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MEMÓRIA E

HISTÓRIA
O QUE OPTAMOS POR GUARDAR
E O QUE OPTAMOS POR
ESQUECER

Aula 02
Técnicas Retrospectivas
Alessandra Baltazar
Maurício Valentini
Por onde ANDA o Museu do Calçado de
Franca?
De quem é a responsabilidade?
A Casa de Cariolato faz parte de da nossa
história ou memória?
De quem é a responsabilidade?
“Eu nunca quis ser jovem.
O que eu queria era ter
História
Com vinte e cinco anos
queria escrever
memórias, mas não tinha
matéria.”

LINA BO BARDI
A QUEM CABE A DEFINIÇÃO DO QUE
DEVE FICAR OU NÃO NO ESPAÇO
CONSTRUÍDO DAS CIDADES
ENQUANTO MEMÓRIA OU HISTÓRIA
DESTE LUGAR?

Instrumentos teóricos, críticos e


técnicos (Farah, 2008)
BELLE ÉPOQUE
Final do Século XIX e
início do XX

• Prosperidade
econômica
• Invenções
Tecnológicas
• Vida cultural
refinada e otimista
• Bairros
aristocráticos e
bairros operários
• Reurbanização de
praças , vias e
espaços públicos
Quanto a Belle Époque faz parte de nossa
história e memória?

Avenida Presidente Vargas com Avenida Brasil - Acervo do Arquivo Histórico Municipal de
Franca "Capitão Hipólito Antônio Pinheiro"
E o Teatro Santa Clara?

Praça Barão da Franca (esquina com a rua do Comércio)


Antigo Teatro Santa Clara, inaugurado em 1879, remodelado em 1912, demolido em 1925.
[...] mesmo não
sendo todos
historiadores,
deveriam possuir
uma "visão
histórica" e sólida
formação no
campo – para
entender e
respeitar aquilo
que é relevante
do ponto de vista
Avenida Presidente Vargas - Décadas de 60 e 70 histórico-
Acervo do Arquivo Histórico Municipal de Franca documental [...]
PRESERVAÇÃO
“O patrimônio
arquitetônico da
Belle Époque
permaneceu nos
anos subsequentes
a 1924, mas foi,
aos poucos, sendo
descaracterizado
ou destruído para a
edificação de um
novo tecido
urbano,
sintonizado com
uma sociedade
pluralista e
multifacetada”
Manifesto sobre o Ensino de Arquitetura no século XXI, por meio do CEU
(Council for European Urbanism) . É uma carta de princípios em que se afirma
que os futuros profissionais, os arquitetos contemporâneos, devem estar
preparados para responder aos complexos desafios do século XXI,
evidenciando a necessidade de se trabalhar conjuntamente a Arquitetura e o
Urbanismo; neste sentido, alguns princípios importantes foram enunciados:

Preservar e restaurar [regenerate] os recursos naturais e culturais existentes;

Identificar os conhecimentos e as habilidades [skills] que constituem o


diversificado patrimônio da humanidade;

Construir cidades, vilas, povoados e áreas rurais [countryside] duradouros e


sustentáveis, contribuindo para a continuidade e coerência dos lugares;

Promover [facilitate] o engajamento cívico, a diversidade social e a vitalidade


econômica, associados à preservação dos ecossistemas e da identidade local;

Pesquisar e aprender com as experiências bem sucedidas do passado, os


fracassos, e suas conseqüências imprevistas.
Comemorar...
O tempo da "comemoração" se aproxima.
Comemorar quer dizer "trazer de novo à
memória". Para quê? Para que se cumpra o ditado
popular que diz "recordar é viver". Dentre todos
os seres vivos os seres humanos são os únicos que
se alimentam do passado. Eles comem aquilo que
já deixou de existir.

Saudade é a presença de uma ausência.

RUBEM ALVES
Reviver o passado

“Eu evoco minha tristeza sem ficar triste, a


lembrança de um desejo não se acompanha
deste desejo, às vezes lembro-me com alegria
de minha tristeza e com tristeza de minha
alegria”.

Santo Agostinho (354 – 430 d.C.)


Que passado preservar?
“A deturpação da memória
acarreta danos para a cultura e
identidade das sociedades”.
(FARAH, 2008, p.34)
Instrumentos teóricos,
críticos e técnicos
(Farah, 2008)
Confissões – Santo Agostinho
“Não se diz com propriedade três são os tempos:
passado, presente e futuro; talvez fosse mais
apropriado dizer: presente das coisas futuras,
presente das coisas passadas e presente das
coisas presentes.
Porque essas três presenças tem algum ser na
minha alma, e é somente nela que as vejo.
O presente das coisas passadas é a memória; o
presente das coisas presentes é a
contemplação; o presente das coisas futuras é a
expectação.”
O viajante
Rachel de Queiroz
Memória é pertencimento.
O que preservamos?

Memórias ou Histórias?
Necessidade de guardar

Necessidade de esquecer
Há um esquecer que é uma
felicidade. É como mar que limpa
e alisa a areia que os humanos
haviam pisado na véspera sem
pedir desculpas. Já tive essa
estranha sensação bem cedo na
praia diante da areia lisa, um
sentimento de culpa por
machucá-la com meus pés... O
esquecimento alisa a areia. Tudo
fica puro, como se fosse a
primeira vez. Isso, do lado de fora.
Mas lá no fundo, onde mora a
saudade, não há esquecimento.
Porque lá só moram as coisas que
foram amadas. E o amor não
suporta o esquecimento.
RUBEM ALVES
"Aquilo que a memória ama fica eterno“
ADÉLIA PRADO
Memória
Carlos Drummond de Andrade

Amar o perdido
deixa confundido
este coração.
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis
CASA DA CULTURA UNIFRAN
A UNIFRAN criou a Casa da Cultura de Franca tornam-se insensíveis
em 1997 e a manteve até 2003 à palma da mão.
Mas as coisas findas,
muito mais que lindas,
essas ficarão.
Memória individual x memória coletiva

Tornar-se senhores da memória e do esquecimento é uma das


grandes preocupações das classes, dos grupos, dos indivíduos
que dominaram e dominam as sociedades históricas. Os
esquecimentos e os silêncios da história são reveladores desses
mecanismos de manipulação da memória coletiva”. (JACQUES
LE GOFF)
2ª PARTE DA AULA
• Memória X Reviver o Passado
• Memória X História
• Memória Individual X Memória Coletiva

• Necessidade de Guardar X Necessidade de


Esquecer
“A memória é parte constituinte da identidade, e através dela o
indivíduo (re) vivencia experiências, dialogando com a sociedade
à qual pertence. Essas experiências necessitam de suporte do
espaço físico.” (FARAH, 2008, p.34)

EM DUPLA

PATRIMÔNIO DE FRANCA
5 EDIFICAÇÕES
5 MONUMENTOS
5 LOGRADOUROS
5 IDENTIDADES
MAPEAMENTO DE BERLIM

"Quando eu estiver velho, gostaria de ter no


corredor da minha casa
Um mapa Pharus de Berlim
Com uma legenda
Pontos azuis designariam as ruas onde morei
Pontos amarelos, os lugares onde moravam
minhas namoradas
Triângulos marrons, os túmulos
Nos cemitérios de Berlim onde jazem os que
foram próximos a mim
E linhas pretas redesenhariam os caminhos
No Zoológico ou no Tiergarten
Que percorri conversando com as garotas
E flechas de todas as cores apontariam os
lugares nos arredores
Onde deliberava sobre as semanas berlinenses
E muitos quadrados vermelhos marcariam os
aposentos
Do amor da mais baixa espécie ou do amor
mais abrigado do vento"
(Walter Benjamin) 1892 - 1940
QUANDO EU MORRER

Quando eu morrer quero ficar,


Não contem aos meus inimigos,
Sepultado em minha cidade,
Saudade.

Meus pés enterrem na rua Aurora,


No Paissandu deixem meu sexo,
Na Lopes Chaves a cabeça
Esqueçam.

No Pátio do Colégio afundem


O meu coração paulistano:
Um coração vivo e um defunto
Bem juntos.

Escondam no Correio o ouvido


Direito, o esquerdo nos Telégrafos,
Quero saber da vida alheia,
Sereia.

O nariz guardem nos rosais,


A língua no alto do Ipiranga
Para cantar a liberdade.
Saudade...

Os olhos lá no Jaraguá
Assistirão ao que há de vir,
O joelho na Universidade,
Saudade...

As mãos atirem por aí,


Que desvivam como viveram,
1893 / 1945
As tripas atirem pro Diabo,
Que o espírito será de Deus.
Adeus.

De Lira Paulistana
O NOME
Carlos Drummond de Andrade
Estão demolindo
o edifício em que não morei.
Tinha um nome
somente meu. Sigo a destruição
Meu, de mais ninguém de meu edifício.
Amanhã o nome
o edifício
letra por letra
não era meu. se desletrará.

Rápido passando Ficará em mim


por sua fachada, o nome que é meu?
Ficarei
lia o nome
para preservá-lo?
que era e é meu.
Amanhã o galo
Cai o teto, cantará o fim
ruem as paredes do que no edifício
e numa pessoa
internas.
cabe em um nome
Continua o nome e é mais do que nome?
vibrando entre janelas
buracos.
O FIM DAS COISAS
Carlos Drummond de Andrade

Fechado o Cinema Odeon, na Rua da Bahia.


Fechado para sempre.
Não é possível, minha mocidade
fecha com ele um pouco.
Não amadureci ainda bastante
para aceitar a morte das coisas
que minhas coisas são, sendo de outrem,
e até aplaudi-la, quando for o caso.
(Amadurecerei um dia?)
Não aceito, por enquanto, o Cinema Glória,
maior, mais americano, mais isso-e-aquilo.
Quero é o derrotado Cinema Odeon,
o miúdo, fora-de-moda Cinema Odeon.
A espera na sala de espera. A matinê
Com Buck Jones, tombos, tiros, tramas.
A primeira sessão e a segunda sessão da noite.
A divina orquestra, mesmo não divina,
costumeira. O jornal da Fox. William S. Hart.
As meninas-de-família na platéia.
A impossível (sonhada) bolinação,
pobre sátiro em potencial.
Exijo em nome da lei ou fora da lei
que se reabram as portas e volte o passado
musical, waldemarpissilândico, sublime agora
que para sempre submerge em funeral de sombras
neste primeiro lutulento de janeiro
de 1928.
“A memória coletiva
permite que o
indivíduo tenha acesso
ao seu processo de
identificação, isso, por
sua vez, advém da
necessidade de um
passado que une o
tempo, que está perto
e não está morto.”
(FARAH, 2008, p.34)
Memória Coletiva

grupo de 10 pessoas

PATRIMÔNIO DE FRANCA
4 EDIFICAÇÕES
4 MONUMENTOS
4 LOGRADOUROS
4 IDENTIDADES
Bens elencados pela sala
EDIFICAÇÕES MONUMENTOS LOGRADOUROS IDENTIDADES

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