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EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUÍZA DE DIREITO DO JUIZADO

ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE TAQUARI – RS

AJG

LISANDRA BIZARRO COUTINHO, brasileira, casada, funcionária


pública municipal de Tabaí, matrícula 0677, inscrita no cadastro
das pessoas física sob o n. 903.803.390-72, residente e
domiciliada na Rua Marcílio Gonçalves Capelão, n. 88, Taquari
(RS), por seus procuradores (doc. 01), com escritório profissional
na Avenida Lautert Filho, 971, Taquari (RS), onde recebem
intimações e notificações em geral, vem, respeitosamente à
presença de Vossa Excelência, interpor a presente:

AÇÃO ORDINÁRIA DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE ATO


ADMINISTRATIVO E RESTABELECIMENTO DE PAGAMENTO,

contra o MUNICÍPIO DE TABAÍ, pessoa jurídica de direito público


interno, Rua Deputado Júlio Redecker, 251, Tabaí (RS), CEP
95863-000, telefone n. 3614 0122 na forma do que abaixo passa
a expor e finalmente a requerer, como segue:
1. A Requerente participou do Concurso Público de 2008, do
Município de Tabaí, para o cargo de PEDAGOGO, tendo sido aprovada,
nomeada e empossada pela Portaria n. 052/2008, conforme documento
02, prestando normalmente seus serviços ao Requerido.

2. Naquela ocasião recebia vencimentos no valor de R$ 1.384,11


(hum mil, trezentos e oitenta e quatro reais e onze centavos),
documento 03.

3. Todavia, o Município, em 26 de março de 2012, através de


uma Notificação informou que seus vencimentos estavam sendo pagos
de forma equivocada e de plano reduziu para R$ 1. 068,20 (hum mil e
sessenta e oito reais e vinte centavos), sem prestar maiores
esclarecimentos.

4. A requerente postulou administrativamente a reconsideração


do Município requerido para que seus vencimentos não fossem
reduzidos, documento 04.

5. O Ente Público, respondeu em Parecer n. 120/2012, da


Assessoria Jurídica do Município, indeferiu o pedido da Requerente,
argumentando que a Lei n. 736, de 03 de março de 2008 - “Consolida o
Plano de Carreira dos Servidores, dispõe sobre os quadros e funções
públicas do município de Tabaí e dá outras providências”, que foi
sucedida pela Lei n. 914 de 22 de dezembro de 2009 - “Estabelece o
Plano de Carreira do Magistério Público Município, institui o respectivo
quadro de cargos e dá outras providências”.
6. Ora, verifica-se que ambas as Leis (Lei n.736 de 03 de março
de 2008 3 Lei 914, de 22 de dezembro de 2009) são de data posterior a
realização a publicação do Edital do concurso público de 2007 e foi
empossada em 08 de janeiro de 2008.

7. Assim, com base no Princípio da Legalidade, não poderia o


Município de Tabaí reduzir os vencimentos da Requerida, se não havia
Lei que o amparasse!

8. A par disso, cabe ressaltar que pelo princípio da finalidade e


motivação dos atos administrativos, não poderia o ente público agir sem
o devido processo legal, com ampla defesa para a servidora, isto não
aconteceu.

9. Ao assim agir o Município desrespeitou princípios


constitucionais e normas legais que tratam do assunto, eis que na
Carta Magna está prevista “irredutibilidade de vencimentos”, ainda
mais quando pagos há mais de 04 (quatro) anos.

10. Assim dispõe o artigo 37, inciso XV - o subsídio e os


vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são
irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos
arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998).

11. Não pode o Município baseado em Lei posterior reduzir os


vencimentos da Requerente.
12. Reforça a tese da Requerente o Edital para o concurso no
cargo de Pedagoga com vencimentos previstos de R$ 1.384,11 (um mil e
trezentos e oitenta e quatro reais e onze centavos), portanto,
vencimentos iguais ao que ela ganhava antes da redução dos
vencimentos.

13. Ademais, mesmo tendo ocorrido a readequação do quadro


de Pedagoga, o que deveria ocorrer era ser o cargo de PEDAGOGA em
carreira distinta à do Magistério municipal declarado.

14. A administração pública, de um modo geral, se sujeita aos


princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, finalidade. Nele,
não há lugar para a vontade pessoal, sem pautar-se pelo que a lei regula.
Enquanto o particular tem a liberdade de fazer ou praticar atos que a lei
não proíbe (artigo 5º, inciso II, da Constituição Federal de 1988), a
autoridade pública só pode fazer o que a lei autoriza. As leis
administrativas são cogentes. Sobre o que dispõem as leis públicas não
pode haver transação, acordo, renúncia ou contemporização, no sentido
de deixar para depois aquilo que deve ser feito. A própria Constituição
Federal de 1988, no artigo 37 e seus itens, além desses princípios,
salientam outras obrigações.

15. Cabe informar que o Edital do Concurso tem diversas


irregularidades, um delas é o fato do Padrão 11 receber vencimento
superior aos Padrões 12 e 13, isto é, recebendo o mesmo valor do
Padrão 14 – último padrão da escala; outra irregularidade é que não é
previsto Padrão para o cargo de Pedagoga.

16. Por fim, cabe esclarecer que a Autor foi nomeada no Padrão
11, ou seja, no mesmo padrão dos especialistas (psicólogo, controle
interno, biólogo...), reforçando o vencimento previsto para este padrão
era superior ao previsto para Padrão 12, bem como para o Padrão 13 e
igual ao Padrão 14.

ANTE O EXPOSTO, REQUER:

a) A citação do Município Demandado, na pessoa de seu


mandatário maior, no endereço informado no preâmbulo desta peça,
sobre o conteúdo desta petição e documentos anexos para que, no
prazo legal, conteste a presente ação, sob pena de revelia;

b) a intimação do representante do Ministério Público;

c) REQUER que seja declarada nulidade do ato administrativo e


restabelecido o pagamento da Requerente conforme informado no item
02 e seja, ainda, o Município Demandado condenado ao pagamento
doas diferenças impagas desde a data da redução, fato que ocorreu em
26 de março de 2012.

d) a condenação dos Demandados em custas e honorários


advocatícios;
e) Seja notificado o membro do Controle Interno do Município
para que apresente seu Parecer sobre o tema, eis que negado na via
administrativa.

f) a produção de todos meios de prova em direito admitidos, em


especial a documental.

g) a concessão do benefício da Assistência Judiciária Gratuita,


tendo em vista, a hipossuficiência demonstrada pela Demandante.

VALOR DA CAUSA: R$ 1.000,00 (um mil reais).

Nestes Termos,

Pede e Espera Deferimento.

Taquari (RS), 23 de setembro de 2014.

João Marcelo Braga da Silva - OAB/RS 43.378

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