Documentos de Académico
Documentos de Profesional
Documentos de Cultura
GRANDE DO SUL
DCEEng – DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E ENGENHARIAS
RAFAEL HORST
Ijuí - RS
2016
UNIJUÍ - UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO
GRANDE DO SUL
DCEEng – DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E ENGENHARIAS
RAFAEL HORST
Ijuí - RS
2016
O USO EFICIENTE DE ENERGIA COM O APOIO DE GRUPOS GERADORES
RAFAEL HORST
_______________________________________________
Orientador: Ms. Eliseu Kotlinski
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________________
Ms. Mario Noronha Agert
Ijuí - RS
2016
AGRADECIMENTOS
kW – Quilowatt
W – Watt
kVA – Quilovolt ampere
kVAr – Quilovolt ampere reativo
FP – Fator de potencia
kVArh – Quilovolt ampere reativo hora
kV – QuiloVolt
ANEEL – Agencia Nacional de energia elétrica
RPM – Rotação por minuto
AMF – Automatic Mains Failure
CRD – Chave de transferência de rede
CGR – Chave de transferência do grupo
LED – Diodo emissor de luz
LCD – Visor de cristal liquido
f.e.m – força eletro motriz
VPI – Vacuum Presure Impregnation
PMG – Permanent Magnets Generator
PID – Proporcional Intergral Derivativo
mm/s – milímetro por segundo
Hz – Hertz
FN – Frequência nominal
mm – milímetro
m – metros
CAC – Central de Atendimento ao Cliente
CCD – Central e Centro de Distribuição
CNC – Controle Numérico Computadorizado
TAG – Identificação de máquina
V – Volts
Km² - quilômetros quadrado
A – Ampere
QGBT – Quadro Geral de Baixa Tensão
IHM – Interface Homem Maquina
MVA – Mega Volt Ampere
h – hora
kWh – quilo watt hora
L - Litros
BEN – Balanço Energético Nacional
EPE – Empresa de Pesquisa Energética
MME – Ministério de Minas e Energia
USCA – Painel de Transferência
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 15
3 TARIFAÇÕES ...................................................................................................................... 23
6 CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 91
REFERÊNCIA ............................................................................................................................... 93
ANEXOS ........................................................................................................................................ 95
1 INTRODUÇÃO
1.1 Objetivos
e) Retorno do investimento.
Para alcançar estes objetivos mencionados, inicialmente será explanado sobre as estruturas
de tarifas da concessionária de energia. Após descrever sobre as características técnicas e
especificações do grupo gerador, será abordada a viabilidade da utilização do mesmo em horário
de ponta baseado no acompanhamento de consumo energético. Por fim, são apresentados os
resultados à empresa a qual foi aplicado o estudo.
17
1.2 Justificativa
Atualmente fatores como racionamento de energia e redução de custos fixos são pontos
fundamentais para a situação atual do mercado industrial no país. Estudos que apresentam às
organizações a real viabilidade da utilização de grupo de gerador de energia na indústria, a partir
do conhecimento tarifário das empresas de energia são de grande relevância pois oferecem a
possibilidade de reduzir custos à empresa. Sendo assim, esta fonte alternativa de energia
possibilita maior lucratividade com a redução de custos na energia, independente do ramo ou
atividade em que a organização atua.
18
2 ENERGIA ELÉTRICA
A chamada pública realizada pela ANEEL elevou os valores aplicados na área. “A geração
recebia apenas 5% do valor total investido em pesquisa e desenvolvimento”, diz Máximo
Pompermayer, superintendente de pesquisa e desenvolvimento e eficiência energética da agência.
As hidroelétricas também possuem um incentivo para poder investir em inovação, segundo a
reportagem. [1] Desde 2010, eles são obrigados a reservar 0,2% da receita operacional líquida a
desenvolvimento e pesquisa, já os geradores e transmissores precisam destinar 0,4% da receita.
Quando um projeto é aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica as empresas
podem descontar os custos de execução dessa conta, segundo Eduardo Monteiro, diretor
executivo do Instituto Acende Brasil, “As grandes companhias recebem orientação estratégica
para trabalhar com esses projetos”. Além disso, a partir deste ano, o percentual mínimo das
distribuidoras aumentou para 0,3%. [2]
Atualmente, na administração pública do país, o Ministério de Minas e Energia (MME) é a
instituição responsável por criar os princípios básicos e traçar as diretrizes da política energética
brasileira. Como subsidio, o MME levanta por meio de seus órgãos e empresas, diversos estudos
e análises orientadas para o planejamento do setor energético. Também foi criada em 2004, a
Empresa de Pesquisa Energética – EPE vinculada ao MME para fomentar ainda mais o
desenvolvimento desta área.
Instituída nos termos da Lei nº 10.847 de 15 de setembro de março de 2004, e do Decreto nº
5.184 de 16 de agosto de 2004, a EPE é uma empresa pública que tem por finalidade prestar
serviços na área de estudos e pesquisas destinados a subsidiar o planejamento do setor energético
como: energia elétrica, gás natural e seus derivados, petróleo, fontes de energia renováveis,
eficiência energética, carvão mineral, dentre outros. Nesta Lei nº 10.847, em um dos seus artigos
estabelece a EPE a função de elaborar e publicar o BEN (Balanço Energético Nacional).
O BEN é realizado anualmente e divulga a pesquisa e contabilidade relativas à oferta e
consumo de energia no país, contemplando as atividades de extração de recursos energéticos
primários, sua conversão em formas secundárias, exportação e importação, a distribuição e o uso
final. [3]
Abaixo conforme figura 1, é demonstrada a repartição interna de energia, sendo
aproximadamente 40% de energia renovável e pouco mais de 60% não renovável. Destacando o
petróleo e a biomassa de cana em relação aos outros tipos de consumo.
20
Por ser vasta a utilização de energia nos mais variados setores do país, o desperdício dos
brasileiros chega a 15%. Devido ao consumo muito elevado e a pouca oferta de energia há uma
elevação significativa no preço. Economizar energia é utilizá-la de forma a obter o máximo
beneficio com um menor consumo, evitando o uso inadequado sem diminuir a qualidade,
conforto e segurança.
Muitas indústrias e organizações buscam soluções de eficiência energética, para minimizar os
desperdícios, adotando ações como: substituições de motores de indução antigos,
redimensionamento de motores, instalações de inversores de frequência com controle de carga do
motor, substituição de lâmpadas, entre outras.
A empresa Saur demonstra uma preocupação com o sistema elétrico nacional, e investe em
alternativas. Adquiriu um sistema de geração de energia fotovoltaica com potência máxima de 30
kW, o projeto total é para 300 kW que será executado em 10 etapas. A primeira já foi executada
em novembro de 2015.
Aumentar a produtividade industrial sem aumentar o consumo de energia é um desafio para
as empresas. Ainda mais quando se refere às tarifações das concessionárias de energia, que tem
alto custo no horário de ponta. Sendo assim, algumas procuram alternativas viáveis para cada
situação e desenvolvendo até mesmo mudanças na cultura organizacional.
O Ministro de Minas e Energia, sugeriu as indústrias e ao comércio que diminuam os gastos
de energia no horário em que o consumo é maior. Nesse contexto, empresários e indústrias
tentam evitar o alto custo da fatura de energia mensal, e adotam alternativas para o
funcionamento da empresa no horário de ponta. Na cidade de Mococa (SP), o turno dos
funcionários de uma metalúrgica foi alterado, eles trabalhavam das 13h às 22h e agora atuam da
22h às 6h, tudo para evitar o aumento dos gastos com eletricidade. O diretor da empresa Raid
Evangelista citou: “Alocamos os funcionários para outro horário de trabalho no qual a energia é
mais barata”. [4]
Outra empresa que adotou alternativa no horário de ponta no RS foi a LATIVALE na cidade
de Estrela (RS), a empresa empregou dois grupos geradores de 500 kVA, pois o objetivo era
reduzir em até 30% os custos com energia elétrica. A empresa Fogões Atlas no PR, localizada na
cidade de Pato Branco, buscando diminuir os gastos com energia elétrica durante o horário de
ponta e garantir uma fonte alternativa de energia em casos de quedas no sistema, adquiriu 6
Grupos Geradores Cummins à diesel.
22
3 TARIFAÇÕES
3.1 Conceitos
A energia reativa que tem a forma de grandeza kVAr, não realiza trabalho algum, mas é
necessária na geração de campo eletromagnético responsável pelo funcionamento de motores e
transformadores. Na figura 4 é possível verificar o triângulo do fator de potência.
1.1
1.2
S=
1.3
FP= Fator de potência
P= Potência Aparente (kVA)
S= Potência Ativa (kW)
Q= Potência Reativa (kVAr) [8]
Então quanto maior for o consumo de energia reativa, para o mesmo consumo de energia
ativa, menor será o fator potência, podendo apresentar FP inferior a 0.92 consequentemente
pagando multa.
Algumas causas que podem ocasionar valor inferior de FP:
- Transformadores trabalhando com subcarregados, ou com carga de trabalho baixa;
- Motores elétricos funcionando com regime de carga baixo;
- Muitos motores elétricos de baixa potência;
- Muitas lâmpadas fluorescentes ligadas;
- Capacitores interligados no sistema elétrico, ligados durante o período de baixo consumo da
unidade consumidora.
Instalações elétricas com fator de potência baixo, apresentam mau aproveitamento de energia
elétrica, pois podem ocasionar aquecimentos em cabos elétricos, queda de tensão, redução do
aproveitamento do transformador, entre outros.
Para a correção e melhor aproveitamento do fator de potência em instalações elétricas,
devem ser avaliados os motores elétricos instalados, se estão dimensionados de forma correta.
Outra alternativa, é instalar banco de capacitores na rede elétrica, para o controle do FP.
Instalação elétrica com o fator de controle dentro da faixa estipulada pela ANEEL traz benefícios
não somente a empresa fornecedora de energia, mas para o próprio consumidor, pois situações
comprometedoras de aquecimentos em cabos elétricos são evitadas, vida útil de seus
equipamentos pode aumentar, diminuições de oscilações na tensão da rede, entre outros. [7]
26
Já para o grupo B são os consumidores com a tensão de fornecimento menor que 2,3 kV,
caracterizada pela tarifa monômia e subdividida em subgrupos:
a) Subgrupo B1 – residencial;
b) Subgrupo B2 – rural;
c) Subgrupo B3 – demais classes;
d) Subgrupo – Iluminação pública.
27
Para o grupo A, a classificação tarifária se enquadra em binômia, esta tarifa significa que a
unidade consumidora é cobrada pela energia consumida e pelo contrato de demanda contratada.
Nesta classificação tarifária o consumidor ainda optar por enquadrar-se em três alternativas,
podendo ser elas:
- Tarifação Convencional;
- Tarifação Horo-sazonal Verde;
- Tarifação Horo-sazonal azul (compulsória para que consumidores que são atendidos com tensão
igual ou superior a 69kV).
Tarifa Convencional
Esta modalidade tarifária é classificada em duas tarifas:
Tarifa Convencional monômia
Consumidores do grupo B podem ser aplicada esta, pois é caracterizada por tarifas de
consumo de energia, independentemente a hora de utilização durante o dia.
Tarifa Convencional binômia
Esta estrutura tarifária pode ser aplicada a consumidores do grupo A, sub-grupos A3a, A4 ou
AS, somente quando a demanda contratada for menor que 300 kW. Estes consumidores devem
ter um contrato com a fornecedora de energia, a qual registra apenas a demanda contratada
inferior a 300 kW, tendo consumo independentemente da hora do dia, se é de ponta ou fora de
ponta, em período seco ou úmido. [9]
28
Grupo gerador é uma máquina que converte energia mecânica em energia elétrica, e podem
ser utilizados para diversos fins, dependendo de cada situação. São chamados de grupo gerador
por depender de um conjunto de equipamentos para o funcionamento, sendo eles, motor,
alternador (gerador), regulador de tensão, painel de comando, formando então o grupo.
O motor gira a uma rotação por minuto (RPM) programada pelo seu controle de comando,
qual o eixo está conectado através de acoplamento ao alternador, que rotaciona o eixo do
alternador transformando em energia o campo girante, esta energia deve ser controlada e ajustada
pelo componente regulador de tensão, qual monitora integralmente esta. A energia gerada é
conectada através de cabos até o painel do grupo.
Devido o regime de trabalho dos grupos geradores de energia deve ser verificada a
classificação em que se vá utilizar o grupo, pois a especificação é o que apresentara melhor
desempenho e vida útil da máquina de acordo com aplicabilidade de uso. A importância da
classificação esta em saber se utilizara a máquina para apenas em situações de emergências,
rotinas diárias, como horário de ponta, geração 24 horas entre outras aplicações. Grupos
geradores devem ter uma carga mínima para operação para atender a demanda, para que não haja
desperdício de combustível e não eleve a temperatura do motor causando danos.
A classificação em energia Stand by é para aplicações de emergência, na qual se utiliza para
situações e momentos de interrupções de energia. É uma fonte de energia reserva utilizada com
segurança e confiabilidade, que pode ser acionada em tempo programado nos primeiros
10segundos detectados após a falta.
Para esta aplicação é o tempo de uso qual esteja classificado com um fator médio de
consumo de 80% de utilização com a fonte usual e no máximo de 200 horas por ano, ou por um
período máximo de 25 horas com consumo de demanda correspondente a 100% da energia Stand
by. Se houver grande possibilidade de exceder o tempo de operação, deve-se aplicar a
classificação “Prime”. [12]
30
Para esta aplicação o fabricante Stemac apresenta da seguinte maneira “os grupos geradores
são programados para operar durante a falta de energia da rede comercial, admitindo cargas
variáveis por um período de até 300 horas por ano, desde que respeitados os intervalos de
manutenção dos equipamentos”. [13]
São utilizados na maioria das vezes em locais onde se rege uma obrigatoriedade para atender
requisitos de normas de edifícios ou locais que possa a comprometer alguma situação na falta de
energia, como por exemplo, algum risco de saúde, de vida, perda de informações em centrais de
processamentos de dados, elevadores, ou que cause inconveniências e desconfortos, entre outros.
[8] O tipo de classificação Stand by não é permite alguma operação que sustenta a interligação
em paralelo com alguma outra fonte usual de energia. [14]
A classificação de Energia Prime é para aplicações, na qual o fornecimento de energia usual
da distribuidora é substituído pelo grupo gerador.
Visando que esta aplicação à utilização quanto ao número de horas de operação permitido
por ano é ilimitado para cargas de consumo variável, e limitado para consumo de cargas
constante. Esta classificação deve ser utilizada em instalações em que o tempo de uso ultrapasse
às 200 horas por ano de consumo com carga variável, ou 25 horas por ano a 100% da
classificação.
Para esta situação de aplicação fica disponível a quantidade de horas em operação anual em
cargas variáveis. Já para fontes que utilizam a operação de interligação paralela, esta sujeita à
limitação de tempo de funcionamento. Então os geradores que operam juntos com a fonte de
energia usual, ficam limitados por até 750 horas por ano, sendo que não exceda valores da
classificação. O percentual de 10% de capacidade de sobrecarga disponibiliza no caso um
período de 1 hora dentro de um período de 12 horas de operação, mas não é permitido exceder 25
horas por ano. Se houver a necessidade de aplicação para exceder às 750 horas de operação por
ano deve-se buscar outra classificação no caso a de Energia de carga Básica. [12]
O fabricante Stemac apresenta esta classificação da seguinte forma “A utilização de grupos
geradores no horário de ponta, intervalo entre 17h e 22h, comprovadamente, gera uma economia
de até 35% nos custos de energia. Nesta modalidade de operação são admitidas cargas variáveis
por um período de até 1000horas ano, desde que respeitados os intervalos de manutenção do
equipamento. [13]
31
Aplica-se a classificação de energia carga básica ou energia contínua para fontes geradoras
que o fornecimento contínuo para a uma carga é de até 100% da classificação básica, não
havendo limite de hora por ano. Também não apresenta nenhum percentual de capacidade de
sobrecarga sustentada disponível para esta classificação. Para esta aplicação se utiliza a
interligação em paralelo com a fonte usual de energia, colocando sob carga constante durante
grandes períodos de tempo. [14]
Nesta outra figura 6, é mostrado o painel frontal do controlador ST2190 que fica junto ao
painel de transferência.
Identificação e Descrição dos LEDs são apresentadas abaixo nas tabelas 1,2,3,4 e 5:
Tabela 4. Indicação do Modo de Operação pelos LEDs AUTO, MANUAL, SEMI e TESTE
LED AUTO LED MANUAL LED TESTE LED SEMI Modo
Ligado Desligado Desligado Desligado Automático
Desligado Ligado Desligado Desligado Manual
Desligado Desligado Ligado Desligado Teste
Desligado Piscando Desligado Desligado Remoto
Piscando Desligado Desligado Desligado Partida remota carga
Desligado Desligado Desligado Ligado Semi-automático
Fonte: (Elaborado pelo autor, 2016).
Teclas de Operação
São usadas para comandar ações manualmente e para alternar entre os modos de operação.
• TECLA “ABRIR / FECHAR” – CRD (6)
• TECLA “ABRIR / FECHAR” – CGR (7)
• TECLA “PARTIR / PARAR” – GMG (8)
• TECLA “AUTO” - Modo de Operação Automático (9)
• TECLA “MANUAL” - Modo de Operação Manual (10)
• TECLA “SEMI” – Modo de Operação Semi-Automático (18)
• TECLA “TESTE” – Modo de Operação Teste (20)
Teclas de Navegação
São usadas para navegar nos menus visualizáveis no visor.
• TECLA “UP” (11)
• TECLA “DOWN” (12)
• TECLA “MENU” (13)
• TECLA “ESC” (14)
35
4.3 Alternador
Figura 7 - Alternador
O gerador foi inventado em 1831 por Michael Faraday na Inglaterra, e nos Estados Unidos
por Joseph Henry, mais ou menos na mesma época. O gerador desenvolvido consistia
basicamente de um ímã que se movimentava dentro de uma espira, provocando o surgimento de
uma força eletromotriz (fem) registrado num galvanômetro.
Máquinas geradoras síncronas são projetadas para transformar energia mecânica em energia
elétrica. Ou seja, toda energia consumida nas indústrias, residências, cidades, entre outras, são
proveniente de geradores. [17]
36
Nomenclatura
Nas tabelas a seguir é apresentada a especificação de cada nomenclatura de modelo de
gerador. A tabela 6 apresenta abreviatura da linha representada pela letra G.
Tabela 6. Abreviatura da linha
G T A 16 1 A I SR
Linha
G Gerador Síncrono – Linha G Plus
Fonte: WEG (2010)
As carcaças das máquinas do gerador WEG são fabricadas de duas formas, para a linha G
são em chapas de aço calandradas, em formato tubular, e para a linha S são fabricadas em chapas
de aços soldadas. Para os dois modelos que recebem solda, são encaminhadas para um tratamento
de normalização para alívio de tensões. O pacote de chapas do estator junto com o enrolamento é
colocado sobre as nervuras da carcaça para a linha S, e para a linha G são prensados. Para
geradores fabricados em baixa tensão são utilizados fios circulares, já para geradores em média
tensão é utilizado fios retangulares. São fixadas as bobinas ás ranhuras por cunhas de
fechamento, usando material isolante. Por gotejamento são impregnadas as máquinas de baixa
tensão da linha G e para a linha S por imersão, já para as de alta tensão são impregnadas pelo
sistema VPI (Vacuum Pressure Impregnation).
Conforme o fabricante WEG, o rotor acomoda o enrolamento de campo, cujos polos são
formados por pacotes de chapas. Uma gaiola de amortecimento também é montada no rotor para
a compensação nos serviços e variações de carga. [17]
40
Faz parte do grupo gerador síncrono o regulador de tensão do alternador de geração, qual
tem a função de regular a tensão de saída gerada. Em alguns modelos de geradores Stemac são
utilizados os reguladores eletrônicos analógicos da série GRT7, pois estes apresentam alta
confiabilidade, além de ser compacto e ter um baixo custo. A figura 9 apresenta um modelo de
regulador de tensão.
O modelo GRT7 fabricado pela WEG não compõem de componentes mecânicos, utiliza
semicondutores e circuitos integrados, e o sistema é totalmente encapsulado em resina epóxi, apto
para suportar vibrações de até 50 mm/s, o que atende tranquilamente as vibrações do grupo
gerador. Os ajustes de tensão podem ser realizados tanto internamente através de trimpot ou
externamente por potenciômetro, sendo possível uma faixa de ajuste de tensão para o gerador em
+/- 15% da tensão nominal.
41
Para este modelo de regulador é ajustado o ganho proporcional e o ganho integral através de
trimpots interligados no sistema de controle PID (Proporcional Integral Derivativo) permitindo
ajuste e operação com demais tipos de geradores. O regulador também conta com a proteção
contra subfrequência, e possui ajuste para esta proteção, sendo que a frequência nominal
configurada é de 50 ou 60 Hz.
Na operação o regulador de tensão faz o comparativo do valor real da tensão gerada com o
valor teórico ajustado no controle, encontrando o erro, o sistema é processado pela malha de
realimentação, determinando o ângulo de disparo para ajuste, podendo variar de 0 a 180°,
fazendo então o controle da tensão de saída do gerador. [18]
Na operação potência conexão do circuito a tensão proveniente do gerador ou com o auxilio
de bobina, é conectada ao regulador. Após a mesma ser retificada é aplicada ao campo da
excitatriz do gerador de forma controlada.
Escorvamento é quando a energia gerada atingir os primeiros 10% da nominal, o regulador
controla a tensão permitindo que suba em rampa até atingir a tensão nominal em
aproximadamente 3s. Após isto o sistema de controle PID monitora a tensão de saída do gerador
fazendo o controle dentro da faixa ajustada.
Na operação U/F o que determina é a frequência configurada, tendo um trimpot para ajuste
ao modo necessário. Então para a frequência de 60Hz utiliza-se um jumper (contato fechado) em
42
Motores Scania foram desenvolvidos também para atender a linha industrial, não apenas na
área ferroviária de transportes como caminhões, ônibus, entre outros. Sendo assim, o fabricante
buscou desenvolver projetos na área industrial, e atualmente se faz presente em diversos modelos
e máquinas, sendo uma delas os grupos geradores de energia.
Os motores industriais para geradores podem ser dos seguintes modelos: Scania DC 12, DI
12, DC 13. São estes modelos de motores com injeção direta, 6 cilindros em linha, refrigerado a
água, quatro tempos. Geralmente são equipados com turbocompressor e intercambiador de calor.
Para cada modelo de gerador os ajustes de potência e do regime de rotação são ajustados de
acordo.
43
Para todo e qualquer modelo de motor os fabricantes sempre devem estar progredindo para a
redução do nível de emissões de impurezas no meio ambiente, a fim de evitar danos ambientais.
Pois, os motores compõem diversos componentes que podem gerar riscos, tais como: o óleo
motor, combustível, líquido de arrefecimento, filtros, baterias entre outros.
A especificação do motor com o número de série, esta fixada no lado direito do motor em
uma plaqueta, na figura 11 podemos visualizar a plaqueta. Já na figura 12 podemos verificar a
classificação do modelo de motor de acordo com o respectivo modelo.
Os controladores DEC 2 e EMS contam com alguns componentes para auxiliar nas
informações de controle, sendo eles:
- sensor de rotação do motor;
- sensor de temperatura do ar de admissão;
- sensor de pressão de ar de admissão;
- sensor de temperatura do líquido de arrefecimento;
- sensor de pressão do óleo;
- sensor de atuação da borboleta;
45
- Nível de óleo;
- Nível do líquido de arrefecimento;
- Do indicador de restrição;
- Nível de combustível;
- Nível do eletrólito nas baterias;
- Estado da carga nas baterias;
- Visual quanto a vazamentos e reparando-os se necessários;
É possível verificar que alguns itens como troca de óleo, filtro de óleo, limpeza do filtro
centrífugo o fabricante do motor recomenda em um período maior para a troca, mas deixa claro
que se houver necessidade deve ser realizada o mais rápido possível, e por procedimento o
fabricante do grupo de geradores recomenda os mesmos itens, a ser realizada a manutenção em
um tempo menor, no caso de 250 horas conforme figura 15.
Procedimento e cuidados de como deve ser executada a troca, verificação e limpeza dos
itens acima, estão no manual do equipamento, podendo ser avaliado pelo manual do fabricante do
48
motor ou pelo manual do fabricante do gerador. Especificação do óleo a ser utilizado, modelo de
filtros, proporção da mistura do líquido de arrefecimento também são apresentados nos manuais.
[18]
O consumo de combustível para motores de geradores industriais é de extrema
importância, pois é necessário saber qual o consumo para determinado trabalho que a máquina
produz, verificando assim a real viabilidade de funcionamento.
Motores Scania do modelo DC 13072A 02-12 consomem 13 litros de óleo diesel por hora,
para seu funcionamento a vazio podendo gerar 10% da sua capacidade com este consumo. O
motor forçando mais, ou seja, produzindo mais geração de energia começa alterar o seu consumo
de combustível proporcionalmente a geração produzida. Na figura 16 abaixo, é possível verificar
a tabela do fabricante Stemac, informando o consumo a 100% da carga nominal de trabalho do
motor. [21]
Figura 16 – Tabela de consumo de combustível
A instalação de grupo gerador industrial deve ser seguida um padrão mínimo de condições
do local a ser instalada, sendo assim como todo fabricante deve orientar e esclarecer os pontos a
serem seguidos ao cliente consumidor, para a instalação dos equipamentos. Para cada modelo de
máquina, ou porte de máquina preconizam-se cuidados a serem avaliados para a execução de
instalação. A instalação de geradores é de responsabilidade do cliente, dessa forma, devem ser
seguidas rigorosamente as orientações do fabricante, pois ao finalizar a instalação é solicitada ao
49
terminais tipo sapata, o cabo neutro de cada gerador deve ser interligado até a barra de neutro do
painel de transferência, o dimensionamento de cabos deve seguir o projeto especificado.
Interligações de cabos de comando devem seguir o projeto, e serem acondicionados em
eletrodutos metálicos flexíveis. Nos chicotes de cabos deve conter cabo reserva, e os cabos de
comunicação manter o projeto de específico (CAN, fibra óptica, RS 232, RS485, Ethernet).
Para a malha de aterramento, deve ser atendida uma impedância máxima de 10 ohms para
instalação do equipamento. As interligações de aterramentos devem ser todas em cobre nu,
eletrocalhas, cabos blindados, leitos e eletrodutos metálicos devem ter suas blindagens aterradas
nas ambas às extremidades garantindo o aterramento.
Nos sistemas de baixa tensão deve ser instalada uma barra de cobre junto ao grupo
gerador sendo conectado ao aterramento disponibilizado. As carcaças dos ventiladores, carcaças
de painéis elétricos, tanques metálicos devem ser aterrados na barra de terra. As barras de terra do
painel da USCA, com a barra de terra da sala do gerador devem ser interligadas. O neutro de cada
grupo gerador deve estar conectado a barra de neutro do QTA ou da USCA.
A interligação de força em média tensão deve ser conforme a NBR 14039, e o cabo de
neutro de cada grupo gerador deve ser conectado a barra terra, através de cabos de força para o
neutro.
Nas redes elétricas industriais é comum a utilização de bancos de capacitores nos circuitos
de cargas para correção do fator de potência, visto que concessionárias de energia aplicam multas
tarifarias para fatores de potência inferiores a 0,92. Tendo este uso de capacitores, deve se ter
cuidado ao colocar o grupo gerador para assumir a carga da rede, para que em primeiro instante
não venha atender somente os capacitores, pois pode ocasionar sobre-excitação no gerador
interferindo a regulagem de tensão do grupo.
O fabricante solicita que seja adequado um sistema de para-raios de baixa tensão e
supressores de surto (varistores) na entrada de rede da chave de transferência, caso a região no
qual é instalado o equipamento gerador é muito propicia de distúrbios atmosféricos, pois pode
ocasionar danos a componentes eletrônicos. [18]
Em sala para geradores, na qual o espaço é muito pequeno ou o pé direito muito baixo, há
muita dissipação de calor e pouca ventilação, indica-se o uso de isolamento térmico sobre o
escapamento, revestindo com manta de lã de rocha com arame, e acabamento em alumínio liso.
51
5 ESTUDO DE CASO
A empresa avaliada no estudo é a Saur Equipamentos S.A, que esta situada na Avenida
Presidente Kennedy 4025, na cidade de Panambi-RS conforme figura 19. A empresa atua no
ramo industrial metal mecânica produzindo equipamentos para logísticas Agrícolas, Industriais,
Florestais e Automotiva.
Figura 19 – Localização da empresa
Atualmente, a empresa Saur possui um parque fabril com mais de 25.000m² construídos
em Panambi. Esta também possui uma Central de Atendimento ao Cliente (CAC) em Cuiabá/MT,
e uma Central e Centro de Distribuição (CCD) em Valinhos/SP as quais são compostas pelos
departamentos comerciais e equipes técnica para prestar os serviços de montagem e manutenção
de equipamentos comercializados na região. Na figura 20 é possível verificar a vista aérea da
empresa.
Figura 20 – Vista aérea da fábrica da SAUR Equipamentos S.A.
consumo elevado. Além disso, a empresa também conta com as máquinas geradoras de energia
para situações de falta de energia.
O horário de ponta estabelecido pela sua fornecedora de energia Coprel, rege o horário
das 18h ás 21h no período de inverno e das 19h ás 22h para o horário de verão, isto para dias
úteis, ou seja, de segunda á sexta-feira, desconsiderando feriados nacionais. Como estabelecido
desta forma pela concessionária a empresa trabalha nas seguintes programações para seus grupos
geradores :
Horário de Inverno de segunda á sexta-feira, exceto feriados nacionais:
-Das 17h50min ás 21h10min;
Horário de verão de segunda á sexta-feira, exceto feriados nacionais:
-Das 18h50min ás 22h10min;
Estes 10 minutos de antecipação e de acréscimo, tem o objetivo de evitar conflitos de pequenos
atrasos entre medidor de energia e o programador dos geradores, pois com o passar dos meses
pode-se ter variações entre ambos.
Apenas algumas máquinas e setores que funcionam no período de ponta, são estipulados
conforme a demanda de produção da fábrica, isto causa de certa forma uma preocupação, pois
gera uma instabilidade na carga de consumo de energia apresentada aos grupos geradores. Segue
abaixo na Tabela 14 lista de máquinas e equipamentos com suas respectivas potência, quais
estão interligadas a subestação da fábrica 1.
57
Atualmente na planta da fábrica junto a SE001, faz presente dois grupos geradores,
interligados em paralelo no painel de transferência da subestação. Estes dois tem a
responsabilidade em colocar a fabrica 1 em funcionamento numa falta de energia e atender
diariamente o funcionamento no horário de ponta estabelecido.
Os grupos geradores foram adquiridos separados, sendo a máquina GE001 (tag de
referência da empresa Saur) no ano de 2010, o qual por 3 anos atendeu a demanda de carga. Em
2013 foi adquirido o grupo GE004 a fim de interligar as duas em paralelo, em função da empresa
aumentar a sua demanda carga de energia com aquisições de máquinas novas na planta.
Os modelos dos grupos geradores são:
O modelo de gerador Stemac é apresentado na figura 22, o qual apresenta a versão do ano
de 2013.
Figura 22 - Gerador Stemac
Na sala para estas máquinas geradoras de energia foram adotadas o modelo em alvenaria
com atenuadores, conforme figura 23, e porta-corta chama, com isolamento acústico devido aos
ruídos das máquinas quando ligadas.
O tamanho interno da sala é de 6m de comprimento por 5,8m de largura e 3,5m de altura.
O piso e as paredes foram construídos de forma para atender o padrão, apresentam tubulação no
piso para os suspiros dos motores dos geradores e as paredes tem largura de 0,27m. O projeto
desta sala é para apenas duas máquinas geradoras deste porte.
Atenuador
A sala dos geradores fica ao lado da subestação geral da fábrica, figura 24, o que leva a
um aperfeiçoamento e viabiliza os cabos condutores de energia até o painel de transferência da
subestação.
Figura 24 – Local dos geradores e subestação
neutro 1 condutor secção 150mm² cabo flexível 0,6/1kV cobre HEPR-PVC/ST2, para cada
gerador, chegando até o painel de transferência um total de 6 condutores por fase e dois
condutores de neutro. A figura 26 mostra os condutores na eletrocalha de saída do gerador.
Os condutores que vem do transformador são de secção de 150mm² cabo flexível 0,6/1kV
cobre HEPR-PVC sendo 6 cabos por fase, e para o neutro são 6 condutores de secção 120mm²
também flexível 0,6/1kV cobre HEPR-PVC. Os cabos elétricos é que interligam o barramento do
QGBT ao painel de transferência, são de secção de 150mm² flexível 0,6/1kVcobre HEPR-
PVC/ST2, 6 condutores por fase, e o neutro 6 condutores de 120mm².
O motor do grupo gerador é Scania 6 cilindros em linha, turbinado, que utiliza óleo diesel
para seu funcionamento. Este modelo de motor é muito semelhante a motores utilizados em
caminhões, carretas de transporte rodoviário, pois a máquina exige bastante torque e uma rotação
de giro considerável, garantindo qualidade e precisão de funcionamento.
Para estes modelos de motores acoplados em geradores de energia apresentam seu
controlador (central) totalmente ajustado afim de funcionar como um gerador de energia, pois
rotação, torque, combustível, ar, regulagem da bomba injetora, devem estar todos sincronizados e
ajustados precisamente com o controlador de energia do painel elétrico, a fim de a garantir
agilidade e precisão na resposta no momento da distribuição de energia.
65
Como todo e qualquer motor necessita de manutenção preventiva ou corretiva, estes tem
necessidade de acompanhamento em determinados períodos, para evitar problemas ou a
resolução dos mesmos. A manutenção preventiva adotada pela empresa, com base no manual do
fabricante é apresentada na Tabela 15 abaixo:
haver um dano as peças do motor, causando um estrago, sendo possível que o mesmo não atenda
o fornecimento de energia.
Cada grupo gerador compõe de um reservatório de combustível abaixo da sua estrutura
metálica, com a finalidade de abastecer o próprio grupo gerador no qual está locado o
reservatório. O reservatório é constituído de plástico com capacidade para 250 litros de
combustível, proporcionando o funcionamento do grupo gerador 500KVA por aproximadamente
por 2horas e 45 minutos em sua capacidade máxima, pois o consumo em carga plena da máquina
é de aproximadamente 90 litros hora.
Para o abastecimento dos dois tanques há um reservatório maior com capacidade de 5000
litros de óleo diesel, que é interligado aos reservatórios através de tubulação galvanizada, com
velocidade de abastecimento gravitacional, pois o reservatório maior esta instalado em nível
superior aos reservatórios de cada grupo. O acionamento da abertura da válvula solenoide para
abastecimento do tanque é controlado através do sistema de monitoramento de cada máquina. A
figura 27 apresenta um dos tanques do grupo gerador.
qual deve ser acionada a válvula solenoide para entrada de combustível e o momento de término
do abastecimento.
Segue abaixo classificação dos níveis:
Nível Extra Inferior – indica nível muito baixo de combustível esta acabando, emite sinal
sonoro e visual;
Nível Inferior – Informa o controlador para abastecimento, liberando o acionamento da
válvula solenoide;
Nível Máximo – Informa o controlador para finalizar abastecimento, desligando o
acionamento da válvula solenoide;
Nível Extra Alto – Informa nível muito elevado de combustível, emite sinal sonoro e
visual, pois pode derramar fora;
Cada grupo gerador contém um painel de controle com controlador do fabricante Stemac
modelo ST 2180, que realiza o monitoramento e leituras dos dados coletados da central do motor
e os dados do grupo gerador. São informações adquiridas sobre a atual situação de
funcionamento, como por exemplo, tensão de saída do grupo, corrente de saída, frequência,
rotação do motor, voltagem da bateria, nível de combustível, temperatura do motor, entre outros.
O painel de controle comunica com estas informações ao painel de transferência que
possui o controlador geral, no qual recebe os dados dos dois controladores um de cada grupo,
verificando as informações em pequenos intervalos, podendo acionar ou desligar a qualquer
instante as máquinas, pois o controle de funcionamento geral cabe ao controlador do painel de
transferência. Nestes três controladores há IHM (Interface Homem Máquina), nas quais é
possível verificar o status de funcionamento, ou informação do tipo último alarme apresentado,
nível de combustível, quantos quilowatt gerou de energia, quantas horas de funcionamento a
máquina está e assim por diante.
O grupo gerador tem capacidade máxima de atender uma potência de carga de 500 kVA,
isto com uma demanda de carga uniforme, pois numa indústria sabe-se que a sazonalidade da
demanda é muito variável, dessa forma pode-se ter muitas partidas de motores elétricos. Esta
situação de demanda variável acaba gerando um percentual de segurança para evitar usar a
máquina geradora em plena carga. Assim, em cada planta de empresa deve-se conhecer e avaliar
este percentual de carga, pois não tendo um percentual de segurança pode-se colocar em risco o
grupo gerador e demais máquinas provocando uma falta de energia, ou outros danos durante uma
simples partida de um motor elétrico.
Na indústria em foco, dois grupos geradores, figura 28, foram interligados paralelamente
para atender a demanda necessária de trabalho em possível falta de energia, assim como utilizar
as fontes geradoras no horário da ponta, totalizando uma capacidade máxima de 1000kVA
(1mVA). Realiza-se o acompanhamento e funcionamento das máquinas com um percentual de
segurança de 15%, ou seja, o limite de carga para as duas máquinas é de 850kVA , monitora-se a
demanda de carga a partir deste limite. Para somente uma máquina também se mantém o mesmo
percentual de segurança de 15%, que equivale para um gerador de 500kVA, 425kVA, sendo este
o limite de demanda de carga.
69
Durante o horário de ponta estipulado pela concessionária de energia, das 18h ás 21h, a
empresa trabalha com algumas máquinas, que por vez somam uma demanda de carga variável.
Esta variação de carga é devido ao grande número de máquinas estarem em operação com
operadores diferentes, o que gera uma instabilidade de carga, pois a qualquer período pode ser
desligada ou até mesmo exigir da máquina em operação a plena capacidade. Até mesmo os
compressores, os quais são equipamentos que não exigem um operador podem variar sua
demanda de consumo de energia, pois conforme a necessidade de ar comprimido em
determinados pontos da planta pode vir a exigir a carga plena da máquina.
No período de ponta os equipamentos que tem maior estabilidade de consumo de energia
são as luminárias internas e externas, pois estas são acionadas no período de menor intensidade
luminosa e só serão desligadas no fim de turno do trabalho ou no amanhecer do dia, no caso das
externas.
Para este período de ponta, a média de consumo energia é de 430 kWh, podendo alterar
em determinados dias quando é programado o forno de alívio de tensões (máquina com
resistências indutivas), pois esta tem um elevado consumo de energia.
70
Nos dias 16 e 17 de maio foi instalado o analisador RE 6000 na entrada de energia da usca
pelos geradores, a fim de verificar o consumo de energia durante o período de ponta utilizando as
fontes alternativas. Na figura 33 abaixo apresenta o gráfico de consumo referente ao dia
17/05/16, onde foi possível identificar o ponto mais elevado qual chegou a 105,3 kW, próximo
das 20:30h. As análises realizadas durante a utilização dos geradores nestes dois dias apresentou
uma carga razoavelmente baixa para os dois geradores, pois ficou abaixo de 10% a média de
consumo por hora da capacidade das máquinas.
74
Para realizar este estudo de viabilidade do uso de gerador, foi utilizado o medidor de
combustível LS 4576-3 da marca Flowpet-Oval, figura 35, que tem como objetivo coletar dados e
registros de quanto de combustível é consumido em determinados períodos, sendo que os
reservatórios de óleo diesel de cada grupo podem ser abastecidos individualmente a qualquer
momento.
O medidor foi instalado dentro da sala de geradores antes da entrada de combustível dos
dois reservatórios, entre os tubos galvanizados de ½’’. Sua leitura de informação apresenta a
seguinte maneira: soma-se todo e qualquer litro de líquido que passar por esta tubulação, de
forma que deva-se obter algum controle de antes e depois, além disso pode ser realizado um reset
e então começar do zero novamente.
Outra leitura é total do medidor, no caso todo liquido que passou por este medidor está
registrado, não podendo ser utilizado a função reset para zerar dados. É necessária a leitura
anterior com a atual e então faz uma subtração com a leitura atual menos a leitura anterior
encontrando a quantidade real do período desejado, estipulado.
Com o estudo aplicado foi necessário adotar-se uma planilha para controle diário, para
obter os dados de kW gerados durante o período da ponta. Então durante aproximadamente 2
meses foi acompanhado todos os dias realizando os registros.
77
Junto com os dados coletados foi possível verificar a variação de KW gerados, pois cada
dia há uma alteração devido às máquinas trabalharem conforme a produção do período. As
informações da planilha são úteis para a real avaliação de geração de energia e as despesas
necessárias para o funcionamento dos grupos geradores.
A Tabela 19 apresentada abaixo demonstra um controle de combustível adotado, para
obter os dados referentes a avaliação de consumo das máquinas geradoras. Pode-se observar que
as informações demonstradas apresentam uma aleatoriedade quanto as datas de leitura, isto
porque os grupos geradores não são abastecidos todos os dias, seu abastecimento é individual e
automático.
abastecimento direto dos reservatórios instalados na planta, sendo os pedidos de compra em torno
de 5000 ou 6000 litros de diesel.
Atualmente é pago por litro de óleo diesel aditivado R$2,59, isto a partir do mês de
outubro de 2015, pois antes o preço era de R$2,49 por litro. Como são dois reservatórios de 5000
litros cada, geralmente quando o fornecedor vem realizar a entrega o combustível é divido entre
os dois reservatórios. Um reservatório abastece os dois grupos geradores citados no estudo e o
outro reservatório atende 3 máquinas geradoras de energia e mais o consumo de máquinas de
transporte interno da empresa, tais como, empilhadeiras, camionetes e tratores.
A preventiva dos motores dos geradores é executada por empresa terceirizada, autorizada
pelo fabricante do motor a combustão, a qual fornece as peças necessárias e a mão de obra do
serviço prestado. De acordo com a periodicidade, a empresa contratada executa os serviços nos
motores dos geradores. Abaixo nas Tabelas 20 e 21 são apresentados os itens necessários para
cada determinado período de funcionamento do equipamento e suas respectivas quantidades e
valores. Os valores estão atualizados a partir da data do mês de março 2016, no qual foi solicitado
um orçamento para atualização.
Nas Tabelas 20, 21, 22 e 23 é possível avaliar os custos com as manutenções preventivas
para as máquinas, os quais serão utilizados para os próximos cálculos do estudo. A manutenção
dos painéis e do grupo gerador de energia são realizados pelo pessoal de manutenção interna da
empresa, estas são realizadas uma vez por ano, necessitam de limpeza do painel, reapertos dos
conectores, verificação da bateria, reaperto de fixação de componentes, pois qualquer falha
apresentada em algum componente o display do painel indica uma falha a ser reparada.
5.6 Cálculos
Amostra 1:
Conforme dados retirados das tabelas 17,18 e 19 resultou em um consumo de 2.974 L de óleo
diesel para geração de 10029 kW/h. A tabela 24 apresenta os dados utilizados para o cálculo da
amostra 1.
Amostra 2:
Conforme dados retirados das tabelas 17,18 e 19 resultou em um consumo de 226L de óleo
diesel para geração de 784kWh. A tabela 26 apresenta os dados utilizados para o cálculo da
amostra 2.
393+391=784kWh
Amostra 3 :
Conforme dados retirados das tabelas 17,18 e 19 resultou em um consumo de 173L de óleo
diesel para geração de 576kWh. A tabela 28 apresenta os dados utilizados para o cálculo da
amostra 3.
289+287=576Kwh
Para os 576kWh se utilizar o gerador é R$ 519,07, e pela permissionária R$ 817,92. Com esta
amostra 3 verifica-se uma economia para a empresa de R$ 298,85, utilizando o gerador, o
equivalente a 36,53% de beneficio em comparação com o custo pela concessionária.
88
Amostra 4:
Conforme dados retirados das tabelas 17,18 e 19 resultou em um consumo de 2.415 L de óleo
diesel para geração de 8286kWh. A tabela 30 apresenta os dados utilizados para o cálculo da
amostra 4.
4154+4132=8.286kWh
Exemplo 1:
Dados adotados para exemplificar situação de inviabilidade do uso dos grupos geradores
no horário de ponta. Sabendo que o consumo de óleo diesel para um grupo gerador funcionando
sem demanda de carga, consome 13 litros horas. Então com os 2 geradores em funcionamento no
horário de ponta estimado de 3 horas e 20 minutos, irá consumir 104 litros de óleo diesel, se o
consumo de energia total for menor que 235 kW, a utilização das fontes geradoras fica inviável,
pois os custos de óleo diesel mais o custo hora de manutenção do gerador seria um total de R$
340,36. Já o custo utilizando a energia da concessionária no horário de ponta para o consumo de
235 kW, ficaria um total de R$ 333,70.
Das amostras calculadas acima pode-se verificar que os resultados de viabilidade para as
situações apresentadas se torna viável o uso de geradores no horário de ponta, pois os resultados
variaram de 36,53% a 41,40% mais viável em relação a tarifa cobrada pela concessionária. Mas
o exemplo 1 apresenta um alerta para o monitoramente da utilização da fonte alternativa, pois o
consumo de energia apresentado é muito instável, e se apresentar a mesma situação do exemplo
não fica viável a utilização dos geradores.
Com base na amostra 2 que o consumo de kW de um dia foi de 784 kW, considera-se 21
um dias úteis no mês, gerando um total de 16.464kW/mês, se o uso do gerador é 41,04% mais
viável conforme a amostra, é possível verificar em quanto tempo pode ser paga os grupos
geradores.
3 anos 8 meses
para pagar o investimento.
91
6 CONCLUSÃO
necessária às duas máquinas funcionando. É um trabalho que pode ser realizado e avaliado, pois
requer um investimento e como já mencionado todo investimento necessita de um tempo para
receber o retorno do que foi aplicado.
Para controle de demanda também é possível projetar um sistema de controle a distância
para grupos geradores, no qual uma ou mais pessoas recebem as informações dos grupos
geradores em funcionamento, através de um smartphone podendo realizar o controle,
comandando as máquinas conforme a demanda de carga das máquinas.
93
REFERÊNCIAS
[1] FOLHA DE S. PAULO, (2016) “Brasil busca tecnologia para fontes de energia
alternativas” http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2015/06/1640371-pais-busca-tecnologia-
para-fontes-de-energia-alternativas.shtml, Acesso em 25.Mai.2016
[2] FONTE DO SABER, (2012) “Fontes de Energia Alternativas – Solar, Eólica, Hidráulica e
Vegetal” http://www.fontedosaber.com/geografia/fontes-de-energia-alternativas.html, Acesso em
25.Mai.2016.
[3] BRASIL, Ministério de Minas e Energia, (2004) “Balanço Nacional Energético - 2015”,
https://ben.epe.gov.br/default.aspx?anoColeta=2015, Acesso em 05.Jun.2016
[4] G1, (2015) “Empresas da região alteram a rotina para evitar gastos com energia
elétrica”, http://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/2015/04/empresas-da-regiao-alteram-
rotina-para-evitar-gastos-com-energia-eletrica.html, Acesso em 05.Jun.2016 .
[5] GENERATION, Power Cummins, (2011) “Cases”,
http://www.cumminspower.com.br/cases.asp, Acesso em 05.Jun.2016.
[6] PROCEL, (2011) “Manual de Tarifação de energia elétrica”,
http://www.mme.gov.br/documents/10584/1985241/Manual%20de%20Tarif%20En%20El%20-
%20Procel_EPP%20-%20Agosto-2011.pdf, Acesso em 20.Mai.2016.
[7] COPEL, (2013) “Fator de potência: como transformá-lo em um fator de economia”,
http://www.copel.com/hpcopel/root/sitearquivos2.nsf/arquivos/fator_de_potencia/$FILE/fator_po
tencia.pdf, Acesso em 20.Mai.2016.
[8] CAGNON, José Angelo, (2007) “Fator de Potência”,
http://www4.feb.unesp.br/dee/docentes/cagnon/ENERGIA/FATOR%20DE%20POTENCIA.pdf,
Acesso em 18.Mai.2016.
[9] BRASIL, Agência Nacional de Energia Elétrica ANEEL, (2010) “Resolução Normativa nº
414”, http://www2.aneel.gov.br/cedoc/ren2010414.pdf, Acesso em 16.Mai.2016.
[10] BRASIL, Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL, (2012) “Resolução Normativa
nº 479”, http://www2.aneel.gov.br/cedoc/ren2012479.pdf, Acesso em 16.Mai.2016.
[11] CARVALHO, Thiago Perilli, (2012) “Um estudo de caso sobre tarifação de energia
elétrica visando sua utilização racional no centro de tecnologia da UFRJ”,
http://monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10005191.pdf, Acesso em 25.Mai.2016.
94
ANEXOS