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A Constituinte Burguesa Gue a Franga esta submetida a um regime monarquico, Se Suprimirmos de nossos anais alguns anos de Luis Xl, de Richelieu, e alguns momentos de Luis XIV, em que se vé 0 des. Potismo puro e simples, vamos pensar estar lendo a historia de uma aristocracia “dutica”. Foi a corte que reinou, e nao o monarca. Ea corte que faz e desfaz, que chama e despede os rnintstros, que cria e distribui os cargos etc. Eo que és corte Se no a cabega dessa imensa aristocracia que cobre totes at artes da France e que, por meio de seus membros, stings tudo, e exerce por toda a parte © que ha de essencial en todos os aspectos da coisa piiblica? Além disso, 0 povo se habi- tuou a separar em suas conversas o monarca dos mentores do Poder. Sempre viu 0 rei como um homem tao seguramente enganado e indefeso no meio de uma corte ativa e todo-pode- fosa que nunca pensou em atribuir-the todo o mal que é telte em seu nome. Néo seria suficiente abrir os olhos para o que acontece neste momento, a nossa volta? que vemos? A aris Socracia, sozinha, combatendo ao mesmo tempo a razdo, a ‘a, 0 povo, ‘v usc, 0 Povo, 0 minsto e ore. resulta dessa terrel Resumindo, o Terceiro Estado nio teve, até agora, verda- deiros representantes nos Estados Gerais, Desse mock direitos potiticos so nulos neteitl Capitulo 1 © Que Pede o Terceiro Estado? Ser Alguma Coisa Nao se deve julgar suas exigéncias pelas observacGes iso- ladas de alguns autores mas ou menos instruidos sobre os direitos do homem. No entanto, a ordem do Terceiro Estado esta muito atrasada a esse respeito, e eu ndo digo isso unica~ mente com relacdo as luzes daqueles que estudaram a ordem social, mas também com relacdo a esta massa de idéias ‘comuns que formam a opini&o piiblica. Nao € possivel apreciar as verdadeiras peticées desta ordem a nao ser pelas reclama- des auténticas que as grandes municipalidades do reino diri- giram ao governo. O que se vé nelas? Que 0 povo quer ser algu- ma coisa e, na verdade, muito pouco. Quer ter verdadeiros representantes nos Estados Gerais, ou seja, deputados oriun- dos de sua ordem, habeis em interpretar sua vontade e defen- der seus interesses. Mas de que serviria participar dos Estados Gerais se ali predomina interesse contraria ao seu. $6 ita con sagrar, com sua presenca, a opresséo de que seria a eterna vitima, Desse modo, é certo que nao possa vir a votar nos Estados Gerais, se nao tiver uma influéncia pelo menos igual | & dos privilegiados e um niimero de representantes igual a0 das outras duas ordens juntas. Todavia, esta igualdade de representagdo se tornaria perfeitamente iluséria se cada camara votasse separadamente. 8 A Constituinte Burguesa O Terceiro Estado pede, pots, que os votos sejam emiti dos "por cabeca e nao por ordem”. Estas reclamacées se res, mem a isso. E parece que elas alarmaram 05 privilegiados: eles acreditaram que sé com isso ja se alcangaria a reforma dos abusos. A verdadeira intencao do Terceiro Estado é a de ter nos Estados Gerais uma influéncia “igual” 4 dos privilegia- dos. Repito: ¢ ele pode pedir menos? € nao esta claro cue, se sua influéncia se encontra abaixo da igualdade, nao se pode esperar que saia de sua nulidade politica e que consiga ser alguma coisa? ‘Mas 0 que ha de verdadeiramente ruim é que os tras arti- gos que formam a reclamacao do Terceiro Estado so insufi- lentes para the dar esta igualdade de influéncia da qual ele néo pode, efetivamente, prescindir, Obteria, em vdo, um numero igual de representantes, mas a influéncia dos privite- siados vira sempre que se colocar e dominar no proprio san. tuario do Terceiro Estado. Onde estao os cargos, os empregos, 0s beneficios a serem distribuidos? De que lado se encontea 2 Nnecessidade de protecao? De que lado esta o poder de prote- Ser? E 05 néo-privilegiados que, por seus talentos, pociem ser os mais adequados para sustentar os interesses de sua ordem, nao so educados num respeito supersticioso ou forcado pars com a nobreza? Sabemos como 6 facil para os homens em geral se dobrarem aos habitos que podem thes ser iiteis, Estao sem. pre pensando em melhorar suas vidas e, quando a indistria Pessoal néo pode ajudar pelas vias honestas, ele se lanca em falsos caminhos. Um determinado povo da Antigilidade, com 9 objetivo de acostumar seus fithos aos exercicios violentos ou de habilidade, s6 os alimentava depois que conseguiam Exito nesses exercicios. Da mesma forma, entre nés, a clas. se mais habil do Terceiro Estado se viu forcada, para conse- suir sobreviver, a ser décil com relacéo a vontade dos homens poderosos. Esta parte da nac&o veio, assim, a se “ 0 Que Pede o Terceiro Fstado? Ser Alguma Coisa constituir como uno grande antecmare, onde ecupads 9 tempo tedo com o cue dizem ou fazem os seus amos et sempre disposta a tudo sacrificar pelos frutas que a ore Pro: mete pola felicdade de agredar. Diante de semethantes babies, como no temer qu as qualidade mals apropragst 3 defesa do nterese nacional sam prastiudas dante dot orejulzes Os defensores mas ousados da arstocracia esta Tena ordem do Terceto Estado e entre os homens aun cidos com ruito esprto © posca ama, sio to vids de poder, e dos afagos dos grandes, como incapazes de sentit liberdade. ao rere am do império da avstocracia qu, na Fran, epee sta supersticao feudal que avilta r arte ds espirtos, existe a inftuéncta da propiedad: sta § natural, nao a condeno. Mas é preciso convir que ela nao deve ser uma vantagem dos privilegiados e, por isto, eo temer, com razio, que ela thes dé seu poderoso apoio contra ado. oerrevunicipalidades acretaram com mutta facade que bastaria afastar a pessoa dos privilegiados da represen: tagao do povo para ficar sujeita A sua influéncia. Nos can ; pos, e em toda parte, qual é o senhor um pouco eae gue ndo tem 35 suas orden, se assim quiver ume mutidio indefinida de homens do povo? Calculer as conseqUéncias ¢ os contragelpes desta primera influncia@ estejam cer tos, se puderem, dos resultados de uma assembléia que vocés consideram muito longingua, dos primetros comicios, mas que nao deixa de ser uma combinagao desses primeiros elementos. Quanto mais se pensa neste assunto, mais se percebe a insuficiéncia das trés demandas do Tee Estado. Mas, enfim, tals como s&o, foram fortemen' mie a cadas. Examinemos estas demandas e os pretextos des hostilidade. 5 A Consttvinte Burguesa 1. Primeira Peticao Que os representantes do Terceiro Estado sejam escolhi- dos apenas entre os cidadios que realmente pertencam ao Terceiro Estado. 4 explicamos que, para pertencer realmente ao Terceiro Estado, era necessario nao possuir nenhuma espécie de privi- légio. Os individuos de toga que chegaram a nobreza por uma Porta que, nao se sabe por que, resolveram fechar As suas cos- tas, querem, por tudo, ser dos Estados Gerais, Eis 0 que pon- deraram: a nobreza no quer nada conosco; nés ndo queremos nada com o Terceiro Estado; se pucéssemos formar uma ordem Particular, seria extraordinario; mas nio podemos. O que fazer? S6 nos resta manter 0 antigo abuso pelo qual o Terceiro Estado elegia nobres; e, assim, satisfazermos nossas preten- s0es. Todos 05 novos nobres, qualquer que seja sua origem, se cansaram de repetir no mesmo espirito: € preciso que o Terceiro Estado possa eleger cavalhetros. A vetha nobreza, que se considera a boa, nao tem o mesmo interesse em conservar esse abuso; mas ela sabe calculat. E disse: colocaremos nossos filhos na Camara dos comuns pois, em conjunto, é uma exce- lente idéia encarregarmo-nos de representar o Terceiro Estado. Uma vez definida a vontade, as razdes, como se sabe, nunca faltam. E preciso, disseram, conservar o velho habito... excelente habito que, para representar o Terceiro Estado, o exclua da representacao. A ordem do Terceiro Estado te seus direitos civis; @ deve exercer tanto os primeiros como os segundos. Estranha idéia essa de “distinguir” para a utilidade dos primeiros e a desgraca do Terceiro Estado: porque confun. di-los no momento é util aos primeiros e nocivo a nagio. Qual a utilidade de se manter o habito em virtude do qual o clero eM seus direitos politicos e 16 © Que Pede o Terceiro Estado? Ser Alguma Coisa ¢ 5 nobres poderéo se apoderar da Cémara do Terceio Estado? Poderiam eles, de boa fé, se ackar representados, 0 Terceiro Estado invadisse a eleigao de suas ordens? : 7 Para mostrar o vicio de um principio, é permitido ar as conseqincias até onde eas podem ic. Utiizo este melo © cio: seo pessoas des us estas so parmitem dr inf: rentemente sua procuracao a breil See Ridin se nani membros apenas de uma so ordem na : oa ae tia, por exemplo, que somente 0 clero pudesse representar 30? Vou mais longe ainda, Depois de ter encarres: dona orem com a cefiana oss esta, enos en um 6 nv a precuragie de todos o laos ela. ps, i ntar que um sO indivi it fetedos Gerais? Quando um principio teva a conseqdnclas é 6 falso. cans casot 0 principio prejudica a lberdade dos com'- jitando-os em sua eleicao, F eae culdade. A primeira, que ela é de ma fe, o que posso Laheaa Conheceros a domingo des senores sobre os campeneses@ outros habitantes do campo; conhecemos as ae a a qlientes ou possiveis de seus numerosos agentes, inclusi oficiais de suas justigas. Todo senhor que quiser influir na pri- meira eleigéo tem, em geral, a seguranca de se fazer eleger pare © bailiado,* onde nao se trataré mais de escother entre 05 prépros senhores, ou entre aqueles que mereceram sua mais intima confianga. E pela liberdade do povo que se procu rao poder de arrebatar sua confianga? £ vergenioso ouvir o nome sagrado da liberdade ser profanado para ocultar os, “Te Batitado é 5 que & 2 denominacdo dade em virios Te toad tert sbo rsd de um ble, cms rade gern cease on eee epee pl Base eet rem co gen ores al eli rset, cela seuscde gene Toss ste om none de es srr ” A Constituinte Burguesa designios que the sao totalmente contrarios. & preciso, sem dvida, deixar aos comitentes toda a sua liberdade, e, por isso mesmo, 6 necessario excluir de sua eleicéo todos 0s privilegiar dos, acostumados por demais a dominar o povo, A minha segunda resposta 6 direta. Nao pode haver em sénero algum uma liberdade ou um direito sem limites. Em todos os paises, a lei fixou caracteres preciosos, sem os quais nao se pode ser nem eleitor, nem elegivel. Assim, por exemn- Plo, a lei deve determinar uma idade abaixo da qual as pes- seas ndo esto aptas para representar seus concidadios. E as mulheres estéo, em toda parte, por bem ou por mal, impedi- das de receber essas procuragées. £ certo que um vagabundo, lum mendigo nao possa receber a conflanca polttica dos povos. Um empregado doméstico e todos os que se encontram sub. Inissos a um amo, um estrangeiro no naturalizado, poderiam figurar entre os representantes da na¢do? A liberdade politica tem, assim, seus limites, bem como a liberdade civil. Trata-se somente de saber se a condi¢ao da inelegibilidade que o Terceiro Estado reclama nao é tao essen- ial quanto as que acabei de mencionar. Ora, a comparacéo esta inteframente a seu favor, pois um mendigo, um estrangei- 'o podem nao ter um interesse oposto ao do Terceiro Estado; Enquanto que o nobre eo eclesidstico sao, pela situacio, defensores dos privilégios de que desfrutam. Desse modo, a Condi¢ao exigida pelo Terceiro Estado € para ele, de acordo com a eqilidade ¢ a natureza das coisas, a mais importante de todas as que a lei deve estabelecer para a eleicao dos repre- sentantes. Para destacar mais ainda este raciocinio, levanto uma hipétese. Suponhamos que a Franga esteja em guerra com a Inglaterra e que tudo o que se refira as hostilidades seja con- duzido, aqui, por um diretorio composto por representantes hacionals. Neste caso, eu pergunto: permitir-se-ia as provin- 6 © Que Fede o Terceiro Estado? Ser Alguma Coisa cias, sob pretexto de no chocar sua tiberdade, eleger, con representantes seus no diretorio, membros do gabinete ings? 0s privilegiaos, certamente, no se mostram menos in migos da ordem comum que os ingleses dos franceses mpo de guerra. cee i wer Como consealiéncia desses principos néo se deve Perm tir que as pessoas do Terceio Estado que sejam andes fae ‘ duas primeiras ordens sivamente aos membros das encarregadas da confianga dos comuns. Compreende-se que sio inapazes disso po sua prépria pasicS; eno entanto ao na influéncia - exclusio nao fosse formal, a influd - tit para comuns — néo deixaria de ser exercida sobre as pes 3s de que dispem. ee sore aca que se preste atencéo, principalmente, 20s agentes do feudalism « aos restos odosos deste regime barbaro que a diviséo, ai istente, para infelic se deve a diviséo, ainda exist cidade da és i ia da outra, Tudo est Franca, de trés ordens inimigas uma perdido se os mandatatios do feudalsmo vessem a wstrat 2 z wer ignora representacao da ordem comum. Q. do s a is atrevidos em defesa res se mostram mais ésperos ¢ mais a interesse de seus amas que os préprios amos? Sei que esta proscrigao se estence a muita gente, jé que afeta, em part cular, todos os oficiais das justigas senhoriais etc.; mas, n ; é das coisas. ; ticular, quem comanda é a forca Parsquante a isso, 0 Deltinado deu um grande exemple, & necesiro impedira elepbtidade para e Tercero Estado, de lo fisco e seu: 7 a forma que ele fez, de pessoas de pescoas da adminisracao etc, Quanto aos fezendelos pertencentes as duas primeiras ordens, panso também ue , ico, sdo muito dependentes fem sua atual condi¢ao, so mui ates para vat i rdem. Mas sera que nao p livremente em favor de sua or 7 : dia, em se esclarecer erar que © legislador consinta, um dia, c Sobre os interesses da agricultura, sabre os do civismo ae prosperidade publica; que, um dia, ele vai deixar de conful 9 A Constituinte Burguesa chr a aspereza fiscal com a obra do governante? Entao se per: mitira, se favorecera mesmo, o arrendamento vitalicio e vere. mos esses fazendeiros téo preciosos como arrendatérios livres, seguramente muito apropriados para sustentar os interesses da nacio. Acreditou-se reforcar a dificuldade que acabamos de des- cobrir adiantando que o Terceiro Estado nao tinha membros bastante esclarecidos, bastante corajosos etc., para represen, té-lo, e que ele devia recorrer as luzes da nobreza... Esta afir. Macao ridicula nao merece resposta. Considerem as classes disponivets do Terceiro Estado: chamo, como todo o mundo, de classes disponiveis, aquelas que, pelos seus modos e bem. estar, permitem que seus homens recebam uma educacso liberal, cultivem sua razéo e, enfim, podem interessarse pelos assuntos publicos. Essas classes tm o mesmo interesse ue © resto do povo. Vejam se nao dispdem de muitos cida. dos cultos, honestos, dignos, em todos os sentidios, de serem representantes da nacao. ‘Mas se um bailfado teima em sé querer dar sua procura- 40 do Terceiro Estado a um nobre ou a um eclesiastico? Se $6 tem confianga nete? - Eu Ja disse que no poderia haver liberdade ilimitada. Entre todas as condigées a se impor & elegibilidade a que o Terceiro Estado exigia era a mais necessaria de todas. Respondamos de forma mais imediata. Suponha-se que um bailiado queira absolutamente prejudicar-se: deve ele, por isso, ter o direito Ce prejudicar 0s outros? Se sou o tinico interessado nas gestées do meu procurador autorizado, as pessoas poderiio se canten. {tar em me dizer: pior para voc; por que vocé o escolheu tao mal? Mas, neste caso, os deputados de um distrito ndo so uni. camente representantes do bailiado que os nomeou; foram chamados para representar, também, os cidadios em geral, 2 votar por todo 9 reino. Faz-se necesséria, pois, uma regra comum, © condigées que ~ por mais que desagradem certos 20 0 Que Pede 0 Terceiro Estado? Ser Alguma Coisa + ‘tentes — possam assegurar a totalidade da nacao contra comi - s ‘o capricho de alguns eleitores. II, Segunda Peticdo Que seus deputados sejam em nimero igual ao da nobre- eae ec posso deixar de repetir: a timida insuficiéncia desta eclamagao se ressente ainda dos velhos tempos. As cidades do rein ndo consultaram o bastante os bores as ues € tesa da opinao pai, No teriam encontrado mas it des pedindo dois votes contra um, e, tal 7 Be Gventam Apressado em oferecer-hes esta igualdade con See combate hoje com tanto alarde. 7 ee sie Nao obstante, quando se quer decidir uma questo como esta, nfo se deve contentar, como frequentemente se fez, & expressar 0 desejo, ou # vontade ovo uso, alegando ras. ssario remontar aos principios. Os direitos feos aesim como os direitos civis, devem corresponder & aualeade do cidadio, Esta propriedade legal & 2 mesma para todos som nenhuma relacao com a maior ou menor Palate pepaneal que cae incvduo posta compor su fortuna o sas posses Teen aon aielto de se faserrepresentar,e sua representa ‘0 nao pode ser uma fracao da representacao de outro. Este 80 nao ps a reito é uno; todos 0 exercem por i 0 protege utente pn ae ara 2 faze, Como é ossvel sustentar-se por tn) Lado, ae ale ea a esi Noria, e querer, de geral, quer dizer, da maloria, , 40 Sapo. cue den worcacke rescues posse cencrebatencar mil vontades particulares? Isso nao equivale a se expor 2 dek xar que a minoria faca a lei, o que é contrario, evident te, a natureza das coisas? a A Constiwinte Burguesa Se estes principios, it » Por mais certos que estejam, um pouco das idéias comuns, vou levar o leitor a ie Sra! ragao muito clara. Tel ‘ papain ‘que parece justo para todos — exceto para levers — que o imenso bailiado de le Poitou te a i tie elena Nos Estados Gerais que © pequeno ata de de Go id que isto? Porque, respondo, a populacdo e a ribuicao do Poitou so muito su a Cr ‘0 periores as de Gex. Assim, sane brincpjos segundo os ques épossvel determiner: 40 dos representantes. Vocés 2a pr ntantes. Vocés querem que a con. ates ae Embora no tendo um conhecimente seal Postos respectivos das ordens, 3 n p , sata a vis Tereetro Estado agtienta mais que a sua metade, ee ont diz respeito a popularao, sabemos a imensa supe- oe le que a terceira ordem tem sobre as duas primeiras. ©, como tode o mundo, qual & , a a verdadeira proporcao, Nas, come tedo @ mundo, me permito fazer meus caleutes pers tcatmente para o cleo. Yams tomar qurenta il juias, inclusive, os anexos, o que ja da ‘ive, 5 ja da um total - Fenta mil cura, incluindo-se os servidores dos anenee © possfvel calcular-se um viga r gério para cada 6: quias, chegando-se a um total de dez mil, PEt ctedgiee lea das cou. é igual ao das dioceses; tém vinte . Com Cento e quarenta bispos ou Ps arcebispos, chega- se a um total de dois mil e itocentos. Ai _Pode-se supor, considerando-se igrejas colegiadas atin mil e seiscentos. © pais, que os cénegos de gem 0 dobro, o que dé um total de cinco Depois disso, nao se deve is disso, /e pensar que restam tant: - ws sclesisticas quanto beneficios simples, abadias, pron a Ce ae - Listed a a pluralidade dos beneficios ranga. Os bispos e os cone a : 1eROS So, ac mesmo tempo, abades, priores e capelaes, Para nao fazer um n © Que Pede 0 Teresira Estado? Ser Alguma Coisa duplo emprego, calculo os beneficiados que ja nao se acham compreendidos nos numeros anteriores, em trés mil. Finalmente, calculo que seja de cerca de dois mil ecle- sésticos, bem entendido, com ordens sagradas, o nimero dos que nao tém nenhuma espécie. de beneficio. Sobram os monges e os religiosos, cujo ndmero tem dimi- nuido, de trinta anos para ca, numa progressao acelerada. Nao acredito que existam, hoje, mais de dezessete mil. Namero total de cabecas eclesiasticas: oitenta mil e qua- trocentas. Nobreza. S6 conheco uma forma de calcular, aproximada- mente, 0 niimero de individuos desta ordem: tomar a provin- cia em que este niimero mais conhecido e compara-lo com fo resto da Franca. £ssa provincia é a Bretanha. Assinalo de antemao que ela é a mais fecunda em nobreza, talvez porque ali nao se derrogue, ou devide aos privilégios que ali retém as familias, Na Bretanha existem mil e oitocentas familias nobres. Talvez duas mil, porque algumas ainda nao entram nos Estadas Gerais. Calculando-se que em cada familia ha cinco pessoas, existem na Bretanha dez mil nobres de todas as ida- des e sexos. Sua populacao total é de dois milhées trezen- tas mil individuos, Este total esté para toda a populacao da Franga na proporcao de 1 para 11, Basta, assim, multipticar dez mil por onze, e teremos cento e dez mil cabecas nobres em todo 0 reino. Desse modo, nao ha, no total, duzentos mil privilegiados das duas primeiras ordens. Comparem este nimero com 0 de vinte e cinco a vinte © seis mithées de almas, ¢ poderdo jul- gar a questéo. Se quisermos atualmente chegar 4 mesma solusdo consul- tando outros principios também incontestaveis, consideremos que os privilegiados séo para 0 grande corpo dos cidadaos 0 que as exce¢ées sao para a lel. Toda sociedade deve ser regu- lada por leis e, submetida a uma ordem comum. Se fazemos a A Consttuinte Burguesa excegdes pelo menos devem ser raras; e, Podem ter sobre a coisa publica o mesm influéncia que a regra comum. £ realmente car a altura do grande interesse da massa Se dos isentos, como se faz para, de alguma forma, contraba. langar. Todavia, nés explicaremos mais demoradamente este assunto no sexto capitulo. Quando, daqui a alguns anos, se pensar em todas as dificuldades que temos atualmente em nome do Terceiro Estado, 0 que vai surpreender, além do Pequeno valor dos pretextos que se the opéem, serd a intrép. da inigididade que ousou buscé-los, Os mesmos que invocam contra o Terceiro Estado a auto: ridade dos fatos, poderiam ler nisso, se fossem de boa fé, a regra de sua conduta. Fot suficiente a existéncia de um peque- no niimero de boas cidades para formar, sob Felipe, 0 Belo, uma Camara dos Comuns nos Estados Gerais. Desde entao, a servitude feudal desapareceu ¢ os campos ofereceram uma populacao numerosa de "novos cidadéos” As Cidades se multiplicaram e cresceram. O comércio © as artes criaram, por assim dizer, classes novas, nas quais ha um gran de nimero de familias abastadas, cheias de homens muiito cul. tos @ afeitos & coisa publica. Por que este dupto crescimento, 80 superior ao que foram, em outros tempos, as boas cidades fa balanga da nacéo, nao levou a mesma autoridade a criar duas novas cémaras em favor do Terceiro Estado? A eqiidade © a boa politica se reuniam, exigindo-o, Nao se ousa pensar de maneira to irracional com respei: to a outra espécie de crescimento que aconteceu Franca: estou falando das novas provincias que se uniram depois dos Altimos Estados Gerais. Ninguém se atreve a dizer que estas em nenhum caso 10 peso, a mesma uma toucura colo- nacional o interes. 17 Vide "Para Compreensio de S eyes - Notas e Fragmentos sabre a Mitra de Panga Feudal, nesta aba, % © Que Fede o Terceiro Estado? Ser Alguma Coisa ios, além novas provincias no devam ter representantes pp an jue havia nos Estados le 1614. Po ae se a ee ane Fr a0 do territério, Ja que as fabricas @ a5 artes ferecen, came 0 terri, noasrguezas, uma nova contebucs opulacéo, por que, repito, aart oe errs é dificil convencer as eee Eaiapiratd ape oé sivel faze Sprios interesses. 56 € possivel fazé-l 0 de cemeideracdes. € eu thes ofereco uma. € corvenente part " oreza de hoje conservar a linguagem e a a i ude que ee Tinka nos séculos goticos? E convém ao Terceiro Es do conser van no final do século XVIil, os tristes eon a aie tatiga servidao? Se o Terceiro Estado sabe conhecer 6 Fs Fao. Imaginemnos que a antiga relagao entre as ordens tenha tnudado dos dois lados ao mesmo tempo: © Jerceio Extado, On havia sido reduzido a nada, reacauiri, cams i, Baas as do que a injustica do mai re. vee de vols ex sus cto, consent em pag es nao the foram restituidos; ele teve que comers Ms, no final, de uma forma ou de outra, pade tomar poste dees 4 é je, a re a ignorar que ele é, hoje, one ee sacs sb cra asombra; que, durante esta longa men eee “hein de Sch ALA MIRO RUA QUCALUIS aorivrers didiwa dle seh a) ekg i la ndo passa imir impunemente; que hoje el seep equ em vio, esta some tenta assustar ode @ nagéo IN, Terceira Peticao Que os Estados Gerais votem nao por ordens mas por cabegas. 25 A Constituinte Burguesa Esta questdéo pode ser abordada de trés maneiras: no espirito do Terceiro Estado; segundo o interesse dos privilegia. dos e, finalmente, de acordo com os bons principios. Seria ‘niitil, a partir do primeiro ponto de vista, acrescentar qual- Guer coisa a0 que ja foi dito anteriormente. Est claro que, para 0 Terceiro Estado, esta demanda é uma conseqiiéncia necesséria das outras duas, Os privilegiados temem a igualdade de influéncia na ter- Geira ordem e a declaram inconstitucional; este modo de agit é um tanto chocante, sobretudo se se leva em conta que, até agora, foram dois contra um, sem que se visse nenhuma inconstitucionalidade nesta injusta superioridade, Eles sen. tem intimamente a necessidade de conservar o veto sobre tudo 0 que poderia ser contrario a Seus interesses. Nao vou repeti aqut 0 raciocinio utitizado por vinte escritores que der- fotaram esta pretensdo e o argumento das antigas formas. $6 tenho uma observagao a fazer. E claro que ha abusos na Franga; esses abusos favorecem alguém; nao é ao Terceiro Estado que eles trazem vantagens, mas ¢ 2 ele sobretudo que Prejudicam. Eu pergunto se, neste estado de coisas, é possi. vel destruir qualquer abuso, enquanto o veto puder ser utili- ado por aqueles que dele se aproveitam. Qualquer justica seria indtil; seria preciso esperar tudo da generosidade dos Privitegiados. Seria esta a idéia que temos da ordem social? Se quisermos agora considerar o mesmo assunto segundo 0s principios feitos para esclarecé-lo, ou seja, segundo aque- les que formam a ciéncia Social, independente de qualquer interesse particular, veremos que esta questdo adquire uma Tova face. Nao é possivel acolher, a0 mesmo tempo, a peticso do Terceiro Estado e a defesa dos privilegiados, sem derrubar as nogdes mais seguras. Nao estou acusando as boas cidades do reino de terem tido esta intengéo. Quiseram aproximar-se de seus direitos exigindo, pelo menos, 0 equilibrio entre as uas influéncias; aliés, ensinaram verdades excelentes, pots & 6 (© Que Pede o Terceiro Estado? Ser Alguma Coisa evidente que o veto de uma ordem sobre as outras seria um direto apropriado para parer tudo em um pais, onc ot resses s8o tdo opostos; é certo que nao votando por 5) agente se expoe a desconhecer a verdadeira matoria, 0 4 seria o pior dos inconvententes, porque a lei seria radicalmen fi tavels. la, Estas verdades so incontest . ; veils a2 tres ordens, da manetra gue esto constuias, a jr para votar por cabecas? Esta é a v poderdo se reunir pal pon enn dee io? NA consulta os verdadeiros pi ; questo? Nao. Se se rics, elas a m, nem por cabecas, nfo podem votar em comum, nem p em por roporcao que se ordens. Qualquer que seja a propo _aiote ene a objetivo proposto, qu elas, ela ndo pode preencher 0 he seria igar i resentantes por uma ligar a totalidade dos rep! int arnuase rirmagii em divida, precisar comum. Esta afirmacao deve, s pec de deve i ie me permitam deixi-las pe volvimento e de provas. Peco qu tes para i a radar as pessoas mi © sexto capitulo. Nao quero desagr sas moderadas lue a verdade se mostre inop« we antes ¢ preciso a del fissiio de que a situa- é preci las a confissao de q te. Antes é preciso arrancar del a situa. ‘cao das coisas esta assim unicamente por culpa dos priegta- dos; que é tempo de tomar um partido, e dizer, com forca, o que é verdadeiro e justo. 2

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