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Santa Luzia
2018
CELESTE MARIA LEAL OLIVEIRA
Santa Luzia
2018
CELESTE MARIA LEAL OLIVEIRA
Santa Luzia,
BANCA EXAMINADORA
A temática deste trabalho surgiu a partir da vivência da autora, desde pequena, com
a prática da autoconstrução em sua casa, e reafirmado pela experiência como
bolsista de projeto de pesquisa no Laboratório integrado de tecnologia social- LITS,
do IFMG- SL. Essa monografia apresenta o estudo e aplicação de método para
atendimento de demandas populares, tendo em vista que o método convencional da
prática arquitetônica não é eficaz para o atendimento dessas demandas. O
distanciamento entre arquitetos e demandas populares é devido a vários fatores,
que tem início desde a formação acadêmica do profissional que não é preparado
para o atendimento dessas demandas. O objetivo principal da pesquisa é
desenvolver um método de abordagem de prática arquitetônica e adaptá-lo à
realidade dos moradores do entorno do IFMG-SL, a fim de viabilizar abertura de
escritório de arquitetura para atendimento de demandas populares na região de São
Benedito-Santa Luzia- MG. A pesquisa teve início com o estudo de práticas
arquitetônicas com abordagens não convencionais, seguida por aplicação do El
Método do arquiteto Rodolfo Livingston com clientes reais, através de disciplina
optativa: prática arquitetônica para demandas populares. O método para o
atendimento dessas demandas se mostrou eficaz, com algumas ressalvas. Através
dos resultados dos estudos e com base na capacitação do Bootcamp- SEBRAE,
foram desenvolvidas diretrizes para plano de negócio de consultório de arquitetura,
tendo em vista o grande mercado para negócios que sejam preparados e
capacitados para o atendimento de demandas populares.
The thematic of this work arose from the author's experience, from a young age, with
the practice of self-construction in her home, and reaffirmed by her experience as a
research project fellow in the IFMG-SL's Integrated Social Technology Laboratory.
This monograph presents the study and application of a method to meet popular
demands, considering that the conventional method of architectural practice is not
effective for meeting these demands. The distance between architects and popular
demands is due to several factors, which start from the academic formation of the
professional who is not prepared to meet these demands. The main objective of the
research is to develop a method of approach to architectural practice and adapt it to
the reality of the residents of the IFMG-SL, in order to make it possible to open an
architecture office to meet popular demands in the region of São Benedito-Santa
Luzia-MG. The research began with the study of architectural practices with
unconventional approaches, followed by the application of the El Rodolfo Livingston
Method with real clients, through an optional discipline: architectural practice for
popular demands. The method for meeting these demands was effective, with some
caveats. Through the results of the studies and based on the Bootcamp-SEBRAE
training, guidelines were developed for the business plan of an architectural practice,
in view of the large market for businesses that are prepared and trained to meet
popular demands.
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................... 15
2 OBJETIVO E METODOLOGIA .............................................................. 21
2.1 OBJETIVO ............................................................................................. 21
2.2 METODOLOGIA..................................................................................... 22
3 PRÁTICA CONVENCIONAL DE ARQUITETURA E DEMANDAS
POPULARES .......................................................................................................... 23
4 PRÁTICAS ARQUITETÔNICAS COM ABORDAGENS NÃO
CONVENCIONAIS .................................................................................................. 29
4.1 MORADIGNA ......................................................................................... 30
4.2 VIVENDA ............................................................................................... 32
4.3 ARQUITETOS DA FAMÍLIA ................................................................... 33
4.4 ARQUITETURA NA PERIFERIA ............................................................ 41
4.5 EL METODO .......................................................................................... 43
4.5.1 Primeiro passo: a Pré entrevista ......................................................... 45
4.5.2 Segundo passo: a Primeira entrevista- El pacto ................................ 46
4.5.3 Terceiro passo: Sitio e Cliente ........................................................... 48
4.5.4 Quarto passo: a segunda entrevista- apresentação das variantes .. 49
4.5.5 Quinto passo: Devolução .................................................................... 50
4.5.6 Sexto passo: ajuste Final..................................................................... 51
4.5.7 Sétimo passo: escuta para o Manual de Instruções .......................... 52
4.5.8 Oitavo passo: Manual de Instruções .................................................. 52
5 APLICAÇÃO DO EL METODO COM CLIENTES REAIS: DISCIPLINA
OPTATIVA IFMG-SL .............................................................................................. 54
5.1 DESENVOLVIMENTO DA DISCIPLINA ................................................. 54
5.2 ALGUMAS PARTICULARIDADES DOS ATENDIMENTOS.................... 58
5.2.1 Casa dos estudantes ............................................................................ 58
5.2.2 Casa dos gigantes ................................................................................ 61
5.2.3 Casa do Brechó .................................................................................... 64
5.2.4 Casa dos desníveis .............................................................................. 66
5.2.5 Casa da escada fora do padrão ........................................................... 69
5.2.6 Casa dos trabalhadores do SAMU ...................................................... 73
5.2.7 Casa da artesã ...................................................................................... 76
5.2.8 Casa da cabeleireira ............................................................................. 78
5.2.9 Casa do terraço .................................................................................... 81
5.3 ATENDIMENTOS REALIZADOS PELA AUTORA: CASA DA COZINHA
SEM SAÍDA E A CASA DA SALA BARULHENTA .................................................. 84
5.3.1 Casa da cozinha sem saída ................................................................. 84
5.3.2 Casa da sala barulhenta ...................................................................... 93
6 CONSULTÓRIO DE ARQUITETURA: APONTAMENTOS PARA UM
NEGÓCIO DE ATENDIMENTO A DEMANDAS POPULARES ............................ 102
6.1 APRENDIZADOS ADQUIRIDOS .......................................................... 102
6.2 DIRETRIZES DO NEGÓCIO A PARTIR DO TREINAMENTO BOOTCAMP
104
7 CONCLUSÕES .................................................................................... 107
REFERÊNCIAS .................................................................................... 109
APÊNDICE A - Memórias da autoconstrução ....................................... 113
APÊNDICE B - Manual de Instruções da Casa da Porta Sem Saída .... 118
ANEXO A - Plano de Ensino da Disciplina Optativa IFMG-SL .............. 127
ANEXO B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ................... 130
ANEXO C - Roteiro de Trabalho ........................................................... 132
ANEXO D - Manual de Instruções da casa dos estudantes .................. 133
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1 INTRODUÇÃO
Os dados levantados pela pesquisa do LITS nos permitem ainda afirmar que
o processo de autoconstrução acontecia, em sua maioria, pelo distanciamento
físico, cultural e financeiro com profissional habilitado, seja ele arquiteto ou
engenheiro civil. Em alguns casos, a autonomia no processo construtivo foi
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Num país em que a maior parte da arquitetura das grandes e médias cidades
é resultado de construção feita ou gerida pelo próprio morador, ignorar esse
universo é, no mínimo, um sinal de alienação (SANT'ANNA, 2013). No Brasil,
segundo pesquisa (CAU/RS, 2017), mais de 50 milhões de brasileiros vivem em
moradias autoconstruídas sem o auxílio de um arquiteto ou engenheiro civil.
A pesquisa qualitativa realizada pelo CAU/BR e o Instituto Datafolha
confirmou que a questão financeira é o principal motivo pela preferência por mestres
de obras e pedreiros. No entanto, cerca de 70% das pessoas que compõem a
população economicamente ativa afirmam que contratariam os serviços de um
arquiteto e urbanista para construções ou reformas. Outros motivos apontados para
a contratação de mestre de obras foram o fácil acesso a esses profissionais por
meio de indicações e desconhecimento de alternativas (CAU/BR, 2015).
1
Agentes, são todos os que realizam qualquer ação relacionada à prática arquitetônica. Pertencem,
portanto, não somente ao campo da arquitetura. Não são necessariamente pessoas físicas podendo
ser instituições. Desta forma, agentes são arquitetos, engenheiros, clientes, operários, prefeituras,
órgãos de classe, empreiteiros, incorporadores, decoradores, vendedores e fornecedores. Cada um
desempenha determinados papéis e funções no ciclo da produção arquitetônica de modo a viabilizar
algumas práticas, sustentando algumas e mitigando outras. (Nogueira, 2010, p 134)
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2 OBJETIVO E METODOLOGIA
2.1 OBJETIVO
2 O São Benedito foi fundado pela lei estadual nº 2764 em 30 de dezembro de 1962 (Prefeitura de
Santa Luzia, [s.p.]). A avenida Brasília, principal via do distrito, pode ser destacada
por sua heterogeneidade comercial que garante uma diversidade de atendimentos que enriquecem e
valorizam esse centro local, garantindo também uma geração de novos empregos e renda para os
pequenos empreendedores locais. A proximidade desse distrito com Belo Horizonte, pode ser
destacado como um dos grandes influenciadores de crescimento local.
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2.2 METODOLOGIA
Aqui em São Paulo os homens eram italianos. A técnica era distribuída por
um grupo de artesãos capaz de realizar a prática da construção da
residência: o escadeiro, o telhadeiro, que era o homem que fazia o telhado,
via onde pôr as tesouras e tal, o pedreiro, e essa coisa fantástica que é o
encanador. E havia ainda um misteriosíssimo, o fachadista, que era capaz
de bordar com cal e areia em uma fachada, todos os desenhos que se
pudesse imaginar, volutas (ARTIGAS,1997, apud ARANTES, 2002, p. 20).
3
Oficial quer dizer os praticantes dos ofícios (carpinteiro, marceneiro, pedreiro, canteiro, funileiro
etc.), termo correlato ao profissional de hoje.
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No seu texto “A casa popular”, de 1969, Sérgio Ferro afirma que se trata de
um reencontro amargo do trabalhador com sua obra. Isso porque a falta
de recursos e a urgência na construção impedem a oportunidade para
ousar uma invenção. A técnica não é aprendida, mas “vivida”, como um
joão-de-barro construindo a sua casa, daí o caráter pré-histórico desse
trabalho. O resultado é a imagem da contradição: A precisão imposta pela
economia na produção ressurge como precisão no produto, precisão
amarga não resultado de engenho programado e escolhido, mas depósito
obrigatório de infinitas carências. A autoconstrução, assim, torna-se
uma antipoética da economia: extraindo do mínimo apenas o mínimo para a
sobrevivência (ARANTES, 2002, p. 190).
4
É importante não equiparar mercado imobiliário, produção capitalista de imóveis e especulação
imobiliária (Ribeiro, 1997). Embora os discursos neoliberais tenham nos habituado a identificar esses
termos, cabe lembrar que mercado é uma instância de compra e venda, capitalismo é um modo de
produção, e especulação é um expediente improdutivo de apropriação circunstancial de valor. Todo
produto, seja qual for seu modo de produção, pode chegar ao mercado e pode até se tornar objeto
de especulação. (KAPP; NOGUEIRA; BALTAZAR, 2009, p. 11)
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[...] o arquiteto obtém seu título sem ter visto jamais um cliente real durante
toda sua formação universitária. O papel do cliente é desempenhado por
um ajudante ou professor que fala a mesma linguagem (avarandados,
enfatizações, volumes que se destacam etc.) afastando o estudante da
prática profissional concreta... se acostuma a fixar na sua mesa de desenho
papéis em branco... não dão reformas como exercício de projeto, salvo
alguma exceção recente (LIVINGSTON, 2014, p. 103).
Os arquitetos, por sua vez, estão programados para fazer obras, não para
evitá-las. Tanto é assim que a tarifa de honorários, que é de aplicação
obrigatória, está baseada em uma porcentagem sobre o que se executa. É
evidente então que para encarar lucidamente estes trabalhos é necessário
reformar não somente a tarifa de honorários, mas também o planejamento
completo de uma profissão que, tanto do ponto de vista do público, como
dos profissionais mesmo, só se destacam fazendo obras, ou seja,
mostrando objetos visíveis (LIVINGSTON, 2014, p. 114).
28
4.1 MORADIGNA
4.2 VIVENDA
5
A denominação Arquitetos da Família não tem nenhuma relação com o Programa do Arquiteto da
Família criado pelo Grupo Risco, formado por alunos da Universidade Estadual de Campinas
(www.gruporisco.org) nem tem qualquer relação com programas de Assessoria Técnica propostos
pelo CREA e ou IAB.
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Figura 9 - Planta da casa de Laura e Ulisses antes da obra- atendimento Priscilla Nogueira
Figura 10 - Opção com cozinha aberta_ casa Laura e Ulisses- atendimento Priscilla Nogueira
Figura 11 - Manual de Instruções, cliente Luciane. Produzido pela arquiteta Hiromi Sassaki, 2009.
4.5 EL METODO
variantes e o Ajuste Final. A segunda etapa é composta pela escuta para o Manual
de instrução e a entrega do Manual de instrução. Segundo Rodolfo (LIVINGSTON,
2009). a duração total desses oito passos será entre três e cinco semanas.
estar atento não só à casa, mas também em ouvir novamente o cliente, pois, ele
pode se lembrar de algo esquecido na primeira entrevista
O cliente poderá também nesse momento propor novas variantes a partir das
existentes, gerando novas versões. O morador poderá levar os desenhos para casa
e retornar depois de alguns dias. Os desenhos entregues ao cliente são
processuais, apenas recebem alguns retoques e arremates gráficos. Usa-se sempre
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o papel transparente para facilitar a intervenção de novas ideias que poderão gerar
novas variantes (LIVINGSTON, 2009).
Os Manuais também são feitos à mão ou, para obras de maior porte, no
computador. São repletos de números e abreviaturas, que remetem aos
detalhes de cada parte da obra. Há sempre um Manual mestre, formado
por vários Manuais menores, denominados MI-1, MI-2 etc. O diferencial
dessa etapa está no áudio gravado por Livingston. Ele passa horas
gravando instruções, descrevendo detalhadamente cada parte da obra e o
porquê de cada decisão. Percebi que o áudio é a marca registrada de
Livingston, mas que já virou quase um cacoete. Poucos construtores o
ouvem de fato, muitos por já estarem acostumados com os seus projetos
(NOGUEIRA, 2010, p. 102).
aceitação por parte dos clientes, pois consideraram os valores justos, porém, em
dois casos, os clientes disseram que ainda assim não teriam o dinheiro para tal.
As orientações de Rodolfo (LIVINGSTON, 2009) sugerem que a entrevista
seja feita no escritório, para se evitar interrupções, no entanto, por se tratar de
estudantes que ainda não possuem escritório e para facilitar o deslocamento do
cliente, as entrevistas foram feitas nas residências, exceto duas, que foram
realizadas no IFMG- SL.
Também na primeira entrevista, os clientes levaram os PCs (Projeto do
cliente). Em alguns casos, houve um pouco de resistência ao desenho, mas ao se
explicar que eram apenas desenhos simples, os moradores se dispuseram a fazê-
los. As entrevistas duraram em média uma hora e meia, onde foram executados os
exercícios de escuta, como sugerido no El Metodo. As entrevistas realizadas no
IFMG, transcorreram tranquilamente, o que difere das realizadas nas residências,
pois, os moradores, por vezes queriam mostrar os problemas na residência.
A etapa seguinte foi a visita ao local, denominada El Sítio, nessa etapa, foram
feitos os levantamentos e medidas das residências e observação do entorno. Uma
das dificuldades enfrentadas pelos estudantes foram as medidas irregulares das
paredes e a falta de esquadrejamentos, alinhamentos e nivelamentos nas
construções. A partir do levantamento e das informações obtidas na entrevista e o
PC, foram produzidas as variantes e apresentadas aos clientes. Todos os grupos de
estudantes receberam orientações da professora, para só então apresentarem as
opções aos clientes. Os estudantes que cursavam o 2º período tiveram um pouco
mais de dificuldade e receberam um tempo maior para a produção das opções. Na
maioria dos atendimentos houve poucos ajustes na entrega final.
Todos documentos produzidos durantes os atendimentos foram registrados e
postados em uma pasta no Google drive (MENDONÇA, 2018) para
compartilhamento, incluindo uma apresentação denominada pasta catálogo, produto
apresentado na SNCT em outubro de 2018. Nessa apresentação, os estudantes
partilharam todos os processos aplicados até então.
O produto final da disciplina foi o Manual de Instruções, produzido por cada
grupo de acordo com a escolha da opção final do cliente, sob a orientação da
professora. Cada grupo trabalhou de forma diferenciada, gerando uma grande
diversidade de manuais. Após avaliação final da professora e os devidos ajustes, os
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manuais foram entregues aos clientes. Cada grupo de alunos, ao final da disciplina,
fez uma análise crítica da aplicação do El Metodo.
Nas análises produzidas, alguns apontamentos foram recorrentes. Os
estudantes pesquisadores consideraram o El Metodo eficaz no atendimento a
demandas populares, ressaltaram os benefícios dos exercícios de escuta, pois,
através dos exercícios era possível descobrir que existiam demandas que o cliente
ainda não havia mencionado. No entanto, criticaram alguns exercícios que
consideravam repetitivos, como o Exercício fiscal e o Mais- Menos que poderiam ser
unificados. Alguns grupos de estudantes também criticaram o tempo determinado
para cada etapa, considerando ser necessário um tempo maior para os
atendimentos.
Nesse caso, a reforma será executada pelos estudantes que não são muito
experientes, e serão auxiliados pelo pai. Por esse motivo a produção do Manual de
Instruções, a partir da proposta final aprovada (FIG.28) foi um pouco mais
detalhada, com informações acerca do modo de execução das etapas, além de
fornecer orçamento da primeira fase da reforma (ver Anexo D).
Fonte: adaptado pela autora, foto de Aline G., Lutara e Marina P. (MENDONÇA, 2018)
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Fonte: adaptado pela autora, produzido por Aline G., Luara e Marina P. (MENDONÇA, 2018)
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Fonte: adaptado pela autora e produzido por Aline M. e Fernanda (MENDONÇA, 2018)
A proposta final aprovada (FIG.32) pelos clientes foi a que estava baseada no
PC do cliente, apesar de não ter mantido a incidência do sol da manhã e ser
necessário realocar a janela do quarto para o corredor lateral. Mesmo os clientes
tendo sido alertados quanto à perda da qualidade do ambiente, eles optaram por
fazer a proposta. Foi acrescido um metro em direção aos fundos do terreno,
possibilitando um banheiro com dimensões mais favoráveis e mantendo o quarto do
casal com a mesma área.
Localizada no Bairro Londrina, a casa é habitada pela mãe (56 anos), que
tem um brechó, e dois filhos (25 e 20 anos). A demanda inicial apontada foi a
ampliação da sala e a demanda posterior foi a transformação do quarto de
brinquedos e a lavanderia em uma varanda integrada (FIG.33 e 34).
Após os exercícios de escuta, os próprios moradores chegaram à conclusão
de que a demanda principal era reformar o quarto de brinquedos e a lavanderia. Os
estudantes apresentaram duas propostas e com os ajustes, foi aprovada a opção
final (FIG.35)
Fonte: adaptado pela autora e produzido por Brenda e Giovanna (MENDONÇA, 2018)
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Fonte: adaptado pela autora e produzido por Brenda e Giovanna (MENDONÇA, 2018)
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banheiros compartilhados para dois quartos e disse que a conversa a fez pensar no
que ela deseja para sua casa. A esposa falou sobre a vista privilegiada que se tem
da área de serviço e cozinha, porém, no PC feito por ela (FIG. 39), é proposto um
banheiro que impede essa visão. Após conversa, ela entende que sua proposta iria
acabar com esse privilégio.
Fonte: Adaptado pela autora e produzido por Júlia, Marina R. e Vitória (MENDONÇA, 2018)
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A realização dessa reforma não fere as leis do município. Lei 3.615 - Institui o Código de
Edificações do Município que estabelece no artigo 12- Estão dispensados da aprovação de projeto e
licenciamento as seguintes obras:I- Construção de muro, III- Modificações internas às unidades
residenciais que não gerem alteração da área líquida edificada, nos termos da Lei de Parcelamento,
Ocupação e Uso do Solo; IV- Reformas;
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Figura 45 - Casa da escada fora do padrão- escada executada em concreto armado moldada in loco
Fonte: adaptado pela autora e produzido por Katharine, Maria Clara e Sara (MENDONÇA, 2018)
Fonte: adaptado pela autora, foto de Katharine, Maria Clara e Sara (MENDONÇA, 2018)
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Fonte: adaptado pela autora e produzido por Luisa e Tuane (MENDONÇA, 2018)
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A demanda principal é adequar a cozinha que possui muitas portas (FIG. 51),
sendo que para se chegar ao banheiro é preciso passar pela despensa que é
acessada pela cozinha (FIG 52).
Fonte: adaptado pela autora e produzido por Luisa e Tuane (MENDONÇA, 2018)
Fonte: adaptado pela autora e produzido por Luisa e Tuane (MENDONÇA, 2018)
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Fonte: adaptado pela autora e produzido por Luisa Salun e Tuane Gonçalves, (MENDONÇA, 2018)
Fonte: adaptado pela autora e produzido por Maria Teresa e Rafaela (MENDONÇA, 2018)
Fonte: adaptado pela autora e produzido por Maria Teresa e Rafaela (MENDONÇA, 2018)
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Fonte: adaptado pela autora e produzido por Jennefer e Mauro (MENDONÇA, 2018)
e chega em casa por volta das 17 horas, porém folga aos fins de semana,
momentos em que ela gosta muito de reunir a família e receber os amigos. Já o pai
é vigilante, trabalha em dois empregos, o dia todo, todos os dias e está em casa
apenas à noite e durante as férias. A filha nº 1 é estudante, a filha nº 2 é manicure,
chega em casa muito tarde e folga aos domingos e segundas-feiras. Já o filho nº 3 é
mecânico, frequenta a casa poucas vezes.
A família comprou a casa inacabada há oito anos. Anteriormente, moravam
em um apartamento. Após comprarem a casa, ocuparam um barracão improvisado
na parte da frente do terreno, até que as obras terminassem. Quando se
mudaram não conheciam ninguém no bairro. Para começar as obras contrataram
um pedreiro sem indicação que executou parte do serviço com alguns erros,
recebeu parte do pagamento e abandonou o serviço. Após o acontecido, e por
indicação do ex proprietário da casa, contrataram um novo pedreiro que deu
continuidade a obra. O interior da casa recebeu os acabamentos e eles puderam se
mudar. Porém, ainda faltava terminar a parte externa, o porão e resolver a questão
da cozinha, que não tinha acesso ao quintal.
A família mora no mesmo bairro que a autora e possui uma relação próxima.
Antes mesmo de iniciar a pesquisa, a cliente já havia pedido uma visita para
resolver essas questões, que foi feita em dezembro de 2017. A primeira informação
que a cliente queria obter era o valor do projeto, mas a autora não sabia como
cobrar por tais serviços. Nesse caso, a insegurança e a falta de tempo impediram a
autora de dar início ao projeto. Essa questão suscitou ainda mais a pesquisa por
métodos de atendimentos a demandas populares. Em agosto de 2018, criada a
oportunidade através da disciplina optativa, o atendimento à família foi retomado.
As demandas da família foram: nova área de serviço; construir escada para
acesso ao quintal; terminar o porão; garagem para dois carros; área de lazer para
a família com churrasqueira, piscina e academia; horta e jardim. A esposa gosta
muito de lidar com a terra, já fez várias tentativas de plantio no quintal, porém, a
área que ela utilizou é inundável, e por vezes a água levou embora suas plantas.
Na visita ao local, foram confirmados os problemas já citados pela cliente na
pré-entrevista. Os principais problemas diagnosticados foram a porta da cozinha
sem acesso ao quintal; pilar que impede a entrada de mais carros; porão inacabado
e sem utilização; parte da área do terreno inundável; área de serviço improvisada
(FIG. 64 e 65).
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Figura 65 - Casa da porta da cozinha sem saída- fotos do local- principais problemas
Figura 66 - Casa da porta da cozinha sem saída- PCs- projeto dos clientes
A família é amiga da autora há muitos anos, e a questão foi levada até ela em
uma conversa informal. A cliente já havia pensado em uma solução, mas não sabia
se era viável e gostaria de uma opinião sobre o assunto. Marcada a entrevista, a
autora aplicou os exercícios de escuta, dessa vez de uma forma muito mais
espontânea, a conversa fluiu naturalmente. Surgiram novas demandas a partir da
escuta, os moradores gostariam de uma área de lazer para receber os amigos e
parentes e comentaram da dificuldade do marido em acessar as escadas, pois
sofreu um acidente há alguns anos que gerou uma necessidade física especial.
O terreno é herança de família e a casa foi construída há 12 anos. Na época,
o marido pediu a um engenheiro agrimensor, que trabalhava na mesma empresa,
para fazer o projeto arquitetônico, porém, ele o fez sem ir até o local, usando
apenas medidas padrões de um lote. Quando o engenheiro foi até o terreno
percebeu que o projeto não se enquadrava. A partir das novas medidas foi feito o
novo projeto, de acordo com os pedidos dos clientes: uma casa térrea, com sala e
cozinha amplas (FIG. 72).
95
Figura 72 - Casa da sala barulhenta - projetos feitos pelo engenheiro agrimensor cedidos pelo cliente
O segundo projeto foi aceito pelos clientes, que contrataram um pedreiro para
realizá-lo. Porém, o engenheiro agrimensor não pode acompanhar a obra, nem
tampouco os clientes, que trabalhavam o dia todo. Dessa maneira, a implantação foi
feita errada e a casa ficou na divisa com a rua. Além disso, como o terreno é em
aclive necessitaria de um desaterro para que a casa ficasse no nível da rua, o que
não foi feito. Os clientes só perceberam o erro quando a fundação estava sendo
feita. Outro problema em relação à execução foi supressão do corredor que ligava a
área de serviço ao quintal dos fundos, decisão tomada pelo pedreiro, que prejudicou
muito o fluxo da casa, tornando o quintal de difícil acesso (FIG. 72).
Esses problemas geraram a demanda atual (FIG. 73, 74, 75). Devido à
proximidade com uma rua muito movimentada e a casa estar acima do nível dela, a
sala recebe muitos ruídos externos. A família já enfrentou diversos problemas com
pedreiros e teme uma nova reforma. Desejam a solução do problema, mas ainda
não sabem que profissional irão contratar para executar o projeto.
96
Figura 74 - Casa da sala barulhenta- fotos do local- área de serviço e sala de estar e jantar
desejos e necessidades dos clientes, desenvolver uma nova abordagem que inicie
uma relação de confiança entre arquiteto e clientes, usar instrumentos de
representações mais ágeis e que facilitem o entendimento do cliente, visando assim
menor tempo de trabalho e valores mais acessíveis, além de estabelecer regras
claras de cobrança de honorários e serviços.
A palavra "Cliente" usada em todas as experiências, exceto na "Arquitetura
na periferia" (MENDONÇA, 2014) que denomina as mulheres atendidas como
participantes, pode parecer um termo distanciador da relação de confiança que se
deseja. Porém, é um termo muito usual nas relações de comércio e prestação de
serviços populares, como salões de beleza, costureiras, manicures. Essas relações,
no entanto, não são apenas relações de consumo, mas de fidelidade ao serviço ou
produto de qualidade que esses profissionais oferecem. E o modo diferencial de
atendimento de cada um desses profissionais é o que garante a eles sua clientela
fiel.
Nos atendimentos realizados pelos estudantes na disciplina optativa, o termo
cliente também foi usado e as relações estabelecidas foram de parceria e
cooperação. Apesar do fato dos atendimentos não terem sido cobrados, foi possível
perceber por parte dos clientes um interesse em contratar novos serviços. No
entanto, não foi possível diagnosticar a real aceitação do preço, já que isso só seria
efetivamente comprovado quando os serviços fossem realmente cobrados.
Os atendimentos a clientes reais possibilitaram responder uma outra questão:
O El Metodo se aplica ao atendimento de demandas populares? Diante dos
resultados e produtos dos atendimentos a resposta é sim, com algumas
considerações. A falta de experiência do arquiteto nos exercícios de escuta pode
prejudicar a efetividade do método, pois, a perspicácia de seu sucesso está
justamente no saber ouvir, o restante do processo é apenas consequência.
A agilidade do arquiteto em relação à produção das variantes também é de
suma importância, pois, se o processo é demorado torna-se inviável. Nos
atendimentos foram usados vários tipos de instrumentos de desenho e
representações, que dependiam da agilidade de cada estudante. Cabe então a cada
profissional entender suas limitações e habilidades e usá-las a seu favor. No
entanto, isso não quer dizer que o El Metodo não careça de revisões de acordo com
a realidade de cada local. Como apontado pelos alunos da disciplina, existem
104
Essas são apenas diretrizes iniciais para o plano de negócio a ser produzido
a partir dessa pesquisa, sendo que o "Consultório de Arquitetura” deverá investir em
pesquisas ininterruptas no campo da arquitetura, buscando sempre adotar soluções
técnicas que viabilizem projetos de qualidade e que sejam acessíveis à demanda
popular.
7 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
ARANTES, Pedro Fiori. A Arquitetura Nova. 1. ed. São Paulo: Copyright © Editora
34 Ltda., v. 1, 2002. 256 p.
BAIMA, César. Ambientes insalubres provocam 12,6 milhões de mortes por ano, diz
OMS. Revista Extra Digital, 15 03 2016. O Globo. Disponível em:
<https://extra.globo.com/noticias/saude-e-ciencia/ambientes-insalubres-provocam-
126-milhoes-de-mortes-por-ano-diz-oms-18878251.html>. Acesso em: 23 out. 2018.
DRAFT. Reformar casas de favelas em cinco dias, por até 5 mil reais: este é o
negócio da Vivenda. 2015. Disponível em: <https://projetodraft.com/reformar-de-
casas-de-favelas-em-cinco-dias-por-ate-5-mil-reais-este-e-o-negocio-da-vivenda/>.
Acesso em: 3 dez. 2018.
<http://periodicos.pucminas.br/index.php/Arquiteturaeurbanismo/issue/view/385/sho
wToc>. Acesso em: 23 out. 2018.
Primeira Experiência
Lembrança é um negócio engraçado, às vezes se confunde com o que te
contaram sobre você ou com você, então você não sabe se são realmente suas
lembranças ou lembranças do que te contaram a seu respeito. Minha primeira
lembrança com a construção foi quando eu tinha apenas 4 anos de idade. Meu avô
materno, carpinteiro, pedreiro, entre outras coisas mais, estava nivelando o forro da
laje da nova casa, e, sem outra pessoa que o auxiliasse, lá estava eu à disposição.
Subi a escada e minha função era avisar quando o forro estivesse nivelado,
enquanto ele lá debaixo iria colocando os calços necessários. À cada cunha
colocada, ele fazia a pergunta se já estava bom, e a resposta era ligeira: “só mais
um pouquinho”. Por fim, ao averiguar o trabalho, meu avô se deparou com o forro
totalmente acima do nível desejado. Esse é um dos casos nas rodas de conversa
em família que por vezes se repete.
Sempre em mutirão
Essa casa que construímos em mutirão é a mesma que moram meus pais até
hoje. Lá eu cresci e comigo também cresceu a casa. Tudo começou com apenas
dois cômodos com paredes sem acabamento, telhado de amianto e um banheiro
improvisado. Aos poucos a casa ganhou mais paredes e as paredes ganharam
reboco e o reboco ganhou tinta, o telhado de amianto transformou-se em laje. E as
reformas foram muitas, tantas que se perdem na memória, mas um fato marcou
uma dessas. Sabe aquele desejo de adolescente de sempre querer algo novo,
diferente? Em um belo dia, minhas irmãs e eu decidimos, com o apoio de nossa
mãe, pintar as paredes, queríamos uma casa colorida como a de todos os colegas
(a nossa casa ainda era apenas rebocada). Fomos até o depósito e compramos cal
e xadrez vermelho e passamos nas paredes da casa com uma brocha. A coloração
ficou próximo de uma rosa bebê, lindo (para os nossos conceitos). Foi um dia
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divertido e cansativo, mas o resultado foi perfeito, a satisfação de executar algo com
as próprias mãos foi um sentimento maravilhoso. Não sei se este sentimento que
nos alegrava pode se comparado com a surpresa que teve meu pai quando chegou
do trabalho e encontrou nossa casa totalmente cor de rosa. Chocado com o
resultado, superado o susto, ele nos deu parabéns pelo trabalho e iniciativa. Mesmo
assim, algum tempo depois, tratou ele de comprar tinta branca e cobrir aquele tom
de rosa totalmente audacioso. Talvez não tivesse gostado tanto!
Os “Natais”
Quando a gente pensa em Natal, sempre vem à nossa mente uma imagem
bonita de uma mesa muito bem arrumada com muita comida gostosa, uma bela
árvore de natal, rodeada de presentes. Os natais lá em casa sempre foram um
pouco diferentes. Novembro e dezembro sempre foram os meses preferidos para
fazer as reformas e melhorias na casa, pois era quando o dinheiro sobrava um
pouquinho. Geralmente as obras se prolongavam durante todo o mês de dezembro,
tornando-se impossível uma bela “arrumação” na data natalina. Em um desses
natais chovia muito, e, como estávamos rebocando a sala e assentando o piso
cerâmico, tínhamos apenas uma pequena varanda de mais um menos uns três
metros quadrados que abrigava um tanque. Como gostamos muito mais de um bom
churrasco que de uma ceia de natal, nos reunimos, então, na sala em obras, entre
os sacos de cimento, acendemos a churrasqueira e celebramos entre família, como
fazíamos sempre.
Celebrar
Um sonho
Não sei bem quando esse sonho começou, eu devia ter meus dezesseis ou
dezessete anos, me encantava os telhados das mansões da Pampulha, suas
formas e desenhos me faziam sonhar. Entre os parentes e amigos eu sempre
repetia que um dia eu teria uma casa com um telhado igual a um daqueles, cheguei
a criar um apelido para tais telhados: “telhados repicados” (telhados com várias
águas).
Me casei com vinte e um anos e minha casa também foi construída em forma
de mutirão. Meu marido (embora não exercesse a profissão) aprendeu o ofício de
pedreiro com seu pai, juntamente com seus irmãos. Assim, com a ajuda de seu pai
e irmãos, além do meu pai, meu avô e alguns amigos, a casa foi erguida em um
ano. Os acabamentos internos foram concluídos também nesse período, além de
uma ampla varanda, restando apenas os acabamentos externos, que foram feitos
aos poucos ao longo dos anos.
filhos atualmente com treze e sete anos de idade, o que nos fez trocar, por vezes,
as obras para a celebração da vida.
Os planos continuam vivos, e descobri, ao longo dos anos, a importância de
realizá-los, ainda que eles mudem com o tempo. Tenho um caderninho onde anoto
todas as reformas que planejo fazer e, quando percebo que várias etapas já foram
executadas, a satisfação é imensa. Percebo que, mesmo a passos lentos, estamos
caminhando.
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EMENTA
METODOLOGIA DE ENSINO
O programa será desenvolvido através de aulas expositivas, seminários com a participação
dos alunos e dinâmicas de atendimento de demandas reais da comunidade local. São
previstas orientações participativas em grupo e individuais para o seu desenvolvimento. A
atividade avaliativa principal é o desenvolvimento de projeto através da construção do
manual de instruções para atender as demandas e a confecção de pasta catálogo com os
registros de todo o processo.
RECURSOS DIDÁTICOS
Apresentação oral; Aulas expositivas com uso de multimídia; Seminários de alunos;
Debates sobre
leituras sugeridas pelo professor; Visitas aos locais correspondentes ao tema; Orientações
em grupo ou individuais.
PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO
A avaliação da disciplina será feita a partir de cinco trabalhos descritos a seguir:
● TP01 - Seminário. Grupo (15 pts)
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Exigência mínima para aprovação: média de 60 em 100 pontos, e frequência mínima de 75% da carga horária
da disciplina.
RECUPERAÇÃO
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
UNIDADE I – Seminários
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
ARANTES, Pedro Fiori. A Arquitetura Nova. 1. ed. São Paulo: Copyright © Editora 34
Ltda., v. 1, 2002. 256 p.
BOURDIEU, Pierre. A distinção: crítica social do julgamento. 2. ed. rev. Porto Alegre:
Zouk, 2006. 556 p.
WEIMER, Günter. Arquitetura popular brasileira. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2012.
333 p.
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BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
LIVINGSTON, Rodolfo. Cirugia de Casas. Buenos Aires: Nobuko, 2003. (Download
gratuito em: http:// www.estudiolivingston.com.ar/cirugia/index.php)
LIVINGSTON, Rodolfo. Arquitectos de Familia. Buenos Aires: Nobuko, 2006.
KAPP, Silke; NOGUEIRA, Priscilla Silva; BALTAZAR, Ana Paula. “‘Arquiteto sempre
tem conceito - esse é o problema’”. Seminário Projetar 2009, São Paulo, 2009.
Declaro que concordo em participar desse estudo. Recebi uma cópia deste
termo de consentimento livre e esclarecido e me foi dada a oportunidade de ler e
esclarecer as minhas dúvidas.
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Nome Assinatura do Participante
Data
______________________________________________________________
Nome Assinatura do Pesquisador
Data
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