temporal do fentusiasmo pela edueagio” em relagio ao “otimismo pedagégico”. Eniretanto, Nagle no parece considerar importante 0 critério cronolégico na distingdo entre os dois movinientos. Exemplo disto € que toma o discurso de Miguel Couto na ABE, em 1927, No Brasil sé hd wn problema nacional, « Educagév do Povo” , como caso mais tipico do ‘entustasmo pela educagio”. A leitura que faz Vunilda Paiva do texto de Nagle estabelece um limite temporal rfgido: até 1925, estarfamos diante do “entusiasmo pela educagao” partir de entao, do “otimismo”. Escreve Vanilda Paiva: » porlazdgies Molde Nacional ¢ Forma Civica 33 ‘> Com o naciunalisme das anes 10. voltam & baila os ideais republicanos © democréticos, aos Guais se liga os anseias de universalizagao do ensino elemensar ¢ de ampliagdo day oportunidades educacioais para o pore. Organizanrse ax “Tigas’, em cujas programas sempre esta presentes reivindicagies relativas & instrugde popular .. Este nacionaliso educacional, que se manifesta ne haa pela democratizagdo do ensino, est liguda ao problema da ampliagdo das bases de representagao eleitoral, pois na medida em que o grupo industrial do poder palitice dentra do mare da democracia liberal 0 caminho mais segura era a da difusde do ensine” a) O ‘entusiasino pela educagiio’, que se manifesta através da mobilizagiio em favor de difusto do ensino dlememar ¢ que esid ligula as temativas de recomposigio do poder poi do mimero de voramtes iniciade em meados da década de 10, ndo sobrevive cum o mesmo carditer logo apis as primeiros anos da década seguine, quando foi se tornando claro para es grupos ean ura pelo poder que, através da educagao, a conguista da hegemania politica era problemdtica ¢ demundaves muito tempo Os politicos eferivamemte interessadus ner conquista do peder abandonain este ceunpo dle tna, deixande- aos urheno preiende a recomposigce ico através da ampliagiio diletames da educagde—¢ entregumaa-se as conspiragies de revalier armunle. ‘i Vanilda, Miguel Couto € 0 principal representante desse diletantivmo. Paralelamente a essa sobrevivéneia do a Marts Maria Chagas de Carvathe entusiasmo™ diletantismo, surgidos os “profissionais em educagio”. representantes pedagégico”. Tais profissionais como teria lo “otimisme reunircun.se numa Associado Brasileira de Educagio | ABE), fiuxlada por Heitor kyra em 1924. a fim de defender sen compo dle trubatho .. Era & primeira sociedede de profissionais dit educagiio conn cardier nacional ¢ sta anuigdo, principalmente através das Conferonias Navionais de Educagio promovidas a partir de 1927. contribui-no sentide da difustio. dos ideais e principins da Escola Nov € de pedagigico” em geral, As Conferéncias promovidas pela ABE para discuss das problemas educativos iroca de entre “educadores foram realmeute efetivas, dando certs unidade ao pensamento dos educiulures experiéncias wo pais. Suas discussdes detiveraansse findamenialmente, nas aspectos téenicos ila educaséo, ‘anbora se mainivessem as reivindicagdes tradicionais de ume politica nacional de educagao. Tais discussdes, fastinias dos idecis que ovientaram o “entusiasmo pela educate. adguirivam facitmente wma seriedade ¢ respeitabilideude social qune tiveramn conseqiiéncias a Zlango piezo. Os Keenivos ao mesmo tempo que contribuirain pare 0 estancamenta das retvinlicagdes quuntiteivas, conguistaran wna pesigao dle infiuéncia etna unifornidile como grupo que foram decisivos na oriemaydin posterior da educagao brasileira, (..) Durante os: amos vinte, passuda a fase di “entusiasme pela educagiio’, deminam us idéias ce recnificagio pedagigica de formu quase absoliata © iniforme em tado pais, gracas @ age da ABE" Molle Nucienal ¢ Farina Civtea Q texto de Vanilda Paiva amarra 0 “entusiasmn pels educagio” as “tentativas de recomposigiio do poder politico através da ampliagio do mimero de votunies imicraclt em meados da década de 10°, Ter-se-ia af um momento educagao e politica estavam vinculadus. A patir de 1 da década de 20, esse vinculo desaparece um enfoque “técnico” da questio edu movimento desencadeado pela ABE estar “jdéias de tecnificagao pedagégica” que meados | dando lugar st icin Todo 0 dominado pela (p A documentagZo levantada neste trabalho no confirma 0} relato de Vanilda. Primeiramente, porque compunha os Grgios diretores da Associagac sic pode ser_qualificado de “profission duicayao” grupo qu ilmente | " Nele | predominaram médicos, advogados e sobretudo engenheiros.! professores da Escola Politécnica do Rio de Janeiro, imtevesses ¢ campo de trabalho abr siderurgia, urbanismo, economia politica, fin astronomia, fisica ¢ etc. .Em segundo luge ‘guardou do chamade “entusiasmo” a priorizs ‘como grande problema nacional, cuja solugao transto politica, social € economicamente © énfase w simples difusdo da escola - 0 que faria detex no foi decorrente de razbes pedagdgica Dependendo de.sua.“ valorizada, como insteumento de. controle. social ‘Mas o que importa ressaltar aqui, sobret mente que ta ; mas po corregdes na imagem na ABE no movi caco anos 20, Com estas retificagdes pretende-se sugertr ur perspectiva de enfoque na relagio educacdo © pall periodo. Depois de realgur a vinculagdo original sks» 1 po na qualidade do ensino em dettimento cujos ngiam estudns sobre as, politiex, 1 grupo 9 da educagiio ormaria alidade”, a educagdo foi claramente a9 sho nab dos s ® 2 o 9 ® 2 . ® 2 9 . 2 . 9 3 a 6 Marta Maris Chagas de Carvalt: educacionuis “com as tenmtativas de recomposigfio do poder politico atraves da ampliagdo do némero de votantes” anilda apresenta o que considera un ° progressive a causa de dissociagao. © us preocupagdes politicas e educacionais: € que “foi se torando claro para 0 grupo em luta pelo poder que, através da educugdo, « conquista da hegemonia politi era problematic ¢ demandava muito tempo”. Os “poltticos efetivamente interessados na conquista do poder” teriam aburdonudo 0 “campo de luta” educacional, “entregando-se fis conspiragdes de revolta armada”, como ji se Jeu trabullhones pudessem por em divida uma hegemonix de meonteskivel amdgancia. Nesta perspectiva hisérica a visi chi tase ay ppodetia nunca ser resultado qualquer burguesia. A fabrica deve © set sivesse sis inter ates sociais que participaram na elaboray > de wi e-ink a da industralizig. ss tev seu tga e consolidout nuke a eviag io cuted — onde 6 a o > e . > 3 & a 48 Mavta Maria Chagas de Carvalho Privilegiads — ede um aparato de energio que atua cotigianaimente Sobre © trabalhaclor dentro ¢ fora da Fabrica”. CF op. cit, p. 49. CF por exempl Ribeiro, Maria Luisa Santos ~ Introdugao & Histéria da Fducagao Brasileira, Sio Paulo, Cortez. & Moraes, 1928, p. 83°" Passando agoru ao detalhemenio na anitive do vane celemennio de media ~a teoria educacional ~jé foi dito que este ‘estavia comproinctide, O-comprometimento on a inefiedecia decorre de ser flo de Un processo de transplante como também por ser Tuo de nes cencepgaa inggnua da reatidade”. CF também, Cury. Carlos Ruberto Jamil, op. cit. p. 184: "A dependénci ceutical. inieiads nos tempos coloniais, adquine uma nova face ‘cow 0 fmpetry indusiializante, sem que ox propositores da econstnigiio social pela educagSo se apercebessem ca estrutura da dependéncia externa, anda que considerassem as limitayBes eaitentes pels reserge das classes agro-exporadoras. A attude ental, © enfoque coneeitual upresentam ainda os vieios do siodeme deskumbrado ante os conceitos € as vac que pareciam ser cofmetos. por serem estrangeites. F foram tanitados sem © prévio trabalho de cr ideokigica Lourengo Filho, MB. ~ “Discurso na abertura da VI de Educagio”, in Anais da VIL iso, Ric de Janeiro, ABE, 1935, Conteréne Confer’ p22, Azevedo, Revnanio cle ~ op. cit, p. 385 Idem, ii 385-386, Wem, ibidem, pp, 388-389. Nagle, Jorge ~ Edlucagho e Sociedade na Primeira Repiiblica ‘Sao Paulo’ Riv de hneito, EPU/Fundagio Nacional de Material Fscotar, 1971 CF Nagle, Jonze. op «st pp.98 a 124e também, do mesmo anor, “A Falucagio 13 Primi Republica” in austo, Boris (org) — Historia Geral da ilizaga Brasileira, O Brasil Molde Nacional ¢ Forma Civica 49 ‘Adultos, Sio Paulo, Edigdes Loyola, 1973, p. 95. em, ibidem, 98 Idem, ibidem. p. 408. Observa Vaniida Paiva: “A mebilizagio da primeira fase do perfodo, ligada ao, nacionalismo, entretanto, nem sempre desemboa no ‘entusiasmo pela educagdo" € na luta pela “desanalfabetizagiio" imediata do. pais. Existem também os que. femboracomprometides com © nacionslismo, jt se mostra preocupades com a migragiia rural urbana (que comegava a se imtensifiear)e com as efeitos ca alabetizagI0 sobre a instbilidade insiuigSes". CF. Paiva, Vanilda Pereira, op. cit. pp. 92-93 Esta vertente do movimento edhucacional descrita por Vanilda teri presenga marcante na ABE, como se veri, neste trabalho. Nilo se ignora aqui que a tese de Nagle, como bem observa Vanilda Paiva, “denuncia, nia vente. 0 caniter ideolsgico «lo ‘ecnicismo’ educacional que, env uitins instaneia, compromete- se com a orem vigente, seja elt qual for", Cf. Paiva, Vanilla Pereira, opsit., p.107. O que se afinna & que 0 referido “tecnicismo” nio & apenas “politico” na sentido “ideoligico” propasto por Nagle Pinheiro, Paulo Sérgio ~ “Classes médias urbunss, formagiio, natureza, inlervengdo na vida politica”. in Fausto, Bors (otg.). op. cit, p. 36. Boris Fausto também explicita que a “suborinagtio pratica da reforma politica, ussociadks 1 manutengo do status quo nas relagées funcamentais de propriedades, ampliaria 0 acesso as atividades ligadas ao Estado, até entio em seus niveis ins altos, Sob 0 esino controle clos otiganpias”. C1. Fausto, Boris = A Revolugiio de 1930, 4 ed, Sio Paulo, Brisifiense, 1976. p. 83. Ainda Luciano Martins qualifies as presses pel it recomposigio do poder politica em termos de um aprimoraments ot. Marta Maria Chagas de Carvathe weestruturagio do. aparato de domin ta venlade, 0 que reivindicavan as nova elites urbana, em suas vertentes civil ou nis uma coisa: que Se AbNISE ENpAgO para a representagio de seus interesses « nivel politico, de mado a que pridessemi~ c iso & que € importante ~ estruturarseu esquema de ominagio ns vidudes”, Martins, Liiciano ~ “A Revolugio de 1930 © seu significado politico” in A Revolugao de 30. Seminario Internacional. Brasilia, Fuitora Universidade de Brasilia, 1982. p 676. Enfatizar a importineia dx ABE como fora de pressio_ por mudangas v0 plano institucional mio significa parithar, por exemplo, da wile de Angelina Teixeims Peralva sobre 0 movimento. A Autert afirma: “Les movements que nous examineroes par kt suite ne sont pay expression de rapports conilictucls entre classes opposées. Ils se placent en contradiction avec lear société. ls posent le probleme du: changement, sur te plan intiturionel comme au niveaw de Porgunisation sociale. E re, ils exprisent le décalage, Gs perceptible entre um charyp action historique em mutation sur ie plan international et les bases, devenues trop étroites. sur lesquelles s’appuye Phégémonic des anciennes classes superieures”. Cf Peralva, Angelina Teixeirt ~ Classe Moyenne, luttes sociales et education au Brésil. Mineo, Panis. IEDES, Sorbonne, 1985, p. 132 A respeito da critica 0 atwabougo tworico subjacente as andlives deste po ver, especialmente. Chau, Marilena ~ “Apontamentos para ox critica da Agio Integralista Brasileita’, in Chaui, Marlena © Franco. Maria Sylvia Curvalho - Ideologia e Mobilizagio Popular. Rio de Janeiro, Paz © Tema, CEDEC, 1978, especialmente pp, 21-22-23 CE. a vespeitey Decea. Maria A. Guzzo de A vida fora da fibica, mimes, UNICAMP, 1983. Neste trabalho, a Autor ‘alist a atuagio de médicos higenistas, echcidores é ‘engenbeios na cidade de So Paulo, nas anos 20 ¢ 30 Boletim da Associngio Brasileira de Rducagao, Rio de Jancic Molde Nacional ¢ Forma Civic n° agosto de 1925 Beisiegel, Celso de Rui - Estado e Educ: 55. Idem, ibidem, p. 5S. Villalobos, Jodo Eduardo Rodrigues ~ Diretrizes © Bases da Educagdo. Ensino © Liberdade, Sio Povo, Lassa Prone Exditora, 1969, p. 174. Beisiegel, Celso de Rui, op. cit. pp. 57-58. Romano, Roberto ~ Brasil: Igreja contra Estado (critica a0 populismo eatdlico) , S80 Paulo, Kairés, 1979, p. 153 Oliveira, Liicia Lippi - lha de Vera Cruz, Terra de Santa Cruz, Brasil: um estudo sobre 0 nacionalismo, Mir Paulo, FFLCH-USP, 1986, p. 219. Idem, ibidem, p. 219. Figueiredo, Jackson de ~ Do Nacionalisme 9 Rio de Janeiro, Livraria Catélica, 1921, p. 27, apud Olive Lécia Lippi, op. cit, p. 220. Oliveira, Licia Lippi op. cit, p.220 dem, ibidem, op cit. p. 84 dem, ibidem. p. $3. Lamounier, Bolivar ~ “Forni autoritévio na Primeira Repiiblica, Una hntespretis Boris (org. op cit. p. 359. ein, ibidem, p. 366. No se incorporam axysr os seterenestls te6ricos que balizam a montagem do gue Larter chan modelo do pensamento autoritirio na Prien Repridhes Considera-se, entretanto, que 0 cotejo da ideo « movimento educacional com o modelo que const & nite educative, Jo Popular, od cp hor presente, sto) polities oy Fausto, de um pensar

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