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ANÁLISE DE MERCADO

E S P E C I A L P E R S P E C T I VA S 2 0 1 4
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ANÁLISE DE MERCADO

ESPECIAL PERSPECTIVAS 2014


Análise realizada pela equipe Coinvalores
ANÁLISE DE MERCADO
ESPECIAL PERSPECTIVAS 2014
Análise realizada pela equipe Coinvalores
Sumário ANÁLISE DE MERCADO
ESPECIAL PERSPECTIVAS 2014

CONJUNTURA ECONÔMICA 6 MEIOS DE PAGAMENTOS E SERVIÇOS FINANCEIROS 46

CARTEIRA SUGERIDA “COMO FAZEMOS” 9 MINERAÇÃO 48

DESEMPENHO HISTÓRICO E ESTRATÉGIAS ADOTADAS 10 PAPEL E CELULOSE 50

PETRÓLEO 52
ESTRATÉGIAS ADOTADAS NO ANO DE 2013 11
PETROQUÍMICO 54
HISTÓRICO DE DESEMPENHO 12
PROGRAMAS DE FIDELIDADE 56
CARTEIRA DIVIDENDOS COINVALORES 14
SANEAMENTO BÁSICO 58

SAÚDE 60
SETORES
SEGUROS 62
AÇÚCAR - ÁLCOOL E AGRÍCOLA 16
SHOPPING CENTERS 64
ALIMENTOS 18
SIDERURGIA / METALURGIA 66
ALUGUEL DE VEÍCULOS E FROTA 20
TELECOMUNICAÇÕES E CALLCENTERS 68
AUTOPEÇAS 22
TI 70
AVIAÇÃO 24
VAREJO 72
BANCOS 26

BEBIDAS E FUMO 28 INDICADORES 74

BENS DE CAPITAL 30 NOSSOS PARCEIROS 75

CALÇADOS 32 EQUIPE COINVALORES 78

CONSTRUÇÃO CIVIL 34 EQUIPE COINVALORES – ANÁLISE 79

EDUCAÇÃO 36

ENERGIA ELÉTRICA 38

HIGIENE E BELEZA 40

INFRAESTRUTURA 42

MATERIAL DE CONSTRUÇÃO 44
Conjuntura Econômica ANÁLISE DE MERCADO
ESPECIAL PERSPECTIVAS 2014

2014: MELHORA DO AMBIENTE


EXTERNO E LIGEIRA RECUPERAÇÃO A China deverá apresentar moderada desaceleração no próximo ano, para um crescimento
mais próximo de 7%. Os pressupostos para este desempenho são: primeiro, que o impulso fiscal e
monetário no ano que vem será moderadamente negativo, uma vez que o governo vem mostrando
DA ECONOMIA BRASILEIRA desconforto com a aceleração recente da inflação e com a saúde fiscal dos governos locais.
Depois, o governo chinês dá sinais de que aproveitará a esperada melhora do ambiente
macroeconômico global para deslanchar reformas para deslocar o eixo dinâmico da economia do
investimento estatal para o consumo privado.
Durante a segunda metade de 2011 e boa parte de 2012, conviveu-se com o risco iminente de
ocorrência de um evento traumático na Europa, que poderia se originar a partir da saída de algum Passando para a economia doméstica, o PIB brasileiro deverá fechar 2013 com alta entre 2,3%
país da região e/ou de uma crise bancária sistêmica. Mas uma nova catástrofe financeira parece e 2,5%. Trata-se de uma variação bem inferior aos 3% a 3,5% esperados pelos analistas no
guardar, hoje, probabilidade bem pequena, dado que a política econômica criou uma série de começo deste ano. Desse modo, configura-se o terceiro ano consecutivo de desempenho fraco e
firewalls na Zona do Euro. Como resultado, os riscos de frustração da perspectiva de aceleração frustrante da economia brasileira, após a expressiva surpresa favorável observada em 2010 (com
da economia global de 2013 para 2014 parecem ser menores do que aqueles observados nos um crescimento de 7,5%, quase 2 p.p. acima das expectativas no começo daquele ano).
últimos três anos.
Embora os investimentos tenham surpreendido positivamente (pois devem encerrar o ano com
Além disso, o momentum de crescimento da atividade mundial é o melhor desde o começo de alta próxima a 7%, após recuo de 3,9% em 2012), houve frustração com o desempenho do
2011 e vem apontando para uma aceleração em boa parte dos países, sobretudo nos centrais. Os Consumo das Famílias, que deverá fechar 2013 com alta próxima a 2,5%, cerca de 1,5 ponto
principais destaques são os EUA, o Reino Unido e o Japão, mas a Europa também vem mostrando percentual abaixo da variação esperada no início deste ano (segundo o Latin Focus Consensus
sinais mais alvissareiros, depois de enfrentar quase dois anos consecutivos de retração. Forecasts). O desempenho das exportações também decepcionou, acompanhando o
crescimento anêmico das economias centrais e a desaceleração da China.
Também deverá ajudar na consolidação dessa perspectiva de aceleração da economia global o
fato de que o impulso fiscal será consideravelmente menos negativo no próximo ano Esta evolução do comércio exterior indica que é preciso considerar o desempenho da
comparativamente ao observado em 2013 (e mesmo em 2011 e 2012). O exemplo dos EUA, a economia mundial para aquilatar as razões do crescimento fraco do PIB doméstico no período
maior economia do mundo, é elucidativo: enquanto o PIB norte-americano como um todo deverá recente. De fato, o PIB mundial seguiu um script parecido com o do PIB brasileiro nos últimos anos:
crescer cerca de 1,7% neste ano de 2013, quando se exclui do cômputo o gasto do governo (que, em meados de 2011, a expectativa de boa parte dos analistas era de que o PIB mundial (sob a
no caso dos EUA, inclui também as despesas de investimento), o crescimento da economia métrica do FMI) cresceria na faixa de 4% a 4,5% a.a. entre 2011 e 2013, mas o crescimento efetivo
daquele país já está hoje na faixa de 3% a 3,5%. Ou seja: sair de um crescimento pouco inferior a foi de 3,9% em 2011 e de 3,2% em 2012, devendo fechar 2013 em 3% (projeção mais recente da
2% em 2013 para algo na faixa de 2,5% a 3% em 2014 corresponde apenas a manter o ritmo atual LCA). Houve uma frustração até mesmo quando se considera a expectativa de consenso para o
do setor privado, mas com o governo exercendo uma influência menos negativa. PIB global feita no começo de 2013, que era de uma alta próxima a 4%.
Com relação aos riscos políticos/fiscais que pairam sobre a economia dos EUA, é importante Nesse contexto, também devemos considerar o cenário para a economia internacional no
destacar que republicanos e democratas chegaram recentemente a um acordo sobre os próximo ano antes de avaliar o desempenho prospectivo da economia brasileira. Embora o Brasil
orçamentos dos anos fiscais de 2014 e 2015 – primeiro pacto celebrado entre os dois partidos seja uma economia relativamente fechada, o grau de abertura doméstico se elevou bastante nos
desde 2009. Isso já reduz bastante o risco de aumento de incerteza decorrente desse aspecto, últimos anos, deixando nossa economia cada vez mais exposta aos ciclos de negócios da
embora ainda seja necessário que os partidos cheguem a um acordo sobre o aumento do limite de economia internacional. E tendo como pano de fundo a perspectiva de aceleração do crescimento
endividamento do governo (o que precisa ser feito até o começo de fevereiro). Soma-se a isso a da economia global (puxado pelas economias centrais, como destacado acima), seria de se
reação relativamente positiva dos mercados ao início do tapering (programa de recompra de ativos esperar uma aceleração do PIB brasileiro de 2013 para 2014.
por parte do Fed, anunciado no dia 18 de dezembro), que teve efeito praticamente neutro sobre a
volatilidade e os preços dos ativos norte-americanos e globais. Assim, seguimos projetando uma ligeira aceleração do crescimento doméstico no ano que vem
– em boa medida empurrada por uma melhora moderada do ambiente internacional, mas também
Na Europa, a autoridade monetária dá mostras de estar pronta para agir mais agressivamente contando com alguma diluição de elementos domésticos de incerteza – como os associados à
para impulsionar o crescimento econômico. O juro nominal já foi reduzido a quase zero ao longo do disputa eleitoral e também à ameaça de rebaixamento do rating soberano pelas agências de
último ano, e outras medidas para dar suporte ao crescimento estão engatilhadas. De qualquer classificação de risco. Com efeito, nossa expectativa é de que o Brasil vá crescer 2,5% em 2014.
modo, o impulso fiscal na região deverá ser bem menos negativo em 2014, o que, combinado com Ainda assim, a “sensação térmica” deverá ser de uma atividade mais fraca, com o Consumo das
um crescimento mais forte dos EUA, deverá impulsionar a economia europeia (que é bastante Famílias também repetindo o crescimento morno de 2013 (próximo de 2,5%). Pesam contra uma
dependente do comércio exterior). aceleração mais relevante do consumo familiar o reajuste real modesto do salário-mínimo, bem

6 7
Conjuntura Econômica Carteira Sugerida

COMO FAZEMOS A CARTEIRA SUGERIDA


como o aperto da taxa básica de juros que vem sendo colocado em prática pelo BC, além do A carteira sugerida foi criada em Setembro de 2001, com o objetivo de agregar valor às
término de vários estímulos temporários ao consumo (sobretudo o IPI reduzido nos automóveis atividades do departamento e aumentar o leque de produtos oferecidos aos nossos clientes.
novos). Em contraponto, o consumo deverá ser sustentado pela perspectiva de elevação menos
intensa dos preços dos alimentos, pelos efeitos do programa Minha Casa Melhor (introduzido em Atravessávamos um período conturbado, marcado pelo estouro da bolha da Internet, por um
meados de 2013) e pelos impactos da realização da Copa do Mundo sobre alguns segmentos processo de recessão nos EUA e em diversos países no mundo, inclusive no Brasil. Aliás,
(como linha marrom, bebidas e serviços de alojamento e alimentação). começávamos a sofrer os nefastos efeitos da crise energética que teve impacto direto no mau
desempenho da economia no período (o país cresceu pífios 1,3% em 2001 contra 4,3% em 200).
Especificamente sobre o mercado cambial doméstico, não está prevista nenhuma Nossos “hermanos” estavam às voltas com a maior crise econômica desde a implantação da
desvalorização adicional relevante de nossa moeda em resposta ao anúncio da desaceleração do estabilização monetária dos anos 90. E para testar ainda mais a nossa compreensão e aprendizado,
programa de relaxamento quantitativo do Fed. A acomodação cambial é fator que ajudará a manter passamos por uma das mais devastadoras crises financeiras da história que eclodiu em 2008 e
a inflação doméstica correndo abaixo do teto da meta. Nessas circunstâncias, a menos que queira cujos efeitos vem se estendendo ao longo dos últimos anos de forma ainda consistentes sobre as
acelerar a convergência da inflação para o centro da meta, o Banco Central deverá elevar a taxa economias centrais.
básica Selic para 10,25% ao ano ou pouco mais – o que levaria a política monetária a terreno
apenas ligeiramente restritivo –, e mantê-la neste patamar ao longo de todo ano de 2014. Entre os abalos das crises e as recuperações econômicas, completamos 12 anos de carteira
sugerida comemorando uma rentabilidade acumulada de 2.666,12% contra o Ibovespa que
apresentou 274,32%. Já no ano de 2013 fechamos dez/13 apresentando rentabilidade de -2,2%
contra -15,5% do IBOVESPA no mesmo período. Aliás, cabe utilizar este espaço para esclarecer
como é feito o processo de escolha desta carteira sugerida.
Primeiramente, discutimos o desempenho da carteira sugerida do mês que se encerra o
Fernando Sampaio¹ e Thovan Tucakov² cenário traçado, os papéis sugeridos, enfim, a estratégia que foi adotada. Importante sempre,
¹Diretor de Macroeconomia e sócio da LCA Consultores. Economista formado pela FEA-USP, com pós- independentemente dos acertos, aprender com os erros para tentar ao menos evitá-los. Não custa
graduação pela Unicamp. Tem mais de 20 anos de experiência em análise econômica, foi editorialista da lembrar que a carteira sugerida faz parte da Analise de Mercado Mensal, compondo o corpo deste
Folha de S.Paulo e colunista da Gazeta Mercantil e do Jornal do Brasil. trabalho que é divulgado e divulgado até o 3º dia útil do mês. Só podemos fazer as alterações na
carteira durante este período. Vale ressaltar que, a carteira sugerida é apenas um portfólio de
²Graduado em Economia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e mestre pela referência para o investidor em ações, não se trata de uma carteira real administrada pelos
FGV-EESP, atua na área Macroeconomia da LCA Consultores. analistas da corretora e nem poderia ser diferente.
Mensalmente, realizamos teleconferências com economistas de consultorias contratadas e
posteriormente, com base nos cenários abordados, realizamos um comitê no último dia útil para
discutir sobre a agenda corporativa para o mês e avaliamos os principais itens da pauta macro e
micro econômica de forma a traçarmos cenário base para o período. Definido o cenário base,
enquadramos os setores que devem ser beneficiados pela conjuntura econômica projetada.
Posteriormente, fazemos a escolha das companhias que tendem a se destacarem setorialmente
frente as seus pares diante de determinada conjuntura. Esta é a chamada analise top down (de
cima para baixo). No caso da carteira sugerida, eventualmente, praticamos a chamada análise
bottom-up (de baixo para cima), utilizando projeções recentes que elaboramos.
Nós decidimos os pesos dos papéis na carteira pelo risco que estes representam em maior
medida que o retorno projetado para estas ações. A experiência da equipe foi e é de fato o maior
trunfo para a boa performance ao longo dos anos.

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Desempenho Histórico ANÁLISE DE MERCADO
ESPECIAL PERSPECTIVAS 2014

DESEMPENHO HISTÓRICO E ESTRATÉGIAS ADOTADAS ESTRATÉGIAS ADOTADAS NO ANO DE 2013


Ao longo destes doze anos, grandes adversidades No intuito de incorporar os aspectos conjunturais, Num ano de diminuição das tensões nos EUA e notícias positivas e negativas para o Brasil. Positivas
afetaram a trajetória da economia mundial, sobretudo nossa estratégia amparada no cenário macroeconômico Zona do Euro, incertezas sobre as economias em porque representa a recuperação do segundo maior
as crises nos países desenvolvidos. Dessa maneira, a para suportar as escolhas de papéis para a carteira desenvolvimento e a leniência na condução de reformas parceiro do Brasil, em termos de fluxo comercial.
volatilidade tem marcado presença e o mercado de (analise Top Down) se mostrou adequada na maioria das na “janela” da crise trouxeram desconfianças. Em linhas Negativas porque o noticiário de diminuição de
capitais brasileiro passou por oscilações que, em vezes. Principalmente em tempos de crise, nossa carteira gerais, não se criaram expectativas sobre os países estímulos representou valorização dos títulos públicos
alguns meses foram de expressiva alta e em outros de apresentou desempenho bastante satisfatório ante o desenvolvidos, enquanto que no mundo emergente dos EUA (pela expectativa futura de aumento de juros),
abruptas quedas. Ibovespa, como podemos observar no gráfico abaixo. “entusiasmo” é (ou era) a palavra de ordem. também conhecidos como os mais seguros do mundo.
O fato é que, enquanto os EUA apresentaram Em meio a tal dinâmica, o Brasil trilhou um caminho
indícios (ainda que divergentes) de recuperação e a Zona inóspito, ao “descuidar-se” de aspectos cruciais como
do Euro nenhuma novidade estarrecedora, nas a responsabilidade fiscal e condução de reformas
economias emergentes as reduções de previsão de infraestruturais, que podem em última instância se
crescimento viraram rotina. Convenhamos que a traduzir em contundente impacto para a imagem e
frustração para com os emergentes teve duplo efeito confiabilidade do país.
nessa interação de expectativas. Primeiro, reduziu-se o
Coinvalores Ibovespa À luz desse cenário, nossas estratégias se
otimismo e por consequência disso a aversão ao risco
traduziram em recomendações de companhias com
guiou os fluxos financeiros.
menor risco e maior estabilidade de resultados e,
Notoriamente os EUA, ora com o histórico embate sobretudo, bons fundamentos. Tal leitura micro e
Novembro 2010 entre Democratas e Republicanos, ora com as macroeconômica pode ser observada em nossa
Coin - 0,46%
Ibov - 4,20%
discussões sobre a redução dos estímulos monetários carteira recomendada, que apresentou desempenho
3000% Consumo 17%
em meio à retomada econômica, esteve no cerne das mais favorável que o IBOVESPA.
Outubro 2008
Coin - 20,68% Bancos 16%
Ibov - 24,80% Mineração 12%
Julho 2002
Construção 10%
Coin - 3,53%
Petróleo 18% Energia 10%
2500% Ibov - 12,36% Julho 2004
Mineração 16% Petróleo 7%
Coin + 12,30%
Telecon 21% Ibov + 5,62% Bancos 15% Outros 28%
Coinvalores Ibovespa
Petróleo 20% Energia 15%
Mineração 13% Siderurgia 12% Siderurgia 5%
2000% Siderurgia 4% Petróleo 10% Telecom 4%
Outros 42% Energia 10 % Outros 27%
Mineração 10% 6,00%
Telecom 8% 5,16%
1500% Bancos 5%
4,65%
Outros 45% 4,36%

4,00% 3,68% 3,66%


1000% 3,25%

2,00% 1,64%
500% 1,25% 1,25%

0% 0,00%

-0,78% -0,67%
-500% -1,52% -1,59%
- 2,00% -1,58%
Setembro
Novembro
Janeiro (02)
Março
Maio
Julho
Setembro
Novembro
Janeiro (03)
Março
Maio
Julho
Setembro
Novembro
Janeiro (04)
Março
Maio
Julho
Setembro
Novembro
Janeiro (05)
Março
Maio
Julho
Setembro
Novembro
Janeiro (06)
Março
Maio
Julho
Setembro
Novembro
Janeiro (07)
Março
Maio
Julho
Setembro
Novembro
Janeiro (08)
Março
Maio
Julho
Setembro
Novembro
Janeiro (09)
Março
Maio
Julho
Setembro
Novembro
Janeiro (10)
Março
Maio
Julho
Setembro
Novembro
Janeiro (11)
Março
Maio
Julho
Setembro
Novembro
Janeiro (12)
Março
Maio
Julho
Setembro
Novembro
Janeiro (13)
Março
Maio
Julho
Setembro
Novembro

-1,85% -1,95% -1,87% -1,86%


-2,10%

-3,27%
- 4,00%
-3,91%
-4,30%
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

PIB 1,30% 2,70% 1,20% 5,70% 3,20% 3,80% 5,40% 5,10% 0,20% 7,50% 2,70% 2,30%* 2,50%* - 6,00%

- 8,00% -7,56%

Risco Lula Colapso do Bear Steams S&P 1ª Mulher Presidente no Brasil


Inflação Americana e Fitch eleva Brasil a grau
Risco Brasil 2515p de investimento Olimpiadas 2016 no RJ - 10,00%
Tsunami Tailândia Início de aumento da
Dólar a R$ 4,00 Copa do Mundo Brasil2014
tx de juros americana Agravamento da crise
Eleição Presidencial financeira PIB: 7,55%*
-11,31%
- 12,00%
Projeção (*) Coinvalores. Janeiro (13) Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro

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Histórico de Desempenho ANÁLISE DE MERCADO
ESPECIAL PERSPECTIVAS 2014

DESEMPENHO DO PORTFÓLIO
DE DEZEMBRO E ÚLTIMOS 12 MESES DESEMPENHO EM DEZEMBRO
Oscilação Mensal Acumulado Carteira COTAÇÃO
Empresa Código Peso
Período Coinvalores Ibovespa Dif. Coinvalores Ibovespa Coinvalores Ibovespa 30/11/2013 30/12/2013 %
Janeiro (13) -1,85% -1,95% 0,10% 2676,60% 334,30% -1,85% -1,95% AMBEV S/A ON ABEV3 6% 17,56 17,32 -1,37%
Fevereiro -1,58% -3,91% 2,33% 2632,81% 317,32% -3,40% -5,79% BEMATECH ON NM BEMA3 6% 7,84 9,21 17,47%
Março -2,10% -1,87% -0,23% 2575,46% 309,53% -5,43% -7,55% CETIP ON NM CTIP3 6% 25,42 24,2 -4,82%
Abril 1,25% -0,78% 2,03% 2608,86% 306,32% -4,25% -8,27% COSAN ON NM CSAN3 6% 43,00 39,58 -7,95%
Maio -0,67% -4,30% 3,63% 2590,71% 288,85% -4,89% -12,22% DURATEX ON NM DTEX3 6% 13,54 13,15 -2,89%
Junho -7,56% -11,31% 3,75% 2387,42% 244,89% -12,07% -22,14% ECORODOVIAS ON NM ECOR3 6% 14,73 14,8 0,48%
Julho 1,25% 1,64% -0,38% 2418,64% 250,53% -10,97% -20,87% EZTEC ON NM EZTC3 8% 30,95 29,14 -5,85%
Agosto 5,16% 3,68% 1,47% 2548,50% 263,45% -6,38% -17,95% GERDAU PN N1 GGBR4 6% 18,00 18,34 1,89%
Setembro 3,25% 4,65% -1,41% 2634,50% 280,36% -3,34% -14,13% ITAUUNIBANCO PN N1 ITUB4 5% 32,73 31,3 -4,28%
Outubro 4,36% 3,66% 0,70% 2753,80% 294,30% 0,88% -10,99% KROTON ON NM KROT3 6% 39,5 39,26 -0,73%
Novembro -1,52% -3,27% 1,75% 2710,71% 281,41% -0,65% -13,90% MAGAZ LUIZA ON NM MGLU3 5% 58,40 7,55 -10,12%
Dezembro -1,59% -1,86% 0,10% 2666,04% 274,32% -2,2% -15,50% METAL LEVE ON NM LEVE3 6% 27,35 27,4 0,19%
MILLS ON NM MILS3 6% 31,25 33 5,60%
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 PETROBRAS PN PETR4 6% 19,12 17,08 -10,67%
Coinvalores 7,87% 22,83% 132,06% 63,14% 26,88% 50,49% 51,97% -41,79% 94,17% 20,87% -2,06% 44,60% -2,22% ULTRAPAR ON NM UGPA3 6% 58,03 55,95 -3,58%
Ibovespa -1,34% -17,01% 97,35% 17,81% 27,72% 32,93% 43,65% -41,22% 82,65% 1,04% -18,11% 7,40% -15,50% VALE PNA N1 VALE5 10% 32,79 32,73 -0,18%
100%

Performance Dezembro Performance 2013 Performance 2001* - 2013 Rentabilidade Coinvalores = -1,59%
Ibovespa = -1,86%
-1,45%
Coinvalores Ibovespa
0%
Coinvalores Ibovespa
3000,00%
Coinvalores Diferença = 0,10%
2666,04%
-1,50% - 2,0%
-2,2% 2500,00%
-1,55% - 4,0% Desempenho dos Papéis em Dezembro/2013
-1,60% - 6,0% 2000,00%
-1,59%
-1,65% - 8,0% 20,00%
1500,00% 17,47%
-1,70% - 10,0%

1000,00% 15,00%
-1,75% - 12,0%

*Setembro de 2001
-1,80% - 14,0% Ibovespa
500,00% 10,00%
274,32%
-1,85% - 16,0% -15,5%
-1,86%
-1,90% 0,00% 5,60%
- 18,0%
5,00%
1,89%
0,48% 0,19%
Performance Acumulada - Portfólio Coinvalores x Ibovespa Coinvalores Ibovespa 0,00%
-0,73% -0,18%
-1,37%
160% -2,89%
-3,58%
-5,00% -4,82% -4,28%
140% 132,06% -5,85%

120% -7,95%
-10,00%
97,35%
-10,12% -10,67%
100% 94,17%
82,65%
80%
-15,00%
63,14%
60% 51,97%
50,49% 44,60%

AMBEV S/A ON

BEMATECH ON NM

CETIP ON NM

COSAN ON NM

DURATEX ON NM

ECORODOVIAS ON NM

EZTEC ON NM

GERDAU PN N1

ITAUUNIBANCO PN N1

KROTON ON NM

MAGAZ LUIZA ON NM

METAL LEVE ON NM

MILLS ON NM

PETROBRAS PN

ULTRAPAR ON NM

VALE PNA N1
43,65%
40% 32,93%
26,88% 27,72%
22,83% 20,87%
20% 17,81%
7,87% 7,40%
1,04%
0%
-1,34% -2,06% -2,22%
-20% -17,03% -15,49%
-18,11%

-40%
-41,79%
-41,22%
-60%
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 13
12
Carteira Dividendos Coinvalores ANÁLISE DE MERCADO
ESPECIAL PERSPECTIVAS 2014

ESTRATÉGIA ADOTADA NO ANO DE 2013


DESEMPENHO HISTÓRICO DA CARTEIRA DE DIVIDENDOS PARA A CARTEIRA DE DIVIDENDOS.
A Carteira de Dividendos Coinvalores consiste na da Coinvalores em outras carteiras. É importante Em Dezembro, o Portfólio Dividendos Coinvalores alta de 9,29% e 8,06%, respectivamente. O papel
indicação de cindo papéis de companhias com elevada ressaltar que sua performance poderá ser abaixo dos apresentou desempenho abaixo do IBOVESPA, com que se destacou como a maior alta mensal no ano
projeção de dividend yield (é o retorno anual que o principais benchmarks, quando é analisada através da baixa de 3,21%, contra a performance também foi a Cielo, com 13,45% de alta em outubro.
investidor receberia em forma de dividendo ou JCP se evolução dos preços das ações sugeridas, pois o foco é negativa de 1,86% do Índice da Bolsa de São Paulo.
Foi um ano bastante conturbado, com notícias
fosse comprar a ação ao preço de mercado), satisfatória alcançar rentabilidade através de dividendos e/ou Ainda assim, nossa Carteira Dividendos fechou o ano
negativas principalmente no âmbito doméstico e com
liquidez, presença mínima de 80% de mercado e distribuição de juros sobre capital próprio. Porém, a com queda de 8,62%, contra queda de 15,5% do
os dados norte americanos trazendo também
histórico de boa pagadora de dividendos. Nosso objetivo Carteira Dividendos Coinvalores apresenta perfil com principal índice da Bolsa paulista.
volatilidade, ainda que com pano de fundo positivo.
é propiciar aos nossos clientes um portfólio que garanta a menor risco, tendo em vista sua composição
Esse desempenho bastante superior ao índice Para 2014, ano de Copa, mas também ano de eleição,
distribuição dos dividendos, juros sobre capital próprio e caracterizada por companhias mais maduras e com
denota o perfil mais defensivo da carteira, apesar de podendo, talvez, ocorrer mais manifestações,
bonificações sem, contudo, referenciar seu desempenho elevada geração de caixa.
alguns meses de varação mais forte que o índice. esperamos grandes volatilidades, mais nervosismo
aos principais benchmarks do mercado.
Vale lembrar, que a Carteira Dividendo Coinvalores é Mesmo com esse perfil defensivo, tivemos alguns nos mercado, e nesses momentos, empresas sólidas,
A Carteira será avaliada e sofrerá alterações apenas um portfólio de referência para o investidor em papéis com destacadas altas dentro dos meses, foi previsíveis, com boa distribuição de proventos, tendem
mensalmente quando for o caso, entretanto, destacamos ações, não se trata de uma carteira real administrada o caso de Arteris e Metal Leve já em janeiro, com a se destacar.
que as indicações podem não coincidir com as pelos analistas da corretora e nem poderia ser diferente.
recomendações da Equipe de Análise de Investimentos
Carteira Dividendos Coinvalores
Tabela Cotação
Histórico Desempenho Empresa Código Peso 30/11/13 30/12/13 %
GRENDENE ON NM GRND3 20% 18,29 18,09 -0,2%
Carteira do Ano Ibovespa do Ano CDI do Ano
VALID ON NM VLID3 20% 36,60 32,20 -2,4%

10,00% GERDAU MET PN N1 GOAU4 20% 22,70 23,40 0,6%


8,06% AES TIETE PN GETI4 20% 20,03 19,09 -0,9%
5,00% 4,55%
AMBEV S/A ON ABEV3 20% 17,56 17,32 -0,3%
0,59%
0,00%
-1,95% Desempenho dos Papéis em Dezembro
-5,00% 3,08%
-8,62%
-10,00%
-1,9% -1,37%
-15,00% -15,50%
-4,67%
-20,00%

-25,00% -12,02% Gerdau


Grendene Valid Matelurgia AES Tietê Ambev
Abril
Janeiro

Fevereiro

Março

Maio

Junho

Julho

Agosto

Setembro

Outubro

Novembro

Dezembro

Performance Portfólio Dividendos Carteira Coinvalores Performance Dezembro/13


Coinvalores - Dezembro/13
Portfólio Coin -3,21% Ibovespa -1,86%
1,0%

0,5% 0,8%
Histórico de desempenho da Carteira Dividendos 0%

-0,5%
PORTFÓLIO
IBOVESPA CDI
-1,0% -1,9%
DIVIDENDOS
COINVALORES -1,5% -3,2%
-2,0%
Dezembro -3,2% -1,9% 0,8%

29/nov/13
01/dez/13
03/dez/13
05/dez/13
07/dez/13
09/dez/13

13/dez/13
15/dez/13
17/dez/13
19/dez/13
21/dez/13
23/dez/13
25/dez/13
27/dez/13
29/dez/13
-2,5%

11/dez/13
Acumulado no Ano -8,6% -15,5% 8,1% -3,0%

-3,5% Coinvalores Ibovespa CDI

14 15
Açúcar - Álcool e Agrícola

A princípio, a expectativa de bater o recorde na moagem de cana-de-açúcar, sobretudo na região Contudo, a safra de 2014 – 2015 também deverá ser mais voltada para a produção de etanol,
Centro-Oeste, pode trazer a sensação de que as coisas começam a melhorar. Todavia, o cenário em basicamente, por conta da perspectiva de ao menos mais um aumento no preço da gasolina, dando
2013 se encerra tão complicado quanto começou. espaço para elevação do preço do biocombustível. No entanto, a falta de grandes investimentos nos
canaviais associada às incertezas já citadas com relação ao mercado norte americano devem culminar
Tal crescimento no nível de moagem, com relação à safra 2012 – 2013, se deu basicamente em
num crescimento anêmico.
função do aumento de produtividade agrícola, decorrente do canavial mais jovem e da melhor condição
climática observada. Entretanto, enquanto a produção de açúcar avançou em linha com as Segundo dados da Tendências Consultoria, a produção de biocombustíveis deve avançar 1,9%
expectativas, com alta de 0,66% até dezembro segundo os números da União da Indústria de Cana-de- enquanto que a produção de açúcar deve aumentar 1,2%, principalmente por conta da taxa menor de
Açúcar (UNICA), a qualidade ficou para trás, dado que o Açúcar Total Recuperável (ATR) se reduziu a renovação dos canaviais neste ano. Já para a moagem total de cana-de-açúcar no mercado doméstico
níveis históricos em virtude da maior incidência de chuvas e de geadas em algumas regiões, a consultoria projeta um crescimento de meros 0,2% em 2014.
pressionando ainda mais a rentabilidade do setor.
Nesse contexto, além de buscar a recomposição de rentabilidade através de ganhos de eficiência,
Já em termos de produção de etanol, o crescimento até dezembro, ante o mesmo período da a indústria sucroalcooleira deverá realizar o planejamento necessário para investir em mecanização,
safra 2012/13 foi de 18,97% segundo dados da UNICA. Soma-se a isso a queda nas exportações e pois, ano que vem é o último de colheita manual autorizada. Em suma, as perspectivas serão
temos um crescimento recorde na oferta de etanol para o mercado interno, com 4,53 bilhões de litros desafiadoras, e as companhias deverão continuar buscando ganhos de eficiência para se sobressair
na safra 2012/13. Dentre os fatores que impulsionaram essa expansão, podemos destacar o nesse contexto.
aumento da mistura de 20% para 25% de etanol anidro a gasolina (a partir de primeiro de maio), a
desoneração de PIS – COFINS sobre a venda do etanol no mercado doméstico e também pelo Já com relação à produção agrícola, segundo a décima primeira estimativa da safra nacional de
aumento no preço da gasolina. cereais, leguminosas e oleaginosas (vegetais com óleos e gorduras que podem ser extraídos), de 2013,
realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE a evolução da safra do referido ano,
Vale comentar que esse acréscimo na oferta de etanol gerou benefícios significativos para a matriz frente ao ano anterior será da ordem de 15,4%, também por conta da expansão da área plantada, como
de combustíveis no país e para a balança comercial do país, em razão da menor importação de ilustrado no gráfico abaixo.
gasolina. Contudo, uma série de fatores, como por exemplo, a geada em algumas regiões e inflação de
custos, exerceu forte pressão nas margens e culminaram em queda de rentabilidade. Segundo dados

Milhares
do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – CEPEA até novembro de 2013 a receita das 75.000 72.649
usinas de São Paulo advindas da venda de etanol e açúcar estiveram 9,21% menor do que a obtida no 70.000
mesmo período da safra passada. 65.000
69.677

60.000
Faturamento da safra observado até set/2013 Área Plantada 55.000
Faturamento médio das unidades produtoras de SP (R$/ ton. cana)
50.000

114,90 45.000
109,76 Área Colhida 40.000
97,93

10
03

09

13
00

08
01

06
02

12
04

11
05

07
83,86

20
20
20

20

20
20

20
20

20
20

20
20
20

20
65,70 Fonte: IBGE

Para 2014, contudo, o prognóstico realizado pelo IBGE indica manutenção da safra em
comparação com a prevista para 2013. Em termos de culturas, em razão do preço mais elevado da soja
2009/10 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 ao longo de 2013, deve ocorrer migração de culturas entre alguns produtores Diante do balanço
internacional de oferta e demanda mais folgado para grande parte dos grãos, como soja e milho, e da
Fonte: Consecana/Única. Nota: Os valores acima expressos são nominais perspectiva de uma safra relativamente estável em 2014, não temos grandes perspectivas em termos
Não obstante, a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) estuda reduzir as de variação de preços, com exceção da soja, que deve continuar valorizada.
metas obrigatórias de uso de biocombustíveis no país. Tal proposta deixa o ambiente ainda mais
Inegavelmente, o Brasil tem condições de manter lugar de destaque no cenário mundial de
nebuloso para a indústria sucroalcooleira, uma vez que se aprovada a medida vai reduzir
produção de alimentos ao longo dos próximos anos, destacadamente por conta de questões climáticas
significativamente o volume de exportações de etanol do Brasil.
(abundância de chuva e sol), tecnologias desenvolvidas, abundância de terras para cultivo, boa
qualidade de solos e topografia plana. Adicionalmente, o plano Agrícola e Pecuário 2013/2014 reforça o
contexto positivo em termos de perspectivas para produtores e para o setor.

16 17
Alimentos

O setor de alimentos vem atravessando um momento de forte consolidação, motivado pelas Já as exportações brasileiras vêm se elevando, com previsão de encerrar o ano com 3,9 milhões de
dificuldades impostas à diversas companhias diante de uma conjuntura adversa interna e toneladas de carne de frango embarcadas ao exterior.
externamente. Neste cenário, as empresas que mais se destacam, são aquelas que têm escala e E para 2014, as previsões da União Brasileira de Avicultura (Ubabef) ainda são modestas para o
que são eficientes em tecnologia. Estes fatores são pré-requisitos para rentabilizar o negócio, segmento de frango, todavia, deverá haver crescimento de 4% na produção, atingindo 12,3 milhões de
principalmente neste momento de mercado onde a concorrência tem se mostrado cada vez toneladas. Os embarques deverão crescer entre 2% e 3% em volume e, no mínimo, 3% em receita. Esta
mais agressiva. melhora advém do câmbio que deverá continuar beneficiando as vendas externas, além disso, há a
O mercado de carne bovina está enfrentando estes desafios, mas vem conseguindo ter bom previsão de que a China deverá aprovar a importação de carne de frango de mais plantas
desempenho por conta da demanda externa. Internamente, tem a vantagem do ciclo do gado favorável, processadoras do Brasil. Também há otimismo do segmento com a possibilidade de abertura do
maior quantidade de gado para o abate com preço da carne elevada, em detrimento a outros mercado paquistanês e com a estabilização das vendas para Venezuela e Irã.
concorrentes internacionais. Destacamos que o ambiente mais apertado no mercado externo vem do O segmento de lácteos e alimentos processados vêm sendo favorecido pelo aumento da renda.
lado da oferta mundial de carne vermelha, uma vez que os Estados Unidos, Europa e Austrália Entretanto, aquelas empresas que têm maiores escalas, estão se sobressaindo e ganhando market
continuam passando por situações adversas, relacionadas à seca e à elevação do preço dos grãos, share. Vale destacar que o segmento de lácteos é extremamente pulverizado. O grande problema de
além da redução drástica do rebanho e as retiradas de subsídios governamentais. alguns produtores é a qualidade do produto (devido alguns problemas sanitários). Desta forma,
Para 2014, quando olhamos o desempenho macroeconômico no mercado interno, ficamos esperamos grandes movimentos de aquisições possam acontecer em 2014.
desanimados, pois as premissas indicam aumento da inflação, que acaba afetando negativamente a E para os alimentos processados, estes têm grandes chances de continuar em alta. O consumo
renda real da população. Do lado microeconômico, o aumento da produção e da competitividade de nacional de alimentos processados tem aumentado a uma taxa de 6% ao ano, bem acima da média
proteínas concorrentes (frango e suíno) acabam arrefecendo as vendas internas, que só não serão esperada para o PIB. Este crescimento está associado ao aumento da renda e as mudanças de hábitos
piores por conta dos eventos “incentivadores” (Copa do Mundo e Eleições) e também a alteração da da população. Segundo uma consultoria internacional, o consumo brasileiro deste segmento deve ser
pirâmide social, onde mais pessoas estão propensas a gastar com produtos mais sofisticados e caros ampliado em quase 40% até 2020. Nas cidades pequenas e médias pode se esperar um salto de
(que é o caso da carne vermelha). consumo. Espera-se que de cada R$ 10 de ampliação dos gastos, R$ 6 serão gastos com o consumo de
Já o cenário para o mercado externo, continua favorável. Destacamos que as dificuldades alimentos fora de casa, devendo vir dos centros com até 500 mil habitantes, já nas cidades menores de
enfrentadas pelos concorrentes, deve permanecer em 2014. Além disso, alguns fatores irão contribuir até 20 mil habitantes a taxa é ainda maior, ficando em média R$9,60 anual.
para o crescimento: i) possibilidade de abertura dos mercados dos EUA e Indonésia para a compra de Agora no que se refere ao setor de biscoitos e massas também existe espaço para movimentos de
carne brasileira; ii) provável queda do embargo da Rússia e China e; iii) ascensão da Ásia. Todos estes consolidação, visto a concorrência e os altos custos de produção, exigindo com que as empresas cada
fatores aliados ao dólar ainda em patamares altos irão ajudar o setor de carnes bovinas em 2014. Com vez MAIS, venham se diversificar elevando a diversidades de produtos. Vale salientar, que as
isso, a ABIEC projeta vendas externas na marca de US$ 8 bilhões, devendo superar as de carne de mudanças no cenário socioeconômico brasileiro vêm trazendo grandes oportunidades para os
frango em receita, como em 2000 e 2006. diferentes segmentos do trigo. É valido destacar o desempenho do trigo, pois grande parte do custo do
Este ambiente favorece o Brasil, que tem um rebanho em crescimento, propiciando maior oferta de produto tem como base o trigo, e quanto mais oferta a tendência é de preços menores, ajudando as
gado pronto para o abate. Aliado a isso, terá a redução de custos por se tratar de gado de pastagem e companhias. Desta forma, comentamos que projeções feitas pelo departamento de Agricultura dos
por fim, a elevação do dólar acaba favorecendo a receita de exportação. Desta forma, dado o contexto Estados Unido (USDA) e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontam para alta da
acima, esperamos que o ano de 2014 mesmo com um cenário ainda complicado, tenha números para a produção mundial e nacional da safra de trigo.
carne bovina melhores que em 2013. De acordo com a perspectiva do USDA, a produção mundial para a safra 2013/2014 é projetada em
Passando para a carne suína, o cenário está mais complicado, tanto em demanda quanto em 711,42 milhões de toneladas, sendo 12,5 milhões de toneladas acima da projeção anterior, que ficou em
preço do produto. Os problemas enfrentados em 2013 refletem o inverno e verão mais rigorosos, que 708,89 milhões de toneladas. Já a produção brasileira é estimada em 5,358 milhões de toneladas,
aumentaram a mortalidade e reduziram a reprodução do plantel de animais, além disso, destacamos os 22,4% acima das 4,379 milhões de toneladas colhidas na safra anterior. Conforme comentado, as
altos custos da ração animal. perspectivas são favoráveis para o consumo dos produtos (massa, biscoitos e derivados) em virtude da
Após a forte queda registrada neste ano, as exportações brasileiras de carne suína devem se mudança no habito alimentar quanto a maior renda do consumidor, além disso, enfatizamos que
recuperar em 2014, segundo a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne algumas regiões irão continuar em pleno crescimento, com destaque para o Nordeste.
Suína (Abipecs). De acordo com a entidade, os embarques de carne suína para o exterior devem atingir Em resumo, destacamos que o setor de alimentos que inclui diversos segmentos, tende a
590 mil ton. em 2014, crescimento de 16% sobre as 510 mil ton. a serem exportadas em 2013. O apresentar crescimento no ano de 2014. Entretanto, algumas empresas estão bem mais preparadas
destaque do crescimento ocorre porque a associação está levando em conta a reabertura de alguns em relação à outras, o que reforça a nossa visão de consolidação do setor. O que acaba animando é o
mercados como o Japão, a África do Sul e da Coreia do Sul. cenário externo, que em alguns segmentos vem sofrendo com a falta de produtos, tendo que recorrer a
Na carne de frango, dados da Apinco (Associação Brasileira de Produtores de Pinto de Corte) exportação brasileira. Relembramos que em relação às matérias primas, como milho, soja e trigo, a
apontam que o volume da carne diminuiu em 2013, motivada pelos elevados preços dos insumos para a tendência é maior plantio em relação ao ano anterior, podendo reduzir os custos das empresas. Sendo
alimentação animal, como milho e farelo de soja, resultando em baixa rentabilidade para os produtores. assim, vislumbramos melhoras para as empresas de alimentos em 2014.

18 19
Aluguel de Veículos e Frota

Agrupamos nesse setor companhias que fazem locação veicular, gestão logística e/ou fornecem Como podemos notar, o primeiro gráfico aponta para uma redução na participação das compras
serviços à cadeia automotiva, pois, apesar de cada empresa possuir drivers diferentes de crescimento, das locadoras sobre a produção das montadoras, isso ocorreu em virtude da queda do IPI para novos
como o segmento de aluguel de carros impulsionado pelo tráfego aéreo, o de terceirização de frotas automóveis em 2010 que aumentou exponencialmente a demanda por parte das concessionárias. Já o
potencializado pela maior demanda corporativa e o ramo de serviços estar ligado à expansão da segundo, demonstra o potencial de penetração do Brasil quando comparado a mercados mais maduros
produção de veículos, acreditamos que a avaliação conjunta traz mais elementos para ponderarmos e consolidados. Com isso, consideramos a desoneração de impostos como um dos principais riscos
em nossas expectativas. nesse mercado, porém a tendência para 2014 é de retorno escalonado dessas alíquotas, assim como
No mercado de aluguel de veículos, a renovação operacional é o diferencial competitivo em ambos cremos na redução do gap, ao menos, entre o Brasil e os EUA.
os nichos de atuação que correspondem à gestão de frotas de terceiros e à locação de veículos por Vale comentar que teremos a realização da Copa do Mundo de Futebol dispersa entre 12 cidades-
contratos de curta duração, conhecido como Rent a Car. Portanto, a dinâmica entre compra e venda de sede. Por isso, estima-se um acréscimo na demanda por voos tanto internacionais como domésticos,
ativos, além dos custos de financiamento, são fatores imprescindíveis para as companhias trazendo efeitos positivos também sobre a atividade do Rent a Car, por conta da necessidade dos
conquistarem e manterem seu market share, bem como a elevada escala de compra é a principal profissionais, turistas e demais participantes desse evento em trafegarem pelas cidades durante os
barreira à entrada nesse setor. jogos. Segundo as projeções da Tendências Consultoria Integrada, a demanda por voos aumentará
3,1% no próximo ano, com destaque para o primeiro semestre, período em que será realizado o
Evolução nas compras das locadoras no Brasil campeonato. Outro driver interessante para esta modalidade será a campanha eleitoral nas esferas
estaduais e federais, isto porque grande parte dos veículos utilizados nas promoções partidárias é
Em milhares de unidades

2.900,5 locada pelo período de duração das eleições e, certamente, incrementarão as receitas das companhias
2.878,9 no próximo ano.
2.854,5
9,4% Em relação ao setor logístico no Brasil, de um modo geral, caracteriza-se por sua fragmentação,
9,0% estando, por este motivo, sujeito a movimentos de consolidação, o que favorece a estratégia de
aquisições das companhias e, consequentemente, o poder de barganha junto às montadoras no
2.707,4 8,7% momento da compra dos ativos que serão terceirizados. Além disto, acreditamos que uma das
atividades mais sofisticadas oferecidas nesse mercado são os serviços de planejamento e gestão
7,9% logística, nos quais as operações dos clientes são estudadas, redesenhadas e posteriormente
gerenciadas por uma única empresa, permitindo o foco dos clientes em seu core business. Pode até
parecer um paradoxo, mas quando a atividade econômica vai mal, esse serviço logístico integrado e
2009 2010 2011 2012 altamente tecnológico caminha a passos largos. A razão disto é que as empresas percebem que o nível
de demanda anda abaixo do potencial esperado por elas e, a partir daí, começam a rever seus
Volume de Produção Doméstica processos, repensar as possibilidades e utilizam a terceirização logística como forma de enxugar seus
Percentual de Vendas para Locadoras custos, assim como melhorar sua competitividade.
Para 2014, esperamos boa evolução nas receitas das companhias que se enquadram nesse
Penetração da frota Operacional segmento, amparada, além dos fatores citados, também no cross-selling (vendas cruzadas) em sua
base de clientes tendo em vista que a sua maioria amplia anualmente o leque de serviços oferecidos por
80%
seus fornecedores de solução logística. Todavia, a estratégia de aquisições nesse mercado por muitas
vezes acaba por não agregar valor ao resultado das companhias em primeira instância, em função das
% sobre a Frota Total

despesas geradas com a incorporação, bem como pela falta de sinergias em seus negócios, tornando a
curva de retorno desses investimentos mais longa.
47% De modo geral, percebemos que 2014 reserva importantes catalizadores para esse setor e mesmo
40% que algumas particularidades de cada mercado possam inibir o crescimento de determinadas
34%
companhias, entendemos que certamente será um ano mais brilhante do que 2013.

15%
5%

Brasil EUA Reino Unido


Terceirização
Rent a Car
Fonte: ABLA (Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis). Dados: Censo 2013.

20 21
Autopeças

Durante toda a última década a indústria automobilística apresentou elevada taxa de crescimento, Contudo, para que todos esses investimentos sejam efetivamente concretizados ao longo dos
nessa circunstância a questão que fica é: depois de mais que dobrar o volume de vendas nos últimos próximos anos, é necessário que a demanda evolua em linha com as expectativas.
anos, será que ainda há espaço para crescimento?
Nesse sentido, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA)
Por um lado, a “maturidade” atingida pelo setor combinada com os enormes congestionamentos projeta aumento mínimo na produção de 5% em 2014, ante os 11,9% esperados para este ano.
enfrentados nas principais metrópoles do país podem sugerir que a demanda já evoluiu tanto a ponto de Enquanto, a Tendências Consultoria projeta acréscimo nas vendas internas e nas exportações de 3,2%
não haver mais espaço para um substancial crescimento. Vale lembrar que alguns dos principais e 5,8%, respectivamente, para o próximo ano.
drivers do setor, como a ascensão da classe média e a expansão da concessão de crédito, tendem à
exaustão. Em contrapartida, nosso índice de habitantes por veículos, atualmente de 5,7 pessoas por
autoveículo (mais elevado do que em países como México e Argentina), indica que ainda há um Desempenho da Indústria Automobilística
potencial de crescimento neste mercado, sobretudo, nas cidades do interior e regiões menos 4.500.000
desenvolvidas do país. Adicionalmente, o programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e
4.000.000
Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores (Inovar – Auto) deve impulsionar o
desempenho doméstico, sendo que seu principal objetivo é ampliar a competitividade de toda a cadeia 3.500.000

milhares de unidades
produtiva instalada no país e estimular a instalação de novas fábricas. 3.000.000
Tal programa, implementado em janeiro deste ano, contempla um conjunto de exigências, para 2.500.000
que as companhias se beneficiem do desconto de IPI, como: (I) usar maior quantidade de peças,
componentes e sistemas produzidos internamente; (II) melhorar a eficiência energética dos veículos e; 2.000.000
(III) investir em P&D e engenharia local. Dessa forma, os fabricantes que cumprirem todos esses pré 1.500.000
requisitos poderão evitar o pagamento de um valor adicional de 30 p.p no IPI, além de obter desconto no
1.000.000
imposto que vincula a tributação do setor a requisitos de fabricantes do país.
500.000
Produção Licenciamento
Investimentos da Indústria Automobilística 0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
6.000 5.339 5.347
Fonte : ANFAVEA e Tendências Consultoria / Elaboração Própria
5.000
3.872 Para o segmento de veículos pesados, a perspectiva para 2013 é de um substancial aumento de
4.000 31% na produção, basicamente em função da fraca base compativa e das facilidades creditícias do
milhões de US$

3.197 BNDES. Já o crescimento de 5,8% esperado para as vendas internas em 2014 decorre, principalmente,
2.721
3.000 da expectativa de aumento dos recursos destinados para renovação de frota por meio do PAC
2.136 Equipamentos e da manutenção dos créditos disponibilizados pelo BNDES, via FINAME e PSI (ainda
1.745 1.825
2.000 1.572 que em condições mais reestritivas, dado que a taxa de 4% ao ano deve ser elevada para 6% em 2014).
1.042 820 1.120 Ademais, a produção agrícola, importante driver desse segmento, deve continuar com bom
748
1.000 desempenho devido a maior área plantada e a ganhos de produtividade.
Em suma, entendemos que o Inovar Auto deve ser o principal propulsor do setor para os próximos
0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 anos, uma vez que o regime deve contribuir para aumentar a competitividade e melhorar o desempenho
de toda a cadeia produtiva da indústria automobilística. Dessa forma, entendemos que a confluência de
Fonte: ANFAVEA fatores supracitados aliada ao início da recomposição gradual do IPI no começo de 2014 deve se
traduzir num ambiente mais desafiador para os anos vindouros, corroborando nossa perspectiva de
Assim, as projeções do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC)
taxas de expansão mais moderadas.
apontam que os investimentos das montadoras em novas fábricas e ampliação de capacidade devem
chegar a R$ 5,5 bilhões até o fim do período de vigência, 2017, com aumento de 453 mil veículos
produzidos internamente por ano.

22 23
Aviação

O ano de 2013 para o setor de aviação ficou marcado por uma série de turbulências, porém arrefecimento da demanda por voos culminou em um cenário critico para o segmento. As companhias
também evidenciou ser um ano de reaquecimento. O período de fraca demanda por aeronaves, iniciada chegaram a solicitar auxilio por parte do governo federal, no sentido de desonerações e reduções de
com a crise de 2008 parece ter chegado ao fim, pois fatores como a recuperação da economia norte taxas aeroportuárias, todavia, o governo federal não demonstrou estar propenso a conceder nenhum
americana, o fim da recessão europeia, e a crescente ascensão de países emergentes, em especial a auxilio.
China, contribuíram para aquecer a demanda e a competitividade do setor.
Como resposta à situação critica das empresas do setor, as mesmas optaram por reduzir
Desde 2008, a indústria aeroespacial mundial enfrenta turbulências relativas à fraca demanda. gradativamente a oferta de voos. Estas reduções situaram-se em torno de 7% a 9% em 2013, o que
Além da crise financeira de 2008 eclodida nos EUA, a situação definhante da Europa também contribuiu influenciou positivamente os resultados das companhias aéreas, elevando a relação passageiro/voo.
para agravar ainda mais o setor. Para exemplificar, em 2010, o continente representou 33% das receitas
da indústria aeronáutica brasileira, contra 25% em 2012. No final de 2013, a união europeia finalmente Para o cenário futuro do segmento, os eventos esportivos no qual o Brasil será sede deve inflar a
se viu numa situação mais amena, porém seu crescimento caminha lentamente, e as projeções demanda por voos, sobretudo os internacionais. As companhias aéreas nacionais estão estimando o
econômicas para o bloco indicam que tal situação deva se arrastar por mais alguns anos. incremento da demanda em torno de 5% a 8% para 2014 nesse segmento. Tal aquecimento deve afetar
positivamente as companhias, e aliviar a constante luta por rentabilidade em que estas se encontram.
Do outro lado do oceano, os EUA apresentam sinais mais palpáveis de recuperação econômica,
sendo o país de extrema importância para o desempenho do setor aeroespacial mundial. Só na Na questão de custos, vislumbramos que o dólar provavelmente permanecerá em patamares
indústria nacional, os EUA representam cerca de 50% de todo o faturamento do segmento de elevados, logo a pressão no setor deve continuar, porém a demanda deve apresentar reaquecimento
aeronaves comercial. Em 2013, a dita recuperação americana já apresentou resultados sólidos quanto gradual, conforme a economia avance. O reaquecimento da demanda, juntamente com uma oferta de
à retomada da demanda por aviões, tanto comerciais quanto executivos. Deste modo, diversas voos regulada, deve se traduzir em ganhos progressivos de margens operacionais para as empresas
companhias americanas já realizaram pedidos para a companhia nacional que representa o setor, a do setor. Logo, acreditamos numa melhora gradual na situação do segmento para os próximos anos,
Embraer. O backlog (carteira de pedidos firmes) da companhia saltou de US$ 12,5 bilhões no fim de todavia, acreditamos que o segmento ainda está permeado de incertezas, o que consequentemente se
2012 para US$ 17,4 bilhões no terceiro trimestre de 2013. traduz em riscos.

Apesar de os EUA e a Europa apresentarem sinais de recuperação econômica, o crescimento


futuro do setor se baliza principalmente do outro lado do globo, na Ásia. A China representa grande
potencial para o setor, principalmente pelo perfil de acentuado crescimento econômico em que o país se
encontra. Assim vislumbramos acréscimo substancial na demanda por aeronaves comerciais,
sobretudo executivas, oriundas do país asiático, que devem voltar a aquecer ainda mais o setor.
Além da China, os demais países emergentes do globo também devem favorecer a despolarização
do eixo EUA-Europa no mercado aeroespacial mundial. Destaca-se que a expansão acelerada de
países emergentes em todo o mundo traçam cenário de crescimento populacional, o surgimento de
novas cidades, e consequentemente de novos aeroportos, logo demandantes de mais aeronaves.
Esses países emergentes já vêm realizando pedidos consideráveis para companhias de todo o mundo,
com destaque para: Turquia, África do Sul, Índia, Colômbia, Peru e até mesmo o Brasil.
Um evento que mereceu destaque foi Paris Air Show de 2013, ocorrido em julho. Tal evento foi
palco para o lançamento da segunda geração de E-Jets da Embraer tanto para a aviação comercial
quanto a de aviação executiva. Este lançamento é considerado o marco evolutivo da tecnologia
nacional, que se mostrou altamente competitiva frente aos seus concorrentes internacionais, sendo
que a primeira geração destes E-Jets foi responsável pela liderança mundial da Embraer em vendas de
aeronaves de voos regionais, de 60 até 120 assentos.
Já o segmento de aviação comercial apresenta sérios problemas conjunturais. De inicio a situação
aquém do esperado da economia brasileira influenciou diretamente na redução da demanda por
viagens, sobretudo regionais. Porém a situação das companhias aéreas se agravou com a elevação
brusca do dólar frente ao real, fruto da já citada recuperação da economia norte americana.
A maior parte das receitas das companhias aéreas nacionais são em reais, e a maioria dos custos e
despesas (incluindo a querosene de aviação) são dolarizadas. Logo a valorização do dólar em
detrimento ao real impactou severamente no balanço das companhias aéreas. Que juntamente com o

24 25
Bancos

O cenário no início de 2013 para os bancos não poderia ser mais desafiador. Spreads cadentes, para o setor financeiro, sendo via repasses do BNDES, emissões das concessionárias – destaque para
inadimplência alta e crescimento econômico sendo revisado para baixo. Com esse retrato, o foco das as debêntures de infraestrutura – e project finance.
instituições (ao menos as privadas) não poderia ser outro além de diminuir o risco da carteira de crédito
e cortar custos. O cenário de menor crescimento e foco em linhas menos arriscadas tem uma vítima em especial.
Os bancos médios. Alguns segmentos onde os bancos médios tradicionalmente tem participação
Assim foi feito e o panorama para o ano de 2014 se mostra bem menos desfavorável. A nova relevante tem chamado a atenção dos gigantes e a competição tem sido bastante árdua. O crédito
realidade de spreads praticados, não melhorou, mas ao menos já está “precificada” e não deve trazer consignado é um ótimo exemplo disso. Os grandes bancos têm assediado os promotores de crédito e
surpresas negativas, apenas as previsões para a economia brasileira que seguem sendo revistas para os chamados “pastinhas” (também promotores, mas autônomos) de olho nesse grande mercado de
baixo. Quanto à inadimplência, claramente vemos uma tendência de melhora. O gráfico abaixo mostra baixíssimo risco, tendo em conta que o desconto das parcelas de quitação dos empréstimos é feito
a trajetória desde o começo de 2012, com o índice se mantendo alto por todo o ano, uma queda mais diretamente na folha de pagamento.
acentuada a partir do final daquele ano que continuou por todo o ano de 2013.
Outro fator que devemos destacar é a solidez do sistema financeiro brasileiro. Mesmo com as
novas regras de Basiléia, não vemos grandes problemas para as instituições nacionais. Essa
Inadimplência solidez, que foi muito importante no período mais agudo da crise internacional, pode ser vista no
gráfico comparativo abaixo.
5,9%
5,6%
Índice de Basiléia
4,6%
3,8% Alemanha 19%
3,7% PF
3,2% Brasil 17%
Total
PJ México 16%
2,1% 2,2%
2,0% Japão 15%
EUA 14%
3
2

/13

3
/12

3
2

/13
/12

r/1
r/1

i/1
i/1

v/1

t/1
t/1

França 14%
jan
jan

jul
jul

ma
ma

ma
ma

se
se

no

Rússia 13%
Fonte: BACEN Itália 13%
Índia 13%
E isso é muito facilmente explicado. O repique de inadimplência que observamos no ano passado é
resquício do período entre 2010 e 2011, que marcou a retomada do crédito no pós-crise. A carteira de Espanha 11%
veículos foi uma das principais vilãs nesse sentido, fruto dos financiamentos que muitas vezes não
requisitava pagamento adiantado, a famosa entrada, e tinha prazos de até 60 meses. Com índices de
desemprego baixo, o número de financiamentos cresceu drasticamente, assim como o endividamento Fonte: BACEN
das famílias. Resultado, após um tempo, o consumidor, que precisou escolher as dívidas e obrigações a Apesar da nossa visão não ser a mais otimista em relação ao setor, vemos boas oportunidades de
pagar, priorizava outros pagamentos em detrimento ao pagamento do financiamento do veículo. Temos crescimento. O mercado imobiliário tem dado sinais de melhora, após as principais construtoras do país
aí a receita do que vimos. Vendo isso, os bancos buscaram limpar suas carteiras e a concessão de passarem por um período de ajustes relevantes, vemos boas perspectivas para o setor nos próximos
crédito se voltou para segmentos com riscos mais baixos, como é o caso do crédito imobiliário e o anos, o que vai garantir a demanda por financiamento à habitação, que também é um crédito com perfil
consignado. de baixo risco, já que aqui vale o contrário da regra do crédito para financiamento de veículos. Quando o
E esse cenário se mantém para o próximo ano. Não vemos mudanças positivas no cenário comprometimento de renda das famílias se encontra alto, as pessoas tendem a deixar de pagar outras
macroeconômico. Internamente, continuamos com crescimento econômico bastante comprimido e lá dívidas e obrigações para quitar o financiamento imobiliário.
fora, mesmo as notícias positivas acabam trazendo incertezas. Como é o caso da melhora de alguns Em resumo, acreditamos que o mercado precifica um cenário mais desfavorável para os bancos,
indicadores nos Estados Unidos que sempre trazem consigo a possibilidade da retirada gradual do enquanto, ainda que o crescimento das carteiras tenda a ser menor, vemos boa perspectiva para alguns
programa de recompra de títulos, o que ajudaria a enxugar a liquidez nos mercados internacionais, o segmentos e também consideramos que os principais bancos brasileiros tem feito bem a lição de casa
que é sempre negativo para o setor. Uma boa notícia para o setor tem vindo das estradas e aeroportos. no tocante à redução de custos e aumento da eficiência, que pode continuar dando bons frutos nos
Os primeiros leilões do pacote de infraestrutura do governo têm saído com sucesso e o segmento pode próximos anos.
se juntar aos já comentados crédito imobiliário e consignado como principais pilares de crescimento

26 27
Bebidas e fumo

Como em todo ano, o grande entrave para o segmento de bebidas, cigarro e fumo, continua sendo ainda representa cerca de 28% do mercado brasileiro de cigarros. A forte carga tributária na venda e
as altas taxas dos impostos atribuídos em seus produtos, a alta concorrência e o mercado ilegal (no comercialização continua sendo o principal vetor de incentivo a comercialização informal do produto no
caso dos cigarros). Brasil. Medidas estão sendo tomadas pelo Governo Federal no âmbito de fiscalizar e apreender, como
Começando com o setor de cigarros e fumo, o mesmo vêm apresentando forte queda no volume uma maior fiscalização, a implantação da nota fiscal eletrônica e a adoção do Sistema de Controle e
vendido do cigarro e do fumo exportado. Os preços dos cigarros iniciaram o ano de 2013 em cerca de Rastreamento da Produção de Cigarros. Estimativas da Secretaria da Receita Federal do Brasil
15% mais caros, refletindo o repasse de parte do aumento do IPI de 13% a partir do primeiro dia do ano. mostram que a perda de arrecadação no setor é superior a R$ 2 bilhões por ano. (fonte: Anuário
Vale destacar, que os preços dos cigarros já haviam sido reajustados em 2012, por conta do aumento do Brasileiro do Tabaco 2011).
IPI em 40%, conforme podemos observar na tabela abaixo. Em suma, continuamos otimistas quanto ao futuro da companhia (Souza Cruz), porém
visualizamos um cenário mais agressivo e hostil para o ano de 2014, devido aos efeitos nas vendas
ALÍQUOTAS IPI provenientes do reajuste de preços, (como vimos na tabela acima, os preços serão reajustados, pois
ESPECÍFICA teremos novas alíquotas em 2014 e 2015), e o crescente mercado ilegal de cigarros.
VIGÊNCIA AD VALOREM Comentando agora sobre o setor de bebidas, o ano não começou nada fácil para as companhias, em
MAÇO BOX virtude de um cenário mais desafiador para suas operações, tanto no mercado interno quanto no externo. A
preocupação está fundamentada no enfraquecimento do poder de compra da população, na maior
01/12/2011 a 30/04/2012 0% R$ 0,80 R$ 1,15 incidência tributária e em fatores que elevaram os custos e despesas, principalmente no mercado externo.
01/05/2012 a 31/12/2012 40% R$ 0,90 R$ 1,20 E não diferente ao mercado de cigarros e fumo, o de bebidas também tem elevada carga tributária.
01/01/2013 a 31/12/2013 47% R$ 1,05 R$ 1,25 Segundo a consultoria Tendências, somente em 2013 o setor obteve reajuste de 7,2% nos preços,
01/10/2014 a 31/12/2014 54% R$ 1,20 R$ 1,30 motivado pelo repassa dos impostos. Mas para 2014, em conversa com a indústria, o governo exigiu
a partir de 01/01/2015 60% R$ 1,30 R$ 1,30 que, em troca do aumento de 25% da base de calculo de impostos sobre cervejas, bem como da
diluição do prazo de aplicação destes, as fabricantes assumissem o compromisso de manutenção de
Fonte: Receita Federal
empregos e de investimentos. Desta forma, em que pese a carga tributaria, a indústria de bebidas
Com isso, o volume de produção de cigarro caiu fortemente, enquanto os preços subiram deverá seguir investindo em aumento da capacidade de produção e na distribuição para se aproveitar
drasticamente, conforme observado no gráfico abaixo, onde conseguimos enxergar que a correlação é do provável aumento do consumo em 2014. Como observado no gráfico, fica evidente a forte alta e a
quase inversamente perfeita. expectativa de novas elevações de preço.

Cigarros - base 100 Bebidas- base 100


3,5 2
2,5
1,5
1,5
0,5 1
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013* 2014* 2015* 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013* 2014* 2015*
Real Projetado Real Projetado

Produção Preço Produção Preço


Fonte: LCA Fonte: LCA

O volume caiu basicamente pelo: (I) movimento de estoque antecipado por parte dos varejistas, Vale destacar que no Brasil, o consumo per capta de cerveja é ainda baixo se comparado a outros
antes de incidir o reajuste de preços (derivado da elevação do IPI); (II) avanço do mercado ilegal de países, sendo de aproximadamente 65 litros/habitantes/ano, enquanto nos EUA chega a 80
cigarros (que já representa 28% do mercado) e; (III) conjuntura econômica do país, em um cenário de litros/habitantes/ano e na Alemanha é da ordem de 111 litros/habitantes/ano. E para 2014, a expectativa
baixo crescimento do PIB e inflação elevada, prejudicando toda a cadeia de consumo. é de melhora, tanto no volume, quanto em faturamento, em decorrência da venda de algumas marcas
No mundo, a indústria de cigarros produz cerca de 5,5 trilhões de cigarros por ano, onde o maior Premium, destacadamente, no caso da Ambev, a cerveja Budweiser, que será a patrocinadora da Copa
mercado é o da China, que corresponde a 40% do volume vendido. O Brasil é o maior mercado latino- do Mundo de Futebol em 2014. Haja vista, que os eventos Copa do Mundo (12 de junho a 13 de julho de
americano de cigarros e, embora a população represente 34% da região, seu consumo de cigarros 2014) e Olimpíadas (5 a 16 de agosto de 2016) deverão trazer um maior consumo de bebidas.
corresponde a 42% do total vendido na América Latina. E grande parte deste mercado é da Souza Cruz Sendo assim, esperamos um ambiente ainda de grande concorrência e de alta carga tributária,
que detém mais de 60% de presença de mercado. tanto na indústria de bebidas quanto de cigarros, com isso, deverão continuar com suas estratégias de
Comentando sobre o mercado ilegal que é outro grave problema para as empresas, vale destacar diversificação de produtos e inovações tanto em produtos quanto em embalagens (principalmente no
que segundo dados da Secretaria da Receita Federal do Brasil, o mercado ilegal de cigarros, setor de bebidas) visando uma maior rentabilidade.
compreendido pelo contrabando, falsificação e pela comercialização sem o pagamento de tributos,

28 29
Bens de Capital

Mesmo apresentando crescimento, sem dúvidas, tanto o resultado da indústria doméstica, como anunciados, somente em montadoras) devem sustentar o investimento, ainda que este fique menor do
da economia como um todo, não trouxe ânimo. Mesmo nesse contexto mais conturbado, o setor de que em 2013.
bens de capital conseguiu reportar uma forte recuperação, com crescimento de excepcionais 14,9% no
acumulado de 2013 até outubro frente ao mesmo período de 2012, segundo dados do IBGE. As perspectivas que se apresentam para a indústria de bens de capital continuam positivas. Os
resultados do terceiro trimestre de 2013 acima do esperado associados às expectativas relativamente
Contudo, a questão que fica é: será que o setor de bens de capital vai ter resiliência suficiente para mais favoráveis para a indústria como um todo e manutenção das condições facilitadas para
continuar crescendo em 2014? financiamento de demanda junto ao BNDES (ainda que mais restritivas em comparação ao período
2012/2013, dado que a taxa de juros, atualmente em 3,5%, vai passar a variar de acordo com o porte da
Enquanto o crescimento do primeiro semestre de 2013 foi puxado pela formação bruta de capital empresa beneficiada, podendo chegar até 6%) indicam expansão da atividade no setor.
fixo (FBCF) e pela indústria agropecuária, o segundo ficou marcado pela deterioração dos fundamentos
macroeconômicos internos (como por exemplo, inflação em níveis elevados, abrupta movimentação No entanto, existem riscos não desprezíveis que devem ser levados em conta numa análise
cambial, aumento dos juros e situação fiscal preocupante) e pela situação econômica dos EUA que foi equilibrada a respeito de expectativas para o desempenho do setor de bens de capital em 2014. Além
sinônimo de volatilidade (por conta do rumo da política monetária e também preocupante situação das perspectivas não tão favoráveis assim quanto ao Produto Interno Bruto, questões como: (I) pressão
fiscal), culminando em aumento da aversão ao risco e deterioração da confiança dos empresários. inflacionária; (III) aumento da taxa básica de juros; (IV) a deterioração do resultado fiscal; e (V) a
possibilidade de rebaixamento de rating; configuram um pano de fundo macroeconômico que pode
Nesse contexto, a produção industrial nacional apresentou dados extremamente erráticos, resultar em implicações negativas para decisões de investimento, sobretudo quando se analisam
oscilando entre o campo negativo e positivo, sendo que a indústria de bens intermediários se manteve perspectivas de expansão produtiva.
praticamente estagnada durante o ano, também por conta de incertezas em âmbito interno. Todavia, no
acumulado dos dez primeiros meses de 2013, segundo o IBGE, a indústria conseguiu reportar um Em suma, acreditamos na materialização de condições ainda mistas de recuperação para a
crescimento de 1,6% ante o mesmo período do ano anterior. indústria, em reflexo aos inúmeros riscos (internos e externos) que diminuem a propensão de
realização de maiores inversões em capacidade produtiva, culminando em aumento mais modesto da
O destaque ficou justamente com o setor de bens de capital, contudo, as razões que justificam tal formação bruta de capital fixo. Nesse contexto, esperamos um crescimento de 2,4% na produção e de
desempenho não agradaram tanto. A fraca base comparativa, a retomada da produção de veículos 2,5% no consumo aparente para o setor de bens de capital, enquanto que para formação bruta de
pesados (em vista de que a mudança de motores trouxe impacto significativo para o resultado de 2012) capital fixo trabalhamos com aumento da ordem de 4,2%.
e também o aumento da concessão de crédito com juros subsidiados pelo BNDES, por meio do
Programa de Sustentação do Investimento (PSI) ajudam a compreender o avanço reportado.
Já no segmento de máquinas e equipamentos a realidade foi bem diferente. A declaração do
presidente da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ) resume bem como foi o
ano: “2013 é um ano perdido”. Em contraste à posição da ABIMAQ, recente estudo conduzido pelo
Insper constatou que a expansão do consumo doméstico de bens de capital por empresas já instaladas
no país, não ocorreu por conta de importações. O estudo basicamente “separou” os bens de capitais
que refletem investimentos em modernização e/ou aumento de capacidade produtiva de empresas já
em operação, daqueles que não se enquadram nessa classificação. A conclusão apontada foi de que o
consumo interno de bens de capital por empresas já instaladas no Brasil em 2013 não se deu
prioritariamente por importações, tendo em vista que o ritmo de produção doméstica superou o nível de
importados (de acordo com o “recorte” estabelecido).
2014 deve ser um ano relativamente positivo para o setor, com a combinação de fatores como
Copa do Mundo e eleições. Em que pese o contexto de incertezas relacionadas à disputa eleitoral e
menor oferta de crédito pelo BNDES (desembolsos devem ser menores do que R$ 80 bilhões, ofertados
em 2013) que devem se traduzir em menor evolução da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF),
também entendida como investimento, na comparação com 2013, entendemos que o crescimento deve
se sustentar acima do PIB.
O avanço das concessões de rodovias, ferrovias, aeroportos, portos e na exploração de petróleo
representa um fator de contribuição significativa para a FBCF em 2014, com impacto mais relevante no
segundo semestre de 2014, em razão da defasagem existente entre as concessões e o início das obras.
Não obstante, a construção residencial (2013 foi um ano muito forte em lançamentos imobiliários) e os
investimentos da indústria automotiva no âmbito do programa Inovar Auto (cerca de R$ 10 bilhões já

30 31
Calçados

2013 ficou marcado para o setor calçadista como sendo um ano positivo, mesmo com um cenário produtos originários do gigante asiático. Para cada par de calçados importados são cobrados
de endividamento das famílias; controle do crédito e; avanços amenos da renda familiar. De início o atualmente U$ 13,85. Todavia este mecanismo é temporário (somente até o fim de 2014).
conhecido boom da classe C continuou a aquecer o mercado interno. E importante mencionar que esse
setor pode ser dividido em dois segmentos: tênis e sapados e o segmento de sandálias e chinelos. Isto Apesar deste agressivo movimento de proteção à indústria nacional, os exportadores asiáticos
porque tanto a produção quanto os insumos são diferentes, além dos mercados também responderem ainda recorrem ao processo de triangulação, no qual utilizam-se de países vizinhos e documentação
de forma distinta. Segundo o IBGE, a produção de calçados totais avançou 4,2% nos primeiros cinco falsa para exportar para o Brasil. Para se ter uma ideia em 2010, logo após o inicio da cobrança da taxa
meses de 2013 sobre o mesmo período do ano anterior. (setembro de 2009) as importações de calçados “oficialmente” oriundos da China apresentaram
retração de 53%, porém as importações provenientes do Vietnam, Indonésia e Malásia cresceram
Além dos fatores acima citados, diversos programas de incentivos fiscais por parte do governo respectivamente 95%, 143% e 1.487%.
federal também vem contribuindo para o avanço de todo setor, dentre os mais relevantes podemos citar
o Plano Brasil Maior. O plano entrou em vigência em abril de 2011, e basicamente zerou a alíquota sobre Como observado no gráfico abaixo, o mercado externo vem caindo a cada ano, entretanto, o
a folha de pagamento, trocando-a pela incidência de tributação de 1,5% sobre o faturamento das mercado interno continua em evidencia. É relevante comentar que as companhias vêm aprimorando
companhias. sua produção para melhor atender o mercado e se destacar da concorrência.

Em relação ao principal insumo do setor calçadista, a borracha, visualizamos um cenário positivo


para o setor. Após elevação no preço do insumo em 2011 e 2012, neste último ano as cotações se Destino da Produção de Calçados (Milhares de Pares)
mostraram mais baixas e operaram próximos da estabilidade. Já os insumos de PVC que é a base para
a fabricação de chinelos e sandálias, nos últimos 5 anos tem apresentado preços estáveis e a
expectativa é de continuidade deste cenário. Além disto, os investimentos em tecnologia realizados
pelas companhias brasileiras tem aumentado exponencialmente a eficiência na utilização do insumo.
Segundo dados da Abicalçados, em 2012, 53% de toda a produção de calçados utilizaram borracha,
desta forma, entendemos que os avanços tecnológicos e a atual precificação dos insumos favorecem a 687
650 631 638 750,8
relação de custos do setor. 701 724
658
No que tange a exportações de calçados, o setor vem passando por um processo de aguda perda
de competitividade frente aos mercados globais. Os principais motivos desta deterioração ficam a cargo
das barreiras impostas à exportação por alguns países e pelo dólar elevado, principalmente em tênis
190 180 177
esportivos. Como consequência destes fatores o volume exportado tem se retraído ano a ano. Já as 166
123,6 143 113 113,1
empresas de sandálias e chinelos estão conseguindo um melhor desempenho no mercado externo, por
conta de um câmbio mais favorável, exportando seus produtos com margens maiores.
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Dentre os principais mercados compradores de calçados nacionais, a Argentina merece destaque.
O país latino representa o segundo maior mercado comprador de calçados nacionais, atrás somente
Mercado Interno Mercado Eterno
dos EUA. Em uma tentativa de melhorar a balança comercial de sua economia, o governo argentino
estabeleceu um importante entrave à entrada de produtos brasileiros, a dita política “uno por uno”, ou
Fonte: Abicalçados
seja, para cada dólar importado no país, um dólar deve ser investido. Sendo necessária uma
Declaração Juramentada Antecipada de Importação (DJAIs), para que os produtos sejam liberados a
entrar no país. Para 2014, visualizamos que as vendas de calçados não devem apresentar forte evolução. Apesar
de o país ser sede da Copa do Mundo, acreditamos que o impacto da mesma será marginal nas vendas
Segundo levantamento da Abicalçados, no final de novembro de 2013 mais de 700 mil pares de de calçados. Além disso, fatores como o alto endividamento das famílias e inflação em patamares altos,
calçados foram impedidos de entrar em território argentino. Tal embargo vem causando sérios prejuízos devem manter a demanda interna morna, semelhante ao observado em 2013. Quanto às exportações,
às empresas brasileiras que balizam suas exportações na Argentina. Estes embargos não se limitam continuamos reticentes quanto aos citados embargos argentinos e a concorrência chinesa que deve
somente ao mercado calçadista, mas também outros segmentos, tais como alimentos e móveis. O minar a evolução deste setor.
governo brasileiro vem estudando o quadro, e as negociações até o momento não obtiveram sucesso.
No caso das importações, é a China que merece destaque. O país é o principal produtor de
calçados do globo, que somente em 2012 produziu cerca de 13 bilhões de pares. E apesar de seus
produtos serem de baixa qualidade, o grande volume e preços extremamente competitivos se mostram
uma ameaça à indústria brasileira. Tal fato levou o governo brasileiro a criar uma taxação exclusiva para

32 33
Construção Civil

O mercado ainda tem na cabeça 2010 e 2011 como exemplos de anos bem sucedidos para o setor Divisão de renda - Brasil Crédito Imobiliário / PIB
imobiliário. Olhando dessa maneira, pode parecer que a fase que passamos está muito aquém da
expectativa. Acontece que aqueles anos foram completamente atípicos e o que acompanhamos a partir A/B
7% 11%
de agora é que pode ser visto como verdadeiro exemplo de crescimento sustentável. E alguns fatores 16% C
nos ajudam a explicar porque o mercado imobiliário brasileiro ainda tem potencial para anos de D
7,8%
crescimento. Começando pelo “atraso” que temos que tirar nesse segmento. Para se ter uma ideia, 38%
E 6,3%
mesmo com o boom pelo qual o setor passou desde o final de 2009, terminamos 2012 com um déficit de 49%
mais de 5,2 milhões de moradias. Esse déficit já foi maior, claro, mas ainda temos um longo caminho 57% 4,8%
pela frente. Em 2007, esse número estava em 5,6 milhões. Se continuarmos nesse ritmo de erradicar 3,7%
27%
400 mil moradias do déficit a cada 5 anos, atingiríamos a “plenitude habitacional” apenas em 2077. 2,8%
Outro ponto que escancara o atraso pode ser observado no gráfico abaixo, que mostra o total de 24% 2,1%
1,5% 1,7%
moradias financiadas utilizando o Sistema Financeiro da Habitação, o SFH. Apenas em 2009, ano em 20%
28%
que foi anunciado o programa Minha Casa Minha Vida conseguimos igualar o número de unidades 16%
financiadas em 1980. Isso mesmo, 1980. Ou seja, foram quase trinta anos sem que o Brasil voltasse ao 8%
mesmo patamar de moradias financiadas. 2008 2011 2014* 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Fonte: IBGE Fonte: ABECIP


Novas unidades financiadas - SFH
Por fim, mas não menos importante, cresceu recentemente os temores que o mercado imobiliário
1200 brasileiro estivesse passando por um processo de formação de bolha. Mas, quando olhamos para os
dados passados acima, mostrando que a demanda por imóveis no Brasil ainda está pautada na
900 necessidade de moradia e não apenas em movimentos especulativos, como vimos em outros países,
essa possibilidade já perde um pouco de força. Você pode me perguntar, mas e esse crescimento
600
rápido do crédito imobiliário? Não pode estar associado a formação de uma bolha? No que eu
responderei, poderia, mas se compararmos os dados Brasileiros com os de outras nações, incluindo aí
300
alguns pares latino-americanos em desenvolvimento, vemos que o estoque de crédito imobiliário em
0
relação ao PIB ainda é baixíssimo por aqui, com um grande espaço para crescer. E os recursos da
caderneta de poupança ainda garantem funding barato para essa oferta de crédito.
1978 1986 1994 2002 2010

Fonte: CBIC Crédito Imobiliário / PIB - 2012


Esses dados mostram que ainda existe uma grande demanda reprimida no país. Demanda que
Reino Unido 88%
apenas começou a ser atendida nos últimos anos. E não foi por acaso que isso aconteceu. Uma
congruência de fatores acabou ocasionando esse avanço. Começando pelo aumento de renda da 81%
população. No gráfico abaixo à esquerda, podemos ver claramente um movimento de ascensão social Alemanha 48%
das camadas mais baixas de renda para camadas medianas, a chamada nova classe média. Para o 42%
setor isso quer dizer mais potenciais compradores de imóveis. Até 2008, cerca de 45% da população França 38%
estavam entre as classes A e C. Nossa expectativa é que em 2014, 73% dos brasileiros estejam em 19%
famílias classificadas como A, B ou C, que são aquelas que de fato tem acesso ao financiamento
México 11%
imobiliário, sem contar as famílias assistidas pelo Minha Casa Minha Vida. Já o gráfico da direita,
mostra que esse movimento que trouxe mais famílias para a classe média tem tido um efeito grande no 11%
crédito imobiliário, que apresentava crescimento mais baixo até 2008, e a partir de 2009, para a ter cada Brasil 6%
vez mais relevância em relação ao PIB. Claro que o PIB dos últimos anos não tem apresentado um
desempenho que salta aos olhos, mas isso é discussão para outra oportunidade. Fonte: ABECIP

34 35
Educação

As profundas mudanças no cenário econômico que afetaram o país na ultima década, alteraram de O principal risco do setor fica a cargo das medidas punitivas do MEC (Ministério da Educação), no
forma significativa o perfil do brasileiro. Com uma renda maior, houve vasta migração de indivíduos das sentido de estabelecer uma nota mínima de qualidade para que os cursos possam ser ministrados,
classes D e E para a classe C, que hoje já totalizam mais da metade da população brasileira, segundo sendo vedada a comercialização dos cursos que não atingirem esta nota.
estudos do IBGE. O novo perfil do consumidor possibilitou à esta nova classe média o acesso a
produtos e serviços que antes estavam fora de alcance. Nesse aspecto, poucos serviços foram mais Vale mencionar que além da educação superior, outros segmentos ligados à educação também
requisitados do que educação. vêm ganhando destaque, como os cursos de idiomas, cursos profissionalizantes e sistemas de ensino.

Dentre os segmentos educacionais, o que mais se destaca é o de cursos de nível superior, pois Além do fato de o mercado de trabalho exigir cada vez mais uma segunda língua, principalmente o
este é a principal ferramenta de ascensão social, e melhores oportunidades no mercado de trabalho. O inglês, os eventos esportivos que irão ocorrer no país nos próximos anos vem evidenciando ainda mais
volume de matriculas vem crescendo a passos largos. No segundo semestre de 2013, o número de esta necessidade, o que vem aquecendo a demanda por cursos de idiomas de uma forma nunca antes
universitários no país alcançou 6,7 milhões, de acordo com o MEC – Ministério da Educação e Cultura. observada. Segundo estudos do Grupo Abril somente 3% da população brasileira possui proficiência
Tal crescimento vem favorecendo o movimento de consolidação, em um mercado ainda pulverizado. em inglês, o que caracteriza um grande potencial, em um segmento que segundo a ABF (Associação
Somente em 2013, foram anunciadas diversas aquisições e fusões no setor, dando destaque para a Brasileira de Franchising) em 2012 movimentou R$ 6,5 bilhões e vem crescendo a uma taxa de 10% a
fusão dos dois maiores players do mercado, a Kroton e a Anhanguera, que se for aprovada irá resultar 15% nos últimos três anos.
na maior instituição de ensino do mundo, com mais de um milhão de alunos. O segmento de educação básica também vem sendo alvo de investimentos, tanto de empresas
Visando suprir o déficit educacional existente no país o Governo Federal criou o PNE (Plano nacionais quanto estrangeiras. O motivo é simples, enquanto o segmento de educação superior está
Nacional de Educação), o qual tem como principal meta alcançar a marca de 20 milhões de alcançando sete milhões de alunos, as redes publica e privada de ensino básico alcançam 48 milhões
universitários até 2020. O plano engloba incentivos creditícios tais como o Fies e Prouni, que garantem de alunos, segundo o censo 2012 do MEC. As escolas particulares possuem uma representatividade
aos estudantes o financiamento dos custos com a graduação a juros baixos e períodos de carência relativamente baixa, com somente oito milhões de alunos, porém a já citada ascensão da classe C vem
estendidos. O Fies já estava em atuação desde 1999, porém somente nos últimos anos que este alterando este panorama. Ainda segundo o MEC, a base de alunos de escolas privadas cresceu a uma
ganhou notoriedade. Para se ter uma ideia, somente no primeiro semestre de 2012. As matriculas média de 14,2% nos últimos quatro anos, enquanto a rede publica vem retraindo sua base de alunos. O
vinculadas ao Fies foram maiores do que todas as realizadas em 2011. Para as companhias do setor, crescimento das escolas privadas vem favorecendo também o segmento de sistemas de ensino,
estes programas representam um beneficio extra para incrementar o número de matriculas e principalmente pelo apelo a qualidade de ensino que o sistema outorga a instituição.
principalmente para reduzir o nível de inadimplência e evasão, sendo que um dos principais riscos do De forma geral o setor de educação vem se adaptando à nova realidade socioeconômica da
setor está ligado à redução ou descontinuação destes incentivos, todavia, o governo vem sinalizando população, de forma a fornecer oportunidades de investimentos. Continuamos otimistas quanto às
apenas a ampliação destes. empresas do setor listadas em bolsa. Acreditamos que as empresas devem continuar a focar
Outras modalidades de ensino superior também vêm ganhando destaque. Nesse aspecto vale aquisições, paralelamente ao crescimento orgânico em regiões onde ainda são escassos os serviços
destacar o EAD (Ensino a Distância), na qual as aulas são ministradas através de uma plataforma on- educacionais, desta forma, acelerando a curva de crescimento.
line, que pode ser integralmente a distância, ou semi presenciais. Segundo a ABED (Associação
Brasileira de Educação a Distância) em junho de 2013 existia cerca de 3,6 milhões de alunos
matriculados em EAD. Além deste volume expressivo a modalidade cresce de forma ainda mais
acelerada que as modalidades presenciais. Parte do apelo da modalidade EAD se dá pelo perfil
diferenciado dos alunos que a demandam, uma vez que a idade média de um universitário na
modalidade presencial é de 26 anos, ao passo que um aluno EAD situa-se na faixa dos 33, e muitas
vezes já possui uma graduação, ou realiza algum curso profissionalizante ou tecnólogo.
Porém o grande destaque desta modalidade é a sua rentabilidade, na qual a ausência de um custo
docente e de um espaço físico nas dimensões dos cursos presenciais oferece uma rentabilidade
expressivamente superior a de modalidades presenciais. Visando estes benefícios operacionais, as
empresas do setor vêm realizando pesados investimentos para ampliar a oferta e a qualidade destes
cursos, que vem gradativamente ampliando a aceitação frente ao publico e para com o mercado de
trabalho. Além dos benefícios citados, o segmento de EAD deve se tornar elegível para a contratação
do Fies a partir de 2014. As chances de aprovação por parte do MEC são altas, mas ainda não dá para
“cravar”.

36 37
Energia Elétrica

Mesmo sendo privilegiado no que tange a disponibilidade e diversificação de fontes geradoras de Contudo, diante do conturbado contexto de 2013, a grande questão que fica é: o que esperar dos
energia, o Brasil tem uma das maiores tarifas de energia elétrica do mundo, sobretudo para o setor próximos anos?
industrial. Assim a eletricidade, que poderia se traduzir em vantagem competitiva para o país, acaba
sendo uma das principais responsáveis por aumentar ainda mais o “Custo Brasil” e, Para 2014 devemos esperar mais intervenções governamentais, uma vez que cerca de 40
consequentemente, por minar a competitividade da indústria nacional. companhias de distribuição tem concessões vencendo entre 2015 e 2017, sendo que o governo já
confirmou que fará um plano para antecipar as renovações. Entretanto, a sinalização é que desta vez as
Nesse contexto, vale lembrar que em Setembro de 2012 o governo antecipou a prorrogação das exigências não serão no sentido de reduzir preço mas sim de melhorar a qualidade dos serviços prestados.
concessões, por meio da MP 579 convertida na Lei 12.783, a fim de reduzir em média 20% o valor da
tarifa. Efetivamente, tais mudanças regulatórias não afetaram diretamente todas as companhias, Não obstante, ano que vem deve começar as discussões acerca do 4° Ciclo de Revisão Tarifária
todavia, tal medida acabou impactando indiretamente grande parte delas que não passaram pela para as distribuidoras de energia, sendo que a Agencia Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) já vem
renovação das concessões. sinalizando que deve ser rigorosa quanto à exigência de ganhos de produtividade.

Não bastasse o impacto da Lei 12.783, 2013 também ficou marcado pelo baixo índice Em contrapartida, a ANEEL definiu em dezembro de 2013 os critérios para as indenizações que
pluviométrico que por si só já aumenta o preço da energia, em razão do acionamento de usinas de devem ser pagas às nove empresas transmissoras que aderiram à renovação das concessões e que
energia termoelétrica, (energia mais cara) pressionando o preço no mercado de curto prazo, também realizaram investimentos (ainda não amortizados), antes de maio de 2000. Foi fixado prazo de 150
conhecido como o Preço de Liquidação das Diferenças – PLD. dias para que a ANEEL estabeleça o valor das indenizações e passe o resultado para avaliação do
Ministério de Minas e Energia (MME), com pagamento devendo começar em 2014, podendo ser
parcelado em até 30 anos.
Preço de Liquidação das Diferenças - PLD Já em termos de preços de curto prazo, vislumbramos a manutenção do PLD em patamares
elevados, dado que ao final de novembro a capacidade dos reservatórios da região Sudeste / Centro –
Oeste estava em 41,5%, ante os 47% estimados pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), assim
1800 como na região Nordeste que alcançou apenas 22% ante os 37% esperados. Além disso, há indícios de
1600 que em 2014 o país estará sobre influência do fenômeno El Niño, que deve reduzir a incidência de
1400 chuvas na região Nordeste. Assim, todos esses fatores aliados ao incremento esperado na demanda de
energia, por conta dos eventos esportivos, deve manter a necessidade das termelétricas, culminando
1200
em mais pressão nos preços de curto prazo.
Valor em R$ do PLD

1000
800 Segundo o Plano Decenal de Expansão de Energia de 2022, os investimentos em expansão de
600 geração, entre 2013 e 2022, devem ser da ordem de R$ 200 bilhões, onde o consumo deve crescer em
400 taxa média de 4,1%, com destaque para a classe comercial e residencial.
200 Já no que tange a geração, o Banco de Informação de Geração- BIG/ANEEL prevê um incremento
0 de aproximadamente 36.000 MW, provenientes de 149 empreendimentos atualmente em construção,
ante os 125.000 MW atuais de capacidade instalada.
3
3
2
1

/13

3
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2
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1
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t/1
r/1

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jan

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no

Nesse contexto, as intervenções governamentais ainda devem impactar o desempenho das


Fonte: CCEE / Elaboração Própria elétricas, assim a eficiência será fundamental para manter a rentabilidade dos negócios. Todavia, os
elevados investimentos e o consumo acima do crescimento econômico devem trazer algum fôlego para
Visando reduzir esses impactos, o Conselho Nacional de Política Energética instituiu por meio da o desempenho do setor nos próximos anos, abrindo espaço para um lenta recomposição da relativa
Resolução n° 03, que metade das despesas advindas do acionamento das termelétricas e estabilidade do setor elétrico.
contabilizadas no Encargo de Serviços do Sistema (ESS), até então pagas integralmente pelos
consumidores, deveriam ser rateadas com comercializadores e geradores (atingindo todos os
segmentos incluindo parques eólicos e PCHs). Adicionalmente, para piorar o cenário, a ANEEL
(Agência Nacional de Energia Elétrica) foi bastante severa no 3° Ciclo de Revisão Tarifária das
transmissoras de energia, que em sua maioria tiveram queda de rentabilidade.
Em suma, os reflexos das intervenções governamentais e a desfavorável condição climática
atrapalharam o desempenho das elétricas impactando a geração de caixa e a distribuição de proventos,
colocando em xeque o aspecto mais defensivo do setor.

38 39
Higiene e Limpeza

Assim como uma grande gama de setores, o setor de higiene e beleza aproveitou o bom momento, crescimento das importações que avançaram 19,8%. A piora da balança comercial do setor vem
motivado pelos maiores gastos das famílias nos últimos anos. Esta “mega” tendência se caracterizou aumentando a necessidade do governo em realizar investimentos direcionados a ampliar a produtividade
pela alta no consumo, fruto do maior poder aquisitivo da população e da ascensão de milhares de da indústria brasileira, além de mais investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).
brasileiros à classe média. Somente essa classe média representou 47,4% das compras do setor em
2012, segundo dados do SEBRAE. O fator social, como uma maior expectativa de vida da população
brasileira também vem contribuindo para aumentar as vendas. Balança Comercial - Higiene e Beleza – Milhões de Dólares
Segundo dados da Abihpec (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e
1200
Cosméticos), o Brasil já representa o terceiro maior mercado consumidor de itens de cosméticos,
higiene pessoal e perfumaria do mundo e o sétimo maior mercado produtor desta indústria, ficando
atrás somente de países como os EUA, Japão, Alemanha, França, Inglaterra e Itália. 1000

800
Faturamento do Setor 29,4
27,3 600
24,4
21,3
19,6 400
17,5 Importações
15,4
13,5 200 Exportações
11,5
9,7
7,5 8,3 Saldo
0

-200
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2010 2011 2012 -400

Bilhões de Reais Fonte: Abihpec

Fonte: Abihpec
Quanto aos produtos exportados pelo Brasil, o principal são produtos para cabelos, com 25,6%,
O setor vem crescendo a ritmo acelerado, ainda segundo a Abihpec, com uma média de 10% ao seguidos de higiene oral (20,7%), sabonetes (19,3%) e desodorantes (8,9%); demais e descartáveis
ano nos últimos 16 anos. De forma que para se adaptar a esta crescente demanda as empresas do completam o quadro com 25,5%. Um dos motivos primordiais para o grande volume de exportações e
setor vem realizando investimentos não somente para suprir a demanda interna, mas também para o do consumo destes produtos é fruto do desenvolvimento de novas tecnologias, que possibilitam o
mercado externo. lançamento de produtos inovadores e mais atrativos.

No que tange às exportações do setor, o país vem se tornando um importante player global de Quanto à precificação dos produtos do setor, o desenvolvimento da indústria nacional e ganhos de
produtos cosméticos e de higiene, sendo a nossa vizinha, a Argentina o principal mercado comprador, produtividade vem contribuindo para um panorama positivo de preços. Nos últimos anos, o reajuste
seguido pelo Chile, México e Colômbia. Grande parte do crescimento das exportações é fruto do ganho médio do setor ficou abaixo do crescimento da inflação. Segundo levantamento realizado pelo FIPE
de produtividade que a indústria brasileira conquistou nos últimos anos, possibilitando a redução do (Fundação Instituto de Pesquisa Econômica da Universidade de São Paulo), de 2007 a 2011 o Índice
preço dos produtos e aumentando a competitividade da indústria nacional. Sendo que o país Geral de Preços acumulou alta de 35,6%, quanto no mesmo período o índice geral de preços de
representou em 2012 a 24ª posição no ranking de exportações mundiais de produtos de cosméticos e produtos de higiene e beleza acumulou alta de 17,5%. Destacamos que o bom momento deve
higiene pessoal, segundo o relatório da GTIS (Global Trade Information Services). continuar, ainda segundo a Apihpec, o setor possui tendência de crescimento acelerado. A associação
calcula que até 2017 o setor deva continuar a crescer acima de dois dígitos.
Apesar de o país obter resultados positivos quanto aos volumes exportados, o volume de produtos
importados tem ganhado representatividade na balança comercial do setor. No ano de 2012, foram US$
1,03 bilhão de produtos importados, sendo 10,1% acima do registrado em 2011. Nos últimos 10 anos o
volume exportado avançou 14,0% segundo dados da Abihpec, porém número este inferior ao

40 41
Infraestrutura

A expectativa acerca dos investimentos em infraestrutura em 2013 era grande e não foi nem de em relação às tarifas teto oferecidos no caso das rodovias tem superado a expectativa do mercado. A
longe alcançada. Ainda na segunda metade de 2012, o governo federal anunciou um plano de participação de empresas de capital fechado tem sido bastante agressiva, especialmente entre as
investimentos em infraestrutura com foco em logística, o chamado PIL (Plano de Investimentos em construtoras, de olho também nas obras civis e nem tanto na operação final da rodovia. No setor
Logística), que prevê investimentos da monta de 245 bilhões de reais, que serão realizados através rodoviário, o programa prevê a concessão de 7,0 mil km de rodovias. O investimento estimado é de R$
dos programas de concessões que incluem rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, além do projeto 46 bilhões.
do trem de alta velocidade, o TAV, ou o popular trem-bala. Apenas até 2017, os investimentos em
logística devem somar 163 bilhões de reais. Em todos os casos, o investidor privado conta com o Os aeroportos de Confins, em Minas Gerais, e de Galeão, no Rio de Janeiro, foram os escolhidos
financiamento de até 70% dos projetos através de linhas do BNDES a taxas de “pai para filho” entre para essa rodada de concessões. Também houve muita discussão entre entes do governo e iniciativa
0,9% e 2,5% mais TJLP. privada. O temor por parte do governo era que, como aconteceu na primeira rodada (com os aeroportos
de Guarulhos, Brasília e Campinas – Viracopos), os principais operadores do mundo não fossem
atraídos pelos projetos. Assim, o governo pensou em mudar o modelo, com a possibilidade do parceiro
Investimentos projetados pelo PIL privado ser sócio minoritário em parceria liderada pela Infraero. E ficar engessado, com a obrigação de
fazer investimentos em um projeto capitaneado por uma estatal era tudo o que o mercado não queria.
TAV; Dessa maneira, o leilão desses projetos acabou sendo bastante parecido com o primeiro, respeitando o
Rodovias;
35,6 bi mesmo modelo de concessão. E todos acabaram atingindo seus objetivos. O consórcio vitorioso será
46,0 bi majoritário na operação do aeroporto, sem depender da burocracia que é inerente às empresas ligadas
Aeroportos;
16,5 bi ao Estado. E o governo, preocupado com a qualidade dos operadores, terá o responsável pelo
aeroporto de Cingapura – considerado o melhor do mundo - operando Galeão e os operadores dos
aeroportos de Zurique e Munique no “comando” de Confins. Nesses aeroportos serão investidos R$ 9,2
bilhões. Os outros R$ 7,3 bilhões serão investidos em 270 aeroportos regionais, espalhados pelo Brasil.

Já quando se trata de portos e ferrovias as coisas se complicam um pouco, o modelo de concessão


Portos; é novo no caso das ferrovias e a nova lei dos portos também levanta questionamentos. Dessa maneira,
54,6 bi estamos mais receosos no tocante a esses dois segmentos. Mas é inegável que o montante de
investimentos em infraestrutura no Brasil será forte e um dos principais fatores a impulsionar a
Ferrovias; cambaleante economia interna.
99,6 bi

Fonte: Empresa de Planejamento e Logística

Após rodadas e rodadas de discussões, o primeiro leilão aconteceu apenas no mês de setembro
(de 2013) contra a ideia inicial de leiloar os ativos ainda no final de 2012. E de fato o timing para o
lançamento do plano governamental não poderia ser muito pior. Lembrando que ao final de 2012,
estávamos em meio à repercussão da MP 579, que mexeu com o setor de energia (por meio
exatamente das concessões) e afugentou uma boa parcela do capital privado de projetos ligados ao
governo, e à deterioração das perspectivas econômicas, especialmente com os números da economia
doméstica teimando em piorar. Além dos fatores macroeconômicos, conversas sobre o modelo das
concessões também tomaram um bom tempo de parte a parte. Mesmo no caso das rodovias, que tem o
marco regulatório mais sólido, estabelecido desde meados da década de 90, houve muita discussão.
Principalmente sobre o tráfego estimado pelo governo para o período de concessão, muitas vezes
considerados otimistas demais pelos participantes, e pela responsabilidade sobre as obras de
duplicação que as estradas devem passar. Apesar dos atrasos e dos problemas encontrados nesse
meio tempo, os leilões que aconteceram até agora podem ser considerados um sucesso. Os deságios

42 43
Material de Construção

O setor de materiais de construção deverá encerrar o ano de 2013 com crescimento por volta de Dentre as justificativas mais citadas para essa redução nas expectativas, está a alta carga
4%, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (ABRAMAT), sendo tributária e a elevação na taxa de juros. Entendemos que há a possibilidade de que o governo recue da
puxado por itens de acabamentos, justamente onde as companhias de nosso universo de cobertura decisão que tomou recentemente sobre a manutenção do IPI reduzido para os itens de construção até
têm relevante participação de mercado. A indústria da construção civil contribuiu significativamente dezembro de 2014, por conta do complicado quadro fiscal da União que, certamente, pautará como
para o bom desempenho setorial, em razão da entrada na etapa final das obras. É importante lembrar uma das resoluções a elevação do imposto nesses produtos como forma de aumentar a arrecadação
que em função do ciclo da construção civil, o grande número de projetos iniciado em 2010 e 2011 federal. Consideramos que o segundo ponto levantado pelo empresariado também traz preocupações,
começa a demandar por materiais para acabamentos agora. Como forma de ilustrarmos esse pois a reação da demanda com o aumento dos custos para financiamentos desses itens poderá
processo, representamos abaixo as fases dessa indústria. ocasionar quedas relevantes. Diante disto, vemos potenciais impactos vindos do ambiente
macroeconômico que poderão afetar diretamente essa atividade setorial em 2014.

Ciclo Médio da Construção Civil O ramo de móveis ainda surfa a onda da ascensão de classes, das condições favoráveis do
mercado de trabalho e da maior disponibilidade de crédito, sobretudo a partir do programa de
financiamento federal Minha Casa Melhor. Para atender essa crescente demanda interna, as
companhias ampliaram a sua capacidade produtiva e tiveram espaço para reajustes de preços ao longo
de 2013, proporcionando melhores resultados como vemos a seguir.
Instalação
Conclusão Instalação de Entrega da
Projeto Vendas Elétrica e
da Estrutra Acabamentos Obra
Hidráulica
Mercado de Móveis no Brasil
85,2% 86,7% 87,3% 88,7% 87,8% 87,6% 87,2% 88,6% 88,1% 89,1%

6 meses 12 meses 6 meses 141,8%


127,4% 132,1% 126,1% 128,9% 131,0%
124,5% 121,2%
114,1%
105,9%

Em R$ milhões
Fonte: ABRAMAT
As expectativas para 2014 dão conta de mais um extenso cronograma de entrega de obras, logo,
podemos esperar resultados consistentes desse setor. A ABRAMAT estima que o crescimento no 20,3%
próximo ano fique ao redor dos 4,5%. Adicionalmente, o Governo Federal, por meio do programa Minha 3,7% 4,0%
8,2%
2,2% 1,6%
Casa, Minha Vida, estabeleceu como meta para 2014 a contratação de mais de 700 mil moradias que 7,2%
-5,8% -2,7%
deverão beneficiar a demanda nesse setor no médio/longo prazo. -10,9%

Embora o cenário esteja favorável, observamos no correr do ano que o nível de confiança do
empresáriado veio decaindo, conforme indicam as sondagens da indústria da construção. jan/13 fev/13 mar/13 abr/13 mai/13 jun/13 jul/13 ago/13 set/13 out/13

Expectativas para os próximos seis meses


Faturamento Real Variação sobre mês anterior Utilização da Capacidade Instalada

Fonte: Confederação Nacional da Indústria (CNI)

Apesar dos elementos que poderão ameaçar o crescimento desses mercados em 2014, avaliamos
que com seletividade é possível posicionar-se nesse setor sem correr grandes riscos.

jan/13 fev/13 mar/13 abr/13 mai/13 jun/13 jul/13 ago/13 set/13 out/13 nov/13

Nível de Atividade Novos Empreendimentos e Serviços Compras de Insumos e Matérias-primas

Fonte: Confederação Nacional da Indústria (CNI)

44 45
Meios de Pagamentos e Serviços Financeiros

Classificamos nesse setor, as companhias que, de alguma forma, estão sempre conectadas ao Transações com Cartões no Brasil
sistema financeiro, seja como operadoras de plataformas com negociações de ativos, seja como
trasmissoras de dados através de meios eletrônicos e, até mesmo, aquelas que prestam serviços 18,0%
tecnológicos com soluções materiais, por exemplo, o cartão magnético, ao mercado.
14,1%
Há dois pontos imprescindíveis quando avaliamos o posicionamento nesses ativos: (i) a expectativa
12,4%
sobre a expansão do crédito na economia e (ii) a capacidade das companhias em desenvolver inovações
operacionais. De fato, a combinação entre esses fatores proporciona crescimento constante e rentável,
porém estamos passando por tempos difíceis. A crise dos subprimes nos Estados Unidos mostrou de
maneira devastadora os problemas que as instituições financeiras podem ter ao assumir concessões de
7,1 8,1 9,2

Em bilhões
crédito com alto risco. De lá pra cá, a cadeia global de capitalizações corre em dificuldades, onde
seletividade virou a palavra de ordem nas captações de recursos (via ações ou capital de terceiros),
emissões corporativas (como debêntures, notas promissórias e outros instrumentos) e atingiu também as
transações com cartões de crédito e débito utilizados pelos consumidores. Podemos observar esses
comportamentos no Brasil através dos gráficos abaixo. 2011 2012 2013*

Transações Variação sobre o ano anterior

Capitalizações Corporativas no Brasil Fontes: ANBIMA, CVM e ABECS. Dados: até 13/12/2013. (*) Estimativa ABECS.

Esse cenário deverá se prolongar até meados de 2014. Isso porque a junção de recuperação nas
100,8 128,9 economias desenvolvidas com a demanda chinesa arrefecendo e, sobretudo, pelo crescimento interno
mais lento e espalhado por uma ampla gama de setores em nossa economia, sugere a maior alocação
89,9 de recursos nos EUA e na Zona do Euro em detrimento de investimentos em ativos de países
emergentes, onde prevalecerá a cautela ao invés da tomada de risco.
Além disso, a redução do programa de estímulo monetário norte americano deverá acarretar em
valorização do dólar frente às demais divisas e suscitar que adiante haverá a subida na taxa de juros,
assim aplicar lá fora ficará ainda mais atraente. Se a conjuntura econômica “não jogará a favor” dessas
Em R$ bilhões

companhias no próximo ano, o segundo fator que pontuamos (a capacidade das companhias em
desenvolver inovações operacionais) tende a “driblar” esse difícil adversário.
19,0 20,4
14,3 No mercado de renda fixa, há uma série de incentivos para fomentar o interesse por essa classe de
ativos, como também para elevar a participação dos pequenos investidores. Dentre esses incentivos,
destacamos a criação das debêntures para infraestrutura que consiste em um mecanismo de
capitalização para investimentos privados com alíquotas menores de imposto de renda. Esses títulos
2011 2012 Jan-Nov/13
de renda fixa deverão continuar crescentes, mas num ritmo semelhante às necessidades de crédito,
nossas expectativas preliminares para 2014 são de que as operações de crédito evoluam algo entre
Renda Fixa Renda Variável 12% e 14%, ou seja, nada muito diferente do observado em 2013.
Em relação à renda variável, entendemos que as medidas tomadas ao longo de 2013, dentre essas
Fontes: ANBIMA, CVM e ABECS. Dados: até 13/12/2013. (*) Estimativa ABECS
a mudança na política de preços em razão do volume negociado pelo investidor e as iniciativas para o
acesso de pequenas e médias empresas, ainda deverão surtir efeitos positivos. Da mesma forma como
enxergamos certos setores de nossa economia prosperando e com necessidade de capitalizações
para cumprir seus planos de crescimento, podendo recorrer ao mercado de capitais.
Falando sobre os serviços relacionados com o ramo financeiro, acreditamos numa expansão
moderada em reflexo do arrefecimento na oferta de crédito. No entanto, ressaltamos a alavancagem
operacional dessas companhias que faz com que suas margens sejam elevadas, bem como a
distribuição de dividendos.
Por fim, vislumbramos um 2014 bastante complicado, mas, com um grau de cautela, vemos boas
oportunidades para investir nesse setor.

46 47
Mineração

Em mais um ano marcado pelos reflexos de uma das maiores crises do capitalismo, a mineração Apesar do maior patamar de investimentos da história para a mineração, a falta de clareza acerca
apresentou modesto desempenho. Num contexto bastante próximo daquele verificado em 2012, o de como serão as normas que regerão a abertura de futuras minas virou sinônimo de incerteza para
cenário para a mineração em 2013 marcou-se pela moderada expansão da demanda por aço e, empresários do setor.
consequentemente por minério de ferro no mundo, mantida em especial pela China, enquanto que a Levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) aponta que para o período
demanda das regiões desenvolvidas seguiu fragilizada. de 2012 a 2016 foi anunciada a aplicação de US$ 75 bilhões em projetos de mineração (sendo US$ 46
O minério de ferro e alguns outros subprodutos representam a principal matéria prima para a bilhões somente em minério de ferro). Efetivamente, tal volume de inversões permitirão expressivos
fabricação de aço. Por essa razão, é simples entender a correlação existente entre demanda e preço do acréscimos produtivos para a mineração brasileira. No caso do minério de ferro, a produção que em
minério com o dinamismo da siderurgia e, por conseguinte, com o crescimento econômico mundial. 2011 foi de 369 milhões de toneladas deverá chegar a algo em torno de 820 milhões de toneladas em
Outro aspecto peculiar, diz respeito às condições para operação nesse setor. Por ser capital 2016, aumento de 122%. Quando se fala em potássio, a expansão é de 728% no mesmo período.
intensivo, exige-se grandes investimentos iniciais para a prospecção, desenvolvimento da lavra, Contudo, espera-se que alguns projetos de mais longo prazo fiquem temporariamente suspensos,
construção de usinas e da infraestrutura necessária para a extração. Nesse contexto, os investimentos até que se defina com precisão e objetividade o novo marco regulatório. O novo marco propõe entre
realizam-se numa perspectiva de retorno a longo prazo, em vista do tempo para a construção de toda outras medidas, a criação do Conselho Nacional de Política Mineral, criação da agência nacional de
infraestrutura, bem como do período entre o início dos investimentos até a efetiva receita com a venda Mineração, o prazo de 40 anos renováveis por mais 20 anos do contrato de concessão para pesquisa e
do minério. Tal “gap” entre custos e receitas constitui-se no principal risco do setor, contudo, também lavra além da nova metodologia para o cálculo da Compensação Financeira pela Exploração de
representa uma relevante barreira de entrada a novos concorrentes. Recursos Minerais (CFEM).
Ao longo dos últimos anos em vista da ascensão emergente, o movimento das economias em Ainda que existam indefinições que representam entraves para a expansão de investimentos, as
desenvolvimento passou a ter papel crucial para commodities, e tratando-se de mineração a China tem perspectivas sugerem terreno fértil para o setor.
ressaltada importância quando se discute tendências para o setor, destacadamente por representar Segundo informações da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico
cerca de 60% da demanda mundial. (OCDE) a economia mundial deverá incorporar cerca de 3 bilhões de pessoas às classes médias de
No início de 2013, a maioria das previsões (seria injusto dizer todas) de como seria o crescimento consumo até 2030. Estamos falando de nada menos do que 4,8 bilhões de pessoas que estarão numa
mundial e principalmente chinês, davam conta de que o menor dinamismo econômico do gigante faixa de renda diária entre US$ 10 e US$ 100 (faixa intensiva em consumo de recursos naturais) e 90%
asiático representaria pressão para os preços das commodities metálicas. Ainda que parte dessas desses novos consumidores virão principalmente de China e Índia.
perspectivas tenham se consumado, (de fato a China cresceu menos quando comparada ao O uso de aço deve aumentar em algo como 80% no mesmo período e embora haja suficiência em
crescimento médio verificado na última década), o consumo de minério de ferro e os preços das termos de reservas comprovadas, o custo marginal de produção tende a aumentar à medida que se
commodities metálicas continuaram favorecidos por uma demanda ainda pujante. A questão é que torne necessário a exploração de terras menos produtivas, com precária infraestrutura ou de difícil
daqui por diante, em meio à expectativa de menor crescimento da demanda externa (destacadamente acesso.
chinesa), os preços devem caminhar para valores menores do que os verificados ao longo de 2013,
devendo se acomodar num patamar entre US$ 110/ton. a US$ 120/ton. Mesmo num ambiente de menor Em que pese nesse contexto mais promissor, a menor expansão econômica esperada para a
consumo, tal patamar de preços inviabiliza a produção em diversas regiões no mundo (não por aqui). China, estimativas da Tendências Consultoria indicam que um crescimento econômico chinês ao redor
Entendemos que daqui pra frente a produção doméstica tende a aumentar mesmo nesse contexto de de 7% (atualmente as perspectivas apontam para valores superiores) já atende aos interesses das
menores preços. mineradoras nacionais, que possuem preços de equilíbrio situados entre US$ 115 a US$ 120 a
tonelada. Não obstante, estudos do Ibram indicam que até 2020 os chineses estejam importando mais
de 400 milhões de toneladas/ano. Cerca de metade desse montante deve ser suprido pela Austrália e
Produção de minério de ferro (mil ton.) pelo menos algo próximo a um 1/3 deve ter origem no Brasil.
Ainda que existam desafios (ausência de infraestrutura logística, indefinições regulatórias, custo
3.000
2.940 Brasil, etc) a serem superados ao longo dos próximos anos, o potencial atrelado as atividades de
2.590 mineração é gigantesco.
2.220 2.240
2.000 Como destacado no início deste texto, a mineração exige robustos investimentos, competitividade
1.800 e projetos de longo prazo. No que tange ao novo marco regulatório, existe a necessidade de
1.540
1.160
1.340 estabelecer que os órgãos regulatórios criados tenham fôlego financeiro e independência institucional
1.060 1.060 1.080 com a finalidade de se construir um ambiente favorável às atividades de planejamento, pesquisa e
desenvolvimento do setor, que continua com um futuro bastante promissor.
470
351 373 390 Associando tal contexto à perspectiva de continuidade do movimento de desvalorização do real,
212,5 237 264 262 278 317 350 331
214 destacadamente em virtude da diminuição dos estímulos monetários nos EUA, de alta nos custos de
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 produção do minério chinês, em função das crescentes demandas trabalhistas e da boa qualidade e
escala de produção que o minério brasileiro apresenta, continuamos otimistas com relação ao potencial
Produção doméstica Produção mundial da indústria de mineração tanto para 2014 quanto para os próximos anos.

Fonte: Ibram, USGS – Unites States Geological Survey.

48 49
Papel e Celulose

No começo de 2013, a principal dúvida para o setor de papel e celulose era a entrada em operação Destino da produção
de plantas com grande capacidade de produção de celulose, o que acabaria pressionando
negativamente os preços da commodity no mercado internacional. Além disso, tanto por aqui quanto lá Celulose Papel
fora, muito se discutia sobre arrefecimento do crescimento.
Em praticamente todos esses assuntos, tivemos algumas surpresas esse ano – nem todas
positivas. Começando pelo final, sobre os temores de menor crescimento econômico. O grande 19%
problema para o setor viria do chamado hard landing chinês. Uma alteração brusca e negativa no
39%
patamar de crescimento daquele país que virou um dos principais mercados de commodities do mundo.
61%
Vale ressaltar que o gigante asiático se tornou o maior comprador, inclusive, de nossa celulose, a frente
de Holanda e Estados Unidos. Acontece que expectativas mais otimistas acabaram se confirmando e 81%
podemos dizer que o cenário que se traça a partir das informações vindas de Pequim é de que o novo
nível de crescimento por lá é compatível ao tamanho que a economia chinesa atingiu nos últimos anos.
Já por aqui, as notícias de fato não vieram positivas. A atividade econômica ainda patina e a utilização
Mercado Interno
de papel, muito correlacionada à produção industrial, também não deslancha. Para se ter uma ideia da
Mercado Externo Fonte: BRACELPA
importância que a economia chinesa tem no setor, o gráfico abaixo mostra o aumento da participação
do país asiático nas exportações de celulose, chegando agora a ser o principal destino dos embarques
do produto brasileiro. O gráfico acima mostra o destino da produção brasileira de celulose e de papel. Vemos que a
celulose depende muito mais de fatores externos e as indústrias de papel estão muito mais ligadas ao
dinamismo da economia local. Esse foi um dos fatores a impulsionar as produtoras de celulose nesse
Celulose - China nas exportações Brasileira ano. Já que, enquanto no Brasil não tivemos notícias muito positivas, no front externo, além do já
comentado crescimento chinês que já não tira mais o nosso sono, tivemos a escalada da cotação da
moeda americana em relação ao Real que beneficia sobremaneira a indústria nacional que já é
bastante competitiva. É claro que no curtíssimo prazo também temos o efeito do dólar no
35,0%
endividamento, que vem “em uma pancada só”. Mas o efeito dessa valorização nas receitas tende a ser
bastante benéfica no decorrer de 2014.
28,0%
No gráfico abaixo, podemos ter uma ideia de quão competitivo são os exportadores brasileiros.
21,0% Utilizamos os dados da Fibria para ilustrar os custos por aqui e comparamos com dados de outros
países. A companhia brasileira tem uma clara vantagem em relação aos principais competidores pelo
14,0% mercado global de celulose que são Estados Unidos, China e Canadá. Juntos do Brasil, esse países
são responsáveis por cerca de 55% da produção global de celulose.
7,0%
Custo de produção Celulose - EM US$ POR Ton
0,0%
1996 2001 2006 2012
445
433
424
389
295
Fonte: SECEX 250
247
Sobre o primeiro assunto destacado, as novas plantas de celulose, os projetos já em fase de
conclusão estão entrando em operação a partir do final de 2013, mas vimos no decorrer do ano, muitos
projetos em fase inicial sendo cancelados ou adiados por tempo indeterminado. Isso acabou tirando um
pouco da pressão que existia sobre o setor e sobre o preço da commodity no mercado internacional.
Assim, após seguidas altas no começo do ano passado e de uma queda a partir de meados daquele Canadá China EUA Finlândia Indonésia Brasil Chile
ano, as produtoras de celulose fibra curta anunciaram reajustes já para o início de 2014, ainda com os
Fonte: Fibria
preços abaixo do topo observado no meio de 2013, mas o cenário de forte queda de preços em
decorrência da temida sobreoferta ficou para trás. Entre os principais motivos dos adiamentos, temos o Em suma, temos um cenário favorável para o setor que, em 2012, respondeu por 2,7% de todas as
alto nível de endividamento das companhias do setor, que tem centrado esforços na venda de ativos exportações brasileiras. O grau de alavancagem das empresas deve baixar consideravelmente, como
para equalizar os respectivos balanços. já observamos recentemente, e o patamar atual da cotação do dólar, deve continuar valorizado frente
ao Real, continua sendo um dos principais fatores que fundamentam a nossa visão mais otimista, em
que pese a atividade econômica interna ainda claudicante.

50 51
Petróleo

Em 2013, além da variação nos preços do petróleo, o primeiro leilão do pré-sal, no campo de Libra atividade econômica por lá que tem dados sinais mais consistentes. Segundo EIA, IEA e Opep o avanço
e o desempenho da maior companhia do setor, foram assunto constante nas manchetes dos principais da demanda deve ser em média de 1% em 2013 e 1,2% em 2014. Tal contexto deve manter as cotações
veículos de informação. da commodity ao redor de US$ 100/ barril.
Não é nenhuma novidade que a dinâmica de preços do petróleo é muito mais influenciada por Além das questões envolvendo preços, também foi destaque, sobretudo em âmbito interno, o
fatores que extrapolam o simples quadro de oferta e demanda da commodity. Como de praxe, tratar do primeiro leilão do pré-sal. A situação foi curiosa, porque na prática, apenas um consórcio compareceu
setor é também tratar das condições geopolíticas mundiais. Contudo, aspectos relacionados à ao “leilão” e por falta de concorrência, o vencedor ofereceu o excedente mínimo proposto, de 41,65% da
produção e procura pelo “ouro negro” são de suma importância na definição de um cenário para 2014. produção para a União. Novamente a intervenção estatal se fez presente e representou um entrave à
participação de algumas gigantes do setor.
Em termos de direção de preços, a tendência que se apresenta para 2014 e para os próximos anos
é de queda das cotações do petróleo tipo Brent, em vista de um balanço mais folgado em 2014. As Nesse contexto, ainda que estejamos num cenário relativamente “confortável” em termos de
expectativas apontam para expansão da oferta de países não pertencentes à Opep, liderados pela perspectivas, fato é que, para os próximos anos, a Petrobras está inserida num contexto deveras
produção dos EUA. No mesmo sentido, a produção agregada dos países atualmente restritos deve desafiador, basicamente pela interação de constantes prejuízos no segmento de abastecimento,
aumentar em 2014. Em razão de conflitos políticos internos e má gestão, diversos países da Opep indefinição de uma metodologia mais dinâmica e transparente no que tange aos reajustes de
assistiram redução em seus níveis de produção. combustíveis e uma gigantesca agenda de investimentos direcionada basicamente para exploração e
produção. Isso sem contar que as perspectivas apontam para expansão do consumo de combustível
Espera-se normalização da oferta em regiões como Iraque (que deve aumentar sua capacidade de para os próximos anos, consumo esse que atualmente só é plenamente atendido com importações, por
produção em 0,2 milhões de barris – atualmente produz 3,3 milhões de barris diários), Sudão do Sul e conta da incapacidade interna em atender a demanda.
com maiores incertezas também a Líbia. Adicionalmente, o acordo nuclear provisório assinado pelo Irã
com potências mundiais é um fator adicional de pressão e já representa uma sinalização de menores
riscos geopolíticos precificados. Embora tal contexto sugira avanço da oferta além da demanda Vendas internas e produção de combustíveis
mundial, é importante destacar que os países pertencentes à Opep devem continuar balanceando o
mercado, reduzindo sua produção no intuito de manter um relativo equilíbrio. Estimativas das principais
(Gasolina e Diesel)
instituições internacionais do setor (EIA, IEA e Opep) indicam avanço da oferta “extra Opep” em 2,4%
em 2013 e 2,8% em 2014.
Em termos de produção doméstica de petróleo, temos um horizonte bastante promissor. Está
“marcado” para 2020 o início de influência brasileira na formação do preço do petróleo tipo Brent.
Segundo o plano estratégico da maior empresa de petróleo do país, em 2020, somente a Petrobras
estará produzindo algo em torno de 4,2 milhões de barris diários (atualmente a produção é inferior à
metade disso), num mercado que deve produzir 5 milhões de barris por dia.

Curva de produção de óleo e LGN da Petrobras 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
(milhões bpd) 4,2 Vendas Produção

Fonte: Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)/Elaboração própria.

2,75 Falando de investimentos, definitivamente o setor de petróleo é destaque. Segundo levantamento


de perspectivas de investimento do BNDES, que leva em conta projetos e planos estratégico de
2,5
investimentos das empresas (não restrito apenas aos apoiados pelo banco), ao longo dos próximos três
2,00 2,00
2,18 anos o setor de petróleo deverá realizar inversões da ordem de R$ 458 bilhões, uma expansão de 47%
ante o período anterior (2009/2012).
Na esteira de grandes inversões, a indústria de bens e serviços de petróleo e gás deve demandar
US$ 500 bilhões, nos próximos 10 anos, segundo perspectivas da diretora geral da Agência Nacional de
*

*
12

13

14

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20
11

20

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20

20

20

20
20

Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).


Fonte: Petrobras É de suma importância que o governo esteja atento à perversa combinação de fatores que tem
Já com relação à demanda, as perspectivas apontam para moderada expansão mundial, liderada erodido a confiança dos investidores e prejudicado o balanço da maior petrolífera do Brasil. Por ora, ainda
pelas economias em desenvolvimento, com destaque para China e Índia (ainda que num patamar de podemos contar com algum otimismo olhando para o futuro, entretanto, caso não se consolide uma
consumo menor do que aquele verificado ao longo dos últimos anos). No que diz respeito aos países indústria petrolífera interna eficiente, corremos o risco de assistir a revolução energética norte americana
desenvolvidos, o destaque deve ficar com EUA, principalmente pela perspectiva de retomada da pressionar os preços do petróleo de tal forma, que o pré sal brasileiro não valha mais tanto assim.

52 53
Petroquímico

Num ano marcado pelo contexto de lenta e gradual recuperação das economias maduras, Consumo Aparente de Resinas Termoplásticas*
questões como a conversão da MP 613 (que desonera de PIS/Cofins a compra de matérias-primas Em mil toneladas
petroquímicas da primeira e da segunda geração) na Lei 12.859 e o anêmico quadro da economia
interna deram o tom.
5.900 5.893
5.797
Antes de entender como a interação desses fatores afetou o setor em 2013, é importante lembrar-
se de alguns aspectos cruciais da indústria petroquímica. 5.284
4.941 4.972
Em razão do longo período de maturação de investimentos, o aumento da oferta ocorre 4.566
4.213 4.272
periodicamente dentro de ciclos de investimentos, havendo grandes acréscimos de capacidade 3.931
3.872 3.810 3.807
instalada a cada ciclo. Nesse contexto, existe um constante desequilíbrio na indústria, que alterna
períodos de preços e margens elevados no mercado internacional com épocas de baixa e compressão
de margens em virtude do descasamento entre oferta e demanda.
Em 2013, foram anunciadas novas capacidades, principalmente na China e no Irã, contudo, em
razão de elevados custos e problemas de infraestrutura (caso chinês), além do embargo norte
americano ao Irã, houve postergações/cancelamentos, representando fatores positivos para o cenário
da indústria petroquímica.
Outra questão crucial é o preço da nafta, que ainda representa a principal matéria prima da 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
indústria (com exceção da petroquímica norte americana que é prioritariamente à base de gás)
conferindo risco adicional ao setor, já que a nafta é um derivado do petróleo. Logo, aqui as perspectivas
para o setor de petróleo são de suma importância. *O consumo aparente é o resultado da soma do volume da produção com o das importações, menos o volume exportado.
Estão incluídas no levantamento PE, PP,PVC,EVA, PS e PET
Em 2013, as incertezas externas se traduziram em volatilidade para os preços das principais Fonte: Abiquim / Elaboração própria
resinas, mas em linhas gerais os preços se mantiveram em elevado patamar. Ao longo dos primeiros
meses do ano as cotações apresentaram aumento, por conta de sinais favoráveis da China associados Para 2014 esperamos que as cotações das resinas apresentem leve movimento de recuo, mas
à recomposição de estoques e problemas relacionados à oferta global. Mas voltaram a recuar devido ao ainda fiquem em elevado patamar. Tal movimento sustenta-se na perspectiva de crescimento mais
aumento de preocupações com relação à desaceleração do gigante asiático. Já no segundo semestre, moderado da economia mundial em reflexo à frágil condição de recuperação econômica na Zona do
a diminuição de incertezas nos EUA e China pari passu ao aumento das tensões geopolíticas no Oriente Euro, crescimento moderado nos EUA e menor ritmo econômico na China. No mesmo sentido, também
Médio, e por consequência, aumento das cotações de petróleo, trouxe pressão altista para as resinas. trabalhamos com redução do preço da nafta no mercado asiático, contudo, ainda assim as cotações se
Contudo, como tal alta motivou-se por componentes de custo, os produtores tiveram suas margens manterão em patamar elevado.
pressionadas.
Entendemos que em 2014 a evolução da demanda por resinas termoplásticas (polietileno,
Além de questões atreladas ao dinamismo econômico dos principais consumidores mundiais e polipropileno e PVC) dar-se-á relativamente em linha com a evolução da atividade doméstica, a qual
dinâmica de oferta e demanda, no Brasil a interação de alguns pontos foi benéfica. O bom desempenho esperamos que registre expansão de algo em torno de 2,5%. Adicionalmente, mesmo com as adições
dos setores de infraestrutura, agronegócio e automotivo, além da desoneração na compra de matérias de capacidade previstas para os próximos anos, além do desenvolvimento da indústria petroquímica
primas para primeira e segunda geração, foram determinantes para a evolução do volume de vendas de nos EUA (base gás – mais rentável com menores riscos), entendemos que o contexto operacional para
resinas termoplásticas (que até o Setembro apresentava evolução de 9% ante mesmo período de 2014 ainda será favorável.
2012).
Segundo estimativas da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), o faturamento
líquido do setor deve ser de algo próximo a US$ 162,3 bilhões em 2013, com destaque para o segmento
de produtos químicos para uso industrial seguido pelo segmento de produtos farmacêuticos, com o
nível de utilização de capacidade situando-se em torno de 82%.
No que tange especificamente ao segmento de resinas, como se verifica no gráfico abaixo, o
consumo de resinas termoplásticas tem apresentado sustentável evolução desde 2000, com
crescimento médio de 3,6%.

54 55
Programas de Fidelidade

Uma pequena revolução. Assim podemos definir o atual momento do segmento de fidelização. (pontos que expiram) e o segundo é o aproveitamento da flutuação de preços do mercado. Começando
Multiplus e Smiles, com programas ligados às maiores companhias aéreas nacionais, “nadavam de pelo breakage, que é a parcela dos pontos que são repassados para o programa de coalizão, mas não
braçada” no chamado mercado de loyalty, beneficiadas principalmente pelo aspecto cultural de resgate são de fato resgatados, ou seja, o banco, ou qualquer outro parceiro, paga para a Smiles ou a Multiplus
de pontos através de passagens aéreas, com os consumidores percebendo essa modalidade como a e isso vira uma receita sem custos para essas empresas. A vantagem nesse caso é a seguinte: quando
mais vantajosa. E isso era bem verdade, vale dizer, porque o catálogo de produtos oferecidos pelos você tem o programa de fidelidade próprio, você só terá o dispêndio se de fato o ponto for resgatado e o
“fidelizadores” era escasso e com uma precificação que desencorajava sobremaneira o resgate fora usuário final receber o produto ou serviço. Levando em consideração que o breakage hoje gira em torno
das companhias aéreas. Isso começou a mudar quando Multiplus e Smiles deixaram de ser apenas os de 20% do total de pontos acumulados nos programas de coalizão, essa é uma economia bem
programas de fidelidade de TAM e Gol, respectivamente, e passaram a integrar o grupo chamado de relevante. Quanto à flutuação de preços, isso fica bem evidente no caso de viagens. Como a variação
programas de coalizão. Nesse modelo, o consumidor pode acumular pontos em diversos lugares diária é bem relevante, a companhia consegue rastrear o mercado atrás de passagens (de mais de uma
diferentes e utilizá-los em conjuntos. Ou seja, se antes o consumidor acumulava pontos quando usava o companhia aérea) que atenda ao cliente.
cartão de crédito ou viajava e resgatava apenas em viagens, nesse novo modelo, reabastecer o carro,
comprar livros e pagar a conta da TV a cabo, dá pontos que podem ser resgatados de diversas formas.
Avanço dos participantes em programas de fidelidade - em bilhões
Divisão dos membros de programas de fidelidade - EUA
2,6
2,1
1,8
9% 1,3
Varejo 1,0
21%
39%
Viagens

Serviços Financeiros
2000 2006 2008 2010 2012
31%

Outros Fonte: Colloquy Loyalty Census

Agora que falamos das mudanças pelas quais o setor está passando, vamos às perspectivas. Nos
Estados Unidos, existem 2,6 bilhões de membros de programas de fidelidade. Tendo em vista que a
população americana está em pouco mais de 310 milhões de pessoas, em média, um americano faz
Fonte: Colloquy Loyalty Census parte de mais de 8 programas de fidelização. No Brasil, esse número não chega a 1. E mesmo em um
mercado mais maduro como o americano, onde os programas de fidelidade já fazem parte da vida das
Até aí tudo muito bem. Acontece que o cenário para os bancos, principais “financiadores” dos pessoas há décadas, ainda vemos taxas de crescimento bastante robustas, como podemos
programas de coalizão, tendo em vista que a imensa maioria dos pontos é acumulada através da acompanhar no gráfico acima, que mostra o número de cadastrados em programas de fidelidade.
utilização dos cartões de crédito, se mostrou mais desafiador.
A queda nos spreads e a alta na inadimplência ligou o sinal amarelo no setor e os bancos passaram Por aqui, ainda é difícil mensurar quanto movimenta o mercado de fidelização, mas a ABEMD -
a focar cada vez mais em corte de custos e despesas. E os custos com programas de fidelidade Associação Brasileira de Marketing Direto - estima algo entre R$ 5 bilhões e R$ 10 bilhões, número até
avançaram bastante nos últimos anos. Para se ter uma ideia, em um banco médio, os gastos com 20 vezes menor que o mercado americano. Estamos longe de chegar à maturidade e isso está
fidelização podem girar entre R$ 50 milhões e R$ 100 milhões ao ano. Nos bancos grandes, esses intimamente ligado a oportunidade de crescimento. Projeções da associação dão conta de crescimento
gastos podem passar de R$ 300 milhões, chegando até meio bilhão de reais. Dessa maneira, hora ou de 20% ao ano para o segmento até meados de 2020. Ou seja, ainda há um longo caminho a se
outra os bancos acabariam olhando para esses custos. percorrer.
E isso aconteceu em 2013. Já no começo do ano, a primeira medida tomada foi dificultar a troca de
pontos nos programas de coalizão, aumentando o mínimo de pontos necessários para o resgate, por
exemplo. Essa iniciativa, que começou nos bancos, vem se disseminando no mercado. Cada vez mais
vemos companhias dando opções de resgate mais vantajosas “dentro de casa”, sem o intermédio dos
programas de coalizão. Isso traz dois efeitos imediatos. O primeiro é a economia através do breakage

56 57
Saneamento Básico

O setor de serviços públicos de água e esgoto sanitário no Brasil é caracterizado por seus índices pontos de regulação são: i) o desenvolvimento de um plano de saneamento com a concessionária; e ii)
de cobertura relativamente baixos em comparação com outros serviços públicos (energia elétrica é o o estabelecimento da responsabilidade pelo controle da qualidade de serviço. A maior penalidade para
melhor exemplo disto), em especial a coleta e tratamento de esgoto. O setor também possui operações o não cumprimento destes requisitos é de não acessar os recursos de capitalização para o setor
ineficientes e um quadro regulamentar incipiente, assim como o controle pesado do governo (em geral, (BNDES). Atualmente, existem cerca de 30 agências que regulam várias empresas, com regras e
por meio de empresas de propriedade de governos estaduais, mesmo com os governos municipais práticas diferentes, resultando em ineficiência considerável.
tendo o direito de ceder a concessão para este serviço). No entanto, com a aprovação da Lei 11.445/07
e aumento dos recursos do PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento), o Governo Federal Por outro lado, esse setor tem pouca, ou quase nenhuma, relação com o nível de atividade
pretende reduzir o déficit de cobertura e melhorar a governança no setor. A lei estabelece um quadro econômica, sendo muito mais afetado pelos investimentos das companhias. Com isso, há
regulamentar através de um plano de ação que inclui a criação de agências reguladoras locais, a previsibilidade na geração de receitas e resiliencia operacional em meio a uma desaceleração da
regulamentação de concessões e o desenvolvimento de planos de negócios, entre outras medidas. economia, fatores que tornam o posicionamento nesses ativos em bolsa uma exposição defensiva. O
Enquanto o programa governamental tem como objetivo implantar sistemas de saneamento básico em driver mais importante é a possibilidade de crescimento através da assinatura de novas concessões,
mais de 4.000 municípios do país através de empreendimentos que somam R$ 36,1 bilhões em cujo processo ocorre, na maioria das vezes, na transição de controle político e incrementam os
investimentos, como podemos observar nas imagens abaixo. resultados das empresas quando essas concessões são bem administradas.
Outro elemento que merece ser exaltado é o desperdício na rede de distribuição. Segundo o
Instituto Trata Brasil, cerca de 37,5% da água é perdida no processo de abastecimento, fruto de
vazamentos, ligações clandestinas, mapeamento falho da rede, entre outros. Dessa forma, além de
não reconhecerem essas possíveis receitas, as companhias têm de dispender mais investimentos para
adequar tais estruturas em seu processo.
Mesmo com a forte geração de caixa das companhias, esse universo de saneamento terá por um
período prolongado pagamento de dividendos inferior aos seus valores históricos, devido ao alto nível
de investimentos previstos para os próximos anos, dos quais não esperamos nenhuma mudança
relevante no curto/médio prazo.
Em suma, nossa visão sobre as companhias de saneamento básico é de que atuam num setor
maduro, com previsão de baixas taxas de crescimento, porém com grande previsibilidade de receitas e
estabilidade de margens. Em outros termos, em conjunturas de maior aversão ao risco, como a atual,
consideramos favorável o posicionamento em seus papéis.
Fonte: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Dados: 8° Balanço PAC 2, 30/08/2013.

Apesar dessas melhorias nos últimos anos, a situação mais crítica no Brasil está relacionada ao
acesso a serviços de esgoto, uma vez que muitas das cidades do país não oferecem este serviço para
sua população e, mesmo quando o fazem, a maior parte desse esgoto não é tratado. Atualmente, há 35
milhões de pessoas nas áreas metropolitanas sem acesso a serviços de esgoto, entre os quais se
destaca o Norte como tendo a maior precariedade. Em relação aos serviços de água no Brasil, embora
seja muito melhor, com quase 100% dos municípios das regiões metropolitanas com acesso, ainda há
uma quantidade significativa de casas no país sem esses serviços, cerca de 21% das casas no Brasil
que ainda não têm acesso a serviços de água. Ambos os dados mencionados foram obtidos em
levantamentos feitos pelo Instituto Trata Brasil em 2013.
A regulação ainda está em um estágio anterior em comparação com o setor elétrico, pois apenas
algumas empresas estão agora a discutir as regras para sua primeira revisão tarifária. Vale ressaltar
que, como existem várias agências reguladoras no Brasil (cidade ou estado agências), para algumas,
este processo sequer começou.
Para 2014, esperamos ainda alto grau de indefinição regulatória para as companhias de
saneamento, em razão da indefinição da estrutura tarifária estabelecida pelos órgãos regulatórios. A lei
é clara que deve haver uma agência reguladora em cada cidade ou estado para regular cada
concessão, já que este serviço é um monopólio natural concedido pelo governo local. Os principais

58 59
Saúde

A ascensão social que o Brasil observou nos últimos anos vem se refletindo positivamente em uma A maior renda média também impulsiona o comércio de fármacos, somente no período de 2007 a
ampla gama de setores da nossa economia, entre eles o que merece mais destaque foi o de saúde. 2009, os gastos com medicamentos saltaram 13,5%, atingindo R$ 62,5 bilhões. Porém esta evolução
Mesmo com uma renda maior, a grande maioria dos brasileiros ainda não dispõe de meios para garantir ainda é pífia quando comparamos com performances mais atuais, como em 2012 na qual segundo a
serviços de saúde privado e recorrem ao precário sistema de saúde público, todavia, esse cenário vem ABRAFARMA o crescimento do setor alcançou 16%. Para 2014, a consultoria IMS Health, projeta
se invertendo de forma acelerada. crescimento relativamente menor, em torno de 13%/16%, fruto da desaceleração da economia
nacional. A já comentada evolução da idade média populacional também contribui para traçar um
Quando observamos os números de beneficiários de planos de saúde, cerca de 49,2 milhões cenário otimista para o setor, em vista que notoriamente idosos requererem mais atenção médica, logo
(segundo dados da ANS Agencia Nacional de Saúde Suplementar – Junho/2013), diante da atual mais medicamentos.
população brasileira, ao redor de 200 milhões de habitantes (IBGE – 2012), fica evidente o potencial
ainda existente nesse mercado. Outro ponto marcante que caracteriza nosso país há séculos é a Programas governamentais, como o Farmácia Popular criado em 2004, no qual se comercializa
disparidade social existente, que também afeta a distribuição de beneficiários de planos de saúde. Para medicamentos mais baratos, através de isenções fiscais, também vem impulsionando as vendas do
se ter uma ideia, o estado da União com maior percentual de beneficiários é São Paulo, que segundo setor, sobretudo medicamentos genéricos, que ainda são pouco difundidos no país. Além disso, os
dados da ANS (junho/2013) possui 44,3% da população beneficiada, em contraponto com o Acre, com medicamentos genéricos vêm ganhando cada vez mais representatividade no faturamento das redes
apenas 5,7% da população coberta. varejistas, porém estes ainda possuem baixos índices de penetração, sobretudo na região Nordeste.
A expansão da área de saúde privada vem propiciando oportunidades para diversos segmentos, Atualmente, o comércio varejista se encontra extremamente fragmentado, das 68,2 mil farmácias
sendo estes, além de planos de saúde; o de medicina diagnóstica e comércio farmacêutico. No que existentes no país, somente 9,5 mil pertencem a grandes redes. Porém o interessante é que segundo a
tange ao mercado de medicina diagnóstica, vemos uma expansão mais paulatina, visando suprir a consultoria IMS em 2012, 50% do faturamento do setor foi proveniente das grandes redes, em função
crescente demanda por exames laboratoriais. Somente em 2012 foram realizado no país cerca de 1,5 basicamente de dois fatores; primeiro é a confiabilidade do consumidor nas marcas de grandes redes, e
bilhão de exames, ou uma média de 7,6 exames por habitante, sendo que no setor privado essa média segundo; o poder de compra destas, que pelo grande volume de compras, conseguem adquirir
alcança 15,15 exames por habitantes, segundo o caderno de saúde suplementar da ANS 2012. medicamentos a preços mais competitivos.
As perspectivas não poderiam ser mais promissoras para o setor, que além de contar com O comércio farmacêutico ainda é extremamente pulverizado, porém a tendência é de
elevação da renda per capita para os próximos anos, se beneficia de fatores sociais, que tendem a consolidação, assim como nos países desenvolvidos, a exemplo dos EUA, no qual as três maiores
aumentar a expectativa de vida média do brasileiro, que em médio e longo prazo influenciará marcas representam cerca de 95% do setor, segundo estudos da IMS Health. Em 2011, duas das
diretamente na pirâmide etária da população. É notório que quanto mais idoso um individuo é, mais maiores redes do Brasil anunciaram uma fusão, criando a maior empresa do setor no país em
serviços médicos são demandados, logo o envelhecimento populacional projetado deve incrementar faturamento. De lá pra cá, foram anunciadas diversas compras de redes de médio porte pelas grandes
exponencialmente a relação exame per capita da população, como nota-se no gráfico abaixo; empresas do setor. O grande potencial do mercado farmacêutico brasileiro também vem atraindo
marcas internacionais. Em 2013, a companhia americana CVS anunciou a compra de uma rede
brasileira de médio porte.
Relação Exame / Idade
Vale recordar que no mês de junho de 2013, as ruas do país se encheram de populares insatisfeitos
35 com a atuação do governo, sendo que uma das grandes revindicações foi quanto a saúde pública.
30
Logo, entendemos que as evidentes deficiências envolvendo o sistema de saúde caracteriza acima de
tudo um portfólio amplo de oportunidades e elevado potencial. Até que o país atinja patamares mais
25 sustentáveis de saúde pública, as empresas ligadas ao setor de saúde devem continuar a crescer de
forma acentuada.
20
15
10
5
0
5a9

15 a 19

25 a 29

35 a 39

45 a 49

55 a 99

65 a 69

75 a 79
0a4

10 a 14

20 a 24

30 a 34

40 a 44

50 a 54

60 a 64

70 a 74

80 a 84

Homens Mulheres
Fonte: Caderno da ANS 2012

60 61
Seguros

Após o expressivo crescimento da classe C, muito tem sido alardeado a respeito do momento em Falando em nichos promissores do mercado securitário, há anos que as seguradoras visualizaram
que o país se encontra. Expressões como “bônus demográfico”, “nova classe consumidora” e oportunidades no que tange a previdências privadas. Diante do deficitário sistema público de previdência,
“fortalecimento da estrutura interna” tem sido comuns nas retóricas de instituições públicas e privadas o INSS, a demanda por previdências complementares aumentou consideravelmente nos últimos anos. Em
nos últimos anos. Desta forma, o perfil da classe consumidora brasileira teve uma reconfiguração 2012, esse mercado atingiu R$ 22 bilhões em contribuições, valor este 30% superior a 2011. Nos mercados
acentuada, de modo a forçar alterações profundas nas estratégias de companhias de diversos setores, desenvolvidos, a arrecadação anual de prêmios se situa próximo a 10% do PIB destes, já no Brasil em 2012
sendo uma das mais afetadas o mercado securitário. este chegou a 3,4%, evidenciando um grande espaço para crescimento do segmento.
Este novo tipo de público consumidor é majoritariamente inexperiente com relação ao consumo,
logo grande parte se encontra “despreparado”. Isto fica evidente quando analisamos o incremento Há algumas décadas atrás, a representatividade dos jovens na população brasileira era
substancial do endividamento das famílias, que segundo dados do Banco Central no final de novembro expressiva, o que se constituía num importante elo na cadeia previdenciária nacional, na qual as
de 2013, estava em 53,08%. contribuições de jovens em idade laboral financiavam a aposentadoria dos idosos. Todavia, a inversão
na pirâmide etária que vem ocorrendo nos últimos anos, fruto da maior expectativa de vida e menores
Em 2013 ficou evidente que o país já deixava a época de ouro de crescimento econômico, como taxas de natalidade, alterou profundamente este cenário. A população brasileira de mais de 65 anos,
visto na última década. O setor de seguros que é conhecido como sendo um dos mais “resilientes” que se mantivera em torno dos 3% do total até 1970, deverá alcançar os 13% em 2020, segundo
frente a cenários macroeconômicos adversos, continuou a evoluir de forma acentuada, porém em 2013
estudos do IBGE.
determinados fatores contribuíram para minar a rentabilidade do setor. De inicio, os moldes de
investimentos das seguradoras são caracterizados por grandes reservas, que são investidos em uma Diante deste cenário, a pressão para haver profundas alterações no sistema atual de previdência
ampla gama de investimentos, sendo muitos destes, renda fixa. Neste sentido a taxa de juros básica publica é crescente, desta forma, a contratação de uma previdência complementar é cada vez mais
operou em patamares considerados baixos ao longo de 2013, o que minou a rentabilidade das requisitada e necessária.
companhias do setor.
Além da perca de rentabilidade, desde 2008 seguradoras internacionais vem desembarcando no A mudança na pirâmide etária na qual o país está em curso, vem ressaltando outras necessidades
Brasil, com pesados investimentos e campanhas agressivas, visando conquistar mercado. A agressiva importantes, como a maior demanda da população por serviços de saúde, em vista que notoriamente a
política de preços praticados pela concorrência internacional pressionou os preços médios do mercado, população idosa requer mais esses serviços. Neste quesito, o Sistema Único de Saúde (SUS) é
para assim manter o ritmo de crescimento. nacionalmente reconhecido pela sua grande escassez de recursos, o que vem inflando a demanda por
Apesar das atribulações que o setor enfrentou em 2013, temos uma perspectiva positiva para seguros saúde, que é o segmento que mais cresce e como vimos já é o segmento mais representativo
2014. Tal percepção é baseada na alta da taxa básica de juros esperada para o exercício, além do da cadeia securitária.
processo de reajustes da precificação média praticada. Mas o fator mais atrativo do setor continua
sendo seu acelerado crescimento, somente no ano de 2012 o setor arrecadou um volume 15,2% Quanto aos riscos do setor, o principal está atribuído à dificuldade em precisar com exatidão as
superior ao ano de 2011. perdas potenciais frente aos prêmios estabelecidos, ou seja, a precificação do seguro. Todavia, o
avanço das plataformas tecnológicas das empresas do setor vem mitigando este risco, sendo
O segmento de maior destaque e o que mais cresce no Brasil é o de seguro de vidas e saúde, relativamente raro no setor haver subprecificação de determinado risco consideravel. Estes avanços na
seguido pelo seguro de automóveis, que ainda possuem uma taxa de penetração baixa frente à área de tecnologia da informação só foram possíveis mediante fortes investimentos em tecnologia, que
população brasileira e o PIB. Segundo relatório da consultoria Sigma Report 2012, a relação valor representam o principal ponto de investimentos do setor.
absoluto de prêmios de seguros sobre o PIB, a chamada penetração de seguros na economia, o Brasil
ficou em 3,1%, bem abaixo de países como os EUA (8%), Reino Unido (11,9%) e Holanda (13,1%). Já
em relação aos ditos BRICs o Brasil fica a frente somente da Rússia (2,3%) e atrás da Índia e China,
respectivamente 4,7% e 3,8% do PIB.

Volume de Contribuições de Planos Previdenciários


(Bilhões de Reais)

80

60
40

20
0
2008 2009 2010 2011 2012

Contribuição - Planos de Caráter Previdenciário Prêmio - Seguros de Pessoas


Fonte: SUSEP (Superintendência de Seguros Privados)

62 63
Shopping Centers

Ao longo dos últimos anos, o segmento de shopping centers apresentou forte crescimento em Faturamento (R$ bilhão)
todos os números, seja na abertura de shoppings, na Área Bruta Locavel (ABL) e, principalmente, em
faturamento. Para 2013, não será diferente, mesmo com o cenário macroeconômico mais “anêmico”, o
131,45
setor tende a apresentar crescimento. 119,5
Segundo projeções da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) o setor deverá fechar 108
87
o ano de 2013 com faturamento na ordem de R$ 131,4 bilhões, aumento de 10% se comparado com os 71
R$ 119,5 bilhões reportados no ano de 2012. Também é esperado aumento no tráfego de pessoas (nos 58 64,6
45,5 50
shoppings) em torno de 398 milhões por mês. É como se a população do país fosse ao menos 2 vezes
por mês aos shoppings.
Além disso, destacamos também a forte elevação nos empregos gerados, 971,6 mil, ante 877 mil
de 2012. A boa performance de 2013 pode ser explicada pelo baixo índice de desemprego, pelo 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013*
aumento da massa salarial e pelo crédito, que continua em níveis apreciáveis. E nem mesmo as Fonte: ABRASCE(*) Estimativa da ABRASCE
perspectivas de arrefecimento do consumo das famílias brasileiras e aumento da taxa básica de juros
(Selic) deve desestabilizar o setor de shopping centers.
Ressaltamos que o setor é resiliente a momentos de incertezas econômicas, já que grande parte E a Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings (Alshop) projeta uma entrada de 157
da receita é proveniente da locação de lojas e quiosques. Vale destacar que outra parte da receita vem empreendimentos de 2013 a 2015, grande parte abrindo em 2015. Esta expansão consumirá algo em
de taxas de transferência, cessão de direitos e estacionamento. Os contratos assinados entre torno de R$ 8 bilhões aproximadamente em investimentos. Vale comentar, que os números da Alshop
administradora e varejistas são de longo prazo, o que as impedem de deixar o shopping sob pena de também incluem todos os empreendimentos comerciais do varejo, desde os shoppings tradicionais,
multa. Sendo assim, as receitas são bastante estáveis. minishoppings e galerias. E novamente, a projeção é que grande parte dos empreendimentos se
instalarão no sudeste como mostra a tabela abaixo.
Mas a questão é se realmente o Brasil consegue absorver este forte crescimento no número de
shoppings. Entretanto, se levarmos em consideração a baixa penetração do mercado brasileiro em
comparação com outros países, verificamos que o Brasil está longe de estar saturado de centros
comerciais. Além disso, a migração de classes sociais nos últimos anos vem elevando a frequência de Inaugurações
pessoas nos shoppings, garantindo assim um fluxo cada vez maior. Regiões do Brasil Quant. Shoppings % por Região
E difícil mensurar a saturação de praças, pois os mercados estão sempre em expansão,
principalmente na Grande São Paulo, onde se concentra o maior PIB por região. E do total esperado Norte 15 9,55%
para 2013, 495 shoppings, 164 deles estarão em São Paulo. Sendo assim, as grandes capitais, apesar Nordeste 30 19,11%
de estarem bem ocupadas, vão permitir ao longo do tempo algum crescimento, embora em velocidade
Centro-Oeste 10 6,37%
menor. O que podemos destacar como sendo relevante para o sucesso dos novos negócios é a
eficiência de algumas administradoras e incorporadoras. Acreditamos que em razão da maior Sudeste 85 54,14%
concorrência e do grande número de shoppings sendo abertos o que vai ditar os ganhos é a capacidade
Sul 17 10,83%
das companhias na redução dos custos e despesas da operação.
Já para 2014 as expansões continuam. É esperada a abertura de 41 shoppings no Brasil, Totais 157 100,00%
perfazendo um total de ABL de 13,8 milhões de m2.
Fonte: Alshop
Destacamos que grande parte dos shoppings que estão sendo abertos continuam sendo nos
grandes centros econômicos, principalmente na região de São Paulo. Um número expressivo continua
sendo em shoppings tradicionais, mas estão surgindo novos centros comercias como os Outlets e de
segmentos de minishoppings. Por fim, mantemos nosso otimismo com o setor de shoppings.
Área Bruta Locável (ABL) Shopping Centers
milhões de m² em Operação
13,84
12,63
10,34 11,4 536
9,1
9,6 457 495
8,6 392 408 430
8,3
6,5 7,5
338 351 365 376

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013* 2014* 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013* 2014*

Fonte: ABRASCE(*) Estimativa da ABRASCE Fonte: ABRASCE(*) Estimativa da ABRASCE

64 65
Siderurgia / Metalurgia

Uma declaração do presidente do Instituto Aço Brasil (IABr) resume como foi e o que podemos
esperar do setor siderúrgico, daqui pra frente. “O ano de 2013 foi tão ruim que alguma melhoria tem que Produção mundial de aço (mil ton.)
acontecer em 2014”.
1.536.988 1.545.011
Quando se trata de siderurgia a temática tem sido a mesma, pelo menos desde 2010. Excesso de 1.432.750
oferta de aço no mundo, retração de demanda, custos elevados e importações a níveis preocupantes.
1.348.122 1.342.625
Junte a isso o elevado custo Brasil e a frágil situação das economias desenvolvidas, e temos um retrato
de mais um difícil ano para o setor. 1.250.473

1.147.772
A questão é que esse enredo foi, é, e continuará pautando o desempenho das principais 1.237.044
1.062.541
companhias atuantes no Brasil.
971.016
905.155
2013 começou com um “tom mais otimista” com previsões de avanços na produção e consumo de 850.156 852.173
aço e significativa redução das importações, num contexto de preocupações com o crescimento chinês
que poderia se traduzir até na redução do preço do minério de ferro. Contudo, o que vimos ao longo do
ano foram revisões de expectativas, apontando deterioração das condições da balança comercial do 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
setor (importações pouco menores e exportações muito menores do que em 2012), mesmo em meio a Fonte: World Steel Association (WSA)/ Elaboração própria
um processo de desvalorização do real. O detalhe (que muda toda a história) é que o movimento de
desvalorização da moeda local não foi um evento isolado, sendo também verificado em outros países
Já com relação à demanda, apesar das preocupações relacionadas com o nível de atividade
produtores de aço. Resultado disso é que as importações continuaram em elevado patamar.
econômica mundial, perspectivas da World Steel Associtaion (WSA) apontam para crescimento por
volta de 3% em 2013 e para 2014 segundo a associação a demanda deve se expandir em algo como
Para dar mais cor e destacar a importância do que se discute em termos de importação de aço,
3,3% (evoluções menores do que o crescimento econômico médio mundial esperado para os próximos
dados de um estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em 2011 para avaliar a importância
anos de 4,1%). É importante destacar que o processo de urbanização emergente sustenta certo nível
do aço na economia brasileira, constataram entre outros aspectos, que se o volume de importação
de expansão de demanda ao longo dos próximos anos. Estimativas apontam que 2,5 bilhões de
direta de 5,9 milhões de toneladas em 2010, tivesse sido produzido no Brasil, teriam sido gerados 582
pessoas saiam de zonas rurais para urbanas até 2030.
mil empregos. Aplicando de forma bastante simples a métrica do estudo e levando-se em consideração
que as últimas estimativas davam conta de que o volume de importação seria de algo próximo a 3,8 A China certamente deverá continuar guiando o consumo global com aumento de cerca de 6% em
milhões de toneladas em 2013 (redução de apenas 0,5% ante 2012), estamos falando de algo como 2013 atingindo algo próximo a 700 milhões de toneladas, quase a metade da demanda global, indica a
374 mil empregos que deixaram de ser gerados ao longo da cadeia do aço. WSA. Para 2014, espera-se desaceleração e crescimento de apenas 3%, atingindo 721 milhões de
toneladas.
Em recente estudo conduzido pelo mesmo instituto, fica nítida a necessidade de adoção de Nos últimos anos, o setor siderúrgico do país tem sido afetado pela fraca demanda e queda de
medidas de proteção, como aumento de alíquotas de importação. Segundo o IABr 58% do consumo preços além de ter sofrido com o excesso de capacidade. Segundo a diretoria do Instituto de
final brasileiro de aço será atendido por importações em 2022, caso o descolamento entre exportações Planejamento e Pesquisa de Indústria Metalúrgica da China (que também espera diminuição da
e importações (diretas e indiretas) mantenha o mesmo ritmo dos últimos cinco anos. De 2008 a 2012, o demanda), a menor evolução estimada para 2014 reflete o menor crescimento de setores como bens de
consumo aparente final de aço no Brasil cresceu 13,8% (ou média de 3,3% ao ano), contudo, as capital (maquinário), linha branca (eletrodomésticos) e contêineres. Dentre os setores que determinam
importações diretas de produtos apresentaram evolução de 45,1% no período. a demanda de aço, as indústrias ferroviária e automobilística são as que devem registrar o maior
crescimento de consumo em 2014, expandindo-se em 8,3% e 8% respectivamente. A WSA vislumbra
No que tange à dinâmica de oferta e demanda, estima-se que em 2013 o excedente de produção marginais melhoras para as economias desenvolvidas e espera evolução de 0,7% na demanda norte
esteve em torno de 540 milhões de toneladas. Somente no acumulado de 2013 até novembro, a americana por aço em 2013, para 97 milhões de toneladas, e aumento de 3% para 2014.
produção chinesa de aço somou 712,86 milhões de toneladas, alta de 7,8% sobre o mesmo período de
2012. Nesse contexto, as perspectivas de continuidade do excesso de oferta tomam contornos Mesmo nesse contexto ainda complicado para a siderurgia, estimativas do Instituto Aço Brasil
bastante factíveis. Para 2014, expectativas do Instituto Aço Brasil (IABr) indicam que o excesso de (IABr) apontam para uma evolução de 4,4% do consumo de produtos siderúrgicos em 2014 (algo em
produção deve ser da ordem de 600 milhões de toneladas. Não bastasse isso, existem previsões que torno de 24 milhões de toneladas), em boa medida influenciada pelas concessões de infraestrutura e
empresas da China, Oriente Médio e Norte da África adicionem 190 milhões de toneladas de demanda do setor automotivo. O instituto também estima evolução de consumo aparente (vendas mais
capacidade nos próximos três anos. No gráfico abaixo fica nítida a significativa evolução do mercado importações) em 3,2% frente a 2013.
siderúrgico desde 2000. Acreditamos que as companhias deverão em 2014 manter suas estratégias de redução de custos,
dando continuidade aos processos de verticalização num ano que ainda será difícil para as atividades
em torno da produção de aço. Com relação ao médio/longo prazo, o cenário continua mais ameno,
tendo em vista a manutenção de circunstâncias como a maturação dos investimentos das companhias
siderúrgicas em verticalização produtiva, melhoria da saúde econômica dos países do hemisfério norte
bem como exploração em larga escala do pré-sal e reformas infraestruturais no Brasil.

66 67
Telecomunicações e Calls Centers

Um ano de muitas mudanças. Assim podemos definir 2013, tanto para o mercado de tem retraído rapidamente a necessidade desse tipo de telefonia. Já as modalidades de TV por
Telecomunicações como para o de Call Centers no Brasil. assinatura e Banda Larga continuam a apresentar resultados positivos tirando proveito da ascensão
As operadoras de telefonia tiveram de lidar com um mercado muito mais adverso do que se imaginava social da população brasileira, isso porque essa nova classe de consumidores inseriu esses serviços
inicialmente, com arrefecimento em seus mercados de atuação, intervenções regulatórias e como uma necessidade em suas residências.
movimentações societárias. Nesse contexto, a competição ficou ainda mais acirrada e se deu via preços e Para 2014, a Tendências Consultoria Integrada estima crescimento de 3,5% na base de usuários
ofertas promocionais na maioria dos segmentos, diluindo as margens de lucro das companhias. de telefonia móvel, um pouco abaixo do aumento projetado para 2013, de 4%. Para a telefonia fixa, a
Em relação ao ramo de telefonia móvel, notamos nitidamente que esse segmento já atravessou a expectativa é de queda de 1,7%, mesmo índice previsto para este ano. No caso da TV por assinatura,
fase de forte crescimento na base de clientes e entrou agora no momento em que as operadoras que cresceu 13% em 12 meses até outubro, a consultoria prevê avanço de 18% no próximo ano. Desta
buscam agregar pacotes de serviços aos seus usuários. Como podemos observar nos gráficos abaixo, forma, a expectativa é de ganho modesto nas receitas das companhias.
o menor número de adições de celulares se deu em razão da elevada teledensidade no Brasil, que está Devemos ver também menores margens operacionais, sobretudo pela competição de preços,
em 1,3 aparelhos por habitante, fazendo com que a conquista de market share ocorresse através da como também em função da queda de 25% no valor da tarifa de interconexão VU-M que é a tarifa
migração do usuário de uma operadora para outra. cobrada pelas empresas de serviços de telecomunicações fixos quando se conectam as redes de
prestadoras móveis. Esperamos ainda uma concorrência mais apertada nos segmentos de conexão
máquina a máquina (M2M) e em TV por assinatura com a chegada de novos competidores.
Telefonia Móvel - Adições Líquidas de Celulares Adicionalmente, as operadoras ainda precisarão manter investimentos altos para cumprir as metas de
cobertura para 3G e 4G e planos de metas de qualidade impostos pela Anatel.
39,3
A discussão em torno da saída da Telefónica da Telco, controladora da Telecom Italia, ou a venda
da TIM, continuará a atrair a atenção dos investidores, assim como a fusão entre Oi e Portugal Telecom
29,0 será acompanhada de perto pelo mercado.
23,3
19,6 Outro mercado intrinsecamente ligado ao setor é o de Call Centers, onde as empresas enfrentam o
desafio de conciliar a prestação de serviços aos seus clientes em meio à migração de suas estruturas
Em milhões

para regiões com menor turnover de funcionários, com objetivo de reduzir os custos de recrutamento e
treinamento, mas, sobretudo, diminuir suas folhas salariais. Num mercado bastante pulverizado, os
8,1 grandes players obtêm vantagens de escala sobre os demais, como podemos ver nos gráficos abaixo.
Entretanto, mesmo para esses competidores, a tendência para o próximo ano ainda é de adequação de
processos e fracos resultados operacionais.
2009 2010 2011 2012 2013*
Faturamento das maiores PAS* total das maiores
companhias em 2012 companhias em 2012.
Telefonia Móvel - Market Share
3.619 48.233
29,7% 29,5% 29,1%
29,8% 28,7% 2.600 36.000
25,4% 26,5% 26,9% 27,1%
25,5%
25,2% 520 11.000 7.104 8.000
23,6% 25,1% 403 300
24,9% 24,9% 211,3 203 186,6 4.750 4.600 3.900

20,7% 19,4% 18,8% 18,8%


18,6%

to
to

x
ax

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C
C

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al

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on
iv

on

BT
BT

av
av

lC
2009 2010 2011 2012 2013*

m
m

al
al

Al
Al

C
C
Vivo Tim Claro Oi Fonte: Portal Callcenter Brasil. Fonte:Portal Callcenter Brasil / PAS* pontos de atendimentos.

Fonte: Anatel. (*) Dados até Out/13.


Entendemos que o panorama segue bastante complicado, com indefinições societárias, fortes
O mercado de telefonia fixa permaneceu em sua trajetória declinante, pois, como há algum tempo intervenções regulatórias, baixo crescimento e grande necessidade de investimentos das companhias,
vem sendo apontado, a evolução tecnológica da comunicação através de dados e voz via smartphones resultando em menores retornos aos seus acionistas.

68 69
TI

Toda vez que pensamos em inovação tecnológica, aumento de competitividade e em criação de Crecimento do Mercado de TI ( CAGR 2011 - 2016)
valor para as companhias dos mais variados setores de nossa economia, estamos nos referindo,
necessariamente, aos investimentos em Tecnologia da Informação (TI). É um mercado em constante
transformação, com concorrência bastante pulverizada e que possui inúmeros incentivos pelo seu
México
caráter de propulsor do crescimento.

Emergentes
China

Mercados
Assim sendo, as empresas que nele atuam aportam quase que a totalidade de seus recursos Índia
(próprios ou de terceiros) em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), bem como em aquisições de
Rússia
pequenas e médias empresas que fornecem soluções para nichos específicos ou, até mesmo, fazem
incorporações de startups que surgem a partir de trabalhos acadêmicos, ideias promissoras e de Brasil
projetos com alto potencial de aplicação e uso comercial. Coréia do Sul
Japão

Desenvolvidos
Notoriamente, nos últimos anos, os aportes de capitalização que serviram de funding para esse

Mercados
setor vieram do BNDES, ora por linhas de crédito como o Prosoft, ora por entrada no capital das Espanha
companhias através do BNDESPar. Vale registrar que nesse ano de 2013, duas companhias em que o Reuno Unido
banco de fomento mantinha posição fizeram seus IPOs, são essas a Linx e a Senior Solutions, como EUA
também cabe ressaltar que o banco diminuiu sua participação acionária na Bematech ao longo do
Mundo
segundo semestre.
0,0% 2,0% 4,0% 6,0% 8,0% 10,0% 12,0% 14,0%
Outro elemento que devemos adicionar como mais um ponto favorável ao setor, são os programas
governamentais de incentivos e benefícios às companhias, tendo destaque a Lei 12.546/11 que Fonte: BRASSCOM.
desonerou a folha de pagamentos do setor passando a abater a alíquota, entre 1% e 2,5% dependendo
da empresa, sobre o faturamento, excluindo as vendas canceladas, os descontos incondicionais
concedidos e a receita de exportações. Em 2011, foi lançado o programa federal TI Maior que vem Na indústria de informática, o ritmo de crescimento vem se mostrando cada vez mais agressivo.
induzindo o crescimento das companhias através de parcerias e conexões estratégicas para Somente no ano de 2012, a comercialização de PCs atingiu 15,5 milhões de unidades, representando
desenvolver soluções para diversos ramos de negócios. A tabela a seguir foi elaborada com o conteúdo US$ 11,1 bilhões em vendas. As vendas do mercado legal passaram de 962 mil unidades em 2004 para
do programa e lista os alvos a serem alcançados até 2022. cerca de 11,9 milhões de unidades em 2012, registrando crescimento médio anual de 37,0% entre
esses anos. Esse crescimento foi incentivado por três principais fatores: i) queda do preço em função da
desvalorização do dólar e do corte de impostos; ii) aumento na disponibilidade de crédito para esta
Macrometas do Programa TI Maior 2011 2022e categoria no Brasil e iii) maior distribuição através no canal de varejo. No mesmo espaço de tempo, o
preço médio de PCs no Brasil caiu 35,5%, sendo desktops a queda foi de 40,3% e em notebooks de
Colocação no Ranking Mundial de TI 7º 5º 77,5%, impulsionado principalmente pela queda de 33,2% do dólar, uma vez que mais de 90% do custo
de um PC é vinculado a essa moeda. Também contribuiu para essa queda a isenção de PIS/COFINS
em 9,25%, para computadores de até R$ 4.000,00. Mais recentemente, a redução do preço dos
PIB do Setor (Em US$ bilhões) 102 150-200
portáteis se deveu também à maior competição no mercado de varejo e aos grandes volumes de
laptops educacionais direcionados a programas de informatização do ensino público no país. Todavia,
Exportações do Setor (Em US$ bilhões) 2,4 20 permanecemos apreensivos com esse nicho de mercado, sobretudo porque esperamos uma trajetória
de apreciação do dólar para 2014, trazendo fortes impactos aos seus custos e, consequentemente, às
Participação do TI no PIB Nacional 4,4% 6% suas margens operacionais.

1,2 2,1 Entendemos que o maior risco está sob a competição com players internacionais, principalmente
Geração de Empregos Qualificados (Em milhões)
as multinacionais norte americanas, pioneiras no desenvolvimento de soluções tecnológicas e que
enxergam o mercado brasileiro com elevado potencial para fazer negócios. Fusões e aquisições de
pequenas e médias empresas é um ótimo caminho para conquistar market share no país e ganhar
Fonte: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. expertise de mercado para capturar novos clientes.
Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação Majoritariamente, essas companhias possuem caixa líquido, isto é, maior disponibilidade de
(BRASSCOM), a maior parte da população mundial será da classe média em 2021, principalmente nos recursos em caixa do que o valor total de suas dívidas. Portanto, devemos sempre ficar atentos à
países emergentes, em especial o Brasil e isto refletirá no aumento do consumo de TI como podemos otimização do uso do capital dessas empresas que podem elevar o nível de endividamento e também
observar no gráfico. de pagamento de dividendos aos seus acionistas. Nesse contexto e levando em conta as perspectivas
favoráveis para cada ramo de negócios, avaliamos que facilmente esse setor terá um desempenho bem
acima do crescimento do PIB brasileiro em 2014.

70 71
Varejo

Depois de sucessivas altas na taxa de crescimento do setor de varejo, o ano de 2013 foi muito Além disso, estudos comprovam que em países que sediam grandes eventos esportivos os
desafiador. Para começar, tivemos elevações da taxa básica de juros, aumento no dólar passando por impactos nas vendas do varejo não apresentam grande impulso devido ao evento especifico.
fortes oscilações e a estabilização da taxa de desemprego e crédito. Tudo isso, se deu, em meio à Entretanto, os varejistas que mais irão se beneficiar são os de bens duráveis (em razão das vendas de
acirrada concorrência. Todos estes elementos fizeram com que o setor de varejo apresenta-se baixo televisores) e dos de alimentos e bebidas.
crescimento e consequentemente as empresas também reportassem números menores.
Para as vendas de vestuários e têxteis estas não irão se beneficiar com os eventos Copa muito
O varejo é o último elo da cadeia, sendo, portanto, o mais correlacionado com os efeitos do menos com o cenário macroeconômico, entretanto, a continuidade das ações adotadas pelo governo
aumento ou redução da atividade econômica do país. Desta forma, as empresas tentam buscar federal para incentivar a produção nacional continuará contribuindo para a melhora de seus números.
alternativas para minimizar a dependência dos ciclos econômicos sob suas vendas. Nesse sentido, o Dentre estes incentivos podemos citar o Reintegra e a substituição da contribuição social de 20% sobre
comércio vem cada vez mais ampliando parcerias com instituições financeiras ou ate mesmo, em a folha de pagamentos por 1% sobre a receita bruta das companhias, planos estes que vigoram até
alguns casos, criando sua própria instituição financeira, trabalhando com cartões de terceiros e próprios dezembro de 2014.
de forma a oferecer prazos e condições mais favoráveis para o pagamento das contas. E,
adicionalmente, estão entrando no comércio online e vendas diretas. No que se refere ao e-commerce no Brasil, o setor tem apresentado crescimento firme e para 2014
não será diferente, mesmo em meio a maior concorrência. Espera-se elevação na casa de dois dígitos,
É esperado que o varejo brasileiro termine 2013 com crescimento de 4,7%. Separando por bem acima do volume de vendas registrado pelo varejo físico. Entretanto, em vista da forte
segmentos, podemos esperar que o varejo de bens duráveis e, online tenham crescimento mais concorrência, esperamos grandes campanhas promocionais e descontos, pressionando as margens
consistente, passando para o de não duráveis com números bem mais modestos e por fim o varejo de de comercialização das empresas.
vestuário e têxtil, que devem vir com desempenho mais fraco.
Conforme o gráfico abaixo fica claro que estes dois anos subsequentes serão de crescimento
Vale salientar que os condicionantes macroeconômicos valem para todo o varejo independente do menor. Portanto, a seletividade na busca por melhores ativos se torna imperativa em 2014. “Acabou
seu segmento, sendo assim, não vislumbramos forte crescimento, por conta dos fatores comentados a osmose”.
acima. Mas pontuando os segmentos percebemos que o ano de 2013 realmente foi complicado, não só
pelos fatores macroeconômicos, mas pelas questões setoriais.
Merece destaque, a elevação do preço do algodão que acabou afetando as empresas de vestuário Volume de vendas do comercio varejista restrito (Var.% YOY)
e têxteis, a volta do IPI para alguns produtos da linha branca e marrom, afetando as empresas de bens
duráveis e a inflação de alimentos, prejudicando as empresas de não duráveis. Mesmo assim, 10,9
9,7
acreditamos que o ano de 2013 terminará com crescimento, mas em níveis bem menores que os
9,1
apresentados nos cinco anos anteriores. 8,4

Para 2014, o cenário macroeconômico não se altera muito, deveremos ter uma taxa de juros na 6,7
6,2
casa de dois dígitos o ano inteiro, além disso, continuaremos com taxas altas de inflação próximo ao 5,9
topo da meta estipulada e também não esperamos melhoras substanciais na evolução do mercado de
4,7 4,5
trabalho e dos preços.
No entanto, quando olhamos para os condicionantes setoriais, percebemos pontos positivos para
o varejo, dado alguns fatores como o programa do governo Minha Casa Melhor, manutenção do
incentivo de alguns produtos e o efeito Copa do Mundo que irão melhorar os números para o ano.
Fazendo um adendo, o programa Minha Casa Melhor já atendeu quase 250 mil famílias que tiveram
acesso a cerca de R$ 1,2 bilhão em 2013, resultando em R$ 1,9 bilhão de vendas para o comércio. E é
esperada para 2014 uma receita de vendas para o comércio, principalmente de móveis, 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013* 2014*
eletroeletrônicos e eletrodomésticos em torno de R$ 4,2 bilhões.
Fonte: IBGE/LCA
Já no que tange ao evento excepcional “Copa do Mundo” fica mais complicado de se avaliar sua
real contribuição para o varejo, pois teremos mais vendas de televisores, no entanto, no período de
jogos importantes e principalmente do Brasil, várias lojas e empreendimentos comerciais irão fechar
acarretando menores vendas.

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Indicadores Nossos Parceiros

Indicadores NOME ENDEREÇO CEP CIDADE ESTADO TELEFONE


2010 2011 2012 2013 (%) 2013
PERILO Rua Ceará, 295 - Sobreloja 01 ES (27) 3299-3539
29101-291 Vila Velha
Acum. Acum. Acum. Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Acum. INVESTIMENTOS Praia da Costa

CDI 9,75% 11,60% 8,40% 0,59% 0,48% 0,54% 0,60% 0,58% 0,59% 0,71% 0,70% 0,70% 0,80% 0,71% 0,78% 8,06%
Av. Agamenon Magalhães, 2656
TR 0,68% 1,20% 0,28% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,02% 0,00% 0,00% 0,09% 0,02% 0,04% 0,19% FINACAP Empresarial Amagenon Magalhães - 52020-000 Recife PE (81) 3241-2939
Loja 02 - Espinheiro
Poupança 6,90% 7,45% 6,48% 0,50% 0,50% 0,50% 0,50% 0,50% 0,50% 0,52% 0,50% 0,51% 0,59% 0,52% 0,55% 6,37%

US$ Comercial 0,48% 12,18% 9,42% -2,59% -0,60% 2,17% -0,99% 7,10% 4,15% 2,24% 4,51% -7,09% 0,81% 4,61% 0,86% 15,37% Av. Dr. Nilo Peçanha, 1221 91330-000 Porto Alegre RS (51) 3378-8700
OPEN
Sala 1601 e 1602 - Boa Vista
US$ Paralelo - - 8,94% -1,83% -1,40% 1,90% -0,47% 6,07% 4,85% 3,37% 3,69% -6,01% 0,00% 4,62% 1,20% 15,60%

SAGA Av. Nicomedes Alves Santos, 387


Ouro 32,26% 15,85% 15,26% -2,28% -6,54% 3,50% -8,21% -0,42% -6,55% 9,73% 11,24% -12,88% 1,06% -2,63% -2,16% -17,35%
Sala 20 - General Osório 38400-170 Uberlândia MG (34) 3292-9940
INVESTIMENTOS
IGPM 11,32% 5,10% 7,82% 0,34% 0,29% 0,21% 0,15% 0,00% 0,75% 0,26% 0,15% 1,50% 0,86% 0,29% 0,60% 5,51%

ARNOLDO TORANZO R. Xavier de Toledo, 183 - Sala 61 09010-130 Santo André SP (11) 4990-8188
Global Brasil 40 0,74% -1,49% -5,17% -1,07% -0,38% -0,60% -0,59% -1,61% -1,87% -0,91% -0,07% -0,32% - - - -
6º andar - Centro
T-Bonds 10 Y -13,25% -42,51% -6,42% 13,71% -5,03% -1,06% -9,09% 27,06% 16,67% 2,78% 6,18% -4,73% -1,91% 7,00% 8,73% 73,71%

AG - ANTONIO Av. Gov. Jose Malcher, 629 - Sala1 66035-100 Belém PA


T-Bonds 30 Y -6,98% -33,26% 2,08% 7,46% -2,52% 0,32% -7,10% 14,58% 6,67% 3,69% 0,82% 0,27% -1,63% 5,23% 2,09% 34,24% (91) 8137-4114
Nazaré
Dow Jones 11,02% 5,53% 7,26% 5,77% 1,40% 3,73% 1,79% 1,86% -1,36% 3,96% -4,45% 2,16% 2,75% 3,48% 2,60% 26,50%

TRINCA Rua Manduri, 278 - Jd. Paulistano 01457-020 São Paulo SP (11) 3811-8000
Nasdaq 16,91% -1,80% 15,91% 4,06% 0,57% 3,40% 1,88% 3,82% -1,52% 6,56% -1,01% 5,06% 3,93% 3,58% 2,32% 38,32%

S&P 500 12,78% 0,00% 13,41% 5,04% 1,11% 3,60% 1,81% 2,08% -1,50% 4,95% -3,13% 2,97% 4,46% 2,80% 1,95% 29,60%
AGRE Rua Boa vist,a 63- Cj. 601 01014-001 São Paulo SP (11) 3105-2171
IEE 11,98% 19,72% -11,72% -3,45% -1,13% 0,96% 1,77% 1,00% -10,92% 2,05% -2,36% 6,80% 2,90% -2,85% -2,87% -8,83% 6º andar - Centro

Ind Des Imobiliário 10,45% -23,70% 22,43% -1,96% -1,00% -5,28% -2,49% -4,50% -9,43% 0,14% -2,67% 9,52% -0,40% -6,22% -4,80% -26,39%
Av. Eng. Luiz Carlos Berrini, 828 - Cj. 21 04571-000 São Paulo SP (11) 3097-9771
MGO CONSULTORIA
Ind Set Industrial 9,23% -12,12% 26,29% 3,35% -2,95% -1,63% 0,31% -1,23% -4,45% 2,41% 4,62% 1,65% 0,57% 0,75% 0,14% 3,23% Sala 02 - Brooklin Novo

Ind Set Consumo 25,50% 0,59% 40,40% 4,42% -1,89% -2,92% 2,50% 0,45% -5,34% 1,30% 0,00% 3,43% 0,00% 0,95% -1,72% 0,76%
Rua das Mitras, 10 - Q-21, SL 213
ATIVO FUTURO Jd. Renascença 65075-770 São Luis MA (98) 8153-9233
Ind Carb Eficiente - -7,32% 16,39% 1,59% -2,06% -0,42% -1,52% -0,60% -6,91% 0,74% 1,57% 4,81% 4,59% -1,58% -2,72% -3,94%

Midlarge Cap 2,09% -10,42% 12,09% 0,20% -3,05% 1,15% 0,93% -0,62% -9,08% 1,82% 1,90% 5,03% 6,04% -2,26% -3,22% -2,03% Av. Chibarás, 688, Apto. 181
DIREÇÃO 04076-003 São Paulo SP (11) 5052-9707
Planalto Paulista
Índice Sust Empr 5,83% -3,31% 20,52% 0,74% -0,73% 0,25% 0,37% -2,04% -6,38% 2,63% 2,39% 3,65% 4,91% -1,79% -1,55% 1,93%

IGC 12,54% -12,45% 19,03% 0,86% -0,45% -0,54% -0,64% 0,00% -8,01% 1,24% 1,03% 4,47% 4,33% -1,58% -2,19% 2,04%

ITAG 11,72% -11,55% 19,24% 1,79% -0,04% 0,57% -1,20% 1,18% -8,90% 0,92% 0,78% 5,23% 4,56% -1,89% -2,81% 0,56%

FGV 100 10,21% -10,57% 21,77% 0,46% -3,34% -3,74% -2,01% -5,19% -5,97% 2,89% 3,69% 3,16% 2,42% -0,85% 0,17% -8,58%

IBRX – Índice Brasil 2,62% -11,39% 11,55% 0,23% -2,89% 0,64% 0,78% -0,88% -9,07% 1,74% 1,87% 4,98% 5,36% -2,02% -3,08% -3,13%

Ibovespa Médio -3,63% -18,25% 7,24% -2,21% -3,21% -2,37% -1,31% -2,99% -11,92% 2,22% 3,29% 5,68% 2,29% -3,29% -1,11% -15,55%

Ibovespa 1,04% -18,11% 7,40% -1,95% -3,91% -1,87% -0,78% -4,30% -11,31% 1,64% 3,68% 4,65% 3,66% -3,27% -1,86% -15,50%

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revisão com respeito a tal mudança. As opiniões aqui contidas a respeito da

78 79
Notas ANÁLISE DE MERCADO
ESPECIAL PERSPECTIVAS 2014

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Notas ANÁLISE DE MERCADO
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ANÁLISE DE MERCADO
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Análise realizada pela equipe Coinvalores

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