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No dia 28 de julho de 1900, funda, com outros amigos, a “Oficina dos novos”,
na qual foi titular da cadeira n° 7 e matriculou-se com o nome de José Maranhão
Sobrinho, na antiga Escola Normal, em 1901. Tendo para isso obtido uma ajuda de uma
pequena bolsa de estudo, naquele tempo denominado pensão.
Ele volta a São Luís pela segunda vez em 10 de setembro 1908 e fica até 14 de
janeiro de 1910. A Academia Maranhense de Letras foi fundada em 10 de agosto de
1908, ou seja, quando Maranhão Sobrinho chegou já havia passado mais de um mês.
Mas, por força do dispositivo estatutário, ele é tido como um dos fundadores da AML,
porque muito trabalhou para sua criação.
Das muitas histórias facetas que sobre o poeta se tem difundido, a que envolve
um espancamento sofrido em Manaus, talvez seja a mais revoltante e controvertida. O
incidente fatídico ocorreu na Avenida Tarumã, bairro do Mocó, na madrugada do dia 13
de outubro de 1913 (o 13 sempre a prossegui-lo).
Depois da humilhação pública que sofrera, sua vida nunca mais foi a mesma.
Não frequentava mais os lugares habituais, os cafés, as tabernas, as rodas de amigos em
que discutia literatura e política. Consumia-o a saudade do lar paterno, da vida simples
do sertão que deixara aos vinte anos:
“E, empós as refregas da luta,
quando a morte se põe bem defronte da vida,
com a fronte entre as mãos, o bravo recruta
cismava, e, dentro d’alma, o quadro refazia
do sertão que deixara: a casa, entre juremas,
branca, de palha, vista ao descambar do dia,
quando escorre no azul a voz das seriemas
e o gado vem descendo a verde serrania,
mugindo, em direção do pátio dos currais;
o riacho a cantar monótono e sombrio
entre o verde esplendor de amplos canaviais
de soberbos pendões...