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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGA - UNIVERSIDADE ABERTA DO

BRASIL POLO ASSAI – PRESPECIALIZAÇAÕ EM GESTÃO PÚBLICA

IMPACTO DO PROGRAMA MAIS MÉDICOS NO MUNICÍPIO DE ANDIRÁ/PR –


Um estudo sobre a participação dos médicos cubanos

Kaike Monteiro Borges

ASSAI - PR
2019
KAIKE MONTEIRO BORGES

IMPACTO DO PROGRAMA MAIS MÉDICOS NO MUNICÍPIO DE ANDIRÁ/PR –


Um estudo sobre a participação dos médicos cubanos

Artigo científico apresentado ao Curso de


Gestão Pública da Universidade Estadual de
Maringá, como requisito para aprovação no
Trabalho de Conclusão de Curso – TCC.

Orientadora: Profª Drª Maria de Fátima Garcia

ASSAI - PR
2019
IMPACTO DO PROGRAMA MAIS MÉDICOS NO MUNICÍPIO DE ANDIRÁ/PR –
Um estudo sobre a participação dos médicos cubanos

Resumo
O reduzido número da oferta de médicos no Brasil é um obstáculo ao acesso universal e a
qualidade dos serviços oferecidos no cuidado em saúde. Para minimizar este problema, o
Governo Federal implantou em 2013 o Programa Mais Médico (PMM). A celeridade com que
o programa foi formatado trouxe alguns riscos, principalmente se considerar o grande número
de médicos Cubanos que foram recrutados para atuar no PMM. Em 14 de novembro 2018 o
Governo de Cuba, anunciou que estava tomando decisão de não continuar no PMM. Assim
convocou os médicos Cubanos atuantes no Programa no Brasil que retornassem para Cuba.
Diante deste cenário, o artigo tem por finalidade aferir o impacto da atuação dos médicos
cubanos dentro do Programa Mais Médico, tomando-se como estudo de caso o município de
Andirá/PR, buscando apreender se e até que ponto a referida atuação trouxe impactos
positivos para a assistência médica a população. Os resultados demonstram que no período de
2015 a 2018 cem por cento dos médicos do PMM no município de Andirá eram originários de
Cuba. Os médicos supriram a carência de atendimentos em duas UBS do município, com
cerca de quase mil atendimentos mensais. As saídas desses profissionais ocasionaram uma
série de transtornos à população, que tiveram significativa redução no número de
atendimentos. Uma vez que, médicos de outras UBS tiveram que revezar os atendimentos
para dar conta da lacuna deixada pelos Cubanos. Até a data da confecção deste artigo os
atendimentos ainda não haviam normalizado no município. Assim, a atuação dos médicos foi
positiva, todavia, a sua saída causou diversos transtornos, isso porque a comunidade que
estava acostumada com os atendimentos diários se deparou novamente com a falta da
presença de um profissional médico para oferecer o devido suporte.

Palavras-Chave – Cubanos; Escassez; Programa Mais Médicos.


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INTRODUÇÃO

O presente estudo tem por finalidade aferir o impacto da atuação dos médicos cubanos
dentro do Programa Mais Médicos, tomando-se como estudo de caso o município de
Andirá/PR, buscando apreender se e até que ponto a referida atuação trouxe impactos
positivos para a assistência médica a população.
Este trabalho justifica-se na medida em que a assistência médica no Brasil tem sido
tema de discussão dos poderes púbicos em níveis federal, estadual e municipal, sem que se
avance no sentido de propiciar um atendimento de qualidade e com continuidade para a
população, em especial para aquela parcela da população mais carente que não tem condições
de arcar com um plano de saúde. Deste modo espera-se contribuir com esse debate, buscando
apresentar o impacto da atuação de médicos cubanos, tomando como estudo de caso o
município de Andirá, uma vez que este apresenta um perfil sócio econômico semelhante à
grande maioria dos municípios de mesmo porte.
Tendo em vista os objetivos elencados adota-se como perspectiva teórico/conceitual
uma discussão reflexiva de política pública, enquanto mecanismo de promoção do
desenvolvimento econômico, por meio de uma revisão da literatura sobre o PMM no país,
com ênfase na questão da saúde pública, seu financiamento, passando pela atuação do Sistema
único de Saúde (SUS), sua realidade e perspectivas. Em complemento a esta perspectiva
teórico/conceitual, apresenta-se uma análise descritiva das condições sócio/econômicas do
município de Andirá como um contexto da análise pretendida.
Trata-se de um estudo empírico/qualitativo, amparado por um levantamento de dados
primários obtidos com a aplicação de um questionário (vide anexo) buscando obterem-se a
informações relevantes para se aferir a medida do impacto da atuação dos médicos cubanos,
dentro do Programa Mais Médico no município de Andirá.
Tendo em vista o objetivo geral a ser alcançado, o presente trabalho comporta três
seções, além desta introdução: Na primeira seção, aborda-se a perspectiva teórico/conceitual
que balizou a análise realizada; Na segunda seção apresenta-se uma análise descritiva das
condições sócio/econômicas no município de Andirá, como contexto histórico para o estudo
pretendido. Finalmente a terceira seção apresenta uma guisa de conclusão.
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1 POLÍTICAS PÚBLICAS DA SAÚDE NO BRASIL – UMA DISCUSSÃO


TEÓRICO/CONCEITUAL

1.1 POLÍTICAS PÚBLICAS

Política pública é um tema que veio a baila com força nos últimos anos, sendo
destaque em debates, conferências, centros de estudos entre outros. A Política Pública
enquanto área do conhecimento e disciplina acadêmica surgiu nos Estados Unidos, dando
ênfase nos estudos sobre a ação dos governos. Teve como seus “pais” fundadores, H. Laswell,
H. Simon, C. Lindblom e D. Easton. (SOUZA. 2006)
Diversas definições são dadas para o que é política pública. Destarte, vários autores
vão trazer suas colaborações e citar seus pontos de vista sobre a questão. Dye (1984) vai
sintetizar o conceito afirmando que política pública se trata de o que o governo escolhe fazer,
ou não fazer. A definição mais conhecida é a de Laswel (1958) que afirmou que a análise das
políticas públicas deve responder o seguinte questionamento: “quem ganha o quê, por que, e
que diferença faz”.
Existe um processo onde estas políticas deverão ser formuladas. Tal processo é aquele
no qual o governo traduzirá seus projetos em ações concretas, que são os programas que
afetarão diretamente a sociedade. Também se admite a política pública como um campo
1
holístico podendo ser objeto de pesquisa de diversas outras disciplinas, como: psicologia,
sociologia, filosofia, economia, entre outras. São estas visões que irão compor está área do
saber. Considerando estes diversos “olhares” a política pública vai se desdobrar em planos,
programas e projetos que, uma vez implantados, serão objeto de avaliação e análise dos
pesquisadores. (SOUZA, 2006).
As políticas públicas de saúde vêm sendo realizadas no Brasil há vários anos. No
entanto, foi em 1988, com o advento da constituição cidadã que houve o estabelecimento da
saúde como direito do cidadão e dever do Estado. Nesse sentido, a Constituição Federal é
enfática quanto ao dever do Estado em seu Art. 196 “[...] garantido mediante políticas sociais
e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”, bem
como no Art. 197 “São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder
Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle [...]”
(Brasil, 1988).

1
Holístico - Que considera o todo não somente como uma junção de suas partes; que busca entender os
fenômenos por completo, inteiramente.
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Da mesma forma, esta função do Estado é ratificada pela Lei Orgânica do SUS. “O
dever do Estado de garantir a saúde consiste [...] no estabelecimento de condições que
assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção,
proteção e recuperação” (Brasil, 1990).
De acordo com Reis, Araújo e Cecílio (2018) “a constituição do SUS, foi à maior
política pública de saúde brasileira”. Que teve um longo caminho trilhado até a conjuntura
atual.
Em 1990 foi criado o SUS (Sistema único de Saúde) por meio da Lei nº 8.080, de 19
de setembro de 1990, que “dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e
recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes”.
(BRASIL, 1990)
Embora, o SUS seja um dos maiores programas de saúde já criado em todo mundo, ele
sempre enfrentou adversidades. Sendo que estas ao longo de mais de duas décadas de
existência gradativamente se agravaram. Vários impasses são enfrentados pelo SUS, o
subfinanciamento onde os recursos destinados à operacionalização do SUS ficam muito
abaixo de suas necessidades, as insuficiências da gestão local do SUS onde a gestão municipal
dos recursos do SUS funciona apenas em partes. Um levantamento realizado por
pesquisadores do Departamento de Medicina Preventiva da Universidade Federal de São
Paulo apresentou uma lista com alguns problemas enfrentados pelo SUS. Dentre eles destaca-
se: baixa resolutividade da rede básica de serviço, deficiência na formação dos profissionais
da saúde, deficiências na gestão dos sistemas loco regionais de saúde, (REIS; ARAÚJO;
CECÍLIO 2018).
Salienta-se que dentre as adversidades enfrentadas pelo SUS, destaca-se a falta de
acesso a Atenção Básica. Esta atinge grande parte da população brasileira, avolumando-se no
que diz respeito a regiões remotas, vulneráveis, e periferias das grandes cidades. Esse revés é
ocasionado em grande escala pela escassez de profissionais médicos. (KEMPER, 2016)
Conforme assevera Girardi et al (2016) o conceito de escassez se relaciona
infimamente com a economia, é usado para descrever situações onde os recursos disponíveis
não são suficientes para atender as demandas. Ou seja, quando o recurso, ou bem não satisfaz
a necessidade de todos os indivíduos. A escassez pode variar em grau e natureza. Quando
consideramos a demanda por assistência em saúde, especificamente de médicos, vislumbra-se
um cenário de carência e privação, incompatíveis com os estados democráticos, visto que
demonstram desigualdades no acesso a recursos sociais essenciais, que impactam
significativamente a vida dos cidadãos.
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Diante deste 2gap entre a oferta de serviços médicos e a demanda, o Estado se depara
com há necessidade de prover, através das políticas públicas ações para solucionar a questão.
Vale ressaltar que a experiência do Brasil em fomentar, bem como recrutar e fixar médicos
para atuar em áreas distantes de centros urbanos e/ou de difícil acesso, não é novidade.
Conforme corrobora Maciel Filho (2007), onde destacou exemplos de iniciativas como: o
Projeto Rondon (1960 – 1989), o Programa de Interiorização das Ações de Saúde e
Saneamento (1976-1985), o programa de interiorização do trabalho em Saúde (2001-
2004).Não obstante pode-se mencionar o programa de valorização da Atenção Básica
em2011,e finalmente o Programa Mais Médicos para o Brasil, em 2013.
Conforme afirmativa de Oliveira et al (2015, p. 626) “O Programa Mais Médicos foi
introduzido no Brasil em julho de 2013, como parte de uma série de medidas para combater as
desigualdades de acesso à atenção básica resolutiva.” Portanto, o Programa Mais Médico, é
considerado uma das políticas públicas mais abrangentes já adotados pelo governo para lidar
com a escassez de médicos.

1.2 PMM FORMULAÇÃO DE UMA NOVA POLÍTICA PÚBLICA DE SAÚDE NO


BRASIL

Em meados de 2013 uma série de protestos rapidamente alastrou-se por todo território
nacional. O cenário político era complexo e exigiam ações rápidas do governo. Em meio à
crise, a política de saúde seria marcada pela adoção de programas novos, específicos, que se
tornariam marcos de governo. Sendo eles; a expansão das Unidades de Pronto- Atendimento
(UPA), e a criação do Programa Mais Médico. (MACHADO, LIMA, BAPTISTA, 2017).
O PMM foi criado pelo Governo Federal com apoio dos Estados do Distrito Federal e
dos Municípios. Estimulado pela tentativa de trazer respostas a uma dificuldade histórica, o
provimento e fixação de médicos no SUS. Especialmente no que tange a municípios de
pequeno porte e áreas remotas do Brasil, influenciado pelo movimento “cadê o médico?”, que
reuniu prefeituras de todo o Brasil que não tinham condições de ampliar sua estrutura de
atendimento à saúde. (FILHO, LIMA, 2018)
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), há uma imensa disparidade
na proporcionalidade de médicos para cada mil habitantes entre os países que detém serviços
de saúde públicos universais. No Brasil (1,8 médico para mil habitantes), Reino Unido (2,8

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Gap- é uma palavra inglesa que significa lacuna, vão ou brecha. A palavra é também utilizada com o
significado de diferença.
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médico para mil habitantes), Canadá (2,5 médicos para mil habitantes), Espanha (3,8 médicos
para mil habitantes), Portugal (4,4 para mil habitantes), Cuba (7,5 médicos para mil
habitantes). Somando-se a esses dados, o Brasil tem o sistema de saúde com financiamento e
execução públicos para mais de 70% da população. Além do mais, é o único com mais de 100
milhões de habitantes que assumiu o desafio de ter um sistema universal, público e gratuito de
saúde.
Buscar, soluções para ampliar a cobertura da Atenção básica em áreas vulneráveis não
é uma prerrogativa apenas do Brasil. Outros países também têm buscado estas alternativas.
Contudo, não há uma resposta simples para o problema de escassez do profissional médico.
As experiências internacionais vão demonstrar que são necessárias diversas estratégias para
lidar com este dilema. (FILHO, LIMA 2018).
Assim, diante dos apelos dos Prefeitos, por intermédio do movimento “cadê o
médico?” supracitados, que ocorreu em janeiro de 2013, e os apelos populares por mais
médicos e mais saúde, o Governo Federal em julho de 2013 lançou o programa mais médico
(PMM) por intermédio da Medida Provisória nº 621, que posteriormente foi convertida na Lei
nº 12.871 de 22 de outubro de 2013, que Instituiu o Programa Mais Médico, alterou as Leis
no 8.745, de 09 de dezembro de 1993, e no 6.932, de 07 de julho de 1981. (BRASIL, 2013)
Em conformidade com Kemper (2016) o processo de implantação do PMM foi
interposto por embates ideológicos e disputas judiciais creditadas por entidades médicas. Elas
afirmavam ser uma medida unilateral do Governo Federal, com fito apenas na atividade
eleitoreira sem qualquer planejamento.
A estruturação do PMM foi baseada em três eixos de ação. O desenvolvimento dos
três eixos ocorre de maneira simultânea. Primeiro, investir em melhorias da infraestrutura da
rede de saúde. Segundo, ampliar reformas educacionais dos cursos de graduação em medicina
e residência médica no país. Finalmente o terceiro eixo que trata do provimento em caráter
emergencial de médicos em áreas vulneráveis. (OLIVEIRA et al, 2015).
Portanto, o programa visa de maneira genérica promover melhorias nas UBS,
alterações na formação dos profissionais de medicina, além da ampliação da oferta de vagas
em residência médica e provimento emergencial de médicos para as regiões com maior
vulnerabilidade do país. (FILHO e LIMA, 2018).

1.3 COOPERAÇÃO INTERNACIONAL EM RECURSOS HUMANOS

O cenário de escassez de médicos no país evidenciou-se entre as pautas da saúde que


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deveriam ser tratadas pelo governo, principalmente na Atenção Primária à Saúde (APS). Os
indicadores claramente apontavam, quando comparado a outros países, para um número
insuficiente de médicos por habitantes, má distribuição no território brasileiro, além da
complexidade em atrair, bem como fixar estes profissionais nas regiões mais necessitadas.
(GIRARDI, et al, 2016).
Para Filho e Lima (2018) o provimento emergencial de médicos foi trabalhado como
estratégia para suprir de maneira temporária a escassez de profissionais nas regiões mais
vulneráveis. Logo, o Projeto Mais Médico se tornou responsável pela ação de provimento de
médicos em caráter emergencial. Inicialmente por três anos, podendo ser renovado por outros
três.
Para implantar o projeto, o Governo Federal buscou estudar o modelo de cooperação e
intercâmbio de profissionais baseado em experiências de outros países. O Reino Unido, por
exemplo, conta com uma expressiva quantidade de médicos estrangeiros desde os anos de
1960, atualmente 37% dos profissionais que atuam na saúde do Reino Unido são estrangeiros.
Outro exemplo é os EUA, lá 25% dos médicos em atuação se formaram em outros países.
(PINTO et al, 2014).
Destarte, inspirado em experiências internacionais, principalmente nos governos de
Portugal e Espanha, o governo brasileiro resolveu aderir à prática de intercambio de médicos.
O governo verificou ainda estes países como potenciais originários de mão de obra. Isso por
conta da proporcionalidade alta de médico por cada mil habitantes. Além do fato de terem
foco de sua formação na saúde da família, bem como pela proximidade de seus idiomas e
crise economia enfrentada na época. De acordo com Filho e Lima (2018) Cuba foi
identificada como um dos maiores potenciais para oferta de mão de obra. Conforme
supramencionado, com proporção de 7,5 médicos por mil habitantes.
Não obstante, o governo brasileiro buscou através da divulgação de Editais de
Chamamento, atrair profissionais para o PMM. A Lei do mais médico disciplina os critérios
de prioridade para o preenchimento das vagas. São eles; prioridade para médicos com registro
no Brasil, qualquer médico formado no Brasil ou no exterior que tenha seu diploma
revalidado no Brasil. Após esta etapa se ainda restarem vagas chama-se o segundo grupo, que
é composto por médicos brasileiros formados no exterior, sem o diploma revalidado. Havendo
ainda vagas estende-se o chamamento a médicos estrangeiros com habilitação para o
exercício da medicina no exterior cujo diploma não tenha sido revalidado no Brasil.
Vale ressaltar que não podem participar do programa, médicos que tenha se formado
em países que a média de médico para cada mil habitantes seja inferior a do Brasil, (1,8 para
10

cada mil habitantes). Essa prática se dá devido o compromisso de solidariedade e equidade


internacional de atrair médicos somente de onde à proporção é maior. (BRASIL, 2013)
Após todas estas ordens de prioridade, caso ainda existam vagas, o Ministério da
Saúde terá autorização para fazer parcerias, acordo de cooperação com organismos
internacionais. Assim, firmou-se acordo de cooperação com a Organização Pan Americana de
Saúde (OPAS), que por sua vez, firmou parceria com o governo de Cuba, este disponibilizou
um plantel de médicos dotados de experiência para atuar na atenção básica. (FILHO e LIMA
2018).
Em conformidade com Pereira, Silva e Santos (2015) pode-se afirmar que os médicos
estrangeiros que iriam atuar no PMM começaram a chegar ao país em agosto de 2013. A
chamada para contratação no programa, conforme já visto anteriormente, foi realizada através
de editais, onde puderam participar médicos brasileiros formados no Brasil e em outros
países, assim como estrangeiros, que puderam ocupar os postos de trabalho não preenchidos
pelos brasileiros.
De acordo com Kemper (2016, p.2789) “a demanda dos gestores municipais por
médicos chegou a 15.640 (quinze mil seiscentos e quarenta) vagas, as quais não foram
preenchidas apenas por profissionais brasileiros”. Uma vez que os médicos brasileiros não
supriram a necessidade, médicos estrangeiros também foram convocados.
Entretanto, outros ciclos de chamamento de médicos, brasileiros e estrangeiros iriam
ser estabelecidos até que a demanda dos gestores municipais fosse resolvida. Após um ano do
início do programa, 14.462 (quatorze mil quatrocentos e sessenta e dois) médicos estavam
atuando, em todo território nacional, cobrindo um total de 3785 (três mil setecentos e oitenta e
cinco) municípios, assistindo uma população de aproximadamente 50 milhões de pessoas.
(ALESSIO, 2015).
De acordo com Franco, Almeida e Giovanella (2018, p.02) “Decorridos mais de três
anos da instituição do PMM, com recrutamento de mais de 18 mil médicos entre 2013 e 2016,
verifica-se redução da escassez de médicos na atenção básica”. Vale ressaltar que dentre os
médicos estrangeiros que entraram no programa a maioria eram oriundos de Cuba, que até
2014 representavam 79% dos participantes do programa.

1.4 PROGRAMA MAIS MÉDICO- PRIMEIROS RESULTADOS

De acordo com o Portal do Mais Médico (2019), com dois anos de existência o
programa já contava com 18.240 médicos, estes se distribuíam por 4.058 municípios do
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Brasil, e 34 distritos indígenas. Os profissionais contratados garantiriam os atendimentos de


aproximadamente sessenta e três milhões de brasileiros. (BRASIL, 2019)
Para Filho e Lima (2018, p.234) em 2.340 municípios brasileiros, havia a presença
exclusiva de médicos da cooperação com Cuba, além do que 90% dos médicos que atuavam
na saúde indígena também eram cooperados cubanos. Caso houvesse a desistência de algum
profissional, as vagas remanescentes eram ofertadas através de editais, e no caso de cubanos,
diretamente pela OPAS/OMS.
Portanto, com o programa houve a ampliação da assistência médica da atenção básica.
Evidenciou-se o atendimento regular nas UBS, composição de novas equipes de saúde da
família. Em cinco anos de projeto visualizaram-se algumas mudanças, visto que em 2013 a
proporção de médicos no Brasil era de 1,8 para cada mil habitantes já o último levantamento
disponível de 2015 demonstrou um aumento nesta taxa para 2,1 médicos para cada mil
habitantes. (SCHEFFER et al,2015).
Finalmente, no que tange a receptividade do programa, a pesquisa conduzida pela
Universidade Federal de Minas Gerais e pelo Instituto de Pesquisas Sociais e Políticas e
Econômicas de Pernambuco, averiguou-se após entrevistarem 14 mil usuários em quase 700
municípios do país, que 95% dos usuários afirmaram estar satisfeitos ou muitos satisfeitos
com a atuação dos médicos no programa.
A pesquisa revelou ainda que 85% dos entrevistados afirmaram que a qualidade do
atendimento está melhor ou muito melhor. Somando-se ao fato de que 87% responderam que
a atenção do profissional durante a consulta melhorou, e 82% apontaram ter mais
resolutividade dos problemas de saúde. Quando incitadas a identificar as melhorias do
programa, as frases mais lembradas foram: “aumento do número de consultas, ter agora
médico todos os dias passam mais tempo com os pacientes, por fim são capacitados e
competentes”. (UNASUS,2015)

1.5 MAIS MÉDICOS: MENOS MÉDICOS

Em 14 de novembro de 2018 o Governo de Cuba publicou nota no jornal Granma,


onde anunciou que por conta da triste realidade que se apresentava, estava tomando a decisão
“[...] de não continuar participando do Programa Mais Médico e o comunicou à diretora da
Organização Pan-Americana da Saúde e aos líderes políticos brasileiros que fundaram e defenderam
essa iniciativa” (GRANMA, 2018).
Após este anúncio do governo cubano, pairou um pessimismo sobre o atendimento na atenção
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primária no SUS. Conforme demonstra a figura – 1 abaixo. (DATA FOLHA, 2018)

Figura 1: atendimento na saúde após saída dos médicos cubanos


Fonte: Cancian – Folha de São Paulo (2019)

A figura acima demonstra o resultado da pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Data
folha entre os dias 18 e 19 de dezembro de 2018. Onde, em 130 municípios foram entrevistadas um
total de 2.077 pessoas. Nota-se que com a saída dos médicos cubanos do programa Mais
Médicos, 49% avaliaram que a saúde pública do país iria piorar 38% que iria melhorar 8%
que ficará igual e 5% não opinaram. (DATAFOLHA, 2018)
O pessimismo da população apontado na pesquisa se dá pelo grande número de
médicos cubanos que atuavam no Brasil, de acordo com o CONASENS (2018) no final do
ano de 2018, os profissionais do país caribenho representavam mais da metade dos médicos
do programa, onde dos 5.570 municípios do país, 3.228 (79,5%) só tinham médico pelo
programa, e 90% dos atendimentos à população indígena eram realizados por estes
profissionais.
Com o êxodo cubano, a grande dificuldade enfrentada pelo governo se encontra no
preenchimento das vagas deixadas por estes. Em 2018 foi lançado edital de chamamento de
médicos para preenchimento destas vagas que contou com 98% de brasileiros inscritos.
Contudo, em uma relação nominal de médicos divulgada pelo Ministério da Saúde, informou
que foi realizado o cruzamento de informações no CNES (Cadastro Nacional de
Estabelecimentos de Saúde) onde constatou que dos 7.271 profissionais alocados, 2844 já
atuavam na Estratégia Saúde da Família. Ou seja, conforme afirma o presidente da
COSEMS/MA (2018) “ao invés de somar profissionais, esse novo edital está trocando o
problema de lugar. Se o médico sai de um serviço do SUS para atender em outro, o município
de origem fica desassistido”.
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De acordo com o Portal de Noticias Estadão (2019) o balanço divulgado pelo


Ministério da Saúde em janeiro de 2019 aponta que após a abertura de dois editais voltados
para brasileiros, mais de 1,4 vagas deixadas por cubanos ainda não foram preenchidas por
profissionais com registro no país. Isso significa que 17% dos postos deixados ainda não
foram preenchidos. Destarte, das 1.462 vagas não preenchidas, 842 não tiveram inscritos, e
outras 620 registraram interessados no segundo edital, porém não compareceram as unidades
de saúde no prazo determinado. Assim o Ministério da Saúde abrirá as vagas ociosas para
brasileiros formados fora do país ou estrangeiros sem diploma revalidado.
Entretanto, para as entidades médicas apesar das 1,4 mil vagas ainda em aberto o
índice de preenchimento por brasileiros foi “fantástico” podendo ser ainda mais alto, uma vez
que o Conselho Federal de Medicina considera o número de brasileiros suficiente para
preencher as vagas em aberto, ressaltando que 5.968 médicos passaram a integrar o Programa
Mais Médico entre 14 de novembro a 11 de janeiro de 2019.

2 O MUNICÍPIO DE ANDIRÁ – UMA CARACTERIZAÇÃO SOCIO-ECONÔMICO

O município de Andirá pertence à Mesorregião do Norte Pioneiro Paranaense,


especificamente na Microrregião de Cornélio Procópio. De acordo com o IBGE (2018) possui
uma área territorial de 236,075 km² cujos municípios limítrofes são; Bandeirantes (PR), Barra
do Jacaré (PR), Cambará (PR), Itambaracá (PR) e Palmital (SP).
Com uma população estimada de 21.139 habitantes. A distância da sede municipal à
capital Curitiba é de 399,92 Km e a 1070 km da capital federal de Brasília. (IPARDES, 2019)
Em divisão datada de 1979, Andirá possui o Distrito Sede e o Distrito de Nossa
Senhora Aparecida, além de localidades situadas na área rural. Andirá foi fundada em 1.927,
com o prolongamento da estrada de ferro da Rede, Viação São Paulo – Paraná. Naquela
localidade foi construída uma estação, cujo nome fazia referência a uma abundante fruta
silvestre da região, o Ingá.
O proprietário das terras Bráulio Barbosa Ferraz, por sua vez, vislumbrando o
progresso com a chegada da estrada de ferro, dividiu suas terras em lotes de cinco alqueires
aproximadamente dispondo-os a venda. Iniciou-se desse modo o núcleo urbano do município.
Que em 1935 por ocasião do Decreto-Lei Estadual nº. 347 elevou o povoado de Ingá à
categoria de Vila, pertencente ao município de Cambará. A emancipação política de Ingá viria
anos depois, através do Decreto-Lei 199 de 31 de dezembro de 1943, nasceria então o
município de Andirá. (ANDIRÁ, 2019)
14

O PIB per capita do município gira em torno de R$ 32.926,64. Comparado a outros


399 municípios do Estado do Paraná, Andirá ocupa a posição de 107º. No que tange ao Brasil,
dos 5570 municípios, Andirá ocupa a posição de 875º e finalmente dos 14 municípios que
compõem a micro região, Andirá ocupa a 2ª posição. O Índice de Desenvolvimento Humano
(IDH) é de 0, 725. O percentual de receitas oriundas de fontes externas é de 69,3%, o que
demonstra ainda uma grande dependência de recursos externos oriundos do Governo, Federal
e Estadual. (IBGE, 2018)

2.1 VISÃO GERAL DA SAÚDE NO MUNICÍPIO DE ANDIRÁ

Atualmente o município de Andirá conta com um total de 41 estabelecimentos de


saúde. A Tabela – 1 demonstra a quantidade de estabelecimentos de saúde por tipo de
prestador dos estabelecimentos.

Tabela 1 – Estabelecimentos de Saúde em Andirá


Estabelecimento Tipo de estabelecimento
Centro de atenção psicossocial (CAPS) 1
Centro de saúde / Unidade básica de saúde 6
Clínica especializada / Ambulatório especializado 2
Consultórios 20
Hospital geral 1
Policlínica 1
Unidade de serviço de apoio de diagnose e terapia 8
Unidade móvel de nível pré-hospitalar –urgência Emergência 1
Outros tipos 1

Total 41
Fonte: IPARDES (2019)

De acordo com os dados disponibilizados pelo DATASUS, atualmente o município de


Andirá conta com 62 leitos de internação por tipo prestador segundo especialidade no
município, sendo: 10 Cirúrgicos, 25 Clínicos, 15 Obstétricos e 12 Pediátricos. (IPARDES,
2019).
Similar ao que ocorre na maioria dos municípios de pequeno e médio porte do Estado
do Paraná a geração de renda e transferência de valores dependem de repasses dos governos,
Estadual e Federal. Na tabela - 2 são apresentadas as receitas correntes municipais segundo as
categorias.
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Tabela 2- Receitas Correntes Municipais Segundo as Categorias – 2017


Categoria Valor R$

Receita de contribuições 2.884.280,98


Receita de serviços 5.177.293,59
Receita patrimonial 4.574.824,86
Receita tributária 6.005.185,22
Receita de transferências correntes 40.374.532,34
Outras receitas correntes 1.198.233,33
Total 60.214.350,32
Fonte: IPARDES (2019)

A Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, também conhecida como Lei de


Responsabilidade Fiscal (LRF), vai estabelecer normas gerais para as finanças públicas que
serão aplicadas nas três esferas do governo ( federal, estadual e municipal). Ela vai ser
determinante para que o gasto público seja pensado de maneira coerente, de forma que atenda
as principais demandas da sociedade. Nesse contexto, destaca-se o percentual investido em
saúde pública. A Constituição Federal vai fixar limites mínimos de gastos em saúde. Sendo
eles, União e Estado 12 % e Municípios 15%. (MELLO, 2014).
De acordo com o relatório resumido da execução orçamentária, demonstrativo das
despesas com ações e serviços públicos de saúde referente ao período que vai de janeiro a
dezembro de 2018, publicados no Portal da Transparência do Município de Andirá, o
percentual de aplicação em ações e serviços públicos de saúde sobre a receita de impostos
líquida e transferências constitucionais e legais, cujo limite constitucional é 15% foi de
25,56% durante o exercício de2018.
Percebe-se que o investimento em saúde no município de Andirá está acima do
mínimoexigido.Tal fato demonstra que grande parte dos recursos do município estão alocados
na saúde. Sendo que o maior dispêndio de recursos está na Atenção básica, com um montante
de R$14.565.62,30 de despesas liquidadas durante o exercício de 2018. (ANDIRÁ, 2019).

3. ATUAÇÃO DOS MÉDICOS CUBANOS NO MUNICÍPIO DE ANDIRÁ: UM


ESTUDO EMPÍRICO QUALITATIVO

Embora o relatório de execução orçamentária do município de Andirá demonstre que


grande parte da arrecadação do município é voltada para os gastos com saúde, Andirá reflete a
realidade da maioria das cidades do país, penando com a falta de profissionais médicos para
atender as necessidades de sua população. O que faz com que tenham que adotar programas,
como o Mais Médico para suprir a demanda por atendimentos médicos.
16

Essa realidade é replicada em outros municípios do Paraná, conforme demonstra a


(tabela – 3) que detalha as vagas do PMM na 18ª Regional de Saúde do Paraná, da qual o
município de Andirá faz parte.

Tabela 3 – vagas do PMM na 18ª Regional de Saúde e médicos por origem


Cidades da 18ª Regional de Vagas no VAGAS NO PROGRAMA MAIS MÉDICOS
Saúde Programa
Mais Cubanos Brasileiros Outras
Médicos nacionalidades 3
Abatiá 1 1 0 0
Andirá 2 2 0 0
Bandeirantes 1 0 0 1
Congonhinhas 1 0 0 1
Cornélio Procópio 3 3 0 0
Itambaracá 1 1 0 0
Leópolis 0 0 0 0
Nova América da Colina 1 0 0 1
Nova Fátima 0 0 0 0
Nova Santa Barbara 1 0 0 1
Rancho Alegre 0 0 0 0
Ribeirão do Pinhal 1 0 0 1
Santa Amélia 1 0 0 1
Santa Cecília do Pavão 2 1 0 1
Santa Mariana 1 1 0 0
Santo Antônio do Paraíso 0 0 0 0
São Gerônimo da Serra 1 0 0 1
São Sebastião da Amoreira 2 0 1 1
Sapopema 1 0 0 1
Sertaneja 1 0 0 1
Urai 2 2 0 0
Total 23 11 1 11
Fonte: Adaptado Gazeta do Povo (2018)

Na (tabela – 3) têm-se uma amostra dos municípios pertencentes a 18ª Regional de


Saúde de Cornélio Procópio. Onde é possível notar que, das 23 vagas oferecidas no PMM
para as cidades pertencentes à 18ª RS, 11 eram preenchidas exclusivamente por médicos
cubanos. Ou seja, 47,82%. Outro fato que deve ser avultado é a pequena participação de
médicos brasileiros no PMM, antes da saída dos cubanos, na 18º RS eles preenchiam apenas
4,34% das vagas oferecidas pelo programa. As outras 47,82% eram preenchidas por outros
brasileiros formados no exterior ou estrangeiro, com exceção de Cuba.
De acordo com a reportagem do Jornal Gazeta do Povo (2018). "Dos 399 municípios
do Paraná, 293 contam com médicos do programa federal. Em 106 não há profissionais
vindos de Cuba, mas em 117 só há médicos da ilha caribenha”. O município de Andirá não
fugiu a regra, cem por cento dos médicos do PMM eram Cubanos.

3
Outros: brasileiros formados no exterior ou estrangeiro, com a exceção de Cuba.
17

Além do mais, deve se ponderar que dos 21 municípios pertencentes a esta Regional
de Saúde, 28,57% possuíam apenas médicos cubanos no seu quadro de profissionais que
preenchiam as vagas do PMM.

3.1 ANÁLISE DESCRITIVA DOS DADOS LEVANTADOS

Em setembro de 2014, tem-se o registro das primeiras movimentações da governança


municipal em direção ao PMM. Esse fato é robustecido com a aprovação da Lei 2.549 de 09
de setembro de 2014, que tratou do pagamento dos recursos pecuniários e demais obrigações
assumidas com o Projeto Mais Médico para o Brasil, no âmbito do Município de Andirá. A
Lei traz dispositivos importantes, como o fornecimento de moradia aos médicos participantes
do PMM, ainda trata do fornecimento de alimentação mediante recurso pecuniário dentre
outros. (ANDIRÁ, 2014)
No quadro a seguir (quadro – 1) será demonstrado o quantitativo de atendimentos nas
UBS Timburi e Santa Helena, bem como o quantitativo de médicos por nacionalidade que
atendiam no PMM entre os anos de 2015 e 2018.

Período 2015-2018
Médicos brasileiros 0
Médicos cubanos 4
Usuários atendidos na UBS 120
Atendimento usuários por médico cubano na UBS 30
Quadro 1 - Quantitativo de atendimento médio na UBS durante vigência do Programam Mais médicos –
Município de Andirá/PR
Fonte: Elaborado pelo autor a partir das normas NBR 6022, NBR 6024 e NBR 14724.

Os médicos cubanos começaram a chegar ao município em meados de 2015.Andirá


possui duas vagas no PMM, contudo, no período de 2015 a 2018 passaram quatro médicos
pelo programa, o que evidencia a grande rotatividade de médicos no Programa.
Outro ponto que deve ser observado é que, similar ao que acontece em todos os
municípios da 18ª Regional de Saúde, dos quatro profissionais médicos que passaram pelo
PMM entre 2015 e 2018, cem por cento eram oriundos de Cuba. O que indica a grande
dependência da mão de obra dos médicos cubanos.
Conforme mencionado anteriormente (Tabela – 1), no município de Andirá existem
seis Unidades Básicas de Saúde, sendo que os médicos Cubanos atuavam em duas delas,
localizadas nos bairros Timburi e Santa Helena. O quantitativo de atendimento médio nestas
duas UBS durante a vigência do PMM (quadro – 1) era uma média de 30 pacientes, de
18

segunda a quinta-feira. Isso porque, à carga horária destes profissionais era de 32 horas
semanais. Logo, tem-se um total de 240 atendimentos semanais, e considerando a mesma
lógica uma média de quase mil atendimentos mensais. Estes números para uma cidade de
pouco mais de vinte mil habitantes é expressivo.
Foi solicitado aos responsáveis pela Secretaria de saúde municipal que informassem
quantos pacientes eram atendidos nas UBS Timburi e UBS Santa Helena antes do PMM.
Entretanto, em entrevista com a diretora do Departamento Administrativo da Saúde, foi
informado que não possuíam os dados solicitados em seus registros.
O quadro – 2 demonstra que a presença dos médicos cubanos era essencial para o
atendimento da demanda por atendimentos médicos no município

Médicos efetivos no município de Andirá período de (2015 a 2018)


Ano Médicos efetivos no município 20 Médicos efetivos no município 40
horas horas.
2015 01 00
2016 02 00
2017 02 00
2018 02 01
Quadro 2 – quantitativo de médicos efetivos no município de Andirá (2015 – 2018)
Fonte: Elaborado pelo autor a partir do Portal da Transparência do Município de Andirá (2019)

Verificando o Portal da Transparência do Município de Andirá, na aba Servidores, e


digitando a palavra médico,encontram-se as informações do quantitativo de médicos efetivos
no município durante os anos de 2015 a 2018.
Em 2015 o Município contava com um médico efetivo vinte horas - ativo. Em 2016, o
quadro de servidores médicos alterou-se os dados apontavam para dois médicos efetivos 20
horas - ativos. Em 2017, a situação se repetiu, dois médicos cadastrados como efetivos, 20
horas. Finalmente em 2018, novamente houve alteração no quadro de médicos efetivos, com
dois médicos efetivos 20 horas e um médico efetivo 40 horas. Se for considerado que o
município possui seis UBS e que entre os anos 2015 e 2018 em momento algum o quadro de
médicos efetivos ultrapassou a quantia de 03 médicos, percebe-se que o serviço dos médicos
cubanos era extremamente necessário no município.

3.2 CONDIÇÕES DE ATENDIMENTO MÉDICO DE USUÁRIOS NAS UBS TIMBURI E


SANTA HELENA – VIGÊNCIA DO MAIS MÉDICO (2015 – 2018)

O quadro - 3 exibe um resumo dos dados qualitativos levantados com a pesquisa de


campo no mês de dezembro de 2018 por meio da aplicação de um questionário encaminhado
19

a Diretoria de Administração da Secretaria de Saúde do Município de Andirá/PR. O quadro


traçada síntese das condições dos atendimentos médico de usuários das UBS Timburi e UBS
Santa Helena, ambas assistidas por médicos pertencentes ao PMM.

Total de Médicos Cubanos O município de Andirá recebeu no total de 04 médicos cubanos entre 2015 e
integrantes do Programa Mais 2018, sendo que o município possui 02 vagas para o Programa Mais Médico.
Médicos no período de
referência.
Total de médicos brasileiros Não houve participação de médicos brasileiros no Programa Mais Médico
integrantes do Programa Mais
Médicos
Quantitativo de médicos Os médicos cubanos vieram para suprir a falta de médicos da UBS Timburi,
brasileiros no Programas Mais no qual o médico havia pedido exoneração, e da UBS Santa Helena, no qual
Médicos, após a saída dos não havia médico concursado.
médicos cubanos.
Quantitativo de usuários Nós tivemos 02 médicas inscritas para as vagas, porém conseguimos
atendidos antes da vinda dos homologar apenas 01, já que a outra médica entrou em contato com a gestão
médicos cubanos para o informando que não assumiria a vaga, pois foi convocada em um concurso
município de Andirá. público. Assim estamos com uma vaga em aberto

Quantitativo de usuários Os médicos atendiam em média 30 pacientes por dia, de segunda a quinta-
atendidos durante a feira. Já que a carga horária do programa é 32 horas semanais
permanência dos médicos
cubanos no município de
Andirá
Quantitativo de usuários Com a saída dos médicos cubanos, o Ministério da Saúde abriu edital
atendidos no município de convocando médicos brasileiros para suprir essas faltas, assim as duas vagas
Andirá após a saída dos para o nosso município foram preenchidas, porém como disse anteriormente
médicos cubanos? foi homologada apenas uma médica. Enquanto não iniciam suas atividades a
Secretária Municipal da Saúde solicitou que os médicos da UBS santa Inês e
UBS Timburi realizassem atendimento 2x por semana na UBS Industrial e
UBS distrito, para que a população não fique sem atendimento.
Quadro 3–Síntese Condições de Atendimento Médico de Usuários na UBS de Andirá - Vigência do Programa
Mais Médico (2015-2018).
Fonte: Elaborado pelo autor a partir das normas NBR 6022, NBR 6024 e NBR 14724.

Os Médicos Cubanos chegaram ao município para suprir a falta de médicos da UBS


Timburi, pois o mesmo havia pedido exoneração, deixando a população deste bairro
desassistida. E na UBS Santa Helena, uma vez que nesta unidade não havia médico
concursado, os atendimentos eram realizados por médicos credenciados.
Havia no período em discussão duas vagas para o PMM sendo que neste ínterim
passaram pelo Programa quatro médicos. Duas considerações devem ser feitas com relação a
este dado. Primeira; a alta rotatividade de médicos no programa, pois em menos de quatro
anos, quatro médicos passaram por duas vagas. Segunda consideração; 100% dos médicos
participantes do PMM no município eram de origem do país caribenho.
20

No final de 2018 quando os médicos Cubanos deixaram o PMM, por ordens do


Governo de Cuba, após a mudança de Governo no Brasil. Foi aberto novo edital de
chamamento de novos profissionais para suprir as vagas deixadas.
Duas Médicas se inscreveram para as vagas no município de Andirá, porém somente
uma das inscrições foi homologada, uma vez que uma das médicas que havia se inscrito
entrou em contato com a Gestão e informou que não assumiria a vaga, pois havia sido
convocada em um concurso público. Atualmente existe uma vaga no PMM no município que
ainda foi preenchida.
Com relação ao quantitativo de usuários atendidos durante a permanência dos médicos
Cubanos no PMM no Município, constatou-se que os médicos atendiam em média 30
pacientes por dia, estes atendimentos eram realizados de segunda a quinta-feira, isso porque a
carga horária destes profissionais era de 32 horas.
No que tange ao quantitativo de usuários que são atendidos após a saída dos
profissionais Cubanos do PMM no Município de Andirá, até a data da resposta da pesquisa os
atendimentos não haviam recomeçado. Enquanto o atendimento não é normalizado, foi
solicitado que médicos que preenchem o quadro de servidores de outras UBS no município
prestassem assistência para as unidades que estão descobertas.
Estas faltas de atendimentos causam transtornos a população, esse fato é reforçado
pela entrevista concedida pela Secretária de Saúde do município a uma rádio local, explicando
para população o ocorrido. Veja a transcrição da entrevista abaixo:
Durante a semana, alguns vídeos circularam na internet mostrando a situação dos
postos de saúde, mais especificamente nos postos da Vila Industrial e Timburi. Um
desses vídeos mostravam pessoas aguardando na fila para agendamento desde ás 11
horas da noite, sendo que o agendamento começa logo pela manhã, [...]a vila ficou
sem médico durante o mês de dezembro, quando já em janeiro o programa mais
médicos enviou um novo médico para a Vila, que estava sendo atendida até então,
pela mesma médica da Vila Santa Inês, dois dias na semana. (CULTURA, 2019)

Ao que se constata a saída dos médicos cubanos do PMM, causou transtornos


importantes para a população do município de Andirá, notadamente no que se refere à
supressão da atenção básica às comunidades carentes, controle das doenças crônicas e
endêmicas.

4 CONCLUSÃO

Dentro de uma conjuntura mundial de dificuldades para suprir a carência de médicos


generalistas em diversas áreas, está inserido o Programa Mais Médico. Entretanto, deve se
21

levar em consideração a celeridade com que o programa foi formatado, e os prováveis riscos,
principalmente devido a concentração na vinda de cubanos para prestar atendimentos em
diversas localidades no país. Logo, o presente estudo buscou aferir o impacto da atuação dos
médicos cubanos dentro do referido Programa Mais Médico, tomando-se como estudo de caso
o município de Andirá/PR, este buscou compreender, se, e até que ponto a referida atuação
trouxe impactos positivos para a assistência médica a população.
É importante destacar a dificuldade para obtenção de dados mais robustos para
consolidar este trabalho. A incipiência dos dados cedidos pelo órgão não possibilitou uma
analise mais profunda do impacto do Programa Mais Médicos no município de Andirá/PR.
De acordo com a OMS, há uma imensa disparidade na proporcionalidade de médicos
para cada mil habitantes entre os países que detém serviços de saúde públicos universais. No
Brasil, por exemplo, a média é (1,8 médico por mil habitantes). Somando-se a esses dados, o
Brasil tem o sistema de saúde com financiamento e execução de investimento público para
mais de 70% da população. Além do mais, é o único país com mais de 100 milhões de
habitantes que assumiu o desafio de ter um sistema universal, público e gratuito de saúde.
Essa dificuldade refletiu no Município de Andirá que sofre com a falta de médicos
para suprir a demanda dentro do município. Esta falta vai ocasionar uma série de transtornos,
como, a dificuldade de enviar pacientes para realizar tratamentos em cidades da região,
aumentando o sofrimento do cidadão, bem como onerando os cofres públicos com gastos com
transporte.
Contudo, a chegada do PMM no município de Andirá colocou a possibilidade de
melhoria no oferecimento da saúde púbica local. Os médicos cubanos chegaram ao município
em meados de 2015, no período de 2015 a 2018 passaram quatro médicos pelo programa,
todos eles de origem Cubana. O fato de 100% dos médicos serem oriundos do país caribenho
indica a grande dependência da mão de obra dos médicos cubanos.
Os profissionais médicos atuavam em duas Unidades Básicas de Saúde, localizadas
nos bairros Timburi e Santa Helena. O quantitativo de atendimento médio nestas duas UBS
durante a vigência do PMM era uma média de 30 pacientes, de segunda a quinta-feira. Isso
porque, à carga horária destes profissionais era de 32 horas semanais. Logo, tem-se um total
de 240 atendimentos semanais, e considerando a mesma lógica uma média de quase mil
atendimentos mensais. Estes números para uma cidade de pouco mais de vinte mil habitantes
é expressivo.
Quando os médicos Cubanos retornaram para o país de origem percebeu-se um grande
transtorno para a população, que novamente se viu desassistida. No que tange ao quantitativo
22

de usuários que são atendidos após a saída dos profissionais Cubanos do PMM no Município
de Andirá, até a data da resposta da pesquisa os atendimentos não haviam recomeçado. Para
minimizar o transtorno, foi solicitado que médicos que preenchem o quadro de servidores de
outras UBS no município prestassem assistência para as unidades que estão descobertas.
23

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27

ANEXO

QUESTIONÁRIO

1. Qual o quantitativo de médicos cubanos integrantes do Programa Mais


Médico no município de Andirá?
2. Quando teve início a atuação dos médicos cubanos no município de Andirá
dentro do Programa mais Médicos? Quando finalizou?
3. Qual o quantitativo de médicos brasileiros integrantes do Mais Médico no
município de Andirá antes da vinda dos médicos cubanos?
4. Qual o quantitativo de médicos brasileiros integrantes do Mais Médico no
município de Andirá durante a permanência dos médicos cubanos?
5. Qual o quantitativo de médicos brasileiros integrantes do Mais Médico
município de Andirá, após a saída dos médicos cubanos?
6. Qual o quantitativo de pessoas atendidas, antes da vinda dos médicos
cubanos para o município de Andirá?
7. Qual o quantitativo de usuários atendidos durante a permanência dos
médicos cubanos no município de Andirá?
8. Qual o quantitativo de usuários atendidos no município de Andirá após a
saída dos médicos cubanos?

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