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ESCOLA DE ENGENHARIA
ENGENHARIA MECÂNICA
Energia e Fenômenos de Transporte
por
Guilherme Roldo
Vinícius Kolankiewicz
Abstract
This work aims to detail the stages of development, desgin and manufacturing of an aparatus
capable of mesauring the mass flow in air internal flow, which may be heated or not. It is proposed
that this aparatus be as simple and low cost as possible, without any quality loss or the equipment
robustness. For this, the electronic prototyping plataform ARDUINO was used. Flow temperature is
directly estimated through a temperatura sensor. Volumetric flow is indirectly approximated
through a computer fan. The fan is used to generate a difference of electric potential proportional to
flow speed. The voltage measurement is calibrated in relation to the volumetric flow. The
calibration was performed previously, using a Venturi tube. The need for calibration limits the
aparatus usage to situations where there is another method for estimating the flow.
ii
Lista de Figuras
Figura 1. Exemplo de cooler, componente responsável por enviar o sinal elétrico. .......................... 9
Figura 2. Representação de um tubo venturi. ................................................................................. 10
Figura 3. Comparação entre as escalas celsius e fahrenheit ............................................................ 12
Figura 4. Esquema da disposição da bancada de testes .................................................................. 13
Figura 5. Cooler usado para emitir o sinal elétrico correspondente a vazão de ar. .......................... 14
Figura 6. Sensor ds12b20 da maxim, com encapsulamento à prova d’água. ................................... 14
Figura 7. Esquemático elétrico de ligação dos leds. ....................................................................... 15
Figura 8. Esquema de ligação dos pinos do sensor. ........................................................................ 16
Figura 9. Esquema de ligação entre arduino e ds18b20. ................................................................. 17
Figura 10. Curva de calibração entre a voltagem gerada pelo cooler devido ao escoamento e a vazão
volumétrica do escoamento. .................................................................................................... 19
iii
Lista de Tabelas
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Sumário
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................................ 7
4 METODOLOGIA .................................................................................................................. 13
5 RESULTADOS ...................................................................................................................... 18
6 CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 20
v
Lista de símbolos
D Diâmetro [ m]
ρ densidade [ kg/m³ ]
P Pressão [ Pa ]
T Temperatura [K]
v Velocidade [ m/s ]
V Volume [ m³ ]
z Altura da cota [ m]
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1 Introdução
As medições de vazão mássica são muito importantes para o controle de diversas aplicações
em indústrias e empresas. A vazão é a terceira grandeza mais mensurada dentro dos processos
industriais, estando atrás apenas de temperatura (2º lugar) e pressão (1º lugar), segundo a revista
Control Engineering 2012.
Os dados acima apontam para a possível necessidade de novas implementações neste nicho
de mercado. O desenvolvimento de sistemas para medição de vazão mássica que sejam de baixo
custo, robustos e confiáveis.
Este texto tem como objetivo a confecção de uma instrumentação capaz de mensurar a vazão
mássica de ar dentro de uma canalização em uma bancada, composta por um ventilador e um
aquecedor.
Neste trabalho propõe-se uma forma fácil de realizar a medição com baixo custo e poucos
componentes. Usou-se a plataforma de prototipagem eletrônica Arduino, um sensor de temperatura
modelo DS18B20, um cooler de computador e alguns componentes elétricos de pequeno valor para
se construir um Medidor de Vazão Mássica de Ar (MVMA).
7
2 Revisão bibliográfica
Tostes, 2015, usou um Arduino para controlar processos de uma planta de uma cervejaria de
pequeno porte. As temperaturas de fervura, de resfriamento, entre outros processos, foram
mensuradas utilizando um sensor de temperatura do tipo DS18B20, mostrando que a plataforma
Arduino já apresenta boa capacidade para o registro e aquisição dos dados em tempo real. Neste
trabalho, usaremos as mesmas técnicas para adquirir a temperatura do escoamento de ar no
dispositivo de vazão mássica, ou seja, utilizando um Arduino e o sensor de temperatura citado
anteriormente.
Justen et all, 2011, utilizaram um medidor de vazão mássica do tipo turbina com um cooler
para fornecer uma determinada tensão proporcional à vazão ao ser submetido a um escoamento. Seu
experimento proporcionou erros de medição na ordem de 1,5% a 3%, decorrentes da baixa
quantidade mássica à qual estava submetido o dispositivo de medição. Baseando-se neste trabalho,
realizaremos a medição da vazão volumétrica utilizando também um cooler e o microcontrolador
Arduino para a leitura das tensões geradas pelo ventilador.
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3 Fundamentação teórica
Um motor elétrico sem escovas geralmente possui ímãs permanentes que rotacionam ao
redor um armadura fixa. Em um motor tradicional, com escovas, a inversão dos pólos na armadura
é feita de forma mecânica, onde as escovas, ao girar, conectam-se a diferentes partes do comutador
e fecham diferentes partes do circuito. Já no motor sem escovas, essa inversão de pólos é realizada
por um controlador eletrônico, utilizando um circuito de estado sólido.
Essas diferenças proporcionam diversas vantagens de um motor sem escovas sobre um
motor tradicional, como maior razão entre torque e peso, maior eficiência, menores níveis de ruído
e menor desgaste mecânico.
Como qualquer outro tipo de motor elétrico, o motor sem escovas também pode ser utilizado
para gerar um sinal elétrico, quando torque é aplicada em seu eixo.
3.2 Cooler
9
3.3 Venturi
O tubo de Venturi é usado para medir vazão de fluidos e segundo SCHNEIDER 2011 são os
medidores por obstrução menos intrusivos, ou seja, com menor perda de carga permanente na
medida. A Figura 02 mostra esquematicamente um tubo Venturi.
Figura 2. Representação de um tubo Venturi. Fonte: (Aerospace, Mechanical & Mechatronic Engg. 2005, University of
Sydney ).
A1 v1 = A2v2 (3)
v1 = v2 = v2
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Substituindo v1 na equação (2), isolando v2 e multiplicando pela área da garganta chega-se
na seguinte expressão para vazão volumétrica em m³/s:
(4)
̇ = ̇ ρ(T) (5)
3.4 Densidade do ar
PV = mRT (6)
Sendo P a pressão em Pa, V o volume em m³, m a massa em kg, R a constante dos gases
para ar seco 287,042 J/kg.K e a temperatura em K.
Dividindo os dois lados da equação pela multiplicação entre a constante do gás para o ar
seco, a temperatura e o volume, chegamos à equação (7) da densidade para o ar seco, sendo a
densidade ρ = .
= (7)
Essa densidade do ar que escoa internamente nas tubulações fica em função da pressão do
local e da temperatura do ar, que é possível medir utilizando o sensor de temperatura do dispositivo.
3.5 Temperatura
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Um termômetro é qualquer objeto que tenha uma de suas características variáveis com uma
variação de temperatura, sendo capaz de ser mensurável, podendo ser, por exemplo uma variação de
resistência ou volume.
Visto que a temperatura é adquirida através de um equilíbrio térmico entre o termômetro e
que se deseja medir, há uma grande possibilidade de se escalas a serem utilizadas. Atualmente,
existem diferentes escalas aceitas pela sociedade científica para se fazerem leituras de temperatura.
As mais conhecidas por escala Celsius, Fahrenheit, Rankine e Kelvin, sendo esta última, a unidade
base no SI (sistema internacional) para temperatura.
A partir dos respectivos valores dos pontos fixos de cada escala podemos relacionar essas
escalas de modo a obter uma equação que converta uma temperatura em uma dada escala para um
outra, conforme equação 8 mostrada abaixo.
(8)
Figura 3. Comparação entre as escalas Celsius e Fahrenheit. Ilustração extraída de: Designua / Shutterstock.com.
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4 Metodologia
O instrumento de medição deve ser disposto conforme a bancada mencionada no edital. A
Figura 04 mostra esquematicamente a configuração da bancada no Laboratório de Ensaios Térmicos
e Aerodinâmicos (LETA).
4.1 Cooler
13
Figura 5. Cooler usado para emitir o sinal elétrico correspondente a vazão de ar.
O sensor selecionado para o projeto foi o modelo DS12B20 com encapsulamento à prova
d’água, doravante referido somente como sensor, da fabricante MAXIM. O sensor é mostrado na
Figura 06. Segundo informações do fabricante, ele é capaz de operar em temperaturas entre
e , sendo que apresenta exatidão de na faixa de temperatura entre e .
O sensor trabalha com protocolo 1-Wire®, que permite que diversos sensores estejam
conectados através da mesma porta de comunicação. Cada sensor é identificado através de um
número de série de 64 bits. Sendo assim, um microcontrolador pode ser capaz de identificar o sinal
de cada sensor conectado à uma única porta.
O sensor também é capaz de operar sem fonte externa de potência, chamado de modo
parasita, sendo que a energia é, então, fornecida pelo barramento de dados. Este modo de operação,
diminui o número de fios utilizados, de três para apenas um, sendo especialmente desejável em
sistemas onde o sensor se encontra longe da placa de aquisição.
Entretanto, neste trabalho, essas duas últimas características do sensor não foram
aproveitadas neste trabalho, já que apenas um sensor é utilizado e se encontra a uma pequena
distância do microcontrolador. Porém, estas características podem ser úteis quando a sala de
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controle fique distante do local de medição, ou em futuras adaptações que se possa querer realizar
mais de uma medição de temperatura, tornando, assim, o aparato mais versátil.
Um sistema constituído de quatro LEDs de cores diferentes foi projetado, de modo que,
além da temperatura lida pelo sensor e apresentada na tela do computador, possa-se apresentar a
temperatura do escoamento de forma aproximada e de fácil leitura.
Os LEDs são dispostos conforme sua cor, sendo enfileirados de forma progressiva quanto ao
“calor” de cada cor. Os LEDs se acendem sucessivamente do azul ao vermelho, conforme a
temperatura lida. A faixa de temperatura em que cada LED se acende está definida na Tabela 01.
O esquema elétrico de ligação dos LEDs pode ser visto na Figura 07.
A Figura 6 mostra a sequência dos LED’s escolhida, como também os resistores necessários
e as portas do ARDUINO onde cada um dos sinais luminosos foi conectado para receberem o
comando do controlador conforme a temperatura do escoamento do ar.
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4.4 Aparato de Medição
Quantidade Material
01 Arduino UNO
01 Cano PVC 100 mm
01 Sensor DS18B20
01 Resistor 4,7 kΩ
— Fios coloridos (preto, azul e vermelho)
04 LEDs de Alto Brilho (azul, verde, amarelo e vermelho)
04 Resistores 560 Ω
O cano PVC servirá como módulo de medição, sendo independente da bancada da Figura 3,
porém facilmente encaixado entre as luvas de conexão da mesma. Três furos foram feitos na parede
do cano, de modo a passar os fios do sensor.
A Figura 08 mostra o esquema de ligação dos pinos do sensor e a Figura 09 apresenta como
ocorre a ligação entre o sensor e o ARDUINO.
O sensor apresenta três pinos: (1) o terra, (2) entrada e saída de dados, (3) alimentação.
Observa-se a ponte com o resistor de 4,7 kΩ entre a comunicação digital e alimentação. Como
apresentado na Figura 08, o aterramento é feito na entrada GND do ARDUINO, o segundo pino faz
a comunicação entre o sensor e a entrada digital do ARDUINO e a alimentação de 5V, também
fornecida pela placa.
Esse esquema de conexão foi consultado por meio do datasheet do sensor de temperatura,
que recomendava o valor da resistência necessária e a forma de conecta-los.
16
Figura 9. Esquema de ligação entre ARDUINO e DS18B20.
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5 Resultados
Para validar os resultados, usou-se o sensor de temperatura e o ventilador para calibrar os
resultados de acordo com a bancada de testes do laboratório, para a temperatura do ar e a sua vazão
volumétrica.
( )
Taquecedor (ºC) TDS18B20 (ºC) RPT100 (Ω) TPT100 (ºC) |TDS18B20 - TPT100| (ºC)
29 30,56 112,55 30,90 0,34
29 30,06 112,30 30,26 0,20
29 29,87 112,24 30,10 0,23
34 34,19 113,89 34,32 0,13
38 37,56 115,30 37,92 0,36
38 37,75 115,24 37,76 0,02
38 38,56 115,50 38,43 0,13
44 42,00 116,80 41,75 0,25
43 42,69 117,00 42,26 0,42
51 49,31 119,60 48,90 0,41
51 49,88 119,80 49,41 0,46
51 50,06 119,90 49,67 0,39
51 50,13 119,90 49,67 0,46
Desligado 30,00 112,29 30,23 0,24
Desligado 29,49 112,09 29,72 0,23
Desligado 29,25 112,00 29,49 0,24
Pode-se ver que, apesar de bastante próximos, há discrepâncias de até 0,46ºC. Para calibrar o
sensor, fez-se então um ajuste de reta entre os valores de T DS18B20 e TPT100, resultando na relação
expressa na equação abaixo, com coeficiente de correlação R = 0,9998.
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5.2 Calibração da vazão volumétrica
É possível notar que a variação da pressão e a voltagem fornecida pelo ventilador são
proporcionais. Utilizou-se a ferramenta de ajuste de curvas do Microsoft Excel para se obter a curva
de calibração, que gera uma expressão da vazão volumétrica em relação da diferença de potencial
gerada pelo cooler. A curva é forçada a passar pelo ponto ( ̇ ), para não gerar resposta
sem escoamento.
0.14
R² = 0,9911
0.1
0.08
0.06 Amostras
Reta de ajuste
0.04
0.02
0
0 1 2 3 4
Voltagem [V]
Figura 10. Curva de calibração entre a voltagem gerada pelo cooler devido ao escoamento e a vazão volumétrica do
escoamento.
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6 Conclusão
Referências Bibliográficas
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