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tem que ser encarada de forma solene a digna, assim, "quem escolhe a profissão de
advogado deve ser probo. (...) Quem procura um advogado está quase sempre em
situação de angústia e desespero. Precisa nutrir ao menos a convicção de estar a
tratar com alguém acima de qualquer suspeita." (José Renato Natali - obra cit.)
Art. 4º. Não são permitidos ao advogado em qualquer publicidade relativa à advocacia:
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Especificamente com relação à atuação judicial dessa futura entidade, dois modelos básicos
foram sugeridos:
a) uma entidade composta por usuários da Internet dispostos a pagar uma pequena
mensalidade para contar com assessoria jurídica especializada quando necessário, de modo
similar a um convênio médico;
Art. 39. A celebração de convênios para prestação de serviços jurídicos com redução
dos valores estabelecidos na Tabela de Honorários implica captação de clientes ou
causa, salvo se as condições peculiares da necessidade e dos carentes puderem ser
demonstradas com a devida antecedência ao respectivo Tribunal de Ética e Disciplina,
que deve analisar a sua oportunidade.
Note-se que não importa se o “convênio jurídico” é oferecido por advogados ou por uma
associação específica: ambos são proibidos pelo Código de Ética e Disciplina, o que é
confirmado por outras decisões do mesmo Tribunal de Ética e Disciplina. Mais alguns
exemplos:
Além disso, o Tribunal de Ética e Disciplina também proíbe que ONGs ofereçam serviços
jurídicos a pessoas físicas, por mais nobres que sejam seus objetivos:
Com relação a respeito da advocacia gratuita, também conhecida como pro bono, o
problema pode ser sintetizado da seguinte forma: como regra, o advogado não pode
deixar de cobrar pelos serviços que presta. Pode parecer absurdo, mas ao atender pessoas
físicas gratuitamente, o advogado está sujeito a ser punido pelo Tribunal de Ética e
Disciplina da OAB de seu estado, ficando impedido de advogar por determinado tempo ou
até mesmo ter sua inscrição profissional cassada, sem poder voltar a exercer a profissão.
Em outras palavras, até o momento, ao menos para a OAB/SP, a advocacia pro bono para
pessoas físicas não é permitida no Brasil. Em razão disso, pessoas físicas sem recursos
financeiros devem ser necessariamente atendidas pela Defensoria Pública estadual, ou, em
São Paulo, pelos advogados inscritos no convênio da OAB/SP com a Procuradoria Geral do
Estado.
No Estado de São Paulo, a advocacia pro bono é permitida apenas quando os beneficiários
dos serviços jurídicos gratuitos são pessoas jurídicas sem fins lucrativos integrantes do
terceiro setor, reconhecidas e comprovadamente desprovidas de recursos financeiros, nos
termos da “Resolução pro bono” do Conselho Seccional de São Paulo da Ordem dos
Advogados do Brasil, aprovada em 19 de agosto de 2002, que diz o seguinte:
Artigo 2º – Os beneficiários da atividade pro bono devem ser pessoas jurídicas sem fins
lucrativos integrantes do terceiro setor, reconhecidas e comprovadamente desprovidas de
recursos financeiros, para custear as despesas procedimentais, judiciais ou extrajudiciais.
Parágrafo único – Os impedimentos constantes do caput deste artigo são extensivos a todos
os integrantes das sociedades de advogados prestadores da atividade pro bono, incluindo-se
os advogados contratados, prestadores de serviço, ainda que não mais estejam vinculados à
sociedade de advogados.
Artigo 5º – A atividade pro bono implica conhecimento e anuência prévia, por parte da
entidade beneficiária, das disposições desta resolução.
Ressalte-se que, no modelo da Resolução pro bono, apenas os interesses da entidade sem
recursos financeiros podem ser representados em juízo, e não os interesses de seus
membros. Ou seja, é possível atuar gratuitamente em defesa de uma ONG, pessoa jurídica,
mas não na defesa de seus membros, pessoas físicas, como destaca esta decisão:
C) soluções possíveis
Isso não significa, porém, que nada possa ser feito. Há consenso sobre a importância do
papel educacional de uma entidade como essa, e boa parte da atuação da EFF consiste
justamente em informar e educar o público em geral a respeito de notícias e questões
jurídicas e técnicas relacionadas à Internet, servindo de referência e orientação para evitar
problemas judiciais.
Além disso, qualquer advogado militante sabe que a advocacia pro bono para pessoas
físicas já é praticada no Brasil. É necessário, porém, acabar com o paradoxo que relega essa
atividade ao silêncio e à informalidade. A solução ideal é que a OAB permita,
expressamente, a advocacia pro bono para pessoas físicas no Brasil, dentro dos limites que
entender necessários para evitar a captação de clientela e a publicidade imoderada.
O Instituto Pro Bono vem batalhando para obter, junto ao Conselho Federal da OAB, a
adoção de uma resolução que regulamente a advocacia pro bono em âmbito nacional.
Todos os interessados nesse modelo devem pressionar a OAB nesse sentido.
Enquanto isso não acontece, além de contar com a defensoria pública ou com os advogados
ligados à Procuradoria Geral do Estado, blogueiros e ativistas podem se organizar para
apoiar financeiramente outros blogueiros e ativistas que necessitem de dinheiro para
contratar advogados especializados em questões ligadas à Internet, preferencialmente
aqueles que possam cobrar valores adequados à realidade econômica dessas pessoas,
sempre respeitados os parâmetros mínimos estabelecidos na tabela de honorários da OAB
de cada estado.
É muito importante, porém, que essa mobilização ocorra a tempo de possibilitar, em cada
caso, a melhor defesa possível, inclusive com a apresentação de eventuais recursos, de
forma a gerar bons precedentes que poderão ser utilizados em processos futuros, ou até
mesmo evitar a propositura de novas ações judiciais. Auxiliar a pagar uma indenização
judicial, apesar de ser um gesto solidário, não resolve o problema principal, que é a
necessidade de assessoria jurídica adequada e acessível.