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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

ESCOLA DE ENGENHARIA
ENGENHARIA MECÂNICA
Energia e Fenômenos de Transporte

APARATO PARA MEDIÇÃO DE VAZÃO MÁSSICA EM ESCOAMENTO


INTERNO DE AR DE BAIXO CUSTO BASEADO NA PLATAFORMA ARDUINO

por

Guilherme Roldo
Vinícius Kolankiewicz

Trabalho Final da Disciplina de Medições Térmicas


Profs. Paulo Smith Schneider e Alexandre Vagtinski de Paula

Porto Alegre, Julho de 2015


Resumo

Neste trabalho, objetiva-se a detalhar as etapas de desenvolvimento, projeto e confecção de um


aparato capaz de medir a vazã]o mássica de um escoamento interno de ar, que pode estar aquecido
ou não. É proposta deste trabalho que este aparato seja tão simples e de baixo custo quanto possível,
sem prejudicar a qualidade da medição ou a robustez do equipamento. Para tal, a plataforma de
prototipagem eletrônica ARDUINO é utilizada. A temperatura do escoamento é estimada
diretamente através de um sensor de temperatura. A vazão volumétrica é aproximada indiretamente
através de um cooler de computador. O cooler é usado para gerar uma diferença de potencial
elétrico proporcional à velocidade do escoamento. A leitura da voltagem é calibrada em relação à
vazão volumétrica. A calibração é realizada a priori, usando um tubo de Venturi. A necessidade de
calibração limita o uso do aparato à situações em que exista outro método para estimar o
escoamento.

Palavras-chave: vazão mássica, escoamento interno, ARDUINO, vazão volumétrica.

Abstract

This work aims to detail the stages of development, desgin and manufacturing of an aparatus
capable of mesauring the mass flow in air internal flow, which may be heated or not. It is proposed
that this aparatus be as simple and low cost as possible, without any quality loss or the equipment
robustness. For this, the electronic prototyping plataform ARDUINO was used. Flow temperature is
directly estimated through a temperatura sensor. Volumetric flow is indirectly approximated
through a computer fan. The fan is used to generate a difference of electric potential proportional to
flow speed. The voltage measurement is calibrated in relation to the volumetric flow. The
calibration was performed previously, using a Venturi tube. The need for calibration limits the
aparatus usage to situations where there is another method for estimating the flow.

Keywords: mass flow, internal flow, ARDUINO, volumetric flow.

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Lista de Figuras

Figura 1. Exemplo de cooler, componente responsável por enviar o sinal elétrico. .......................... 9
Figura 2. Representação de um tubo venturi. ................................................................................. 10
Figura 3. Comparação entre as escalas celsius e fahrenheit ............................................................ 12
Figura 4. Esquema da disposição da bancada de testes .................................................................. 13
Figura 5. Cooler usado para emitir o sinal elétrico correspondente a vazão de ar. .......................... 14
Figura 6. Sensor ds12b20 da maxim, com encapsulamento à prova d’água. ................................... 14
Figura 7. Esquemático elétrico de ligação dos leds. ....................................................................... 15
Figura 8. Esquema de ligação dos pinos do sensor. ........................................................................ 16
Figura 9. Esquema de ligação entre arduino e ds18b20. ................................................................. 17
Figura 10. Curva de calibração entre a voltagem gerada pelo cooler devido ao escoamento e a vazão
volumétrica do escoamento. .................................................................................................... 19

iii
Lista de Tabelas

Tabela 1. Faixa de temperatura de atividade para os leds.................................................... 15


Tabela 2. Lista de materiais ............................................................................................... 16
Tabela 3. Comparação entre valores medidos pelos sensores ds18b20 e pt100. .................. 18
Tabela 4. Coleta de dados para calibração do sistema de vazão volumétrica. ...................... 19

iv
Sumário

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................................ 7

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................................. 8

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................................ 9

3.1 Motor de Corrente Contínua sem Escovas ............................................................................. 9

3.2 Cooler ................................................................................................................................... 9

3.3 Venturi ................................................................................................................................ 10

3.4 Densidade do ar ................................................................................................................... 11

3.5 Temperatura ........................................................................................................................ 11

4 METODOLOGIA .................................................................................................................. 13

4.1 Cooler ................................................................................................................................. 13

4.2 Sensor de Temperatura ........................................................................................................ 14

4.3 LEDs Indicativos ................................................................................................................. 15

4.4 Aparato de Medição ............................................................................................................ 16

5 RESULTADOS ...................................................................................................................... 18

5.1 Calibração da temperatura ................................................................................................... 18

5.2 Calibração da vazão volumétrica ......................................................................................... 19

6 CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 20

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................. 20 ....

v
Lista de símbolos

Símbolo Descrição do símbolo Unidade

A Área da seção transversal [ m² ]

β Relação entre o diâmetro da garganta e da tubulação [adimensional]

Cd Coeficiente de descarga [adimensional]

D Diâmetro [ m]

g aceleração da gravidade [ m/s² ]

̇ vazão mássica [ kg/s ]

ρ densidade [ kg/m³ ]

P Pressão [ Pa ]

Variação de pressão entre dois pontos [ Pa ]

R Constante dos gases [ J/kg K ]

T Temperatura [K]

v Velocidade [ m/s ]

V Volume [ m³ ]

̇ Vazão volumétrica [ m³/s ]

z Altura da cota [ m]

vi
1 Introdução

As medições de vazão mássica são muito importantes para o controle de diversas aplicações
em indústrias e empresas. A vazão é a terceira grandeza mais mensurada dentro dos processos
industriais, estando atrás apenas de temperatura (2º lugar) e pressão (1º lugar), segundo a revista
Control Engineering 2012.
Os dados acima apontam para a possível necessidade de novas implementações neste nicho
de mercado. O desenvolvimento de sistemas para medição de vazão mássica que sejam de baixo
custo, robustos e confiáveis.
Este texto tem como objetivo a confecção de uma instrumentação capaz de mensurar a vazão
mássica de ar dentro de uma canalização em uma bancada, composta por um ventilador e um
aquecedor.
Neste trabalho propõe-se uma forma fácil de realizar a medição com baixo custo e poucos
componentes. Usou-se a plataforma de prototipagem eletrônica Arduino, um sensor de temperatura
modelo DS18B20, um cooler de computador e alguns componentes elétricos de pequeno valor para
se construir um Medidor de Vazão Mássica de Ar (MVMA).

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2 Revisão bibliográfica

Tostes, 2015, usou um Arduino para controlar processos de uma planta de uma cervejaria de
pequeno porte. As temperaturas de fervura, de resfriamento, entre outros processos, foram
mensuradas utilizando um sensor de temperatura do tipo DS18B20, mostrando que a plataforma
Arduino já apresenta boa capacidade para o registro e aquisição dos dados em tempo real. Neste
trabalho, usaremos as mesmas técnicas para adquirir a temperatura do escoamento de ar no
dispositivo de vazão mássica, ou seja, utilizando um Arduino e o sensor de temperatura citado
anteriormente.
Justen et all, 2011, utilizaram um medidor de vazão mássica do tipo turbina com um cooler
para fornecer uma determinada tensão proporcional à vazão ao ser submetido a um escoamento. Seu
experimento proporcionou erros de medição na ordem de 1,5% a 3%, decorrentes da baixa
quantidade mássica à qual estava submetido o dispositivo de medição. Baseando-se neste trabalho,
realizaremos a medição da vazão volumétrica utilizando também um cooler e o microcontrolador
Arduino para a leitura das tensões geradas pelo ventilador.

8
3 Fundamentação teórica

3.1 Motor de Corrente Contínua sem Escovas

Um motor elétrico sem escovas geralmente possui ímãs permanentes que rotacionam ao
redor um armadura fixa. Em um motor tradicional, com escovas, a inversão dos pólos na armadura
é feita de forma mecânica, onde as escovas, ao girar, conectam-se a diferentes partes do comutador
e fecham diferentes partes do circuito. Já no motor sem escovas, essa inversão de pólos é realizada
por um controlador eletrônico, utilizando um circuito de estado sólido.
Essas diferenças proporcionam diversas vantagens de um motor sem escovas sobre um
motor tradicional, como maior razão entre torque e peso, maior eficiência, menores níveis de ruído
e menor desgaste mecânico.
Como qualquer outro tipo de motor elétrico, o motor sem escovas também pode ser utilizado
para gerar um sinal elétrico, quando torque é aplicada em seu eixo.

3.2 Cooler

O cooler é o componente responsável por indicar um sinal elétrico correspondente à vazão


de ar que ocorre dentro do tubo de PVC. Esse sinal elétrico é uma determinada tensão provocada
pela passagem de ar através do cooler, que faz com que as pás girem em torno de seu eixo. A
voltagem é proporcional à vazão de ar, desta forma é possível comparar o sinal elétrico com a vazão
de ar. A Figura 01 mostra um tipo de cooler.

Figura 1. Exemplo de cooler, componente responsável por enviar o sinal elétrico.

9
3.3 Venturi

O tubo de Venturi é usado para medir vazão de fluidos e segundo SCHNEIDER 2011 são os
medidores por obstrução menos intrusivos, ou seja, com menor perda de carga permanente na
medida. A Figura 02 mostra esquematicamente um tubo Venturi.

Figura 2. Representação de um tubo Venturi. Fonte: (Aerospace, Mechanical & Mechatronic Engg. 2005, University of
Sydney ).

Onde o D1 é o diâmetro da tubulação, D2 é o diâmetro da garganta (que é a menor seção do


Venturi), V1 é a velocidade do escoamento com diâmetro D1 do tubo.
O equacionamento para encontrar a vazão do escoamento parte de Bernoulli para uma linha
de corrente, que pode ser observado na equação (1), considerando um escoamento incompressível e
desenvolvido.

P+ v² +ρgz = cte (1)

Onde P é a pressão em Pa, ρ é a densidade em kg/m³, v é a velocidade em m/s, g é a


gravidade no local em m/s² e z a altura em m.
Desconsiderando a diferença de altura na tubulação, obtemos a equação (2) considerando os
pontos 1 e 2 no Venturi da Figura 02 citada anteriormente.

P1 + v1² = P2 + v2² (2)

Pela lei da continuidade, obtemos a equação 3:

A1 v1 = A2v2 (3)

Isolando v1, chegamos na seguinte expressão:

v1 = v2 = v2

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Substituindo v1 na equação (2), isolando v2 e multiplicando pela área da garganta chega-se
na seguinte expressão para vazão volumétrica em m³/s:

(4)

Onde Cd é o coeficiente de descarga, dado como 0.98, At é a área da garganta ou A2


fornecida em m², β é a razão de D2 e D1, é a variação das pressões em Pa e ρar é a densidade do
ar em kg/m³.
Para achar a vazão mássica basta multiplicar a vazão volumétrica pela densidade do ar, que
depende da temperatura em que o ar se encontra. Assim, chegamos na equação 5, referente a vazão
mássica, que pode ser visualizada a seguir:

̇ = ̇ ρ(T) (5)

3.4 Densidade do ar

Para determinar a densidade, simplificaremos os cálculos considerando o ar atmosférico


como sendo ar seco. Partimos com a equação (6) para gases ideais:

PV = mRT (6)

Sendo P a pressão em Pa, V o volume em m³, m a massa em kg, R a constante dos gases
para ar seco 287,042 J/kg.K e a temperatura em K.
Dividindo os dois lados da equação pela multiplicação entre a constante do gás para o ar
seco, a temperatura e o volume, chegamos à equação (7) da densidade para o ar seco, sendo a
densidade ρ = .

= (7)

Essa densidade do ar que escoa internamente nas tubulações fica em função da pressão do
local e da temperatura do ar, que é possível medir utilizando o sensor de temperatura do dispositivo.

3.5 Temperatura

Temperatura é uma medida escalar do nível de agitação entre moléculas de um determinado


sistema, isto é, a energia cinética de um átomo ou molécula. Em Física, a temperatura está
relacionada com a energia interna de um sistema termodinâmico.
É difícil estabelecer essa definição em conceitos que sejam básicos e de forma independente,
mas é mais fácil se houver uma percepção de igualdades de temperaturas, que ocorre quando dois
ou mais objetos encontram-se em equilíbrio térmico, o que dá a origem a essa propriedade chamada
temperatura.
A lei zero da termodinâmica diz: “quando dois corpos estão em equilíbrio térmico com um
terceiro, eles estão em equilíbrio térmico entre si”. Esse terceiro corpo é usualmente chamado de
termômetro e serve como referência para a medição que se deseja realizar.

11
Um termômetro é qualquer objeto que tenha uma de suas características variáveis com uma
variação de temperatura, sendo capaz de ser mensurável, podendo ser, por exemplo uma variação de
resistência ou volume.
Visto que a temperatura é adquirida através de um equilíbrio térmico entre o termômetro e
que se deseja medir, há uma grande possibilidade de se escalas a serem utilizadas. Atualmente,
existem diferentes escalas aceitas pela sociedade científica para se fazerem leituras de temperatura.
As mais conhecidas por escala Celsius, Fahrenheit, Rankine e Kelvin, sendo esta última, a unidade
base no SI (sistema internacional) para temperatura.
A partir dos respectivos valores dos pontos fixos de cada escala podemos relacionar essas
escalas de modo a obter uma equação que converta uma temperatura em uma dada escala para um
outra, conforme equação 8 mostrada abaixo.

(8)

Onde C, representa a temperatura em Celsius, F em Fahrenheit e K em Kelvin. A Figura 03,


ilustra uma comparação entre as escalas Celsius, Kelvin e Fahrenheit.

Figura 3. Comparação entre as escalas Celsius e Fahrenheit. Ilustração extraída de: Designua / Shutterstock.com.

12
4 Metodologia
O instrumento de medição deve ser disposto conforme a bancada mencionada no edital. A
Figura 04 mostra esquematicamente a configuração da bancada no Laboratório de Ensaios Térmicos
e Aerodinâmicos (LETA).

Figura 4. Esquema da disposição da bancada de testes [Edital do trabalho final 2015-1].

O ar admitido pelo ventilador em (1) de forma forçada, a temperatura e a vazão volumétrica


são medidos por um sensor de temperatura e um tubo Venturi, respectivamente em (2). Na região
(3) o ar pode ser aquecido com um aquecedor, que tem como faixa de temperatura a ambiente até
uma máxima de 50ºC. Em (4) e (7) são colocadas duas tomadas de pressão para medir a perda de
carga do sistema. Em (5) temos uma tomada para medição de temperatura do ar. O dispositivo de
medição de vazão mássica é posicionado na região (6) e deve ser posicionado entre as luvas para
realizar as medições de temperatura e de vazão volumétrica, as quais serão comparadas com as
obtidas pela bancada de teste mencionada neste parágrafo.
A tubulação tem um diâmetro de 100 mm sob todo o seu segmento, exceto, obviamente, no
tubo Venturi, onde há uma estrangulação proposital para a medição da vazão volumétrica do
sistema.

4.1 Cooler

O cooler (Figura 05) é de 12 V, de uso em corrente continua da fabricante Akasa modelo


DFS802512H S3S, com 2.4 W de potência. Como o Arduino suporta tensão com voltagens de no
máximo 5 V, fez-se necessário o uso de um divisor de tensão, para evitar que queime a entrada do
controlador (Arduino).

13
Figura 5. Cooler usado para emitir o sinal elétrico correspondente a vazão de ar.

4.2 Sensor de Temperatura

O sensor selecionado para o projeto foi o modelo DS12B20 com encapsulamento à prova
d’água, doravante referido somente como sensor, da fabricante MAXIM. O sensor é mostrado na
Figura 06. Segundo informações do fabricante, ele é capaz de operar em temperaturas entre
e , sendo que apresenta exatidão de na faixa de temperatura entre e .

Figura 6. Sensor DS12B20 da MAXIM, com encapsulamento à prova d’água.

O sensor trabalha com protocolo 1-Wire®, que permite que diversos sensores estejam
conectados através da mesma porta de comunicação. Cada sensor é identificado através de um
número de série de 64 bits. Sendo assim, um microcontrolador pode ser capaz de identificar o sinal
de cada sensor conectado à uma única porta.
O sensor também é capaz de operar sem fonte externa de potência, chamado de modo
parasita, sendo que a energia é, então, fornecida pelo barramento de dados. Este modo de operação,
diminui o número de fios utilizados, de três para apenas um, sendo especialmente desejável em
sistemas onde o sensor se encontra longe da placa de aquisição.
Entretanto, neste trabalho, essas duas últimas características do sensor não foram
aproveitadas neste trabalho, já que apenas um sensor é utilizado e se encontra a uma pequena
distância do microcontrolador. Porém, estas características podem ser úteis quando a sala de

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controle fique distante do local de medição, ou em futuras adaptações que se possa querer realizar
mais de uma medição de temperatura, tornando, assim, o aparato mais versátil.

4.3 LEDs Indicativos

Um sistema constituído de quatro LEDs de cores diferentes foi projetado, de modo que,
além da temperatura lida pelo sensor e apresentada na tela do computador, possa-se apresentar a
temperatura do escoamento de forma aproximada e de fácil leitura.
Os LEDs são dispostos conforme sua cor, sendo enfileirados de forma progressiva quanto ao
“calor” de cada cor. Os LEDs se acendem sucessivamente do azul ao vermelho, conforme a
temperatura lida. A faixa de temperatura em que cada LED se acende está definida na Tabela 01.

Tabela 1. Faixa de temperatura de atividade para os LEDs.

LED Temperatura de atividade (ºC)


Azul
Verde
Amarelo
Vermelho

O esquema elétrico de ligação dos LEDs pode ser visto na Figura 07.

Figura 7. Esquemático elétrico de ligação dos LEDs.

A Figura 6 mostra a sequência dos LED’s escolhida, como também os resistores necessários
e as portas do ARDUINO onde cada um dos sinais luminosos foi conectado para receberem o
comando do controlador conforme a temperatura do escoamento do ar.

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4.4 Aparato de Medição

Os materiais utilizados na confecção do aparato de medição estão listados na Tabela 02.

Tabela 2. Lista de materiais

Quantidade Material
01 Arduino UNO
01 Cano PVC 100 mm
01 Sensor DS18B20
01 Resistor 4,7 kΩ
— Fios coloridos (preto, azul e vermelho)
04 LEDs de Alto Brilho (azul, verde, amarelo e vermelho)
04 Resistores 560 Ω

O cano PVC servirá como módulo de medição, sendo independente da bancada da Figura 3,
porém facilmente encaixado entre as luvas de conexão da mesma. Três furos foram feitos na parede
do cano, de modo a passar os fios do sensor.

A Figura 08 mostra o esquema de ligação dos pinos do sensor e a Figura 09 apresenta como
ocorre a ligação entre o sensor e o ARDUINO.

Figura 8. Esquema de ligação dos pinos do sensor.

O sensor apresenta três pinos: (1) o terra, (2) entrada e saída de dados, (3) alimentação.
Observa-se a ponte com o resistor de 4,7 kΩ entre a comunicação digital e alimentação. Como
apresentado na Figura 08, o aterramento é feito na entrada GND do ARDUINO, o segundo pino faz
a comunicação entre o sensor e a entrada digital do ARDUINO e a alimentação de 5V, também
fornecida pela placa.
Esse esquema de conexão foi consultado por meio do datasheet do sensor de temperatura,
que recomendava o valor da resistência necessária e a forma de conecta-los.

16
Figura 9. Esquema de ligação entre ARDUINO e DS18B20.

A Figura 09 mostra, de forma simplificada, a ligação da placa de LEDs, com o sensor de


temperatura, o arduino, que por sua vez é conectado à um computador através de uma porta USB.
Para utilização do sensor, foi necessário a instalação de duas bibliotecas, a biblioteca do
sensor e a biblioteca do protocolo 1-Wire®. Além disso, escreveu-se o código para que o valor de
temperatura lido seja capaz de ativar os LEDs, conforme a Tabela 01.

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5 Resultados
Para validar os resultados, usou-se o sensor de temperatura e o ventilador para calibrar os
resultados de acordo com a bancada de testes do laboratório, para a temperatura do ar e a sua vazão
volumétrica.

5.1 Calibração da temperatura

Para a calibração da temperatura utilizamos o dispositivo com o sensor de temperatura e


comparamos a temperatura obtida pelo próprio sensor com a temperatura fornecida pelo PT100.
No teste em bancada foi disponibilizada a curva de operação do sensor PT100 de referência:

( )

Com um auxílio de um multímetro, foi possível medir o valor de resistência do PT100 e,


usando a equação para a temperatura do PT100, comparar as temperaturas medidas pelos dois
sensores, bem como a temperatura informada pelo aquecedor. A Tabela 03 mostra esses valores.

Tabela 3. Comparação entre valores medidos pelos sensores DS18B20 e PT100.

Taquecedor (ºC) TDS18B20 (ºC) RPT100 (Ω) TPT100 (ºC) |TDS18B20 - TPT100| (ºC)
29 30,56 112,55 30,90 0,34
29 30,06 112,30 30,26 0,20
29 29,87 112,24 30,10 0,23
34 34,19 113,89 34,32 0,13
38 37,56 115,30 37,92 0,36
38 37,75 115,24 37,76 0,02
38 38,56 115,50 38,43 0,13
44 42,00 116,80 41,75 0,25
43 42,69 117,00 42,26 0,42
51 49,31 119,60 48,90 0,41
51 49,88 119,80 49,41 0,46
51 50,06 119,90 49,67 0,39
51 50,13 119,90 49,67 0,46
Desligado 30,00 112,29 30,23 0,24
Desligado 29,49 112,09 29,72 0,23
Desligado 29,25 112,00 29,49 0,24

Pode-se ver que, apesar de bastante próximos, há discrepâncias de até 0,46ºC. Para calibrar o
sensor, fez-se então um ajuste de reta entre os valores de T DS18B20 e TPT100, resultando na relação
expressa na equação abaixo, com coeficiente de correlação R = 0,9998.

Onde TDS18B20 é a temperatura lida pelo sensor de temperatura DS18B20 e TCALIBRADO é a


temperatura corrigida.

18
5.2 Calibração da vazão volumétrica

Para a vazão volumétrica, utilizou-se um multímetro para mensurar a voltagem fornecida


pelo ventilador (cooler), comparando com a variação de pressão fornecida pelo tubo Venturi e
utilizando a Equação 4 para descobrir a vazão volumétrica do escoamento. A Tabela 04 mostra os
dados coletados durante o ensaio na bancada de testes do laboratório.

Tabela 4. Coleta de dados para calibração do sistema de vazão volumétrica.

Amostra Voltagem (V) h1 (mm) h2 (mm) Δh (mm) ΔP (Pa) Vazão


1 3,24 122 187 65 637,65 0,126061
2 2,95 126 183 57 559,17 0,118049
3 2,7 133 178 45 441,45 0,104889
4 2,38 136 174 38 372,78 0,096386
5 2,05 141 168 27 264,87 0,081247
6 1,7 145 165 20 196,2 0,069926
7 1,4 147 164 17 166,77 0,064469

É possível notar que a variação da pressão e a voltagem fornecida pelo ventilador são
proporcionais. Utilizou-se a ferramenta de ajuste de curvas do Microsoft Excel para se obter a curva
de calibração, que gera uma expressão da vazão volumétrica em relação da diferença de potencial
gerada pelo cooler. A curva é forçada a passar pelo ponto ( ̇ ), para não gerar resposta
sem escoamento.

0.14

0.12 Vvol= 0,0399V


Vazão Volumétrica [m³/s]

R² = 0,9911
0.1

0.08

0.06 Amostras
Reta de ajuste
0.04

0.02

0
0 1 2 3 4
Voltagem [V]

Figura 10. Curva de calibração entre a voltagem gerada pelo cooler devido ao escoamento e a vazão volumétrica do
escoamento.

A curva de calibração mostra a relação linear entre a vazão volumétrica e a voltagem


que o ventilador (cooler) fornece para o Arduino, Com uma correlação de 0,9911.

19
6 Conclusão

O equipamento desenvolvido ao longo deste trabalho foi capaz de realizar medições de


temperatura em um escoamento de ar aquecido de forma confiável e de baixo custo.
Já a medição de vazão volumétrica mostrou-se de obtenção mais trabalhosa. A necessidade
da calibração torna o equipamento pouco versátil, não podendo ser utilizado sem preparação prévia.
A configuração adotada é dependente de outro equipamento para medição de vazão volumétrica,
podendo a densidade do ar, então, ser estimada pela temperatura medida.
A escolha do ventilador de computador para medição da vazão volumétrica foi simples e
barata o suficiente, porém a escolha de um ventilador com dimensão diferente da canalização
acabou por provocar perda de carga além do que se julgou aceitável.

Referências Bibliográficas

MORAN, MICHEL J, SHAPIRO, HOWAR N. 2009. “Princípios de termodinâmica para


engenharia” Gen LTC, Rio de Jnaiero.

ROBERT W. FOX, ALAN T. MCDONALD, PHILIP J. PRITCHARD, 2010. “Introdução


à mecânica dos fluidos” LTC, Rio de Janeiro.

SCHNEIDER, P. S., 2012, “Medição de Pressão em fluidos.” Departamento de Engenharia


Mecânica, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. Disponível no site
http://143.54.70.55/medterm/pressaovazao.html.

SCHNEIDER, P. S., 2012, “Medição de Velocidade e Vazão de fluidos”. Departamento de


Engenharia Mecânica, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. Disponível no site
http://143.54.70.55/medterm/pressaovazao.html.

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